TFG - Cidade e Saúde Mental: Proposta de espaço para vivências da dimensão psicossocial

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c i d a d e e s a ú d e m e n t a l

proposta de espaço para vivências na dimensão p s i c o s s o c i a l



karim conteratto gass

orientadora profª josiane andreia scotton

introdução ao trabalho nal de graduação faculdade de arquitetura e urbanismo uffs - erechim, rs

junho de 2017



Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a minha orientadora Josiane Scotton pelo interesse e pela curiosidade; por topar orientar esse trabalho, pelas conversas que sempre alimentaram minhas ideias, e por sempre me motivar e me ajudar no que fosse preciso. A todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFFS-Erechim, que me acompanharam durante esses anos de vida acadêmica e contribuiram para que eu chegasse até aqui. A prof.ª Adriana Luzardo e a Psicóloga e Coordenadora de Saúde Mental de Chapecó, Luciana Bertaso de Azevedo por toda ajuda com o levantamento de dados e acompanhamento na pesquisa para este trabalho nal de graduação. Em especial à minha mãe, sempre companheira, que sempre me mandou mensagens de carinho que me motivaram a cada dia, e ao meu pai e minha irmã, que também me acompanharam e me deram apoio desde o início. A minha família, aos meus amigos e às gurias que moraram comigo, e foram como uma segunda família para mim, que me zeram companhia dividindo os momentos de aição ao longo desses anos e por ajudarem a tornar a vida mais leve. A vida, por ter me permitido passar por tanto perrengue até aqui e nunca ter me permitido desistir, por ter colocado tanta gente bacana no meu caminho e ter aprendido um pouco com cada um, levarei todas essas experiências, as boas e as nem tão boas assim com muito carinho. A todos que se preocupam em produzir uma arquitetura mais humanizada, cidades e espaços acolhedores e em criar bons espaços para todos.

Por m, gostaria de dedicar esse trabalho em memória de meu querido tio e professor sociólogo, Pedro Conteratto que muito me ensinou sobre a vida, sempre me incentivou a continuar estudando enquanto esteve por perto e pode compartilhar comigo suas experiências de vida. Com carinho, gratidão e muita saudade.

a g r a d c i m e n t o s



- Há muitos anos, neste mesmo lugar, havia uma linda cidade, cheia de casas bonitas e lugares atraentes... As ruas eram cheias de coisas maravilhosas para se olhar e as pessoas sempre paravam para olhar para elas. - Elas não tinham nenhum lugar para ir?, pergunta Milo. - Claro que sim, mas, como você sabe, a razão mais importante de se ir de um lugar para outro é ver aquilo que há entre os dois lugares... - Aí, um dia, alguém descobriu que, se você não olhasse para nada e tomasse atalhos, você chegaria mais depressa. As pessoas tornaram-se obcecadas para chegar lá, correndo, depressa, olhando para o chão. E, porque ninguém mais olhava para as coisas à sua volta, tudo foi cando cada vez mais feio e mais sujo e, como tudo foi cando sujo e feio, as pessoas andavam cada vez mais depressa, e então uma coisa muito estranha começou a acontecer. A cidade começou a desaparecer. Dia a dia, as construções iam sumindo e as ruas desaparecendo. E as pessoas continuavam vivendo ali como sempre, nas casas, em prédios e nas ruas, que já não estavam mais ali, porque ninguém notava nada.

Conto: Cidade e alma | HILLMAN, James

s e n t i r a c i d a d e



índice

pág.

1 apresentação do tema 1.1 introdução 1.2 tema 1.3 problemática 1.4 problemática: através dos olhos de quem sente 1.5 saúde mental e a relação com a cidade 1.6 justicativa 1.7 objetivos 1.8 metodologia

11 12 13 14 16 17 18 19

2 aproximação da temática 2.1 caracterização da doença 2.2 formas de tratamento

21 22

3 estudos de caso 3.1 CAPS Chapecó 3.2 placemaking

25 30

4 análises 4.1 contexto local 4.2 da futura implantação de parques 4.3 rede de saúde mental de Chapecó 4.4 aproximação com o terreno 4.5 análises do terreno

35 36 38 42 43

5 espacialização 5.1 diretrizes projetuais 5.2 programa de necessidades 5.3 pré-dimensionamento 5.4 referências projetuais 5.5 zoneamento 5.6 partido arquitetônico

47 48 49 50 53 54

6 referências 6.1 referências bibliográcas 6.2 fontes das imagens

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s u m á r i o

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1.1 introdução O presente trabalho tem como objetivo apresentar a pesquisa realizada sobre a temática relacionada à área de saúde mental, proposta para este Trabalho de Final de Graduação (TFG) do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Erechim. A pesquisa busca compreender a relação do ser humano com as cidades, entender de que forma isso pode estar associado aos casos de transtornos de humor (depressão e bipolaridade) e como uma arquitetura humanizada juntamente com o planejamento de espaços públicos nas cidades poderia contribuir para a diminuição destes casos, visto que o número de pessoas com a doença aumentou cerca de 18% entre 2005 e 2015, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa forma, a proposta tem o objetivo de oferecer vivências através de um espaço público, juntamente com um centro de atendimento clínico psicológico que se diferencie do atual: o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e outras clínicas de reabilitação. O atendimento clínico proposto vem no sentido de ajudar o indivíduo e aconselhá-lo a cuidar de sua alma e de sua própria relação com o mundo, através do aconselhamento psicológico, práticas alternativas de tratamento e espaços livres que propiciem a convivência e relações interpessoais.

1 a p r e s e n t a ç ã o d o t e m a

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1.2 tema O tema central da proposta é um centro de apoio para pessoas com transtornos de humor (bipolar e depressão) vinculado a espaços livres para a cidade de Chapecó, que ofereça áreas verdes e espaços públicos para realização de tratamentos alternativos e atividades ao ar livre. A ideia de propor um espaço construído integrado a um espaço público e aberto é transmitir a sensação de acolhimento a essas pessoas, pois muitos portadores de doenças afetivas, além de já sofrerem com a doença, sofrem desnecessariamente por serem mal compreendidos, por não receberem um diagnóstico correto ou pela falta de tratamento adequado. Ainda há um estigma social muito grande por essas doenças psicológicas, muitas pessoas não entendem, tratam como frescura ou preguiça de realizar quaisquer atividades, por isso muitas pessoas acabam não buscando ajuda. Um tratamento adequado com acompanhamento correto, juntamente com a possibilidade de realização de práticas alternativas de saúde e cuidado consigo, e espaços mais humanizados que contribuam para o bem estar, podem ajudar essas pessoas a terem uma vida mais produtiva, com qualidade de vida e satisfação.

