TFG_Arquitetura_Corpos em Movimento_Ação_Karen B. Evangelisti

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Karen Balsevicius Evangelisti | Trabalho Final de Graduação Orientadora | Profa. Ms. Luciana Brasil Arquitetura e Urbanismo | Universidade São Judas Tadeu


“ O arquiteto, à semelhança de um diretor de cinema, deve saber captar a luz, o movimento, produzindo por meio de seus projetos uma coreografia de ritmos, gestos, imagens, tomadas (planos) e fantasia. Saber realizar, enfim, a síntese entre o universo real e o virtual...” (NOUVEL, Jean (entrevista). AU – Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, ano 12, out./nov. 97.Jean Nouvel)


Agradecimentos Gostaria de agradecer à todos que me acompanharam até aqui e que trouxeram alguma contribuição, direta ou indireta durante meu percurso acadêmico. Agradeço imensamente minha orientadora, Luciana Brasil, primeiramente pela oportunidade uma vez que suas aulas sempre foram uma inspiração para mim, por sua dedicação, pelo incentivo durante todo a trajetória e por sempre acreditar no potencial do trabalho. Aos professores e amigos que acompanharam e enriqueceram minha formação, e em especial àqueles que estiveram ao meu lado em todos os momentos, Hyolanda e Roberto. Assim como aos amigos da vida profissional, pelo aprendizado adquirido que pôde ser refletido na minha vida acadêmica. À minha família, pelo apoio incondicional e pelas oportunidades que me proporcionaram, principalmente à minha mãe, verdadeira companheira durante todo o caminho. E ao Lucas, pelo companheirismo, apoio, carinho e paciência.


Resumo

O presente trabalho consiste no estudo da conexão urbana a partir de uma fresta da cidade de São Paulo que funciona como barreira urbana separando duas áreas públicas, a Praça Coronel Fernando Prestes e o Parque da Luz. A proposta do objeto de estudo é de atuar nesse espaço, articulando esses dois territórios através de um equipamento cultural, o cinema, com o objetivo de promover novos pontos de encontro e convivência; transformar um lugar ocioso em um lugar ativo, fundamental para a dinâmica urbana; assim como promover a requalificação cultural e oferecer um espaço de qualidade à cidade. O cinema, quando relacionado ao espaço público tem a capacidade de estabelecer vínculos afetivos entre o usuário e o entorno. Buscamos hoje uma mudança na lógica da construção da nossa cidade, uma cidade que estimule o convívio social e sua relação com a paisagem urbana. A fim de obter tais resultados, foram feitas pesquisas de referências teóricas e projetuais que embasam estes conceitos, investigações sobre a trajetória dos cinemas em São Paulo para compreendermos a consolidação do cenário atual, visitas e entrevistas relacionadas ao tema para subsidiar a consolidação do programa, e estudos de aproximações ao local para entender sua dinâmica e dessa forma se faz a ação projetual.


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2. ESPAÇO PÚBLICO 2.1 A cidade para pessoas 2.2 O espaço público na relação com o equipamento cultural

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3. ARQUITETURA TEMPORÁRIA

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4. CINEMA 3.1 Trajetória dos cinemas em São Paulo 3.2 Cinema e o espaço urbano

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5. CINEMA BRASILEIRO 4.1 Panorama histórico da produção cinematográfica 4.2 O Renascimento do cinema nacional 4.3 Festivais e Mostras 4.4 Cinema e educação

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6. ESTUDOS DE CASO 6.1 Projetos de referências 6.2 Visitas e entrevistas

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7. PROJETO 7.1 Localização 7.2 Leitura e aproximações ao lugar 7.3 Legislação 7.3 Partido 7.4 Programa 7.5 Projeto

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sumário

1. INTRODUÇÃO 1.1 Problemática 1.2 Objetivo 1.3 Justificativa



Este trabalho pretende refletir sobre espaços que se conectam à cidade, implicitamente ou explicitamente. Esses espaços ou frestas, que são como um respiro para a cidade vão aos poucos tornando-se espaços residuais e áreas subutilizadas. A proposta do projeto é de atuar nesses espaços, pensando como a arquitetura articula as conexões urbanas assim como atribuir novos significados à esses lugares, temporariamente a partir de estruturas preexistentes.

1. Introdução

1.1 Problemática

1.2 Objetivo Com base nessa problemática, o objetivo do trabalho é buscar a conexão de duas áreas públicas (Praça Coronel Fernando Prestes e Parque da Luz) separadas por barreiras urbanas. A partir desta fresta, o projeto funcionará como uma interligação na malha urbana. Através um equipamento de caráter cultural - o cinema, o projeto deverá dar continuidade ao espaço público, como uma extensão da praça integrando-o em uma nova rearticulação de percurso. Dessa forma, deverá também exceder a escala do lote e intervir na escala urbana da cidade, a partir de intervenções pontuais e temporárias. Os eventos são importantes para ativar novos lugares, promover encontros e resgatar os espaços públicos da cidade.

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1.3 Justificativa “Muitas cidades hoje necessitam de uma acupuntura porque deixaram de cuidar de sua identidade cultural. Um triste exemplo disso é o desaparecimento dos cinemas municipais. No passado os cinemas representaram para as pessoas o espaço mágico da fantasia, da música, da utopia, da realidade, do sonho, da esperança. E foram também um ponto de encontro fundamental para a cidade. Os cinemas influenciaram gerações inteiras, não só o aspecto cultural. Eram locais onde as pessoas se encontravam, discutiam, se divertiam e, frequentemente, levavam essas discussões para outros pontos da cidade. O cinema difundiu a moda, a literatura, a dança, a música, a história.” [1]

A intervenção do projeto se dá através do cinema, que quando articulado com o espaço público proporciona interações, encontros, sociabilidades, manutenção e valorização da rua. Ele tem essa força de criar um vínculo afetivo entre o usuário e o entorno. O cinema resgata o valor do espaço público e da área histórica de São Paulo.

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“Sem esses lugares a cidade perde sua memória, seus pontos de encontro e sociabilidade, fica sem referência. [...] A reabertura de um cinema de rua simboliza a reversão de um processo de abandono do espaço público na cidade.” [2]

Página anterior: Praça Coronel Fernando Prestes. Acervo próprio. 1. LERNER, Jaime. Acupuntura urbana. Rio de Janeiro: Record, 2003. P13. 2. BONDUKI, Nabil < http://www. vitruvius.com.br/revistas/read/ drops/14.076/5026 > Março,2014.

Imagens: Movimento Belas Artes - passeata contra o fechamento Reinauguração Caixa Belas Artes Fonte: <http://cidadeaberta.org.br/volta-dobelas-artes-pode-demarcar-reaberturade-cinemas-de-rua/> acesso 30/03/2014 < http://movimentocinebelasartes.com. br/> acesso 05/04/2014 <https://www.flickr.com/ photos/84462177@N04/> acesso 16/10/2014


“Novas telas também devem aparecer com a SPCine, que pretende voltar todas as suas forças para a exibição. Isso já começou com a reabertura do Cine Belas Artes.”[4] 4. NERY, Renato < http:// revistadecinema.uol.com.br/index. php/2014/04/spcine-mudara-cenarioda-producao-paulista/ > Abril 2014

Imagens: Mostra Internacional de Cinema Cinesesc e vão livre do MASP Reinauguração Caixa Belas Artes Fonte: < http://movimentocinebelasartes.com. br/> acesso 05/04/2014 <https://www.flickr.com/ photos/84462177@N04/> acesso 16/10/2014

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, sancionou dia 20/12/2013 o projeto de lei municipal 772/2013 que cria a SP Cine. A SP Cine atuará como distribuidora, fomentadora, investidora em desenvolvimento de projetos e incubadora. Terá também o objetivo de financiar eventos, pesquisas e construção de salas de exibição, assim como subsidiar produções audiovisuais. Vivenciamos hoje um cenário onde a grande maioria das salas de cinemas estão dentro de shoppings centers, simulacro de espaço urbano, um lugar genérico, reprodutível com impactos na produção da cidade, assim como os grandes condomínios residenciais e comerciais que se fecham sobre si mesmo, murados, que privatizam seu entorno e criam barreiras que nos impedem de passear, circular, atravessar livremente entre as quadras, impedem o acesso à cidadania. Dessa forma, é importante pensar o projeto buscando também a permeabilidade do solo, a conexão através do térreo é essencial para a qualidade do espaço público.

1. Introdução

3. LERNER, Jaime. Acupuntura urbana. Rio de Janeiro: Record, 2003. P14.

“Uma boa acupuntura é ajudar a trazer gente para a rua, criar pontos de encontro e, principalmente, fazer com que cada função urbana catalise bem o encontro entre as pessoas.” [3] |09


A partir da atual conjuntura, das questões contemporâneas de arquitetura e lugar, com as recentes manifestações que reinvidicaram também a valorização dos espaços públicos, mobilizações pela volta dos cinemas de rua, bem como a aprovação do novo Plano Diretor Estratégico, demonstra que existe um desejo de mudança na lógica da construção da nossa cidade. Sendo assim, através da ação e vivência dos corpos em movimento os espaços são ativados, promovendo uma requalificação cultural no lugar, com uma função urbanística de rever e criar um tecido urbano dedicado ao pedestre e à convivência.

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“[...] o espaço não é simplesmente a projeção tridimensional de uma representação mental, mas é algo que se ouve e no qual se age. [...] Espaços de movimentos – corredores, escadas, rampas, passagens, soleiras; é aí que começa a articulação entre o espaço dos sentidos e o espaço da sociedade [...] Os corpos não somente se movem para o seu interior, mas produzem espaços por meio e através de seus movimentos [...] No limite, esses eventos se transformam em cenários ou programas, esvaziados de implicações morais ou funcionais, independentes porém inseparáveis dos espaços que os encerram.” [5]

5. TSCHUMI, Bernard. “Arquitetura e limites II” In: NESBITT, Kate - Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2ª Ed.rev. 2008.p. 181

Legenda das imagens: abaixo e página ao lado - Manhattan Transcripts. Fonte:<http://www.archdaily.com. br/br/627792/bernard-tschumi-falasobre-sua-educacao-sua-obra-e-seustextos> acesso 29/09/2014.


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2. Espaço Público 2.1 A cidade para as pessoas 2.2 O espaço público na relação com o equipamento cultural


2.1 A cidade para as pessoas O livro “Cidades para pessoas” de Jan Gehl aborda questões fundamentais relacionadas à qualidade de vida na cidade, valorização dos espaços públicos, escala humana, mobilidade, vitalidade e sustentabilidade das áreas urbanas. São questões importantes para serem refletidas e são premissas que influenciam o projeto. Segundo Jan Gehl, precisamos resgatar outros valores da cidade, valores humanos, a partir de três funções em equilíbrio: um lugar de encontro para as pessoas, um lugar de mercado de bens e serviços e um lugar de mobilidade, conectando diferentes espaços. O aumento do tráfego de automóveis contribuiu para a falta da vida na cidade, comércios e serviços concentraram-se em grandes e fechados centros de compras.

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“Em geral, reforça-se o potencial para uma cidade segura quando mais pessoas se movimentam pela cidade e permanecem nos espaços urbanos. Uma cidade que convida as pessoas a caminhar, por definição, deve ter uma estrutura razoavelmente coesa que permita curtas distâncias a pé, espaços públicos atrativos e uma variedade de funções urbanas. Esses elementos aumentam a atividade e o sentimento de segurança dentro e em volta dos espaços urbanos.” [1]

Página anterior: Vale do Anhangabaú, acervo próprio.

1. GEHL, Jan. A cidade para pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2013.p.6

Fonte das imagens: GEHL, Jan. A cidade para pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2013 Legenda imagens: Opera House em Oslo, Noruega; Centro Pompidou, Paris e Federation Square, Melbourne.


2. Espaço Público

O autor listou alguns princípios de urbanismo que ele considera importante para pensar na escala humana. São eles: distribuir as funções da cidade; integrar essas funções para garantir versatilidade e sensação de segurança; projetar o espaço urbano para torná-lo convidativo; abrir os espaços de transição entre a cidade e os edifícios, e reforçar os convites para permanências mais longas no espaço público. As imagens são alguns exemplos citados no livro onde o espaço da cidade e os edifícios estão integrados e se relacionam. PRAÇA De acordo com a problemática explicitada no capítulo anterior, no qual o projeto busca a conexão entre duas áreas públicas, a Praça Coronel Fernando Prestes ao Parque da Luz, a partir da implantação de um equipamento cultural, é fundamental entender o conceito de praça, a definição do espaço público e a relação e importância de um equipamento de caráter cultural em um espaço como este.

