UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP Karoliny Francielly Santos
INSTITUTO
Elza Soares Centro de Apoio e Acolhida às Mulheres em Situação de Vulnerabilidade Social
São Paulo - SP 2020
São Paulo 2020
FONTE: URBAN ARTS, por DUAR GAIA
Karoliny Francielly Santos
INSTITUTO ELZA SOARES: CENTRO DE APOIO E ACOLHIDA ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL
Trabalho Final de Graduação apresentada à Universidade Paulista - UNIP, como parte das exigências para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Juan Cabello Arribas.
São Paulo 2020
DEDICATÓRIA
FONTE: LAURA BERGER
Às mulheres extraordinárias que lutam diariamente pela igualdade e equidade na sociedade patriarcal em que vivemos.
AGRADECIMENTOS
A minha pessoa, por acreditar em ser competente para enfrentar este desafio. A minha família, minha irmã Carla Regina Santos Calixto e minha mãe Iraildes Bispos dos Santos, por me apoiarem a todo momento. Aos meus amigos e colegas de curso, pelo privilégio de eu poder trocar conhecimentos sobre Arquitetura, e principalmente sobre empatia, amizade e compaixão. A psicóloga Fabiana Pina de Sá, por meio de sua excelente profissão e conhecimento, me aconselhar e ajudar a ter equilíbrio emocional e psicológico. Ao movimento feminista, por abrir meus olhos e mente para lutar por uma sociedade onde a mulher tenha mais direitos. Aos orientadores do Trabalho de Conclusão de Curso, e em especial ao Profº Juan, por nos dar asas à nossa imaginação e nos permitir realizar uma parte de nossos sonhos. Aos Guias e Orixás, e principalmente ao Exú Tranca Ruas, por me guiarem e orientarem,
“Triste, louca ou má Será qualificada Ela quem recusar Seguir receita tal A receita cultural Do marido, da família Cuida, cuida da rotina Só mesmo, rejeita Bem conhecida receita Quem não sem, dores Aceita que tudo deve mudar Que um homem não te define Sua casa não te define Sua carne não te define Você é seu próprio lar Ela desatinou Desatou nós Vai viver só Eu não me vejo na palavra Fêmea: Alvo de caça Conformada vítima Prefiro queimar o mapa Traçar de novo a estrada Ver cores nas cinzas E a vida reinventar E um homem não me define Minha casa não me define Minha carne não me define Eu sou meu próprio lar Ela desatinou (e um homem não me define) Desatou nós (minha casa não me define) Vai viver só (minha carne não me define) Eu estou meu próprio lar”. (Francisco, El Hombre - 2017)
FONTE: LAURA BERGER
Fonte: Letras
RESUMO
Este Trabalho de Conclusão de Curso refere-se ao desenvolvimento de um anteprojeto de um Centro de Apoio e Acolhida às Mulheres em Situação de Vulnerabilidade Social, denominado Instituto Elza Soares, que tem como princípio auxiliar, proteger e empoderar mulheres que são vítimas de violência doméstica, familiar, sexual e de gênero, além de ser um manifes to em combate ao feminicídio, mediante estudos em relação ao tema em sociologia, direito, publicações, trabalhos de Arquitetura, História, projetos de Concurso Público e relatados na mesma temática utilizados como refe rência para realizar o projeto proposto. O Instituto Elza Soares é uma homenagem a luta de todas as mulheres, sejam de gerações passadas e presentes, para que no futuro a desigualda de de gênero seja extinta, e a mulher seja vista e tratada pela sociedade como uma pessoa digna de respeito.
ABSTRACT
This Course Completion Work refers to the development of a prelimi nary draft of a Centre for Support and Welcomed Women in Situa tions of Social Vulnerability, called Elza Soares Institute, which has as a principle to assist, protect and empower women who are victims of domestic violence, sexual and gender, in addition to being a protest in combating feminicide, through studies on the subject in sociology, law, publications, architectural works, history, public tender projects and reported in the same theme used as a reference to carry out the proposed project. The Elza Soares Institute is a tribute to the struggle of all women, whe ther from past and present generations, that in the future gender ine quality is extinguished, and women be seen and treated by society as a person worthy of respect.
É
QUISER! FONTE: LAURA BERGER
1
Apresentação
1 - APRESENTAÇÃO 1.1 - INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo elaborar o projeto arquitetônico e urbanístico de um Centro de Acolhida e Atendimento às Mulheres em Situação de Vulnerabilidade no bairro Bela Vista (Bexiga), localizado na região central e consolidada da cidade metropolitana de São Paulo - SP.
Em São Paulo, existem poucos locais deste tipo, como, por exemplo, o Centro de Referência da Mulher, no centro, Casa Brasilândia, no bairro Brasilândia, a Casa Eliane de Grammont, na Vila Clementino, Delegacia da Mulher (Decap), que há 9 pontos no perímetro estadual e o Hospital Pérola Byington (Centro de Referência da Saúde da Mulher), localizado no bairro Bela Vista, onde recebe todas as vítimas de violência doméstica, sexual, crianças e adolescentes.
Vivemos historicamente uma época em que a nação é majoritariamente urbana, surgindo a necessidade abordar temas como igualdade, políticas públicas e justiça social para um melhor convívio em uma sociedade capitalista. Sendo assim, se torna um desafio para profissionais da Arquitetura e Urbanismo propor melhorias ou até mesmo novos equipamentos públicos e privados que tem como objetivo atender as necessidades sociais, gerando impacto em escalas local, regional, estadual e assim sucessivamente. Partindo dessa premissa, ocorre o surgimento de instituições com o objetivo de atender e amparar um determinado grupo que é marginalizado socialmente, como mulheres vítimas de violência e feminicídio. A escolha deste tema para trabalho de conclusão se justifica pelo índice discrepante de vítimas e pelo fato de haver poucos equipamentos desenvolvidos e/ou construídos com este objetivo. A falta de infra-estrutura adequada corrobora para que os atendimentos não sejam efetuados como deveriam. A ausência de espaços físicos adequados para uma escuta qualificada e sigilosa, a falta de equipamentos para realização de atendimentos, número insuficiente de profissionais, bem como a rotatividade de pessoal nos serviços dificulta o estreitamento dos laços entre os serviços e a superação dos contatos individuais, e chama também a atenção para os obstáculos de natureza política e a dificuldade de criar diálogos intersetoriais e que envolvam políticas de diferentes esferas de governo. (TELES, 2014 p. 42)
A Lei Maria da Penha (Lei 11340/2006 - Artigo 2°) é uma das legislações de maior nível de proteção à mulher de violência doméstica e familiar, além de violência psicológica. A mesma reforça o fato de que é necessário realizar equipamentos públicos que prestam serviços para atendimento às mulheres e que, deve ser, principalmente, uma responsábilidade do Estado a tentativa de solucionar esse problema.