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1.3 problemática A nível global, A depressão é uma das doenças médicas que mais vem aumentando em número de casos atualmente e se tornou uma importante questão de saúde pública, pois está associada a altos índices de incapacitação, queda da qualidade de vida, maior risco de desenvolvimento de outras doenças e no pior dos casos ainda pode levar ao suicídio. Embora existam tratamentos para depressão, menos da metade das pessoas afetadas no mundo recebem tratamento, principalmente pela falta de recursos e de prossionais, e pelo estigma social associado aos transtornos mentais. Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas que vivem com depressão aumentou cerca de 18% entre os anos de 2005 e 2015, e é a quinta maior questão de saúde pública no mundo, sendo que até 2020 pode chegar em segundo lugar. De acordo com a publicação “Depression and other common mental disorders: global helth estimates”, cerca de 322 milhões de pessoas de todas as idades no mundo vivem com esse transtorno mental, sendo que os casos ocorrem com maior frequência entre mulheres. A doença ainda é a que mais contribui com a incapacidade no mundo, com cerca de 7,5%. A nível nacional, De acordo com o relatório global da OMS de 23 de fevereiro de 2017, a depressão afeta cerca de 5,8% da população brasileira, e distúrbios relacionados à ansiedade atingem 9,3%. O Brasil ainda é o país mais depressivo da América Latina, a taxa média supera a de Cuba, com 5,5%, a do Paraguai, com 5,2%, além do Chile e Uruguai com 5%. No Brasil, a depressão é um problema de saúde pública, e atinge pessoas de diferentes idades, um dos reexos disso é o aumento do número de trabalhadores que entram em licença com diagnóstico da doença. De acordo com dados do Ministério da Previdência Social do ano de 2012, entre os meses de janeiro e março 17.819 pessoas foram afastadas por depressão. O número é maior do que o de afastamento por casos de câncer, que é de 17.022. 13


1.4 problemática: através dos olhos de quem sente O ensaio fotográco “Intimidade Depressiva” foi retratado pelo psicólogo Douglas Amorim, de Cuiabá (MT). Essa foi a forma que ele encontrou para tocar as pessoas de alguma forma e chamar a atenção para o tema doenças mentais e suicídio. Cada foto do ensaio retrata uma manifestação emocional. Segundo Douglas, ele queria que as pessoas que sofrem com esses transtornos psicológicos se identicassem através dessas fotos e fossem impelidas a procurar ajuda. Ele ainda coloca que a maior queixa que ele percebe de seus pacientes é que os amigos e a família não entendem o que eles estão passando. “Quis mostrar visualmente essa angústia para quem nuca a sofreu”, disse Douglas Amorim em entrevista ao WebSite BuzzFeed Brasil. Douglas, que também já teve depressão, foi o próprio modelo das fotos. A ideia do ensaio também surgiu a partir de uma vivência que o psicólogo teve com a arte. Ele conta que sempre fez teatro, e sempre quis se manifestar de forma artística sobre a importância das pessoas cuidarem da saúde mental. “Intimidade Depressiva” foi inspirado pelo trabalho da fotógrafa americana Brooke Shaden e o ensaio foi feito pelo fotrógrafo Leomax Lester. Esta foto representa o embotamento emocional ou afetivo, reete a fase da depressão em que a pessoa se sente incapaz de realizar atividades comuns, como levantar da cama e escovar os dentes.

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Segundo Douglas Amorim, esta foto representa a sensação de estar acorrentado. 15


1.5 saúde mental e a relação com a cidade Como é a sua relação com o meio urbano? Quando você acorda e pensa que precisa levantar da cama para ir trabalhar ou estudar, você se sente animado? Como é o trânsito até o local que você precisa chegar? Como é o transporte público? Os ônibus estão sempre lotados? E se você quiser ir de bicicleta, é seguro? Existe ciclovia? Ou você pedala entre os carros correndo o risco de ser atropelado? Quais são as cores, as texturas, os cheiros da sua cidade? E o ar que você respira? Algumas industrias talvez já tenham se instalado na sua cidade e em alguns momentos pode ser que você só sinta o cheiro da poluição, e talvez a única área verde que existia pra você tomar um ar puro no nal do dia tenha sido derrubada para a construção de mais um condomínio de luxo. E quando você tem um tempo livre, e não aguenta mais car em casa, o que você costuma fazer? O que a sua cidade te oferece? Quais os locais de lazer existem na sua cidade? Existe algum lugar onde você possa sentar embaixo de uma árvore e ler um livro em algum domingo à tarde ensolarado ou tomar um mate com os amigos?

Pois bem, a questão dos espaços públicos e a saúde mental da sociedade estão intrinsicamente ligados. Muitos dos nossos problemas cotidianos, seja no trabalho, na escola, ou como eu me desloco até esses locais, ou o tempo que eu demoro no trânsito até chegar em casa no nal do dia para nalmente descansar, todas essas questões que envolvem nossas relações para com a cidade também reetem na nossa saúde mental. De acordo com DELGADO e DE SÁ: É fato comprovado que uma grande parcela do stress e de outros transtornos psicológicos está intrinsicamente relacionada com os distúrbios estéticos do meio ambiente – trânsito, aglomerações, poluições de todos os tipos, violência, hipercomunicação – ou seja, uma grande parcela dos distúrbios psicológicos tem origem em um campo psíquico de relações coletivas. Psique e cidade constituem paulatinamente uma rede complexa que juntas sofrem com os sintomas da vida contemporânea. (DELGADO, Victor Tinoco; DE SÁ, Roberto Novaes, p.2).

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1.6 justicativa As cidades são espaços de trocas entre as pessoas, sejam trocas comerciais ou afetivas, também são um espaço de encontro onde as pessoas se reúnem para trocar experiências pessoais, relaxar ou se divertir. As ruas, praças e parques são o palco principal para que essas atividades ocorram. De acordo com GEHL, 2013, os espaços públicos são ferramentas utilizadas nas cidades para proporcionar uma melhoraria na qualidade de vida das pessoas, pensando nas relações pessoais do ser humano com a cidade. Se as cidades são projetadas para as pessoas, então devemos no mínimo considerar suas necessidades. Uma cidade humanizada com ruas, praças e parques bem planejados na escala do usuário dá prazer aos visitantes que se sentem pertencer ao local e, principalmente para àqueles que ali residem é como uma extensão do próprio lar. As cidades necessitam de áreas de respiro, onde além das relações de trocas interpessoais, as pessoas possam se conectar com a própria alma, possibilitando recarregar as energias e esquecer os problemas cotidianos. O acesso aos espaços públicos também devem ser um direito a todos, segundo LERNER, 2013: Todos devem ter o direito a espaços abertos, facilmente acessíveis, tanto quanto têm direito à água tratada. Todos devem ter a possibilidade de ver uma árvore de sua janela, ou de sentarse em um banco de praça, perto de sua casa, com um espaço para as crianças, ou de caminhar até um parque em dez minutos. Bairros bem planejados inspiram os moradores, ao passo que comunidades mal planejadas brutalizam seus cidadãos. Como Jan diz: “Nós moldamos as cidades, e elas nos moldam”.

A partir das análises das referências utilizadas, e visto que a questão da saúde mental das pessoas está diretamente ligada com a sua relação com as cidades, busca-se então além de projetar o centro de apoio para pessoas com transtornos de humor, criar um espaço público que contribua para a construção de uma cidade com mais qualidade de vida para todos os seus habitantes.

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1.7 objetivos GERAIS: propor uma arquitetura humanizada vinculada a espaços livres destinado a pessoas com transtornos de humor (bipolaridade e depressão), que ofereçam atividades alternativas que contribuam para o bem estar dessas pessoas. ESPECÍFICOS: 1. aproveitar das contribuições que a psicologia pode prestar para a compreensão e o cuidado da vida urbana nas cidades; 2. diminuir o estigma e o sofrimento de pessoas que sofram de transtornos de humor; 3. criar uma estrutura para a oferta de tratamentos alternativos, que seja capaz de resultar em uma assistência efetiva em saúde mental; 4. oferecer atendimento psicológico individual e coletivo para pessoas com transtornos de humor; 5. propor espaços de lazer e introspecção que integrem a arquitetura com o meio urbano e com a comunidade.

