What He Wants - Livro 1 An Alpha Billionaire Romance Hannah Ford
SINOPSE:
Com vinte e um anos de idade, a estudante de Direito Charlotte Holloway não é o tipo de garota que cobiça as coisas que não pode ter. Mas quando começa a trabalhar para o sexy e misterioso Noah Cutler, Charlotte não consegue evitar de sonhar com o bilionário lindo, mesmo que ela saiba que é apenas uma fantasia. Homens como Noah - lindos, sombrios e determinados - geralmente não estão interessados em mulheres como ela. Noah Cutler é um homem que não aceita não como resposta. Sua determinação de ir atrás exatamente do que ele quer que o tornou um dos homens mais poderosos da cidade. E, enquanto poderia escolher qualquer mulher, seu olhar se fixou na Charlotte. E ele não vai parar até que tomar o controle de cada centímetro do seu corpo delicioso e cheio de curvas...
Tradução: Melissa Saint
Revisão: Sweet Storm e Lady Pink
Leitura Final: Sweet Storm e Eva M. Carrie
Formatação: Sweet Storm
Noah
Eu quis transar com ela assim que a vi. Aquele pequeno corpo curvilíneo estava envolto em um apertado vestido preto e aqueles belos peitos redondos estavam praticamente pulando para fora do decote. O cabelo escuro caía em ondas soltas ao redor dos ombros, e ela sugou um gole de um drinque, os lábios rosados, cheios, bonitos e carnudos feitos sob medida para chupar o meu pau. Me sentei no bar e a observei por algum tempo, esperando a minha vez. Ela estava em algum tipo de festa de despedida de solteira pelo que eu podia ver e foi quase o bastante para me fazer desistir. Mulheres em uma festa de despedida eram um tipo bem específico de malucas, e não tinha certeza se queria lidar com elas. Duas mulheres loiras, no outro lado do bar, estavam me encarando e nem tentei encorajá-las, fazendo contato com os olhos. Não que fosse difícil. Eu não conseguia parar de olhar para aquela malandrinha escultural do outro lado do salão. Seu vestido terminava bem acima do joelho e, quando ela se virou, me dando uma visão da linda bunda redonda, meu pau ficou duro. Estava tão paralisado que não percebi que uma das loiras tinha caminhado até mim. — Não te conheço de algum lugar? — Ela tentou. Quase suspirei de tédio, mas isso era muito rude, até mesmo para mim. — Duvido, — falei, embora fosse perfeitamente possível que ela me conhecesse de algum lugar. Felizmente, sabia que, provavelmente, não tinha dormido com ela. Ela não era o meu tipo: muito loira, muito magra, muito parecida com uma Barbie. — Não, eu reconheci você. — Ela chamou a amiga, outra loira oxigenada. — Alexa, esse não é o Noah Cutler?
Aparentemente, ela não achava que faria mais sentido apenas me perguntar se eu era o Noah Cutler. Tomei um gole da minha bebida e resisti à vontade de revirar os olhos. Do outro lado da sala, vi a gostosa curvilínea caminhar até uma mesa sozinha, se afastando do resto da festa. — Sim! — Disse a amiga da loira. —Você fez o discurso na minha formatura, no ano passado. Eu, absolutamente, amei. — Fico feliz. — Menti. Não dou a mínima se ela amou o meu discurso ou não. Faculdade era besteira, o tipo de coisa que as pessoas pensavam que precisavam, quando, na verdade, não tinha aprendido nada na faculdade que não poderia ter aprendido sozinho. Engoli o resto da minha bebida e me concentrei na morena. Ela se virou para mim, afastando o cabelo para trás do rosto e fiquei impressionado, novamente, com a sua beleza. Ela, por acaso, olhou para mim naquele momento, e nossos olhares se encontraram. Ela se virou rapidamente, constrangida. Eu tinha que tê-la. E então, exatamente assim, vi a minha deixa. Um idiota estava caminhando até ela. Ciúme e possessividade me inundaram. Ela era minha. E eu teria certeza que ela seria minha esta noite. — Com licença, — eu disse para as loiras. E, então, fui reclamar o meu prêmio.
Charlotte
Eu vi o estranho sexy antes que ele me visse. Estava parado no canto do bar, duas belas mulheres loiras envoltas em seu braço. Uma das mulheres estava curvada, sussurrando algo em seu ouvido e, quando ela jogou a cabeça para trás e riu, ele olhou para cima e encontrou o meu olhar. Rapidamente, desviei o olhar, envergonhada por ele ter me pego olhando. Homens como ele - alto, cabelo escuro, lábios carnudos, barba sexy no rosto bonito e duro - não se interessavam por mulheres como eu. Além disso, não estava aqui para encontrar um homem. Eu estava aqui para uma festa de despedida de solteira. Não que a festa tivesse tudo para ser muito animada. Eu odiava festas em geral, e festas de despedida de solteira eram uma forma particularmente hedionda de tortura. Especialmente uma onde eu não conhecia ninguém, somente a noiva, que era uma colega, estudante de Direito na Universidade de Middleton. Pensei que, vir até essa festa poderia me ajudar a conhecer alguns dos meus colegas, a Cora parecia conhecer todos da nossa classe, mas tudo o que aconteceu até agora, estava me lembrando o quanto eu odiava socializar. Oh, e me fazendo perceber que a Cora, mesmo que estivesse comprometida, aparentemente, tinha a teoria de que o que acontecia na festa de despedida ficava na festa de despedida, porque ela estava se jogando para cima de homens diferentes durante toda a noite. Agora, estava na pista de dança, se esfregando em um homem vestindo calça xadrez. Tomei um gole da minha bebida - um ginger ale1 com cranberry, como de costume, porque fazia parecer que eu estava tomando uma bebida alcoólica, mesmo quando não estava - e tentei parecer ocupada. A última coisa que eu queria era que um dos festeiros viesse e tentasse me arrastar para a sua dança frenética.
1
gengibre.
