universidade federal de são joão del rei departamento de arquitetura, urbanismo e artes aplicadas
trabalho final de graduação dossiê:
espaços de memória: uma reformulação dos cemitérios
aluna:
Kathleen Michelle Amaral Resende orientadora: Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli São João del Rei Setembro de 2021
A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do Caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo. Me dêem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza. A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Por que eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho...
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.
Henry Scott Holland
Agradecimentos
Não é tão simples conseguir colocar em palavras todo o amor e gratidão pelas pessoas que tenho na minha vida. Apesar de árduo e cheio de imprevistos, o processo de desenvolvimento deste Trabalho Final de Graduação foi extremamente prazeroso. Por isso, sou muito grata aos meus amigos, em especial à Patrícia Carvalho, que me ajudou a definir meu tema (não poderia ter sido melhor!), e à Bruna Mattar, que esteve comigo até o último segundo e teve um papel importantíssimo no resultado final. À minha orientadora Lívia Muchinelli, não sei expressar meu sentimento por toda a compreensão durante todo o processo. Tê-la como orientadora foi uma surpresa maravilhosa! Admiro muito toda a humanidade que carrega consigo. Obrigada por abrir meus olhos para assuntos que me assustavam e por encarar esse tema tão diferente junto comigo. Por fim, e mais importante de tudo, todo o meu agradecimento para a minha família que sempre esteve do meu lado, tanto meus avós quanto tios e primos. À minha mãe Élen e ao meu pai Evaristo, palavras jamais expressariam o que eu sinto. Se cheguei até aqui hoje, devo absolutamente tudo a vocês. São minha inspiração, minha força e meu alicerce. Que um dia eu consiga ter pelo menos um pouco da grandeza que vejo em vocês. O mesmo é válido para o meu irmão Kévin, que é uma das pessoas com o maior coração e boa vontade que já conheci. Sempre disposto a me ajudar no que for, obrigada por tudo! Eu não sei o que seria de mim sem vocês! Dedico meu “Projeto Átimo” à minha avó Maria Auxiliadora de Andrade Amaral, que está logo ali “do outro lado do Caminho”, como diz Holland. Mas ‘vó’, a senhora sempre será a professorinha que me ensinou o “beabá” da vida. Todo o espaço da minha memória é seu!
Resumo
A morte sempre foi um tema difícil de ser trabalhado devido à resistência das pessoas em discuti-la, já que ela lida diretamente com sentimentos muito pessoais e negativos. A pandemia causada pelo COVID-19 no início de 2020 intensificou o contato e o medo desse acontecimento natural, porém em uma expansão assustadora. Em associação a isso, viu-se mais um problema nessa nova realidade: cemitérios superlotados tendo que lidar com um grande número de sepultamentos, tornando o processo menos humanitário e mais doloroso do que já era. Assim, surgiu o interesse em realizar um projeto arquitetônico e urbanístico para a cidade de São João del Rei, capaz de suprir a insuficiência espacial dos cemitérios da cidade, criar um ambiente de parque urbano que atenda a diferentes tipos de atividades e permitir uma ressignificação da morte no dia a dia das pessoas, ao associar ao luto a um ambiente de lazer. Para tal, houve uma revisão bibliográfica para entender a morte em diferentes culturas e religiões, uma entrevista com quem conhece o ambiente cemiterial e busca por referências projetuais. Dessa forma, foi possível propor um espaço que cumpre suas funções de cemitério e que, ao mesmo tempo, oferece a ambiência necessária para transformar a dor do luto em boas memórias, em bons momentos.
Sumário 1. Introdução: Cemitérios? Por quê? 2. Recorte do objeto 3. Objetivos 4. Metodologia 5. Uma discussão sobre a morte 5.1. A morte domada 5.2. A morte de si mesmo 5.3. A morte do outro 5.4. A morte interdita 5.5. A morte em diferentes visões 6. A questão da memória 7. A arte funerária ao longo do tempo: uma materialização da memória 8. Os cemitérios e sua relação com a cidade 9. Os cemitérios de São João del Rei e região e o espaço público 10. Elementos técnicos necessários para a elaboração do projeto de um cemitério 11. Os impactos do COVID-19 12. Estudos de caso 12.1. Mount Auburn Cemetery 12.2. Congressional Cemetery 13. Obras análogas 13.1. Memorial Brumadinho 13.2. Memorial às vítimas do coronavírus
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13.3. Q.R. Code 14. Entrevista 15. O processo de projeto 15.1. A escolha do terreno 15.2. Análise do terreno 15.3. Análise do entorno 15.4. Problemáticas > Diretrizes > Soluções projetuais 15.5. Questões sanitárias adotadas 16. O projeto 16.1. Átimo? Por quê? 16.2. A implantação 16.2.1. Área administrativa e de serviços internos 16.2.2. Área de velórios e capela ecumênica 16.2.3. Área de lazer e homenagem 16.2.4. Área de reflexão: Memorial COVID-19 16.2.5. Área de contemplação 17. Texturas e paisagismo do projeto 18. Conclusão 19. Anexo: Roteiro de entrevista 20. Referências bibliográficas
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1. Introdução: Cemitérios? Por quê?
Levando em consideração a pandemia de COVID-19 que registrou mais de quatro milhões e meio de mortes no mundo todo de março de 2020 a setembro de 2021, a discussão sobre a morte e os espaços que a abriga se tornou ainda mais relevante. O processo natural do fim da vida, por ser carregado de sentimentos negativos por parte de quem fica, passou a ser cada vez mais ignorado nos assuntos do dia a dia. Além de afastados da discussão, os cemitérios costumam ser espaços evitados na cidade, seja pelo o que representam, a forma como se dispõem internamente ou pelos sentimentos negativos já mencionados. Apesar de geralmente não serem considerados agradáveis, tais espaços são de fundamental importância para as cidades, recebendo grande parte das pessoas que se vão – caso não sejam cremadas e as urnas não sejam alocadas nesses locais – e sendo responsáveis inclusive pela questão de higiene, idealmente contendo a contaminação do solo pela decomposição. Devido a isso, houve a necessidade de desenvolver um espaço de memória que, mantendo as mesmas funções de um cemitério convencional, reformule seu uso como um espaço público da cidade capaz de oferecer qualidade ambiental e, possivelmente, de se transformar em um ponto de encontro com potencial turístico. Vê-se necessária uma maior presença de vegetação nesses locais, não para que a vida de árvores e flores seja um contraste com a morte humana, mas para que as pessoas se lembrem de que todos nós fazemos parte dessa mesma natureza. Por este motivo, intentou-se também fazer desse local um parque urbano. Pode ser que, com esse novo uso de tais espaços, haja uma ressignificação da morte e a dor do luto seja amenizada. Para que o projeto arquitetônico e urbanístico seja o mais abrangente possível, é preciso conhecer diferentes ritos e crenças com relação à morte, de maneira a oferecer conforto de forma subjetiva às pessoas. Pretendeu-se
também contribuir para a discussão acerca dos espaços fúnebres que, ao serem projetados com uma nova visão, possam atender a toda e qualquer pessoa que deseje um ambiente mais humanizado para receber aqueles que perderam, e um local favorável à reflexão e acolhimento nos momentos de dor. O projeto é localizado em São João del Rei, porém com possibilidade de atender toda a região. A pesquisa se deu, principalmente, por meio de revisão bibliográfica, onde se buscou entender qual a origem do medo da morte e por quais transformações o cemitério passou para que seja como conhecemos atualmente. Em suma, aspira-se mostrar outras visões que as pessoas podem ter sobre os cemitérios ao explorar suas potencialidades, de maneira a
tratar a morte não apenas como um fim, mas como o início de uma vida que valorize as memórias daqueles que partiram.
Por isso a definição de espaços de memória como uma reformulação dos cemitérios.
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2. Recorte do objeto
O projeto do cemitério reformulado a ser desenvolvido é situado em São João del Rei/MG, por ser uma cidade que atende toda a região. A escolha também foi feita pela observação de que a maioria dos cemitérios não possuem espaço para expansão, são ligados às igrejas católicas (portanto excludentes a pessoas de outras religiões, ou que não possuem nenhuma) e nem possuem como característica a presença da natureza de uma forma considerável, em se tratando de jardins e outras vegetações.
3. Objetivos O objetivo geral é desenvolver um espaço de memória que reformule o conceito pré-existente de cemitério de maneira a ressignificar o uso dos espaços fúnebres e sua relação com a cidade. Para alcançá-lo, é necessário conhecer os diferentes ritos e crenças com relação à morte, compreender a relação dos cemitérios e o espaço público, além de contribuir para a discussão acerca dos ambientes cemiteriais.
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4. Metodologia
Esta pesquisa possui um caráter exploratório de natureza aplicada que busca proporcionar uma maior familiaridade com o assunto “morte” e a relação das pessoas com o ambiente do cemitério. Foi adotada a seguinte metodologia: • Pesquisa bibliográfica (livros, artigos etc): autores que tratem das diferentes visões sobre a morte, de forma a identificar características de diversas culturas que possam auxiliar no processo de projeto de um ambiente fúnebre mais acolhedor; que analisem criticamente os cemitérios ocidentais e que tratem a questão da memória. • Pesquisa documental: quantos cemitérios existem na região, quais suas características, o que têm em comum etc. • Entrevista: buscar contato com alguém que conheça a realidade diária dos cemitérios. O objetivo é analisar e compreender as respostas e utilizar como um direcionamento para a elaboração de projeto, enfatizando os aspectos positivos e modificando o espaço de forma a eliminar ou reduzir os aspectos negativos. • Estudos de vencionais.
caso:
análise de no mínimo 2 (dois) cemitérios não-con-
• Elaboração do projeto arquitetônico/urbano a nível de projeto básico. Visitas, contatos e levantamentos necessários foram realizados de forma remota por questão de segurança devido ao COVID-19. 8
5. Uma discussão sobre a morte
É quase impossível, nos dias de hoje, discutir sobre a morte sem tomar como base as publicações de Philippe Ariès, um historiador francês que se aprofundou no tema da morte e a distinguiu em quatro etapas: a morte domada, a morte de si mesmo, a morte do outro e a morte interdita.
5.1. A morte domada
O principal ponto que caracteriza a morte como domada, é a familiaridade com que se lida com ela. A morte era vista como algo simples, comum. Vale lembrar que a expectativa de vida não era tão alta quanto no século XXI, portanto a morte era um acontecimento frequente. Para o cristão, bastava se deitar no leito com a cabeça voltada para o oriente, em direção a Jerusalém. Para o judeu, virar-se para a parede. (ARIÈS, 2012). O ato fúnebre tradicional (e aqui se diz mais sobre o cristianismo por ser a religião da maioria do ocidente) se iniciava com o moribundo repassando em sua mente todos os momentos de sua vida, uma atitude bastante característica do instante logo anterior à morte que é representada no cinema, por exemplo, com a famosa frase de “ver a sua vida passando diante dos seus olhos”. O segundo passo, segundo Ariès (2012, p. 37), é o de perdoar todos aqueles que lhe fizeram mal de alguma forma e estão ao redor de seu leito. O terceiro, é o momento de esquecer o mundo por um tempo e se direcionar a Deus. Primeiramente é realizada a confissão dos pecados, na companhia de um padre, para receber a extrema-unção. O padre irá purificá-lo por meio de incenso e água benta, processo repetido posteriormente no sepultamento. Após, são feitas as preces direcionadas a Deus, onde se clama pela salvação. Nenhuma palavra a mais é dita, mesmo que a morte se demore a chegar.
A morte é uma cerimônia pública, por isso o moribundo está sempre acompanhado, mesmo após a vida findada, por familiares, amigos, vizinhos e até mesmo as crianças. Todo o processo é realizado com calma, tranquilidade e antecedência, sem demonstrações dramáticas de luto e tristeza, atitudes bastante características do século XIX, por exemplo. A morte ainda é entendida como um processo natural. No entanto, isso se modifica com o passar do tempo e Ariès (2012) denomina a morte posterior como selvagem. Não se admitia mais a coexistência dos vivos e dos mortos em um mesmo lugar, então, devido a isso, os cemitérios passam a ocupar terrenos extra-urbe. Os espaços de morte se mantinham distantes tanto das vistas quanto das palavras. “A morte amedronta ao ponto de não mais ousarmos dizer seu nome.” (ARIÈS, 2012, p. 40). Assim se passa para a segunda etapa do entendimento da morte.
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5.2. A morte de si mesmo
FIGURA 1 - TRANSI DE RENATO DE CHALON. EFÍGIE REPRESENTADA EM ESTADO SEMI-DECOMPOSTO
Neste momento é onde se expressa o caráter individual da morte. O que marca essa tomada de consciência é a questão do julgamento ao qual o moribundo seria colocado. Nele, Deus e sua corte colocaria a pessoa à prova em uma última tentação: ele veria toda a sua vida e seus pecados, e seria a sua atitude diante desses erros que determinaria sua eternidade, se iria para o paraíso ou para o inferno. Os rituais passam a ter uma carga muito maior de emoção que não existia anteriormente. (ARIÈS, 2012). A dramaticidade também é exacerbada nas representações, onde começam a aparecer objetos macabros como crânios, ossos e cadáveres semi-decompostos. “A decomposição é o sinal do fracasso do homem, e neste ponto reside, sem dúvida, o sentido do macabro, que faz desse fracasso um fenômeno novo e original.” (ARIÈS, 2012, p. 59). O homem da Idade Média tem consciência que sua vida é curta e que a morte romperia com todas as suas ambições, além do seu apego às coisas e pessoas que tem em vida. Por isso, na segunda metade da Idade Média (século XII ao XV), ele reconhece sua própria identidade. “A morte tornou-se o lugar em que o homem melhor tomou consciência de si mesmo”. (ARIÈS, 2012, p. 61).
O homem das sociedades tradicionais, que era não só o da primeira fase da Idade Média mas também o de todas as culturas populares e orais, resignava-se sem grande dificuldade à ideia de sermos todos mortais. Desde meados da Idade Média, o homem ocidental rico, poderoso ou letrado reconhece a si próprio em sua morte – descobriu a morte de si mesmo. (ARIÈS, 2012, p. 65).
Esculpida por: Ligier Richier. Foto: Havang(nl).
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5.3. A morte do outro Ao gerar saudade e lembrança, a morte do outro fez com que, nos séculos XIX e XX, um novo culto dos túmulos e dos cemitérios surgisse. O temor pela morte aumenta e ela é vista como apavorante e obsessiva, pois se entende que ela causa uma ruptura, uma separação entre as pessoas. Por este motivo a expressão do sofrimento é muito mais dramática e intensificada. Mostrar o seu luto se torna necessário. (ARIÈS, 2012). Curiosamente, talvez pela paixão demonstrada ao falecimento de alguém próximo, a morte toma um sentido erótico, tão transgressora quanto o ato sexual. A morte é associada ao amor, porém ela “não será desejável, como nos romances macabros, mas sim, admirável por sua beleza: é a morte que chamaremos de romântica, de Lamartine na França, da Família Brontë na Inglaterra, de Mark Twain na América.”. (ARIÈS, 2012, p. 68). Do fim da Idade Média ao século XVIII, era estabelecido que a família do falecido deveria demonstrar sua dor durante um certo período de tempo, mesmo que ela não existisse. Outra função do luto era o de ajudar aqueles mais próximos de quem se foi, fazendo-os participar de eventos sociais, para evitar que a dor fosse demasiada. Conforme Ariès (2012), o século XIX foi a época em que o luto foi mais intenso. Haviam choros, desmaios e jejuns. É o luto considerado histérico. Pelo apego existente no período, houve uma inovação quanto aos cemitérios. O cemitério passa a ter um caráter não tão coletivo quanto antes, já que agora o local onde o corpo foi enterrado passaria a ser uma propriedade do morto e sua família. Além disso, também surgiu o desejo de enterrar os familiares nas próprias casas. Tanto de uma forma, quanto de outra, a intenção era que se pudesse demonstrar o afeto e a saudade com o hábito de colocar flores nos túmulos, uma forma de cultivar a lembrança.
FIGURA 2 - O ÊXTASE DE SANTA TERESA. FEIÇÃO QUE EXPRESSA EROTISMO MOMENTOS ANTES DE SER TRANSPASSADA POR UMA FLECHA
Esculpida por: Gian Lorenzo Bernini.Foto: Autor desconhecido. Localização: Igreja Santa Maria della Vittoria, Itália.
A era vitoriana foi a mais marcada pelo luto. Havia uma regra com relação às vestimentas, principalmente para as mulheres. O “luto profundo/pesado” exigia que vestidos pretos fossem usados, com um tecido fosco, simples e sem adornos. Para os homens, terno, gravata e luvas pretas. No “luto ordinário” os vestidos poderiam ter detalhes em branco, como no colarinho e nas mangas. Já na última fase do luto, o “luto aliviado”, eram permitidos tecidos mais brilhantes como a seda e o veludo, além da renda. A utilização de cores como violeta, lilás e cinza indicavam o término do luto. (KNACK, 2020). Outro item característico, apesar de já existente anteriormente, é a joia feita com o cabelo do falecido, que ganhou um destaque ainda maior no século XIX. Era uma forma de homenagem e de ter o “outro” sempre consigo. (KNACK, 2020). FIGURA 4 - RAINHA VITÓRIA COM TRAJE DE LUTO QUE NUNCA ABANDONOU APÓS A MORTE DO MARIDO
FIGURA 3 - JOIA FEITA COM CABELO
Foto: Autor desconhecido.
Foto: Autor desconhecido.
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5.4. A morte interdita A partir da segunda metade do século XIX, a morte começa a se tornar problemática, baseada em mentiras. Segundo Ariès (2012), a família do moribundo começa a não mais revelar seu estado de saúde. Agora, em um enorme contraste com o que acontecia previamente, a regra geral é evitar qualquer tipo de demonstração de tristeza, principalmente para o moribundo. O sofrimento é permitido, mas apenas às escondidas. Não se morre mais em casa rodeado de familiares e amigos, mas sozinho no hospital. Os ritos funerários são reduzidos ao mínimo considerado decente, com cerimônias discretas. Não se usam mais roupas escuras para demonstrar o luto. A cremação, uma opção mais recente no Brasil do século XXI e nem sempre bem aceita, é considerada uma ruptura radical demais, uma forma de fazer desaparecer muito rapidamente com tudo o que era o ente querido. Ariès (2012) nos faz pensar: visitam-se muito mais túmulos do que urnas. “A cremação exclui a peregrinação.” (ARIÈS, 2012, p. 88). Ao contrário da cremação, o embalsamento era uma recusa em aceitar a morte. “Estaríamos enganados do princípio ao fim se atribuíssemos essa fuga diante da morte a uma indiferença em relação aos mortos. Na realidade, o contrário é que é verdadeiro.”. (ARIÈS, 2012, p. 88). O sociólogo inglês Geoffrey Gorer (apud ARIÈS, 2012) entende que a morte, no século XX, substituiu o sexo ao se tornar um tabu. Não por acaso ele possui um artigo com o título de “The pornography of death”, ou, em tradução livre, “A pornografia da morte”. E, ao se falar de transgressão, também retorna a mistura do erotismo com a morte na literatura macabra. A interdição da morte, ou seja, a proibição de que ela seja de fato sentida pelos mais próximos, surge com a necessidade de preservar a felicidade, algo que surgiu nos Estados Unidos da América no século XX:
Uma causalidade imediata aparece prontamente: a necessidade da felicidade, o dever moral e a obrigação social de contribuir para a felicidade coletiva, evitando toda causa de tristeza e aborrecimento, mantendo um ar de estar sempre feliz, mesmo se estamos no fundo da depressão. Demonstrando algum sinal de tristeza, peca-se contra a felicidade, que é posta em questão, e a sociedade arrisca-se, então, a perder sua razão de ser. (ARIÈS, 2012, p. 89).
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5.5. A morte em diferentes visões
Como um complemento para a discussão, Godelier, antropólogo francês que fez a organização do livro “Sobre a Morte”, reuniu pesquisadores das áreas de antropologia, filosofia, história e religião para entender a morte como um dos fundamentos das nossas sociedades, analisando os diferentes ritos funerários e o que todos eles podem ter em comum. Começando pela Grécia antiga, registra-se que os gregos eram um povo que repudiava o envelhecimento, o viam como degradante pois, com o tempo, não se possui mais a mesma vitalidade, perde-se as forças e a beleza. Basicamente os gregos odiavam tudo aquilo que os diferenciava dos deuses. É bastante observável nas representações, principalmente nas estátuas, como sempre representavam corpos belos e jovens, cheios de força. Para evitar as consequências que o passar dos anos trazia, a morte era a solução. (GODELIER, 2017). O que baseava a vida na Grécia nesse momento, segundo Godelier (2017, p. 48), é a visão. Nascer significava ver a luz do dia, viver era ver os outros e ser visto, e a morte era o fechar dos olhos, interrompendo a visão do mundo e se direcionando para o mundo de Hades: o mundo invisível (“A-idès: não visível”). O moribundo possui tudo aquilo que deveria ser ocultado pelo túmulo: “o ricto facial, o alongamento das unhas, o ressecamento e a intumescência, o apodrecimento, a emanação de fluidos corporais e a poeira.”. (GODELIER, 2017, p. 49). Em se tratando de gênero, a mulher possuía um papel importante nos ritos fúnebres ao serem aquelas que manifestariam o luto com gritos e lamentações. A principal função dos rituais é deixar bem estabelecida a separação entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos que, se não fossem executados corretamente, fariam com que as almas passassem a atormentar aqueles que aqui ficaram. Sejam os mortos incinerados ou enterrados, os vivos realizavam suas homenagens visitando os túmulos, com oferendas e
comemorações. Um dos rituais era o dia das “marmitas” na festa das Antestérias, nas quais marmitas de mingau eram servidas aos mortos e, após todos se protegerem em suas casas, dizia-se: “Fora daqui, as Queres — os Mortos”. (GODELIER, 2017). O medo da pós-morte gerava ceFIGURA 5 - ESTÁTUA DE ALEXANDRE, O GRANDE. REPRESENTAÇÃO GREGA QUE rimônias de purificação lucrativas. MOSTRA JUVENTUDE, BELEZA E VITALIDADE Com seu conteúdo secreto, elas ensinavam por quais caminhos o falecido deveria seguir quando morresse para que fossem alcançados bons destinos ao invés das trevas, que era o mundo de Hades. Porém, apesar da existência de tais cerimônias, os gregos focavam naquilo que acontecia na Terra, porque seu desejo era de que partissem deixando uma boa reputação. Por isso a morte em combate era considerada a “bela morte” (kalos thanatos), pois ela seria uma marca da sua vida, e sua memória permaneceria no mundo dos vivos. (GODELIER, 2017).
Esculpida por: Autor desconhecido. Foto: Tkbwikmed. Localização: Istanbul Archaeology Museum, Turquia.
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Já com relação ao islã, que é uma religião da salvação, os muçulmanos acreditam que o fim de todas as coisas é o dia do Juízo Final. Nele, todas as suas atitudes durante a vida serão julgadas e isso determinará se irão para o paraíso ou para o inferno. Este é o motivo do medo da morte para o muçulmano: morrer sem ter se arrependido, sem ter quitado suas dívidas materiais ou espirituais, afinal, ela não seria apenas o fim natural da vida, um fato biológico. Além disso, a morte é representada como dolorosa, diversificada, lenta, penosa e difícil. “O ensinamento corânico predispõe o muçulmano a temer a morte não apenas porque ela o despoja da vida, mas também porque ela o reconduz a ele mesmo, à verdade oculta e solitária de sua alma e de suas escolhas.” (GODELIER, 2017, p. 143). De acordo com Godelier (2017), o sepultamento não é um ritual para encorajar o culto ao defunto. Tem-se que este sofre no túmulo tanto quanto os vivos. A simplicidade com que acontece o rito fúnebre demonstra humildade, e é realizada fielmente. “O corpo é lavado, envolvido em um sudário, a oração é recitada e o defunto é sepultado diretamente na terra, com o rosto voltado para Meca.” (GODELIER, 2017). Apesar da visita aos túmulos ser uma atitude de piedade, não é aconselhável o apego ao corpo do falecido. Aqueles que perderam suas vidas em combate “no caminho de Deus”, não possuem seus corpos lavados e são enterrados com as mesmas roupas que usavam em combate, pois Deus já teria os perdoado por seus pecados. Essa condição de mártir pode acabar influenciando algumas atitudes de amor pela morte, apesar de o desejo de morrer ser proibido pela Lei Divina, ao contrário do que acabamos de ver na Grécia antiga. (GODELIER, 2017).
FIGURA 6 - SEPULTAMENTO ISLÂMICO. O CORPO É LAVADO, ENVOLTO POR UM SUDÁRIO (ESPÉCIE DE LENÇOL) E COLOCADO DIRETAMENTE NA TERRA
Imagem: Folha de S. Paulo.
Se fosse possível, o mártir gostaria de voltar ao mundo para combater outra e outra vez, morrer outra e outra vez: “ele é um homem que, mesmo no paraíso, não para de se lamentar e a quem se pergunta: ‘Porque você se lamenta agora que está no paraíso?’ ‘Choro porque só fui morto em nome de Deus uma única vez e desejaria retornar para ser morto em seu nome múltiplas vezes’”. (AL- GHAZÂLÎ, 12--, apud GODELIER, 2017, p. 151).