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1.8 metodologia - aproximação da temática – entendimento da doença, causas e formas de tratamento; - revisão bibliográca – síntese de leituras; - levantamento de dados – entrevistas (coordenadora do caps chapecó, prof.ª do curso de Enfermagem da UFFS-Chapecó Adriana Luzardo); - estudos de caso – CAPS Chapecó | Placemaking - análise urbana para a implantação do equipamento na cidade de Chapecó, SC – levantamento das unidades de saúde mental da cidade; - estudo do plano diretor de chapecó; - análise do terreno e estudo do entorno para lançamento do partido arquitetônico.

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2.1 caracterização da doença Segundo a ABRATA (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos), os transtornos de humor são enfermidades onde os sintomas se caracterizam a partir de alterações no humor, na energia e no jeito de sentir, pensar e se comportar. Podem ocorrer como crises únicas, cíclicas, ou ainda podem oscilar ao longo da vida. TRANSTORNO UNIPOLAR (DEPRESSÃO): envolve repetidos episódios depressivos, onde a pessoa sente tristeza profunda e desânimo, apresentando perda de interesse e prazer e energia reduzida, levando a uma diminuição das atividades em geral. Muitas pessoas que apresentam depressão muitas vezes também sofrem de ansiedade, distúrbios do sono e de apetite e podem ainda apresentar sentimento de culpa, baixa auto-estima e falta de concentração.

TRANSTORNO BIPOLAR: esse tipo de depressão se caracteriza na alternância entre episódios de mania e depressão, intercalados com períodos de humor normal. Os episódios de mania envolvem humor exaltado ou muito irritado, excesso de atividades, pressão de fala, auto-estima inada e insônia, e também a aceleração do pensamento.

2 c a r a c t r i z a ç ã o d a d o e n ç a

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2.2 formas de tratamento PSICOTERAPIA: Segundo JUNG, 1991, a psicoterapia é um campo da terapêutica que se trata de um tipo de procedimento dialético, ou seja, um diálogo ou uma conversa entre duas pessoas (médico/psicólogo - paciente). Ainda segundo JUNG, cada pessoa é um sistema psíquico, que atuando sobre outra pessoa, entra em interação com outro sistema psíquico, e na psicoterapia, no momento em que o médico está disposto a fazer o tratamento psíquico de um indivíduo, ele deve renunciar à sua superioridade no saber, e a toda a sua vontade de inuenciá-lo. O indivíduo deverá se expressar o mais completamente possível, e o médico não deve limitá-lo pelos seus pressupostos, pois cada indivíduo tem suas peculiaridades, seus problemas e formas de pensar e agir propriamente únicas. “Embora muitos problemas humanos sejam análogos jamais são idênticos... É difícil resumir as innitas variações do processo de individuação. O fato é que cada pessoa tem que fazer algo diferente, que é unicamente seu.” (JUNG, 1969) Assim, o prossional deverá analisar cada caso e indicar conforme suas especicidades a melhor forma de tratamento para cada indivíduo, para tanto o espaço oferecido contará com diferentes atividades e formas de tratamento. TRATAMENTOS ALTERNATIVOS: O Ministério da Saúde, através da portaria nº 849, de 27 de março de 2017, incluiu 14 novos procedimentos alternativos à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa nova portaria reconhece a medicina não convencional como prática alternativa voltada principalmente à saúde mental e ao equilíbrio vital do homem. Ainda segundo a portaria, esses serviços deverão ser ofertados por iniciativas locais, com nanciamento do Ministério da Saúde por meio do Piso de Atenção Básica (PAB) de cada município.

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Dessa forma, o centro de apoio serviria também para abrigar essas novas terapias que o SUS deverá implantar futuramente na rede pública de saúde do país. Foram denidos 9 procedimentos que se adequariam melhor à proposta para serem implantados como forma de tratamentos alternativos. Abaixo seguem algumas denições, segundo o Diário Ocial da União, para um melhor entendimento desses procedimentos e como eles são aplicados: -Arteterapia: utiliza a arte como base no processo terapêutico, fomentando uma melhor qualidade de vida, estimulando a criatividade, desenvolvimento motor, raciocínio e relacionamento afetivo. Utiliza de várias técnicas expressivas, como pintura, desenhos, sons, música, modelagem, colagem, mímica, tecelagem, expressão corporal, escultura, entre outras. Por meio da arte, a reexão é estimulada, possibilitando que o indivíduo lide de forma mais harmônica com o stress e experiências traumáticas. -Biodança: prática que busca restabelecer as conexões do indivíduo consigo, com o próximo e com o meio ambiente, a partir do núcleo afetivo. Estimula uma dinâmica de ação atuando no organismo, de forma a torna-lo protagonista em sua própria recuperação. É um processo integrativo, que consiste em induzir vivências coletivas, num ambiente com estímulos sonoros como músicas, cantos, exercícios e dinâmicas que estimulem o sistema neural, ativando a totalidade do organismo. -Meditação: prática de harmonização dos estados mentais e da consciência. Torna a pessoa atenta, fazendo com que o indivíduo experimente o que a mente está fazendo naquele exato momento, ajudando a desenvolver o autoconhecimento e a consciência, com o intuito de observar os pensamentos e reduzir o seu uxo. Sua prática contribui para o sistema cognitivo, promove a concentração, auxilia na percepção física e emocional ampliando a autodisciplina no cuidado à saúde. Assim, a prática auxilia no bem-estar, relaxamento, redução do estresse, hiperatividade e sintomas depressivos. -Osteopatia: atua no indivíduo a partir da manipulação das articulações e tecidos, partindo do princípio que as disfunções de mobilidade geralmente contribuem no aparecimento de enfermidades. A osteopatia se diferencia pela forma com que se trabalha integralmente a relação do corpo, mente e espírito, onde todas as partes se inter-relacionam e possuem seus próprios mecanismos para autorregulação e autocura. 23


-Reexoterapia: utiliza estímulos em áreas reexas com nalidade terapêutica, partindo do princípio de que o corpo possui dois meridianos que o dividem em diferentes regiões. Cada uma destas regiões tem seu reexo, e se massageados esses pontos chaves, ocorre a reativação da homeostase e o equilíbrio das partes do corpo onde há algum tipo de bloqueio. Essas áreas reexivas se encontram principalmente nos pés, mãos e a orelha. -Reiki: prática de imposição de mãos sob o indivíduo, aproximando ou tocando o corpo am de estimular os mecanismos naturais de recuperação da saúde. Esta terapia considera a existência de uma energia universal canalizada que atua sobre o equilíbrio da energia vital am de harmonizar as condições do corpo e da mente. Objetiva fortalecer os locais onde se encontram “nós energéticos”, eliminando as toxinas, e equilibrando o funcionamento celular do organismo. Sua prática promove a harmonização entre as dimensões físicas, mentais e espirituais do indivíduo, auxiliando na melhoria de enfermidades como depressão, estresse e ansiedade. -Shantala: prática de massagem para bebês e crianças, que inclui uma série de movimentos pelo corpo, permitindo a aproximação do cuidador e bebê. Promove ainda a saúde integral, reforçando a afetividade, cooperação, conança, criatividade, segurança, equilíbrio físico e emocional. Permite ao bebê ou a criança a estimulação das articulações e musculatura, auxiliando em seu desenvolvimento motor. -Terapia comunitária integrativa: prática de intervenção em grupos sociais e objetiva a criação e o fortalecimento de redes sociais solidárias, favorecendo a troca de experiências entre as pessoas. A TCI é trabalhada em formato de roda, visando a horizontalidade, onde cada participante é corresponsável pelo processo terapêutico. Ouvindo a si mesmo e aos outros participantes, a pessoas pode atribuir outros signicados aos seus sofrimentos diminuindo complicações clínicas. -Yoga: prática que combina posturas físicas, técnicas respiratórias, meditação e relaxamento, atuando nas dimensões física, respiratória e mental. A prática de yoga auxilia na qualidade de vida, reduz o estresse, diminui a frequência cardíaca e a pressão arterial, alivia a ansiedade, depressão e insônia.

