Baseball Magazine’s Shorinji Kempo Juho Book (Vol.1)
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Índice Famílias técnicas ............................................................................................................................................................... 5 Ryuo Ken............................................................................................................................................................................ 6 8: Kote nuki (Ryuo ken) ................................................................................................................................................. 6 Não bloqueie no kagite shuho .................................................................................................................................. 6 16: Morote wa nuki (Ryuo ken) .................................................................................................................................... 6 Uma libertação para casos em que o atacante dobra os cotovelos para fora ......................................................... 6 Sem resistir ao ataque, mova-se para kagite shuho ................................................................................................. 7 Imagine que está a fazer yori nuki e kote nuki ao mesmo tempo ............................................................................ 7 24: Morote gyaku gote (Ryuka ken) .............................................................................................................................. 8 Deve ser capaz de fazer morote wa nuki .................................................................................................................. 8 A base é gyaku gote .................................................................................................................................................. 8 32: Ryu nage (Ryuka ken) .............................................................................................................................................. 9 Uma continuação variante de gyaku gote ................................................................................................................ 9 O cotovelo do atacante vai dobrar-se naturalmente................................................................................................ 9 40: Gyakute nage (Ryuka ken) .................................................................................................................................... 10 Uma técnica para aplicar numa posição ainda mais alta do que ryu nage ............................................................ 10 Derrubar o atacante usando força de braços ......................................................................................................... 10 48: Soto maki tembin (Ryaku ken) .............................................................................................................................. 11 Uma variante de gyaku gote ................................................................................................................................... 11 Adapte-se à mudança de condições ....................................................................................................................... 12 56: Nigiri gaeshi (Ryuka ken) ....................................................................................................................................... 12 Gyaku gote a partir de um aperto de mão ............................................................................................................. 12 Mude a pega da mão .............................................................................................................................................. 13 64: Maki nuki (Ryuo ken) ............................................................................................................................................ 14 A ligação entre yori nuki e maki nuki ...................................................................................................................... 14 Ryuo ken para praticar o atemi ............................................................................................................................... 14 72: Katate okuri gote (Ryuka ken)............................................................................................................................... 15 Ryuo ken é a mãe de Ryuka ken .............................................................................................................................. 15 Não puxe para si próprio, em vez disso afaste-o .................................................................................................... 15 80: Tsuri otoshi (Ryuka ken) ........................................................................................................................................ 16 Uma continuação variante de okuri gote................................................................................................................ 16 Tsuri otoshi aplica-se depois de uma libertação de okuri gote............................................................................... 16 88: Okuri hiji zeme (Ryaku ken) .................................................................................................................................. 17 2
Mudando de um okuri para uma técnica com a forma “S” .................................................................................... 17 Se o movimento parar, mude de técnica ................................................................................................................ 17 96: Furisute omote nage (Ryaku ken) ......................................................................................................................... 18 Aplique a técnica sem paragens ............................................................................................................................. 18 Destabilize o atacante com a força com que ele puxa ........................................................................................... 19 104: Morote okuri kote nage (Ryuka ken) .................................................................................................................. 19 Não é uma técnica com apenas uma forma ........................................................................................................... 19 Sem pausa, defender e projectar ............................................................................................................................ 20 112: Okuri tsuki taoshi (Ryuka ken) ............................................................................................................................ 21 A habilidade de adaptar às circunstâncias .............................................................................................................. 21 Desequilibre para trás e derrube ............................................................................................................................ 21 120: Koshi kujiki (Ryuka ken) ...................................................................................................................................... 22 Bater simplesmente nas costas não é suficiente .................................................................................................... 22 A queda no koshi kujiki ........................................................................................................................................... 22 128: Okuri dori (Ryuka ken) ........................................................................................................................................ 23 Uma forma shikake de okuri gote ........................................................................................................................... 23 Destabilizar pelo balançar do braço........................................................................................................................ 24 136: Juji nuki (Ryuo ken) ............................................................................................................................................. 24 Como se convida ao ataque é importante .............................................................................................................. 24 De “ser atacado” a “deixá-lo atacar” ...................................................................................................................... 25 4: Juji gote (Ryuka ken) ............................................................................................................................................... 26 Criar uma forma em “S” e obrigar os joelhos a dobrar........................................................................................... 26 Se criar a forma de “S”, os joelhos dobrar-se-ão .................................................................................................... 26 152: Ryaku juji gote (Ryaku ken) ................................................................................................................................. 27 Preste atenção ao kake te ....................................................................................................................................... 27 Faça a pega no centro do seu corpo ....................................................................................................................... 27 60: Morote hiki nuki (Ryuo ken) ................................................................................................................................. 28 Onde assume o kagite é importante ...................................................................................................................... 28 É estabilizando o shuho que faz com que a técnica funcione................................................................................. 29 168: Morote juji gote (Ryaku ken) .............................................................................................................................. 29 Compreenda quais as situações em que a técnica é adequada ............................................................................. 29 Não ataque somente o pulso .................................................................................................................................. 30 176: Maki gote (Ryuka ken) ........................................................................................................................................ 30 Concentre-se em manobrar o centro de gravidade................................................................................................ 30 Use o puxar do próprio atacante para o fazer cair. ................................................................................................ 31 184: Kiri kaeshi nuki (Ryuo ken) .................................................................................................................................. 32 3
Não pode fazer shuho com força bruta .................................................................................................................. 32 Aplique kagite no ri totalmente .............................................................................................................................. 32 192: Kiri gote (Ryuka ken) ........................................................................................................................................... 33 Tire os calcanhares do chão, tal como em kiri kaeshi nuki ..................................................................................... 33 Destabilize o atacante e faça-o cair ........................................................................................................................ 33 200: Kiri kaeshi tembin (Ryaku ken)............................................................................................................................ 34 Aplicar tembin com força bruta é perigoso ............................................................................................................ 34 Persiga o atacante na direcção em que ele tenta fugir .......................................................................................... 34 208: Kiri kaeshi gote (Ryuka ken) ................................................................................................................................ 35 Uma continuação variante de kiri gote ................................................................................................................... 35 Devolva a força de resistência do atacante contra ele ........................................................................................... 36 216: Morote kiri kaeshi nage (Ryuka ken) .................................................................................................................. 36 Não confunda com kiri kaeshi nage ........................................................................................................................ 36 Tire-lhe o apoio e faça-o voar ................................................................................................................................. 37
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Famílias técnicas Ryuo ken Ryuo ken é o nome dado a uma família de formas padrão para ataque/defesa com base nas técnicas de Shorinji Kempo destinadas a esquivar, libertar, fugir. Esta família constitui o alicerce que sustenta Ryuka ken. O hokei em Ryuo ken não é apenas útil para aprender os princípios do movimento do corpo e dos membros, mas é também indispensável para os iniciados como um treino básico para o kumi embu. Ryuka ken Ryuka ken é uma colectânea de hokei que inclui pegas com as mãos e, é uma parte extremamente importante do Shorinji Kempo. Cada uma destas técnicas baseia-se nalgum tipo de “talento”, com uma suavidade que se torna difícil de explicar por palavras. Depois de derrubar um atacante com uma técnica Ryuka ken, pode subjugá-lo utilizando um katame waza ou um tori waza pertencentes à família Kongo Ken.
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Ryuo Ken 8: Kote nuki (Ryuo ken) Não bloqueie no kagite shuho Muitos dos princípios do Ryuo ken usam kagite shuho, que é uma aplicação do kagite no ri [princípio do ângulo recto]. No Kyohan o Kaiso escreveu os seguintes comentários sobre o kagite no ri e o kagite shuho: “A ideia do kagite no ri pode ser ilustrada como se segue: se quiser levantar alguma coisa pesada, é difícil se tentar levantá-la longe de si com os seus braços esticados… mas se se aproximar, dobrar os braços e os puxar para junto do corpo, o levantamento torna-se fácil. Este método – manter os braços dobrados e em contacto com o corpo – é referido no Kempo como kagite no shuho [o método de protecção kagite], e desempenha um papel importante. Se aplicar o kagite no ri assumindo a sua posição de defesa, conseguindo prever a postura de ataque do seu inimigo e quebrando a posição defensiva e fazendo com que ele estique os braços, pode facilmente controlar a maior força dele usando apenas uma pequena força da sua parte.” Quando se executa uma qualquer técnica Ryuo ken – não apenas kote nuki – o defensor convida ao ataque a uma distância tal, que o atacante não consegue chegar com as mãos ou com os pés, a não ser que avance. Isto quer dizer que o atacante tem que dar um passo para uma distância próxima e também que consegue, com o braço, agarrar o pulso do defensor. Ao assumir kagite shuho, o defensor coloca o atacante numa posição de quem, como escreveu o Kaiso na sua explicação, está a tentar levantar um objecto pesado de uma grande distância e com os braços esticados. A importância do kagite shuho deve agora ser óbvia, mas esta importância não significa que depois de ter assumido a posição kagite possa manter-se nessa posição durante o tempo que quiser. O atacante vai sentir-se desconfortável ao ficar numa postura instável, e pode decidir largar ou encurtar mais a distância para recuperar a sua posição, ou talvez tente fazer um ashi barai. Na sequência de fotos verá que logo que o movimento para kagite shuho está concluído é lançado o me uchi, que o yose ashi acontece enquanto o me uchi volta para trás, e que a sequência kote nuki, uraken uchi e chudan gyaku zuki é feita sem pausas. Nota pg.9: Neutralize o ataque usando kagite shuho (imagem 1). Utilizando teko no ri execute kote nuki (imagens 2 e 3). Nota pg.10: O nuki waza em Ryuo ken envolve assumir um shuho de protecção, esquivando-se e fazendo um contraataque. Eles são usados quando um atacante lança um ataque intencional, em vez de uma simples pega. Kote nuki é uma combinação protecção/libertação que funciona contra um atacante que procura executar ude juji ou um puxar a direito.
16: Morote wa nuki (Ryuo ken) Uma libertação para casos em que o atacante dobra os cotovelos para fora Morote uwa nuki é uma libertação para ser usada quando o atacante, com os dois cotovelos dobrados, agarra um dos braços do defensor em jun e por cima e tenta torcê-lo para fora, ou tenta colocar o defensor sobre as costas como em se nage.
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Tenha em atenção que morote maki nuki deverá ser a técnica escolhida para situações que implicam um tipo semelhante de ataque, mas feito com os braços esticados. Morote wa nuki torna-se a abordagem mais eficaz para quando o atacante dobra os braços – talvez por ele querer fazer um forte puxão em torno de si próprio, ou talvez com o objectivo específico de evitar maki nuki. Sem resistir ao ataque, mova-se para kagite shuho De acordo com a explicação do Kaiso para morote wa nuki no Kyohan; “Primeiro, enquanto assume correctamente kagite shuho, use uma mão para um kensei e então recolha-a para conseguir uma pega suave no fim da mão que estava agarrada. Então, imaginando que estava a fazer yori nuki e kote nuki ao mesmo tempo, pode libertar-se empurrando o cotovelo por entre os braços do adversário. A importância do shuho é a mesma que para as outras técnicas de Ryuo ken Se trabalhar contra a força aplicada pelo atacante, então mesmo que consiga colocar-se em kagite e manter a sua posição, continuará a ter dificuldade em fazer wa nuki. Olhando para a sequência de fotos B, vemos que quando o atacante agarra o braço do defensor e tenta torcê-lo lateralmente para fazer se nage, o defensor não contraria esta força de torção mas move o seu corpo para o lado, assumindo kagite shuho frente ao atacante. Neste momento os pés do atacante estão alinhados e ambas as mãos estão ocupadas; ele não pode usar as mãos ou os pés para outro ataque. Ao contrário, o defensor está numa posição estável e ligeiramente rodada de kagite shuho, da qual pode fazer me uchi ou kinteki geri a qualquer momento. Assim o movimento do corpo, ao assumir kagite shuho, tanto trava o ataque lançado, como coloca o defensor numa boa situação para fazer wa nuki. Imagine que está a fazer yori nuki e kote nuki ao mesmo tempo Por vezes vemos situações onde morote wa nuki falha contra um atacante com pulso enrijecido. Tendo-se movido para kagite shuho, o pulso da mão de fora do atacante está agora em cima, e é aquele que mais facilmente se pode evitar que seja dobrado. Na continuação de shuho para o próprio wa nuki, é crucial dobrar este pulso. A imagem de fazer yori nuki e kote nuki ao mesmo tempo surge basicamente para garantir que ambos os pulsos do atacante estão dobrados, para lhe permitir fazer a libertação. Utilize o shuho para dobrar o pulso da mão de cima, e execute então wa nuki empurrando o seu braço entre os braços do atacante numa direcção ligeiramente para cima. Através do movimento contínuo a partir de shuho até ao empurrar do cotovelo, pode dobrar a parte de fora do pulso do atacante como faria em yori nuki, e o interior do pulso como em kote nuki. O resultado final é uma libertação em que parece estar a fazer yori nuki e kote nuki ao mesmo tempo. Nota pg.16/17: Contra um atacante que tenta fazer se nage, assuma kagite shuho (foto 1). Wa nuki é executado ao empurrar o seu cotovelo por entre os braços do atacante. Nota pg.18: Morote wa nuki é uma libertação para ser usada quando um atacante agarra com ambas as mãos para fazer se nage. O defensor protege-se com kagite shuho, e executa uma esquiva como se estivesse a fazer yori nuki e
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kote nuki ao mesmo tempo. Esta técnica funciona em casos onde os cotovelos do atacante estão dobrados, assim, dependendo da situação, pode escolher entre esta técnica ou morote maki nuki.