Mulheres lutando contra a Ditadura brasileira Fonte: O Globo
Metodologicamente, o projeto foi dividido em três etapas: tema, local e projeto. A primeira etapa desenvolveu-se através de pesquisas e análises de informações obtidas em trabalhos acadêmicos de mesmo tema e do curso de Arquitetura e Urbanismo, além de trabalhos de serviço social, publicações, projetos do Governo e do Estado.
10
1 - APRESENTAÇÃO 1.2 - TEMA Afim de realizar um projeto arquitetônico do Instituto Elza Soares: Centro de Apoio e Acolhida às Mulheres em Situação de Vulnerabilidade Social, este trabalho tem como objetivo oferecer proteção, segurança, inclusão social, estrutura financeira, serviços de acomodação seguras e apoio psicológico.
Dados do presente levantamento apontam que 15.925 mulheres foram assassinadas em situação de violência doméstica desde a sanção da Lei. Esses dados mostram uma diferença significativa quando comparados com as informações de orgãos de Segurança Pública. A imprensa noticia mais feminicídios do que a polícia registra. Muito disso deve-se ao processo de determinação em cada esfera. (Mapa da Violência contra a Mulher - 2018, p.55)
1.2.1 - DADOS
1251
MAPA E GRÁFICO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
1400
3058
3500 3000 2500 2000
1500 1000 500
124
A Agência Patrícia Galvão destaca em seu site que o estudo multipaíses da OMS realizado no Brasil (Estudio multipaís de la OMS sobre salud de la mujer y violencia doméstica contra la mujer (OMS, 2002), cerca de 30% das mulheres que disseram ter sido agredidas pelo parceiro afirmam que foram vítimas tanto de violência física como deviolência sexual; mais de 60% admitem ter sofrido apenas agressões físicas; e menos de 10% contam ter sofrido apenas violência sexual. (Mapa da Violência contra a Mulher - 2018, p.25)
MAPA E GRÁFICO DE FEMINICÍDIO
129 67 226 660 788 499 869 341 595 225 590 786 248 754 273 246 556 302 234 322 1186 252 386 237 332
Entre os meses de janeiro e novembro de 2018, a imprensa brasileira noticiou 14.796 casos de violência doméstica em todas as unidades federativas. (Mapa da Violência contra a Mulher - 2018, p.25)
0
Acre Alagoas Amapá Amazonas Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Paraná Paraíba Pará Pernambuco Píaui Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Rio de Janeiro Rondônia Roraima Santa Catarina Sergípe São Paulo Tocantins
Segundo a plataforma “Mapa da Violência contra a Mulher - 2018” realizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher:
Cerca de 6,7% das vítimas de feminicídio possuíam menos de 18 anos de idade. A maioria (90,8%) das mulheres assassinadas nessa condição tinham entre 18 e 59 anos de idade. As idosas foram vítimas de feminicídio em 6,7% dos casos noticiados pela imprensa brasileira entre janeiro e novembro de 2018. (Mapa da Violência contra a Mulher - 2018, p.55)
781
458
345 399 278
Fonte: Mapa da Violência Contra 542
409
598 452
306 368
714 566 699
767
802 246
161
200
72
400
272
600
344 452
800
463
1000
728
811 638
1200
Mulher, 2018 p. 58
Acre Alagoas Amapá Amazonas Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Paraná Paraíba Pará Pernambuco Píaui Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Rio de Janeiro Rondônia Roraima Santa Catarina Sergípe São Paulo Tocantins
0
11
Fonte: Mapa da Violência Contra Mulher, 2018 p. 27
A importunação sexual é a prática de ato libidinoso contra alguém sem o consentimento dessa pessoa, com o objetivo de satisfazer o próprio desejo ou o de terceiros. Casos de mulheres assediadas ou agredidas sexualmente
1 - APRESENTAÇÃO em transportes públicos são exemplos desse tipo de crime. (Mapa da ViolênOs dados trazidos pela pesquisa apresentam cenários preocupancia contra a Mulher - 2018, p.75) tes. A mídia brasileira veiculou 32.916 casos de estupro no País entre os meses de janeiro e novembro de 2018. (Mapa da Violência contra a Mulher - 2018, A cada 17 minutos uma mulher é agredida fisicamente no Brasil. De meia p.08). em meia hora alguém sofre violência psicológica ou moral. A cada 3 horas, alguém relata um caso de cárcere privado. No mesmo dia, oito casos de violência sexual são descobertos no país, e toda semana 33 mulheres são assassinadas por parceiros antigos ou atuais. O ataque é semanal para 75% das vítimas, situação que se repete por até cinco anos. Essa violência também atinge a parte mais vulnerável da família, pois a maioria dessas mulheres é mãe e os filhos acabam presenciando ou sofrendo as agressões. (Mapa da Violência contra a Mulher - 2018, p.06).
5285
MAPA E GRÁFICO DO ESTUPRO 6000
804
204 537 314
1994 1286
184 665
1289 929
392 653
1673 511
1617
476
1533 1863
789
1000
337
2000
64
3000
1913
4000
1155 1575 1426
3448
5000
Acre Alagoas Amapá Amazonas Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Paraná Paraíba Pará Pernambuco Píaui Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Rio de Janeiro Rondônia Roraima Santa Catarina Sergípe São Paulo Tocantins
0
Fonte: Mapa da Violência Contra Mulher, 2018 p. 11
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Deus é
Em 23 de junho de 1937, na em uma comunidade da cidade do Rio de Janeiro, nasce Elza da Conceição Soares. Assim como todos nós, Elza não sabia o que o futuro lhe guardara. Descobriu o dom de cantar aos 5 anos, com seu pai operário. Aos 13 anos, teve a oportunidade de apresentar seu talento em um programa na Rádio Tupi. E apesar de ter sido zombada pela sua vestimenta, Elza surpreende o publico com sua voz. “Vim do planeta fome.”- Elza Soares.
