Karen Lorena Freitas da Costa
projeto + módulos arquitetônicos de interesse social com caráter emergencial Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo Universidade de Fortaleza
Profª Hulda Erna Wehmann (Orientadora)
Fortaleza, 2013.
Agradecimentos Agradeço primeiramente aos meus pais, O lia e Guilherme, meus mestres. Meus maiores exemplos de coragem e realização, que nunca mediram esforços para me proporcionar uma educação de qualidade. Ao meu irmão, Bruno, que sempre me incen vou na arte de ‘‘ligar pon nhos’’. À minha madrinha, Helena, pelo amor, apoio e por con nuamente exercer o papel de segunda mãe. Às minhas grandes amigas, Mayana e Renata, pelas alegrias, tristezas, dores e vitórias compar lhadas. Aos ‘‘ArqAmigos’’, por serem atenciosos a todo momento e me ajudarem a tomar decisões certas. À todos os meus professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifor, que foram essenciais para a minha formação, em especial à Prof. Hulda, que me apoiou desde o início do desenvolvimento deste projeto. iv
Lista de Figuras e Gráficos Figura 1.01 – Enchente em Fortaleza Figura 1.02 – Assentamento precário em Fortaleza Figura 1.03 – Favela Heliópolis (São Paulo)
11 12 12
Figura 2.01 – Esquema de montagem tenda Tipi Figura 2.02 – Tenda Tipi Figura 2.03 – Tenda nômade Figura 2.04 – Detalhe rantes tenda nômade Figura 2.05 – Yurt Figura 2.06 – Nissen Hut sendo montado Figura 2.07 – Complexo hospitalar MUST Figura 2.08 – Dymaxion House, de Buckminster Fuller Figura 2.09 – Mucich Olympic Stadim, Frei O o
14 14 14 14 15 15 15 16 16
Figura 3.01 – Habitação po Module Figura 3.02 – Aglomerado de habitações po Module Figura 3.03 – Unidade Flat-pack desmontada Figura 3.04 – Sistema de montagem de unidade Flat-pack Figura 3.05 – Sistema de montagem de unidade Tensile Figura 3.06 – Unidade Pneuma c Figura 3.07 – U-Dome abrigando crianças de orfanato Figura 3.08 – Abrigo U-Dome Figura 3.09 – Q-Shelter Figura 3.10 – Abrigo TranShel Figura 3.11 – Temporary Units Housing Figura 3.12 – Paper Log House, em Kobe Figura 3.13 – Paper Log House, na Turquia Figura 3.14 – Hualin Temporary Elementary School, na China Figura 3.15 - Abrigo Efêmero Portá l de Caráter Emergencial Figura 3.16 – Interior do AEPCE Figura 3.17 – 4:10 House Figura 3.18 – Interior da 4:10 House Figura 3.19 – Protó po Puertas Figura 3.20 - Lightweight Emergency Shelter
18 18 18 19 19 19 19 20 20 20 20 21 21 21 21 21 22 22 22 22
Figura 4.01 – Enchente em Santa Catarina
24
Figura 5.01 – Construção feita com placas de OSB Figura 5.02 – Perfis de alumínio estruturando fechamento com placas de OSB Figura 5.03 – Coberta em lona branca Figura 5.04 – Esquema de funcionamento de efeito chaminé Figura 5.05 – QuaDror Figura 5.06 – QuaDror sendo u lizado para habitação de interesse social Figura 5.07 – Esquema compara vo de suporte de cargas do QuaDror
28 28 29 30 30 30 30
Figura 6.01 – Esquema de abertura e fechamento dos painéis dos módulos habitacionais Figura 6.02 – Layout módulo habitacional - Tipo 1 Figura 6.03 – Layout módulo habitacional - Tipo 2 Figura 6.04 – Layout módulo habitacional - Tipo 3 Figura 6.05 – Layout módulo habitacional - Tipo 4 Figura 6.06 – Layout módulo habitacional - Tipo 5 Figura 6.07 – Possibilidades de fachada dos módulos habitacionais Figura 6.08 – Esquema de funcionamento de efeito chaminé no módulo habitacional
32 32 32 32 32 32 33 33
Figura 6.09 – Mobiliário sugerido Figura 6.10 – Peças necessárias para a montagem do módulo habitacional Figura 6.11 – Sistema de abertura dos painéis Figura 6.12 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - QuaDror Figura 6.13 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Perfis de piso Figura 6.14 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Piso dobrado Figura 6.15 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Piso desdobrado Figura 6.16 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Paredes externas Figura 6.17 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Paredes externas Figura 6.18 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Paredes externas Figura 6.19 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Paredes externas Figura 6.20 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Fechamentos internos Figura 6.21 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Forro Figura 6.21 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Perfis da coberta Figura 6.23 – Processo de montagem dos módulos habitacionais - Coberta Figura 6.24 – Módulo habitacional montado Figura 6.25 – Perspec va módulo habitacional implantado
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Figura 7.01 – Esquema de funcionamento de efeito chaminé no módulo da cozinha Figura 7.02 – Planta baixa esquemá ca módulo refeitório/cozinha Figura 7.03 – Perspec va módulo refeitório/cozinha implantado Figura 7.04 – Planta baixa esquemá ca módulo administração/apoio social Figura 7.05 – Perspec va módulo administração/apoio social Figura 7.06 – Planta baixa esquemá ca módulo sanitários/lavanderia Figura 7.07 – Perspec va módulo sanitários/lavanderia
38 39 39 40 40 41 41
Figura 8.01 – Esquema lógico padrão de implantação dos módulos habitacionais Figura 8.02 – Macrolocalização do terreno Figura 8.03 – Análise topográfica do terreno Figura 8.04 – Locação dos módulos habitacionais Figura 8.05 – Locação todos os módulos e quipamentos Figura 8.06 – Perspec va equipamentos de lazer
43 43 43 44 44 44
Gráfico 1.01 – Esquema de processo metodológico do trabalho Gráfico 1.02 – Mapa conceitual
08 09
v
Sumário Agradecimentos
iv
Lista de Figuras e Gráficos
v
Sumário
vi
Introdução I. Metodologia II. Obje vos III. Conceitos
07 08 08 08
Capítulo I – A necessidade de uma arquitetura emergencial 1.1. Os desastres naturais e suas consequências 1.2. Os reflexos das condições socio-econômicas do Brasil e de Fortaleza na questão habitacional
10 11 11
Capítulo II – Os avanços da habitação efêmera 2.1. Referências primi vas e vernaculares de habitações i nerantes 2.1.1. Tipi 2.1.2. Tendas nômades de tribos norte africanas 2.1.3. Yurt
13 14 14 14 15
2.2. As contribuições dos períodos de guerra e pós-guerra 2.2.1. Nissen Hut 2.2.2. MUST (Medical Unit, Self-contained, Transportable) 2.2.3. Arquitetos e suas contribuições para os avanços da arquitetura temporária
15 15 15 16
Capítulo III – Habitação de caráter emergencial 3.1. Materiais e pos de estruturas 3.1.1. Module 3.1.2. Flat-pack 3.1.3. Tensile 3.1.4. Pneuma c 3.2. Abrigos emergenciais de referência 3.2.1. U-Dome 3.2.2. Q-Shelter 3.2.3. TranShel 3.2.4. Temporary Units Housing 3.2.5. Paper Log House 3.2.6. Abrigo Efêmero Portá l de caráter Emergencial 3.2.7. 4:10 House 3.2.8. Protó po Puertas 3.2.9. Lightweight Emergency Shelter
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Capítulo IV – Diretrizes para a elaboração dos módulos emergenciais 4.1. Normas e diretrizes para a implantação dos módulos
23 23
Capítulo V – Desenvolvimento dos módulos 5.1. A escolha dos materiais 5.1.1. Placas de OSB 5.1.2. Alumínio 5.1.3. Lona
27 28 28 28 29
5.2. Forma e modulação 5.3. Preceitos orientadores e obje vos alcançados 5.4.Elementos arquitetônicos dos módulos 5.4.1. Sistema Flat-Pack 5.4.2. Transparência 5.4.3. Efeito Chaminé
29 29 29 29 29 29
Capítulo VI - Módulos habitacionais 6.1. Possibilidades de modulação e layout 6.2. Conforto térmico dos módulos 6.3. Mobiliário sugerido 6.4. Instalações elétricas 6.5. Esquema de montagem dos módulos
31 32 33 33 33 34
Capítulo VII - Módulos comunitários 7.1. Container 7.1.1. A u lização de containers na arquitetura 7.2. Módulo Refeitório/Cozinha 7.2.1. Programa de necessidades 7.2.2. Sistema de ven lação 7.2.3. O módulo 7.3. Módulo Administração/Apoio Social 7.3.1. Programa de necessidades 7.3.2. O módulo 7.4. Módulo Sanitários/Lavanderia 7.4.1. Programa de necessidade 7.5. Instalações hidráulicas e elétricas
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Capítulo VIII - A implantação dos módulos 8.1. O terreno 8.1.1. Análise topográfica do terreno 8.2. Implantação 8.2.1. Vias internas e acessibilidade 8.2.2. Equipamentos de lazer
42 43 43 43 44 44
Conclusão
45
Referências Bibliográficas
46
Plantas Técnicas
47
vi
introdução
Esse projeto trata da criação de módulos mul usos i nerantes que refugiarão famílias
desenvolvimento. No terceiro capítulo, é dado ênfase à arquitetura emergencial, mostrando os pos
desabrigadas decorrente das frequentes enchentes que se repetem todos os anos na Grande
de estruturas que existem para essa finalidade e algumas situações atuais que esses pos de
Fortaleza.
módulos foram implantados. No quarto, mostram-se algumas diretrizes que se deve seguir para o
Nesta cidade, quando se inicia o período de chuvas alguns indivíduos têm suas casas alagadas
desenvolvimento dos módulos em si e sua implantação.
e algumas vezes completamente arruinadas, sejam elas de ocupação irregular ou não. Os impactos
Na quinta parte, têm-se a primeira ideia de como de darão os módulos habitacionais, onde
causados por essas enchentes são desastrosos, desabrigam dezenas de pessoas, que muitas vezes
são apresentados os materiais a serem u lizados, alguns preceitos orientadores e obje vos que
perdem todos os seus bens; comprometem a saúde pública, causando doenças como diarréia,
foram alcançados com a criação dos mesmo, além dos elementos arquitetônicos que foram
hepa te, meningite, dengue e leptospirose, além de viroses e infecções pulmonares; e também
u lizados.
provocando assoreamento do leito dos rios.
Na sexta e na sé ma parte é dado ênfase à explicar como os módulos foram desenvolvidos,
Muitas vezes esses indivíduos são levados para se abrigarem em equipamentos públicos,
tanto os habitacionais como os comunitários. Todos os detalhes; como esquema de montagem;
como escolas e ginásios, acarretando assim a paralisação das a vidades das mesmas. Com a criação
programa de necessidades; mobiliários a serem u lizados; instalações elétricas, hidráulicas e
das unidades habitacionais i nerantes, esses lugares poderão seguir com as suas a vidades
sanitárias; enfim, todas as jus fica vas; serão contempladas nesses capítulos.
normalmente, além de proporcionar melhor qualidade de vida para as ví mas, até que estas possam voltar à sua vida normal.
dará a implantação nele. E, por fim, serão apresentadas as plantas técnicas do projeto.
I. Metodologia
II. Objetivos
A par r da ideia inicial de se criar um módulo i nerante que abrigasse indivíduos ví mas de desastres, foi feita uma pesquisa bibliográfica ao mesmo tempo em que era feita a elaboração de um mapa conceitual, onde aos poucos iam se concre zando os conceitos, conforme apresentado no gráfico a seguir. Observando normas, exemplos e técnicas inovadoras foi possível se obter o aprofundamento do conhecimento para que depois pudessem ser aplicados ao projeto.
IDEIA INICIAL
A oitava parte fala-se do terreno escolhido para serem implantados os módulos e como se
MAPA CONCEITUAL
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
CONCEITOS DOS MÓDULOS
(definição dos conceitos)
(aprofundamento do conhecimento)
(estabelecimento da fundamentação teórica)
Esse projeto tem como obje vo desenvolver módulos i nerantes que possam abrigar diversas funções arquitetônicas, com foco em habitações provisórias para vi mas de enchentes. Para isso foi necessário se ter um embasamento teório, onde foram estudadas as principais causas desses desastres, as reais necessidades dessas ví mas, dentre outros. Em resumo, produzir módulos capazes de abrigar indivíduos expostos a situações precárias de causas diversas, como desastres naturais, migrações forçadas por guerras, etc, que sejam adequados às famílias desabrigadas, onde
ELABORAÇÃO DO PROJETO
sejam respeitadas suas individualidades e onde não haja separação dos núcleos familiares. IV. Conceitos Os principais conceitos que orientarão a concepção desse módulo são:
Gráfico 1.01. - Esquema de processo metodológico da pesquisa Fonte: Da autora
Sendo assim, dados os obje vos dessa projeto, esse trabalho foi organizado em oito partes.
seu armazenamento, a sua montagem e o seu transporte.
Inicialmente serão apresentados seus reais obje vos, demonstrando os mo vos para a realização desse trabalho.
mencionadas as verdadeiras necessidades das ví mas desse
Flexibilidade: Layout flexível capaz de se adaptar aos diversos pos de famílias e funções.
Padronização: Buscar variar o mínimo possível com os materiais para facilitar as
po de desastre. Aponta-se a
precariedade das habitações que muitas famílias são obrigadas a viver e do meio em que estão
montagens e a produção em série das peças.
implantadas, além de mostrar a importância de se desenvolver habitações de caráter provisórioemergencial. No segundo capítulo são citadas as diversas habitações e instalações semelhantes, a evolução
Conforto ambiental: Privacidade, segurança e salubridade. Requisitos mínimos para uma habitação de qualidade.
Em seguida é feita uma contextualização, em seu primeiro capítulo, é desenvolvido um breve estudo dos desastres naturais, com ênfase nas enchentes recorrentes em Fortaleza onde são
Transportabilidade: Procurar u lizar peças leves e em menor número para que facilite o
Sustentabilidade: U lização de um sistema constru vo reu lizável.
A seguir um mapa conceitual irá expor todos esses conceitos apresentados acima
desse conceito ao longo da história e a contribuição de alguns arquitetos para o seu 08
Não seja necessária mão-de-obra específica para montagem
Tensionada caracterizado por
Peças produzidas em série
Habitação para ví mas de desastres
Pneumá ca
causados pelo homem
Madeira
Mínima variação de materiais Padronização
Guerras
Maremotos
Papelão
Deslizamentos
Metálica
naturais
Terremotos
Temperatura interna
Enchentes
Ven lação funções
possíveis pos de estruturas
Privacidade Iluminação que existe quando se tem adequada
portanto, devem ser
Conforto ambiental
conceitos
exemplos de arquiteturas temporárias
MÓDULO ITINERANTE
caracteriza-se
obje vos
Sustentabilidade
Excelente isolante térmico Tipi (tendas indígenas)
Fabricados/montados com a mínima perda de material
Excelente isolante térmico
Fácil montagem/desmontagem
Fácil transporte
Estável
forma que possibilite
De baixo custo
Fácil transporte
Produzidos com materiais recicláveis Famílias desabrigadas
Transportabilidade que são
Poucas peças Peças leves Fácil montagem Fácil armazenamento
Alta intensidade de reciclagem do ar Capaz de suportar fortes tempestades
caracteriza-se
De fácil manutenção
caracterizado por
Yurt (nômades da Mongólia)
Prá ca alteração de layout Implantação em qualquer topografia
Comprome mento da saúde pública
Desrespeito com suas individualidades Ploriferação de doenças Separação dos núcleos familiares Conflitos entre as ví mas
Amenizar os efeitos causados pelos desastres
evitando que ocorra
Predomínio da racionalidade acima das necessidades sociais e culturais das pessoas
Gráfico 1.02. - Mapa conteitual Fonte: Da autora 09
capĂtulo I A necessidade de uma arquitetura emergencial
Para melhor compreensão sobre os aspectos que levam a essa vulnerabilidade, expõe-se
1.1. Os desastres naturais e suas consequências A arquitetura emergencial é extremamente importante. Desastres naturais, que é a principal causa pelo qual esse projeto está sendo desenvolvido, acontecem com uma frequência cada vez
alguns exemplos:
Aspectos sicos: Localização de assentamentos irregulares em terrenos desprezados pelo
maior. E, embora o homem não seja capaz de contê-los, existem meios de amenizar seus danos e a
mercado formal e pelo poder público, por serem áreas de risco (regiões inundáveis,
construção desses abrigos é uma dessas formas.
encostas instáveis, falhas geológicas, entre outros) e por se tratar de construções precárias, geralmente feitas com materiais e técnicas inadequadas.
