(RE)QUALIFICAÇÃO PARQUE DA LAGOA | DESVIO RIZZO - RS
Kelen Santos Oliveira Pesquisa em AU | FSG | 2017
KELEN SANTOS OLIVEIRA
REQUALIFICAÇÃO NO PARQUE DA LAGOA - BAIRRO DESVIO RIZZO CAXIAS DO SUL
Roteiro de Pesquisa apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Serra Gaúcha, como parte dos requisitos para obtenção do título de Arquiteta e Urbanista
Orientadora: Daniela Fastofski
Caxias do Sul 2017
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por iluminar meus pensamentos, pela força e direção na realização deste trabalho. Aos meus pais, Silvana e Heraldo, que sempre estiveram ao meu lado nessa caminhada, me dando todo o apoio e carinho. Mãe, obrigada por sempre acreditar em mim, por me acolher no teu colo toda vez que tudo parecia estar perdido, nunca vou ter palavras o suficiente para lhe agradecer.
Ao meu namorado, Alan por todo apoio e compreensão ao longo desses anos, pela sua disposição em me auxiliar sempre quando precisei, mesmo com minha frequente ausência, sua parceria e paciência me ajudaram a chegar até aqui. A minha irmã, Cíntia, minha sobrinha, Nicole e meu cunhado Wiliam, que mesmo distante, estiveram sempre presentes, acreditando em mim e me apoiando em cada passo.
A minha orientadora, Daniela, pelo seu incentivo e paciência, por toda sua disposição em me auxiliar contribuindo grandemente em minha formação. A todos os professores meus sinceros agradecimentos, obrigada por todo o auxilio dentro e fora da sala de aula, me incentivando e me fazendo acreditar mais em mim.
A todos os familiares e amigos que de alguma forma participaram deste momento, seja me auxiliando sempre que precisei ou compreendendo minhas ausências. Sem o apoio de vocês, nada disso teria sido tão valioso. Muito obrigada!
“Algumas vezes nossa luz se apaga, mas é soprada em chamas por outras pessoas. Cada um de nós deve o mais profundo agradecimento aos que reavivaram esta luz.” Albert Schweitzer
RESUMO
Diante do atual contexto sobre a falta de espaços públicos relacionados ao lazer e entretenimento, o presente trabalho aborda a necessidade de requalificação de um parque existente, já que o mesmo possui amplas potencialidades relacionadas aos aspectos paisagíscos e urbanísticos. Esta intervenção fez-se necessária devido as poucos locais destinados a estas práticas nesta área do município, assim como o subaproveitamento deste espaço. A elaboração desta proposta foi embasada em dados históricos da cidade e do bairro, além de dados físicos e pesquisas teóricas como apoio para a fundamentação do diagnóstico. Através destas análises obteve-se diretrizes projetuais, atribuindo para a realização da proposta de intervenção. Espera-se, com esse trabalho, debater a importância dos espaços urbanos e de que forma estes possuem relevância para a população, assim como a melhor utilização dos mesmos, que muitas vezes acabam por se tornar ociosos e subutilizados. Por fim, traz-se uma proposta de requalificação do Parque da Lagoa em Caxias do Sul, RS, Brasil, através da insersão de novos equipamentos urbanos dando suporte e qualificando ainda mais a área. Palavras-chave: Espaço público, Lazer e entretenimento, Requalificação, Parque da Lagoa.
SUMÁRIO
1
2
3
INTRODUÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
ANÁLISE DE REFERÊNCIAL
1.1 Apresentação do tema e terreno.................................................12 1.2 Objetivo geral do trabalho.............13 1.3 Objetivos específicos....................13 1.4 Metodologia..................................13
2.1 Evolução histórico de Caxias do Sul................ ..15 2.1.1 Desenvolvimento no Bairro Desvio Rizzo...........15 2.2 Espaços livres do uso público.............................15 2.2.1 Vitalidade e segurança dos espaços públicos....16 2.2.2 Equipamentos públicos de lazer e entretenimento............................................................16 2.3 Os usos dos parques de bairros..........................17
3.1 Projeto de valorização cultural e turística Mostardas-RS............................................................18 3.2 Praça Victor Civita - São Paulo............................24 3.3 Reativação da Orla de Aarhus Dinamarca..................................................................27 3.4 Conclusão............................................................30
4
5
6
ETAPAS DE PLANEJAMENTO
PARTIDO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.1 Localização da área.......................................33 4.2 Histórico e evolução urbana...........................34 4.3 Condicionantes legais....................................36 4.4 Diagnóstico da área de intervenção...........................................................37 4.5 Situação atual da área....................................44
5.1 Partido arquitetônico e urbanístico...............................46
6. Considerações finais..............60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........62
1.INTRODUÇÃO
O espaço público representa a parte multifacética pela natureza das cidades, aquele espaço que se conhece e é reconhecido, pelo valor que se adquire através do tempo e diante de sua história. Cada espaço surge como resposta das necessidades da população, e vão criando identidades que devem ser preservadas sem que percam sua essência. Quanto mais houver multiplicidade nos espaços de uma cidade, mais democrática torna-se a sociedade. A diversidade destes espaços, estimulam a convivência, criando condições necessária para que as pessoas permaneçam nestes espaços, é a vitalidade destes locais que as atraem, fazendo com que elas escolham ou não ocupá-los (PACHECO, 2017). A partir destas afirmações, esta pesquisa busca estabelecer conceitos fundamentais para a criação de um projeto de requalificação do Parque Demétrio Monteiro da Silva, mais conhecido como Parque da Lagoa no Bairro Desvio Rizzo, Caxias do Sul.
A proposta consiste na criação de pontos de interesse com infraestrutura adequada para o parque, já que o mesmo possui grande potencial paisagístico, com uma riqueza natural e ambiental muito ampla, entretanto, verifica-se um subaproveitamento deste espaço. A infraestrutura proposta se estabeleceu através das necessidades encontradas no local e no bairro. Conforme levantamentos percebese que a região carece de equipamentos relacionados ao lazer e entretenimento com condições adequadas para atender a população. Segundo autores como Jacobs (2000) e Gehl (2013) ressalta-se que o desenho dos espaços de uma cidade devem expressar
as necessidades dos usuários e a dinâmica urbana, garantindo a diversidade de usos, tornando assim um local mais seguro e adaptado. O projeto abrigará espaços de convivência, ensino e apresentações que contemplam atividades multiusos, contribuindo de forma inclusiva na cidade. Caxias do Sul possui a segunda maior população do Rio Grande do Sul, e o Bairro Desvio Rizzo é o oitavo mais populoso da cidade IBGE (2010). A região se mantém em constante desenvolvimento devido a diversos fatores, desta forma percebe-se a importância em fomentar o convívio social e oferecer espaços de lazer apropriados, possibilitando a aproximação da população.
Este estudo está dividido em capítulos abordando princípios fundamentais para um bom espaço público, o primeiro capítulo traz a introdução, no segundo explora-se alguns conceitos essenciais para o presente estudo, o terceiro busca através de análises de referências relacionadas ao projeto, um maior entendimento sobre o mesmo. Já no capitulo 4 apresenta-se as etapas de planejamento desta área que darão sequência para o 5º capítulo que traz a proposta de partido arquitetônico e urbanístico, nas considerações finais, capítulo 6, apresenta-se os aspectos relevantes do estudo, seguidas das referências bibliográficas.