24: Morote gyaku gote (Ryuka ken) Deve ser capaz de fazer morote wa nuki Morote gyaku gote é uma técnica usada frente uma pega com duas mãos contra um só braço, em jun, tanto quando o atacante tenta torcer ou puxar o braço. Tendo sido agarrado com as duas mãos, tentar simplesmente fazer gyaku gote não vai funcionar, porque o atacante pode resistir ao evitar que o pulso seja dobrado. Nas técnicas de Ryuka ken para lidar com ataques a duas mãos, neutralizar o ataque no shuho é externamente importante. Isto porque um shuho feito com pouca convicção tem pouco efeito: será incapaz de fazer a libertação, e portanto incapaz de executar o contra-ataque. Poderá mesmo, não conseguir parar o ataque inicial logo no princípio. Se não conseguir fazer morote wa nuki (em Ryuo ken), não será capaz de fazer morote gyaku gote. Morote wa nuki é uma técnica de libertar que envolve simultaneamente a aplicação de yori nuki e kote nuki, na qual o defensor, tendo-se primeiro protegido com kagite shuho, empurra o seu cotovelo por entre os braços do atacante. Wa nuki funciona porque ambos os pulsos do atacante estão dobrados – primeiro por ter dobrado o pulso exterior no momento do shuho, e depois ao empurrar o cotovelo por entre braços do atacante numa direcção ligeiramente para cima. Além disso, se conseguir fazer morote wa nuki sem luta então o corpo do atacante estará realmente destabilizado, e assim pode facilmente empurrá-lo. A base é gyaku gote Vamos ver morote gyaku gote na sequência de fotos. O defensor convida o atacante a agarrar de uma posição migi mae. O atacante responde agarrando o braço direito do defensor por cima em jun, usando ambas as mãos (fotos A1 – 3). O defensor não faz kagite shuho a não ser depois de ser agarrado, mas move-se para receber o ataque que entra, mudando para kagite shuho com a ajuda de tai sabaki (fotos 3 – 6). Assim na altura em que o atacante fez a pega com ambas as mãos, o defensor está completamente em kagite shuho (foto 7). Para ataques morote, em particular, se tentar proteger-se apressadamente depois dos braços terem sido agarrados é simplesmente tarde de mais. Depois de ter feito me uchi com a mão esquerda, o defensor usa essa mão para kake te enquanto executa uwa nuki movendo o seu cotovelo direito diagonalmente para cima que assim passa entre os braços do atacante (fotos A8 – 15). Esta sequência de movimentos dobra o pulso esquerdo do atacante, superando o bloqueio do pulso que impediria morote gyaku gote de funcionar. Podemos ver que logo que o defensor executa a libertação uwa nuki, e deixa o seu braço esquerdo por cima do kake te da mão esquerda, a posição do atacante está instável e que os seus calcanhares estão a flutuar fora do chão (foto A15).
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Como no kime, o defensor apenas necessita de usar o braço direito que foi libertado sobre o kake te para fazer cair a parte de cima do corpo de adversário. É importante para o defensor passar pelo gyaku gote sem parar no momento de uwa nuki. Nota pg.25: Assim que for agarrado, qualquer tentativa directa de aplicar gyaku gote será afastada pela mão esquerda do atacante. Tem que usar morote wa nuki para neutralizar o ataque com a mão esquerda, e então aplicar morote gyaku gote. Nota pg.26: Não conseguir fazer morote wa nuki correctamente pode resultar em que o gyaku gote seja anulado pelo atacante, levando a um impasse. Wa nuki dobra ambos os pulsos do atacante, permitindo que morote gyaku gote funcione.
32: Ryu nage (Ryuka ken) Uma continuação variante de gyaku gote Ryu nage é um renkaku henka waza para gyaku gote ou maki komi gote – i.e., um a técnica que é usada como um caminho alternativo para continuar a partir de qualquer uma destas outras técnicas. Se ignorar este facto, e tentar aplicar ryu nage desde o início, não vai funcionar. O tipo de momento para o usar é quando tentou aplicar gyaku gote, e o atacante protegeu-se com kagite shuho, ou se ele tiver os pulsos muito suaves e flexíveis para que o gyaku gote faça efeito. Ao ser agarrado, os movimentos de kagite shuho e o kake te são os mesmos tanto para ryu nage como para gyaku gote. Se o braço direito do defensor foi agarrado, a partir de kagite shuho roda o corpo para a direita, mudando ao mesmo tempo a mão direita para a inserir - com a palma da mão virada para cima - por baixo do braço do atacante que faz a pega. O kime é aplicado usando o nai wanto do braço direito, inserindo-o para agarrar e pressionar contra a parte de trás do braço do atacante, enquanto a mão esquerda mantém a pressão no pulso direito que está dobrado. Embora possa pensar que está a “mudar” para ryu nage a partir de gyaku gote ou maki gote, não deixe que exista uma pausa no movimento enquanto faz esta mudança. Uma razão para falhar que se vê frequentemente em ryu nage é quando o defensor tenta usar o nai wanto para levantar o cotovelo do atacante. Esta forma de contra-ataque não só vai falhar ao tentar derrubar do atacante, como vai também criar muito peso no defensor e levará a técnica para um impasse. A resposta está em aplicar pressão não ao levantar o ombro, mas sim por pressionar para baixo o antebraço, ao mesmo tempo que se mantém o pulso dobrado. O resultado deste movimento é que o cotovelo do atacante parece estar levantado. O cotovelo do atacante vai dobrar-se naturalmente Vamos ver os movimentos para ryu nage utilizando a sequência de fofos. Das fotos A1 – 9 pode confirmar que ao convite do defensor, a pega do atacante, e o movimento para kagite shuho são os mesmos que em gyaku gote. 9
Depois as fotos A10 – 16 mostram o defensor a escavar com o braço por baixo do braço com que o atacante agarrou. Nas fotos B11 – 16 pode ver que o defensor insere profundamente todo o braço. Se o defensor inserir apenas parcialmente o braço, ser-lhe-á difícil aplicar o nai wanto para pressionar contra a parte de trás do braço do atacante. As fotos A17 – 21 mostram o defensor a usar o nai wanto contra o braço do atacante enquanto aplica pressão na mão direita do atacante, com o pulso dele torcido. Da combinação com este uso do nai wanto para afastar o cotovelo direito do atacante, e da mão esquerda para pressionar a mão direita do atacante, o tai sabaki resulta naturalmente no dobrar do cotovelo. Assim a posição do atacante foi quebrada como se o cotovelo tivesse sido levantado, e termina obrigando-o a cair para trás. Nota pg.33: O kime para ryu nage não é uma questão de levantar o cotovelo do atacante, mas de fazer a parte de cima do corpo dele cair (fotos 1,2). Nota pg.34: Ryu nage é uma continuação variante de gyaku gote ou maki komi gote. Depois de usar o nai wanto contra o cotovelo do atacante, aplique o kime pressionando para baixo o antebraço do atacante enquanto lhe mantém o pulso dobrado. Ryu nage não vai funcionar se tentar aplicá-lo tentando levantar o cotovelo do adversário.
40: Gyakute nage (Ryuka ken) Uma técnica para aplicar numa posição ainda mais alta do que ryu nage Gyakute nage é, como ryu nage, uma continuação variante de gyaku gote. Como pode ver na sequência de fotos, a pega em gyakute nage, a mudança do defensor através de kagite shuho, o kake te e o yose ashi, são todos os mesmos que para gyaku gote. Mas precisa de uma variante para lidar com os casos onde o gyaku gote corre mal, ou porque os pulsos do atacante são excepcionalmente duros, ou porque ele faz kagite shuho para se proteger. Neste tipo de situações o defensor afasta rapidamente a sua mão direita (que estava originalmente agarrada e que agora aplica pressão), enrola-se (como uma cobra) por baixo do braço do atacante, e utiliza a palma da mão para enrolar e puxar a mão direita do atacante. Então projecta o atacante levantando o cotovelo e puxando o pulso para baixo. Embora ryu nage seja também uma variante para utilizar em condições semelhantes, o que torna gyakute nage eficiente é utilizá-lo quando o atacante tenta proteger-se com o braço mais alto do que em ryu nage, ou quando a nossa primeira tentativa para a técnica não resulta. Em gyakute nage, mover a mão por baixo do braço do atacante e aplicar firmemente o gyaku [inversão da articulação] é suficiente para infligir uma dor aguda ao atacante. Por causa disto, há tendência para os defensores não prestarem muita atenção ao considerarem como o atacante deve cair. Mas ao aplicar as técnicas de uma maneira desleixada aumenta-se muito o risco de magoar o parceiro de treino. Tal como para outras técnicas, uma rigorosa atenção aos princípios referentes à direcção de um nage ou de uma queda vai melhorar a aplicação do gyakute nage. Derrubar o atacante usando força de braços Vamos ver os movimentos em gyakute nage utilizando a sequência de fotos.
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Os movimentos nas fotos A1 – 10, nas quais o atacante faz a pega e o defensor liberta a mão, são os mesmos que em gyaku gote. Na foto A11 pode ver que o atacante está a resistir ao contra-ataque gyaku gote dobrando o cotovelo na forma kagite. Nas fotos A12 – 18 o defensor usa a mão direita que libertou e enrola-a (como uma cobra) por baixo do braço do atacante para colocar o kake te na mão direita do atacante. Neste momento o defensor não só engancha com o pulso, mas combina o kake te ao pulso do atacante com o uso do nai wanto, para enganchar no cotovelo do atacante. Este enganchar com nai wanto destabiliza a posição do atacante, levantando-lhe os calcanhares para fora do chão. O tai sabaki que se lhe segue, ao mesmo tempo que aplica pressão no kento, faz o atacante cair para a frente e ser projectado. A foto B14 mostra o ponto onde o atacante está atentar resistir, usando kagite. Se o defensor tentar projectar directamente desta posição, o atacante pode ser capaz de se manter firme e o movimento do defensor será parado. Repare como o enganchar com o wanto lhe deixa forçar o cotovelo para a frente e aplicar uma rotação à parte superior do corpo. Isto cria uma situação em que o atacante não é capaz de manter a sua posição. Pode assim fazê-lo cair na sua direcção e ser projectado. Nota pg.41: Gyakute nage não é só actuar sobre o pulso, mas requer que restrinja o movimento do atacante prendendo-lhe o ombro, cotovelo e pulso, para depois procurar derrubar o tronco (fotos 1, 2 e 3). Nota pg.42: Gyakute nage é uma continuação variante de gyaku gote. Retirando a mão com a qual aplica pressão, o defensor enrola esse braço em torno do braço do atacante por baixo, puxa a mão direita do atacante fechando-a com a palma da mão direita, e projecta-o puxando o pulso do atacante para baixo ao mesmo tempo que levanta o cotovelo.