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3.1 CAPS II Chapecó,SC (Centro de Atenção Psicossocial para Adultos)

A cartilha do Ministério da Saúde, “Saúde Mental no Sus: Os centros de atenção psicossocial”, dene os CAPS como um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS), e serve como referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros. Seu objetivo é oferecer atendimento à população, prestando acompanhamento clínico e reinserção social. Segundo entrevista realizada com a Psicóloga e Coordenadora de Saúde Mental de Chapecó, Luciana Bertaso de Azevedo, a instituição funciona desde o ano de 2002 na cidade e sempre foi locada em edifícios alugados pela Prefeitura Municipal de Chapecó. Desde o ano de 2016 o centro se localiza no edifício atual, onde existia o CETER (Centro Terapêutico Dilso Cecchin), que era mantido pelo Lions Clube Chapecó Integração, e a estrutura acabou sendo aproveitada para a implantação do CAPSII. O centro possui 8.030 pacientes cadastradas no sistema, porém, apenas 2.400 são pacientes ativos, ou seja, que estão recebendo algum tipo de atendimento ou acompanhamento, participando das ocinas oferecidas, fazendo tratamento psicológico, ou ainda o acompanhamento da família. A aproximação, Quando o paciente chega ele é atendido e avaliado por uma equipe multiprossional que o CAPS possui, com psicólogo, psiquiatra, clínico geral, enfermeiros, assistente social, educador físico, nutricionista, auxiliar de enfermagem, e é realizado um projeto terapêutico singular onde a equipe indica o tratamento necessário para a melhora desse paciente, conforme a sua avaliação ele é inserido em algum tipo de tratamento.

3 e s t u d o s d e c a s o

O tratamento, No CAPS II, ocorrem ocinas com nalidades terapêuticas, e que tem como foco o tratamento dos transtornos mentais, buscando ajudar os usuários a construir novas formas de lidar com as angústias e seus conitos psíquicos, visando à reabilitação psicossocial. A unidade conta com diversos tipos de atendimento e atividades: -Atendimento individual (com psicológico ou médico psiquiátrico); -Atendimento em grupo (com psicológico ou médico psiquiátrico também fazendo a mediação); 25


-Ocinas terapêuticas; -Grupos de família; -Atendimento domiciliar (ocorre nos casos mais graves onde a equipe tem que ir na residência do paciente pra fazer a medicação); -Busca ativa dos pacientes (onde eles buscam os pacientes mais graves que abandonaram o tratamento); -Matriciamento e suporte do CAPSII (onde prossionais do CAPSII vão para as Unidades Básicas de Saúde capacitar os prossionais da atenção básica). Apoio às famílias, O CAPS II oferece espaço para os grupos de família, com rodas de conversa e orientação para as famílias terem um manejo adequado com os pacientes. As consultas sempre tem que ser acompanhadas por um membro da família, pelo fato da medicação, principalmente nos casos de depressão onde o paciente pode tentar cometer o suicídio.

levantamento fotográco

vista de frente do CAPS II

bloco 1 - enfermagem

bloco 1 - «sala do soninho»

bloco 2

bloco 2 - oficinas

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zoneamento - CAPS II apão

J Rua

gara

I Rua

Rua ulhos

Guar

aracá

uai ua G

R

Bloco 3

Árvores nativas Árvores frutíferas Árvores de sombra

Acessos

Como o CAPS foi colocado em uma estrutura que já estava pronta e abrigava outra instituição, ele não se encontra instalado adequadamente. Os blocos encontram-se desconectados e sem algum tipo de cobertura de ligação entre eles, tornando difícil o deslocamento em dias de chuva entre as edicações. A parte dos fundos do terreno abriga uma grande área verde, com um campo de futebol e ao redor um pomar com diversas árvores frutíferas e outras nativas de maior porte. 27


O bloco 1 se localiza logo no acesso secundário do terreno e possui dois pavimentos. No primeiro pav. encontram-se a 2º pav. sala de enfermagem, onde é feita a administração dos medicamentos, e a sala ao lado 1º pav. abriga algumas camas onde os pacientes podem dormir logo após o almoço. O segundo pav. abriga o CVV, onde é prestado o atendimento apenas por telefone.

bloco 1 - zoneamento vertical Atendimento CVV (Centro de Valorização a Vida)

Enfermagem

«Sala do soninho»

O bloco 2 abriga a sala onde ocorrem as ocinas terapêuticas de artesanato e pintura. A sala de costura possui apenas uma máquina e é utilizada a p e n a s p o r prossionais do CAPS para a confecção de artesanatos.

bloco 2 - zoneamento horizontal Sala de costura

WC

Sala multiuso Oficinas de artesanato

Circulação

bloco 3 - zoneamento horizontal Sanitários/ banho

Consultórios Circulação

Área de serviços

Circulação

Cozinha (pacientes)

Refeitório Copa

Consult.

Recepção

Coorden.

Sala arquivo morto

Administ.

O bloco 3 é onde a maioria das atividade e uxos ocorrem, pois ele abriga a recepção, consultórios, refeitório e serviços.

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levantamento fotográco

oficinas abertas

sala de grupos - externo

espaço aberto em frente ao bloco 3

sala de grupos - interno

bloco 3 - espaço junto à cozinha, onde os paciente tomam chimarrão

garagem

bloco 3 - refeitório

bloco 3 - consultório

horta

campo de futebol, e a área de pomar ao fundo

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3.2 placemaking O placemaking é um conceito criado pela ONG estadunidense, Project for Public Spaces (PPS), am de denir espaços públicos de forma colaborativa, levando em consideração os desejos e necessidades das comunidades locais, tornando-os mais atrativos. Os primeiros conceitos que embasaram o placemaking surgiram em 1960, com Jane Jacobs, William Whyte e Jan Gehl, que trouxeram as primeiras ideias inovadoras para o desenvolvimento das cidades, como a ideia de voltar as cidades para as pessoas, e não para os carros. Segundo o Guia do Espaço Público, a palavra placemaking pode ser traduzida como “fazer lugares”. Esses lugares são os próprios espaços públicos que devem estimular interações interpessoais e entre as pessoas e a cidade, promovendo comunidades mais saudáveis e felizes. Assim, o placemaking também é uma forma de se construir lugares e espaços que contribuam para a melhoria da saúde mental dos habitantes. Os impactos do placemaking podem ser visualizados em cinco áreas. Estas são:

1 caminhadas e ciclismo

5

alimentação saudável

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suporte social e interação

2

4

3

recreação e entretenimento

entornos naturais e verdes


1.

Suporte social e Interação:

Partindo do princípio que os seres humanos estão projetados para viver em comunidade e devem relacionar-se com seus pares, os espaços públicos podem ser entendidos como locais de encontro, de relações sociais e de trocas interpessoais.

2.

Recreação ativa e entretenimento

Os espaços públicos, quando bem projetados, fomentam a atividade física entre seus visitantes, sejam eles crianças ou adultos, e incentivam os passeios recreativos nesses locais.

3.

Entornos naturais e verdes

A vegetação é um dos elementos principais para um espaço público de qualidade. Ela torna o local mais acolhedor visualmente, melhora a qualidade dos espaços e do ar e benecia o estado de saúde da população em várias dimensões, inclusive contribui para reduzir os níveis de ansiedade, depressão e estresse.

4.