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“A praça, em sua origem latina, caracteriza-se como espaço de encontro e convívio, urbano por natureza. Espaço este que se conforma por várias aberturas no tecido urbano que direcionam naturalmente os mais diversos fluxos em busca dos, também, mais diversos usos, que imprimem a esse espaço o caráter de lugar e ponto central de manifestação da vida pública. É nesse sentido amplo, o espaço para a troca.” [2]

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Para Sun Alex, a palavra “público” indica que os locais que concretizam esse espaço são abertos e acessíveis, sem exceção, a todas as pessoas. No entanto, a imagem da praça hoje em dia perdeu todo o seu significado histórico. Segundo o autor, as novas praças são tratadas ora como equipamentos de recreação, ora como depósito de vegetação, assumindo atitudes de indiferença em relação aos padrões urbanísticos tradicionais. Dessa forma, a maioria das praças e parques em São Paulo contribui para a fragmentação do espaço urbano, transformando-se em barreiras, que acabam limitando e desestimulando o acesso. A maior atração das praças são as pessoas, e elas tendem a agrupar-se o mais próximo possível onde há atividades. De acordo com Alex, a questão da acessibilidade é fundamental para a apropriação e uso

2. VARGAS, apud ALEX, Sun. Projeto da Praça- Convívio e exclusão no espaço público. São Paulo: Senac. 2011.p.10.

Legenda imagens: Vale do Anhangabaú, Largo do Paissandú e Praça Princesa Isabel. Acervo próprio.


Legenda: Plaça dels Àngels - MACBA. <http://www.pinterest.com/erayonal/ meier-richard/> acesso 10/04/2014

de um espaço. O acesso pode ser classificado em três tipos: físico (ausência de barreiras espaciais ou arquitetônicas para entrar e sair de um lugar), visual (que define a qualidade do primeiro contato do usuário com o lugar) e simbólico ou social (presença de sinais que sugere quem é e quem não é bem vindo ao lugar). “Os atributos de um espaço público são aqueles que tem relação com a vida pública [...] E, para que esse lugar opere uma atividade pública, é necessário que se estabeleça, em primeiro lugar, uma copresença de indivíduos.” [3]

A vinculação do uso com o acesso, a articulação e relação com o entorno e tecido urbano são os elementos definidores mais fundamentais de uma praça.

2. Espaço Público

3. ALEX, Sun. Projeto da PraçaConvívio e exclusão no espaço público. São Paulo: Senac. 2011. P.19.

2.2 O espaço público na relação com o equipamento cultural A associação entre o espaço público e os equipamentos surge desde a formação das primeiras cidades. O seu aparecimento está ligado à necessidade de equipar o espaço público de funções de interesse geral e de dar respostas às necessidades das populações em comunicar, circular, interagir e ao mesmo tempo, dotar a cidade de serviços, através da criação de infra estruturas e edifícios relacionados à educação, administração, justiça, saúde, cultura e lazer e entretenimento. Portanto, esses equipamentos podem justificar a afluência de pessoas a um local e a sua eventual fixação, se tornando um importante ponto de confluência e fluxos de pessoas.

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Imagem: Plaça dels Ángels, Barcelona. Fonte: <http://www.pinterest.com/ erayonal/meier-richard/> acesso 10/04/2014

As imagens são da Plaça dels Ángels- Barcelona, analisada no mestrado da Mariana Silva – Espaço público na relação com equipamentos culturais. De acordo com a autora é um espaço atrativo pela presença constante de pessoas e em diferentes horários do dia; bem inserido na rede de espaços públicos da cidade ; acessível; abriga diversos eventos como oportunidades de inclusão social e é a grande praça de recepção do MACBA - Richard Meier.

“O potencial de transformação que um espaço deste tipo concede àquela envolvente vai-se reflectir no seu tecido económico, contribuindo ainda para a sua diversificação social e para o desencadear dos processos de gentrificação. Essa transformação é notória no bairro do Raval com a construção da Plaça dels Angels que, atraindo uma população mais jovem, veio a regenerar o tecido social envelhecido que aí existia assim como a estabelecer nova actividade comercial. Mas esses benefícios estão também ligados ao apoio à vida da comunidade em que se insere, com a disponibilização de espaços direccionados ao ócio e ao lazer, como ao intercâmbio de culturas e serviços necessários à sua experiência e à estrutura da Cidade.” [4]

2. Espaço Público

4. SILVA, Mariana. O espaço público na relação com o equipamento cultural. Dissertação de Mestrado – Universidade Técnica de Lisboa. Lisboa: 2012.p.124.

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3. Arquitetura Temporรกria


Apropriação do espaço pela ressignificação temporária: ações em que o significado de determinados locais é alterado de maneira temporária, enquanto há utilização do espaço. Quando as atividades se interrompem, seu significado retorna ao estado original. Uma construção temporária se dá quando se pretende melhorar a performance de um lugar para um fim igualmente temporário. Eventos esporádicos são importantes para criar situações e dinamizar o entorno, além de consolidar a vida na cidade e determinar o uso de seus espaços públicos. De acordo com Giovanni La Varra, em Post-It City, na nova dimensão urbana de redes amplas, o espaço público tradicional é sempre vago, anacrônico, frequentemente não utilizado. A cidade contemporânea construiu os seus espaços edificados, através da criação de novas tipologias e de novos padrões, mas não teve para o espaço público a mesma criatividade nem a mesma desenvoltura.

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“O espaço urbano de hoje é o palimpsesto de uma contínua experimentação de modos de vida em público. Não são novos espaços públicos que nascem, senão novas dimensões de vida e de relacionamento em público. O espaço ocupado por estes fenômenos raramente é público, num sentido restrito; é o espaço de enclaves infraestruturais, de recintos industriais abandonados, de estacionamentos inutilizados, de terrenos baldios de diversa natureza. Hoje vagueiam pela cidade espaços públicos errantes, que roçam os espaços públicos tradicionais, nascem, criam raízes, morrem e renascem em outro lugar.” [1]

Página anterior: terreno baldio - Luz, acervo próprio. 1. MARTI, Peran. Post-it City: Occasional Urbanities. Barcelona: CCBB. 2008. p.46

Legenda das imagens: Terreno baldio - Luz, São Paulo e Praça Princesa Isabel, São Paulo. Acervo próprio.


Foram levantados alguns projetos e programas que ativam o espaço público ou lugares subutilizados a partir dessas apropriações temporárias. PARKLETS A Prefeitura de São Paulo recentemente introduziu em suas políticas urbanas a possibilidade de uma pessoa física ou jurídica realizar e manter um parklet em via pública. O Parklet é uma extensão temporária da calçada, realizada pela implantação de uma plataforma sobre a área antes ocupada por 2 vagas de veículos.

1. Espaço destinado para estacionamento de automóveis. 2. Ampliação temporária do passeio público. 3. + espaço para vegetação; + mobiliário e equipamento, + pessoas. Fonte: <http://gestaourbana. prefeitura.sp.gov.br/parklets/> acesso 18/08/2014

PARKLET CINEMA Através da apropriação de implantação de um parklet, o Parklet Cinema tem como objetivo redefinir e transformar espaços público a partir do audiovisual. Pensado como um projeto para promover novos pontos de encontro , lugares de convivência e difundir a produção do cinema. O Parklet Cinema pode ocupar as ruas, no lugar das vagas de estacionamento de carros ou em praças, calçadões, estacionamentos privados e terrenos vazios.

3. Arquitetura Temporária

Sendo assim, é uma arquitetura interessada em resíduos espaciais da cidade, lugares ausentes ou subutilizados, realidades não aceitas ou ignoradas, ou seja, vazios urbano.

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RUA ³ Rua ao Cubo é um grande cubo itinerante idealizado pela associação Bela Rua que transforma, temporariamente, qualquer espaço público em um lugar de convívio, arte e lazer. Seu objetivo é oferecer uma nova experiência e transformar o ambiente pouco frequentado pela vizinhança, para que ele se torne atrativo.

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THE CINEROLEUM O Cineroleum é um projeto que transformou um posto de gasolina abandonado em Clerkenwell Road, Reino Unido, em um cinema. O objetivo foi demonstrar o potencial para reutilizar os 4.000 postos de gasolina vazios no Reino Unido como novos espaços de uso público.

Imagem ao lado: RUA³ <http://www.belarua.com.br> acesso 20/08/14

Imagens abaixo: Parklet Cinema <http://www.victor-faichney.com/ anastasia/?/Unbuilt/Parklet_Cinema/ > acesso 20/08/14


Imagem: Trupe Sinhá Zózima < http://www.sinhazozima.com.br/ galeria-de-fotos-video/fotos-cordelamor-sem-fim.php> acesso em 20/08/14

TRUPE SINHÁ ZÓZIMA É uma residência artística por um teatro do encontro sem fronteiras localizada no Terminal Parque D. Pedro II e Expresso Tiradentes. A escolha do Terminal Parque D. Pedro II e Expresso Tiradentes como residência artística é motivada, pelo grande fluxo de pessoas nessa região. Dessa forma, essa ação neste local proporciona que um número significativo de pessoas tenha acesso às artes, principalmente ao teatro.

3. Arquitetura Temporária

CINEBUNDA Apresenta o cinema contemporâneo brasileiro em sessões gratuitas pelos espaços públicos da cidade de São Paulo. A ideia é, além de ocupar a rua com arte, valorizar e estimular a produção audiovisual independente no brasil. Aonde: Largo da Batata, Pracinha Oscar Freire e Barra Funda.

Imagens abaixo: Le Cineroleum <http://assemblestudio. co.uk> acesso em 18/08/2014 Cinebunda < https://www.facebook. com/cinebunda> acesso em 20/08/14

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CENTRO ABERTO “Os Projetos Piloto visam à transformação de estruturas existentes e a renovação das formas de uso, com o objetivo de fortalecer o domínio público em seus locais de atuação.” [2]

A prefeitura de São Paulo, com parceria METRO Arquitetos e Banco Itaú inauguraram no mês de setembro deste ano intervenções temporárias no Largo do Paissandú e Largo São Francisco. Esses projetos fazem parte de uma discussão baseados em um workshop dado por Jan Gehl, que busca oferecer à cidade de São Paulo espaços públicos mais agradáveis e a revitalização no Centro.

2. http://gestaourbana.prefeitura. sp.gov.br/centro-aberto/ - acesso 05/10/2014

Imagem ao lado: Piloto Largo São Francisco. <http://gestaourbana.prefeitura. sp.gov.br/projetos-piloto-2/> acesso 05/10/2014 Imagens abaixo: Intervenções Largo do Paissandú e Largo São Francisco. <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov. br/largo-sao-francisco/> e <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov. br/centro-aberto-paissandu/> acesso 16/11/14.

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Imagens abaixo: Intervenções Largo do Paissandú e Largo São Francisco. <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov. br/largo-sao-francisco/> e <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov. br/centro-aberto-paissandu/> acesso 16/11/14.

Essas intervenções procuram resgatar o espaço público da cidade, intensificar o uso e atrair mais pessoas durante o dia e noite através de um programa de ocupação do espaço com novas atividades. Desse modo, as propostas dos projetos piloto identificaram o pedestre e o ciclista como prioridades, foram instaladas novas faixas de pedestres e ciclovias; decks, arquibancadas de madeira e mobiliários portáteis para dar suporte à permanência no espaço; projeções semanais de cinema e vídeo, comida de rua, shows e apresentações artísticas, karaokê entre outras atividades. “Diferentes elementos, estratégias e conceitos foram incorporados aos projetos pilotos, para dar à cidade a oportunidade de experimentar a mudança.[...] O método tem a chave para estabelecer um longo processo de mudanças, criando um senso de pertencimento e envolvimento das pessoas na tomada de decisão política e construção de uma base para o compromisso para mudanças futuras. Ao mesmo tempo em que esse processo permite o diálogo público e o envolvimento da comunidade, convida usuários e potenciais usuários a se engajar no processo de mudança da cidade.”[3]

3. Arquitetura Temporária

3. http://gestaourbana.prefeitura. sp.gov.br/centro-aberto/ - acesso 05/10/2014

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4. Cinema 4.1 Trajetรณria dos cinemas em Sรฃo Paulo 4.2 Cinema e o espaรงo urbano: cinema de rua e multiplex em Shopping Center


4.1 Trajetória dos cinemas em SP De acordo com o mestrado “A geografia dos cinemas em São Paulo” de Eduardo Baider Stefani e o texto “A relação da sala de cinema com o espaço urbano em São Paulo” de Paula Freire Santoro, podemos considerar que o cinema teve três grandes fases em sua trajetória histórica até chegarmos à configuração atual das salas de cinemas.