48: Soto maki tembin (Ryaku ken) Uma variante de gyaku gote Soto maki tembin é uma continuação variante de gyaku gote. Outras continuações variantes de gyaku gote incluem ryu nage e gyakute nage. Estas variantes destinam-se a lidar com situações onde, quando o defensor tenta aplicar gyaku gote o atacante resiste com o cotovelo dobrado. Soto maki tembin lida com casos onde gyaku gote falha porque o braço do atacante está esticado. O defensor envolve esse braço contra a sua própria cintura e executa um tenshin com pivô sobre o pé que fez yose ashi, dobra o pulso de atacante e, ao aplicar tembin usando a cintura, projecta o atacante de uma maneira muito parecida com soto maki otoshi. Envolvendo o braço contra a cintura e executando o movimento tenshin quebra o equilíbrio do atacante, permitindo um kime sem esforço. Não apenas em soto maki tembin mas para todas as técnicas que usam tembin para derrubar, a pressão é aplicada para a direcção oposta aquela para onde a articulação do cotovelo normalmente dobra. Assim, se aplicar este tipo de técnica com força bruta, existe um sério risco de partir o cotovelo do seu parceiro de treino. 11
Para que aplique tembin com segurança mas eficientemente, é importante que o equilíbrio do atacante esteja completamente perdido, e o tembin seja aplicado apenas no kime final. Adapte-se à mudança de condições Vamos ver soto maki tembin utilizando a sequência de fotos O defensor convida numa posição migi mae, e o atacante usa a mão direita para agarrar o braço direito do defensor em jun (foto A1). Quando agarrado, a protecção do defensor utilizando kagite shuho, é a aplicação do kake te e dos movimento do corpo que são, na sua essência, os mesmos que para gyaku gote (fotos A1 – 3). Se o gyaku gote resultar, nesse momento o atacante cairá no chão. Mas neste caso, mesmo com a pressão aplicada no pulso do atacante, o cotovelo dele estica e o gyaku gote falha (fotos A14 – 20). O defensor prende firmemente o braço direito do atacante contra a sua cintura (foto A 21). A partir deste momento, ao aplicar tembin usando a cintura, o defensor muda o centro de gravidade do atacante e projecta-o. O objectivo do gyaku [contrário] aplicado ao pulso em gyaku gote e o objectivo do tembin aplicado ao braço em soto maki tembin são um só: manobrar o centro de gravidade do atacante para que ele caia. Deve ser capaz de ver a partir da sequência de fotos que, no final, a posição do corpo do atacante, quando é projectado em soto maki tembin, é semelhante à postura quando é derrubado em gyaku gote. Assim quando gyaku gote não faz efeito, e o atacante chega a um impasse, mudar para soto maki tembin é uma abordagem alternativa para conseguir as condições que mudarão o centro de gravidade dele para a projecção. O gyaku não é mais do que um pormenor da técnica. Ao compreender qual a postura genérica em que procura colocar o atacante, está em condições de se mover facilmente entre as várias possibilidades de continuação da técnica. Nota pg.49: Se tentar fazer gyaku gote e os cotovelos do atacante esticam, mude para soto maki tembin e conclua a técnica aplicando tembin com a cintura (fotos 1,2 e 3). Nota pg.50: Soto maki tembin é uma outra variante de gyaku gote. Enquanto variantes com ryu nage e gyakute nage são utilizadas quando o atacante dobra o cotovelo para resistir, soto maki tembin é para casos em que gyaku gote falha porque o braço do atacante estica. Prenda o braço do atacante contra a cintura e execute um tenshin com pivô sobre o pé que fez yose ashi, e então leve o adversário para o chão utilizando a sua cintura para aplicar tembin.
56: Nigiri gaeshi (Ryuka ken) Gyaku gote a partir de um aperto de mão Nigiri gaeshi é uma técnica que aplica gyaku gote a partir de um aperto de mão. As técnicas gyaku gote, maki gote e oshi gote todas aplicam uma inversão da articulação sobre o pulso para derrubarem o atacante, mas não é o mesmo que dizer que o derrube é feito sempre da mesma maneira. Porque os seres humanos se apoiam sobre duas pernas, somos susceptíveis a sermos derrubados directamente para a frente ou directamente para trás. 12
E existem outras circunstâncias nas quais podemos cair diagonalmente para frente ou para trás. Para nigiri gaeshi, que se mostra na nossa sequência de fotos, o defensor move-se rodando pela frente do atacante e aplica a técnica com a finalidade de o derrubar para a frente. Ao analisar o derrube para a frente através das imagens criadas pelo “Shorinji Kempo Expert System”, usámos gráficos de computador para visualizar uma imaginária “linha auxiliar gyakute”. Esta “linha gyakute” percorre o ombro, o pulso do atacante que agarra a mão, e o cotovelo do defensor. O defensor executa o kime movendo o seu próprio corpo para que a “linha gyakute” fique paralela à linha que liga os dois dedos grandes dos pés, a qual marca o limite da sua área de suporte no chão (polígono de sustentação). Ao fazer isto, a “linha gyakute” actua como um eixo sobre o qual o atacante é derrubado, como se como se fizesse um enrolamento para frente numa barra de ginástica. Quando treinar, tenha presente a “linha gyakute” juntamente com os conceitos fundamentais kuzushi, otoshi hazushi. Isto vai clarificar para onde o defensor se deve mover com o seu tai sabaki, e irá acelerar o seu domínio das técnicas. Mude a pega da mão Vamos ver nigiri gaeshi utilizando a sequência de fotos. Com o pé direito à frente, o atacante faz um aperto de mão normal com a mão da direita (foto B1). O defensor, enquanto aplica kake te com a mão esquerda, dá um passo com o pé direito para a frente em diagonal com fumi komi ashi e executa um han tenshin em dois tempos (fotos B2 – 10). Juntamente com o tai sabaki, o defensor executa kuzushi, otoshi e hazushi. No entanto, como descobrirá quando tentar fazer a técnica, o kime não pode ser aplicado se as mãos estiverem agarradas com o aperto de mão. Portanto, enquanto executa o kake te e o tai sabaki, o defensor também muda a pega da sua a mão direita para que a bola do polegar faça pressão no kento do adversário. O nome desta técnica reflecte esta mudança na pega – nigiri significa “pega”, e kaeshi significa regressar” ou “substituir”. Com o tai sabaki, mude a pega e usando a “linha gyakute”, o defensor derrube o atacante. Se olhar para a foto C14, poderá ver uma linha recta que percorre desde o ombro do atacante, através do pulso, até ao cotovelo do defensor. As imagens criadas através do” Shorinji Kempo Expert System” estão introduzidas na parte 1 (computer graphics compilation) do primeiro vídeo técnico, Shorinji Kempo – sono kokutsu kagaku [uma abordagem científica à “habilidade” no Shorinji Kempo]. Nota pg.56: A partir dum aperto de mão, o defensor faz kake te com a sua mão esquerda, muda a pega da outra mão de maneira a aplicar pressão no kento do oponente, e executa gyaku gote (fotos 1, 2, 3). Nota pg.58: Nigiri gaeshi é uma técnica pela qual, a partir de um aperto de mão, aplica gyaku gote. Porque gyaku gote não pode ser aplicado na pega mantendo o aperto de mão, o defensor muda a pega para que a bola do polegar aplique pressão no kento do oponente. É também importante que seja capaz de ajustar a direcção do kuzushi para se adaptar às circunstâncias.
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64: Maki nuki (Ryuo ken) A ligação entre yori nuki e maki nuki Maki nuki começa com o mesmo tipo de ataque de yori nuki, mas é utilizado para casos onde o atacante, tentando evitar yori nuki; empurra o pulso do defensor de forma a rodá-lo para fora. Quando agarrado em katate [uma só mão], faça um atemi ao pescoço com shuto enquanto se move para assumir kagite shuho, com a mão do braço agarrado rodada para lado de fora do atacante – o oposto de yori nuki. Liberte-se então empurrando o cotovelo. Na designação do hokei no Kyohan, entre as técnicas de Ryu ken o ”ryote” encontra-se especificado apenas em ryote yori nuki. Nesta sequência de fotos mostra maki nuki a partir de uma pega ryote; repare que maki nuki é executado em combinação com katate yori nuki para libertar ambos os braços. Na sequência de fotos A, vemos que o defensor, quando agarrado, tenta assumir a mesma posição kagite shuho como em ryote yori nuki. Quando o atacante empurra e roda o pulso do defensor para evitar yori nuki, o defensor não resiste mas move os seus os pés e, como que absorvendo a força do atacante, move ambos os braços para kagite. Como resultado, longe de conseguir destabilizar o defensor, o atacante encontra-se puxado para a frente. E mais ainda, os seus braços estão esticados, o que torna fácil libertação com maki nuki. Em seguida, utilizando a sequência de fotos B, vamos ver como o defensor responde ao ataque de empurrar e torcer, assumindo kagite shuho e libertando-se. Vendo de cima, fica claro que o defensor não se move simplesmente para trás quando empurrado, mas, ao rodar o corpo um pouco para o lado, neutraliza a força do atacante ao empurrar. Esta acção de rodar para o lado significa que apenas precisa de um movimento mínimo do pé, e que pode entrar para shuho sem inclinar a sua linha central. A partir daí, o defensor executa o maki nuki empurrando o cotovelo e libertando o braço agarrado. O atacante sente este movimento como se a sua base de apoio lhe tivesse sido retirada, destabilizando-o ainda mais. Continuando, o defensor usa uraken para atacar um dos pontos vitais facilmente acessíveis na cabeça do já desequilibrado atacante, move-se com sashikae irimi, e liberta a mão esquerda com yori nuki. Finalmente, o defensor aplica choku zuki na área alvo chudan, que ficou desprotegida durante o yori nuki quando o atacante esticou o braço. Ryuo ken para praticar o atemi O atemi que se segue a maki nuki intercepta o atacante quando ele cai para a frente, sendo que assim, deste ponto de vista, o ataque chega com mais velocidade do que aparenta a quem está a ver de fora. Não só maki nuki mas em todas as técnicas Ryuo ken, quanto mais conseguir quebrar o equilíbrio do atacante, menor é a possibilidade que ele tem de se defender e, mais eficaz se torna o atemi. O hokei de Ryuo ken oferece uma prática valiosa não apenas para kagite e para as técnicas de nuki, mas também por fazer atemis eficazes que podem atingir o oponente quando ele está fisicamente ou mentalmente desprevenido. Nota pg.65: Uma pega ryote aos braços em jun (foto 1). Ao tentar evitar yori nuki, o atacante empurra para a frente ao mesmo tempo que torce a mão do defensor para fora. O defensor assume kagite shuho (foto 2). 14
Ao mesmo tempo que se liberta com maki nuki, o defensor mantêm os braços do atacante em baixo. Isto faz com que o atacante caia para a frente, como se o apoio fosse lhe retirado (foto 3). Atemi com uraken. A mão esquerda é libertada com yori nuki (foto 4). Nota pg.66: Maki nuki é uma libertação para usar quando um atacante tenta evitar yori nuki empurrando e torcendo o pulso do defensor para fora. Depois de assumir kagite shuho, movendo a mão para o lado de fora do atacante – o oposto do yori nuki – liberte-se empurrando o cotovelo.
72: Katate okuri gote (Ryuka ken) Ryuo ken é a mãe de Ryuka ken Katate okuri gote é uma técnica para situações como aquela que é exemplo na nossa sequência de fotos, onde o atacante usa a mão esquerda para agarrar a mão direita do defensor, e então ou puxa ou faz um ataque choji. Quando um principiante tenta fazer esta técnica, vemos frequentemente situações onde o atacante faz um ângulo recto com o cotovelo, e assim o defensor nem sequer dobra o pulso do atacante e muito menos aplica um gyaku. Se o ataque for empurrar directamente o braço do defensor, esse cotovelo dobrado provavelmente não acontece. No entanto, se o atacante torcer e empurrar com força, ao mesmo tempo que ataca com choji, isso pode acontecer muito facilmente. Frequentemente a causa disso é que o defensor responde ao ataque de torcer e empurrar, tentando empurrar no sentido contrário. Isto transforma-se numa prova de força em que não existe nenhuma maneira fácil de aplicar a técnica. Dizer que Ryuo ken é a mãe de Ryuka ken reflecte a profunda ligação entre as duas famílias de técnicas. Katate okuri gote tem uma relação próxima com maki nuki. Vamos ver a série de fotos B 1 a 8, onde o defensor faz kagite shuho. Em resposta ao agarrar do pulso pelo atacante que empurra para a frente com choji, o defensor não tenta resistir ao empurrão, nem faz kagite naquele ponto. Antes, com ashi sabaki e tai sabaki, absorve a força de empurrar como se a puxasse para si mesmo e assume kagite shuho. Não usando força contra força, o defensor pode libertar a mão sem esforço e mover-se então para okuri gote. Não puxe para si próprio, em vez disso afaste-o Não só em Ryuka ken mas em todas as técnicas de projectar e derrubar, o princípio é que o defensor leva o atacante para uma posição onde ele vai cair. Utilizando a sequência de fotos A, vamos ver como neste caso a posição do atacante é manipulada. Quando o defensor assumiu kagite shuho, o atacante tem o peso sobre a perna esquerda (fotos 1 a 7). Se o defensor tentar fazer okuri gote a partir desta posição, o atacante pode trazer a sua perna direita para a frente para se apoiar, ou pode rodar fazendo pivô na perna esquerda, para virar as costas ao defensor e libertar-se. Sendo assim, depois de aplicar o atemi, o defensor usa o movimento de maki nuki para dobrar o pulso de ataque, e ao mesmo tempo, afasta o tronco do atacante fazendo com que o peso dele passe para a perna direita (fotos 7 a 16). A foto 16 da sequência A, mostra o momento antes de o atacante cair para a frente. Nesta posição ele não pode libertar-se com uma rotação de anca, nem dar um passo para consolidar a posição. 15
Depois de levar o atacante para esta posição, o defensor aplica finalmente o gyaku e leva-o para o chão. Frequentemente as pessoas tentam fazer okuri gote puxando o pulso do atacante. Muito embora os movimentos poderem parecer semelhantes, puxar ou afastar tem resultados muito diferentes. Nota pg.73: Um elemento crucial na aplicação de katate okuri gote é o uso do maki nuki para destabilizar a posição do atacante (foto 2). Nota pg.74: Katate okuri gote é uma técnica que responde a um ataque com choji ou a puxar. O defensor utiliza maki nuki para dobrar o pulso do atacante e fazer a aplicação do possível okuri gote. Se maki nuki não for executado correctamente, existe o risco do atacante poder ser capaz de dobrar o cotovelo e resistir.