Ginger Ale é um refrigerante comum nos Estados Unidos, Canadá, Japão e Inglaterra feito à base de
E, então, de repente, ele estava ao meu lado. Não, não o estranho sexy que estava tentando evitar encarar, mas outro homem. Este era barrigudo, ligeiramente careca, e tinha dedos peludos. — Deixe eu lhe pagar uma bebida, querida, — ele disse, enrolado. Suspirei. Homens como ele sempre tentavam me seduzir. Pensavam que, já que eu era considerada uma “menina grande” eles teriam mais de uma chance comigo. O que eles não entendiam era que, só porque eu estava carregando alguns quilinhos a mais, não significava que eu estava desesperada. — Não, está tudo bem, — eu disse, educadamente. Apontei para a bebida que estava segurando. — Eu já tenho uma. Ele franziu a testa, como se ele estivesse tentando resolver um problema de matemática particularmente difícil. Então, se iluminando, estendeu a mão, tomou a bebida da minha mão e a derramou no chão. — Não! — Ele exclamou, orgulhoso de si mesmo. — Agora, você precisa de outra. Fiquei tão chocada, que não tinha certeza qual era a resposta apropriada. O homem se inclinou e atirou o braço por cima do meu ombro. — Vamos lá, — disse ele, seu hálito cheirando a álcool e alho. — Deixe eu te pagar uma bebida. — Deixe-a em paz, — alguém resmungou e, antes que eu soubesse o que estava acontecendo, o homem sexy do outro lado do bar tinha agarrado a parte de trás da camisa do homem gorducho e o jogou para o lado. — Ei! — O homem protestou. Tropeçou alguns passos, quase batendo na mesa atrás de nós, então arrumou o paletó. — O que diabos você pensa que está fazendo? Mas o meu cavaleiro de armadura brilhante lhe deu um olhar ameaçador e, depois de pensar bem, o homem escapuliu de volta para o seu para grupo de amigos. — Você está bem? — Perguntou o estranho lindo. De perto, era bastante sexy, embora menos polido do que eu pensava. Vestia um terno caro, mas a camisa branca
estava desabotoada no alto e amarrotada, como se tivesse passado o dia se metendo em brigas, em vez de atrás de uma mesa. — Eu estou bem. — Minha garganta estava seca. Este homem era grande, alto, pelo menos um metro e noventa, com ombros largos e mãos enormes. Eu tinha cinco talvez dez quilos a mais do que, provavelmente, devia ter, a maioria dos homens me faziam sentir grande e atrapalhada em torno deles, mas este homem me fazia sentir pequena. Eu o imaginei me agarrando com aquelas mãos grandes e calor inundou o meu núcleo. — O que você estava bebendo? Estava muito envergonhada de dizer a ele que estava tomando um ginger ale com cranberry. — Hum, vodca e cranberry. Ele franziu a testa, como se fosse inaceitável. Estendeu a mão e fez um gesto para a garçonete. A manga deslizou por um momento, revelando um relógio de prata bonito e um antebraço de aparência forte. Não que eu estivesse surpresa, a Cora tinha escolhido este bar precisamente porque, supostamente, devia ser sofisticado. Mas ela deve ter presumido errado porque, mesmo que a clientela parecesse sofisticada, principalmente jovens profissionais depois do trabalho em uma sexta-feira à noite, muitos deles já estavam bêbados e desleixados. Este homem não, entretanto - este homem estava completamente no controle de si mesmo e dos seus arredores. A garçonete apareceu do nada. — O que gostaria? — Dois Manhattans, — disse o homem. Colocou o copo vazio na bandeja da garçonete. Eu não sabia o que era um Manhattan, mas tinha certeza que tinha uísque nele. Uísque parecia perigoso e assustador, o tipo de coisa que você não deve beber, a menos que tenha gostos sofisticados e uma alta tolerância para o álcool. — Oh, não, — eu tentei. — Eu só vou querer... Mas o estranho, convenientemente, sacudiu o pulso, mandando a garçonete embora antes que eu pudesse terminar. Ele se virou e me deu um sorriso. — É bom experimentar coisas novas.
— Eu experimento coisas novas. — Meu tom era mais defensivo do que eu queria, mas era um ponto sensível para mim. Eu não era conhecida por ser aventureira - na verdade, a coisa mais aventureira que tinha feito recentemente foi uma aula de hot yoga2 - mas este homem não sabia disso. Ele não sabia nada sobre mim. E, ainda assim, estava me examinando com uma certa familiaridade, como se pudesse dizer que eu era o tipo de pessoa que não tenta coisas novas. Era irritante. Os olhos do homem passaram pelo meu corpo, como se estivesse tentando decidir o que devia fazer comigo. Instantaneamente, me senti autoconsciente, e me mexi na cadeira. — Você está aqui sozinha? — Perguntou. — Não. — Engoli em seco. — Estou em uma despedida de solteira. — Divertido, — ele disse, soando como se soubesse que não era nada disso. Ele gesticulou para a pulseira feita de balas que eu estava usando, outra das ideias brilhantes da Cora. — O que é isso? — Oh, — falei, tocando-a. — É ... é uma espécie de brincadeira. Você sabe, para a festa. — Fiz um gesto para a pista de dança, onde a maioria dos convidados da festa passaram a dançar de forma completamente exagerada, girando como loucos. Os homens, sentindo uma chance de possivelmente ter sorte, tinham entrado no ritmo, criando um borrão colorido de corpos suados. Minha companhia nem se virou para olhar. — E? — E o quê? — E o que você deveria fazer com isso? — Estendeu a mão e puxou a pulseira. Seus dedos contra a minha pele, enviaram uma corrente elétrica que percorreu a minha espinha. A pulseira elástica voou para trás e bateu no meu pulso.
2
Quando desembarcou em Beverly Hills, em Los Angeles, no início da década de 70, o indiano Bikram Choudhury sacou do turbante uma forma diferente de praticar o sistema de exercícios físicos mais conhecido de sua cultura. Ao investir em uma série de posições que deve ser feita dentro de salas com os termômetros marcando 40 graus (ou seja, simulando um dia de verão em Calcutá), a Hot Yoga ganhou notoriedade com a promessa de desintoxicar o corpo, graças ao estímulo da transpiração, além de ajudar na flexibilidade, no realinhamento da postura e no fortalecimento dos músculos. De quebra, por tornar mais fácil fazer sequências bastante intensas, poderia derreter até 1 000 calorias em uma hora e meia (mais que em uma hora de prática de squash, o rei da queima de gorduras entre os esportes).
— É muito embaraçoso falar. — Me teste. A garçonete voltou com nossas bebidas, e o homem as pegou da bandeja em um movimento fluido e entregou uma para mim. Hesitei. Eu não costumo beber. Na verdade, tinha acabado de fazer vinte e um anos. — Bem, — eu falei, pegando o copo que ele estava oferecendo. — Nós deveríamos pedir que vários homens mordessem um dos doces e, em seguida, eles assinavam nos braços. Ele riu. — Essa é a coisa mais estúpida que eu já ouvi. — Eu sei. — Dei de ombros. — Mas como eu poderia, realmente, dizer não? Todo mundo estava fazendo isso. — Você sempre faz as coisas só porque todo mundo está fazendo? — Um breve olhar divertido cruzou seu rosto, como se ele não pudesse imaginar fazer algo só porque todo mundo estava fazendo. Então, estendeu a mão e pegou meu braço, virando-o para inspecionar meu pulso. — Você não tem nenhuma assinatura. — Seu dedo deslizou por cima do meu pulso, em seguida, se moveu lentamente até o meu cotovelo antes de, finalmente, soltá-lo. Suas mãos não eram o que eu esperaria de alguém usando um relógio tão caro, seus dedos mostravam outra coisa, um passado difícil ou, talvez, muito trabalho manual. Eles eram másculos e um pouco ásperos, não do tipo que digitava documentos durante todo o dia e digitava no iPhone. Tomei um gole da minha bebida. Tinha, definitivamente, uísque. Ou, pelo menos, o que eu imaginava que era uísque, já que eu nunca tinha realmente bebido uísque antes. Queimou ao descer, mas eu estava feliz. A sensação manteve minha mente fora do que estava acontecendo. O estranho estendeu a mão e pegou meu braço novamente, virando-o delicadamente na sua mão antes de levá-lo à boca. Em seguida, se abaixou e, lentamente, deliciosamente, mordeu um dos doces da minha pulseira. Seus lábios eram quentes e macios, e senti o movimento rápido da sua língua contra a minha pele quando ele pegou o doce com a boca.