Apesar do seu talento e anseio em seguir a carreira de artista, Elza não tivera apoio de seus pais, e por ser mulher, pobre, e negra, nascida em uma época onde o patriarcado era pior do que nos dias atuais, foi forçada a se casar aos 12 anos, dando a luz a uma criança. Infelizmente o filho faleceu, e o casamento arranjado durou até o falecimento do esposo, quando Elza tinha 18 anos. Aos 21 anos, com 5 filhos e viúva, entre altos e baixos, conseguiu se aventurar e realizar seu sonho em ser artista. O legado de Elza a elegeu muitos prêmios, principalmente internacionais nos anos 2000.
13 Fonte: Google Imagem
Mulher
Em 1960, logo no início de sua carreira, Elza inicia uma relação amorosa com o jogador de futebol Manuel Francisco dos Santos, mais conhecido como Garrincha. O futebolista estava no fim de um casamento enquanto estaja junto da cantora, porém, Elza sofreu muitos ataquese até ameaças, tomando a posição de “amante” e destruidora de lares. Mesmo assim, ambos se casaram, tiveram 1 filho e ficaram juntos por 15 anos, e dentro desse tempo, ao contrário do que muitos imaginavam, Elza sofria violência doméstica calada pelo seu esposo alcoólatra e violento, deixando-a com hematomas em sua alma e sequela em seu corpo. Somente em 2015, a cantora expôs a dor de ter sido vítima de violência doméstica através de sua composição “Maria de Vila Matilde”, tornando um hino do movimento feminista e convocando as vítimas a denunciarem os agressores. “Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim.”- Elza Soares.
Hoje, com 89 anos, Elza Soares ainda faz show e emana força ao feminismo negro com sua voz e composições, além de ser um exemplo de superação como mulher negra em uma sociedade racista e patriarcal. Viva a guerreira Elza Soares!
14
2 EstuCasdos ode
Ã
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 2.1
Israel
Fonte: Archdaily
16
2 - ESTUDOS DE CASO 2.1.1/2.1.2 - Abrigo para Vítimas de Violência Doméstica FICHA TÉCNICA - Local: Telavive, Israel - Ano do projeto: 2015 - Ano de Execução: 2018 - Escritório: Amos Goldreich Architecture e Jacobs-Yaniv Architects. - Área: 1.600 m² - Alojamento para até 12 famílias
Fonte: Google Maps
Fonte: Archdaily
O escritório Amos Goldreich Architecture, de Londres, juntamente com a empresa local Jacobs-Yaniv Architects se uniram para projetar um novo abrigo para a instituição de caridade Não à Violência Contra a Mulher, liderada pela ativista dos direitos humanos Ruth Rasnic, que ajuda as vítimas de abusos domésticos em Israel.
17
O abrigo fornece um refúgio muito necessário para mulheres e crianças em dificuldades e abusos de todas as localidades e origens.
Fonte: Archdaily
2 - ESTUDOS DE CASO 2.1.3 - Abrigo para Vítimas de Violência Doméstica Localizado em um bairro tranquilo, o local é cercado por uma mistura de casas particulares e moradias e está ao alcance de recursos da comunidade, como lojas, empregos, clínicas, escolas, parques, centros de aconselhamento e instalações recreativas. Mais de 45% das mulheres em Israel, assim como muitos países no oeste, serão vítimas de violência doméstica em algum momento das suas vidas e recentes estatísticas indicam que 45% das crianças em Israel também estão sujeitas à violência. É uma epidemia mundial. WHO - World Health Organisation, 2018.
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Como podemos ver nas fotos, o abrigo contem um pátio interno, que segundo os arqiutetos e as pessoas que circulam e habitam no edifício, é considerado o coração do abrigo. Este pátio desempenha o papel fundamental de fornecer conexões visuais entre funcionários e famílias, mulheres e crianças, e serve como um ponto de encontro para os residentes. O edifício é considerado uma pequena aldeia.
18 Croqui representando o coração do abrigo (pátio) Fonte: Architectual Design School
2 - ESTUDOS DE CASO B
D
2.1.4 - Abrigo para Vítimas de Violência Doméstica
C
A
PAV. TÉRREO O abrigo acomoda várias funções, como áreas comuns, jardim de infância, sala de informática, lavanderia, cozinha e refeitório, dependências independentes para cada família, acomodação de funcionários, áreas de escritório para o gerente do edifício e funcionários (incluindo assistentes sociais, um psicólogo infantil, chefes de casa, um trabalhador de cuidados infantis e um advogado em tempo parcial). Há profissionais adicionais: psicoterapeutas, terapeutas artísticos, bem como voluntários como esteticistas, cabeleireiros, massagistas e praticantes de artes marciais, entre outros que ajudam as crianças em seus estudos e conhecimentos de informática. Nota-se que o berçário é fisicamente separado do grande edifício, permitindo que sua função, como uma creche comum, seja cumprida. Ou seja, as mães deixam os filhos no espaço pela manhã e os buscam ao final do dia. No total são 3 acessos à entrada do abrigo, sendo uma delas que vai direto para o setor administrativo. Nota-se também o desnível entre a rua e o edifícío, vendico pela rampa e por escadas.
19
B
Fonte da planta: Archdaily Editada pela Autora
D
A
C
Administração
Serviços e Espaços Técnicos
Área do Cuidar
Berçário e Clube de Crianças
Alojamento
Áreas Comuns
Circulação coberta
Acessos
Área verde - Jardim
Playground
2 - ESTUDOS DE CASO 2.1.4 - Abrigo para Vítimas de Violência Doméstica
PAV. SUPERIOR
A circulação coberta (laranja) é um corredor interno (semelhante a uma rua) que conecta os espaços internos e externo, criando um espaço de fluxo livre onde as mulheres e crianças possam interagir, enquanto ao mesmo tempo mantêm linhas de visão mútuas entre elas e a equipe. É interessante o modo de como os projetistas pensaram cuidadosamente em efetuar um projeto junto com a equipe para proporcionar o abrigo em uma vila ou bairro, fazendo com que as pessoas que frequentam esse espaço não se sinta deslocada, e sim confortável, dando a ideia e sensação de estar em seu prório lar. Com isso, pode-se dizer que este projeto rompe o paradigma e a ideia de “abrigo” que temos em mente. A escolha deste estudo de caso se justifica não somente pelo programa do projeto, que por sinal é muito semelhante ao que pretendo propor, e sim por transmitir a ideia de um lar seguro e eficaz para as mulheres.