80: Tsuri otoshi (Ryuka ken) Uma continuação variante de okuri gote Tsuri otoshi é uma continuação variante de okuri gote No Kyohan é explicada como se segue: “Se aplicou okuri gote e o atacante, para evitar cair, tenta fugir, dobrando o cotovelo e virando as costas para si, pode derrubá-lo para a frente puxando rapidamente o braço dobrado para que ele fique longe das costas”. Fiel ao seu nome, tsuri implica levantar (tsuri) o braço do atacante, e a partir daí faze-lo cair (otoshi). No entanto, se tentar levantar o cotovelo de um atacante que está numa posição estável ou aplicar a técnica em alguém que não se tentou libertar de okuri gote, esta aplicação será fraca e o atacante poderá sair dela. Lembre-se também que se torcer o braço com violência para cima com força excessiva existe um elevado risco de magoar o ombro do seu parceiro. Tsuri otoshi aplica-se depois de uma libertação de okuri gote Vamos usar a sequência de fotos para ver a mudança de okuri gote para tsuri otoshi. O defensor convida à pega e, a seguir continua aplicando okuri gote (fotos A1 – 10). Como reacção ao okuri gote, o atacante dobra o cotovelo e roda as costas, tentando fugir (fotos A10 – 12). Ao levantar o braço do atacante, o defensor evita que ele rode ainda mais o braço. O kime do tsuri otoshi força o tronco do atacante para baixo. Para conseguir mover o centro de gravidade do atacante manipulando apenas o braço dele, tem que lhe retirar qualquer “jogo” (movimento) das articulações. Nas fotografias B10 – 15, pode ver o atacante virar as costas para tentar fugir de okuri gote. Mas como o defensor bloqueia o pulso do atacante e levanta o braço, o movimento do atacante para fugir a okuri gote resulta no bloquear de todo o corpo: pulso, cotovelo, ombro e anca. Uma maior elevação do braço destabiliza progressivamente o atacante para a frente, até que finalmente o tsuri otoshi o empurra para longe do defensor. Tenha em atenção que ao levantar com “força bruta”, quando as articulações estão bloqueadas é extremamente perigoso, pelo que deve treiná-lo com cuidado.
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Tenha também em consideração que existe uma maneira alternativa de levantar o braço, utilizando uma mão para aplicar pressão com okuri gote usando a outra mão para empurrar o ombro contrário do atacante. Nota pg.81: O defensor tenta aplicar okuri gote (foto 1). O atacante roda, e tenta bater com uraken (foto 2). O defensor aplica tsuri otoshi (foto 3). Nota pg.82: Tsuri otoshi é uma variante de okuri gote. Quando o atacante tenta libertar-se de okuri gote, dobrando o cotovelo e rodando, levante-lhe o braço como que a afastá-lo das costas, fazendo o atacante cair para a frente.
88: Okuri hiji zeme (Ryaku ken) Mudando de um okuri para uma técnica com a forma “S” Okuri hiji zeme, tal como tsuri otoshi são uma continuação variante de okuri gote. Na situação mostrada nesta sequência de fotos, aplicar okuri gote requer que o defensor faça o atacante cair para a frente, através da projecção do centro de gravidade dele levando-o de estar principalmente sobre a perna esquerda, passar pelos 50-50, até ficar principalmente sobre a perna direita. Se o atacante reagir a esta aplicação do okuri gote dobrando o cotovelo e tentando manter-se firme, o defensor passa a aplicar okuri hiji zeme. Ou se o atacante reagir virando as costas e tentando fugir, o defensor mudará para tsuri otoshi. Assim, nós podemos olhar para okuri hiji zeme e tsuri otoshi como tendo uma relação omote/ura. Como se viu na nossa sequência de fotos, se o okuri gote é aplicado ao braço esquerdo do atacante e ele se dobra e fixa o cotovelo, o defensor controla o pulso do atacante com a mão esquerda, usa a mão direita para atacar um ponto vital na articulação do cotovelo, puxa o atacante para baixo. Para este movimento deve apertar o kento do atacante contra o peito, baixar o cotovelo levantado com um kake te aplicado, e dar um passo um pouco para trás para que assim aplicar o kime, com se fizesse um arco. Quando isto acontece, a postura do atacante é semelhante à de técnicas tais como kiri gote ou sode maki, onde ele cai para a frente porque o braço está bloqueado numa forma em “S”. Assim o defensor mudou de uma técnica okuri para uma técnica em “S”. Se o movimento parar, mude de técnica Vamos olhar para okuri hiji zeme utilizando a sequência de fotos. Primeiro, o defensor assume uma posição migi mae e convida à pega do atacante. O atacante responde avançando para agarrar o braço direito do defensor com a mão esquerda, em jun (fotos A1 – 4). O defensor assume kagite shuho, faz um atemi, e então entra para aplicar okuri gote (fotos A5 – 11). Quando a técnica que está a praticar é uma continuação variante de outra, é particularmente importante não tentar aplicar a técnica desde o início. Quando tentar projectar um atacante ou fazê-lo cair, ele pode responder tentando fugir ou ficar firme. É aqui que uma variante técnica se torna eficaz.
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No nosso exemplo, o atacante responde a okuri gote dobrando o braço e estica-o para fora e, resiste para evitar que a postura fique instável (fotos A12 – 13). O defensor não deve tentar contrariar a resistência do atacante. O defensor prende o braço esquerdo do atacante e aperta-o contra o próprio peito, aplicando também força no cotovelo utilizando a mão direita. Após aplicar força no braço que está em forma de “S” faz com que o atacante caia para a frente. Uma situação em que não pode continuar a destabilizar o atacante é quando deve desencadear a mudança para o “momento para aplicar uma variante”. Ao compreender o que está a acontecer à posição do atacante, não use apenas a sua visão mas também a importante informação sobre a força-relativa que lhe está disponível pelo tacto. Porque o seu opositor não está em movimento, mude a técnica de modo a movê-lo. Nota pg.89: Quando o defensor tenta fazer okuri gote, o atacante dobra o cotovelo para evitá-lo. Force o atacante para baixo utilizando a mão esquerda para fixar a mão dele ao seu peito, como um kake te ao cotovelo dele. Nota pg.90: Okuri hiji zeme é uma técnica para a qual muda no caso de ter tentado okuri gote mas o atacante tem o cotovelo dobrado e está a tentar manter-se firme. Mantendo o kake te que controla o pulso do atacante, o defensor põe a sua outra mão no cotovelo do atacante e força-o para baixo. Ao prender a mão do atacante firmemente contra o seu peito, pode colocá-lo no chão sem ter que confiar apenas na força do braço.
96: Furisute omote nage (Ryaku ken) Aplique a técnica sem paragens Furisute omote nage é uma técnica para ser usada quando um atacante faz uma pega a duas mãos ao braço, com a intenção de fazer uma projecção tal como ippon se nage. Um dos princípios das técnicas de Shorinji Kempo é que não deve parar entre o shuho e o kime. No entanto, num hokei como gyaku gote, kiri gote ou okuri gote pode usar a mão que não foi agarrada para aplicar um atemi. Isto cria um momento de fraqueza no atacante, e assim, mesmo que faça uma pausa no shuho ainda pode conseguir aplicar a técnica. Mas com furisute omote nage tem que usar o braço agarrado para fazer o shuho, o kuzushi e o nage. Portanto, para esta técnica em particular deve fixar-se no princípio de não parar pelo caminho. Mas eu diria que há muitas pessoas que, mesmo compreendendo este princípio em teoria, quando chega a altura de realmente executarem a técnica, entram num teste de forças com o atacante no momento do shuho e percebem que estão presos. Muitas das vezes este problema aparece em casos onde o defensor se atrasa a assumir o shuho. Uma vez que o atacante se coloca numa posição onde pode puxar de uma postura sólida, não importa quanto se esforça para defender com kagite shuho, isto não vai funcionar. Ou se, em resposta à tentativa do atacante de lhe puxar o braço para fazer uma projecção, tentar defender-se entrando para a posição de kagite shuho e apenas puxar no sentido contrário, tudo irá ficar parado. 18
O que o defensor tem que fazer é usar a própria força do atacante ao puxar, para fazer o kuzushi. E para isso, torna-se importante onde o defensor assume kagite shuho. Destabilize o atacante com a força com que ele puxa Vamos ver a sequência de fotos. O defensor convida a partir de uma posição migi mae. O atacante agarra o braço direito do defensor com a mão esquerda, e o defensor inicia o movimento para kagite shuho. No entanto, em vez fazer simplesmente kagite shuho no lugar em que está, o defensor move-se para ter em conta o passo fumikomi do atacante, entrando para shuho com um passo do seu próprio pé direito, um pouco para fora e para o lado (fotos A1 – 6). Se olhar para este movimento na sequência de fotos B, verá que no momento do kagite shuho o atacante já estará desequilibrado para a frente Isto porque, através do kagite shuho, a força de puxar do atacante foi-lhe devolvida, puxando na direcção defensor. Ele está numa posição instável, com ambos os calcanhares fora do chão. Depois o defensor, enquanto executa um han tenshin sobre a perna direita, usa a posição do atacante para executar a forma okuri de kuzushi [enviando o peso para a perna mais distante], empurrando-o para a frente e projectando-o com furisute omote nage. Vendo cada uma das sequências de fotos, verá que o defensor não dá ao atacante qualquer hipótese de fazer o ataque de uma posição estável. Mais ainda, pela combinação do shuho e de tai sabaki, o defensor não entra num jogo de puxar com o atacante. Mas uma coisa com que deve ter cuidado é altura do kagite shuho; se estiver muito alto, e o atacante pode facilmente derrubá-lo. Nota pg.96/7: Utilizando a força que o atacante queria usar para o se nage, destabilize-o (fotos 1, 1’). O defensor faz cair o tronco do atacante, e derruba-o. Se o defensor puxar a mão na sua própria direcção depois da projecção, pode manter o controlo do braço do atacante (fotos 2, 3). Nota pg.98: Furisute nage é uma técnica para usar quando o atacante faz uma pega com as duas mãos a um braço, com a intenção de fazer uma projecção tal como ippon se nage. Em resposta a este ataque, o defensor executa shuho, kuzushi e nage sem pausas.