Então, com um floreio, pegou uma caneta em cima da mesa, onde a garçonete tinha deixado a nossa conta, e fez um grande X no meu braço. Era como se ele estivesse me marcando, se apropriando de mim, e esse pensamento me encheu com uma emoção estranha. — Aí está, — disse ele. — Você devia assinar o seu nome. — Mas isso iria estragar o mistério. — Ele sorriu, e me senti derreter. Nunca entendi como as mulheres podiam acabar saindo com caras que conheciam em bares, mas fiquei chocada ao perceber que, se este homem me pedisse para ir para casa com ele, agora, eu teria feito isso. — Charlotte! O que você está fazendo aqui sozinha! — A voz da Cora veio me chamando através da multidão e, então, ela apareceu na nossa mesa. O vestido sem alças que ela usava estava pendurado sobre o seio, e você podia ver o contorno do sutiã sem alças. Cora tinha um belo corpo, cintura fina, pernas longas, perfeitamente proporcional, mas, de alguma forma, suas roupas nunca pareciam encaixar muito bem. — Oh, — ela disse quando viu o homem ao meu lado. — Não sabia que você tinha companhia. — Ela estendeu a mão. — Eu sou a Cora. Tomei um gole da minha bebida quando a decepção inundou o meu corpo. Agora que a Cora estava aqui, eu seria deixada na poeira. Sabia que era ridículo, tinha acabado de conhecer este homem, afinal de contas. E, para ser honesta, não tenho tempo para um relacionamento, ou até mesmo uma ficada. Estava no meu primeiro ano de faculdade de direito, que era exigente e louco. Amava cada minuto dele, mas isso não me deixava muito tempo para uma vida pessoal. — Eu já estava saindo, — disse o homem. Não se apresentou. Na verdade, ele nem olhou para a Cora. Só tomou o resto da sua bebida, em seguida, se virou e voltou para as loiras que estavam esperando pacientemente por ele.
— Que idiota, — Cora disse, obviamente ofendida pelo fato do homem não ter caído pelos seus encantos. Ela olhou para a minha bebida e franziu o nariz delicado. —O que você está bebendo? Uísque? — Sim, — falei desafiadoramente, e tomei outro gole, embora minha garganta ainda ardesse por causa do último. — Bem, vamos lá, você precisa dançar. Ela agarrou o meu braço e me puxou para a pista de dança, onde passei a próxima hora dançando e tentando não ser muito óbvia sobre o fato que estava procurando o homem que tinha desenhado um X no meu braço. Mas não consegui vê-lo novamente. Devia ter deixado o bar logo após a Cora nos interromper. Finalmente, por volta das nove horas, decidi que já era o suficiente. Disse a todos que tinha que acordar cedo na manhã seguinte, o que não era uma mentira. A biblioteca estava esperando por mim. — Você tem certeza? — Kristin, uma outra menina da nossa classe, perguntou. Ela estava bêbada e enrolava as palavras. — Você tem que ir com a gente para o outro bar. — Se virou para Cora. — Cora, nós vamos para o outro bar, certo? — Sim, em apenas um minuto, — disse a Cora. Ela tinha encontrado um homem com a cabeça raspada, que tinha comido um doce da sua pulseira e tinha decidido assinar no seu amplo decote em vez de no braço, como as instruções indicavam. Me despedi e saí do bar. Uma vez na rua, dei um suspiro de alívio. Eu não era particularmente próxima a essas pessoas, e sempre passava por maus momentos ao participar de conversa fiada. Uma vez que você pergunta a alguém o que faz para viver e onde vivem, o que mais você, supostamente, pergunta? Não havia nenhum lugar para a conversa ir. Eu ficava muito mais confortável em pequenos grupos, onde as pessoas eram um pouco mais abertas.
A cidade estava pulsando com vida, com pessoas enfiadas nos bares e caminhando pela calçada, curtindo a noite no final da primavera. Na verdade, a rua estava tão cheia, que no começo não percebi que alguém estava andando ao meu lado. Apressei o passo, mas ele me acompanhou. Olhei para cima, irritada, esperando ver um sem-teto ou, talvez, um frequentador de bar bêbado que tentaria me envolver em uma conversa. Meu estômago revirou e o coração pulou na minha garganta. Era o estranho do bar. Sr. X. — Olá, — disse ele. Sua voz era suave, mas havia uma rouquidão que não lembro de ter ouvido antes. — Oi, — falei. Engoli em seco. Parte de mim estava nervosa e um pouco assustada. Obviamente, este homem tinha me esperado fora do bar. A minha outra parte estava cheia de emoção. — Não quis continuar festejando? — Sr. X me perguntou alegremente. — Não. Eu, hum, tenho que acordar cedo amanhã. — Em um sábado? — Ele pareceu surpreso com isso, o que não fazia muito sentido. Da forma como ele estava vestido, assumi que ele era outro advogado ou talvez trabalhasse com finanças. Não deveria ter se surpreendido pelo fato de eu ter que acordar cedo em um sábado. — Sim. Meu plano original era pegar um táxi e voltar para o meu apartamento. O meu pequeno estúdio ficava a quinze quarteirões de distância, e não estava com vontade de andar tanto, mesmo que a noite estivesse quente. Meus pés estavam me matando por causa dos saltos que estava usando. Mas, agora, que este homem estava ao meu lado, não queria que nosso tempo juntos terminasse. Estava disposta a continuar andando, se isso significasse que podíamos continuar conversando. Nós viramos a esquina e entramos em uma rua lateral, e a multidão começou a diminuir. Não haviam bares e restaurantes nesta área, e a maioria das lojas de varejo estavam fechadas.
Um segundo depois, o homem agarrou a minha mão e me puxou para um espaço entre os prédios. — O que você está fazendo? — Perguntei quando ele pressionou o corpo contra o meu. Estendi a mão e tentei afastá-lo, mas ele era muito forte, seu peito era como uma rocha sólida. Meus nervos estavam em chamas, todos os sentidos em alerta enquanto inspirava seu cheiro, uma mistura inebriante de álcool e água de colônia. Ele não respondeu, apenas me deu um sorriso diabólico antes de recuar alguns passos. —Se você quiser ir, vá. — Seu tom deixou claro que ele sabia que eu não ia a lugar nenhum. Minha respiração estava ofegante. Ele passou a língua nos lábios lentamente e, então, seu olhar viajou até o meu corpo, como se estivesse tentando decidir exatamente o que fazer comigo. Ele não se moveu durante o que pareceu ser um tempo agonizantemente longo. Nós ficamos parados lá, nossos olhares presos um no outro. Ele aguardava, eu podia dizer, esperando eu ir embora, esperando que eu decidisse que não podia lidar com o que quer que ele estava prestes a fazer comigo. Minha cabeça estava gritando para eu correr, fugir. Meu corpo estava gritando o oposto. Então, mantive a minha posição. E, finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, ele deu um passo na minha direção. Ele segurou meus ombros, passou as mãos pelos meus braços e sobre o X que ele tinha desenhado mais cedo. Sorriu com satisfação diante da marca, antes de levantar os olhos até encontrar os meus. — Agora, — ele murmurou. — Você é minha. E, então, seus lábios caíram sobre os meus. Nunca experimentei um beijo assim, antes. Ele tinha gosto de hortelã e álcool. Seus lábios eram suaves, mas sua pele tinha uma barba por fazer áspera, e essa diferença de sensações enviou uma explosão de calor através de todo o meu ser. Meus mamilos se apertaram quando ele empurrou o corpo contra o meu, sua língua sondando a minha boca.