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Parque Cinquentenário e o Parque Municipal Mato Sartori. O bairro Desvio Rizzo é o oitavo Espaços de lazer podem ser definidos mais populoso da cidade de Caxias do Sul, de diversos modos, porém, nesta pesquisa, com aproximadamente 13.429 habitantes, será adotado o conceito como sendo lugares conforme o último censo realizado (IBGE, onde se desenvolvem, em geral, programas 2010). A região do Desvio Rizzo está em de lazer e atividades, como parques, centros desenvolvimento acelerado devido a diversos esportivos, teatros, entre outros. Desta fatores, dentre eles a evidente densidade forma, se mostram como potenciais para esta habitacional, projetos urbanos relacionados finalidade os vazios urbanos e áreas verdes, à mobilidade urbana e o crescimento que possam ser adaptados para novos econômico (CAXIAS DO SUL, 2015). Tendo em vista estes aspectos e levantamentos equipamentos de lazer (PELLEGRIN, 2004). Seguindo esta afirmação, o presente realizados no bairro e entorno, percebetrabalho pretende propor uma intervenção se a carência de equipamentos públicos urbana e arquitetônica, através de essenciais para a qualidade de vida da equipamentos públicos de entretenimento população, principalmente aqueles que e lazer em um parque existente, já que o promovam a integração destas pessoas com mesmo possuí alta relevância para o seu o lazer e a cultura. A área do Parque da Lagoa possui contexto. Em Caxias do Sul, encontram-se alguns parques, porém localizados mais ao um potencial urbanístico e paisagístico, centro da cidade, a aproximadamente 10 entretanto, verifica-se um subaproveitamento km da área de intervenção. Parque Getúlio deste espaço. A inserção de equipamentos urbanos neste local para fins de uso público, Vargas (Parque dos Macaquinhos),
1.1 JUSTIFICATIVA DE TEMA E TERRENO
DIVERSIDADE
SEGURANÇA
CRIAR
VITALIDADE
DIVERSIDADE DE USOS
LAZER
CONEXÃO
Figura 02: Esquema de intenções para o Parque Fonte: autora
12 Figura 01: Parque da lagoa Fonte: autora (2017)
Figura 03: Imagem aérea da área de estudo com potenciais Fonte: Google Earth/Autora
tem por objetivo a criação de um espaço de lazer e cultura relacionando áreas internas e externas. Assim, aproximando a comunidade, criando um local mais seguro e convidativo e melhorando a qualidade de vida dos usuários. O Parque Demétrio Monteiro da Silva como é nomeado, mas conhecido como Parque da Lagoa destaca-se pela sua função social no bairro e mediações, por se tratar de um ponto de lazer urbano e referência. Possui uma área de 73,315m² e nos últimos nove anos passou por algumas revitalizações. Em 2008 ganhou novas áreas de lazer, ciclovias e aparelhos para exercícios físicos. A última intervenção ocorreu em 2016, nesta foram melhoradas as pontes do local, tratamento de esgoto e disponibilidade de Wi-fi gratuito (CAXIAS DO SUL, 2015). O local escolhido para inserir o equipamento, foi um recorte ás margens da lagoa, em um local de fácil acesso. Para a definição das áreas de intervenção, foram analisados alguns condicionantes significativos de partido, como: acessos principais, pontos de maior concentração de pessoas e massas de vegetações mais densas no parque. Levando em conta o fato de o bairro não possuir nenhum equipamento de uso público e possuir um local com tamanhas qualidades, este equipamento visa à melhoria do bairro e regiões próximas, fazendo com que a população não precise deslocar-se para o centro da cidade para ter o apoio que precisa.
1.2 OBJETIVO GERAL
1.4 METODOLOGIA
Impulsionar a integração das pessoas através da requalificação de um parque existente. Inserindo equipamentos urbanos a fim de promover espaços de uso público, introduzindo a comunidade as práticas culturais e de lazer, no Parque da Lagoa, Desvio Rizzo em Caxias do Sul.
O presente trabalho utilizou como estratégia metodológica inicial a pesquisa qualitativa, que segundo Gil (2009), busca o enfoque em profundidade e está sujeita a uma análise indutiva. Assim abordando o problema do espaço subutilizado a partir da influência dos pesquisadores envolvidos com o objeto de estudo. As pesquisas exploratórias possuem a finalidade de ampliar e esclarecer conceitos e ideias já existentes, tendo em vista a formulação de problemas e hipóteses para estudos posteriores, como o objetivo de proporcionar uma visão geral de um determinado fato, (GIL, 2008). A pesquisa tem por objetivo intervir em um espaço existente, tendo como propósito sua requalifcação, propondo melhores condições de lazer e entretenimento para o bairro. Os procedimentos envolveram a pesquisa teórica, através de revisões bibliográficas com base em artigos, livros e produções acadêmicas, além de análises de projetos correlatos, os quais contribuíram em termos de implantação relacionando o entorno, proposta arquitetônica, estrutural e de materialidade. Além disso, levantamento em campo a partir da observação do espaço de forma a obter informações para a elaboração do diagnóstico, realizado através de visitas ao local, mapeamento e fotografias.
1.3 OBJETIVO ESPECÍFICOS - Consolidar o espaço do Parque existente, aproveitando o local construído e já utilizado pela população, fomentando a sua apropriação com a qualificação e intensificação dos usos, através de equipamentos urbanos inseridos; - Criar maior identidade para o local, relacionando a cultura, recreação e meio ambiente, fortalecendo a convivência entre as pessoas; Proporcionar a conexão urbana privilegiando o pedestre e o ciclista, á integração entre as áreas lindeiras ao parque; - Restabelecer e fortalecer a relação da cidade com a Lagoa do Rizzo, de forma a valorizar a área através da visão social, econômica e psicológica. - Propor melhorias nos espaços com ligações aos equipamentos proposto, garantindo mais vida para o local e melhor utilização do mesmo.
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2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Figura 04: Foto atual do antigo frigorífico do bairro com os trilhos ao lado Fonte: autora (2017)
Neste capítulo são apresentados os conceitos fundamentais à compreensão do tema proposto, como um breve histórico da evolução de Caxias do Sul, o desenvolvimento no Bairro Desvio Rizzo, espaços livres de uso público, vitalidade e segurança dos espaços públicos, equipamentos públicos de lazer e entretenimento e os usos dos parques de bairro. Com isso, tem-se por objetivo analisar os preceitos com que cada fundamento pode contribuir com o presente trabalho.
2.1
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DE CAXIAS DO SUL
Este desenvolvimento, porém foi prejudicado pela dificuldade de transporte dos produtos à capital, o que foi resolvido em 1910 com a chegada da estrada de ferro. A partir da década de 50, as ampliações do perímetro urbano foram gradativas. Atualmente a cidade é um dos principais polos metal-mecânico do país (NUNES, 2011).
2.1.1 DESENVOLVIMENTO NO BAIRRO DESVIO RIZZO
O bairro Desvio Rizzo inicialmente foi denominado Charqueada e posteriormente A urbanização e expansão industrial de Mato Queimado. Localizava-se na légua Caxias do Sul abordada por Costa (2006) e Colônia Sertorina, no Travessão Benevides, Nunes (2011), destacou que as modificações sendo denominado na década de 40 de no centro urbano não ocorreram de forma Travessão Parada Rizzo. O bairro teve a individual, já que afetaram o entorno. O bairro sua evolução ligada à chegada do trem, e à Desvio Rizzo foi muito influenciado pelo construção do Frigorífico Rizzo, localizados crescimento e desenvolvimento econômico no entorno na Lagoa do Rizzo, foco desta da cidade. pesquisa. Caxias do Sul começou a ser ocupada O Bairro Desvio Rizzo teve início pelos primeiros imigrantes italianos por volta com a agricultura de subsistência, evoluindo de 1875. Devido à sua distância entre os com a industrialização e finalizando com o demais centros, a vila precisou se tornar fortalecimento do comércio local. Por volta independente, surgindo às primeiras fábricas de 1889 chega ao local à família Poloni, que locais, oficinas e artesanatos (MACHADO, dá início à estrada de ferro. Com a chegada 2001). Devido ao crescimento econômico, do trem, os engenhos se desenvolveram transformou-se em entreposto comercial, ainda mais. Na década de 30 tiveram as abastecendo São Sebastião do Caí e Porto construções da olaria, que forneceria tijolos Alegre, o que fez com que fosse declarada de para a construção do matadouro Rizzo Colônia à Vila em 1890. Em 1897, teve-se a (COSTA 2006). primeira ampliação do perímetro urbano.