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Agora em se tratando da morte na Idade Média cristã, o cristianismo, religião também da salvação assim como o islã, possui a morte como o centro do culto divino: a morte de Cristo. Mas não só por isso. Godelier (2017) cita a
diversidade do suplício dos mártires [...] São João decapitado, São Pedro crucificado com a cabeça inclinada, São Bartolomeu escalpelado vivo, São Sebastião cravado de flechas, Santa Agnes com os seios decepados, Santa Catarina de Alexandria presa a uma roda cravada de lanças e depois decapitada e, ainda no século XVIII, São Pedro Mártir com uma faca ensangüentada trespassada em seu crânio. (GODELIER, 2017, p. 156). FIGURA 7 - CRISTO CRUXIFICADO
Imagem: Paramount Pictures Brasil (trailer do filme “Ben Hur”). FIGURA 8 - SÃO SEBASTIÃO CRAVADO POR FLECHAS
Pintura: Gerrit van Hopnthorst.
A morte é entendida como onipresente, e a vida seria apenas uma preparação para alcançá-la, considerando que se acredita que a verdadeira vida é a vida eterna após a morte. Por isso, a cultura cristã sempre se preocupou com seus mortos, seus corpos, sua sepultura e sua alma. E como forma de manter a memória daqueles que partiram, surgiram os “necrológios” ou “obituários”, que registram os nomes dessas pessoas. Para além disso, com o costume de se rezar pelos mortos, definiu-se o dia 2 de novembro, chamado Dia de Finados, um dia após o Dia de Todos os Santos. A crença é de que ao rezar pelas
almas dos finados, eles intercederiam pelos vivos juntamente com as forças celestes. (GODELIER, 2017, p. 158). Apesar do foco na Idade Média, nota-se a importância que se dá aos mortos até os dias de hoje, no século XXI, considerando que a data específica destinada a eles é um feriado nacional no Brasil. Tanto a paisagem urbana quanto a paisagem rural da época possuíam dois elementos relacionados aos mortos. O primeiro seria o cadafalso localizado na praça central da cidade onde aconteciam as execuções, algo impensável nos dias de hoje. O segundo, mais comum atualmente (apesar de ainda ser um local evitado) e de extrema importância, é o cemitério. Conforme Godelier (2017, p. 159), nos séculos XI e XII, o cemitério foi o local que reuniu as pessoas, a paróquia e a sociedade como um todo no feudo: a criação do cemitério permitiu o nascimento da cidade, fato histórico de suma importância cuja marca é extremamente característica da vida nas zonas rurais e da paisagem européia até os dias de hoje. Em todo caso, os mortos desempenharam um papel crucial na formação do espaço social e das redes características da “sociedade feudal”. (GODELIER, 2017, p. 159). FIGURA 9 - CADAFALSO
Imagem: PNGWING.
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O cemitério na Idade Média ficava ao lado da igreja, e vários elementos fúnebres eram pontos de referência para os vivos, incluindo sepulturas de pessoas comuns. O muro que cercava esse espaço de morte, além da função de manter animais afastados, tinha a função de marcar o caráter sagrado daquele solo, assim como era o da igreja. Os túmulos não eram identificados, já que era local de abrigo coletivo dos mortos, e as cruzes, símbolo tão marcante dos cemitérios posteriores, eram raras nesse período. (GODELIER, 2017, p. 159). Os ritos que acompanham a morte são públicos, passam por longos processos e se iniciam antes que ela aconteça, pois a morte ideal de um cristão é aquela em que ele pode se preparar para morrer. (GODELIER, 2017). O moribundo passa pelos seguintes processos:
porque, afinal, a morte também se trata de questões sociais, espaciais, históricas, políticas e, talvez principalmente, religiosas. FIGURA 10 - O LEITO DE MORTE DE PHILIPPE DE COMMYNES (DIPLOMATA, HISTORIADOR FRANCÊS E CONSELHEIRO DOS REIS LUÍS XI E CHARLES VIII)
1 Escolha do lugar da morte; 2 Cuida de seu corpo e ordena os funerais, junto à confraria; 3 Confessa-se para se livrar de seus pecados e recebe o “viático”, sacramento necessário para que pudesse passar desta para a vida eterna; 4 Pensa nas igrejas que irão rezar por sua alma. Tudo isso é feito acompanhado, pois nunca se deixa o moribundo ou seu corpo sozinho até o sepultamento. A realidade é que a morte havia se tornado um grande motor econômico baseado em trocas materiais (doações do moribundo para a igreja) e espirituais (missas e preces pela intercessão de sua alma, por vezes de maneira perpétua). (GODELIER, 2017, p. 167). Após a morte, acontece o “cortejo fúnebre que se dirigia ao cemitério, com os padres, os meninos do coro, as velas, os familiares em prantos, todos vestidos de preto, com as cabeças ocultas sob um capuz.”. (GODELIER, 2017, p. 168). Godelier (2017) conclui que não se deve pensar na morte ao longo do tempo considerando apenas a evolução das mentalidades
Pintura: Autor desconhecido.
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Tendo entendido a morte ocidental, partimos para o oriente (também representado pelo islã, mas agora em uma visão cultural que se distingue mais dos ocidentais). Na maioria das práticas da cultura chinesa, segundo Godelier (2017, p. 175), o falecido não perdia o seu status social após a morte, pois se fazia lembrar pelas marcas deixadas da sua virtude (lide), por meio de atitudes impactantes que teve em vida (ligong) e deixando palavras sábias para aqueles que ficaram (liyan). Talvez seja por isso que há a necessidade de preservar o corpo, tanto em vida quanto após a morte. Acredita-se que após a morte a pessoa pode se transformar em três espíritos diferentes. O primeiro seria um deus (shen), um tipo muito difícil de alcançar, são casos excepcionais. O segundo seria um ancestral (zuxian), quando todos os rituais são seguidos corretamente. Já o terceiro seria um espectro ou demônio (gui), que aconteceria nos casos de uma morte infeliz. A existência e a definição desses espíritos estão sempre relacionados à interação que o mundo dos vivos possui com seus mortos. Aqueles a quem não se prestava mais cultos se tornariam espíritos insignificantes, quase inexistentes. Isso também pode acontecer caso alguém tenha morrido sem que se pudesse ter um funeral que siga os rituais necessários de forma correta. Esses espectros poderiam, então, passar a perturbar os vivos. (GODELIER, 2017, p. 177). Em muitas religiões esse é o motivo da prática dos ritos funerários. Ao contrário de outras crenças, na China se entende que os mortos e os vivos coabitam o mesmo mundo, porém que possui duas dimensões: a dimensão yin (yinjian) que é invisível (dos mortos) e a dimensão yang (yangjian) que é a visível (dos vivos). As práticas sociorreligiosas são responsáveis pela interação entre elas. (GODELIER, 2017, p. 179). Existe uma preocupação muito grande quanto aos elaborados ritos funerários, contrastante com as práticas de preparação para a morte, que são bem mais simplificadas.
A morte para os chineses é um acontecimento público e as preparações para sua chegada são feitas com bastante antecedência. Assim como na Idade Média cristã, a escolha do local da morte também é determinada pelo próprio moribundo. O caixão é previamente comprado, assim como as roupas a serem utilizadas no luto (muitas vezes anos antes do conhecimento da proximidade da morte), e também há as preparações para as celebrações funerárias. Quando a morte se aproxima, o moribundo deve sair do seu quarto e se instalar em um leito que geralmente ficava na área de recepção da casa (ting). Ali, ele era lavado e vestido. A família deveria estar presente para quando chegasse o momento. (GODELIER, 2017). Logo após o falecimento, a comunidade era avisada e se iniciava uma manifestação intensa de luto e sofrimento (esses sentimentos nunca podem ser demonstrados ao moribundo antes da morte). As roupas a serem utilizadas no luto pelos parentes mais próximos variam de acordo com as castas. Há, então, a lavagem do cadáver, transferência de alimentos e de bens ao defunto (em forma de papéis que eram queimados), instalação da placa votiva ancestral pelo chefe do ritual, pagamento de especialistas e de músicos, fechamento do caixão (operação delicada para controlar os espíritos do morto), envio do caixão para fora da comunidade (livrando-a de uma possível contaminação) e a procissão funerária. (GODELIER, 2017, p. 188).
Apesar do caráter coletivo da morte na China, o sepultamento é apenas dedicado aos mais próximos do falecido. Em alguns casos demoravam-se anos para que acontecesse, como nos casos em que se guardava o caixão para esperar o cônjuge ir a óbito, com o objetivo de serem sepultados juntos. Existe também o sepultamento duplo, assim como é também realizado no ocidente: o morto é enterrado em um túmulo provisório, e alguns anos depois seus
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ossos são guardados em uma urna e colocados em outro túmulo, agora definitivo. A orientação do túmulo se dava por meio da geomancia, uma prática de adivinhação por meio da identificação de figuras formadas ao se jogar terra sobre uma superfície. (GODELIER, 2017). O túmulo era local de reuniões para prestar homenagens aos mortos, mas o principal local de culto era o templo familiar onde se instalavam as placas votivas funerárias. Ao honrar seus ancestrais, os vivos receberiam em troca bem-aventuranças. Apesar de a morte ser um acontecimento coletivo e individual pelo moribundo, também era político. (GODELIER, 2017). A devoção filial, uma das principais virtudes da sociedade chinesa, significa servir não somente aos pais, mas também ao príncipe. O Código FIGURA 11 - ALTAR CHINÊS COM PLACA VOTIVA COM DUPLO INTUITO: DETERMINAR NORMAS E CONDUTAS COM RELAÇÃO À ARTE MARCIAL CHINESA E PRESTAR CULTO AOS ANTEPASSADOS
Foto: Autor desconhecido.
da Dinastia Qing passou a determinar por quanto tempo o luto duraria e as vestes que deveriam ser utilizadas. Existiam cinco graus do luto, segundo o qual quanto menor o parentesco, menores seriam as exigências e demonstrações de luto. Por exemplo: quando o pai ou a mãe faleciam, o filho deveria cumprir o tempo máximo de luto (27 meses), utilizar vestes de cânhamo grosseiro (as mais humildes), sandália de material vegetal e a “bengala do luto”. Porém, quando era um filho que falecia, a exigência era menor. O tempo de luto era de um ano e as mesmas vestes anteriores deveriam ser usadas, porém aqui não seria necessária a bengala. (GODELIER, 2017). A partir do momento em que o partido comunista chinês entra no poder, os desfiles fúnebres começam a desaparecer no país. A ideologia ateísta e materialista chocou com brutalidade com os costumes e práticas com relação à morte. No período republicano, os rituais se reduziram ao mínimo necessário: foram introduzidos elementos ocidentais, houve a tentativa de implantar cemitérios públicos a nível nacional e a encorajar a cremação (prática comum aos budistas, mas contrária aos confucianistas que tinham como mandamento essencial a preservação da integridade do corpo). As manifestações de luto passaram a ser somente a “reunião em memória do morto, inclinação da cabeça, oferenda de flor, condolências rápidas e discretas oferecidas à família do defunto.” (GODELIER, 2017, p. 197). Com o desejo de morrerem no lugar de origem de seus ancestrais e com a proibição de idas e vindas entre campo e cidade, surgiram as chamadas instituições huiguan, que eram corporações comerciais e serviam como templo, residência e lugar de encontro para o armazenamento de caixões daqueles que queriam ser enterrados em locais mais distantes, praticamente impossível sob o maoismo. Essa foi uma tentativa de resistência e luta para manter seus antigos costumes e rituais funerários. (GODELIER, 2017). 18
Em um viés cultural completamente diferente do que vimos até aqui, temos o povo ticuna, um dos grupos mais importantes da Amazônia que vivem nas margens do Rio Amazonas. Apesar da discrepância da vivência indígena comparada à da maioria de nós, esse povo também teme a morte de uma forma coletiva. A morte é a consequência da perda do princípio vital, sendo que sua causa nunca é natural. Esse princípio é o grande objetivo do ser vivo, fortificado pela prática de rituais. É associado a outros dois: o que remete ao corpo e à identidade (adquirido no nascimento e mantido por toda a vida, tendo o sangue como seu suporte) e outro à energia (força que é intensificada por uma boa alimentação). (GODELIER, 2017). Ruídos ou cantos que são ouvidos fora de contexto são anunciadores da morte, segundo Godelier (2017), como o canto da arara azul ou de uma garça real duas vezes à noite em uma casa habitada. O canto de um falcão indica a morte de uma das pessoas que o ouviu, já o encontro com uma serpente indica a morte de algum familiar próximo. Quando uma pessoa morria antigamente, ela era colocada em uma urna funerária com tampa, com a face voltada para o sol nascente. Atualmente esse processo foi substituído pelo ato de envolver o defunto em uma capa de cortiça batida ou tecido. Ele é ornado com penas do pássaro tangara e um colar feito de miçangas e sementes, seu corpo é enrolado em uma rede e pendurado em dois pedaços de madeira fixados em um buraco. Evita-se qualquer contato do morto com a terra. Esses buracos podem ser cavados no centro da casa coletiva, no caso de pessoas “de prestígio”, ou na roça do falecido, no caso de pessoas comuns. Independente do local, essas zonas são guardadas na memória e evitadas. Quando o enterro ocorre dentro da casa, ela é queimada e o local é abandonado. Esse afastamento acontece por medo de que o espectro nachi-i (componente pós-morte) do falecido os assombre, pois há a crença de que seus ossos retornarão à sua habitação e suas terras, assumindo a forma de um pássaro crepuscular, um
FIGURA 12 - URNA FUNERÁRIA INDÍGENA (NÃO ESPECÍFICA DO POVO TICUNA)
Foto: Fundação Joaquim Nabuco. FIGURA 14 - URNA FUNERÁRIA INDÍGENA ENCONTRADA NO AMAZONAS
FIGURA 13 - PÁSSARO TANGARA
Foto: Field Projects International. FIGURA 15 - COLAR TICUNA DE FIBRA DE TUCUM COM SEMENTES DE AÇAÍ
Foto: Divulgação/Instituto Mamirauá.
Foto: We’e’ena Tikuna.
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bacurau, ou um sapo. O espectro pode atacar o princípio vital de quem o vir e trazer doenças que podem levar à morte se não forem curadas por um xamã (sacerdote indígena). (GODELIER, 2017). O povo ticuna, apesar do distanciamento dos mortos, possui o dia da festa dos mortos que ocorre em 1º de novembro. Os familiares vão até os cemitérios, acendem velas e levam comidas como “abacaxis, goma de mascar, pão, cerveja de mandioca etc.” (GODELIER, 2017). Nesse dia o princípio vital dos mortos se junta ao dos vivos. Quando as velas se apagam, os alimentos são consumidos. A partir disso o nome do falecido não é mais falado, apesar de ainda permanecer na memória, até que se caia no esquecimento. FIGURA 16 - DESENHO ESQUEMÁTICO DE SEPULTURA INDÍGENA
Fonte: Adaptado de Ribeiro (1996, p. 121). Reprodução: Camille Castelo Branco.
FIGURA 17 - EXEMPLO DE TÚMULO DO POVO BORORO
Foto: Museu do Índio.
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Assim como em todas as outras religiões aqui vistas, a umbanda não entende a morte do corpo físico como o fim da vida, apenas como o fim de um ciclo, uma passagem. Apesar da semelhança na suposição de que as atitudes em vida também influenciam no destino espiritual, a religião não acredita na ressurreição, em um messias ou salvador. Tem-se que as ações tidas em vida é que resultarão em um bom lugar nas esferas espirituais. O dia 2 de novembro, Dia de Finados, é a data em que o Orixá Omulu, Senhor da Morte e das transições do Universo, é louvado. Os pensamentos devem ser vibrados para os antepassados para que o Pai Omulu possa iluminar aqueles que ainda estiverem perdidos e ainda não encontraram a luz. Além dessa ligação direta com a morte, o Orixá lida com outras rupturas e com o fim de ciclos, seja em relacionamentos, empregos ou qualquer outro aspecto que tenha sua finitude determinada. (PARQUE DOS IPÊS, 2016). No fim da vida humana, a Umbanda possui um ritual fúnebre que é separada em duas partes. A primeira (com a presença do sacerdote, ajudante e um parente), tem o objetivo de purificar o corpo e o espírito ainda no necrotério antes que o corpo seja vestido. De acordo com Parque dos Ipês (2016), segue-se um processo: 1 Purificação do corpo com incenso: purifica e fortalece energicamente o espírito; 2 Purificação do corpo com água consagrada (o mesmo que a água benta para os católicos): diluição de qualquer energia material que ainda houver; 3 Cruzamento com a pemba (giz com formato cônico arredondado feito de calcário) consagrada: é feita uma cruz na testa, na garganta, no peito, no plexo (dois dedos acima do umbigo), no umbigo e nas costas das mãos e dos pés. Possui a função de neutralizar quaisquer iniciações
ou cruzamentos feitos em vida; 4 Aspersão com essências e óleos aromáticos: cria uma aura positiva e e evita eletrochoques energéticos. Isto feito e o falecido lavado e levado ao velório, momentos antes do enterro é realizada uma cerimônia social, a segunda parte do ritual fúnebre: a Apresentação do falecido: palavras positivas sobre sua vida e pessoa; b Palavras sobre a missão do espírito: sacerdote explica a vida eterna e o conceito de pós-morte; c Prece a Olorum (Deus, o Criador); d Canto a Oxalá com a Curimba (grupo responsável pelos toques e cantos sagrados da Umbanda); e Hino da Umbanda; f Canto a Obaluayê (Orixá das passagens): para conduzir o desencarnado; g Canto ao Orixá Regente do morto; h Despedida dos presentes ao falecido; i Fechamento do caixão; j Transporte do corpo ao cemitério; k Enterro do corpo: antes da cova ser fechada, o sacerdote assopra uma fina camada de pó de pemba para proteção do desencarnado; l Cruzamento da cova: o sacerdote cria um círculo de pó de pemba ao redor da cova e coloca quatro velas em formato de cruz. Esse procedimento garante proteção e evita que o espírito seja profanado por outros malignos.
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Todos esses elementos devem ser realizados com alegria, pois agora o desencarnado pode dar sequência à sua evolução espiritual. (PARQUE DOS IPÊS, 2016). Pudemos perceber que a maioria dos rituais da Umbanda relacionados à morte acontecem antes que o caixão seja fechado. Fica intrínseco então que, em um contexto de pandemia como estamos vivendo em 2020, os ritos fúnebres foram muito afetados, sendo impedidas suas realizações ou pelo menos modificadas e adaptadas à nova situação mundial.
Dentre todas as religiões e povos vistos aqui, o Espiritismo é a religião que melhor lida com a morte. Ela é vista como um processo natural da vida, apesar de a vida continuar no mundo espiritual. Ela é, então, o fim de uma experiência, uma passagem. Não se acredita na existência de céu ou inferno porque Deus não pune, ele apenas dá oportunidades para o desenvolvimento. O pós-morte é um período de aprendizado para que se encarne novamente sendo uma pessoa melhor. O destino ao desencarnar dependerá das atitudes em vida e do que é necessário para a evolução, por isso também não existe o sofrimento eterno, pois se deduz que em algum momento essa evolução acontecerá. Esse local é chamado pelos espíritas de colônia, local que oferece equipamentos para que o aprendizado aconteça. (NETO, 2013). A morte não deve ser temida, mas sim compreendida sem medos ou fantasias, com tranquilidade e gratidão por todas as experiências vividas, pelos aprendizados, pelas pessoas que amou ou foi amado. Não é pesada, e para entendê-la dessa forma é preciso que se prepare para quando ela chegar, afinal, ela sempre vem na hora certa. Como diz Neto (2013), a “modernização da morte” afastou as pessoas do seu acontecimento. Não há
tanto tempo assim que os velórios deixaram de acontecer em casa, seja na cozinha com o caixão em cima da mesa de jantar ou na sala. As crianças cresciam vendo esse costume e tratavam a morte como algo natural, o que de fato é. Ao transferir os últimos cuidados do moribundo para o hospital e os velórios para as funerárias, o fim da vida deixou de ser familiar e o medo aumentou de uma forma que se tem medo até mesmo de pronunciar a palavra “morte”. A cremação é permitida pelo Espiritismo, porém é recomendado que se dê um tempo para que o desencarne aconteça. Na verdade, o tempo estipulado pela lei já é o suficiente. O destino final do corpo não importa para os espíritas, porque o corpo físico já não representa mais quem foi o falecido. É por isso que é desestimulada a peregrinação no jazigo, assim como não vê como necessário o ato de levar flores para os mortos, porque a verdadeira homenagem é lembrar com alegria do ente querido, exaltando suas qualidades e os momentos vividos com amor. (NETO, 2013). A morte ensina a igualdade, humildade, resignação. Ensina-nos a filosofar e a autonomia. É compreensível o sofrimento ao perder uma pessoa, portanto o Espiritismo apoia que se chore se a vontade for chorar, mas que esse sofrimento não se estenda tanto a ponto de atrapalhar a própria vida. Não faz sentido o medo que muitas pessoas sentem daqueles que partiram. Se os amávamos em vida, por que seria diferente após a morte? “A morte está mais distante da mente ocidental hoje do que em qualquer outro período da história”. (CRZNARIC apud NETO, 2013).
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Uma atitude perante a morte ainda melhor e mais alegre que a anterior, na visão da autora que vos fala, é a dos mexicanos. O Día de los Muertos (Dia dos Mortos) no México, 2 de novembro, começa sua comemoração no dia 31 de outubro. Marcado por comidas, flores, músicas e velas, o dia reservado aos mortos tem o objetivo de render culto à Santa Morte e relembrar os entes queridos que partiram. Quando se pensa em México, uma das principais representações que vem à mente é a caveira florida e cheia de cores, batizada de La Catrina por Diego Rivera, ilustração de José Guadalupe Posada (1852-1913). A morte é um assunto tratado com familiaridade inclusive pelas crianças. (NETO, 2017). Não por acaso ela é o tema de produções infantis, como o curta “Día de los Muertos”, animação que já foi premiada, e os longas “Festa no Céu” (“The Book of Life”, no original) e “Viva - A Vida é uma Festa” (“Coco”, no original).
FIGURA 18 - LA CATRINA
Ilustração: José Guadalupe Posada.
FIGURA 19 - “SONHO DE UMA TARDE DE DOMINGO NA ALAMEDA CENTRAL”
Pintura: Diego Rivera.
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FIGURA 20 - ANIMAÇÃO “DIA DE LOS MUERTOS”
FIGURA 21 - ANIMAÇÃO “FESTA NO CÉU”
Imagem: Whoo Kazoo/TheCGBros.
FIGURA 23 - ALTAR MEXICANO PARA OS MORTOS
Imagem: 20th Century Studios.
FIGURA 22 - ANIMAÇÃO “VIVA - A VIDA É UMA FESTA”
Imagem: Pixar/Walt Disney Pictures.
“O mexicano não tem menos medo da morte, ele apenas não a oculta, nem se esconde dela” (PAZ, 1950 apud NETO, 2017). Nessa data festiva, existe a construção de altares para os falecidos. Há uma crença de que uma vez por anos os mortos visitam seus familiares, por isso as mesas fartas com as comidas favoritas dos falecidos. Alguns doces são característicos da data, como o “pão do morto”, que é um pão doce decorado com figuras de ossos e polvilhado com açúcar mascavo; além das caveirinhas de açúcar, um doce adorado principalmente pelas crianças. (EL PAÍS, 2014). A morte se torna tão comum que surgem as chamadas “caveirinhas literárias”, nas quais são escritos poemas irônicos que falam sobre a morte de uma pessoa ainda viva, geralmente algum político – uma forma de criticá-lo. Outra demonstração da presença dos mortos é o Museu das Múmias em Guanajuato, que expõe corpos exumados de 1865 a 1989 que foram mumificados pelo solo rico em nitratos e alume. (EL PAÍS, 2014).
Foto: Autor desconhecido.
FIGURA 24 - CEMITÉRIO MEXICANO NO DIA DOS MORTOS
Foto: Marco Ugarte.
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6. A questão da memória O conceito de memória que se busca enfatizar no desenvolvimento de uma nova forma de ver o cemitério, tem sua importância ao perceber que “O cemitério é um lugar privilegiado para entender uma cultura e seus aspectos simbólicos e artísticos” (ALMEIDA, 2016). Esses lugares de memória, como ainda afirma Almeida (2016), cultivam a memória individual e, por consequência, a coletiva. Por essa razão é que o espaço fúnebre deve oferecer um sentimento de pertencimento e de identidade, para que a sociedade ao redor veja o espaço como um ambiente cultural, que perpetuará as histórias e memórias daqueles que ali descansarem. Apesar de a relação com a morte ainda não ser tão tranquila e familiar, com o passar do tempo, a concepção de tal acontecimento se transformou. Observa-se hoje uma necessidade de amenizar a representação da arte funerária presente nos cemitérios, afastando-se do estilo macabro daqueles de outrora. Assim surgem os cemitérios-parque, que trazem a questão da memória de forma eficaz, porém menos dramática e com um viés mais esperançoso do pós-morte. (ALMEIDA, 2016). As experiências de Almeida (2016) com visitas ao Cemitério do Bonfim em Belo Horizonte, oferecem alguns direcionamentos que podem ser úteis quando se pretende tornar o espaço cemiterial um local com potencial turístico. Podem ser propostos eventos como palestras, receber visitantes, exibir filmes e propor debates. Para que isso aconteça, a estrutura administrativa do cemitério precisa ser bem organizada e os funcionários treinados; ademais, a manutenção deve ser constante para oferecer conforto a todos que frequentarem o local, independente do motivo de estarem ali. A presença de uma maior quantidade de pessoas incentiva os familiares dos falecidos a optar por um maior cuidado com túmulos. Esses novos usos dados ao cemitério permitem um diálogo crescente com a sociedade, transformando a relação entre as pessoas e tais espaços,
além de que proporcionam a produção de identidades, auxiliam a construção do pensamento e ação, no tocante à preservação, além da necessidade de reflexão acerca do cuidado com a memória coletiva, bem como da memória individual [...] educar para o futuro, pensando sobre o passado e estimulando, no presente, as iniciativas para a preservação das memórias e identidades. (ALMEIDA, 2016).