Ele recuou, em seguida, estendeu a mão e agarrou a minha mão, puxando o meu braço direito para cima da minha cabeça. Repetiu essa manobra com o braço esquerdo, até que ambas as minhas mãos estavam acima da minha cabeça e contra a parede do prédio atrás de mim. Ele me segurou com uma mão, e usou a outra para puxar para baixo a parte superior do meu vestido, depois sorriu diabolicamente quando puxou meu sutiã para baixo. Meus mamilos se contraíram ainda mais quando o ar frio atingiu a minha pele, e mordi o lábio para não gritar. Parte de mim sabia que isso era errado, e meu cérebro gritou comigo para lhe dizer para parar, para correr, sair de lá. Mas meu corpo estava em chamas. Nunca quis alguém, tanto quanto eu queria que este homem, agora, neste exato momento. Ele passou a ponta do dedo sobre o meu mamilo, e eu gemi. — Shhhh, — ele ordenou, levando o dedo até meus lábios. — Quieta. Fiquei com medo de que, se eu emitisse outro som, ele me deixaria, então mordi o lábio para não gemer novamente. Ele parou por um momento e, então, me virou para que eu ficasse de frente para o edifício. Me empurrou contra a parede, minha bochecha batendo no tijolo áspero. Minhas mãos ainda estavam acima da minha cabeça, e ele estendeu a mão e puxou a pulseira de doces em torno do meu pulso. Dobrou o elástico em uma forma de oito, e colocou o outro laço em torno do meu outro pulso, efetivamente amarrando minhas mãos juntas. Puxou o elástico com força, usando-o para me manter no lugar. Sua outra mão se abaixou e puxou meu vestido para cima e, então, senti ele puxando minha calcinha para o lado. — Meu Deus, — Engasguei antes que pudesse evitar.
Sua mão agarrou minha boceta e, então, ele deslizou um dedo para dentro de mim. — Você está molhada para mim. Você está molhada para mim desde que desenhei o X em você, não é? Ninguém nunca tinha falado comigo assim antes. Era emocionante e assustador, ao mesmo tempo. Ele puxou a corda improvisada em torno dos meus pulsos com mais força. — Não estava? — Sim, — eu disse. — Sim, o quê? — Sim, estava molhada para você desde que desenhou em mim, no bar. Sua boca foi direto para a minha orelha, e as deliciosas cócegas da sua respiração me fizeram estremecer. Ele desabotoou as calças, e empurrou seu pau contra mim. Era duro e enorme. Meu coração acelerou ao pensar que talvez não conseguiria aguentá-lo. — Eu vou te foder agora, — ele sussurrou no meu ouvido. E, então, estava dentro de mim, me penetrando com um só golpe. Houve um breve lampejo de dor, mas eu estava tão molhada, tão excitada, que levou apenas um momento, antes de eu começar a sentir prazer. Tentei empurrar para trás, para tomá-lo dentro de mim, tanto quanto podia, mas ele agarrou a pulseira e puxou meus braços para trás, empurrando seu corpo contra o meu, me deixando saber que ele estava no comando. Ele me fodeu com força, dentro e fora, mais e mais rápido, me dando todo o seu pau, cada vez mais duro, mais e mais rápido, até que senti que o meu corpo ia entrar em combustão. — Goze para mim, — ele ordenou, e assim que as palavras saíram da sua boca, gozei para ele, o orgasmo assumindo todo o meu corpo, me fazendo gemer de prazer. Ele continuou bombeando dentro de mim, até que senti o seu gozo vir, dentro de mim.
Ele me segurou contra a parede por um momento, antes de soltar as minhas mãos. Haviam marcas onde o elástico da pulseira tinha cortado a minha carne. Minha respiração estava vindo em rajadas curtas, meu coração batendo tão rápido que eu podia sentir o sangue correndo pelo meu corpo. Cada um dos meus nervos estava em alerta, estimulados de forma tão intensa que era quase demais para suportar. O Sr. X empurrou meu cabelo para o lado e me beijou suavemente na parte de trás do pescoço. — Qual é o seu nome? — Ele sussurrou. — Charlotte, — falei. — Charlotte Holloway. — Charlotte, — ele repetiu a palavra, e o meu nome, que sempre tinha soado antiquado e simples, agora soava sexy e perigoso. Um segundo depois, ele se foi.
Ainda podia sentir os lábios dele na parte de trás do meu pescoço enquanto eu caminhava em direção ao metrô. O ar, de repente, parecia mais frio quando pisei na plataforma. Pessoas se aglomeravam ao meu redor, conversando e rindo, a maioria deles de bom humor, depois de uma noite boa. Mas tudo no qual eu conseguia pensar era nele. Meu rosto corou, pensando no que eu deixei ele fazer. Fiquei imaginando o que todos no vagão do metrô pensariam se soubessem que eu tinha acabado de deixar um estranho me foder em um beco. Era tão sujo, tão ruim, tão fora do normal do que
eu costumo fazer. Não foi nem mesmo um caso de uma noite! Um caso de uma noite tinha que durar uma noite inteira. Quando cheguei em casa, parei do lado de fora da porta do meu apartamento e fiz uma oração rápida para a minha companheira de quarto não estar em casa. Nicola era atriz e dançarina, e não era fora do comum ela passar a noite fora. Ela e os seus amigos do teatro gostavam de dormir o dia todo e, em seguida, passar a noite fora. Eu gostava da sua agenda. Gostava de ter o apartamento só para mim, não gostava de ter que brigar pelo banheiro ou me preocupar com barulho quando estava tentando dormir. Tive sorte quando encontrei este apartamento, muitos dos meus colegas da faculdade de direito tinham terminado com quatro colegas de quarto ou em um apartamento em uma parte ruim da cidade. Meu apartamento era pequeno, mas era limpo e próximo ao campus. Fiz um Miojo e o comi na frente da TV, tentando me concentrar em um episódio de Bill Maher. Mas só conseguia pensar nele, sobre o que eu tinha feito, suas mãos sobre mim, o jeito que ele me marcou. Tomei um banho, mas me assegurei em não tirar o X do meu pulso. Era a única lembrança que eu tinha dele, e sabia que era bobagem, mas queria mantê-la. Era meia-noite quando fui para a cama, e rolei na cama por um tempo até que, finalmente, caí em um sono profundo. Meu celular me acordou algumas horas mais tarde. Tateei em busca do celular, meu coração batendo. Haviam apenas duas pessoas que me chamariam a esta hora da noite, minha mãe, ou o Josh. Era o Josh. —Worthington está aqui, — disse ele. — No escritório. Parece coisa grande. — Estarei aí, logo.