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1ª FASE (1907-1940): o surgimento da diversão mecânica; salas improvisadas e genéricas no Triângulo Histórico de São Paulo; 2ª FASE (1940-1970): evolução da tecnologia e das salas de cinemas; consolidação da Cinelândia; evolução do Triângulo Histórico, abrangendo a Av. Ipiranga e São João; surgimento dos cinemas de bairro; e o cinema como representação do lazer mais sofisticado de São Paulo. 3ª FASE (1970-1990): decadência da Cinelândia junto à decadência do Centro de São Paulo; expansão das salas de cinemas fora do Centro, em direção a R. Augusta e Av. Paulista; expansão da televisão e inauguração dos Shoppings Centers. 1ª FASE Em 1890 o perímetro urbano de São Paulo consistia apenas no Triângulo Central, formado pelas Ruas Direita, São Bento e XV de Novembro, era uma cidade

Página anterior: Cena do filme Cinema Paradiso. Fonte: <http://www. hacerselacritica.com/wp-content/ uploads/2014/07/cinema-paradiso. jpg> - acesso 20/09/2014. Legenda das imagens: Bijou Palace - 1907; Cine Odeon - 1930 e CIne Rosário - 1929. Fonte: SIMÕES, Inimá F. Salas de Cinema em São Paulo. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura: PW, 1990


Fonte: SIMÕES, Inimá F. Salas de Cinema em São Paulo. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura: PW, 1990.

pequena com seus arredores cercados por chácaras. A cidade era povoada nos dias de festa, nos teatros improvisados aconteciam as primeiras diversões mecânicas, como animações, ilusionismo e mágica, mas não eram atrações exclusivas e as diversões se sobrepunham. Devido à falta de infraestrutura na cidade, os eventos não permaneciam por muito tempo. Com a chegada da eletricidade, durante os primeiros anos esses eventos começaram a aumentar sua freqüência e já existia uma maior fixação de salas em edifícios. Intervenções urbanísticas importantes que acontecem nesta época são fundamentais, pois interferem diretamente no lazer. Isso se deu com abertura de praças e jardins, remodelação da Praça da República, criação do Teatro Municipal entre outros. Desta forma, há um afastamento da população mais pobre e as diversões tradicionais populares para fora do centro. E assim, o cinema ganha seu lugar no centro ao lado de outras atividades culturais como os teatros e cafés para a elite paulistana. A partir de 1900 o cinema começa a ocupar um lugar fixo, seja em salões, cafés ou teatros, que, com a freqüência de exibição de filmes, passavam a ser conhecidos como cine teatros. Devido a essas reformas no centro, os cafés e salões se tornam espaços diferenciados, restritos para pequenas sociedades.

4. Cinema

Legenda das imagens: Cine Teatro São Pedro - anos 20 ; Cine Teatro Santa Helena - anos 20 e Cine Central 1916.

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2ª FASE De acordo com Santoro [1], a partir do Plano de Avenidas, onde o Centro Novo é escolhido como local de significativas intervenções,que a Cinelândia é construída na paisagem. Quando suas avenidas passam a integrar a concepção de plano, se torna o local privilegiado das atividades relacionadas ao lazer e cultura, e cinema é o mais importante elemento. Neste momento que a região recebe um novo padrão de salas de cinemas, com avanços tecnológicos e grandes palácios cinematográficos com salas lançadoras de filmes. Segundo Simões [2], o espetáculo já começava na calçada, era o principal ponto de convivência social, as inaugurações dos filmes eram grandes acontecimentos, os freqüentadores dirigiamse aos cinemas e não aos filmes. Os cinemas da Cinelândia Paulistana tinham uma única sala, com capacidades com mais de 3.000 lugares, não havia a segmentação dos filmes, era o “grande filme”. 32|

Os cinemas de bairros merecem destaque, pois os bairros tinham poucas ofertas de diversões públicas e estes equipamentos passam a ter importância, sua localização geralmente identificaria o ponto central da região devido à centralidade que os cinemas estabeleciam com a população local.

1. SANTORO, Paula Freire. A relação da sala de cinema com o espaço urbano em São Paulo – do provinciano ao cosmopolita. Dissertação (Mestrado em Urbanismo) – FAU, USP. São Paulo,2004. 2. SIMÕES, Inimá F. Salas de Cinema em São Paulo. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura: PW, 1990 Legenda das imagens: UFA Palácio, Rino Levi - 1936. Fonte: SIMÕES, Inimá F. Salas de Cinema em São Paulo. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura: PW, 1990


Fonte: SIMÕES, Inimá F. Salas de Cinema em São Paulo. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura: PW, 1990

3ª FASE Crise do setor cinematográfico, desencadeada a partir de 1960 cujo auge ocorreu na década de 1970. A crise do mercado vai coincidir com a expansão da TV, o público de frequentadores do cinema reduz a quase metade no Estado de São Paulo.

4. Cinema

Legenda das imagens: Cine Metro - 1938; Cine Universo - 1939; Cine Bandeirantes - 1939 e Cine Marabá 1945.

Novos cinemas são abertos, porém a Cinelândia não detém mais o monopólio das aberturas de salas, cedendo espaços aos novos cinemas que se estabelecem na Av. Paulista e Jardins, marcando a passagem de uma nova fase na evolução do circuito cinematográfico paulistano. Essas transformações aliadas à degradação no centro, afastam os espectadores dos palácios cinematográficos. Ao perder o status, esses cinemas são obrigados a se adaptarem às novas circunstâncias, se fragmentando em outras salas e gêneros específicos. A decadência do centro tradicional de São Paulo ocorreu junto à decadência da Cinelândia. A televisão se potencializa como principal fonte de entretenimento na sociedade brasileira urbana, incorporando grande parte do público que freqüentava os cinemas. Início dos Shoppings Centers, onde o cinema é instituição obrigatória.

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MAPA 01 - DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CINEMAS EM SÃO PAULO, ENTRE 1940-1949

- Os primeiros cinemas de São Paulo se localizavam no triângulo histórico; - As salas eram improvisadas e genéricas; - Bijou Theatre foi o primeiro lugar a abrigar o cinematógrafo; - Surgimento dos cinemas de bairro; FONTE: SANTORO, Paula Freire. A relação da sala de cinema com o espaço urbano em São Paulo – do provinciano ao cosmopolita. Dissertação (Mestrado em Urbanismo) – FAU, USP. São Paulo,2004.

MAPA 02 - DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CINEMAS EM SÃO PAULO, ENTRE 1950-1959

- Aumento nos cinemas de bairro; - Evolução das salas de cinema; - Migração do triângulo histórico para as Avenidas Ipiranga e São João; - Período áureo do cinema, Cinelândia consolidada;

FONTE: SANTORO (2004)


MAPA 03 - DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CINEMAS EM SÃO PAULO, ENTRE 1960-1969

- Fechamento de muitas salas de bairros; - Decadência da Cinelândia também significou a decadência do Centro; - Expansão fora do Centro; - Inauguração de algumas salas em galerias, ao longo do eixo da Av. Paulista, R. Augusta e na Av. Faria Lima, no Shopping Iguatemi;

FONTE: SANTORO (2004)

MAPA 04 - DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CINEMAS EM SÃO PAULO, ENTRE 1970-1979

- Continuidade de aberturas de salas da Av. Paulista e Faria Lima; - Neste momento surgem os cinemas segmentados, com mais de uma sala de exibição; - Continua o processo de fechamento de salas; -Início de migração para as salas em Shoppings Centers; FONTE: SANTORO (2004)


MAPA 05 - DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CINEMAS EM SÃO PAULO, ENTRE 1980-1989

- Fechamento da maior parte dos cinemas de bairros, da Cinelândia e do Centro; - Maior parte das salas abertas em Shoppings Centers - multiplex; - O filme se torna apenas um programa a mais no pacote de atrações dos Shoppings Centers; - Av. Paulista como núcleo exibidor de cinema de arte; FONTE: SANTORO (2004)

MAPA 06 - DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CINEMAS EM SÃO PAULO, ENTRE 1990-2000

- Maior parte das salas abertas em Shoppings Centers - multiplex; - Consolidação da bipolarização da exibição nos cinemas multiplex e os cinemas de arte; - 85% são cinemas multiplex e 10% cinemas de arte;

FONTE: SANTORO (2004)


4. Cinema

LOCALIZAÇÃO E TIPOLOGIA DOS CINEMAS EXISTENTES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (2012)

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MAPA 07 - LOCALIZAÇÃO E TIPOLOGIA DOS CINEMAS EXISTENTES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (2012) FONTE DE DADOS: Prefeitura de São Paulo. Infocidade -Salas de cinema do Município de São Paulo (2012). ELABORAÇÃO: Karen B. Evangelisti.


4.2 Cinema e o espaço urbano: cinema de rua e multiplex em Shopping Center No final da década de 1980 e início dos anos 1990, a apropriação de lazer a partir do cinema se dá por uma organização por moldes que se apresentam na atualidade. Segundo Stefani há uma bipolarização da exibição do cinema; cinemas de arte na rua e cinemas multiplex de Shopping Center. Os cinemas de arte e multiplex, sejam pelas características qualitativas da programação, da estrutura física ou pela localização, permitem diferentes formas de apropriação do espaço urbano e social.

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De acordo Stefani, os Shoppings Centers se tornaram um fenômeno somente em meados da década de 1980, quando passam a ser encarados como equipamentos potencializados de lazer, consumo e serviços, capazes de entrar em consonância com os processos pós modernos de aceleração do tempo e diminuição do espaço. A disseminação do automóvel também é importante para o avanço dos Shoppings Centers sobre outras formas de comércio, lazer e serviço. Esta questão da aceleração do tempo e diminuição do espaço nos remete à compreensão espaço tempo na condição pós moderna que David Harvey [3] analisa, assim como a questão da descartabilidade.

Legenda das imagens: Multiplex Cinemark. Fonte :< http://www.cinemark.com.br/> acesso 20/03/2014.


4. HARVEY, David. Condição pós moderna. São Paulo:Edições Loyola, 2012, p.258.

“[...] O tempo de vida desses serviços (uma visita a um museu, ir a um concerto de rock ou ao cinema, assistir a palestras ou freqüentar clubes), embora difícil de estimar, é bem menor do que o de um automóvel ou de uma máquina de lavar [...] faz sentido que os capitalistas se voltem para o fornecimento de serviços bastante efêmeros em termos de consumo [...] A dinâmica de uma sociedade “do descarte” [...] significa também ser capaz se atirar fora valores, estilos de vida, relacionamentos estáveis, apego a coisas, edifícios, lugares, pessoas e modos adquiridos se agir e ser.” [4]

4. Cinema

3. HARVEY, David. Condição pós moderna. São Paulo:Edições Loyola, 2012.

Portanto, podemos afirmar que as pessoas que freqüentam os cinemas multiplex em Shopping Centers podem deixar facilmente de fazê-lo. Para os usuários o filme não é o mais importante bem como o espaço que está inserido, o público não estabelece um vínculo afetivo com o espaço. O shopping é um simulacro do espaço urbano, o “não lugar”, onde as pessoas se apropriam menos do espaço, um espaço reprodutível e genérico. Necessidades de acumulação acabam por exigir a produção repetitiva de espaços. Assim como os cinemas multiplex, sempre as mesmas cores, letreiros, móveis, os espaços que os veiculam também são repetitivos. São compostos por várias salas pequenas ou médias, localizadas em Shopping Centers, e se tornam mais uma opção de entretenimento ao lado de playlands, praças de alimentação, lojas, salões de beleza, academias, bancos e estacionamentos.

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Os cinemas de arte tendem a apresentar uma existência mais duradoura na medida em que o público realiza um lazer ativo a partir do consumo apropriado dos filmes e do espaço. Os freqüentadores são na maioria críticos na qualidade com impactos para a apropriação espacial dos cinemas. Os cinemas de rua estimulam uma apropriação espacial, se inserem no contexto e na paisagem afetiva da região, o que não é possível nos ambientes normativos e controlados dos Shoppings Centers. Os cinemas de arte não possuem um padrão de número e tamanho de salas com programação independente. Uma característica fundamental desses cinemas é que estes estão implantados em vias públicas ou galerias com a ideia de apropriação e relações que este espaço público oferece. O cinema de rua proporciona interações, sociabilidades, manutenção e valorização da rua, cria um laço afetivo com o entorno e requalifica o espaço público. 40|

Os cinemas de arte da Av. Paulista fazem parte daquela que se constitui como uma das centralidades culturais mais vibrantes de São Paulo. Um conjunto de equipamentos urbanos que funciona como suporte espacial para as atividades que lá se realizam e promovem o encontro de identidades.

Legenda das imagens: Espaço Itaú de Cinemas; CineSesc e Livraria Cultura. Fonte : <http://salasdecinemadesp2. blogspot.com.br/> acesso 20/03/2014


Fonte: <http://salasdecinemadesp2. blogspot.com.br/> acesso 20/03/2014 5. STEFANI, Eduardo Baider. A geografia dos cinemas no lazer paulistano contemporâneo: redes e territorialidades dos cinemas de arte e multiplex. Dissertação (Mestrado em Geografia) – USP,São Paulo,2009.p.268.

“Usar um lugar, territorializando-o, certamente faz parte de nossas condutas no espaço urbano contemporâneo. Tratase sem dúvida, de um uso que nos dá, de alguma forma, uma dimensão afetiva positiva da cidade e, assim, de nossa própria vida.” [5]

Distribuição das poltronas em Cinemas no município de São Paulo (2009)

4. Cinema

Legenda das imagens: Belas Artes e Reserva Cultural.