São diversos os fenômenos naturais, como terremotos, tempestades, enchentes, furacões, tsunamis, erupções vulcânicas, secas, etc. Alguns desastres são mais comuns em países de clima
impossibilidade de acesso à educação de qualidade, serviços de saúde, lazer, etc.
tropical, como o Brasil que, por ser um país em desenvolvimento, está mais vulnerável a sofrer consequências mais graves. Mais a frente, serão detalhados os aspectos que influenciam nesse aumento de vulnerabilidade.
Aspectos socioeconômicos: desemprego, renda insuficiente, instabilidade financeira,
Ví mas de desastres naturais repen nos, como enchentes, geralmente perdem todos os seus bens. Entende-se por desastres repen nos aqueles que não podem ser previstos, como
No Nordeste são mais frequentes enchentes e secas, mas o país ainda é bastante afetado por
deslizamentos e inundações. Podem-se prever as fortes chuvas, mas não com precisão que elas vão
incêndios florestais, deslizamentos e vendavais. Es ma-se que 97% das ví mas decorrentes de
causar desastres. Já no caso de furacões, por exemplo, existe uma previsão e a população pode se
desastres naturais são de países em desenvolvimento. (UNITED NATIONS DEPARTMENT OF
preparar para isso, tomando a tudes que possam amenizar seus efeitos.
ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS, 2002). No Brasil, por exemplo, fortes chuvas são capazes de assolar regiões inteiras com uma facilidade muito maior do que em países desenvolvidos (Figura 1.01). Isso por diversas questões sociais, econômicas e polí cas que serão posteriormente citadas. Figura 1.01 Imagem de rua de Fortaleza após forte chuva em junho de 2012.
Embora se saiba que quase sempre são as mesmas áreas que são afetadas, na maioria das vezes elas não tem tempo nem recursos suficientes para salvá-los. Então, eles carecem de água mineral, alimentos, roupas, materiais de higiene, colchonetes e, inclusive, equipamentos eletrodomés cos. Todas essas necessidades mencionadas foram levadas em consideração na elaboração dos módulos. 1.2. Os reflexos das condições socioeconômicas do Brasil e de Fortaleza na questão da habitação. O Brasil é um país intensamente urbano, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de
FONTE: Deivyson Teixeira. Disponível em: h p://de olhonotempo.com.br. Acessado em 07 de abril de 2013.
Domicílios de 2011 (IBGE, 2011), a população que vive em zona urbana ultrapassa 146 milhões, ou seja, 84% da população total. No entanto, por diversos problemas socioeconômicos do país e pela falta de planejamento e gestão urbana, a maioria dessas famílias vive em condições de pobreza, criminalidade e desemprego intensas. Ainda de acordo com a PNAD de 2011, alguns dados de
Nem sempre esses fenômenos naturais são uma ameaça ao homem. Eles só passam a ser perigosos quando alteram o funcionamento de uma comunidade, causando mortes, feridos e prejuízos. E as inúmeras intervenções abusivas que o homem está fazendo à natureza, estão agravando a frequência e a intensidade desses desastres. Portanto, esses eventos se tornam desastrosos quando existe a ameaça e a vulnerabilidade. Como explica Anders (2007): “vulnerabilidade pode ser entendida como a incapacidade de uma comunidade em “absorver” ou auto-ajustar aos efeitos das mudanças no meio ambiente. E, quanto maior for essa incapacidade,
famílias que residem em zonas urbanas valem a pena serem ressaltados:
68% das pessoas analfabe zadas vivem em zonas urbanas; 1,3 milhões de domicílios não têm acesso à água potável; 1,4 milhões deles não têm acesso à coleta de lixo; 6 milhões não dispõem de esgotamento sanitário; 1,5 milhões não têm acesso à rede elétrica; 1,6 milhões desses domicílios são feitos com materiais não duráveis, como madeira, palha,
lonas, taipa não impermeabilizada, etc.) No Nordeste, 26 % da população que reside em domicílios par culares ganham até um salário mínimo;
maior será a vulnerabilidade e consequentemente,
Todos esses fatores fazem com que essas famílias fiquem expostas às grandes perdas em caso
maior será o risco sobre a comunidade.” (ANDERS,
de desastres, pois devido aos seus escassos recursos e oportunidades, eles tem poucas opções de
2007, página 34)
moradia. Suas opções basicamente são viver em periferias, longe da infraestrutura básica ou, morar 11
em áreas mais centrais, porém em áreas que são impróprias para se construir uma habitação (Figura 1.02).
De acordo com a publicação Aglomerados Subnormais do Censo 2010 (IBGE, 2010), Fortaleza é a 4ª cidade do país com o maior número de favelas, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Quase 400 mil pessoas moram nessas favelas, totalizando mais de 16% da
Figura 1.02
população da cidade, sendo que a média nacional é de 6%. Desde o Censo 2000 até o de 2010 foi
Assentamento precário irregular em Fortaleza, próximo às margens do Rio Cocó, no bairro Alto da Balança.
notado um aumento no crescimento no número de favelas bastante grande. Antes foram contabilizadas 154 favelas, agora já são 194, ou seja, um aumento de 40 comunidades em apenas 10 anos. Na questão da habitação temporária, por mais que isso não seja um problema exclusivo de pessoas que vivem em ocupações irregulares, eles representam a maioria das ví mas. Por isso a importância de citá-las.
FONTE: Przemek Starosta. Disponível em: h p://pano ramio.com. Acessado em 07 de abril de 2013.
Enfim, sabe-se que os gestores não estão conseguindo dar soluções eficazes para o problema da moradia, não conseguem acompanhar o ritmo acelerado que o número de famílias cresce e por isso essas famílias vivem em áreas de risco, ficando sujeitas a serem ví mas de enchentes e
O surgimento de favelas é decorrente da urbanização acelerada e a sua intensificação
deslizamentos. Propõe-se que os módulos sejam u lizados tanto por essas famílias, que vivem em
descontrolada transformou-se em um dos maiores problemas da atualidade. Um importante fator
condições de risco e, assim, estão mais susce veis a serem desabrigadas; como por outros
que faz com que isso aconteça é a intensa migração da população rural para as zonas urbanas,
indivíduos que, embora tenham casas de qualidade superior, também foram ví mas desses
entretanto a cidade não consegue absorver esse con ngente. Por isso, esta população busca formas
desastres. Ou seja, os módulos não têm um público alvo definido por sua classe social, mas pelo
alterna vas de construir suas habitações, u lizando materiais inadequados e em terrenos
problema que eles enfrentam.
desprezados pelo mercado formal. Daí a grande vulnerabilidade dessas famílias, essa combinação faz com que os danos sejam desastrosos em caso de qualquer alteração brusca nas condições climá cas, por exemplo. Mas é importante estabelecer que essas habitações que estão sendo propostas são de caráter exclusivamente emergencial e devem respeitar a sua função temporária. Caso não seja enfa zado esse caráter temporário, pode vir a acontecer como em São Paulo, que em 1970, a prefeitura transferiu 6 famílias da Vila Prudente para a região entre os córregos Independência e Sacomã. Mas esse improviso resultou mais tarde na maior favela de São Paulo, Heliópolis, ocupando mais de 1 milhão de m² e com mais de 80 mil moradores (Figura 1.03). Situações como essa devem ser evitadas, já que se torna uma mudança de problema, não a ex nção de um. Portanto, é importante que seja estabelecido pelas en dades responsáveis um prazo para que os indivíduos deixem de u lizar os módulos e saiam do terreno em que eles estão implantados. Figura 1.03 Heliópolis, o maior assentamento irregular de São Paulo, que surgiu decorrente da transferência temporária de 6 famílias pela prefeitura.
FONTE: Werther Santana. Disponível em: h p://flickr. com. Acessado em 07 de abril de 2013. 12
capítulo II Os avanços da habitação efêmera
2.1.2. Tendas nômades de tribos norte africanas
2.1. Referências primitivas e vernaculares de habitações itinerantes Na pré-história, diversos fatores contribuíram para que o homem sen sse a necessidade de
Essas tendas foram desenvolvidas por nômades do norte da África no decorrer de muitos
ter um abrigo. De acordo com Anders (2007), eles perceberam que os abrigos demonstravam
anos. Como o clima e a topografia eram extremos, esses povos precisavam de um abrigo adequado
qualidades à manutenção de suas vidas e que eram essenciais para as suas sobrevivências. Nesse
para essas necessidades (Figura 2.03).
período eles ainda u lizavam espaços já existentes, como cavernas, por exemplo. Somente a par r
Figura 2.03
de 30.000 a 10.000 anos atrás é que apareceram os primeiros assentamentos “permanentes”, mais
Exemplo de tendas nômades instaladas no deserto africano.
complexos, como cabanas e tendas, que são os primeiros abrigos que se tem indício (KRONENBURG, 1995). Logo a seguir, serão apresentados uma série de
pos de abrigos
temporários, com o obje vo de apresentar os diferenciais constru vos de cada um, para que possam influenciar na construção do módulo: 2.1.1. Tipi Trata-se de uma tenda cônica, com estrutura com varas de madeira e fechamento em pele de animais, desenvolvida por índios norte-americanos. Essas tendas apresentavam variação de FONTE: Peixe Pão. Disponível em: h p://peixe-pao. blogspot.com.br. Acessado em 19 de maio de 2013.
tamanho e complexidade estrutural de acordo com a tribo que o desenvolvia. As Tipi não apresentavam divisões internas e eram cobertas com pele de búfalo para melhor conforto térmico do ambiente, já que este material retém bem o calor. Muitas tribos mudavam de lugar regularmente, então a simplicidade dessa estrutura era extremamente importante pela facilidade de transportabilidade e pela rapidez na sua montagem (Figuras 2.01 e 2.02).
Tratam-se de diversas ras de tecido, entre 60 cm e 70 cm aproximadamente, costuradas umas nas outras formando, geralmente, um retângulo. Esse tecido é então erguido, na parte central, por varas e tensionados por cordas presas a pinos que são cravados no terreno, encostando
Figura 2.01
diretamente no chão ou deixando um espaço para promover melhor ven lação (Figura 2.04).
Esquema de montagem.
Figura 2.04
FONTE: Squidoo. Disponível em: h p://www.squidoo. com. Acessado em 07 de abril de 2013.
Detalhe para os rantes e prendedores que tencionam a coberta da tenda nômade.
Figura 2.02 Tenda Tipi, de fácil e rápida montagem, erguida.
FONTE: Henouda. Disponívelem:h p://henouda. com.br. Acessado em 07 de abril de 2013.
FONTE: Wikimedia. Disponível em: h p:// commons. wikimedia.org. Acessado em 07 de abril de 2013.
Entretanto, quando o terreno não tem resistência suficiente para suportar essa tração, são u lizados pedras ou arbustos como âncoras. Essas grandes tendas podem ter um só compar mento ou podem ter seus ambientes divididos por cor nas suspensas. 14
canadense, chamado Capitão Nissen, subs tuiu todos esses abrigos por sua nova invenção.
2.1.3. Yurt Trata-se de uma habitação portá l u lizada por tribos de pastores da Ásia, mais precisamente
Tratava-se de uma cobertura semicircular, piso de painéis de madeira e com dois
do Irã à Mongólia, ainda nos dias de hoje. É uma cabana bastante estável que é capaz de suportar
fechamentos feitos de chapa de ferro corrugado, um deles com porta e janelas; todas as peças
fortes tempestades. Sua estrutura é cons tuída de treliças e ras de madeira armadas de forma
intercambiáveis. O abrigo possuía dimensões de 8,2 x 4,9 metros e poderia ser montado facilmente
circular, sua cobertura é ligeiramente abobadada e possui uma abertura circular no topo coberto
em até 4 horas por 4 homens (Figura 2.06).
com lã de ovelha (Figuras 2.05). Figura 2.06 Figura 2.05
Nissen Hut sendo montado.
Yurt, habitação i nerante de tribos de pastores da Ásia, estruturada com treliças de madeira e cobertura em lã de ovelhas.
FONTE: Armorama. Disponívelem: h p://www.armo rama.com. Acessado em 08 de abril de 2013.
O sucesso de seu abrigo se deu ao fato de ser composto por componentes de fácil fabricação, FONTE: Wikimedia. Disponível em: h p://commons. wikimedia.org. Acessado em 07 de abril de 2013.
intercambiáveis e que obedecem a uma coordenação modular, facilitando assim sua montagem. Com o uso excessivo do aço pela indústria bélica para a fabricação de armas durante a Segunda Guerra Mundial,esse material não pode mais ser u lizado com tanta frequência, então foi iniciado uma pesquisa para o desenvolvimento de abrigos que u lizassem materiais alterna vos disponíveis.
No Yurt o ar é reciclado de 50 a 100 vezes por hora, enquanto que em uma casa convencional
Assim surgiram novos materiais, com tecnologia mais avançadas, mas os princípios do projeto
apenas 2 vezes. Outro ponto bastante eficiente se deve à temperatura constante que é possível de
con nuavam os mesmos: adaptabilidade ao terreno, flexibilidade em relação ao layout e à forma,
manter em seu interior, variando de 18 °C e 20 °C. A abertura que existe na parte superior da coberta
facilidade de transporte e montagem e fabricação de baixo custo. Esses conceitos também
permite que se possa fazer uma fogueira dentro da cabana, pois essa abertura servirá de chaminé.
permeiam o desenvolvimento do módulo proposto.
Após todos esses abrigos de caráter mais simplificado e com técnicas tradicionais terem sido apresentados, serão demonstrados agora refúgios de caráter temporário que apresentam um nível de complexidade técnica maior. 2.2. As contribuições dos períodos de guerra e pós-guerra
2.2.2. MUST (Medical Unit, Self-contained, Transportable) Trata-se de uma unidade hospitalar desenvolvida nos anos 60 pelo exército norte-americano. Sua estrutura é formada por paredes infláveis e complementada por fechamentos infláveis rígidos reves dos com alumínio (Figura 2.07). Essas estruturas deixaram de ser u lizadas em meados dos anos 80 devido ao peso dos insufláveis e da quan dade de combus vel necessária para manter essas
Muitos desses abrigos foram produzidos no contexto de guerra e pós-guerra e foram importan ssimos para o desenvolvimento de futuros refúgios. O desenvolvimento de edi cios com
tendas sem que elas entrassem em colapso, já que a demanda energé ca de uma tenda com essa função é bastante alta.
esse caráter, portáteis e desmontáveis, teve um avanço muito grande nesse período. Segundo Anders (2007), a velocidade dos avanços aumenta exponencialmente numa situação emergencial, já
Figura 2.07
que soluções inovadoras são levadas a sério para resolver os problemas e seu desenvolvimento se torna prioritário. 2.2.1. Nissen Hut Esse abrigo possuiu a finalidade de abrigar exércitos em situação de conflito. Até o início da Primeira Guerra Mundial os soldados eram acomodados em barracas de madeira bastante pesadas,
Complexo hospitalar de módulos MUST.
FONTE: U.S. Army Center of Military History. Disponível em: h p://www.history.ar my.mil. Acessado em 08 de março de 2013.
de montagem complicada e de di cil transporte. Como afirma Kronenburg (1995), um engenheiro 15
Cada um dos abrigos apresentados anteriormente apresentam caracterís cas e soluções que ajudaram a conceituar o módulo desenvolvido. A simplicidade do Tipi, e a sua grande capacidade de transportabilidade; em contrapar da, a complexidade das tendas nômades, mostram que a divisão de ambientes é um ponto que deve ser levado em consideração, assim também como a preocupação com a ven lação; o yurt também apresenta essa preocupação e o efeito chaminé é um grande aliado para a implantação em um clima tropical. Posteriormente, quando o módulo es ver sendo apresentado, esses conceitos serão mais bem explicados. Pode-se perceber uma grande mudança com a criação de estruturas temporárias préfabricadas, pois a u lização de produtos industrializados, como o aço, representa um grande avanço. Produtos pré-fabricados apresentam grandes vantagens em relação à montagem, encaixe, transporte, fornecimento, dentre outras que serão mencionadas posteriormente. 2.3. Arquitetos e suas contribuições para os avanços da arquitetura temporária
Algumas questões são determinantes para o desenvolvimento de projetos dessa natureza, como a transportabilidade, resistência às novas intempéries e adequação ao clima. Regiões com clima tropical requerem um projeto diferente de regiões de clima con nental, polar ou qualquer outro. Para o clima tropical, um clima predominantemente quente, que é o clima para qual os módulos foram rojetados, se teve preocupação com a ven lação adequada e a intensa insolação; resistência às novas intempéries, como dito anteriormente; dentre outras. Quanto à transportabilidade, a facilidade de acesso a alguma regiões é um importante fator determinante, já que o acesso a uma zona urbana é completamente diferente de uma zona rural. Por isso se torna tão complicado desenvolver um projeto universal, que possa ser empregado em várias localidades e com diversas finalidades. O ideal é a execução de projetos voltados para um determinado clima e para uma determinada função. Tendo em vista isso, o módulo criado foi voltado para abrigar vi mas de desastres naturais em regiões de clima tropical.