Trinta minutos mais tarde, às três e meia da manhã, estava subindo os degraus do Hinton Hall, indo para o escritório do Professor Worthington. Quando cheguei lá, Josh estava sentado em um dos bancos de madeira que se alinhavam no corredor. — Roupa bonita, — comentou ironicamente. Eu estava usando uma saia lápis preta e uma blusa branca de seda. Worthington era um pouco sexista, e se você quisesse chegar à frente na sua classe e se fosse do sexo feminino, tinha que se esforçar mais. O que significava não chegar parecendo como uma pateta, nem mesmo às três e meia da manhã. — Qual é a situação? — Perguntei, ignorando seu comentário. — Ele chegou logo antes de mandar chamar você. Parecia agitado. E tomava um café. Balancei a cabeça. Worthington ensinava à nossa classe introdução aos delitos, mas era um advogado figurão à sua própria maneira. Ele, às vezes, pegava estudantes de direito para fazer uma investigação ou para fazer o trabalho duro para ele, nos seus casos. A experiência era insubstituível. Worthington era notório por escolher quem quer que estivesse mais próximo a ele para ajudar, tinha seus próprios métodos e não parecia ter tempo para escolher os alunos com base em seus méritos. Então, Josh e eu, às vezes, nos revezávamos sentados nas grandes cadeiras no saguão do Hinton, onde o Worthington tinha seu escritório. Tínhamos que estudar e esperávamos que, talvez, se estivéssemos com o Worthington quando alguma coisa acontecesse. — Ele estava... A porta do escritório do Worthington abriu.
Ele nos viu ali de pé, e seu rosto foi marcado por um sorriso irônico. — Vocês dois, — disse, apontando para nós. — Preciso de vocês. — Sim, senhor, — falei. Meu coração acelerou e as palmas das minhas mãos estavam suando. Depois de apenas algumas semanas na faculdade de direito, estava, finalmente, tendo um pouco de ação. Peguei um caderno e me preparei para tomar notas. — Houve um assassinato, — disse o Worthington. Ele tomou o café, em seguida, esmagou o copo vazio do Starbucks na mão e o atirou na lata de lixo do corredor. Ele saltou fora da borda e caiu no chão. — Temos um cliente, uma pessoa importante. Ele não foi preso ainda, mas, por razões que não vou relatar, ele será um suspeito. — Ele olhou para nós, e me forcei a não me mover. Worthington era um advogado figurão, o tipo de advogado que demandava centenas de milhares de dólares em honorários. O que quer que este caso fosse, era grande. — O cliente é de alto perfil, — Worthington continuou. — Ele insistiu em se reunir com quem vai trabalhar com ele. — Ele nos olhou novamente, o olhar gelado. — Claro que vou ter pessoas do meu escritório neste assunto. Mas, se ele for acusado, vamos precisar de toda a ajuda que pudermos conseguir. Acima de tudo, preciso ter certeza da sua discrição. — É claro, — Josh e eu falamos. — Noah Cutler, — Worthington disse, — é o cliente. Me forcei a não demonstrar nenhuma reação. Mas é claro que eu sabia quem era Noah Cutler. Era um advogado à sua maneira, mas não do tipo que você encontra listado nas páginas amarelas. Era um certo tipo de advogado, o tipo de advogado que você liga quando está metido em um monte de problemas, o tipo de advogado no qual você pode contar para cuidar das coisas, em muitos níveis diferentes. Rumores o tinham rondado durante anos - que ele não tinha medo de quebrar as leis, que ia ser expulso da ordem, que recebia subornos e estava na folha de pagamento da máfia. Estava constantemente sendo repreendido, constantemente ficando preso por desacato ao tribunal. Mas não era desprezível, na verdade, ele era uma lenda.
— Por que o seu próprio pessoal não está trabalhando para ele? — Perguntou Josh. Foi recompensado com um olhar latente do Worthington. — Porque é um conflito de interesses, — disse Worthington. — Ele não vai querer seu próprio escritório fuçando nos seus assuntos. — Ele suspirou. — Ouça, quanto menos detalhes vocês souberem, melhor. Não preciso que vocês façam um monte de perguntas idiotas. — Para que você precisa de nós? — Perguntei. De maneira nenhuma ia deixar o Josh arruinar aquilo para mim, tentando brincar de advogado. — Agora, vou precisar que vocês se dirijam ao escritório do Sr. Cutler, no centro da cidade, para se encontrarem com ele. Ele quer conhecer cada um de vocês pessoalmente para se certificar de que ficará confortável trabalhando com vocês. — Agora? — Perguntou o Josh. — Sim, agora, — Worthington falou, balançando a cabeça como se não pudesse acreditar na nossa estupidez. — Vou enviar uma mensagem com o endereço.
Dez minutos depois, Josh e eu estávamos na parte de trás de um carro preto, acelerando em direção ao centro da cidade. Josh estava no seu iPad, fazendo anotações e destacando artigos. Não estava compartilhando nada daquilo comigo. Josh e eu não éramos, exatamente, amigos íntimos. Na verdade, não éramos realmente amigos. Tínhamos um acordo de negócios. Uma vez que percebemos que nós dois gastaríamos todo o nosso tempo livre estudando no saguão do Hinton,
chegamos a um acordo. Se qualquer um de nós visse algo acontecendo com o Worthington, ligaríamos para o outro. Foi legal que o Josh me ligou hoje à noite. Ele poderia ter voltado atrás no nosso acordo e manter a informação para si mesmo. Mas agora que tinha feito isso, era cada um por si. O que significava que eu precisava descobrir tudo que podia sobre Noah Cutler. Pesquisei sua biografia na Wikipédia. Não havia muito sobre sua vida, exceto que ele cresceu em Camden, New Jersey. Mãe solteira. Bolsa de estudos na Rutgers, em seguida, para a faculdade de direito em Harvard. Ele começou a sua própria empresa logo que se formou, embora tivesse ofertas da maioria das grandes empresas. Rolei o cursor para baixo, fazendo anotações mentais, imaginando como ele era, se ele ia me fritar, me fazendo perguntas estúpidas como - Quantos ônibus temos nos Estados Unidos? - Os entrevistadores adoravam fazer perguntas como essa. Eles diziam que era porque queriam ver como era o seu processo de pensamento, descobrir como o seu cérebro funcionava. Mas suspeito que só gostavam de ver você se contorcer. Fui até a parte inferior da tela. E, então, engasguei. Alto. Havia uma foto do Noah Cutler na página da Wikipédia. Eu o reconheci imediatamente. Os frios olhos azuis, o cabelo escuro, o olhar ardente, o pequeno sorriso que fazia você pensar que ele se divertia com alguma coisa. Noah Cutler era o Sr. X.
