Editorial

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2013

Confraria Bem Comer bem beber Outubro 2013 a Marรงo 2014


EDITORIAL Receita da Amêndoa de sobremesa ou enxovalhados VINHOS REGIÕES DEMARCADAS Vinho, Amor e sexualidade: o valor do tempo VIVA A BOA COMIDINHA Obesidade Infantil professor de desenho Ervas Aromáticas & Especiarias

Dia Mundial da Alimentação é celebrado no dia 16 de Outubro de cada ano para comemorar a criação em 1945 da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). O objectivo do Dia Mundial da Alimentação é consciencializar a humanidade sobre a difícil situação que enfrentam as pessoas que passam fome, e promover em todo o mundo a participação da população na luta contra a fome. Todos os anos, mais de 150 países celebram este evento O Bem comer bem beber tem consciência e preocupasse do grave problema que atinge milhões de pessoas em todo o Mundo, a nossa visão é a de um mundo sem fome - um Mundo no qual cada um e todas as pessoas possam estar seguras de receber a comida que necessitam para estar bem nutridas e saudáveis. A de um mundo que protege e trabalha para que haja assistência social e dignidade humana para todas os povos. Um mundo no qual cada criança possa crescer, aprender e florescer, e desenvolver-se como membros activos e activos da sociedade. Já foram alcançadas muitas conquistas no sentido de aliviar a fome e a desnutrição em todo o mundo, encontramo-nos muito longe de ter um mundo onde todas as pessoas possam estar livres da fome. O Bem comer bem beber vê na educação as chaves para fazer essa visão global uma realidade, focalizaremos os nossos esforços nos jovens e nos professores, esta associação não quer ficar de fora desse evento , recentemente criada sabe que é através da educação que se combate este flagelo que é a fome, a Confraria do Bem comer bem beber apresenta assim o seu 1º numero para todos aqueles que se interessam por este tema, em especial para os professores e os jovens deste país é este o pequeno contributo desta associação neste dia tão especial, com temas tão diversos coma é a alimentação e todo o que está relacionado através dos tempos Camané Ricardo

Revista da confraria bem comer bem beber, distribuição gratuita pelos futuros confrades desta confraria, não pode ser vendida nem distribuída sem autorização do Director desta confraria

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Moncorvo - Onde a amêndoa se veste de doçura

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Moncorvo - Onde a amêndoa se veste de doçura Em Torre de Moncorvo a amêndoa é trabalho de pacientes «cobrideiras» que tornam o fruto seco numa preciosidade envolta em açúcar..

«E outra vez os dedos nodosos, que pareciam cobertos de neve, se enterravam naquele aglomerado de concreções alvacentas; agitando-as, trazendo ao de cima as que jaziam na profundidade, fazendo mergulhar as que se encontravam à superfície e pondo de lado aquelas em que já avultavam grandes granulações opalinas»

Quase se poderia afiançar o som do rolar de milhares de pedrinhas, entrechocando, animadas por fragas litorais. O mar, contudo, está longe e as pedras, aqui, não são nenhum capricho geológico, embora sejam preciosidades: pérolas de açúcar com um coração de amêndoa. As Amêndoas Cobertas de Moncorvo, no Douro Superior, são o resultado de um labor tratado com paciência; uma arte que por mérito próprio figura na lista de «Produtos Tradicionais Portugueses» (produtos de confeitaria). No caso vertente o labor está entregue a Cândida Carvalho, uma «cobrideira» presente na Feira de Artesanato que anima Moncorvo todos os inícios de ano. A confeiteira percebe a nossa curiosidade. Sem, por um momento largar a tarefa, Cândida Carvalho espicaça-nos à proximidade, com a doçura dos pacotinhos repletos de amêndoa. Dentro de cada embrulho, uma mão cheia de amêndoas encapuçadas com pingentes de açúcar. «São os piquinhos», explica-nos Cândida Carvalho, acrescentando: «é a calda de água e açúcar que dá à amêndoa esse aspecto». «Pode provar se quiser; não paga por isso», afiança a «cobrideira», entre arremedos vigorosos de mãos-cheias de amêndoas, fervilhantes, dentro do grande tabuleiro em cobre. Sob o utensílio, num pote de barro, as brasas ardem em borralho. O fogo, lento, aquece desta forma o tabuleiro. Reparamos nos dedos de Cândida, protegidos por um pequeno exército de armaduras. Dez dedais constroem o escudo que separa as pontas dos dedos da «cobrideira» do calor intenso do tabuleiro. É uma tarefa dura, como percebemos. Perguntamos a Cândida Carvalho quanto tempo leva a envolver a amêndoa no açúcar. Responde-nos: “são oito horas por dia e isto durante um mês”.

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Campos Monteiro, Novelas Transmontanas – Ares da Minha Serra

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Antes, porém, é preciso descascar a amêndoa; a «partidela». Em tempos idos, anteriores à mecanização do processo, partir a amêndoa era árduo. «A partidela faziase sobre um calhau, com uma barra de ferro que assentava na casca da amêndoa. A casca era molhada para amolecer. O fruto saía inteirinho se a mão fosse certa», conta-nos Cândida, acrescentando: «fazia-se isso ao serão, depois do jantar. Numa noite, uma mulher, chegava a encher uma saca de 12 quilos de amêndoa». Estávamos, nessa altura, pelo final do ano. A colheita havia sido feita meses antes, nos soalheiros Agosto e Setembro, por vezes mesmo em Outubro. A região era (e continua a sê-lo, apesar da regressão na cultura) generosa para este fruto seco. Após a colheita os produtores espalhavam a amêndoa, para a seca, onde houvesse uma nesga de espaço: na sala, no quarto, sob a cama.

Compêndios à parte, retomamos o fio à conversa, tentando fechar o ciclo e compreender como da amêndoa crua se faz uma especialidade da doçaria regional. Cândida Carvalho continua: «antes de virem ao tabuleiro, as amêndoas são peladas e torradas». Está, assim, findo o processo.A especialidade tem procura. Produz-se, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas, por ano, na região de Moncorvo, cerca de uma tonelada. Os turistas gostam e os locais também. Não há boda que se preze que não tenha amêndoas cobertas, embrulhadas em tule. Manda a tradição que os embrulhos de amêndoa torrada se espalhem sobre as mesas ou se ofereçam à noiva. Finda a conversa não resistimos e, finalmente, provamos a amêndoa coberta. A resistência inicial da cobertura de açúcar desfaz-se lentamente. O adocicado é intenso. Leva algum tempo a atingir o tempero levemente amargo da amêndoa. Então tudo se envolve e percebemos o equilíbrio. Fez-se uma viagem por diferentes graus de sabor. Mas há mais. Com Cândida Carvalho ficamos a saber que esta amêndoa doce de Moncorvo tem família: «para além destas, torradas, há as morenas se levarem chocolate e peladinhas quando o grão é coberto com uma camada de açúcar mais fina».