Ainda falando sobre os avanços alcançados no período de guerra e pós-guerra, temos diversos arquitetos inovadores que desenvolveram inúmeros projetos de abrigos portáteis. Dentre eles se destaca Buckminster Fuller que desenvolveu uma série de abrigos para uso militar (Figura 2.08), entretanto um dos seus obje vos era u lizá-las como habitação em tempo de paz (CROWTHER, 1999), assim também como Frei O o (Figura 2.09) com suas estruturas tensionadas. Enquanto Fuller se preocupava com a execução de um projeto de baixo custo de produção e de baixo peso, Freio O o sempre buscava a eficiência da forma, leveza e flexibilidade, por isso trabalhava tanto com tensoestruturas, do qual se tornou um dos grandes expoentes. Figura 2.08 Dymaxion House, primeiro projeto de Buckminster Fuller voltado para a habitação, em 1928.
FONTE: Tumblr. Disponível em: h p://melisaki.tumblr. com. Acessado em 08 de abril de 2013.
Figura 2.09 Estrutura tensionada u lizada por Frei O o no Mucich Olympic Stadim, em 1972. O o foi um grande responsável por contribuições importantes para o desenvolvimento dessas estruturas. ] FONTE: Arktetonix. Disponível em: h p://arktetonix. com.br. Acessado em 10 de abril de 2013. 16
capítulo III Habitação de caráter emergencial
3.1. Materiais e tipos de estruturas
Figura 3.02
Os materiais para os abrigos são leves, não muito grandes, de fácil e rápida aquisição, já que as
As unidades inclusive podem se tornar um grande complexo, aglomeradas.
ví mas estão completamente vulneráveis e necessitam de abrigo imediato. A arquitetura vernacular é uma pologia arquitetônica bastante comum, por ter um menor custo e diminuição no tempo de fornecimento, já que a matéria prima não precisa ser deslocada. Há uma redução de custos também por serem materiais familiares aos indivíduos e à mão-de-obra local, portanto as próprias ví mas poderiam par cipar a vamente da montagem dos módulos.
FO N T E: Army Tecnology. Disponível em: h p://www. a r m y - t e c h n o l o g y. c o m . Acessado em 10 de abril de 2013.
Todavia, a u lização desses materiais pode acarretar impactos ao meio ambiente e, logo, não deve ser u lizados em grandes quan dades. Os pos de materiais e o processo constru vo podem se ramificar em duas vertentes. A própria construção in loco (vernacular); assim também como a u lização de materiais industrializados, em que são fornecidos todos os componentes necessários para a montagem do
3.1.2. Flat-pack
módulo, que podem ser reaproveitados em novas situações. Nesse úl mo, embora seja necessária
Esse sistema é bastante semelhante ao Module, os materiais u lizados geralmente são os
uma mão-de-obra especializada, as próprias ví mas podem par cipar da montagem, desde que
mesmos, mas as unidades são entregues desmontadas (Figuras 3.03 e 3.04). Esse método permite
tenham um acompanhamento de técnicos para orientá-las em alguns processos.
uma facilidade maior no transporte, já que seus componentes são mais compactos quando
Busca-se encontrar a melhor solução para o problema, desenvolvendo um módulo exequível e que atenda todas as necessidades de seus usuários. Portanto, optou-se por u lizar componentes industrializados para a edificação dos módulos em si. Par ndo dessa ideia, serão apresentados alguns
pos de estruturas industrializadas portáteis, de acordo com divisão sugerida por
Kronenburg (1995).
desmontados, mas necessitam de orientação técnica para sua montagem. Os sistemas Flat-pack e o Module são os mais u lizados em abrigos militares e apresentam eficiência equivalente, desde que sejam montados de forma correta. Devido à facilidade no transporte e a pra cidade da montagem, esse po de estrutura foi adotada para os módulos habitacionais.
3.1.1. Module
Figura 3.03
Esse sistema é formado por unidades que são entregues pra camente prontas, sem necessidade de montagem e são divididas em dois subgrupos. A primeira imagem (Figura 3.01)
Unidade de sistema Flatpack ainda desmontada para ser transportada.
trata-se de unidades prontas, faltando apenas conectá-las às redes de esgoto, água e energia . Já a segunda são unidades que podem ser conectadas umas as outras, permi ndo assim o aumento do seu tamanho (Figura 3.02). Geralmente, essas úl mas são feitas com materiais como fibras, plás cos e principalmente madeiras e aço. Para os módulos comunitários foi u lizada esse po de estrutura. Figura 3.01 Existem empresas que criam módulos de habitações modulares transportáveis, que são feitas sob medida, de acordo com as especificações dos clientes e do local.
FONTE: Army Tecnology. Disponível em: h p://www. a r m y - t e c h n o l o g y. c o m . Acessado em 10 de abril de 2013.
FONTE: Army Tecnology. Disponível em: h p://www. a r m y - t e c h n o l o g y. c o m . Acessado em 11 de abril de 2013. 18
Figura 3.04 Sistema de montagem de uma unidade Flat-pack. Montada, ela se assemelha bastante ao da module.
nesse caso essa pressão é exercida pelo ar (Figura 3.06). Esse sistema permite a construção de estruturas de grande porte, fáceis de transportar e de montagem rápida. Mas apresentam algumas desvantagens significa vas, como possíveis furos na estrutura que podem comprometê-la por completo, assim também como a necessidade de suprimento de energia constante, já que elas são infladas a par r de um motor. Figura 3.06 Unidade Pneuma c montada. Esse modelo, da empre-sa IDEX Corpora on, pode ser erguido em 2 minutos, por duas pessoas.
FO N T E: Army Tecnology. Disponível em: h p://www. army-technology.com. Acessado em 11 de abril de 2013.
FONTE: Army Tecnology. Disponível em: h p://www. a r m y - t e c h n o l o g y. c o m . Acessado em 11 de abril de 2013.
3.2. Abrigos emergenciais de referência 3.1.3. Tensile
Como mencionado no primeiro capítulo, os desastres naturais estão cada vez mais frequentes
Esse método é composto basicamente por uma estrutura rígida, geralmente aço ou alumínio, e fechamento feito com uma membrana flexível, como lona ou, por um material muito u lizado atualmente, composto de poliéster coberto com PVC (Figura 3.05). Essa estrutura é bastante
e con nuam provocando grandes estragos. Portanto, nos úl mos anos têm surgido diversos projetos e soluções para abrigos de caráter emergencial. Existem inclusive algumas empresas especializadas nesse po de produto e concursos que contemplam isso.
parecida com a das tendas nômades, cabanas Tipi e Yurt, já mencionadas no capítulo anterior e são
Sendo assim, serão apresentadas a seguir algumas obras atuais que tem esse po de função.
as mais empregadas em abrigos emergenciais, pois são de baixo custo, fáceis de montar e
Alguns possuem caráter improvisado, feitos com material de fácil acesso como lona, papelão e
transportar. As cobertas u lizadas tanto nos módulos habitacionais quanto nos comunitários é
madeira, e soluções inovadoras para esse po de abrigo, usando técnica e materiais alterna vos.
também com essa espécie de lona. 3.2.1. U-Dome Figura 3.05 Exemplo de sistema Tensile, em que existe uma estrutura metálica que tensiona a lona que faz o fechamento.
Esse abrigo é de montagem bastante simples, possui custo rela vamente baixo, aproximadamente R$ 5.000,00; é resistente aos raios UV; possui uma vedação extremamente eficiente, impedindo a passagem de qualquer líquido; possui pé-direito de 12 m, quase 5m de diâmetro, totalizando assim 200m²; suporta fortes ventos e chuvas; possui estrutura leve, facilitando o transporte; e seu material é bastante resistente e duradouro (Figuras 3.07 e 3.08). Figura 3.07
FONTE: Worlds Shelters. Disponível em: h p://world shelters.org. Acessado em 11 de abril de 2013.
3.1.4. Pneuma c
E s s a e s t r u t u ra a b r i g o u diversos indivíduos no Hai , após o úl mo terremoto.
F O N T E: Worlds Shelters. Disponível em: h p://world shelters.org. Acessado em 11 de abril de 2013.
Trata-se de uma estrutura que, assim como a Tensile, possui uma membrana sob tensão, mas 19
Figura 3.08 Com forma ousada, que remete à forma de um Iglu, o abrigo pré-fabricado UDome possui diversas vantagens, como já mencionado. Suas aberturas ajudam no conforto térmico interno e, além delas, a empresa que o fabrica dispõe de diversos acessórios, como exaustor para a coberta.
3.2.3. TranShel Esse abrigo possui planta retangular, que facilita bastante na organização do layout; possui baixo custo; sua forma facilita o transporte; é durável, reu lizável e reciclável; em seu acabamento pode-se u lizar materiais locais, dando assim um aspecto regional, menos impactante culturalmente (Figura 3.10); possui 18m²; e seus painéis de fechamento são fabricados com componentes retardantes de chamas. Figura 3.10 Esse abrigo foi desenvolvido pela empresa Worlds Shelters para ser apresentado no Shelter Consor um, em Genebra, em maio de 2009. E esse projeto foi o único que conseguiu atender todas as exigências antes estabelecidas.
FONTE: Worlds Shelters. Disponível em: h p://world shelters.org. Acessado em 11 de abril de 2013.
F O N T E: Worlds Shelters. Disponível em: h p://world shelters.org. Acessado em 11 de abril de 2013.
3.2.2. Q-Shelter Esse abrigo vem sendo implantado por projetos humanitários desde 1986 para ajudar ví mas
3.2.4. Temporary Units Housing
de desastres. É de fácil montagem, duas pessoas conseguem montá-lo em 40 minutos; leve, pesa cerca de 120 kg; possui pouco mais de 70m²; e possui baixo custo, pode ser adquirido por pouco mais
Essa unidade de habitação provisória, desenvolvida pelo designer Michel Antoun Zateef, possui seus fechamentos com placas de OSB, que são basicamente raspas de madeira reflorestada
de R$ 360,00.
orientadas em camas perpendiculares e unida com uma resina resistente às intempéries, o que faz O Q-Shelter é uma boa opção para grandes desastres, que devastam áreas muito grandes, em que o número de ví mas é grande demais para arcar com abrigos mais onerosos. Mas, por ser
com que elas sejam bastante resistentes e duráveis (Figuras 3.11). Mas o seu diferencial está na sua forma que, com apenas 20m² consegue-se criar um módulo com vários compar mentos.
composto de materiais rela vamente frágeis (Figura 3.09), não é um abrigo a ser u lizado a longo prazo, como 1 ano, por exemplo.
Figura 3.11 Ele possui, ainda, um painel solar retrá l para captar energia.
Figura 3.09 Esse abrigo ajudou recentemente diversas famílias ví mas do tsunami na Indonésia, Sri Lanka e Índia; assim também como ví ma do furacão Katrina no Golfo do México.
F O N T E : Ya n k o D e s i g n . Disponível em: h p://www. yankodesign.com. Acessado em 11 de abril de 2013.
FONTE: Worlds Shelters. Disponível em: h p://world shelters.org. Acessado em 11 de abril de 2013.
3.2.5. Paper Log House O arquiteto japonês Shigueru Ban liderou diversos estudos sobre a eficácia de construir com estruturas de papelão. A par r desse princípio, Ban desenvolveu diversos projetos de habitações 20
temporárias de caráter emergencial. Dentre eles, destaca-se a Paper Log House, que já foi implantada no Japão (Figura 3.12), Turquia (Figura 3.13) e Índia (Figura 3.14). O abrigo consiste em fundação de caixa de cerveja carregada com sacos de areia, e as paredes são de tubos de papel de espessura 4 mm e 106 mm de diâmetro, coberta com lona. O isolamento é feito com uma fita esponjosa adesiva colocada entre os tubos de papel. Essas unidades possuem baixo custo, para cada 52m² construídos, se gasta R$ 4.000,00. Além de serem fáceis de montar, seus materiais podem ser facilmente descartados ou reciclados.
3.2.6. Abrigo Efêmero Portá l de Caráter Emergencial Em 2010, a arquiteta Giovana Savie o Feres, apresentou em seu trabalho de conclusão de curso, na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC), Unicamp, a proposta de um módulo habitacional de caráter emergencial. Foi desenvolvido um abrigo emergencial mínimo, com 15,30m², montável e desmontável pelos próprios usuários, fornecidos através de kits compactos (Figura 3.15). Cada módulo possui 4 camas ( po leitos dobráveis), 1 bancada para refeição, 1 bancada para a cozinha e 1 banheiro
Figura 3.12 Módulos usados em Kobe, no Japão, em 1995. Destaque pra a abertura existente na coberta que promove a venlação no seu interior.
químico acoplado (Figura 3.16). Todos os materiais u lizados são recicláveis e/ou reciclados, sendo o piso de pneu e parte da estrutura de fechamento de polie leno de alta densidade (em composição com outros materiais). Possui ainda painéis solares integrados, podendo ser conectado também à energia disponível no local. Figura 3.15 Perspec va dos blocos propostos por Giovana.
FONTE: Shigeru Ban Architects. Disponível em: h p:// www.shigerubanarchitects.c om. Acessado em 12 de abril de 2013.
FONTE: FEC-Unicamp. Disponível em: h p://www.fec.uni camp.br. Acessado em 13 de abril de 2013.
Figura 3.13 Para Kobe, foi necessário um isolamento térmico mais eficiente era necessário, para isso o interior dos tubos de papel foi preenchido com papel desfiado e o teto coberto com fibra de vidro.
Figura 3.16 Perspec va interna do módulo, mostrando como funcionam as camas dobráveis.
FONTE: Shigeru Ban Architects. Disponível em: h p:// www.shigerubanarchitects.c om. Acessado em 12 de abril de 2013. FONTE: FEC-Unicamp. Disponível em: h p://www.fec.uni camp.br. Acessado em 13 de abril de 2013.
Figura 3.14 Essa estrutura criada por Ban para abrigar uma escola, apresenta soluções interessantes, como essas aberturas no teto, que possibilitam a iluminação natural. FONTE: Shigeru Ban Architects. Disponível em: h p:// www.shigerubanarchitects.c om. Acessado em 12 de abril de 2013.
3.2.7. 4:10 House Trata-se de um abrigo construído de OSB e um tecido de vinil, de dimensões 4x10 pés, que podem ser ligados um ao outro facilmente, para acomodar famílias maiores. Todas as peças são de peso leve e podem ser transformadas em abrigo em menos de 5 horas (Figura 3.17). O piso permite o armazenamento debaixo do abrigo e também contém um mobiliário que pode ser re rado quando necessário e armazenado abaixo do piso. 21
Figura 3.17 4:10 House, desenvolvido pelo estúdio de Bruce Johnson de Arquitetura da Universidade de Kansas.
“Sundoors” e plás co bolha, teto também com portas “Sundoors”, coberta com estruturação metálica e lona (Figura 3.19) . Essa habitação possui 14,20 m² e é subdividida com quarto de um dos lados e cozinha e sala de outro, ligados por um espaço aberto em forma de pá o. O abrigo pode ser montado em 8 horas por 7 pessoas, desmontado em 45 minutos, e possui vida ú l de 3 meses. Figura 3.19 Protó po Puertas, desenvolvido pela empresa Cubo Arquitectos.
FONTE: Do Something. Disponível em: h p://www.do something.org. Acessado em 13 de abril de 2013.
Figura 3.18 Interior da 4:10 House, detalhe para a parede com abertura que promovem a circulação livre do ar dentro do módulo e para o mobiliário que pode ser guardado dentro do piso.
FONTE: Plataforma Arctectura. Disponível em: h p:// www.plataformaarquitectur a.cl. Acessado em 13 de abril de 2013.
3.2.9. Lightweight Emergency Shelter É um abrigo de estrutura leve, projetado para facilitar o transporte para zonas de desastres. É uma malha de poliéster reciclado e costurado junto à estrutura perfis de alumínio dobrável, eliminando assim a possibilidade das peças se perderem. Sua montagem é bastante simples, basta puxar a estrutura até que ela trave no lugar certo. Esse abrigo acomoda de 6 a 8 pessoas facilmente. Figura 3.20
FONTE: Do Something. Disponível em: h p://www.do something.org. Acessado em 13 de abril de 2013.
Com o interior feito de tecido, o isolamento foi uma grande preocupação, duas paredes foram envoltas em vinil para fornecer o isolamento dos ventos frios, deixando o clima mais moderado. A
Perspec va do vencedor do concurso Design21 de 2007, que pode ser facilmente produzido em série.