Cinema de arte regular Multiplex

Cinema de bairro Cineclubes e espaços especiais de exibição

Fonte do gráfico: STEFANI, Eduardo Baider. A geografia dos cinemas no lazer paulistano contemporâneo: redes e territorialidades dos cinemas de arte e multiplex. Dissertação (Mestrado em Geografia) – USP,São Paulo,2009.p.121) Elaboração: Karen B. Evangelisti

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5. Cinema Brasileiro 5.1 Panorama histórico da produção cinematográfica 5.2 O renascimento do cinema nacional 5.3 Festivais e Mostras 5.4 Cinema e educação


5.1 Panorama histórico da produção cinematográfica A história do Cinema no Brasil se inicia no final do século XIX com a chegada do cinematógrafo. O cinema brasileiro dessa época, de acordo com Gustavo Uchoa e Reinaldo Dias, no artigo “O Cluster Cinematográfico de Paulínia”, se caracterizava pelo binômio produtorexibidor, ou seja, os filmes produzidos no Brasil nos primeiros anos do século XX eram feitos por donos de salas de exibição ou seus associados, garantindo que haveria a oportunidade de exibir a película. Ao final da década, houve uma invasão de produções internacionais, com conteúdos mais avançados. Sendo assim, o Brasil sofre esse impacto conforme os donos de salas de exibição se organizavam para atender às necessidades de escoamento dos filmes estrangeiros, principalmente americanos. Como consequencia direta dessa mudança, foi também a adoção dos padrões de produção norte americanos como paradigma para a realização de filmes no Brasil. 44|

Ainda dentro do contexto da república velha, as produções em geral, abordavam temáticas nacionalistas, seja adaptando clássicos da literatura, seja tratando dos costumes e do cotidiano, fruto da visão do cinema como um projeto de formação de uma identidade nacional. No período do Estado novo a produção cinematográfica

Página anterior: Sala de cinema Cinemateca Brasileira. Acervo próprio.


brasileira tentou pela primeira vez moldar-se de forma industrial. A Produções Cinédia foi fundada em 1930, buscava a qualidade dos estúdios de Hollywood, porém teve que paralisar suas atividades pela primeira vez em 1941 devido à escassez de matéria prima. Na transição da década de 1940 para a 1950, a cidade de São Paulo era palco de uma renovação cultural, que posicionava a cidade como pólo industrial e centro econômico nacional. Dentro desse cenário, é fundada em 1949 a Companhia cinematográfica Vera Cruz, com objetivo de trazer à produção cinematográfica brasileira uma qualidade técnica e um conteúdo artístico que até então não possuía. A estética de produção dos filmes da Vera Cruz, apesar de seu modo de produção industrial, era mais similar às produções europeias do que às produções de Hollywood. Em 1953 a Vera Cruz entra em decadência, sofreu impactos em função do desconhecimento do mercado nacional e internacional, da ausência de um planejamento adequado e dificuldades da distribuição de seus filmes.

Fonte das imagens : <http://www. cinemabrasileiro.net/veracruz.html> acesso 07/04/2014

Esse tipo de problema somado ao fato de que a produção de filmes brasileiros era relativamente pequena, levou também há uma complicação indireta: o condicionamento do público brasileiro a um modelo dominante de estética, provocando uma nova diminuição do espaço de exibição dos filmes nacionais no longo prazo.

5. Cinema Brasileiro

Legenda das imagens: Produções brasileiras

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5.2 O Renascimento do cinema nacional Segundo a autora Hadija Silva no livro “O Filme nas Telas - A distribuição do cinema nacional”, a Embrafilme foi a maior companhia distribuidora do cinema brasileiro, foi também a principal financiadora, e co-produtora de filmes nacionais durante seu período de existência (1969-1990). Em 1973, o INC se funde à Embrafilme e então o diretor Walter Graciosa inicia um processo de reestruturação administrativa e técnica, para que a empresa pudesse, de fato, ser capaz de executar as tarefas que se propunha. Contudo, acabou sendo extinta pelo governo de Fernando Collor de Mello em 1990. Com as privatizações e reestruturações dos órgãos culturais relacionadas ao cinema, o cinema brasileiro perdeu suas agências financiadoras, grande parte de sua capacidade de produção e distribuição, levando ao surgimento de um vácuo no mercado, rapidamente ocupado pelo filme estrangeiro. 46|

Em 1993 foram criadas novas leis de incentivo fiscal. A lei do Audiovisual e a lei Rouanet, que surgiram como mecanismos de financiamento da atividade e são elementos responsáveis pelo ciclo do cinema brasileiro conhecido como a “Retomada”. Essas leis funcionam como mecanismos de incentivo a cultura e proteção de mercado.

Legenda das imagens: Vera Cruz Fonte das imagens: <http://www. saobernardo.sp.gov.br/> acesso 10/04/2014


De acordo com o artigo “O Renascimento do cinema nacional” do Luís Nassif, a política de recuperação da cinematografia nacional teve os seguintes momentos chave: 1. Criação da Ancine em 2001. Além da administração da política, como espaço de inteligência para pensar estratégias.

Fonte: GATTI, André Piero. A distribuição comercial cinematográfica. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 2007 Tabela - Importação de filmes

Fonte: GATTI, André Piero. A distribuição comercial cinematográfica. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 2007

2. Em 2006, a lei que ampliou a capacidade regulatória da agência e domínio de informações do mercado. E criou o Fundo Setorial do Audiovisual, retomando a capacidade do Estado de investir no setor.

5. Cinema Brasileiro

Tabela - Movimento da distribuição da produção brasileira

3. A Lei 12485, da TV Paga. Foram removidas barreiras regulatórias para expansão da TV por assinatura. A Lei do Cabo trouxe consigo o fortalecimento das produtoras independentes. Pela primeira vez abriu espaço para produção brasileira na TV por assinatura. Com esses movimentos, a produção de audiovisual saltou de 400 para 2.000 horas de produção/ano. 4. A Lei 12.599 com o Cinema Perto de Você, com desoneração fiscal e mecanismos de defesa do mercado publicitário brasileiro para fortalecer o mercado publicitário de vídeos.

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TRIPÉ DE SUSTENTAÇÃO DA INDÚSTRIA


ETAPAS DE UMA PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA

5. Cinema Brasileiro

PRODUÇÃO

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5.3 Festivais e Mostras

O circuito de festivais brasileiros transformou-se, ao longo dos últimos 10 anos, numa plataforma de circulação, exibição, reflexão e formação de público para o cinema nacional. Tanto os festivais brasileiros que acontecem no país, quanto àqueles que ocorrem no exterior, são uma vitrine natural, eficiente e permanente para a difusão do produto audiovisual brasileiro. “Estudos demonstram que, onde acontece festival, além da exibição, há também formação, reflexão, promoção, intercâmbio cultural, diversidade, articulações política e setorial, reconhecimento artístico, ações de caráter social, geração de emprego e renda, além de um crescente ambiente de negócios. O entorno do festival propicia o plantio de uma semente capaz de promover o surgimento e o fortalecimento de uma série de iniciativas que resultarão na difusão, preservação e resgate do acervo audiovisual brasileiro, na formação de plateias, na criação de uma cidadania audiovisual, no surgimento de novos talentos e na valorização dos profissionais que atuam no setor.” [1]

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De acordo com a pesquisa feita pelo Fórum dos Festivais e o Guia Brasileiro de Festivais de Cinema e Vídeo (Associação Cultural KinoForum), foram levantados mais de 150 eventos nacionais, espalhados por todas as regiões do país, e 120 internacionais. Os festivais são atualmente uma das principais maneiras de acesso do público à produção nacional. Além disso o festival tem a capacidade de proporcionar encontros, discussões e reflexões além das salas de exibição, se apropriando dos espaços, é um momento em que o cinema se reúne, e essas trocas são fundamentais.

Legenda das imagens: 37º Festival de Gramado; 37ª Mostra Internacional de Cinema e Festival de Paulínia. Fonte: <www.flickr.com universoproducao> e <www.festivaldegramado.net/> acesso 19/04/2014.


2. COUTINHO, Laura Maria. Cinema e educação: um espaço em aberto in Tv escola/salto para o futuro. Rio de Janeiro: 2009. Legenda das imagens: Instituto Criar. Fonte: <http://www.institutocriar.org> acesso 19/04/2014

5.4 Cinema e educação “O cinema propõe outras formas de percepção e, portanto, de construção de subjetividades. Cada um constrói a sua própria percepção e pode expressá-la em ambientes que favoreçam a troca de pontos de vista. Ao conhecer o ponto de vista do outro, o meu, será, com certeza, enriquecido.”[2]

Foram levantados alguns programas educacionais que buscam promover o desenvolvimento profissional, sociocultural e pessoal de jovens por meio do audiovisual. INSTITUTO CRIAR Programa de formação e inserção no mercado de trabalho, integração cada vez maior entre as oficinas técnicas e socioculturais que tem permitido além do desenvolvimento das habilidades técnicas, a construção de um repertório, fortalecimento da autoestima e o desenvolvimento de uma postura profissional. Um mundo de oportunidades ampliadas, no qual jovens vivenciem o audiovisual como elemento de transformação. Promover o desenvolvimento profissional, sociocultural e pessoal de jovens por meio do audiovisual. O espaço é chamado de Estúdio Escola, pois é estruturado e equipado como uma produtora profissional com o diferencial de ser usado para a educação. Programas: Cine criar, Usina criar, oficinas técnicas e projeto voe alto.

5. Cinema Brasileiro

1. <http://www.cenacine.com. br/?p=6070> acesso 19/04/2014

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OFICINA KINOFORUM De acordo com a Associação Cultural Kinoforum, entidade que realiza atividades e projetos relacionados a produção cinematográfica com destaque para a promoção do audiovisual brasileiro, promove oficinas através dos Pontos de Cultura. O ponto de Cultura Kinoforum oferece Oficina de Exibição e Programação Audiovisual em cada um dos três anos de duração do projeto. Com objetivo principal de viabilizar e apoiar a formação de coletivos de atuação na área audiovisual. Essa iniciativa surgiu como demanda das oficinas de vídeo, os alunos demonstraram interesse e criaram espontaneamente coletivos audiovisuais de atuação cultural em suas comunidades.

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A oficina aborda todas as questões que fazem parte da elaboração e prática de um projeto de exibições audiovisuais, desde sua idealização, programação, exibição, manuseio dos equipamentos, produção, além de uma troca de experiência com outros núcleos já existentes. A ideia central é que essa experiência promova e apoie a formação de coletivos de atuação na área da cultura.

Legenda das imagens: Oficinas Kinoforum Fonte: <http://www.kinoforum.org/> acesso 19/04/2014


Legenda das imagens: Cine Educação - Cinemateca Brasileira Fonte: <http://cineedu.com.br> acesso 19/04/2014

CINE EDUCAÇÃO Este programa foi criado a partir da parceria entre a Cinemateca Brasileira, a Via Gutenberg e a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, tendo como foco a formação do cidadão a partir da utilização do cinema no processo pedagógico interdisciplinar. “A presença da arte na prática escolar foi instituída como área ou disciplina do currículo do Ensino Fundamental pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e reforçada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). No entanto, a utilização do cinema, da televisão e de vídeos como recursos no processo de aprendizagem interdisciplinar nas escolas ainda é muito incipiente. Dessa maneira, concebeu-se o Programa Cine-Educação para promover o debate crítico e criativo de questões pedagógicas relevantes, utilizando linguagem e conteúdo cinematográficos apropriados para os diferentes níveis escolares.” [3]

O programa surgiu da certeza de que o cinema desempenha um papel que vai muito alem do entretenimento e da diversão. A sétima arte é capaz de tratar questões sociais, culturais e factuais com diversidade e originalidade. O cinema contribui fortemente para a inserção ativa do aluno na sociedade e na sua formação como cidadão, ampliando o acesso à arte e fomentando a formação do público para o cinema.

5. Cinema Brasileiro

3. <http://www.cinemateca.gov.br/ page.php?id=91> acesso 19/04/2014

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6. Estudo de caso 6.1 Projetos de referĂŞncia 6.2 Visitas e entrevistas


Visto que a questão principal do projeto busca rearticular e atribuir novos significados à conexão urbana entre duas áreas públicas através de um equipamento de caráter cultural, se mostrou pertinente analisar projetos que trabalham essa questão. Com intervenções que reorganizam a permeabilidade do solo através do passeio, resgatam a potencialidade do espaço público com um equipamento cultural, trabalha com o redesenho do espaço por meio da implantação, assim como programas e usos que incentivam a apropriação do lugar. Além disso, questões mais particulares também foram utilizadas como referência para incorporar no projeto, como soluções estruturais, materialidades e articulação do território através de rampas e passarelas, que não cumprem apenas a função de circulação.