De acordo com Nogueira (2012), os cemitérios são lugares de memória por excelência, sendo esta cultuada pelo legado dos mortos de uma sociedade. No entanto, um apontamento curioso é feito por Halbwachs (1990, apud NOGUEIRA, 2012) e reafirmado por Nora posteriormente (1993, apud NOGUEIRA, 2012): a memória não se dá de forma espontânea. É imprescindível um espaço físico para que ela seja ativada e estimulada, pois a lembrança não surge do vazio. Existe sempre algo que incentiva seu surgimento, por isso a importância de espaços memoriais. “[...] evocar será relembrar e celebrar, e o cemitério será um espaço público e de confraria, microcosmo da cidade em que está inserido, e local de demonstrações de afetividades, com produções e reproduções de memória, de ficções e de civilidades.”. (NOGUEIRA, 2012).
Norma (1993 apud ARÉVALO, 2004) nos afirma que “só é lugar de memória se a imaginação o investe de uma aura simbólica [...] só entra na categoria se for objeto de um ritual”. Por sua vez, os rituais seriam, de acordo com a Enciclopédia Britânica (1953 apud ARÉVALO, 2004), “uma forma de se definir ou descrever os homens”, sendo “representantes do
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modo tradicional de comportamento em que se refletem, ao mesmo tempo, crenças idéias, atitudes e sentimento implícitos e explícitos”, pelo Guia Prático de Antropologia (1971 apud ARÉVALO, 2004). Ou seja, o ritual é um traço cultural com o papel de consolidar, totalizar e dar sentido a um grupo. (ARÉVALO, 2004). Os cemitérios são uma representação da própria cidade, e têm “como objetivo a reestruturação do presente” (NORA, 1993 apud NOGUEIRA, 2012). É possível perceber facilmente que na grande maioria dos cemitérios, as famílias com maior poder econômico se concentram na parte principal das necrópoles, restando as áreas periféricas ou de difícil acesso para aquelas menos favorecidas. O túmulo é a materialização da casa, individualizando o espaço. A cidade dos mortos se torna também a cidade dos vivos por todos os signos que carrega, cuja função de trazer lembranças acarreta em uma sensação de segurança e identidade. (NOGUEIRA, 2012). O Artigo 216 da Constituição Federal afirma que Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. (BRASIL, 1988).
Ainda que isso se aplique atualmente mais aos cemitérios tradicionais, e o que se pretende a partir desta pesquisa é o projeto de um novo cemitério, não podemos focar somente no passado. É importante que se entenda a relevância de que nós um dia seremos o passado e a história a ser contada pelo futuro. Nós seremos a memória daqueles que ainda virão e, consequentemente, o que aqui produzimos pode se tornar também um patrimônio cultural brasileiro. 26
7. A arte funerária ao longo do tempo: uma materialização da memória Ao longo dos séculos, as características da arquitetura fúnebre foram mudando de acordo com as religiões e o nível de familiaridade que as pessoas tinham com a morte. Salvo raras exceções, a arte funerária dá identidade, reforça e materializa a memória dos falecidos. Lembremos que a função dos ritos associados à morte é sempre relembrar quem foram as pessoas que partiram, não só para o consolo dos vivos, mas também para garantir paz e um bom destino final para os que morreram. A arte funerária faz sua parte ao não deixar que se tornem anônimos e sejam esquecidos. O cemitério da Idade Média e ainda nos séculos XVI e XVII consistia no pátio retangular da igreja, que tinha três dos seus lados preenchidos com arcadas ou carneiros. Acima destes ficavam os ossários, onde eram colocados crânios e outros ossos de forma artística, como um efeito decorativo. Esses ossos sem nenhuma identificação vinham de valas comuns nas quais os pobres eram enterrados sem caixão e amontoados uns sobre os outros. Os mais ricos eram sepultados no interior da igreja, porém ainda diretamente na terra. Nessa época, não havia uma preocupação com o corpo como existe atualmente. O que realmente importava era estar em solo sagrado. (ARIÈS, 2012). No fim da Idade Média, a representação macabra, segundo Huizinga e Tenenti (apud ARIÈS, 2012, p.152), significava, na verdade, o amor apaixonado pela vida. Posteriormente, a exibição dos ossários, por exemplo, passou a ser vista como uma violação da dignidade do morto. (ARIÈS, 2012, p. 76). As sepulturas individuais com inscrições, como conhecemos hoje, eram encontradas também na Roma antiga. Essas inscrições eram inúmeras e muito comuns até o início da época cristã. Isso se dá pela tomada de consciência da individualidade de cada um, além de ser uma forma de preservar a memória daqueles que partiram e identificar seus túmulos. No entanto, essas inscrições começam a se tornar escassas no século V, ficando
FIGURA 25 - OSSÁRIO DE SEDLEC: OSSOS DISPOSTOS DE FORMA ARTÍSTICA
Foto: Marcin Szala. Localização: Sedlec, subúrbio de Kutná Hora, República Checa.
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desaparecidas por cerca de 900 anos. Outro elemento funerário que também desaparece junto a essa última, são os “retratos” que costumavam ser representados nos sarcófagos de pedra junto aos nomes dos defuntos. Houve um período em que os mortos eram entregues à igreja por uma crença no sepultamento ad sanctos, ou seja, as pessoas tinham a necessidade de serem enterradas próximas das relíquias santas ou do altar. Com isso, dava-se muita atenção à alma e pouca ao corpo, cujo túmulo que o abrigava permaneceu anônimo por muito tempo. (ARIÈS, 2012, p. 62).
em oração, como se aguardassem por sua entrada no paraíso. FIGURA 27 - EFÍGIE JACENTE DE HENRIQUE II E CATARINA DE MÉDICI COM AS MÃOS EM ORAÇÃO
FIGURA 26 - INSCRIÇÃO DA LÁPIDE DE GRDEŠA (EM 1150 ELE FOI UM DOS COMANDANTES MILITARES DO EXÉRCITO DE UROŠ II DA SÉRVIA QUE LUTOU CONTRA O IMPÉRIO BIZANTINO), A MAIS ANTIGA ENCONTRADA ATÉ HOJE
Esculpido por: Germain Pilon. Foto: Leslie Livingston. Foto: Autor desconhecido.
No século XII, as inscrições reaparecem, assim como as representações do morto, conhecidas como efígies. Estas se desenvolvem quanto ao realismo, ao ponto de, no século XIV, serem feitas máscaras modeladas com o próprio rosto do falecido. De acordo com Ariès (2012, p. 63), houve uma grande evolução da arte funerária até o início do século XVII, que permitiu uma maior personalização das estátuas jacentes (efígies), representadas por vezes com as mãos cruzadas sobre o peito, símbolo que ainda é muito presente no século XXI, ou com as mãos
Outro item funerário se tornou um dos mais difundidos entre o século XII e XVIII (com um maior destaque para os séculos XVI, XVII e XVIII): as placas murais. Medindo de 20 a 40 cm, tais placas eram aplicadas nas paredes das igrejas tanto interna quanto externamente a elas. Continham as inscrições de “aqui jaz” com o nome, a data de falecimento e a função que a pessoa exercia em vida. Vemos aqui novamente a necessidade de identificação do túmulo e a tentativa de preservar a memória do finado. (ARIÈS, 2012, p. 64). “A recordação confere ao morto uma espécie de imortalidade,
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estranha ao começo do Cristianismo”. (ARIÈS, 2012, p. 77). Houve também uma maneira distinta de se fazer lembrar após a morte. Segundo Ariès (2012, p. 64), os testamentos adquiriram bastante força do século XIII ao século XVII. Além de expressar para quem seus bens seriam destinados, os moribundos também registravam seu desejo de que fossem realizadas preces na intenção da salvação de sua alma, muitas das vezes de forma perpétua. Esses desejos eram gravados em uma placa de pedra ou bronze, e seu objetivo principal não era de marcar o local exato do túmulo, mas, sim, de manter a identidade da pessoa falecida. Os túmulos do fim do século XVIII eram uma junção da pedra sepulcral que era fixada no chão e da pedra fundamental com as inscrições de “aqui jaz” fixada verticalmente em parede ou pilar. Aqui, o consenso geral é de que os cemitérios não deveriam estar inseridos dentro da cidade. Ao fim do século, a morte foi considerada uma ruptura ao mesmo tempo terrível e atraente, tão tabu quanto o ato sexual. (ARIÈS, 2012).
Ao contrário do anterior, o século XIX reconhecia que os cemitérios eram necessários às cidades, e o culto aos mortos era considerado uma forma de patriotismo. Houveram, neste momento, monumentos vitorianos que se inspiraram nas capelas neogóticas para a criação dos túmulos franceses. Porém, as representações da morte vão se tornando cada vez mais raras, pois neste século é onde se origina o medo da morte aparente e o medo de ser enterrado vivo, apesar dos raros acontecimentos. Imaginar e representar o cadáver e seu estado putrefato se torna repugnante, mas o erotismo macabro, como chama Ariès (2012, p. 151), se torna mais sutil ao se admirar a beleza do morto.
FIGURA 28 - TÚMULOS DO SÉCULO XVIII NO ADRO DA IGREJA DE SAINTT MARY THE VIRGIN, REINO UNIDO
FIGURA 29 - CEMITÉRIO PÈRE-LACHAISE, O MAIOR CEMITÉRIO DE PARIS.
Foto: Ethan Doyle White.
Foto: Autor desconhecido / Alamy Stock Photo.
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8. Os cemitérios e sua relação com a cidade
Que as pessoas temem a morte não é nenhuma novidade. Seja pelo caráter psicológico negativo ou pela preocupação quanto às questões de saúde pública, os cemitérios, desde a Antiguidade greco-romana, já se localizavam nas saídas das cidades. Havia uma crença de que o mundo dos vivos deveria manter distância do mundo dos mortos. (ARIÈS, 2012, p. 41). Ariès (2012), um dos principais historiadores com relação à morte, nos elucida quanto à relação dos cemitérios com a cidade. A morte, que anteriormente era entendida como próxima e familiar, algo que as pessoas lidavam de forma natural, se opõe totalmente ao que foi visto posteriormente e ainda o é. É por este motivo que ele denomina aquela como morte domada, e esta como selvagem. É por esse medo da morte que na Roma antiga houve, por exemplo, a proibição de enterros intra-urbe, determinada na Lei das Doze Tábuas. No entanto, após milênios de exclusão, a entrada dos mortos na cidade se deu pelos mártires de origem africana. Os primeiros eram enterrados fora da cidade e, com as crenças neles depositadas, outras sepulturas foram atraídas para o mesmo local. Com a construção de uma basílica, baseado na crença de que ser enterrado próximo às ossadas dos mártires poderia oferecer algum tipo de proteção, os cristãos também sentiram a necessidade de estarem próximos aos santos (ad sanctos). Para isso, construíram-se sarcófagos nas paredes ao redor do altar-mor das igrejas. Assim, o cemitério passa a não mais ter o isolamento com relação à igreja e ao meio urbano, se tornando um local também considerado sagrado e se localizando agora no coração das cidades. (ARIÈS, 2012).
A cidade dos mortos é o inverso da sociedade dos vivos ou, mais que o inverso, sua imagem, e sua imagem intemporal. Pois os mortos passaram pelo momento da mudança, e seus monumentos são os signos visíveis da perenidade da cidade. Assim, o cemitério retomou um lugar na cidade, lugar ao mesmo tempo físico e moral, que havia perdido no início da Idade Média mas que havia ocupado durante a Antiguidade. (ARIÈS, 2012, p. 78)
Curiosamente, de acordo com Ariès (2012, p. 47), os cemitérios se tornaram local de abrigo e refúgio. Não no sentido figurado de acolhimento de uma maneira subjetiva, mas casas foram construídas nesses espaços com privilégios fiscais e dominicais. Os cemitérios se tornaram, talvez para o espanto de um mundo contemporâneo, um lugar de encontro, onde aconteciam feiras, danças e jogos. Neste momento é fácil entender o porquê de Philippe Ariès denominar a morte como “domada”. “Estavam tão familiarizados com os mortos quanto com sua própria morte.” (ARIÈS, 2012, p. 49). Porém as mudanças acontecem e, em 1231, o Concílio de Rouen passa a proibir a coexistência de tais atitudes, consideradas como promiscuidade, e as sepulturas nos ambientes cemiteriais, com a ameaça de excomunhão. As pessoas ainda se sentiam confortáveis com essa interação, mas no século XVII começam a surgir intolerâncias quanto a isso, século este que também marca o início da tendência de se laicizar o cemitério devido à substituição do cemitério medieval pelas salas de catecismo. O cemitério ainda era próximo, porém não mais colado à igreja. (ARIÈS, 2012, p. 191). É válido acrescentar aqui como se deu a formação de um dos principais locais mais frequentados pelos turistas na França: as Catacumbas de Paris. Em 1763, o procurador-geral manifestou sua repugnância quanto aos
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cemitérios, caracterizando-os como foco de podridão e contágio. Na sua visão, eles deveriam ser destruídos e todas as carnes e ossos arrancados para serem escondidos em locais subterrâneos obscuros, ocultos das vistas e da luz do dia, de forma que não restasse nenhum vestígio ou lembrança.
FIGURA 30 - CATACUMBAS DE PARIS OSSOS DO CEMITÉRIO DE SAINT LANDRY
Foi exatamente o que se fez durante dois invernos consecutivos, de 1785 a 1787, no velho Cemitério dos Inocentes, [...] onde “se abriram quarenta ou cinquenta fossas comuns das quais se exumaram mais de 20.000 cadáveres com seus esquifes”, de onde se transportaram para as pedreiras de Paris, batizadas catacumbas pelas circunstâncias, mais de 1.000 carroças de ossadas. (ARIÈS, 2012, p. 195).
Haussmann, conhecido por seus planos para Paris, propôs suspender enterros para fechar os cemitérios, criando novos espaços para eles fora da cidade, que seriam interligados pela ferrovia que ficou conhecida como “Ferrovia dos Mortos”. Porém, devido à forte oposição da população, precisou interromper seu plano. As pessoas se apegaram à presença dos espaços de morte, entendendo que Haussmann “matará o culto dos mortos. Paris sem cemitérios não será mais uma cidade, e a França será decapitada”. (ARIÈS, 2012, p. 198). “O cemitério é o inverso das cidades, é o signo da solidariedade dos vivos, o ponto alto do patriotismo. Enfim, é o lugar destinado ao recolhimento e ao pensamento nos mortos, prolongando-os na lembrança.”. (ARIÈS, 2012, p. 201).
Foto: Autor desconhecido / Alamy Stock Photo.
FIGURA 31 - CATACUMBAS DE PARIS OSSOS DO ANTIGO CEMITÉRIO DE MAGDELEINE
Foto: Autor desconhecido / Alamy Stock Photo.
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9. Os cemitérios de São João del Rei e região e o espaço público São João del Rei, cidade localizada no Campo das Vertentes em Minas Gerais, com sua população estimada em 90.497 pessoas pelo IGBE (2020) e a taxa de mortalidade em 8,24 óbitos por mil habitantes (IBGE, 2017), está entre as principais cidades históricas mineiras. A cidade colonial e extremamente religiosa teve sua primeira capela, ainda na condição de arraial, dedicada a Nossa Senhora do Pilar. Porém, a capela veio a ser destruída no confronto entre os paulistas e os emboabas, sendo reconstruída em 1724. Com isso, a primeira igreja de fato a ser construída foi a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, feita pelos escravos da época e inaugurada em 1719. Ao longo do tempo, com a evolução de arraial para vila e posteriormente a cidade, o município que atualmente leva o apelido de “Cidade dos Sinos”, não por acaso, cresceu de forma impressionante quanto ao número de templos religiosos católicos (atualmente cerca de 24, entre catedral, igrejas, santuários, capelas e oratórios). A grande devoção aos santos se dá em São João del Rei desde sua formação, pois os santos são aqueles que intermedeiam entre o céu e o inferno, principalmente no momento da morte, servindo de protetores para os devotos. (MARTINS, 2015). A relação entre a morte e as igrejas católicas sempre foi muito forte, como pudemos ver até aqui. A morte é o centro da religião cristã, iniciando em Cristo crucificado, passando por todos os santos também representados pela morte (como São Sebastião cravado de flechas ou São João decapitado) e chegando ao fato de que no cristianismo a vida significa nada mais que uma preparação para a morte. Essa relação é ainda mais íntima quando se entende que o padre é o único intermediário possível na hora da morte e pode oferecer a absolvição para que, ao morrer, não se tenha como destino a danação eterna. É por isso que retomamos aqui a necessidade dos cristãos de serem enterrados nas igrejas, próximos aos santos e suas relíquias, na crença de
que isso seria uma forma de benção para a vida eterna. A utilização do solo sagrado da igreja para abrigar o corpo sem vida era uma prática comum, devido a uma maior familiaridade com a morte, inclusive em São João del Rei. A escolha da igreja na qual uma pessoa seria enterrada, segundo Martins (2015), principalmente nos casos de filiação em mais de uma irmandade/ordem, se dava por questão de status. Aqueles com maior poder, seja social ou econômico, costumavam escolher as ordens terceiras (Nossa Senhora do Carmo e São Francisco de Assis) por serem mais seletivas. Em contrapartida, os negros, sejam eles escravos ou libertos, geralmente tinham seu destino final junto a Nossa Senhora do Rosário. FIGURA 32 - CATEDRAL BASÍLICA DE NOSSA SENHORA DO PILAR
Foto: Ricardo André Frantz
FIGURA 33 - IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
Foto: Halley Pacheco de Oliveira
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FIGURA 34 - IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
Foto: Gisele Rocha
FIGURA 35 - IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Foto: Victor Hugo Mori
Tal costume de se enterrar nas igrejas durou até meados do século XIX e, a partir de 1820, começou a surgir o projeto higienista. Com uma nova visão da morte, os médicos passaram a ver os ritos fúnebres como um risco para a saúde pública. Entende-se que os gases gerados da decomposição dos cadáveres poderiam causar a contaminação do ar, tendo por consequência o perigo de surgirem doenças e epidemias. Os velórios que duravam mais de um dia passaram a ser denunciados, pois eram vistos como arriscados, além de serem considerados uma mentalidade atrasada e supersticiosa. Após a Independência, a ideologia liberal via a necessidade de que a herança colonial fosse superada e que, para o Brasil se desenvolver, era preciso uma higienização, ou seja, um zelo pela limpeza, organização, saneamento e o embelezamento das cidades. (MARTINS, 2015). Foi nesse contexto que os cemitérios surgiram no Brasil, incluindo em São João del Rei. “Segundo João José Reis, os médicos pediam pelo ocultamento do cadáver e pelo fim do ‘funeral-espetáculo’, isso porque a morte não deveria ser lembrada, por representar segundo eles, uma espécie de chamado.”. (MARTINS, 2015). Apesar dessa visão dos médicos, e que ainda hoje se observa a mesma sensação quase “sobrenatural” de que o contato
com a morte poderia atraí-la, a igreja acreditava no oposto: a morte deveria ser lembrada todos os dias. Então, para que se mantivessem satisfeitos ambos os lados, os cemitérios passaram a se instalar contíguos às igrejas. Assim, se manteria a proximidade aos santos e relíquias, e cumpriria a exigência de um projeto higienista. Os primeiros registros de enterros em cemitérios em São João del Rei data da década de 1830. Ao analisar a localização dos cemitérios e igrejas da cidade [vide mapa 1], tem-se que dos 7 (sete) cemitérios existentes, 6 (seis) estão diretamente ligados às igrejas católicas [vide mapa 2] (Cemitério das Mercês, Cemitério do Rosário, Cemitério de São José, Cemitério do Carmo, Cemitério de São Francisco e Cemitério de São Gonçalo). FIGURA 36 - CEMITÉRIO DAS MERCÊS
Foto: Victor Hugo Mori
24/11/2020
São João Del Rei, Minas Gerais Google
Street View
97 R. Maestro Batista Lopes - Google Maps
FIGURA 37 - CEMITÉRIO DO ROSÁRIO
FIGURA 38 - CEMITÉRIO DE SÃO JOSÉ
97 R. Maestro Batista Lopes
Fonte: Google Maps
Captura da imagem: out. 2013
© 2020 Google
Fonte: Google Maps
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Destes [vide mapa 3], 3 (três) deles são contíguos às igrejas (Cemitério das Mercês, de São Francisco e de São Gonçalo). Os outros 3 (três) restantes, ainda que não localizados no mesmo terreno do templo, estão extremamente próximos (Cemitério do Rosário, do Carmo e de São José). Dentre os 6 (seis) cemitérios associados às igrejas [vide mapa 2], 5 (cinco) se localizam na área central de São João del Rei (considerando os bairros Alto das Mercês e Segredo devido à proximidade que os cemitérios possuem do Centro) e 1 (um) (Cemitério de São José) está localizado no bairro Tejuco (Águas Férreas). O único que não é associado e nem próximo a nenhuma igreja, é o Cemitério Municipal de São João del Rei (Quicumbi), que se localiza no bairro Fábricas. Outro cemitério incluído devido à proximidade que se dá de São João del Rei, é o Cemitério Municipal de Santa Cruz de Minas, cujo nome determina sua localização. Apesar de ser próximo à Igreja de São Sebastião, não possui um vínculo diretamente religioso com ela. É possível observar alguns pontos positivos e negativos com relação aos cemitérios de São João del Rei. O fato de serem localizados intra-urbe e não fora da cidade, como já vimos que aconteceu em vários lugares mundo afora, é um ponto positivo. Vimos que o século XXI, no qual estamos, é marcado pelo medo da morte e evitam-se manifestações públicas de sofrimento. A proximidade dos cemitérios pode fazer com que se desenvolva uma maior familiaridade com a morte, e isso ajudaria para tornar esse processo, que é inerente a todos, um pouco mais fácil e leve. Outra questão interessante é a possibilidade de serem espaços que atraiam turistas, justamente pela maioria deles estar no Centro da cidade (nota-se que isso acontece principalmente com o Cemitério de São Francisco e o Cemitério do Carmo, provavelmente devido à beleza das artes fúnebres, já que esses eram locais onde se enterravam pessoas que possuíam um status mais elevado na sociedade). No entanto, há um ponto negativo quanto à localização. Os três ce-
FIGURA 39 - CEMITÉRIO DO CARMO
Fonte: Google Maps
FIGURA 40 - CEMITÉRIO DO CARMO - DETALHE NA FACHADA
Foto: Emílio da Costa FIGURA 41 - CEMITÉRIO DE SÃO FRANCISCO, O QUE MAIS ATRAI TURISTAS
Fonte: Google Maps
*Não foram encontradas imagens do Cemitério de São Gonçalo
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mitérios que são contíguos às igrejas correspondentes (de São Francisco, de tranquilizar e trazer paz, sentimentos tão necessários em momentos de São Gonçalo e das Mercês), não possuem um acesso direto das pessoas ao ruptura tão sofridos. espaço cemiterial, por terem sido implantados atrás das igrejas sem possuir um acesso independente (exceto o das Mercês que é ao lado e, apesar 1337de Av. Leite de Castro possuir um acesso mais livre, não está em contato direto com a rua). Dessa forma, ficam escondidos das vistas das pessoas. Isso pode atrapalhar o processo de familiaridade causado pela localização na cidade. FIGURA 42 - CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DEL REI (QUICUMBI) O próximo ponto é controverso. O fato de 6 (seis) dos cemitérios serem associados à igreja católica pode ser positivo se considerarmos que a maioria da população de São João del Rei é católica apostólica romana. Porém, isso exclui todas as pessoas de outras religiões que não gostariam de ser sepultadas em um local que não representa sua crença, restando apenas o Cemitério Municipal de São João del Rei (Quicumbi) que, e aqui registra-se uma opinião de acordo a experiência da autora em locais do mesmo tipo, não é um ambiente adequado e agradável para um destino final, com uma presença excessiva de insetos como baratas. A outra opção seria o Cemitério Municipal de Santa Cruz de Minas, cidade vizinha, ou 5 R. Maria J Chagas Gonçalves em cidades um pouco mais distantes, o que não seria o ideal, pois dificulFonte: Google Maps taria as visitas aos túmulos dos entes queridos. Eis aqui, então, um ponto FIGURA 43 - CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DE MINAS negativo que causa um grande incômodo. Outra questão crucial para que se consiga diversificar a quantidade de usos dos cemitérios é quanto aos elementos naturais que são extremamente ausentes nesses ambientes fúnebres de São João del Rei, como árvores, flores e outros tipos de plantas. Praticamente os únicos resquícios desses elementos que são encontrados nos cemitérios da cidade são as flores de plástico que os familiares e amigos deixam como uma homenagem aos seus falecidos. A grande necessidade de inserir vida por meio da vegetação não é para que haja um contraste com a morte humana, mas para que se possa transmitir a sensação e a verdade de que todos nós fazemos parte dessa mesma natureza, que é bela, acolhe e cumpre muito bem o papel de Fonte: Google Maps 24/11/2020
1337 Av. Leite de Castro - Google Maps
24/11/2020
5 R. Maria J Chagas Gonçalves - Google Maps
Captura da imagem: dez. 2018
© 2020 Google
São João Del Rei, Minas Gerais Google
Street View
https://www.google.com.br/maps/@-21.1189542,-44.2457858,3a,90y,303.67h,92.05t/data=!3m6!1e1!3m4!1sZNo87WJzpWLZZOeyuAQ2bg!2e0!7i13312!8i6656
1/
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Captura da imagem: set. 2011
São João Del Rei, Minas Gerais
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mapa 1: CEMITÉRIOS
São João del Rei e Santa Cruz de Minas
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Área central de São João del Rei Malha urbana de Santa Cruz de Minas Cemitérios Igrejas
CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DE MINAS
CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DEL REI (QUICUMBI) CEMITÉRIO DAS MERCÊS Igreja de Nossa Senhora das Mercês
CEMITÉRIO DE SÃO GONÇALO Igreja de São Gonçalo Garcia
CEMITÉRIO DO ROSÁRIO Igreja Nossa Senhora do Rosário CEMITÉRIO DE SÃO FRANCISCO Igreja de São Francisco de Assis CEMITÉRIO DE SÃO JOSÉ Paróquia São José Operário
CEMITÉRIO DO CARMO Igreja de Nossa Senhora do Carmo
* Centro + bairros que na vivência da cidade (nos locais pontuados) ainda são considerados como Centro: Alto das Mercês e Segredo.