FONTE: Design 21. Disponível em: h p://www.design 21sdn.com. Acessado em 13 de abril de 2013.
ideia era de tornar esse abrigo adaptável a qualquer clima. 3.2.8. Protó po Puertas
Os abrigos apresentados acima foram desenvolvidos para dar um melhor suporte para as famílias e todos visam baixos impactos ambientais e custos. Após estudar as diversas propostas,
A ideia era construir uma habitação de emergência que proporcionasse conforto para seus
algumas parecem mais adequadas para a situação apresentada. A u lização de alumínio com
usuários. Para isso foi desenvolvido um abrigo, que seja montado com materiais que se encontre em
estrutura, lonas como sistema de coberta e fechamentos com placas OSB parecem ser materiais
qualquer loja de materiais de construção, evitando que fique restrito a uma determinada empresa e
mais resistente. E, devido ao tempo que essas famílias os usarão, são materiais mais adequados para
que tenha um custo mais elevado do que o da própria produção.
o projeto. A u lização de aberturas na coberta, para u lização mais eficiente de iluminação natural como no módulo escolar de Shigeru Ban e o Protó po Puertas desenvolvido pelo Cubo Arctectura.
O piso é feito com placas OSB sobre paletes de madeira, as paredes são feitas com portas 22
capítulo IV Diretrizes para elaboração dos módulos emergenciais
Em situação de desastre, onde o indivíduo perde seus pertences, sua moradia e, inclusive,
responsáveis, por ONGs ou, até mesmo, pelos próprios moradores, se possível. Essa preocupação
outras vidas próximas a ele, um abrigo é fundamental para a preservação da sua dignidade e
em selecionar as pessoas que u lizarão o módulo se deve a um dilema que as agências humanitárias
iden dade, além de protegê-los de novos fenômenos externos.
sempre enfrentam: providenciar abrigos ínfimos para muitas pessoas ou abrigos adequados para
Ao se desenvolver o abrigo se teve a preocupação com os possíveis fenômenos da natureza que levararíam as necessidade dos mesmos, para que sua estrutura não seja comprome da assim
poucos. Mas, levando em consideração o tempo de permanência das famílias nesses abrigos, foram criados abrigos de qualidade, que sejam capaz de resisi r alguns anos.
como as anteriores. Em vista disso a escolha dos materiais e da área são extremamente importantes.
Os módulos desenvolvidos, em sua maioria, foram podem ser u lizados por apenas uma
Foi levado em consideração também o clima em que os abrigos foram implantados, no caso, são
família. Nos casos em que duas famílias ocupam o mesmo módulo deixou-se os espaços de forma
específicos para os climas tropicais, portanto existe um grande cuidado com o sombreamento e
que elas tenham privacidade. Mais a frente serão especificados o número máximo de indivíduos que
ven lação adequados. Preocupou-se também com os aspectos sociais, culturais e econômicos da
podem ocupar cada módulo.
sociedade ví ma dos desastres, pois um indivíduo que passa por um desastre necessita de um ambiente que o conforte, já que estão extremamente trauma zados e confusos. Lembrando que os possíveis usuários desses módulos não são sempre pessoas que vivem em habitações feitas com materiais inadequados. Algumas vezes, são casas que possuem uma boa estruturação, mas estão em áreas sujeitas a fortes interferências naturais, como enchentes e deslizamentos (Figura 4.01). Tendo em vista isso, não se pode estabelecer que o público alvo pertença a uma mesma classe social, deve-se pensar na sociedade como um todo, fazer um módulo
Os módulos devem ser u lizados em casos extremos, em que as ví mas não tenham onde se abrigar. Se as ví mas que verem condições puderem se abrigar em casas de amigos e familiares, ou hotéis, mais indivíduos necessitados poderão ser abrigados. Portanto, as agências humanitárias devem fazer esse trabalho de conscien zação da população e assim realizar a triagem. Em 1996 foi realizada a First Interna onal Emergency Se lement Conference, a primeira conferência para abrigos emergenciais. Nela, foi estabelecido que:
que seja capaz de confortar as diversas culturas diferentes.
“O acesso a abrigo básico e contextualmente apropriado é uma necessidade humana essencial. Os padrões para este abrigo podem variar
Figura 4.01
dependendo do contexto cultural, da situação, do
Enchente em Santa Catarina em 2011. Nota-se que as ví mas desse caso não são pessoas de baixa renda.
clima e de outros fatores.” (FIRST INTERNATIONAL EMERGENCY SETTLEMENT CONFERENCE, 1996) Como já citado, são diversos os fatores que influenciam para o desenvolvimento do módulo. Kronenburg (1998) aponta alguns fatores que foram considerados e que ajudaram a definir um padrão adequado. Foram eles: idade e base alimentar dos usuários, nível de exposição a novas intempéries, existência de fontes de energia. Além disso, o abrigo terá abastecimento de água, sistema sanitário, alimentos e atendimento médico.
F O N T E: David Windson. Disponível em: h p://www. dayvidwindson.com. Acessado em 13 de abril de 2013.
Os abrigos são adaptáveis, montados rapidamente, com pouco esforço, de forma simples e eficaz, onde não se faz necessária a manutenção no período do ciclo em que eles estejam abrigando as ví mas. Além disso, todos os materiais u lizados possam são reciclados e alguns inclusive já
Também é importante mencionar que quando ocorrem desastres como esses, as casas não são afetadas de forma uniforme, ou seja, enquanto algumas são completamente destruídas ou comprome das, outras ainda podem ser recuperadas. Portanto deve-se estabelecer que os
provenientes da reciclagem. A seguir uma lista de considerações que foram levadas em conta para o desenvolvimento dos módulos (SKEET, 1977):
módulos sejam u lizados por indivíduos que não tenham onde se abrigar, ou seja, que perderam suas casas completamente. Entretanto, em casos mais graves, em que todo o entorno seja afetado,
Custos e facilidade de transporte: Os abrigos não possuem um custo muito elevado e, alguns
onde haja uma reconfiguração drás ca da paisagem, todas as ví mas devem ser re radas da área
pontos, como materiais e mão-de-obra, refletem diretamente nisso. Portanto, materiais leves e
provisoriamente, para evitar mais danos psicológicos a elas.
compactos foram u lizados, além de que a mão-de-obra será usada na maioria das etapas de montagem dos mesmos.
Os possíveis reparos mencionados anteriormente devem ser feitos pelos órgãos públicos 24
Adequação às diferentes pologias familiares: Seu tamanho é variável, sendo possível abrigar indivíduos solteiros, famílias ou grupos familiares. Adequação ao clima: Foram u lizados materiais de isolamento térmico e aberturas necessárias para que a ven lação ocorra de forma adequada. A orientação da população em relação a novas mudanças climá cas deve ser feita também. Efeitos de grandes períodos de permanência: Como já mencionado deve-se estabelecer um prazo para a re rada das famílias dos abrigos temporários, para que não se tornem ocupações irregulares consolidadas. Embora esses pos de abrigo tenham um caráter temporário, metade deles dura mais de 5 anos e apenas 25% dura menos de 2 anos (ANDERS, 2007). Esse é um período de permanência bastante elevado e que exige reflexão.Como mencionado por Anders (2007), foi
É importante também que muitas a vidades, como higiene e manutenção dos acampamentos, possam ser realizadas pelas próprias ví mas, para que não seja necessário se fazer uso de mão-de-obra assalariada. Com o intuito de amenizar a proliferação de doenças algumas normas devem ser cumpridas (COORDENADORIA ESTADUAL DE DEFESA CIVIL, 2001). Para os dormitórios, é necessário que as camas sejam espaçadas da seguinte maneira:
Cada uma deve ocupar um espaço de 5,5 m² (no mínimo 3,7 m²);
Devem estar espaçadas 1,50 m uma da outra (no mínimo 70 cm);
Se espaçadas a uma distância menor, devem ser alternadas, em relação aos pés e à cabeça, aumentando a distância entre as cabeças das pessoas quando deitadas;
Os colchões devem estar a, no mínimo, 30 cm de distância do chão;
Se forem colocadas diversas camas em um mesmo ambiente é recomendado que haja uma divisória entre uma cama em outra que ultrapasse a cabeceira da mesma em no mínimo 60 cm.
realizada uma análise das soluções adotadas por designers e agências humanitárias, ambos responsáveis pela provisão de abrigos de caráter emergencial efêmero e foi possível notar a existência de duas linhas de pensamento. A primeira acredita-se que não se deve interferir na dinâmica de uma emergência, que a intervenção deve ser mínima, suficiente apenas para preservar vidas, não gerando dependência externa e assim atrasando o desejo de volta para suas casas. Já a segunda, sugere uma intervenção maior e melhor planejada, onde os abrigos são dotados de materiais de alta tecnologia, tem um custo mais elevado e, portanto, incompa veis com as caracterís cas dos usuários e financiadores do projeto aqui exposto. Alguns fatores importantes foram levados em consideração para a criação dos módulos, são
Quanto às instalações sanitárias, é recomendável que existam banheiros cole vos completos, com lavatórios, vasos sanitários e chuveiro, divididos por sexo (SKEET, 1977), assim também como:
mictórios em banheiros masculinos);
eles: as reservas financeiras do Brasil para esse po de obra e o cuidado com o tempo que essas famílias ficarão abrigadas nos módulos. Sendo assim, as duas linhas de pensamento citadas acima
1 vaso sanitário para cada 15 indivíduos (podendo ser metades deles subs tuídos por
1 lavatório para cada 15 indivíduos;
1 chuveiro para cada 30 indivíduos;
1 bebedouro para cada 100 indivíduos;
1 pia de serviço para cada 100 indivíduos;
Deve ser estabelecido, também, um volume de 40 litros/pessoa/dia.
foram mescladas. Como mencionado na primeira linha de pensamento, é imprescindível que a intervenção seja mínima para que as famílias não tenham o desejo de con nuar vivendo nesses abrigos e é válido salientar que para a maioria deles qualquer po de abrigo é melhor do que as moradias que eles nham antes. Portanto, foram desenvolvidos módulos resistentes, que possam resis r por mais tempo e será estabelecido pelas autoridades competentes um tempo limite para a re rada delas. 4.1. Normas e diretrizes para a implantação dos módulos
Em relação ao conforto térmico, os abrigos foram projetados para lugares de clima tropical,
De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (2001), o acampamento de
em que as temperaturas são quase sempre elevadas, sempre com a média acima dos 18°C. Tendo em
desabrigados deve seguir uma série de pré-requisitos. Recomenda-se que o local onde ele será
vista isso, foram adotadas medidas para que a temperatura dentro dos abrigos seja confortável,
implantado seja seguro, de preferência fora da área do desastre, de fácil acesso e com a
sempre entre 20°C e 28°C (CLARDY, 2004). De acordo com Castro (1999), outros pontos devem ser
infraestrutura adequada, no caso água, gás, energia, esgotamento sanitário e meio de comunicação.
observados quando os acampamentos de desabrigados forem necessários:
Nos acampamentos é necessário que existam espaços definidos para cada função essencial,
conter grades para garan r a segurança.
portanto devem-se ter dormitórios, sanitários, cozinha, refeitório, lavanderia e área para lazer. Assim também como alguns ambientes necessários para o gerenciamento administra vo do
Procurar fazer uso de aberturas nos módulos para permi r a ven lação natural que devem
acampamento, como administração, depósitos, dentre outros, que serão especificados
A topografia do terreno deve permi r drenagem adequada. É ideal que o terreno não possua muitos arbustos, que servem de toca para pequenos animais;
posteriormente.
Os acampamentos devem ser instalados em áreas seguras, longe das áreas de risco; 25
Devem ser espaçosos, prevendo-se uma área de 30 a 40 m² por pessoa ou 3 a 4 hectares
módulos de cozinha; módulos sanitários e de lavanderia; além de deixar reservado um espaço de
para cada mil desabrigados;
lazer para promover o convívio entre os seus usuários. Essa distribuição visa o melhor
Devem ter acesso adequado às estradas;
Devem estar longe de depósitos de lixo e/ou concentrações de insetos;
Devem exis r espaços amplos para conter instalações públicas de lazer para os indivíduos
funcionamento do complexo e posteriormente será mais bem detalhada.
desabrigados;
Deve-se haver uma divisão entre área residencial e comunitária, onde, nesta úl ma, estarão refeitório, local de atendimento médico, a vidades de lazer, etc.;
Deverão exis r reservatórios de água a cada 100 m, já que um indivíduo não deve caminhar mais do que isso para ter acesso à água;
Se necessário, devem ser criadas vias internas entre os módulos habitacionais e estas devem ter largura mínima de 10 m (acesso de veículos);
Os abrigos devem estar distanciados 3 m um dos outros;
Os grupos de vizinhança devem ser preservados, sempre que possível, para maior conforto das ví mas;
Os abrigos devem ter espaço mínimo interno de 3 m² por pessoa;
É necessário que haja uma flexibilidade de tamanho de unidades, para que possam abrigar diversos tamanhos de famílias;
Os depósitos de resíduos devem estar posicionados de forma que seu odor não chegue à área de convívio do acampamento;
Devem ser fornecidas latas de lixo com capacidade entre 50 a 100 litros para cada 25 a 50 pessoas. Estas devem estar sob plataformas, fora do alcance dos animais;
É necessário que haja ven lação natural nos abrigos;
Para evitar a proliferação, não devem exis r acampamentos com mais de 1000 pessoas, caso o número de ví mas seja maior que isso, esses acampamentos devem ser subdivididos.
Espaços para lazer e para a realização de a vidades educa vas devem ser tratados como prioridade e devem funcionar durante todo o período de acampamento. Essa ação tem como obje vo a promoção, o crescimento social e o desenvolvimento da cidadania, além de aumentar o repertório de conhecimentos relacionados com a prevenção dos desastres. Levando em consideração todas as normas apresentadas acima, foram desenvolvidos módulos habitacionais, com dormitórios e, dependendo da pologia familiar, um espaço de estar; 26
cap铆tulo V Desenvolvimento dos m贸dulos
Como já mencionado, foram desenvolvidos módulos para abrigar ví mas de desastres
Diferentemente de qualquer outro
po de madeira, a placa de OSB tem uma maior
naturais. O principal obje vo do projeto é abrigar ví mas de enchentes na Grande Fortaleza, mas os
preocupação ambiental, já que u liza lascas de madeira provenientes de sobras e que, muitas vezes,
módulos apresentarão caráter universal, podendo ser aplicado em qualquer lugar de clima
são reflorestadas. As principais aplicações do OSB permitem usos como paredes e tetos; base de
semelhante. Para isso, alguns conceitos são importantes serem estabelecidos:
pisos para aplicação de carpetes, pisos de madeira e ladrilhos; tapumes; barracões de obras e
Materiais a serem u lizados para a sua fabricação;
Modulação e forma final dos módulos;
Preceitos a serem seguidos;
Obje vos a serem alcançados;
Elementos arquitetônicos a serem aplicados e
Detalhes constru vos determinantes.
estrutura de móveis. Para o desenvolvimento dos módulos foram u lizadas as placas OSB Home, que são indicadas para edificações de construção seca. São as mais indicadas para áreas externas, em paredes, forros, lajes e telhados; com maior resistência à umidade e extensa garan a estrutural. Assim como o alumínio, esse material foi bastante u lizado nos projetos apresentados anteriormente, naTemporary Units Housing (Figuras 3.11), na 4:10 House (Figuras 3.17 e 3.18) e no Protó po Puertas (Figura 3.19). 5.1.2. Alumínio
5.1. A escolha dos materiais
De acordo com a ABAL (Associação Brasileira do Alumínio) ele é um material que possui
Baseado nos materiais u lizados nos módulos habitacionais apresentados no Capítulo III,
diversas caracterís cas que o tornam bastante adequado para compor a estrutura dos módulos. É
alguns se mostraram mais adequados para a criação do módulo i nerante proposto. A seguir serão
um metal extremamente leve, devido sua baixa densidade; resistente à corrosão; não tóxico como
citados esse materiais, suas vantagens e caracterís cas relevantes para o projeto.
metal; não magné co e não cria faíscas quando exposto ao atrito. Possui em aspecto cinza prateado fosco, devido à fina camada de óxidos que se forma rapidamente quando exposto ao ar. Mesmo ele
5.1.1. Placas de OSB
sendo an corrosivo é ideal que seja aplicado sobre ele uma pintura, ou qualquer outro po de
OSB é a sigla da expressão inglesa Oriented Strand Board, é basicamente um painel de lascas
proteção, aumentando assim a sua durabilidade. É também o elemento metálico mais abundante da
de madeira, perpendicularmente orientadas, unidas com resina resistente a intempéries e
crosta terrestre e possui um baixo custo para a sua reciclagem, aumentando então sua vida ú l e
prensadas sob alta temperatura. De acordo com a LP Building Products, indústria norte-americana
contribuindo para a estabilidade do seu valor.
fabricante do produto, trata-se de um material de grande resistência mecânica, bastante rígido e estável, de grande versa lidade e qualidade uniforme. Possui maior resistência ao empenamento, tem uma apresentação visual diferenciada, além se ser um produto que tem bastante oferta e preço
O alumínio apresenta diversas funções na arquitetura, sejam elas estruturais ou não. Seu uso pode ser observado em esquadrias de portas e janelas, portões, gradis, corrimões e em fachadas na forma de ACM (Aluminum Composite Material) ou na estruturação de panos de vidro.
acessível (Figura 5.01). Figura 5.02 Figura 5.01 Exemplo de construção seca em que são usadas para os fechamentos laterais placas de OSB estruturadas com perfis de alumínio.
