Zelar: centro de acolhimento infantojuvenil

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Zelar CENTRO DE ACOLHIMENTO INFANTOJUVENIL

KAREN NERES 2020



KAREN CHRISTINA NERES SILVA COSTA

ZELAR CENTRO DE ACOLHIMENTO INFANTOJUVENIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação da Profa. Dra. Rosa Sulaine Silva Farias e da Profa. Ma. Alexandra Marinelli.

Ribeirão Preto/SP | 2020


Ficha Catalográfica Elaborada por Matheus Felippe Tunis. CRB 8/8766 C837z

Costa, Karen Christina Neres Silva Zelar: centro de acolhimento infantojuvenil / Karen Christina Neres Silva Costa. – Ribeirão Preto, 2020. 154 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação da Profa. Ma. Alexandra Marinelli. 1. Abrigo. 2. Acolhimento institucional. 3. Arquitetura social. 4. Desenvolvimento. I. Título. II. Marinelli, Alexandra.

CDD 720


KAREN CHRISTINA NERES SILVA COSTA

ZELAR CENTRO DE ACOLHIMENTO INFANTOJUVENIL

Profa. Ma. Alexandra Marinelli

Profa. Ma. Ana Teresa Cirigliano Villela

Arq. e Urb. Viviane Carolina Cantarino Mazarini

Ribeirão Preto/SP | 2020



Agradecimentos Inicialmente agradeço a Deus, a primeira base, que me manteve firma até aqui e me fez buscar e descobrir uma força ainda não conhecida. Aos meus pais, Carla e Elsivânio, e todos os familiares que mesmo com a distância permaneceram sempre por perto, o suporte e amor recebidos foram as ferramentas que me incentivaram a cada dia, incluindo os mais difíceis. Ao meu namorado, Einer, por todo o apoio, compreensão, carinho e madrugadas passadas juntos. Também as minhas amigas e, em especial, a Larissa, quem fez parte da minha caminhada desde o começo da vida acadêmica, me deu força e me ajudou a chegar até aqui, amizade que vai além dos 5 anos de faculdade. Por fim, aos docentes por todo apoio prestado e pelo conhecimento passado. A todos o meu muito obrigada!


Abstract Since the adoption of the Child and Adolescent Statute (ECA), Brazil has assumed responsibility and commitment to the assistance and full protection of children and young people who face, temporarily or not, in a state of abandonment or social instability. Today, seeking to comply with this legislation, it is possible to find institutions focused on the reception of these children, however, with inadequate spaces, not dimensioned and mostly adapted for the new function. Thus, understanding the importance of the discussion and the search for improvements, in addition to how these spaces influence the development in several areas of the child’s personal growth, this work will seek to elaborate, for the city of Ribeirão Preto, the study and architectural project of a shelter connected to a space for socialization and technical foundation for children and adolescents. Thus seeking to contribute to the social, personal, psychological and professional transformation of these adolescents through architecture and their means of action. Key words: Shelter; Institutional reception; Social architecture; Development.


Resumo Desde a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Brasil assume a responsabilidade e compromisso com a assistência e proteção integral às crianças e jovens que se deparam, provisoriamente ou não, em estado de abandono ou instabilidade social. Hoje, buscando cumprir essa legislação, é possível encontrar instituições voltadas para o acolhimentos dessas crianças, porém, com espaços inadequados, não dimensionados e em sua maioria adaptados para a nova função. Dessa forma, entendendo a importância da discussão e a busca por melhorias, além de como esses espaços influenciam no desenvolvimento em diversas áreas do crescimento pessoal da criança, esse trabalho buscará elaborar, para a cidade de Ribeirão Preto, o estudo e projeto arquitetônico de um abrigo conectado a um espaço de socialização e fundamentação técnica infanto juvenil. Buscando assim, contribuir para a transformação social, pessoal, psicológica e profissional desses adolescentes através da arquitetura e seus meios de atuação. Palavras chave: Abrigo; Acolhimento institucional; Arquitetura social; Desenvolvimento.



“A criança é o princípio sem fim. O fim da criança é o princípio do fim. Quando uma sociedade deixa matar a criança é porque começou seu suicídio como sociedade. Quando não as ama é porque deixou de se reconhecer como humanidade. Afinal, a criança é o que fui em mim e em meus filhos, enquanto eu em humanidade. Ela como princípio é a promessa de tudo. É minha obra livre de mim. Se não vejo na criança, uma criança, é porque alguém a violentou antes e o que vejo é o que sobrou o que lhe foi tirado. Mas essa que vejo na rua sem pai, sem mãe, sem casa, cama e comida, essa que vive a solidão das noites sem gente por perto, é um grito, é um espanto. Diante dela, o mundo deveria parar para começar um novo encontro, porque a criança é o princípio sem fim e o seu fim é o fim de todos nós.” A criança é coisa séria - Herbert de Souza


Lista de Figuras Figura 01 – Crianças sorrindo. Página 17. Figura 02 – Crianças na caixa d’agua. Página 19. Figura 03 – Crianças olhando para o céu. Página 23. Figura 04 – Adoção de Moisés. Página 25. Figura 05 – Os Jesuítas. Página 25. Figura 06 – A roda dos expostos. Página 26. Figura 07 – Criança sentada. Página 27. Figura 08 – Catequização pelos jesuítas. Página 29. Figura 09 – Santa Casa de misericórdia. Página 30. Figura 10 – Crianças abandonadas. Página 33. Figura 11 – Garoto sorridente. Página 35. Figura 12 – Crianças com mãos para o alto. Página 37. Figura 13 – Procedimento adoção. Página 44. Figura 14 – Garota gargalhando. Página 45. Figura 15 – Fachada casa de acolhimento. Página 47. Figura 16 – Localização casa de acolhimento. Página 48. Figura 17 – Mapa casa de acolhimento para menores. Página 48. Figura 18 – Imagem entorno. Página 49. Figura 19 – Imagem entorno. Página 49. Figura 20 – Diagrama conceito. Página 50. Figura 21 – Diagrama partido. Página 51. Figura 22 – Diagrama partida. Página 51. Figura 23 – Implantação. Página 52. Figura 24 – Planta Térreo. Página 53. Figura 25 – Planta 1º pavimento. Página 54. Figura 26 – Ilustração interior. Página 55. Figura 27 – Corte esquemático. Página 55. Figura 28 – Abertura. Página 56.

Figura 29 – Perspectiva volumétrica. Página 58. Figura 30 – Centro de bem estar. Página 59. Figura 31 – Localização centro de bem estar. Página 60. Figura 32 – Localização centro de bem estar. Página 60. Figura 33 – Localização centro de bem estar. Página 61. Figura 34 – Entorno. Página 61. Figura 35 – Entorno. Página 61. Figura 36 – Entorno. Página 61. Figura 37 – Entorno. Página 61. Figura 38 – Volumetria centro de bem estar. Página 62. Figura 39 – Volumetria centro de bem estar. Página 62. Figura 40 – Implantação. Página 63. Figura 41 – Planta Térreo. Página 64. Figura 42 – Planta 1º pavimento. Página 65. Figura 43 – Planta 2º pavimento. Página 66. Figura 44 – Planta 3º pavimento. Página 67. Figura 45 – Planta 4º pavimento. Página 68. Figura 46 – Planta 5º pavimento. Página 69. Figura 47 – Planta 6º pavimento. Página 70. Figura 48 – Volumetria. Página 71. Figura 49 – Corte esquemático. Página 71. Figura 50 – Materialidade. Página 72. Figura 51 – Perspectiva centro de bem estar. Página 74. Figura 52 – Meninas correndo. Página 75. Figura 53 – Largo da Matriz em Ribeirão Preto. Página 78. Figura 54 – Praça Coração de Maria – Vila Tibério. Página 80. Figura 55 – Porteira da Mogiana. Página 80. Figura 56 – Uso do solo bairro. Página 84.


Figura 57 – Uso do solo bairro. Página 84. Figura 58 – Uso do solo bairro. Página 84. Figura 59 – Uso do solo bairro. Página 84. Figura 60 – Gabarito bairro. Página 86. Figura 61 – Gabarito bairro. Página 86. Figura 62 – Gabarito bairro. Página 86. Figura 63 – Gabarito bairro. Página 86. Figura 64 – Vegetação bairro. Página 88. Figura 65 – Vegetação bairro. Página 88. Figura 66 – Vegetação bairro. Página 88. Figura 67 – Vegetação bairro. Página 88. Figura 68 – Corte via. Página 92. Figura 69 – Corte via. Página 92. Figura 70 – Corte via. Página 92. Figura 71 – Corte via. Página 92. Figura 72 – Equipamento. Página 96. Figura 73 – Equipamento. Página 96. Figura 74 – Equipamento. Página 96. Figura 75 – Equipamento. Página 96. Figura 76 – Localização lote. Página 98. Figura 77 – Entorno lote. Página 99. Figura 78 – Corte via. Página 99. Figura 79 – Corte via. Página 99. Figura 80 – Imagem lote. Página 100. Figura 81 – Imagem lote. Página 100. Figura 82 – Vizinhança. Página 100. Figura 83 – Vizinhança. Página 100. Figura 84 – Crianças olhando para baixo. Página 103.

Figura 85 – Perspectiva projeto. Página 105. Figura 86 – Conceito e partido. Página 112. Figura 87 – Estudo de massa. Página 113. Figura 88 – Estudo de massa. Página 113. Figura 89 – Volumetria. Página 114. Figura 90 – Setorização. Página 115. Figura 91 – Setorização. Página 116. Figura 92 – Terreno topografia. Página 117. Figura 93 – Corte da terra. Página 117. Figura 94 – Planta topografia. Página 118. Figura 95 – Implantação. Página 119. Figura 96 – Perspectiva projeto. Página 120. Figura 97 – Vegetação. Página 121. Figura 98 – Perspectiva projeto. Página 123. Figura 99 – Perspectiva projeto. Página 124. Figura 100 – Planta Térreo. Página 125. Figura 101 – Perspectiva projeto interior. Página 126. Figura 102 – Perspectiva projeto interior. Página 126. Figura 103 – Perspectiva quarto. Página 127. Figura 104 – Perspectiva quarto. Página 128. Figura 105 – Planta superior. Página 129. Figura 106 – Perspectiva projeto piso superior. Página 130. Figura 107 – Perspectiva projeto piso superior. Página 130. Figura 108 – Estrutura. Página 131. Figura 109 – Estrutura. Página 131. Figura 110 – Estrutura. Página 131. Figura 111 – Estrutura. Página 131. Figura 112 – Perspectiva materialidade. Página 133.


Figura 113 – Perspectiva materialidade. Página 134. Figura 114 – Abertura. Página 135. Figura 115 – Perspectiva piso superior. Página 136. Figura 116 – Planta acessível. Página 137. Figura 117 – Piso tátil. Página 137. Figura 118 – Piso tátil. Página 137. Figura 119 – Planta acessível. Página 137. Figura 120 – Planta acessível. Página 137. Figura 121 – Diagrama água pluvial. Página 138. Figura 122 – Diagrama energia solar. Página 138. Figura 123 – Diagrama. Página 140. Figura 124 – Perspectiva projeto. Página 141. Figura 125 – Jovens unidas. Página 143. Figura 126 – Garota meiga. Página 147.

Lista de Gráficos Gráfico 01 – Motivos para o acolhimento no Brasil. Página 34. Gráfico 02 – Idade média populacional. Página 78. Gráfico 03 – Horários de fluxo no perímetro do bairro. Página 90. Gráfico 04 – Programa pavimento térreo. Página 107. Gráfico 05 – Programa pavimento superior. Página 108.

Lista de Quadros Quadro 01 – Modalidades de acolhimento. Página 39. Quadro 02 – Área do programa. Página 110. Quadro 03 – Área do programa. Página 110.

Quadro 04 – Legislação. Página 111.

Lista de Mapas Mapa 01 – Mapa Ribeirão Preto. Página 77. Mapa 02 – Mapa Vila Tibério. Página 79. Mapa 03 – Mapa Macrozoneamento. Página 81. Mapa 04 – Mapa uso de solo. Página 83. Mapa 05 – Mapa gabarito. Página 85. Mapa 06 – Mapa vegetação. Página 87. Mapa 07 – Mapa Fluxo das vias. Página 89. Mapa 08 – Hierarquia viária física. Página 91. Mapa 09 – Mapa hierarquia viária funcional. Página 93. Mapa 10 – Mapa transporte. Página 94. Mapa 11 – Mapa equipamentos. Página 95. Mapa 12 – Mapa locais de apoio a criança em RP. Página 97. Mapa 13 – Mapa caracterização física da área. Página 101.



Sumário

01

02

03

INTRODUÇÃO

REFERÊNCIAL TEÓRICO

REFERÊNCIA PROJETUAL

1.1 TEMA 1.2 METODOLOGIA

2.1 HISTÓRIA DA ADOÇÃO NO MUNDO 2.2 DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA 2.3 HISTÓRIA DA ADOÇÃO NO BRASIL 2.3.1 MARCOS DA ADOÇÃO NO BRASIL 2.4 FATORES PARA O ABANDONO 2.5 O ECA 2.5.1 MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS 2.6 O ABRIGAMENTO 2.7 CONSELHO TUTELAR 2.7.1 AÇÕES DO CONSELHO TUTELAR 2.7.2 CONSELHO TUTELAR EM RIBEIRÃO 2.8 PROCEDIMENTOS PARA ADOÇÃO

3.1 CASA DE ACOLHIMENTO PARA MENORES 3.2 CENTRO DE BEM ESTAR PARA CRIANÇAS


04

05

06

O LOCAL

O PROJETO

REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO CIDADE-BAIRRO 4.2 MACROZONEAMENTO 4.3 LEGISLAÇÃO 4.4 USO DO SOLO 4.5 GABARITO 4.6 VEGETAÇÃO 4.7 FLUXO DAS VIAS 4.8 HIERARQUIA VIÁRIA FÍSICA 4.9 HIERARQUIA VIÁRIA FUNCIONAL 4.10 TRANSPORTE 4.11 EQUIPAMENTOS 4.12 APOIO A CRIANÇA EM RIBEIRÃO PRETO 4.13 ESTUDO DA ÁREA 4.14 ENTORNO 4.15 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA 4.16 POSSE DO TERRENO 4.16.1 A NOTIFICAÇÃO

5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 5.2 MEMORIAL JUSTIFICATIVO 5.2.1 PROGRAMA 5.2.2 CONCEITO | PARTIDO 5.2.3 PLANO DE MASSAS 5.2.4 ESTUDO VOLUMETRIA 5.2.5 SETORIZAÇÃO 5.2.6 TOPOGRAFIA 5.2.7 IMPLANTAÇÃO 5.2.8 SISTEMA DE LAZER 5.2.9 PVTO TÉRREO 5.2.10 ÁREA ÍNTIMA 5.2.11 PVTO SUPERIOR 5.2.12 PAISAGISMO 5.2.13 ESTRUTURA 5.2.14 MATERIALIDADE 5.2.15 ABERTURAS 5.2.16 ACESSIBILIDADE 5.2.17 COMPORTAMENTO SUSTENTÁVEL

6.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Figura 01. Crianรงas sorrindo. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/dhaka-bangladesh-january21-2013-daily-1353583631


CAPÍTULO 01


Figura 02. Crianças na caixa d’agua. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/children-friendship-togetherness-smiling-happinessconcept-430377679


Introdução Os direitos essenciais das crianças e adolescentes, como educação, cultura, lazer e saúde, só foram especificados legalmente no início na década de 90 com a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), certo que antes disso o histórico de abandono e descaso com menores era comum, de maneira que se tornou cada mais vez mais usual essa prática com a utilização da roda dos expostos1 que se espalhou pelo mundo até a lei do ventre livre2 que aumentava o número de crianças abandonadas, assim, a necessidade de uma legislação especifica se tornava essencial, certo que no Brasil, a tentativa de solução veio com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente buscando regulamentar as obrigações e deveres em favor dos tutelados. Dentre as medidas aplicadas está o Acolhimento Institucional, que está previsto no ECA e é a forma de proteção e acolhimento atribuído a crianças e adolescentes que se encontram em momento de instabilidade social ou familiar. Essas crianças são afastadas do convívio familiar até que seja possível seu retorno, todavia, havendo a impossibilidade deste retorno, há outros meios previstos como família substituta; essa e outras serão abordados posteriormente. 1 A roda dos expostos teve origem na Itália durante a Idade Média, o nome roda se refere a um artefato de madeira fixado ao muro ou janela do hospital, no qual era depositada a criança, sendo que ao girar o artefato a criança era conduzida para dentro das dependências do mesmo, sem que a identidade de quem ali colocasse o bebê fosse revelada. 2 A Lei do Ventre Livre declarava livres os filhos de mulher escrava nascidos no Brasil a partir da data da aprovação da lei. A lei determinava que as crianças permanecessem em poder dos senhores das suas mães, que eram obrigados a criá-los até os oito anos de idade.

Com o número de crianças que precisam desse acolhimento e as discussões a respeito do impacto da institucionalização no desenvolvimento dos acolhidos, surgem as seguintes questões: Como a arquitetura pode contribuir com esse processo? Como essas instituições podem atender as demandas das crianças e adolescentes? Neste sentido, alguns pensadores vêm se debruçando sobre o tema: (...) considera-se que a adoção de medidas simples, como a composição de arranjos espaciais que valorizem a convivência intensa entre grupos de pares, ou a criação de espaços lúdicos, como as brinquedotecas, podem promover melhorias nas condições gerais do ambiente, tornando o clima mais favorável à interação social e propiciando o contato íntimo e afetuoso da criança com seus cuidadores e coetâneos. (CAVALCANTE et al., 2007, p.348)

A partir dessas reflexões, esse trabalho terá como tema o acolhimento infanto juvenil a ser realizado na cidade de Ribeirão Preto-SP, buscando o abrigo como ferramenta de socialização e não barreira. Assim, o objetivo geral do trabalho é a elaboração de um projeto de acolhimento para adolescentes de 12 a 18 anosno Brasil, o ECA, Lei 8.069 de 1990, considera adolescente a faixa etária de 12 a 18 anos de idade- com propósito de encontrar um lugar mais “humanizado”, com soluções sustentáveis e acessíveis, além de um lugar que atenda as necessidades de quem o utiliza diariamente ao mesmo tempo que busca pela integração com 20


a sociedade, a fim de transparecer a forma como a arquitetura pode influenciar de forma positiva a vida desses jovens. Haja vista a influência que o ambiente traz consigo em sua infraestrutura, este possui a importância tanto no processo de formação de identidade, construções de conceitos e emoções como também na inclusão social, certo que o projeto buscará compreender e influenciar como o usuário vive esse espaço. Dessa forma, busca-se como objetivo específico: Identificar áreas com maior demanda; compreender as necessidades programáticas desses abrigos; a criação de espaços adequados e através desses garantir o amparo e diversidade de usos; o uso de tecnologia e sustentabilidade como ferramenta de melhoria na utilização desses locais; oferecer ambientes bem planejados; contribuir para o desenvolvimento de aptidões e capacitação para esses jovens, além da realização de levantamentos de projetos para que haja o melhor o entendimento da problemática. A priori, ao pensar na problemática, apesar das exigências das leis que regularizam e zelam pelo cuidado de crianças e adolescentes, a situação de abandono e violência infantil ainda se mantém um problema frequente, fazendo com que muitas dessas crianças ao chegar no acolhimento apresentam marcas e feridas psicológicas que precisam ser tratadas. Esse tratamento, em conjunto com as demais atividades, são dificultadas quando se olha para a infraestrutura desses abrigos, já que se depara com a falta de espaços planejados, sendo que em sua maioria são locais improvisados e alugados pelo municipio, geralmente residências adaptadas, onde é difícil a realização de atividades, atendimentos específicos e desenvolvimento pessoal e profissional.

Essas crianças além da falta de atividades tem um convívio isolado e restrito, atitude que vem com o objetivo de proteção, porém, é de senso comum que atrapalha o desenvolvimento social e de integração com o restante da sociedade. Ainda, diante de alguns obstáculos enfrentados nesse tema, se encontra a busca por alternativas para a adoção, uma vez que em sua maioria, as crianças no Brasil são adotadas até os 6 anos de idade, consequentemente as que superam essa média dificilmente serão adotadas, permanecendo então até os 18 anos de idade nesses abrigos. Esses dados são levantados segundo estudos do CNJ (2013), que indicam que a idade da criança tem relação direta com sua chance de ser adotada, somente 7,3% dos pretendentes a adoção aceitariam crianças com mais de 5 anos. Ao notar isso, são indagadas questões como: o que é possível fazer e como resolver esse problema que continua com o passar do tempo? Assim sendo, problemáticas como as citadas auxiliarão e guiarão o projeto com intuito de buscar alternativas para solucioná-las. Por fim, analisando todo o exposto até o momento, é notória a importância tanto do levantamento dessas discussões como a criação consciente desses ambientes, de forma que sejam construídos espaços realmente pensados e com tal finalidade, a de não somente abrigar como acrescentar a quem ali reside, já que são neles que a criança irá crescer e se desenvolver tanto fisicamente como moral e psicologicamente. Esse desenvolvimento em diversas áreas pode ser influenciado na forma como o ambiente se comunica com o indivíduo e como é o contato desse com cada um dos espaços


Á vista disso, é fundamental que esses espaços se aproximem o máximo do imaginário de lar e que forneça ferramentas para o dia a dia, refletindo na forma como essas ações influenciarão na inclusão e na difusão de uma nova imagem de abrigo. Dessa forma, o projeto buscará desde a sua fundamentação até o desenvolver do projeto final imprimir um novo conceito de abrigo, levando a toda população a importância do tema e sua discussão, mostrando então que ao se pensar nesses espaços é possível garantir o desenvolvimento de pessoas com uma boa formação.