Levantamento: Bruna Mattar Mapa: Kathleen Amaral
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mapa 2: Análise dos cemitérios SÃO JOÃO DEL REI E SANTA CRUZ DE MINAS
Cemitérios católicos x cemitérios laicos Área central de São João del Rei Malha urbana de Santa Cruz de Minas Cemitérios laicos Cemitérios católicos Igrejas
CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DEL REI (QUICUMBI) CEMITÉRIO DAS MERCÊS Igreja de Nossa Senhora das Mercês
CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DE MINAS
CEMITÉRIO DO ROSÁRIO Igreja Nossa Senhora do Rosário
CEMITÉRIO DE SÃO GONÇALO Igreja de São Gonçalo Garcia
CEMITÉRIO DE SÃO JOSÉ Paróquia São José Operário CEMITÉRIO DO CARMO Igreja de Nossa Senhora do Carmo
* Centro + bairros que na vivência da cidade (nos locais pontuados) ainda são considerados como Centro: Alto das Mercês e Segredo.
CEMITÉRIO DE SÃO FRANCISCO Igreja de São Francisco de Assis Levantamento: Bruna Mattar Mapa: Kathleen Amaral
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mapa 3: Análise dos cemitérios SÃO JOÃO DEL REI E SANTA CRUZ DE MINAS
Cemitérios contíguos à igreja x próximos x sem relação Localização por bairros x cidade Centro de São João del Rei Malha urbana de Santa Cruz de Minas Cemitérios contíguos à igreja Cemitérios próximos à igreja Cemitérios sem relação com a igreja Igrejas CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DEL REI (QUICUMBI) Fábricas / SJDR CEMITÉRIO DAS MERCÊS Igreja de Nossa Senhora das Mercês Alto das Mercês / SJDR
CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DE MINAS Centro / Sta Cruz de Minas
CEMITÉRIO DO ROSÁRIO Igreja Nossa Senhora do Rosário Centro / SJDR
CEMITÉRIO DE SÃO JOSÉ Paróquia São José Operário Tejuco / SJDR CEMITÉRIO DO CARMO Igreja de Nossa Senhora do Carmo Centro / SJDR
* Centro + bairros que na vivência da cidade (nos locais pontuados) ainda são considerados como Centro: Alto das Mercês e Segredo.
CEMITÉRIO DE SÃO GONÇALO Igreja de São Gonçalo Garcia Segredo / SJDR CEMITÉRIO DE SÃO FRANCISCO Igreja de São Francisco de Assis Centro / SJDR Levantamento: Bruna Mattar Mapa: Kathleen Amaral
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10. Elementos técnicos necessários para a elaboração do projeto de um cemitério
Ao pesquisar sobre questões técnicas para projetar um cemitério, ficou claro que o país carece de informações mais específicas para que seja possível controlar mais facilmente a forma que os espaços fúnebres se inserem na cidade. A falta de diretrizes aprofundadas, tanto nacionais quanto locais, pode acarretar em um risco de contaminação ambiental pela decomposição dos corpos. Essa preocupação surge após o período higienista, como vimos que ocorreu também em São João del Rei. A partir desse momento, a preocupação com a saúde pública aumenta e alguns cuidados devem ser tomados. A nível federal, o que temos para basear um projeto desse tipo é o “Licenciamento ambiental para cemitérios”, que é uma Resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) Nº 335 de 2003, posteriormente corrigida na de N° 368 de 2006. Serão elencadas aqui as disposições necessárias quanto ao desenvolvimento do projeto, excluindo questões burocráticas de documentação. Primeiramente é exigida a localização, os acessos, o sistema viário do local, a ocupação e as benfeitorias do entorno. Posteriormente é preciso apresentar um levantamento topográfico com a identificação de vegetação existente na área, o nível máximo que o lençol freático alcança e a sondagem mecânica para determinar o tipo de subsolo existente. Identificado que não há problemas físicos que impeçam o projeto, é feito, então, o plano de implantação. Existem algumas limitações e proibições em algumas localidades como, por exemplo, em Áreas de Proteção Permanente (APP) e onde seria necessário o desmatamento de Mata Atlântica. É preciso observar também se não existem cavernas, sumidouros ou rios subterrâneos. Outros cuidados a serem tomados ao propor a implantação é manter uma distância segura dos corpos de água, que não é determinada pelo licenciamento (cabe aqui
uma crítica ao modelo atual), e que haja um sistema de drenagem adequado e eficiente. Definem-se também as exigências para os dois tipos de cemitérios: os horizontais e os verticais. Os primeiros devem se manter atentos ao nível inferior das sepulturas, que precisam estar a um metro e meio de distância do lençol freático, sendo esta a maior preocupação quando se refere à contaminação. Quando essa distância não for possível, o sepultamento deve acontecer acima do nível do solo. Também fica definido o recuo de no mínimo cinco metros entre a área de sepultamento e o perímetro do cemitério. Em toda a área, precisam ser utilizadas técnicas que permitam a troca gasosa, que acontece na degradação do corpo. FIGURA 44 - CEMITÉRIO DE SÃO FRANCISCO, MODELO HORIZONTAL
Foto: Autor desconhecido.
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A exigência anterior também é feita para os cemitérios verticais, porém, nesse caso, é preciso evitar que as trocas gasosas não aconteçam na área de circulação, utilizando, então, materiais impermeáveis. Ademais, fica ordenada a proibição do vazamento dos líquidos da coliquação (dissolução orgânica do defunto), solucionado por meio de acessórios ou técnicas construtivas. Por fim, é permitido o uso de mantas e urnas em qualquer um dos tipos, desde que os materiais sejam biodegradáveis. (LELI et al., 2012).
FIGURAS 46 E 47 - CEMITÉRIO VERTICAL EM HONG KONG, CHINA. FOGE TOTALMENTE DO CONVENCIONAL. PROJETADO EM CURVAS DE NÍVEL DE ACORDO COM O FENG SHUI
FIGURA 45 - PHOENIX MEMORIAL, CEMITÉRIO VERTICAL
Foto: Autor desconhecido.
Como forma de complementação aos direcionamentos necessários para o projeto do cemitério, utilizou-se o artigo “Estudos ambientais para cemitérios: indicadores, áreas de influência e impactos ambientais” (LELI et al., 2012). Os autores nos atentam sobre os riscos que uma má conservação ou localização podem acarretar, principalmente quando essa consequência atinge as águas subterrâneas, sendo de difícil reversão. Um dos elementos que podem gerar esse ônus são as árvores de grande porte cujas raízes
Foto: Finbarr Fallon.
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correm o risco de romper os túmulos, sendo inundados pelas águas pluviais e, contaminadas, infiltrando no solo. Além disso, as Resoluções do CONAMA 335/03 e a 402/08 (apud LELI et al., 2012) determinam que é proibida a implantação de cemitérios em locais alagados permanente ou sazonalmente. Existem também a determinação das áreas de influência onde acontecerão impactos diretos ou indiretos. Leli et al. (2012) determina as seguintes áreas: a Área Diretamente Afetada (ADA): a área do empreendimento em si, sendo, no caso, o próprio cemitério; b Área de Influência Direta (AID): a soma da ADA com uma faixa de terreno de 200m que a circunda; c Área de Influência Indireta (AII): delimitado pela bacia hidrográfica. Porém, em locais onde o ser humano está muito presente, a AID se torna os bairros que utilizarão o cemitério, e a AII a cidade onde ele está localizado. No caso da AID é importante levantar características como o nível do lençol freático, condutividade hidráulica, direção do fluxo subterrâneo, identificação das áreas de recarga e outros. (LELI et al., 2012). Os autores também determinam alguns itens a serem considerados para a análise de impacto ambiental, sendo alguns deles: 1 Dinâmica da água superficial: pode ocasionar a destruição das sepulturas e o transporte da água contaminada para locais de maior inclinação do terreno; 2 Características da água subterrânea: o mais importante de todos. Monitoramento do lençol freático; 3 Infraestrutura urbana: “quantidade de veículos em circulação, eficiência do transporte coletivo, quantidade de estabelecimentos comerciais, eficácia de serviços públicos.”. (LELIS et al., 2012).
Como a grande questão aqui é a preservação do meio ambiente, é válido destacar mais um tipo de cemitério que tem como um dos fatores principais não apenas preservar a natureza, mas também evidenciá-la. É o caso do cemitério jardim ou cemitério parque. Podemos dizer que é minimalista. Ele dá prioridade aos elementos naturais e os túmulos são identificados por uma pedra fixada no solo. Geralmente são nesses lugares que urnas biodegradáveis, com cinzas do finado e sementes de alguma espécie de árvore, são alocadas. Essa nova forma de pensar a morte mantém o ciclo da natureza e ajuda a transformar paisagens.
FIGURA 48 - JARDIM DA SAUDADE, CEMITÉRIO PARQUE DE SALVADOR, BAHIA UM DOS MAIORES CEMITÉRIOS DO BRASIL, COM 152 MIL M²
Fonte: Jardim da Saudade.
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11. Os impactos do Covid-19 O ano de 2020 foi muito atípico em diversos sentidos devido ao COVID-19 que afetou o mundo todo. A palavra “morte” esteve e ainda está presente em várias das notícias dadas diariamente, porém com um peso ainda maior. Em razão da imensa facilidade com que o vírus Sars-CoV-2 se espalha, novas medidas quanto aos ritos fúnebres precisaram ser tomadas para que o aumento da contaminação fosse evitado. Mesmo com o uso de máscaras e álcool em gel, as aglomerações são proibidas, principalmente quando o falecido veio a óbito por essa doença. Todo o processo do fim da vida foi alterado de uma forma brusca, sem que houvesse tempo para se habituar aos novos moldes de como lidar com a morte. Já há algumas décadas que os últimos cuidados do moribundo são realizados por profissionais da saúde nos hospitais ao invés da família em casa. Porém o que se altera nesse novo contexto é que os familiares e amigos devem manter um distanciamento do moribundo: sem visitas, abraços ou despedidas. O Ministério da Saúde (2020) publicou um manual para o “Manejo de corpos no contexto do novo coronavírus COVID-19” que determina algumas atitudes a serem tomadas. São algumas delas: 1 O reconhecimento do corpo deve ser feito com o distanciamento mínimo de dois metros ou, preferencialmente, por fotografia; 2 A autópsia não deve ser realizada e é desnecessária em casos confirmados da doença; 3 Não é recomendada a tanatopraxia (formolização e embalsamamento); 4 O corpo deve ser envolvo por três camadas: a primeira com lençóis, a segunda com saco próprio impermeável que impeça o vazamento de fluidos corpóreos, e a terceira com outro saco externo que deve ser
devidamente higienizado e identificado como agente biológico classe de risco 3; 5 O caixão deve ser lacrado e higienizado antes de ser entregue aos familiares. Com o objetivo de evitar aglomerações, os velórios passaram a ser cancelados ou reduzidos em sua duração e permissão de uma quantidade de pessoas extremamente limitada. Esse foi o maior problema quando se trata de questões psicológicas, porque é o velório que ajuda a determinar um fim da relação física com um ente querido. Ele dá um certo período de tempo para que os que ficaram consigam absorver e entender a finitude da vida e passar pelo processo de luto de uma forma mais suave e um pouco menos sofrida. Outra situação incômoda é quanto aos enterros. Tendas substituíram as capelas fechadas, ambientes que seriam propícios para a disseminação do vírus. No entanto, as situações que mais surtiram desconforto foram com relação às covas. Em Manaus, por exemplo, foi preciso que se abrissem valas comuns em virtude do grande número de mortes no início da pandemia. Isso gerou revolta por parte de familiares e amigos, pois foi uma atitude vista como uma ofensa à memória do falecido, como se isso tirasse sua individualidade, apesar de o local onde foi enterrado possuir uma inscrição do nome junto a uma cruz. Dá-se créditos à revolta nas situações em que se cogitou a sobreposição de caixões. (SILVA, 2020). Todas essas mudanças acarretaram na preocupação do desenvolvimento do luto chamado “complicado”. Em suma, ele se trata de um luto que é ainda mais intensificado que o comum pela falta de elementos que auxiliem na compreensão da perda. Ainda não é possível afirmar que a pandemia de coronavírus causou um aumento dessa situação determinada pela psicologia, porém é bastante possível e provável de acordo com o momento traumático que estamos vivenciando.
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Como uma forma de amenizar essa situação, graças principalmente à tecnologia, buscou-se alternativas para lidar com o distanciamento físico sem que seja preciso o afastamento social. A instituição Fiocruz (2020) propôs algumas saídas para esse momento: 1 Preparação de equipes hospitalares: para intermediarem o contato entre moribundos e familiares ou amigos, ou para darem a triste notícia da melhor forma possível; 2 Estratégias remotas de despedida: ligações de vídeo, mensagens de voz, cartas e emails; 3 Criar um memorial em casa: relembrar o ente querido por fotos e vídeos, acender velas, escrever mensagens, seguir um ritual cultural ou espiritual. Se possível, visitar locais que tragam memórias de conforto e afeto; 4 Livro de visitas online: para que amigos e familiares possam assinar e prestar suas homenagens; 5 Agilidade do processo burocrático quanto ao sepultamento: evitar um maior sofrimento dos familiares; 6 Rituais fúnebres alternativos: funerais online, enterros escalonados (revezar as chegadas nos velórios presenciais para manter menos de 10 pessoas no mesmo local); 7 Orientar trabalhadores envolvidos no gerenciamento de cadáveres: tratar o falecido com dignidade; 8 Fortalecer as redes religiosas/espirituais: contato virtual com líderes religiosos; 9 Atenção da rede socioafetiva às pessoas em luto: observar e dar apoio a quem mais precisa.
Não foram encontradas novas necessidades físicas explícitas dos cemitérios por conta do coronavírus. Ao que tudo indica, não foi preciso adicionar novos espaços para atender os casos de morte pela doença, apenas foi realizada uma limitação de espaços para não incentivar aglomerações e um maior cuidado com a higienização desses locais. Porém, talvez seja interessante acrescentar pontos para que frequentadores dos cemitérios possam lavar as mãos com uma maior frequência. Para as funerárias, uma possibilidade é a adição de uma sala isolada para a preparação dos corpos de infectados pelo Sars-CoV-2 antes de serem lacrados os caixões. 43
12. Estudos de caso O interesse pelos dois estudos de caso que serão expostos aqui, se dá primeiramente pela diversidade de usos de seus espaços. Em segundo lugar, são também uma referência quanto às suas dimensões, porque auxilia na compreensão da quantidade e diversidade de atividades que um espaço como esse pode administrar.
12.1. Mount Auburn Cemetery
• Caminhar: possuem 2 sugestões de trilhas, sendo uma delas de 1 milha (1,6 km) e a outra de 2 milhas (3,2 km); FIGURA 49 - CAMINHO DO MOUNT AUBURN CEMETERY
WWW.MOUNTAUBURN.ORG
O Cemitério Mount Auburn, com 72 acres (ou 29,13 hectares), é o primeiro cemitério jardim dos Estados Unidos. Muito da sua relevância se dá por ser um local histórico onde foram enterradas algumas personalidades importantes. Fundado em 1831, o cemitério privado possui algumas atividades permitidas. São elas: • Visitas de grupos: recebem grupos de todas as idades e interesses diversos. Exemplo: clubes de jardinagem, sociedades históricas, grupos de observação de pássaros e organizações conservacionistas. • Visitas guiadas: com o auxílio de um membro do cemitério ou docentes voluntários treinados. Possuem visitas sobre diversos assuntos, como história, arte, arquitetura, conservação, horticultura e história. Com duração de 90 minutos, os valores das visitas variam de acordo com o dia da semana, horário e tamanho do grupo. Até 20 pessoas, o valor varia de US$150 a US$300. • Visitas autoguiadas: grupos grandes devem se registrar com duas semanas de antecedência. Nenhuma taxa é cobrada. • Visitas escolares: para assuntos como história natural, ecologia, história e arte. Podem optar pelas visitas guiadas ou autoguiadas.
Foto: Mount Auburn Cemetery. FIGURA 50 - VISITA GUIADA NO MOUNT AUBURN CEMETERY
Foto: Mount Auburn Cemetery.
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• Aprender: há a possibilidade de uma visita autoguiada gratuita com a utilização de um aplicativo. Além disso, o cemitério oferece durante o ano caminhadas, palestras e outros eventos de celebração do local;
FIGURA 51 - “THE AMERICA PLAYS”, PEÇA TEATRAL FEITA ESPECIFICAMENTE PARA O LOCAL, ESCRITA POR PATRICK GABRIDGE E DIRIGIDA POR COURTNEY O’CONNOR
• Criação: o espaço já serviu de inspiração para diversos tipos de artistas. Recebem muitos pintores e fotógrafos o ano todo. Para estes, são definidos alguns limites como a proibição de fotografar funerais. O Mount Auburn Cemetery é também palco de casamentos, peças teatrais, músicas e danças. Todos os eventos são realizados de forma respeitosa para com os mortos; • Observação/contemplação: bancos são colocados em locais estratégicos ao redor do cemitério. Um grande potencial do cemitério é com relação à observação de pássaros; • Homenagens: pedem que sejam depositados no local somente materiais vegetais. Flores de plástico, por exemplo, não são permitidas. Palestras são realizadas como homenagens a pessoas que estão enterradas ali; • Pesquisa: possuem vastos documentos, imagens, mapas e objetos que remetem à história do cemitério e toda a região. Também recebem pesquisadores interessados na horticultura ou vida selvagem daquele local. São proibidas as seguintes atividades: • Bicicletas, motocicletas, patinetes, patins, ônibus e veículos de grande porte; • Corrida, caminhada (como esporte), jogos de bola, natação; • Animais de estimação; • Fazer piquenique, comer e beber, tomar banho de sol e deitar ou sentar na grama.
Foto: Mount Auburn Cemetery. FIGURA 52 - GRUPO VISITANTE COM FOCO NA OBSERVAÇÃO DE PÁSSAROS
Foto: Bruce Gellerman/WBUR.
45
FIGURA 53 - MAPA DE ZONAS CARACTERÍSTICAS DE PAISAGEM
Imagem: Halvorson.
46
FIGURA 54 - MAPA DE RUAS INTERNAS DO MOUNT AUBURN CEMETERY
03/02/2021
Google Earth
FIGURA 55 - VISTA DE SATÉLITE DO MOUNT AUBURN CEMETERY
Imagem: Explearth. 100%
Fonte: Google Maps. Google
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Câmera: 3.858 m 42°21'58"N
12.2. Congressional Cemetery
WWW.CONGRESSIONALCEMETERY.ORG
FIGURA 56 - CEREJEIRAS DO CONGRESSIONAL CEMETERY
O “Cemitério do Congresso” é um local privado, apesar de sem fins lucrativos, com 35.75 acres (ou 14,46 hectares). Assim como o Mount Auburn Cemetery, esse espaço também possui uma importância histórica, porém as diversas atividades que realizam podem servir de inspiração para novos cemitérios. São elas: • Dog walking: uma associação anual com permissão para passear com seus cães sem coleira pelo espaço do cemitério. É uma das principais atividades do cemitério, cujas doações dos membros corresponde a ¼ da receita operacional. Conta com eventos específicos como o “Yappy Hours” na primavera, fotos com o Papai Noel no Natal e a Bênção dos Animais em outubro. Cães que não estão registrados na associação podem conseguir um passe diário; US$ 225 anual + US$50 por cão. Ajuda a manter o local livre de vândalos; • Eventos e atividades (aprovação prévia): eventos especiais, festivais, passeios, programas educacionais, concertos musicais, seminários, passeios com cães, corridas, maratonas, jogos de bola ou outros;
Foto: TheWalkwoodOne/TRIPADVISOR.
FIGURA 57 - DOG WALKING
• Clube do livro: o cemitério possui um clube do livro, Tomes & Tombs (Tomos & Tumbas, sendo “tomo” a segmentação de uma obra literária), para debates de temas macabros de não-ficção. Os encontros são realizados na capela histórica do cemitério desde setembro de 2013, sendo que atualmente, devido à pandemia, os encontros são virtuais. É gratuito, porém pede-se uma contribuição de US$5 ou que os participantes levem vinho ou comida para compartilhar com o grupo. • Aulas de yoga;
Foto: Congressional Cemetery/TWITTER.
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• Filmes ao ar livre (Cinematery);
FIGURA 59 - CINEMATERY
• Passeios noturnos: acontecem na primeira quinta-feira de cada mês. O ingresso de US$10 dá direito a uma taça de vinho; • Corrida: em outubro acontece uma corrida chamada “Dead Man’s Run” (algo como “A Corrida do Homem Morto”, em uma tradução livre), na qual os participantes, fantasiados, correm 5km com música de fundo. O ingresso custa US$40 e dá direito a uma camiseta e uma cerveja. O Congressional Cemetery não possui tantas proibições quanto o Mount Auburn Cemetery. Ele se aproxima mais do que se pretende propor no projeto arquitetônico/urbano do cemitério reformulado para a cidade de São João del Rei, utilizando o local não somente para sepultamentos, mas também como um espaço público e parque urbano, inexistente na cidade. FIGURA 58 - CLUBE DO LIVRO TOMES AND TOMBS
Foto: Congressional Cemetery.
FIGURA 60 - DEAD MAN’S RUN
Foto: Congressional Cemetery.
Foto: Pacers Running.
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FIGURA 61 - MAPA DE RUAS INTERNAS DO CONGRESSIONAL CEMETERY
Ilustração: Mary Belcher.
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FIGURA 62 - MAPA DO CONGRESSIONAL CEMETERY
03/02/2021
Congressional Cemetery - Google Maps
Congressional Cemetery
FIGURA 63 - VISTA DE SATÉLITE DO CONGRESSIONAL CEMETERY
Fonte: Google Maps.
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13. Obras Análogas
FIGURA 65 - “CORREDOR FENDA” COM OS NOMES DAS VÍTIMAS DA TRAGÉDIA
Pretende-se aqui reunir inspirações físicas, sejam arquitetônicas, urbanas ou de design, como inspiração para o desenvolvimento do projeto do cemitério.
13.1. Memorial Brumadinho O arquiteto Gustavo Penna desenvolveu um memorial em homenagem às vítimas da barragem de Brumadinho. O projeto, com 1220 m² de área construída, traz muita sensibilidade, transformando a tragédia em leveza. Os ipês dispostos pelo local é um contraste com a lama que soterrou tantas histórias. O que se extrai deste projeto é, principalmente, essa sensibilidade de materializar a memória a partir da tragédia. Construir significados. FIGURA 64 - IMAGEM AÉREA DO PROJETO
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados.
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados. FIGURA 66 - MONUMENTO
Imagem: Gustavo Penna Arquiteto e Associados.
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13.2. Memorial às vítimas do coronavírus
13.3. QR Code
Em 2020, a pandemia de COVID-19 que se espalhou pelo mundo, teve sua origem em Wuhan, uma cidade chinesa. O novo vírus teve como consequência a morte de mais de 4,5 milhões de pessoas no mundo até setembro de 2021. Como uma forma de materializar a memória das pessoas que partiram e consolar os familiares e amigos, surgiu o concurso de design de um memorial para as comunidades de Wuhan. Liu Yihuan, Zhang Xingwang e Lin Zichun, do Harbin Institute of Technology de Shenzhen, foram os vencedores. O projeto consiste em cabines telefônicas de concreto e vidro que são conectadas aos celulares dos falecidos. À medida que recebem ligações, as cabines se iluminam. O objetivo é oferecer uma saída para os enlutados que queiram desabafar e deixar mensagens, e também alertar aqueles que passarem pelo local e quiserem ouvir as mensagens das outras pessoas. (DESIGNCLASS, 2020). O que inspira aqui é a iluminação do projeto.
Em Jaú, cidade do interior de São Paulo, uma funerária passou a fixar QR Codes nos jazigos de pessoas que já faleceram, como forma de estimular a visitação do cemitério. Além disso, a estratégia também ajuda a manter a cultura da cidade ao oferecer acesso às histórias das pessoas que ali viveram, começando por aqueles mais “famosos” ou conhecidos, como o primeiro imigrante, o primeiro sapateiro e o criador do chuveiro elétrico. O QR Code direciona quem o acessa para uma página da funerária com um texto sobre determinada pessoa, sendo possível que a família alimente esta página com fotos e outras homenagens. (NUNES, 2019). Em um mundo cada vez mais conectado, a estratégia é interessante para preservar a memória daqueles que partiram. Ela permite uma aproximação dos visitantes com as histórias de outras pessoas, não sendo somente um nome em uma lápide do cemitério.