Com a ajuda de moradores e da Associação de Moradores do Bairro (Amob Desvio Rizzo), arrecadaram-se fundos para cercar a área. Em 1993, o local passa a ser definido como Parque Municipal. Hoje este se destaca pela importância social para o bairro e mediações, possui uma área de 73.315 m², com fragmentos de floresta nativa incluindo exemplares de araucárias (CAXIAS DO SUL, 2015). O parque passou por algumas revitalizações desde sua inauguração, a última delas sendo em 2016, porém ainda verifica-se algumas inadequações em sua implantação, deste modo interferindo de forma negativa na percepção de um bom espaço público.
2.2
ESPAÇOS LIVRES DE USO PÚBLICO
Os espaços públicos podem ser vistos como áreas livres: ruas, praças e parques ou acessíveis ao público, como instituições de ensino, hospitais, entre outros. Lynch (2006) considera espaços públicos todos os que formam a imagem da cidade: áreas abertas, onde ocorrem ações espontâneas dos indivíduos, beneficiados de acessibilidade pública, apropriados para atividades sociais ou de lazer. Os espaços públicos representam a vida urbana. A qualidade de vida de uma cidade pode ser expressa através de praças, parques, e até mesmo na rua. São os lugares de lazer, descanso, brincadeira, livre circulação e, sobretudo, de encontro.
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O espaço de lazer diz respeito a como se organizam os equipamentos em uma cidade, de que forma são distribuídos, quais as possibilidades que oferecem. Tais definições aparecem essencialmente ligadas aos aspectos de apropriação e ocupação destes espaços. Para Lamas (1990 apud BASSO, 2001) estes são criados com a finalidade de proporcionar o encontro entre as pessoas, onde ocorrem as práticas sociais e as manifestações urbanas. Magnoli (2006), de forma bem sucinta, define como “todos espaços não ocupados por um volume edificado” ou “áres urbanas e em seu entorno, não cobertas por edifícios”. Para Marcellino (2002), o lazer urbano oferece à população a possibilidade de desfrutar de espaços abertos, com áreas verdes, que estimulam a integração das pessoas, a prática de exercícios físicos e a contemplação do espaço urbano.Os aspectos que compõem a qualidade dos espaços públicos são discutidos por diversos autores. O uso do espaço público só ocorre quando um conjunto de benefícios como facilidade de acesso, circulação, conforto, segurança e qualidades físicas e estéticas sobrepõem as desvantagens como insegurança, tráfego e clima. É a qualidade dos espaços públicos que os torna atraentes e vivos ou evitados e perigosos. Se o espaço oferece conforto e segurança, as pessoas começam a realizar atividades opcionais que geralmente faziam em ambientes particulares ou simplesmente
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não faziam (GEHL, 2006). Portanto nesta Real ou percebida, a segurança é crucial para proposta de intervenção precisam ser a vida na cidade” GEHL (2013). observado aspectos como diversidade de “Para que os espaços públicos usos e a vitalidade dos espaços, tornando-se tenham condições de contribuir com as um espaço público devidamente apropriado fortalecendo o convívio social.
2.2.1 VITALIDADE E SEGURANÇA DOS ESPAÇOS PÚBLICOS Conforme visto por diversos autores anteriormente, os espaços essenciais para a promoção da qualidade espacial urbana, atribuem um grau de atratividade e percepção do lugar, ao retorno da população no uso e apropriação do mesmo, diretamente relacionados à forma, infraestrutura e imagem da cidade, e sobretudo como estes princípios se relacionam, gerando vitalidade e segurança dos espaços públicos. Segundo Gehl (2013), uma cidade viva é aquela que promove a vida urbana de forma variada e complexa na dinâmica da cidade, ligadas diretamente a apropriação do homem com a circulação, os espaços livres e a ocupação urbana. Desta forma a presença de pessoas e a diversidade de usos aliados aos bons hábitos e rotinas diárias da população são atrativos de uso. A segurança pública nos espaços urbanos é essencial pois “ser capaz de caminhar com segurança no espaço da cidade é um pré-requisito para criar cidades funcionais e convidativas para as pessoas.
políticas de segurança, é necessário que possuam, pelo menos, condições físicas e ambientais mínimas, [...] muito conhecidas e bastante divulgadas, especialmente quando se refere as ruas” (NYGAARD, 2010)
2.2.2 EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE LAZER E ENTRETENIMENTO Equipamentos públicos que promovam entretenimento e lazer associam-se a locais de manifestações culturais. Estes equipamentos costumam ser locais de encontro, descontração e descanso, além de proporcionarem atividades inclusivas. Segundo Pellegrin (2004), ao mapear um local e os equipamentos existentes nele, percebe-se áreas nas quais estes são variados e bem conservados e áreas que são raros ou mal conservados, áreas de fácil e difícil acesso, equipamentos superlotados ou subutilizados. Para Pellegrin (2004 apud REQUIXA, 1980 e CAMARGO, 1979), os equipamentos de lazer podem ser divididos em específicos e não específicos. Os específicos seriam os construídos com a finalidade de abrigar atividades de lazer, com critérios que dão base a essa classificação como dimensão física, população atendida e interesses
culturais privilegiados no local. Com bases nessas análises, Requixa (1980) propõe três modelos de equipamento: o microequipamento especializado, o equipamento médio de polivalência dirigida e o macroequipamento polivalente. Estes equipamentos podem ser variados conforme cada modelo, de acordo com as características e objetivos de cada local. Já os equipamentos de lazer nãoespecíficos, são aqueles que originalmente não foram construídos com essa finalidade, porém acabam se configurando como tal, conforme cada circunstância, como exemplos destes equipamentos cita-se a casa, o bar, a rua e a escola. O exemplo dos parques inseridos nas cidades torna-se, assim, de extrema importância para o lazer da população. Porém, muitas vezes falta espaço para a construção destes parques. “O processo desordenado de constituição das cidades brasileiras não garantiu espaço para uma ocupação planejada do solo urbano. A conseqüência deste problema aparece na forma de disfunções urbanas” Santos (2003).
2.3
a diversidade dos mesmos permitem que a população usufrua e fomente o uso dos parques urbanos. Jacobs (2001) questiona, “Mais Áreas Livres para quê? Para facilitar assaltos? Para haver mais vazios entre os prédios? Ou para as pessoas comuns usarem e usufruírem?”. Segundo Jacobs, (2001) para garantir a valorização de um bairro não basta adicionar áreas verdes ou simplesmente a existência de um parque, que irá assegurar a vitalidade para si e seu entorno. Os parques de bairro são direta e rapidamente movidos pela maneira como a vizinhança neles interfere. Para Jacobs, (2001) para que um parque de bairro funcione são necessários quatro elementos: complexidade; centralidade; insolação e delimitação espacial.