Eu queria sair dali. Não queria entrar, não queria ficar cara a cara com ele. Como poderia? — Você vem? — Perguntou Josh. Ele estava de pé, na frente do edifício brilhante, esperando por mim. Olhei para cima. A construção estava escura exceto por uma luz em uma das janelas em torno do décimo andar. Imaginei Noah Cutler lá, esperando por esses dois estudantes de direito estúpidos irem conhecê-lo. O que ele faria quando percebesse que havia tido relações sexuais com um deles, apenas algumas horas antes? Eu precisava inventar uma desculpa. Precisava dizer que estava doente, muito doente, que ia vomitar ou desmaiar ou ter algum tipo de ataque de pânico. Mas, fazer isso seria suicídio profissional. Esta era a minha chance de fazer uma incursão na classe do Worthington, deixar a minha marca em uma carreira de uma forma, até agora, normal na faculdade de direito. Então, endireitei os ombros e segui o Josh para dentro do prédio. Percorremos o caminho pelo elevador até o décimo andar, em silêncio. Meu estômago se retorceu quando pisamos no carpete vermelho, e o chão se moveu debaixo de mim. Tropecei. — Opa, — Josh disse, agarrando o meu cotovelo. — Está tudo bem? — Estou bem. Me obriguei a ir em frente. Havia uma recepcionista sentada à mesa, uma moça bonita com cabelo escuro e brilhante, que caía em uma cortina perfeita pelas suas costas. Eu me perguntava o que ela pensou quando foi chamada para o trabalho às três da manhã, se ela sabia que o seu chefe era suspeito de um assassinato.
Um assassino! O homem com o qual eu transei podia ser um assassino. Minhas pernas tremiam, e me sentei em uma das cadeiras de couro na área da recepção sem pedir permissão. Felizmente, o Josh foi chamado primeiro. Voltou dez minutos depois, com um sorriso enorme e um polegar para cima. Era um bom sinal. Se o Josh estava saindo tão rapidamente e tão feliz, isso deve significar que o Noah Cutler não era um cara muito durão. — Charlotte? — Perguntou a recepcionista. — Você pode entrar, agora. Me levantei e caminhei lentamente pelo corredor. Havia uma luz brilhando do lado de fora de uma porta aberta, no final do corredor e me forcei a caminhar em direção a ela. Quando cheguei no escritório do Noah Cutler, ele estava sentado em sua mesa. Sua mesa era enorme e feita de cerejeira, de aparência cara. Esperava que ele estivesse agitado, verificando papéis ou fazendo ligações, o caos normal que você esperaria de alguém que está a ponto de ser acusado de assassinato. Mas, ou o Professor Worthington tinha exagerado na gravidade da situação, ou Noah Cutler tinha nervos de aço. — Entre, — disse ele, acenando com a mão para mim. Andei na direção da sua mesa, me certificando de caminhar cuidadosamente e dar pequenos passos. A última coisa que eu queria era tropeçar na frente do Noah Cutler. — Seu nome? — Perguntou. Ele se recostou na cadeira e cruzou as mãos no colo. Olhei para ele. Ele, realmente, vai fingir que não tinha acabado de fazer sexo comigo algumas horas atrás? Limpei a garganta. — Senhor Cutler, acho que... só quero que você saiba que... — Qual. É. O. Seu. Nome? — Charlotte. — Estava atordoada. Será que ele não se lembrava? Ou estava brincando comigo? Tive um flash da forma como ele sussurrou no meu ouvido, me
perguntou qual era o meu nome antes de sair. Me lembrei da maneira como ele deslizou dentro de mim, a maneira como eu o senti enterrado dentro de mim, o ritmo dos seus quadris enquanto ele me fodia. Meu rosto queimava. — Bem, Charlotte, — disse ele. — Tenho certeza que o Worthington lhe informou sobre o meu caso? — Não... quer dizer, ele apenas nos disse que você pode ser acusado de assassinato. — Talvez ele fosse fingir que aquela coisa toda nunca tinha acontecido. O que, honestamente, seria um alívio. O pensamento de ser acusado de assassinato pareceu diverti-lo. — Sim. — Ele balançou a cabeça. — E eu posso contar com a sua discrição completa no que se refere a este assunto? —Sim. Sim, claro. — Bom. — Ele balançou a cabeça. Então, se levantou e caminhou até a frente da mesa. Se sentou na borda de modo que ficou há apenas alguns centímetros de onde eu estava sentada. Ele não disse nada por um momento. Olhei para o chão e torci as mãos sobre o colo. — Pare de ficar se remexendo, — ele comandou. Minhas mãos se aquietaram. — Olhe nos meus olhos. Olhei para ele. A eletricidade que fluía através de mim parecia que ia me consumir, em uma onda que me tirou o fôlego. Sua proximidade era inebriante. Ainda podia sentir suas mãos sobre mim, seu pau dentro de mim, seus dedos, sua boca, sua presença, o seu domínio. — Eu posso contar com a sua discrição? — Ele repetiu, novamente. — Sim. — Assenti. — Em todas as coisas? — Claro. — Se ele estava falando sobre o que tinha acontecido no beco, não precisava se preocupar em me dizer nada. De maneira nenhuma ia admitir aquilo para alguém.
— Bom. — Ele estendeu a mão e pegou a minha, virando-a para inspecionar o meu pulso. O X ainda estava lá. Tentei puxar minha mão de volta, envergonhada. Mas ele a segurou firmemente. — Você deixou o X, — disse ele. — Não tive a oportunidade de lavá-lo. — A ponta do polegar traçou um círculo lento por cima do meu pulso, e eu estava com medo de que ele seria capaz de dizer quão rápido meu coração estava batendo. Ele levantou o olhar para o meu, olhando para mim com as pálpebras abaixadas. — Isso significa que você ainda é minha. — Oh. — Tentei soltar o pulso novamente e, desta vez, ele me soltou. —Eu… — Levante-se, por favor, — disse ele. Foi automático. Me levantei. Ele me olhou, os olhos tempestuosos, como se, talvez, estivesse descontente comigo. E mesmo que não fizesse sentido, eu nem sequer conhecia aquele homem, naquele momento tudo o que eu queria fazer era agradá-lo. — Abaixe, — disse ele. — Desculpe? — Balbuciei. Ele desencostou da mesa e começou a arregaçar as mangas. — Se curve sobre a mesa, por favor, — disse ele. Medo e excitação pulsaram através de mim. Ele ia me foder de novo? Eu o queria tanto. Meu corpo já estava pronto, os mamilos duros, a calcinha começando a ficar molhada. Mas se eu transasse com ele, de maneira nenhuma poderia trabalhar para ele. — Senhor. Cutler, — falei. — Eu não... isso não seria apropriado. — Agora você está preocupada em ser apropriada, Srta. Holloway? — Perguntou. Ele se aproximou de mim, ficando tão perto que podia sentir a respiração dele no meu rosto. — Depois do que fizemos anteriormente?
