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PrĂŞmio E mais:

É o momento de eleger os melhores entre os ases brasileiros de 2008

*Sit-and-go *Bahamas

Flop *BSOP


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EDITORIAL

UMA REVISTA DE

Editora Flop Ltda. Av. Angélica, 2.582 - cj.11 01228-200 - São Paulo, SP (11) 3237-3210 www.revistaflop.com.br flop@revistaflop.com.br Editor-Chefe Juliano Maesano Diretor de Arte Thiago Frotscher Estagiário de Diagramação Marcelo Dabus Revisão Jussemara Varella

A

brimos o ano de 2009 preparando o mercado do poker brasileiro para o que deve ser uma grande festa de reconhecimento: o Prêmio Flop. Estamos trabalhando a todo vapor para acertar detalhes finais da cerimônia de premiação, ao mesmo tempo em que nos movimentamos entre dezenas de novos projetos ligados ao poker. 2008 foi um ano muito importante com a conquista do primeiro bracelete de WSOP brasileiro, feito do paranaense Alexandre Gomes, mas nós, que trabalhamos com o poker há bem mais que um ou dois anos, esperávamos um crescimento mais contundente entre a sociedade brasileira. Grande parte das barreiras que intimidaram esse crescimento foi sendo derrubada mais ao final do ano, com maior exposição positiva do poker em dezenas de revistas, jornais e programas de rádio e televisão. Nesse ano que começa, a situação mostra-se mais promissora ainda: estamos sendo procurados por jornalistas e investidores querendo capitalizar suas marcas com projetos ligados ao nosso amado jogo e esporte. Da nossa parte, temos que continuar mantendo nossas normas, regras e padrões rígida e seriamente, evitando que um deslize particular ponha o trabalho de todos a perder. Essa é a nossa obrigação. Em nossas páginas, vocês poderão acompanhar todo o trabalho e os resultados de amigos e parceiros que seguem colocando o nome do poker de forma saudável perante a sociedade. Que 2009 seja tudo aquilo que esperamos!

Juliano Maesano Editor-Chefe maesano@revistaflop.com.br

Tratamento de imagens Marcela Banduk Colunistas André Akkari, Christian Kruel, Felipe Ramos, Gustavo Andrade, Igor Trafane, Isabelle Mercier, Ivan Santana, James Keane e Paul Wasicka. Impressão IGIL Publicidade Regina Capasso comercial@revistaflop.com.br (11) 3237-3210 / 7869-5800

Las Vegas Representation Office Mario Guardado marioguardado@hotmail.com +1 (702) 672-3144 Assinatura Pelo site: www.revistaflop.com.br ou envie pedido para: assinatura@revistaflop.com.br Flop é uma publicação bimestral. Distribuição gratuita. Tiragem: 15.000 exemplares. A revista Flop não se responsabiliza por opiniões e conceitos emitidos em artigos e colunas assinadas. É vedada a reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo sem autorização expressa.


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EDIÇÃO 11 – FEVEREIRO/2009

Foto: PokerStars/Neil Stoddart

S UMÁRIO

SEÇÕES 10 | CARTAS 12 | SHUFFLE UP 66 | GLOSSÁRIO 70 | SOCIAL

46 46 | BRASIL EM BAHAMAS Os Bons Resultados no PCA

56 | CHRISTIAN KRUEL Aplicando o Re-Steal

52 | PIONEIROS DO POKER O Sucesso do BSOP e CPH

58 | SPORTINGBET As Ligas Americanas

69 | POKER BENEFICENTE Jogadores Fazem Boa Ação

60 | MAIS EV Jogando Deep Stack

71 | CALENDÁRIO 73 | RANKINGS

CONTEÚDO

COLUNAS 14 | FEDERAL Controlando o Pote

28 | SIT-AND-GO FLOP A Batalha Online

16 | AKKARI Aprendendo com o Limit

36 | SUPERPOKER O Melhor Ranking do Brasil

18 | ISABELLE MERCIER Minha Atuação em Varsóvia

38 | PRÊMIO FLOP Saiba detalhes do evento

22 | FELIPE MOJAVE Grande Resultado no PCA

44 | JOGADORES AO MAR Vem aí o Tower Cruise III

26 | FULL TILT Fazendo Anotações no Online

64 | JURÍDICA Poker Online na Europa

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C ARTAS DOS L EITORES PREMIAÇÃO Qual o maior prêmio já pago em um torneio realizado dentro do Brasil? E qual o torneio com maior número de jogadores?

Maceió, AL

Cuiabá, MT

Bem, Flávio, o maior prêmio já pago no Brasil foi no LAPT do Rio de Janeiro, que teve 314 jogadores e um prize pool de mais de R$ 1,3 milhão, sendo que cerca de R$ 370 mil ficaram para Julien Nuijten, o campeão. Já o torneio com maior número de jogadores foi o Rio Poker Fest, com 506 jogadores. O paulista Rogério Whitaker, o “Pistola”, foi quem ficou com a maior parte dos R$ 750 mil, distribuídos a todos os que chegaram in the money.

RANKING

Vejo, com frequência, torneios realizados na América do Sul com participação de brasileiros, argentinos, uruguaios e outros. Existe algum ranking sul-americano de poker? Afinal, quero saber se o Hold’em é mais um esporte em que os hermanos são nossos fregueses!

Fábio Blota São Paulo, SP

Fábio, ainda não existe nenhum ranking sul-americano mas, pelos resultados mostrados, a briga aqui na América do Sul polariza-se entre Brasil e Argentina, com vantagem para o Brasil. Essa é a conclusão a que chegamos ao analisar resultados e nomes de expressão dos dois países. Os argentinos não possuem tantos nomes internacio-

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Existe no Brasil o hábito de dar gorjetas para os dealers? O que diz a etiqueta?

Renato Carneiro

Flávio Barraschi

ENVIE

ETIQUETA

Caro Renato, é muito comum, sim, que os jogadores tanto de cash quanto de torneios deem gorjetas aos dealers. No caso dos torneios, muitas vezes os finalistas chegam a um acordo e retiram parte do prêmio para uma caixinha aos funcionários. Já nas mesas de cash, o mais comum é que o jogador dê a gorjeta no momento em que ganha a mão. A quantia varia muito de jogador para jogador e do tamanho dos potes, mas o mais indicado, internacionalmente, é que você dê uma ficha da menor denominação presente na mesa em que joga.

do se quebra uma mesa inteira, todos os jogadores são sorteados para posições aleatórias nas mesas restantes. Quando se retira apenas um jogador de uma mesa, procuramos tirar o que está na posição de BB ou UTG, assim ele não será prejudicado em nenhuma posição que seja direcionado. É bom notar que o diretor tem autonomia para alterar o padrão, desde que haja boa razão para isso, como é o caso de torneios televisionados ou quando existem problemas pontuais entre jogadores em uma mesa.

PRÊMIO FLOP O Prêmio Flop ocorrerá todos os anos? Como eu faço para que meu nome seja considerado pelos jurados? Outra coisa, a festa de entrega é aberta? Eu quero muito assistir!

Marcos Mello Belo Horizonte, MG

nalmente reconhecidos, mas sempre conseguem bons resultados nos eventos locais, engrossando a disputa com os brasileiros. Entre nós, brasileiros, pode-se levar em conta o Ranking SuperPoker como o mais realista.

REGRAS Qual a regra oficial para quando, dentro de um torneio, um jogador deve ser movido de uma mesa para outra, para se equilibrar o número de jogadores em cada uma delas?

Carla Krepski Porto Alegre, RS

Aqui no Brasil, o mais comum é seguir as normas da ADTP – Associação dos Diretores de Torneios de Poker, Quan-

SUAS SUGESTÕES , INFORMAÇÕES E OPINIÕES PARA

Olá, Marcos. A ideia é que o Prêmio Flop cresça a cada ano, junto com o poker no Brasil. Uma lista de préindicados já se encontra no site da revista para que os leitores possam votar, incluindo um campo onde você pode escrever um indicado de sua preferência, clicando em “Outros”. Os nomes mais votados serão submetidos a um corpo de especialistas que dará o veredicto final sobre cada categoria. A festa ocorrerá em São Paulo, provavelmente em março. Será um evento fechado com convites muito disputados, e criaremos uma promoção pelo site para que nossos leitores tenham a oportunidade de fazer parte da comemoração. Você encontra mais detalhes na nossa reportagem especial.

flop@revistaflop.com.br

American Airlines, Bullets, Pocket Rockets, Pardais

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ATENÇÃO: LEITORES DA REVISTA A Revista Flop tem uma excelente notícia para seus leitores! Em decorrência de grandes negociações com nossos anunciantes, a distribuição da revista voltará a ser gratuita para todos os clubes, circuitos e torneios, assim como para os leitores que recebem seus exemplares no conforto de sua casa. Além dessa boa notícia, temos mais um ótimo sinal para o Mercado brasileiro de poker: fruto dos grandes acordos acima citados, a partir da próxima edição que celebra dois anos de sucesso, a de número 12, aumentaremos nossa tiragem impressa e dobraremos a distribuição da revista, chegando a 30.000 exemplares por edição. Fica uma pergunta: e aqueles leitores e amigos que já pagaram a assinatura anual por depósito, cartão ou boleto bancário? Bem, eles já estão sendo pessoalmente contatados para que a Revista Flop devolva seu investimento de diversas formas. É só escolher. Agradecemos aos muitos leitores que se tornaram assinantes pagos, acreditando no material de boa qualidade que nós procuramos entregar a cada dois meses. Tanto é que buscamos algumas formas especiais de traduzir esse agradecimento em forma de brindes e bônus extra para aqueles que assinaram a revista, além de devolver seus investimentos. Caso algum assinante ainda não tenha recebido nosso contato, pedimos que nos enviem um email para que possamos solucionar o método para sua devolução, através de assinatura@revistaflop.com.br. A Revista Flop está muito feliz de trazer esta notícia para a comunidade do poker brasileiro e conta com a colaboração de todos os leitores para que continuem divulgando a Revista Flop, que é o mais importante meio de comunicação do poker brasileiro.


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SHUFFLE UP AND DEAL

GRANDE RESULTADO

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ais um momento histórico para o poker brasileiro ocorreu com a vitória de Ricardo Ramagem, no segundo evento da série FTOPS XI do Full Tilt. O jogador de 22 anos, morador de Brasília, foi o melhor entre 1.428 jogadores no torneio Pot Limit Omaha Hi/Lo, de US$ 200 mil garantidos. Durante quase nove horas o brasileiro enfrentou um field dos mais difíceis. Se contarmos apenas os profissonais do Full Tilt que disputaram o título, foram trinta jogadores com nomes como Chris Ferguson, Mike Matusow, Chip Jett, Robert Williamson III e os brasileiros Leandro Brasa e Christian Kruel. Agora, Ramagem tem a honra de estar ao lado de Fábio “Deu Zebra” Monteiro, que também possui um título da respeitada série FTOPS no currículo. Fábio ganhou, em 2007, um desses disputados eventos, de PL Omaha com re-buys. Pela vitória, além do prêmio em dinheiro, o brasileiro ganhou um avatar personalizado do FTOPS, um casaco exclusivo e uma camisa edição especial do Full Tilt Poker. Parabéns, Ricardo Ramagem, pelo seu grande feito, que esperamos ter sido apenas o primeiro de muitos.

Leandro Balotin, o “Amarula”

LAPT Chile

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uitos brasileiros visitaram a bela cidade de Viña del Mar para mais uma etapa do Latin American Poker Tour. Com a torcida do amigo Alexandre Gomes, também de Curitiba, Leandro Balotin, o “Amarula”, ficou com a melhor posição da esquadra verde-e-amarela, conquistando um ótimo quarto lugar. Outro jogador brasileiro que obteve grande resultado foi Fábio Escobar, o “capinhabr”, ficando logo atrás de Amarula, em uma bela quinta colocação. A próxima parada da série latina acontece na cidade de Punta del Este, no Uruguai, iniciando no dia 18 de março. Muitos nomes de peso já conseguiram carimbar suas vagas através de satélites online, como Bruno GT, MestreFilipe e Rodrigo Seiji.


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POKER

AFTER DARK

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omeçou a ser transmitido, em fevereiro, a primeira temporada do conceituado programa Poker After Dark. A transmissão ocorre de segunda a sábado, a 1h30 da madrugada, com narração de Ivan Zimmerman e comentaristas convidados. As duas primeiras semanas tiveram Leandro Brasa e Juliano Maesano nos microfones, e Christian Kruel, Igor Federal e Raul Oliveira serão os próximos convidados. O canal por assinatura fechou contrato de seis meses, garantindo as primeiras temporadas da série e, dependendo do sucesso e da audiência, mais material sobre poker pode ter espaço na rede. O Poker After Dark traz seis jogadores mundialmente conhecidos disputando uma mesa única em que somente o campeão leva tudo. Cada jogador convidado entra com US$20 mil e o campeão leva todos os US$120 mil. Os vencedores dos primeiros programas foram ninguém mais, ninguém menos do que Gus Hansen e Daniel Negreanu.

Sit-and-Go Flop Conheça mais sobre o Sit-and-Go da Flop nessa edição. Como funciona? Simples! Nove jogadores serão escolhidos e vão disputar este single table,com as principais jogadas expostas,para que os leitores possam acompanhar esse torneio na revista. Dois leitores serão selecionados, por sorteio, para jogar contra cinco jogadores brasileiros e dois internacionais em um SNG Single Table Turbo online. Nesta edição os felizardos foram Marcio Guazzelli e Victor Vieira,que enviaram seu cadastro pelo e-mail sng@revistaflop.com.br com nome completo e telefone para contato. Não perca esta grande oportunidade para aprender com essas feras e mostrar aos leitores as suas estratégias!

Faça uma Pose - criado por Bobby Crosby – www.plusev.net

Brasa e Zimmerman

Interessados em comprar fotos que saíram na Flop, consulte-nos em flop@revistaflop.com.br


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COLU NA IGOR FEDERAL APOSTAR PARA CONTROLAR

O POTE

A importância de bloquear os movimentos dos seus adversários

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o último artigo da revista Flop abordei sobre como controlar o pote durante uma mão. Escrevi sobre como agir no pré e pós-flop para não aumentar demasiadamente o tamanho do pote e, consequentemente, não encarecer demais as apostas do turn e river. Essas técnicas de controle de pote servem para não se ver envolvido em uma situação em que coloque todas as suas fichas em risco de forma desnecessária, precipitada, e sem a certeza de possuir uma mão vencedora na hora do showdown. Acontece que, quando se fala de controlar o pote, a primeira sensação que se tem é que o jogador em questão

não deve apostar e tem somente que ficar pagando as apostas de seu adversário, dessa forma controlando a quantidade de fichas no meio da mesa e atingindo seu objetivo. Mas isso está longe de ser verdade. Muitas vezes, o ato de fazer uma aposta adequada – no momento e no tamanho certo – faz com que o pote fique menor do que se você ficasse somente pagando as apostas de seu adversário. Como sempre digo, é difícil ser profundo, em um curto artigo, ao tratar de temas que necessitam algumas dezenas de páginas para discutir todas as técnicas e exemplos possíveis. Mas sempre tento passar a mensagem principal, então vamos a ela.

Usaremos de exemplo a seguinte mão: Blinds: 100 / 200 Você – AmJm – 26.000 fichas Oponente – ??? – 31.000 fichas Você obviamente não sabe a mão de seu oponente, mas joga com posição sobre ele (age depois dele). PRÉ-FLOP: seu adversário aposta 500, você somente paga (o pote tem 1.300 fichas, contando os blinds) e tanto o small quanto o big blind dão fold. Seu adversário aposta 1.000 fichas (aproximadamente 3/4 do pote). O que você faz? Somente paga, para controlar o pote? Vamos ver as possibilidades, analisar as alternativas e fazer as contas.