FIGURA 67 - CABINES TELEFÔNICAS ILUMINADAS
FIGURA 68 - QR CODE NOS JAZIGOS
Imagem: Liu Yihuan, Zhang Xingwang e Lin Zichun.
Foto: Luizinho Andretto.
53
14. Entrevista Ao pensar na criação de um cemitério que diverge bastante dos já existentes na região, viu-se necessária uma entrevista com alguma pessoa que conhecesse o dia a dia do cemitério, alguém que conseguisse observar necessidades físicas do espaço e também as relações sociais daquele ambiente. A entrevista foi realizada com o Marcos (nome fictício), que atua como zelador (profissão popularmente conhecida como “coveiro”) e já passou três cemitérios de São João del Rei, durante 7 anos ao todo. A partir da entrevista, foi possível identificar que o maior público do cemitério são mulheres idosas que frequentam semanalmente os velários, local onde as velas dedicadas aos mortos são acendidas. O profissional utilizou a palavra “veleiros” para falar dos velários. Essa utilização coloquial terminou por inspirar a criação de um dos espaços cemiteriais que será visto mais adiante. Com relação à estrutura física, os cemitérios contam com as sepulturas, os jazigos e uma sala para armazenamento de materiais. Os banheiros não são disponíveis para os visitantes, salvo algumas exceções. Ao que tudo indica, não há muitos problemas na estrutura física do espaço que atrapalhem o trabalho desses profissionais. A grande questão é com relação ao princípio básico para que qualquer pessoa frequente qualquer lugar: acessibilidade. A falta de rampas e corrimãos foi o foco de preocupação do entrevistado, de acordo com as situações que já presenciou. É inadmissível que espaços nos dias de hoje ainda limitem a presença de pessoas com diferentes necessidades, independente de essa limitação ser intencional ou não. Esse fator se tornou, então, à posteriori, o principal ponto de partida para a elaboração do projeto. Em se tratando da relação das pessoas com o ambiente cemiterial, Marcos afirmou não haver uma predominância de um luto histérico ou mais
contido, inexistindo, então, um padrão comportamental. De acordo com essas observações, foi perguntado qual a opinião dele sobre a inserção de atividades que geralmente não estão presentes nesses espaços fúnebres [vide roteiro de entrevista em anexo ao final do dossiê]. Na sua visão, os visitantes achariam desrespeitoso por gerarem conversas, risos e até mesmo música. Como sua fala teve um foco em questões auditivas e o cemitério a ser desenvolvido possuiria um amplo espaço físico capaz de diluir esses sons, o apresentei aos cemitérios do estudo de caso para que pudesse compreender qual seria o contexto e afirmei que as atividades passariam pelo monitoramento e aprovação da administração do cemitério. Com esse entendimento, mudou de opinião e disse que seria interessante e atrativo. Por fim, Marcos faria as seguintes alterações nos cemitérios, se pudesse: ampliaria o espaço, colocaria banheiros para os visitantes, rampas para acessibilidade, corrimão para segurança e um local para higienização das mãos. Julguei suficientes as informações fornecidas, não necessitando ir à procura de outras pessoas. Uma das intenções era tentar observar se haveria uma boa aceitação desse tipo de cemitério, mas percebi que é muito difícil transmitir como esse espaço seria e como seria essa experiência, já que a maioria das pessoas nunca tiveram a oportunidade de estar em um lugar como esse (a apresentação dos cemitérios do estudo de caso não estava no roteiro previamente estabelecido). Um único espaço pode despertar sentimentos completamente diferentes em cada pessoa. Essa subjetividade não seria interessante no momento anterior ao projeto, visto que não auxiliaria no seu processo.
54
15. O processo de projeto 15.1. A escolha do terreno
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Com base no questionamento feito no dossiê com relação à exclusão dos cemitérios do meio urbano durante um grande período de tempo, decidiu-se que a primeira característica a ser utilizada como ponto de partida da escolha do terreno, foi justamente a localização urbana. Esta é uma forma de inserir a morte no cotidiano das pessoas de maneira sutil, porém não menos marcante. A segunda característica procurada, foi um terreno que não fosse plano. Como já dito anteriormente, de acordo com as Resoluções do CONAMA 335/03 e a 402/08 (apud LELI et al., 2012), um cemitério não deve ser implantado em locais alagadiços, seja de forma permanente ou sazonal. Já a terceira característica se trata da preocupação com a preservação de corpos de água, como rios. Como as Resoluções citadas não determinam uma distância mínima de segurança, a escolha se deu pelo bom senso de prever que os rios não seriam prejudicados, associado a diretrizes que serão estipuladas mais à frente. Por fim, fez-se a escolha de que o terreno fosse consideravelmente grande para que seja utilizado também como parque, permitindo, assim, um maior contato com a natureza. Essa escolha também se dá pela percepção do superlotamento dos cemitérios da cidade, cujas sepulturas ficam muito próximas umas das outras. Isto não permite que uma família se reúna ao redor da sepultura do seu ente querido, além de deixar o local consideravelmente mais quente e desconfortável pelo aquecimento das pedras dos jazigos e pela falta de elementos naturais.
801, em São João del Rei. Apesar de ser próximo da divisa entre São João del Rei e Santa Cruz de Minas, ainda é considerado um local urbano pelas ruas de ambas as cidades se confundirem, não havendo uma delimitação clara dos dois municípios. Por ser um terreno grande, cerca de 171.263m², ele também se conecta com a Avenida Luís Giarola, a Rua José Bráulio de Santana, a Rua Conceição L. de Santana, a Rua Treze, a Rua Governador Valadares e a Travessa Jacarandá. A distância do terreno ao Rio das Mortes é por volta de 800m.
de
31 o rç Ma
Av. do Contorno
Fundação Bradesco
Clube Indepen-
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De acordo com esses elementos, foi escolhido o terreno localizado na Avenida do Contorno, no bairro Colônia do Marçal, próximo ao número
Av.
dente
Rio das Mortes São João del Rei
Santa Cruz de Minas
* sem escala
55
15.2. Análise do terreno O terreno possui um desnível de 28 metros da parte mais baixa à parte mais alta. Não é alagadiço pois é uma área quase completamente permeável, já que pelo o que se observou, possui apenas uma rua interna com pavimentação em pedras. Essa rua existe devido a um sítio localizado na área central do terreno. Também são existentes no local algumas construções deste sítio, um lago, uma piscina e um campo de futebol. O espaço já possui naturalmente bastante área verde, sendo que a maior parte da arborização se encontra na seção central, na que possui uma declividade mais acentuada e às margens do terreno. Com relação ao zoneamento de São João del Rei, o terreno está situado na Zona de Controle Urbanístico (ZCU) que tem como características:
20 22 24
25 26 2728
21
28
23
27 26 25 24
23 22 18 21 20 17 19 18 17
I – garantir a manutenção ou melhoraria das condições urbanas; II – restringir ocupações de grandes proporções e altos gabaritos; III – estimular parcelamentos do solo compatíveis com o porte e as condições ambientais da cidade; IV – estimular parcelamentos que preservem as relações sociais; V – incentivar multiplicidade de usos.
19
19
18 17
11 10 10 98 7
16 15 14 13 12 11 10
6
5 6 7
Portanto, não há limitações que impeçam a implantação de um cemitério nessa localidade.
4 6 6 5 4 3
5
6
2 0 1 N
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0
4.
TOPOGRAFIA (curvas de nível a cada 1m)
50
100
150m
56
15.3. Análise do entorno O trânsito nas ruas que ligam ao terreno tem uma intensidade que pode ser classificado como leve a moderado. Isto é importante porque permite uma segurança maior para crianças e adolescentes que pretendem frequentar o cemitério, principalmente considerando a existência de uma escola nas proximidades. Outra característica do entorno é que todas essas ruas são asfaltadas.
Com relação ao transporte, tanto a Avenida do Contorno quanto a Avenida Luís Giarola possuem linhas de ônibus com pontos próximos às entradas do cemitério. Estas são, inclusive, as entradas que melhor atendem pessoas com deficiência, já que são ruas planas. As outras ruas possuem grandes desníveis; ou são planas, mas precisam passar por morros para alcançá-las. Pontos de ônibus mais próximos:
Quanto ao gabarito das edificações imediatas ao cemitério, a grande maioria possui apenas um pavimento, o que é interessante para que haja visibilidade da cidade quando se está no ponto mais alto do terreno. A maior parte dessas edificações são residenciais. Isso também contribui para que o trânsito se mantenha mais controlado.
Av.
de
31 o rç Ma
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Fundação Bradesco
Clube Independente
Rio das Mortes
Acessos por ônibus: Viação Presidente
1 pavimento 2 pavimentos 3 pavimentos Desconhecido
Santa Cruz de Minas São João del Rei
• 17 Solar da Serra / Guarda-mor via Maquiné e Girassol • 02 Cidade / Divisa • 03 Tijuco / Giarola
N
* sem escala
Viação Porto Real
• 4620.2 Santa Cruz de Minas / São João del Rei PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
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Av. do Contorno
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Diagnóstico do entorno - Pontos de apoio A PARTIR DA AVENIDA DO CONTORNO:
Material de construção • Calcinfer: no terreno • Lojão Santa Cruz: 450m – 6 minutos Alimentação • Bar da Eliane: 250m – 3 minutos • Polasque Burger: 550m – 7 minutos • Mercearia Teixeira: 750m – 9 minutos • Padaria e Confeitaria Bianchini: 800m – 9 minutos • Bar Zé Engenheiro: 800m – 10 minutos Animais • Agrossol (loja de ração): 400m – 5 minutos Educação • Fundação Bradesco: 240m – 3 minutos
Av.
Av. do Contorno
A PARTIR DA RUA TREZE:
Material de construção • Calcinfer: 400m – 5 minutos • Miragem das Pedras: 500m – 6 minutos Alimentação • Restaurante Le Gardien: 450m – 5 minutos • Restaurante Trilhos de Minas: 500m – 6 minutos • Caldos Bar: 550m – 7 minutos • Padaria Jardim Aeroporto: 600m – 7 minutos • Suntory Sushi Lounge: 550m – 6 minutos Religioso • Imagens São Joanense: 700m – 9 minutos Saúde • Drogaria São João: 550m – 6 minutos
de
31 ço r Ma
Fundação Bradesco
Clube Independente
Rio das Mortes
Santa Cruz de Minas
N São João del Rei
* sem escala
58
15.4. Problemáticas > Diretrizes > Soluções projetuais Problemáticas
Diretrizes
Soluções projetuais
Cemitérios lotados e sem espaço para expansão
Suprir a necessidade de expansão de forma prolongada
Definição de um terreno amplo
Ausência de parque urbano em SJDR
Proporcionar um espaço urbano de qualidade
Escolha de um terreno no meio urbano de fácil acesso
Predominância de cemitérios católicos
Garantir um espaço que atenda a todas as religiões
Utilizar de simbologias que não remetam a nenhuma religião específica
Cemitérios insalubres e sem preocupação sanitária/ambiental
Buscar nas normas técnicas opções seguras para o terreno e todo o entorno
Distanciamento de rios; Atenção com o fluxo das águas pluviais; Utilização de materiais drenantes para evitar alagamentos; Sugestão de técnicas acessíveis e individuais para os sepultamentos a fim de evitar a contaminação do solo.*
Espaços fúnebres sem acessibilidade
Priorizar o acesso de todos aos espaços do cemitério
Ruas, acessos e edificações definidos a partir do desenho universal e da NBR9050
Reformular a visão sobre os cemitérios
Inserção de elementos naturais (vegetação e lago); Cores e texturas mais aconchegantes; Possibilidade de diferentes atividades.
Cemitérios vistos como locais sujos, desconfortáveis e tristes
Outras soluções e sugestões:
• Postes a cada 20m com fiação subterrânea e altura adequada à escala humana; • Formas de homenagem aos mortos: instalar luminárias movidas à energia solar nas lápides nas datas de nascimento e/ou morte, inserir QR Code associado a um site com homenagens aos falecidos, e possibilidade de plantio de árvores e outras plantas que levem o nome do homenageado.
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*Diretrizes obrigatórias a serem aplicadas em todos os sepultamentos: (função administrativa do cemitério)
Manto INVOL TotalCare: Prós
FIGURA 69 - DEMONSTRAÇÃO COM ATOR DO USO DO MANTO INVOL TOTALCARE
Filme impermeável com camada absorvente Não é visível no caixão (somente ao fechar a urna) Sistema de filtragem dos gases: odores, formaldeídos, metano, putrescina e agentes biológicos Se torna uma bolsa de exumação Custa R$130,00 a unidade
Contras
Não é um material sustentável Vida útil de 150 a 250 anos
Filtro
Possíveis soluções
Sugestão de desenvolvimento de pesquisa para substituir o material por um biodegradável Descarte por incinerador de acordo com a Resolução 3016/02 do CONAMA ou processo de autoclave Não afetará o meio ambiente diretamente caso permaneça no cemitério. Ou continuará na sepultura ou será transferido para o ossuário, considerando a grande capacidade do projeto.
+
Imagem: YouTube / Invol Ambiental.
Pastilhas consumidoras de matéria orgânica:
Colocadas junto ao corpo na urna Ativadas conforme a liberação do necrochorume Compostos orgânicos transformados em dióxido de carbono e água
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15.5. Questões sanitárias adotadas A grande preocupação ao projetar o cemitério foi tentar garantir a segurança sanitária e ambiental, para que o espaço não trouxesse nenhum ônus para o entorno. Para isso, algumas medidas foram adotadas:
Quanto aos corpos d’água e elementos relacionados Distância segura
Terreno a 800m do rio mais próximo
Desnível do terreno
Evita alagamento, proibido em cemitérios mesmo que de forma sazonal
Drenagem da água pluvial
Proposição de bueiros a cada 20m Pavimentação com piso fulget/microsseixos, que não permite empoçamento de água
Acompanhamento
Diretriz: poços de monitoramento do lençol freático distribuídos pelo terreno
Quanto à contaminação do solo
Ao analisar as possibilidades de tipos de sepultura, buscou-se algum método construtivo que fosse sustentável, não poluísse o lençol freático, permitisse a captação dos gases (conforme a resolução 335/03 do CONAMA) e fosse economicamente viável. Devido ao tamanho do espaço, 170mil m², a adoção de um método construtivo desse tipo ficaria inviável, inclusive financeiramente, e limitaria a liberdade de escolha do local de sepultamento, já que seria preciso a implantação de um sistema como esse por quadras. Por este motivo, em substituição, decidiu-se pela utilização do manto impermeável associado às pastilhas citadas anteriormente.
61
62
16. O projeto A necessidade de projetar um novo cemitério para a cidade de São João del Rei se deu pela percepção de que os cemitérios da cidade e região não são suficientes não só para atender às demandas físicas desses espaços, mas também com relação às questões religiosas e psicológicas das famílias e amigos dos falecidos.
Para isso, buscou-se atender e somar 3 fatores:
1 Acolher os enlutados 2 Estimular o contato com a natureza 3 Oferecer um espaço propício à reflexão
Trazer o espaço dos mortos para a vida da cidade? Solução: Transição sutil entre parque urbano e cemitério. Com uma área de cerca de 170 mil metros quadrados, o impacto visual do cemitério como estamos acostumados, irá se diluir na paisagem. Portanto, será necessário um tempo considerável para que todo esse espaço seja preenchido. Quando esse momento chegar, há muito o local já estará inserido no cotidiano das pessoas, seja para a prática de exercícios físicos, passeios com a família e animais de estimação; e determinados eventos previamente aprovados pela administração do cemitério (como forma de garantir o respeito para com os mortos e seus entes).
Transformação da ideia de que o espaço fúnebre se trata apenas de um local de tristezas, para a ideia de que ele é também, e talvez principalmente, um local de memórias.
Possibilidade de alterar a percepção da morte e do processo de luto
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16.1. Átimo? Por quê? á·ti·mo sm 1 Porção mínima; parte pequena. 2 Espaço de tempo extremamente breve; centésimo, instante, momento, segundo. (Dicionário Michaelis)
Conceito / partido
instante da morte:
momento breve, rápido e difícil, mas que significa uma grande mudança na vida de quem fica.
Dessa forma, o falecido continua a fazer parte do dia a dia daqueles que lhe eram próximos. De uma maneira diferente, é verdade, mas com sentimentos mais leves, e sem o peso e as sensações negativas geralmente atribuídas aos cemitérios comuns.
Símbolo do infinito
Geometrizado
∆
O “Átimo - espaço de memória” pretende transformar o momento de tristeza da perda na convivência com as boas memórias de quem se foi.
eternizar no tempo a história dos mortos.
∆
De uma forma mais subjetiva, o átimo, aqui, representa o
8
O partido triangular que aparece no projeto veio da conceituação de que a morte não é fim. Foi pensando nessa permanência que o símbolo do infinito foi utilizado: ele reflete a eternidade da memória daqueles que partiram. Ao geometrizar o símbolo, ele também remete à ampulheta. O objetivo é simbolizar essa memória que não se desfaz mesmo com o tempo, ou seja, ampulheta
∆
No projeto:
∆
∆
"Morreremos antes da morte quando nos abandonarmos. Morreremos depois da morte quando nos esquecerem."
Ana Claudia Quintana Arantes
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150m
1.00
10%
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MAPA DE DECLIVIDADE/ACESSIBILIDADE 3. MAPA DE DECLIVIDADE/ACESSIBILIDADE 12,5%
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100
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1:2000
1.00
MAPA DE DECLIVIDADE/ACESSIBILIDADE
1.00
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27.5 8 .54 27
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6.40
7.8 7
2 12.9
5.00
.56 19
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4.54
5.00
2.00
0
0
4.
50
ESCALA
100
SETORIZAÇÃO
8.00
10.00 1:2000 12.50
6.00
4.54
Entrada principal
50
N PRÉ-EXISTETES + VISÃO GERAL DO PROJETO MAPA DE VEGETAÇÃO E EDIFICAÇÕES
100
N
1.62
2.19
Ossuário
0
150m
Área livr
Área par
6.00
150m
1:2000
Sepulturas em solo Sepulturas em solo
10%
N
Ossuários
Ossuários
7.
Área livre
SETORIZAÇÃO
Área particular
ESCALA
1:2000
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VIA INTERNA DO C VIA INTERNA DO CEMITÉRIO
0
50
100
150m
20.00
N
N 0
N 0
50
100
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150m
Medidas-base para implantação dos ossuári
150m
ESCALA
7. 7.
ESCALA
4.54 2.00
N
150m
20.00
ECLIVIDADE/ACESSIBILIDADE
1.62
5.00
100
2.19
4.54
50
20.00
16.66
2.19
Sepultur
8.00
50
1:1000
N
1:5000
16.66
12.50
8
>12,5%
VISÃO GERAL DO PROJETO + livre E EDIFICAÇÕES PRÉ-EXISTETESÁrea VEGETAÇÃO 4. MAPA DE>12,5% 10.00 50 100 150m 12.50 Área particular 1:2000 ESCALA 10.00
serviços internos
150m
MAPA DE DECLIVIDADE/ACESSIBILIDADE
12,5% 8.00
0
6
12,5%
8%
8%
3
Área administrativa e de
1:1000
5.00
3.
≤5% 6% ESCALA
10
IMPLANTAÇÃO LIMITE 27 DO TERRENO
5. ESCALA
IMPLANTAÇÃO
5. ESCALA
>12,5%
N
≤5%
57.43
capela ecumênica DISTANCIAMENTO MÍNIMO = 5m
10%
0 12,5%
>12,5%
55.96
8%
59.61
Área de velórios e
8%
100 10%
12,5%
4
50
10%
100
.52
82.4
0
6%
DISTANCIAMENTO MÍNIMO = 5m
VIA PÚBLICA URBANA
6%
8%
≤5%
50 10.00
23
VIA PÚBLICA
e homenagem
≤5%
≤5%
8.00
10.17
.27 15 2
111.6
Área de lazer
6%
0
15.57
33.85
>12,5%
1:5000
N .21
18
40m
1:5000
12,5%
ESCALA
10.18
.55
46.10
13.39
8%
1:2000
53 .27
13 .86 7 .9 12
12
.07
10%
100
46.55
26.55
9
.90
6%
50
30
30.14
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
21
≤5%
0
43.71
11
21.07
TOPOGRAFIA (curvas de nível a cada 1m)
ESCALA
1:5000
6%
87
1:2000
20
2 6.8
ESCALA
TOPOGRAFIA (curvas de nível a cada 1m)
ESCALA
179.
.83
1:2000
.07
51
ESCALA
55
N
150m
0
Área de reflexão
5
2.
N
150m
100
N
40m
DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS41.88 MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO 33.24
8. MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS
30
.9
100
50
20
18
50
0
0
8.
2
.22
.74
0
1:2000
.5
14
150m
FLUXO VIÁRIO
ESCALA
1:2000
ESCALA
150m
21
FLUXO VIÁRIO
100
43.67
50
6.
6.
100
14
3 Direcionamento do fluxo pluvial
3 26.0
0
1:2000
ESCALA
50
5
Direcionamento do fluxo pluvia
7 0.7
N
150m
TOPOGRAFIA (curvas de nível a cada 1m)
4.
2.
150m
.6
0
1
100
100
49
Bueiros
20.2
33.5
50
50
47.18
30.70
0
21.72
N 0
N
0
.95
40.31
Bueiros
87
0 1
29
.30
46
.49
29
Calçada: pedestres/ciclistas
Calçada: pedestres/ciclistas
N
.96
44
18.0
6
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas
30.32
33.10
19.42
42.60
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
32.75
33.63
Área de contemplação
Mão dupla - via asfaltada Via pública urbana
179.
2
.14
24
.39 264
15.83
41.64
43.49
6
2
22.97
43.71
5
5 4 3
6
7
.9
16.75
5
5 4 3
.92
10
22
.39 264
6
40m
N
40m
6
6
46.47
13.85
30
4
6
10.98
25.5 1
30
20
32.7
20
0
22
16.75
7.85
0
.50
22
7
7
.06
21
.50
N
.06
21
5
1:2000
6
6 1:2000
ESCALA
ESCALA
5
5
SITUAÇÃO
1.
.03
46
.79
82
Como visto anteriormente, a grande reclamação do entrevistado foi a falta de acessibilidade nos cemitérios de São João del Rei. Quando se fala em acessibilidade e desenho universal, não se pensa somente em pessoas com diversidade funcional, mas na maior gama de pessoas possível. Isso inclui gestantes, pessoas que sofreram um acidente e necessitam de algum suporte, mães com carrinhos de bebê e os idosos, que são o público principal dos cemitérios atualmente. Pensando em atender essas e outras pessoas, decidiu-se por definir que os caminhos a serem traçados fossem de acordo com as curvas de nível do terreno. O objetivo foi garantir que a maior parte das ruas internas tivessem uma inclinação de 5% para amenizar ao máximo o cansaço em um terreno com um grande desnível. 6
.79
82
FUNDAÇÃO BRADESCO
SITUAÇÃO
1.
6
.07
17
.24
16
7.85
11 10 10 98 7
28.7
5
20.1
11 10 10 98 7
9
18.61 7
20.2
5
16.2. A implantação
4
8.8
FUNDAÇÃO BRADESCO
8.9
20.1
16 15 14 13 12 11 10
2
17 16 15 14 13 12 11 10
13 .33
17
44 .2 32.2 0 6
23 22 18 21 20 17 19 18 DO CONTORNO AVENIDA 17
18
48.30
19
.98 59
23 22 18 21 20 17 19 18 17
46.55
25 24
ESCALA
SETORIZAÇÃO 1:2000
7.
SETORIZAÇÃO
1:100
65
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
19
19
.10 .64
Mão dupla - via asfaltada Via pública urbana
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas
0
6
50
100
150m
Direcionamento do fluxo pluvial
0
20
30
N
40m
0.5
1
1.5m
2.19 .10
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas
8.
Calçada: pedestres/ciclistas
1:2000
ESCALA
100
9.
Direcionamento do fluxo pluvial
1:2000
OSSUÁRIOS 0
6.
8.
FLUXO VIÁRIO 1:2000
ESCALA
0
50
20
40m
N
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS 1:2000
100
30
10
20
30m
N
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
0
ESCALA
1:50
ESCALA
150m
150m
Setorização:
1.62
Bueiros
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS
4.54
N
50
0 4.54
N 0
.64
Vista frontal
Calçada: pedestres/ciclistas
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
FLUXO VIÁRIO
100
1.5m
VIA PÚBLICA URBANA
150m VIA PÚBLICA URBANA 5.00
DISTANCIAMENTO MÍNIMO = 5m
LIMITE DO TERRENO
2.19
1.62
2.19
2.19
1.62
2.19
8.
2.00
2.40
2.40
2.00
2.00
4.54
5.00
4.54
5.00
DISTANCIAMENTO MÍNIMO = 5m
LIMITE DO TERRENO
6.00
2.19
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas Mão dupla - via asfaltada Via pública urbana
50
1
VISTA
Bueiros
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
6
0
0.5
METALON Acabamento: branco fosco
.10
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
N
ESCALA
0
01
.60
Mão dupla - via asfaltada Via pública urbana
7
2
1.5m
Vista lateral
Calçada: pedestres/ciclistas
0 1
1
AZULEJO PLACE PO - ELIANE Efeito: mármore Acabamento: polido Dimensão: 120 x 120 cm
6
6.