— Aquilo foi... foi diferente. — Minha decisão estava se dissolvendo, e tentei dar um passo para longe dele. Ele tinha o mesmo aroma picante de hortelã e água de colônia cara. — Como? — Isso foi antes de eu estar trabalhando para você. — Você não está trabalhando para mim, ainda, — ele disse, simplesmente. — Ainda tenho que ligar para o Worthington para que ele saiba que me sinto confortável com você. Olhei para ele em choque. Será que ele estava dizendo que, se eu não trepasse com ele, se eu não o deixasse me tomar em cima da mesa, ele não ia me contratar? Já tinha ouvido falar sobre esse tipo de coisa, e mesmo que eu tivesse a sensação que os meus colegas da faculdade de direito do sexo masculino eram levados mais a sério do que eu, nunca tinha sido tão descaradamente assediada. E não me importava se isso significava que a minha carreira na faculdade de Direito tinha acabado. Eu tinha os meus limites. E não importa o quanto eu o queria, não queria sentir que o meu trabalho dependia da minha vontade de ter relações sexuais. — Eu não vou trabalhar para você, Sr. Cutler, — falei, endireitando os ombros. — Obrigada pela sua consideração. Boa sorte com o seu caso. Me virei e saí da sala, lágrimas de humilhação queimando os meus olhos. Quando cheguei à área da recepção, Josh já tinha ido embora e a recepcionista não estava mais na sua mesa. Talvez o Josh estivesse lá embaixo. Mas, quando cheguei lá fora, não havia nem sinal dele. E nenhum sinal do carro que nos trouxe até aqui. Ótimo. Quando comecei a olhar para a rua procurando um táxi, meu celular começou a tocar.
— Charlotte, — a voz do outro lado disse. — É Worthington. — Professor, — falei, lutando para manter a voz firme. — Eu sinto muito. Eu não estava tentando... — Eu não sei o que você disse para o Cutler, mas ele adorou você. Bom trabalho. Ele quer que você no caso. — Oh! — Engoli em seco. Seria possível que o Noah Cutler tinha decidido que, já que eu fui firme, devia me contratar, depois de tudo? — Isso é ótimo. Estou tão feliz. Hum, há algo que eu e o Josh possamos fazer, hoje à noite? — Não, — disse ele. — Josh não vai trabalhar com ele. Cutler não sentiu uma boa vibração. — Oh. — Minha boca ficou seca. — Então serei apenas eu? — Sim, — disse ele. — Só você. — OK. Hum, há algo que eu devo fazer? — Não, por enquanto. Ele não foi acusado. Mas Noah Cutler é o seu pior inimigo. Vamos ter que ficar de olho nele, nos certificarmos que ele não estrague o próprio caso. Você entendeu? — Sim, senhor. Tinha outra chamada entrando na linha, então me despedi rapidamente do Worthington e respondi à chamada. — Charlotte? — Era Noah Cutler. Reconheci a voz imediatamente. Suave e rouca, com um leve toque de diversão. — Como você conseguiu esse número? — Soube que você foi encarregada da tarefa de se certificar que eu não entre em apuros. — Sim, — falei, decidindo tentar ser profissional. — Você precisa se certificar em ficar de fora, deixe o Professor Worthington cuidar das coisas. — Eu
esperava que parecesse que sabia do que eu estava falando. Desejei saber mais sobre o caso, mas se eu tinha aprendido alguma coisa nestes últimos meses, era que as pessoas achavam que estudantes de Direito eram melhores para serem vistos e não ouvidos. A porta do escritório se abriu e Noah Cutler veio caminhando para fora. Ele desligou o telefone e me deu aquele sorriso. — Oh, bem, — disse ele. — Você ainda está aqui. — Você mandou o carro embora? — Como ele fez tudo aquilo? — Sim. Aquele outro garoto era inútil. — Bem, obrigada, — falei, irritada. — Agora não tenho como ir para casa. — Você não vai para casa, — disse Noah. Notei pela primeira vez que havia um longo casaco preto pendurado no seu braço e ele estava segurando uma maleta. — Então, aonde é que eu vou? — Perguntei. — Comigo. — Aonde? — Para o meu apartamento. — Não. — Balancei a cabeça. — Não vou fazer sexo com você. Ele balançou a cabeça para mim, como se não pudesse acreditar que eu era tão presunçosa. — Ninguém disse nada sobre fazer sexo, Charlotte. Mas você ouviu o Worthington, eu preciso ser vigiado. Caso contrário, vou entrar em apuros. — Seus olhos brilhavam, e uma mistura inebriante de calor e desejo percorreu meu corpo. — Eu vou precisar de supervisão vinte e quatro horas por dia. Sua intenção era clara. Ele queria que eu fosse para o seu apartamento. Para que, pensei? O que ele faria que poderia deixá-lo com tantos problemas?
As palavras do Worthington ecoaram pela minha cabeça. Noah Cutler é o seu pior inimigo. Nós vamos ter que ficar de olho nele, certifique-se que ele não estrague seu próprio caso. — Isso é impossível, — disse para o Noah, erguendo o queixo. — Eu não posso ficar perto de você vinte e quatro horas por dia. — Por que não? — Ele se moveu para a frente, estendeu a mão e traçou uma linha embaixo do meu queixo, sobre os meus lábios, pela minha clavícula. Seus olhos brilhavam, um azul gelado. Deus, ele era lindo. Nunca tinha visto um homem assim tão lindo, tão próximo, antes. Eu tive relações sexuais com ele! Ele tinha me visto seminua, esteve dentro de mim. Senti meu rosto corar. Noah se inclinou para frente, com o rosto há, apenas, alguns centímetros do meu. —Você está pensando no que fizemos antes, Charlotte? — Ele respondeu, asperamente. — Porque eu estou. Balancei a cabeça. — Não, — menti. — Não estou pensando no que fizemos antes. — Não está? — Ele pressionou. — Você não está pensando no que sentiu ao me beijar, como o seu corpo ficou contra o meu, quando as minhas mãos estavam em você? — Ele estava se movendo para mais perto, agora, os lábios a poucos centímetros dos meus. — Porque eu não consegui parar de pensar nisso. A ponta do polegar roçou meu lábio inferior, e a sensação me deixou quase insana de tanta luxúria. — Vamos para o meu apartamento, — disse ele. — Nós podemos fazer o que você quiser. — O que eu quiser? — Repeti. — Prometo, — disse ele. — Nós vamos fazer o que você quiser.
Eu sabia que era uma mentira. Noah Cutler não era o tipo de homem que dava o controle a alguém. Ele fazia as regras. Ele sabia disso. Eu sabia. E nós dois sabíamos que eu iria para o apartamento com ele, de qualquer maneira.
No momento em que chegamos lá, tinha conseguido me controlar. Tive um tempo para me recompor, e meu coração tinha se acalmado um pouquinho. Pegamos o elevador até o apartamento do Noah, no trigésimo nono andar de um edifício ultra exclusivo no centro da cidade. — Eu não vou dormir com você de novo, — falei, enquanto o elevador começava a subir. — Seria extremamente antiprofissional para mim. — Charlotte, — disse o Noah novamente, suspirando. Ainda amava o jeito com o qual ele dizia o meu nome. — Por que você continua fazendo alusão ao fato de que nós vamos dormir juntos? Eu não disse tal coisa. — Você disse que não conseguia parar de pensar sobre o que fizemos antes. — Você quer dizer, quando levantei o seu vestido e fodi você em público? — Sim. — Eu devia estar ofendida por ele dizer essas palavras em voz alta, mas tudo o que elas fizeram foi me excitar. Quando saí do elevador, no corredor, Noah ficou parado na porta do apartamento. — Você tem certeza que quer fazer isso? — Perguntou. — Fazer o quê? — Entrar.