FONTE: LP Building Products. Disponível em: h p://www.lpbrasil.com.br. Acessado em 26 de maio de 2013.
Exemplos de perfis de alumínio estruturando placas OSB.
FONTE: LP Building Products. Disponível em: h p://www.lpbrasil.com.br. Acessado em 26 de maio de 2013.
28
Anteriormente, no capítulo III, que cita diversos abrigos de caráter emergencial, em que esse material foi u lizado. Seu uso varia de estruturação dos fechamentos laterais à apoio das cobertas. Pode-se notar seu uso no Q-Shelter (Figura 3.09), 4:10 House (Figuras 3.17 e 3.18), Protó po Puertas (Figura 3.19) e na Lightweight Emergency Shelter (Figura 3.20).
materiais, no caso as placas de OSB estruturada com os perfis de alumínio. O apelo plás co se dará pelos materiais u lizados, pela forma da coberta e outros elementos que serão demonstrados a seguir. 5.3. Preceitos orientadores e objetivos alcançados
5.1.3. Lona A lona é um po de tecido de uso intenso u lizado na confecção de velas, tendas, toldos e outros produtos onde a resistência seja necessária. Segundo a Lonax, fabricante brasileira, existem lonas derivadas de diversos materiais diferentes, além de uma infinidade de cores.
Como já mencionado anteriormente, alguns preceitos devem ser levados em consideração para o desenvolvimento do projeto, são eles:
Mão de obra local;
Rápida e fácil montagem;
Pouca manutenção;
Figura 5.03
Fácil adaptação ao terreno;
Coberta em lona proposta pelo arquiteto Shigeru Ban para os abrigos em Kobe.
Fácil deslocamento e
Reaproveitamento dos módulos.
Para o desenvolvimento dos módulos foi u lizada uma lona 100% poliéster, opaca, coberta com uma camada de PVC, na cor branca, semelhante à usada por Shigeru Ban em Kobe (Figura 5.03).
Além disso é preciso definir:
FONTE: Shigeru Ban Architects. Disponível em: h p:// www.shigerubanarchitects.c om. Acessado em 12 de abril de 2013.
O tempo de permanência máxima nesses abrigos;
O número máximo de indivíduos por módulo;
O número máximo de famílias por módulo e
O limite entre privacidade e conforto.
5.4. Elementos arquitetônicos a serem adotados Na construção civil esse material desempenha diversas funções, principalmente a de recobrimento de materiais. Nos módulos apresentados anteriormente, ele foi u lizado no Q-Shelter
5.4.1. Sistema Flat-Pack
(Figura 3.09), Paper Log House (Figuras 3.12, 3.13 e 3.14), 4:10 House (Figura 3.17 e 3.18) e Protó po
Como já mencionado no Capítulo III, o sistema Flat-Pack será o u lizado no módulo a ser
Puertas (Figura 3.19). Na Lightweight Emergency Shelter (Figura 3.20) foi u lizado um outro
desenvolvido. Sendo assim, as peças serão entregues em pacotes, parcialmente montadas, sendo
material, porém com propriedades semelhantes, uma malha de poliéster reciclado.
necessário apenas o encaixe delas.
Cada material citado acima irá desempenhar uma ou mais funções no módulo i nerante
5.4.2. Transparência
proposto. O alumínio será responsável pelas esquadrias e por toda a estrutura, incluindo a de coberta; as placas de OSB irão fazer os fechamentos laterais, de forro e de piso; enquanto que a lona será responsável pela cobertura e alguns fechamentos laterais.
Como usado em alguns abrigos apresentados no Capítulo III, serão u lizados materiais, no caso lona, esquadrias com sistemas de venezianas e placas metálicas perfuradas. O uso dessa transparência, tem o intuito de proporcionar mais iluminação natural, garan ndo assim um maior
5.2. Forma e modulação Buscando adotar uma forma simples, que possa promover a ampliação dos módulos de forma
conforto visual dentro dos abrigos. 5.4.3. Efeito chaminé
eficaz, em que a distribuição de ambientes seja eficiente e a organização do layout fácil; a forma retangular foi escolhida. Sendo sempre respeitada uma modulação, baseada na escolha dos
O efeito chaminé é viabilizado pela diferença de pressão entre o ambiente externo e interno que são consequência das diferenças de temperatura entre estes meios. Para proporcionar uma 29
renovação de ar mais significa va, é interessante que aberturas sejam instaladas próximas ao piso para entrada de ar, enquanto aberturas mais altas, sejam na cobertura ou em paredes, sejam usadas
Figura 5.06 Princípios do QuaDror sendo u lizadas em habitações de interesse social.
para a saída de ar. Figura 5.04 Esquema de como funciona o efeito chaminé.
FONTE: Estúdio Dror. Disponível em: h p://www.studio dror.com. Acessado em 24 de novembro de 2013. FONTE: Diego Artur Tamanini. Acessado em 02 de junho de 2013.
Figura 5.07 Esquema de suporte de casrgas do Quadror em relação à outras duas formas de estruturas.
5.5. QuaDror O QuaDror é um sistema de apoio estrutural que é capaz de se adaptar a diversas condições e configurações. Foi inventada pelo designer israelita Dror Benshetrit e trata-se basicamente da montagem de quatro peças em forma de “L” idên cas que possui um sistema de encaixes que
FONTE: Estúdio Dror. Disponível em: h p://www.studio dror.com. Acessado em 24 de novembro de 2013.
permite a montagem e a transição aberto-fechado de forma bastante rápida (Figura 5.05). Figura 5.05 Estrutura do QuaDror montada e aberta.
Dado todas essas vantagens, a estrutura será u lizada para dar sustentação ao módulo habitacional, possibilitando ainda que estes estejam elevados no nível do solo.
FONTE: Estúdio Dror. Disponível em: h p://www.studio dror.com. Acessado em 24 de novembro de 2013.
O sistema QuaDror está disponível para licenciamento regional e as polí cas variam de acordo com a finalidade do uso, seja para empreendimentos filantrópicos, que é o caso do projeto em em questão, ou para aplicações comerciais. Existe, inclusive, uma proposta de u lizar essa estrutura em abrigos precários, porém com outros materiais, como vigas de madeira, por exemplo (Figura 5.06). Essa estrutura ocupa pouco espaço durante seu transporte e armazenamento, é leve e apresenta grande resistência, como se é possível observar no esquema (Figura 5.07).
30
cap铆tulo VI M贸dulo habitacional
Após a conclusão da pesquisa realizado, em que foi determinado quais os materiais ideais, a forma e o sistema estrutural a serem usados, quais elementos arquitetônicos a serem adotados e os preceitos a serem seguidos, é que foi possível definir a volumetria do módulo habitacional. Buscando atender ao conceito de fácil montagem, as placas de fechamento do módulo (parede, piso, forro e coberta) serão entregues prontas, sendo necessárias apenas a sua montagem que, na maioria das vezes, se dará apenas por meio de encaixe. Dessa forma, os módulos poderão ser montados pelas próprias ví mas, não sendo necessária uma mão de obra especializada durante todo o processo. Esses painéis de fechamento serão unidos entre sí por meio de dobradiças com ângulo de abertura de 180° (Figura 6.01).
Figura 6.03. - Modelo de layout po 2. Nele é u lizado a modulação de 8 e está estruturado para abrigar 5 pessoas, porém sem espaço para estar social. Para montá-lo são necessários 36 painéis. Fonte: Da autora
Figura 6.01 Esquema de abertura e fechamento dos painéis do módulo habitacional.
Figura 6.04. - Modelo de layout po 3. Nele é u lizado a modulação de 8 e está estruturado para abrigar duas famílias dis ntas, sendo ocupado por no máximo 2 pessoas cada um. Este também não possui um estar social. Para montá-lo são necessários 41 painéis. Fonte: Da autora
FONTE: Da autora.
6.1. Possibilidades de modulações e layouts Os módulos são adaptáveis às diferentes pologias de famílias, ou seja, dependendo do número de indivíduos que compõem a família o módulo pode ser ampliado, apenas acrescentando mais painéis, que são unidos por meio de dobradiças, como já mencionado. A seguir, serão apresentadas alguns pos de modulações com suas diferentes possibilidades de organização de layout (Figuras 6.02, 6.03, 6.04, 6.05 e 6.06).
Figura 6.02. - Modelo de layout po 1. Nele é u lizado a modulação de 8 e está estruturado para abrigar 4 pessoas, com espaço para estar social. Para montá-lo são necessários 36 painéis. Fonte: Da autora
Figura 6.05. - Modelo de layout po 4. Nele é u lizado a modulação de 9 e está estruturado para abrigar 6 pessoas, sem espaço para estar social. Para montá-lo são necessários 40 painéis. Fonte: Da autora
Figura 6.06. - Modelo de layout po 5. Nele é u lizado a modulação de 10 e está estruturado para abrigar 6 pessoas, com espaço para estar social. Para montá-lo são necessários 44 painéis. Fonte: Da autora 32
Dependendo de como o layout será organizado os painéis de parede podem ser locados como
Figura 6.08
o usuário do módulo desejar (Figura 6.07).
Corte esquemá co do módulo habitacional mostrando como o efeito chaminé funciona em seu interior.
Figura 6.07 Exemplos de como as fachadas podem se comportar. Os painéis de venezianas podem ou não serem u lizados, fica a critério dos habitantes do módulo.
FONTE: Da autora.
6.3. Mobiliário sugerido Como mencionado nos capítulos anteriores, muitas dessas famílias, ví mas de desastres naturais, perdem grande parte dos seus bens, alguns inclusive chegam a perder tudo. Baseando-se nisso, a demanda de mobiliário é muito grande e seria portanto inviável, tanto do ponto de vista de armazenamento quanto do financeiro, mobiliar todos os módulos. Par ndo desse princípio foi necessário buscar um mobiliário alterna vo que fosse de baixo custo, leve e que não ocupasse muito espaço no seu armazenamento. Sendo assim, optou-se por u lizar móveis de papelão que, diferente do que a opinião comum pensa podem ser bastante resistentes, suportar grandes cargas e inclusive apresentam uma camada de proteção que os protege da umidade (Figura 6.09). FONTE: Da autora.
A ideia é que, dependendo da necessidade dos usuários, esse mobiliário possa ser distribuído, juntamente com um manual de instrução e possam ser montados pelos próprios moradores. 6.2. Conforto térmico dos módulos
Figura 6.09
Os módulos são universais, mas foram desenvolvidos para os climas predominantes do nosso
Mobiliário sugerido em papelão. São peças bastante simples que só necessitam serem dobradas e encaixadas.
país, no caso os tropicais. A escolha das placas de OSB como principal material u lizado não foi exclusivamente devido às caracterís cas já mencionadas como rigidez, baixo impacto ambiental, resistência e baixo custo. Por ser um material feito basicamente de raspas de madeira, suas propriedades térmicas são muito parecidas com as de sua matéria prima, portanto, possui baixa condu vidade térmica, evitando grandes trocas de calor. Além disso, os módulos foram desenvolvidos para que a ven lação natural seja intensificada
FONTE: 100't Inteligente. Disponível em: h p://100t. com.br. Acessado em 27 de novembro de 2013.
através do efeito chaminé. Para isso foram posicionadas esquadrias po venezianas próximas ao piso na orientação dos ventos predominantes e esquadrias altas da mesma pologia na parede oposta. Para aumentar a ven lação por meio desse efeito, além de aumentar o nível de luminosidade dentro dos módulos, parte do forro possui chapas metálicas perfuradas que permitem
6.4. Instalações elétricas
tanto que o ar quente possa sair, quando a passagem de luminosidade. Observando a Figura 6.08 é possível notar claramente como ocorre a movimentação dos ventos dentro do módulo.
Cada módulo contará que 3 pontos de iluminação instalados no forro e 3 pontos de tomada simples, todos feitos com eletrodutos aparentes, para facilitar possíveis manutenções. 33
6.5. Esquema de montagem dos módulos Quanto ao processo de montagem, serão apresentadas a seguir, uma sequência de imagens explicando detalhadamente, etapa por etapa, como ele ocorre (Figura 6.10 à 6.22).
Figura 6.13 - Os perfis de alumínio de sustentação do piso serão instalados e fixados na estrutura do QuaDror. Fonte: Da autora
Figura 6.10 - Inicialmente todas as peças irão chegar empacotadas dentro de containers. Cada container pode carregar até 3 módulos habitacionais. Fonte: Da autora
Figura 6.11 - Todas as peças necessárias para a montagem do módulo virão fechadas,ocupando assim pouco espaço dentro deles. Fonte: Da autora
Figura 6.12 - A par r de agora se dará a montagem do módulo em si. A primeira etapa é a montagem da estrutura do QuaDror no local a ser implantado. Fonte: Da autora
Figuras 6.14 e 6.15 - Os painéis de piso são então desdobrados e encaixados sobre os perfis de sustentação. Fonte: Da autora 34
Figura 6.20 - Em seguida são montada as divisórias internas. Essa etapa entretanto não necessita ser feita nesse momento, pois essas divisórias são móveis e podem ser locadas onde o usuário do módulo desejar. Fonte: Da autora
FORRO
Figura 6.21 - Logo após, as placas de forro são encaixadas sobre as paredes, vendando o módulo. Fonte: Da autora
PERFIS COBERTA
Figuras 6.16 à 6.19 - O mesmo acontece com as paredes externas, que são cuidadosamente desdobradas e encaixadas nos seus respec vos lugares. Fonte: Da autora
Figura 6.22 - Os perfis de sustentação da coberta serão fixados no QuaDror por meio de parafusos. Fonte: Da autora 35
Figura 6.23 - Em seguida a coberta é estendida e fixada nos perfis de sustentação, estes por sua vez possuem altura diferentes, garan ndo assim que haja inclinação na coberta. Fonte: Da autora
Figura 6.24 - Módulo habitacional montado. Fonte: Da autora
Figura 6.25 - Perspec va dos módulos habitacionais implantados. Fonte: Da autora 36
capítulo VII Módulos comunitários
Apesar da intenção de criar um ambiente agradável para às vi mas é preciso se ter a
a montagem do complexo habitacional emergencial. Será necessário o transporte das peças dos
preocupação em dosar conforto e privacidade, pois, na maioria dos casos, as famílias a ngidas
módulos habitacionais, os mobiliários, as placas de pavimentação, os equipamentos de lazer, dentre
moravam em habitações mais precárias do que a dos próprios módulos. Então, na tenta va de evitar
outros. Alguns desses containers servirão para o transporte desses materiais, enquanto que outros
que eles se acomodem e que o tempo máximo de permanência seja respeitado, algumas medidas
já virão prontos para uso, no caso dos módulos sanitários e áreas de banho.
foram tomadas.
É importante salientar que um módulo container de 6 metros (usado no projeto) é capaz
Optou-se por tornar de uso comunitário as áreas molhadas, como sanitários, lavanderias,
de transportar 3 módulos habitacionais. Dessa forma, para cada implantação específica deve ser
cozinha e refeitório. Deixando como parte privada exclusivamente quartos e, em alguns casos, um
feita a compa bilização do número de famílias necessitadas com o número de módulos
pequeno espaço de convívio.
habitacionais necessários e a quan dade de containers comunitários. A seguir serão detalhados os
7.1. Container As peças necessárias para a montagem dos módulos habitacionais serão entregue nos acampamentos dentro de containers e estes, por sua vez, não nham um uso definido após o transporte, por isso foi decidido u lizá-los como os módulos comunitários. Os módulos públicos seguem os mesmo princípios constru vos dos módulos habitacionais, ou
módulos comunitários . 7.2. Módulo Refeitório/Cozinha 7.2.1. Programa de necessidades Para um bom funcionamento da cozinha é necessário que haja: Área para preparo dos alimentos; Depósito de alimentos; Depósito de utensílios; Área de lavagem e Espaço para distribuição das refeições.