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A Amêndoa Torrada de Moncorvo é saber antigo e ganhou fama além-fronteiras, como atesta Domingos Ferreira Deusdado, por 1930: «vão para as nossas províncias e são exportadas para o Brasil, África, etc.”. Em 1886, a amêndoa torrada de Moncorvo é dada a provar na Exposição Universal de Paris e, dez nos mais tarde, pula o Atlântico é mostra-se na Feira Internacional de Filadélfia.

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Receita da Amêndoa de sobremesa ou enxovalhados

Sem se pelarem, esfregam-se as amêndoas num pano, num tacho, de preferência de cobre, deitam-se as amêndoas, o açúcar e a água e deixa-se repousar uns quinze minutos para amolecer o açúcar. Depois, leva-se o tacho a lume muito forte para levantar fervura rapidamente, reduz-se imediatamente o calor para o mínimo, agitando o tacho de vez em quando, até o açúcar fazer ponto de areia, isto é, até o açúcar solidifique e se agarre às amêndoas e às paredes do tacho, nesta altura, volta a intensificar-se o calor e, mexendo vigorosamente com uma colher de pau forte, separam-se as amêndoas tanto quanto possível, deixando-as caramelizar muito ligeiramente. Deitam-se as amêndoas imediatamente sobre a pedra da mesa, untada com óleo de amêndoas doces ou outro de sabor neutro. Depois de frias, separam-se guardam-se em caixas de folha para evitar que amoleça Nota: Para que as amêndoas se conservam macias, é fundamental que o caramelo final seja na realidade muito ligeiro

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1 Chávena de amêndoas 1 Chávena de açúcar 1 Chávena de água 1 Pitada de canela (fac.)

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VINHOS Os vinhos são como os homens, com o tempo, os maus azedam e os bons apuram... "Cícero"

A mitologia romana atribui a Saturno a introdução das primeiras videiras; na Península Ibérica, ela era imputada a Hercules. Na Pérsia, a origem do vinho era também lendária: conta-se que um dia, quando o rei Djemchid se encontava refastelado à sombra da sua tenda, observando o treino dos seus archeiros, foi o seu olhar atraído por uma cena que se desenrolava próximo: uma grande ave contorciase envolvida por uma enorme serpente, que lentamente a sufocava. O rei deu imediatamente ordem a um archeiro para que atirasse. Um tiro certeiro fez penetrar a flecha na cabeça da serpente, sem que a ave fosse atingida. Esta, liberta, voou até aos pés do soberano, e aí deixou cair umas

sementes, que este mandou semear. Delas nasceu uma viçosa planta que deu frutos em abundância. O rei bebia frequentemente o sumo desses frutos. Um dia, porém, achou-o amargo e mandou pô-lo de parte; alguns meses mais tarde, uma bela escrava, favorita do rei, encontrando-se possuída de fortes dores de cabeça, desejou morrer. Tendo descoberto o sumo posto de parte, e supondo-o venenoso, bebeu dele. Dormiu (o que não conseguia havia muitas noites) e acordou curada e feliz. A nova chegou aos ouvidos do rei, que promoveu o vinho à categoria de bebida do seu povo, baptizando-o Darou-é-Shah « o remédio do rei ». Quando Cambises, descendente de Djemchid, fundou Persépolis, os viticultores plantaram vinhas em redor da cidade, as quais deram origem ao célebre vinho de Shiraz. A vinha era objecto de enormes cuidados, e o mosto fermentava em grandes recipientes de 160 litros, os guarabares. Foi este vinho que ajudou a dar coragem aos soldados de Cambises na conquista do fabuloso Egipto!

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Uma lenda grega atribui a descoberta da videira a um pastor, Estáfilo, que, ao procurar uma cabra perdida, a foi encontrar comendo parras. Colhendo os frutos dessa planta, até então desconhecida, levou-os ao seu patrão, Oinos, que deles extraiu um sumo cujo sabor melhorou com o tempo. Por isso, em grego, a videira designa-se por staphyle, e o vinho por oinos.

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REGIÕES DEMARCADAS Portugal apresenta de Norte a Sul uma extensa gama de vinhos, desde o verde, de uma apetitosa frescura, até ao porto, o mais generoso do Mundo. Sem paralelo em qualquer outro País, adoptou-se em Portugal a classificação de verdes e maduros A importância dos primeiros no norte do País e as suas características é que conduziram a esta classificação Mas, com a entrada de Portugal na CEE, esta classificação teve de se adaptar à que vigora naquela organização. Como tal, são considerados as seguintes designações oficiais: - Denominação de origem:

• •

vinhos originários e produzidos nessa região vinhos cuja qualidade ou características se devem essencial ou exclusivamente ao meio geográfico incluindo os factores naturais e humanos.

Para beneficiar de uma Denominação de Origem, todo o processo de produção do vinho é sujeito a um controlo rigoroso em todas as suas fases, desde a vinha até ao consumidor. - VQPRD: "Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada" Vinhos de qualidade alta, com número limitado, obtidos a partir de castas constantes de uma lista aprovada, provenientes exclusivamente de uvas produzidas numa região determinada. Têm que obedecer a normas e características respeitantes a cor, limpidez, aroma e sabor. Esta designação engloba todos os vinhos classificados como DOC (Denominação de Origem Controloda) e IPR (Indicação de Proveniência Regulamentada). Existe também nomenclatura aplicável aos vinhos licorosos e espumantes: • •

VLQPRD - Vinho Licoroso de Qualidade Produzido em Região Determinada VEQPRD - Vinho Espumante de Qualidade Produzido em Região Determinada

- DOC: "Denominação de Origem Controlada" Vinhos cuja produção está tradicionalmente ligada a uma região geograficamente delimitada e sujeita a um conjunto de regras com legislação própria. - IPR: "Indicação de Proveniência Regulamentada

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Conceito aplicável à designação de determinados vinhos cuja originalidade e individualidade estão ligados de forma indissociável a uma determinada região, sendo:

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Designação utilizada para vinhos que, embora gozando de características particulares, terão de cumprir, num período mínimo de 5 anos, todas as regras estabelecidas para a produção de vinhos de grande qualidade para poderem, então, passar à classificação de DOC. - Vinhos Regionais: são vinhos de mesa com indicação geográfica, ou também vinhos produzidos numa região específica de produção.

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- Vinhos de Mesa: Os vinhos destinados ao consumo humano que não se enquadram nas designações atrás referidas são considerados vinhos de mesa Embora a mais antiga RD "Região Demarcada" seja Portuguesa (Região do Vinho do Porto – 1756), Portugal só generalizou a demarcação de outras regiões produtoras de vinhos de qualidade há relativamente pouco tempo.