Fonte da planta: Archdaily Editada pela Autora Maquete do Abrigo Fonte: Architectual Design School
20
2 - ESTUDOS DE CASO 2.1.4 - Abrigo para Vítimas de Violência Doméstica
CORTE ‘A’ s/esc.
Fonte da planta: Archdaily Editada pela Autora
Nos cortes podemos ver que o edifício incorpora práticas sustentáveis, como a ventilação natural. Há poucas aberturas nas fachadas externas, portanto o pátio e as aberturas internas junto com as externas efetuam a ventilação cruzada.
CORTE ‘B’ s/esc.
Edifício administrativo. O único que contém térreo + 2º andar
Pátio interno Acesso Acesso
21
Fonte da planta: Archdaily Editada pela Autora
Ventilação natural
Pátio Interno
2 - ESTUDOS DE CASO 2.1.4 - Abrigo para Vítimas de Violência Doméstica
CORTE ‘C’ s/esc. Fonte da planta: Archdaily Editada pela Autora
O sistema estrutural é formado por LAJE - VIGA - PILAR, além da fundação. Na cobertura temos a laje invertida
CORTE ‘D’ s/esc.
Fonte da planta: Archdaily Editada pela Autora
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2 - ESTUDOS DE CASO 2.1.4 - Abrigo para Vítimas de Violência Doméstica O edifício é composto de duas fachadas: a externa, com tijolos aparentes fabricados em Israel, aparentando ser algo seguro e protetor, e a fachada interna, que leva ao pátio, o “coração” terapêutico do abrigo. Amos Goldreich afirma que para a fachada externa se inspirou em um projeto chamado “Okamoto”, do artista Eduardo Chilida, que projetou ao escavar uma montanha. A ideia era de uma montanha escavada por dentro, deixando a fachada externa rústica e bruta, e a interna lisa e delicada. Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Analisando a parte estética, confesso que não me atribuiu para implantar algo parecido ao futuro projeto, pois achei muito bruto e fechado. Penso em ter muitas aberturas, pé-direito alto para ser bem ventilado e proporcionar claridade aos ambientes internos. O projeto que irei propor será um edifício verticalizado, portanto poderei explorar as aberturas das fachadas e, pensando na ideia do pátio, propor um jardim vertical e até mesmo pátios entre um andar e outro.
2310 Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA 2.2
México
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2 - ESTUDOS DE CASO 2.2.1/2.2.2 - Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência FICHA TÉCNICA - Local: Uruapan, México - Ano do projeto: 2017 - Escritório: ORIGEM 19º41’53”N - Arq. Responspáveis: Omar González Pérez, Hugo González Pérez - Área: 1.226 m²
Fachada do Abrigo Fonte: Archdaily
Mapa de Localização Fonte: Google Maps
Por ser um abrigo para Mulheres Vítima de Violência, não disponibilizaram a localização exata do edifício, creio que por motivos de segurança e proteção às mulheres que procuram ajuda. Mas o abrigo existente está localizado na cidade de Urupan, em Michoacán, no México.
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Mapa de Localização Fonte: Google Maps
2 - ESTUDOS DE CASO 2.2.3 - Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência O abrigo é considerado um edifício de assistência social humanitária para ajudar as mulheres que vivem ou em algum momento de suas vidas sofreram problemas de violência doméstica e de gênero. Contendo 1.266 m² de construção, o qeuipamento todo é térreo, projetado para ser uma arquitetura “diluída”, segundo os arquitetos responsáveis Omar e Hugo Gonzáles, para haver maior relação com a natureza, reduzindo a sensação de isolamento.
“Em sua condição de edifício para proteção e assistência a pessoas em problemas de violência, era necessário fazer um edifício absolutamente cego e fechado para fora, de modo que a estratégia era projetar uma força do tipo estrutura onde o rigor e o mutismo formal se constituíssem como suas características. características naturais.” (RADIOARQ, 2018)
Fonte: Radio Arquitectura
Fonte: Radio Arquitectura
Diferente de qualquer outro projeto já visto, este edifício contém um jardim não tem manutenção propositalmente, para ter o formato mais natural possível, tendo espécies de Jacarandá e outras nativas. Assim como um todo, o jardim também foi pensado em ser um ambiente sensorial, junto com o Sol, chuva, céu e ar. “No mesmo ambiente dos espaços externos do refúgio, no meio desses jardins existem muros, aviões, prismas volumétricos de cor amarela cuja combinação é uma sorte.” (RADIOARQ, 2018)
Fonte: Radio Arquitectura
“Esse espaço proporciona ao recém-chegado uma atmosfera de lembrança silenciosa que não tem inclinação religiosa e ainda é percebida como um espaço de profunda espiritualidade ecumênica por causa de seu alto contraste entre luz e sombra.” (RADIOARQ, 2018)
Fonte: Radio Arquitectura
A área de entrada do refúgio (imagem do lado direito)é um espaço projetado extremamente austero, severo, sem funcionalidade e de espiritualidade ecumênica, com objetivo de oferecer às mulheres que passam por ali uma experiência sensorial e psicológica
Fonte: Radio Arquitectura
Fonte: Radio Arquitectura Fonte: Radio Arquitectura
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2 - ESTUDOS DE CASO 2.2.4 - Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO s/esc.
11
16 10
12 5
15
14
5
8
1
13
9
9
9
8
17
4
Acesso Pedestres
5 5
6
6
6
6
5
5 6
6
6
6
5 6
6
6
6
1. Praça de Acesso 2. Módulo de Vigilância 3. Estacionamento 4. Acesso Principal / Espaço Sensorial 5. Sanitários 6. Dormitórios 7. Chuveiros 8. Crescimento Futuro (vazios) 9. ódulo de Uso Múltiplo 10. Trabalho Social 11. Área de Espera 12. Administração 13. Cozinha 14. Consultório Médico 15. Consultório Psicológico 16. Lavanderia 17. Serviço
5 Circulação
Acesso Automóveis
3
3
3
2
Fonte da planta: Archdaily Editada pela Autora
27
“Essa combinação de dois sistemas formais diferenciados, produz uma estrutura construtiva e espacial de planos em diferentes sentidos, que geram a sensação de uma estrutura tipo labirinto.” (RADIOARQ, 2018)
“Nas faixas horizontais do piso do edifício estão localizados a maioria dos elementos programáticos (administração, escritórios, assistência social, módulos multiuso, dormitórios e alguns serviços.“ (RADIOARQ, 2018)
2 - ESTUDOS DE CASO 2.2.4 - Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência
CORTE ‘A’ s/esc.