1. Alejandro Hernández <http://www. archdaily.com.br/br/01-66102/emconstrucao-cinemateca-nacional-doseculo-xxi-rojkind-arquitectos> acesso 15/03/2014. Imagens ao lado superior: Perspectivas eletrônicas - foyer, foto da construção da sala de exibição e perpectiva eletrônica - acesso pelo eixo principal. Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/0166102/em-construcao-cinematecanacional-do-seculo-xxi-rojkindarquitectos> acesso 15/03/2014

Como o equipamento cultural proposto é um cinema, com características de cinema de rua, selecionei projetos que também trabalham este tema. Dessa forma, os projetos estudados foram: Cinemateca Nacional do Século XXI, Mube, Praça das Artes, Centro Cultural Castelo Branco, Teatro de Natal, Centro Cultural Fiesp, Centro Cultural São Paulo, Lerner Hall Student Center e Visual Arts School. 58|

Para que a construção do programa fosse precisa, capaz de atender à uma demanda existente assim como vivenciar um contato direto com alguém da área, fiz algumas visitas de campo que foram fundamentais para consolidar o programa tal como resolver questões técnicas relacionadas ao tema. As visitas e entrevistas foram nos Estúdios Quanta, MIS, Academia Internacional de Cinema e Cinemateca Brasileira.

Imagens ao lado inferior: Perspectivas eletrônicas - foyer, rampas e passarelas e foto da projeção ao ar livre no anfiteatro. Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/0166102/em-construcao-cinematecanacional-do-seculo-xxi-rojkindarquitectos> acesso 15/03/2014


CINEMATECA NACIONAL DO SÉCULO XXI ROJKIND ARQUITECTOS - MÉXICO - 2012 O Arquivo Nacional do Cinema e o Instituto Nacional do Cinema, localizados na Cidade do México guardam a maior herança cinematográfica da América Latina. O projeto original, de 1982 foi parcialmente destruído devido a um incêndio. Sendo assim, o escritório Rojkind Arquitectos ganhou o concurso para o projeto da Cinemateca Nacional do Século XXI. O programa, que foi uma importante referência, consiste em: abrigar um extenso acervo, novas salas de exibição com capacidade para 180 pessoas, reformulação das salas existentes, um anfiteatro externo capacidade para 750 pessoas, e um foyer que funciona como uma praça coberta para abrigar diversos eventos.

6. Estudo de caso

6.1 PROJETOS DE REFERÊNCIA

“A ideia, em parte, é mudar o ambiente clássico de exibição: filmes no parque, no café e na praça, fazendo com que estes espaços não só cumpram suas funções relacionadas à experiência do cinema, mas que sejam também parte dessa experiência: o parque, o café ou a praça como um cinema.” [1] |59


PLANTA DO TÉRREO SEM ESCALA

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Imagens página ao lado: Foto da construção da cobertura e perspectivas eletrônicas - sala de exibição e acesso pelo eixo principal. Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/0166102/em-construcao-cinematecanacional-do-seculo-xxi-rojkindarquitectos> acesso 15/03/2014

Imagens abaixo: Esquemas do projeto. Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/0166102/em-construcao-cinematecanacional-do-seculo-xxi-rojkindarquitectos> acesso 15/03/2014

DIAGRAMA - PROJETO

Através de uma implantação que cria um vazio coberto a partir de um eixo principal, se configura o foyer, como uma nova praça pública que conecta todas às salas de exibição ao complexo, criando novos espaços de estar e lazer que permite encontros, interações e sociabilidades, assim como acomodar exposições, teatros, e outras intervenções temporárias. Segundo o arquiteto, esse novo espaço público funciona como um respiro à densa malha urbana da cidade. O complexo possui 8 salas de cinema, em relação à capacidade e ao caráter, todas as salas são similares. A circulação de acesso se dá através de rampas e passarelas conectadas ao foyer e em algum momento a circulação deixa de ser somente passagem e abriga o café. A concepção de foyer como um novo espaço público assim como as rampas conectadas à ele foram uma importante referência para o meu projeto. O arquiteto utiliza um piso contínuo que permeia todo o projeto e uma cobertura metálica que chega até o chão, são esses os elementos responsáveis por articular e relacionar os programas do projeto entre si assim como estabelecer unidade entre os blocos. Aproveitando essa cobertura que desce até o chão, foram colocadas telas de cinema para projeções ao ar livre, estratégia de referência para a minha proposta. DIAGRAMA - SALAS DE EXIBIÇÃO

DIAGRAMA - COBERTURA

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MUBE - PAULO MENDES DA ROCHA - SÃO PAULO - 1995 Paulo Mendes da Rocha, um arquiteto conectado às discussões da cidade contemporânea, utiliza o programa como discussão em seus projetos. Procurei trazer essa referência para o meu projeto assim como a praça que ele propõe para o MUBE. Segundo Mario Biselli, esta questão é muito presente no projeto do Museu Brasileiro de Escultura – Mube. “É porém mais surpreendente quando encontramos um espaço público onde deveria haver apenas mais um edifício privado. A obra de Paulo Mendes da Rocha é exemplar nesse sentido. [...] E no caso de edifícios de uso público, garantindo sempre as conexões urbanas, como no Centro Cultural Fiesp. Paulo Mendes da Rocha chegou a praticamente abrir mão da idéia de construir um prédio da maneira convencional quando projetou o Mube como um museu-praça, submergindo o programa de uso e oferecendo um espaço aberto à cidade.” BISELLI, Mario. “A cidade contemporânea”. Monilito, São Paulo, nº 3, 2011, p.35.

Essas imagens são significativas pois evidenciam esta praça que ele projeta com a reconstrução topográfica e esses espaços abertos de convivência. Foto: museu-praça. Acervo próprio.

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PRAÇA DAS ARTES - BRASIL ARQUITETURA - SÃO PAULO - 2013 Conjunto cultural dedicado à dança e música que possui também espaços que priorizam o pedestre e áreas de convivência para a região. Localizado no centro de São Paulo, com acessos para a Rua Formosa Vale do Anhangabaú, Av. São João e Rua Conselheiro Crispiniano. Com a análise do projeto, é possível perceber como o edifício se relaciona ao entorno e como são articuladas as novas conexões e passeios públicos a partir de um eixo principal que acomoda sua implantação e as novas conexões públicas são estabelecidas. Porém, ao analisar o projeto construído, a conexão pelo Vale do Anhangabaú não se faz presente, visto que este acesso intensificaria o uso dessa praça devido ao intenso fluxo de pessoas. A questão da permeabilidade se faz muito presente no projeto, os vazios no térreo permitem a fruição pública do pedestre, referência que eu procurei trazer para o meu projeto, porém muitas vezes esta praça está vazia, acredito que isso ocorra devido à falta de programa para estes lugares, tornando o espaço pouco convidativo quando não há pessoas utilizando-o, sendo assim, procuro estabelecer alguns usos para o vazio do projeto para incentivar a ação e a presença dos usuários.

Planta do Térreo - Acessos, blocos e conexões púlibcas Fonte: <http://www.archdaily.com/339274/praca-das-artesbrasil-arquitetura> - acesso 20/10/2014

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Foto - Acesso Av. São João Fonte: acervo próprio.

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CENTRO CULTURAL - JOSEP LLUÍS MATEO - PORTUGAL - 2013

Foto - Rampas de acesso e bloco elevado

O Centro Cultural foi projetado pelo arquiteto Josep Lluís Mateo no centro histórico de Castelo Branco, Portugal. A proposta do Centro Cultural era transformar a parte antiga da cidade em uma região central para a cultura. É uma referência importante devido a discussão central do projeto, a relação de um equipamento cultural com a praça no entorno e como o arquiteto resolve à conexão através de rampas. O arquiteto trabalha essa questão com o objetivo de liberar um grande espaço aberto no térreo para dar a continuidade ao espaço público presente e ao mesmo tempo abrigar diversos atividades.

Corte - sem escala

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Para isso, o projeto é pensado como um bloco elevado, com uma estrutura de dois apoios para liberar o térreo e integrálo à praça existente. Essa conexão com a praça se dá através de rampas que conectam à praça ao equipamento. Uma delas é o percurso do térreo e a dá acesso à galeria, áreas de exposições, auditório e demais usos.

Fonte das imagens: <http://www.mateo-maparchitect.com> acesso Foto - Praça e projeto 15/03/2014


TEATRO DE NATAL - BISELLI KATCHBORIAN - NATAL - 2005 De acordo com os arquitetos, o projeto do Teatro de Natal desenha primeiro um grande espaço urbano, a praça, que é um espaço que a cidade oferece para abrigar diversos eventos, e a partir dessa ação se dá o partido da implantação do equipamento público. O desenho da praça nasce de uma linha derivada da geometria das salas de espetáculos. Junto aos blocos das caixas cênicas foi criado um bloco infra estrutural, funcional, que permite a comunicação das salas com os espaços de apoio, carga e descarga e área administrativa, recurso que foi adotado no meu projeto.

Esquema geral do projeto - Praça e as salas de espetáculos

A cobertura foi pensada para configurar a entrada principal e dissolver as fronteiras entre o exterior e o interior. O acesso das salas é controlado através de foyers individuais, diferentemente dos outros projetos analisados aqui, onde o o foyer é unico.

Fonte das imagens: http://mariobiselli.com.br/ - acesso 07/04/2014 Perspectiva eletrônica - Acesso e Salas

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CENTRO CULTURAL FIESP- MMBB- SÃO PAULO - 1996 Este projeto é significativo pela questão da conexão do território por meio de escadas e rampas que permitem a percepção dos demais espaços. Segundo o arquiteto, a passarela foi projetata para além da circulação, um espaço para eventos e exposições temporárias. Foto - Escadas e passarela Fonte: <http://www.mmbb.com.br/projects> acesso 20/05/2014

CENTRO CULTURAL SP - EURICO PRADO LOPES E LUIS TELLES - 1982

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Foto - Rampas e Área de estudo Fonte: <http://www.centrocultural.sp.gov.br/GALERIA_fotos_ areas_de_conviv%C3%AAncia.html> acesso 18/06/2014

O projeto do Centro Cultural São Paulo é como todo uma importante referência, porém algumas questões são mais pertinentes em relação a proposta do meu projeto. Sua concepção de espaços que oferecem diferentes possiblidades de percurso; as rampas que articulam todo o projeto e devido sua implantação permitem vivenciar e estabelecer diálogos entre o usuário e o lugar; a potencialidade que tem um foyer único para todas as salas, que provoca encontros entre as pessoas, acredito que não existiria essa experiência se o arquiteto optasse por segmentá-lo; e a relação que o usuário vivencia do interior com o exterior, através dos fechamentos de vidro e jardim central.


LERNER HALL STUDENT CENTER -BERNARD TSCHUMI -NOVA YORK- 1999 Alfred Lerner Hall é um centro de estudantes localizado na Universidade Columbia, Nova York. Tschumi faz sua intervenção através de rampas metálicas com vidro que articulam o projeto em diferentes níveis e regorganizam o programa. Espaços “in between” ativados pelo movimento e ação dos corpos, referencial conceitual que eu procuro trazer para a concepção do meu projeto, denominando-os de espaços de colisão.

Foto - Rampas, espaços de movimentos, encontros, apresentações. Fonte das imagens: <http://www.tschumi.com/projects/13/> acesso 28/05/2014.

VISUAL ARTS SCHOOL - BARCLAY CROUSSE - PERU - 2012 Este projeto é uma intervenção dentro de um edifício neoclássico que funcionará como escola de artes visuais. É importante ressaltar como referência neste projeto como o arquiteto trabalha as passarelas, assim como os demais projetos estudados, elas não são apenas circulação, são também áreas de estar, áreas de conflito - encontro e convivência entre os alunos; assim como sua materialidade, quee devido sua transparência dada pela chapa metálica perfurada é possivel vivenciar essas relações em todos os níveis. Foto - Passarelas - encontros e estar. Fonte: < http://www.archdaily.com/495936/visual-artsschool-barclay-and-crousse/ > acesso 28/05/2014.

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6.2 VISITAS E ENTREVISTAS

ESTÚDIOS QUANTAS - MAURO MUNHOZ - 2012

Acesso dos estúdios - Acervo próprio

- Visita técnica e entrevista nos Estúdios Quanta, Vila Leopoldina em São Paulo. A visita foi acompanhada do Márcio Viana, produtor de cinema e gerente operacional do estúdio. O complexo foi feito pelo arquiteto Mauro Munhoz. Esta visita foi fundamental para a construção do programa do meu projeto. - Infraestrutura: 4 estúdios com grid fixo e móvel, oficinas, laboratórios de edição, depósitos, restaurante, estacionamento, camarins, copa, vestiário, salas de produção e galpão de expedição; - Galpão de expedição: em média 4.000 itens, refletores, estrutura metálica, movimento de câmeras, grua, lâmpadas e acessórios em geral; - Entrevista com Márcio Viana: Mercado brasileiro “[...]É muito dependente do incentivo do governo, em outros países boa parte das produções tem incentivo do prórpio estúdio. Hoje não existem mais barreiras tecnológicas, a questão é da formação e democratização dos recursos.”