FLOP:

CASO 1 Seu adversário aposta 1.000 fichas. Você só paga. Agora o pote vai para 3.300 fichas. TURN: aqui bate uma carta que em nada te ajuda (blank), seu adversário continua enfiando mais do que 2/3 do pote. Ele aposta 2.500 e você paga. Ele vai desconfiar seriamente que você está no flush draw, pelo seu comportamento. RIVER: há duas possibilidades neste momento. 1A – vem outra carta que não te ajuda. Seu adversário aposta 6.000 fichas e você larga facilmente. 1B – vem uma carta de espadas e assim você faz flush. Seu adversário, quase certo de que você acaba de formar uma mão vencedora, dá check. Você aposta 6.000 fichas. O call do seu adversário é irrelevante, mas seguramente você tem menos chance de ser pago jogando desta forma. RESUMO: gastou 4.000 fichas até o river. Perderá a mão de 60% a 70% das vezes. Quando acertar seu draw terá menores chances de ser pago.

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Cowboys, King Kong, Kangaroos, Ace Magnets, Kaká

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federal@revistaflop.com.br

tar novamente no turn e extrair mais fichas na jogada. Nesse caso, ele deixará você ver o turn e o river de graça. Para efeito didático, vamos supor que seu adversário somente pague seu re-raise. O pote vai para 6.300 fichas. TURN: bate uma carta que em nada te ajuda (blank). Seu adversário dá check, esperando a sua ação. Você pensa e dá check também.

CASO 2

S

eu adversário aposta 1.000 fichas. Você, ao invés de somente pagar, aumenta para 2.500. Seu adversário tem três grandes possibilidades: • Está apenas continuando a apostar sem ter acertado nada no flop (c-bet, com AQ, KQ, 44, etc). Nesse caso, o seu re-raise fará com que seu adversário dê fold e você ganhará as fichas ali, mesmo ainda não tendo nada. • Tem uma mão justa, mas também não é nenhum monstro (AT, TJ, 99, 88, etc). Nesse caso, seu adversário se sentirá bastante desconfortável para jogar o restante da mão, pois terá que arriscar muitas fichas com uma mão extremamente vulnerável. Ele tenderá a entregar o pote, na grande maioria das vezes. • Tem um “monstro” (trinca ou QQ, KK AA). Nesse caso, o seu adversário deve agir metade das vezes com re-raise. E você abandonará seu draw sem maiores problemas, gastando 3.000 fichas. Na outra metade das vezes ele somente dará call, tentando esconder o “monstro” que possui, para deixar você aposWWW.REVISTAFLOP.COM.BR

RIVER: novamente contamos com duas possibilidades. 1A – vem outra blank card. Seu adversário aposta 5.000 fichas e você larga facilmente. Afinal, você não tem absolutamente nada. 1B – cai o seu flush. Seu adversário, confuso com o que você possa ter, ainda acha valor na trinca dele e aposta. Nesse caso, um re-raise pequeno será seguramente pago. Ou então ele dá check, lamentando não ter apostado quando tinha certeza de que estava vencendo a mão. Nesse caso, você fará uma value bet no river, que seguramente será paga. RESUMO: você ganhará a mão 60% das vezes, arriscando somente 3.000 fichas e sem precisar ver o turn e o river.

O

utras 20% das vezes você perderá, mas gastará somente 3K em fichas. E, finalmente, ganhará outras 20% das vezes, mas com enormes chances de faturar um pote bem maior, caso sua carta entre, do que se você jogasse de outra forma. É claro que o grau de complexidade de uma mão como esta é muito maior do que aquilo que pode ser exposto em uma coluna. E se o flush já vem logo no turn? E se uma carta dobra no board? E se meu adversário me dá um re-raise (three-bet) tão pequeno no flop que continue me dando odds para buscar o meu

flush no turn e river? E se meu adversário dá somente call na minha aposta do flop, mas depois sai apostando no turn? E se bate um A ou J no turn ou river, que não me dá o flush mas me faz acertar top pair? Para piorar, e se você não tem posição sobre seu oponente? Sair apostando ainda é uma forma de controlar o pote? A resposta é sim, mas todas as suas decisões dali para frente serão muito mais difíceis, além de suas possibilidades de extrair muitas fichas dele num eventual “showdown” vencedor ficarem bastante restritas. Como sempre digo, uma mão, se quiser ser explorada à exaustão, compreende possibilidades de ação e possíveis comportamentos de reação que, se interpolados com um imprevisível número de fichas que pode ser apostado, pago ou não pago por cada um dos jogadores envolvidos em cada uma das quatro rodadas de apostas, se atinge um número de cenários a serem analisados impossível de se abranger.

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que estamos falando é de mensagens genéricas e de tendências de comportamento. Dessa forma o leitor pôde perceber que, muitas vezes, ao contrário daquilo que parece primariamente, apostar pode ser uma maneira interessante, inteligente e eficiente de controlar o pote, arriscar menos e obter maiores possibilidades de ganhos. No artigo passado mostrei como controlar o pote não apostando, não dando re-raises e não encarecendo o pote. Neste mostrei matemática e analiticamente como controlar o pote fazendo exatamente o contrário: apostando e dando re-raises. Mescle essas duas estratégias, sabendo usá-las de acordo com as circunstâncias certas e da forma correta, que o seu padrão de jogo se tornará mais completo e menos previsível, mais eficaz e, consequentemente, aquilo que todo jogador almeja: mais lucrativo. I

Igor “Federal” Trafane Presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH). FEVEREIRO | 15


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COLU NA ANDRÉ AKKARI

APRENDENDO COM

O LIMIT A importância dessa modalidade de Hold’em na vida do jogador

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e pensasse nesse título acima, há dois anos, eu nunca acreditaria que fui eu mesmo que escrevi esta coluna. Mas, realmente, o Limit Hold’em vem mudando a minha história como jogador e a minha percepção do jogo como um todo. Antes de começar a jogar essa modalidade, eu era um dos que tiravam muito sarro dos meus amigos que jogavam Fixed Limit, dizendo que o jogo era chato demais, que todo mundo dava call em todas as mãos e em todas as streets, e eu não conseguia me ver jogando esse tipo de jogo. O No Limit me parecia muito mais agressivo, muito mais adrenalizante, e com uma capacidade de variação de jogadas muito maior. Isso não chega a

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ser mentira, na minha opinião, mas a verdade é que no Limit Hold’em estratégia, perspicácia e a análise de informação são maiores do que em qualquer outro tipo de jogo.

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osso começar a explicar essa minha visão da forma mais simples: quantas vezes isoladas você blefa, a cada dez minutos, no jogo No Limit? Se você for um jogador médio ou avançado, tenho certeza de que a resposta será: poucas vezes! Já no Limit Hold’em, é bem diferente. A adrenalina vem em doses homeopáticas e potes menores, mas muitas doses a cada dez minutos. O poker é um jogo de informação e padrão. Primeiro você colhe todas as informações dos adversários, ou, pelo

menos, o máximo possível quando eles não estão jogando mãos contra você, para que, depois, quando estiver os enfrentando, você possa usar toda aquela biblioteca que criou, para ele na sua cabeça, contra ele próprio.

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ão existe jogo melhor para fazer isso, e treinar isso diariamente, do que jogando Fixed Limit. Nesse jogo, todos os jogadores sentados à mesa são máquinas de acúmulo de informações, e você desenha o raio x completo dos seus adversários em horas e horas de jogo, para depois jogar mais dois meses contra esses mesmos adversários e saber quais são os pontos fortes e fracos deles, tentando lucrar com isso. Jogando Limit você sabe perfeitamente quando um jogador é iniciante, quando um jogador é intermediário e quando ele é avançado pela forma que ele te ataca e pela forma que te traz para o jogo, tentando te induzir, mão após mão, a ganhar apenas mais um ou dois bets de você. O Limit Hold’em é também a maior escola para aprender o conceito de posição na mesa e entender a sua importância. Você consegue, depois de um tempo, saber realmente qual é o range de mãos

Ladies, Bitches, Mulheres, Minas, Siegfried and Roy

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aakkari@revistaflop.com.br

que vale a pena atacar ou contra-atacar de cada posição. Depois de jogar muitas mãos de Limit, você vai usar isso para o resto da sua vida em todas as formas e modalidades de poker. Você consegue ver na prática o que antes apenas ouvia os profissionais dizerem sobre posição, sobre com que grupo de cartas você deve sair para o jogo e, principalmente, você consegue ver, na pele, o poder de ter posição sobre um jogador.

A

cada uma das etapas da mão, como pré-flop, flop, turn e river, existem estratégias avançadas para maximizar o seu jogo. Ao adquirir experiência, jogando Limit, você consegue atuar em cada uma dessas streets de forma estratégica e cirúrgica. Nada irá lhe ajudar mais nesse ponto, até para o No Limit, do que essa experiência que adquire ao jogar o Fixed Limit. Qual é a melhor hora para o blefe, que hora você deve abandonar

WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

a mão, o momento de entregar os pontos e decidir apenas pelo call, tudo isso é aprendizado, e o No Limit é uma escola em que iria sair muito caro para aprender. No Fixed Limit você tem tudo isso à sua disposição por um custo muito menor.

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ara quem é fã do poker online, com o Limit Hold’em você aprende uma coisa muito importante, o tempo da aposta. Eu sei que muitos já sabem desta variável em todos os jogos online, da importância de se analisar o tempo de aposta de cada um dos jogadores, mas, em Limit, isso é elevado ao extremo. Com a análise comportamental do seu adversário em relação ao tempo, você cria padrões que serão lucrativos demais para você a longo prazo com aquele adversário, principalmente em mãos que seu adversário está muito forte, e você começa a identificar isso de forma clara e

passa a perder o mínimo possível, foldando mãos que você não vê os outros jogadores largarem normalmente, tudo isso apenas pela velocidade da aposta. É claro que você também começa a ver quem usa a velocidade como arma, e acaba machucando, com o tempo, estes jogadores também. Escrevi esta coluna com o intuito de convocar os brasileiros a conhecerem cada vez mais esta modalidade que parece chata e monótona, mas, na verdade, é a maior escola de poker que já tive. Li isso uma vez no blog do Negreanu e, até não testar na pele, eu achava um tédio jogar Limit, mas agora vejo por que o homem é o homem no poker mesmo, ele sabe exatamente o que está falando. I

André Akkari Membro do Team PokerStars e um dos maiores jogadores de Texas Hold'em do País. Seus resultados online e ao vivo crescem a cada dia, desde que decidiu se dedicar somente ao poker.

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COLU NA ISABELLE MERCIER MINHA ATUAÇÃO NO EPT DE

VARSÓVIA

Fechando o ano de 2008 com muita garra para alcançar bons resultados

É

um novo ano e um novo início para mim no mundo do poker. Eu obtive alguns grandes resultados nos últimos 12 meses, mas ainda tenho muito apetite. Há muita coisa que pretendo alcançar em 2009. E se puder construir em cima da performance do ano passado, esse pode ser o ano em que eu realmente faça o circuito pegar fogo. Eu viajo tanto que é muito raro ir a um lugar novo, então foi fantástico poder ir a Varsóvia para o EPT! Depois do Master Classics em Amsterdã, em que joguei muito bem e por pouco fiquei fora do dinheiro, eu fui direto para a Polônia. Eu havia ouvido muito sobre a cidade e

estava em boa forma, então estava muito empolgada para chegar lá.

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primeira noite em Varsóvia foi muito relaxante. Fui a um restaurante cinco estrelas chamado Belvedere, que foi incrível. Eu posso até viver da minha mala de viagens, mas sou uma grande apreciadora da boa comida e essa foi uma das melhores refeições que tive em toda a minha vida! Após o jantar fui direto para o poker room – eu queria ver os jogadores que iria enfrentar e o ambiente em que iria jogar. Era um local incrível. Muito pequeno e aconchegante. O cassino do Hyatt Regency não é imenso, mas eles colocaram todas as mesas de poker no fundo, o que tornou uma at-

mosfera muito intimista. Eu amo isso. Não sou fã de poker rooms enormes em que você fica espremida com mais 700 jogadores ao mesmo tempo. Também foi um torneio relativamente pequeno: 359 jogadores, incluindo 100 classificados pelo PokerStars. Se isso já foi bom, a estrutura então foi perfeita. Como profissional, às vezes você é obrigada a arriscar-se logo cedo se a estrutura é muito acelerada. Mas o EPT de Varsóvia conseguiu a estrutura perfeita, o que significou que os bons jogadores podiam ter calma e jogar o seu jogo.

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minha primeira mesa foi bem dura. Havia um bom jogador francês, Nicholas Levi, duas posições à minha direita. Diretamente depois de mim estavam dois rapazes suecos – e eu nunca gosto de ter suecos com posição em mim... esses caras sabem jogar! O primeiro era Jonas Molander, um rapaz muito simpático e um jogador impressionante. Logo ao seu lado estava Nikolas Liakos, que acabara de ganhar 170 mil euros no dia anterior, terminando em quarto lugar em Amsterdã – então eu imagino que ele estava se sentindo muito bem! Isabelle consegue tempo para conhecer melhor a cidade

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Jokers, Hooks, Ganchos, Anzóis, Jay Jay

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all-in. Eu realmente queria uma resposta dessa vez. Ele deu fold imediato, então tive a minha resposta: foi um belo raise da minha parte. Daí a mesa quebrou, com cerca de uma hora, apenas, para o fim do Dia 1. Eu estava triste. Estava me divertindo muito jogando com esses rapazes. Eu ganhei umas duas mãos ao final do dia, na nova mesa, e passei para o Dia 2 com um stack bem decente.

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omprovando meus temores, Jonas era muito agressivo e os outros jogavam muitíssimo bem. Foi um tamanho desafio e eu realmente aproveitei o tempo ao jogar com todos eles. Na primeira mão do dia recebi 6m7m em early position, com blinds em 25/50. Aumentei para 150 e recebi um call, com posição, de um jogador supersuper tight. O big blind também pagou e o flop veio com Q84 e uma carta de espadas. O bb deu mesa, eu apostei 250 e o jogador tight deu instafold. O big blind então aumentou mais 250 e eu paguei – imaginei que ele estava apenas me testando. O turn foi virado, um 3m. Ele aposta 1.200 e eu paguei – eu tenho muitos draws nessa mão, então nunca tive dúvida. O river trouxe o 2m e eu acertei meu flush. Ele aposta 1.800. Agora eu penso “quantas fichas eu consigo extrair dele?”… Então aumentei mais 3.000 e ele pensou por muito tempo até dar fold. Talvez devesse ter apostado um pouco menos para atraí-lo, quem sabe se ele tinha mesmo uma mão ou estava só blefando o tempo todo... Um pouco mais tarde, os blinds estavam em 100/200 e Nicholas Levi dá call WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

uando cheguei no segundo dia, a Suécia estava lá de novo! Não Jonas e Nikolas, dessa vez, mas Patrick Martensen, que estava sentado a duas posições à minha esquerda. Ele é outro cara muito legal. Nós conversamos por horas sobre estratégia e nos divertimos demais à mesa – assim era VarIsabelle e Marcin sóvia, um grande prazer em estar lá. Horecki na coletiva Na primeira mão, com blinds em em middle position. Eu também pago a 300/600 e ante de 75, eu já me enconaposta, em posição, com 22. Os dois trei com AQo no botão. Um jogador blinds – os suecos – ficam na deles. O flop em middle position, com cerca de 12.000 traz 366 e check, check, check e check. O turn à sua frente, aumentou para 1.800. Eu é um 2, e como eu amo essa carta. Ni- fiz tudo 5.100 e sabia que se ele mocholas aposta 500. Eu sei que ele está vesse all in com mais 7.000 eu certaroubando, tentando levar o pot ali mes- mente pagaria. Imaginei que ele tinha mo, então eu brinco com ele um pouco e um kicker pior – um 7, 8, talvez um J, ou aumento o mínimo – e ele paga. O river um par médio ou pequeno. Eu tinha traz um 5, que me deixa muito feliz. Ele muita certeza de que ele iria largar. Mas dá mesa, eu aposto 2.500 e ele paga! Eu ele não largou. Ele entrou de all in com não sei o que ele tinha e, como eu ganhei AK e conseguiu segurar, então perdi o pot e ele muckou,eu nunca saberei, mas 12.000 na primeira mão do dia. ele parecia pensar que tinha chance de Na mão seguinte recebi KQo no cut-off. estar ganhando o tempo inteiro! Todo mundo foldou. Eu aumentei para 1.725. O big blind pagou e o flop veio com lguns níveis mais tarde eu au- um J high, todos naipes diferentes. Decidi mento do cut-off para 900, com dar mesa. Em 95% das vezes eu não faço KQo, e Jonas – logo atrás de isso, mas em alguns momentos faz sentimim – faz tudo 2.400. Isso não era inco- do, especialmente quando você sente que mum. Ele estava jogando um poker vai levar um check-raise – e daí tem que agressivo e nós dois estávamos dando largar e mostrar fraqueza. O turn trouxe raises um no outro o dia todo! Todo outro lixo qualquer e o big blind deu mesa mundo foldou. Então decidi pagar a de novo. Eu não queria dar outra free card aposta. O flop trouxe AQ e um lixo, tudo a ele, então apostei 5.000. Eu só tinha de paus. Dei mesa, Jonas apostou 2.600, 8.500 no meu stack, então estava praticaeu aumentei para 7.000 no total, saben- mente me comprometendo com a mão. do que ele tinha 9.000 para trás. Eu esta- Ele largou as cartas, então o meu check no UU va praticamente forçando-o a entrar de flop acabou sendo uma ótima saída.