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Vinho, amor e sexualidade: o valor do tempo

Deixando a receita mágica de lado, proponho neste artigo uma reflexão profunda do valor do tempo para vinhos (alguns), assim como para o amor e a sexualidade, onde ele é fundamental. Por outro lado, esta correria desenfreada que imprimimos a vida, não pode comprometer a nossa qualidade de vida, que por sua vez, está ligada ao conceito de saúde e de uma sexualidade segura e de prazeres . Tendo tempo, o passo seguinte é investir nos relacionamentos, particularmente, com as pessoas amadas. Ter paciência com os vinhos de guarda, degustando-os em seus melhores momentos é básico, e muitas vezes isso não acontece. Algum tempo atrás o Banco Santander ao falar de uma de suas contas de investimento, fazia ilação entre ganhos com aplicações em longo prazo e o vinho (utilizando imagens de garrafas,), em que dizia que “tem coisas na vida que ficam melhores com o tempo”. O vinho (alguns) é uma dessas coisas e é por onde pretendo iniciar nossa conversa. 1. Amor ao vinho - cuidados na armazenagem . Sem pressa alguma para terminar a tarefa que proponho o de escrever esta matéria, começarei pelo valor do tempo (guarda) para aqueles vinhos que pedem um tempo em garrafa antes que o degustemos. Começo com os cuidados que se deve ter no armazenamento, e depois falo sobre quais são os vinhos que aguentam a guarda. Para que a rolha não resseque e, portanto, não encolha e permita a passagem de oxigénio em quantidade significativa, os vinhos devem ser guardados em posição horizontal. O inimigo ar (oxigénio), penetrando em quantidade exagerada, acabaria “matando” os aromas e oxidando o vinho. Guardar o vinho em temperaturas altas (acima de 20 graus) tem a sua evolução acelerada. Oscilações de temperaturas causam mais

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“Sem Tempo Para Nada - vencendo a epidemia de falta de tempo”, o psiquiatra americano Edward Hallowell propõe algumas orientações práticas e úteis que vão ajudar as pessoas a organizarem seu tempo e encontrar seu próprio ritmo. Como aqueles típicos livros de auto-ajuda americanos, o autor enumera 10 regras a serem seguidas para que se dar conta de todas as suas tarefas e ser feliz ao mesmo tempo.

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“estragos”, que temperaturas pouco altas constantes. O ideal é guardá-lo na temperatura entre 13 e 16 graus. A guarda é positiva quando a exposição à luz não é muito forte por períodos bastante longos. A mesma coisa pode dizer com relação às vibrações, que só seriam danosas, quando este movimento é mais ou menos constante. Frigorifico, por exemplo, envolve temperatura muito baixa (acelera a evolução do vinho), luz e vibração constante, além da possibilidade de odores desagradáveis. Entretanto, pode-se pensar sem grandes problemas, na guarda de vinhos durante poucos dias na parte baixa do frigorifico. Odores fortes, próximos ao vinho por muito tempo, podem trazer malefícios irreversíveis a essa bebida maravilhosa. Uma opção, seria comprar as adegas comerciais, que são boas, apesar de serem caras.

Como disse em outro momento, a maioria dos vinhos não é feito para ser envelhecido e sim para ser degustado ainda jovem. A quase totalidade dos vinhos brancos secos deve ser degustada nos primeiros dois anos enquanto que os tintos, nos primeiros três ou quatro anos. Alguns poucos vinhos tintos e brancos franceses, espanhóis, italianos e portugueses, assim como alguns do Novo Mundo (em número bem menor), envelhecem bem e, em geral, ganham com esse processo. É bom lembrar sempre que gosto é uma questão pessoal, portanto, as mudanças que processam o vinho na guarda, obrigatoriamente não têm que agradar a todos. Como os seres vivos, todos os vinhos nascem, maduram, envelhecem e finalmente morrem, porém cada um se desenvolve de modo diferente. Todos os vinhos são capazes de mudar com o tempo, infelizmente, muitos mudam para pior. Somente os grandes vinhos tendem a modificar-se positivamente através dos tempos. Para obter um vinho de longa guarda é necessária uma soma de factores: “terroir” (clima, solo, latitude, altitude, etc.), tipo de uva, um bom manuseio do vinhedo e uma adequada elaboração, em que a “crianza” (educação) em madeira é fundamental. O vinho branco, para estar apto a envelhecer, tem que apresentar uma excelente acidez ou nível elevado de açúcar natural. Satisfazendo este último requisito, os vinhos brancos doces, em geral, envelhecem muito bem. Um exemplo é o Château d’Yquem, famoso vinho francês de Sauternes, capaz de evoluir positivamente por décadas, até mesmo século. Um tinto exige, para uma longa vida, níveis altos de taninos e antocianos (presentes na casca da uva). Os taninos são responsáveis pela sensação de adstringência (que diminui ao longo do envelhecimento), ao passo que os antocianos dão a cor aos vinhos. É de se prever, portanto, que um tinto de safra recente, com pouca adstringência e coloração rubi clara, não deve ser de guarda. “Se um vinho combina os taninos de uma boa uva com um interessante grau alcoólico, uma acidez equilibrada, uma alta concentração de fruta e uma crianza racional em madeira, estão dadas todas as condições para uma longa e feliz vida em garrafa”, diz o jornalista argentino Gustavo Choren.

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2. Vinhos que agradecem o tempo de guarda

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Grandes vinhos merlot de Pomerol (mais ainda os de Médoc) ou pinot noir da Borgonha são capazes de mais longa vida, do que a grande maioria dos cabernet sauvignon do Novo Mundo. Syrah (principalmente da Côte de Rhône e Austrália), nebbiolo (Piemonte) e tannat (Madiran) são outras variedades de uvas tintas com grandes potenciais de guarda. Entre as brancas, podemos pensar em guardar chardonnay (principalmente da Borgonha, e raras espécies do Novo Mundo fermentadas em carvalho), a riesling e gewurstraminer (em grandes vinhos da Alemanha e Alsácia), viognier (Côte de Rhône), semillón e chenin blanc, presentes em vinhos doces, altamente longevos em Bordeaux e Loire, respectivamente. Clássicos tintos que valorizam com o tempo de guarda: Barolo, Amarones os grandes de Bordeaux e Borgonha, dentre outros. E os fantásticos Portos e outros fortificados? Podem esquecê-los na adega. A valorização do tempo em adega se faz na razão directa da qualidade de safra. Excepcionais safras, em geral, dão vinhos mais longevos. São Pedro, cuidando do clima, favorecem as vinhas dando bons frutos e aí só poderia dar vinhos grandes e longevos.