— Por que não? — Porque estou a ponto de ser preso por assassinato. — Você fez isso? — Você não vai gostar de saber. Revirei os olhos. — Se você está dizendo isso, significa que não fez. Ele destrancou a porta e a abriu, e nós entramos no apartamento dele. — Lugar agradável, — falei, tentando parecer indiferente. Tudo era lindo, em tons de marrom escuro e azul claro, todo em couro macio e suave. Enormes janelas davam uma ampla vista da cidade, e as luzes lá fora brilhavam na escuridão. — Obrigado. Gostaria de uma bebida? — Não, obrigada. Foi até o sofá e se sentou, olhando para mim. Me sentei na cadeira em frente a ele, e me perguntei, novamente, o que diabos eu estava fazendo ali. Estava tentando justificar dizendo a mim mesma que era porque queria causar uma boa impressão sobre o Noah para poder impressionar o Worthington. Mas a verdade era que, agora, não dava a mínima para o Worthington, ou para a faculdade de Direito, ou qualquer outra coisa. Tudo o que importava era o Noah. Queria beijá-lo novamente, sentir suas mãos no meu corpo. Parecia um pecado que eu só o tive por pouco tempo. — Eu realmente quero te beijar de novo, — disse ele com naturalidade. — Nada de beijo, — falei. — Por que não? — Porque você pode ser um assassino. — Você, realmente, acha que eu matei alguém?
— Não tenho certeza, — falei. Alisei minha saia. — Eu não sei nada sobre o crime. — O Worthington não te disse? — Não. — Balancei a cabeça. — Então, você não sabe que provavelmente vou ser preso? — Pensei que você era apenas um suspeito. — Sou suspeito porque sou a pessoa mais provável de ter feito isso. — Você não parece chateado. — Estou distraído. — Pelo quê? — Pela forma que os seus peitos estão nessa camisa. Corei diante da maneira como ele dizia aquelas coisas tão descaradamente sexuais. Pau. Peitos. Boceta. As palavras eram estranhas para mim. É claro que já tinha ouvido falar delas antes, mas, normalmente, apenas nos filmes. Certamente, não as ouvia todos os dias, e certamente não as dizia. — Você vai se levantar para mim? — Perguntou Noah. — Quero olhar para o seu corpo. Eu me levantei. —Vire-se. Me virei. Adorava que ele estivesse olhando para mim, que estivesse sendo tão descarado sobre o fato de que estava olhando para mim. — Deus, você é sexy, — ele respirou. — Você está deixando o meu pau duro, só de olhar para você. — Noah, — falei. — Isso não é... Quero dizer, nós realmente não deveríamos.
— Você quer parar? Balancei a cabeça. — Bom. Vire-se. Me virei. — Agora, curve-se. Me inclinei só um pouco. — Até embaixo, — Noah ordenou. — Todo o caminho até embaixo e segure os seus tornozelos. — Fiz o que ele disse, sentindo o ar frio atingir a pele nua da minha bunda. Eu estava usando uma tanga preta, não o tipo de coisa que costumo usar, mas quando usava saia, sempre ficava com medo das marcas da calcinha. — Você é sexy pra caralho, — Noah disse asperamente. — Venha aqui. Venha até mim. Me levantei e atravessei a sala até ele, que me puxou para o seu colo. A mão dele deslizou pela minha coxa, empurrando a minha saia. Sua outra mão deslizou até a parte de trás da minha cabeça, e me puxou na direção dele. — Vou te foder novamente, Charlotte, — ele disse. Eu podia sentir o pau duro contra mim, e gemi. — Desta vez, vou transar com você por um longo tempo. Você acha que pode lidar com isso? — Sim, — inspirei. — Diga que você quer que eu te foda. — Eu quero que você me foda, — falei. — Por favor, preciso que você me foda. — Diga o meu nome. — Mergulhou um dedo na minha boca e eu o chupei suavemente, observando seus olhos brilharem enquanto eu fazia isso. — Me foda, Noah, — sussurrei. — Por favor, eu quero que você me foda.
Ele me beijou tão suavemente, que foi uma surpresa depois de todas as coisas sujas que ele disse para mim. Sua língua era quente e perfeita, sua boca explorando a minha, sondando avidamente. Me empurrei contra a dureza do seu pau, mas assim como tinha feito antes, estendeu a mão e segurou meus quadris, me impedindo. — Não, — disse ele. — Você não vai controlar isso. Eu vou. E nós vamos bem devagar. Ele começou a desabotoar a camisa, parando assim que meus seios estavam expostos. Passou um dedo sobre o meu decote. — Eu vou explorar cada centímetro deles, todas essas suas curvas sexys. Você entende isso, Charlotte? — Sim, — falei. Eu estava pingando, agora, tão excitada que estava com medo de gozar sem ele nem mesmo me tocar. Ele levantou, as mãos agarrando minha bunda. Envolvi minhas pernas em torno dele e ele me pegou como se eu fosse nada, como se eu fosse tão leve como uma pluma. Enterrei meu rosto no ombro dele. Hesitei por, apenas, um segundo, exatamente antes dele me levar para o seu quarto. Se eu fizesse isso, se transasse com ele, não havia como voltar atrás. Na rua mais cedo, sim, foi sujo e fora do normal, mas eu não o conhecia, então. Agora, sabia exatamente quem ele era, alguém sobre quem eu conhecia a capacidade profissional, alguém que ia ser um cliente, se não meu, pelo menos, de maneira indireta. E ele podia ser um assassino. Eu não sabia nada sobre ele, exceto que o deixei me foder em um beco, e queria que ele me fodesse novamente. Queria que ele enterrasse o pênis dentro de mim, e explorasse cada centímetro do meu corpo do jeito que ele disse que faria. O pensamento dele não fazer isso era quase insuportável.
Ele abriu a porta do quarto e me deitou em sua cama enorme. Afundei nos lençóis, a minha respiração ofegante. — Você está pronta para isso, Charlotte? — Ele me perguntou, afastando meu cabelo para trás do rosto. Ele me beijou com ternura, seu corpo em cima do meu. — Sim, — falei. — Sim, estou pronta. Ele se levantou e desabotoou os botões da parte de cima da camisa, puxou a gravata e a usou para amarrar meus pulsos na cabeceira da cama. Suas mãos deslizaram sobre o meu corpo, sobre os meus seios, meus quadris, minha bunda. O seu olhar nunca deixando o meu. Eu era totalmente sua, para ele fazer o que quisesse, nua e amarrada, totalmente indefesa. Prendi a respiração e esperei.
Noah
Ela estava me enlouquecendo. Eu a queria mais do que quis qualquer outra mulher na minha vida. Mas ela não estava pronta para mim e para o tipo de demônio que atormentava a minha alma. Eu devia tê-la deixado em paz. Mas, simplesmente, não consegui evitar.
Continua no Livro Dois...