Metologia

Levantamento: Levantar dados como características do local a ser implantado o abrigo, para que com a análise do mesmo, facilite o entendimento do entorno e da gleba, fazendo com que o objeto seja parte integrante do todo. Alvar Alto, arquiteto modernista, coloca que: “Nada pode jamais renascer, mas, por outro lado, nada desaparece completamente, e qualquer coisa que um dia existiu sempre reaparece em uma nova forma” (apud Mahfuz, 1984).

Para um melhor desenvolvimento da proposta serão realizados estudos, pesquisas, análises e leituras, a fim de que o conteúdo seja absorvido e então possa acrescentar nas etapas futuras, e assim, se obtenha um projeto de abrigo fiel à ideologia que aqui será apresentada. Dessa forma, a metodologia utilizada será: Pesquisa bibliográfica/Estudo de caso: Desenvolver pesquisas e levantamentos relacionados ao tema em questão, para que com ela seja possível entender desde a base teórica até aspectos encontrados atualmente, para que com isso seja adquirido referencial que possa embasar as análises a serem realizadas. Estudo/Análise de projetos: Analisar projetos relacionados com o programa de necessidades, com o objetivo de adquirir conhecimento quanto a diversidade de programas até a funcionalidade ou não desses espaços. Buscando espaços e soluções que possam agregar ao projeto final. 22


Figura 03. Crianças olhando para o cÊu. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/four-faces-black-white-6334261


CAPÍTULO 02


História da adoção no mundo Desde a antiguidade eram muitos os povos - gregos, romanos, persas, egípcios - que praticavam a adoção, acolhendo crianças e os fazendo parte da família, como filhos naturais, atividade essa que caminhava de encontro com a prática de abandono dos filhos, acreditando muitas vezes ser uma forma de proteção. Por muito tempo o ato de abandonar foi tolerado e até estimulado. De acordo MARCÍLIO (2006), uma das primeiras manifestações de adoção ocorreu na Roma Antiga, onde homens poderiam adotar crianças de qualquer idade, prática que era utilizada como forma de manter a linhagem da família, já que os romanos não se importavam com os laços consanguíneos, dando valor a linhagem e a chance da continuação da família.

os pais não tivessem filhos para mais do que pudessem manter, além de acreditar que os pobres não deveriam ter filhos. No início da Idade Média, as crianças continuavam a ser abandonadas em grande número, justificando como razão a pobreza. Segundo MARCÍLIO (2006), no século XVII, o padre jesuíta português Alexandre Gusmão colocava como prioridade o acolher uma criança, considerando um ato de suma piedade com o enjeitado e de sumo merecimento para com Deus. A igreja a partir de então incentiva a adoção como forma de caridade. Sendo assim, com a igreja em alta, o catolicismo europeu regulamenta a forma da moralidade familiar, nessa época surgem então as primeiras instituições de proteção à infância órfã ou abandonada. As crianças abandonadas eram deixadas em asilos e ficavam expostas à contaminação, já que frequentavam os mesmos locais que os adultos doentes.

Figura 04. Adoção de Moisés. Fonte: https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/adocao/contexto-da-adocao-no-brasil/ historia-da-adocao-no-mundo.aspx

Durante todo o império romano não houveram instituições para cuidar das crianças consideradas “enjeitadas”, e essas eram deixadas à própria sorte. Platão, em “A república”, sugeria que

Figura 05. Os Jesuítas. Fonte: http://cacholamagica.blogspot.com/2013/08/ensinodearteejesuitas.html


Já na Europa clássica, com o aumento cada vez maior de crianças abandonadas, criou-se o que foi dado o nome de hospício ou hospital de expostos, com o apoio da municipalidade , eram instituições que abrigavam essas crianças quando abandonadas, essas passavam por um período de amamentação- se necessário - com o auxílio das amas de leite, voltando depois de um tempo para o hospital. A esses hospitais foram incorporados nos muros e janelas a roda dos expostos³, local onde as crianças eram abandonadas (MARCÍLIO, 1998). 1

Com o decorrer do tempo, os hospitais foram se tornando orfanato, abrigando grande número de crianças e em localizações afastadas dos centros urbanos; a partir de então, é criado a primeira obra de beneficência em Paris, em 1780. Essa não tinha ligações religiosas e é a partir de então que o ser humano começa a ter valor perante o Estado e o abandono que antes era tão comum começa a receber o peso de censura aos olhos da sociedade. Mas, ainda assim, pouco tinha sido feito concretamente, o movimento se dissipava pouco a pouco e somente após a Grande Guerra, com crescimento exorbitante no número de crianças desabrigadas, houveram mudanças no setor e foi pensado então leis que buscavam garantir os direitos das crianças. Dessa forma, são dados passos importantes até a Declaração dos Direitos da Crianças, em 1954, que alguns anos depois chega a convenção da ONU pelo direito da criança, em 1989.

Figura 06. A roda dos expostos. Fonte: http://gloriaperez.com.br/a-roda-dos-expostos/

3 O mecanismo, em forma de tambor ou portinhola giratória, embutido numa parede, era construído de tal forma que aquele que expunha a criança não era visto por aquele que a recebia.

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Figura 07. Criança sentada. Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/preto-e-branco-bonito-crian%C3%A7a-1496179/

“É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.” Art.19°, Estatuto da Criança e do Adolescente,1990.


Declaração dos direitos da criança Em 20/11/1959 a Assembléia das Nações Unidas estatuíram a Declaração dos Direitos da Criança, a qual tem o objetivo de reafirmar a crença nos direitos humanos fundamentais, em especial, na tutela dos direitos das crianças, uma vez que as crianças, levando em consideração sua pouca experiência de vida/ imaturidade (física e mental), necessidade de atenção especial, em especial no setor de proteção legal antes e depois de seu nascimento.

Princípio 01: As crianças gozaram de todos os direitos constantes na respectiva declaração, sem que haja qualquer tipo de distinção racial, sexual, religiosa e de qualquer outra natureza;

A mencionada Declaração dos Direitos da Criança também ficou conhecida como Declaração de Genebra dos direitos da Criança. Em síntese, trata-se de uma carta, com natureza de documento internacional, em que foi aprovado e proclamado pelas Nações Unidas. Vale mencionar que o Brasil aderiu aos termos da Declaração dos Direitos da Criança de 1959, ratificando ainda os termos com a promulgação da Constituição Federal do Brasil em 1988.

Princípio 05: O tratamento, educação e cuidados especiais das crianças incapacitadas física, mental e/ou social;

Assim, a Declaração dos Direitos da Criança, objetivando a melhora das condições das crianças, de fora que estas possam gozar de sua infância, estabeleceram 10 principios, resumidamente, sendo esses:

Princípio 02: Determina a proteção social, cuja finalidade também é o desenvolvimento físico, mental, moral e social, respeitando a liberdade e a dignidade; Princípio 03: Direito ao nome e nacionalidade desde o nascimento; Princípio 04: A criança poderá gozar dos benefícios da previdência social, ainda tendo direito a alimentação, recreação e assistência médica;

Princípio 06: O direito a criação em ambiente afetuoso e seguro moral e materialmente; Princípio 07: A criança tem direito a educação gratuita; Princípio 08: A prioridade da criança em receber proteção e socorro; Princípio 09: A proteção da criança quando fruto de negligência, crueldade e exploração, de modo que é estritamente inaceitável o tráfico infantil, bem como veda a possibilidade da criança empregar-se antes da idade mínimo conveniente; Princípio 10: A proteção infantil contra todos os atos que suscitem todos os tipos de discriminação, de modo que estabelecer um ambiente fraterno, compreensivo e tolerante. 28


História da adoção no Brasil As primeiras manifestações de assistência às crianças no Brasil foram estipuladas por Portugal, tal como práticas como o abandonar e violentar. Ramos (2000) cita a chamada “história trágico-marítima das crianças nas embarcações portuguesas”, na qual, em maioria órfãs, foram trazidas e exploradas. O processo de institucionalização infantil manifestou-se no período colonial, entre 1550-1553, com as Casas de Muchachos⁴, que tinham como objetivo lecionar princípios portugueses ao mesmo tempo que passavam os conhecimentos do cristianismo aos indígenas e crianças órfãs portuguesas. Segundo Rizzini e Rizzini (2004), os jesuítas foram os principais educadores do Brasil até 1759, ano que foram expulsos. 1

Figura 08. Catequização pelos jesuítas. Fonte: http://historiacsd.blogspot.com/2007/11/brasil-colonia-os-religiososjesuitas.html

4 As “Casas de Muchachos” eram instituições que recebiam tanto os “órfãos da terra” - meninos indígenas e mestiços - quanto os órfãos vindos de Portugal trazidos para ajudar na conquista das crianças e jovens indígenas. Este tipo de instituição configurou-se em mais uma estratégia utilizada para disseminar os princípios do cristianismo por meio das crianças.

“Durante o período colonial, a proteção à criança abandonada no Brasil, tinha por referência as determinações de Portugal e era prevista nas três Ordenações do Reino: formalmente, era responsabilidade das câmaras municipais encontrar os meios para criar as crianças sem família. Sendo obrigada a lhes destinar um sexto de seus recursos. Função que frequentemente era exercida a contragosto, com evidências de omissão. relutância. negligência e falta de interesse: limitavam-se a pagar quantias irrisórias a amas de leite para amamentar e criar essas crianças ou delegavam serviços especiais de proteção a outras instituições, sobretudo as Santas Casas de Misericórdia” (BATISTA, 2010. p. 22)

No Brasil, apenas no século XVIII surgiram as chamadas Rodas dos Expostos, no mesmo sistema europeu, onde nas portas e janelas dos hospitais eram deixadas as crianças que eram então levadas para o interior desses locais. Quase por um século a Roda dos Expostos foi exclusivamente a única forma de assistência a essas crianças abandonadas pelo território brasileiro além de ser a instituição de maior duração, passando por três regimes (MARCILIO, 2006). Ainda nessa época, foram implantadas três rodas no país, em suas cidades consideradas mais importantes: Recife, Salvador e Rio de Janeiro, e com o passar do tempo foram sendo criadas em algumas outras cidades que tinham maior demanda. De 1738, quando implantada, até 1821 às vésperas da independência do país, a roda do Rio de Janeiro recebera 8.713 crianças segundo ZARUR, 1992.


Na monarquia, com a alteração da Lei dos Municípios, em 1828, foi estabelecido que a responsabilidade de fornecer abrigo junto com alimentação e cuidados seria dos municípios, esses que deveriam ter Santas Casas de Misericórdia. No futuro, em meados de 1927, o código de menores proibe o sistema de Rodas, de forma que os bebês fossem entregues diretamente a entidades responsáveis e o anonimato dos pais continuaria em segredo. Marcílio (2006) acreditava que a filantropia seria o caminho ideal para solucionar os problemas sociais. Autores como Batista (2010) escrevem sobre a mudança tanto nas práticas como nas ideias em relação às crianças: “Final do século XIX e início do século XX, as obras filantrópicas dirigidas a crianças se multiplicaram. Foi a partir desse período que os médicos higienistas e os juristas, influenciados pelas novas ideias gestadas pelo iluminismo europeu, passaram a se preocupar com a questão da criança abandonada [...].” (BATISTA, 2010. p.24).

No ano de 1941, durante o governo Vargas, foi criado o Serviço de Assistência a Menores, submetido ao Ministério da Justiça e fundado como o primeiro órgão federal responsável pela assistência aos menores (RIZZINI; RIZZINI, 2004). Por conseguinte, com o fim da ditadura e em seguida a criação da Constituição Federal de 1988 surgem mudanças na legislação e é inserido os direitos internacionais da criança.

Figura 09. Santa Casa de misericórdia. Fonte: http://ralphbraz.blogspot.com/2012/03/historia-da-santa-casa-de-misericordia.htm

Por meio do artigo 227, “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” (Art. 227°, Constituição Federal do Brasil, 1988.)

É então elaborado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que surge com o objetivo de zelar e regulamentar por todos os direitos agora estabelecidos às crianças e adolescentes, vinculado ao tratamento social e legal. 30


Marcos da adoção no Brasil

Após a Independência do Brasil ocorre mudanças na assistência, fazendo com que ocorra ampliação e diversificação de instituições como asilo de órfãos.

1988

1500

1923

Primeiras formas de assistência à criança no Brasil a seguir o modelo de Portugal, bem como a prática de expor e abandonar, seguindo o modelo dos ‘colonizadores’.

Criação do primeiro Juízo de Menores do país, inaugurando uma nova era na assistência social à criança.


Surge a assistência centralizada (Governo Vargas), com a criação do Serviço de Assistência ao Menor (SAM), com a função de organizar os serviços de amparo.

É aprovada a nova constituição, onde no artigo 227 é estabelecido prioritariamente os direitos da criança e do adolescentes.

1941

1988

1979

1990

Entra em vigor o Código de Menores, com a “doutrina da situação irregular”, concentrando nas mãos dos juízes praticamente todo o poder de decisão sobre os menores permitindo a influência do Estado na família

É promulgado o Estatuto da Criança e do Adoles-cente (ECA) e traz consigo a doutrinação da proteção integral, a criança e o adolescente passam a ser sujeito de direito.

32


Fatores para o abandono O relatório “Um olhar mais atento aos serviços de acolhimento de crianças e adolescentes no país”, realizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público determina que o acolhimento institucional destina-se ao abrigamento provisório ou não de crianças e adolescentes que foram afastados do convívio familiar; esse afastamento ocorre por diversos fatores. Dentre alguns desses fatores estão: Histórico de violência doméstica, que, segundo Propercio Antonio de Rezende (2013), é a modalidade mais comum no Brasil; Famílias cujos membros sofrem de quaisquer perturbações psicológicas; Pais ou responsáveis que utilizam práticas de educação autoritárias, com uso de castigo psicológico e físico ou até mesmo quando desenvolvem práticas negligentes; Fatores situacionais como a depressão pós parto; Abuso sexual praticado por pais ou responsáveis; entre outros. É importante ressaltar que, muitas das vezes, mais de um item acima podem ser considerados como causa do acolhimento, além do que essas violações de direitos não podem ser alegados apenas por fatores econômicos dessas famílias, mesmo que esse fator influencie na possibilidade de negligência. Outro fato importante a ser lembrado é que a separação do menor da sua família é uma medida que deve ser examinada com a maior cautela e deve ser tomada quando a circunstância pode prejudicar ou afetar a criança, já que existe a preocupação não só com a criança em si mas com a relação dessa com o seu núcleo familiar e os impactos que essa partilha pode causar.

Figura 10. Crianças abandonadas. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/cheerful-little-girls-friends-sitting-on-225383344

“Já o trabalho de Backes (1999) integra aspectos conceituais e operacionais, definindo a negligência como atos de omissão de cuidados e de proteção à criança contra agravos evitáveis, que incluem atitudes de não educar, não impor limites, não mandar uma criança à escola, não alimentála adequadamente, não medicá-la quando necessário, não protege-la de inclemências climáticas e não mentela com a mínima higiene. Nessa exposição, já se percebe uma ampliação do conceito no sentido de referir-se não somente a aspectos físicos, mas às necessidades educativas/ educacionais das crianças.” (PASIAN, FALEIROS, BAZON E LACHARITÉ, 2013.)

O abandono é um problema social, uma ruptura agressiva no meio familiar, fazendo com que a criança e o adolescente fique na ausência de um responsável e sem qualquer assistência, sobretudo exposto aos perigos. De acordo com Maturana (1995), uma criança ou adolescentes que dispõe de afeto e/ou vive em um lar bem estruturado, onde encontre conforto e proteção, consegue se desenvolver sentimentos de segurança e confiança em si mesmo e em relação aqueles com que convive.


O gráfico 01 traz os principais motivos para o acolhimento de crianças e adolescentes no Brasil; com os dados mostrados no gráfico pode-se ressaltar a imprescindibilidade das entidades de acolhimento para que ofereçam serviços de qualidade e estrutura para auxilio tanto psicológico como de reintegração, já que são diversas as histórias vividas anteriormente por essas crianças, antes do ingresso às instituições.

Pais ou responsáveis dependentes químicos/alcoolistas

81%

Negligência

81% 78%

Abandono pelos pais ou responsáveis 57%

Violência doméstica 44%

Abuso sexual praticado pelos pais ou responsáveis

35%

Vivência de rua

33%

Pais ou responsáveis com transtorno mental

30%

Ausência dos pais ou responsáveis por prisão Carência de recursos materiais da família/responsável

26%

Órfão (morte dos pais ou responsáveis)

25% 23%

Submetido a exploração sexual Submetido exploração no trabalho, tráfico e/ou mendicância

17% 14%

Ausência dos pais ou responsáveis por doença Pais ou responsáveis sem condições para cuidar da criança com questão de saúde específica Pais ou responsáveis portadores de deficiência Pais ou responsáveis sem condições para cuidar de adolescente gestante Outros

11% 7% 3% 6%

Gráfico 01 - Principais motivos para o acolhimento no Brasil. Brasil, 2013. Editado pela autora, 2019.

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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Para um melhor entendimento do tema, pensando em âmbito nacional, inicialmente é interessante traçar um paralelo entre o ECA e o já revogado, em 1990, Código de menores. O código de menores, de 1979, buscava regular apenas os menores em situação irregular, aquele que teria sido abandonado pelos pais ou responsáveis, regulamentando questões como abandono, trabalho infantil e delinquência; dessa forma, se encontrado em alguma das situações citadas, o caso era levado ao juiz o qual aplicaria alguma das chamadas “medidas de proteção”, essas medidas iriam da advertência até a internação. O Código relacionava a pobreza com a delinquência, o que disfarçava as reais dificuldades e problemas que sofria a população pertencente a essa classe, além disso, ele também passava para o Estado a responsabilidade sobre os menores.

Em 1988 é promulgada a Constituição Federal, conhecida como Constituição Cidadã, que introduz entre seus compromissos o princípio da proteção integral, estabelecido no artigo 227, para a criança e o adolescente. Com base nesse, será então criado o Estatuto da criança e do adolescente que terá na sua estrutura base a Constituição. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é considerado um marco na proteção à criança e reafirma a ideia de prioridade absoluta da Constituição, a partir dele a criança não é mais vista como um problema mas sim um ser em desenvolvimento que tem direito e deve ser respeitado. Instituído pela lei 8.069, no dia 13 de julho de 1990, durante o mandato do então presidente Fernando Collor, consiste no conjunto de normas que buscam garantir direito e proteção integral, aplicando medidas e encaminhando essas crianças para órgãos específicos quando necessário. Diferente do antigo Código de Menores⁵, que assegurava proteção apenas aos menores em situação de abandono, infratores ou carentes, o ECA assegura direito a todas as crianças e adolescentes, sem haver exceção. Além disso, ao colocar a criança e o adolescente como “pessoas em desenvolvimento” o novo Estatuto passa para os adultos a responsabilidade sobre a criança e tira da criança essa responsabilidade. 1

5 Código de Menores, 1979, era a preservação da ordem social; o Estado era responsável por providenciar a assistência às crianças e adolescentes abandonados, para “reeducá-los” ou “recuperá-los”.

Figura 11. Garoto sorridente. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/black-white-portrait-young-darkskinned-woman-603124064


Medidas socioeducativas previstas no ECA “A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.” Art. 86°, Estatuto da Criança e do Adolescente,1990.

O ECA está dividido em duas etapas, primeiro explicando os princípios norteadores do Estatuto, já na segunda é referente às políticas de atendimento, acesso jurisdicional, conselho tutelar e apuramento dos atos infracionais. Ainda no Estatuto, não existe a distinção de raça, classe social ou cor, são todos iguais e passivos a direitos. “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.” Art. 4°, Estatuto da Criança e do Adolescente,1990.’

O Estatuto é o resultado de uma série de discussões e sugere um novo olhar para a infância e adolescência brasileira, ele cria mecanismos de proteção em diversas áreas como: saúde, educação, assistência social e trabalho e põe fim ao uso das punições para adolescente, aplicando medidas de proteção ou socioeducativas em casos de atos infracionais ou considerados desvio de conduta. Por fim, o ECA tem como finalidade a proteção integral buscando garantir a sobrevivência; o desenvolvimento social e pessoal além de garantir a integridade psicológica, física e moral.