OS USOS DOS PARQUES DE BAIRROS
Para Jacobs (2001) parques urbanos são locais de distrações ou um conjunto natural de virtudes, portanto nada significam se separados dos bairros e dos usos que os afetam. A ativação de diferentes espaços públicos e a flexibilidade de usos mesclados
É de extrema importância a existência de parques públicos bem planejados e conservados nas cidades, proporcionando o lazer da população. Diante aos atuais problemas urbanos, os parques apresentamse como alternativas norteadoras, de modo a criar um ambientes saudáveis do ponto de vista social e ambiental. Proporcionar qualidade de vida à população através do ambiente natural e artificial saudável, mantendo atributos como água, ar e solo e a promoção de lazer e recreação a toda a parcela da população são cada vez mais necessárias. A variedade dos usos dos edifícios propicia ao parque uma variedade de usuários que nele entram e dele saem em horários diferentes. Eles utilizam o parque em horários diferentes por que seus compromissos diários são diferentes. Portanto, o parque tem uma sucessão complexa de usos e usuários, Jacobs (2011). Relacionando os conceitos de parques adotados por Jacobs (2011) com o projeto de intervenção no Parque da Lagoa considerouse importantes questões como a riqueza dos espaços, podendo o correr através de elementos que propiciem a dinâmica na paisagem: elementos visuais interessantes, diferenças de níveis, agrupamentos de vegetações e diferentes pontos de vista do mesmo parque.
Figura 05: Critérios para parques e praças Fonte: Urbanidades
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3.REFERÊNCIAS PROJETUAIS
PROJETO DE VALORIZAÇÃO CULTURAL E TURÍSTICA
MOSTARDAS | RIO GRANDE DO SUL
TCC/PUC: Autor Pedro Terra Oliveira Localização: Mostardas | RS Ano: 2015 Área: 1.000m² aprox.
Figura 06: Fotomontagem do centro de pesquisa Nacional da Lagoa do Peixe Fonte: Apresentação final de TCC Pedro Terra
3.1 PROJETO DE VALORIZAÇÃO CULTURAL E TURÍSTICA - MOSTARDAS | RIO GRANDE DO SUL A escolha do referencial se justifica pela inserção adequada de uma intervenção em um meio natural. Assim como se tem a intenção projetual no Parque da Lagoa, neste se fez uma intervenção que valorizou o ambiente local, mantendo a interação do usuário com a natureza, além de criar um espaço voltado para o entretenimento e lazer, ainda que para a proposta de Mostardas proponha-se áreas de estudos/ ensinos e alojamentos, que não fazem parte do escopo para o Parque da Lagoa. Segundo (OLIVEIRA, 2015) ,“O projeto propõe inserções respeitosas nas áreas de preservação como o Parque da Lagoa do peixe, buscando contribuir na valorização da observação das aves, e ainda proporcionar às pessoas um bom momento de lazer com as práticas de esportes e trilhas” . A proposta de intervenção está localizada na Bacia do Litoral Médio, município de Mostardas-RS. Tendo como proposta a criação de pontos de interesse com infraestrutura no Balneário Mostardense, na Lagoa dos Patos (Farol Cristóvão Pereira), no desativado Porto do Barquinho, no Parque Nacional da Lagoa do Peixe e no Centro Histórico de Mostardas.
Figura 07: Localização da área de intervenção Fonte: Apresentação final TCC Pedro | autora
Para o presente estudo foi analisado somente a intervenção no ponto 01 no Parque Nacional da Lagoa do Peixe.
Figura 08: Perspectiva Fonte: Apresentação final TCC Pedro
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SERVIÇO
ACESSO PRINCIPAL ACESSOS SECUNDÁRIOS FLUXOS CIRCULAÇÃO
SOCIAL ELEVAÇÃO SUL SEM ESCALA
ELEVAÇÃO SUL ELEVAÇÃO SEM ESCALA SUL SEM ESCALA
SEM ESCALA SEM ESCALA
SEM ESCALA
A implantação tem por objetivo valorizar o parque, a cultura e o patrimônio ambiental. A arquitetura se estabelece de forma integrada ao local, contemplando a natureza conforme a disposição das edificações, sendo assim a arquitetura como uma infraestrutura da paisagem.
Figura 10: Planta baixa com acessos e fluxos Fonte: Apresentação final TCC Pedro | autora
O acesso a edificação é feito através de uma rampa em madeira, a qual segue como circulação principal elevada. A implantação possui escadas somente no bloco mirante, contando também com um elevador PNE. Nos demais volumes e acessos da edificação o acesso é universal .
CANTEIROS
PLANTA BAIXA PLANTA BAIXA
PLANTA BAIXA
Figura 09: Implantação geral Fonte: Apresentação final TCC Pedro | autora
LAZER
Figura 11: Planta baixa com zoneamento Fonte: Apresentação final TCC Pedro | autora
O zoneamento foi organizado conforme a função. Possui um programa simples, disposto no observatório em 6 pavimentos e nos demais volumes apenas 1.
Figura 12: Fotomontagem do espaço de convivência Fonte: Apresentação final TCC Pedro
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x x
x x
x x x x
x x x x x x
x x/2
2
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x x x
2
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x x/2 x/2 x x
Figura 13: Planta baixa com malha Fonte: Apresentação final TCC Pedro|autora
1
x x x x x x x x
x x
Figura 17: Esquema volumetria Fonte: Apresentação final TCC Pedro|autora
ELEVAÇÃO SUL SEM ESCALA
x
PLANTA BAIXA SEM ESCALA
x
Figura 16: Geometria da edificação Fonte: autora
x/2 x+x x+x/2 x+x x+x/2
x+x/2
Figura 14: Fachada sul Fonte: Apresentação final TCC Pedro|autora
FACHADA SUL SEM ESCALA
O projeto foi pensado a partir de um princípio de organização em grelha, percebese a assimetria vista em planta, assim como o uso do sistema de proporção, inclusive nos espaços de circulação e canteiros. A mesma organização em grelha utilizada nas plantas repetiu-se nos cortes e fachadas. A linearidade vista em planta destaca-se exteriormente baseado em volumes puros, originando a forma do edifício.
A edificação é composta por 5 retângulos evidenciando sua geometria e volumetria. A disposição se dá através de um eixo principal de acesso, formando uma angulação de 45º com relação a estrada existente.
Usou-se volumes puros, contendo algumas subtrações, inseridos de forma sutil, integrando a edificação com natureza sem destoar do seu contexto. Esta distribuição se relaciona através da passarela inserida paralela aos mesmos, desta forma rotacionou-se os volumes, priorizando as visuais para o parque.
SUBTRAÇÃO
x+x/2
SUBTRAÇÃO x
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x
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x
x
x
x
x
Figura 15: Corte AA Fonte: Apresentação final TCC Pedro|autora
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Figura 18: Fotomontagem do parque nacional da lagoa do peixe Fonte: Apresentação final TCC Pedro|autora
x
Fonte: Apresentação final TCC Pedro/autora
Uma tecnologia construtiva foi a utilização de módulos com estrutura em madeira de eucalipto tratado C-40 e pinus tratado para acabamento das paredes, telhado e proteção solar (brises) fundação com sapata de concreto a 1 metro do solo vigas e pilares de madeira. Estrutura na passarela que serve de mobiliário.
Figura 20: Módulo construtivo Fonte: Apresentação final TCC Pedro
Os materiais utilizados no projeto são de baixo impacto ambiental, alguns encontrados e fabricados na região, garantindo facilidade no transporte e baixo custo. Para isolamento termoacústico usouse compostos de materiais casca de arroz e outros aglomerados.