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COLU NA ISABELLE MERCIER Pouco tempo depois, algo mágico aconteceu com meu big blind. Eu olhei para baixo e vi um par de ases! Eu tinha apenas 14.400. O cut-off aumentou para 2.200. Pensei em me segurar e aplicar um slowplay, mas não pude me conter e acabei entrando de all in. Ele pagou com QQ, mas meus ases seguraram. De repente eu estava em ótima forma e jogando muito bem. Um pouco depois, eu me encontrei com AK no botão. Havia um jogador muito loose, um russo, que deu call do UTG. Nessa hora os blinds estavam 800/1.600 e ainda havia um jogador novo à minha direita, uma espécie de palhaço, que fez tudo 8.000. Eu entrei de all in com os 20.000 que eu tinha a essa altura – e todos largaram –, então consegui muitas fichas de graça.

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s blinds subiram para 1.000/2.000 com ante de 200. Todo mundo foldou e eu, que estava no small blind com J9o, percebi que essa era uma mão importante para mim. Eu apenas paguei e o big blind deu mesa. O flop trouxe J75 com duas espadas. Apostei 3.000. Foi uma aposta fraca, mas fiz isso de propósito. Eu havia feito isso umas duas vezes com cartas piores e fui forçada a largar, então imaginei que poderia atraílo dessa forma. Funcionou. Ele aumentou para 10K. Eu instantaneamente movi all in com meus 33.000 restantes. Houve apenas um problema: ele pagou na hora! Eu entrei em pânico por um segundo. Achei que ele tinha um J melhor que o meu, mas ele estava indo para um flush draw e uma broca de sequência. – e nenhuma bateu. Então eu dobrei e estava novamente em ótima forma. Logo eu já estava dentro do dinheiro e indo para o Dia 3. No início do dia seguinte éramos 27 jogadores e iríamos jogar até cair o 9º e chegar à mesa final. Logo na primeira mão do dia eu estou no big blind e recebo QQ. Arnaud Mattern, à minha direita, no small blind, aumenta. Eu dou re-raise, ele pensa um pouco e larga. Na outra ór20 | FEVEREIRO

cio da mão ou até mesmo depois da minha aposta no final, mas quem se importa – eu continuava aumentando o meu stack.

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bita eu recebo AK e a mesma coisa acontece. Todo mundo dá fold e ele aumenta de novo do small blind. Eu entrei de all in. Ele pensa um pouco e larga novamente sua mão! Eu achei que ele ia se irritar e pagar, mas ele ficou calmo.

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oucas mãos depois, eu aumento de early position com 88. Novamente, sem ação. Estava sendo ótimo. Construía o meu stack gradualmente, mas estava indo bem. Mais ou menos uma hora depois, eu me vi no small blind com A4o. Todo mundo foldou e eu só completei: o big blind não tinha mais muitas fichas e eu não queria assustá-lo. Ele deu mesa. O flop trouxe um A. Eu realmente não imaginei que ele iria me pôr com um A, já que eu apenas completei pré-flop, então dei mesa. Achei que poderia armar uma para ele, mas ele também não apostou. O turn trouxe um K. Outra vez dei mesa, esperando uma aposta. E ele... mesa... Eu não consigo envolver esse cara! O river traz um jacaré qualquer, e eu finalmente aposto 6.500 – para ele pensar que eu estou roubando o pote. Finalmente, ele paga! Ele tinha um K, que me surpreendeu. Com tantas poucas fichas, foi estranho ele não ser mais agressivo no iní-

ogo depois a nossa mesa quebrou. Eram apenas duas mesas que restavam – e novamente me vi contra Arnaud Mattern, só que agora ele estava muito short-stacked. Ele entrou de all in do UTG. Eu sabia que ele faria isso se achasse qualquer coisa decente na mão, ou mesmo sem nada. Ele seria o próximo big blind e acabara de ficar sem fichas. Eu abri um 88 e paguei. Ele tinha 69o mas conseguiu achar um 9 no flop e mais um no river… então acabou levando metade do meu stack naquela mão! Agora os dois estavam numa pior. Poucas mãos depois ele voltou a entrar de all in de early position. Eu estava no big blind com KQo e dei instacall. Tinha certeza de que ele faria aquilo com qualquer coisa e senti que tinha cartas decentes. Ele mostrou AJ, só que, dessa vez, eu achei um K no flop e sou favorita. E daí acontece que ele faz uma sequência mágica no final e me elimina na 16ª posição! Eu fiquei muito desapontada. Estava jogando bem e ganhando os potes, mas acabei batendo de frente contra dois pesadelos! Pior ainda foi que tive que voar logo cedo na manhã seguinte para outro torneio em Vancouver, então nem pude ficar para torcer pelo meu amigo Dario Minieri, na mesa final. Ele terminou em 3º lugar e ganhou mais de $150 mil, então eu estava muito empolgada por ele. Espero que, neste ano, os amigos do Team PokerStars tenham uma chance de torcer por mim em uma grande mesa final. Me diverti muito em 2008, mas este novo ano será maior. Eu melhorei bastante nos últimos 12 meses, e a minha hora está chegando. Eu posso sentir. I

Isabelle “No Mercy” Mercier Nascida em Victoriaville, Canadá, é uma das principais jogadoras de seu país e membro do Team PokerStars. Isabelle morou em Paris, onde trabalhou no poker room do Aviation Club de France.

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GRANDE RESULTADO

NO PCA Com jogadas bem pensadas, consegui garantir meu terceiro ITM em cinco EPTs

aí pessoal, como estão vocês? Nesta edição vou escrever sobre como foi o meu torneio no PCA, que ocorreu no começo de janeiro nas Bahamas. O Main Event teve buy-in de US$ 10 mil e contou com cerca de 1.400 jogadores, incluindo a nata da nata do poker mundial, ou seja, todo mundo estava lá. Foi o maior torneio já realizado fora dos Estados Unidos na história. Com stack de 20K em fichas e blinds começando com 50-100, o torneio tinha uma estrutura muito boa, pois os blinds subiam a cada 75 minutos, significando que o torneio teria duração de cinco dias. Dos cinco dias, tive a felicidade de participar de quatro deles e terminar na 22ª posição, restanto apenas três mesas e sendo eliminado, classicamente, com AA. Vou contar para vocês como joguei o torneio de forma resumida e detalhando algumas mãos importantes. Comecei em uma mesa muito tight, sendo que o jogador à minha esquerda era Poorya Nazari, o canadense que foi o campeão desse PCA, um jogador ultratight. Sendo assim, logo que identifiquei a mesa comecei a jogar muitos potes, o que era a minha estratégia original e, assim, consegui um belo upgrade para 27K no primeiro nível de blinds. Na volta do intervalo me envolvi em uma mão contra um jogador bem conhecido do online, TheOmaholic, e perdi em torno de 15K em fichas. A mesa rodou em fold e eu, no botão, abri raise de 2,5x com A 8 . Omaholic,no big blind, dá call. O flop vem AQ7, o que teoricamente é um bom flop para mim. Ele pede mesa, eu disparo 2/3 do pote e recebo call instantâneo. O turn é um 2 , que me deixa agora com o redraw

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do flush, pois a Q também era de ouros. Mais uma vez ele pede mesa e eu resolvo apostar 1/2 pote, pois, se eu achava que já estava na frente na mão com top pair, agora com o flush draw não tinha por que temer o river. Um T vem no river e, depois de pensar um pouco, ele sai apostando o pote. Uma aposta muito forte. Não consegui definir uma mão para ele, o que me fez pensar que ele estava floating em cima do meu raise no botão e, então, ele teria que apostar forte no river. Dificilmente ele teria KJ e acertado o straight no river, e seria bem improvável ele dar dois calls atrás da broca (gutshot). Também achei muito difícil ele ter uma trinca dando check-raise no flop e check-call no turn. Seguindo este raciocíno, dei o call e ele tinha KJ. Fiquei muito furioso, pois ele realmente estava floating e eu estava completamente certo. Ele deu muita sorte, pois eu tinha o flush draw e se o T viesse no river iria trazer muitos problemas para ele. Depois desses três outs, caí para 12K em fichas e, na mão seguinte, puxei 5K, terminando o segundo nível com 17K. Os blinds voltaram 100/200 ante 25 e eu, no small blind, recebi AQo. Depois de um raise de 550 com quatro calls, resolvi dar reraise para 2.100. O jogador que estava no

botão foi o único que resolveu dar call (ele era o big stack da mesa com 45 mil fichas). O flop veio A75 com duas cartas de copas e eu tinho cartas pretas. Resolvo sair apostando 3.700 e ele prontamente me dá call. O turn é um 2 preto e resolvo dar mesa com cerca de 11,5K no stack, frente a um pote de 14K. Ele pede mesa também. O river é outro 5 e o bordo fica assim: A7525. Me senti bem no river e pensei que, se fizesse uma aposta por valor, possivelmente seria pago, mas, se desse all in, não seria. Portanto, apostei 3K, até porque não acreditava que ele pudesse apostar no river. Para minha surpresa, assim que minhas fichas caem na mesa ele me pede a contagem de quanto sobra no meu stack. Eu tinha 7,5K para trás e ele anuncia raise para 12K. Eu juro por tudo o que é mais sagrado que, na minha concepção, não existia uma mão com que ele pudesse estar ganhando de mim. Parei para pensar mais um pouco e anunciei meu all in, que era pouca coisa a mais do que ele apostou, cerca de 1,5K num pote de mais de 30K. Quando voltei all in, percebi uma certa hesitação do cara em pagar o restante, mas, como o pote era giganFotos: PokerStars/Neil Stoddart

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Phil Hellmuth, Wayne Gretzky

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te, ele tinha que dar call e mostrar o par de 6 que ele segurava. Eu mostrei orgulhoso o meu AQ e puxei um pote lindo, que me deixou numa situação muito confortável.

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om mais fichas, meu jogo evoluiu bastante e cheguei a 55K. Foi quando Jordan Kickz, jogador bem conhecido do online, foi movido para a minha mesa, no UTG. E nesta primeira mão ele abre raise, no blind 300600, para 1.700. Eu, no UTG+1, tenho A K e anuncio re-raise para 5.100. A mesa roda em fold até Jordan, que me conhece bem do online. Ele pensa por uns dez segundos e dá outro raise para 22K. O detalhe é que Jordan tem 65K em fichas e eu tenho pouco mais de 50K, no total. Essa mão é muito complicada, pois sei que ele pode estar fazendo um grande move com qualquer suited connector, achando que eu estou lhe dando as boas-vindas à mesa. Essa possibilidade é muito maior do que ele sentar à mesa e receber AA ou KK. Nesse momento pensei que, se ele tivesse AK ou QQ, seria bem provável ele dar fold se eu voltasse all in (o pote já era maior do que a média do torneio). E, olhando para ele, empurrei todas as minhas fichas para o centro da mesa e falei: “É, parece que você tem um par muito grande e, uma vez que você ‘quadribetou’, eu acredito que você não ‘folda’ mais”. Ele fez uma cara feia, do tipo: “Acho que ele quer call, mas eu não vou jogar fora isso aqui”. E, assim, ele deu o call e abriu QQ. Nesse momento, passou um grande filme na minha cabeça, do EPT de Barcelona que disputei alguns meses atrás, em que fui eliminado na bolha com AK x QQ, e a situação aqui era a mesma: ou ficava gigante ou ia embora para casa de bolso vazio. Clássico. O torneio parou para assistir a um pote de mais de 110K em fichas, que criaria um monstro de mais de 180 big blinds! O flop vem 889 com duas espadas e eu “flopei” um flush draw com overcards, gritando bem alto e acordando o salão: “Essa é minha! One Tiiiiiiime!” O turn é um 6 vermelho e o river é outra carta vermelha, mas é o A ! “É tudo nosso!” – como diria meu WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

amigo Bruno Foster. E como a Alê Braga torceu para mim nessa mão! Ela estava ali do lado chamando o Ás e ele veio. Daí para frente foi fazer o que eu mais gosto de fazer: jogar mais solto que o arroz da vovó. E foi vendo muitos flops e pressionando os adversários que cheguei aos incríveis 360K em fichas e terminei o Dia 1 como chip leader do PCA, com uma média e meia de vantagem frente ao segundo em fichas. A média era em torno de 75K.

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omecei muito agressivo no Dia 2 e, em um blefe mal-sucedido, caí bastante em fichas, mas ainda tinha mais que o dobro da média. E foi numa mão perigosa que ganhei um bom pote. James “mig.com” Mackey, jogador muito forte do live e online – campeão do WCOOP de US$ 2 milhões garantidos no ano passado –, foi transferido para a minha mesa. Ele abriu raise do cut-off, sendo que o small blind deu call e eu com T 5 completei no big blind. O flop veio 8 8 6 . Dei check e ele apostou 22K num pote aproximadamente com 30K. O small folda e eu dou re-raise para 50K. No momento tenho 200K e ele 125K no stack. Ele pensa bastante e, olhando fixo para o meu rosto, faz o call. Agora tinha certeza absoluta de que ele estava flutuando em posição, pois eu tentei ‘comprar’ o 8 do big blind e ele, inteligente como é, não botou fé no meu re-raise. O turn foi um 2 e demorei muito pra tomar minha ação. Oras, já que ele estava flutuando, na minha concepção, se dou mesa ele vai atirar muito forte, comprometendo-se com o pote, e talvez vá de all in, e não seria possível pagar a aposta dele com T high! (lol) Seguindo este raciocínio, resolvi arriscar e confiar também na minha capacidade de dar outplay em jogadores muito fortes. Foi o que fiz. Apostei 100K praticamente colocando ele em all

in e vi ele dar o fold mais rápido da história. É óbvio que eu mostrei o blefe para desestabilizá-lo, e foi justamente o que aconteceu. Na próxima mão ele foi de all in com 30bb no cut-off. Mark Seif anunciou all in por cima com AQs e o pegou dominado com KQo, e foi o fim do torneio para ele. Confesso que foi uma jogada de muita coragem mesmo, e, para jogar bem nesse tipo de torneio e ter chances reais de vencer, é esse tipo de fera que a gente vai ter que enfrentar na mesa, não tem molezinha, não. No último nível de blind, eliminei outro jogador com AK x AQ e quebrei um AA com QQ em um pote de 120K (briga de blinds). Passei o Dia 2 na quarta colocação, com 653K em fichas. A média estava em torno de 250K.