CORTE ‘B’ s/esc.
ELEVAÇÃO NORTE s/esc.
28 Fonte: Radio Arquitectura
3 ReferĂŞncias
Projetuais
3 - REFERÊNCIAS PROJETUAIS 3.1 - Casa da Mulher Brasileira Mapa de Localização Fonte: Google Earth
Projeto feito à partir de um desdobramento do Programa “Mulher Sem Violência”, lançãdo pelo Governo Federal em março de 2013, a CBM tem como objetivo integrar em um único local e ampliar os serviços públicos existente direcionados ao atendimento às mulheres em situação de violência. O objetivo era que o projeto fosse implantado em todas as capitais do Brasil. Para a criação da Casa da Mulher Brasileira, foi elaborado um projeto arquitetônico padronizado: 1) Integração espacial dos serviços dentro da Casa, facilitando a articulação entre as diferentes ações e ofertar o atendimento e acolhimento integral às mulheres em situação de violência; 2) Espaço aconchegante e seguro para ofertar acolhimento e atendimento humanizado; 3) Redução de custos, em conformidade com os princípios da eficiência e da economicidade na Administração Pública; 4) Unidade visual e arquitetônica da Casa em todas as capitais, de maneira a constituí-la como uma referência para as mulheres em situação de violência.
Mapa de Localização Fonte: Google Earth
Fonte: Governo do Brasil
Fonte: Governo do Brasil
As cores e a forma têm intuito de ajudar as mulheres a identificar que nesses locais elas possam se sentir protegidas e adquirirem assistência. Apresenta uma cobertura levemente ondulada e as cores verde e amarela representa a bandeira do Brasil, e roxa que seria associado a ideia de proteção e acolhimento das mulheres. Fonte: Governo do Brasil
FICHA TÉCNICA Local: Brasília-DF / Brasil; Arquiteto: João Filgueiras - Lelé; Área: 3.500 m²; Ano de Construção: 2015; Valor do Projeto: 8 milhões de reais; Situação Atual: desativada há 1 ano (problemas estruturais).
30
3 - REFERÊNCIAS PROJETUAIS 3.1 - Casa da Mulher Brasileira
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO 1/500
DELEGACIA ESPECIALIZADA (315 m²) Unidade de Polícia Civil trabalhando na prevenção, proteção e investigação dos crimes como violência sexual e doméstica.
CALÇADA
ANÁLISE CIRCULAÇÃO 1/500
Aç Aç Aç Aç
JUIZADO E VARA ESPECIALIZADA (292 m²) Órgãos de justiça processam, julgam e executam causas de violência doméstica e familiar, de acordo com a Lei Maria da Penha.
Aç
Aç
3
Aç
Aç
Aç
AB
Aç
Aç
Aç
APOIO PSICOSSOCIAL (315 m²) Porta de entrada da casa, cria confiança e encaminha a vítima para outros atendimentos e serviços.
TV
REUNIÃO B DEFENSORA
L
REUNIÃO B
BRINQUEDOTECA Acolhe cirança de 0 a 12 anos de idade, que acompanham mulheres durante atendimento.
1
GERÊNCIA ADMINISTRATIVA - BLOCO 2
DELEGACIA ESPECIALIZADA - BLOCO 5
Aç
ACOLHIMENTO (140 m²) Porta de entrada da casa, cria confiança e encaminha a vítima para outros atendimentos e serviços.
DEFENSORIA E PROMOTORIA - BLOCO 3
JUIZADO ESPECIAL - BLOCO 4
R
Aç
DETENÇÃO
COORDENAÇÃO DA CASA (292 m²) MINISTÉRIO PÚBLICO (292 m²) Executa na ação penal para crimes de violência contra mulheres e fiscaliza serviços da rede de atendimento. DEFENSORIA PÚBLICA Orienta as mulheres sobre direitos, presta assistência jurídica e acompanha as etapas do processo judicial.
L
L A B VARANDA
SAN.
ALOJAMENTO TEMPORÁRIO (549 m²) Abriga por até 48 horas vítimas em situação de violência, acompanhadas ou não dos filhos. CENTRAL DE TRANSPORTES Deslocamento de mulheres para demais serviços da rede de atendimento: saúde, medicina geral, abrigos e outros.
Q.
IN
CL
AA
BR
2
ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA (1.136 m²) Interliga os módulos ao pátio centra e define a circulação.
PSICOSSOCIAL - BLOC0 1
DELEGACIA ESPECIALIZADA - BLOC0 6
SAN.
A B R
Acesso Principal
1
31
2
Pátio interno
Fonte: Governo do Brasil
3
Acolhimento
Fonte: Governo do Brasil
Circulação (coberta)
Saídas de Emergência
Alojamento temporário
Fonte: Governo do Brasil
Fonte: Governo do Brasil
Fonte: MEDIUM
Fonte: Hem Kim
4 AnรกlUrbana ise
4.1 - LOCALIZAÇÃO
N 34
4 - ANÁLISE URBANA
4.2 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Em meados de 1878, a capital de São Paulo se desenvolvia e crescia com a chegada dos imigrantes; os italianos que não concordaram com a aventura de colher café no interior se interessaram pelos terrenos, aproveitando os preços baixos, mudando-se para os mesmos em bando. Remetendo-se às pequenas vilas italianas, as ruas do bairro Bela Vista eram estreitas e com bastante aclive. Notaram a falta de mão de obra especializada, portanto instalaram-se os sapateiros, artesões padeiros, quitandeiros entre outros especialistas que era exigido para sustento. O primeiro registro histórico do distrito foi em 1559, de uma grande fazenda chamada Sítio do Capão, do português Antônio Pinto. Algumas décadas se passaram, e o mesmo local foi denominado Chácara das Jabuticabeiras, devido ao grande número de árvores frutíferas existentes na região. No século XVIII, o local já pertencia ao Antônio Bexiga. Registros apontam que Antônio foi vítima de varíola, sendo bexiga o nome popular da doença, aderindo ao apelido. De acordo com os estudiosos históricos, o bairro era habitado por negros que fugiam da escravidão tendo como esconderijo as matas, antes mesmo dos imigrantes chegarem. Escadaria do Bigixa Fonte: Veja São Paulo
1895
Vale do Rio Saracura Fonte: Sampa Histórica
1930
2000 2017
1950
1910
Vista do bairro Bela Vista. Fonte: Portal do Bixiga
Rua Santo Antônio Fonte: Pinterest
Vale do rio Itororó Fonte: Sampa Histórica
Paróquia Nossa Srª Achiropita Fonte: Crônicas Urbanas
O bairro se desenvolveu juntamente com a cidade. O bairro deixou de ter o nome Bixiga em 1910 através de um Decreto Municipal, sendo nominado como Bela Vista. Apesar do decreto, a população ainda denomina como bairro do Bixiga. O local é rico em patrimônios históricos, como a Vila Itororó, escadaria do Bixiga, escola de samba Vai-Vai, alojada no bairro desde 1930, a Paróquia Nossa Senhora da Achiropita, conhecida por suas grandes festas tradicionais italianas. A Bela vista tem sua prória característica, trazendo em sua bagagem muita história e cultura.