Produz festivais - inclusive o Festival de Paulínia; 68|

Rua interna dos estúdios - Acervo próprio

“ Festival é o momento em que o cinema se reúne.”


MUSEU DA IMAGEM E DO SOM

- Esta visita teve como objetivo verificar como funciona um acervo de películas e sua importância de conservação. Visita técnica acompanhada da Patrícia Lira, responsável pelo acervo e conservação midiática do Museu de Imagem e Som; - O MIS possui um acervo extenso de películas, amarzenados em 2 salas com arquivos deslizantes devidamente climatizados para conservação dos materiais; - Segundo a Patrícia Lira, somente o MIS e a Cinemateca Brasileira tem condições para armazenar o acervo de películas, que é extenso, sendo assim, precisa-se de mais espaços para esse armazenamento correto, portanto, é uma demanda que eu procuro atender no meu projeto. - Funcionamento das películas: Nitrato de celulose, altamente inflamável; Acetato de celulose pode sofrer reações químicas do próprio material, exala ácido acético; e o poliéster, pouco maleável, película utilizada hoje em dia; Procedimento de conservação preventiva: sala com ar condicionado à 18ºC e 40% a 45% de umidade garante a preservação. Não ha processo reversivo de contaminação, somente reparos de rasgos, fissuras e descoloração de imagem.

Acervo de películas - Acervo próprio

Enrroladeiras, manutenção do acervo - Acervo próprio

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ACADEMIA INTERNACIONAL DE CINEMA - SÃO PAULO

Estúdio- Acervo próprio

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Sala de aula - Acervo próprio

- Devido ao projeto ter uma proposta educacional relacionada à área do audiovisual, procurei nessa visita estudar as necessidades de uma escola de cinema, infraestrutura assim como a demanda do público por cursos, que de acordo com a diretora da academia está crescendo cada vez mais. - Infraestrutura: 7 salas de aula, biblioteca e videoteca, laboratório de informática, ilha de edição, estúdio, oficina, laboratório de gravação, depósito de equipamentos, cantina, sala de reunião, sala da direção, administrativo, sala de espera e recepção; - Oferece cursos livres na área de audiovisual, cursos de 2 anos, oficinas especializadas , cursos de férias e cursos técnicos - Festivais, mostras e eventos: a escola tem seu próprio festival, que premia os melhores filmes produzidos pelos alunos; palestras e aulas com cineastas nacionais e interna- cionais, produtores e técnicos, e um programa que apoia e acompanha os alunos em festivais. Em média 700 alunos por semestre. Falta espaço para eventos e palestras, são improvisados no estúdio;


CINEMATECA BRASILEIRA - NELSON DUPRE - SÃO PAULO - 2007 - Durante a visita na Cinemateca Brasileira investiguei o funcionamento das salas de exibição, cabines de projeção e como funcionam os espaços dos eventos e exposições. - A Cinemateca abriga um centro de documentação, café, áreas de apoio, sanitários, duas salas de cinema, salão para eventos, laboratórios de restauro de filmes, depósitos, arquivos de matrizes, acervo e áreas administrativas; - Recebe diversos festivais e eventos; - As salas de cinemas estão aptas para projetar películas cinematográficas nas bitolas de 35mm e 16mm, do formato silencioso ao cinemascope, formatos academia e panorâmico, e projeção digital;

Cinema ao ar livre - Acervo próprio

- Programa Cine Educação: parceria entre a Cinemateca e diversas secretarias estaduais tendo como foco a formação do cidadão a partir da utilização do cinema no processo pedagógico interdisciplinar.

Acesso principal - Acervo próprio

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7. Projeto

Foto página ao lado: Praça Cel. Fernando Prestes - Acervo próprio

7.1 Localização aproximação histórica transporte equipamentos terreno 7.2 Leitura e aproximação ao lugar ocupação e uso do solo levantamento fotográfico 7.3 Legislação 7.4 Partido/ Diretrizes gerais primeiras investigações 7.5 Programa acessos e fluxos programa quadro de áreas 7.6 Projeto plantas e imagens cortes e elevações partido estrutural e ampliações ocupa!


APROXIMAÇÃO HISTÓRICA MAPA 1- 1881 - RECORTE REGIÃO DA LUZ

- Presença do Rio , obstáculos e barreiras à expansão da cidade; - Criação do Jardim público (1825), centro da vida social de São Paulo; - Estação da Luz (1867), porta de entrada da capital; LEGENDA ESTAÇÃO DA LUZ JARDIM PÚBLICO RIO TAMANDUATEÍ ESTRADA DE FERRO PRINCIPAIS VIAS FONTE: http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/historico_ demografico/1872.php - acesso em 28/03/2014.

MAPA 2- 1930 SARA BRASIL - RECORTE REGIÃO DA LUZ

- Crescimento acima do que a infraestrutura poderia acompanhar, surgimento dos cortiços. - Plano de Avenidas, prioridade ao sistema rodoviário e decadência do transporte ferroviário fizeram com que o bairro da Luz sofresse um processo de degradação urbana; LEGENDA ESTAÇÃO DA LUZ

JARDIM DA LUZ

RIO TAMANDUATEÍ ESTRADA DE FERRO PRINCIPAIS VIAS FONTE: http://saojudasnu.blogger.com.br/planta%20 sara%20brasil%201930.jpg- acesso em 28/03/2014.


MAPA 3- 1958 GEOPORTAL - RECORTE REGIÃO DA LUZ

- Processo de desvalorização, estagnação imobiliária, degradação do patrimônio e qualidade de vida; - Em 1970 foi implantada uma nova estação de metrô na região. Criação de novos zoneamentos; - O declínio do centro antigo foi acompanhado pelo declínio da região da Luz, nesta época projetos culturais foram lançados; LEGENDA ESTAÇÃO DA LUZ

JARDIM DA LUZ

RIO TAMANDUATEÍ

PRINCIPAIS VIAS

ESTRADA DE FERRO FONTE: http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/historico_ demografico/1872.php - acesso em 28/03/2014.

MAPA 4- 2013 GOOGLE MAPS - RECORTE REGIÃO DA LUZ

- Atualmente ambos os lados da Av. Tiradentes apresentam características de degeneração urbana. O entorno da estação sofre com o afogamento de trânsito. - Região de importante patrimônio histórico cultural.

LEGENDA ESTAÇÃO DA LUZ

JARDIM DA LUZ

RIO TAMANDUATEÍ ESTRADA DE FERRO PRINCIPAIS VIAS FONTE: http://google.com.br/maps - acesso em 28/03/2014.



Legenda Estação de metrô Estacionamento (22) CPTM - Linha 7 Metrô - Linha 1

7.1 Localização

TRANSPORTE

Área de intervenção 7.480m²

|77 * O projeto se encontra em uma região acessível e servida de transporte público (Linha 1 – Azul do metrô; Linha 7 – Rubi da CPTM, pontos e corredores de ônibus). Observa-se no mapa a existência de diversos estacionamentos no entorno (22 estacionamentos), o que justifica a não construção de um estacionamento no projeto.



Legenda 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Fatec Centro Paula Souza Arq. Histórico de SP Pça Cel. Fernando Prestes Polícia Militar de SP Instituto Dom Bosco E.E Prudente de Moraes

7.1 Localização

EQUIPAMENTOS

Pinacoteca de SP Parque da Luz Estação da Luz Teatro TAIB Casa Dom Gastão Colégio Santa Inês Oficina Oswald de Andrade Estação Júlio Prestes Praça Armênia Senac Tiradentes Museu de Arte Sacra Liceu de Artes e Ofícios Estação de Metrô Estação CPTM Área de intervenção 7.480m²

|79



7.1 Localização

TERRENO

|81


OCUPAÇÃO DO SOLO Legenda 1 e 2 pav. 3 e 4 pav. 5 ou mais pav. Áreas Verdes Terreno

82|


Legenda Residência Comércio e serviços Térreo com. + res. Indústrias Institucional Áreas Verdes Terreno

7.2 Apromixação ao lugar

USO DO SOLO

|83



7.2 Apromixação ao lugar

LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

Praça Coronel Fernando Prestes

Fonte: todas as fotos são do acervo próprio |85


Praรงa Coronel Fernando Prestes Parque da Luz, vista terreno

Parque da Luz

R. Ribeiro de Lima, vista terreno


Praça Coronel Fernando Prestes Polícia Militar

Pça. Cel. Fernando Prestes, Estação Tiradentes

Edifício Ramos de Azevedo


Parรณquia Nossa Senhora Auxiliadora

R. Afonso Pena, acesso terreno

Av. Tiradentes Imagem ao lado: R. Afonoso Pena, Instituto Dom Bosco


Praรงa Coronel FernandoPrestes


MAPA USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Objetivos e ações do programa monumenta: - Ampliação do roteiro cultural; - Ampliação do número de usuários de equipamentos culturais; - Revitalização da área; - Criação de áreas de lazer e entretenimento associadas; - Intensificação do uso social e econômico do patrimônio; - Criação de programas de saúde e educação; - Recuperação do conjunto histórico; Fonte de dados: TOZZI, R. Desirée. Primavera das Estações - O programa monumenta e as políticas públicas de preservação do patrimônio cultural na região do bairro da Luz/ São Paulo. Dissertação. Pós Graduação em História Social - USP. São Paulo.2007.

90| Fonte mapa: http:// www.prefeitura.sp.gov. br/cidade/secretarias/ desenvolvimento_urbano/ legislacao/planos_regionais/ index.php?p=1897 acesso 12/02/2014.


7.3 Legislação

O recorte do projeto está inserido de acordo com o plano regional estratégico da Subprefeitura da Sé no mapa de Uso e Ocupação do Solo, o terreno está localizado na ZONA CENTRALIDADE POLAR-a - ZCPa. De acordo com o quadro 04 - Características de aproveitamento, dimensionamento e ocupação dos lotes: CA máximo - 2,5 - 18.700m² TO - 0,7 - 5.236m² TP - 0,15 - 1.122m²

|91

O terreno está inserido na PEIU 01 (Projetos Estratégicos de Intervenção Urbana) Programa Monumenta Luz e PRIH. A intenção inicial do programa Monumenta Luz é fomentar a conservação e preservação de conjuntos patrimoniais urbanos através de ações conjuntas que permitam garantir a manutenção e sustentabilidade dos espaços públicos e imóveis ali ambientados.


MEMORIAL

92|

O projeto propõe a conexão das duas áreas públicas existentes, buscando resgatar o valor do entorno e reorganizar o chão da cidade. Através da permeabilidade tanto do solo como visual, é fundamental transpor as barreiras urbanas e reforçar o percurso do pedestre para que os espaços de transição tenham potencialidades a fim de estimular e reforçar o convívio e a permanência, pensando o projeto na escala das pessoas além de oferecer um equipamento para a cidade e para todos de caráter cultural e educacional. A partir dessas diretrizes e do contexto urbano em que o terreno está inserido, o partido do projeto surge com a concepção do térreo em dois níveis e a implantação dos blocos seguindo o alinhamento longitudinal, elevando-os para liberar o térreo e integrá-lo ao passeio do pedestre. O projeto está organizado em três categorias: urbano, cinemas e escola de cinema. Configura-se “urbano” os espaços de colisão que provocam encontros, movimentos e a articulação do território. São os espaços de acessos públicos, como o anfiteatro que atende não somente os estudantes mas também o público geral e as demais escolar do seu entorno; restaurante, livraria, galeria de exposições, museu do cinema e o foyer único, concebido como uma extensão da praça por onde é feito o acesso principal do conjunto; e por fim as passarelas e rampas, que foram idealizadas como espaços de convívio entre os frequentadores do cinema, alunos e professores. Os “cinemas” são as salas de exibições, porém não assumem apenas o caráter tradicional, mas também permitem novas experiências, como salas para grupos menores e o cine café, que são espaços que possibilitam uma nova vivência com o cinema. E a “escola de cinema”, que tem como objetivo promover o desenvolvimento profissional, sociocultural e pessoal de jovens por meio do audiovisual, atua como Estúdio Escola (referência do projeto Instituto Criar) visto que sua estrutura e equipamentos funcionam como uma produtora profissional entretanto é usado para à educação.


Praça

3 ACESSOS

Parque

7.4 Partido

CONTEXTO URBANO

TERRENO

CONEXÃO MAIS CONVIDATIVA ENTRE A PRAÇA E O PARQUE

NOVOS PERCURSOS QUE INCENTIVAM O PASSEIO DO PEDESTRE

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PRIMEIRAS INVESTIGAÇÕES 1º semestre Maquetes físicas

Maquete de estudo

Maquete de estudo Legenda Edifícios tombados

94|

Maquete do lugar


2ยบ semestre - novos ensaios

7.4 Partido

1ยบ semestre - Imagens banca intermediรกria

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DIAGRAMAS - ACESSOS E FLUXOS

LEGENDA 96|

PERCURSO PEDESTRE PERCURSO AUTOMÓVEL ACESSO PÚBLICO - PEDESTRE ESTAÇÃO DE METRÔ - TIRADENTES PONTO DE ÔNIBUS


Programa proposto

Interpretação do programa

4º PAV.