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início do Dia 3 foi muito bom, quando eliminei dois jogadores logo de cara e cheguei perto de 1 milhão de fichas. A jogada que me impulsionou para esse stack foi a seguinte: cut-off aumenta 3x e dou call no botão com AA, visto que o small e big blind eram dois shortstacks que estavam em all in FEVEREIRO | 23


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Dia 4 começou bem turbulento e fui sendo consumindo pelos blinds, pois estava bastante pressionado pelos big stacks e sem cartas boas. Numa bela jogada com 9 7 contra Benny Spindler, recuperei meu stack para 550K quando a média era 1,3 milhão. Spindler subiu do cut-off e dei call. O flop veio 2 3 8 e ambos deram mesa. O turn veio com um 6 , me deixando straight e flush draw. Pedi mesa novamente e ele apostou 40K em um pote de 60K. Dei call e vi um 5 no river me dando o nuts. Depois de enrolar muito, apostei 120K e fui prontamente pago por Benny, que deu muck. Com 22 jogadores restantes e pouco menos do que a metade da média, encontrei uma grande situação para dobrar: Benny tinha cerca de 1,8 24 | FEVEREIRO

milhão em fichas e entrou Kevin Saul, mais conhecido como de limp do UTG. Em middle BelowAbove position, olho minhas cartas e encontro AA. Com blinds em 12K-24K e ante 2K, dei raise para 91K, fazendo uma aposta pré-flop um pouco mais alta do que o normal para que, se ele quisesse me dar call com qualquer par baixo ou suited connectors, não tivesse odds nem posição, e também não teria implied odds, pois sobraria com 450K em fichas em um pote de 200K, com o stack dele em 1,7 milhão. Mesmo assim, ele resolve dar o call. O flop vem J64 com duas cartas de copas e Chen abre apostando 110K. Parei para pensar que tipo de mão ele poderia ter para somente dar call pré-flop e sair apostando nele. Cheguei à conclusão de que ele poderia saga de bons resultados póster um par médio, AJ ou até mesmo um WSOP continua. De quebra, fiz flush draw, me colocando em AK e achanos comentários da mesa final do que me tiraria da mão com a aposta. em espanhol, no dia seguinte, no EPT avia também a possibilidade de live, em que meu amigo Alexandre Gouma armadilha, dando só call mes estava lá e terminou na quarta copré-flop com KK ou QQ. Depois locação, trazendo mais um belíssimo de pensar por dois minutos, anuncio all resultado para o Brasil. in de 450K. O pote já tinha em torno de Queria agradecer a força de todos os 350K e achei que essa era a melhor de- brasileiros que torceram demais e, além cisão, sabendo que poderia tomar call das de parabenizar o Alê Gomes por mais mãos que eu previ. Para minha infelici- um belo resultado, mando também um dade, ele me dá um call rápido e abre trin- abraço para meus amigos Leandro Braca de 4. Só me restava saber se aparece- sa e João Marcelo, que chegaram ITM ria aquele Ás que vemos bater toda hora no torneio, Eduardo Sequela, que caiu no river, ou running copas (duas cartas de na mesa semifinal do evento de 2K, e o copas para o flush, pois tinha o A ). O Flávio Imamara, que ficou em quarto bordo não me ajuda e sou eliminado na lugar nesse mesmo evento. 22ª posição. Foi frustrante demais para Muito obrigado a todos, podem avimim essa queda, pois fiz um torneio sar que, ano que vem, teremos mais bramuito bonito, sempre recheado de fichas sucas fazendo a festa nas ilhas parae mandando nas mesas, mas, ao mesmo disíacas do Caribe! tempo, estou muito feliz com o resultado. Felipe “Mojave” Ramos Foi o meu quinto EPT e o meu terceiro É o primeiro brasileiro a conquistar três ITM, lembrando que fui bolha em Barpremiações em cinco etapas do EPT e celona quando entrei de all in com a pretende jogar mais dois eventos da série no ano de 2009. média em fichas. Foto: PokerStars/Neil Stoddart

mode. A armadilha para eles não deu certo e o flop veio 369 rainbow. O jogador deu check e eu apostei meio pote. Ele deu call e um K bateu no turn; novamente ele deu mesa e eu apostei outra vez meio pote tentando irritá-lo ou mesmo fazê-lo me pagar com qualquer par. Para minha surpresa, ele deu re-raise all in e paguei na hora. Ele abriu KQ e eu AA. Nada no river e fiquei com um bom stack para suportar a pressão do Dia 3. Contudo, em uma mão muito bem jogada por Max Pescatori, me vi obrigado a dar fold e cair para 350K. Após essa mão, fiquei em situação de alto risco no torneio, pois a média era de 600K e, apesar de ter cerca de 35 bb, na minha mesa Benny Chen tinha eliminado Eric Liu e o Kevin Saul (BelowAbove) tinha eliminado Max Pescatori, e ambos ficaram com aproximadamente 2,5 milhões de fichas, e eu estava esmagado entre eles. Sem medo, voltei all in duas vezes no BelowAbove e levei os potes. Dei um call em posição com K Q contra ele e ganhei outro belo pote quando Q 8 3 veio em um flop todo vermelho e eu só com cartas pretas. Ele apostou forte e dei call. No turn bateu um 5 preto, ele deu mesa e fui de all in. Depois do fold dele fiquei com 600K fichas e estava classificado para as últimas quatro mesas do torneio, ou seja, estava entre os 32 finalistas do próximo dia.

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COLU NA FULL TILT FAZENDO ANOTAÇÕES NO

ONLINE

Saiba como transcrever a maneira de jogar de seus oponentes na internet

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uando você está jogando poker ao vivo, as únicas anotações que você pode fazer – ao menos disfarçadamente – são notas mentais. Já no poker online você recebe uma tremenda oportunidade que não existe no jogo live. É importante você tirar vantagem disso e manter uma lista de anotações sobre seus adversários. E, se vai fazer isso, você tem que fazê-lo direito. Isso significa que você deve incluir detalhes importantes para que suas anotações tenham relevância quando precisar delas mais tarde. Uma coisa que muitos jogadores de poker não percebem é a importância de incluir a data. Eu sempre digito a data ao lado da minha anotação sobre um jogador porque, se eu topar com essa notinha ao jogar contra ele seis meses depois, eu sei que devo seguir com cuidado, já que o estilo de um jogador pode variar bastante nesse intervalo de tempo. Por outro lado, se eu jogar com ele alguns dias depois, tudo indica que o seu jogo não deve ter melhorado demais em poucos dias. Na primeira vez que eu observo alguma característica específica em um jogador, eu coloco um ponto de interrogação após a anotação. Então, se perceber alguém tentando blefar com King high depois que deram check duas vezes, eu posso escrever algo como: “É só dar corda a esse jogador que ele não se aguenta?” Já que estou baseando a anotação apenas em uma mão que ocorreu, uso a interrogação. Se notar esse jogador blefando assim mais duas ou três vezes, eu apago o ponto de interro-

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gação. Só porque você vê algo uma vez, não quer dizer que é uma marca constante do estilo de jogo de alguém.

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ambém é muito importante que você faça suas anotações o mais detalhadamente possível. Algo como “esse jogador não tem ideia de como jogar contra shortstacks” é um bom começo, mas você deve seguir com coisas específicas, para que a anotação tenha peso quando precisar dela mais tarde. Você deve adicionar mais informação, como: “Deu call em raise de $ 70 de um shortstack fora de posição com 44 e deu check-raise all in em flop com três overcards e sem draws”. Uma anotação dessas já diz tudo. Uma coisa que eu sempre anoto é sobre qualquer jogador que paga o blind na hora em que sentam na mesa de cash game, em vez de esperar um pouco até o big blind chegar nele. Eles estão mesmo com toda essa pressa para jogar uma mão? Colocar um blind fora de posição é uma jogada terrível, especialmente UTG. Passa a sensação de impaciência. Eu prefiro escrever uma nota e incluir o tamanho do seu stack, algo como: “Postou blind em segunda posição com um stack de 20BBs”. Isso me fala muito sobre a impaciência desse jogador. Claro que há sempre os dois lados em todos os aspectos do poker: lembre-se de que os outros jogadores também podem estar escrevendo anotações so-

colunas@revistaflop.com.br

bre você. Isso é uma ótima razão para que você sempre esteja mixando o seu jogo. É crucial que você saiba adaptar o seu jogo, especialmente online, pois as pessoas estão procurando por padrões muito mais do que no jogo ao vivo. Se você for pego blefando e perder algum dinheiro, não é sempre uma coisa ruim. Se você acha que seu adversário prestou atenção na jogada e pode ter feito uma anotação sua, use esse conhecimento contra ele. Deixe-o imaginar que você é agressivo e depois faça com que pague seus value bets quando você tiver uma boa mão. Você pode até criar notas de como acha que certo adversário enxerga o seu jogo, isso é um exemplo de quão avançado e detalhado o sistema de notas pode ser. Comece fazendo anotações simples das tendências dos seus adversários. Se você incluir os detalhes certos, será recompensado em potes futuros contra esses jogadores. I

Paul Wasicka Ganhou mais de US$6 milhões como vicecampeão do Main Event da WSOP no ano de 2006, quando Jamie Gold foi o vencedor. Fez também uma mesa final de etapa do WPT, em 2007.

Sunset Strip, Walking Sticks, Bengalas 7

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esta nova seção da revista, vamos descrever e debater as principais jogadas do SNG turbo promovido pela Flop e realizado no Full Tilt Poker. A intenção é passar estratégias, na prática, de como jogar este tipo de poker para os nossos leitores, pois muitos profissionais começaram assim e, para quem é profissional dos SNGs, pode-se notar que é uma modalidade bem lucrativa. Para realizar este sit-and-go foram convidadas nove pessoas que disputaram um torneio turbo na modalidade NL Hold’em, com os blinds aumentando a cada cinco minutos e começando em 30/60. Cada jogador tem um stack inicial de 1.500 fichas, e a premiação é dividida entre os três primeiros colocados. O jogo teve duração de 59 minutos. Conheça os jogadores participantes e suas colocações:

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1º Hellzito – William Arruda. Jogador regular de Sit & Go Turbo entre $ 27 e $ 60 até 20 mesas. 2º DecanoBR – Thiago Decano. Jogador regular de torneios turbo de dez mesas, migrou para os MTTs live e online. 3º victorbvieira – Victor Vieira. Leitor convidado da Flop, joga poker há quase um ano e costuma frequentar os SNG de $ 1 a $ 3 e torneios de $ 1. 4º caiodream – Caio Brites. Jogador regular de SNG turbo de stakes entre $ 27 e $ 60 até 20 mesas. 5º harryy88 – James Bordovski. Jogador inglês regular de cash game online NL1000 até 12 mesas. 6º sampson724 – Joe Banks. Jogador americano, conhecido também como "ender555", profissional online de MTT altamente respeitado. 7º pitaoufmg – Peter Mercini. Jogador regular de SNG entre $ 18 e $ 60 de até cinco mesas. 8º FELIPE_MOJAVE – Felipe Ramos. Conhecido jogador regular de MTT e cash game live e online. 9º GUAZZELLI – Marcio Guazzelli. Leitor convidado da Flop.

Kicks, Route 66

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MÃO 1 Blinds 30/60 e victorbvieira abre mini-raise do UTG e harryy88 no UTG+1 dá re-raise para 225. Mesa roda em fold até o UTG que dá fold também. victorbvieira: Recebi 77 e, como estava no UTG, fiz um miniraise para sentir a mesa. Quando harryy88 voltou re-raise resolvi largar a mão, pois não estava disposto a comprometer meu stack na primeira mão por um par de sete. harryy88: Esta jogada é bem comum, ou seja, jogadores optarem por mini-raise em SNGs turbo. Como estava com uma mão forte, grupo 1 (AKs), dei um re-raise bem considerável de 3,75x sobre o raise do UTG, ou seja, se ele resolvesse me pagar fora de posição, não teria odds, e já demostrei que se ele voltasse all in eu pagaria.

Guazzelli vai all in, das 855 fichas restantes, recebendo instacall de Victor. Um 9 no river não ajuda Guazzelli, que é o primeiro eliminado do SNG. victorbvieira: Aumentei a aposta no pré-flop em 3BB, apostando num flush ou straight. Com o re-raise do Guazzelli, achei que ele estava tentando roubar a mesa e paguei para ver o flop. Com a trinca que fiz, sabia que estava com a melhor mão da mesa, então resolvi apenas pagar os 390 do Guazzelli, para tentar tirar o máximo de fichas dele. No turn ele deu all in e eu sabia que tinha acertado o A ou estava tentando roubar o pote. Paguei instantaneamente e a adrenalina foi a mil.

MÃO 5 No mesmo nível de blinds sampson724 abre raise para 90 no cutoff e FELIPE_MOJAVE, no big blind, folda com A5o. Mojave: Normalmente não procuro defender meu blind no começo dos SNGs, a não ser que eu tenha uma mão grande. Tentar um move não é uma boa ideia para ganhar 100 fichas.

MÃO 8 Essa mão foi o típico exemplo de como não se jogar no começo de um SNG. Victor, nosso leitor, abre raise de middle position para 90 com TJo. Guazzelli, outro assinante convidado, dá re-raise com AKo do SB para 270 (uma boa aposta padrão). Victor dá call no re-raise e acerta o flop TAT. Guazzelli aposta 390 em um pote de 570 e toma call. Um 2 vem no turn e

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Guazzelli: Com relação à minha eliminação, acho que cometi um único erro – pensei que todos ali eram bons jogadores. Eu havia participado de apenas uma mão, em que tinha A Q e aumentei três vezes o blind pré-flop, suficiente para ganhar a mão ali mesmo. Logo depois eu tenho AKo no small blind e um jogador aumenta três blinds em posição média. Eu apliquei um re-raise de três vezes, principalmente para tentar determinar a força da mão de meu oponente. Ele apenas pagou, o que para mim não é sinal de uma grande mão (na minha opinião, em SNGs o slowplay não se aplica, principalmente nos primeiros níveis de blinds, portanto, se ele tivesse uma mão forte, como AA, KK ou QQ, ele teria, ou deveria ter, aumentado novamente). O flop trouxe TAT (duas de paus) – um bom flop para mim –, eu aposto cerca de 2/3 do pote (faria a mesma coisa em 80% dos flops. Em flops com o A ou o K eu apostaria a mesma quantia de fichas. Se o flop não me ajudasse, apostaria um pouco menos e desistiria da mão após qualquer sinal de resistência por parte do adversário) e meu oponente deu call. Achei que ele poderia ter um Ás e um kicker pior que o meu (AQ ou até AJ). Não achei que ele poderia ter o T, nem algum tipo de draw. Com o 2 no turn, e com 1.350 fichas no pote, estava seguro que tinha a melhor mão e não tinha outra opção a não ser apostar todas as minhas fichas. Recebi o call e meu oponente mostrou TJo. Só um A me salvaria no river, e ele não apareceu. Não imaginei ninguém aumentando pré-flop daquela posição, no primeiro nível de blinds, com TJ, muito menos pagando um re-raise. Achei que só estaria perdendo de um AA ou TT. Nesse caso, parabéns e paciência... Qualquer outra mão com um T ali não deveria nem aumentar pré-flop, muito menos pagar um re-raise (embora o call com o TT também seja discutível). Restaram 120 fichas, e eu as coloquei em jogo logo depois com A 4 . O big blind tinha AK e ganhou a mão, me eliminando do torneio.