Vamos começar falando sobre a importância de se dedicar tempo na educação de filhos. Gosto sempre de dizer que na educação amorosa (amor, é sim, material de aprendizagem) de filhos, não há espaço para terceirização. A principal e genuína educadora é a família. Acompanhar o desenvolvimento dos filhos pode ser uma tarefa muito prazer. Porém, dá muito trabalho e exige de nós muito comprometimento e determinação. Na verdade, muitos não querem comprometer-se. Tradicionalmente relegada à mãe esta tarefa (educação), hoje, tem que ser dividida. No mundo de ontem, para ser bom pai bastava ser provedor, ao passo que no actual é preciso equilibrar desejos individuais e responsabilidades profissionais com o exercício da paternidade. Concordo que não é fácil, porém é necessário que mudemos. Em minha casa, não há só pai e mãe, existe uma figura importante que convencionei chamar de “pãe”. A brincadeira de unir pai e mãe em uma só figura dá algo parecido a pães, e simboliza muito bem o que devemos ser: bom fermento para os filhos amadurecerem bem, como um grande vinho. É preciso cotizar o tempo da melhor forma possível entre todas as necessidades e na educação dos filhos. Uma pergunta constante em minhas palestras: em meio a esta correria toda como fazer para cuidar dos filhos? Em primeiro lugar, temos que entender que quantidade de tempo (alegada como sendo pouco) não necessariamente envolve qualidade. Nos momentos em que estamos em família, - seja com nossos filhos ou com nossa companheira- é quando precisamos investir em qualidade de relacionamento. Nada de programas de adultos na TV (de criança, junto deles, faz muito bem), computador, conversas de trabalho, celular a todos instantes, etc. Vale é a qualidade e não a quantidade de tempo que estamos juntos dos filhos. Infelizmente, tem pais que não vêem os filhos e a TV (muitas vezes, como deseducadora) ocupa o seu lugar.

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3. O tempo nas relações amorosas com filhos

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Em segundo lugar, temos que – “escolher o que perder para não perder o que não se escolheu”, frase magistral do psicólogo mineiro, mestre e amigo Wolber de Alvarenga. Utilizando ainda um conceito de Wolber, que diferencia importância (ter, exterior, aparência, conquista, etc.) de valor (ser, interior, essência, realizações, etc.), pode-se observar que só é possível fazer estas escolhas quando se dá mais valor e menos importância às coisas da vida. Cada dia mais estou me dando mais valor e deixando de lado o ser importante, e aí percebo que fica mais fácil fazer as escolhas corretas. Domenico di Masi, famoso sociólogo italiano, diz em seu livro “O Ócio Criativo”, que as pessoas precisam aprender que o trabalho não é tudo na vida e que existem outros grandes valores como a diversão para produzir alegria, o sexo para produzir prazer, a família para produzir solidariedade, etc. Tempo não é dinheiro, é vida! (veja texto no Box) Um lazer com prazer, que implica em ócio é também um investimento em saúde. O lazer com celular, computador, sem ócio, não dá prazer. Temos que ser a “terra fértil” para nossos filhos e só com diálogo e presença amorosa é possível ser. Dá trabalho e exige tempo. Amor implica também em dizer não aos filhos, e percebo que os pais atuais têm muitas dificuldades em fazer esta colocação. Seria por falta de tempo? Acredito que em parte sim, só em parte.

Entre adultos não há como deixar de ressaltar a importância e o poder da comunicação entre os pares. A conversa pode não ser tudo, mas é muito. E, para isso, se faz necessário despender tempo. A relação sexual para o universo feminino transcende o encontro de genitais. É o tipo de “conversa” em que elas valorizam tanto o antes (preliminares) e o depois, quanto o durante (coito ou penetração vaginal). Há muito tempo sabemos que a mulher deseja que o exercício da sexualidade não esteja focado apenas no ato sexual, no encontro de genitais. As mulheres esperam que os homens entendam que quando elas querem carinho isso não implica, necessariamente, em ter que fazer sexo. Quando este acontece à noite na cama, já teve início ao amanhecer, no dia a dia, e em todos os momentos em que o encontro do casal inspirou carinho, cumplicidade e sensualidade. O resultado realizado em Novembro passado pela Associação SABER (www.ongsaber.org.br) mostra o quanto as preliminares são significativas, a ponto da quase totalidade das pessoas (97,78%) que responderam acreditarem na capacidade de melhorar a qualidade do relacionamento sexual do casal. É bom dizer que o desejo sexual das mulheres, não raramente, nasce exactamente das carícias vividas nas preliminares. Para se excitarem, elas (e eles também) precisam de carinhos e toques. Nada de rotina nesse jogo (carícias sempre iguais), ai vale muito a criatividade. Saboreie as preliminares. Para aproveitá-las, no entanto, o casal tem que estar em sintonia e sem problemas na sexualidade. Não basta só estar juntos, é preciso disponibilidade interna (intimidade) para que desfrutem das preliminares. A intimidade

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4. O tempo na sexualidade

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pressupõe contacto físico, diálogo, troca. Com certeza, isso é impossível quando o homem, por exemplo, tem uma dificuldade na erecção ou disfunção eréctil (DE), pois o medo da falha, o leva geralmente a evitar sexo ou apressá-lo, antes que caia a erecção. Tendo DE, ele encurta o tempo das preliminares para não correr riscos, ou seja, de não conseguir uma erecção suficiente para uma relação sexual satisfatória. Frente à opção do tratamento com drogas orais, não há dúvidas que a medicação que permite maior tempo de acção no organismo (e existe uma no mercado que actua por até 36 horas) possibilita ao homem investir mais no, namoro, carícias e preliminares, dando-lhe mais segurança e prazer aos dois. Cialis (tadalafila), quando prescrito pelo médico, com suas 36 horas de acção promoveria a quem tem DE mais espontaneidade (imprescindível à arte do amor) e oportunidade de se escolher o melhor momento para ter a relação. Vinho, amor, sexualidade e tempo estão ligados à medida que tanto o vinho quanto o sexo devem ser degustados sem pressa, curtindo as preliminares. Quem deseja prazer degusta/faz amor devagar e presta atenção nos detalhes, usando todos os estímulos possíveis, como visão, olfacto, paladar, audição e tacto.

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Gerson Lopes

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VIVA A BOA COMIDINHA

1. Maneira de comer caracterizada por repetidos contactos com comida e bebida: 12 a 20 por dia! Flagrante contraste com o que é desejável: O oposto às 3 refeições e 2 merendas bem estruturadas, de comida autêntica, da nossa tradição, e do que é preconizado pela alimentação saudável: é o come-come e o bebebebe “snacking habit’ de todas as horas e fora de horas. 2. O conjunto dos vários produtos para deglutir (falta-nos coragem para chamar-lhes alimentos ou produtos alimentícios) que se vendem por toda a parte (na rua, em balcões e restaurantes de pronto a comer, nas grandes superfícies, em máquinas distribuidoras), fáceis de adquirir, transportar e comer (enquanto se caminha, trabalha ou diverte), pensados para substituir merendas e refeições. A sua constituição alimentar e as suas propriedades nutritivas são tão aberrantes em relação à comida e bebida apropriada para humanos que os americanos lhe chamam “junk food”, ou seja, lixo alimentar. A comida de cafetaria é o comer habitual de pobres, remediados e apressados das mais ricas sociedades de consumo. Entre nós, não passa ainda de prática alimentar ocasional, experimentada uma vez ou outra por adolescentes e jovens ou adoptada por todos durante férias ou deslocações. Ainda não tem força para subverter a organização do dia alimentar e a estruturação das refeições, mas o lixo alimentar, engalanado por vistosas embalagens e embotelhado em sugestivas garrafas e latas, enche cada vez mais a despensa e o frigorífico doméstico, subverte merendas e pontua refeições familiares, a substituir verdadeira comida. Na Europa, comida de cafetaria não é para pobres, embora geralmente custe menos do que comida tradicional. E