7.1.1. A u lização de containers na arquitetura
Para a u lização de container marí mo em edificações é necessário que sejam feitas algumas
Já o refeitório só necessita ser um vão livre, amplo, para a distribuição das mesas. Os
alterações como tratamento de isolamento, tanto térmico como acús co; corte para as portas e
refeitórios são interligados à cozinha pela área de distribuição, através de containers conectores.
janelas; aplicação de reves mentos internos e externo; além do seu desamassamento, já que eles
Dependendo da quan dade de famílias no complexo os módulos de refeitórios podem ser
ocorrem com frequência durante os transportes. Para a execução dessas modificações é
ampliados, apenas adicionando mais containers ao refeitório ou sendo criado um outro módulo
imprescindível mão de obra especializada, aumentando assim o custo das alterações, além do
completo.
seja, de rápida e fácil montagem, reaproveitáveis, de fácil deslocamento, sem necessidade de mão de obra especializada em todas as etapas do processo, etc.
tempo para executar essas alterações que é maior. Buscando amenizar as desvantagens dos containers marí mos, mas sem perder suas vantagens, foram criados há algum tempo os containers modulares, que apresentam diversas vantagens em relação aos marí mos. Serão apresentadas logo a seguir uma lista de caracterís cas de cada um deles: CONTAINER MODULAR CONTAINER MARÍTIMO Estrutura bastante forte, capaz de suportar grandes cargas e são facilmente empilháveis. Possuem dimensões padronizadas, mas suas Possuem dimensões padronizadas, mas suas paredes externas são inteiras, necessitando paredes externas são em forma de painéis de cortes especiais para aplicação de macho-fêmea e podem ser alternadas porta e janelas. facilmente. Os painéis de fechamento externo já Necessário tratamento termo-acús co. apresentam material que fazem isolamento termo-acús co. Necessário mão de obra especializada Muitas das alterações podem ser feitas para fazer alterações sem a u lização de mão de obra especializada São necessários equipamentos especiais, como empilhadeiras e guindastes, para transportar e movimentá-los. Como já dito, os containers servirão inicialmente para o transporte das peças necessárias para
7.2.2. Sistema de ven lação Embora os painéis dos containers modulares tenham um reves mento térmico, em alguns deles foram especificados aberturas para que haja ven lação natural dentro dos módulos (Figura 7.01). No da cozinha especificamente, que é um ambiente que emana bastante calor, os painéis de forro também contam com aberturas, para promover o efeito chaminé e assim melhorar seu conforto térmico.
Figura 7.01 - Corte esquemá co demonstrando como a ven lação dentro do módulo cozinha se comporta. Fonte: Da autora 38
7.2.3. O módulo O módulo, com essa conformação, é capaz de atender até 240 pessoas
04 Depósito de alimentos
por vez nas partes cobertas e outras 72 nas partes descobertas (Figura 7.02).
02 Distribuição 05 Depósito de utensílios
Dependendo da quan dade de pessoas no complexo eles podem ser
01 Refeitório
03 Cozinha
06 Lavagem
divididos em turnos durante as refeições. Esse módulo pode ser u lizado para outras finalidades também.
04
Apenas modificando a posição das mesas, esse espaço pode ser u lizado
01
para ministrar reuniões, pequenas palestras, oficinas, etc. Em todos os módulos comunitários, dependendo da sua pologia, serão u lizadas cores diferentes. Isso ajudará os próprios moradores do
03
complexo a se situarem no ambiente novo, como na própria locação deles. No caso no Módulo Refeitório/Cozinha, serão u lizados as cores laranja e
02 05
06
01
amarelo, respec vamente, que remetem à alimentação. Foram ulizadas ainda redes de proteção em nylon recobertas com vegetação po trapadeira para melhorar o conforto térmico dentro dos containers, além do apelo esté co que ele proporciona. Mas é importante ressaltar que essa medida não é imprescindível para o bem estar dos usuários dos módulos, já que seus paineis de fechamento já possuem um material adequado para acarretar um bom isolamento térmico (Figura 7.03).
Figura 7.02 - Planta esquemá ca do Módulo Refeitório/Cozinha, que pode ser alterado dependendo da necessidade. Fonte: Da autora
Figura 7.03 - Perspec va do Módulo Refeitório/Cozinha implantado. Fonte: Da autora 39
7.3. Módulo Administrativo/Apoio Social 7.3.1. Programa de necessidades Esse módulo deverá contar com:
Administração; Depósitos de materiais de reposição; Depósitos de doações (roupas e higiene pessoal); Enfermaria; Salas de assistentes sociais e Sala de psicólogas.
7.3.2. O Módulo Por ser o módulo administra vo e estar próximo à entrada principal sen u-se a necessidade de torná-lo mais imponente arquitetonicamente falando. Nele foi u lizado a sobreposição de containers e no superior ficariam concentrados as salas de assistência social e psicólogas (figura 7.04). Também como forma de dar destaque à esse módulos foram aplicados duas cores dis ntas, verde nos containers de depósitos e vermelhos nos que existem permanência de pessoas, no caso o central e o módulo superior.
O depósito de materiais de reposição possui uma área rela vamente grande pois é onde serão
02
guardados diversos pos de peças, ferramentas e materiais necessários para a manutenção e possíveis reposições dos módulos. Os outros depósitos, que não necessitam mais do que a metade
04
01
06
da área do primeiro, são des nados ao armazenamento de doações de roupa e higiene pessoal. O
03
controle de todos esses depósitos será feito pela administração do complexo.
05 05
06
04
Uma enfermaria também se faz necessária, para que possam ser realizados os primeiros socorros em caso de acidentes sem que seja preciso levar à ví ma ao posto de saúde. É importante salientar que, dependendo de onde seja escolhido o local de implantação, nem sempre irão exis r
01 Dep. materias de reposição
03 Enfermaria
05 Pscicóloga
postos de saúde próximos, sendo portanto indispensável a existência da enfermaria. Existem
02 Administração
04 Dep. doações
06 Assistente Social
também salas de assistentes sociais e psicólogas para dar assistências às famílias vi mas do desastre.
Figura 7.04 - Planta esquemá ca do Módulo Administração/Apoio Social. Fonte: Da autora
Figura 7.05 Perspec va do Módul o A d m i n i st ra çã o / Apoio Social implantado.
Fonte: Da autora 40
.7.4. Módulo Sanitários/Lavanderia
01 Sanitários 02 Banhos
7.4.1. Programa de necessidades
04
03 03
Esse módulo contém:
Lavanderia/ Bebedouro
04 D.M.L.
Sanitário feminino; Sanitário masculino; Área de banho feminino; Área de banho masculino e Lavanderia.
02
01
02
01
Dependendo do número de indivíduos no complexo, serão distribuídos pelo terreno outros módulos como esse, sempre respeitando um raio máximo de 100 metros entre abrigo e ele. Junto à lavanderia foram instalados os bebedouros.
Figura 7.06 - Planta esquemá ca do Módulo Sanitários/Lavanderia. Fonte: Da autora
Figura 7.07 - Perspec va do Módulo Sanitários/Lavanderia implantado. Fonte: Da autora
7.5. Instalações hidráulicas e elétricas Toda a instalação hidráulica dos módulos containers é feita por baixo deles, nos espaço que
O sistema de esgotamento sanitário, tanto dos sanitários quanto da cozinha será feito por meio de fossas plás cas semienterradas, que serão esvaziadas periodicamente.
existem entre o piso interno e o nível do solo. As cobertas desses módulos também tem um sistema
Os módulo contam com pontos de iluminação e tomadas nas área necessárias, todos feitos
de calha que tem sua queda próximo aos pilares e saída abaixo dos containers, evitando assim que
com eletrodutos aparentes, para facilitar possíveis manutenções, porém, a locação desses pontos
ocorra o acúmulo de água no topo dos containers.
não será contemplado nesse projeto. 41
capítulo VIII A implantação dos módulos
Os módulos foram desenvolvidos para que possam ser implantados em diversos lugares
Figura 8.02
dis ntos, respeitando entretanto o clima da localidade. A sua implantação portanto é variável,
Macrolocalização do terreno, com destaque para a proximidade com o Aeroporto Internacional Pinto Mar ns e a Rodovia Federal BR 116.
dependendo de como é o terreno em que será implantado, por isso se fez necessário desenvolver um esquema lógico padrão para a locação dos módulos. Para a inserção dos módulos habitacionais foi criado um sistema que consiste em estabelecer eixos no sen do da ven lação predominante distanciados 15 metros um do outro e depois os eles são locados de forma que o seu centro esteja nos eixos. Em seguida os módulos são rotacionados 15° no sen do horário ou an -horário, sempre obedecendo a distância mínima de 3 metros um do outro (Figura 8.01). Dessa forma todos os módulos serão ven lados de forma uniforme e, como as frentes dos módulos são alternadas, não acontece de um dos lados ser menos valorizado. Figura 8.01
FONTE: Da autora.
Esquema lógico padrão para a locação dos módulos.
8.1.1. Análise topográfica do terreno O terreno apresenta topografia bastante regular, sem diferenças de níveis acentuadas (Figura 6.03), fazendo com que seja necessária apenas uma pequena regularização para a implantação de alguns módulos. Ele apresenta também muitas árvores de grande porte, como mangueiras, que serão bastante importantes para o melhor conforto térmico do agrupamento. Dispõe também de toda a infraestrutura necessária, como abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo FONTE: Da autora.
e energia. Figura 8.03
8.1 O terreno
Esquema que demonstra a topografia do terreno, onde a parte mais alta é mais escura e a mais clara a mais baixa.
Tendo em vista todas as caracterís cas que o terreno deve ter, foi escolhido um terreno para a implantação do complexo emergencial localizado na Av. Senador Carlos Jereissa , próximo ao Aeroporto Internacional Pinto Mar ns e à BR 116, que possui 5.585 m². Par ndo do pressuposto que este seria um inves mento do Governo Federal, os módulos poderiam viajar por todo o Brasil, abrigando famílias em todo o seu território, por isso a proximidade com o aeroporto e com uma das mais importantes rodovias federais, a BR 116 apresenta-se como uma grande vantagem. Além disso, o terreno é da União, pertence à Força Aérea Brasileira, outro
FONTE: Da autora.
ponto bastante favorável, já que a Prefeitura ou o Estado poderiam u lizar-se dele sem grande problemas, devido a finalidade. A escolha também levou em consideração que próximo a ele existem diversas áreas de risco que estão sujeitas a alagamentos com a ocorrência de fortes chuvas (Figura 8.02). Nos bairros de Mata Galinha, Passaré, Aerolândia, dentre outros, existem diversas moradias que estão localizadas em áreas de risco. Para deslocar essas famílias, em uma possível emergência, é preferível que seja em uma área próxima às que eles viviam antes, para que eles sofram menos impactos. Mas isso não
8.2. Implantação Para o desenvolvimento da implantação exis u a preocupação em obedecer o esquema lógico criado, respeitando os recuos estabelecidos para habitações naquela área, preservando a vegetação existe e ainda fazer uso delas.
exclui que famílias de outras zonas da cidade possam ser alojadas ali. 43
8.2.1. Vias internas e acessibilidade N
Foram criadas vias de pedestre dentro de todo o perímetro do terreno com o intuito de simplificar e direcionar o trânsito dos mesmos. Além delas foi criada uma via de acesso de veículos, possibilitando assim o acesso de caminhões para a descarga de diversos materiais, inclusive dos próprios módulos. Tendo em vista que os módulos devem atender as ví mas de enchentes, um piso permeável é imprescindível, portanto, para a pavimentação dessas vias, foram especificadas placas que são capazes de absorver 90% da água da chuva devido às centenas de aberturas formadas entre seus componentes, além de serem bastante leves e resistentes. Como as placas são bastante leves, podem ser transportadas e reu lizadas nos acampamentos diversas vezes. A sua aplicação é bastante simples, se faz necessária apenas a compactação do solo e a u lização de algum meio de contenção, como pedra po meio-fio, para que as placas não saiam do lugar,. Em caso de exis rem pessoas com dificuldade de locomoção elas serão instaladas próximo às vias existentes e, se necessário, poderão ser executadas vias secundárias.
Figura 8.04 - Esquema lógico padrão de implantação dos módulos (ver Figura 8.03) aplicado ao terreno. Fonte: Da autora
8.2.2. Equipamentos de lazer
Foi necessário também atender a norma que afirma que nenhum indivíduo deve andar mais
Como equipamentos de lazer, serão implantados um pequeno parquinho para as crianças
do que 100 metros até um ponto de água, além de criar acessos baseados no fluxos existentes.
embaixo das grande árvores já existentes no terreno e uma tela branca que servirá para projetar
Nessas condições, foram implantados 114 módulos habitacionais e, estabelecendo uma média de 5
imagens, servindo como um cinema ao ar livre (Figura 8.06). No refeitório poderá ser instalado
pessoas por família, esse complexo poderá abrigar, em média, 575 pessoas. Baseando-se nesse
também um televisor para que as pessoas possam acompanhar os telejornais e outras
número e nas normas apresentadas no Capítulo IV deverão ser implantados 5 módulos de
programações de lazer.
sanitários/lavanderia.