Alimentação saudável

Possibilidade de se ter por perto um espaço para a produção de alimentos, permitindo que as pessoas tenham alimentos frescos e contribuindo também para a redução do impacto ambiental na cadeia de distribuição de alimentos da área rural pra urbana.

5.

Caminhadas e ciclismo

O placemaking ainda é um mecanismo que apoia os meios de transporte sustentáveis, uma vez que ele defende a ideia de Jahn Ghel de que os espaços são mais atrativos quando eles são podem ser acessados à pé ou de bicicleta.

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shapeup, Nova Yorc

Aulas pĂşblicas em bairros de NY de aerĂłbica, yoga, pilates e zumba.

buttes chaumont, Paris

Usos e atividade | Grupos de pessoas de diferentes idades que se encontram e relaxam.

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jardim de luxemburgo, Paris

Conforto e lazer contemplativo.

plaza Brasil, Santiago

Interação e recreação.

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4.1 contexto local

4

550km

Chapecó Floripa

SC

Mapa 2: Localização da cidade de Chapecó em relação à capital.

a n á l i s e s

Mapa 1: Estado de Santa Catarina.

- População estimada, segundo o IBGE, 2016: 209.553 habitantes A cidade de Chapecó é considerada a capital do oeste catarinense, e é a cidade polo desta região. Também é conhecida como a capital brasileira da agroindústria, pois é sede de importantes indústrias processadoras e exportadoras de carnes. É a 5ª maior cidade do estado, cando atrás apenas de Joinvile, Florianópolis, Blumenau e São José. Outro fator a ser destacado é que Chapecó está no grupo das cidades mais desenvolvidas do Brasil, e está em quinto lugar no ranking estadual, possuindo índice de desenvolvimento de 0,8607 (FIRJAM, 2014). O crescimento populacional acelerado de Chapecó tem proporcionado o aumento da especulação imobiliária, e provocado a expansão do espaço urbano de forma intensa e descontínua. Porém, é preciso criar habitações em locais bem estruturados, inserindo-as no contexto do desenvolvimento urbano, pois a falta de espaços livres e de qualidade, acabam reproduzindo o conito entre pessoas e cidade. 35


Evidencia-se que na última década a população urbana de Chapecó vem crescendo a uma taxa 2,25% ao ano. Muitas pessoas migraram de cidades menores principalmente em busca de trabalho e educação, estas partem com a perspectiva de encontrar melhores condições de vida e se prossionalizar. E a instalação da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, também pode ser considerado como um agente mobilizador da dinâmica populacional. (CANCELIER; CHASQUI; ZANON; MENEZES. 2015).

Chapecó é uma cidade dinâmica e está em grande desenvolvimento, mas é preciso estabelecer diretrizes e ações que orientem essas modicações que vem ocorrendo na cidade, evitando que se perca o sentimento de pertencimento do cidadão para com ela, e o posterior caos urbano na cidade. O resgate da identidade, através de políticas públicas urbanas de preservação desse sentimento das pessoas para com a cidade, são as razões pelas quais as cidades também acabam se transformando em “terra de ninguém. Se o fenômeno humano não for considerado indissociável do fenômeno urbano, nos pequenos municípios, onde muita coisa ainda pode ser feita, ordem e harmonia não estarão presentes, requisitos que deverão ser observados na elaboração do Plano Diretor. (ELIAN, Mario. 2012).

A partir dessas reexões para com a cidade, surgiu a proposta de integrar o centro de apoio a áreas de livre apropriação. Além da integração que pode ocorrer entre os pacientes e pessoas que não estão em tratamento, propõem-se a integração entre a comunidade da cidade e o espaço oferecido, oportunizando as trocas e relações interpessoais.

4.2 da futura implantação de parques e o contorno viário leste O plano diretor de Chapecó prevê algumas áreas para futura implantação de parques na cidade, porém, para a área leste não se destinou nenhuma área com esse m. Visto que a área leste pretende-se bastante adensamento populacional com a implantação do futuro contorno viário leste, é muito importante que se destine áreas no sentido de preservar a vegetação e áreas verdes, criando áreas de respiro em diferentes pontos da cidade, para que todos possam ter acesso. O mapa a seguir mostra essas áreas destinadas a parques e o contorno viário leste, que ligará o Distrito Industrial de Chapecó, próximo da SC 480, até a BR 282, e está dentro do plano de urbanização para Chapecó 2020. 36


Belvedere

Vila Rica

Desbravador Dom Geronimo Água Santa Vila Real

Bom Retiro Eldorado

Cristo Rei

Santa Paulina

Líder Lajeado

Bela Vista Alvorada

Jardim Europa Passo dos Fortes Pinheirinho

Jardins

Paraíso

São Cristóvão

Engenho Braun

Presidente Médici São Pedro Boa Vista

Jardim América

Efapi

Maria Goreti Bom Pastor

Centro Parque das Palmeiras Saic

Jardim Itália

São Lucas SC-2

Santa Maria

83

Monte Belo Esplanada Santo Antônio

Palmital Universitário

Quedas do Palmital Dom Pascoal

Seminário

Santos Dumont

Progresso

Campestre

Legenda BAIRROS VIAS

Industrial

SC

ECOPARQUE

-48

0

REGIÕES DESTINADAS AO DIREITO DE PREEMPÇÃO PARA FUTURA IMPLANTAÇÃO DE PARQUES

PROJEÇÃO DO CONTORNO VIÁRIO LESTE

Mapa 3: Direito de preempção a parques e delimitação do contorno viário leste da cidade de Chapecó. Fonte: Plano Diretor de Chapecó.

37


4.3 rede de saúde mental de chapecó A Rede de Saúde Mental de Chapecó está organizada a partir de quatro serviços: Centro de Atenção Psicossocial para Adultos (CAPS II), Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi), Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), e Unidade de Acolhimento. Abaixo segue o mapa com a localização desses equipamentos:

3 RUA OS

ULH

R GUA

Passo dos Fortes

Pinheirinho RUA RI

ÉLIO

C RUA RAIS

AUR

ARTO

1

R

Presidente Médici

S GE

TÚLI

E AV. G

JOÃO

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ET

DE S

RUA

RUA

ETE UA S

MAN

Paraíso

2 RO EMB

2

ATI

TUR

Á

RGA

OND

O VA

Maria Goretti

S

RUA

Centro RUA

1

DÉU

Santa Maria

TEVI

MON

E EGR

L TO A POR

4

Mapa 4: Equipamentos da Rede de Saúde Mental de Chapecó

Legenda BAIRROS

38

VIAS

FUTURA IMPLANTAÇÃO DO CAPS ADIII

1

UNIDADE DE ATENDIMENTO

ASUCAPS

2

CAPSi

HOSPITAL REGIONAL DO OESTE

3

CAPS II

1

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE LESTE

4

CAPS ADIII

2

UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO


Segundo entrevista realizada com a Psicóloga e Coordenadora de Saúde Mental de Chapecó, Luciana Bertaso de Azevedo esses serviços tem como atribuições organizar a Rede de Saúde Mental, dar suporte e supervisionar a atenção a saúde mental na Rede Básica/Estratégia Saúde da Família e regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental. A principal porta de entrada para o tratamento de transtornos mentais na cidade é pela atenção básica, porém os CAPS recebem encaminhamentos de diversos segmentos, como Conselho Tutelar, Ministério Público, Secretaria de Assistência Social, Secretaria da Educação e porta aberta, onde o paciente ou familiar solicita diretamente o atendimento. Quando o paciente é diagnosticado com algum transtorno mental, ele faz o acompanhamento nos serviços que os CAPS prestam, e só em últimos casos eles são internadas. Os CAPS surgiram a partir da reforma na psiquiatria, onde a intenção principal é diminuir as internações hospitalares e acabar com os manicômios, a ideia é que os pacientes sejam tratados próximos da própria família e no município onde eles vivem. Sobre os serviços oferecidos pela Rede de Saúde Mental de Chapecó: - CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantil) O CAPSi atende a crianças e adolescentes até os 18 anos de idade, com transtornos mentais severos ou persistentes, incluindo os que já enfrentam problemas com dependência química. - CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial para Adultos) O CAPS II atende a adultos a partir dos 18 anos de idade com transtornos mentais severos e persistentes. - CAPS ADIII (Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas) O CAPS ADIII atende a adultos que fazem uso abusivo e/ou dependentes de álcool e outras drogas e que precisam de tratamento e acompanhamento. A unidade possui 10 leitos de enfermagem onde existe uma equipe de enfermagem 24h e sob aviso médico, onde os pacientes em casos mais graves, inclusive adolescentes do CAPSi, que precisem de internação podem permanecer por até 14 dias, que é um número estimado de que 39