procurada sobretudo por jovens das classes médias, atraídas pelo cheiro de modernidade que a publicidade sugere e pelo estilo de vida diferente, “moderno”, que ela simboliza. A Grã-Bretanha destaca-se do quadro europeu: aí a comida de cafetaria conquistou largos estratos populacionais, afastados do domicílio familiar ou que não cozinham. Em Espanha, o come-come e o bebebebe ambulante de lixo alimentar invade a “calle”; sobretudo crianças e adolescentes consumem-no vorazmente na rua, onde passeiam a sua grande obesidade e, com preocupante frequência crescente, a sua obesidade disforme. Lixo alimentar é supergordo e superdoce. De facto, em média, as gorduras comparticipam com 42% ou mais do total calórico, contra os 24% preconizados pelo padrão de nutrição sadia. O açúcar, com cerca de 20%, em oposição ao máximo desejado de 2%. O amido fica por 10%, em contraste com os indispensáveis 42% a 5O%! Acresce que o lixo alimentar é pobre, ou paupérrimo, de nutrimentos reguladores e protectores: faltam-lhe indigeríveis gelificáveis, vitaminas, minerais e antioxidantes. E abundam nele moléculas hidrocarbonadas e gordas, profundamente alteradas, em resultado da natureza dos ingredientes utilizados e das modificações químicofísicas induzidas pelo processamento industrial. Em consequência, esta comida carece de quantidades suficientes de substâncias activadoras e protectoras dos processos metabólicos, pelo que não promove saúde, bem-estar e, no caso dos mais novos, condições para um desenvolvimento harmonioso e completo e meios de defesa contra a generalidade das doenças e contra agressões infecciosas. À comida de cafetaria cabe outra nefasta responsabilidade. Tal como outro qualquer comer em que as calorias provenientes de gorduras superam as que são fornecidas por hidratos de carbono

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“fast food”, é uma designação que abrange dois conceitos complementares.

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Mas não simplesmente das sobrecargas ponderais e das obesidades de tipo comum. Ela é responsável pela gravíssima obesidade maciça de grandes proporções, chamada disforme, que aflige 9% da população americana e 8% da canadiana e que já atinge, ao fim de uma dezena de anos, apenas, quase 1% dos espanholitos com menos de 16 anos. A obesidade disforme, ao contrário das obesidades comuns, é muito difícil de tratar; resiste ao tratamento quanto não é atalhada mal começa a manifestar-se. É tanto mais grave quanto mais cedo se instala; quando isso acontece na infância ou na puberdade, o tempo de vida não costuma passar os 45 anos. O teor excessivo de gordura e açúcar da comida de cafetaria, aliado à abundância de moléculas tóxicas, à modificação estrutural dos alimentos e à escassez de complantix, vitaminas, minerais e antioxidantes naturais faz com que a obesidade monstruosa se

complique, muito cedo, com doenças metabólicas (diabetes, elevação do ácido úrico, alterações do colesterol e das gorduras do sangue, hipertensão arterial, etc.) e com doenças degenerativas (arteriosclerose, doença cardíaca isquémica, cálculos de vesícula e rins, cancros, etc.); daí a sua gravidade. Tudo somado, o lixo alimentar pode ser muito gostoso, apelativo, bonito e conformado com um sócio-estilo que repudia tremoços e pevides e se delambe com batata frita e ‘gaufres’, que considera bacalhau com grão e batata comida de labrego e faz da piza enfeite de procedimentos civilizados. Triste realidade a deste perverso mundo ocidentalizado que induz rejeitar a senhora Maria e a comida que ela prepara por um qualquer pronto a comer que faz dos humanos poços de doenças que a todos marcam e afligem, e que gastam o nosso rico dinheirinho em centros de oncologia e super- hospitais para tratar doenças que poderíamos desconhecer. Malvado mundo-cão que arrasta a senhora Maria para adulterar o que aprendeu a fazer bem, trocando azeite por natas, caldo de carne por cubos, banha por margarina. Assassina sociedade de sucesso que não cria condições para promover saúde (não dá lucro), mas delira com os êxitos da medicina de ponta. Não se deixe levar; prefira gostosa comidinha sadia!

Fonte Bibliográfica: Peres, Emílio- Viva a boa comidinha. Jornal de Notícias. (18 de Novembro, 1995), p.40.

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(comida de muitos fritos, folhados, assados com gordura, maionese e outros molhos gordos, chocolate, pastelaria moderna, natas, “chantily”, salsichas e outros produtos de salsicharia, piza industrial, margarinas e cremes de barrar, etc.) e em que, dentro dos hidratos de carbono, as calorias de açúcar ultrapassam as fornecidas por amido, a comida de cafetaria altera gravemente a saciedade (o reflexo que nos faz sentir satisfeitos depois de termos comido o suficiente) e impede-nos de parar de comer e beber. A prática da comida de cafetaria obriga a comer e a beber sempre mais e sem parança. Vicia. Daí, ser a comida de cafetaria fortemente propiciadora da obesidade.

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Obesidade Infantil A minha criança tem excesso de peso? O número de crianças obesas continua a crescer. Ao longo das duas últimas décadas, este número cresceu em mais de 50%, e o número de crianças “extremamente” obesas praticamente dobrou. Os médicos e profissionais de saúde determinam se uma criança é obesa medindo o peso e altura. Apesar das crianças registarem menores problemas relacionados com o peso dos adultos, as crianças obesas têm um elevado risco de se tornarem adolescentes e adultos obesos. Por sua vez, os adultos com problemas de peso podem ter várias complicações de saúde, incluindo doenças coronárias, diabetes, problemas de coração, pressão arterial elevada e mesmo certas formas de cancro. Quais os principais factores para a obesidade infantil? As crianças podem tornar-se obesas por variadas razões. As mais comuns são factores genéticos, falta de actividade física, padrões de alimentação pouco saudáveis, ou uma combinação destes factores. Em casos raros, um problema do foro médico, como uma desordem endócrina, pode levar a que uma criança se torne obesa. O seu médico pode realizar um exame físico e análises sanguíneas para excluir esta hipótese. Factores Genéticos Crianças cujos pais ou irmãos tenham excesso de peso têm um risco acrescido de se tornarem elas próprias obesas. Apesar dos problemas de peso serem comuns dentro de algumas famílias, nem todas as crianças com uma história familiar de obesidade irão tornar-se também obesas.