N
100m
0
10
m
Figura 8.05 - Terreno já com os módulos comunitários implantados. Destaque para os módulos sanitários que estão obedecendo a legislação, distando no máximo 100 metros dos habitacionais. Fonte: Da autora
Figura 8.06 - Área de lazer, com parquinho e cinema ao ar livre. Fonte: Da autora 44
Conclusão Esse trabalho teve como obje vo, como já dito, desenvolver um embasamento teórico para, posteriormente, desenvolver módulos arquitetônicos i nerantes que sirvam para abrigar ví mas de desastres naturais. Embora se tenha dado ênfase para ví mas de enchentes em Fortaleza, o módulo será quase que universal, podendo ser implantado em outros
pos de desastres, como também em
qualquer lugar com clima semelhante, no caso tropical. No decorrer do projeto foram estudados e apresentados diversos aspectos: a necessidade de se ter módulos habitacionais para serem usados em situações emergenciais, sejam elas desastres naturais, guerras, etc; a falta de habitação de qualidade e em locais apropriados no Brasil e principalmente em Fortaleza. Foram estudados também diversas habitações com caráter efêmero e i nerante ao longo da história, desde os primi vos até os u lizados nos dias atuais; preceitos, normas e legislações para o desenvolvimento e implantações de projetos desse po. Além disso, foram explica-se alguns materiais e caracterís cas que foram u lizadas nos módulos desenvolvidos, assim também como o terreno onde eles foram implantados. Com o desenvolvimento da pesquisa finalizado, o projeto em si passou a ser desenvolvido. Teve-se a preocupação em projetar abrigos que pudessem, de fato, serem executados; que apresentassem custo, materiais e sistema constru vo compa vel com a realidade dessas famílias e do financiador, no caso, o Governo Federal. Foram elaborados módulos habitacionais, módulos sanitários e lavanderia, módulo de refeitório e cozinha, além de módulo administra vo e de apoio social. Com todos esse equipamentos fica então possível abrigar ví mas de enchentes, ou outros desatres, em um acampamento provisório e com algum conforto. 45
Referências Bibliográficas Livros KRONENBURG, Robert. Houses in Mo on: the genesis, history and development of the portable building. Londres: Academy Edi ons, 1995. CROWTHER, Philip. Historic Trends in Building Disassembly. In: Proceedings Technology in Transi on: Mastering the Impacts – ACSA/CIB 1999 Interna onal Science and Technology Conference. Montreal, 1999. Outros ANDERS, Gustavo Camina . Abrigos Temporários de Caráter Emergencial. Dissertação apresentada à FAU-USP, São Paulo, 2007. UNITED NATIONS DEPARTMENT OF ECONOMIC AND SOCIAL AFFAIRS.Natural Disasters and Sustainable Development: Understanding the links between development, environment and natural disasters. Background Paper No. 5 New York: United Na ons Interna onal Strategy for Disaster Reduc on, 2002. IBGE (Fundação Ins tuto Brasileiro de Geografia e Esta s ca). Pesquisa Nacional Por Amostra De Domicílios. Rio de Janeiro: IBGE 2003. ____________________. Aglomerados Subnormais do Censo 2010. Rio de Janeiro: IBGE 2010. COORDENADORIA ESTADUAL DE DEFESA CIVIL. Coordenador operacional de emergência – Guia Prá co. São Paulo, 2001. SKEET, Muriel H. Manual for disasters relief work.Londres: Churchill Livingstone, 1977. CLARDY, Sco A. et al. Environmental health: Opera onal guidelines. Missouri department of health and senior services, 2004. CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de planejamento em defesa civil. Vol. 1. Brasília, 1999. ________________________. Manual de planejamento em defesa civil. Vol. 2. Brasília, 1999. Internet LAVOR, Thays e GIRÃO, Ivna. Capital: 396 mil vivem em favelas. Diário do Nordeste, dezembro, 2011. Disponível em: h p://diariodonordeste.globo.com. Acessado em 10 de março de 2013. WIKIMEDIA. Disponível em: h p://commons.wikimedia.org. Acessado em 07 de abril de 2013. HENOUDA. Disponível em: h p://henouda.com.br. Acessado em 07 de abril de 2013. YURTS OF AMERICA. Disponível em: h p://www.yurtsofamerica.com. Acessado em 07 de abril de
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2013. 46
PLANTAS TÉCNICAS
13 - QUADROR
18 - PLANTA BAIXA AMPLIADA COZINHA
07
B
F3
PAINEL DE PISO VER DET 01 (PR-11)
PR-05
PR
.9684
DETALHE
1.0011 .0200
.0200
VER DET 5 (PR-16)
A
A
06
F2 .9684
.0200
.0200
1.0311
PR
5.0000
.9911
3.0232
3.0632
PR-05
F4
1.2632
1.2632
1.2632
.9474
1.2632
1.2632
1.2632
1.2632
10.1053
1.2632
.9474
PAINEL PAREDE VER DETALHES (PR-08/09/10)
F1 PR
06
B
12.0000
PR-05
PR
07
PR-05
1
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
PLANTA BAIXA ESCALA 1/50
DATA: DEZEMBRO/2013
01/45
1
3
2
4
3.0632
1 - ESTANTE 2 - CAMA SOLTEIRO 3 - BANCO 4 - MESA
VER DET 2 (PR-10)
10.1053
ESCALA 1/50
3.0632
1
LAYOUT TIPO 1
10.1053
ESCALA 1/50
3.0632
2
LAYOUT TIPO 2
10.1053
3 ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
LAYOUT TIPO 3 ESCALA 1/50
DATA: DEZEMBRO/2013
02/45
1 - ESTANTE 2 - CAMA SOLTEIRO 3 - BANCO 4 - MESA
2
3.0632
1
11.3684
1
LAYOUT TIPO 4 ESCALA 1/50
VER DET 2 (PR-10) 4
3.0632
3
11.3684
2
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
LAYOUT TIPO 5 ESCALA 1/50
DATA: DEZEMBRO/2013
03/45
07
B
F3
PR-05
PR
12.0000 .6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.6000
.9684
.6000
PERFIL K COBERTA VER DET 12 (PR-14)
06
F2
PR
F4
07 PR
5.0000
A PR-05
3.0632
A PR-05
PERFIL J PERFIL L COBERTA VER DET 11 (PR-14)
PR
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
06
B
F1
PR-05
.9684
LONA DA COBERTA VER DET 10 (PR-14)
1
COBERTA ESCALA 1/50
DATA: DEZEMBRO/2013
04/45
COBERTA EM LONA DE
.2000 .2186
COR BRANCA, i= 3,5 %
.2000
PAREDE EXTERNA TIPO 6 VER DET 1 (PR-09)
3.1094
PAREDE EXTERNA TIPO 2 VER DET 2 (PR-08)
2.4908
PAREDE EXTERNA TIPO 1 VER DET 1 (PR-08)
QUADROR 1.2632
1.2632
1.2632
1.2632
1.2632
1.2632
1.2632
1
1.2632
ESCALA 1/50
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 % D14 (PR-16) .2000
D13 (PR-16)
QUADROR D12 (PR-16)
2.6908
PAREDE EXTERNA TIPO 3 VER DETALHE (PR-09) PAREDE EXTERNA TIPO 4 VER DETALHE (PR-09)
2.8908
PAREDE EXTERNA TIPO 4 VER DETALHE (PR-09)
PERFIL M VER D12 (PR-14)
.2000
D11 (PR-16)
.2000
3.0632
.2000
3.4632
2
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/50
DATA: DEZEMBRO/2013
05/45
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 %
PAREDE EXTERNA TIPO 1 VER DET 1 (PR-08) PAREDE EXTERNA TIPO 2 VER DET 2 (PR-08)
PAREDE EXTERNA TIPO 6 VER DET 1 (PR-09)
QUADROR
1
ESCALA 1/50
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 %
QUADROR PAINEL PORTA TIPO 5 VER DET 1 (PR-10) PAINEL PAREDE EXTERNA TIPO 3 VER DET 2 (PR-09) PAINEL PAREDE EXTERNA TIPO 4 VER DET 3 (PR-09)
2
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/50
DATA: DEZEMBRO/2013
06/45
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 %
PAREDE EXTERNA TIPO 6 VER DET 1 (PR-09)
QUADROR
PAREDE EXTERNA TIPO 1 VER DET 2 (PR-08)
1
ESCALA 1/50
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 %
QUADROR PAINEL PAREDE EXTERNA TIPO 4 VER DET 3 (PR-09) PAINEL PAREDE EXTERNA TIPO 3 VER DET 2 (PR-09) PAINEL PAREDE EXTERNA TIPO 4 VER DET 3 (PR-09)
2
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/50
DATA: DEZEMBRO/2013
07/45
S1
PERFIL B
S2
D1 (PR-15)
D4 (PR-15)
118.411 PERFIL A
PERFIL A
PLACA DE OSB 180mm X 120mm e=15,1mm
PERFIL A
PERFIL A
PERFIL A
PERFIL A
PLACA DE OSB 180mm X 120mm e=15,1mm
D10 (PR-15)
2.40
240.000
234.000
186.316 240.000
PERFIL C
240.000
180.316
21
1.4
15
PERFIL B
PERFIL D D2 (PR-15)
PERFIL B
PERFIL A
PERFIL D
PERFIL D
53.684
PERFIL A
47.684
PERFIL A
PERFIL A
PERFIL D D4 (PR-15)
D4 (PR-15) PERFIL A
120.316
PERFIL A
PERFIL A 126.316
126.316
VISTA
VISTA
1 PAREDE EXTERNA TIPO 1
ESCALA 1/20
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
2 PAREDE EXTERNA TIPO 2
ESCALA 1/20
DATA: DEZEMBRO/2013
08/45
96.105 PERFIL A
90.295
PERFIL A
PERFIL A
PERFIL B
PERFIL B
PERFIL A
PERFIL A
PERFIL B
PERFIL B
PERFIL C
PERFIL C
PERFIL A
240.000
PLACA DE OSB 234mm X 94mm e=15,1mm
234.000
3 .18 247
0 .92
PLACA DE OSB 234mm X 96mm e=15,1mm
240.000
247
PERFIL C
234.000
180.316
6.7 21
COR BRANCA
71
LONA DE
PERFIL A
47.684
LONA DE
COR BRANCA
PERFIL A
PERFIL B
PERFIL B
PERFIL A
PERFIL A
126.316
1
102.105
PAREDE EXTERNA TIPO 3
ALUNA: KAREN COSTA
ESCALA 1/20
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
2
100.105
PAREDE EXTERNA TIPO 4 ESCALA 1/20
3
PAREDE EXTERNA TIPO 5 ESCALA 1/20
DATA: DEZEMBRO/2013
09/45
D8 (PR-15)
S3
D3 (PR-15)
PERFIL I PERFIL G
TECIDO 100% PERFIL H
100.105
306.316
PERFIL A
40.724
40.724
PERFIL B
PERFIL C
D9 (PR-15)
PERFIL C
PERFIL B
74.739
74.739
PERFIL A
FECHADURA
PLACA DE OSB 180mm X 120mm e=15,1mm
PERFIL C D9 (PR-15) 74.739
74.739
PLACA DE OSB 230mm X 87mm e=15,1mm
240.000
234.000
PERFIL C
237.000
FECHADURA
D9 (PR-15)
PERFIL C
PERFIL C
49.798
49.798
PERFIL B D5 (PR-15)
PERFIL A 84.295 94.105
VISTA
1
PAREDE EXTERNA TIPO 6 (PORTA)
ALUNA: KAREN COSTA
ESCALA 1/20
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
2
PAREDE INTERNA (CORTINA) ESCALA 1/20
DATA: DEZEMBRO/2013
10/45
D7 (PR-15)
S4 PERFIL F
PERFIL A
PERFIL A
PERFIL B
PLACA DE OSB 180mm X 120mm e=15,1mm 75.419
75.419
PERFIL B
D9 (PR-15)
PERFIL C
PERFIL B PERFIL C
74.739
PLACA DE OSB 300mm X 120mm e=15,1mm
PLACA DE OSB 300mm X 120mm e=15,1mm
306.316
300.316
74.739 300.316
306.316
300.316
PERFIL B
D9 (PR-15)
PERFIL C
74.739
PERFIL A PERFIL A
306.316
74.739
PERFIL C
D9 (PR-15)
PERFIL C
PERFIL B
75.419
75.419
PERFIL C
D7 (PR-15) PERFIL A
PERFIL B
PERFIL F
PERFIL A 126.316
126.316
TOPO
BASE
1
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
PAINEL DE PISO ESCALA 1/20
DATA: DEZEMBRO/2013
11/45
D7 (PR-15)
S5
PERFIL F
120.316
116.506
PERFIL A
PERFIL F
PERFIL B
PERFIL B
PERFIL A PERFIL B
PLACA DE OSB 120mm X 120mm e=15,1mm
PERFIL A
123.237
PLACA DE OSB 120mm X 120mm e=15,1mm
123.237
PLACA DE OSB 120mm X 120mm e=15,1mm
PERFIL A D6 (PR-15)
PERFIL E
120mm X 59,68mm e=10mm
PERFIL E
PERFIL E
306.316
120mm X 59,68mm e=10mm
D6 (PR-15)
PERFIL B
CHAPA PERFURADA DE 300.316
CHAPA PERFURADA DE
PERFIL E
59.842
306.316
120mm X 59,68mm e=10mm
300.316
300.316
CHAPA PERFURADA DE
59.842
PERFIL E
306.316
PERFIL E
D3 (PR-15)
PERFIL B
PLACA DE OSB 120mm X 120mm e=15,1mm 123.237
PLACA DE OSB 120mm X 120mm e=15,1mm
123.237
PLACA DE OSB 120mm X 120mm e=15,1mm
D7 (PR-15) PERFIL B
PERFIL B PERFIL B
PERFIL F 126.316
PERFIL A
PERFIL A 126.316
PERFIL F
TOPO
BASE
1 PAINEL DE FORRO
ESCALA 1/20
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
DATA: DEZEMBRO/2013
12/45
PARAFUSO DE
20.000
2.645
5.290 14.710
326.316
278.500
PERFIL RETANGULAR EM PINTADO COM
291.725
20.000 CHAMFRO PARA PERMITIR 2.645
2.645
278.500
286.435
COR VERMELHO
15.000 15.000
346.316
1
ALUNA: KAREN COSTA
ACABAMENTO TIPO MEIA ESQUADRIA
QUADROR - VISTA FRONTAL
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/20
2
QUADROR - VISTA LATERAL ESCALA 1/20
DATA: DEZEMBRO/2013
13/45
.200 .158
.150 R
2
ESCALA 1/2
PERFIL B
4.768
PERFIL C
3
ESCALA 1/2
4
ESCALA 1/2
UTILIZADO EM:
UTILIZADO EM:
UTILIZADO EM:
PISO E FORRO
FORRO
PISO
1.950
.300
.158
1.950
3.000
50 .1
PERFIL A
1
2.540
2.000
2.000
1.950
PERFIL D
5
ESCALA 1/2
UTILIZADO EM:
PERFIL E ESCALA 1/2
UTILIZADO EM: PAINEL DE FORRO
.150 .150 1.270
2.540
2.540
PERFIL F ESCALA 1/2 UTILIZADO EM:
PERFIL G
7
.300
3.810
1.905
2.540
6
0 .10
8
ESCALA 1/2 UTILIZADO EM: CORTINA
PERFIL H ESCALA 1/2 UTILIZADO EM: CORTINA
9
PERFIL I ESCALA 1/2 UTILIZADO EM: CORTINA 15.240
15.422
FORRO
1.000
.300
5.080
5.080 15.240
7.000
10
3.251
3.000
3.000
.300
7.000
PERFIL L ESCALA 1/2 UTILIZADO EM:
11
PERFIL J
12
ESCALA 1/2 UTILIZADO EM: SUPORTE COBERTA
PERFIL M ESCALA 1/2
13
PERFIL K ESCALA 1/2 UTILIZADO EM: SUPORTE COBERTA
UTILIZADO EM:
HABITACIONAL
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
DATA: DEZEMBRO/2013
14/45
1
PERFIL TIPO A
4.7
68
1.510
DETALHE D1
2
ESCALA 1/5 UTILIZADO EM: PAINEL 1
3.000
3.000
PERFIL TIPO A PERFIL TIPO A
3.000
PARTE
PLACA DE OSB e=15,1mm
PERFIL TIPO A
1.950
1.950 3.000
PERFIL TIPO B
2.000
PERFIL TIPO B 3.000
1.950
3.000
PERFIL TIPO A
PLACA DE OSB e=15,1mm
PARTE FIXA
1.510 2.000
4.7
PLACA DE OSB e=15,1mm
PERFIL TIPO D
3 DETALHE D3
DETALHE D2
4 DETALHE D4
ESCALA 1/5
ESCALA 1/5
ESCALA 1/5
UTILIZADO EM: PAINEL 6 (PORTA)
UTILIZADO EM: PAINEL 1
PERFIL TIPO D
68
PERFIL TIPO B
1.510
PERFIL TIPO A
UTILIZADO EM:
1.510 PLACA DE OSB e=15,1mm
2.540
5
3.000
2.540
PERFIL TIPO B
3.000
PERFIL TIPO A
DETALHE D5
DETALHE D6
6
ESCALA 1/5
7
ESCALA 1/5 UTILIZADO EM: PAINEL DE FORRO
PLACA DE OSB e=15,1mm
DETALHE D7 ESCALA 1/5 UTILIZADO EM:
PERFIL TIPO D
4.7 68
PERFIL TIPO D 4.768
2.540
PERFIL TIPO H
1.510
3.200
PERFIL TIPO F
1.950
PERFIL TIPO A
PERFIL TIPO I
1.905
CHAPA PERFURADA DE
1.950
UTILIZADO EM: PAINEL 6
1.230
1.000
1.950
PERFIL TIPO B
1.950
PARTE
PERFIL TIPO E
1.510
PLACA DE OSB e=15,1mm
PERFIL TIPO G 2.540
PERFIL TIPO C
8
DETALHE D8 ESCALA 1/5 UTILIZADO EM: CORTINA
ALUNA: KAREN COSTA
9
DETALHE D9 ESCALA 1/5
ABERTO
FECHADO
10 DETALHE D10 ESCALA 1/5
UTILIZADO EM:
UTILIZADO EM:
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
DATA: DEZEMBRO/2013
15/45
OS PERFIS F DA PLACA DE PISO PERMITEM QUE AS
PARAFUSOS PARA
OS PERFIS F DAS PLACAS DE FORRO PERMITEM QUE AS
ENCAIXADAS FACILMENTE
PERFIL TIPO G
SEJAM ENCAIXADAS FACILMENTE
PARAFUSOS PARA
QUADROR
1
DETALHE D11
2
ESCALA 1/5 ENCAIXE PAREDES EXTERNAS EM PISO
DETALHE D12 ESCALA 1/5
PERFIL TIPO J
3
ENCAIXE FORRO EM PAREDES EXTERNAS
DETALHE D13 ESCALA 1/5
QUADROR
PARAFUSOS PARA
PLACAS SANFONADAS - VER ESQUEMA DE FECHAMENTO (DET 6 PR-16)
PLACAS FECHADAS
PERFIL K
PARAFUSOS PARA
PERFIL TIPO G
5 DETALHE D15
ESCALA 1/5
QUADROR
4
DETALHE D14 ESCALA 1/5
MESMA TIPOLOGIA (PAREDE EM PAREDE, PISO EM PISO, FORRO EM FORRO)
QUADROR
6
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESQUEMA DE FECHAMENTO SEM ESCALA
DATA: DEZEMBRO/2013
16/45
PR
23
F3 2.44
2.44
2.44
2.44
2.44 PR
24
F3a
6.00
VER DETALHE COZINHA AMPLIADO (PR-18)
PISO EM PLACAS DE COMPENSADO NAVAL RECOBERTAS COM ALIMENTOS
2.44
7.12
2.44
.036
10.73
9.62
+0.15m
VER DET. 07 (PR-42)
6.00 .03
6.88
6.00
F1a PR
24
+0.15m
CONTAINER CONECTOR +0.15m 6.00
2.44
6.00
2.44
2.44
2.44
2.44
2.44
F1
1
PR
22
ESCALA 1/150
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
DATA: DEZEMBRO/2013
17/45
06
F2
5.88
.03 4.61
+0.15m
PR
24
F2a
.03
PR
6
14.00 6
+0.15m
.03
VER DET. 07 (PR-42)
12.18
PISO EM PLACAS DE COMPENSADO NAVAL
A
.03
LAVAGEM
6.00
6
2.44
3.56
2.44
2.44
PR-05
13.29
2.44
2.44
6
+0.15m 2.44
7.26
6.00
+0.15m
2.44
23
F4
PR
CONTAINER CONECTOR
2.44
2.44
COZINHA
1.13 1.13
A PR-21
2.44
6
24 PR
12.00
F4a
+0.15m
2.44
.036
6.06
PISO EM PLACAS DE COMPENSADO NAVAL VER DET. 07 (PR-42)
TABELA LAYOUT COZINHA 1 - ESTANTE DE PRATELEIRAS 5 - FORNO 6 - MESA DE TRABALHO 2 - PIA 3 - GELADEIRA 4 - CONGELADOR
1.13
8
24
F4a
1.13
9.62
6
7.29 3.56
A
PR-21
6.18
PR
.03
10.73 6.00
2.44
6.06
+0.15m
ALIMENTOS +0.15m
7
PISO EM PLACAS DE COMPENSADO NAVAL RECOBERTAS COM
6.88
6
+0.15m
VER DETALHE PLACAS DE FORRO DET 08 (PR-42)
LAVAGEM
2.44
24
F1a
PR
COZINHA
+0.15m
.036
.036
4.61
6
.03
24
F3a
VER DET. 07 (PR-42)
PR
2.44
1
.036
7.26 6
5.88
.03
.036
6.00
14.00 3
2
A
24
5 PR-21
F2 a PR
4
1 PLANTA BAIXA AMPLIADA COZINHA
ESCALA 1/75
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
DATA: DEZEMBRO/2013
18/45
2.44
2.44
2.44
2.44
1 - ESTANTE DE PRATELEIRAS 3 - GELADEIRA 5 - FORNO
2.44
2 - PIA 4 - CONGELADOR 6 - MESA DE TRABALHO
PERFIL DE
6.00
VER DET. 05 (PR-23) 1.00
1.00 DA REDE DE NYLON
10.77
4.88
7
7.12
6
2.44
2.44
2.44
2.44
2.44
PERFIL DE
1.00
VER DET. 05 (PR-23)
12.00
5 1.00 1.00 REDE DE NYLON
2.44
3
12.00
1.29
4
12.19
1.00
6.00
9
2
9.56
1 9
8
2.44
1
12.00
12.19
ESCALA 1/150
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
DATA: DEZEMBRO/2013
19/45
PR
23
F3 1.44 1.00
9.31 7.31
1.44 1.00 REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM PR
24
6.00
F3a
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
DE VIDRO (3.000 L)
9.31
18.00
1.44
24
F2 18.00 12.00
12.19
F1a PR
24
12.19
1
F1
ESCALA 1/150
PR
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
22
DATA: DEZEMBRO/2013
20/45
PR
24
F2a
PR
COR BRANCA, i= 35 %
A PR-21
COBERTA EM LONA DE
A
22
6.00
PR
12.00 23
1.00
PR-21
F4
PR
7.31
F4a
1.00
1.44
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 % DE VIDRO (3.000 L) VER CORTE COZINHA AMPLIADO (PR-21)
.20 2.59
2.97
2.59
2.59
.20
PERFIL EM CONTAINER VER DET. 04 (PR-21)
1
DET. 05 (PR-06)
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
ESCALA 1/150
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
.20 2.59
2.97
2.59
2.59
.20
VER CORTE COZINHA AMPLIADO (PR-21)
2
.20
REDE DA ESTRUTURA DO CONTAINER
.15
.85 .15
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA
1.17
.59
.62 .09 1.73
2.59
3
PAINEL TIPO 3 - VER DET. 03 (PR-42)
.59.09.31
DE VIDRO (3.000 L)
PAINEL DE FORRO TIPO 9 - VER DET. 09 (PR-42)
2.97
PAINEL TIPO 2 - VER DET. 02 (PR-42)
ESCALA 1/150
DETALHE CORTE A - COZINHA AMPLIADA
ALUNA: KAREN COSTA
ESCALA 1/75
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
4
ESCALA 1/20
DATA: DEZEMBRO/2013
21/45
1
ESCALA 1/150
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
2
ESCALA 1/150
PINTADO COM ESMALTE
3
ESCALA 1/150
.20
PARA ELEVAR A REDE DA ESTRUTURA DO CONTAINER VER DET. 4 (PR-21)
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
2.59
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
.05
VER DET. 5 (PR-23)
4
ESCALA 1/150
5 ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
1.00
ESCALA 1/50
DATA: DEZEMBRO/2013
22/45
1
ESCALA 1/150
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
2 PINTADO COM ESMALTE
ESCALA 1/150
PINTADO COM ESMALTE
3
ESCALA 1/150
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
5.000
COMPRIMENTO: 1,00m
8.000
4 ALUNA: KAREN COSTA
ESCALA 1/150
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
5 DET. PERFIL FIX. REDE
ESCALA 1/5
DATA: DEZEMBRO/2013
23/45
DE VIDRO (3.000 L)
PAINEL TIPO 2 - VER DET. 02 (PR-42)
1
FACHADA F2a - COZINHA ESCALA 1/75
DE VIDRO (3.000 L)
PAINEL TIPO 3 - VER DET. 03 (PR-42)
DE VIDRO (3.000 L)
ESCALA 1/75
DE VIDRO (3.000 L)
PINTADO COM ESMALTE
PINTADO COM ESMALTE
3 ALUNA: KAREN COSTA
2
FACHADA F4a - COZINHA
FACHADA F1a - COZINHA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/75
4
FACHADA F3a - COZINHA ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
24/45
PR
32
A
PR-30
F3
ADMINIST.