Figura 19: Módulo construtivo Fonte: Apresentação final TCC Pedro
Além destas técnicas de baixo impacto ambiental, utilizou-se painéis solares, formando uma argamassa de cimento cola, cinza de casca de arroz e outros aglomerados. Além destas técnicas de baixo impacto ambiental, utilizou-se painéis solares, gerando energia através da luz do sol.
Figura 21: Fotomontagem espaço de convivência Fonte: Apresentação final TCC Pedro
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Praça Victor Civita Localização: Pinheiros, São Paulo - SP / Brasil Arquitetos: Levisky Arquitetos e Anna Julia Dietzsch Ano: 2006 – 2008
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Figura 22: Foto aérea praça Victor Civita Fonte: Archdaily
3.2 PRAÇA VICTOR CIVITA | SÃO PAULO DE LIXÃO, À PRAÇA DA SUSTENTABILIDADE! O terreno contaminado onde abrigava um lixão é recuperado, revitalizando um espaço público. A escolha deste referencial se justifica pelos elementos inseridos na praça, de forma dinâmica, criando espaços de convívio e lazer, além de trazer atividades educativas.
Figura 23: Foto aérea praça Victor Civita Fonte: Autora
Figura 24: Localização da área Fonte: Archdaily |autora
Figura 26: Situação Fonte: Archdaily
Figura 25: Foto aérea praça Victor Civita Fonte: Archdaily
Construída em um terreno de 13.648m² a praça Victor Civita preenche um vazio urbano deixado pelo antigo incinerador Pinheiros. O terreno, localizado em Campinas - SP, estava em estado de degradação e contaminação. Este fato se deve a queima de 200 toneladas de lixo por dia, durante quarenta anos. O projeto entregue em 2007 se desenvolveu através da parceria entre público e privado. Além da praça, o projeto tem por objetivo a recuperação do solo com princípios sustentáveis, como aquecimento solar, reuso da água e permeabilidade do solo.
Figura 27: Implantação geral Fonte: Archdaily
Legenda:
10: Sistema de filtragem águas 1: Exposição de arteservidas. temporária. 11: Deck suspenso de madeira. 2: Oficina das crianças,12: Ginástica. atividades 13: Centro da terceira idade. educativas. 14: Praça dos paralelepípedos, 3: Arena coberta para shows xadrez, e apresentações etc. 4: Play-Ground. 15: Irrigação: Uso de água 5: Jardim vertical. reciclada. 6: Camarins. 16: Deck, salas urbanas. 7: Arquibancada para 240 17: Deck permeável de concreto pessoas + sanitários. leve. 8: Centro de exposições e18: Jardins existentes. cursos. 19: Núcleo de investigação do solo. 9: Jardineiras – Laboratório de 20: Entrada principal. Plantas.
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Figura 28: Museu da Praça Fonte: Archdaily
Figura 29: Vista do palco externo Fonte: Archdaily
Figura 30: Academia da terceira idade Fonte: Archdaily
O principal componente do projeto foi um deck de madeira certificada disposto de forma suspensa, o deck cruza a praça de um lado ao outro, sustentado por uma estrutura metálica impedindo o contato com o solo. O projeto foi pensado de forma alternativa, além de criar caminhos, o próprio deck serve como mobiliário ao longo do seu percurso pois as bordas se desdobram do plano horizontal para o vertical formando coberturas e bancos.
O programa da praça inclui um museu, auditório, oficinas educacionais, exposições de arte, palco coberto para shows, camarins de apoio, academias da terceira idade, horta comunitária, sanitários, entre outros. Apesar das diferenças de campo entre a área descrita e a intenção projetual no parque da Lagoa, a praça traz como principal conceito do projeto, o deck como elemento de ligação entre as áreas, criando espaços de convivências.
Figura 33: Esquema captação de água Fonte: Archdaily|Autora
Figura 31: Axononométrica deck de madeira Fonte: Archdaily|Autora
Figura 32: Corte deck de madeira Fonte: Archdaily|Autora
Figura 32: Corte jardineira com sistema tec-garden Fonte: Archdaily
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REATIVAÇÃO DA ORLA DE AARHUS Localização: Aarhus, Dinamarca Arquitetos: Bjarke Ingels Group, GEHL Architects, Anpartsselskabet Kilden & Mortensen, CASA, MOE Ano: 2017 ÁREA: 1.00000m²
Figura 34: Perspectiva deck conexões Fonte: Archdaily
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3.3 REATIVAÇÃO DA ORLA DE AARHUS DINAMARCA
O projeto (que será realizado em etapas) relaciona áreas residenciais com espaços públicos, criando diversas atividades recreativas e culturais, incluindo uma área balneária, piscinas, teatro e cafés distribuídos ao longo de um passeio público. Os edifícios residenciais inseridos de forma única, contribuem para a ocupação destes espaços públicos em direção ao passeio da orla, conectando os habitantes a um porto existente, á praça Nikoline Kochs Plads e ao centro da cidade. Segundo BIG (2017), “Ao projetar o espaço público como o primeiro passo, o masterplan cuidadosamente mistura programas públicos com residências privadas, criando uma nova e dinâmica área urbana onde as esferas públicas e privadas convergem”. A relação projetual entre a referência descrita e a intenção de projeto no Parque da Lagoa se explica pelo desenho de forma dinâmica dos espaços de convívio na orla, assim como as alternativas de lazer usadas integrando ao meio natural existente.
O projeto busca conectar a cidade aos espaços de lazer, estendendo o passeio público, melhorando os fluxos do local.
As formas curvas definem os espaços urbanos na terra extendendo-se sobre a água.
Figura 35: Localização da área Fonte: Archdaily
Localizado no distrito de Aarhuas C na cidade de Aarhus o projeto trará vitalidade para a antiga área portuária, através de um conjunto de propostas de um Masterplan transformando as áreas mais antigas em uma nova zona residencial, comercial, educacional e de lazer.
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Figura 36: Esquema para implantação na orla Fonte: Archdaily
Figura 37: Esquema de conexões e relações com entorno Fonte: Archdaily|Autora
Figura 38: Fotomontagem com edifícios residenciais Fonte: Archdaily
Figura 39: Perspectivas com diversidade de uso Fonte: Archdaily
VIVACIDADE SEGURANÇA LAZER
Figura 40: Volumetria de edifícios residenciais Fonte: Archdaily|Autora
Figura 41: Implantação com zoneamento Fonte: Archdaily
O princípio deste projeto parte em valorizar a orla portuária existente, através da diversidade de atividades e serviços públicos, todos conectados e relacionados com a criação de sete novos edifícios de diferentes escalas.
Estratégias dinâmicas foram pensadas de forma a integrar o morador e o visitante aos passeios e atividades de lazer e serviços disponíveis, criando um local mais vivo. Assim como identifica-se na figura 38 as diferentes escalas dos edifícios.