a pessoa consiga estabilizar e sair da internação. Quando o paciente ainda precisa permanecer internado no hospital, ele é transferido para as cidades de Palmitos e Ponte Serrada que possuem alguns leitos de internação, pois o hospital geral de Chapecó não possui ala psiquiátrica para internação. Ainda segundo a Coordenadora da Saúde Mental de Chapecó, existe um projeto de implantação de um novo CAPS ADIII, que cará localizado no Bairro Paraíso, ao lado da praça do bairro. A princípio, houve resistência (movida a preconceito) dos moradores para com a implantação deste equipamento no bairro, porém, em assembleia realizada com a comunidade, entidades da prefeitura e até pessoas que moram próximo do local onde o CAPS ADIII está instalado atualmente, foi levantado a questão de que o Bairro Paraíso (novo local de implantação) é um bairro novo e ainda carece de infraestrutura e sofre com o abastecimento de água por estar localizado no alto da cidade. Logo, com a implantação desse novo equipamento a prefeitura se responsabilizaria por essas questões trazendo melhorias para o bairro, a partir destas questões vantajosas para o bairro cou acordado que a obra seria implantada no local. -UA (Unidade de Acolhimento) A Unidade de Acolhimento é um serviço de caráter residencial transitório para adultos maiores de 18 anos com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. O equipamento ainda é como uma extensão do CAPS ADIII, prestando serviço a para pacientes acompanhados pelo CAPS ADIII que acabaram perdendo o vínculo familiar e não tem mais onde morar, essas pessoas podem permanecer na UA por até 6 meses, até elas se reinserirem novamente. -ASUCAPS (Associação dos usuários de CAPS): A ASUCAPS é uma associação composta por usuários de CAPS e seus familiares. A maioria dos integrantes do grupo se conhece desde que iniciaram seu tratamento no Centro de Atenção Psicossocial – CAPS II, onde os mesmos participam de ocinas de artesanato. O reconhecimento das habilidades para o artesanato e a construção de um laço afetivo entre os usuários fez com que eles tomassem autonomia para a gestão do processo de trabalho. No ano de 2010, esse processo culminou na constituição legal da associação em um empreendimento de economia solidária. A ASUCAPS contou com o auxílio da ITCPUNOCHAPECÓ (Incubadora Tecnológica de cooperativas Populares) que 40


é um projeto de estudantes da UNOCHAPECÓ (Universidade Comunitária Regional de Chapecó), que tem como objetivo a inserção de atores marginalizados economicamente no sistema formal de economia, auxiliando no processo de organização para o trabalho da associação. Desde o ano de 2014, a ASUCAPS passou a realizar suas atividades na sede alugada que se localiza na Rua Sete de Setembro, sendo as despesas com o aluguel custeadas pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Chapecó - SC. Os artesanatos confeccionados são comercializados para amigos e familiares dos associados, em feiras de Economia Solidária e eventos organizados pela ITCP.

41


4.4 aproximação com o terreno A escolha do terreno se deu pela necessidade de uma área maior, pelo fato de que seria preciso implantar o centro de apoio e vincular espaços livres e áreas bem vegetadas a esse centro, tanto para os tratamentos os alternativos ao ar livre dos pacientes, quanto para o uso da população. A denição do terreno se conrmou a partir das análises apresentadas anteriormente, tanto pela possível futura implantação de parques na cidade de Chapecó prevista pelo Plano Diretor, visto que a região leste da cidade ainda carece de áreas verdes e de livre apropriação e pretende-se bastante adensamento futuramente no sentido leste da cidade, quanto pela proximidade com os equipamentos públicos de atenção à saúde mental já existentes nessa região da cidade.

3

Passo dos Fortes Pinheirinho

Paraíso

2 ETE

S RUA

RO EMB

ET

DE S

1

Presidente Médici

Legenda

2

DEMARCAÇÃO DO TERRENO

Maria Goretti

1

UNIDADE DE ATENDIMENTO

2

CAPSi

3

CAPS II

4

CAPS ADIII

Centro

4

1

Santa Maria

FUTURA IMPLANTAÇÃO DO CAPS ADIII ASUCAPS HOSPITAL REGIONAL DO OESTE

Mapa 5: Localização da área de intervenção em relação aos outros equipamentos de Atenção a Saúde Mental de Chapecó

42

1 UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE LESTE 2 UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO


4.5 análises terreno

120

7 6

m

1

5

265m

8

4 2

Área total do terreno: 31.800m²

3 levantamento fotográco

1

Vista panorâmica da Rua Euclides Gallina

2

Vista da esquina entre a Rua Euclides Gallina e Sete de Setembro

3

Vista da Rua Sete de Setembro

43


4

Vista panorâmica da Rua Sete de Setembro para o terreno

5

Vista de da esquina das Ruas Sete de Setembro e Rua das Margaridas

6

Vista panorâmica do terreno para a Rua Sete de Setembro

7

Vista panorâmica da massa de vegetação nos fundos do terreno

8

Vista panorâmica da calçada do terreno para a Rua Sete de Setembro e as edificações do entorno

44


4.5 análises do terreno LEste

r

la o s a ri

ó

et Traj

Oeste

es

nt a n i om

ed r p os

t

ven

LEGENDA Vento predominante no verão (SE) Vento predominante no inverno (NE)

Orientação Solar e Ventos Predominantes: Pela localização geográca, e segundo classicação de Köpen, o clima de Chapecó é considerado temperado úmido, com as estações de verão e inverno bem denidas, apresentando verões bastante quentes, e inverno brando sendo comum a ocorrência de geadas nos meses de inverno. Ainda apresenta clima mesotérmico, um tipo de clima temperado que domina toda a região sul do Brasil, com ocorrência de precipitação de chuva signicativa em todos os meses do ano. A direção dos ventos é predominantemente sudestes (SE) no verão e nordeste no inverno (NE). 45


de ua rio

ro

janei

r

so

ro

temb

e rua

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ru

Vias

ces a e d

a

in gal

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eto r i d o

plan

CA (Coeciente de Aproveitamento): >0,1 <2,4 TO (Taxa de Ocupação): 60% Recuo|Afastamentos: 4m|mín. 5% da testada do lote TP (Taxa de Permeabilidade): 20% Número de Pavimentos: até 4 pav.