MÃO 16 Com blinds em 25-50, Mojave abre raise no cut-off para 150 com QQ. No small blind, Caio dá re-raise para 555 com AKs. Mojave vai de all in e Caio paga prontamente. Aparece um A no flop e Mojave é eliminado na primeira mão que joga. Mojave: Situação clássica por aqui. Nada a fazer. Por ser a minha primeira mão e o Caio saber que não vou abrir raise de KQ no blind baixo, eu achei que o raise de 555 foi muito alto, lhe custando muito pela informção, mas demonstrando também que ele não daria fold se eu voltasse all in. É fato que ele me daria call com AQ, AJ, JJ, TT e 99 dominado, pois eu subi do cut-off e, mesmo sendo a minha primeira

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mão jogada, a desconfiança aumenta nessa posição de roubo (só não sei se ele daria re-raise com essas mãos). Segundo a matemática dos SNGs, o call no meu all in se torna correto com QQ+, ou seja, QQ, KK, AA e AK. Caio: Na verdade o re-raise para 555 é praticamente um 3bet, mas, como o Mojave mesmo observou, significa que não vou largar o pote. No momento tinha cerca de 1.350 fichas, 225 fichas, que era o pote, já representam quase 20% do meu stack, o que é uma quantidade de fichas que faz muita diferença em um SNG. Portanto, optei por dar o re-raise alto mesmo para que ele não inventasse de dar call na posição com pares menores. A partir do momento em que executei o re-raise, a ação já estava decidida: caso o Mojave desse call, seria all in com qualquer bordo.

MÃO 25 Com blinds 30/60, caiodream abre raise para 188 com KK de middle position (lembrando que já estávamos seven-handed). Do small blind, pitaoufmg dá re-raise para 455 com 99. Caio volta all in e pitaoufmg dá call. Caio vence a mão e se torna o chipleader do torneio com 4.360. pitaoufmg: Acredito que o call foi uma jogada precipitada de minha parte, uma vez que tomei o re-raise all in. Era fato que a melhor situação para mim, se eu desse call, seria um coinflip. Caio: Jogada padrão, raise 3x pré-flop e, ao tomar o re-raise, optei pelo push, pois sabia que, caso fosse 77+, levaria call, portanto, para não perder a ação que o flop assustasse, optei pelo all in.

Nickels, Presto, Speed Limit

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MÃO 26 Já six-handed, sampson724 abre raise do botão de 3x, harryy88 dá re-raise para 386 e toma all in quase que instantâneo. Harry dá fold e perde preciosas fichas, ficando com 1.204. sampson724: Jogadas de re-steal que não sejam de all in normalmente não funcionam em SNGs single table. E se ele realmente não tinha uma mão forte, a melhor opção mesmo seria dar fold e perder apenas 60 fichas.

harry88: Resolvi dar call e ir para um stop-and-go. Já que acertei a trinca, dei mesa e ele veio com tudo, o que é bem característico nesse estilo de torneio. Caio: Essa mão joguei equivocadamente. Um jogador de SNG regular daria call para um possível stop-and-go, portanto, no momento deveria ter analisado que o check dele era uma armadilha. Mesmo assim não imaginava que seria uma trinca, então acreditava que, caso levasse o call, jogaria por seis outs.

MÃO 27 Na mão seguinte harryy88 comete o mesmo erro. Sampson mostra 88 e acumula 2.650 fichas. Até o momento DecanoBR e Hellzito ainda não jogaram mãos e pareciam ser os jogadores mais experientes nessa modalidade de SNG.

MÃOS 28, 29 e 30 DecanoBR abre raise do UTG e não toma call. Na mão seguinte ele é BB e, após raise do botão, Decano volta all in e Hellzito dá fold. Na próxima mão Hellzito abre raise com AJ para 3x e toma call de caiodream no botão, com 88. Decano vai de all in no small blind pela segunda vez seguida. Todos dão fold. Será que ele realmente tinha uma mão ou aproveitou a situação para fazer um move e arrecadar fichas? Sua estratégia foi aguardar os blinds subirem e arrecadar fichas pré-flop? Decano: Sem dúvida. Nas duas primeiras mãos, tinha AT. O all in na segunda mão é mais pelo takedown. Sabia que o range de mãos para o Will subir do botão era muito grande e que foldaria grande parte delas, já que meu all in era muito alto em relação ao pote. Já no squeeze, os stacks eram perfeitos para o move. Havia 520 fichas no pote e muito takedown, pois sabia que Will estava acelerando com posição e que, se Caio tivesse uma mão decente, daria re-raise como havia feito em duas oportunidades. Incrementei meu stack em quase 50% em duas mãos sem showdown e sem correr grandes riscos. Isso é muito importante quando se joga um SNG, ainda mais se for turbo.

MÃO 36 Nos blinds 50-100, Hellzito, com nove big blinds, vai all in no gap com A5o. Sampson faz um bom call com 77, mas o Ás aparece no flop e Hellzito dobra. Hellzito: Este push do cut-off tem detalhes interessantes. Por exemplo, contra o range de mãos que meu adversário iria pagar, no caso 66+ AJ+ (menos do que isso, para o blind 50/100, com certeza não seria bom contra um range de um desconhecido), esse range representa 7,7% das mãos. Por cálculos de ICM e EV+ que não caberiam na revista, três pessoas para falar que só vão me pagar com 7,7% das mãos e, quando me pagarem, vou ter 28% de equity, sendo que é mais equity que A7o, por exemplo. Contando o fold equity, a jogada passa a ser EV+.

MÃO 32 Caio abre raise de 3x com AJo no UTG+1 e Harry, no BB com 66, dá call (ficando com 569 fichas para trás). O flop vem 526 rainbow, Harry pede mesa e Caio vai de all in. Harry dá call com trinca no flop e dobra.

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O jogo fica mais estudado com uma série de raises pré-flop sem calls, ou seja, os jogadores estavam aplicando bem a estratégia de manutenção de stack. Por várias vezes tivemos walk para o big blind.

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MÃO 61 Ainda six-handed, Hellzito dá fold em ATo no UTG+1. Hellzito: O fold em ATo no UTG é bem standard com blinds 60/120 e 1.730 de stack. No momento tenho aproximadamente 15 BB e tenho sido, junto com o Decano, o jogador mais ativo da mesa. Arriscar um raise de ATo sem posição certamente não é uma boa estratégia.

MÃO 65 Blinds 100/200 e Sampson, no UTG, vai de all in com 1.300 fichas (cinco BBs) com A8s. sampson724: Com cinco big blinds em uma mesa six-handed, eu sempre procuro ir de all in quando tenho uma mão média, pois é muito importante que consiga trabalhar na manutenção. Do contrário, terei que ir de all in na próxima rodada com qualquer mão no big blind.

MÃO 67 Ainda nos blinds 100/200, Hellzito no UTG+1 vai all in com dez BBs com QJs. Sampson, no botão, dá call com ATs. Depois de um T no flop e um K no turn, a vantagem ainda é de Sampson, mas um J aparece no river e Hellzito acerta um de seus seis outs e derruba Sampson. sampson724: Acho a jogada dele muito ruim. Abrir all in com 10BBs fora de posição com QJs é muito arriscado. Meu call é bem standard e vai ser vencedor a longo prazo. Infelizmente não corri muito bem nesse SNG, pois perdi sempre que fui favorito.

Hellzito: Meu stack era de 1.904 e custava 300 a volta, ou seja, um pouco mais de 17% do meu stack. Pela frente tinha o caiodream (3.441), DecanoBR (2.442) e victorbvieira (2.610). Eles têm um range muito restrito para me dar call por causa de seus stacks. Não me dariam call com menos que AJs+ 99+, mesmo estando muito ativo, já que, se dão call, a longo prazo pelo cálculo de ICM contra o meu range e pelos stacks, com certeza a longo prazo eles perderiam dinheiro. Considerando o fold equity mais minha posição na mesa e o range que eu vou tomar call desses três jogadores, o push com certeza é bom. Relembrando que com os blinds em 100/200 já existe a necessidade de se movimentar, uma vez que ficar sem takedown em um SNG é um dos maiores erros que podem ser cometidos. Já o sampson724 fez o call certo, porém, mesmo assim, não é standard. Para concluir, tinha JQo contra ATo e a equidade é de 41% a 58% – nenhum absurdo.

MÃO 82 Harry, com 975 fichas, vai all in no UTG com A3o e toma call de Victor no BB com KJs. Um Ás aparece no flop e dá a vitória para Harry. victorbvieira: Nesse momento do jogo, estava com 3.395 fichas e acreditei que o Harry estava tentando roubar os blinds. Nessa hora resolvi torcer para virar meu flush, mas infelizmente veio o Ás dele, o que me levou um bocado de fichas.

Até o momento, Hellzito é de longe o jogador mais agressivo e faz movimentos de all in frequentes para roubar os blinds. Decano também pratica esses movimentos em posição. Decano: Percebendo que a mesa estava bem tight, resolvi roubar três blinds seguidos five-handed. Eu tinha Q2s,K6o e Q8o. De 2.397 fui pra 3.777 sem showdown. Fichas muito valiosas nesta modalidade.

MÃO 86 Com blinds 150/300 e ante 25, Hellzito vai all in no botão com A2o para roubar os blinds. Caio, com 1.841 fichas, dá call no small blind com ATo. Desta vez ele não ganha, mas também não perde, pois dois pares aparecem no bordo e o pote é dividido. Caio: Jogada standard tanto o push quanto o call , eu acredito.

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Sailboats, Barcos a Vela

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Hellzito: Eu estava no botão e a situação de fichas do torneio era esta: DecanoBR (3.777), victorbvieira (2.710), harryy88 (1.710), Hellzito (3.287) e caiodream (2.016). Notem que está se aproximando da bolha e existem dois shortstacks (caiodream e harryy88). Ambos são os favoritos para caírem na bolha, portanto o range do Decano para pagar meu all in seria muito restrito, e por saber que ele é um grande jogador de SNG, provavelmente só iria me pagar com 99+ AKs, que representa somente 4% das mãos. Da mesma forma que posso ser eliminado nesse all in, ele também pode perder toda sua chance de ficar no dinheiro. O range do Caio, para pagar, com certeza é A8+ 55+, o que representa 12% das mãos. Colocando num software que calcule equidade, chega-se à conclusão de que a jogada é 0,9 vencedora, lembrando que há 600 no pote e meu fold equity é muito bom.

MÃO 89 Mesa roda em fold e Harry, no small blind, vai de all in de 1.335 fichas com 59s. Hellzito dá call com K9 e vence a mão. harry88: Eu tinha 4,5 BBs e optei por tentar roubar o blind, o que não foi uma boa ideia. Só depois fui ver que o BB era o chipleader com 4k em fichas.

Caio: KJ no button em sit-and-go turbo é uma mão muito forte e pede um push, para manutenção do stack. Na verdade este KJ está muito acima do range normal de push no botão naquela situação. Decano: Pelo range de mãos em que o Caio roubaria os blinds, eu sabia que meu A8 provavelmente estava na frente. Aliás, foi meu primeiro showdown neste SNG. Agora todos estão ITM (three-handed).

MÃO 94 Com os blinds ainda em 150/300 ante 25, Victor, assinante da revista, abre all in de 1.585 fichas do botão com A7s. Hellzito dá fold em A5o e Decano, com 5.631 fichas, dá call com J2s. Victor acerta o 7, mas Decano acerta seu flush no river e elimina Victor, que fez uma boa jogada. Hellzito: Victor estava jogando muito tight e se segurando bastante. Não achei que meu A5o estivesse na frente, e, se estivesse, com certeza seria muito pouco. Não vale a pena comprometer meu stack nesse call.

MÃO 92 Agora, four-handed e na bolha, Caio vai all in no botão com KJo. Decano dá instacall no SB com A8. Caio acerta middle pair e straight draw, mas, quando seu segundo par vem no turn, Decano faz sequência até A.

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victorbvieira: Nesse momento do jogo os blinds estavam acabando rapidamente com meu stack. O Decano e o Hellzito estavam com quase 6.000 fichas cada um e a única forma de me manter vivo no jogo era dobrar minhas fichas ou, na pior das hipóteses, ganhar 525 fichas dos blinds, o que me daria mais um fôlego para esperar por uma mão melhor. Infelizmente, no turn virou o meu par de 7 e o flush do Decano.

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Decano: Matemática pura! Pelo stack de Victor, sabia que ele teria any two. J2 é 42% favorito neste caso, dando-me pot odds de sobra. Vamos ao heads-up entre Hellzito, com 5.434 fichas, e DecanoBR, que lidera com 7.566 fichas.

Mão 99 Uma mão muito interessante no HU. Blinds 200/400 ante 50, e DecanoBR, com 45o, dá raise para 989. Hellzito, com QQ, dá somente call. O flop vem ATJ rainbow. Decano aposta 1.325 e Hellzito dá call. O turn trás outro A e Decano continua apostando, desta vez colocando 1.725 fichas num pote de 4.728 fichas. Hellzito dá call novamente e ambos jogadores dão check no river, que é um 2. Hellzito puxa belo pote e Decano fica com 3.000 fichas.

muito bom, mas, caso o turn fosse outra carta, eu provavelmente compraria o pote. Hellzito: Quando só dei call foi por slowplay mesmo. Achei que o Decano estava num steal, então achei melhor só pagar e tentar arrumar pelo menos um c-bet que viria. O flop aparece com TAJ. Não achei que o Decano tinha esse A, já que, se tivesse, provavelmente colocaria tudo pré-flop. Preferi o check-call e segui meu plano de slowplay. No turn dei bastante sorte, outro A facilitou muito meu trabalho. Mais uma vez dei check-call para induzi-lo a um segundo blefe, e funcionou. Mais uma vez não voltei nele, já que em nenhum momento ele iria largar um A e provavelmente largaria todas as outras mãos nesse momento. No river novamente dei check para ver se ele tentava um último blefe e, de repente, se ele tivesse um J, poderia achar que tem a melhor mão e dar um all in no river por valor, mas infelizmente ele desistiu da mão.

Mão 103 Decano vai all in no SB com 45o e toma call de K4o de Hellzito. Decano acerta o 5 no turn, mas o K aparece no river para Hellzito. Fim de jogo. Hellzito vence o primeiro SNG da Flop.

Decano: No HU, especialmente turbo, leva mais vantagem o mais agressivo. Resolvi dar raise com posição em praticamente todas as mãos. Mesmo se tomasse um re-steal, pelo valor da minha aposta e pelo pote, minha estratégia seria EV+ e obrigaria Will a jogar sem posição. O flop foi excelente para mim, pois sabia que se Will tivesse o Ás me voltaria pré-flop. Apostei pouco menos de 2/3 do pote e, quando ele deu call, dei-lhe um J ou T. O turn foi péssimo. O novo A deu ao segundo par muita força. Apostei para que Will foldasse um T ou um pocket menor que o board. No segundo call desisti do pote, já que sabia que Will pagaria meu all in no river por pot odds. Will deu um slowplay

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e acordo com a definição do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, ranking é uma “classificação ordenada de acordo com critérios determinados”. Nas diferentes modalidades esportivas, rankings são organizados para classificar os competidores ao longo de vários campeonatos ou torneios. Os critérios variam conforme o esporte, o país, a época, etc. – mas, ainda que sua aplicação sempre gere alguma polêmica, todo ranking busca sua legitimação. E é isso que o ranking brasileiro SuperPoker vem conseguindo a cada ano que passa, tendo sido o pioneiro em termos de rankings nacionais e até hoje o mais respeitado termômetro dos resultados dos jogadores de torneios brasileiros. A partir de janeiro de 2008, o ranking SuperPoker começou uma nova fase,

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sendo atualizado constantemente, de segunda a sexta-feira, das 9 às 18 horas, e, a partir daí, pegou de uma vez por todas. O site, criado em 2005 por André Akkari, Leandro “Brasa”, Victor Marques e Fábio “Deu Zebra” sempre teve como um de seus carros-chefes o ranking brasileiro de poker. Atualmente, divide-se em quatro categorias: o principal é o Ranking Brasileiro, que conta todos os resultados em torneios ano a ano. Só são válidos torneios com o mínimo de 40 participantes e buy-in acima de US$ 3 ou seu correspondente em reais. Além deste, há o Ranking Anual Live e o Ranking Online, separados para que exista um melhor estudo e comparação sobre jogadores que apenas jogam um dos formatos. Finalizando, foi criado o Ranking SuperPoker All Times, que soma os pontos do Ranking Brasileiro desde a criação do site.