0.5
RIPADO DE MADEIRA CUMARU Acabamento: verniz
16 15 14 13 12 11 10
5
5 4 3
0
Planta baixa
18
6
5
.10
17
11 10 10 98 7
6
.66
LIMITE DO TERRENO
1.62
2.20
23 22 18 21 20 17 19 18 17
.10
4.54
27 26 25 24
DISTANCIAMENTO MÍNIMO = 5m
2.00
28
4
6.00
4.54
.50
3.00
4.54
6.00 .50
2.00
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA 1:2000
ESCALA
2.00
.50
3.00
1.00
1.00
2.40
1.00
1.00
.50
2.00
5.00
2.40
2.60
Sepulturas em solo ≤5%
Área livre Área particular
0
50
100
8%
Sepulturas em solo Ossuários
12,5%
Área livre
>12,5%
Área particular
5.00
6%
10%
Sepulturas em solo Ossuários
Sepulturas em solo
N
150m
0
0
N
Ossuários 50
100
VIA INTERNA DO CEMITÉRIO
VIA INTERNA DO CEMITÉRIO
Área livre
150m
Medidas-base para implantação dos ossuários
Área livre
VIA INTERNA DO CEMITÉRIO
2.60
Ossuários
ESCALA
1:100
1
2
3m
0
1
2
3m
VIA INTERNA DO CEMITÉRIO
Medidas-base para implantação das sepulturas VIA INTERNA DO CEMITÉRIO ESCALA
1:100
Área particular 1.00
7. 8.00
ESCALA
Área particular
SETORIZAÇÃO 1:2000
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
10.00
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 0 - ESPAÇO 1 2DE MEMÓRIA 3m PROJETO ÁTIMO
12.50 16.66
N
20.00
0
50
100
ENDEREÇO:
150m ESCALA
1:100
ALUNA: ORIENTADORA:
150m
CONTEÚDO:
7. ESCALA
SETORIZAÇÃO 1:2000
0
1
2
3m
Avenida do Contorno, Colônia do Marçal - São João del Rei/MG
DATA:
20 de setembro de 2021 Medidas-base para implantação dos ossuários
N PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
00
4.54
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
6 2728
ADE
Medidas-base para implantação dos ossuários:
Outro elemento a ser destacado é a relação objeto-cidade. O projeto adiciona novas ruas às já existentes vias públicas urbanas, criando novos caminhos e permitindo que o cemitério se torne mais um local de passagem da vida cotidiana, o que faz com que esse espaço de morte se torne mais familiar. Fluxos:
5.00
7
VIA PÚBLICA URBANA
Kathleen Michelle Amaral Resende Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli
Topografia, mapa de acessibilidade, fluxo viário, setorização e mapa de fluxo de água pluvial
N° DA PRANCHA:
02 / 12 ESCALA:
Indicada
Medidas-base para implantação das sepulturas ESCALA
1:100
DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ UNIVERSIDADE dos ossuários implantação paraFEDERAL Medidas-base
0
1
2
3m
66
Medidas-base para implantação das sepulturas:
6.00 2.19
1.62
2.19
3.00 2.40
.50
1.00 2.00
2.40
6.00
6.00
• Limitação: utilizar apenas os 80cm superiores para elaboração da lápide, o restante deve permanecer gramado. Objetivo: manter áreas verdes, característica do parque urbano.
.50
3.00
1.00
1.00
.50
2.00
.50
1.00
2.00
.50
.50 2.00
2.00
2.60
5.00
2.40
• Liberdade: de materiais, formatos e alturas. Objetivo: não inibir a produção de arte funerária.
1.00
1.00
2.60
5.00
4.54
A disposição das sepulturas deve acompanhar o desenho das quadras. Isso possibilitará uma liberdade de escolha quanto ao direcionamento das mesmas, respeitando preceitos de algumas religiões como o islamismo, em que a pessoa deve ser sepultada com o rosto voltado para a Meca.
2.40
2.19
3.00
1.62
2.40
2.19
2.00
4.54
Sepulturas em solo
VIA INTERNA DO CEMITÉRIO
2.60
VIA INTERNA DO CEMITÉRIO
VIA INTERNA DO CEMITÉRIO
VIA INTERNA DO CEMITÉRIO
0
VIA INTERNA DO CEMITÉRIO
1:100
Medidas-base para implantação dos ossuários ESCALA
1:100
N
0 0
10
0
1
2
20
10
3m
30m
20
1
VIA INTERNA DO CEMITÉRIO 2
3m
0 0
1 1
2 2
3m 3m
Medidas-base para implantação das sepu ESCALA
1:100
Medidas-base para implantação das sepultur 1:100
0
1
2
3m
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ 30m
PRO
ase para implantação dos ossuários
3m
ESCALA
o fluxo pluvial
ento do fluxo pluvial
2 0
Medidas-base para implantação dos ossuários ESCALA
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
Medidas-base para implantação das sepulturas
67
16.2.1 Área administrativa e de serviços internos PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
.70
66
.17 37
.33
87
8.62
A área administrativa e de serviços conta com duas edificações.
S
JAC
19.
09
ARA
NDÁ
28
5.8 1
39
RE
0
0.0
R2
.27
53.72
01 26.
49
88
20.0
25
9
.37 20
111 .84
21 14
.41
8.19
.93
5
94
34
15
.24
.8
21
.36
17.
26
2
20
30.8
.17
20
9
9 16.8
12.49
24.42
15.48
21 .51
64 9.
11.90
46 .49
31.35
34
34.47
57.
8.43
.59
26
24. 80
50
11. 86
91
12.
71. 09
65
27.
1:5000
219
.62
SETORIZAÇÃO
34.44
33. 23
12.75
55.18
54.43
12.1 7
75.03
16.
67
27.
53. 27
13. 86 7 .9
0 29.6
47.18
43.71
43.67
76.26
12
21.72
29
.95
.30
49
46
.65
14
.52
46.
0
179.8
66.42
75
20.2
24
30.70
18.06
40.31
.77
33.51
6.40
7
22
14.
21
18.
2
67.10
.83
3
55
.07
7. 87
51
26.0
10.17
.90
2
12
.55
27
46.10
30.14
23. 52
15.
33.85
15.57
13.39
16.99
6.8
21.07 .07
10.18
74
.95 18
21.
11 41.88
33.24 21
19. 56
12.9
5 6
111.62
N
150m
ESCALA
- Armazenamento de ferramentas para manutenção do cemitério; - Almoxarifado: registros e documentações das pessoas sepultadas no local.
30
6
6
N
150m
25.
16.75
96
44.
.49
29
11.35
15.83
30.32
19.42
42.60 17
6
100
54
32.79
32.75
33.63
0
.2
44
22.97
41.64
33.10
18
7
7.
57
40
2
23.2
.33
.97
22
.39 264
19
50
16.
8
24
13
N
43.49
16 15 14 13 12 11 10
Área particular
17.
8
17.1
5 27.2 2
.14
10
32.26
40m
Área livre
0
.89
21
.91
34.7
.92
27.5
48.30
46.55
7.85
30
26. 92
66. 49
6
9.7
.97
10.98
26.55
25.51
21
5
20
Sepulturas em solo Ossuários
87
11.
22
.73
21
.06
20.1
0
9.90
25.42
47.03
16
.98
18.6 3 16.1 9
59
46
.79
82
.50
22
23.68
31
27.
32.33
13.85
16
.03
FUNDAÇÃO BRADESCO
25.57
39.79
26.48
23.98
07
17.
.24
5
4
8.8
46.47
28.7
7
20.2
1
20.3
22
27.
.43
31.8 0
89
33.
39
15.7 5
29.
9
7
12.9
13.58
18.61
8.9
27.90
24.03
24 .85
27.06
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
51
27.5
21.58
30.23
.69
16
32 .21
13.5
8.88
7
22.89
4
21.73
16 .99
.10
31
.66
43 .38
IDA LUÍS
AVEN
16.9
10.11
6
20
OLA
GIAR
É BRÁ JOS RUA
9
28
78
Área de serviços internos (sem acesso ao público):
N
150m
1:5000
43. 56
85
15.02
.73
32 .72
34 .62
33.
61.01
- Informações e atendimento acerca de sepultamentos; - Autorizações para organização de eventos e afins. .80
.68
33
100
FLUXO VIÁRIO
.30
19
25.87
22.20
19.13
43
16.
.65
50
.43
2 .4 19
32. 87
37 .72
18 .91
6
0
43 .48
A TAN
R9.0
.91
DE SAN
44.8
66
47
14.
27.6 21.
14.67
18.96
ESCALA
R6.50
15
.46
13
8
65.64
16.36
.66
63
6.
59.31
62.13
42.09
0
60
17.
.88
26
17.39
6 35.4
2
ULIO
19 .0 1
.78
44.85
57
35.
.27
23
7.1
100
.18
18
.94
36
9.87 7
24.8
27.50
60.1
R15.00
21
19.99
.95
.64
13
20.
19.57 48
22.
0
83
59.
15
44.25
.56
.99
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas Calçada: pedestres/ciclistas
35.08
.16 .92
AVENIDA DO CONTORNO
50
3
11
37
31
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
29
.72 22
34.96
12.45
19.6
43
20.42
0
33.16
13 .87
5 11.5
77
17
.91
57
8
Área administrativa:
12.
.31
5
6
28.9
11.25
32.
11.90
9.5
37.7
78 22.
74.29
38.78 52
30.
36.08
18.15
66.8 9
28. 35
26.
07
61
17. 99
25.2
3.76
15.
04
18.
1 1.3 17
29.21
19.87
93
19
2
19.44
35.
11 10 10 98 7
1
33.4
20.42
6
CO
23 22 18 21 20 17 19 18 17
6.9
.44
14 .72
6.63
48.8
14
20.00
20.71
95
14
9.90
17.67
.30
9
11
39.96
.12
.29 38
43.4
31
11.
41
.61
25.
5
17.5
SA
0
35
43
.39
.51
54
20.4
25 24
3
19
7.94
57.5
19.
.08
.10
DA
SA
8
VES
17.8
TRA
LA
18 .19
VA
AN
L.
23 63.
50.61
.16
A
33
OR
81
.50
AD
NT
O
0
3
36.2
33.36
VE
ÇÃ
EI
NC
8.9
23.81
28.01
11.
21
GO
RN
A
13
5
27.05
RU
32 .58
TR
A
RU
31.38
10.03
32.28
37.0
E
EZ
A
RU
83.51
82.44
as de nível a cada 1m)
55.96
59.61
57.43
10
3
6
8
27
0
5. ESCALA
20
30
40m
N
IMPLANTAÇÃO
Bueiros
1:1000
Direcionamento do fluxo pluvial
≤5% 6% 8% 10%
8.
12,5%
ESCALA
>12,5%
50
100
150m
DADE/ACESSIBILIDADE
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS
0
20
30
40m
N
1:2000
N
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
4. ESCALA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PROJETO ÁTIMO - ESPAÇO DE MEMÓRIA
MAPA DE VEGETAÇÃO E EDIFICAÇÕES PRÉ-EXISTETES + VISÃO GERAL DO PROJETO
ENDEREÇO:
1:2000
DATA: ALUNA:
ORIENTADORA:
CONTEÚDO:
Avenida do Contorno, Colônia do Marçal - São João del Rei/MG 20 de setembro de 2021
Kathleen Michelle Amaral Resende Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli
Situação, implantação, topografia, acessibilidade, visão geral, setorização, fluxo viário e de água pluvial
N° DA PRANCHA:
01 / 11 ESCALA:
Indicada
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
0
68
6.
1:100
1.08
3.50
.50
.30
.30
3m
3.
C
N
1. Depósito de materiais: 67,38m² 2. Almoxarifado: 21,16m² 3. Lavabo masculino: 6,09m² 4. Lavabo feminino: 6,09m²
PLANTA BAIXA - ALMOXARIFADO
ESCALA
1:50
.71
Programa de necessidades - área administrativa: 1. Recepção: 21,30m² 2. Sala de atendimento 01: 7,83m² 3. Sala de atendimento 02: 7,83m² 4. Lavabo feminino: 6,09m² 5. Lavabo masculino: 6,09m² 6. Sala de reunião: 11,28m² 7. Cozinha: 13,97m²
0
1
2
5
4
3m
N
.30
.30
.30
9.08
Programa de necessidades - área de serviços internos:
.68
3.50
2
.50
1
PLANTA DE COBERTURA - ALMOXARIFADO
ESCALA
3.68
3.43
.20
área administrativa
1
.48
.24 .48
P1
6
2
8.04
1.00
.25
7
3
QUADRO GERAL DE ESQUAD
2.20
PORTAS
J1
JANELAS
DIMENSÃO (L x A)
TIPO
P1
100 x 210 cm
GIRO
P2
100 x 210 cm
GIRO
P3
100 x 210 cm
GIRO
CÓDIGO
P4
100 x 210 cm
CORRER
CÓDIGO
DIMENSÃO (L x A)
PEITORIL
J1
220 x 160 cm
J2
214 x 160 cm
40 cm
J3
160 x 100 cm
110 cm
J4
140 x 160 cm
50 cm
140 x 100 cm
.68
J5
.30
.30
1
.30
área de serviços internos
100 x 60 cm
150 cm
J7
150 x 100 cm
110 cm
CÓDIGO
DIMENSÃO (L x A)
TIPO
P1
75 x 210 cm (DUPLA)
GIRO
P2
100 x 210 cm
GIRO
CÓDIGO
DIMENSÃO (L x A)
PEITORIL
J1 J2 JANELAS
3
4
2
4.
LAYOUT E PAISAGISMO
ESCALA
1:100
380 x cm
110 cm cm
100 x 60 cm 108 x 133 cm
77 cm
J5
108 x 107 cm
103 cm
J6
350 x cm
cm
150 cm
UNIVERSIDADE FEDERAL
TRABALHO FIN PROJETO ESPAÇOS DE MEMÓR ENDEREÇO:
0
1
2
3m
ALUNA: ORIENTADORA:
CONTEÚDO:
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
3m
195 x 100 cm
J3 J4
DATA:
N
.30
110 cm
J6
QUADRO GERAL DE ESQUADRIAS PORTAS
N
.60
40 cm
Avenida do Contorno, Colô 13 de setembro de 2021
Kathleen Michelle Amaral R
Lívia Ribeiro Abreu Muchine
69
Administração e Almoxarifa paisagismo e plantas de co
16.2.2. Área de velórios e capela ecumênica
A área de velórios é aquela que vai lidar com uma maior carga de luto, tristeza e melancolia. Seu posicionamento no terreno foi pensado de forma estratégica para que ficasse entre a capela ecumênica e a área de lazer e homenagem, sendo que esta última proporciona um ambiente mais leve e tranquilizador. As grandes janelas das salas de velório facilitam essa interação entre os espaços e também se volta para o por do sol, criando um ambiente mais ameno. PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
.70
66
.17
37
.33
87
31.38
10.03
32.28
13
8.9
0
5
TR
8.62
37.0
E
EZ
27.05
GO
23.81
28.01
3
81 11.
A
.50 21
RU
36.2
33.36
VE
.16 33
TRA
VES
LA
DA
SA
JAC
09
NDÁ
0
28
5.8
0.0
R2
19.
ARA
53.72
1
18
S
.27 39
RE
8
VA
50.61
17.8
OR
23
AD
63.
RN
.19
A
RU
01 26.
19 .10
26.
9
8
.87
9
.43
21
14
.41
8.19
94
.73
26
17.
21 .51
46 .49
31.35
34.47
2
34
8.43
.59
26
26. 92
91
66. 49
.43
24. 80
50
12.
24 .85
6 9.7
.97
11. 86
16
71. 09
9
18.6 3
16.1
27.
65
.62
16.
40
219
1:5000
8
34.44
33. 23
2 23.2
12.75
67 16. 75.03
7 12.1
54.43
0 29.6
.95
14
.52
24
.65
ack
Magiezi
25.
30.70
49
46.
179.8
66.42
75
20.2
0
33.51
6.40
7
22
14.
21
7.
18.
2
67.10
.83
3
55
.07
87
51
26.0
12.9
56 19.
10.17
.90
2
12
10.18
6.8
21.07
16.99
.95
.55
27 15.
15.57
46.10
33.85
23.
30.14
52
74
18
21.
11 41.88
33.24
13.39
111.62
N
150m
SETORIZAÇÃO
29
.30
40.31
.07
100
ESCALA
"O amor, mesmo quando precisa ir, ainda fica.Z"
.77
21
50
N
150m
30
6
6 6
100
18.06
46
.49
29
7
0
7.
76.26
47.18
43.67
43.71
17
6
5
50
55.18
7 .9 12
21.72
.39
96
44. 42.60
18
5
5 4 3
Área particular
0
.89
54
27
86 13.
19.42
11.35
15.83
30.32
33.10
264
19
16 15 14 13 12 11 10
Área livre
87
11.
27.
32.75
33.63
0
.2
44
53.
.97
22 22.97
41.64
16.75
19
11 10 10 98 7
9.90
25.42
47.03
57
5 27.2 2
.33
N
43.49
23 22 18 21 20 17 19 18 17
Sepulturas em solo
Ossuários
23.68
39.79
31
27.
21
.91
34.7
27.5
.14
24
32.79
40m
32.26
30
25.57
24.03
17.
8 17.1
26.55
25.51
.92
10
13
7.85
46.55
48.30
5
20
43. 56
.91
18
32 .72
34 .62
43 .48
10.98
21
.06
20.1
0
4
27.5
21.58
27.90
22
.73
21
.50
22
11.90
26.48
23.98
46.47
.98
FUNDAÇÃO BRADESCO
9
32.33
13.85
59 .03
46
.79
82
.24
.8
.36
.69
16
31.8 0
89 33. 16
111 .84
19 .0 1
2
.4
19
32. 87
37 .72
9
16.8
.10
31
.66
43 .38
32 .21
39 29.
15.7 5
5
34
15
21
30.23
No acesso de cada sala de velório, lê-se a mensagem:
.93
5
21.73
16 .99
OLA
GIAR
IDA LUÍS
7
20.2
4
8.8 07
17.
.24
85
20
30.8
20
A TAN DE SAN ULIO É BRÁ JOS RUA
AVEN
9
27.
28.7
N
150m
1:5000
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
8.9
7
12.9 1
20.3
22
20.42
AVENIDA DO CONTORNO
24.42
27.06
7
13.58
18.61
33.
61.01
15.02
.17
20
12.49
9
16.9
10.11
6
13.5
20.4
.31
51
22.89
ESCALA
15.48
.80
28
8.88
100
FLUXO VIÁRIO
64 9.
19
25.87
22.20
.68
33
.65
78
50
.30
66
47
14.
21.
14.67
18.96
6
0
.91
.46
13
19.13
44.8
R9.0
15
.88
26
43
16.
8
R6.50
65.64
42.09
16.36
.66
63
6.
60.1
13
44.85
57
35.
.27
23
17.39
6 35.4
.94
36
9.87
7
24.8
0
27.6
.44
.37
20
.72
.78
44.25
62.13
.56
.99
31
21
19.99
60
17.
27.50
59.31
15
R15.00
20.
19.57
48
22.
2
.95
.64
.92
0
83
59.
11
.16
37
7.1
Calçada: pedestres/ciclistas
35.08
43
17
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas
.18
22
18
11.90
34.96
12.45
19.6
3
52
30.
77
29
33.16
13
5 11.5
38.78
66.8
57
32.
19.87
93
35.
36.08
18.15
12.
27 26 25 24
6
28.9
11.25
.51
28. 35
61
.58
32
25.2
74.29
3.76
07
78 22.
29.21
95
.72
1
2
19.44
37.7
CO
.91
6.9
33.4
20.42
15.
17. 99
14
20.00
20.71
14
6.63
11
17.67
04
18.
SA
9.90
41
.12
14
9
.30
.29
L.
39.96
6
1 1.3 17
A
AN
NT
O
ÇÃ
EI
NC
A
0
57.
.61
43
38
43.4
31
11.
3
20.0
25
35
7.94
88
25.
48.8
RU
57.5
19.
.08
.39
9.5
49
54
5
17.5
83.51
82.44
urvas de nível a cada 1m)
55.96
59.61
57.43
10
3
6
8
27
0
5. ESCALA
20
30
40m
N
IMPLANTAÇÃO
Bueiros
1:1000
Direcionamento do fluxo pluvial
≤5% 6% 8% 10%
8.
12,5%
ESCALA
>12,5%
50
100
150m
VIDADE/ACESSIBILIDADE
0
20
30
40m
N
1:2000
N
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
4. ESCALA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PROJETO ÁTIMO - ESPAÇO DE MEMÓRIA
MAPA DE VEGETAÇÃO E EDIFICAÇÕES PRÉ-EXISTETES + VISÃO GERAL DO PROJETO
ENDEREÇO:
1:2000
DATA: ALUNA:
ORIENTADORA:
CONTEÚDO:
Avenida do Contorno, Colônia do Marçal - São João del Rei/MG 20 de setembro de 2021
Kathleen Michelle Amaral Resende Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli
Situação, implantação, topografia, acessibilidade, visão geral, setorização, fluxo viário e de água pluvial
N° DA PRANCHA:
01 / 11 ESCALA:
Indicada
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
0
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS
70
(Bauhinia variegata)
Programa de necessidades - área de velórios: PATA-DE-VACA
BEIJINHO / MARIA-SEM-VERGONHA
N
7.50
3.75
1.00
5.
11.80
N
LAJE IMPERMEÁVEL i = 133 %
1. Sala de velório 01: 91,85m² 2. Deck 01: 42,01m² 3. Sala de velório 02: 91,85m² 4. Deck 02: 35,74m² 5. Sala de velório 03: 91,85m² 6. Deck 03: 41,44m² 7. Quarto 01: 22,93m²
3m
PAISAGISMO 5. PAISAGISMO
2.75
1:125 ESCALA
1:125
7.50
3.75
3.75
PINGO-DE-OURO (Duranta erecta aurea)
LAJE IMPERMEÁVEL i = 133%
12.00
Capela ecumênica: ESCALA
3.75
1:75
PATA-DE-VACA (Bauhinia variegata)
PATA-DE-VACA (Bauhinia variegata)
PATA-DE-VACA (Bauhinia variegata)
8. Quarto 02: 22,93m² 9. Circulação: 57,48m² 10. Banheiro masculino: 21,33m² 11. Banheiro feminino: 21,33m² 12. Sala de enfermagem: 26,90m² 13. Cozinha: 16,14m²
2
capela ecumênica 0
0
1
2
3m
1
2 0
3m 1
2
3m
N
N
N
.80
3.25
BEIJINHO / MARIA-SEM-VERGONHA (Impatiens walleriana)
(Duranta erecta aurea)
PLANTA DE COBERTURA
6.
1.25
2.75
LAJE IMPERMEÁVEL i = 133%
1.25
1.00
(Impatiens walleriana)
2.00
1:125
1.20
PAISAGISMO
1.20
5.
ESCALA 3.75
2.00
.80
ESCALA
(Bauhinia variegata)
11.80
(Impatiens walleriana)
BEIJINHO / MARIA-SEM-VERGONHA PINGO-DE-OURO (Impatiens walleriana) BEIJINHO / MARIA-SEM-VERGONHA(Duranta erecta aurea)PINGO-DE-OURO
PATA-DE-VACA (Bauhinia variegata)
(Impatiens walleriana)
LAJE IMPERMEÁVEL i = 133%
2
PATA-DE-VACA
BEIJINHO / MARIA-SEM-VERGONHA (Impatiens walleriana) BEIJINHO / MARIA-SEM-VERGONHA
3.75
7.
3.25
ESCALA
1
LAYOUT 1:75
12.00
1. Entrada: 14m² 2. Área interna: 112,70m² PLANTA DE COBERTURA
6.
ESCALA
0
1
2
3m
N
0
1:75
12 2
10
7.
13
ESCALA
6
9
11
1
2
N
3m
8
LAYOUT 1:75
5 4 7
3
1
área de velórios
3m
N
6.
N
6.
ESCALA
LAYOUT
LAYOUT 6. LAYOUT 1:125 ESCALA
0
1:125
0
1
2
3m
N
1
2 0
3m 1
2
3m
N
N
71
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
.70
Implantação estratégica:
66
.33
87
13
8.9
0
8.62
09
28
5.8
1
.27
17.8
8
39
NDÁ
0
0.0
R2
19.
ARA
53.72
01 26.
49
88
3
19
7.94
57.5
19.
.08
.10
JAC
23 63.
SA
81
VES
S
11.
TRA
RE
50.61
.16
AD
DA
3
36.2
33
RN
LA
23.81
28.01
33.36
VE
VA
31.38
5
37.0 27.05
GO
OR
10.03
32.28
.50
A
21
RU
18 .19
TR
.17 37
E
EZ
A
RU
54
43
.39
20.0
.61
25
14
9
6.9
26.
9
11.5
3
.84
111
21
14
.41
8.19
31.35
2
9.5
34
57.
34.47
91
12.
71. 09 .62 219 33. 23
67 16. 14
.52
12.1 7
0 29.6
75 46.
179.8
66.42
33.51
6.40
7
22
14.
21
18.
2
67.10
.83
3
55
.07
7. 87
51
26.0
12.9
10.18
2
16.99
6.8
.55
19. 56
10.17
.90
12
27 15.
15.57
46.10
30.14
23. 52
74
.95 18
21.
11 41.88 21.07
33.85
2
111.62
N
150m
94
.73
26
66. 49
.43
11. 86
65 27. 40 16. 34.44 75.03
54.43
.65
24
49
0
13.39
100
17.