(ROUPAS)
6.04
3.55
+0.15m
.036
12.00
+0.15m
.036
3.64
ESCADA HELICOIDAL
33
F2
MATERIAIS
PR
6.04
F4
PR
34
+0.15m
B PR-31
ENFERMARIA (HIG. PES.)
+0.15m
5.92
4.81
5.92
B PR-31
+0.15m
4.74
2.44
2.44
4.74
2.44
16.80
A
PR-30
ALUNA: KAREN COSTA
F1
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
PR
32
1
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
25/45
A
PR-30
PR
32
F3 16.44
1.13
3.39
1.13
.36
1.13
3.39
3.55
1.13
.18
ESCADA HELICOIDAL
33
F2
PR
1.20
ASSISTENTE SOCIAL 1
B
12.00
2.44
3.64
F4
PR
34
6.00
3.55
.18
ASSISTENTE SOCIAL 2
+2.76m
+2.76m
+2.76m
B
+2.76m
PR-31
4.81
4.81
6.00
PR-31
.036
.036
2.94
2.44
2.90
4.56
.036 2.44 11.56
2.44
A
PR-30
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
.036
2.94 4.56
.036 2.44 2.44
F1 PR
32
1 ALUNA: KAREN COSTA
3.03
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
26/45
1.00
2.44
1.00
2.56
1.00
2.44
1.00
2.56
1.00
2.44
1.00
1 VER DET. 05 (PR-23)
6.04
6.04
4.75
ESCADA HELICOIDAL
1.55
2.01
.03
.036
2 6
2.44
12.00
1.00
REDE DE NYLON
5.92
4.81
5.92
3
2.44
4.56
2.44 11.56
2.44
4.56
2.44 2.44
16.43
TABELA LAYOUT ADMINISTRATIVO 1 - CADEIRA 2 - MESA DE TRABALHO 3 - MACA HOSPITALAR 4 - ESTANTE
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
1
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
27/45
16.44 .18
1.13
3.39
1.13
.36
1.13
3.39
1.13
.18
GUARDA-CORPO 3.55
ESCADA HELICOIDAL
2.44
12.00
3.64
1.20
6.00
3.55
PASSARELA EM CHAPA
2
1
4.81
4.81
6.00
4
.036 2.44
.036
2.94
2.90
4.56
2.44 11.56
2.44
TABELA LAYOUT ADMINISTRATIVO 1 - CADEIRA 2 - MESA DE TRABALHO 3 - MACA HOSPITALAR 4 - ESTANTE
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
.036
1
3.03
.036
2.94 4.56
.036 2.44 2.44
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
28/45
PR
1.00
2.44
F3
A
PR-30
1.00
32
2.56
1.00
2.44
1.00
2.56
1.00
2.44
1.00
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
33
F2 COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 35 %
B
PR
12.00
2.44
4.94
F4
PR
34
1.50
TREPADEIRA
B PR-31
1.00
PR-31
1.00
12.00
1.00
14.00
A
PR-30
ALUNA: KAREN COSTA
F1
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
PR
32
1
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
29/45
COBERTA EM LONA DE
PAINEL TIPO 4 - VER DET. 04 (PR-42)
.38
COR BRANCA, i= 3,5 %
5.56 2.59
2.70
(ADMINISTRATIVO) PINTADO COM ESMALTE
1.03
2.59
PASSARELA EM CHAPA
PAINEL TIPO 4 - VER DET. 04 (PR-42)
1
ESCALA 1/75
COBERTA EM LONA DE
5.56 2.59
2.70
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
1.03
2.59
.38
COR BRANCA, i= 3,5 %
2 ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
30/45
COBERTA EM LONA DE
PAINEL TIPO 5 - VER DET. 05 (PR-42)
PAINEL TIPO 4 - VER DET. 04 (PR-42)
2.59
COR BRANCA, i= 3,5 %
5.18
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
2.59
TREPADEIRA
1
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
31/45
COBERTA EM LONA DE
PAINEL TIPO 1 VER DET. 01 (PR-42)
COR BRANCA, i= 3,5 %
PAINEL TIPO 4 VER DET. 04 (PR-42)
COR VERMELHO REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
COM ESMALTE
TREPADEIRA
PINTADO COM COR VERDE
1
ESCALA 1/75
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 %
GUARDA-CORPO
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
+ 2.70m
TREPADEIRA
+0.16875m
ESCADA HELICOIDAL
2 ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
32/45
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 %
COR VERMELHO
PAINEL TIPO 2 VER DET. 02 (PR-42)
1
ESCALA 1/75
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 %
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
2 ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
33/45
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 %
COR VERMELHO
PAINEL TIPO 2 VER DET. 02 (PR-42)
1
ESCALA 1/75
COBERTA EM LONA DE COR BRANCA, i= 3,5 %
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
2
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
34/45
PR
40
B
PR-38
F3
17.00 3.00
3.00
.036 .036
5.91 1.22
.036
LAVANDERIA/ BEBEDOURO
2.44
+0.15m
+0.15m
BANHO FEMININO
2.44
BANHO MASCULINO
+0.15m
+0.15m
FEMININO
MASCULINO
2.44
7.31
40
F4
PR
.036
4.65
D.M.L.
A
.036
5.91
39
.036
2.50
F2
.036
6.00
PR
2.50
A
+0.15m
+0.15m
PR-38
PR-38
.036
5.91
.036
.036
5.02
6.00
2.50
2.50
6.00
B
PR-38
39
1
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
.036
F1 PR
ALUNA: KAREN COSTA
5.90
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
35/45
7 - CHUVEIRO PARA P.N.E.
8 - TANQUE DE LAVAR ROUPA
6 - CHUVEIRO 9 - BEBEDOURO
17.00 2.50
3.00 1.75
6.00
1.04
1.04
1.02
1.13
.63
1.25
1.02 1.25
1.04
1.04
1.75 1.88
.41
1.52
9
.08
1.00
1.00
2.36
8 2.44
2.50
.04 1.00 .04 1.00 .04 1.00 .04 1.00 .09 1.00 .04 1.00 .04 1.00 .04 1.00 .04 1.88
.41
3.00
REDE DE NYLON
2.36
VER DET 5 (PR-23)
2.36
.08
1.00
6
1.00
2.44
5
2.44
2
4 3
1.00
1
1.00
7.31
7
.68
2.57 1.75
.36
.67
.67
1.32
1.32
.04 .69 .04 .65 .04 .65 .04 1.00 .04 1.00
1.77
.69
.67
.90
1.02
.49 2.50
2.50
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
2.57
.68
1.02
1.02
1.02
1.75 2.00
.36
6.00
1 ALUNA: KAREN COSTA
.67
1.00 .04 1.00 .04 1.00 .04 1.00 .04
.49
6.00
.67
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
36/45
PR
40
B
PR-38
F3
17.00 3.00
6.00
3.00
2.50
39
F2
PR
1.00 2.44
A
8.31
40 PR
F4
1.44
1.00
1.44
2.50
A PR-38
1.00
PR-38
6.00
5.00
B
PR-38
F1
DE VIDRO (3.000 L)
PR
1
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
6.00
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
39
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
37/45
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
1.91
2.59
.59 .29
DE VIDRO (3.000 L)
COMPENSADO NAVAL
1
ESCALA 1/75
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
2
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
38/45
PINTADO COM COR AZUL ESCURO
PAINEL TIPO 2 - VER DET. 02 (PR-42)
1 REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
ESCALA 1/75
DE VIDRO (3.000 L)
2
ESCALA 1/75
DE VIDRO (3.000 L) PINTADO COM COR AZUL CLARO
PINTADO COM ESMALTE ESCURO
3 ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
39/45
PINTADO COM ESMALTE
PINTADO COM ESMALTE
PAINEL TIPO 2 - VER DET. 02 (PR-42)
ESCURO
1
ESCALA 1/75
REDE DE NYLON COM MALHA QUADRADA RECOBERTA COM
DE VIDRO (3.000 L)
2
ESCALA 1/75
DE VIDRO (3.000 L) PINTADO COM COR AZUL CLARO
PINTADO COM ESMALTE ESCURO
3 ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
ESCALA 1/75
DATA: DEZEMBRO/2013
40/45
1
5
4
POLIURETANO (VER DETALHES - PR-42)
2.44
2.59
A
PR-41
E POLIURETANO (VER DETALHES PR-42)
3
2
6.00
3
ESCALA 1/50 2
6.00
1
2
2.59
2.59
ESCALA 1/50
POLIURETANO (VER DETALHES - PR-42)
E SISTEMA DE CALHA INTERNO
2.44
2.44
2.44
4
ESCALA 1/50
POLIURETANO (VER DETALHES - PR-42)
2.59
6.00
2
ESCALA 1/50
2.44
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
5
CORTE A ESCALA 1/50
DATA: DEZEMBRO/2013
41/45
POLIURETANO
2
ESCALA 1/50
(PAREDE)
DET. PAINEL TIPO 2 (PAREDE)
3
5 DET. PAINEL TIPO 5
.0646
4
2.3305
.5600 2.3305 2.3580
2.3210 .0612
.7000 .1104
1.7400
.5600
(PAREDE)
DET. PAINEL TIPO 4 (PAREDE)
ESCALA 1/50
PLACAS DE COMPENSADO NAVAL RECOBERTAS COM
7 DET. PAINEL TIPO 7
ESCALA 1/50
(PORTA)
ESCALA 1/50
1.1288
6 DET. PAINEL TIPO 6
ESCALA 1/50
(PORTA)
.7000
2.3905
PORTA EM
.1718 .7000
PORTA EM
POLIURETANO
DET. PAINEL TIPO 3
1.1840
1.1288
ALIZAR EM
ESCALA 1/50
PAINEL DE
2.4468
1
DET. PAINEL TIPO 1
POLIURETANO
.5600
PAINEL DE
1.1288
.5905
PAINEL DE
1.1505
2.3305
1.7405
2.3305
POLIURETANO
1.1800
.5900
PAINEL DE
ESQUADRIA BASCULANTE
1.1288
.5600
ESQUADRIA BASCULANTE
1.1288
.5600
ESQUADRIA BASCULANTE
1.1288
ESCALA 1/50
(PISO)
1.1288 1.1288
.2000 .7288 .2000 CHAPA PERFURADA DE
POLIURETANO
120mm x 59,68mm
.7423
PAINEL DE
POLIURETANO EXPANDIDO .300 2.700 .300
PAINEL DE
2.3597
1.0000
2.3580
2.822
.6157
POLIURETANO
8
DET. PAINEL TIPO 8 (FORRO)
ESCALA 1/50
9
2.822
PLACA TIPO MACHO
2.822
2.822
DET. PAINEL TIPO 9 (FORRO)
ESCALA 1/50
10 DET. ENCAIXE PLACAS
ESCALA 1/2
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
DATA: DEZEMBRO/2013
42/45
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
DATA: DEZEMBRO/2013
43/45
ALUNA: KAREN COSTA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
DATA: DEZEMBRO/2013
44/45
1 2 3 PASSARELA
4 5
PARQUINHO
6
25
24
23
22
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
09
08
26
ADA
PAR
06
05
DE
04
03
02
01
EDESTRES ACESSO P
3
15 .0 0
27
07
20m
3 20m
20,5m 28
E ER
ISS
I
AT
J OS
AV
EN
.S
3
21,5m
20,5m
L AR .C
21m
20,5m 20,5m
20,5m 21m
R9
.72
3
R13
RES DEST
O PE
S
ACES
.8
20,5m
PARADA DE
21m
20m 20,5m
RA
21,5m 20,5m 21m
21m
10.00 3
21,5m
2.50 2 .50
R. PED R
O DAN TAS
R. BOA
19,5m
VENTU
20m
3 21,5m
4 ACESS
O PRIN
CIPAL
2
5
21m
1 6
ACESS
O PED
ESTRE S PARADA DE
1 LIMITE DO TERRENO
ALUNA: KAREN COSTA
LIMITE DO RECUO ESTABELECIDO PELA PREFEITURA
ORIENTADORA: HULDA WEHMANN
EIXOS AUXILIARES PARA HABITACIONAIS
PISO BRASTON MEGADRENO COR VERMELHO (40x40cm)
ESCALA 1/1750
VIAS PARA PEDESTRES PISO BRASTON MEGADRENO COR OCRE (22x14cm)
DATA: DEZEMBRO/2013
45/45