Os hábitos alimentares de uma criança e o grau de actividade física desempenham ambos um importante papel na sua saúde e peso. A crescente popularidade da televisão, computadores, consolas de vídeo e outros fenómenos tecnológicos de interacção virtual contribuem para a inactividade física e sedentarismo desde tenra idade. O tempo médio que uma criança passa a ver televisão por semana é 24 horas, tempo útil que poderia ser passado a praticar um desporto de exterior ou mesmo de interior. A minha criança tem excesso de peso? Se desconfia que a sua criança é obesa, fale com um pediatra ou médico especializado. Um profissional está capacitado para determinar se existe de facto um problema, ou se a variação de peso é natural da idade, relacionando os padrões de crescimento com a idade, peso e altura de modo a determinar se a sua criança é ou não obesa. De qualquer forma, aferir a obesidade infantil de forma categórica é perigoso, e muito difícil, mesmo para profissionais do ramo, pois o crescimento nestas idades é bastante imprevisível. Por exemplo, é normal para os rapazes terem um surto de crescimento no peso e estabilizar mais tarde. Caso se verifique de facto um problema, siga todos os conselhos do seu médico relacionados com alterações nos hábitos alimentares e práticas de nutrição infantil, bem como no estilo de vida da sua criança.

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Estilo de Vida

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desporto e continue a praticar desporto ao longo de toda a vida.

Como posso ajudar? Dê-lhe apoio

O Foco na Família Os pais não devem descriminar os filhos e pô-los de parte devido ao peso, mas sim concentrar-se em mudar gradualmente o grau de actividade física da família e os hábitos alimentares. O envolvimento da família ensina todos, não apenas as crianças, a adquirirem hábitos de uma alimentação saudável. Aumento família

da

actividade

física

da

Actividade física regular, em combinação com uma alimentação saudável, é a forma mais eficiente de controlo de peso que existe. É também uma parte fundamental de um estilo de vida saudável. Eis algumas formas simples de aumentar a actividade física da sua família: • Seja um modelo para a sua criança. Se a criança vê que você é fisicamente activo e diverte-se ao sê-lo, o mais provável é que imite este comportamento, aprenda a gostar de

• Planeie exercícios conjuntos com vários membros da família, como passeios, dançar, andar de bicicleta ou natação. Por exemplo, pode calendarizar um passeio nocturno com a sua família em vez de passear o serão a ver televisão. Contudo, certifique-se que estas actividades em família podem ser desenvolvidas num ambiente seguro. • Seja sensível às necessidades particulares da sua criança. Crianças com excesso de peso podem sentir-se pouco confortáveis em participar em determinadas actividades. É fundamental, para desenvolver o gosto pelo desporto, ajudar a criança a encontrar actividades que não sejam particularmente difíceis ou embaraçosas. • Reduza a quantidade de tempo que você e a sua família passam em actividades sedentárias, como jogos de vídeo, navegar na Internet ou ver televisão. • Seja mais activo ao longo do dia e encoraje toda a família a adoptar os mesmos hábitos. Suba e desça escadas ao invés de andar de elevador, ou caminhe até ao emprego e deixe o carro em casa. • O objectivo é não tornar o exercício físico uma obrigação ou algo indesejado, mas antes mostrar como a criança pode divertir-se com isso e fazer dela parte integrante da vida quotidiana. Ensine à sua família hábitos de alimentação saudável Uma alimentação saudável desde tenra idade ajuda a criança a olhar para a comida de forma equilibrada e necessária para o crescimento, desenvolvimento e fonte energética.

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Uma das coisas mais importantes que pode fazer para ajudar crianças com excesso de peso é comunicar-lhes que para si elas estão bem e que as ama, independentemente do seu peso. Os sentimentos das crianças sobre si próprias baseiam-se muitas vezes nos sentimentos dos próprios pais sobre elas. Se aceitar a sua criança com qualquer peso, elas terão melhores probabilidade de sentir-se bem consigo próprias. É igualmente importante falar sobre a obesidade, e permitir à criança partilhar as suas preocupações consigo, já que é a sua criança quem melhor sabe que tem um problema de peso. Por estas razões, as crianças obesas necessitam de suporte, aceitação, e encorajamento dos seus pais.

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Algumas formas de ajudar a sua criança a desenvolver bons hábitos alimentares: Não coloque a criança numa dieta rígida As crianças nunca devem ser colocadas em dietas rígidas para perderem peso, a não ser por razões médicas com acompanhamento médico. Limitar o que as crianças comem pode ser extremamente prejudicial para a sua saúde e interferir com o crescimento e desenvolvimento. Para promover um crescimento sustentado e prevenir a obesidade, os pais devem ter cuidados nutricionais e fornecer uma variedade de alimentos de todos os grupos alimentares, como respeito pela pirâmide alimentar. A pirâmide alimentar ilustra a importância de uma alimentação equilibrada entre os grupos de alimentos em padrões diários. Reduza progressivamente as gorduras da dieta da sua família Reduzir as gorduras é uma boa forma de cortar nas calorias sem privar a criança dos nutrientes essenciais. Formas simples de reduzir na gordura incluem ingerir produtos lácteos magros, aves sem pele e carnes magras. Contudo, teve ter em atenção que quaisquer alterações na dieta e hábitos alimentares das crianças devem ser supervisionados por um Professional de saúde. Adicionalmente, as gorduras não devem ser cortadas em crianças com menos de 2 anos, sendo que a partir dessa idade as crianças devem adoptar uma dieta alimentar que contenha até 30% de

calorias provenientes de gorduras até aos 5 anos. Não corte drasticamente nos doces Apesar de ser importante ter cuidado com a gordura, sal e açúcares nos alimentos que são fornecidos às crianças, todos os alimentos têm um papel moderado na dieta. Oriente as escolhas da sua família, não se torne num ditador Faça com que existam várias escolahs alimentares disponíveis na casa. Esta variedade vai fazer com que as crianças aprendam a fazer escolhas de alimentação saudável. Encoraje a sua criança a comer devagar Uma criança consegue detectar a satisfação se comer com ponderação Tente fazer o máximo de refeições em família possíveis Tente fazer das refeições actividades divertidas e saudáveis, com conversas e partilha, e não um tempo em que se discute ou se está de mau humor. Se as refeições forem períodos desagradáveis, as crianças irão comer depressa para se levantarem da mesa e podem associar a alimentação com o stress. Envolva as crianças nas compras e preparação de alimentos Estas actividades dão aos pais pistas sobre as preferências alimentares dos seus filhos, ensinam as crianças sobre nutrição, e dão às crianças uma sensação de pertença e cumplicidade em todo o processo. Adicionalmente, as crianças poderão estar mais abertas a experimentar alimentos que elas

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A melhor forma de começar é aprender mais acerca das necessidades nutricionais da criança através da leitura de livros ou falando com um profissional de saúde, e dar-lhe depois opções saudáveis de alimentação, dando-lhes a possibilidade de escolher o que comer.

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próprias prepararam ou ajudaram a preparar. Desencoraje as refeições em frente ao televisor Tente comer as refeições ou lanches apenas nas áreas designadas da sua casa, como a sala de refeições ou cozinha. Comer enquanto se vê televisão pode interferir com a capacidade que as crianças têm de saber quando estão satisfeitas e conduzir a excesso de ingestão de alimentos. Não utilize a comida para punir ou recompensar

“valiosos” que os restantes. Por exemplo, dizer ao seu filho que pode comer a sobremesa se comer todos os vegetais traduz uma mensagem errada sobre os vegetais. Assegure-se que as refeições fora de casa são equilibradas Informe-se sobre o programa alimentar da escola do seu filho ou filha, ou faça você própria o almoço em casa para a criança levar com uma variedade de alimentos. Faça de igual modo opções saudáveis quando comer em restaurantes.