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erca de mil jogadores do País participam do ranking SuperPoker desde sua estreia, incluindo muitos dos maiores jogadores do Brasil na modalidade de torneios multi-table. Nomes consagrados do poker brasileiro como André Akkari, Christian Kruel, Alexandre Gomes, Leandro “Brasa”, Igor “Federal”, Léo Bello e João Marcelo disputam posições com as revelações dos últimos anos como Thiago “TheDecano” Nishijima, Luiz Filipe de Andrade, o “Mestrefilipe”, Caio Pimenta, BrunoGT, Kima e Diego Nakama, em uma saudável briga pelos primeiros lugares. No ano de 2008, a disputa pela liderança foi emocionante. No primeiro semestre, Thiago Decano e Mestrefilipe travaram uma boa batalha pelo primeiro lugar, mas não contavam com o

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Ducks, Dois Patinhos

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surgimento de uma nova fera dos MTTs, Caio Pimenta, que, a partir da segunda metade do ano, pulou na frente para não mais sair. Caio joga predominantemente no PokerStars, Full Tilt e Best Poker. Seu desempenho em 2008 o coloca como um dos favoritos ao Prêmio Flop de revelação do ano, já que o rapaz tem apenas 18 anos e surgiu como um cometa nos noticiários especializados.

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hiago Decano – vencedor do ranking em 2007 – acabou ficando com a segunda posição em 2008, mostrando novamente que é um dos mais sólidos concorrentes, sobretudo nos torneios online. Decano abriu uma grande vantagem sobre os demais competidores no ranking de todos os tempos (All Times). Ele joga principalmente no site PokerLoco, no qual seu nick “TheDecano” tornou-se famoso. Em 2008, ele também conseguiu a façanha de chegar em terceiro lugar no WPT de Barcelona, um feito acompanhado ao vivo pelos brasileiros, via internet. Luiz Filipe Ferreira de Andrade ficou com a terceira posição, consolidando seu sugestivo nick de “Mestrefilipe”, que, a cada ano que passa, parece mais adequado ao desempenho desse jogador de Curitiba. Outro forte concorrente ao prêmio de revelação de 2008, Luiz Filipe joga principalmente no PokerStars e obteve um grande resultado em torneio paralelo no EPT de Monte Carlo. Bruno Gonzales Terra é um nome pouco conhecido no cenário do poker, mas seu nick “BrunoGT” já é muito respeitado aqui e lá fora, graças aos in-

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críveis desempenhos do brasiliense no PokerStars. Com dezenas de mesas finais do US$ 109 com re-buys, entre outros belos resultados, ele terminou em quarto lugar no ranking de 2008. Ainda não alcançou grandes resultados ao vivo, apesar de ter chegado perto de um bom prêmio no LAPT do Rio. Em quinto lugar ficou Christian Kruel, o “CK”, pioneiro do Texas Hold’em no Brasil, que dispensa apresentações. Em 2008, ele foi um dos jogadores brasileiros contratados para a equipe de profissionais do FullTilt, juntamente com Raul Oliveira e Leandro “Brasa” Pimentel. Entre dezenas de ótimos resultados online, CK também conquistou uma grande mesa final no torneio milionário do Conrad. Sérgio Penha, ou “shg18”, é um jogador que nunca saiu da lista dos top 10. Teve um final de ano com muitos bons resultados e terminou em sexto lugar. Penha é um dos mais regulares jogadores online do Brasil, chegando sempre em torneios importantes e de alto nível técnico. Ele dá mostras de que não será diferente em 2009, pois iniciou o ano a todo vapor, brigando corpo a corpo no topo do ranking.

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orson Saho foi o jogador que mais rapidamente galgou posições no ranking de 2008, aparecendo no ranking apenas na metade do ano e conseguindo terminar entre os dez melhores, na sétima posição. Norson tem a seu favor um volume de jogo impressionante, jogando em diversos sites diferentes, com múltiplas mesas. Entre seus nicks – que são particularmente originais – há o “Newbie_Dog” do Full Tilt,

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o “BrazilianEye” no PokerStars, e “JenniferWood” no Everest. Assim como Sérgio Penha, Norson abriu 2009 com força total e, se tudo seguir como o mês de janeiro, tem grandes chances de liderar o ranking para o ano inteiro.

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iego Nakama é outro dos grandes nomes brasileiros dos MTTs, conhecido não somente por seus excelentes resultados, como por seus artigos sobre torneios multi-table que escreve para o site MaisEV. Com seu nick “Nakamator”, fechou o ano em oitavo lugar. Em nono lugar vem outra fera respeitada no cenário internacional do poker online: Humberto Kim, mais conhecido por todos como Kima. O jogador de São Paulo teve um excelente ano jogando os maiores torneios online do planeta. Seus nicks mais conhecidos são “KtheKing” no PokerStars e “K7MA” no FullTilt. Em 2009, além de continuar com um bom ritmo de apuração e aprovação de resultados, a equipe do site promete ainda algumas novidades, como uma premiação para os primeiros colocados. Essa e outras possíveis mudanças estão ainda em fase de estudo e, assim que divulgadas, vocês poderão ficar sabendo de tudo pelo site e aqui também, na Flop. Portanto, mandem seus resultados, e que os melhores terminem o ano com o nome no alto da lista, ganhando o respeito de toda a comunidade do poker brasileiro.

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eses depois do lançamento da ideia do nosso editor-chefe, Juliano Maesano, estamos nos aproximando da concretização de um dos projetos que mais podem solidificar o poker nacional: a entrega do Prêmio Flop 2008. Quando chamou André Akkari, então sócio da revista, e entraram na sala do companheiro Igor Federal, a ideia que Maesano passou a eles era espelhar-se na história da Academia de Filmes norte-americana e do Oscar, que começou em 1929 com um jantar bem simples, para menos de 250 pessoas, no salão do Roosevelt Hotel, em Hollywood, e hoje tornou-se um dos mais caros programas de televisão, assistido anualmente no mundo inteiro. O projeto do Prêmio Flop, para seu criador, não é megalomaníaco a ponto de vislumbrar uma festa televisionada para o mundo inteiro, mas sim começar com algo charmosa e atraente, para, com os anos, crescer em tamanho e importância, e então atingir seus dois maiores objetivos: o primeiro, de premiar aqueles que vivem o dia-a-dia do poker brasileiro e lutam pelo seu crescimento, e o segundo, como o Oscar, de fazer com que a própria indústria do poker nacional e mundial seja mais reconhecida pela sociedade. Para isso, o evento contará com tudo o que for possível dentro do atual estágio de desenvolvimento do poker nacional. “Nossa ideia é ter uma assessoria de imprensa e documentar o evento para ceder o material a sites, jornais, revistas, rádio e televisão, tentando até atrair algumas dessas mídias para a própria festa de premiação, o que não acho que será fácil no primeiro ano”, conta Maesano, “mas, dependendo do sucesso e do crescimento do prêmio e do poker brasileiro, nada impede que, com o tempo, tenhamos espaço na mídia em geral.” Para viabilizar esse crescimento sustentável, a ideia é pensar grande e peque-

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no ao mesmo tempo, com uma festa animada e bem-feita. “É importante termos troféus bonitos e de qualidade, uma boa festa com bebida e música, bons apresentadores, iluminação e, claro, algumas surpresas para o pessoal presente e quem acompanhar a cobertura de casa”, explica nosso editor-chefe.

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unto com o fechamento desta edição, estão sendo finalizados os últimos detalhes para a festa, que vai acontecer em março, em São Paulo. O espaço comportará cerca de 200 pessoas e os convites são restritos aos indicados e personalidades do poker nacional, com seus acompanhantes. Antes de chegar ao dia da premiação de fato, muito planejamento e pré-produção ocupou os escritórios da Editora Flop e a cabeça dos envolvidos. O principal deles foi a própria premiação: o sistema de votação pelo site, a lista de indicados e o vencedor. O sistema de pré-indicados pelo site surgiu após um extenso debate entre os envolvidos, que estavam divididos entre duas formas: ou colocavam-se as categorias e um campo em branco para que o eleitor sugira o nome desejado, ou já trariam uma lista de nomes indicados. No primeiro caso, muita gente não teria na memória os candidatos, e assim os resultados mais recentes, do fim de 2008 ou até do início de 2009, estariam mais frescos na cabeça dos eleitores, o que poderia criar um resultado irreal, além de pulverizar demais votos diversos. Então foi decidido que seria criada uma lista de pré-indicados, mesmo com os organizadores tendo a certeza de que nomes seriam esquecidos, alguns seriam injustiçados, outros seriam questionados e tudo o mais. A partir daí, foi feita grande pesquisa nos sites e rankings nacionais, foram resgatadas notícias de resultados em todo o ano, e houve muita conversa com dezenas de pessoas em diversas regiões do

País e áreas do poker, como gerentes e donos de clubes, jogadores, organizadores, dealers e membros da mídia. Com todos esses dados foi-se criando uma lista de indicados, levando em conta os nomes mais lembrados pela maioria.

U

ma alteração feita pouco antes do site entrar no ar, foi a inclusão do campo “Outros” em todas as categorias, em que o eleitor pode nomear qualquer pessoa ou instituição em seu voto. “Como a lista de indicados sempre será incompleta, acho que foi a melhor forma de tentar solucionar esse ponto”, conta Maesano, “e olhem, a prévia da votação está apresentando muitos votos em ‘Outros’.” Obviamente que, no caso de alguém surgir com muita força em uma categoria, ele acabará por ter grandes chances de figurar entre os cinco finalistas. Igor Federal revela os detalhes da escolha final: “A ideia é pegar a votação via internet e selecionar os cinco mais votados em cada categoria. Daremos esses nomes a uma lista de cinco a dez especialistas selecionados, e eles darão seus votos colocando todos selecionados em ordem, do primeiro ao quinto. Cada posição equivale a uma diferença de pontos, e assim teremos a seleção final, sendo que a própria votação via internet conta com um especialista, também”. Federal nos explicou que ele e Maesano chegaram a esse formato a fim de evitar que alguém pedisse a muitos amigos que entrassem só para votar em seu nome, ou conseguisse invadir o sistema de votação e manipulá-lo. “Portanto, a votação via internet é apenas o início de todo o processo”, explica Juliano Maesano. Outros momentos esperados para a festa serão os prêmios especiais da revista Flop e mais uma ou outra surpresa que já está sendo preparadas pelos organizadores e parceiros. Acompanhem as novidades pelo site da revista, onde todos os detalhes serão divulgados seUU mana a semana. FEVEREIRO | 39


premio flop_11_B

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3:16 AM

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Melhor Torneio no Brasil

CATEGORIAS Melhor Software de Poker

Tower Cruise II LAPT Rio

AbsolutePoker BestPoker BetBoo CakePoker Everest

FullTiltPoker JogoBrasil ParadisePoker PartyPoker PKR

Melhor Série de Torneios

Rio Poker Fest

Zahle 300K

Ases do Poker BSOP Circuito ABC Circuito Mineiro Circuito Paulista Circuito SanJoanense Circuito Santista Floripa Open Liga Blumenauense Liga Curitibana Rio Series of Poker RSPOKER

PokerRoom PokerStars TitanPoker TowerTorneos UltimateBet

Melhor Diretor de Torneios D.C. Elton Cz Heitor Miguel Igor Federal Juliano Maesano Robigol Rodrigo "Bud"

Melhor Organização de Torneios ABC

Nutzz

Full House

Stack Eventos

Melhor Dealer Aline Lopes Souza (SP) Amir Harbache (RJ) Andrea Lopes Souza (SP) Bruno Paschoal (SP) Dener Melo (SP) Diana Katherine (SP) Diego Eduardo (SP) 40 | FEVEREIRO

Fernando Soares (SP) Jason (SP) Juliano Camargo (SP) Juninho (SP) Larissa Bonci (SP) Martinha Dias (SP) Natália (CE)

Patrícia Pinho (SP) Pedro Neto (SC) Raí (SP) Renilson Batista (RJ) Thiago Reis (SP) Vernoil Henrique (SP)

Big Slick, Anna Kournikova

AK


premio flop_11_B

10/02/09

12:10 PM

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Melhor Clube

Melhor Cassino Bellagio Las Vegas Caesars Las Vegas Casino Iguazú Casino Trésor Bariloche Conrad Punta del Este Horseshoe Las Vegas Mandalay Bay Las Vegas Mantra Punta del Este MGM Grand Las Vegas Mirage Las Vegas

Melhor Jogador de Cash Live Alex Terra Alexande Rodrigues Fabio Colonese Felipe "Pipo" Felipe Rocha Igor Federal João Marcelo Leonardo "Lelé Guarita" Marcelo Amadeu Paulo Cesar – PC Piragibe Lindolfo Rafael Vieira Rodrigo "Zidane" Rodrigo Tatisawa Salsicha Sérgio AT Vinicius Marques Wagner "Indio" WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

Monte Carlo – Mônaco Paris Las Vegas Rio Las Vegas Stratosphere Las Vegas Tower Cap Cana Tower Yacht Golf Club Asunción Treasure Island Las Vegas Venetian Las Vegas Wynn Las Vegas

Academia do Poker All In Moema All In Tatuapé APOKER Caiçara Dealer Alphaville Espaço Zahle Grêmio Itaim H2 LaTorre Liga Curitibana

Melhor Jogador de Mixed Games

Omega

André Akkari

Juliano Maesano

Rock Poker

Daniel Cantera "Tevez"

Kleber Kaplar

Royal Texas Itu

Felipe Mojave

Robigol

Texas Fortaleza

Gamarra

Zezão

Tronicx Único Texas Club

Igor Federal

Melhor Jogador de Sit-and-go

Zidane

Caio Brites

Marcos XT

Rodrigo Seiji

William Arruda

Roberto Riccio

Diego Brunelli

Caio Pessagno FEVEREIRO | 41


premio flop_11_B

07/02/09

3:17 AM

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Jogador Revelação

Melhor Jogador de Omaha

Gualter Salles

Daniel Cantera "Tevez" Fábio Deu Zebra Bruno GT

Giovanni “Tr3CooL” Luiz “Mestrefilipe”

Rafael Caiaffa Caio Pimenta

Felipe Mojave Guilherme Chenaud Igor Federal Jorge Breda

Daniel Hoory

Rodrigo Tatisawa

Kima

Melhor Jogador de Cash Online Albert "r3vbr" André Akkari Felipe Mesquita

Giovanni "Tr3CooL" Ivan Santana Jorge Breda

Leonardo Bueno Marcelo "urubu111" Raul Oliveira

Rodolfo Lacerda Rodrigo "Zidane"

Melhor Jogador de Torneios Live Alessandra Braga Alexandre Gomes André Akkari André Pardal Bruno Foster Caio Fan Christian Kruel Christian Toth Cinthia Escobar Claudio Baptista Cristiano Fernandes Eduardo Marra Eduardo Sequela Felipe Mojave Fernando Issas 42 | FEVEREIRO