Vias de Acesso e Plan Diretor: As vias que dão acesso ao terreno são basicamente 3 vias, a Rua Sete de Setembro se congura uma via coletora, pois ela é a principal ligação do centro da cidade com os Bairros Presidente Médice e Bairro Paraíso, e futuramente ela se ligará até o contorno viário leste da cidade que logo será implantado, e as ruas Rio de Janeiro e Euclides Galina são vias locais que fazem a conexão com o acesso local dessa área residencial. O Plano Diretor de Chapecó estabelece essa área como UM (Unidade de Moradia), a vegetação demarcada no esquema representa a área verde também estabelecida pelo plano diretor e existente no local. *As edicações do esquema são uma projeção de como seria o entorno se ele estivesse totalmente construído. 46


5.1 diretrizes projetuais valorizar as áreas verdes já existentes próximos à área;

criar conexões com espaços verdes a partir de vias, calçadas, canteiros públicos do entorno;

criar áreas de lazer através dos espaços públicos, valorizando o bairro e as relações entre a comunidade;

valorizar a escala humana;

criar jardins e espaços multissensoriais;

oferecer um centro dia com espaços para atendimento e tratamento dos pacientes;

5 e s p a c i a l i z a ç ã o

servir como equipamento público;

incentivar o contato com a família e comunidade;

criar laços entre as pessoas;

desconstruir o caráter pejorativo que as instituições de saúde mental carregam consigo.

47


5.2 programa de necessidades O programa de necessidades está organizado de forma com que os espaços do projeto se agrupem a partir de um gradiente de privacidade: Público|Semi-Privado|Privado. Os espaços públicos são voltados as atividades ao ar livre e ao lazer, e podem ser acessados por toda a comunidade. Os espaços semi-privados são destinados à interação dos pacientes e às terapias alternativas que podem ser realizadas em grupos. Os espaços privados abrigam os consultórios e as terapias individuais.

PÚBLICO: lazer|comunidade jardim sensorial oficinas alternativas ao ar livre pista de caminhada/bicicleta horta|estufa pomar exposição hall|recepção galeria de arte e café sede da ASUCAPS

SEMI PRIVADO: atendimento recepção administração biblioteca/espaço leitura auditório/eventos terapias sala para Terapia Comunitária Integrativa sala para biodança atelie de arteterapia sala de meditação sala de yoga

PRIVADO: terapias sala de osteopatia sala de reflexoterapia sala de reiki sala de shantala atendimento: enfermagem consultórios (psicólogos, psiquiatras, clínico geral) assistência social serviços: refeitório copa despensa área de serviço sanitários sala do soninho (funcionarias) vestiário sala do Centro de Valorização a Vida

48


5.3 pré-dimensionamento O pré-dimensionamento para as principais áreas que constituem o projeto arquitetônico leva em conta a informação passada pelo CAPSII de Chapecó de que o local atende em média 60 pacientes diariamente, mas a maioria não ca o dia todo na instituição, participando de atividades pontuais como consulta ou alguma das ocinas ofertadas. Foi considerado o atendimento diário de 60 pessoas para o prédimensionamento do refeitório, considerando que com o melhoramento da estrutura, as 60 pessoas que se tratam diariamente cariam no centro o dia todo, e também considerando a popularização dos serviços com um aumento da demanda. *O dimensionamento a seguir são áreas mínimas e as paredes não estão contabilizadas, a área total é apenas uma estimativa e poderá sofrer alterações. ESPAÇOS PUBLICO

SEMI-PRIVADO

PRIVADO

TOTAL

ÁREAS 50m² 50m² 20m² 50m² 170m²

TOTAL

10m² 10m² 50m² 20m² 100m² 40m² 40m² 40m² 40m² 40m² 390m²

Sede da ASUCAPS Galeria de arte Café Estufa (horta)

Recepção Administração Biblioteca Espaço de leitura Auditório (60 pessoas) Sala TCI (terapia comunitária integrativa) Sala Yoga Atelie (Arteterapia) Sala Biodança Sala meditação

Sala Osteopatia 15m² Sala Reflexoterapia 15m² Sala Reiki 15m² Sala Shantala 15m² Enfermaria 15m² Consultórios (psicólogo, psiquiatra, clínico geral) 15m² Assistência social 15m² Refeitório (60 pessoas) 100m² Copa 30m² Despensa 10m² Área de serviço 5m² Sanitários 12m² Sala do soninho (funcionarios) 10m² Vestiário (funcionários) 10m² Sala do CVV (Centro de Valorização a Vida) 20m² Estacionamento 150m² TOTAL 452m² Total de todas as áreas computadas: 1.012m²

49


5.4 referências projetuais Vivero de empresas universitario BAAS arquitectura + Synopsys

No ano de 2015 o projeto ganhou o segundo prêmio para o concurso de uma incubadora de empressas para a Universidade de Perpignan, na França. É um espaço que completa o campus, criando um grande pátio. A área edicada conta com 800m², mas essa área era muito pequena para construir a imagem que a universidade queria passar pelo seu exterior, para aumentar esse impacto visual sem aumentar o espaço edicado foi criado um espaço interno aberto para diversos usos. Assim, o prédio abraça esse espaço, formando um grande pátio que é como o coração do projeto. Esse espaço aberto é protegido dos ventos, e é capaz de gerar um microclima mais quente no inverno e mais fresco no verão, graças às fontas de água.

50


O pátio serve como um acesso principal e ainda pode ser utilizado como um espaço para eventos, descanso, reuniões informais, alimentação e jardim comunitário. É um espaço de trocas e relações interpessoais.

O edifício ainda é circundado por uma varanda que funciona como uma galeria coberta onde as pessoas podem caminhar contornando o edicío, e ainda acessar os espaços de trabalho, podem ainda permanecer e sentar nessa varanda, destacando o efeito protetor pensado para nesse projeto. O pátio interno criando um espaço de integração, as varandas que contornam a edicação, a forma como o edifício se insere no terreno e se destaca de forma sutil na paisagem, entre outras estratégias deste projeto reetiram nas intenções projetuais deste presente trabalho.

51


wiktor klyk: landscape architect O escritório se localiza na Polônia e desenvolve diversos projetos residenciais e comerciais de paisagismo, priorizando a integração do edifício com as áreas abertas e criando jardins com diferentes espécies, inclusive árvores frutíferas, que conversam entre si e acabam valorizando esses espaços. Nos croquis percebe-se que os espaços são projetados na escala humana e para diferentes apropriações, intenção projetual que também trago para este trabalho.

52


5.5 zoneamento

5 13

6 11

12 11

14 4

8 9

11 10

3

7 2 1

SEMI-PRIVADO

10 Legenda

11

PÚBLICO

1 2 3 4 5 6 7

ATENDIMENTO (recepção de pacientes e salas para a prática das terapias em grupos) ESPAÇOS INTERSTICIAIS (espaços de estar entre os blocos)

ESPAÇO DE CHEGADA (conexão entre a rua e o terreno, tem função de acesso e estacionamento para pacientes e visitantes) HALL|Informações

12

GALERIA (galeria de arte e café, exposição e venda de arte e artesanato produzido pelos pacientes)

CONSULTÓRIOS (espaço destinado aos consultórios e salas para a prática das terapias individuais)

13

REFEITÓRIO (espaço destinado a abrigar o refeitório para os pacientes e os demais serviços)

14

ACESSO SECUNDÁRIO (espaço de acesso e estacionamentos para ambulância e funcionários)

PRIVADO

JARDIM SENSORIAL ÁREA VERDE DEMARCADA PELO PLANO DIRETOR ÁREA VERDE EXISTENTE NO TERRENO (qualicar essa área com mobiliário, iluminação e pista de caminhada e ciclismo) ESPAÇO GRAMADO E ARBORIZADO (espaço de livre apropriação da comunidade e prática das terapias ao ar livre)

8

POMAR

9

HORTA|ESTUFA

ACESSO PRINCIPAL ACESSO DE SERVIÇO CONEXÃO PRETENDIDA (possível ligação com a Av. São Pedro através do prolongamento da Rua das Margaridas)

53


5.6 partido arquitetônico Como já mencionado no programa de necessidades anteriormente, a distribuição das atividades acontece a partir de um gradiente de privacidade. A edicação foi pensada a partir de um grande bloco que se divide em 4 blocos menores e eles se deslocam de forma a criar espaços abertos e de livre apropriação nesses recuos. Pensando também na questão de insolação e ventilação, os blocos estariam dispostos no terreno de forma a melhorar questões de conforto térmico da edicação. Foi criado ainda um espaço de circulação entre esses blocos que seria como uma grande varanda coberta e aberta fazendo a conexão e trazendo mais conforto para quem se desloca por entre os espaços do centro dia.