Utilizar a comida como punição pode ter efeitos negativos. Por exemplo, castigar uma criança sem jantar faz com que a criança se preocupe com o apetite que vão ter mais tarde. Como resultado, as crianças irão comer sempre que tiverem oportunidade. A utilização de doces para recompensar á também uma prática errada, visto que as crianças podem ter a sensação que estes alimentos são mais

As crianças aprendem depressa, e aprendem pelo melhor exemplo. Ser um bom exemplo para os seus filhos ao comer uma variedade de alimentos e ser fisicamente activa vai ensinar aos seus filhos um estilo de vida e hábitos alimentares saudáveis que podem seguir pelo resto das suas vidas

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Seja um exemplo

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Vi-o em alfandega da fé o homem que foi Governador civil, Deputado e professor de desenho, não sei se teve outras actividades nem sei o que faz neste momento, era o meu professor de desenho, é nessa qualidade que gostaria de falar dele, o pouco tempo que ensinou essa bela arte fez de mim o grande artista que sou neste momento, com ideias brilhantes e sérias, estou profundamente grato ao meu professor de desenho que em tempos idos passou pela escola secundária de torre de Moncorvo, tive a sorte de ser seu discípulo, o ano lectivo tinha começado há 2 meses quando essa figura entrou pela sala dentro, ar altivo de metro e meio barba aparada e alegremente vestido fumando o cachimbo estilo "Sherlock Holmes", tinha eu uns 12 ou 13 anos, estávamos em pleno Inverno, a sala de aula estava bem arejada, feitas as apresentações começamos logo a trabalhar que o tempo era escasso, a maldita gripe que o acompanhou desde que soube que tinha sido colocado em terras tão frias, via no atestado médico a solução milagrosa para uma recuperação q.b. Com a gripe curada (mas só ao fim de semana) vinha ele de Bragança para ser curado das maleitas do Inverno no leito da sua amada que também era professora.

"Mas quando ele fica doente, eu também fico. Fico tensa, (dizia ela) preocupada, procuro mil e uma hipóteses nos livros, saco dos xaropes homeopáticos, das mezinhas caseiras, dos Ben-uRons e afins. Está agora com 39º C, deitado na cama, com uma toalha morna a passear pela testa, virilhas e axilas, a aguardar que o Bufem faça efeito. E à laia de melhor remédio, brinco com os seus supostos pés malcheirosos, reviro os olhos, finjo estremecimentos terríficos e tapo o nariz, enquanto ele se desmancha em gargalhadas que me soam a mel, um bálsamo para mim galinha preocupada. Parece que o riso aumenta a capacidade do sistema imunitário, é o que dizem...beijinhos e amor a rodos também. Amanhã, logo se verá. "

Era o que dizia a professora curandeira aos seus colegas que lhe perguntavam pelo seu triste amado, o Amanhã durou 2 meses. Vamos trabalhar que o tempo é de ouro, mandou fazer um desenho, "tema livre" dizia ele, queria saber como era o nosso traço, "dêem asas há vossa imaginação", continuava ele a dizer passeando alegremente por entre as

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professor de desenho

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carteiras com aquele cachimbo e metro e meio de gente, Sr. professor já fiz o que pediu, disse eu dando-lhe a folha A4 o desenho com umas asas e escrito por baixo "IMAGINAÇÂO", assinado Carlos Ricardo no canto direito,

Olha-o e disse-me para o seguir, fomos ao conselho directivo, a princípio pensei que seria um prémio que iria a receber pela minha obra-prima, fez uma participação, dizia ele que estava a gozar com a cara dele, o prémio que recebi foi uma processo disciplinar por ter dado asas há imaginação

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Um mes depois o meu professor de desenho, foi chamado a cumprir um dever cívico na assembleia da republica, foi governador civil e não sei se foi mais alguma coisa, encontrei-o em alfandega da fé passados uns anos já não se lembrava de nada, foi meu professor de desenho

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É muito importante conhecer algumas ervas e especiarias, e saber com que alimentos cada uma combina melhor, ressaltando o sabor do alimento e incrementando o seu paladar. Manjericão ou Alfavaca Erva fina de aroma marcante, o manjericão combina muito bem com tomate, berinjela, abobrinha, frango e vitela. Como o calor diminui o seu aroma, fica melhor se adicionado no final da receita Digestivo, sedativo, tónico, baixa a febre; é auxiliar no tratamento de infecções bacterianas e parasitas intestinais Uso: tomates, massas, berinjela, peixes de carne firme Louro A folha de Louro é um dos componentes do Bouquet Garni. O Louro combina com sopas, peixe em geral, carnes, frango e terrines. Geralmente uma folha basta para aromatizar o prato. Antioxidante, digestivo; estimula o apetite; é auxiliar no tratamento da gripe Uso: cozidos, assados, feijões, massas, caldos e carnes Cebolinha Cortada em pequenas rodelas a cebolinha realça as saladas, os ovos e as omeletes, o queijo branco e os molhos. A cebolinha ajuda também na decoração de pratos. A cebolinha faz parte das ervas finas junto com salsa e estragão. Antioxidante e digestiva.

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Ervas Aromáticas & Especiarias

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Uso: pratos salgados. Coentro O coentro é uma das ervas mais usadas no nordeste brasileiro. Possui um perfume incomparável, refrescante e de sabor marcante. Combina muito bem com peixe, frutos do mar, frango e legumes. Suas sementes são usadas para temperar marinadas. Antioxidante, digestivo, auxiliar no tratamento da ansiedade, moderador de apetite. Uso: peixes, frutos do mar, molhos, sopas, carnes, aves, pães. Tomilho Muito apreciado nas cozinhas européias, o tomilho é um elemento importante do Bouquet Garni. O seu perfume lembra a "Provence", região da França onde é muito encontrado. Combina muito bem com sopas, molhos de tomate, legumes em geral, carnes vermelhas e terrine. Digestivo, desinfetante, anti-séptico; é expectorante, limpa as vias respiratórias e o intestino. Uso: sopas, aves, peixes, carnes, saladas, molhos, preparações a base de tomate.