Gabriel Almeida Gabriel Otranto Giovanni "Tr3CooL" Igor Federal Kima "KtheKing" Leandro Brasa Leo Bello Luiz "Mestrefilipe" Andrade Luiz Geraldo Campêlo Marcelo Dabus Maridu Nelson Dantas Newton Valério Rafael Caiaffa Raul Oliveira

Robigol Rodrigo Garrido Rodrigo Grow Rogério Halpern Rogério Whitaker Salim Dahrug Salsicha Sergio Braga Sergio Brun Thiago Decano Tito Feltrin Ton Azevedo Virgilio Aoki

Big Chick, Little Slick

AQ


premio flop_11_B

07/02/09

3:17 AM

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Melhor Jogador de 2008

Melhor Site de Conteúdo

Alexandre Gomes

ClubeDoPoker

André Akkari

MaisEV

Bruno GT

MeBeliska

Caio Pimenta

PokerNews

Christian Kruel

PokerWorks

Felipe Mojave

SuperPoker

Melhor Fórum de Poker ClubedoPoker PokerMania

MaisEV

Melhor Cobertura de Torneios PokerNews CardPlayer Brasil

Revista Flop SuperPoker

Kima "KtheKing"

Melhor Jogador de Torneios Online

Leandro Brasa

André Akkari Bruno GT Caio Pimenta Christian Kruel Daniel Hoory Diego Nakama Felipe Mojave Gabriel Almeida Giovanni "Nordeste" Gualter Salles Hugo Adametes Igor Federal Jean Carlo Martins

Luiz "mestrefilipe" Andrade Rafael Caiaffa Raul Oliveira Thiago Decano

Melhor Trabalho para Divulgação do Poker Aprendendo a Jogar Poker Programas da ESPN Programa Tower Torneos Revista CardPlayer Brasil Revista Flop

João Marcelo Joel Oliveira Kima "KtheKing" Leandro Brasa Luiz "mestrefilipe" Andrade Maridu Mauro Nomura Norson Saho Raul Oliveira Salim Dahrug "LICO01" Sergio Penha Thiago Decano

Personalidade de 2008 Juliano Maesano

Hércules Lutkus

WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

Leo Bello

André Akkari

Igor Federal FEVEREIRO | 43


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09/02/09

7:11 PM

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TOWER CRUISE III

Jogadores

mar N ao

o dia 1º de abril começará mais um dos inesquecíveis torneios brasileiros: o Tower Cruise III. Desta vez os jogadores de poker embarcarão no Mistral, da CVC. Outro detalhe é que as vagas são extremamente limitadas, com menos de 220 inscrições disponíveis para o Main Event. Metade dessas vagas estão sendo disputadas pelos satélites online do Tower Torneos, que dão direito a diversos tipos de pacotes com sistema all-inclusive, que promete muita festa para os participantes. Todos os pacotes incluem o traslado de São Paulo a Santos, o buy-in de US$ 800 e, para quem conseguir a vaga pelo site, há também US$ 500 para despesas de transporte até São Paulo, já que 44 | FEVEREIRO

muitos jogadores do site vêm de diversas regiões da América Latina. Dos pacotes online temos o maior deles, o Diamante, equivalente a US$ 3.500. Com ele, o jogador leva um acompanhante para uma suíte externa com varanda. Os satélites disputados no site do Tower para o pacote Diamante ocorrem aos domingos, segundas, quintas e sábados, com buy-in de US$ 36, dois re-buys e um add-on. É o torneio mais técnico da grade de satélites. Outra boa opção é o pacote Ouro, de US$ 3.000, que inclui uma cabine com varanda. Esses satélites acontecem às terças, com buy-in de US$ 30, re-buys ilimitados e um add-on. Finalizando, temos o pacote Prata, de US$ 2.600, que contempla o vencedor com

uma cabine interna. Essas ocorrem às quartas e sextas, com buy-in de US$ 20, re-buys ilimitados e um add-on. É bom lembrar que todas as etapas contam pontos para um ranking da Copa Cruise, que dará dois pacotes especiais na Suíte Royal, um para o líder geral do ranking e outro para o campeão da final, um torneio com os 60 melhores qualificados. Esta suíte inclui o quarto com sala e varanda, televisão LCD, jacuzzi e até sauna. Sobre o evento em si, quem acompanhou as duas primeiras edições sabe da qualidade e experiência agradável que é passar alguns dias jogando poker em um cruzeiro, ainda mais se houver uma ajudinha dos mares. O Tower Cruise III garante R$ 350.000 e tem a seguinte estruJohnny Moss A

T


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12:54 AM

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tura: buy-in de US$ 800 (3.000 fichas), dois re-buys de US$ 400 (3.000 fichas cada) e add-on de US$ 800 (6.000 fichas). Os níveis de blinds são de 35 minutos, com uma estrutura bem similar à do Rio Poker Fest. “Nós estamos estudando a melhor estrutura de blinds possível para o evento, cientes de que ela só não pode ser mais suave porque é uma viagem curta e o torneio tem que terminar e ser desmontado quando o navio atracar em Santos”, explica a direção da Stack Eventos, empresa responsável pela organização do Rio Poker Fest e garantidos do Zahle, que também ficará a cargo deste Tower Cruise. Os organizadores farão dois turnos iniciais nos dias 1º e 2 de abril, e a final, com os jogadores sobreviventes, duWWW.REVISTAFLOP.COM.BR

rante todo o último dia e madrugada. O cruzeiro visitará Búzios e Angra dos Reis, onde o navio ficará próximo a uma ilha privativa da CVC. “É com grande prazer que garanto minha presença em mais uma viagem da Tower, pois sei que jogarei um torneio com muita gente boa e irei rever vários amigos. Como os cruzeiros anteriores, além de aproveitar um ótimo passeio, terei a chance de faturar um belo prêmio e garantir o meu ovo de Páscoa. Sonho?”, pergunta Marcelo Lopes, o “Bicheiro”, que já garantiu seu pacote em um satélite do Tower. Brigando pelo prêmio certamente estarão outras figuras carimbadas dos torneios do Tower, como Fernando Issas, Paulo “Cheroki” Peres, Giovanni “Nor-

Os finalistas do Tower Cruise I Virgílio Aoki, vencedor da segunda edição

deste” Brillantino e José Roberto Ramos, o “Fumo”. Além da alegria e informalidade dos participantes, algumas coisas são certas: muita gente vai aproveitar o sistema de comidas e, principalmente, de bebidas all-inclusive, e muita gente vai aproveitar também o side game formado no rastro do evento, que contará com bastante action. FEVEREIRO | 45


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PCA BAHAMAS

As

estrelas nas

Bahamas

Foto Christopher Brand

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temporada 2009 do poker mundial começou mais uma vez em grande estilo, com a disputa do PCA 2009, primeiro “major” do ano e etapa válida para o European Poker Tour (EPT). Na bela cidade de Nassau, capital das Bahamas, 1.347 jogadores (cerca de 200 a mais do que em 2008) de diversas regiões do planeta se reuniram no belíssimo Atlantis Resort para uma semana de poker de primeira qualidade. O buy-in para o evento principal foi de US$ 10.000, mas a grande maioria dos jogadores se classificaram por satélites online e, por isso, acabaram investindo bem menos para participar do torneio. O prize pool gerado pelo número recorde de inscrições foi de US$ 12.674.000, que seriam distribuídos aos 199 melhores no evento. O prêmio estipulado para o primeiro colocado foi de US$ 3 milhões, um milhão a mais do que levou o vencedor em 2008, Bertrand “ElkY” Grospellier. A primeira faixa de premiação (do 199º ao 131º) pagaria US$12.500. No primeiro dos dois dias iniciais do evento havia 668 jogadores no field, e a esquadra brasileira foi representada por Diego Vilela, Sérgio Braga, Felipe “Mojave” Ramos e Leandro “Brasa” Pimentel. Dos quatro, apenas Vilela não se 46 | FEVEREIRO

classificou para o Dia 2. Sérgio Braga e Brasa passaram com stacks modestos, respectivamente 31.000 e 39.000 fichas. Já Felipe Mojave teve um dia incrível e, ao final, tinha aumentado seu stack inicial, de 20.000 fichas, em cerca de 18 vezes, terminando o dia como chip leader entre os 188 que avançaram, com 360.100 fichas. Mojave, detentor dos melhores resultados brasileiros em torneios do EPT, com até então dois ITMs em quatro torneios disputados, começou a crescer quando dobrou seu stack pela primeira vez ao vencer um coinflip com AmKm contra QQ. O famoso ace on the river deu o pote a Mojave, que subiu para cerca de 100.000 fichas, ficando entre os líderes do torneio. Mantendo o jogo sólido e de qualidade que o fez ser um dos mais respeitados jogadores brasileiros no circuito mundial, Mojave continuou crescendo e já havia dobrado mais uma vez – ao conseguir uma trinca no flop – quando se envolveu em uma mão com QQ e pegou um par de ases pela frente. Mas o domínio do adversário terminou logo após o flop, que trouxe uma Q. Ao puxar mais esse pote e ficar gigante, o brasileiro – então chip leader com folga sobre os demais – virou o centro das atenções no salão, atraindo a imprensa mundial e outros jogadores, que vinham ver quem Dead Man's Hand, Mão do Morto

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era aquele que tinha um verdadeiro castelo de fichas à sua frente, já no primeiro dia de disputa. Entre as feras internacionais que estiveram no field no Dia 1A, Gavin Smith, David Pham, Gavin Griffin, Chad Brown, Erik Seidel, Chris Ferguson, Alex “AJKHoosier1” Kamberis, Isaac “WestmenloAA” Baron, Johan “busto_soon” Van Til, Ryan Young, Joe Hachem, Daniel Negreanu e Steve Paul Ambrose foram eliminados no primeiro dia, e muitos deles já se encaminharam para a fila de inscrições dos demais eventos paralelos, que incluíam um torneio High Rollers, de buy-in de US$ 25.000, além de mais três torneios, com buy-ins entre US$ 1.000 e US$5 .000. No Dia 1B, que contou com 676 jogadores, os demais brasileiros estrearam no torneio. E cinco deles conseguiram se classificar para o Dia 2, juntamente com mais 200 jogadores. André Akkari passou com cerca de 30.000 fichas, João Marcelo passou um pouco melhor, com 70.000. Thiago “TheDecano” Nishijima e Rodrigo Seiji também avançaram. Mas o melhor entre os brasileiros ao final do dia era Alexandre Gomes – companheiro de Akkari no PokerStars Team Pro –, que tinha cerca de 120.000 fichas e já dava indícios do que estaria por vir. WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

Os demais jogadores brasileiros no field – Gualter Salles, Maria Eduarda “Maridu” Mayrinck, Luiz Noal, Christian Kruel (profissional do Full Tilt), Waltinho “The Terrific”, Eduardo “Sequela” Fernandes, Giovanni “Tr3CooL”, Hélio e Sidney Chreem, Caio Brites, Flávio Imamura, Negrelli, Olímpio, Eduardo Parra e Vilela (pai), infelizmente, acabaram caindo durante o dia e foram esfriar a cabeça curtindo as belezas de Nassau, um verdadeiro paraíso do Caribe. O Dia 1B também foi cruel com diversos grandes nomes do poker mundial, que acabaram sendo eliminados do torneio. Phil Ivey, Chris Moneymaker, Dario Minieri, Gus Hansen, Katja Thater, Freddy Deeb, Layne Flack, Noah Boeken, Hevad Khan, Isabelle Mercier e Robert Mizrachi foram alguns dos que deixaram a disputa neste dia. O campeão do ano passado, Bertrand “ElkY” Grospellier, também acabou caindo, perdendo a chance de ser o primeiro bicampeão no torneio. Entretanto, “ElkY” não sabia que ainda teria momentos de alegria nas Bahamas quando, alguns dias depois, sagrou-se campeão do torneio High Rollers, superando um field quase que exclusivamente povoado por estrelas e levando um prêmio de mais de US$ 400 mil para sua conta, além do status de vencer um evento em que UU estão somente os melhores entre os melhores. FEVEREIRO | 47


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André Akkari e Gualter Salles na mesma mesa

O chip leader ao final do Dia 1B foi Chris Fernandez, mas seu stack de 280K em fichas ainda estava muito distante de Mojave, que começou o Dia 2 como chip leader entre os 393 jogadores restantes. A emoção aumentava à medida que a bolha se aproximava. Dos oito brasileiros ainda no torneio, quatro acabaram eliminados antes da faixa de premiação. O primeiro a cair foi Thiago Decano, que, muito short, anunciou all in de 14K, segurando KJ. Um oponente com 88 pagou e o flop deu esperanças ao brasileiro ao trazer um K. Mas a alegria durou pouco, com um 8 aparecendo logo no turn.

R

odrigo Seiji acabou sendo eliminado após perder um coinflip. Seu A8 não bateu o 22 do adversário, que ainda trincou no flop. O próximo brasileiro a cair foi André Akkari que, ao tentar roubar os blinds, com 98 de copas, foi pago por um oponente com KQ, mão que segurou até o river. Sérgio Braga foi o último brasileiro a deixar o torneio ainda antes da zona de premiação, após ver seu par de ases quebrado por um adversário. Não muito tempo depois da eliminação de Braga, Alex Sternberg acabou caindo no 200º lugar, ficando com a amarga posição de “bolha” do torLeandro Brasa neio. E assim os brasileiros Leandro Brasa, João Marcelo, Alexandre Gomes e Felipe Mojave já garantiram algum lucro sobre o investimento. Mas a alegria de João Marcelo durou pouco. Ele deixou o torneio logo em seguida, em uma mão mais do que dolorosa. Com TT, ele anunciou all in de cerca de 50K fichas e foi pago por um oponente 48 | FEVEREIRO

que também tinha TT. Com quatro cartas de paus no bordo, sendo a última no river, o flush tirou o brasileiro da disputa. Pela 194ª posição, João levou US$ 12.500. No último nível do dia, quem deixou o torneio foi Brasa. Na mão derradeira, ele aumentou com AK e um adversário em middle position anunciou re-raise. Brasa voltou tudo para cima dele, que deu instacall, com KK. O Ás salvador não apareceu, e Brasa ficou com o 117º lugar, levando um prêmio de US$ 15.000 por seus esforços. O dia acabou com 103 jogadores classificados, e Mojave continuava entre os líderes, com 653.000 fichas. Alexandre Gomes também cresceu durante o dia, terminando com 223K, mas ainda estava abaixo da média. Ainda. Quando o Dia 3 começou, os sobreviventes saberiam que teriam que jogar ainda melhor se quisessem terminar entre os 32 jogadores que se classificariam para o Dia 4. E Alexandre Gomes, que estava na mesma mesa que Peter Eastgate – atual campeão do Main Event da WSOP –, já começou o dia mostrando que não estava para brincadeiras, ao dobrar seu stack em um flop com AXX. Ele apostou 50.000 após o check de um oponente, que aplicou um re-raise de 70.000. O brasileiro, que tinha AQ, voltou all in e foi prontamente pago pelo vilão, que se viu dominado com seu AJ. Nada no bordo e Alexandre subiu para cerca de 450K em fichas. No 16º nível de blinds (4.000/8.000 e ante de 1.000), os dois brasileiros estavam acima da média, que era de cerca de 350.000 fichas. Alexandre Gomes tinha 530.000 e Mojave já acumulava 815.000 fichas.