As medidas socioeducativas são aplicadas apenas pelo Juiz e as mesmas são praticadas somente aos adolescentes, visto que, crianças (definição prevista pelo Estatuto) apenas recebem medidas protetivas. As medidas socioeducativas estão classificadas como: • Advertência, que é uma admoestação verbal; • Obrigação de reparar o dano: medida aplicada quando à dano ao patrimônio, só é aplicada quando o adolescente, tem condição de reparar o dano causado; • Trabalhos Comunitários: têm tempo máximo de 6 meses, sendo 8 horas semanais, sem atrapalhar estudos ou trabalhos, ficando seu cumprimento possível para feriados e finais de semana; • Liberdade Assistida, tem prazo mínimo de 6 meses, sendo que o adolescente é avaliado a cada 6 meses; • Semi liberdade: já é uma medida socioeducativa mais agravosa também tem prazo mínimo de 6 meses; • Internação: é regida por dois princípios: da brevidade e da excepcionalidade. 36


Figura 12. Crianças com mãos para o alto. Fonte: http://www.summermurdock.com/portfolio/s4pebr6n19pwt2ioye4j0ky8o6twsj

O abrigamento O abrigamento é uma medida de proteção provisória prevista no ECA que deve ser aplicada a crianças e adolescentes quando os seus direitos venham a ser violados. Nesses casos, os abrigos, como instituições legais, se tornam os responsáveis por zelar e preservar por essas crianças, a fim de suprir suas necessidades imediatas e futuras. Em nenhuma circunstância a decisão por um acolhimento de longa permanência deve significar a abdicação pela procura de possibilidades e soluções para garantir ao menor, seja ele criança ou adolescente, seus direitos

ao seu núcleo familiar, sempre priorizando a familia de origem e, excepcionalmente, a familia substituta. O abrigo institucional deve estar inserido em áreas com predominância do uso residencial e com fácil acesso a utilização de equipamentos e serviços locais, mantendo o contato com a comunidade e uma vida social ativa. O intuito é fazer com que a adaptação seja facilitada e natural, bem como, que ocorra a preservação e o progresso dos vinculos familiares e comunitários, visando sempre o melhor para o menor.


A autoridade que determina pelo abrigamento é o juiz de direito, o qual ao analisar o caso com a devida cautela, decide pela suspensão do poder familiar, e não pela perda do poder familiar, de modo que consequentemente a guarda do menor passa a ser do responsável pelo respectivo abrigo que será responsável por “cuidar” do menor. Posteriormente, ao abrigamento determinado pelo judiciário, o menor/abrigado obrigatoriamente permanece afastado da família biológica por um determinado tempo, tempo

este que entre as diversas determinações do juiz de direito, também define o tempo de afastamento do abrigado pela família biológica para que restabeleça as condições de convivência, ou ainda que os abrigados sejam adotados. Os abrigos ao se responsabilizar pelos abrigados, tem diversas obrigações a cumprir, como assisti-los nas necessidades materiais, emocionais, educacionais e outras, além do fato de oferecer aos abrigados oportunidades de convivência com a comunidade e com a família, exceto as afastadas por determinação judicial. 38


As diferentes modalidades no Brasil, como será mostrado no quadro a seguir, tem como finalidade se moldar de forma a responder o mais adequado possível às demandas de cada caso

MODALIDADES DE ACOLHIMENTO

da população infanto-juvenil. E só então direcionar a situação para o perfil indicado, afim de responder de forma eficaz as necessidades.

CARACTERISTICAS Pública Alvo

Capacidade de Atendimento

Objetivo

Até 20 usuários

Acolher crianças e adolescentes afastados do convívio familiar devida à medida protetiva de abrigo.

Abrigo Institucional

Crianças e adolescentes de 0 a 18 anos

Casa-Lar

Crianças e adolescentes de 0 a 18 anos

Até 10 usuários

Acolher crianças e adolescentes em unidades residênciais, nas quais pelo menos uma pessoa ou casal trabalha como educador/cuidador residente em uma casa que não é sua.

Familias Acolhedoras

Crianças e adolescentes de 0 a 18 anos

1 usuários ou 1 grupo de irmãos

Acolher criança e/ou adolescente em residências de famílias acolhedoras cadastradas

Até 6 usuários

Oferecer apoio e moradia subsidiada para adolescentes em processo de desligamento de instituições de acolhimentos e que não tenham possiblidade de retorno à família de origem, integração em família substituta e meios para auto sustentação.

Repúblicas

Adolescentes de 18 a 21 anos

Quadro 01 - Modalidades de Acolhimento. Brasil, 2009. Editado pela autora, 2019.


Quanto ao tempo de institucionalização, apesar do atr. 19 do ECA definir que a permanência da criança não se prolongue por mais de dois anos, Siqueira e Dell’Aglio (2006) e Magalhãese Pontes (2007) ressaltam que a duração pode postergar por anos, fazendo com que haja interferências no desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças abrigadas. Rossetti-Ferreira (2012) verifica que a carência por recursos financeiros ainda é uma das razões para o acolhimento institucional, porém, segundo o art. 23 do ECA, a falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder familiar. Em suma, as discussões e análises sobre as práticas nos abrigos são muitas, cada abrigo assume como um local único e heterogêneo, cada um em um contexto diferente. Dessa forma, a atuação das políticas públicas se tornam cada vez mais significativas quanto ao combate e fiscalização, buscando o cumprimento da legislação e a melhor organização espacial desses locais, a fim de que as mesmas contribuam no desenvolvimento cognitivo, emocional e social dessas crianças e adolescentes. “Se acreditarmos que as relações são resultados de construções afetivas, onde ser compreendido, ser aceito, ser respeitado, ser amado é a base necessária para um percurso satisfatório, então poderemos pensar a instituição de uma forma diferente, tornando-a uma alternativa viável para a construção da solidariedade e da construção de laços afetivos, o que é, em última instância, o alicerce de nossa subjetividade.” (ARPINI, 2003, p.75)

Todas as modalidades de acolhimento devem atender aos seguintes princípios (Brasil, 1990; 2009): • Ser provisória e aplicada somente em último caso; • Preservar e fortalecer os vínculos familiares e comunitários; • Integrar a criança em família substituta quando os recursos de manutenção na família natural forem esgotados; • Combater qualquer forma de discriminação dos acolhidos; • Oferecer assistência personalizada e individualizada; • Desenvolver atividades em regime de coeducação; • Manter grupos de irmãos na mesma unidade; • Evitar a transferência das crianças para outras entidades; • Garantir a liberdade de crença e religião de cada indivíduo; • Respeitar a autonomia da criança e do adolescente; • Preparar o adolescente institucional.

para

o

desligamento

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Conselho Tutelar A discussão entra em pauta com a redemocratização de 1988, momento em que a restauração da democracia conseguiu fomentar a necessidade dos direitos civis e sociais. Logo, com a promulgação da Constituição Federal do Brasil, em razão do ambiente democrático instalado na época, a Constituição trouxe entre os mais diversos instrumentos, os de proteção das crianças e adolescentes, até mesmo justificando a proposta do Estado ser Democrático e de Direito, garantindo a cidadania e a dignidade humana.

É importante informar que os Conselhos Tutelares são órgãos municipais, devendo haver no mínimo 1 Conselho Tutelar como órgão da administração pública local, em âmbito municipal, sendo este integrado por pelo menos 5 membros, os quais são escolhidos mediante votação pública. Além do mais, os municípios são responsáveis por regulamentar o local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive as remunerações dos funcionários, tudo regulamentado por Lei municipal.

Deste modo, posteriormente à vigência da Constituição Federal de 1988, começaram a surgir as propostas para a criação de Conselhos Tutelares com finalidade do Estado em garantir o direito das crianças e adolescentes. Esses foram efetivamente “criados” com o instauração do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990, uma vez que houve a previsão expressa dos respectivos conselhos na legislação. Isto é, a origem do Conselho Tutelar no Brasil está diretamente ligada à promulgação do Estatuto da criança e do adolescente, inclusive, não só ele, mas todos os demais conselhos que visam o cuidado e a busca por direito da criança e do adolescente; os mesmos dão lugar a uma nova era na forma de agir do Estado e até mesmo da sociedade para com a causa, é uma nova forma de ver e de agir de todas as partes.

Entre os objetivos principais está zelar o cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, direitos estes que estão previstos no referido Estatuto da Criança e do Adolescente. Em suma, representam uma intermediação entre o Estado e a sociedade e devem agir na ausência de proteção pela família, Estado ou ainda sociedade.

“O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.” Art. 131, Estatuto da criança e do adolescente, 1990.

Neste sentido, Aragão e Vargas (2005) vem afirmar que o Conselho Tutelar “passa a ser a voz da comunidade, aproximando-a do município, estreitando as relações de poder, numa verdadeira prática democrática.” Com efeito, é de responsabilidade dos Conselhos Tutelares: a) atender as crianças e adolescentes quando houver violação e ameaça dos direitos estatuídos no ECA, seja por ação ou omissão da sociedade e do Estado; por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; em razão de sua conduta; ou ainda mediante ato infracional praticado por criança;


Ações do Conselho Tutelar b) atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as sanções previstas no art. 129, ECA; c) promover a execução de suas decisões, nos moldes do art. Art. 136, III, ECA. Importante dizer que um dos princípios do Conselho Tutelar é ser não jurisdicional, todavia, suas decisões só podem ser revistas mediante o acionamento do poder judiciário. Segundo Claudia Vidigal (2016), secretária nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente: “O conselheiro tutelar representa o olhar atento e protetivo de cada comunidade, atuando nos espaços de convivência das crianças e adolescentes por todo Brasil, São eles que, lá na ponta, defendem e protegem nossos meninos e meninas de verdade [...]”. Por fim, conforme dados extraídos do site do Ministério da justiça e cidadania, atualmente há Conselhos Tutelares presentes em cerca de 99,89% dos municípios brasileiros, contando com uma média de 30.000 (trinta mil) conselheiros tutelares no recebimento de denúncias de maus tratos, violência sexual, trabalho infantil, entre outras violações de direito.

Ainda, Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Conselho Tutelar é responsável por garantir e assegurar o bem-estar das crianças e adolescentes através da efetivação de seus direitos e deveres, os quais são: • Atender e aconselhar crianças e adolescentes; • Atender e aconselhar os pais e responsáveis na tutela ou guarda de seus filhos; • Informar os direitos e deveres (limites) da criança e adolescente; • Ouvir queixas e reclamações dos direitos e deveres ameaçados e/ou violados; • Requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, trabalho e segurança; • Garantir e fiscalizar os direitos e deveres da criança e do adolescente; • Participar de ações que combate a violência, a discriminação no ambiente escolar, familiar e comunitário.

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Conselho Tutelar em Ribeirão Preto O Conselho Tutelar na cidade de Ribeirão Preto foi criado em 07 de outubro 1991, por meio da promulgação da Lei 6.115/91, assinada pelo prefeito Welson Gasparini. A Lei Municipal em questão foi revogada pela aprovação da Lei Complementar 2.636/2013 em 08 de novembro de 2013, a qual dispõe sobre a Política Municipal de Atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente em Ribeirão Preto. Os Conselhos Tutelares fazem parte da Secretaria Municipal de Assistência Social, certo que a respectiva Secretaria tem como um de seus objetivos o desenvolvimento de uma política de inclusão social das camadas mais carentes da população, de modo que entre suas competências é a Secretaria é responsável por escolher o local a ser cedido aos Conselhos Tutelares. Atualmente em Ribeirão Preto há 3 unidades de Conselhos Tutelares, sendo estes: Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente – I, localizado no bairro Centro; Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente – II, localizado no bairro Campos Elíseos, e Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente – III, localizado no bairro Vila Virginia. Em cada unidade do Conselho Tutelar há 5 conselheiros, totalizando 15 Conselheiros Tutelares na cidade de Ribeirão Preto. Os Conselhos Tutelares atualmente contam com uma ferramenta inovadora, chamado de Sistema Informatizado de Ocorrências da Rede Protetiva, cujo sistema está operando desde julho de 2018, ferramenta que oferece agilidade no atendimento das Crianças e Adolescentes tuteladas pelos Conselhos Tutelares.

Assim, através do sistema mencionado foi possível constatar que em 2 meses (de julho de 2018 até o final de agosto de 2018) foram realizados 188 registros com notificações de ocorrências de violação de direitos, como abuso sexual e maus tratos de crianças e adolescentes.


Procedimentos para adoção 1

Ir até a Vara da Infância e Juventude do Fórum da Comarca de sua residência

2

Passar por avaliação psicossocial

4

3

Apresentação de documentos

5

Habilitação para adoção

Contato com equipe técnica

Convocação do juiz

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6

Figura 13. Procedimento adoção. Fonte: http://www.summermurdock.com/portfolio/s4pebr6n19pwt2ioye4j0ky8o6twsj

Estágio de convivência

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Adoção defini va

O interessado deve ir a Vara da Infância e Juventude do Fórum de sua Comarca para ser orientado sobre as etapas a serem seguidas. A documentação em regra é a certidão de nascimento ou casamento, RG, CPF, comprovante de renda e domicílio, atestados de sanidade, certidão negativa de antecedentes criminais. Posteriormente haverá avaliação psicossocial, em seguida será submetido a determinação judicial para habilitação de modo que será inscrito no cadastro local. O interessado será convocado pelo juiz para conhecer um pretendente disponível, conforme as características indicadas pelo interessado. Ao aceitar a indicação da criança ou adolescente, será um primeiro contato com a equipe técnica (psicólogos e assistentes sociais), iniciando o estágio de convivência. Durante o período de estágio, o regime de guarda será provisória. Por fim, não havendo problema entre o interessado e a criança/adolescente, será proferida sentença definitiva de adoção e consequentemente um novo registro de nascimento. 44


Figura 14. Garota gargalhando. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/black-white-closeup-portrait-beautiful-girl-283909283


CAPÍTULO 03


Figura 15. Fachada casa de acolhimento para menores. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/760562/casa-de-acolhimento-para-menores


Casa de acolhimento para menores FICHA TÉCNICA PROGRAMA: Centro de atendimento

Kerteminde - Dinamarca Área do Projeto

ARQUITETOS: CEBRA LOCALIZAÇÃO: Strandgårds Alle, 5300 Kerteminde, Dinamarca ÁREA: 1500.0m² ANO: 2014 O escritório de arquitetura dinamarquês CEBRA completou um projeto pioneiro de uma nova forma de centro de atenção 24 horas para crianças e adolescentes marginais, em Kerteminde, Dinamarca. A casa de acolhimento para crianças do futuro combina o ambiente seguro da moradia tradicional com as novas ideias pedagógicas e concepções que respondem a existência e função de um lar para crianças. Ao combinar e aplicar os elementos de uma forma nova e lúdica, a casa de acolhimento se destaca como um lugar extraordinário através da sua própria identidade. A visão para a nova instituição é estabelecer um centro de atendimento que incentive as relações sociais e um senso de comunidade ao mesmo tempo que atende às necessidades individuais das crianças. O projeto foi elaborado em 2014 pelo escritório que ficou conhecido por realizar uma arquitetura de vanguarda bastante provocante.

Figura 16,17. Localização casa de acolhimento para menores. Fonte: Google Maps

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Local e entorno A casa de acolhimento está localizada em um bairro tranquilo, com predominância residencial contendo também dois equipamentos públicos, esses voltados para o atendimento à crianças, tanto assistencial como também no setor da educação. O edifício está entre as ruas Strandgards Alle e Strandgards 3, essa que vai de encontro à BR-165 que faz a ligação do bairro com outras cidades. Quando inserido na paisagem, o edifício se adequa e se mistura a ela deixando a sensação de ser apenas um amontoado de casas regionais, já que ele segue a mesma linguagem das casas de telhados de duas águas encontradas no bairro. Dessa forma, o lugar é apenas mais um lar, justificado pela busca de passar a sensação das crianças se sentir em casa, vivendo de igual com o vizinho.

Área do projeto Área residencial Área Institucional Strandgars Alle

Figura 18. Imagem entorno. Fonte: Google Maps. Modificado pela autora.

Figura 19. Imagem entorno. Fonte: Google Maps. Modificado pela autora.


O conceito O conceito agrega a variação espacial e flexibilidade funcional à organização interior. A meta para a nova instituição é estabelecer um centro que fomenta as relações sociais e um sentido de comunidade, mas também acomoda as necessidades individuais das crianças, um lugar do qual elas se sintam orgulhosas em chamar de lar e que os prepara para o futuro da melhor maneira possível, os espaços variam de acordo com as diversas necessidades e alterações das atividades.

SUPERMERCADO

SEDE

IGREJA

FÁBRICA

LAR DE IDOSO ESPORTES

Figura 20. Diagrama conceito. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/760562/casa-de-acolhimento-paramenores. Modificado pela autora.

CASA 50


+ LAR - INSTITUIÇÃO

ESTUDO DE ESPAÇO

Figura 21,22. Diagrama partido. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/760562/casa-de-acolhimento-para-menores. Modificado pela autora.

DIAGRAMAS VOLUMÉTRICOS

O partido É a essência visual das funções que uma casa contém - literal e simbolicamente - que condicionam o partido. O design da nova casa para crianças toma as já conhecidas e usuais formas básicas familiares da típica casa dinamarquesa como seu ponto de partida natural: a clássica casa com telhado inclinado. Os dois elementos são usados ​​em sua forma mais simplificada para criar uma aparência externa reconhecível e integrar o edifício à área residencial circundante.

RESULTADO FINAL


Implantação Os tamanhos e orientações diferentes permitem uma ampla gama de aplicações, o programa se distribui pelo espaço integrando a área edificada com áreas de contemplação e lazer. Ao mesmo tempo que busca a integração a escala da construção torna-se autônoma, criando unidades diferentes para atender aos grupos de residentes diferentes. Tal disposição tem como objetivo proporcionar aos residentes um sentimento de pertencimento. A unidade central contém a entrada principal, diretamente ligada ao estacionamento, criando uma visão geral das pessoas que estão chegando ou saindo do edifício, sem afetar a unidade.

Área verde Esportes Estacionamento Lazer principal

Acesso pedestre Acesso veículos

Figura 23. Implantação. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/760562/casa-de-acolhimento-paramenores

N

52


Programa | Acessos O abrigo conta com uma área total de 1500m², dividida em quatro residência que são ligadas e se comunicam entre si. Essas divisões se baseiam de acordo com as necessidades e com a idade. As unidades articulamse por meio de uma unidade central, que fica localizada nos espaços administrativos. Enquanto isso, os espaços de lazer comum, garantem à criança e ao adolescente a possibilidade de brincar, ler, estudar, ver filmes, etc. A forma de distribuição dos espaços foi proposital, permite às crianças e jovens escolher o ambiente em que quer estar dependendo de cada situação, dessa forma, o menor acolhido tem a liberdade de escolher entre o ambiente coletivo ou o privado. 1 - Administração 2 - Quarto 3 - Sala de estar 4 - Cozinha 5 - Dispensa 6 - Oficina 7 - Lavatório

Acessos Principais eixos Áreas coletivas Áreas privadas Circulação vertical

2

5 6

2

2

7 2 1

2

1

2

1 3

2

3

4

5

3

5 3

3

4

4

3

4 10

2

2

1 2 2 2

Planta Pvto. Térreo 2

Escala: Sem escala

5

3 Figura 24. Planta Térreo. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/760562/casa-de-acolhimento-para-menores


No 1° pavimento estão os serviços básicos oferecidos aos moradores como a cozinha geral, a lavanderia, a sala comum geral, bem como a parte de serviços oferecidos. Neste pavimento, a divisão dos espaços segue o conceito de privacidade, mas também expõe espaços comum para a socialização, localizado nas salas de atividades. A divisão dos espaços destinados às crianças foi feita levando em conta as diferentes faixas etárias enquanto as circulações verticais ficam posicionadas nas áreas de maior fluxo a fim de, novamente, diminuir a área destinada a corredores.

6 6

2

4 5

2

1

2

2

2 5

6

4

3

4

1

3

2 2 4

2

2 6

3

6

2

Planta 1° Pvto. 1 - Administração 2 - Quarto 3 - Sala de estar 4 - Cozinha 5 - Dispensa 6 - Terraço

Acessos Principais eixos Áreas coletivas Áreas privadas Circulação vertical

6

Escala: Sem escala

Figura 25. Planta 1º pavimento. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/760562/casa-de-acolhimento-para-menores

54


O interno A mesma flexibilidade nos volumes que é buscado no decorrer de todo projeto é encontrado no sistema de aberturas do edifício, trazendo para os peitoris das aberturas de forma otimizada a ventilação cruzada nos ambientes internos ao mesmo tempo que proporciona um olhar para fora diferente a cada cômodo, isso é possível devido a movimentação das janelas e portas. A iluminação é elemento importante já que o clima é mais gelado, fazendo que não só o sol como a incidência solar se torne essencial no dia a dia. Existe uma circulação vertical, essa também cuidadosamente ventilada e recebendo insolação total, essa circulação ela se encontra mais central, já que a prioridade são os encontros que são possiveis na circulação horizontal, e se dá tanto por meio de escada como com o uso do elevador.

Figura 26. Ilustração interior. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/760562/casa-de-acolhimento-para-menores

Circulação vertical Ensolação Ventilação

Figura 27. Corte esquemático. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/760562/ casa-de-acolhimento-para-menores


Materialidade | Volumetria Na volumetria, é trabalhado o volume e alturas da edificação, de forma que, apesar de serem apenas quatro residências, a movimentação, que é intencional, dá a sensação de várias residências. Com isso, além do movimento na volumetria o projeto ganha um ar mais contemporâneo e descontrído. Na materialidade, na busca por passar uma imagem moderna ao mesmo que a sensação de aconchego, o projeto traz o uso da madeira nas fachadas e tijolo aparente nas laterais, enquanto todas as aberturas é utilizado o vidro criando maior integração entre o interno e o externo. Dessa forma, é mantido o padrão de casa existente no bairro, remetando a criança ao lar, enquanto todos os espaços e materialidade buscam trazer a mesma sensação.