104: Morote okuri kote nage (Ryuka ken) Não é uma técnica com apenas uma forma Primeiro vamos ver o que diz o Kyohan: “Morote okuri kote nage é uma técnica para quando um atacante usa ambas as mãos para agarrar um dos meus braços, então puxa, ou torce o braço para trás, ou tenta colocar-me por cima do ombro dele. Digamos que ele agarra o meu braço direito: 1) Movendo o pé esquerdo para a frente, assuma kagite shuho e ataque chudan zuki com a mão esquerda. 19
2) Para puxar, diminua a distância com o pé esquerdo; para uma projecção com o ombro, recue com o pé direito. Então, aplicando a mão esquerda no pulso esquerdo do atacante, dobre o pulso usando os mesmos princípios de morote maki nuki. 3) Como em katate okuri gote, faça um grande movimento de balanço tendo o ombro como pivô. Se o objectivo é prender e controlar o atacante, pode imobilizá-lo ou transportá-lo; numa situação de combate, pode afastá-lo pontapeá-lo com sanmai geri”. Assim embora tenha apenas um nome, morote okuri kote nage é uma técnica que deve ser capaz de adaptar a uma variedade de situações; o atacante pode estar a puxar o pulso, ou a torcer o braço para trás, ou a tentar um levantamento pelo ombro. Não pode treinar todas estas situações de uma vez só vez. Tem que limitar as condições, e praticar cada caso com perfeição. Na nossa série de fofos, o defensor está a executar morote okuri kote nage em resposta a uma tentativa de projecção com o ombro. Sem pausa, defender e projectar Vamos ver a sequência de fotos. De uma posição migi mae, o defensor convida a um ataque com pega. O atacante responde com uma pega morote e tenta colocar o defensor sobre o ombro para se nage (fotos A1 – 8). O defensor assume kagite shuho. Mas não se move para shuho até que o atacante aplique a pega morote; em vez disso, inicia o tai sabaki no instante em que o atacante agarrou só com uma mão (fotos A5 – 9). Ele assume kagite shuho, não tanto por puxar o pé direito para trás, mas para aumentar a distância para fora. Ao defender desta posição neutraliza o puxar do atacante. O defensor aplica então a mão esquerda em kake te na mão esquerda do atacante, e faz um largo movimento de balanço tendo o ombro como pivô, como em okuri gote. Isto faz com que o tronco do atacante caia para frente, e seja projectado (fotos A10 – 24). Tenha em atenção que usar kagite shuho para se proteger não significa usar força bruta para parar a tentativa do atacante para levantar e projectar. O kagite shuho cria uma posição a partir da qual não poderá ser facilmente projectado e permite-lhe usar a força de puxar do atacante contra ele próprio, para o desequilibrar e levar para um nage. Quando o atacante entra com um grande "momentum" (ímpeto) para fazer uma projecção e consegue destabilizá-lo sem enfrentar essa força, é quando esta técnica está realmente a funcionar. Nota pg.105: Ao usar a força de puxar do atacante contra ele próprio, o defensor destabiliza-lhe a posição (fotos 1 – 1’). Incline-lhe o tronco, e projecte-o (foto 2). Nota pg.106: Okuri kote nage é uma técnica para lidar com um atacante que agarra o braço do defensor com ambas as mão e puxa, empurra ou torce, ou tenta uma projecção com o ombro. A situação do atacante quando derrubado é muito semelhante à de furisute omote nage, mas nesta técnica o defensor executa os movimentos com ambas as mãos. 20
112: Okuri tsuki taoshi (Ryuka ken) A habilidade de adaptar às circunstâncias Okuri tsuki taoshi é uma técnica para situações em que um atacante usa ambas as mão para segurar um dos braços do defensor e tenta uma projecção tal como ippon se nage. Se o braço direito é agarrado e puxado numa tentativa de se nage, o defensor encurta a distância com yorimi e assume kagite shuho, e então aplica a sua mão esquerda, como teria feito para okuri gote e, levantando firmemente o cotovelo direito, empurra-o contra o peito do atacante para o derrubar. Seria ir longe demais considerar okuri tsuki taoshi ou koshi kujiki meramente uma continuação variante de outras técnicas, mas elas têm de facto uma intricada relação com técnicas tais como furisute omote nage e okuri kote nage. Okuri tsuki taoshi e koshi kujiki, são exemplos de técnicas que fazem o atacante cair para trás e que furisute omote nage e okuri kote nage que o fazem cair para a frente. Um ponto comum a todas as quarto técnicas é que o ataque envolve uma pega morote a puxar com o propósito de executar algo parecido com se nage. Em resposta a esta tentativa de se nage, a defesa ao usar uma mão para projectar o atacante para a frente é aquilo a que chamamos furisute omote nage. Se o corpo do atacante estiver na posição errada para ser projectado para frente com uma mão, koshi kujiki é maneira de o fazer cair com a ajuda de uma pancada na parte baixa das costas. De forma semelhante, uma defesa a duas mãos que derruba o atacante para a frente é morote okuri kaeshi nage, e neste caso se a posição dele estiver incorrecta para uma projecção para a frente, a maneira de o projectar para trás é okuri tsuki taoshi. Tem que aplicar a técnica apropriada entre estas, adaptando-se às circunstâncias. Desequilibre para trás e derrube Vamos ver okuri tsuki taoshi utilizando a sequência de fotos. Numa posição migi mae, o defensor convida à pega (foto A1). O atacante, começando de uma posição hidari mae, primeiro agarra o braço do defensor com a mão esquerda, e então continua para fazer a projecção dando um passo com o pé direito pelo meio e agarrando com a mão direita (fotos A2 – 9). Neste momento, quando o atacante inicia sua pega com a mão esquerda, o defensor começa a mover-se para kagite shuho (fotos A5 – 9). Depois, no momento do atacante agarrar com a mão direita, o defensor já está na posição de protecção de kagite shuho (foto A10). Neste momento a posição relativa do atacante em relação ao defensor está um pouco de lado, o que torna difícil projectá-lo para a frente. Assim, o defensor aplica e mantém kake te com a mão esquerda ao mesmo tempo que levanta o cotovelo direito, bloqueando o braço do atacante numa forma em “S”. Aplica então pressão empurrando para baixo na direcção do peito do atacante (fotos A11 – 17). Imediatamente após o empurrão para trás, coloca o atacante sobre a ponta dos dedos dos pés sem equilíbrio, o defensor bate-lhe com ambos os braços para o fazer cair.
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Entre as técnicas de Ryuka ken, um grande número termina com alguma forma de katame waza da família Kongo ken. No entanto, há também algumas que não incluem esse tipo de controlo, como por exemplo como em okuri tsuki taoshi derrubam o atacante com uma pancada ou atiram-no para longe com um nage. Depois de decidir bater, o defensor tira as mãos e assim impede qualquer apoio ao seu opositor. Ao praticar estas técnicas, tenha cuidado para evitar lesões na parte de trás do pescoço. Nota pg.112/3: Usar kagite shuho, para evitar o se nage do atacante, o defensor aplica kake te, com a sua mão esquerda, da mesma maneira como para okuri gote (foto 1). Quebre o equilíbrio do atacante directamente para trás, bata para baixo (foto 2). Nota pg.114: okuri tsuki taoshi é uma técnica para quando um atacante usa ambas as mãos para agarrar um braço e tentar projectar como em ippon se nage. O defensor usa yorimi e assume kagite shuho, aplica kake te da mesma maneira que para okuri gote e, então levanta o cotovelo do braço agarrado e empurra o atacante para baixo com uma pancada apontada ao peito.
120: Koshi kujiki (Ryuka ken) Bater simplesmente nas costas não é suficiente Koshi kujiki é uma técnica para ser usada quando o atacante agarra um dos braços do defensor com ambas as mãos, ou tenta fazer ippon se nage agarrando a manga juntamente com o braço, ou em algum ponto da gola. A técnica implica bater no cocxis do atacante para desequilibrar a posição, mas é pouco provável que resulte a não ser que tenha preparado a correcta combinação dos movimentos de pés, shuho e tai sabaki. Para conseguir fazer o se nage, o atacante deve agarrar com ambas as mãos e puxá-lo para perto do corpo dele. Esta manobra trá-lo para a ponta dos pés, tornando o se nage possível. Do seu ponto de vista, como defensor, tem que evitar ser ficar desequilibrado pelo puxar do adversário. Portanto quando o atacante tenta puxá-lo, deve responder usando tai sabaki de maneira a que o se nage se torne ineficaz. Se não usar o tai sabaki quando for puxado, e em vez disso se forçar a entrada em kagite shuho, num duelo de força com o atacante, vai aumentar o risco de ser derrubado por um puxão violento. Então, mesmo supondo que consegue evitar ser derrubado, o atacante irá manter a posição num impasse contra a sua força. Mesmo que tente fazer koshi kujiki, não vai resultar. Assim consegue perceber que apenas bater no cocxis do atacante não significa necessariamente que ele caia suavemente. Portanto, deve usar o movimento e a força que o atacante emprega para fazer se nage, usando-a contra ele próprio para lhe destabilizar a posição com os seus tai sabaki e shuho. Então, logo que ele esteja instável, bata na parte de baixo das costas para o fazer cair. A queda no koshi kujiki Vamos ver os movimentos de koshi kujiki utilizando a sequência de fotos. O defensor convida ao ataque numa posição migi mae, e o atacante entra para fazer se nage com ambas as mãos.
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Em resposta à pega e à tentativa de derrubar, o defensor não tenta fazer kagite shuho naquela posição, mas muda a posição do corpo para corresponder à forma como atacante está a puxar, e usa a mão para bater na parte de baixo das costas (fotos A1 – 10). O atacante espera encontrar resistência por parte do defensor, e assim empenha muita força ao tentar colocá-lo sobre o ombro. Mas porque o defensor faz com que o braço agarrado se mova para ir ao encontro do movimento do atacante, o atacante não tem nada para se apoiar e encontra-se na ponta dos pés numa posição instável (fotos 10 – 18). Com esta manobra, o tronco do atacante fica dobrado para trás e ele não consegue apoiar-se nas pernas, caindo assim para trás. Koshi significa a cintura e parte de baixo das costas, e o nome koshi kujiki significa literalmente “desmoronar o koshi”. As pessoas que sabem isto tendem a abordar a técnica com o objectivo de destabilizar especificamente o nível da cintura. Mas pode também pensar nisto como sendo uma técnica que destabiliza toda a parte inferior do corpo. Nota pg.121: Ao usar o kagite shuho para evitar o se nage do atacante, o defensor bate na parte baixa das costas com a mão esquerda. É importante garantir que esta pancada nas costas está sincronizada com a destabilização da parte de cima do corpo (fotos 1,1’). Nota pg.122: Koshi kujiki é uma técnica para ser usada quando o atacante agarra um dos braço do defensor com as duas mão para tentar fazer ippon se nage, ou faz uma pega que envolve a gola ou a manga para tentar se nage. Não pode desequilibrar o atacante batendo simplesmente na parte baixa das costas; deve também fazer uso do braço que foi agarrado, colocando a parte superior do corpo do atacante, dobrada para trás.
128: Okuri dori (Ryuka ken) Uma forma shikake de okuri gote Okuri dori é uma técnica de agarrar (disputar) que não é realizada em resposta a uma pega de um atacante, mas sim uma técnica shikake – lançada por iniciativa do próprio defensor. É explicada no Kyohan como se segue: “Por exemplo, quando frente-a-frente com um oponente eu usaria a minha mão direita para agarrar o braço dele em gyaku, sobrepondo o polegar dele com o meu, como em okuri gote, então aplicaria a mão esquerda por baixo, com um varrimento áspero e rápido a partir de fora, para aplicar um kime como em okuri gote.” A explicação deixa também claro que okuri dori é uma forma shikake de okuri gote. Então que tipo de diferenças existem entre okuri dori e okuri gote? Na sua forma usual, okuri gote é uma técnica para lidar com um atacante que pode puxar o braço do defensor, ou tentar um ataque choji. Nesse caso o defensor deve primeiro proteger-se com kagite shuho. Porque o shuho pára eficientemente o ataque, o defensor tem tempo para colocar um atemi com o intuito de suprimir posterior resistência por parte do atacante. Adicionalmente, porque o ataque é lançado com força, o defensor tem a possibilidade de usar essa força em sua própria vantagem para fazer cair o atacante.
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Pelo contrário, sendo okuri dori uma técnica shikake, como “defensor” vai fazer activamente a pega. Não há um momento de kagite shuho, e desde que o oponente não tente aplicar qualquer força, deve destabilizar o corpo dele através das suas próprias acções Uma parte crucial disto é balançar rodando o braço dele, usando o ombro como o ponto pivô. Destabilizar pelo balançar do braço Embora se diga que okuri dori se destina a ser usado numa situação frente-a-frente, o facto é que não deve tentar fazer okuri dori contra alguém que esteja a olhar directamente para si. Veja as posições relativas paradas na sequência de fotos B, e verá que o defensor está diagonalmente em frente do seu opositor. Numa técnica de agarrar, permitir que o seu opositor sinta hostilidade ou intenção de magoar, irá aumentar significativamente a hipótese de ele tentar resistir ou fugir. Por esta razão o “defensor” (a pessoa que aplica okuri dori) aproxima-se calmamente, aplicando a mão direita na mesma mão do opositor enquanto passa por ele, ombro-a-ombro (fotos B1 – 7). Ele continua juntando a mão esquerda por baixo, com uma força motriz, balançando o braço do opositor tendo o ombro dele como ponto central (fotos B8 – 5). Neste momento deve assegurar-se de que o braço não está apenas a girar em redor. A ideia crucial é que o rodar do braço deve enviar o ombro do opositor para a frente, quebrando-lhe o equilíbrio. Na foto B15 pode ver que o opositor está numa posição semelhante à de okuri gote, com o ombro empurrado bruscamente para a frente e o equilíbrio perdido. Tal como para okuri gote, o kime para okuri dori implica derrubar o opositor para a frente. Tenha em atenção, começando a partir da pega inicial, os movimentos de balançar o braço, quebrar o equilíbrio, e o kime que derruba a parte de cima do corpo do opositor, devem todos eles serem executados sem paragens. Nota pg.128/9: O dedo mindinho, o dedo anelar e o dedo médio, todos agarram o lado do dedo mindinho da mão do opositor, enquanto o polegar ataca o dai kento (foto 1). Torcer simplesmente o pulso não vai mover o corpo do opositor. Deve concentrar-se em retirar-lhe a mobilidade nas articulações do ombro, cotovelo e do pulso (fotos 2, 3) Nota pg.130: Okuri dori é um shikake a partir de okuri gote – i.e., lançá-lo por sua própria iniciativa. Deve assegurar que a rotação do ombro do opositor actua para retirar a mobilidade à articulação do ombro. Um aspecto importante para conseguir isto é o equilíbrio da força entre as duas mãos utilizadas. O puxar do dedo mindinho, do anelar e do dedo médio deve ser equilibrado contra o empurrar do polegar e da entrada da mão esquerda.