ESPAÇOS CONVIDATIVOS E COMPARTILHADOS
ESCALA HUMANA PRIORIZADA
CRIAR
CONECTAR
DIVERSIDADE DE USOS
ESPAÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS
PASSEIO PÚBLICO E NOVO FLUXO URBANO
Figura 42: Esquema de relações da área com entorno Fonte: Autora
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QUADRO COMPARATIVO
Tabela 01: Quadro comparativo dos referenciais Fonte: Autora
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3.4 CONCLUSÃO As referências apresentadas possuem pontos semelhantes a proposta de intervenção a ser desenvolvida. Todas apresentam em comum a relação da infraestrutura com algum aspecto natural onde estão inseridas, assim como a criação de espaços multiusos proporcionando a interação social, foco desta proposta. As atividades desenvolvidas em cada referência possuem notáveis diversidades de usos, com programas que vão do ensino a atividades de lazer e entretenimento. No exemplo da reativação da orla de Aarhus na Dinamarca, buscou-se através da requalificação de uma área existente o desenvolvimento de diversas atividades, incluindo moradias, novos passeios, serviços e lazer, assegurando o dinamismo do lugar, assim como se tem a intenção projetual no parque da Lagoa. Diferente da proposta para Mostardas RS, que não oferece moradias, mas alojamentos destinados aos pesquisadores, assim como outros serviços de apoio para visitantes. Já na Praça Victor Civita, mostra-se inúmeras formas de ocupação de um espaço subutilizado, através de estratégias corretas de ocupação do solo, criando espaços que hora são caminhos hora mobiliários. Para cada proposta considerou-se a menor agressão possível ao meio ambiente, destacando o uso de materiais racionais, sem que haja desperdícios.
31
4.ETAPAS DE PLANEJAMENTO
Figura 43: Mapa geral da área de intervenção Fonte: Google Earth|Autora
4.1 LOCALIZAÇÃO O Parque da Lagoa situa-se no bairro Desvio Rizzo à sudoeste da cidade de Caxias do Sul. Tendo a norte o bairro Cidade Nova, a sul o bairro Conceição, a leste o bairro São Francisco e a oeste Forqueta.
Figura 44: Mapa localização da área de intervenção Fonte: Autora
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4.2 HISTÓRICO | EVOLUÇÃO URBANA
Figura 45: Estação Férrea Desvio Rizzo Fonte: Blog Histórias Daqui
1910
Finalizada a construção dos trilhos
1910 Finalizada a construção dos trilhos
1889 Chegada da família Poloni e início da estrada de ferro
Figura 46: Olaria Fonte: Acervo do Arquivo Histórico Municipal de Caxias do Sul
1937
Figura 47: 1º Escavação da Lagoa do Loteamento Jardim da Lagoa Fonte: Arquivo pessoal de Luis Carlos Rossini
1966
Final da 2008 1980 Primeira construção do O Parque da Lagoa Urbanização da escavação da frigorífico e recebeu a revitalização área e criação lagoa, para dar término da como projeto do da área verde suporte ao olaria 2008 1937 frigorífico Rizzo1966 1980 Taliesem Primeira O Parque da Lagoa Final da Urbanização da escavação da recebeu a revitalização construção do área e criação lagoa, para dar como projeto do frigorífico e da área verde suporte 1940 ao Taliesem término da1934 1990 1970 frigorífico Rizzo “loteamento” Ocorre a segunda Novas instalações com a olaria Início da Primeiro construção do do bairro a partir do escavação da lagoa fábrica da Agrale e frigorífico Rizzo frigorífico Enxuta, ampliando o bairro em direção RS 122
Figura 49: Projeto Paisagístico do Parque da Lagoa Fonte: Taliesem
2016 Última revitalização do parque com novos mobiliários tratamento de esgoto e disponibilidade de Wi-fi gratuito
Figura 51: 2º Escavação da Lagoa do Loteamento Jardim da Lagoa Fonte: Arquivo pessoal de Luis Carlos Rossini
Figura 53: Frigorífico Rizzo e as primeiras casas do bairro Fonte: Acervo do Arquivo Histórico Municipal de Caxias do Sul.
Figura 52: Frigorífico Rizzo e o desvio do trem Fonte: Acervo do Arquivo Histórico Municipal de Caxias do Sul
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Figura 48: Antiga empresa Enxuta e atual faculdade Anhanguera Fonte: Google Earth|Autora
Figura 50: Última revitalização realizada em 2016 Fonte: Gilmar Gomes
O Bairro Desvio Rizzo teve sua evolução muito ligada a chegada do trem em Caxias do Sul, assim como a construção do Frigorífico Rizzo como visto anteriormente, estes localizados muito próximos à Lagoa do Rizzo, a qual foi escavada para abastecer toda a fábrica. As famílias se instalaram no bairro em função da construção da estrada de ferro a qual ainda pode ser vista no bairro assim como a antiga estação de trem, o frigorífico Rizzo e as casas dos antigos proprietários da empresa.
Figura 55: Mapa com evolução do bairro Fonte: Prefeitura de Caxias do Sul
Figura 54: Mapa com marcação dos bairros Fonte: Google Earth|Autora
Figura 56: Imagem atual do antigo Frigorífico Rizzo. Fonte: Autora
Figura 57: Imagem atual da antiga estação de trem. Fonte: Autora
Figura 58: Imagem atual das antigas moradias do fundadores do frigorífico Fonte: Google Earth|Autora
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4.3 CONDICIONANTES LEGAIS A área de intervenção está localizada na ZONA ZR3 conforme o plano diretor, as edificações encontram-se de acordo com a legislação possuindo afastamento frontal. EXEMPLO TERRENO A= 300m² VIA LOCAL GABARITO: 12m Altura edificações H= 1,5 x (L + AF) H= 1,5 x (12 + 4) H = 24m Afastamento lateral AL= 2 + (h – L) / 5 AL= 2+ (24 – 12) / 5 AL= 4,4m
IA TO TP 1,6 60% 20 % 480m² 180m² 60m² Figura 59: Mapa de Zoneamento Fonte: Plano Diretor de Caxias do Sul
Figura 60: Condicionantes Legais Fonte: Plano Diretor de Caxias do Sul
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4.4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO USO E OCUPAÇÃO DE SOLO | Através do mapa
de usos e ocupação de solo foi possível identificar a predominância de uso residencial, percebe-se algumas construções industriais instaladas as margens da RSC453, forte usos comerciais junto as Avenidas Alexandre Rizzo e Cristiano Ramos de Oliveira, algumas edificações institucionais dispersas pelo bairro, encontram-se também algumas áreas verdes porém somente uma delas criou-se espaços de convivência com mobiliário e prática de esportes. Possui uma UBS, e um cemitério próximo aos trilhos.
Figura 61: Bar existente no parque Fonte: Autora
Figura 62: Posto de bombeiros existente no parque Fonte: Autora
Figura 63: Edificação lindeiras ao parque Fonte: Autora
Figura 64: Praça existente no bairro Fonte: Autora
Figura 67: Mapa localização de uso e ocupação do solo Fonte: Autora Figura 65: Edificação contemporânea lindeira ao parque Fonte: Autora
Figura 66: Edificações no entorno do parque Fonte: Autora
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HIERARQUIA VIÁRIA | Por meio do estudo do traçado viário local, destaca-se como vias principais a rodovia RSC-453, a Avenida Alexandre Rizzo e a Rua Cristiano Ramos de Oliveira, através delas que acontece a ligação do bairro com o centro da cidade e outras cidades. O traçado é orgânico nas vias secundárias e locais devido ao relevo local margeando a lagoa. A pavimentação das vias secundárias e locais, são na maioria de paralelepípedos, já as vias principais são asfaltadas. Percebese que o transporte público atende toda a região, possui em torno de uma parada de ônibus por quadra. Encontram-se alguns pontos de conflito devido um mal planejamento de vias, que preferenciam mais o veículo do que o pedestre.