Figura 28. Abertura. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/760562/casa-de-acolhimento-para-menores

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Apontamentos finais O projeto da casa de acolhimento busca a nova forma de acolher crianças e adolescentes, onde o intuito é não ser só um lar, mas sim um espaço de acolhimento e utilizam da forma para chegar o mais próximo de casa, remetendo as casas tradicionais encontradas no bairro onde esse está localizado. A leitura impacta no projeto de abrigo elaborado, pois, algumas das ferramentas e soluções usados nele é levado ao projeto de forma a se adaptar as necessidades e o local. Dessa forma, itens como a materialidade, que tem impacto tanto visual como técnico é inserido no projeto buscando fazer com que o uso da madeira além de colaborar no conforto térmico leve o aconchego e a leveza que a volumetria precisa. Os acessos criados, separando as entradas tanto para pedestre como para o carro, direciona o uso para cada local e cria passagens mais privativas e diretas. As aberturas e a forma dinâmica que essas se comportam são usadas como referência a fim de buscar movimento, qualidade visual com os pontos de vistas diversificados e a entrada de iluminação natural no edifício.


Figura 29. Perspectiva volumĂŠtrica. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/760562/casa-de-acolhimento-para-menores

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Figura 30. Centro de bem estar. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar


Casa de acolhimento para menores FICHA TÉCNICA PROGRAMA: Centro de acolhimento ARQUITETOS: Marjan Hessamfar & Joe Verons LOCALIZAÇÃO: Porte des Lilas, 75019. Paris, França. ÁREA: 5.211m²

Área do Projeto

ANO: 2013 O Maison d’Accueil de I’enfance Eleanor Roosevelt é um centro de acolhimento emergencial gerido por um departamento local de bem estar infanto juvenil de Paris. Esse Centro Residencial de emergência de âmbito local tem como função dar abrigo emergencial para menores sob tutela legal. A definição de centro de emergência é tanto para abrigo quanto para servir como lar de atendimento onde se sintam acolhidos, protegidos e cuidados. Projetado em 2013 para a capital da França ele busca oferecer apoio prático, psicológico e educacional à crianças e adolescentes. O projeto foi executado pela agência Marjan Hessamfar e Jóe Verons Arquitetos associados e ocupa uma área total de 5211.00m² e está localizado no Portes des Lilas, em Paris. Figura 31,32. Localização centro de bem estar. Fonte: Google Maps

60


Relação com o entorno Está localizado próximo a importantes vias de acesso como a Avenida du Dr. Gley e a Rua Poul Meurice que facilita o acesso até o local, além disso o objeto aqui apresentado está inserido em uma zona em maioria residencial e que ainda está em desenvolvi-mento onde serão realizados projetos de parques e atrativos culturais. O entorno com predominância residencial conta com um gabarito médio de 5 pavimentos, que faz com que o projeto se misture em meio a paisagem e as crianças crie um sentimento de lar e de pertencimento com o entorno e o seu local de instalação. Características assim influenciam desde o gabarito até posição do edifício a ser implantado.

Figura 33. Localização centro de bem estar. Fonte: Google Maps

1

Figura 34. Entorno. Fonte: Google Maps

Área do Projeto Rua Poul Meurice Avenida Du Dr. Gley

3

Figura 36. Entorno. Fonte: Google Maps

2

Figura 35. Entorno. Fonte: Google Maps

4 Figura 37. Entorno. Fonte: Google Maps


Conceito e Partido Por se tratar de um local que tem como função o acolhimento para crianças e adolescentes, foi buscado através do projeto transmitir sensações como de proteção, cuidado e atenção, de forma que os acolhidos se sintam parte do ambiente, permitindo que haja a socialização e interação com os demais assistidos mantendo sempre contato com a família de origem. Partindo da ideia de que cada faixa etária tem necessidades especificas, no desenvolver do projeto foram sendo definidos grupos com idades próximas para que fosse possível um pavimento distinto da edificação para cada um desses grupos. Dessa forma, cada pavimento é compreendido como um setor/unidade, pensado individualmente cada uso especifico.Na prática, os arquitetos desenvolveram uma estrutura em ‘L’ com diferentes níveis de piso, oferecendo amplos terraços de lazer em cada andar, onde ao mesmo tempo que encontra-se espaços de convívio encontre locais para atividades.

Figura 38. Volumetria centro de bem estar. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

Figura 39. Volumetria centro de bem estar. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

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Programa | Acessos Há duas grandes limitações no local, primeiramente, o núcleo do lote é voltado para o norte, já o segundo, o programa de arquitetura é altamente compacto e não é facilmente acomodado com as plantas principais da zona de desenvolvimento. Características como essas poderiam resultar em uma grande falta de luz para dentro do edifício. Sendo assim, os arquitetos desenvolvem uma estrutura em ‘L’ com diferentes níveis de piso, além de oferecer terraços de lazer em cada andar. Dessa forma, com esse sistema de camadas, é otimizado o acesso á luz natural. Áreas como playground que é privada, obteve-se como solução a colocação de árvores em vasos grandes em volta de toda a área, para dessa maneira, houvesse o espaço, porém cumprindo as normas de segurança e saúde exigida para esse lugar. Acesso principal Acesso alojamentos Acesso serviço

Área de convívio Área verde Esportes

Figura 40. Implantação. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar


No térreo estão localizados os espaços de atendimento voltados para a parte de socialização tanto para moradores quanto das famílias das crianças acolhidas, é a divisão entre a parte administrativa mas com algumas áreas comuns além de ser o principal eixo de acesso ao edifício.

10

9

Planta Pvto. Térreo Escala: Sem escala 1 - Lobby 2 - Recepção 3 - Escritório 4 - Sala Espera 5 - Sala Visita 6 - Serviço Social 7 - Enfermaria 8 - Sala Reunião 9 - Direção 10 - Escritório

Principais eixos 5

Áreas coletivas Áreas privadas

3 1

4

Circulação vertical 7

6

2

4

8

Figura 41. Planta Térreo. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

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No primeiro pavimento, se encontra os serviços básicos de atendimento à criança bem como os serviços de cozinha, refeitório e vestiários. Ademais, os espaços de gestão tem função de gerir o andar e é composto em maioria pelo setor privado visto que, por ser uma área em maioria técnica, o acesso não é totalmente livre.

8

7 9 6

5

2

4

3

3

Planta Primeiro Pvto. Escala: Sem escala 1 - Cozinha 2 - Locais Técnico 3 - Armazenamento 4 - Sala Reunião 5 - Biblioteca 6 - Oficina 7 - Lavanderia 8 - Sala Jantar 9 - Vestiários

1

2

Principais eixos Áreas coletivas Áreas privadas Circulação vertical

Figura 42. Planta 1º pavimento. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

2

3

3

9


No segundo pavimento inicia-se os 1espaços Lobby com função de moradia, possuindo quartos de até 3 camas 2 Recepção Escritório Equipe por 3ambientes alémEducacional da área voltada a Espera 4 Sala de escritório para a equipe educacional 5 Sala de Visita e funcionários. Dispõe também de 6 Escritório Serviço Social áreas coletivas como sala de jogos e de 7 Enfermaria esportes para que as crianças possam 8 Sala de Reunião ter espaços para se integrarem, já que a 9 Escritório/Direção divisão por faixa etária acarreta em uma 10 Escritório separação onde esses espaços, mesmo que destinados aquele grupo, possam integrar. Áreas Coletivas

10

9

Áreas Privadas

PlantaCirculação SegundoVertical Pvto.

Escala:Principais Sem escala Eixos de Circulação Horizontal 1 - Unidade Siroco 2 - Unidade Sindical 3 - Unidade Minesterial 4 - Quartos Individuais 5 - Quartos Adaptados 6 - Escritório 7 - Sala Jantar 8 - Sala Jogos 9 - Sala Esportes 10 - Sala de Aula 11 - Mídia 12 - Lavanderia 13 - Escritório

Principais eixos Áreas coletivas Áreas privadas

5

Circulação vertical

3 1

4

7

6

2

4

8

Figura 43. Planta 2º pavimento. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

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No terceiro pavimento os quartos se organizam de forma coletiva, diferente do 2° que pode variar de uma a três camas. Inicia-se também no terceiro os terraços, espaços abertos para descanso e lazer, que agrega ao projeto mais leveza além de mais áreas comuns.

10 12

Planta Terceiro Pvto. Escala: Sem escala

1 - Unidade Chamallow 2 - Unidade Dragibus 3 - Quartos de 1 a 3 anos 4 - Sala de Banho 5 - Escritório 6 - Sala Jantar 7 - Sala de Jogos 8 - Sala Leitura 9 - Sala de Leitura 10 - Jardim de Infância 11 - Escritório 12 - Terraço Jardim

9

Principais eixos Áreas coletivas Áreas privadas

6

3

11

7

5 2

Circulação vertical

Figura 44. Planta 3º pavimento. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

1

3

4

3

4

6

8

7


No 4° pavimento, destina-se as crianças menores e, por esse motivo, o programa destina espaços voltados a esses como o jardim infantil e locais adaptados como área para banho, já que para a idade em questão a criança ainda não adquiriu autonomia para atividades como esta.

3

10

4

9

Planta Quarto Pvto. Escala: Sem escala

1 - Unidade Kaple 2 - Unidade Duplo 3 - Quartos de 1 a 3 anos 4 - Sala de Banho Meninas 5 - Sala de Banho Meninos 6 - Administrativo 7 - Sala de Jantar 8 - Sala de Jogos 9 - Sala de Aula 10 - Midiateca 11 - Escritório

7

Principais eixos

8

Áreas coletivas Áreas privadas

3

8

5

11

Circulação vertical

3

3

4

3

7

6

5

Figura 45. Planta 4º pavimento. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

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No 5° pavimento está localizada a creche, já que a ideia era que no projeto a acomodação das crianças mais novas fossem em pavimentos superiores e os mais velhos nos andares mais baixos. O programa é mais restrito já que se trata da acomodação de crianças de 0 a 3 anos e os cuidados que o pavimento deveria ter.

13

Planta Quinto Pvto. Escala: Sem escala

1 - Unidade Libelule 2 - Unidade Lutins 3 - Unidade Petit Mousse 4 - Unidade Bout Chou 5 - Jardim de infância 6 - Escritório Educador 7 - Sala de Auscultação 8 - Escritório 9 - Sala de Visitas 10 - Depósito 11 - Área de bebês 12 - Escritório 13 - Terraço Jardim

5

Principais eixos Áreas coletivas Áreas privadas

Figura 46. Planta 5º pavimento. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

8

12

Circulação vertical

4 7

6

3

2

9

11 10 1


O sexto e ultimo pavimento acomoda os setores de serviços e áreas externas, como circulações e terraços. Áreas como essas são importantes pois permitem aos acolhidos uma conexão com o ambiente externo, mesmo que de cima, onde é possível manter a segurança e privacidade. É também voltado a residência, já que deixa em aberto a possibilidade de expansão de funções.

3

Planta Sexto Pvto. Escala: Sem escala

1 - Função de Habitação 2 - Corredor ao ar Livre 3 - Telhado não acessível

1

1

1

Principais eixos Áreas coletivas Áreas privadas Circulação vertical

3

2

Figura 47. Planta 6º pavimento. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

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Forma | Função O edifício em seu todo está moldado para se adaptar as constantes mudanças, isso se for olhado desde a sua estrutura de plantas até suas áreas livres. Dessa forma, os arquitetos conseguiram um projeto que se adapta as fases, e os corredores são exemplos disso, já que os grandes corredores não foram só concebidos como passagem, mas também pode receber outros fins caso se torne necessário. É possível concluir então que o projeto realiza o que era desejado, cria áreas de apoio e integração apesar de paralelamente segregar por idade, dispõe de um programa diverso e busca através da arquitetura manter o contato desses acolhidos com o mundo externo. 1 - Estoque 2 - Sala Técnica 3 - Enfermaria 4 - Sala de Espera 5 - Sala de Visita 6 - Quarto Individual 7 - Quarto Individual 8 - Sala Jantar 9 - Quarto Coletivo 10 - Berçário 11 - Habitação

Figura 48. Volumetria. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

Figura 49. Corte esquemático. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar 11 10

9

8

7

Áreas coletivas Áreas privadas

6

5 2

4

3 1


Materialidade | Volumetria Como já mostrado, é utilizado a forma geométrica e o desenho das aberturas para que pudesse ser resolvido os problemas com falta de luminosidade além de estabelecer uma conexão com o externo, mas não só isso, o desenho e a materialidade com o uso de persianas e grades de cor dourada utilizadas nas aberturas possibilita a flexibilidade e diversidade na sua fachada, fazendo com que o edifício ganhe movimento de acordo as necessidades do dia. E, dessa forma, cada pavimento ganha um desenho próprio nas aberturas independente do período do dia. Na materialidade, a parede da fachada é emoldurada com madeira de revestimento metálico e o concreto armado presente nos elementos externos são feitos de cimento químico branco.

Figura 50. Materialidade. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

72


Apontamentos finais O projeto do Centro de Bem Estar traz uma releitura de abrigo com atividades, espaços e layout que dialogue com a proposta dinâmica. Busca não só o acolhimento como também o que será realizado durante esse tempo abrigado e como o centro pode colaborar para isso. A leitura tem impacto no projeto, pois, agrega conhecimento começando pelo programa, quando pensado nas atividades propostas assim como setorização que usa da circulação como elo entre os setores por todo o projeto, existe ainda uma privatização dos pavimentos, fazendo com que esses funcionem de forma independente e privada, mesmo princípio utilizado no projeto do abrigo, a utilização de pavimentos independentes. Outra referência levado ao projeto a partir da leitura é o fato da como as aberturas quebram a rigidez do volume e leva iluminação aos ambientes internos, além de como o edifício se diferencia da paisagem que ele se encontra, pois apesar que ser cercado por edifícios altos e o mesmo ter altura semelhante, o volume, a forma e a sua composição como um todo cria contraste com o seu entorno.


Figura 51. Perspectiva centro de bem estar. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/765064/centro-de-bem-estar

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Figura 52. Meninas correndo. Fonte: https://www.clickinmoms.com/blog/move-it-summer-murdocks-secret-to-authenticity/


CAPÍTULO 04


CPFL

PEDREIRA SAID

PEDREIRA INDERP

Mapa 01. Mapa Ribeirão Preto. Fonte: Elaborado pela autora


1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO CIDADE

Contextualizando a cidade

Ribeirão Preto se localiza no interior de São Paulo, sudeste do país, e é a nona cidade mais populosa sem contar as capitais. Segundo o IBGE (2018), o município tem expectativa de 694.543 umasudeste taxa de Ribeirão Preto se localizahabitantes, no interior detendo São Paulo, do crescimento populacional de 1,3% enquanto a média país, e é a nona cidade mais populosa sem contar as capitais. brasileira 0,82%. Segundoé odeIBGE (2018), o município tem expectativa de 694.543 habitantes, uma taxa de crescimento de Fundadatendo em 1856, período em que a populacional região recebia 1,3% enquanto a média brasileira é de 0,82%. mineiros que saíam de suas terras a procura de pastagens para a criação de gado, começa no século XX a atrair Fundadaque em 1856, que a regiãoo recebia mineiros imigrantes em período maioriaem buscavam trabalho nas que saíam de suas terras a procura de pastagens para a criação indústrias abertas na década de 1910. de gado, começa no século XX a atrair imigrantes que em maioria O café,o favorecido bom abertas clima enasolo, fortalece buscavam trabalho naspelo indústrias década de 1910.a importância econômica até 1929 quando perde espaço para outras principalmente o setor mas pora O culturas, café, favorecido pelo bom clima industrial, e solo, fortalece consequência dele se torna uma potência cafeeira de importância econômica até 1929 quando perde espaçoepara grande na exportação odosetor mesmo. outrasimportância culturas, principalmente industrial, mas por consequência dele se torna uma potência cafeeira e de grande importância na exportação do mesmo.

A área do município, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 650,36 km², sendo que 127,309 km² constituem a zona urbana e os 523,051 km² restantes parte da zona rural.o Do ponto de vista físico A área fazem do município, segundo Instituto Brasileiro de geográfico situa-se a 21º10′40” de latitude sul e 47º48′36” Geografia e Estatística, é de 650,36 km², sendo que 127,309 km² de longitude oeste e está a uma km² distância defazem 313 constituem a zona urbana e os 523,051 restantes quilômetros a noroeste da capital paulista. parte da zona rural. Do ponto de vista físico geográfico situa-se a 21º10′40” de latitude limita-se sul e 47º48′36” de longitude oeste ea está O território com: Guatapará, sul;a uma distânciaadesudeste; 313 quilômetros a noroeste da capital paulista. Cravinhos, Jardinópolis, a norte; Serrana, a leste; Dumont, a oeste; Sertãozinho, a noroeste; e O território limita-se com: Guatapará, a sul; Cravinhos, a Brodowski, a nordeste. sudeste; Jardinópolis, a norte; Serrana, a leste; Dumont, a oeste; Sertãozinho, a noroeste; e Brodowski, a nordeste. Além disso, o município de Ribeirão Preto, conta com uma população superior a 50% com idade média entre 25o município deetária Ribeirão Preto, conforme gráfico 59Além anosdisso, de idade, cuja faixa reflete significativamente abaixo vem ilustrar, conta comdo uma população superiorgráfico a 50% no desempenho econômico município, conforme que se encontra com idade média entre 25-59 anos de idade, abaixo. cuja faixa etária reflete significativamente já que interfere no média populacional desempenho Idade econômico do município. 60,00%

Idade média populacional

60,00%

50,00%

Percentual

Percentual

50,00%

40,00%

40,00%

30,00%

30,00%

20,00%

20,00%

10,00%

10,00%

0,00% Figura 51. Fonte: https://docplayer.com.br/45315333-Dados-de-copyright-e-expressamenteproibida-e-totalmente-repudiavel-a-venda-aluguel-ou-quaisquer-uso-comercial-doFigura 53. Largo da Matriz em Ribeirão Preto. Fonte: https://www.ribeiraopretoconvention.org.br/nossa-historia/ presente-conteudo.html

0,00%

0 a 24

Série1 Série1

36,60% 36,60%

0 a 24

25 a 59

acima de 60

25 a 59

acima de 60

50,80%

12,60%

50,80%

12,60%

Tabela Gráfico 02.02. Idade média populacional. Fonte: IBGE, 2010. Elaborado pela autora. pela autora FONTE: IBGE, 2010. Elaborado

78 59


Mapa 02. Mapa Vila TibĂŠrio. Fonte: Elaborado pela autora


1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO BAIRRO

Contextualizando o bairro

A Vila Tibério é um bairro do município de Ribeirão Preto de grande valor histórico cujo nome foi em homenagem a Tibério Augusto. O surgimento do bairro se dá a partir de 1880, momento queéao asmunicípio terras dode seu sogro,Preto Tibério A Vilaem Tibério umreceber bairro do Ribeirão de promove o loteamento que futuramente se dará o bairro Vila grande valor histórico cujo nome foi em homenagem a Tibério Tibério. Augusto. O surgimento do bairro se dá a partir de 1880, momento emOque ao receber as aterras do seu sogro, Tibério promove o bairro começa ser povoado em meados de 1885 loteamento que futuramente se dará o bairro Vila Tibério. com a inauguração da Estação de Ribeirão Preto, da Cia.

Mogiana de Estradas de Ferro, quando ferroviários trouxeram bairro começa ser povoado em meados de 1885 com seusOfamiliares para amorar mais próximo ao trabalho; aindaa inauguração Estação de Ribeirão Cia. Mogiana de nesse períododade tempo, chegamPreto, paradamorar no local Estradas de Ferro, quando ferroviários trouxeram seus familiares trabalhadores das fazendas de café e famílias vindas da Itália. para morar mais próximo ao trabalho; ainda nesse período de Tipicamente operário, grandedas quantidade de tempo, chegam para morareste no bairro local concentrava trabalhadores fazendas imigrantes, cuja mão-de-obra era absorvida pelos estabelecimentos de café ecomerciais famíliasda vindas daCompanhia Itália. Mojiana e, após 1911, pelas cervejarias “Cidade”,

Em 1912 foi fundado o Botafogo Futebol Clube, que apesar de ser um clube de futebol, valoriza a áreas e o comércio local, colaborando no desenvolvimento do bairro. A Em cerca a Mogiana, Antarctica e o 1912de foi pilares fundadocomo o Botafogo Futebol Clube, que apesar Botafogo, o bairro se desenvolve e se fortalece, atraindo de ser um clube de futebol, valoriza a áreas e o comércio local, novos empreendimentos, como fábricas, colaborando no desenvolvimento do bairro. A cercapequenas de pilares indústrias, armazéns e diversas lojas. Dessa forma, até o como a Mogiana, Antarctica e o Botafogo, o bairro se desenvolve final dos anos 50, o bairro produzia metade da riqueza da e se fortalece, atraindo novos empreendimentos, como fábricas, cidade. pequenas indústrias, armazéns e diversas lojas; até o final dos anos 50, o bairro produzia metade da riqueza da cidade. Figura 55. Porteira da Mogiana. Fonte: Fonte: https://images.app.goo.gl/VVEq6Vy8RT9PmsBJ8

Antarctica e Paulista (SILVA, 2004, p. 265). “Tipicamente

operário, este bairro concentrava grande quantidade de imigrantes, cuja mão-de-obra era absorvida pelos estabelecimentos comerciais da “Cidade”, Companhia Mojiana e, após 1911, pelas cervejarias Antarctica e Paulista.” (SILVA, 2004, p. 265).