136: Juji nuki (Ryuo ken) Como se convida ao ataque é importante Ao praticar o hokei, é importante que o ataque seja realizado correctamente. Igualmente, a maneira como o defensor convida o ataque também se torna importante. Sendo o Shorinji Kempo uma arte de defesa pessoal, a maneira como um atacante faz a pega influencia a escolha do contra-ataque pelo defensor. 24
Pelo contrário, colocando-se deliberadamente numa posição - altura e disposição dos braços - o defensor pode limitar as possíveis pegas do atacante. Para ryote yori nuki o defensor propositadamente quer que atacante agarre em jun, pelo que convida ao ataque assumindo uma posição chudan gamae com ambas as mãos esticadas ligeiramente para a frente. A altura das mãos e o ângulo dos braços numa posição chudan faz com que um ataque jun seja a maneira mais natural de agarrar, tal como em kote nuki ou yori nuki. Em comparação, a posição usada para convidar para juji nuki implica levantar os antebraços numa posição marcadamente alta. Juji nuki é uma técnica para libertar quando o exterior do pulso é agarrado em gyaku, assim ao ficar com os braços levantados é o que induz o atacante a fazê-lo. Atrair o atacante desta maneira, para fazer exactamente o tipo de pega que o defensor escolheu, é um aspecto importante na prática do juho. De “ser atacado” a “deixá-lo atacar” A sequência de fotos mostra a forma ryote de juji nuki, onde a libertação implica a combinação de juji nuki com uma mão, seguida de kiri nuki com a outra. Vamos confirmar os movimentos, usando a sequência de fotos A. O defensor assume uma posição natural a uma distância defensiva, com as suas mãos levantadas, convidando o atacante a agarrar os braços em gyaku. Como é sempre o caso, ao convidar um ataque a nossa posição não deve parecer exagerada, mas deve ser uma postura natural a partir da qual, com a respiração controlada e uma mente calma, somos capazes de lidar com a pega a que convidámos. Quando agarrado, o defensor estica os dedos, assumindo kagite shuho que aplica uma ligeira pressão nos polegares do atacante. Como resultado desta manobra o defensor tem uma postura direita e estável, ficando o atacante desequilibrado para a frente. Sem parar no shuho, mova-se em sashikae irimi e, enquanto empurra o cotovelo direito pelo interior do antebraço esquerdo do atacante e dobre-lhe o pulso. O kime do juji nuki é realizado movendo o seu cotovelo como se o puxasse para trás, para o seu próprio flanco. Imediatamente a seguir, faça hiji ate para a zona alvo chudan que está completamente aberta, liberte a mão esquerda com kiri nuki, termine com chudan gyaku zuki, e espere em zanshin. No juho hokei, a táctica tanto para o atacante como para o defensor inicia-se no momento do kamae. Assim vê que temos que mudar a nossa maneira de pensar, de um ponto de vista de que “o defensor é atacado”, no sentido de que ele toma a iniciativa ao permitir que o atacante faça uma pega em particular. Nota pg.137: O atacante vai atacar as mãos do defensor em gyaku (foto 1). O defensor passa por cima do braço do atacante com o seu próprio braço, formando a figura de uma cruz (foto 2). Movendo o cotovelo como se o puxasse para o flanco, o defensor faz a libertação (foto 3).
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Nota pg.138: Juji nuki é uma libertação para ser utilizada quando o atacante agarra a parte de fora do pulso em gyaku. Sem paragem no shuho, o defensor move-se em sashikae irimi e liberta-se ao empurrar com o cotovelo direito para dobrar o pulso do atacante. O nome juji nuki vem da forma de cruz feita pelo antebraço do atacante e do defensor.
4: Juji gote (Ryuka ken) Criar uma forma em “S” e obrigar os joelhos a dobrar Como juji nuki, juji gote usa-se para casos quando um atacante agarra o braço direito do defensor com a mão esquerda, em gyaku. Podemos definir as grandes categorias de Shorinji Kempo dependendo da forma como o atacante termina projectado com um nage antes de ser controlado, ou simplesmente derrubado e aí controlado. Juji gote é uma técnica que implica colocar o braço do atacante em forma de “S”, fazendo-o cair para a frente, e prendendo-o. Isto não quer dizer que em juji gote o atacante irá cair docilmente só porque o seu pulso foi posto em gyaku. Para fugir à dor ele pode tentar sair esticando o braço e virando as costas, ou esticando as costas para tentar manter a posição. O defensor tem que assumir o controlo, evitando essas tentativas para libertar da técnica. Primeiro, para afastar a possibilidade de escapar ao esticar o braço e rodar, o defensor deve ter a certeza de que não roda o braço do atacante mais do que o necessário. Mesmo tendo estabelecido a forma em “S”, quanto mais a palma da mão do atacante estiver virada para cima no momento do kime, quanto mais rotação aplicar no braço, apenas resultará no esticar do cotovelo. Para evitar que o atacante empurre as costas para trás ao evitar cair, tem que manobrá-lo de maneira a que os joelhos dele se dobrem. Se criar a forma de “S”, os joelhos dobrar-se-ão Vamos ver os movimentos em juji gote. Como para juji nuki, o defensor convida a uma pega gyaku ao levantar o braço. Quando agarrado, o defensor não tenta puxar o braço para trás na sua direcção, mas move-se em direcção a esse braço para assumir kagite shuho. Ao mesmo tempo faz um atemi. A mão utilizada para esse atemi é então aplicada como kake te sobre a mão do atacante. Para este kake te o defensor coloca a bola do polegar na raiz do polegar do atacante, garantindo que o pulso da sua própria mão não está dobrado. O defensor avança com sashikae irimi, utilizando o braço para dobrar o pulso do atacante da mesma forma como em juji nuki. Esta sequência de atemi, dobrar o pulso, e induzir uma forma “S”, faz os joelhos do atacante dobrarem-se, levando-o para uma posição onde não tem outra solução senão cair. Adicionalmente, o kake te garante que o atacante não pode tirar a mão. Após a conclusão correcta destes movimentos, juji gote faz efeito fazendo o atacante cair para a frente.
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Neste momento final do kime, o defensor não deve agachar-se. Usando como pivô o extremo do dedo mindinho da mão do kake te, deve atacar o pulso do opositor movendo-se como que a fazer cair o ombro direito e a levantar o esquerdo. Neste momento o pulso do kake te deve estar activo ou o movimento será ineficaz. Foto A18 mostra o momento imediatamente antes do kime. Até este momento o defensor dificilmente terá usado alguma força. A força é usada apenas por um instante. Nota pg.144/5: O atacante entra para agarrar o braço do defensor em gyaku (fofo 1). Movendo o braço agarrado sobre o do atacante da mesma maneira que em juji nuki, o defensor usa a mão esquerda para kake te e faz o atacante cair para a frente (fofos 2, 2’). Nota pg.146: Juji gote é uma técnica que implica colocar o braço do atacante em forma de “S”, fazendo-o cair para a frente e prendendo-o. Ao fazer técnicas como juji gote, que utilizam a forma “S” para o kake te para derrubar, as pessoas tendem em focar apenas no ataque ao pulso – enquanto o aspecto crucial é manobrar o centro de gravidade do atacante. Para isto, tem não só que evitar a mobilidade do pulso, mas também do cotovelo e do ombro.
152: Ryaku juji gote (Ryaku ken) Preste atenção ao kake te Ryaku juji gote é uma forma distinta, abreviada de juji gote. Como em juji gote, o braço direito do defensor é agarrado em gyaku pela mão esquerda do atacante. Mas enquanto juji gote é para ser usado quando alguém que está à sua frente agarra o braço oferecido, ryaku juji gote é para quando alguém que está ao seu lado agarra o braço que está pendente lateralmente. Porque a pega é baixa, o kake te utilizado neste caso é o oposto do que é usado em juji gote. O defensor enrola os dedos profundamente em redor da bola do polegar do atacante, dobrando e aplicando pressão contra o pulso. Para ryaku juji gote, este kake te é especialmente importante. A posição ideal para aplicar esta técnica é no centro do corpo do defensor, mas vemos muitas vezes as pessoas tentarem aplicar ryaku juji gote numa posição distante do seu centro, ao lado do corpo e perto do atacante. Neste tipo de posição, não pode tornar o pulso do kake te mão activa. Se tentar aplicar o bloqueio ao pulso para ryaku juji gote quando o seu próprio pulso do kake te está dobrado, o resultado é que o atacante pode facilmente soltar a mão, ou a técnica simplesmente não fará efeito. Tornar o seu pulso activo evita este tipo de falha, porque pode usar os dedos para levantar a bola do polegar do atacante e ao mesmo tempo pressionar a parte de trás da mão dele com a bola do seu próprio polegar. Ao fazer o kake te no centro do seu corpo, com os cotovelos esticados para fora para tornar o pulso activo, garante que a força do kime é transmitida facilmente ao atacante. Faça a pega no centro do seu corpo Vamos ver os movimentos em ryaku juji gote. Ao contrário de juji gote o defensor não levanta os braços, mas convida ao ataque estando numa posição natural com os braços caídos.
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Quando agarrado pelo atacante, o defensor protege-se usando sankaku shuho e ao mesmo tempo aplica kake te (fotos A6 – 10). Neste momento, a mão agarrada e o kake te ainda estão no lado do defensor. Tendo aplicado kake te, o defensor, sem tentar puxar o braço do atacante, move-se com fumikomi ashi pelo lado de fora dos pés do atacante. Ele sobrepõe o seu próprio braço ao braço do atacante, criando uma forma em “S” e obriga o atacante a dobrar os joelhos (fotos A11 – 15). Criando o gyaku ao mesmo tempo que move corpo, o defensor pode deslocar-se para uma posição sólida na qual ambos os cotovelos estão esticados para fora e o pulso do kake te está activo. No kime pode ver que o defensor não baixa o pulso agarrado, mas que força o cotovelo direito para baixo ao mesmo tempo que levanta o cotovelo esquerdo (fotos A16 – A18). Um ponto importante no momento do kime é que o atacante não deve ser puxado para baixo em direcção ao lado do defensor. Tal como em juji gote, o que pretende é que o atacante caia para a frente (fotos B11 – 18). Nota pg.153: O atacante entra pelo lado para agarrar a mão do defensor em gyaku (foto 1). O defensor trás a sua outra mão por baixo para fazer kake te na bola do polegar do atacante (foto 2). O kime é aplicado ao esticar o cotovelo do atacante e pressionando para baixo (fotos 3, 4). Nota pg.154: Ryaku juji gote é uma forma distinta, abreviada de juji gote. É usada quando um atacante que está perto si, agarra o braço que está pendente do seu lado. Para aplicar o kime para ryaku juji gote o seu braço agarrado não deve permanecer ao lado, antes deve ser trazido para o centro do corpo.
60: Morote hiki nuki (Ryuo ken) Onde assume o kagite é importante Morote hiki nuki é para ser usado contra um atacante que usa ambas as mãos para agarrar um dos braços do defensor, por exemplo com a intenção de fazer ude gyaku dori. Um ataque ude gyaku dori implica agarrar o braço da vítima em gyaku com ambas as mãos, dando um passo com fumi komi ashi e rodando um pouco para o lado puxando o braço para prendê-lo sob a axila, aplicando então o kime contra o cotovelo. Um atacante que pretende fazer ude gyaku dori aplica uma grande quantidade de força ao puxar, assim mesmo que faça kagite shuho nessa posição, é pouco provável que a postura do atacante fique destabilizada. De facto, longe de destabilizá-lo, poderá não conseguir proteger-se completamente a si próprio, e pode mesmo aumentar o risco de ser levado para uma imobilização. Mesmo supondo que o defensor consegue arranjar maneira de fazer kagite shuho sem ser derrubado, o atacante ao fixar a pega com as duas mãos significa que ainda será difícil libertar-se usando morote hiki nuki. Olhando para cada uma da sequência de fotos dos movimentos do defensor, entre ser agarrado e fazer kagite shuho, verá que após o passo com fumikomi com a perna de trás ele executa han tenshin. Através deste han tenshin em dois tempos o defensor pode mover-se em trono do atacante e assim no momento do kagite shuho estarão frente-a-frente. 28
Porque o defensor se move rodando para esta posição face-a-face, o atacante percebe que ao puxar termina desestabilizado para a frente. É estabilizando o shuho que faz com que a técnica funcione Vamos ver os movimentos do defensor, utilizando a sequência de fotos A. Ele convida o ataque ao esticar o braço para for a numa posição alta, tornando fácil ao atacante agarrar em gyaku. Tendo deixado o atacante fazer a pega, assim que a primeira mão faz a pega, o defensor executa suavemente o han tenshin em dois passos e move-se para kagite shuho. Pode ver que assim que o atacante aplica também a sua outra mão, o defensor moveu-se rodando para ficar mesmo de frente para ele, fazendo com que o puxar do atacante o desequilibre para a frente. Nesta posição, não faz diferença quanta força usa o atacante ao puxar com ambas as mãos, ele não consegue destabilizar o defensor. Se considerarmos que o defensor só tinha assumido kagite quando agarrado firmemente com ambas as mãos, já seria tarde de mais. Depois de se proteger com shuho o defensor faz um atemi, aplica então a mesma mão para ajudar a libertação da mão agarrada com uma rotação da anca. Depois da libertação com morote hiki nuki, o defensor usa o recuo para atacar chudan, e move-se então para trás e espera em zanshin. Na explicação de morote hiki nuki no Kyohan, o Kaiso escreve: “O que é importante lembrar neste momento, é a imagem de cortar contra os polegares do atacante, dividindo a força em 30% para cortar e 70% para puxar. Deve ter isto em atenção, porque se apenas se limitar a puxar, definitivamente não será capaz de se libertar.” Assegure-se que tem esta orientação gravada na sua cabeça quando praticar morote hiki nuki. Nota pg.160/1: Pare o ude juji gatame do atacante usando kagite shuho (foto 1). Ao atacar o polegar do atacante enfraquece a pega (foto 2). Termine com a libertação hiki nuki (foto 3). Nota pg.160: Morote hiki nuki é uma técnica para ser usada para ataque tais como ude gyaku dori. No entanto o seu nome significa “libertar puxando”, se apenas puxar não conseguirá libertar-se. É importante que se proteja com shuho, e então com a imagem de cortar contra os polegares do atacante, distribui a sua força 30% para cortar, 70% para puxar.