Adm./Dir./Apoio func. Áreas técnicas Galeria Terraço Auditório/Sala multiuso Cine Café Laboratórios/Ilhas

3º PAV.

Galeria Salas de aula e oficinas

2º PAV.

Galeria Salas de aula e oficinas

Foyer/Acessos

Restaurante/Café Livraria/Loja

7.5 Programa

PROGRAMA

Acervo películas Salas de aula e oficinas

Galeria/Museu do cinema 1º PAV.

Anfiteatro

Salas de Exibição

Salas de Exibição Estúdios Rua de serviço

Bilheteria/Apoio Auditório/Sala multiuso Acervo películas Estúdios

Equipamentos Bilheteria/Apoio TÉRREO SUPERIOR

Salas de aula/Oficinas/ Laboratórios/Ilhas

Foyer/Acessos

Equipamentos Restaurante

Biblioteca/Midiateca

Biblioteca/Midiateca

Adm./Dir./Apoio func. TÉRREO INFERIOR

Terraço

Livraria/Loja

Rua de serviço

Museu do cinema

Áreas técnicas

Anfiteatro

CINEMAS

URBANO CONEXÃO, ARTICULAÇÃO ENCONTROS, COLISÕES

ESCOLA DE CINEMA

|97


PROGRAMA CIRCULAÇÃO DE SERVIÇO

- Rua de serviço; - Carga e descarga, doca; - Núcleo de circulação vertical de serviço (elevador de carga, elevador de serviço e apoio);

CIRCULAÇÃO VERTICAL

98|

- Circulação vertical (Elevadores, escada de incêndio e sanitários);


7.5 Programa

ESCOLA DE CINEMA

- Salas de aula; - Laboratórios, ilhas de edição, oficinas de marcenaria, arte, figurino e maquiagem; - Salas para eventos (auditório e espaço multiuso); - Central de equiapmentos e dopósito de arte e figurino; - Estúdios de cinema; - Área adminstrativa e apoio;

SALAS DE EXIBIÇÃO

CINE CAFÉ

1

2

3 4 6 7

- Sala 1: 64 lugares - Sala 2 e 3: 95 lugares - Sala 4: 260 lugares - Sala 5: 172 lugares - Sala 6 e 7: grupos até 30 pessoas - Cinecafé

5

|99


ESPAÇOS DE COLISÃO

- Rampas e passarelas; - Colisão [entre] a escola e a experiência do cinema;

TÉRREO INFERIOR

100| - Anfiteatro; - Biblioteca e midiateca; - Livraria e loja; - Museu do cinema; - Restaurante;


19186.65m²

TÉRREO INFERIOR Biblioteca/midiateca Livraria/loja Museu do cinema Restaurante

955.00m² 691.00m² 664.00m² 450.00m²

Anfiteatro Sanitários Espaços de colisão Circ. vertical Rampa de acesso

680.00m² 24.00m² 1196.00m² 72.00m² 929.00m²

45.00m² 307.00m² 154.00m² 480.00m² 615.88m² 48.24m²

Recepção escola Oficina marcenaria Controle - acesso Foyer Espaços de colisão Circ. vertical

65.00m² 86.70m² 21.60m² 1852.00m² 602.00m² 172.20m²

98.90m² 155.00m² 155.00m² 437.00m² 330.00m² 45.00m²

Oficina cabelo e maquiagem 108.00m² Salas de aula 228.00m² Apoio 129.96m² Espaços de colisão 697.00m² Circ. vertical 94.87.00m²

TOTAL: 5702.19m²

URBANO

TÉRREO SUPERIOR Bilheteria Central de equipamentos Doca Estúdios Rua de serviço Apoio TOTAL: 4976.62m²

1º PAVIMENTO Sala de exibição 1 Sala de exibição 2 Sala de exibição 3 Sala de exibição 4 Sala de exibição 5 Bomboniére TOTAL: 2476.84m²

ESCOLA DE CINEMA

APOIO

2º PAVIMENTO Apoio salas de exibição Exposições Acervo películas Sala de exibição 6 Oficina figurino TOTAL: 1562.86m²

CINEMA

7.5 Programa

QUADRO DE ÁREAS

85.36m² 40.00m² 202.00m² 38.50m² 108.00m²

Salas de aula Apoio Espaços de colisão Circ. vertical

228.00m² 81.00m² 708.00m² 72.00m²

38.50m² 40.00m² 119.96m² 120.00m²

Oficina Salas de aula Espaços de colisão Circ. vertical Apoio

108.00m² 228.00m² 708.00m² 72.00m² 142.92m²

Ilhas de edição Laboratórios Depósito arte e figurino Terraço Apoio Espaços de colisão Circ. vertical

240.00m² 260.00m² 318.00m² 608.00m² 467.25m² 340.00m² 72.00m²

CIRC. VERTICAL

ESPAÇOS DE COLISÃO

3º PAVIMENTO Sala de exibição 7 Exposições Apoio salas de exibição Passarela técnica estúdios TOTAL: 1577.23m²

4º PAVIMENTO Cine Café Exposições Auditório Sala eventos Administração e direção Sala dos professores TOTAL: 2890.91m²

130.46m² 25.20m² 155.00m² 155.00m² 60.00m² 60.00m²

TOTAL GERAL: 19186.65 m²

ÁREA VERDE

ÍNDICES URBANÍSTICOS DO PROJETO COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO 16347.70m² - 2,18 TAXA DE OCUPAÇÃO 4293.29m² - 0,58 TAXA DE PERMEABILIDADE 1229.95m² - 0,16

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VISTA DA PRAÇA CEL. FERNANDO PRESTES


FACHADA - ESCOLA DE CINEMA



TÉRREO INFERIOR - RESTAURANTE E EXPOSIÇÕES


TÉRREO INFERIOR - LIVRARIA/LOJA, VISTA RAMPA DE ACESSO E JARDIM


TÉRREO SUPERIOR - VISTA PARA A PRAÇA CEL. FERNANDO PRESTES


PASSARELAS - VISTA PARA PÇA. CEL. FERNANDO PRESTES


4º PAVIMENTO - PASSARELA E EXPOSIÇÕES


PASSARELAS E RAMPAS - ESCOLA, VISTA PARA O PARQUE DA LUZ


PROJEÇÃO DE CINEMA


SALA DE AULA - VISTA PARA O PARQUE DA LUZ


MATERIALIDADE 1. AÇO CORTEN

4. PISO MOSAICO PORTUGUÊS

2. PLACA DE CONCRETO - FÔRMA COM FUROS

5. GUARDA CORPO METÁLICO COM CABOS DE AÇO

Referência: MASP - Lina Bo Bardi

3. CHAPA METÁLICA PERFURADA

6. CIMENTO QUEIMADO


7. CAIXILHOS DE ALUMÍNIO - PRETO

8. ESTRUTURA METÁLICA - COBERTURA

Referência: Residência F.S - Andrade Morettin

9. ESCADA METÁLICA - PRETA

Referência: Produtora Kana - AR Arquitetos

Referência: Le Fresnoy - Bernard Tschumi


AMPLIAÇÕES 1º PAV.

TÉRREO

TÉRREO - ESPELHO D’ÁGUA E CAIXA CINEMA ESCALA 1:50 1. Placas de isolamento acústico.

10. Pilar de concreto.

2. Isolamento.

11. Treliça metálica

3. Parede dupla.

12. Guarda corpo de vidro.

4. Piso elevado.

13. Espelho d’água.

5. Isolamento.

14. Piso mosaico português.

6. Laje de concreto.

15. Contrapiso.

7. Estrutura do piso elevado.

16. Laje nervurada de concreto.

8. Revestimento placa de concreto.

17. Forro de gesso.

9. Estrutura metálica principal.


SALA DE EXIBIÇÃO ESCALA 1:75 1. Laje de concreto. 2. Estrutura - perfis metálicos. 3. Cabeamento. 4. Dutos de ar condicionado. 5. Estrutura do forro. 6. Forro acústico.

7. Placas de isolamento acústico.

14. Poltrona de cinema.

8. Isolamento.

15. Tela de cinema.

9. Parede dupla.

16. Piso elevado.

10. Cabine de projeção.

17. Isolamento.

11. Placas acústicas.

18. Laje de concreto.

12. Caixas de som.

19. Estrutura plateia.

13. Iluminação.


VISTA LATERAL - RUA AFONSO PENA

|104


IMPLANTAÇÃO ESCALA 1:1000

N

|106


C

D

E

B

B

A

A

PLANTA DO TÉRREO INFERIOR - NÍVEL -4.00

C

E

D

ESCALA 1:500

LEGENDA 1. BIBLIOTECA/MIDIATECA - aprox. 20.000 livros

5. ELEVADOR DE CARGA

9. COZINHA - RESTAURANTE

13. MUSEU DO CINEMA/ GALERIA

2. SANITÁRIOS

6. ELEVADOR DE SERVIÇO

10. RESTAURANTE

14. APOIO MUSEU

3. ESCADA DE INCÊNDIO

7. APOIO

11. LIVRARIA/LOJA

15. RESERVATÓRIO INFERIOR

4. APOIO (BIBLIOTECA,REST. E LIVRARIA)

8. ELEVADORES

12. APOIO LIVRARIA

16. ANFITEATRO

N

ÁREA DO PAVIMENTO 5.702.19m²

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C

D

E

B

B

A

A

C

D

E

PLANTA DO TÉRREO SUPERIOR - NÍVEL 0.00 ESCALA 1:500

LEGENDA 1. CENTRAL DE EQUIPAMENTOS

5. RUA DE SERVIÇO

9. BILHETERIA

13. CONTROLE DE ACESSO - SERVIÇO

2. ESCADA DE INCÊNDIO

6. ELEVADOR DE CARGA

10. ELEVADORES

14. OFICINA DE MARCENARIA

3. DOCA

7. ELEVADOR DE SERVIÇO

11. SANITÁRIOS

15. FOYER

4. ESTÚDIOS

8. APOIO

12. RECEPÇÃO ESCOLA

16. ANFITEATRO

17. RAMPA - ACESSO AO TÉRREO INFERIOR

N

ÁREA DO PAVIMENTO 4.976.62m²

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C

D

E

B

B

A

A

C

D

E

PLANTA 1º PAVIMENTO - NÍVEL + 3.15 ESCALA 1:500

LEGENDA 1. SALA DE EXIBIÇÃO 1 - CAPACIDADE 64 LUGARES

5. SALA DE EXIBIÇÃO 3 - CAPACIDADE 95 LUGARES

9. ELEVADORES

13. OFICINA CABELO E MAQUIAGEM

2. SALA DE EXIBIÇÃO 2 - CAPACIDADE 95 LUGARES

6. ELEVADOR DE SERVIÇO

10. BOMBONIERE

14. SALA DE AULA

3. ESCADA DE INCÊNDIO

7. APOIO

11. SALA DE EXIBIÇÃO 4 - CAPACIDADE 260 LUGARES

4. SANITÁRIOS

8. ELEVADOR DE CARGA

12. SALA DE EXIBIÇÃO 5 - CAPACIDADE 172 LUGARES

N

ÁREA DO PAVIMENTO 2.476.84m²

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D

C

E

B

B

A

A

C

D

E

PLANTA 2º PAVIMENTO - NÍVEL + 6.30 ESCALA 1:500

LEGENDA 1. CABINE DE PROJEÇÃO

5. ELEVADOR DE SERVIÇO

9. SANITÁRIOS

2. EXPOSIÇÕES

6. APOIO

10. SALA DE EXIBIÇÃO 6 - GRUPOS ATÉ 30 PESSOAS

3. ESCADA DE INCÊNDIO

7. ACERVO DE PELÍCULAS

11. MANUTENÇÃO E ACERVO - ITENS CONTAMINADOS

4. ELEVADOR DE CARGA

8. ELEVADORES

12. OFICINA DE FIGURINO

12. SALA DE AULA

N

ÁREA DO PAVIMENTO 1.562.86m²

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D

C

E

B

B

A

A

C

D

E

PLANTA 3º PAVIMENTO - NÍVEL + 9.45 ESCALA 1:500

LEGENDA 1. ESCADA DE INCÊNDIO

5. ELEVADOR DE CARGA

9. ELEVADORES

13. OFICINA

2. SALA DE MÁQUINAS

6. ELEVADOR DE SERVIÇO

10. SANITÁRIOS

14. SALA DE AULA

3. EXPOSIÇÕES

7. APOIO

11. CABINE DE PROJEÇÃO

4. PASSARELA TÉCNICA - ESTÚDIOS

8. ADMINISTRAÇÃO - CINEMA

12. SALA DE EXIBIÇÃO 7 - GRUPOS ATÉ 30 PESSOAS

N

ÁREA DO PAVIMENTO 1.577.23m²

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C

D

E

B

B

A

A

C

D

E

PLANTA 4º PAVIMENTO - NÍVEL + 12.60 ESCALA 1:500

LEGENDA 1. CINE CAFÉ

5. SANITÁRIOS

9. APOIO FUNCIONÁRIOS

13. ILHA DE EDIÇÃO

17. DEPÓSITO ARTE/FIGURINO

2. EXPOSIÇÕES

6. SALA EVENTOS

10. ELEVADOR DE CARGA

14. ELEVADORES

18. TERRAÇO

3. AUDITÓRIO

7. ADMINISTRAÇÃO/DIREÇÃO

11. ELEVADOR DE SERVIÇO

15. LABORATÓRIOS

4. ESCADA DE INCÊNDIO

8. SALA DOS PROFESSORES

12. APOIO

16. SALA DE MÁQUINAS

N

ÁREA DO PAVIMENTO 2.890.91m²

|116


CORTE A PERSPECTIVADO

|121


CORTE B ESCALA 1:500

CORTE C ESCALA 1:500

|122


CORTE D ESCALA 1:500

CORTE E ESCALA 1:500

|123


ELEVAÇÃO 1- PRAÇA CEL. FERNANDO PRESTES ESCALA 1:500

ELEVAÇÃO 2 - RUA AFONSO PENA ESCALA 1:500

|126


ELEVAÇÃO 3 - RUA RIBEIRO DE LIMA ESCALA 1:500

DIAGRAMAS VENTILAÇÃO APOIO FUNC.