Figura 68: Vista da Rua Juscelino Kubtscheck de Oliveira Fonte: Autora
Figura 69: Vista da Rua Celestino Deitos Fonte: Autora
Figura 70: Vista da Rua Nestor Domingos Rizzo Fonte: Autora
Figura 71: Vista da Rua João Flirian Fonte: Autora
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Figura 72: Mapa de hierarquia viária Fonte: Autora
TIPOLOGIAS | Através das análises de tipologias encontradas no local destaca-se a predominância de edificações de um ou dois pavimentos, na maioria delas residências. Nota-se algumas recentes implantações de edificações com maiores alturas, porém poucas, com relação as residências .
Figura 73: Skyline com marcação de tipologias na face oeste da Lagoa Fonte: Autora
Figura 74: Skyline com marcação de tipologias na face sul da Lagoa Fonte: Autora
Figura 75: Skyline com marcação de tipologias na face leste da Lagoa Fonte: Autora
Figura 76: Skyline com marcação de tipologias na face norte da Lagoa Fonte: Autora
Figura 77: Mapa de tipologias Fonte: Autora
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ASPECTOS PAISAGÍSTICOS | Com relação aos aspectos
paisagísticos encontrados no local percebe-se através do mapa em grade de cor que a topografia é mais acidentada a oeste da área, criando algumas barreiras visuais e peatonais. Através da figura 88 mapa de arborização existente encontra-se fragmentos de florestas nativas com árvores de araucárias angustifólia. As quais podem ser incorporadas ao projeto, tirando partido da mesma, registrou-se as principais visuais do parque demonstrando seu grande potencial paisagístico. Além da diversidade de vegetações, pode-se ver algumas espécies de animais que se apropriaram deste espaço, esta biodiversidade pode ser vista como um recurso e/ou como uma propriedade de vida. A conservação biológica e o uso sustentável dos recursos naturais são importantes para a manutenção da estabilidade global.
FOTO DA PAISAGEM
Figura 78: Imagem de patos encontrados na lagoa Fonte: Autora
40
Figura 79: Mapa de aspectos paisagísticos Fonte: Acadêmico FSG|Autora
Figura 80: Visuais do Parque da Lagoa Fonte: Autora
1
Figura 81: Visuais do Parque da Lagoa Fonte: Autora
2
6
8
Figura 82: Visuais do Parque da Lagoa Fonte: Autora
3
Figura 83: Visuais do Parque da Lagoa Fonte: Autora
4
67 Figura 84: Visuais do Parque da Lagoa Fonte: Autora
5
Figura 85: Visuais do Parque da Lagoa Fonte: Autora
6
6
Figura 86: Visuais do Parque da Lagoa Fonte: Autora
7
Figura 87: Visuais do Parque da Lagoa Fonte: Autora
8
Figura 88: Mapa com indicações das visuais Fonte: Google Earth|Autora
IMPLANTAÇÃO 0
5
10
15
25
41
CHEIOS E VAZIOS | Por meio dos mapas de ao inicio da ocupação do bairro ter sido dada cheios e vazios percebe-se a densidade encontrada no local, com maior concentração de edificações as margens dos trilhos e próximos ao antigo Frigorífico Rizzo devido
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neste local. Com relação as quadras percebese uma boa distribuição e tamanhos variados sem que ocorra maiores concentrações .
Figura 89: Mapa cheios e vazios. Fonte: Autora
43
Figura 90: Visual da lagoa Fonte: Autora
5
4.5 SITUAÇÃO ATUAL DA ÁREA
6
4 7
3
8
2 Figura 91: Mapa com problemas encontrados na área. Fonte: Autora
9
44
10
1
Através do diagnóstico realizado identificando configurações urbanas do entorno, assim como registros fotográficos do local foi possível realizar um mapa síntese dos problemas encontrados na área. Conforme os dados analisados, percebese que a lagoa teve muita importância para a formação do bairro através da sua ligação com o Frigorífico Rizzo, considerado um marco visual, além de ser uma referênia muito importante e memorável para os antigos moradores do bairro. Através destas análises pode-se identificar uma subutilização de algumas áreas no parque, conforme a imagem 07, verificou-se que o local não possui nenhuma infraestrutura adequada para a realização de shows e eventos que ocorrem no local, assim como o bar existente figura 08, desta forma propõe-se para este parque infraestruturas apropriadas que atendam a demanda do parque. Outro aspecto importante visto na área é os fluxos viários nas vias lindeiras ao parque, estas por sua vez não possuem uma boa distribuição e estacionamentos adequados, assim como os caminhos encontrados no interior do parque, relativamente pequenos figura 04, gerando conflitos entre pedestres e ciclistas que frequentam o parque. A proposta tem por objetivo adequar estes espaços, gerando um local mais atrativo e com infraestruturas apropriadas.
A partir destas análises foi possível aprofundar e direcionar os estudos através da metodologia da matriz SWOT, ou análise FOFA em português, esta podendo ser aplicada em diversas situações. Por meio desta análise, será criado uma relação entre as potencialidades e fraquezas do local, desta forma estabelecendo diretrizes gerais, assim como o mapa de zoneamento gerado a partir destas análises.
Figura 92: Análise Swot Fonte: Autora Figura 93: Mapa de zoneamento Fonte: Autora
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5.PARTIDO ARQUITETÔNICO E URBANÍSTICO
Figura 94: Perspectiva edificação Fonte: Autora
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Figura 95: Mapa geral da área de intervenção Fonte: Google Earth|Autora
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ÁREAS DE INTERVENÇÃO
Figura 96: Mapa geral da área de intervenção Fonte: Google Earth|Autora
Após identificar problemas e potenciais do local, pode-se definir alguns pontos com maior relevância para a proposta de requalificação no parque da Lagoa. Assim, pretende-se através de equipamentos, e qualificações na área, atender a necessidade dos habitantes locais como também aos visitantes. A proposta busca relacionar a arquitetura e a natureza, destacando os potenciais existentes no parque, respeitando e integrando-se ao local. Conforme os mapas, identificou-se alguns condicionantes importantes para a proposta de intervenção, como: principais acessos, maior concentração de pessoas, vegetações densas e melhores visuais. Através destes mapas podese propor áreas onde mais carecem de intervenção, assim tornando um local mais atrativo, preservando a qualidade de vida urbana.
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DIRETRIZES PROJETUAIS A partir das análises e pesquisas realizadas, a proposta busca trazer vitalidade urbana para uma área com grande potencial, porém carentes de espaços de lazer com condições adequadas para atender a população, desta forma criou-se algumas diretrizes essenciais, as quais nortearão para as etapas posteriores.
Fomentar o convívio social a partir da criação de espaços abertos .
Conexão entre pontos de interesse facilitando a circulação e a criação de áreas de lazer e estar ao longo do caminho. Figura 97: Esquema de diretrizes Fonte: Autora
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Criar mobiliários versáteis e de usos variados.
Preservar vegetações existentes no parque e introduzi-las na edificação.
Manter relação com a escala humana de forma que a edificação não seja uma barreira visual e sim um complemento da paisagem.
Edificação com arquibancada como espaço de passagem ou área de permanência, com shows e eventos.
PROGRAMA E PRÉ-DIMENSIONAMENTO
CONVIVÊNCIA
APOIO
AMBIENTE
LAZER EXTERNO
APRESENTAÇÕES | ENSINO
A proposta foi dividida em 04 setores: apoio, convivência, apresentações, ensino e lazer externo. A construção do programa surgiu a partir das necessidades encontradas no bairro e no parque, cada equipamento atuará de forma integrada, assim como a edificação implantada as margens da lagoa, a qual conta com um programa simples composto por: área de apoio com administração e serviço do parque, área de convivência com bar/café/exposições e salas multiuso.