21 .51
46 .49
8.43
.59
26
26. 92
24 .85
50
.97
16
2 23.2
12.75
.95
20.2
.07
50
1:5000
29
.30
40.31
21
0 1
SETORIZAÇÃO
.77
33.24 6 6
0
7. ESCALA
30
6 7
N
150m
18.06
46
.49
29
4
5
100
25.
30.70
17
6
5 4 3
50
55.18
96
44. 42.60
18
5
6
Área particular
0
.89
76.26
47.18
43.67
43.71
19
16 15 14 13 12 11 10
Área livre
87
11.
27.
53. 27
13. 86 7 .9 12
21.72
.39 264
19
11 10 10 98 7
9.90
25.42
47.03
54
32.79
30.32
33.10
19.42
11.35
15.83
44
32.75
33.63
0
.2
16.75
23 22 18 21 20 17 19 18 17
9
18.6 3
8 24
.33
.97
22 22.97
41.64
43.49
25 26 2728
Sepulturas em solo
Ossuários
23.68
39.79
31
27.
57
5 27.2 2
.14
10
N
32.26
40m
25.57
24.03
21
.91
34.7
.92
27.5
48.30
46.55
.50
22
13
30
4
27.5
27.90
17.
8 17.1
26.55
25.51
21
7.85
20
1:2000
27 26 25 24
16.1
10.98
21
5
0
30.23
22
.73
.06
20.1
ITUAÇÃO
11.90
21.58
6
9.7
23.98
46.47
.98
FUNDAÇÃO BRADESCO
9
32.33
13.85
59
.03
46
82
.24
.8
.36
26.48
24. 80
16
31.8 0
89
33.
16
.79
43. 56
18 .91
32 .72
34 .62
43 .48
9
16.8
.10
31
.66
43 .38
32 .21
39
29.
15.7 5
5
34
15
21
21.73
16 .99
GIAR OLA
7
20.2
4
8.8
07
17.
.24
.93
5
20 .69
A TAN DE SAN ULIO É BRÁ JOS RUA
AVEN IDA LUÍS
9
27.
28.7
85
20
30.8
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
8.9
7
12.9
1
20.3
22
20.42
AVENIDA DO CONTORNO
24.42
27.06
7
13.58
18.61
33.
61.01
15.02
.17
20
12.49
9
16.9
10.11
6
13.5
20.4
.31
51
22.89
N
150m
1:5000
15.48
.80
28
8.88
ESCALA
64 9.
19
25.87
22.20
.68
33
.65
78
100
FLUXO VIÁRIO
.30
66
47
14.
21.
14.67
18.96
6
0
.91
.46
13
19.13
44.8
R9.0
15
.88
26
43
16.
8
R6.50
65.64
42.09
16.36
.66
63
6.
60.1
13
44.85
57
35.
.27
23
50
.43
2
.4
19
32. 87
37 .72
.94
36
9.87
7
24.8
0
27.6
17.39
6 35.4
44.25
62.13
.56
.99
31
21
19.99
27.50
59.31
15
R15.00
20.
19.57
60
17.
.95
.64
.92
48
0
83
59.
11
.16
37
22.
9
.37
19
.0
1
35.08
43
2
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
Calçada: pedestres/ciclistas
20
.72
12.45
19.6
.18
22
.78 18
34.96
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas
29
13 .87
5
33.16
66.8
8
11.90
77
7.1
.91
57
32.
38.78
52
30.
36.08
18.15
12.
28
6
28.9
11.25
35 .51
28.
61
.58
32
25.2
74.29
3.76
07
37.7
78 22.
29.21
19.87
93
35.
17
.44
2
19.44
15.
04
CO
95
33.4
20.42
35
17. 99
1
20.71
41
6.63
20.00
14 .72
.30
11
17.67
18.
SA
9.90
6
1 1.3 17
A
L.
14
• Fácil acesso à capela; • Visão privilegiada da área do lago (cria uma ambiência mais amena sem precisar se ausentar do velório); • Vista direcionada para o pôr do sol.
AN
NT
O
ÇÃ
EI
NC
A
39.96
.12
.29 38
43.4
31
11.
48.8
RU
0
25.
5
17.5
83.51
82.44
OPOGRAFIA (curvas de nível a cada 1m)
55.96
59.61
57.43
1:5000
10
3
6
8
27
0
5. ESCALA
20
30
40m
N
IMPLANTAÇÃO
Bueiros
1:1000
Direcionamento do fluxo pluvial
≤5% 6% 8% 10%
8.
12,5%
ESCALA
>12,5%
0
50
100
150m
MAPA DE DECLIVIDADE/ACESSIBILIDADE 1:5000
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS
0
20
30
40m
N
1:2000
N
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
4. ESCALA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PROJETO ÁTIMO - ESPAÇO DE MEMÓRIA
MAPA DE VEGETAÇÃO E EDIFICAÇÕES PRÉ-EXISTETES + VISÃO GERAL DO PROJETO
ENDEREÇO:
1:2000
DATA: ALUNA:
0.00 12.50
ORIENTADORA:
16.66 20.00
CONTEÚDO:
Avenida do Contorno, Colônia do Marçal - São João del Rei/MG 20 de setembro de 2021
Kathleen Michelle Amaral Resende Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli
Situação, implantação, topografia, acessibilidade, visão geral, setorização, fluxo viário e de água pluvial
N° DA PRANCHA:
01 / 11 ESCALA:
Indicada
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
72
16.2.3. Área de lazer e homenagem PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
Localizado bem ao centro de todo o projeto, este é o espaço com a maior função de oferecer um átimo de “respiro” à tristeza e ao sofrimento. É composto por um lago, previamente existente no terreno, associado a uma grande passarela que passa sobre um espelho d’água, usado como um velário externo, onde as velas colocadas em homenagem aos mortos, flutuam. A ideia das velas flutuantes surgiu quando o entrevistado utilizou a palavra “veleiro” para falar do velário. .70
66
.17
37
.33
87
31.38
10.03
32.28
13
8.9
0
5
TR
8.62
37.0
E
EZ
27.05
21
GO
23.81
3
36.2
81
.50
A
28.01
11.
RU
33.36
VE
33
50.61
VES
DA
SA
JAC
09
NDÁ
28
5.8
0.0
R2
19.
ARA
53.72
1
18
S
0
.27 39
RE
8
TRA
LA
17.8
VA
23
OR
.16
AD
63.
RN
.19
A
RU
01 26.
19 .10
26.
9
74.29
3
111 .84
.43
21
14
.41
8.19
94
.73
26
17.
21 .51
46 .49
31.35
34.47
2
34
8.43
.59
26
26. 92
91
66. 49
.43
24. 80
50
12.
24 .85
6
9.7
.97
11. 86
16
71. 09
9
18.6 3
16.1
27.
65
.62
16.
40
219
1:5000
34.44
33. 23
12.75 54
67 16. 54.43
12.1 7
75.03
0 29.6
.95
14
.52
24
.65
ictor
Hugo
25.
49
46.
179.8
66.42
75
20.2
0
33.51
6.40
7
22
14.
21
18.
2
67.10
.83
3
55
.07
7. 87
51
26.0
12.9
10.18
2
.55
27 15.
15.57 23.
30.14
2
16.99
6.8
12 46.10
19. 56
10.17
.90
21.07
33.85
52
74
.95 18
21.
11 41.88
33.24
13.39
111.62
N
150m
SETORIZAÇÃO
29
.30
40.31
.07
100
ESCALA
.77
21
50
N
150m
"Olhem fixamente. Verão no fundo do céu a chama viva de seu amado ente que se foi." V
30
6
6
100
18.06
46
.49
29
11.35
30.70
17
6
0
7.
76.26
47.18
43.67
43.71 42.60 18
7
50
55.18
7 .9 12
21.72 96
5
5
Área particular
0
27.
13. 86
53. 27
30.32
19.42
44.
6
5 4 3
Área livre
87
11.
23.2
.33 15.83
.2
44
22.97
41.64
32.75
33.63
0
33.10
.39 264
19
16 15 14 13 12 11 10
9.90
25.42
47.03
2
24
32.79
32.26
.97
22
16.75
19
11 10 10 98 7
Ossuários
23.68
39.79
31
27.
.89
57
5 27.2 2
8
.14
10
N
43.49
23 22 18 21 20 17 19 18 17
Sepulturas em solo
21
.91
34.7
.92
27.5
48.30
46.55
.50
22
13
40m
25.57
24.03
17.
8
17.1
26.55
25.51
21
7.85
30
43. 56
.91
18
32 .72
34 .62
10.98
21
5
20
4
27.5
21.58
27.90
22
.73
.06
20.1
0
11.90
30.23
.69
.98
FUNDAÇÃO BRADESCO
9
20
46.47
59
.03
46
.79
82
.24
.8
.36
32.33
13.85
16
34
15
21
26.48
23.98
89
33.
39
29.
43 .48
9
.10
31
.66
43 .38
32 .21
16.8
OLA
GIAR
IDA LUÍS
16
4
8.8
07
17.
.24
5
.93
5
21.73
16 .99
A TAN DE SAN ULIO É BRÁ JOS RUA
AVEN
15.7 5
31.8 0
1
20.3
22
27.
28.7
7
20.2
85
20
30.8
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
7
12.9
13.58
20.42
9
24.42
27.06
20.4
.31
51
22.89
18.61
8.9
33.
61.01
15.02
.17
20
12.49
9
16.9
10.11
6
13.5
7
AVENIDA DO CONTORNO
N
150m
1:5000
15.48
.80
28
8.88
100
FLUXO VIÁRIO
64 9.
19
25.87
22.20
.68
33
.65
78
50
.30
66
47
14.
21.
14.67
18.96
6
0
.91
.46
13
19.13
44.8
R9.0
15
.88
26
R6.50
65.64
42.09
16.36
.66
63
ESCALA
60.1
13
44.85
57
35.
.27
23
43
16.
.91
.37
20
2
.4
19
32. 87
37 .72
.94
36
9.87
7
24.8
0
27.6
6.
59.31
62.13
.56
.99
31
21
19.99
60
17.
27.50
8
R15.00
20.
19.57
48
22.
17.39
6 35.4
.92
37
2
.95
.64
15
44.25
0
83
59.
11
.16
43
7.1
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas Calçada: pedestres/ciclistas
35.08
19 .0 1
.78
12.45
19.6
.18
.72 22
34.96
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
29
33.16
13 .87
5 11.5
18
11.90
77
17
95
57
38.78
52
30.
12.
27 26 25 24
6
28.9
11.25
32.
19.87
93
35.
36.08
18.15
66.8 9
28. 35
25.2
61
32 .58
07
78 22.
29.21
8
CO
41 .44
14
14 .72
6.63
11
1
2
3.76
17. 99
6.9
33.4
19.44
37.7
SA
14
20.00
20.71
20.42
15.
04
18.
L.
9.90
17.67
.30
.29
9
6
1 1.3 17
A
AN
NT
O
ÇÃ
EI
NC
39.96
.12
38
43.4
31
48.8
A
0
25
11.
3
20.0
25.
57.
.61 43
.39
.51
54
5
35
7.94
88
17.5
RU
57.5
19.
.08
9.5
49
A metáfora é a de que o veleiro faz o intermédio entre a vida, representada pela água, e a memória de um ente querido que faleceu, representada pela vela. É preciso saber velejar para que a memória permaneça acesa, isto é, encontrar a melhor forma de viver o luto para que a lembrança seja uma saudade e não um sofrimento. Na borda do velário, lê-se:
83.51
82.44
curvas de nível a cada 1m)
55.96
59.61
57.43
10
3
6
8
27
0
5. ESCALA
20
30
40m
N
IMPLANTAÇÃO
Bueiros
1:1000
Direcionamento do fluxo pluvial
≤5% 6% 8% 10%
8.
12,5%
ESCALA
>12,5%
50
100
150m
IVIDADE/ACESSIBILIDADE
0
20
30
40m
N
1:2000
N
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
4. ESCALA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PROJETO ÁTIMO - ESPAÇO DE MEMÓRIA
MAPA DE VEGETAÇÃO E EDIFICAÇÕES PRÉ-EXISTETES + VISÃO GERAL DO PROJETO
ENDEREÇO:
1:2000
DATA: ALUNA:
ORIENTADORA:
CONTEÚDO:
Avenida do Contorno, Colônia do Marçal - São João del Rei/MG 20 de setembro de 2021
Kathleen Michelle Amaral Resende Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli
Situação, implantação, topografia, acessibilidade, visão geral, setorização, fluxo viário e de água pluvial
N° DA PRANCHA:
01 / 11 ESCALA:
Indicada
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
0
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS
73
R37 .29
No início da passarela, ao chão, lê-se:
"A morte é uma ponte paraA a Cvida." Q na
laudia
Arantes
uintana
1. Praça de alimentação: 104,75m² 2. Floricultura: 33,20m² área 3. Depósito: 6,69m² particular 4. Área de atendimento - Lanchonete: 10,23m² PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION 5. Cozinha: 20,47m 6. Banheiro masculino: 23,60m² 7. Banheiro feminino: 23,60m² 8. Circulação: 15,48m²
2.00
2.04
3.00
3.00
2.23
1.24
.15
lanchonete / floricultura
23.62
J5
.50
lago J6
2.23
3.00
1.24
3
J6
5
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.50
4.70
1.45 1.00
2.63
1.00
1.00
.50 .15
.50
10.00
1.08
1.50
A P2
.15
1.50
velário
WC FEM. 23.60 m²10.32
1.08
8.12
2.00 - ÁREA DO .45 .15 .45 LAGO PAISAGISMO 1:500
1.00
+ 0.10
.10
2.00
/ espelho d’água
CIRCULAÇÃO 15.48 m²
P2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
J2
4.05
8.12 1.50
1.00 3.81
8
1
2.00
2.00
2.00
.15
1.08
7.
WC FEM. 23.60 m²
2
7
5.08
1.00
23.60 m²
ESCALA
.45
.50
.10
1:500
.15
2.63
DO LAGO 7. PAISAGISMO WC- ÁREA MASC. + 0.10
ESCALA
.45
.50
5.08
A
5.08
WC MASC. 23.60 m²
.15
.15
1.55
.15
passarela
.20
4
.20
.15
2.03
4.70
4.70
1.52
1.08
.55 .15
2.63
.37 .15 .40
P2
2.63
2.00
P2
4.05
1.00
5.08
2.00
HONETE 23 m²
4.70
.15
2.02
2.60
4.15
2.03
.15
2.00
2.15
1.00
.90
1.00
2.15
1.45
1.52
.55
1.00
J6
.15
2.02
.55
6
15.04
J6
2.15
COZINHA 20.47 m²
2.15
.85
2.60
1.45
1.45
.55
3.00
4.39
B
Programa de necessidades - lanchonete/floricultura:
10.32
1.00 .10DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ GRADUAÇÃO FINAL DE TRABALHO FEDERAL UNIVERSIDADE PROJETO ESPAÇOS DE MEMÓRIA: UMA REFORMULAÇÃO DOS CEMITÉRIOS 3.00
ENDEREÇO:
3.86
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
4. ESCALA
LAYOUT 1:100
0
1
2
3m
74
Prioridade: pedestres/ciclistas
19.87
38.78
33.16
20 1 .0 19
8.19
26 .73
31.35
2 9.5
57. 34
34.47
80 24.
71. 09 219 .62 33. 23
67 16. 12.1 7
29.6 0
2
67.10
12.9 27 30.14
23. 52
15.
15.57
46.10
33.85
19. 56
10.17
2
16.99
6.8
10.18
74
.95 18
21.
.55
13.39
111.62
N
150m
12. 91
49 66. 11. 86 21
18.
.83
55
.07
7. 87
51
3 26.0
.90
12
.07
100
14 .41
.51 21 .49 46
8.43 26 .59
26. 92
24 .85
9.7 6
50 .43
.97 16 18.6 3 16.1 9
65 27.
46.
33.51
11 41.88 21.07
21
50
66.42
6.40
7
0
14
.52
33.24 6
83.51
82.44
2.
57
8
17.
17.1
40 16.
8
5 27.2 2 2
12.75 .65
24
49
22
2
TOPOGRAFIA (curvas de nível a cada 1m)
55.96
59.61
57.43
1:5000
ESCALA
75.03
54.43
55.18
76.26
.95
20.2
14.
4
6
1:5000
29
.30
40.31
0
179.8
7
SETORIZAÇÃO
.77
5
5
ESCALA
30
6
5 4 3
N
150m
18.06
46
.49
29
11.35
17
6
6
7.
75
18
0 1
100
27.
13. 86 12 .9 7 47.18
96
44. 42.60
30.70
19
16 15 14 13 12 11 10
43.67
43.71
19
11 10 10 98 7
50
54
32.79
19.42
21.72
23 22 18 21 20 17 19 18 17
32.75
30.32
53. 27
16.75
27 26 25 24
0
.89
23.2
.33 13 15.83
28
23
Área particular
25.42
47.03
21
.91
34.7
27.5
.14
24
33.63
0
.2
44
33.10
.39 264
21
Área livre
87
11.
31
27.
34.44
.92
10
.97
22 22.97
41.64
43.49
25 26 2728
20 22 24
39.79
9.90
25.
.50
22
N
1:2000
32.26
40m
43. 56
.91 18
.72 32
34 .62 26.55
25.51 46.55
48.30
21
7.85
30
Sepulturas em solo Ossuários
23.68
22
.73
21
.06
5 20.1
20
21 .43
2 .4 19
32. 87
37 .72
9 16.8 10.98
82
0
25.57 24.03
26.48
23.98
46.47
.98
SITUAÇÃO
1. ESCALA
4
27.5
27.90
32.33
13.85
59 46
9
21.58
.99
0
89 33.
17.
16
.03
FUNDAÇÃO BRADESCO
11.90
30.23
.69
16 .66
.21 32 5
39
15.7
29.
31.8
4
8.8 07
.24
5
.79
.24
.8
.36
21.73
16
31 .10
.38 43
28.7
7
20.2
1
20.3
22
34
15
21
20
OLA GIAR IDA LUÍS AVEN
9
43 .48
A TAN DE SAN ULIO É BRÁ JOS RUA
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
8.9
.93
5
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
7
12.9
13.58
27.
85
20
30.8
.17
20
12.49
51
20.42
AVENIDA DO CONTORNO
24.42
27.06
7
18.61
N
150m
1:5000
15.48
9
16.9
10.11
6
13.5
20.4
22.89
100
64 9.
.80
28
8.88
.31
33.
61.01
15.02
.91
25.87
22.20 .68
33
6
0
15
19
21.
14.67
18.96
17.39
6 35.4
.46
13
19.13
.65
78
50
FLUXO VIÁRIO
.30
66
14.
27.6
17.
.88
26
43
16.
44.8
R9.0
65.64
42.09
16.36
.66
63
ESCALA
R6.50
R15.00
13 44.85
57
35.
.27
23
47
0
8
17. 94
.72
.94
36
9.87 7
24.8
19.99 60
6.
60.1
62.13
.56
.99
31
21
20.
19.57 48
22. 2
27.50
59.31
15
44.25
.92
7.1
.95
.64
37
0
83
59.
11
.16
43
17
Calçada: pedestres/ciclistas 35.08
111 .84
22
.78 18
34.96
12.45
.18
3
52
30.
11.90
77
19.6
.37
93
35.
36.08
18.15
12.
29
CO
13 .87
1.55
EI
NC
A
RU
10
3
6
8
27
0
5. ESCALA
20
30
40m
N
IMPLANTAÇÃO
Bueiros
1:1000
Direcionamento do fluxo pluvial
≤5% 6% 8% 10%
8.
12,5%
ESCALA
>12,5%
0
50
100
150m
MAPA DE DECLIVIDADE/ACESSIBILIDADE
3.
1:5000
ESCALA
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS
0
20
30
40m
N
1:2000
N
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
4. ESCALA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PROJETO ÁTIMO - ESPAÇO DE MEMÓRIA
MAPA DE VEGETAÇÃO E EDIFICAÇÕES PRÉ-EXISTETES + VISÃO GERAL DO PROJETO
ENDEREÇO:
1:2000
1.00
DATA: 8.00
ALUNA:
10.00 12.50
ORIENTADORA:
16.66 20.00
CONTEÚDO:
Avenida do Contorno, Colônia do Marçal - São João del Rei/MG 20 de setembro de 2021
Kathleen Michelle Amaral Resende Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli
Situação, implantação, topografia, acessibilidade, visão geral, setorização, fluxo viário e de água pluvial
N° DA PRANCHA:
01 / 11 ESCALA:
Indicada
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
75
16.2.4. Área de reflexão: Memorial Covid-19 A instalação foi desenvolvida como forma de homenagem aos falecidos pela COVID-19. A composição das paredes na entrada sugere que se adentre o espaço individualmente, tal qual o distanciamento social necessário na pandemia. Chega-se a um espaço comum, escuro, onde mensagens de familiares e amigos das vítimas do coronavírus serão reproduzidas nas paredes de forma audiovisual. Um jardim isolado ao centro representa a vida. Apesar de separar os dois lados do espaço, permite uma comunicação visual por meio de uma abertura na altura dos olhos, por onde entra uma parcela de luz que vem da abertura superior. De uma forma subjetiva, representa o contato, ainda que distante, entre as pessoas, estejam elas separadas pelas medidas sanitárias da pandemia ou pelo átimo da morte. PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
.70
66
.17
37
.33
87
31.38
10.03
32.28
13
8.9
0
5
37.0
E
TR
8.62
EZ
27.05
GO
23.81
28.01
3
81 11.
A
.50 21
RU
36.2
33.36
VE
.16 33
TRA
VES
LA
DA
JAC
50.61
09
NDÁ
0
28
5.8
0.0
R2
19.
ARA
53.72
1
18
S
SA
.27 39
RE
8
VA
17.8
OR
23
AD
63.
RN
.19
A
RU
01 26.
19 .10
26.
9
.87
3
9
111 .84
.43
21
31.35
2
34
34.47
91
12.
71. 09
.62
219
33. 23
67 16. 7.
12.1 7
0 29.6
2
67.10
.83
3
55
.07
87
51
26.0
21
18.
12.9
56 19.
10.17
10.18
6.8
2
16.99
.95
27 15.
15.57 23.
30.14
52
74
18
21.
46.10
33.85
111.62
N
150m
14
.41
8.19
11. 86
46.
33.51
.90
12
.55
13.39
100
94
.73
26
21 .51
46 .49
8.43
.59
26
66. 49
24. 80
.43
50
65
27.
54.43
75
66.42
6.40
7
11 41.88 21.07
.07
50
34.44
75.03
.52
21
6
0
14
22
33.24 6
83.51
82.44
2.
26. 92
24 .85
6
9.7
.97
16
2
.65
24
49
14.
2
TOPOGRAFIA (curvas de nível a cada 1m)
55.96
59.61
57.43
1:5000
ESCALA
57
17.
40
16.
8
12.75
.95
20.2
0
179.8
7
1:5000
29
.30
40.31
4
5
SETORIZAÇÃO
.77
5
5 4 3
ESCALA
30
6
0 1
N
150m
18.06
46
.49
29
11.35
17
6
6
7.
76.26
96
44. 42.60
18
16 15 14 13 12 11 10
100
55.18
7 .9 12 47.18
19
30.70
19
11 10 10 98 7
43.67
43.71
23 22 18 21 20 17 19 18 17
50
27.
53. 27
13. 86
19.42
21.72
27 26 25 24
0
.89
54
32.79
30.32
33.10
.39 264
28
23
Área particular
25.42
47.03
23.2
.33
15.83
44
32.75
33.63
0
.2
16.75
21
43. 56
.91
18
32 .72
34 .62
18.6 3 16.1 9
8
17.1
5 27.2 2
.14
24
13
.97
22
22.97
41.64
43.49
25 26 2728
20 22 24
Área livre
87
11.
31
27.
21
.91
34.7
.92
10
N
1:2000
32.26
40m
Sepulturas em solo
Ossuários
23.68
39.79
9.90
25.
.50
22
27.5
48.30
46.55
7.85
30
.91
.37
20
2
.4
19
32. 87
37 .72
9
16.8
46.47
10.98
26.55
25.51
21
5
20
25.57
22
.73
21
.06
20.1
0
4
27.5
24.03
32.33
13.85
.98
SITUAÇÃO
1.
9
21.58
27.90
26.48
23.98
89
59
.79
82
FUNDAÇÃO BRADESCO
11.90
30.23
.69
16
32 .21
39
29.
33.
07
16
.03
46
.24
.8
.36
21.73
16 .99
.10
31
.66
43 .38
IDA LUÍS
AVEN
15.7 5
31.8 0
4
8.8
17.
.24
5
34
15
21
20
OLA
GIAR
28.7
7
20.2
43 .48
A
TAN
DE SAN
ULIO
É BRÁ
JOS
RUA
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
9
1
20.3
22
27.
.93
5
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
8.9
7
12.9
13.58
85
20
30.8
.17
20
12.49
51
20.42
AVENIDA DO CONTORNO
24.42
27.06
7
18.61
N
150m
1:5000
15.48
9
16.9
10.11
6
13.5
20.4
22.89
100
FLUXO VIÁRIO
64 9.
.80
28
8.88
.31
33.
61.01
15.02
.91
25.87
22.20
.68
33
6
0
15
19
21.
14.67
18.96
19.13
17.39
6 35.4
.46
13
14.
27.6
17.
.88
26
43
16.
.65
78
50
.30
66
47
0
60
17
44.8
R9.0
65.64
42.09
16.36
.66
63
ESCALA
R6.50
R15.00
13
44.85
57
35.
.27
23
8
17.
.78
.94
36
9.87
7
24.8
19.99
6.
60.1
62.13
.56
.99
31
21
20.
19.57
48
27.50
59.31
15
44.25
.92
22.