35
4 - ANÁLISE URBANA
4.3 - ZONEAMENTO
4.4 - USO PREDOMINANTE N
Mapa editado pela autora. Fonte: Geosampa
ZEU – Zona de Eixo de Estruturação e Transformação Urbana
N
Mapa editado pela autora.
S/ESC.
Comércio e Serviços Equipamentos Públicos
ZEIS 3 – Zona Especial de Int. Social
Residências e Comércios/Serviços
ZEIS 5 – Zona Especial de Int. Social
Indústrias e Armazéns
ZM – Zonas Mistas
Resid. Vertical Médio/Alto Padrão
ZC – Zonas de Centralidades
Praça / Canteiro
Praça / Canteiro
Sem Predominância
Demarcação do perímetro
Demarcação do perímetro
A Bela Vista tem como objetivo, de acordo com o Zoneamento, ser uma área adensada. Para isso que isso ocorra, é preciso verticalizar as quadras, principalmente as que estão pré-estabelecidas como ZEIS - Zona Especial de Interesse Social.
S/ESC.
Nota-se que a área tem uma maior predominância de residências e comércios. Próximo ao Bixiga possui grande quantidade de residências onde se exerce o trabalho artesanal, potencializando o comércio na área.
36
4 - ANÁLISE URBANA 4.5 - CHEIOS E VAZIOS
4.6 - ÁREAS VERDES N
Mapa editado pela autora. Fonte: CadMapper
Vazios
N
Mapa editado por alunos do grupo de Áreas Verdes.
S/ESC.
Cheios Demarcação do perímetro
Apesar da área ser bem consolidada (cheios), notamos que as áreas vazias que mais se evidenciam são os eixos das avenidas 23 de Maio e a Nove de Julho. E justamente nesses dois eixos se encontram maior concentração de árvores (no caso da Avenida Nove de Julho, próximo a Praça 14 Bis). A Av. 9 de Julho aparenta ser uma barreira que divide o distrito.
37
Na Bela Vista e no centro de São Paulo, os moradores estão lutando por mais áreas verdes. Na subprefeitura da Sé, a média por habitante é de apenas 6 metros quadrados. O menor índice da cidade pertence ao Itaim Paulista, na zona leste, com 2,11 metros por habitante.
4 - ANÁLISE URBANA 4.7 - HIPSOMETRIA
4.8 - VENTO/HIDROGRAFIA/CLIMA N
1
N
2 3
Ponto de Alagamento
3
Ponto de Inundação
4
Risco de Deslizamento
4
5 6
6
Mapa editado pela autora.
Mapa editado pela autora. Fonte: Campo de Marte.
S/ESC.
S/ESC. Hipsometria (em metros) 750 a 755
755 a 780
800 a 805
755 a 760
780 a 785
805 a 810
760 a 765
785 a 790
810 a 815
765 a 770
790 a 795
815 a 820
770 a 775
795 a 800
Acima de 820
Hidrografia
Sub Bacia Córrego Saracura Pequeno
O eixo da Av. Paulista se encontra na parte mais alta da área, de acordo com o mapa acima. Na região mais ao Sul (onde nosso perímetro se insere), está no ponto mais baixo do bairro. Isso justifica os pontos de alagamento estarem nessa área, decorrente a o escoamento da água da chuva e pelo fato dos córregos presentes na área estarem tamponados.
Mapa de ventos (km/h) Mapa editado pelo autor.
28 Km/h 23,5 Km/h 19 Km/h 14,5 Km/h 10 Km/h 6,5 Km/h
Hidrografia Sub bacia Córrego Saracura Pequeno
Nos grandes eixos é onde a velocidade do vento supera os 28 km/h. A densidade nesses eixos se dá na vertical proporcionando a melhor circulação de vento, já que no nível da rua existem mais espaços em aberto. Próximo ao Viaduto Júlio de Mesquita Filho onde se encontra maior densidade demográfica, a circulação de vento chega a 6,5 Km/h. A direção predominante dos ventos é de 17° ao norte, podendo sofrer variações durante o decorrer do dia.
38
4 - ANÁLISE URBANA
4.9 - CLASSIFICAÇÃO VIÁRIA
4.10 - TRANSP. PÚBLICO/CICLOVIA/METRÔ N
N
Mapa editado pela autora. Mapa editado pela autora.
S/ESC.
39
A principal via arterial neste trecho é a Radial Leste, formada por viadutos. Representa uma barreira pois os baixios dos mesmos são áreas degradas.
S/ESC.
A área é bem consolidada em transporte público através de redes de ônibus. O matrô cobre suas extremidades com fluxo de passageiros intenso, tendo uma plano futuro de adicionar a linha 6 Laranja. Existem apenas duas ciclovias no bairro, justamente pelo fato da área ter uma relevo acentuado.
4.11 - RENDA per CAPITA/ VULNERABILIDADE / CORTIÇOS
4 - ANÁLISE URBANA A região mais ao norte do perímetro possui muitas moradias precárias, em regime de cortiço, uma classificação de moradia que tem suas raízes entranhadas na história do bairro, devido a origem humilde de seus primeiros habitantes. Já na parte sul, mais rica e consolidada, percebe-se a diferença social que é bem evidente na separação física da barreira que separa os bairros.
Renda per capita Média em R$
S/ESC.