CONDICIONAMENTO MECÂNICO CLIMATIZAÇÃO RIGOROSA

LABORATÓRIOS

AUDITÓRIO

SALA DE EXIBIÇÃO

SALA DE EXIBIÇÃO

CONDICIONAMENTO MEC. E NATURAL - CLIMATIZAÇÃO FLEXÍVEL VENTILAÇÃO NATURAL ESTÚDIO BIBLIOTECA

FOYER

TERRAÇO

TERRAÇO

OFICINAS

SALAS DE AULA

FOYER

EQUIPAMENTOS RESTAURANTE

BIBLIOTECA

ANFITEATRO

LIVRARIA/LOJA

RESTAURANTE

|127


4- TÉRREO INFERIOR

1- SALAS DE CINEMA E ESTÚDIOS

2- SALAS DE CINEMA

3- ESCOLA DE CINEMA

PARTIDO ESTRUTURAL A concepção estrutural adotada foi um sistema misto, que inclui estrutura metálica e estrutura de concreto. A estrutura foi pensada de forma independente em cada bloco, porém, todos eles são conectados através dos núcleos estruturais de concreto e passarelas metálicas. Nos blocos das salas de cinemas e estúdios (1) devido à necessidade do programa de grandes vãos livres, optou-se pela estrutura metálica com perfis, treliças e pilares metálicos apoiados no chão. Em relação às demais caixas de salas de cinema (2), que não estão apoiadas no chão, o raciocínio estrutural se deu através de grandes treliças metálicas engastadas no núcleo estrutural de circulação e em quatro apoios que marcam sua presença no térreo superior com os espelhos d’água e descem até o térreo inferior, e por fim cabos de aço para o contraventamento. O bloco da escola de cinema (3) segue um raciocínio parecido com os estúdios - lajes nervuradas com perfis metálicos, porém não estão apoiados totalmente no chão, somente os núcleos estruturais e dois apoios que descem até o térreo inferior; as passarelas e rampas são metálicas engastadas no bloco da escola e tirantes presos na cobertura que reforçam a estrutura das rampas. Todos os núcleos estruturais de circulação vertical nascem no térreo inferior (4), assim como os pilares, que nos dois térreos são de concreto com seção circular e nos demais pavimentos são metálicos; e laje nervurada de concreto no térreo inferior.

Cobertura O sistema estrutural utilizado consiste em perfis metálicos no sentido longitudinal e transversal, que são apoiados em uma estrutural espacial que por sua vez transferem as cargas para os núcleos estruturais de concreto e para os pilares metálicos. CHAPA DE AÇO CORTEN

ESTRUTURA METÁLICA

ESTRUTURA ESPACIAL E APOIOS

COBERTURA COM RASGOS DE ILUMINAÇÃO

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4º PAV.

3º PAV.

4º PAV.

2º PAV.

3º PAV.

COBERTURA E PASSARELA

GALERIA EXPOSIÇÕES E PASSARELA

ESCALA 1:50

ESCALA 1:50

1. Vidro temperado fixo.

5. Estrutura metálica espacial.

11. Piso de cimento queimado.

2. Chapa de aço corten.

6. Tirante tubular.

12. Isolamento.

3. Estrutura metálica principal c/ pintura eletrostática preta.

7. Laje de concreto.

13. Laje de concreto.

4. Perfil metálico para apoio da chapa de aço corten.

8. Cabeamento.

14. Revestimento.

9. Dutos de ar condicionado.

15. Parede dupla.

10. Forro de gesso.

16. Chapa metálica perfurada.

17. Estrutura metálica guarda corpo, h.1.10m c/ pintura eletrostática preta.

1. Estrutura metálica principal c/ pintura eletrostática preta.

5. Forro de gesso.

11. Parede dupla.

18. Cabos de aço, guarda corpo.

2. Chapa metálica perfurada.

6. Cabeamento.

12. Revestimento placa de concreto.

19. Estrutura metálica passarela c/ pintura eletrostática preta.

3. Estrutura metálica guarda corpo, h.1.10m c/ pintura eletrostática preta.

7. Dutos de ar condiconado.

13. Placa piso cimentício flutuante.

8. Piso de cimento queimado.

14. Estrutura piso flutuante.

20. Chapa de revestimento metálico.

4. Cabos de aço, guarda corpo.

9. Isolamento.

15. Laje metálica.

10. Laje de concreto.

16. Painel de aço corten.

21. Placa de concreto fôrma com furos.

17. Viga metálica para fixação dos paineis. 18. Estrutura metálica c/ pintura eletrostática preta. 19. Vidro temperado fixo. 20. Tirante tubular.

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4º PAV.

ESCOLA DE CINEMA TERRAÇO E PASSARELAS

ESTÚDIO ESCOLA

ESCALA 1:50

1. Piso de cimento queimado.

1. Chapa de aço corten.

2. Isolante térmico.

2. Estrutura metálica principal c/ pintura eletrostática preta.

3. Laje de concreto. 4. Cabeamento.

3. Perfil metálico p/ apoio da chapa de aço corten.

5. Dutos de ar condicionado.

4. Tirante tubo.

7. Forro acústico.

5. Núcleo vertical - placa de concreto, fôrma com furos.

8. Placas de isolamento acústico.

6. Estrutura metálica guarda corpo, h.1.10m c/ pintura eletrostática preta. 7. Cabos de aço, guarda corpo. 8. Piso de cimento queimado. 9. Chapa metálica perfurada. 10.Cabos de aço- estrutura rampas.

3º PAV.

ESCALA 1:75

6. Treliça metálica.

9.Estrutura metálica guarda corpo, h.1.10m c/ pintura eletrostática preta. 10. Cabos de aço, guarda corpo. 11. Estrutura tirantes - passarela técnica. 12. Estrutura metálica - passarela técnica, c/ pintura eletrostática preta. 13. Chapa metálica perfurada.

11. Estrutura metálica- rampas, c/ pintura eletrostática preta.

14. Cabos de aço- estrutura passarela.

12. Caixilho de alumínio preto.

15. Grid móvel, treliça metálica.

13. Vidro temperado.

16. Cabos de aço- estrutura grid.

14. Veneziana de vidro.

17. Parede dupla.

15. Isolamento.

18. Isolamento.

16. Contrapiso.

19. Placas de isolamento acústico.

17. Cabeamento - aparente.

20. Estrutura metálica c/ pintura eletrostática preta.

18. Dutos de ar condiconado aparente.

21. Caixilho pivotante com tratamento acústico. 22. Piso flutuante de concreto nivelado à laser. 23. Isolamento térmico. 24. Laje nervurada de concreto. 25. Forro de gesso.

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Croqui da proposta de parklet cinema

7.5 Projeto

Como vimos, a cidade de São Paulo carece de espaços públicos de qualidade, lugares em que o pedestre se sinta acolhido e com usos que estimule sua permanência em diferentes horários. Porém, sabemos que existem na cidade muitos lugares subutilizados ou abandonados com vocação para receber intervenções e transformações com objetivo de ativar e ressignificar temporariamente esses lugares, ampliando as opções de espaços públicos de qualidade. Dessa maneira, podemos considerar o projeto como a matriz e pensar sua intervenção na escala urbana da cidade a partir de replicações da sua “essência”, capazes de reativar e ressignificar esses lugares, e promover novas áreas de convivência e encontros pela cidade. Essa “contaminação” se dá através de ocupações pontuais relacionadas ao cinema. Preencher não só o espaço, mas também trazer ao cotidiano do cidadão experiências e oportunidades para muitos não vivenciadas, como projeções de cinema, oficinas e workshops de audiovisual e exposições artísticas. A partir disso, reconheco que na região central de São Paulo existem vazios urbanos e locais que poderiam ser melhor explorados, com pontencialidades para receber esse tipo de intervenção. São eles: Patteo do Colegio, Vale do Anhangabaú, R. Augusta, Praça da República, São Bento, Largo do Arouche e região da Luz.

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A proposta se faz a partir de PROJEÇÃO DE CINEMA uma caixa metálica similar à uma estrutura de contâiner que abriga todos os equipamentos necessários para a intervenção ocorrer. O filme poderá ser projetado nas empenas cegas do lugar existente ou utilizando a própria caixa como tela, e para as pessoas se acomodarem serão disponibilizados caixotes de madeira dispostos conforme a necessidade do local.

7.5 Projeto

ESQUEMAS DE OCUPAÇÃO DA PROPOSTA

OFICINAS E WORKSHOPS

Com o objetivo de fomentar o audiovisual brasileiro, esta intervenção promove oficinas e workshops relacionados à produção cinematográfica. A caixa metálica se abre e juntamente com os materais de cada oficina transformase em um espaço de trabalho, assim como os caixotes se transformam em mesas e cadeiras. Imagem ao lado: Mapeamento dos possíveis lugares para ocorrer a intervenção - recorte área central.

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EXPOSIÇÕES ARTÍSTICAS

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A caixa metálica também poderá ser um espaço expositivo, sua estrutura funciona como suporte para expor assim como os caixotes podem ser agrupados da melhor maneira para expor o trabalho. A intenção é promover exposições dos trabalhos desenvolvidos durante as oficinas bem como abranger as demais manifestações artísticas.

A prefeitura de São Paulo adotou políticas urbanas para a regulamentação e implantação de parklets. Sendo assim, a proposta busca através dessa ampliação temporária do passeio público um parklet cinema, idealizado para promover novos lugares de convivência na rua e difundir a produção do audiovisual brasileiro, permitindo trazer para O Parklet Cinema é montado com painéis metálicos que o cotidiano de quem passa são os suportes para as 4 telas, e os bancos são feitos por este local a experiência com os caixotes que possibilitam uma maior flexibilidade ao de vivenciar o cinema de diferentes maneiras. usuário.

PARKLET CINEMA


A seguir, retrato através da fotografia a proposta Ocupa!, com alguns desses lugares identificados como territórios com potencialidades para receber essas intervenções temporárias.

PROJEÇÃO DE CINEMA - TERRENO VAZIO, LUZ Fotomontagem: Foto de um terreno vazio abandonado na Luz com a intervenção de projeção de cinema ao ar livre.

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OFICINA E WORKSHOP - PRAÇA DA REPÚBLICA 138|

Fotomontagem: Foto de um trecho da Praça da República com a intervenção com oficinas e workshops.


EXPOSIÇÕES - PATEO DO COLLEGIO Fotomontagem: Foto do Pateo do Collegio com a intervenção de exposições artítiscas.

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PROJEÇÃO DE CINEMA - AV. RIO BRANCO 140|

Fotomontagem: Foto de um estacionamento na Av. Rio Branco com a intervenção de projeção de cinema.


PROJEÇÃO DE CINEMA - VALE DO ANHANGABAÚ Fotomontagem: Foto de um trecho do Vale do Anhangabaú com a intervenção de projeção de cinema ao ar livre.

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PARKLET CINEMA - LARGO DO PAISSANDÚ 142|

Fotomontagem: Foto do Largo do Paissandú com a intervenção do parklet cinema na rua.


OFICINA E WORKSHOP- PRAÇA PRINCESA ISABEL Fotomontagem: Foto de um trecho do Vale do Anhangabaú com a intervenção de projeção de cinema ao ar livre.

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