Figura 52. Fonte: https://docplayer.com.br/45315333-Dados-de-copyright-e-expressamente-proibida-e-totalmenterepudiavel-a-venda-aluguel-ou-quaisquer-uso-comercial-do-presente-conteudo.html

Figura 54. Praça Coração de Maria. Fonte: https://images.app.goo.gl/VVEq6Vy8RT9PmsBJ8

Figura 53. Fonte: https://docplayer.com.br/45315333-Dados-de-copyright-e-expressamenteproibida-e-totalmente-repudiavel-a-venda-aluguel-ou-quaisquer-uso-comercial-dopresente-conteudo.html

Porém, no início dos anos 60, a Estação Mogiana foi Porém, no início dosIndependência anos 60, a Estação Mogiana construiu foi para o para o bairro Jardim e o Botafogo bairro Jardim Independência e o Botafogo construiu seu novo seu novo estádio na Ribeirânia, alguns empreendimentos estádiofábricas na Ribeirânia, alguns como fábricas como fecharam e empreendimentos a cervejaria na década de 90 deixa de funcionar. fecharam e a cervejaria na década de 90 deixa de funcionar. Atualmente, a Vila Tibério é um bairro com o comércio diluído Atualmente, a Vila Tibério é um bairro com o comércio por quase todas as ruas, é cortado pela Av. do Café, importante diluído por quase todas as ruas, é cortado pela Av. do Café, Avenida da cidade queda liga o Campus ao centro cidade importante Avenida cidade que da ligaUSP o campus dadaUSP ao e onde tem um comércio ativo e dinâmico, além disso, é também centro da cidade e onde tem um comércio ativo e dinâmico, umé bairro próximo ao Centro da cidade que facilita o acesso o e também um bairro próximo ao ocentro o que facilitae o mantémesempre povoado. acesso o mantém sempre povoado. 80 61 01/01


Macrozoneamento

MUNICÓPI

O DE JARD IN�POLIS Rio Pardo

o Rio Pard

Rio Pardo

ILHA CIDADE NÁUTICA

NH

O

Segundo o Estatuto da Cidade (2002), o mapa de macrozoneamento estabelece um referencial espacial para uso e ocupação do solo na cidade, sendo usado como um referencial geral a ser usado no município. O macrozoneamento deve incluir toda a área do município conforme estabelece o Estatuto.

ÃOZI

CEAGESP

DE

SERT

Rio Pardo

ICÓP IO

DISTRITO EMPRESARIAL PREF. LUIZ ROBERTO

MUN

JÁBALI

COND. RECREATIVA

CHÁCARAS RIO PARDO CJ. HAB. ADELINO SIMIONI

PQ. DOS SABIÁS

CJ. HAB. QUINTINO FACCI II

MUNI

CÓPIO

CJ. HAB. AVELINO A. PALMA

DE JA RDIN �P

OLIS

CJ. HAB.

Rio Pard

QUINTINO FACCI II

o

COND. CASA GRANDE

JD. HEITOR RIGON PQ. INDUST. AVELINO A. PALMA

CJ. HAB. ADELINO SIMIONI

PQ. DAS OLIVEIRAS

COND. ALDEIA DOS LARANJAIS

CJ. HAB. VALENTINA FIGUEIREDO

CJ. HAB. QUINTINO FACCI I

CORREIA DE CARVALHO

JD. HERCULANO FERNANDES

JD. SALGADO FILHO

RES. DAS AMÔRICAS

JD. FLORESTAN

JD.S ANT OS

DUM

FERNANDES

ONT

CJ. HAB. JOAQUIM PROC�PIO DE A. FERRAZ

RECANTO PRINCESA IZABEL

PQ. IND.

VL. FÁBIO BARRETO

CJ. HAB. D. BERNARDO JOSÔ MIÔLLE

TANQUINHO

JD. JAVARI

JD.PLANALTO

JARDIM RUBEM CIONE CJ. HAB. JD. PRES.DUTRA

EUGÕNIO MENDES LOPES

JARDIM PEDRA BRANCA

VL. HÚPICA

VL

.ES PE RA NÍ

LOT. PLANALTO VERDE

A

JD. INDAIA CJ. HAB. JOSÔ SAMPAIO JUNIOR

JD CARLOS DE LACERDA CHAVES

KI

VL. ELISA

CORREIA DE CARVALHO

IS

CHÁC. PEDRO

JD. DIVA TARLÁ DE CARVALHO

COND. COPACABANA

COND. LEBLON

JD. JANDAIA

JD. PRES. DUTRA LOT. PQ. DAS FIGUEIRAS

I

COND. IPANEMA

JD. ESMERALDA

CJ. HAB. ALEXANDRE BALBO

CJ. HAB. JOVINO CAMPOS

ISK

MARINCECK

JD. SÚLVIO PASSALACQUA

PQ. DAS ANDORINHAS

DE BR OD OW

VL. BRASIL

CJ. HAB. ANT�NIO

RESID. NICOLAU G.S. FERREIRA

PALOCCI

COND. JD. DAS PALMEIRAS "A"

OW OD BR

CJ. HAB. MARIA C. LOPES

JD. SALGADO FILHO

DE

CJ. HAB. GERALDO CORREIA DE CARVALHO

ICÓP IO

JARDIM ANTONIO

COND. JD. DAS PALMEIRAS "B"

CHÁC. PEDRO

IO

CHÁCARAS BONACORSI

RECANTO CRUZEIRO DO SUL

ÓP IC

LOT. ORESTES LOPES DE CAMARGO

JD. LÔO GOMES DE MORAES

N MU

JARDIM M. LOURDES

PQ. DOS PÚNUS

MU N

COND. ALDEIA DOS CAJUEIROS

JD. AEROPORTO JD. PARAISO VL. CARVALHO

RECANTO DAS PALMEIRAS

PROLONGAMENTO JD.AEROPORTO

PORTAL DO ALTO

LOT. PLANALTO VERDE

JD ARLINDO LAGUNA

LOT. JABEZ

VL. AUGUSTA VL. ELISA

NOVA PLANALTO

VL. MARIANA

VL. RECREIO

COND. OURO VERDE

JD. DAS PALMEIRAS

COND. MORADAS

VL. ABREU SAMPAIO PQ. IND. CEL QUITO JD. JOSÔ WILSON TONI

JD JAMIL SEME CURY

JD. PORTO SEGURO

VL. ALBERTINA JD. J�CKEY CLUB LOT. PLANALTO VERDE

JD DR. PAULO GOMES ROMEO VL.ZANETI PQ.SÉO JOSÔ

JD. EMIR GARCIA JD. MÁRIO PAIVA ARANTES

JD PASCHOAL INNECCHI

VL.BETI

JD

VL.M

VL. ESMERALDA

VL.GERTRUDES

JD. OURO BRANCO

IRACEMA

ORA NDI NI

IPIRANGA

JD. PATRIARCA

JD. PAIVA

COND.

VL. LAPA

OURO VERDE

CIDADE JARDIM JD. CENTRAL PARK

ALTO DO IPIRANGA

PATRIMONIAL

CONDOMINIO JD. ELDORADO

CAMPESTRE

JD. INDEPENDÕNCIA

PQ. HIP�DROMO

COND. MIL PÁSSAROS

ESPLANADA DA JARDIM

ESTAÍÉO

IARA

CIDADE UNIVERSITÁRIA CAMPOS ELÚSEOS

SUMAREZINHO PQ. DOS FLAMBOYANS VL.PRADO

VL.ANTONIO DE OLIVEIRA

VL. TAMANDARÔ

VL.JOAQUIM NABUCO

CAMPOS ELÚSEOS

VL.BALBINA

LOT. ANGELO JURCA

JD. ANTÁRTICA

JD. SANTA LUZIA JD CADACAAN

COND. CHÁCARAS HÚPICA

VL.AURORA JARDIM RECREIO

JD. CONCEIÍÉO

VL.MANOEL

JD.MARIA AUGUSTA

JUNQUEIRA

VL. FORMOSA

VL. TIBÔRIO

LOT. PALMARES

JARDIM

VL.AMÔLIA

RECREIO ITANHANGÁ

PAULISTANO

JUNQUEIRA

JD. NOVO MUNDO

VL.UCHOA

JARDIM ITA� MIRIM

JD. ANHANGUERA

JD. PAULISTA

VL. LIBERDADE CENTRO

JD. BELA VISTA

O

H

BANDEIRANTES

N

JD. MACEDO

VL. FERNANDES JD. PRIMAVERA

JD.PALMA TRAVASSOS

JD.FRANCISCO GUGLIANO

PQ.INDEPENDÕNCIA

JD. EUGÕNIA

CJ. HAB. JD.

JD. EUNICE

JD.

COND.RES. GUEDES E TONANI

JD. VISTA ALEGRE

VILLAGE DE FRANCE

CHÁCARA

JARDIM HELENA

RECREIO INTERNACIONAL VL. ABRANCHES

ANHANGUERA COND.VILLA D'ITÁLIA

COND.

PQ. CIDADE IND. LAGOINHA

CJ. HAB. JD.

JD. INTERLAGOS

COND. CHÁCARAS INTERNACIONAL

CJ. HAB. JD DAS PALMEIRAS 1

RES. BOA VISTA

VL.EUROPA

PQ. DOS SERVIDORES

JULIANA "A"

ACLIMAÍÉO VL.STA. TEREZINHA

JD PRES. MÔDICE

JD.

JD.

JD.AMÔRICA

CENTENÁRIO

CJ. HAB. JD DAS PALMEIRAS 2

COND.PORTAL DOS PINHEIROS

PQ. INDUSTRIAL

EUROPA

FLORA

CASTELO BRANCO 1

JD. DELBOUX JD. MORUMBI

CJ. HAB. ADÉO DO CARMO LEONEL FEBEM

COND. VILA ROMANA

COND.

HIGIEN�POLIS

JD PIO XII

JD. GENÔSIO MASSARO

JD. DO TREVO

VL. COMERCIAL

JD. CASTELO BRANCO 2

VL.D.PEDRO II

COND.

JD. BELA VISTA

U M

SÉO SEBASTIÉO

JD. ITAPORÁ PQ.

JD.DAS PEDRAS

SEIXAS VL.VELLUDO

JD. JOSÔ FIGUEIRA

PQ.

JD. ZARA

FORMOSO

COND. PORTAL DAS BANDEIRAS

VL. PAULISTA

VILA VL. GUANABARA

JD. DOM BOSCO

IO

COND. CIDADE DA CRIANÍA

JD.

BANDEIRANTES JD. GUANABARA

CJ. SOLAR BOA VISTA

ÓP IC

PQ.

JD.ÁLVARO COSTA COUTO

VL. AFONSO XIII

JD. PIRATININGA LOT. JOSÔ PITTA

SE

VL.CLAUDINA

JD. JAMAICA

JARDIM ITA�

ZIN

ÃO RT

DE

JD. DO TREVO

JD. GRAJA�NA

SSO GRE PRO VL. VL. VIRGÚNIA

VL. ISABEL

PORTAL DOS IPES

LACERDA

VL. SANTANA IGUATEMI

JD. IBIRAPUERA

JD. SUMARÔ

JD MARIA GORETTI

PQ. CIDADE JD SÉO JORGE

JD.MORUMBI JD.BRANCA SALES

IND. LAGOINHA COND.

LOT. PQ. DOS LAGOS

COND.

JEQUITIBÁ

VALPARAISO

VILLA COND.

LOT. NOVA RIBEIRÃNIA

VERDE

SAMAMBAIA

PQ. DOS SERVIDORES

COND. CAMPOS DO JORDÉO

COND.

JD. SÉO LUIZ PQ. RIBEIRÉO PRETO JD. LARANJEIRAS

ALTO DA BOA VISTA PQ. RIBEIRÉO PRETO

COND.

NOVA

RESID. MOEMA

PENITENCIÁRIA

VL. GUIOMAR CJ. HAB. JD. MARIA DA GRAÍA

LOT. RIBEIRÃNIA

SANTA CRUZ

JD. MARCHESI

JARDIM MONTE CARLO

JD. IRAJÁ RES. FL�RIDA JD SANTA RITA

JD. PROGRESSO

COND.

COND. CARMEL

JD. VIDA NOVA

LOT. RIBEIRÃNIA

VILLAGE SÉO

CONDO PARK

JD. CALIF�RNIA

FRANCISCO

COND.RES.

COND. ITAMARATÚ

VISTA ALEGRE

COND. MONTEREY

COND. QUINTA DA BOA VISTA

CONDO PARK

COND.RES.

RECREIO ANHANGUERA

VL. ANA MARIA

PQ. ECOL�GICO ANGELO RINALDI

GARDEN VILLA

(HORTO FLORESTAL)

COND. LOT. BOSQUE DAS JURITIS

JD. JOÉO ROSSI COND. QUINTA DA BOA VISTA

COND.

LOT. BOSQUE DAS JURITIS II

RESID. JEQUITIBÁ

COND. DOS MANACÁS

PRIMAVERA

CJ. HAB. JD. MANOEL PENNA

JARDIM BOTÃNICO

DAS MAGN�LIAS

COND. ESTAÍÉO

COND. VILLA DEL FIORI

COND.

LOT. CITY RIBEIRÉO

JARDIM GREENVILLE

VILLAGE MONET

JD. NOVA ALIANÍA

COND.

JD. CANADÁ

JD. MORRO

COND. TERRA BRASILIS

COND. RESID. JATOBÁ

CITTÁ DI

DO IPÕ

POSITANO

COND. COND.

TORINO

MILANO COND. VERONA

COND. SAN DIEGO 2

COND. SAN DIEGO 1

COND. SAN DIEGO 3

CJ. HAB. JD.ROBERTO BENEDETTI

COND. GUAPORÔ 1 CJ. HAB. JD. SÉO JOSÔ

JD. NOVA ALIANÍA SUL

COND. COLINA VERDE COND.

COND. BURITIS JARDIM SAINT GERARD

COND.

GUAPORÔ 2

PAINEIRAS

COND. BUENOS AIRES

COND. JD. DOS GERÃNIOS

DE DU MONT

QUINTA DA ALVORADA

COND. AROEIRA

COND. IPÕ BRANCO

COND.

COND.

VILLA

JD. DOS HIBISCUS

VICT�RIA COND.COUNTRY VILLAGE

TENIS COUNTRY CLUB

COND. IPÕ AMARELO COND. IPÕ ROXO

COND. CAIMBÔ

RECREIO DAS ACÁCIAS

LOTEAMENTO

COND.

SÚTIO

SAN

SÉO BENTO 1

REMO 2

COND. QUINTA DO GOLF

COND. SAN REMO 1

LOTEAMENTO SÚTIO SÉO BENTO 2

MIRANTE ROYAL PARK

N�CLEO SÉO LUIS

ROYAL PARK COND. FIRENZE

COND. VENEZA

COND. GENOVA

JARDIM EMBAIXADOR

PEDREIRA SAID

COND. BOSQUE DAS COLINAS

COND.

COND.

VALE DAS

ITAMBÔ

ARARAS

COND. COLINA COND. AURORA VILLAGE

DOS SABIÁS

COND. SANTA HELENA

JARDIM SAN MARCO

COND. COND.

SANTA M�NICA

SANTA M�NICA

COND. SANTA RESID.VILLA

ÃNGELA

FLORENÍA

JD. JOSÔ ROBERTO TÔO

JD. SAN LEANDRO

JD. RADA ALVO

COND. TURMALINA

JD.ZANETI

Mapa 03. Mapa Macrozoneamento. Fonte: Elaborado pela autora.

DAS MANS�ES

RESID. PRIMAVERA VL. AMÔLIA

VL. MONTE ALEGRE

USP

MUNIC ÓPIO

ZUC ZMT ZUP ZUR

LOT. CÃNDIDO PORTINARI

VL.CEL.QUITO JUNQUEIRA

VL AMÔRICA

CPFL

CAMPUS UNIVERSITÁRIO

D. CON IRAS ANJE LAR

A área a ser recortada é a classificada como ZUP (Zona de Urbanização Preferencial) que é composta por áreas dotadas de infra estrutura e condições geomorfológicas propícias para a urbanização, essa área deve seguir os preceitos estabelecidos na legislação municipal e é a que se encontra em azul.

JD.

COND. RAIOS DE SOL

JD. STA GENEBRA

PEDREIRA INDERP

DISTRITO DE BONFIM PAULISTA

S

JD. EMÚLIA

HO

CONJ. RES. ALTO DO BONFIM

N�CLEO NORIVAL C. LACERDA

ÓPIO IC

CONJ.RES. VILA REAL

IN AV CR DE

N MU CONJ. RES. SÉO FERNANDO

CONJ. RES. JOSÔ SAID SOBRINHO RECANTO DAS FLORES

NM

NG

NQ PROJEÍÉO : UTM ( UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR ) MERIDIANO CENTRAL : 45° W.Gr. DATUM HORIZONTAL : C�RREGO ALEGRE (MG) DATUM VERTICAL : MARÔGRAFO DE IMBITUBA (SC) COEFICIENTE DE DEFORMAÍÉO LINEAR (K) CONVERGÕNCIA MERIDIANA ( DECLINAÍÉO MAGNÔTICA 1984 ( VARIAÍ]ÉO ANUAL 08'58" W

COND. ASPEN

) )


Legislação ZUP LEI COMPLEMENTAR Nº 2157, de 08 de janeiro de 2007. GABARITO BÁSICO: Artigo 34 - Define-se como “Gabarito” a altura do edifício em metros lineares contada a partir do piso do pavimento térreo até a soleira do elevador do último pavimento, ficando estabelecido o gabarito básico de 10 (dez) metros de altura para todas as edificações novas ou a reformar no Município de Ribeirão Preto. § 1º - Considera-se pavimento térreo aquele onde se tem o acesso de pedestres ao edifício, considerando-se, em caso de mais de um acesso, aquele que for mais desfavorável à medição do gabarito. TAXA DE OCUPAÇÃO (EM %): Artigo 38- Entende-se por taxa de ocupação a relação entre a área da projeção, no plano horizontal, da edificação ou conjunto de edificações e a área do lote ou gleba. Artigo 39- A taxa de ocupação máxima será de 70% (setenta por cento) e para edificações não residenciais será de 80% (oitenta por cento), respeitados os recuos e a taxa de solo natural desta lei. COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO: Artigo 40- Entende-se por coeficiente de aproveitamento a relação entre a área edificável ou área edificada e a área do terreno ou gleba, excluída a área não computável. Considera-se área não computável: a) Os pavimentos destinados à garagem; b) O pavimento térreo, quando nele não houver áreas de uso

privativo; c) O último pavimento, quando neste houver somente casa de zelador, casa de máquinas e caixas d`água; d) Jardineiras e varandas. Artigo 41- O Coeficiente de aproveitamento máximo será de até 5 (cinco) vezes a área do terreno. TAXA DE PERMEABILIDADE OU SOLO NATURAL (EM %): Artigo 44- É obrigatória a manutenção de solo natural coberto com vegetação, na proporção de 5% (cinco por cento) da área total do lote para cada imóvel, em qualquer terreno no qual se construa. RECUOS MÍNIMOS: Artigo 45- § 3º- O recuo mínimo lateral ou de fundo estabelecido no caput, será de 2m (dois metros) e o recuo frontal, no mínimo o estabelecido no Art. 46, conforme o caso; Artigo 46- São obrigatórios os recuos mínimos nas faces lindeiras aos logradouros públicos, conforme abaixo discriminados, independentemente da edificação ter frente ou não para tais logradouros e independentemente também da via já estar implantada ou se tratar de diretrizes viárias contidas nas diretrizes fornecidas pelo órgão municipal responsável pelo planejamento viário. IV - ao longo das demais vias que compõe o sistema viário, 5 (cinco) metros para os imóveis cujo gabarito seja superior a 4 (quatro) metros, podendo também seu recuo ser determinado pela fórmula H=3x(L+R) metros, onde H é a altura do prédio, L é a largura da rua e R é o recuo até o alinhamento. 82


Uso do Solo O mapa apresentado traz o uso do solo de forma a mostrar como o recorte escolhido atua nas atividades do dia a dia, sendo assim, é notável a predominância do uso residencial, porém, é possível ver também, mesmo que em menor quantidade, usos voltados a comercio e prestação de serviço. Por haver, mesmo que menores atividades para além da moradia criam-se polos geradores de tráfego em ruas com maior comércio e consequentemente mais trânsito.

3

1

Área projeto Área verde Comercial Institucional Residencial Serviço Vazio N

Mapa 04. Mapa uso do solo. Fonte: Elaborado pela autora.

4

2


O fato da presença de usos diversificados, como mostrado nas imagens abaixo, traz maior dinamismo para o bairro e ainda mantém, mesmo que pouco, a vitalidade nas ruas somada a uma maior sensação de segurança. Por outro lado, por ser em sua

1

Figura 56. Uso do solo bairro. Fonte: Googles Maps.

3

Figura 58. Uso do solo bairro. Fonte: Googles Maps.

maioria comércios de atividades diurnas, no período noturno todo o entorno se esvazia, diminuindo o contato das pessoas com o espaço externo e dando espaço a ruas vazias e por consequencia menos seguras.