1.000,00 a 2.000,00 2.001,00 a 3.500,00 3.501,00 a 8.000,00
Vulnerabilidade Social Baixíssima Vulnerabilidade Vulnerabilidade Muito Baixa Vulnerabilidade Baixa Sem Classificação
Cortiços Mapa editado pela autora. Fonte: Geosampa
40
4.12 - DENSIDADE DEMOGRÁFICA
4 - ANÁLISE URBANA Na região ao sul do perímetro, próximo a Av, Paulista, um dos centros financeiros da capital, a ocupação não é tão densa devido à existência de muitos edifícios utilizados para escritórios e comércios. Porém, quanto mais se percorre a área noroeste, percebe-se um maior adensamento que em grande parte é originado pela predominância de edifícios residenciais, num novo fenômeno de valorização da área causado pelo crescimento de ofertas do setor imobiliário. Senso Demográfico 0 a 9.200 9.201 a 14.600 14.601 a 20.700 20.700 a 35.100 Mais de 35.101
Bens Culturais Centros Comunitários Museus Teatros Galerias de Arte Centros Culturais
Equipamentos Públicos H EI EFM
S/ESC.
WF
UF PM
Mapa editado pela autora. Fonte: Geosampa
41
Hospitais Ensino Infantil Ens. Fundamental / Médio Wi-Fi Universidades/Faculdades Polícia Militar
4 - ANÁLISE URBANA
4.13 - BENS TOMBADOS
ESCOL DE ADM. GETÚLIO VARGAS
CINE BELAS ARTES
EDIF. PAULICÉIA E SÃO CARLOS DO PINHAL
N EDIF.PALACIO 5ª AVENIDA E NAÇÕES UNIDAS
CASTELINHO DA BRIGADEIRO
VILA ITORORÓ
S/ESC. MASP
S/ESC. Mapa editado pela autora. Fonte: Iphan
HOSPITAL HUMBERTO PRIMO
ESCADARIA DO BIXIGA PRAÇA DOM ORIONE
Mapa editado pela autora. Fonte: Iphan
CONJ. BENEFICIÊNCIA PORTUGUESA Área envoltória de tombamento do CONPRESP
A quantidade de edifícios de interesse histórico é discrepante, justamente devido a área ter acompanhado a evolução da cidade de São Paulo, e a sua proximidade com o centro. Em sua grande maioria, são casas isoladas ou conjunto das mesmas que datam do início da ocupação do bairro, e que mantém-se preservadas as características, devido à própria tradição dos moradores em manter viva a sua história.
Área envoltória de tombamento do CONDEPHAAT Bens tombados
42
5 Npmnm _Urbana
5 - PROPOSTA URBANA 5.1 - DIRETRIZES
Aprender a ler uma cidade e compreender seu funcionamento, desvendando suas engrenagens e vislumbrando seu potencial transformador, é a atribuição do urbanismo contemporâneo. Com base nessas premissas e debruçando-se com o olhar crítico sobre a área do perímetro selecionado, verificamos a necessidade de promover o adensamento populacional desta região, devido à característica atual de um número baixo de moradores por lote, em edificações de médio e baixo gabarito. Sendo assim, a implantação de uma série de medidas visa trazer mais moradores ao local, promovendo o lazer, a qualidade de vida e a segurança dos habitantes da área. Devido à sua proximidade do centro da cidade e boa oferta de transporte e equipamentos públicos como escolas, hospitais, centros de cultura e uma relevante quantidade de comércio e serviços, aliados à história e tradição do lugar, o potencial de requalificação da área é bastante promissor. As medidas adotadas nessa proposta buscam equilíbrio entre as duas tendências: a do encortiçamento – transformação dos espaços habitáveis em cortiços – e à gentrificação – valorização imobiliária de usos particulares. Esta delicada zona de intersecção entre essas duas possibilidades exige de seus planejadores uma atenta observação de seus efeitos sobre o perímetro, provocando o manejo cuidadoso de iniciativas que equalizam as singularidades do local com os problemas urbanos tão característicos presentes nas grandes cidades. O mote deste trabalho visa promover uma maior interação social através do sistema de espaços livres, incrementar a mobilidade urbana visando a integração entre os variados meios de locomoção, requalificação de calçamento e vias, arborização e mobiliário urbano, sempre respeitando as características históricas e valorizando-as.
34 44
5 - PROPOSTA URBANA 5.1 - DIRETRIZES
35 45
5 - PROPOSTA URBANA 5.1 - DIRETRIZES
36 46
5 - PROPOSTA URBANA 5.1 - DIRETRIZES
37 47
5 - PROPOSTA URBANA 5.2 - TÉRREO ATIVO
E
S/ESC. Mapa editado pela autora.
Uso do Térreo Ativo &RPpUFLR
E
6HUYLoRV
S/ESC. Mapa editado pela autora. Fonte: Google Earth.
5HVLGrQFLDV ,QG~VWULDV H *DOS}HV ,QVWLWXFLRQDO 3UDoD &DQWHLUR 9D]LRV
Realizamos o levantamento de Uso e Ocupação do térreo ativo somente do perímetro escolhido pelo grupo. E podemos analizar que as quadras têm usos mistos, porém a maior predominância no todo seriam residências e serviços. No momento do levantamento desses dados, pudemos perceber que onde há térreo ativo de serviço, são, em muitos casos, fachadas ativas de edifícios residenciais. O perímetro apresenta uma grande quantidade de comércios voltados a alimentos, como restaurantes e lanchonetes, bem como venda de artesanatos e móveis antigos. Já no uso de serviços, há predominância de marcenarias, costurteiras, teatro e borracheiros. Apesar dessa área ser ZEIS 3, o gabarito de altura predominantemente é baixo. E não podemos deixar de pontuar as fragilidades do local, como ausência de áreas verdes e de convício social.
48 38
6 EstudoTedorreno
6 - ESTUDO DO TERRENO 6.1 - LOCAL
Ponto de Ônibus
Área de Intervenção
Vias Principais
Praças
Galpão da Casa 1
Hosp. Pérola Byington
Mapa editado pela autora. Fonte: Google Earth
50
6 - ESTUDO DO TERRENO 6.2 - DADOS DO TERRENO
A
B
Mapa editado pela autora. Fonte: Google Earth
21
,2
21 ,1 4
6 Imagem retirada pela própria autora.
Imagem retirada pela própria autora.
27
,3
7
24 ,0
7
8
51
> > B
,1
A
49
O local escolhido para efetuar o projeto está localizado a noroeste do bairro Bela Vista, na Av. Brigadeiro Luis Antônio, altura do nº 554. Atualmente o terreno encontra-se vazio, apenas com talude na fachada principal, visto que foi um dos motivos para a escolha do local, além de ser em frente ao Hospital de Atendimento às Mulheres Pérola Byington, instituição que será de grande influência para o Instituto Elza Soares. O terreno tem aproximadamente 1.186,76 m², tendo Coeficiente de Aproveitamento 4, resultando em até 4.747,04 m², Taxa de Ocupação de 1.695,37 m² e Área Permeável de 296,69 m². A quadra tem como predominância uso misto, com térreo ativo principalmente na Av. Brigadeiro Luis Antônio, e residencial na R. Adoniran Barbosa.