PROGRAMA E PRÉ-DIMENSIONAMENTO QUANTIDADE
ÁREA
ÁREA TOTAL
RECEPÇÃO
1
25m²
25m²
ADMINISTRAÇÃO
1
25m²
25m²
SANITÁRIOS FEMININO| MASCULINO
2
20m²
40m²
COZINHA
1
50m²
50m²
DEPÓSITO
1
50m²
50m²
BAR|CAFÉ
1
100m²
100m²
SANITÁRIOS FEMININO| MASCULINO
2
30m²
60m²
ÁREA EXPOSIÇÕES
1
100m²
100m²
SANITÁRIOS FEMININO| MASCULINO
2
30m²
60m²
SALAS MULTIUSO
4
50m²
200m²
PALCO
1
200m²
200m²
CAMARIN
2
30m²
60m²
CINEMA ABERTO
1
200m²
200m²
PIER | DECK
2
600m²
600m²
PASSARELA
1
800m²
800m²
ARQUIBANCADA
1
300m²
300m²
ÁREA FOOD TRUCKS|FEIRAS
1
300m²
300m²
_
_
3.170m²
ÁREA TOTAL
Figura 98: Esquema de setores Fonte: Autora
Tabela 02: Programa de necessidade Fonte: Autora
51
Figura 99: Perspectiva arquibancadas edificação Fonte: Autora
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JUSTIFICATIVA DE IMPLANTAÇÃO
Delimitação de 04 pontos com maior potencial para inserção de equipamentos para dar apoio ao parque. Figura 100: Esquema de implantação Fonte: Autora
Criação de eixos norteadores inseridos perpendiculares a partir dos pontos.
Partido composto por uma geometria pura formada a partir de 02 retângulos, evidenciados pela geometria da proposta.
Rotação dos volumes de forma paralela aos eixos criados, possibilitando melhores visuais, melhor circulação e insolação na edificação.
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1 ARQUIBANCADA
EQUIPAMENTO PÚBLICO
2 MULTIUSO 3 PIER | ÁREA CONTEMPLAÇÃO 4 PALCO
IMPLANTAÇÃO
IMPLANTAÇÃO 0
54
5
10
15
25
Figura 101: Mapa de implantação geral Fonte: Autora
A implantação proposta, visa a inserção de equipamentos de apoio para o parque em pontos estratégicos, vistos anteriormente, estes foram pensados sugerindo uma maior integração do usuário com o parque.
ZONEAMENTO O zoneamento da edificação foi separado por circulação, apoios, ensinos, convivência e o espaço com deck que conduz para a passarela. A edificação possui acessos facilitados, tanto pela via de acesso principal ao parque, quanto pelo interior do mesmo, a proposta tem por objetivo criar um equipamento o mais permeável possível, desta forma optou-se por desenvolver uma cobertura sob pilotis, demarcando o acesso e criando maior diversidade de usos e melhores visuais da lagoa.
PLANTA BAIXA TÉRREO 0
5
10
15
Figura 103: Corte AA Fonte: Autora
25
Figura 102: Planta Baixa térreo Fonte: Autora
CORTE AA ESC. 1/750
55
Figura 107: Planta baixa via local 12 metros Fonte: Autora
Figura 108: Perfil viário via local 12 metros Fonte: Autora
PERFIS VIÁRIOS
0
5
10
15
Figura 104: Implantação Fonte: Autora
Figura 105: Corte BB Fonte: Autora
56
25
Figura 106: Proposta de caminhos 4 metros Fonte: Autora
Através das análises, percebe-se que ocorrem alguns conflitos tantos nas vias lindeiras ao parque quanto nos caminhos existentes no interior do mesmo,dificultando o fluxo de veículos e pedestres. Para estes problemas serão propostas requalificação das vias locais que circundam o parque, pavimentação e faixa de pedestres elevada. E nos caminhos atualmente nota-se uma configuração pequena e sem demarcações, propõe-se o aumento desses caminhos, assim como melhor tratamento.
CORTE BB ESC. 1/750
VOLUMETRIA A concepção volumétrica da edificação se estabelece de forma sutil integrando a edificação com a natureza, sem destoar do seu contexto. A proposta conta com volumes puros, compostos por duas barras dispostas perpendicularmente de modo que valorize as visuais no parque. Criou-se algumas subtrações da forma, com o objetivo de permear o espaço, sem formar barreiras além de constituir espaços multiuso como a arquibancada voltada para a lagoa e o deck conectando as áreas.
Figura 109: Esquema de volumetria Fonte: Autora
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TÉCNICAS CONSTRUTIVAS O projeto apresenta malha estrutural de 3 x 3 metros, este princípio de organização destaca-se exteriormente baseado em volumes puros, originando a forma do edifício. A materialidade proposta busca criar uma conexão entre a edificação e a paisagem, de forma que não destoe do contexto, optou-se por materiais de baixo impacto ambiental, todos preferencialmente encontrados na região, madeira de lei para brises e revestimentos, vidro, madeira de deck e na cobertura de ums dos volumes edificados propõe-se o uso de telhado verde.
Figura 110: Esquema estrutural Fonte: Autora
Figura 111: Perspectiva edificação Fonte: Autora
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TECNOLOGIA
JUSTIFICATIVA
PILARES
Metálicos
Facilidade na execução Economicidade
LAJE
Alveolar
Vence grandes vãos Menor tempo execução
VIGAS
Metálicas
Facilidade na execução Economicidade
PAREDES
Blocos cerâmicos
Custo benefício Tempo de execução
Tabela 03: Tecnologia construtiva Fonte: Autora
Figura 112: Perspectiva com materialidade Fonte: Autora
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6.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os espaços públicos são os grandes influenciadores dentro de uma cidade, são estas áreas que formam os principais vínculos entre as comunidades, criando relações e a própria identidade do local, através destes espaços estimula-se a convivência entre as pessoas sem que haja qualquer esforço, assim como a diversidade de usos. Foi observado durante o desenvolvimento do trabalho a relevância do tema proposto, por se tratar de uma área bastante ocupada, porém poderia ser melhor aproveitada se houvesse infraestruturas interessantes e mais adequadas. Tendo em vista estes aspectos, a proposta surge através da requalificação do local, buscando melhores atrativos em pontos estratégicos, além de ter como diretrizes, a melhoria das conexões, tanto pelos caminhos, como através da passarela entre estes pontos, propondo maior atratividade e vitalidade para local.
Relacionando estas conexões, percebe-se a necessidade de criar estacionamentos para as pessoas que frequentam o local, e que hoje só conseguem estacionar no entorno, assim como propor calçadas e ciclovias confortáveis, com tamanhos adequados. Esta proposta visa trazer a diversidade de usos, através de locais onde podem ocorrer atividades e eventos culturais como palco e área de exposições. Junto à edificação podem acontecer eventos simultâneos sem que interfira nos outros equipamentos, além disso promover a prática de esportes que podem ser desenvolvidos na água, ou através da criação de pontos com aluguel de bicicleta.
Este conjunto de intervenções foi observado visando atender a demanda existente, do mesmo modo que busca a preservação do ecosistema, mediante isso será desenvolvido o projeto durante o TCC, onde vai se realizar o tratamento paisagístico da lagoa, como o desenvolvimento destes equipamentos propostos nestes pontos estratégicos. A idealização deste espaço irá adotar todos os princípios estudados nesta etapa de pesquisa, buscando criar uma conexão da lagoa, não só com o bairro, como de toda a região. Neste contexto se destaca a busca pelo bem estar e segurança, assim criando uma melhor identidade para o local, minimizando os problemas sociais, ambientais e arquitetônicos existentes.
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