2

Figura 57. Uso do solo bairro. Fonte: Googles Maps.

4

Figura 59. Uso do solo bairro. Fonte: Googles Maps.

84


Gabarito Ao lado é apresentado o mapa de gabarito, onde é mostrado as alturas existentes de cada construção, representado por lote a lote, de modo que observando o recorte apresentado é perceptível a predominância do gabarito mais horizontal, de 0 a 2 pavimentos, enquanto a quantidade de edifícios acima de 3 pavimentos são poucos e espaçadamente distribuídos pela área aqui apresentada. Esse fato ocorre mesmo em locais que contam com áreas comerciais.

3

1 2

Área projeto Até 2 pavimentos 3 ou mais pavimentos N

Mapa 05. Mapa gabarito. Fonte: Elaborado pela autora.

4


O referido gabarito é consequência de o bairro ser um local mais antigo e ainda muito tradicional, contando com a maioria das casas sendo térreas e sem recuo frontal. Os edifícios de 3 ou mais pavimentos, como mostrado no mapa são poucos e em sua

1

Figura 60. Gabarito bairro. Fonte: Googles Maps.

3

Figura 62. Gabarito bairro. Fonte: Googles Maps.

maioria também de gabarito baixo. Dessa maneira, é mantida uma linguagem e horizontalidade no bairro que contribui para melhores índices de ventilação e iluminação além de não haver agressão na paisagem.

2

Figura 61. Gabarito bairro. Fonte: Googles Maps.

4

Figura 63. Gabarito bairro. Fonte: Googles Maps.

86


Vegetação O mapa ao lado traz a representação da quantidade de massas vegetativas existente no recorte e como ela age em relação as quadras do bairro. Através do mapa é possível visualizar que mesmo não sendo a quantidade ideal o bairro possui algumas massas de vegetação e em sua maioria arbórea, geralmente presente nas calçadas. Conta ainda com apenas uma praça com quantidade média vegetativa que atende a todo o bairro e, com isso, a sensação de quem anda pelo bairro se torna mais agradável.

2

4

1

Área projeto Vegetação existente N

Mapa 06. Mapa vegetação. Fonte: Elaborado pela autora.

3


Por conseguinte, a relação bairro-vegetação é importante, pois resultará no bem estar tanto de quem anda pelas ruas como no clima das casas e como a ventilação funcionará no interior das mesma, já que quando há a presença de massas vegetativas

1

Figura 64. Vegetação bairro. Fonte: Googles Maps.

Figura 66. Vegetação bairro. Fonte: Googles Maps.

3

pode haver a diminuição da temperatura. E não só isso, a partir da presença da vegetação consegue-se amenizar o clima além de criar áreas de encontro sombreadas e uma freuqência maior da população das calçadas no periodo do dia.

2

Figura 65. Vegetação bairro. Fonte: Googles Maps.

4

Figura 67. Vegetação bairro. Fonte: Googles Maps.

88


Fluxo das vias O mapa ao lado de fluxo das vias, sendo observado em maioria veículos, trata do fluxo recebido no leito carroçavel e como esses se comportam, trazendo as vias de maior e menor fluxo, sendo possível observar através do mesmo como este fato afeta no bairro e locomoção dentro dele.

Área projeto Fluxo Intenso Fluxo Reduzido N

Mapa 07. Mapa Fluxo das vias. Fonte: Elaborado pela autora.


Por ser um bairro que tangencia o Centro, as ruas que tem como direção a região central tendem a ter maior fluxo, tanto sentido de ida como de volta, já que mesmo que não seja o destino, muitos usam essas como caminho para chegar ao local desejado, enquanto que as vidas que transitam no sentido contrário, ou seja, paralelas ao Centro, tendem a ter um menor fluxo. Isso faz com que alguns horários, haja um maior tráfego acarretando alguns congestionamentos e menor funcionamento das vias. Deste modo, é possível notar que o fluxo de transito no bairro altera conforme os horários, já que a demanda e finalidade pelo transporte vai variar, como monstra o gráfico abaixo, onde é mostrado o fluxo por horários.

Horários de fluxo 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Série1

Gráfico 03. Horários de fluxo no perímetro do bairro. Fonte: Elabora pela autora.

90


Hierarquia viária física O mapa de hierarquia viária física tem o objetivo de apresentar a forma como as vias do bairro foram planejada para atender segundo o município. No recorte apresentado no mapa ao lado, nota-se a superioridade das vias locais, que tem como função o translado dentro do bairro, via essa que recebe e comporta um menor fluxo, porém, há também a presença de vias coletoras, cuja característica é receber e distribuir o tráfego proveniente das vias locais, nesse caso o fluxo é superior ao da local mas ainda intermediário. Área projeto Vias arteriais Vias Coletoras Vias Locais Vias que compõe o anel viário N

Mapa 08. Hierarquia viária física. Fonte: Elaborado pela autora.


1.70

2.93

7.00

9.03

2.40

2.90

Ruas como é o exemplo da Aurora, planejadas para ter fluxo mediano, com o decorrer do tempo e necessidades se tornaram vias de maior fluxo com extensão pequena para tal demanda, dessa forma, ocorre de em alguns horários o fluxo ser tamanho a ponto de provocar congestionamentos e dificuldade ao se locomover. Essas ruas de maior fluxo, que no recorte estão presentes na vertical, já que é o caminho que direciona ao Centro, por não haver a distância ideal das vias e principalmente das calçadas não é possível isolar os ruídos do fluxo intenso e o espaço pedestreveículo é cada vez mais limitado.

1.26

Figura 68. Corte Via Rua Constituição, Ribeirão Preto-SP

2.36

Figura 70. Corte Via Avenida Zerrener, Ribeirão Preto-SP

10.35

12.60

8.93

2.93

2.64

9.40

7.00

2.90

Figura 69. Corte Via Rua Bartolomeu de Gusmão, Ribeirão Preto-SP

2.90

1.70

1.26

9.03

8.93

2.40

2.64

Figura 71. Corte Via Rua Jorge Lobato, Ribeirão Preto-SP

92


Hierarquia viária funcional O mapa ao lado trata da hierarquia viário funcional, que se dá da organização e funcionalidade das vias, como elas atuam no dia a dia, para que se possa analisar se as suas medidas comportam tamanhos fluxos e como isso influenciar no contexto do bairro. Percebeu-se então que as vias locais atendem a demanda uma vez que tem menor fluxo de pessoas e de veículos, enquanto a única caracterizada como arterial tem maior dificuldade em atender a demanda, tendo em vista o maior fluxo de veículos em alguns horários, muitas vezes com destino a área central da cidade.

Mapa 09. Mapa Hierarquia viária funcional. Fonte: Elaborado pela autora.

N

Área projeto Vias arteriais Vias Coletoras Vias Locais


Transporte O mapa que mostra o transporte público, com o intuito de mostrar como funciona a mobilidade do pedestre e a relação com o transporte, dessa forma, o mapa apresentado destaca os pontos de ônibus, sendo em maioria linhas que ligam o bairro ao centro. Por ser bem distribuído no recorte, a quantidade de pontos de ônibus são suficientes para atender a demanda, porém, falta em muitos uma melhor infra estrutura além da melhora em seus horários e qualidade de transporte, o que afeta diretamente a escolha ou não do uso.

Área projeto Pontos de ônibus Percurso do ônibus N

Mapa 10. Mapa Transporte. Fonte: Elaborado pela autora.

94


Equipamentos

30

O mapa de equipamentos busca trazer quantos, quais e qual a escala dos equipamentos existentes no local, na tentativa de analisar se são suficientes e se há alguma carência no bairro. No caso do mapa ao lado, é perceptível que existe uma quantidade considerável de equipamentos e de forma variável, ou seja, há equipamentos para atender a diversas carências do local, como os da área da saúde e educação. Assim, mesmo não havendo equipamentos em abundância, existem equipamentos que atendam a população local e até mesmo alguns que atendam em uma escala maior não somente de bairro, como mostrado no mapa. Isso faz com que os moradores do bairro não precisem sempre se deslocar da sua escala de vizinhança para buscar atendimento básico fora do bairro, em bairros próximos ou até mais distantes. Com isso, há menores distancias percorridas e um atendimento mais direcionado, além de diminuir a necessidade pelo uso do carro.

29

28

32

31

33 34 36

27 35 25 24

37

26

22

23

7 21

2 3

1

1

6

5

4

2

8

3

10

Esporte e lazer

Segurança pública

Educação

Saúde

Religião

Administração pública

Cultura

Serviço

Escala da cidade

Escala do bairro

11

4

Estadual Federal Municipal Privado Área Projeto Mapa 11. Mapa equipamentos. Fonte: Elaborado pela autora.

15 17

16

18 12

N

Escala da vizinhança

9

20

13 14


29

28

32

31

33 34 36

27 35 25 24

37

26

22

23

7 21

6

1

2

5

8

1

3

Figura 72. Equipamento. Fonte: Googles Maps.

2

Figura 73. Equipamento. Fonte: Googles Maps.

10

1 - Praça José Mortari 2 - UBS Wilma Delphina 3 - Escola E. Hermina Gugliano4 4 - Sociedade Espírita A. Kardec 5 - EMEI Anita Procópio Junqueira 6 - Escola Infantil Estrelinha do Saber 7 - Sociedade Espírita Anjo Ismael 8 - Grupo Teatro Porão 9 - Escola Infantil Favinho de Mel 10 - Escola Favinho de Mel 11 - Escola Liceu Contemporâneo 12 - Recanto dos Idosos 13 - Santuário N. Senhora do Rosário 14 - Centro Espírita Batuíra 15 - Igreja Deus é amor 16 - Secretaria de saúde 17 - Lotérica Pantera 18 - 3° DP Policia Civil 19 - Lotérica

20 - Igreja Assembléia de Deus 21 - Sesi Centro Educacional 22 - Igreja Quadrangular 23 - Salão do Reino de Jeová 24 - Congregação Cristã do Brasil 25 - Igreja do Senhor é Paz 26 - Centro Espírita A. do Evangelho 27 - Voluntários do Sertão 28 - Arquidiocese P. Santa Luzia 29 - Praça Santa Luzia 30 - Centro Médico S. Comunitário 31 - Casa das Artes 15 32 - Comunidade N. Senhora Auxuliadora 17 18 33 - Escola E. Infantil Mônica I 34 - Congregação I. Franciscanas 35 - APAMPESP 36 - Atheneu - Ensino Fundamental 20 37 - Atheneu - Educação Infantil

9 11

16

12

14

3

13

Figura 74. Equipamento. Fonte: Googles Maps.

4

Figura 75. Equipamento. Fonte: Googles Maps.

96


Apoio a criança em Ribeirão Preto O mapa mostra alguns dos equipamentos voltados ao apoio e cuidados com a criança e o jovem em Ribeirão Preto e qual a sua localização aproximada na cidade, a fim de buscar uma análise do entorno mais próximo bem como no município como um todo. É importante não só pelos apoios e parcerias que possam ser criadas como também prever qual a demanda que possa vir a ter no abrigo projetado.

Corassol

Carib Casa Caio Fundação Educandário LBV em Ribeirão Preto

Casa da Criança Santo Antonio

Crescendo em Família

Educandário

SOBERP

Centro de Voluntariado

Mapa 12. Mapa Locais de apoio a criança em Ribeirão Preto. Fonte: Elaborado pela autora.

Nosso Clubinho de Acolhimento

Casinha Azul


Estudo da área A área escolhida está localizada a 1.8km do Quadrilátero Central, e como já mostrado nos mapas anteriores tem conexão direta com o Centro e, dessa forma, o acesso às demais áreas da cidade são favorecidas por diversos modais, entre eles: transporte público coletivo (além de existir as linhas de ônibus do bairro existem também as das proximidades que adentram o bairro para chegar ao Centro), veículos não motorizados, automóveis, entre outros. O local em questão se tornou a opção definida após observado as competências do seu entorno mais próximo, da escala de bairro, pelo fato da área dispor de equipamentos como: saúde, educação e lazer, além de praças e alguns equipamentos de uso privado que atendem no dia a dia. Não haver equipamentos que tenham a mesma função do que será projetado, um abrigo institucional para adolescente com faixa etária de 12 a 18 anos de idade, em um raio intermediário bem como contar com um bairro de predominância residencial e de fácil acesso é de extrema importância na decisão em relação a área, já que dessa forma o publico a quem o equipamento se destina se integra com a cidade e assim possa criar relação de lar com a vizinhança e com o espaço projetado. Se tratando de orgãos semelhantes e com a mesma finalidade, razão que também foi utilizada na escola da área, foi constatado a ausência de equipamentos de apoio a criança no recorte até mesmo em maior escala, o que se faz ainda mais necessário a criação de um espaço adequado para tal finalidade, o que é possibilitado com o facil acesso presente na área.

Figura 76. Localização lote. Fonte: Google Maps.

98


Entorno do lote

ÁREA

1.83

2

N

Figura 77. O lote. Fonte: Google Maps.

8.74

1

Rua Aurora

Rua 21 de Abril

1.99

Figura 78. Corte via Rua Aurora.

1.98

9.00

1.80

Em uma visão serial, apenas das fachadas vizinhas de frente com o lote, encontra-se áreas residenciais voltadas para a rua, dessa forma, a relação do lote com a vizinhança passa a sensação de uma maior proximidade. Pode-se observar também como se dá a horizontalidade do entorno mais próximo, onde há predominância de residencias de até 2 pavimentos. As ruas, sendo a Aurora uma via Coletora e a 21 de Abril uma via local, recebem grande movimento e fazem a ligação Centro-Bairro, pensando nisso, o leito carroçável atende a demanda mas quando analisado as calçadas apesar de atender a medidas faltam com estrutura.

Figura 79. Corte via Rua 21 de Abril.

1.99

1.70

8.74

9.03

1.83

2.40


1

Figura 80. Imagem lote. Fonte: Google Maps.

1

Figura 82. Vizinhanรงa. Fonte: Google Maps.

2

Figura 81. Imagem lote. Fonte: Google Maps.

2

Figura 83. Vizinhanรงa. Fonte: Google Maps.

100


550,00

ÁREA=1.750m² 551,00

Mapa 13. Mapa caracterização física da área. Fonte: Elaborado pela autora.

N

N

Em relação aos ventos, considerando que no município tem ventos predominantes de Sudeste para Noroeste, eles cortam o lote da parte inferior a superior, mas, por haver edificação de 2 pavimentos na direção vento-lote o mesmo pode perder a força o que exigirá medidas a serem adotadas no projeto. Enquanto na insolação a área conta com sua maior parte bem iluminada, recebendo mais sol no sentido Norte-Oeste, que tem maior incidência na fachada principal do lote. Dessa forma, por ser uma área bem iluminada, questões de salubridade e conforto ambiental são melhores resolvidas, evitando o uso de maquinário.

Rua 21 de Abril

Rua Aurora

O lote escolhido tem uma área de 1.750m², essa medida é distribuída ao longo do seu formato em “L” em um terreno de esquina; além disso, conta com duas curvas de níveis na sua topografia e declividade de 4%, valor esse que pode ser classificado como um bom percentual, já que ao mesmo tempo que não obstrui a queda e escoamento d’água não permite que a mesma fique parada acarretando alagamentos e enchentes.

PARE

Caracterização física da área


Posse do terreno Os lotes a serem utilizados estão localizados no encontro das ruas: Rua 21 de Abril e Rua Aurora, no bairro Vila Tibério, municipio de Ribeirão Preto/SP. Os respectivos lotes são terrenos particulares, fazendo com que se torne necessário a busca por fazer a apropriação por via legal destes, desse modo, conforme dispõe a Lei 10.257/2001, art. 4º, V, a, o instrumento a ser adotado pelo Estado de modo que viabilize a utilização das respectivas áreas deve ser por desapropriação. As desapropriações são regulamentadas pelo Decreto 3.365/41 e serão por utilidade pública, tendo em vista a necessidade e relevância do Centro de Acolhimento. Ainda, as desapropriações poderão ser efetuadas de duas maneiras, qual seja, mediante acordo ou propositura de demanda judicial, em respeito ao art. 10 do Decreto 3.365/41. Ademais, com fundamento no art. 10-A, Dec. 3.365/41, na hipótese de acordo, o poder público notificará os proprietários apresentando ofertas de indenização. Se o proprietário aceitar a oferta será então lavrado acordo, sendo título hábil para registro no cartório competente.

A notificação A notificação se dará da seguinte maneira: • I - Cópia do ato de declaração de utilidade pública; • II - Planta ou descrição dos bens e suas confrontações; • III - Valor da oferta; • IV - Informação de que o prazo para aceitar ou rejeitar a oferta é de 15 dias e de que o silêncio será considerado rejeição. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público. Art.10, Decreto 3.365/41

Por outro lado, se o proprietário rejeitar a oferta, ou ainda não se manifestar no prazo de 15 dias, poderá o poder público ingressar com demanda judicial (ação de desapropriação por utilidade pública) em desfavor do proprietário do lote, conforme estabelece o art. 11, Dec. 3.365/41. 102


Figura 84. Crianรงas olhando para baixo. Fonte: https://www.istockphoto.com/es/foto/ni%C3%B1os-de-amistad-uni%C3%B3nsonriendo-felicidad-concepto-gm601022488-103343007


CAPÍTULO 05



Zelar - Centro de acolhimento infanto-juvenil O projeto se trata de um abrigo institucional para jovens com faixa etária de 12-18 anos localizado no bairro Vila Tibério na cidade de Ribeirão Preto-SP, tem o intuito de fazer do espaço arquitetônico um meio para promover encontros e desenvolvimento em conjunto de forma integral. Busca, de acordo suas escolhas, diminuir a exclusão social, quebrando toda e qualquer barreira do prejulgamento, promovendo assim a reinserção dos indivíduos à sociedade. Além de mais um abrigo ou edifício, o Zelar propõe que junto com o acolhimento venha o cuidado, não só com o presente, mas também com o futuro, oferecendo desenvolvimento técnico aos jovens, além do cuidado psicológico e social, bem como promove a proteção e os cuidados integrais aos jovens que dele fazem parte. O objetivo é que o equipamento institucional seja ferramenta para a socialização, integrando tanto os abrigados entre si como os abrigados com a comunidade, fazer com que juntos eles possam crescer e se desenvolver pessoal e profissionalmente, oferecendo oportunidade na maioridade. O espaço em si vai além de uma casa ou um instituto educacional, é um espaço de desenvolvimento e cuidado, que passa aconchego e áreas únicas a cada ponto de vista. Ignora o estereótipo de casa ou escola, já que as versões são muitas, e cria a partir do volume um lar e um espaço de convívio que mesmo separados conversam entre si e se mostram convidativos respeitando a privacidade de cada um. É um espaço para viver ou para estar, de passagem ou de forma contínua, para morar ou para aprender, mas em todos os casos para crescer. Figura 85. Perspectiva projeto. Fonte: Elaborado pela autora.

106


Programa O térreo parte do intuitoom o intuito de trazer através da arquitetura um “abrigo” em que cada ambiente seja planejado ao mesmo tempo que tenha todas as ferramentas para desenvolvimento e apropriação desse lugar por meio de cada jovem que nele mora. Dessa forma, o programa do térreo dispõe de: áreas comuns que ligam e integram entre si, como salas e biblioteca; áreas voltadas para serviço, como é o caso da cozinha e despensa; e áreas privadas, que são os quartos e banheiros. Todos esses, pensado com ocupação total de 20 pessoas para que não perca o conforto e o viver bem e, principalmente, a escala humana.

Entrada Principal Serviço

Privado

Cozinha

Despensa

Lavanderia / área de serviço

Gráfico 04. Programa Pvto. Térreo Fonte: Elabora pela autora.

Cole vo

Banheiro

Quartos 1, 2, 3, 4 e 5

Banheiros

Quarto funcionário

Quartos 6, 7, 8, 9 e 10

Banheiros

Biblioteca

Sala TV

Recreação descanso

Refeitório


Informá ca

No pavimento superior o intuito é que os ambientes possam servir como ferramenta de socialização e convívio, de forma que esse espaço não seja único, mas que seja possível ser distribuído por todo o programa. Pensado isso, o programa conta com áreas de recreação e lazer que se desenvolvem nos demais setores; áreas voltadas para serviço como cozinha e área de serviço; espaço voltada para administração e coordenação; e áreas privadas, essas voltadas a educação, como é o exemplo das salas e laboratórios. O espaço destinado a cada ambiente se dá em escala maior, espaços esses que suportem maior fluxo de pessoas, já que o objetivo é que o Informá ca osInformá cae integre uso extrapole abrigados também os jovens da comunidade, todos em um só espaço.

Gráfico 05. Programa Pvto. Superior. Fonte: Elabora pela autora.