168: Morote juji gote (Ryaku ken) Compreenda quais as situações em que a técnica é adequada Morote juji gote é uma técnica para ser usada contra uma pega com duas mãos a um dos braços do defensor, feita com a intenção de executar uma chave estilo judo – o mesmo tipo de ataque que para maki gote. De facto, juntamente com morote juji gote o hokei que lida com um ataque ude gyaku dori de judo inclui maki gote, morote hiki nuki, e morote juji nuki. A razão para haver vários métodos de contra-ataque para o mesmo ataque é porque cada um deles lida com situações subtilmente diferentes. 29
Se, assim que o defensor enfrenta ude gyaku dori com kagite shuho, os cotovelos do atacante estão dobrados e apontados para fora, uma técnica de libertar eficaz será morote hiki nuki, enquanto um eficaz gyaku/chave será maki gote. Mas, se os braços do atacante estiverem esticados depois da mesma acção do defensor para kagite shuho, a técnica eficaz será morote juji nuki como libertação, ou morote juji gote como um gyaku. O Shorinji Kempo tem um vasto número de técnicas diferentes, mas ao praticá-las deve perceber os tipos de situações nas quais vai fazer cada uma delas, e como elas estão relacionadas entre si. Se treinar sem esta compreensão, apenas vai ficar saturado com tantas técnicas que existem para aprender. E como resultado, mesmo que conheça muitas técnicas, não será capaz de alargar o número de situações com que pode ter que lidar. Não ataque somente o pulso Vamos olhar para morote juji gote utilizando a sequência de fotos A. De uma posição migi mae o defensor empurra o braço para a frente, convidando ao ataque (foto 1). Em resposta à tentativa de ude gyaku dori, o defensor protege-se com kagite shuho. Neste momento os braços do atacante estão esticados (fotos 2 – 5). Com a mão esquerda o defensor aplica kake te à mão esquerda do atacante (foto 7). O defensor move o cotovelo por cima do braço esquerdo do atacante, colocando-o numa forma em “S” (fotos 8 – 14). Ao criar esta forma em “S” o defensor tranca as articulações do braço do atacante, para que assim com uma pequena quantidade de força possa mover o centro de gravidade do atacante e o faça cair para a frente (fotos 14 – 18). Se olhar para as fotos da sequência B desde o momento o kake te do defensor até que faz o atacante cair, verá que não é simplesmente aplicar um gyaku ao braço mas que se trata de mover todo o corpo do atacante. Assim que o braço do atacante está colocado na forma em “S”, o seu equilíbrio também está dominado. Se atacar apenas o pulso, o seu oponente será capaz de se manter firme, mas se o equilíbrio for perdido, o braço de dele estará bloqueado na forma em “S”, e os pés estarão alinhados a direito, não havendo nada que ele possa fazer para impedir ser derrubado para a frente. Nota pg.169: O atacante que tenta fazer ude gyaku dori é travado com kagite shuho (foto 1). O kime é o mesmo para a forma katate de juji gote (foto 2). Nota pg.170: Morote juji gote é uma outra técnica para lidar com um ataque ude gyaku dori. Morote juji gote é fácil de aplicar se os braços do atacante estiverem esticados no momento do kagite shuho. Você não consegue fazer um kime eficaz apenas com força de braços, mas por o traz para suportar todo o peso da parte superior do corpo.
176: Maki gote (Ryuka ken) Concentre-se em manobrar o centro de gravidade Ryuka ken, com as suas múltiplas técnicas para lidar com ataques de pegas a braços, é uma família técnica especialmente importante dentro do Shorinji Kempo.
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As técnicas de Ryuka ken podem ser vistas como caindo em duas categorias, dependendo de resultarem no atacante ser atirado pelo ar com um nage, ou simplesmente o fazerem cair para a frente ou para trás. No entanto, mesmo pensando que o resultado difere desta maneira, simulações com gráficos de computador revelam claramente que o trajecto do centro de gravidade do atacante, quando observado directamente por baixo, segue uma linha quase direita. Uma coisa que deve guardar na sua mente, é que mesmo quando o resultado é um nage, o seu objectivo continua a ser criar uma situação pela qual o atacante irá cair. Um humano quando confrontado com um objecto inanimado, não cai condescendentemente quando inclinado. Então vamos debruçar-nos sobre as manipulações que retiram a capacidade a um atacante de evitar ser derrubado quando o des-animamos. Se uma pessoa pode ser colocada num estado de ser derrubado apenas como um objecto inanimado, a maneira mais eficiente de fazê-lo cair é a mudança de seu centro de gravidade através de uma linha recta, sem desvios laterais. Não apenas em Ryuka ken mas em todo o juho de Shorinji Kempo, você passará através de variações na forma como as pessoas realizam as técnicas. Adicionalmente, os atacantes podem ter características individuais como pulsos especialmente fortes e resistentes, que o defensor deve ter em consideração na sua resposta. Este tipo de variações é a maior causa das pessoas sentirem que o juho é difícil. No entanto, não focando apenas nas diferenças, mas compreendendo o que é partilhado em termos de como o centro de gravidade é manobrado no kime da técnica, irá também aprofundar a sua compreensão geral do juho. Use o puxar do próprio atacante para o fazer cair. Maki gote é uma técnica para usar quando ao atacante tenta fazer ude gyaku dori. O atacante faz uma pega morote em gyaku ao pulso do defensor, puxa o braço na sua direcção e tenta colocá-lo numa chave por baixo da axila. Mas mesmo pensando que morote significa uma pega a duas mãos, isto não implica que ambas as mãos agarrem ao mesmo tempo. Como pode ser visto na sequência de fotos A, primeiro o atacante agarra com a mão mais próxima do defensor, depois enquanto usa essa mão para puxar o braço para junto si, faz um passo fumikomi e finalmente junta a mão de trás à pega. O defensor responde, iniciando o seu movimento para kagite shuho, logo que a mão direita do atacante agarra. Então no instante em que o atacante completa a sua pega morote, a sua própria força de puxar e a manobra kagite combinam-se para o trazer para as pontas do pés, com os calcanhares afastados do chão. Isto leva-o ao estado de “des-animação” mencionado acima. O defensor não pára na posição kagite, mas enquanto o mantêm nas pontas dos pés, leva a cabeça dele para baixo em frente da linha imaginária que junta os dois pés. Porque o atacante está destabilizado e na ponta dos pés, não pode dar um passo com nenhum dos pés e acaba por ser derrubado. Nota pg.177: Maki gote funciona atacando o pulso como que enrolando-o. Mas sem compreender também qual a posição de desequilíbrio que deve ser usada para o corpo como um todo, não será capaz de quebrar o equilíbrio do atacante (fotos 1,2, 3). 31
Nota pg.178: Ser agarrado em morote pode parecer uma situação muito desfavorável, na qual as duas mãos do atacante estão em luta contra as do defensor. Mas vendo de outra maneira, quando as mãos do atacante estão ambas ocupadas, o movimento da parte de cima do corpo pode ser facilmente controlado. Depois de parar o ataque com shuho, aplique o kime derrubando-o para trás.
184: Kiri kaeshi nuki (Ryuo ken) Não pode fazer shuho com força bruta Kiri kaeshi nuki é uma técnica de libertar para ser usada quando, como se vê na sequência de fotos, um atacante usa a sua mão direita, com a palma da mão para baixo, para agarrar por fora o braço direito do defensor e tenta torcê-lo para trás. Quando agarrado, o defensor responde avançando com sashikae irimi, assume kagite shuho, e então executa a libertação usando o shuto como se estivesse a cortar para o lado de fora do pulso do atacante. Se o atacante não se empenha no ataque usando força, mas simplesmente agarra, libertar com kiri kaeshi nuki não apresenta especiais problemas. Mas sob condições dramaticamente alteradas, tais como quando o atacante aplica toda a sua força para torcer o braço, ou usa ambas as mãos para torcer com força para cima, vemos muitas vezes que o defensor não consegue lidar com o ataque, criando um impasse numa posição parecida com um sankaku shuho meio conseguido. Aplique kagite no ri totalmente Porque kiri kaeshi nuki envolve libertar de um ataque que troce o braço, cortando directamente contra ele, a menos que use kagite no ri completamente, verá que é difícil fazer a libertação sem luta. Se quiser levantar um objecto pesado, não vai conseguir se tentar fazê-lo de longe com os braços esticados – no entanto ao aproximar-se do objecto e dobrar os braços, mantendo-os em contacto com o corpo, o levantamento torna-se fácil. Kagite no ri é uma aplicação precisamente por estas razões. Se o ataque é a puxar directamente, como em kote nuki, pode mover-se para kagite shuho simplesmente abrindo os dedos e dobrando os braços. Mas se tentar responder contra o forte ataque com torção de kiri kaeshi nuki com a mesma abordagem de kote nuki, não será capaz de recolher o braço dobrado para o colocar em contacto com o corpo. Assim entra num tipo de sankaku shuho forçado. Usando a sequência de fotos B para observar o movimento do defensor para kagite shuho, podemos ver que no momento em que permite ao atacante agarrar, ele abre os dedos perto do seu próprio corpo e dobra o cotovelo. Ele aponta o cotovelo na direcção na qual o atacante tenta torcer violentamente o braço, e assim o seu antebraço e o do atacante fazem uma forma em “L”. Neste momento a posição do atacante é como a de alguém que está a tentar levantar um objecto pesado com os braços esticados. Pelo contrário, o defensor está como alguém que tenta um levantamento tendo dobrado o cotovelo e apertado o braço contra o corpo. Sem parar ali, o defensor move-se rapidamente para dentro com sashikae irimi, conseguindo um kagite shuho completo com o pulso do atacante dobrado, e então executa a libertação. Vamos ver a sequência de fotos A4 e A5 Repare como, no período entre ser agarrado e a construção da forma “L”, o defensor move o seu corpo em torno de seu próprio braço. Com este movimento ele pode facilmente colocar o seu braço em contacto com o corpo. 32
Os kenshi que não conseguem entrar em kagite shuho estão invariavelmente a tentar fazê-lo puxando o braço na sua direcção. É uma diferença subtil, mas tem um grande impacto no resultado. Nota pg.185: O atacante agarra o braço direito do defensor por fora, em jun (foto 1). O defensor move-se com sashikae irimi e roda o seu pulso por cima para contrariar o ataque. Coloca a sua mão esquerda em cima do cotovelo do atacante e liberta-se (foto 2). Nota pg.185: Kiri kaeshi nuki é uma libertação para quando um atacante agarra um braço por fora com a palma da sua mão virada para baixo, e tenta torcer o braço para trás. Se tentar fazer o contra-ataque usando a força do ombro, vai encontrar uma forte resistência. Deve imaginar-se a contrariar o ataque não apenas no pulso do atacante, mas como um movimento que o afecta até ao ombro.