Erva Doce As folhas da Erva Doce combinam muito bem com peixes grelhados ou cozidos em papelote. Este tempero fica delicioso servido com grande variedade de carnes como frango, vitela e outras. O seu aroma doce, como o anis, tempera muito bem saladas, molhos e o creme fresco. Combate tontura, náuseas, infecções intestinais e estomacais. Uso: A base da haste é usada como legume. As folhas podem ser servidas em saladas ou guarnecendo outras preparações. Manjerona Considerada indispensável na cozinha mediterrânea, a manjerona combina com carnes, tomates, batata e arroz. Muito parecida com o orégano, a manjerona tem um aroma mais fino do que o seu concorrente, associando-se mais facilmente a outras ervas. Menta A menta é muito usada na Europa para temperar o cordeiro, ervilha e batatas. Em outras regiões é usada em saladas, em sorbet, em chás ou simplesmente misturado com queijo de cabra e pepino, como fazem na Grécia. Oregãos Indispensável no preparo de pizzas, o orégano é o companheiro perfeito do tomate, do pimentão, da berinjela, da abobrinha e das massas. Também combina muito bem com carnes brancas, como a vitela e o peito de frango. Digestivo, antioxidante, antibacteriano, antibiótico, analgésico, sedativo; auxiliar no tratamento de gripes, resfriados e cólicas menstruais. Uso: molhos italianos, de tomate, ensopados, massas, sopas e espetinhos (de carneiro e porco). Salsa Conhecida como salsinha, a salsa além de ser decorativa acrescenta cor e sabor às omeletes, saladas, molhos, purês de batatas, patês e sopas. São encontradas duas variedades da salsa. A salsa crespa, mais decorativa e em forma de buquê, e, a mais comum, a lisa, que é mais aromática e suporta melhor o cozimento. Favorece o equilíbrio hormonal; é fonte rica em betacaroteno (pré vitamina A) e Vitaminas do Complexo B; alivia os sintomas da bronquite, asma, cólicas menstruais e cistite; é auxiliar no tratamento de cálculos renais e cólicas.

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Dill Com o sabor voltado para o anis, ele combina muito bem com peixes em geral, omeletes, batatas, saladas verdes e creme de leite fresco. Suas sementes são usadas para temperar vinagres, marinadas e pepinos em conserva.

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Uso: molhos, patês, saladas, legumes, peixes, omeletes, sopas e guisados. Alecrim É certamente uma das ervas mais perfumadas, seu aroma se associa muito bem com cordeiro, porco, frango, vitela e fígado. Quando usado fresco, pode servir de decoração. Sálvia A Sálvia serve para perfumar as carnes, principalmente a carne de porco, coelho e vitela. Seu sabor, ligeiramente amargo, combina com legumes secos, queijos e linguiças. Vai muito bem com carnes grelhadas e molhos. Digestiva, antioxidante; auxiliar no tratamento de problemas de fígado, suor excessivo, ansiedade, depressão e sintomas da menopausa. Uso: carne de boi e porco, peixes firmes, ovos, queijos e saladas. Estragão Usado no preparo de molhos, pratos com ovos, frango, saladas e sopas. O estragão tem um gosto picante que ajuda a realçar alimentos sem muito sabor. Muito usado no preparo de vinagres de vinhos brancos. Estimulante de apetite; alivia reumatismo e artrite, regulariza a menstruação, diurético. Uso: saladas, sopas, assados de forno, peixes, carnes, aves e molhos.

Cardamomo Perfumado e de sabor refrescante, Antioxidante, estimulante e digestivo. Uso: pode ser usado no preparo de pães, pratos com frutas, batatas e batata-doce, pratos indianos, tortas e bolos escandinavos, carne de carneiro e porco, fígado, peixes e sopas, arroz, bolachas, licores, café, conservas de arenque e saladas de frutas. Açafrão Antioxidante, antiinflamatório, é auxiliar no tratamento da prisão de ventre. Uso: arroz, sopas, saladas, carnes, pães. Alcarávia Digestivo, estimulante. Uso: pães, batatas, cogumelos, pato, ganso, sopas, recheios e vegetais. Aipo ou Salsão Digestivo, indicado para flatulência (gases), diurético. Uso: sopas, minestrone e salpicão. Alecrim Digestivo, antioxidante, estimulante, ativador da circulação sangüínea, antidepressivo e antiséptico. Uso: carnes e massas Alho Antioxidante e digestivo; melhora a circulação sanguínea e purifica o sangue. Uso: carnes, aves, molhos em geral e refogados. Baunilha Estimulante, afrodisíaca e digestiva. Uso: perfumar bolos, doces, cremes, mingaus, bebidas e licores.

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Cravo Tem sabor doce e pungente, quase quente. Recomendado para arroz doce, pão de mel, pudins, compotas de frutas e pratos asiáticos, especialmente indianos.

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Canela Digestiva e antioxidante; ajuda a prevenir osteoporose, a controlar a pressão sanguínea e a aliviar sintomas da menopausa. Uso: compotas, infusões, marinados, picles e ensopados (em casca) e bolos, pães, biscoitos, mingaus e doces (em pó). Cominho Diurético, auxiliar no tratamento de gases. Uso: molhos, cremes, peixes, carnes, assados, legumes, ovos, sopas e pães. É essencial no curry. Cravo-da-índia Ajuda a aliviar sintomas da menopausa, a proteger contra aterosclerose e diminuir os níveis de colesterol. Uso: doces, pães, marinados, assados de porco, molhos e chutney.

Gengibre Antioxidante; ajuda a tratar enjôos, combater infecções, prevenir doenças cardiovasculares; é auxiliar no emagrecimento. Uso: cru como acompanhamento, picles, molhos, doces, bolos, pães, saladas e carnes de porco. Hortelã Estimulante, digestiva. No Recife, o pó da folha é usado para combater parasitas intestinais (ameba e giárdia) em crianças. Uso: chás, sucos, saladas, molhos para carnes e massas, pratos da cozinha do médio oriente. Mostarda Antioxidante. Uso: conservas, pães, assados, picles e marinados (em grão) e carne de porco, embutidos, peixes e maionese (em pó ou pasta). Noz moscada Afrodisíaca, é usada para problemas hepáticos. Uso: doces, molhos e massas. Deve ser ralada somente na hora do uso e necessita de pequena quantidade para dar seu aroma. Páprica Estimulantes e digestivas. Uso: pode ser usada no lugar da pimenta seca. Papoula Digestiva. Uso: bolos, pães, tortas, doces e molhos. Pimentas Antioxidantes; purifica o sangue, auxilia na prevenção de doenças do coração, no tratamento da obesidade, nas dores reumáticas (compressas locais). Uso: pratos salgados.

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Curry É feito com até 65 tipos de especiarias diferentes. Estimulante e digestivo. Uso: culinária indiana, arroz.

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RECEITA CASEIRA A melhor maneira de limpar os seus RINS

Ano após ano, nossos rins filtram o sangue, eliminando o sal e toxinas do nosso corpo. Com o tempo, o sal acumula e nossos rins precisam ser limpos.

Como vamos fazer isso?

Pegue um ramo de salsa, lave-a, corte em pedaços pequenos e ferva-o em cerca de um litro de água por dez minutos. Deixe esfriar, filtre e guarde numa garrafas, na geleira. Salsa é conhecido como o melhor tratamento de limpeza para os rins.

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Beber um copo por dia. O sal e toxinas irão quebrar e eles serão expelidos naturalmente. Você sentirá uma notável diferença logo após o tratamento.

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