Acesso Principal Lazer / Recreação

Hall

Apoio Educacional

Serviço

Cozinha

Salas Educacionais

Banheiros

Administração

Apoio Psicológico

Refeitório

Informá ca

Convívio

Dança

Aulas

Oficina

Laboratório

108


Ambiente Coordenação

Quant. 1

Área 18.00 m2

Quarto 1

1

Quarto 2

Quant. 1

12.25 m²

Área estudo Apoio Psicológico

Área 2.25 m²

1

14.00 m²

1

11.18 m²

Coordenação

1

14.93 m²

Quarto 3

1

8.30 m²

Informá ca

1

19.60 m²

Quarto 4

1

10.91 m²

Laboratório

1

15.74 m²

Quarto 5

2

15.00 m²

Oficina

1

21.74 m²

Banheiro 1

2

8.48 m²

Sala 1

3

20.00 m²

Banheiro 2

3

3.42 m²

1

14.00 m²

Banheiro 3

1

4.70 m²

Sala 2 Sala de Dança

1

41.00 m²

Banheiro 4

1

5.29 m²

Sala de Professores

1

13.04 m²

Cozinha Dispensa

1

13.68 m²

Área Serviço

1

1.92 m²

1

5.60 m²

Banheiro

2

7.40 m²

Lavanderia

1

8.40 m²

Banheiro PNE

1

4.10 m²

Área TV 1

1

25.50 m²

Cozinha

1

18.80 m²

Área TV 2 Biblioteca

1

58.92 m²

Convívio 1

1

164.80 m²

1

42.54 m²

1

198.10 m²

Refeitório 1

1

21.50 m²

Convívio 2 Recepção

1

2.25 m²

Refeitório 2 Sala Recreação Academia, horta, quadra, piscina, praça e estacionamento

1

90.54 m²

Refeitório

1

75.15 m²

1

144.80 m²

1

1.172 m²

Serviço

Pavimento Superior

Privado

Ambiente

Social

Social

Pavimento Térreo Serviço

Privado

Quadro de áreas

Quadro 02, 03. Área do programa. Fonte: Elaborado pela autora.


Legislação adotada no projeto A seguir tabela com a legislação exigida na ZUP (Zona de Urbanização Preferencial) aplicada ao projeto. Por ser valores mínimos muitos, como a Taxa de Permeabilidade, são utilizados valores maiores a fim de levar melhorias ao projeto.

ITEM

DADO

NO PROJETO

MACROZONEAMENTO

ZUP - Zona de Urbanização Preferencial

ZUP - Zona de Urbanização Preferencial

TAXA DE OCUPAÇÃO

80% (oitenta por cento)

Área Total: 1.770m² 80% da área: 1.416m² Adotado: 810m² (45%)

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO

até 5 (cinco) vezes

5x1.770 m² = 8.850m²

TAXA DE PERMEABILIDADE

5% (cinco por cento)

Área Total: 1.770m² 5% da área: 88,5m² Adotado: 560m²

RECUOS MÍNIMOS

R (recuo) = H (altura) / 6 (Valores mínimos = Frontal: 5m; Fundo e Laterais: 2m)

Frontal: 5m Fundo e Laterais: 2m

GABARITO BÁSICO

10 (dez) metros

3,25m Quadro 04. Legislação. Fonte: Elaborado pela autora.

110


Na busca por uma arquitetura inovadora, aconchegante, integradora e acessível – em todos os seus sentidos- o projeto tem como conceito ser o elo entre a comunidade e o jovem abrigado e, mais que isso, fazer com que juntos esses jovens possam se capacitar profissionalmente e desenhar o seu próprio futuro por meio do apoio educacional e do ensino técnico.

Conceito

Conceito | Partido

Acolhimento

Dessa forma, o edifício proposto funciona como ferramenta de aproximação e socialização, seja entre os abrigados, seja entre os abrigados e os jovens da comunidade. Fazendo com que a partir da arquitetura seja proporcionado acesso a educação, lazer, saúde, interação social, desenvolvimento, entretenimento, e claro, o sentimento de lar e proteção acima de abrigo. E o partido se une ao conceito trazendo para a forma a busca por união desses três fatores: a arquitetura, por meio do edifico, o abrigado e a comunidade. A começar da união desses três princípios, porém, buscando uma forma lúdica, pensada para jovens, e atemporal, permitindo que a arquitetura também seja um fator de transformação e conhecimento. O volume trás movimento e suavidade, sem agredir a paisagem; buscar ser convidativo ao mesmo tempo que sutil; curioso, porém, não deixar de ser um lar; contrastando com o bairro sem perder a identidade.

Educação


Partido

Desenvolvimento

Abrigado

Arquitetura

Comunidade

Lazer

Interação

Socialização

Figura 86. Conceito e partido. Fonte: Elaborado pela autora.

112


Estudo de massas No estudo de massas, onde ainda não havia a volumetria definida as massas são locadas pensando na disposição dos usos, as áreas que cada um pretende ocupar e na forma como eles podem interagir entre si além do impacto que cada um pode ter com os acessos e o terreno.

N

Figura 88. Estudo de massa. Fonte: Elaborado pela autora.

N

RUA AURORA

Acesso Educação Lazer N

RUA AURORA

RUA 21 DE ABRIL

N

Já no Pavimento Superior, o espaço voltado a educação se une ao lazer, esse que poderia ser entendido como futuras áreas de convívio, é buscado conexão entre eles para que então haja contato entre cada um que passe por ali. A área de estudos é composta como um espaço maior a fim de proporcionar diversidade nos usos voltados a educação.

Figura 87. Estudo de massa. Fonte: Elaborado pela autora.

N

Acesso Estacionamento Lazer Serviço Quartos Uso Comum Vegetação

Nesse caso, no Pavimento Térreo, foi pensado no melhor posicionamento dos quartos buscando a privacidade e uma melhor insolação, a integração proposta através dos espaços de uso comum e a íntimo e, ainda, na área destinada ao lazer pensando esse RUA 21 DE ABRIL como um quintal de casa.

RUA AURORA

RUA 21 DE ABRIL


Estudo da volumetria A volumetria do projeto considera a busca pela arquitetura como ferramenta de união e conexão, objetivando a união dos abrigados com a comunidade, tendo como resultado a sociabilização, objetivo principal e constante deste projeto. Assim, ao considerar essas conexões como três extremos é criado a forma triangular, trazendo o significado de equilíbrio e união entre os campos. A forma triangular foi utilizada com o intuito de a partir dela criar espaços únicos e com diversidade de visualização e uso, todavia, devido a sua forma ainda rígida foi suavizado seus contornos, obtendo uma forma lúdica e sutil, a qual se adequa ao terreno de maneira única e atemporal. O projeto exigiu um segundo pavimento, duplicando-se o formato, no entanto, rotacionado para que se ganhe áreas ímpares e uma forma desconectada, evitando a rigidez na volumetria final, para que dessa forma se consiga a ideia do dentro e fora, do cheio e vazio.

Figura 89. Volumetria. Fonte: Elaborado pela autora.

114


Setorização

Privado Serviço Social Ventos predominantes

N

Figura 90. Setorização. Fonte: Elaborado pela autora.


Privado Serviço Social Ventos

N

Figura 91. Setorização. Fonte: Elaborado pela autora.

As áreas separadas em social, privado e serviço estão ligadas entre si e buscam em todo o projeto a integração. A setorização desses espaços são organizados a partir da insolação e ventilação, a fim de favorecer o conforto dentro da edificação. As áreas privadas são voltadas em maioria para Leste e alguns momentos ao Sul onde incide o sol da manhã a fim de manter temperaturas agradáveis ao receber os raios amenos, áreas essas de maior permanência, seja quarto ou salas de aula. As áreas voltadas ao serviço, entre esses cozinha, lavanderia e área de serviço, estão em maioria ao Sul, essas são áreas úmidas e assim recebem menor incidência solar, já que assim, a luz atuará na higienização, mas não deixará superaquecido. Por fim, as áreas voltadas ao convívio social, essa por se espalhar ao longo do projeto recebe diferentes incidências, porém, os locais onde a incidência é maior trabalha-se em projeto com ajuda da própria vegetação ou algum elemento interno para inibir grande radiação solar.

116


Topografia Inicialmente a topografia continha duas curvas em aclive de 1,00m no terreno, porém, com objetivo de criar privacidade e liberar o térreo para os abrigados, de modo a propiciar o sentimento de “quintal de casa”, foi realizado o corte do terreno o qual o nível do edifício ficou -1,00m se comparado com o nível do leito carroçável. Feito isso, o terreno passa a ter um corte gradual de terra chegando a 3,00m o ponto de maior retirada. Embora haja o custo com o serviço do corte do terreno há ganhos incomparáveis ao projeto e a proposta que ele oferece aos moradores, além do fato de ser possível utilizar essa terra para outros fins, evitando então esperdícios. O talude é criado para servir de sustentação ao solo, além de sua função técnica foi usado para suavizar o desnível existente e fazer com que a vegetação transmita continuidade quando de encontro com a vegetação presente no nível térreo do projeto, garantindo homogeneidade e continuidade.

Figura 92. Terreno topografia. Fonte: Elaborado pela autora.

Terreno topografia

551,00 548,00

Corte de terra

549,00

Figura 93. Corte da terra. Fonte: Elaborado pela autora.


550,00

Rua 21 de Abril

Curva modificada Curva original Projeção das curvas originais

N

Figura 94. Planta topografia. Fonte: Elaborado pela autora.

Rua Aurora

551,00

118


PARE

Implantação

1

Rua 21 de Abril

1

N

4

Figura 95. Implantação. Fonte: Elaborado pela autora.

3

Rua Aurora

Acessos 1- Estacionamento 2- Deck Piscina 3- Quadra Esportes 4- Academia

2


O edifício localizado entre a Rua Aurora e a Rua 21 de Abril, conta com acesso em ambas as vias, porém, assim como o seu programa é separado por pavimento os acessos seguem o mesmo princípio. O acesso ao abrigo acontece pela Rua 21 de Abril, a qual tem menor fluxo de automóveis, enquanto o acesso ao setor de educação profissionalizante acontece através da Rua Aurora, que apesar de contar com maior fluxo de automóveis, tende a facilitar o acesso e visibilidade pela comunidade. Na busca por um edifício acessível, os acessos se dão exclusivamente

por rampas, porém, enquanto uma rampa busca ser convidativa ao publico externo permitindo até mesmo a contemplação enquanto se anda por ela, a outra que leva ao térreo se encaixa na paisagem e trabalha de forma sutil, uma passagem para uma área nitidamente mais privada. O estacionamento objetiva atender os usuários do pavimento superior, com tempo curto de permanência, todavia, também atende na hipótese de urgências e necessidades rápidas.

Figura 96. Perspectiva projeto. Fonte: Elaborado pela autora.

1

120


Vegetação

Dessa forma, foi adotado: Arbóreas (arvores): Jabuticabeira, Limoeiro, Mulungu e Oiti; Arbustiva (arbustos): Cyca e Sombrinha Chinesa; Herbácea (ervas, gramíneas): grama Esmeralda; e o piso disposto nas áreas externas comum: o intertravado.

VAGA 02 VAGA 01

N

Para a escolha e locação da vegetação foi considerado o espaço disponível, bem como as espécies indicadas para o Município de Ribeirão Preto, através da cartilha disponibilizada pelo próprio município. Buscou-se priorizar as nativas brasileiras a fim de evitar uma espécie de um ecossistema diferente dos existentes no Brasil.

VAGA 03

O intuito da vegetação foi aplicar o conceito de arborização e criação de massas vegetativas no projeto, fazendo com que além de convidativa, a vegetação possa agregar nas questões técnicas como o conforto térmico e acústico.

Figura 97. Perspectiva projeto. Fonte: Elaborado pela autora.


Imagem

Nome

CICA

(Cycas revoluta)

JABUTICABA

Representação

Imagem

Nome

SOMBRINHA CHINESA (Cyperus alternifolius)

OITI

(Myrciaria cauliflora)

(Licania tomentosa)

LIMÃO

GRAMA SÃO CARLOS

MULUNGU

PISO INTERTRAVADO DE CONCRETO

(Citrus limon)

(Erythrina crista-galli)

Representação

(Axonopus compressus)

Quadro 05. Paisagismo. Fonte: Elaborado pela autora.

122


Sistema de Lazer O sistema de lazer conta com áreas diversificadas, todas pensadas em oferecer diversidade de espaços seja eles contemplativos ou com atividades, além disso, utiliza a vegetação como forma de integrar o externo com o interno e de certa forma colaborar com o conforto não só climático como o acústico em razão do barulho provocado pelas vias mais próximas.

PARE

Esse lazer dispõe de academia ao ar livre, quadra para esportes, área com piscina, praça e áreas de descanso arborizadas. O intuito é atender a idade a qual se destina esse novo lar, pensando no uso coletivo jovem e na melhor forma de utilizarem esse espaço. Rua 21 de Abril

1

N Rua Aurora

2


Figura 98. Perspectiva projeto. Fonte: Elaborado pela autora.

1

Figura 99. Perspectiva projeto. Fonte: Elaborado pela autora.

2

124


Térreo

13

14

3 *

0 *

3

12

8

9

2

4

2

6

7

8

8

9

9

9

8

9

9

8

8 9

8

1- Sala Jogos/Estar 2- Sala TV 3- Biblioteca/Informática 4- Cozinha 5- Refeitório 6- Despensa 7- A. Serviço/Lavanderia

8- Banheiro 9- Quarto 10- Quarto Funcionário 11- Administração 12- Bicicletário 13- Horta 14- Praça

Acessos

N

5

10

1

1

5

9

VAGA 03

9

VAGA 02

6

5

11

2

VAGA 01

9

8

7 4 1

2

Figura 100. Planta Térreo. Fonte: Elaborado pela autora.


O pavimento térreo é voltado para moradia funcionando como lar para os abrigados. O projeto desse pavimento busca fazer com que pontos de encontro/passagem funcionem como praças internas e junto delas a integração dos ambientes. Na prática isso é possível a partir do próprio mobiliário que delimita os espaços e cria a oportunidade de cada um utilizálo como melhor entender. O grande pátio central faz a ligação de todas as áreas, além de trazer maior dinâmica a ideia de sala de estar e jantar, integra os ambientes formando um único espaço que conta também com a parte de serviço e biblioteca. Ao criar duas salas com tv o objetivo é que o uso delas seja espontâneo e democrático, pensado o número máximo de jovens abrigados.

Figura 101. Perspectiva projeto interior. Fonte: Elaborado pela autora.

1

Na biblioteca que demanda mais silencio há uma divisória em vidro que auxilia como barreira para sons, porém, sem renunciar à ideia de continuidade e conexão com as demais áreas além de não perder a iluminação vinda das aberturas laterais. 126 Figura 102. Perspectiva projeto interior. Fonte: Elaborado pela autora.

2


Área Íntima A área intima é composta pelos quartos masculinos, femininos e do funcionário/supervisor, sendo um espaço que busca transmitir aconchego e privacidade. Cada quarto busca ser único apesar de serem parecidos. Uma das ferramentas para tornar isso possível são as aberturas que dá a cada um uma visão diferente do espaço externo, bem como a conexão do externo com o interno. Ademais, não há diferenciação de quarto feminino e masculino, apesar do quarto ser exclusivamente feminino ou masculino, possibilitando que cada um tenha uma característica única e quebrando a ideologia de quarto rosa ou azul. Isso faz com que o quarto seja flexível, podendo ser adaptado para a demanda, e possibilita ao jovem criar sua identidade com o lugar.

*

* 7

VAGA 03

2

VAGA 02

1

1

VAGA 01

3 2

0 8

5

4

9 6

N

Figura 1 Fonte: E


103. Perspectiva projeto interior. Elaborado pela autora.

1

Figura 104. Perspectiva projeto interior. Fonte: Elaborado pela autora.

2

128


Pavimento Superior

9 *

12

3 6

9 * 8 0

3 6

7 8 * 0

2 5

1 2 4 5

1 4

7 *

13

14

5

15

4 3

11 6

10

1

1

2 9

7

9 9

7

7

8

1- Terraço Livre 2- Recepção 3- Refeitório 4- Cozinha 5- A. Serviço 6- Área Comum 7- Sala de Aula 8- Sala de Dança

9- Banheiro 10- Informática 11- Apoio Psicológico 12- Administração 13- Sala Professores 14- Oficina 15- Laboratório

Acessos

N

7

2

Figura 105. Planta superior. Fonte: Elaborado pela autora.


O pavimento superior tem função institucional e foi pensado para funcionar em união entre o poder público e privado. Ele é voltado para educação usando como sua principal ferramenta o estudo profissionalizante, cujo objetivo é oferecer uma educação técnica de qualidade e capacitar os abrigados e demais membros da comunidade para o mercado de trabalho. Dessa forma, desde a recepção até o pátio central e até mesmo as salas de aula, buscam ser convidativos e possibilitam a integração entre os alunos. O pátio contém diferentes espaços, com mobiliários, formas de uso e pontos de vista diferentes, de forma que cada espaço é único, cada aluno pode usar de acordo com sua necessidade.

Figura 106. Perspectiva projeto piso superior. Fonte: Elaborado pela autora.

1

As salas de aula contam com laboratório, sala de informática, oficina, dança e de ensino, todas voltadas para o núcleo central, todavia, a sala de apoio psicológico e diretoria necessitam de privacidade, e por esse motivo, partem de um corredor e não tem acesso direto pelo centro. 130 Figura 107. Perspectiva projeto piso superior. Fonte: Elaborado pela autora.

2


Estrutura A estrutura mista, apesar de ambas em concreto, se dá pela união da estrutura comum, composta por laje treliçada, vigas e pilares e a laje nervurada, onde a própria laje tem a função de viga a partir das suas nervuras em concreto, sendo então a laje e os pilares a base da sua concepção. A escolha se deu para que pudesse ser explorado ao máximo os potenciais desses sistemas construtivos, levando em consideração a melhor opção para a arquitetura sem nunca esquecer do orçamento, já que uma terceira opção, ao mesmo tempo que suportaria os grandes vãos se tornaria excessivo quando pensado os vãos menores, assim, optou-se pelo sistema misto que consegue atender os dois extremos. Dessa forma, a laje nervurada é usada onde é necessário vãos superiores a 5 metros, devido a suas nervuras tem como consequência a estrutura mais leve, o que influencia também no orçamento final; no projeto ela é usada nos pátios principais e o seu desenho integra a forma. Já a laje treliçada, foi locada onde se tem vãos inferiores ou até 5 metros e de forma que a presença de pilares não interfere na arquitetura proposta.

estrutura concreto forro de gesso ripado em madeira

perfil metálico revestimento interno tijolo cerâmico

Figura 108. Estrutura. Fonte: https://www.refran.com.br/laje-trelicada/

laje nervurada ripado em madeira

Figura 109. Estrutura. Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/laje-nervurada//

Figura 110. Estrutura. Fonte: Elaborado pela autora.


Figura 111. Estrutura. Fonte: Elaborado pela autora.

É importante que no encontro da laje com o pilar exista uma superficie plana para receber o pilar a fim de evitar o puncionamento que Ê produzido nos capitÊis.

Laje + Forro

Laje nervurada 132


Materialidade Na materialidade, assim como cada detalhe do projeto, o objetivo principal é passar cuidado, conforto e identidade para cada um dos jovens abrigados e a comunidade que usará o espaço voltado para a uso comum. Para materializar esse ideal, foram utilizados instrumentos tanto na forma como na textura, assim, nas texturas alguns dos usados foram: a madeira com o objetivo de passar aconchego se pensado do ponto de vista estético enquanto do técnico funciona como isolante natural, tanto no calor como no frio, e é um material absorvente, o que faz com que os sons não rebatam tanto na sua superfície, auxiliando a diminuir o efeito de eco principalmente no caso dos pátios centrais onde esse é mais comum; os brises funcionam para manter a permeabilidade visual enquanto cumprem sua função de delimitar espaços, no projeto, criam um ambiente privativo, porém, com a presença de luz natural e trazem descontração e cor ao ambiente; a vegetação, ainda que em menor quantidade no interior do edifício traz um pouco do externo para o interno além de aumentar a umidade e fazer parte da composição de elementos; as cores, presentes em maioria no mobiliário, são os pontos de cor e quebram os tons neutros presentes nos demais itens; já os vidros são os responsáveis por transmitir a iluminação natural e o contato com o externo.

Vegetação

Brises


Figura 112. Perspectiva materialidade. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 113.Perspectiva materialidade. Fonte: Elaborado pela autora.

Mobiliรกrio

Madeira

Vidro 134


Aberturas As aberturas dão suavidade a volumetria e expressam a dinâmica almejada no decorrer de todo o projeto, a partir delas o edifício é visualizado de pontos de vista diferentes, tanto de forma interno x externo como o externo x interno, assim, elas não só cumprem sua função técnica como compõem o partido do projeto.

iluminação. A diversidade de pessoas que usará o equipamento, seja ele a área privada ou publica, está presente também nas aberturas de forma que o peitoril de uma janela, por exemplo, pode variar entre 0,90m até 1,20m, exigindo que o mobiliário também seja flexível, criando uma diversidade impar a cada espaço.

Através das aberturas, a iluminação natural abraça o projeto e traz consigo a integração com o entorno, além disso, dão amplitude nos espaços e a paisagem que contorna o edifício funciona como um quadro emoldurado, quando a iluminação é mais dificil por meio tradicional é criado aberturas zenitais com a finalidade de levar luz as áreas centrais que chega pouca

Outra proposta das aberturas é que através delas não seja obvio o ambiente que essa compõe, para isso, janelas de banheiro e serviço saem do formato comum e se mesclam com as demais aberturas, proporcionando mais iluminação e ventilação, diminuindo ao máximo o uso de outros equipamentos para garantia de conforto térmico.

Figura 114. Abertura. Fonte: Elaborado pela autora.


Figura 115. Perspectiva piso superior. Fonte: Elaborado pela autora.