De acordo com o Zoneamento, esta quadra é destinada a Zona de Centralidade, ou seja, pretende promover marjoritariamente os usos não residenciais. Não há limite de gabarito, o que significa que poderei pensar em uma forma verticalizada.
6 - ESTUDO DO TERRENO 6.3 - ANÁLISE DA VOLUMETRIA Durante a montagem da maquete, e até mesmo na visita ao local, percebi que os gabaritos dos edifícios do entorno são extretamente altos, formando grandes barreiras para a iluminação e ventilação natural. Na R. Adorinan Barbosa, há somente residências de térreo+1, enquanto na Av. Brigadeiro Luis Antônio e Av. Radial Leste há edifícios de até 29 andares. Creio que o maior desafio seja esses edifícios altos, em um terreno consideravelmente pequeno. Não terei outra opção além de verticalizar o projeto para receber luz e ventilação natural.
Terreno escolhido
Vista da Av. Brigadeiro Luis Antônio Imagem retirada pela própria autora.
Vista da Av. Radial Leste Imagem retirada pela própria autora.
Hosp. Pérola Byington
52 O terreno fica entre as cotas 764 e 765, sendo a 764 passando no fundo, e a 765 do meio do terreno para a Av. Brigadeiro Luis Antônio.
6 - ESTUDO DO TERRENO 6.3 - ANร LISE DA VOLUMETRIA
Vista do lado Oeste. Imagem retirada pela prรณpria autora.
53
Vista do lado Leste. Imagem retirada pela prรณpria autora.
6 - ESTUDO DO TERRENO 6.4 - ESTUDO DE VIABILIDADE
- GABARITO
- VIAS PREDOMINANTES
Gabarito até 10m Gabarito até 40m Gabarito de 80m ou mais
- USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
- ESTUDO DE INSOLAÇÃO
Residencial Comercial Serviço Institucional
54 Área Verde
7
Conceito
7 - CONCEITO À partir das condicionantes que cercam as mulheres em situação de violência, de acordo com análises dos estudos de caso, foi elaborado o programa de necessidades, onde o principal foco seja que a mulher usuária seja contemplada com o Instituto, local que lhe proporcionará acolhida e apoio necessário para, além de ser tratada, ser reposta na sociedade de forma emponderada.
EMPONDERAR
ACOLHER
AUTO-AMAR Fonte: Hem Kim
“É necessário entender de onde vem a violência, quais são suas raízes e quais são os processos sociais, políticos e econômicos que a sustentam para entender que mudança social é necessária.” (FREDERICI, Silvia. O Pensador)
A questão primordial do Instituto será unir a assistência e espaços de empoderamento feminino, além de acolher mulheres e filhos que não tenha um local para ficar a não ser voltar para a casa junto do agressor. Juntamente com oferecimento de cursos técnicos, como: recepcionista, empreendedorismo, cabeleireira, etc. Também haverá um lugar de fala para palestras, bem como área de esportes, proporcionando aulas de defesa pessoal ejogos recreativos. Entre 2016 e 2018, 12% das 188 mulheres acolhidas na Casa Viva Rachel voltaram a viver com os companheiros que as agrediram. (AZ MINA, 2019) Fonte: Pri Barbosa
56
ororidad
colhiment
mpoderament
8
Projeto
Rua Pro
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Praça
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N
IMPLANTAÇÃO 6m 0m
24 m 12 m
60
CORTE A-A ESC. 1:350
36,00 9,00
9,00
9,00
9,00 857,00° 854,00° 851,00° 848,00° 845,00° 842,00° 839,00° 836,00° 833,00° 830,00° 827,00° 824,00° 821,00° 818,00° 815,00°
94,15
812,00° 809,00° 806,00° 803,00°
794,00° 791,00° 788,00° 785,00° 782,00°
AV. BRIGADEIRO LUIS ANTONIO
800,00°
779,00° 776,00° 773,00°
63 764,00°
765,46°
9,00 12,00 14,00 17,00 20,00 23,00 26,00 29,00 32,00 35,00 38,00 41,00 44,00 47,00 50,00 53,00 56,00 59,00 62,00 65,00 68,00 71,00 74,00 77,00 80,00 83,00 86,00 89,00 92,00 95,00 6,00 3,00
RUA ADONIRAM BARBOSA
CORTE B-B ESC. 1:350
9,00
22,00 9,00
4,00
DETALHAMENTO PLACA FOTOVOLTAICA
MOLDURA DE ALUMÍNIO VIDRO ESPECIAL
PELÍCULA EMCAPSULANTE -EVA CÉLULAS FOTOVOLTAICAS ESPUMA ENCAPSULANTE - EVA BACKSHEET (FUNDO PROTETOR) CAIXA DE JUNÇÃO
DETALHAMENTO LAJE DE CONCRETO E VIGA DE AÇO
64
Circulação - Acesso Público
Acesso principal: Av. Brigadeiro LuÃs Antônio Circulação - Acesso Privado
ATENDER
61
ABRIGAR INCLUIR
- DIAGRAMA CONCEITUAL - PROGRAMA
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ACESSO PÚBLICO E PARTICULAR
ACESSO PARTICULAR
- CORTE PERSPECTIVADO
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- INSOLAÇÃO, VENTILAÇÃO
65
- FACHADA PRINCIPAL
66 Fonte: Pri Barbosa
- ACOLHIMENTO
67
- LAVANDERIA COLETIVA
68
- TRANSIÇÃO
69
- CRECHE
70
- AUDITORIO/CINEMA
71
- - AUDITORIO/CINEMA
72
- MIDIATECA
73
- EXPOSIÇÃO
74
- EDUCAÇÃO/CURSOS
75
- COZINHA COLETIVA; JARDIM, HORTA
76
- PRAÇA SECA
77
- PRAÇA SECA
78
- APOIO PSICO
79
- APOIO PSICO
80
- SALA DE ESTAR / CAFÉ
81
- SALA DE ESTAR / CAFÉ
82
- JARDIM TÉRREO
83
- JARDIM TÉRREO
84