59.
.95
.64
37
0
83
11
.16
43
2
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas Calçada: pedestres/ciclistas
35.08
19 .0 1
18
34.96
12.45
.18
.72
77
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
29
22
18.15
19.6
13
5 11.5
33.16
66.8
8
38.78
52
30.
12.
7.1
95
57
19.87
93
35.
36.08
11.90
ESCALA
6
28.9
11.25
.51
28. 35
61
.58
32
25.2
74.29
32.
CO
41 .44
14
.72
14
6.63
11
17. 99
1
2
3.76
07
29.21
78 22.
SA
6.9
33.4
19.44
37.7
L.
14
20.00
20.71
20.42
15.
04
18.
1 1.3 17
A
AN
NT
O
9.90
17.67
.30
.29
9
6
ÇÃ
EI
NC
39.96
.12
38
43.4
31
48.8
A
0
57.
.61 43
5
11.
3
20.0
25
35
7.94
88
25.
17.5
RU
57.5
19.
.08
.39
9.5
49
54
10
3
6
8
27
0
5. ESCALA
20
30
40m
N
IMPLANTAÇÃO
Bueiros
1:1000
Direcionamento do fluxo pluvial
≤5% 6% 8% 10%
8.
12,5%
ESCALA
>12,5%
0
50
100
150m
MAPA DE DECLIVIDADE/ACESSIBILIDADE
3.
1:5000
ESCALA
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS
0
20
30
40m
N
1:2000
N
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
4. ESCALA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PROJETO ÁTIMO - ESPAÇO DE MEMÓRIA
MAPA DE VEGETAÇÃO E EDIFICAÇÕES PRÉ-EXISTETES + VISÃO GERAL DO PROJETO
ENDEREÇO:
1:2000
1.00
DATA: 8.00
ALUNA:
10.00 12.50
ORIENTADORA:
16.66 20.00
CONTEÚDO:
Avenida do Contorno, Colônia do Marçal - São João del Rei/MG 20 de setembro de 2021
Kathleen Michelle Amaral Resende Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli
Situação, implantação, topografia, acessibilidade, visão geral, setorização, fluxo viário e de água pluvial
N° DA PRANCHA:
01 / 11 ESCALA:
Indicada
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
76
Ao fim da experiência, todos saem por uma única abertura, onde se lê a seguinte frase: 9. ESCALA
"No dia seguinte ninguém morreu. " J S
osé aramago
PAISAGISMO 1:100
9.
Em uma alusão ao fim da pandemia.
PAISAGISMO
ESCALA
1:100
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO DEL REI - UFSJ JOÃO DE SÃODOS CEMITÉRIOS REFORMULAÇÃO MEMÓRIA: UMAFEDERAL PROJETO ESPAÇOS DE UNIVERSIDADE ENDEREÇO: DATA:
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PROJETO ESPAÇOS DE MEMÓRIA: UMA REFORMULAÇÃO DOS CEMITÉRIOS
Avenida do Contorno, Colônia do Marçal - São João del Rei/MG
13 de setembro de 2021
ENDEREÇO:
Avenida do Contorno, Colônia do Marçal - São João del Rei/MG Kathleen Michelle Amaral Resende
ORIENTADORA:
13 de setembro de 2021 Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli
CONTEÚDO:
fachadas, cortes, planta baixa, Memorial COVID-19:Kathleen Resende Amaral Michelle planta de cobertura e paisagismo
DATA:
ALUNA:
ORIENTADORA: CONTEÚDO:
3. ESCALA
N° DA PRANCHA:
ALUNA:
11 / 11
N° DA PRANCHA:
ESCALA:
Indicada
Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli
Memorial COVID-19: planta baixa, cortes, fachadas, planta de cobertura e paisagismo
11 / 11
ESCALA:
Indicada
CORTE BB 1:50
77
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
16.2.5. Área de contemplação .70
66
.17 37
.33
87
31.38
10.03
32.28
13
8.9
0
5
27.05
GO
23.81
3
36.2
81
.50
33.36
33
50.61
TRA
VES
LA
DA
S
SA
JAC
09
NDÁ
0
28
5.8 1
0.0
R2
19.
ARA
39
RE
8
VA
.27
17.8
OR
.16
AD
23 63.
RN
53.72
01 26.
49
7.94
88
54
43
.39
.61
.12
.29 38
35
26.
11.5
111
.43
21
14
.41
8.19
94
.73
26
31.35
2
9.5
34
57.
34.47
91 12.
66. 49 11. 86
71. 09 27.
65
.62
40
219
1:5000
34.44
33. 23
2 23.2
12.75
67 16. 54.43
12.1 7
75.03
55.18
29.6
0
76.26
47.18
43.67
43.71
14
.52
24
.65
25.
30.70
49
75
66.42
46.
179.8
0
33.51
6.40
7
22
14.
21
18.
2
67.10
.83
3
55
.07
7. 87
51
26.0
12.9
10.18
2
16.99
6.8
12
.55
27 15.
15.57
46.10
19. 56
10.17
.90
21.07
33.85 30.14
23. 52
74
.95 18
21.
11 41.88
33.24
13.39
111.62
N
150m
SETORIZAÇÃO
.95
20.2
.07
100
17.
21 .51
46 .49
8.43
.59
26
26. 92
24 .85
.43 50
.97
7. ESCALA
29
.30
40.31
21
50
N
150m
.77
5
0
100
Sua localização privilegiada permite a observação de quase todo o terreno do “Projeto Átimo” e de parte da cidade, além de estar voltado para o pôr do sol, criando um ambiente perfeito para momentos de introspecção e conexão com a natureza, com suas crenças ou consigo mesmo; ou apenas vivendo um bom momento com uma boa companhia, esteja ela presente fisicamente ou apenas na memória.
30
6
6 6
50
18.06
46
.49
29
7
0
.89
27.
53. 27
13. 86 7 .9 12
21.72 96
44. 42.60
17
6
5
Área particular
25.42
47.03
54
32.79
19.42
11.35
16.75
30.32
33.10
18
16 15 14 13 12 11 10
Área livre
87
11.
31
27.
16.
8
.33 44
22.97
41.64
32.75
33.63
0
.2
15.83
19
Sepulturas em solo Ossuários
9.90
57
17.1 5 27.2 2
.14
24
13
32.26
.97
22
.39 264
19
11 10 10 98 7
25.57
23.68
39.79
22
34.7
.92
10
N
43.49
23 22 18 21 20 17 19 18 17
4
27.5
27.90
17.
8 .50
22
27.5
48.30
46.55
7.85
40m
11.90
30.23
24.03
16 18.6 3 16.1 9
10.98
26.55
25.51
21
5
30
9
21
.91
.73
21
.06
20.1
20
.24
.8
21.58
6 9.7
23.98
46.47
.98
0
34
15
.36
32.33
13.85
59 .03
46
82
FUNDAÇÃO BRADESCO
.93
5
21
26.48 24. 80
16
89 33. 16
.79
43. 56
18 .91
32 .72
34 .62
43 .48
9
16.8
.10
31
.66
43 .38
32 .21 39 29.
15.7 5
31.8 0
4
8.8 07
17.
.24
5
85
20
30.8
21.73
16 .99
GIAR OLA
7
20.2
33.
61.01
15.02
20 .69
A TAN DE SAN ULIO É BRÁ JOS RUA
AVEN IDA LUÍS
9
27.
28.7
N
150m
1:5000
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
8.9
1
20.3
22
20.42
AVENIDA DO CONTORNO
7
12.9
13.58
18.61
6
0
24.42
27.06
7
22.89
44.8
R9.0
.17
20
12.49
9
16.9
10.11
6
13.5
20.4 .31
51
ESCALA
15.48
.80
28
8.88
100
FLUXO VIÁRIO
64 9.
19
25.87
22.20
.68
33
50
.30
66
14.
21.
14.67
18.96
.65
78
.84
1
.0
19
2
.4
19
37 .72
32. 87
R15.00
.91
.46
13
19.13
8
65.64
42.09
16.36
.66
63
6.
60.1
R6.50
15
.88
26
43
16.
17.39
6 35.4
44.25
62.13
13
44.85
57
35.
.27
23
47
0
27.6
9
.37
20
.72
.94
36
9.87
7
24.8
19.99
27.50
59.31
15
.56
.99
31
21
20.
19.57
60
17.
.95
.64
.92
48
0
83
59.
11
.16
37
22.
Calçada: pedestres/ciclistas
35.08
43
2
Mão dupla - via asfaltada Adicionada à via pública urbana
.18
22
.78 18
12.45
19.6
3
52
30.
34.96
Mão dupla - via compartilhada - microsseixos Prioridade: pedestres/ciclistas
29
33.16
13 .87
5
38.78
66.8
8
19.87
93
35.
11.90
26 25 24
6
35 .51
28.
61
.58
32
9
28.9
11.25
57
36.08
18.15
77
7.1
.91
2
25.2
74.29
3.76
07
78 22.
29.21
32.
12.
17
.44
33.4
19.44
37.7
CO
95
1
41
14
6.63
17. 99
6.9
20.71
20.42
15.
04
EI
14
20.00
14 .72
.30
11
17.67
18.
ÇÃ
NC
A
SA
9.90
6
1 1.3 17
AN
NT
RU
39.96
Este é ponto mais alto do terreno e também onde se encerra o último elemento do trajeto. É o local mais “distante” do tema da morte, já que seu espaço não materializa nada relacionado diretamente à ela. 9
31
11.
48.8
L.
0
25
43.4
3
20.0
25.
5
17.5
A
O
57.5
19.
.08
.10
VE
18 .19
A
28.01
11.
21
RU
19
TR
8.62
37.0
E
EZ
A
RU
83.51
82.44
vas de nível a cada 1m)
55.96
59.61
57.43
10
3
6
8
27
0
5. ESCALA
20
30
40m
N
IMPLANTAÇÃO
Bueiros
1:1000
Direcionamento do fluxo pluvial
≤5% 6% 8% 10%
8.
12,5%
ESCALA
>12,5%
50
100
150m
IDADE/ACESSIBILIDADE
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS
20
30
40m
N
1:2000
N
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ
4. ESCALA
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PROJETO ÁTIMO - ESPAÇO DE MEMÓRIA
MAPA DE VEGETAÇÃO E EDIFICAÇÕES PRÉ-EXISTETES + VISÃO GERAL DO PROJETO
ENDEREÇO:
1:2000
DATA: ALUNA:
ORIENTADORA:
CONTEÚDO:
Avenida do Contorno, Colônia do Marçal - São João del Rei/MG 20 de setembro de 2021
Kathleen Michelle Amaral Resende Lívia Ribeiro Abreu Muchinelli
Situação, implantação, topografia, acessibilidade, visão geral, setorização, fluxo viário e de água pluvial
N° DA PRANCHA:
01 / 11 ESCALA:
Indicada
PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION
0
0
78
PLANTA BAIXA - ESPELHO D'ÁGUA
3. ESCALA
1:200
5.0
0
3.14 6.00
8
.9
VISTA - ESPELHO D'ÁGUA
4. ESCALA
1:100
4.4
9
3.3
2.6 1
PASSARELA
0
1.71
5
3
.8
6.00
8
2.9
6. ESCALA
PLANTA BAIXA MOBILIÁRIO - ÁREA DE CONTEMPLAÇÃO 1:75
5.0
0
3.14 6.00
8
.9
4.4
2.6
0
3.3
1
9
1.71
0
5.0
3
.8
.10
6.00
5.00
6.0
0
8
2.9
UNIVER
6. ESCALA
7.
PLANTA BAIXA MOBILIÁRIO - ÁREA DE CONTEMPLAÇÃO
ESCALA
VISTA MOBILIÁRIO - ÁREA DE CONTEMPLAÇÃO 1:50
PROJETO ESPA
1:75
ENDEREÇO: DATA:
5. ESCALA
PLANTA BAIXA - ÁREA DE CONTEMPLAÇÃO
Kathle
ORIENTADORA:
1:100
CONTEÚDO:
Avenid
13 de s
ALUNA:
Lívia Ri
Passare Área d
Neste local, lê-se a frase inscrita na mureta:
"(.. ) transformar a dor que olha uma
sepultura na dor que olha uma estrela." UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI - UFSJ 7.
VISTA MOBILIÁRIO - ÁREA DE CONTEMPLAÇÃO
Victor Hugo
79
17. Texturas e paisagismo do projeto Área externa
FULGET / MICROSSEIXOS - PISO INTERTRAVADO CONCRETO - PISO INTERTRAVADO CONCRETO AZUL - QUARESMEIRA ROSA BEIJINHO / MARIA-SEM-VERGONHA - JACARANDÁ-DE-MINAS - IPÊ-AMARELO - TRAPOERABA-ROXA - SALGUEIRO-CHORÃO
Administração
RIPADO DE MADEIRA - ESPADA-DE-SÃO-JORGE - PALMEIRA-ARECA - FURCRÉIA
Capela
RIPADO DE MADEIRA - REVESTIMENTO ENTRELAÇADA BL MATTE (CEUSA)
Salas de velório
RIPADO DE MADEIRA - PATA-DE-VACA - BEIJINHO - PINGO-DE-OURO
Lanchonete / floricultura
REVESTIMENTOS: GRAFOS (ELIANE) - ENTRELAÇADA BL MATTE (CEUSA)
80
Ossuários .64 4.54
VISTA VISTA
.10
.66
30 30
.10
N
40m
.10
0
1.62
0
0.5
.10
1
1.5m
Vista frontal 9.
Planta baixa
1:2000
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS 1:2000
01
0 4.54
0
4.54
RIPADO DE MADEIRA CUMARU Acabamento: verniz OSSUÁRIOS 1:50
OSSUÁRIOS AZULEJO PLACE PO - ELIANE
ESCALA
RIPADO DE MADEIRA CUMARU Acabamento: verniz
1.5m
.64
ESCALA
9.
1 .64
Vista frontal Vista frontal
1.62
MAPA DE FLUXO SUBTERRÂNEO DE ÁGUA PLUVIAL E BUEIROS
0.5
.10
PPlanta lanta baixaN baixa 40m
.10
.10 .60
2.20 2.20
.66
.60
.64 4.54
.10
20
0
METALON Acabamento: branco fosco
V
.10
0
0
istalateral lateral Vista
Direcionamento do fluxo pluvial Bueiros
20
01
Vista lateral
Bueiros
0
Acabamento: polido Dimensão: 120 x 120 cm METALON Acabamento: branco fosco
01
Direcionamento do fluxo pluvial
Efeito: mármore 1:50 Acabamento: polido Dimensão: 120 x 120 cm
0
0.5
1
1.5m
0
0.5
1
1.5m
METALON Acabamento: branco fosco
AZULEJO PLACE PO - ELIANE
Efeito: mármore Vista lateral
VIA PÚBLICApolido URBANA Acabamento:
VISTA Dimensão: 120 x 120 cm
VIA PÚBLICA URBANA
01
0
20
30
.10
5.00
Direcionamento do fluxo pluvial
N
.60
5.00
Bueiros
40m
1
1.5m
.60
VISTA
0.5
.10
lateral
Direcionamento do fluxo pluvial
0
METALON Acabamento: branco fosco
2.20
Bueiros Vista
2.20
DISTANCIAMENTO MÍNIMO = 5m DISTANCIAMENTO MÍNIMO = 5m
.10
LIMITE DO TERRENO LIMITE DO TERRENO .64 4.54
Vista frontal N
4.54
SCALA
CALA
RIPADO DE MADEIRA CUMARU Acabamento: verniz PO - ELIANE AZULEJO PLACE Efeito: mármore Acabamento: polido AZULEJO PLACE PO - ELIANE Dimensão: 120 x 120 cm Efeito: mármore
.10
Variações possíveis: • Tons brancos/claros com texturas de mármore, granito ou semelhantes; • Tons escuros com texturas de mármore, granito ou semelhantes; • Tons amadeirados ou semelhantes; • Tons cinzas/cimentícios ou semelhantes.
8.
.
RIPADO DE MADEIRA CUMARU Acabamento: verniz
.10
.64
81
82
18. Conclusão O entendimento da morte varia entre lugares, crenças e pessoas de uma mesma religião. Apesar de as práticas dos ritos funerários se diferenciarem, ao analisar as diferentes visões como um todo, é possível observar algumas semelhanças entre elas. A primeira coisa em comum é que a morte nunca se opõe à vida, mas ao nascimento. Independente da religião, a morte raramente é vista apenas como um fato biológico natural e comum à todos. Ela é apenas um acontecimento que separa o corpo da alma, e os rituais fúnebres farão parte da decisão divina sobre qual o lugar adequado para a alma, se merece a paz ou o tormento no pós-morte. Por isso a morte não é o oposto da vida. A existência continua após a separação do corpo físico. Outro elemento comum é que todos possuem seus ritos para a morte, muitas vezes se iniciando ainda em vida. Todos os costumes determinam uma norma sobre como os amigos e familiares do moribundo devem agir junto à ele, geralmente evitando demonstrar muita emoção e sentimentos de tristeza. Além disso, existem condutas a serem seguidas quanto à vestimenta adequada para o momento do luto, sentimento esse que deve durar por um determinado tempo, sendo que quanto maior o grau de parentesco, maior a durabilidade do luto. Apesar de serem as principais manifestantes do luto, quase como um papel esperado delas, as mulheres são pouco citadas e, quando o são, estão associadas ao marido. Os ritos associados à morte têm sempre o objetivo de determinar bem a separação entre o mundo dos vivos e dos mortos. Isso é refletido no espaço físico ao localizar os cemitérios fora das cidades. Mas, ao mesmo tempo, foi compreendido também que o grande problema da proximidade com os mortos não é uma questão do cemitério em si. Desde que os ritos fúnebres sejam feitos corretamente para que a alma ou espírito do falecido não se prenda aos familiares vivos, não há proble-
mas na tentativa de familiaridade com a morte. Não por acaso a própria igreja católica o fez. A grande preocupação é quanto à saúde pública, que surgiu de forma mais intensa com o projeto higienista. A atenção na preservação do meio ambiente é um dos aspectos principais ao se pensar no projeto de um cemitério. Existem algumas normas a serem seguidas no Brasil que ainda são muito rasas para garantir uma boa execução. Tem-se aqui uma crítica à forma como esses ambientes são tratados: de forma secundária. Tudo isso reflete e justifica porquê as pessoas geralmente não se sentem à vontade nos ambientes relacionados à morte. Vimos que em São João del Rei existe a familiaridade quanto à localização dos cemitérios na cidade, mas não quanto ao seu espaço interno. Há uma carência de cemitérios adequados e confortáveis para que os familiares e amigos de pessoas que se foram possam prestar seus cultos e homenagens. O Projeto Átimo traz a questão da memória de uma forma subjetiva e sutil, começando pela proposta e intenção de tornar esse novo espaço cemiterial em um local a ser frequentado de forma cotidiana ou pelo menos com uma maior frequência pelos usuários, considerando seu contato com a natureza e sua relação com a cidade, já que possui ruas internas que foram adicionadas à via pública urbana. Portanto, o fato de o cemitério se tornar um caminho possível do percurso diário das pessoas, já faz com que o contato com a morte seja maior e ela seja vista com menos estranheza, trazendo sempre os mortos à memória. Para além de uma questão apenas de passagem, considerando uma maior permanência no cemitério, tem-se os elementos físicos comuns diretamente relacionados aos falecidos, de uma forma mais específica e individual. Neste caso, os elementos seriam os QR Codes das lápides individuais, assim como as fotos e nomes inscritos. Considera-se aqui também a arte
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funerária de cada sepultura, que confere identidade a cada uma delas, estimulando a memória de uma forma mais personalizada. Por fim, temos toda a ambiência de cada área do cemitério que carrega uma simbologia e transmite sensações bastante subjetivas de acordo com as vivências das pessoas que a frequenta. O estímulo à memória se dá também pelas frases espalhadas por esses espaços. Espera-se ter cumprido com o Projeto Átimo o objetivo de propor um ambiente cemiterial que atraia as pessoas ao invés de afastá-las. Que ele tenha conseguido transmitir a ambiência possível, necessária e agradável de um espaço capaz de associar a morte a momentos de lazer do cotidiano. Que ele tenha, então, reformulado a visão sobre a morte e o cemitério, e se imposto como o espaço de memória que sempre foi.
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19. Anexo: Roteiro de entrevista Entrevistado: Marcos (nome fictício)
Data: 25/01/2021
1. Com qual cemitério você teve/tem contato? Há quanto tempo? 2. Qual o seu cargo ou qual atividade você desempenhava nesse cemitério? 3. Como é a estrutura desse local?
Exemplo: sala de velório, capela, banheiro, espaço para armazenar ferramentas etc.
4. O banheiro é disponível para os visitantes? São separados para funcionários e visitantes? Masculino e feminino? Quantos são? 5. A estrutura do cemitério é adequada para as necessidades tanto dos usuários/visitantes, quanto dos trabalhadores? 6. Se fosse realizada uma reforma no cemitério onde você trabalha/trabalhou, o que você mudaria? Vê a necessidade de acrescentar algum novo espaço? Se sim, qual? 7. Quem são as pessoas que mais frequentam o cemitério?
Exemplo: Qual a média de idade? A maioria é homem ou mulher? Crianças costumam ir ao local?
8. Em dias comuns sem sepultamento, qual a frequência das visitas no cemitério? Algum dia da semana é mais frequentado que outro? Qual época do ano tem mais visitas? 9. Em dias com sepultamento, já percebeu se existe algum dia da semana
que ocorram mais? Exemplo: finais de semana. Há uma época do ano que existem mais sepultamentos? Exemplo: janeiro/julho/dezembro (períodos de férias). 10. Quais as reações mais comuns em dias normais? E em dias de sepultamento? Exemplo: Expressam um luto mais dramático (choros intensos, lamentações); São mais discretas (choros mais contidos, sem alardes); Possuem feições neutras (nem tristes, nem alegres). Costumam sorrir em algum momento? Demonstram tranquilidade?
11. Qual é o lugar mais visitado/utilizado? E qual é o lugar onde se permanece por mais tempo?
Exemplo: Os túmulos são visitados por mais pessoas, porém o lugar onde se passa mais tempo é a sala de velório.
12. Com a pandemia de COVID-19, surgiram novas necessidades no cemitério? Se sim, quais? 13. Pense em um novo cemitério, com um espaço maior, em que outras atividades além das visitas e sepultamentos poderiam acontecer. O objetivo é diminuir o desconforto das pessoas com o cemitério. De acordo com a sua experiência, levando em consideração as atitudes das pessoas que já observou, quais das atividades a seguir você acha que seriam bem aceitas em um cemitério? • • • •
Caminhadas; Passeios com animais de estimação; Piqueniques; Práticas de exercícios (yoga, meditação ou outro tipo de exercício físico
85
ao ar livre); • Descanso e contemplação (refletir, admirar a paisagem, ler um livro etc); • Eventos culturais para poucas pessoas: • Teatro; • Dança; • Apresentações musicais;
FIGURA 56 - CEREJEIRAS DO CONGRESSIONAL CEMETERY
Exemplo: Para funerais, com violino, violão, trompete etc, como forma de homenagem ao falecido.
• Exposições de arte; • Visitas de turistas; • Visitas escolares;
Exemplo: Acompanhamento de professores para o aprendizado de biologia e ecologia.
• Palestras; • Outras. Quais? _______________________________
Foram apresentadas as seguintes imagens:
Foto: TheWalkwoodOne/TRIPADVISOR.
FIGURA 49 - CAMINHO DO MOUNT AUBURN CEMETERY
Foto: Mount Auburn Cemetery.
14. Se fosse possível esse espaço maior, alguma das atividades que eu citei você acha que ainda seria um problema?
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20. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Marcelina das Graças de. A cidade e o cemitério: uma experiência em educação patrimonial. Revista M.: Estudos sobre a morte, os mortos e o morrer, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 213-230, Não é um mês valido! 2016. Semestral. Disponível em: http://seer.unirio.br/index.php/revistam/article/view/8118. Acesso em: 09 dez. 2020. ARÉVALO, Marcia Conceição da Massena. Lugares de memória ou a prática de preservar o invisível através do concreto. In: I ENCONTRO MEMORIAL DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS, 2004, Mariana. Disponível em: https:// docplayer.com.br/36836300-Lugares-de-memoria-ou-a-pratica-de-preservar-o-invisivel-atraves-do-concreto-1.html. Acesso em: 17 dez. 2020. ARIÈS, Philippe. História da morte no ocidente: da idade média aos nossos dias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. 290 p. Tradução de: Priscila Viana de Siqueira. Disponível em: https://docero.com.br/doc/s55n0x. Acesso em: 26 set. 2020. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988. Disponível em: https://www.senado.leg.br/atividade/ const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_216_.asp#:~:text=216.&text=IV%20%2D%20as%20obras%2C%20objetos%2C,%2C%20 paleontol%C3%B3gico%2C%20ecol%C3%B3gico%20e%20cient%C3%ADfico. Acesso em: 06 jan. 2021. BRASIL. Resolução CONAMA n° 335, de 3 de abril de 2003. Dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. Diário Oficial, Brasília, 28 de maio de 2003, Seção 1. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=359. Acesso em: 17 out. 2020. BRASIL. Resolução CONAMA n° 368, de 28 de março de 2006. Altera dispositivos da Resolução n° 335, de 3 de abril de 2003, que dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. Diário Oficial, Brasília, 29 de março de 2006, Seção 1. Disponível em: http://portal.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/17_01_2011_17.47.27.7dc5d81b315787de47e18cb128379567.pdf. Acesso em: 17 out. 2020. 87
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