Legenda 1 PÚBLICO

(hall e espaço de informações; galeria para exposição e venda de artes; café e espaço de estar; espaço para a Sede da ASUCAPS)

2

54

SEMI-PRIVADO (Recepção/atendimento; salas e ateliês para terapias alternativas em grupos)

3

PRIVADO (sala de enfermagem; assistência social; salas para os consultórios; salas das terapias alternativas individuais; sala do Centro de Valorização a Vida)

4

PRIVADO (refeitório; sanitários; copa; despensa; área de serviço; sanitários; sala de apoio aos funcionários)


A intenção é que a volumetria mantenha-se horizontal, em apenas um pavimento, aproveitando os grandes espaços oferecidos pelo terreno e fazendo com que a edicação se integre com as áreas verdes e à paisagem.

Croqui da primeira proposta volumétrica

Estacionamento (ambulância e funcionários)

Área verde (pista de caminhada e ciclismo)

Horta/estufa Pomar (Barreira de Vegetação pros ventos de inverno)

4 3 2 1

a

lin

es

u

ae

Ru

id cl

l ga

Rua Set

e de set

Estacionamentos (visitantes)

embro

Parada de ônibus urbano

Jardim Sensorial Gramado (livre apropriação)

ACESSO PRINCIPAL ACESSO DE SERVIÇO CONEXÃO PRETENDIDA (possível ligação com a Av. São Pedro através do prolongamento da Rua das Margaridas)

55



6.1 referências bibliográcas 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica: Saúde Mental. Brasília, 2013. 2. BRASIL. Diário Ocial da União. Ministério da Saúde. Portaria nº849, 27 de março de 2017. Disponível em: <http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=28/ 03/2017&jornal=1&pagina=68&totalArquivos=132> Acessado em: 16 de junho 2017. 3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília, 2004. 4. CAIAFFA, W. T. et al. Saúde urbana: “a cidade é uma estranha senhora, que hoje sorri e amanhã te devora”. Ciência & Saúde Coletiva:1785-1796, 2008.

6 r e f e r ê n c i a s

5. CANCELIER, J. W.; CHASQUI, J. W. B.; ZANON, J. S.; MENEZES, L. J. M. A expansão urbana de Chapecó – SC e os papéis dos agentes sociais territoriais. REGET - Revista eletrônica em gestão, educação e tecnologia ambiental. V.19, n.2, p. 717-734. mai-ago. 2015. 6. DELGADO, Victor Tinoco; DE SÁ, Roberto Novaes. Cidade, imagens e polifonias: reverberações urbanas. 7. ELIAN, Mario; Michalka, Camilo. O reexo das intervenções urbanas na psique dos habitantes da cidade – a relação entre urbanismo e psicologia segundo Carl Gustav Jung. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, v. 03, n. 17, pg. 138-151. 2015. 8. ELIAN, Mario. Os elementos simbólicos da cidade e a psicologia de Carl Gustav Jung. Rio de Janeiro, 2012. 9. GEHL, Jan. Cidades para pessoas; tradução Anita Di Marco. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. 10. HEEMANN, Jeniffer; SANTIAGO, Paola Cauiby. Guia do espaço público: para inspirar e transformar. 11.

HILLMAN, James. Cidade e Alma. São Paulo: Studio Nobel, 1993.

12. JANKZURA, Rosane. Risco ou vulnerabilidade social? Textos & Contextos (Porto Alegre), v. 11, n. 2, p. 301 - 308, ago./dez. 2012

57


13. JUNG, Carl Gustav. A prática da psicoterapia: contribuições ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência. Obras Completas, vol. XVI/1. Petrópolis: Vozes, 1991. 14.

JUNG, Carl Gustav. El hombre y sus símbolos. Ed. Aguílar: 1969.

15. KOWALTOWSKI, Doris C.C. Knatz. Texto: Arquitetura e humanização. Outubro de 1989. 16. MENDES, Daniela. Um olhar sobre a cidade. Artigo publicado em: I Seminário Arte e Cidade, 23-26 de maio de 2006, Salvador: EDUFBA, 2006. 17. MINERBO, Marion; YAZIGI, Latife. A relação psique-mundo: questões epistemológicas. Rua, Campinas, 7: 41-63, 2001. 18. PROJECT FOR PUBLIC SPACES. The Case for Healthy Places. 2016. Disponível em: <http://cdn.plataformaurbana.cl/wp-content/uploads/2017/02/healthy-placespps.pdf> Acesso em: 25 de abril de 2017> 19. SOARES, Márcia Britto de Macedo. O Impacto da Depressão. Disponível em: <http://www.abrata.org.br/new/artigo/impactoDepressao.aspx> Acesso em: 15 de Abril de 2017>

6.2 fontes das imagens Pág. 14. Embotamento emocional. «Intimidade Depressiva». Disponível em: <https://img.buzzfeed.com/buzzfeed-static/static/201702/10/11/asset/buzzfeed-prod-fastlane-03/sub-buzz-17971-14867434855.png?downsize=715:*&output-format=auto&output-quality=auto> Pág. 15. Estar acorrentado. «Intimidade Depressiva». Disponível em: <https://img.buzzfeed.com/buzzfeed-static/static/201702/10/11/asset/buzzfeed-prod-fastlane-03/sub-buzz-17079-14867427255.png?downsize=715:*&output-format=auto&output-quality=auto> Pág. 26, 29. Acervo pessoal de fotos. Pág. 32. Shapeup, Nova Yorc. Disponível em: <http://cdn.plataformaurbana.cl/wpcontent/uploads/2017/02/healthy-places-pps.pdf> Pág. 32. Buttes Chaumont, França. Disponível em: <http://www.placemaking.org.br/home/wp-content/uploads/2015/03/Guia-doEspaço-Público1.pdf> P á g. 3 3 . J a r d i m d e L u xe m b u r g o, Pa r i s . D i s p o n í ve l e m : <http://www.placemaking.org.br/home/wp-content/uploads/2015/03/Guia-doEspaço-Público1.pdf>

58


Pág. 33. Plaza Brasil, Santiago. Disponível em: <http://images.adsttc.com/media/images/5903/4576/e58e/ce14/9500/0115/ slideshow/plaza-brasil-santiago-foto-por-platafor ma-urbana1000x664.jpg?1493386611> Pág. 43 e 44. Acervo pessoal de fotos. Pág. 50 e 51. Vivero de empresas universitario, BAAS arquitectura + Synopsys. Disponível em: <http://afasiaarq.blogspot.com.br/2015/07/baas.html?m=1> Pág. 52. wiktor klyk: landscape architect. Disponível em: <http://wiktorklyk.com/>

59



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