192: Kiri gote (Ryuka ken) Tire os calcanhares do chão, tal como em kiri kaeshi nuki Kiri gote destina-se a casos tais como quando um atacante vem agarrar o braço direito pelo lado de fora, usando a sua mão direita com a palma para baixo, e então tenta torcer o pulso para cima e para trás. Como em juji gote, a técnica envolve colocar o braço do adversário numa forma em “S” e fazê-lo cair para a frente. Quando o braço direito é agarrado, o defensor assume a forma kagite shuho usada em kiri kaeshi nuki, dobrando ao mesmo tempo o pulso do atacante e aplicando a sua mão esquerda como kake te com o polegar apontado para cima. O resultado neste momento é que o kagite shuho neutralizou a força que o atacante tentava usar para torcer o braço para cima e para trás, e ambos os seus calcanhares ficaram fora do chão. Com os calcanhares fora do chão por causa do kagite shuho, os joelhos do atacante estão dobrados e ele não pode esticar as costas para manter o apoio. O defensor deve ter cuidado, ao dobrar o pulso e o cotovelo para induzir a forma “S”, sem empurrar para trás o ombro do atacante. Isto é porque se o ombro dele puder ir para trás, anulará o bom trabalho que fez ao conseguir levantar-lhe os calcanhares. Uma vez que ele consiga firmá-los no chão pode endireitar-se e estabilizar o corpo, e o kiri gote tornase mais difícil de aplicar. Destabilize o atacante e faça-o cair Vamos ver a sequência de fotos até ao ponto onde o defensor destabilizou o atacante e está a fazê-lo cair. O defensor está numa posição migi mae, convidando a uma pega com a mão direita. Quando agarrado ele faz um passo para a frente em fumikomi com o pé esquerdo, assume kagite shuho com uma rotação do corpo para a direita, e simultaneamente aplica o kake te. Como resultado os calcanhares do atacante ficam fora do chão e a sua postura está esticada diagonalmente para a frente (fotos A4 – 10). Então, pelo movimento do pulso do defensor, o pulso do atacante, cotovelo e ombro ficam numa forma em “S” e os joelhos dobram. Ele fica incapacitado de se libertar de kiri gote, e cai para a frente (fotos A11 – 14). Esta sequência de fotos foi tirada a uma velocidade de dez fotogramas por segundo. Assim o tempo entre a foto 10, onde a postura do atacante está destabilizada, até ao kime que o faz cair na frame 14, é de apenas 0,4 segundos. 33
Trazer os calcanhares do atacante para fora do chão coloca-o, numa situação parecida com uma peça de mobília empurrada diagonalmente para a frente e está prestes a cair. É o facto de colocar o atacante numa posição instável onde ele fica sem apoio, que permite a kiri gote ser aplicado rapidamente e utilizando pouca força. Nota pg.193: Enquanto corta para trás contra o ataque em kiri kaeshi nuki, a mão esquerda faz kake te (fotos 1, 1’). Rompendo a postura do atacante, fá-lo cair (foto 2). Nota pg.194: Quando o braço direito está agarrado, o defensor assume kagite shuho como em kiri kaeshi nuki, e enquanto dobra o pulso do atacante aplica simultaneamente kake te com a mão esquerda, polegar virado para cima. Quando aplica um kime baseado na forma “S”, deve ter o cuidado de não empurrar o ombro do atacante para trás.
200: Kiri kaeshi tembin (Ryaku ken) Aplicar tembin com força bruta é perigoso Kiri kaeshi tembin é uma técnica para ser usada quando a aplicação de kiri gote falha. Como se pode ver nesta sequência de fotos, quando o atacante agarra o exterior do pulso direito do defensor usando a sua própria mão direita e tenta torcer o braço, o defensor contra-ataca com kiri gote. Se o atacante responde rodando para tentar sair de kiri gote, o defensor retira a sua mão esquerda da sua posição kake te e usa o wanto do braço esquerdo para aplicar tembin. Existem uma série de técnicas sem ser kiri kaeshi tembin que usa o ataque tembin, e ouvimos muitas vezes falar de casos de lesão no cotovelo devido ao tembin. Tembin não é uma técnica gyaku contra a articulação do cotovelo. É uma maneira de derrubar alguém ao atacar um ponto vital no braço, usando o wanto ou outra qualquer parte. Dito isto, o ataque ao ponto vital envolve aplicar alguma força numa direcção em que o braço não pode dobrar. Portanto, se o atacante está numa posição firme, qualquer tentativa para aplicar tembin com força suficiente para o derrubar é extremamente perigosa. É o tipo de situação que pode levar uma pessoa a deixar de treinar. Pelo contrário se conseguir aplicar tembin apenas com uma pequena força, não haverá a preocupação em causar lesões, e o treino será agradável. Para conseguir aplicar um tembin eficaz apenas com um mínimo de força, o kuzushi torna-se tremendamente importante. Persiga o atacante na direcção em que ele tenta fugir Vamos ver kiri kaeshi tembin usando a sequência de fotos A. O defensor assume uma posição migi mae e convida à pega pelo atacante. O atacante usa a sua mão direita para agarrar o lado de fora do braço do defensor em jun, e tenta torcê-lo para cima (fotos 1 – 4). O defensor move-se de shuho aplicando kake te e tenta fazer kiri gote. Mas o atacante resiste a kiri gote puxando para trás o ombro direito enquanto move o seu peso para a perna esquerda (fotos – 13).
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O defensor liberta a sua mão esquerda do kake te e usa o wanto para aplicar tembin contra o braço direito do atacante (fotos 14 – 20). Não importa quanto está detalhada a sequência de fotos, ela não pode mostrar quanta força está a ser aplicada ao fazer uma técnica. Examinado a sequência de fotos A14 – A24, pode parecer que o defensor está a colocar muita força ao atacar o braço do seu oponente. Mas de facto a força só é aplicada por um breve momento no kime. Veja a sequência de fotos C. Ao tentar fugir a kiri gote o atacante muda o peso para a perna esquerda e puxa para trás o ombro, e o defensor responde fazendo contacto com wanto (fotos 11 – 16). Percebendo esta transferência de peso para a perna esquerda, o defensor adiciona o seu próprio peso por trás do movimento, colocando o atacante numa posição em que ele não pode continuar a resistir. Esta é a razão pela qual o ataque tembin pode ser aplicado apenas com uma pequena força contra o ponto vital. Nota pg.200/1: Um caso onde o defensor tenta aplicar kiri gote, mas os braços do atacante esticam. (foto 1). O defensor liberta o kake te e traz o wanto para o cotovelo do adversário, aplicando tembin para o derrubar (fotos 2 e 3). Nota pg.202: Kiri kaeshi tembin é uma técnica para ser usada quando um atacante responde a um contra-ataque kiri gote tentando fugir. Isto funciona aplicando o tembin para derrubar o atacante. Tembin não é um ataque contra a articulação do cotovelo, mas uma maneira de fazer alguém cair por aplicar pressão num ponto vital do braço.
208: Kiri kaeshi gote (Ryuka ken) Uma continuação variante de kiri gote Kiri kaeshi gote é uma continuação variante para ser usada quando um atacante resiste a kiri gote dobrando o seu cotovelo e levantado o braço. De acordo com a explicação do Kyohan, “mantendo o kake te como se usa para kiri gote, dobre o pulso do atacante e rode-o para cima, perto da sua linha central. Durante este movimento empurre para a frente e, ao mesmo tempo, use uma mão para agarrar o pulso do atacante e force-o para cima em kokoku usando a bola do polegar. Faça um passo fumikomi para fora e para as costas do atacante, e faça-o cair virado para cima”. Kiri kaeshi é um renraku waza [uma continuação de qualquer outra técnica], e assim não resulta se tentar executá-lo imediatamente ao ser agarrado. Ao praticá-lo, o atacante deve primeiro fazer o mesmo ataque como para kiri gote, e o defensor deve meticulosamente executar o shuho e o kake te utilizados em kiri gote. Então o atacante deve fazer como se estivesse a libertar-se de kiri gote, resistindo levantando o braço e dobrando o cotovelo. É importante para a continuação para kiri kaeshi gote que aconteça a partir desta situação. Com o braço que foi agarrado, ataque o lado do dedo mindinho da mão do atacante; a outra mão agarra a bola do polegar.
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Tendo feito uma pega forte com ambas as mãos à mão do atacante, troça-a ao mesmo tempo que lhe quebra o equilíbrio, traga-o para a ponta dos pés, e depois faça-o cair virado para cima com a aplicação de kiri kaeshi gote. Finalmente imobilize-o com kiri kaeshi gatame. Devolva a força de resistência do atacante contra ele Vamos ver o kiri kaeshi gote utilizando a sequência de fotos. O defensor convida ao ataque de uma posição migi mae. O atacante responde atacando o braço direito do defensor ao tentar torcê-lo para cima e para trás (fotos A1 – 5). Kiri kaeshi gote é uma continuação técnica variante, pelo que ao tentar executá-la imediatamente ao ser atacado necessita de força bruta. Quando agarrado, o defensor protege-se usando kagite shuho e tenta aplicar kiri gote. O atacante resiste ao kiri gote levantando o cotovelo (fotos A6 – 7). Em resposta a esta resistência, o defensor dobra o pulso do atacante e empurra para a frente ao mesmo tempo que roda o pulso para cima, perto da sua linha central (fotos A8 – 17). Dobrando o cotovelo permite ao atacante resistir ao derrube de kiri gote para a frente. Mas o defensor resolve a situação, mudando de puxar para empurrar torcendo, quebra a força resistente do atacante e vira-a contra ele, fazendo-o finalmente cair. Fazer o oponente cair virado para cima não se consegue com força bruta, mas antes por trazê-lo para a ponta dos pés destabilizando-o. Nota pg.208/9: Quando defensor tenta kiri gote, o atacante levanta o cotovelo e tenta manter a sua posição (foto 1). O defensor destabiliza a parte superior do corpo do atacante para trás, e derruba-o (foto 2). Nota pg.210: Kiri kaeshi gote é uma variante técnica usada quando o atacante levanta o cotovelo para conseguir resistir à aplicação de kiri gote. Depois de usar ambas as mãos para agarrar o braço do atacante, o defensor torce-o ao mesmo tempo que o trás para a ponta dos pés quebrando-lhe o equilíbrio. Kiri kaeshi gote é uma maneira de terminar kiri gote com um derrube com a cara virada para cima.
216: Morote kiri kaeshi nage (Ryuka ken) Não confunda com kiri kaeshi nage Kiri kaeshi nage é para usar quando está a tentar aplicar kiri gote mas o atacante larga-lhe o braço. Então agarra a palma da mão [i.e. a parte carnuda], e torce o braço dele para cima, roda e projecta-o. Pelo contrário, morote kiri kaeshi nage serve para lidar com um ataque como morote kiri kaeshi nuki, onde o atacante está a tentar torcer-lhe o braço para cima e para trás. De sankaku shuho aplique kake te, rodando radicalmente pelo atacante e fazendo-o cair. Hoje em dia existem duas formas reconhecidas para as pegas em kiri kaeshi nage. Na nossa sequência de fotos, o defensor entrelaça o braço direito com o do atacante, como em kiri gote, e usa a sua mão esquerda na mão esquerda do atacante como em oshi gote.
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Uma alternativa é que o defensor use uma pega do tipo kiri gote normal, aplicando ambas as mãos no braço direito do atacante. Em morote kiri kaeshi nage vemos frequentemente um defensor tentar fazer o derrube varrendo apenas o braço do atacante rodando, tendo o ombro como pivô, mas depois, ao constatar que a postura do adversário não foi quebrada, puxa-o ainda mais para o fazer cair. Mas – como em muitas outras técnicas – é importante não se fixar apenas na pega e na maneira de atacar o pulso. O importante é que está a trazer o atacante para uma posição em que ele falha. O pulso é o seu ponto de contacto. Tire-lhe o apoio e faça-o voar O primeiro ponto a ver quando executa morote kiri kaeshi nage é o timing do movimento do defensor para shuho. Ainda que seja um ataque morote, isto não significa que o atacante agarre com ambas as mãos exactamente ao mesmo tempo. Se fizer o shuho apenas quando ambas as mãos estiverem agarradas, na pior das hipóteses o atacante conseguirá torcer o seu braço para cima e para trás, e na melhor das hipóteses vai terminar em sankaku shuho, num jogo de forças – e assim é tarde de mais para lhe tirar a iniciativa e derrubá-lo. De uma posição natural, o defensor convida à pega. Um atacante posicionado em migi mae vai agarrar primeiro com o braço direito (fotos A1 – 6). Logo que o braço direito é agarrado, o defensor leva o seu corpo para a frente para o seu próprio braço, movendo-se para sankaku shuho. Mas não pára aí, e no momento em que o atacante aplicou a pega com as duas mãos o defensor já assegurou a sua posição de contra-ataque e aplica a sua própria pega. (fotos A6 – 11). Pode ver que este movimento do corpo e manipulação do pulso deixa o atacante com os braços esticados para cima, com ambos os calcanhares fora do chão. Nas fotos subsequentes o defensor pode ser visto imediatamente a atirar o atacante pelo ar, começando por atirar a cabeça do atacante para baixo. (fotos A12 – 20). Quando o atacante está na ponta dos pés, efectivamente ele está a ser suportado pelos braços do defensor. Ao baixar os seus próprios braços, o defensor pode subitamente deixar o atacante sem apoio, e assim derrubá-lo. O princípio aqui é que, desde que foi agarrado até fazer o derrube, o defensor executa morote kiri kaeshi nage sem parar, como se passasse pelo atacante ombro-a-ombro. Nota pg.216/7: O atacante tenta torcer o braço do defensor para cima e para trás (foto 1). Rodando o braço o defensor faz a pega: uma mão é aplicada como em kiri gote, a outra como em oshi gote (fotos 2, 2’). Nota pg.218: Morote kiri kaeshi nage é utilizado quando um atacante vai agarrar e torcer o braço para cima e para trás. O defensor usa sankaku shuho e então aplica kake te, mudando totalmente a posição e fazendo-o cair. O que finalmente derruba o atacante não é o “momento” dos braços a serem varridos, mas a maneira como o defensor baixa o seu próprio o seu tronco e retira então o apoio ao atacante.
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