136


Acessibilidade O projeto foi pensado a acessibilidade de modo a evitar diferenciar os espaços para P.N.E. do restante, fazendo com que o conjunto se dê acessível. Para isso, as divisões que contém mobiliário fixo foram desenhadas de forma que seja possível o uso universal, já o mobiliário móvel ainda que flexível também foi elaborado já com as passagens ideais e acessíveis. Na área externa, sendo ela do fim do leito carroçavel até o acesso principal de cada bloco, foi colocado o piso tátil de alerta e direcionamento a fim de fornecer sinalização adequada. No pavimento térreo os banheiros foram planejados para funcionar de forma mais particular, atendendo uma menor quantidade de pessoas por banheiro, portanto, apesar de todos os quartos serem projetados e acessíveis, há dois dos banheiros voltados a P.N.E. No Pavimento Superior há banheiro P.N.E, porém unissex, com o intuito de facilitar o acesso tanto a quem utiliza o banheiro como ao acompanhante se isso for necessário.

Figura 119. Planta acessível. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 116. Planta acessível. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 117. Piso tátil. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 118. Piso tátil. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 120. Planta acessível. Fonte: Elaborado pela autora.


Comportamento Sustentável Objetivando utilizar e rentabilizar os recursos, tanto hídricos como solar, o intuito foi aproveitar ao máximo as águas pluviais e a incidência solar, a fim de buscar um edifício com pensamento no futuro e consciência ecológica. Quanto as aguas pluviais, essas são escoadas, coletadas e enviadas para um deposito de agua, a partir desse sistema é possível reduzir em até 60% o gasto com consumo de agua, dependendo inclusive da quantidade de chuva no ano, além de evitar o uso da agua potável onde não é necessário. Figura 121. Diagrama água pluvial. Fonte: Elaborado pela autora.

Já as placas solares fotovoltaicas, utilizam a incidência da luz solar como fonte de geração de energia elétrica, importantes, elas contêm vantagens diversas, como: além de ser uma fonte de energia gratuita, ter baixa necessidade de manutenção, reduz em até 95% a conta de luz, ocupa pouco espaço na edificação, tem longa vida útil e é uma energia limpa além de não causar poluentes. Sendo assim, é uma ferramenta importante se pensado que o edifício contém um número relevante de pessoas que o utilizarão, sem esquecer dos equipamentos que utilizam energia diariamente. Figura 122. Diagrama energia solar. Fonte: Elaborado pela autora.

138


Ao lado é a representação dos componentes já mencionados no decorrer do projeto: abertura, estrutura, topografia, o conjunto como um todo. As aberturas e como elas se relacionam com a volumetria, as estruturas diferentes que se diversificam pelos ambientes e a relação dos pavimentos.


Figura 123. Diagrama. Fonte: Elaborado pela autora.

140


Figura 124. Perspectiva projeto. Fonte: Elaborado pela autora.


142


Figura 125. Jovens unidas. Fonte: https://tomato.sg/portfolio/black-white-portrait/


CAPÍTULO 06


Referências Bibliográficas ARCHDAILY. Casa de Acolhimento para Menores / CEBRA. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/760562/casa-de-acolhimentopara-menores-cebra?ad_medium=widget&ad_name=navigation-prev> ARCHDAILY. Centro de bem estar para crianças e adolescentes / Marjan Hessamfar and Joe Verons. Disponível em: <https://www.archdaily. com.br/br/765064/centro-de-bem-estar-para-criancas-e-adolescentes-marjan-hessamfar-and-joe-verons/54caef0fe58ece5c5e0002a6> ARPINI, D. M. Repensando a perspectiva institucional e a intervenção em abrigos para crianças e adolescentes. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932003000100010&lng=pt&tlng=pt> BAPTISTA, Myrian Veras. Abrigo: Comunidade de Acolhida e Socioeducação. 2 ed. São Paulo: NECA, 2010. Disponível em: <HTTP://www.neca. org.br/wpcontent/> CAVALCANTE, L. I. C.; MAGALHÃES, C. M. C.; PONTES, F. A. R. Abrigo para crianças de 0 a 6 anos: um olhar sobre as diferentes concepções e suas interfaces. Revista Mal-estar e Subjetividade, Fortaleza, v. 7, n. 2, p. 329-352, set. 2007ª. CAVALCANTE, LÍLIA IÊDA CHAVES, MAGALHÃES, CELINA MARIA COLINO, & PONTES, FERNANDO AUGUSTO RAMOS. Institucionalização precoce e prolongada de crianças: discutindo aspectos decisivos para o desenvolvimento, 2007. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Tempo dos processos relacionados à adoção no Brasil: uma análise sobre os impactos da atuação do poder judiciário). Coord. Marcelo Guedes Nunes – Brasilia. 2015. Disponível em: <https://abj.org.br/wp-content/uploads/2018/02/ABJ_tempo_ dos_processos_de_adocao_no_brasil-1.pdf> CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituição.htm> LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l8069.htm> MAHFUZ, E. da C. Nada provém do nada: A produção da arquitetura vista como transformação de conhecimento. Revista Projeto, São Paulo, nº 69, p. 89-95, nov., 1984.


MARCILIO, M.L. História Social da Criança Abandonada. 2. Ed. São Paulo: Hucitec, 2006. MARCILIO, M.L. História Social da Criança Abandonada. São Paulo: Hucitec LTDA, 1998. MATURANA, Humberto Romesín; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. Tradução Jonas Pereira dos Santos. Campinas: Psy II, 1995. PASIAN, FALEIROS. BAZON E LACHARITÉ. Mara Silva, Juliana Martins, Marina Rezende Carl. Negligência infantil: a modalidade mais recorrente de maus-tratos. Porto alegre: 2013. Disponível em: HTTP://pepsc.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2013000200005. RAMOS, Fábio Pestana. “A História Trágico-Marítima das crianças nas embarcações portuguesas do século XVI” In: DEL PRIORE, Mary (org.). História das Crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 1999, p.19-54. REZENDE, Propercio Antonio. ECA na escola: O estatuto da criança e do adolescente e o acolhimento familiar. Disponível em: <http://www. crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/download/O_ECA_e_o_acolhimento_fa miliar.pdf> RIZZINI, I.; RIZZINI, I. A institucionalização de crianças no Brasil: Percurso histórico e desafios do presente. Rio de Janeiro; São Paulo: Puc-Rio; Loyola, 2004. ROSSETTI-FERREIRA, M. C., et al. Acolhimento de crianças e adolescentes em situações de abandono, violência e rupturas. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2012. SIQUEIRA, A.C.; DELL’AGLIO, D.D. O impacto da institucionalização na infância e na adolescência: uma revisão de literatura. Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, 2006. PERCI Guzzo, Regina Maria Alves Carneiro. Vamos arborizar Ribeirão Preto – Ribeirão Preto: Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 2008. ZARUR, Dahas. Educandário Romão de Mattos Duarte. 3 ed. Rio de Janeiro, 1992, p. 9.

146


Figura 126. Garota meiga. Fonte: https://tomato.sg/portfolio/black-white-portrait/


APÊNDICE


TABELA LEGISLAÇÃO

550,00

PARE

TABELA VEGETAÇÃO

Rua 21 de Abril +0,00

Gradil h=1.70m +0,00

-0,95

Lombofaixa -0,50

-0,95

Placa Fotovoltaica Laje Impermeabilizada i=1%

-1,00

Laje Impermeabilizada i=1% Abertura zenital

-1,00

D-01

Placa Fotovoltaica +0,00

N

-0,95

-1,00 ABA LATERAL C/ i=10%

S

RAMPA i=8,33% SOBE

1.50

-0,85

ABA LATERAL C/ i=10%

.50

551,00

.30

1.90

1.10

-0,95

1.50

1.20 4.20

DETALHE 01 REBAIXO DE MEIO FIO

Rua Aurora

ESCALA 1:50

IMPLANTAÇÃO ESCALA 1:200

CURSO:

DISCIPLINA:

TURMA:

ARQUITETURA E URBANISMO

2015.2

TFG EM ARQUITETURA

DOCENTE:

ALEXANDRA MARINELLI ASSUNTO:

FOLHA:

ANTEPROJETO

01

CENTRO DE ACOLHIMENTO - PLANTA BAIXA ALUNO:

DATA:

KAREN C N S COSTA

ESCALA:

22/06/2020

1:100


C/3

C/4

E 01

+0,00

Gradil h=1.70m

Acesso

TABELA CAIXILHOS

D

PORTAS Gradil h=1.70m

DESCRIÇÃO

DIMENSÕES QUANT. (LxA-m)

PM-01 PM-02 PV-01 PV-02 PV-03 PF-01

C/1

Horta

JF 01

-0,50

JF 03

-0,95

JF 05

JF 02

*

*

9

0

6

8

5

7

3

1

2

4

Divisória em vidro 3.75

2.00 3.75

2.84

Quarto 08 A=10.91m² -0,95

PM 01

-1,00 PV 01

-0,95

PM 01 PM 01

Quarto 06 A=11.18m²

-0,95

-0,95

-0,95

Bho A=3.42m² -0,93

3.50

PASSAGEM - 4 FOLHAS - FERRO E VIDRO

4,00x2,40m

01

GRADIL - ABRIR

-0,93

-0,93

1.50 3.50

3.50

Bho A=3.42m²

JF 05

DESCRIÇÃO

DIMENSÕES QUANT.

METÁLICA DE CORRER - 4 FOLHAS (2 fixas/2 correr)

2,50x1,30/0,90m

16

METÁLICA DE CORRER - 4 FOLHAS (2 fixas/2 correr)

2,50x1,50/1,20m

12

METÁLICA GUILHOTINA - 2 FOLHAS

1,50x1,30/0,90m

04

MAXIM-AR - 2 FOLHAS

1,00x1,30/0,90m

04

METÁLICA DE CORRER - 2 FOLHAS

1,00x1,80/0,90m

08

(LxA/P - m)

-0,93

C/2

6

1.5 1.76 JF 03

-0,15

JF 01

JF 02

JF 04

JF 01

JF 02

JF 05

JF 04

JF 05

2.40

01

JF 01

2.43 2.43

3.50

Bho A=3.42m²

1.50 3.50

2.28

-0,95

1.50

-0,93

PM 01

4 6. 6

1.60

3.50

3.50

-0,95

3.50

-0,95

-0,95

Dispensa A=5.60m²

Lavanderia A=8.40m²

-0,93

PM 02

3.50

4.70

-0,93

Bho A=8.48m²

-0,95

3.50

1.20

Cozinha A=13.68m²

Refeitório A=21.50m²

Bho A=8.48m²

3.50

PM 01

-0,95

Quarto 02 A=12.25m²

3.50

-0,95

2.28

PM 01

PM 01

3.50

Circulação A=1.83m²

-0,95

Quarto 04 A=12.25m²

PM 02

Quarto 03 A=12.25m²

Quarto 05 A=12.25m²

PM 01

2.28

Circulação A=1.83m²

3.50

PM 01

PM 01

01

2,50x2,50m

-0,95

3.50

PM 02

JF 02

Bho .75 A=5.29m² 5.39

4

2.45

65

3.14 3.09

.7

-0,95

1.

PM 02

3.25

Sala Recreação A=144.80m²

18

PM 01

1.22

85

E 03

3.92

PM 01

1.

Quarto 07 A=8.30m²

.93

1.90

Área TV A=58.92m²

1.98

-0,95

PM 01

3,00x2,50m

PASSAGEM - 2 FOLHAS - FERRO E VIDRO

VAGA 03

-0,95

VAGA 02

Quarto 09 A=15.00m²

Circulação A=3.30m²

VAGA 01

PM 01

Bicicletário

2.91

PASSAGEM - 4 FOLHAS - FERRO E VIDRO

OBS: - JF: JANELA EM FERRO E VIDRO.

JF 01

E 02

PM 01

3.50

Gradil h=1.70m

-0,93

Divisória em gesso acartonado

JF 02

4.00

Bho A=4.70m²

-0,95

2.23

Quarto 10 A=15.00m²

PM 01

4.00

-0,95

-0,95

JF-01 JF-02 JF-03 JF-04 JF-05

JF 01

2.35

Área TV A=25.50m²

JF 05

4.00

Coordenação/ Reunião A=18.00m²

Quarto 01 A=12.25m²

07

JANELAS

4.50

JF 01

0,70x2,10m

-0,95

4.00

Biblioteca A=42.54m²

C/1

29

PASSAGEM - ABRIR 1 FOLHA

Praça A=64.30m²

6.22

JF 01

0,80x2,10m

OBS: PM: PORTA DE MADEIRA; PV: PORTA DE VIDRO.

RESERVATÓRIO DE ÁGUA Ø1.40

JF 02

2

4.4

+0,00

PASSAGEM - ABRIR 1 FOLHA

+0,80 +0,00

JF 03

S

E 04

JF 04

4.80 PV 02

N

C/2 Refeitório A=90.54m² -1,00

C/4

Academia A=21.30m² -0,95

-0,95

-0,95

Quadra A=52.36m² -0,95

Piscina A=17.80m²

-0,85 -1,00

-2,35

S -1,35

-0,95

-0,83

-0,85

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO CURSO:

DISCIPLINA:

ESCALA 1:100

C/3

TURMA:

ARQUITETURA E URBANISMO

2015.2

TFG EM ARQUITETURA

DOCENTE:

ALEXANDRA MARINELLI ASSUNTO:

FOLHA:

ANTEPROJETO

02

CENTRO DE ACOLHIMENTO - PLANTA BAIXA ALUNO:

DATA:

KAREN C N S COSTA

ESCALA:

22/06/2020

1:100


C/3

C/4

TABELA CAIXILHOS PORTAS DESCRIÇÃO

DIMENSÕES QUANT. (LxA-m)

PM-01 PM-02 PV-01 PV-02 PV-03 PF-01 C/1

2 5

6

7

8

9

*

0

*

PM 02

+2,25

3

4

4.35

S. Professores A=13.04m²

PM 01

Laboratório A=15.74m²

5.55

1.20

Circulação A=4.80m² 4.00

PM 01

+2,25

1.40 Circulação A=1.89m²

1.07

8.30

PM 01

+2,25

+2,25

PM 01

Circulação A=1.46m²

6

9

*

8

0

2

5

7

1

*

4

3

+2,25

JF-01 JF-02 JF-03 JF-04 JF-05

+2,25

+2,25

01

PASSAGEM - 4 FOLHAS - FERRO E VIDRO

4,00x2,40m

01

GRADIL - ABRIR

DESCRIÇÃO

DIMENSÕES QUANT.

METÁLICA DE CORRER - 4 FOLHAS (2 fixas/2 correr)

2,50x1,30/0,90m

16

METÁLICA DE CORRER - 4 FOLHAS (2 fixas/2 correr)

2,50x1,50/1,20m

12

METÁLICA GUILHOTINA - 2 FOLHAS

1,50x1,30/0,90m

04

MAXIM-AR - 2 FOLHAS

1,00x1,30/0,90m

04

METÁLICA DE CORRER - 2 FOLHAS

1,00x1,80/0,90m

08

(LxA/P - m)

VAGA 03

3.50

OBS: - JF: JANELA EM FERRO E VIDRO. JF 01

Divisória em vidro 4.00

4 .0 14

Divisória em vidro

C/2

4.90

A. Convívio A=198.10m² +2,25

PV 03

Informatica A=19.60m²

A. Convívio A=164.80m²

+2,25

VAGA 02

PM 01

JF 02

2,50x2,50m

JANELAS

Cozinha A=18.80m²

Refeitório A=75.15m²

Apoio Psico. A=14.00m² JF 01

01

PASSAGEM - 2 FOLHAS - FERRO E VIDRO

+2,23

4.00

PM 01

07

3,00x2,50m

.60

PM 01

+2,25

0,70x2,10m

PASSAGEM - 4 FOLHAS - FERRO E VIDRO

A. Serv. A=1.92m²

+2,23

Oficina A=21.74m²

PASSAGEM - ABRIR 1 FOLHA

OBS: PM: PORTA DE MADEIRA; PV: PORTA DE VIDRO.

JF 02

4.00

29

6 6.6

1

3.00

+2,25

JF 01

5.00

4.35

5

JF 05

3.00

Coordenação A=14.93m²

8 4.

JF 02

4.53

2.50

JF 01

1.80

JF 02

4.35

JF 01

0,80x2,10m

PASSAGEM - ABRIR 1 FOLHA

+2,25

Estudo

C/1

VAGA 01

+2,25

Recepção +2,25

4.00

1.85

00 4.

JF 05

Bho Masc. A=7.40m² +2,23

JF 02

Divisória em vidro

PM 02

2.05 2.00

Circulação A=3.90m²

Bho PNE A=4.10m²

Sala 01 A=20.00m²

PM 01

+2,25

+2,25

+2,23

JF 01 PM 02

+2,23

00 5.

0

JF 05

0 4.

Bho Fem. A=7.40m²

1.85

JF 04

PM 01

PM 01

Sala 02 A=20.00m² +2,25

5.

00

4.00

+1,60

JF 01

0

Sala 04 A=14.00m²

0 4.

3.50

+2,25 JF 02

C/2

N

+2,25 PM 01

4.00

PM 01

6.83

PM 01

Sala 03 A=20.00m²

C/4

+2,25

5. 0

0

00 4.

JF 01

Sala Dança A=41.00m² 1. 9

5

+2,25

8

.3 12

JF 03

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO CURSO:

PLANTA PVTO. SUPERIOR ESCALA 1:100

C/3

DISCIPLINA:

TURMA:

ARQUITETURA E URBANISMO

2015.2

TFG EM ARQUITETURA

DOCENTE:

ALEXANDRA MARINELLI ASSUNTO:

FOLHA:

ANTEPROJETO

03

CENTRO DE ACOLHIMENTO - PLANTA BAIXA ALUNO:

DATA:

KAREN C N S COSTA

ESCALA:

22/06/2020

1:100


2.70

3.25

2.70

A.Convívio

+2,25

+2,25

A.Convívio +2,25

Refeitório

Refeitório

+2,25

+2,25

0,00

Cozinha +2,25

2.70

A.Convívio

+2,25

2.70

Informática

0,00

SAJ CM 24/5/89

Coordenção/ Reunião

-0,50

Área TV -1,00

-0,95

-1,00

Quarto 10

-0,95

-0,95

-1,00

CORTE 01

2.70

2.70

ESCALA 1:100

A. Convívio

Sala 01

+2,25

Sala 02

+2,25

SAJ CM

A. Convívio

A. Convívio

+2,25

Sala 04

+2,25

+2,25

0,00

2.70

+2,25

2.70

24/5/89

-0,15

Bho

Quarto 06

Quarto 05

Bho

-0,95

-0,93

-1,00

Quarto 04

-0,95

-0,93

-0,95

Bho -0,93

Quarto 03

Quarto 02

-0,95

-0,95

Bho -0,93

Quarto 01 -0,95

Bho

Bho

-0,93

-0,93

Lavanderia -0,93

Dispensa -0,95

Cozinha

Refeitório

-0,95

Refeitório

-0,95

-1,00

-0,95

-1,00

CORTE 02

2.70

2.72

2.70

3.80

ESCALA 1:100

Sala de Dança

Sala 04

+2,25

Bho. Fem.

+2,25

Bho. PNE

Bho. Mas.

+2,25

Informática

Apoio Psico.

Circulação

+2,25

+2,25

+2,25

+2,23

Coordenação +2,25

2.70

2.70

+2,23

0,00

-0,50 -0,85

-0,85

Piscina

-1,00

Refeitório

Refeitório

-0,95

-0,95

-1,00

-1,00

SAJ CM 24/5/89

-1,35

C/3

C/4

E 01

CORTE 03 C/1

ESCALA 1:100

E 01

E 01

C/2

C/1

N

C/2

E 01

COZINHA

A. Serv.

A. Convívio

+2,25

+2,23

1.10

2.70

2.72

3.80

C/4

+2,25

Coordenação/ Reunião

Lazer -0,95

SAJ CM 24/5/89

-0,95

3.25

2.70

+0,00

2.70

2.70

C/3

Quarto 10 -0,95

Área TV -0,95

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO

Quarto 02 -0,95

-1,00

CURSO:

DISCIPLINA:

TURMA:

ARQUITETURA E URBANISMO

2015.2

TFG EM ARQUITETURA

DOCENTE:

ALEXANDRA MARINELLI

CORTE 04

ASSUNTO:

FOLHA:

ANTEPROJETO

04

CENTRO DE ACOLHIMENTO - CORTES

ESCALA 1:100 ALUNO:

DATA:

KAREN C N S COSTA

ESCALA:

22/06/2020

1:100


SAJCM 24/5/89

ELEVAÇÃO 01 ESCALA 1:150

SAJ CM 24/5/89

ELEVAÇÃO 02 ESCALA 1:150

SAJ CM 24/5/89

C/3

C/4

E 01

ELEVAÇÃO 03 ESCALA 1:150

C/1

E 01

E 01

C/2

C/1

C/2

N

E 01 C/4

C/3

SAJ CM 24/5/89

CURSO:

DISCIPLINA:

ELEVAÇÃO 04 ESCALA 1:150

TURMA:

ARQUITETURA E URBANISMO

2015.2

TFG EM ARQUITETURA

DOCENTE:

ALEXANDRA MARINELLI ASSUNTO:

FOLHA:

ANTEPROJETO

ALUNO:

05 DATA:

KAREN C N S COSTA

ESCALA:

22/06/2020

1:100




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