P

orém, Mojave acabou perdendo um pote imenso para Max Pescatori, que então estava entre os líderes do torneio, e ficou com cerca de 350K em fichas, deixando Pescatori ainda maior. Mas o italiano acabou, não muito tempo depois, se envolvendo em disputa contra Kevin “BeLOWaBOVe” Saul, que o tirou do torneio e assumiu a liderança com uma boa margem sobre os demais. Dois níveis de blinds depois, com a média em 540.000, os brasileiros estavam se segurando, Mojave com as mesmas 350K e Alexandre Gomes com 505.000 fichas. Mas Alexandre, que vinha há algum tempo perdendo potes pequenos, logo cresceu novamente, começando com uma mão em que teve uma bela ajuda dos deuses do baralho: com 99, após um raise do oponente, o brasileiro voltou all in e tomou instacall. Ao ver o par de ases na mão do adversário, Gomes estava próximo de deixar a disputa. O flop com 7TJ deu mais quaJoão Marcelo Hunting Season A

2


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tro outs para o brasileiro, que já não dependia apenas de um 9 para vencer. O turn trouxe um 3, o que mantinha o brasileiro virtualmente eliminado. Mas como a sorte costuma estar ao lado dos que trabalham e têm talento, a maravilhosa ‘broca’ no river apareceu e deu o pote ao brasileiro. Um pouco depois, Alexandre Gomes eliminou mais um jogador e, pela primeira vez no torneio, ultrapassou a barreira de um milhão em fichas. Porém, no último nível de blinds do dia, Alexandre se envolveu em uma mão com a norte-americana Kathy Liebert e voltou a ficar abaixo da média: com 55, o brasileiro deu raise e Liebert voltou all in. Gomes pagou mais 170.000 e se viu dominado pelo par de reis, que segurou até o final, deixando o brasileiro com 407.000 em fichas para o Dia 4. Mojave, que continuava crescendo devagar, também conseguiu sua classificação, passando com um stack de 553K. Kevin “BeLOWaBOVe” Saul, graças ao pote puxado contra Pescatori, terminou o dia na liderança com um impressionante stack de 2.675.000 fichas.

E

elo

então começou o Dia 4, com a torcida brasileira – tanto no rail do Atlantis quanto na internet – se tornando cada vez mais intensa, graças às boas chances de colocarmos dois jogadores na mesa final, que seria disputada no dia seguinte, com oito jogadores. Os dois brasileiros começaram bem e, ainda no primeiro nível do dia, conseguiram melhorar seus stacks. Mojave ganhou um bom pote do alemão Benny Spindler, e Alê Gomes começou ainda melhor, conseguindo dobrar suas fichas para cerca de 900.000: após um flop com JT3, Jan Fernandez apostou 70.000 e Alê voltou tudo 150.000. Fernandez, que tinha AJ, voltou all in e foi pago pelo brasileiro, que tinha um par de reis. Quando restavam apenas 24 jogadores, Alexandre Gomes foi escolhido para ser um dos jogadores da mesa televisionada, para alegria da torcida brasileira, que acompanhou ao vivo via internet todos os movimentos desse grande jogador. Mas como nem tudo são flores, enquanto Alê seguia firme, Felipe Mojave – que até então vinha se mantendo longe de confusões – acabou sendo eliminado, na 22ª colocação: Benny Chen entrou de limp com 44 e pagou raise de Mojave, com AA. Chen trincou no flop e os dois entraram de all in logo ali. Apesar de decepcionado com sua eliminação, o brasileiro já se dirigiu ao rail para torcer por Alexandre, certo de que fez novamente um bom trabalho. Afinal, três ITMs em cinco EPTs disputados não é para qualquer um, sendo que dois desses ITMs foram bem deep. E assim todas as atenções dos brasileiros se concentraram em Alexandre Gomes, que no restante do dia proporcionou a todos emoções que somente os de coração forte são capazes de suportar. No nível 21, o brasileiro, no big blind, deu raise e foi pago por Giuseppe Galluzzo. O flop mostrou 7p2p3n e Galluzzo foi all in com 9n7n, com top pair. O brasileiro pagou com 9p5p,e um Tp no turn deu mais um pote gigante para ele, que mandou Galluzzo para o rail na 18ª posição. Após o break do jantar, quando restavam apenas 16 jogadores, Alê perdeu um pote grande para um adversário que acertou WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

sua sequência no river, ficando com cerca de 1.400.000 fichas, um pouco abaixo da média. Mas, não muito tempo depois, com uma aposta forte no turn, fez outro adversário largar sua mão e voltou para 1.800.000. Mais tarde, mais um bom pote puxado, desta vez pré-flop: Alê subiu 70K, um jogador pagou e outro deu raise para 235K. Alê voltou tudo 700K, fazendo o adversário largar novamente. Não muito tempo depois, ele conseguiu dobrar seu stack em disputa contra Adam Geyer: ambos acabaram entrando em all in após um flop com 5nTp6m. O brasileiro tinha A5 e se viu dominado pelo par de valetes de Geyer. Nada apareceu no turn, mas um milagroso Ás no river colocou Alê entre os líderes, com cerca de 5.000.000 fichas.

A

montanha-russa continuou e Alê acabou novamente sendo fatiado, perdendo um pote de quase 2.000.000 em fichas. Mais alguns potes pequenos perdidos e ele caiu para aproximadamente 2.800.000 fichas. Mas ainda era o segundo colocado, atrás apenas de Saul, que tinha então 4.700.000. No nível 24, Alê e Durstin Dirksen trocaram alguns raises pré-flop, até que o brasileiro colocou todas as suas fichas no pote, segurando QpJp. O adversário mostrou AA. O flop trouxe K55 e o turn um 6, nenhuma de paus, deixando Alê sem outs para o river. Depois dessa mão, ele acabou caindo para 1.400.000 fichas. Sem se abalar, Alê continuou jogando, puxando potes pequenos e, após um all in no river, em que o adversário não pagou, ele voltou a 2.300.000. O dia já se aproximava do final UU

Felipe Mojave FEVEREIRO | 49


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Fotos PokerStars/Neil Stoddart

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Alê Gomes

quando, com uma dobrada em cima de Poorya Nazari (KK x JJ) –, que viria a se tornar mais tarde o campeão do evento – o brasileiro subiu para 4.600.000 em fichas e voltou com tudo para a briga. Mas o melhor momento do dia ainda não tinha chegado.

A

pós a eliminação de Ryan Carp, na décima colocação, os nove jogadores restantes foram agrupados na mesa televisionada para jogar até que mais um fosse eliminado, definindo os oito mesa-finalistas do torneio. Um pouco antes da eliminação de Jan Fernandez, na ‘bolha’ da mesa final, veio o grande momento do dia para o brasileiro: com o bordo mostrando 2666Q, Kevin “BeLOWaBOVe” Saul – o líder, até então – apostou 1.300.000 e o brasileiro voltou all in. Depois de pensar muito, Saul, que havia acertado a dama no river, pagou, e Alê mostrou o par de ases, que foi espetacularmente escondido do adversário durante a mão. A vibração da torcida no rail e de Alê Gomes na mesa foi de arrepiar qualquer um, já que, com esse pote, ele chegou aos 8.000.000 em fichas e tomou a liderança do torneio. E assim Alexandre Gomes, que em julho de 2008 entrou para a história como o primeiro brasileiro a conquistar um cobiçado bracelete da WSOP, chegou a outra mesa final de um grande torneio internacional, mostrando mais uma vez que o primeiro bracelete veio para a pessoa certa. No dia seguinte, os oito finalistas retornaram para decidir o torneio, com os seguintes stacks:

ALEXANDRE GOMES

8.080.000

POORYA NAZARI

6.790.000

BENNY SPINDLER

3.352.000

PIETER TIELEN

2.510.000

ANTHONY GREGG

2.245.000

KEVIN SAUL

1.640.000

DANIEL HEIMILLER

1.440.000

DUSTIN DIRKSEN 50 | FEVEREIRO

765.000

No começo da disputa, Gomes perdeu um pote para Dirksen, dobrando o stack do adversário: o brasileiro, com QJ, pagou o all in de Dirksen, que tinha AK. Depois, mais uma fatiada, desta vez em disputa contra Nazari: após um flop com cartas baixas e um Ás no turn, ambos deram check. Um valete apareceu no river e o brasileiro apostou 650.000 e recebeu call de Nazari. Ao ver que o adversário tinha a melhor mão (A9), o brasileiro deu muck em suas cartas. Depois de uma boa sequência de roubos de blinds, Alê acabou perdendo um pote grande contra Dan Heimiller. Após apostar 255K pré-flop, Heimiller voltou all in de 590K. Com Tm8m, o brasileiro pagou e Heimiller mostrou AoJn. No flop, Qp9nTo, colocando o brasileiro na frente. Mas um 7p no turn e um 8p no river deram a sequência para o americano, que levou um pote enorme, com quase 2.000.000 em fichas. Mas a recuperação veio novamente em mais um re-raise agressivo pré-flop, desta vez depois de um raise de Nazari, que não pagou a aposta do brasileiro. Enquanto isso, Kevin Saul e Dan Heimiller eram eliminados, respectivamente em oitavo e sétimo. Os próximos a cair foram Dustin Dirksen e Pieter Tielen, respectivamente em sexto e quinto lugares.

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om o quarto lugar e US$ 750.000 garantidos, faltava apenas uma posição para que Alê atingisse outra marca histórica para o poker brasileiro: ser o primeiro jogador do País a conquistar um prêmio milionário em torneios, como lembrou André Akkari, que vibrava no rail com a torcida brasileira: “Mais um e o prêmio é milionário!”, gritou Akkari, após a eliminação de Tielen. Mas quis o destino que esse recorde não viesse desta vez, e Alexandre Gomes acabou caindo em quarto lugar, em uma mão em que ele não tinha praticamente como escapar da eliminação: com AA novamente nas mãos, Alê fez full house no flop, que trouxe JJJ. O brasileiro deu check e Spindler apostou 800.000. Após pensar um pouco, o brasileiro deu apenas call. Um 5 apareceu no turn e Alê deu check novamente. Spindler apostou 2.000.000 e o brasileiro voltou all in, já que apenas um improvável valete nas mãos de Spindler seria a única mão que bateria seu full house. Mas, para surpresa e decepção de Alê e da torcida brasileira, o alemão deu call, mostrou o temido valete e, com sua quadra, tirou o brasileiro da disputa. Mesmo com o pote gigante que levou ao eliminar Alê Gomes do torneio, o alemão Spindler acaPoorya Nazari bou caindo na terceira posição, ficando com o prêmio de US$ 1.100.000. Apontado por muitos como um dos melhores à mesa, sua técnica e vantagem em fichas não foram suficientes para leválo ao título. O heads-up final – entre Poorya Nazari e Anthony Gregg – foi rápido, durando exatas quatro mãos, o suficiente para o big stack Poorya Nazari, do Canadá, levantar o título do PCA no início deste ano. o Marriage, Casamento, Royal Couple, Casal Real K

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TORNEIOS BSOP E CPH

Os

pioneiros do

poker BSOP e CPH continuam crescendo ano após ano, graças ao esforço da equipe e sócios da Nutzz

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ano de 2008 foi de mais pontos altos do que baixos para o poker nacional. Muitos torneios aconteceram, novos clubes surgiram, tivemos várias conquistas e marcas memoráveis de brasileiros pelo mundo e novos nomes despontaram como promessas de vitórias ainda maiores para o futuro. É nesse cenário que tivemos, em dezembro e janeiro últimos, o fechamento das temporadas 2008 do CPH (Circuito Paulista de Hold’em) e do BSOP (Brazilian Series of Poker), com o Torneio dos Campeões, no Clube H2, em São Paulo. O circuito teve, em 2008, a sua quarta temporada e o BSOP rodou o País pelo terceiro ano consecutivo, consagrando os dois torneios como as mais tradicionais séries no Brasil. Kojak, King John K

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BSOP Nove Estados, quase um milhão de reais em premiações, mais de 750 competidores e muito poker. Os números demonstram nada mais do que o incrível sucesso da terceira edição do BSOP – Brazilian Series of Poker. O BSOP começou o ano trazendo algumas mudanças na estrutura dos torneios. Apesar de a grade de blinds ter sido muito elogiada nas temporadas anteriores, o jogo ficou ainda melhor com um stack de fichas maior e níveis de blinds revisados, com o ante aumentando de forma ainda mais gradual.

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m 2008, o BSOP adicionou novos destinos no seu calendário e visitou as maiores concentrações de competidores de Texas Hold’em do País, trazendo uma média de 105 competidores por etapa. Iniciando a temporada em São Paulo, o torneio seguiu para Balneário Camboriú, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte e Florianópolis e, em cada destino, figurinhas carimbadas do poker brasileiro e novos competidores se enfrentavam para brigar pelos pontos que os deixariam mais próximos de poder levar, ao final do ano, o bracelete de campeão brasileiro de poker. O começo da temporada marcou também a pré-inauguração do Dealer Clube Alphaville, em São Paulo, palco da disputa dos quase 100 participantes que, durante os dois dias de torneio, mostraram que habilidade e técnica

O salão lotado na sexta etapa, em Porto Alegre

são essenciais para vencer um torneio no formato deep stack. “Participo do BSOP desde 2006. Considero o melhor torneio regular live hoje no Brasil, em questão de organização e estrutura. Um torneio onde prevalece a técnica para chegar a ser campeão”, diz o catarinense Juscelino Toshio.

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prova disso foi uma das mesas finais mais bem jogadas da temporada, tendo representantes de sete Estados diferentes. Quem superou todos os outros competidores foi o mineiro Gabriel Almeida, que deixou o brasiliense Marcelo Horta com a segunda colocação. Em sua quarta etapa, o BSOP passou pela primeira vez por Salvador e, com uma estrutura invejável na cobertura de um hotel à beira da Os campeões das etapas do BSOP em 2008 foram: praia, os competidores foram saudados 1ª Etapa São Paulo Gabriel Almeida com um torneio sen2ª Etapa Balneário Camboriú Gustavo Sobral sacional: jogando ao 3ª Etapa Rio de Janeiro Cláudio Sobral ar livre e com um vi4ª Etapa Salvador Marcos Rebibout sual de cinema, os 5ª Etapa São Paulo Cláudio 'Já Morreu' Ramos baianos receberam 6ª Etapa Porto Alegre Felipe Pesce quem veio de fora 7ª Etapa Brasília Thiago Boita com muita festa e 8ª Etapa Curitiba Newton Valério acarajé. Na etapa 9ª Etapa Belo Horizonte Gabriela Pereira Belisário seguinte, a turma de 10ª Etapa Florianópolis Renatinho Barroso Salvador mostrou

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que os baianos estão com um excelente nível de jogo, fazendo em São Paulo uma mesa final marcada por um feito ímpar: os três finalistas, Cláudio “Já Morreu” Ramos, “Juan Mamão” e Guilherme “Guiga” Chenaud são da capital da Bahia.

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alvador foi apenas a primeira nova cidade no calendário do BSOP e, logo em seguida, o torneio visitou pela primeira vez Porto Alegre e Brasília. Até chegar ao Rio Grande do Sul, nunca uma etapa havia sido conquistada por um jogador do Estado onde o torneio estava sendo realizado. Essa marca foi alcançada pelo gaúcho de Canoas, Felipe Pesce, que levou o troféu de campeão em Porto Alegre. Além disso, a etapa foi marcada pela eliminação mais rápida em três anos: o profissional de cash game online Luiz Verle, o “RapeladoR”, conseguiu dobrar o seu stack inicial de 15.000 fichas e depois ser eliminado do torneio, em 17 minutos de disputa. Além disso, a competição marcou um ponto importante para o poker nacional, ao ser filmada por uma equipe de repórteres que transmitiu as imagens no programa da Rede Globo Profissão Repórter. A matéria editada não foi lá essas coisas, mas abriu-se uma porta que depois seria mais explorada em ouUU tros programas, como o do Jô Soares. FEVEREIRO | 53


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Sérgio Brun

A etapa seguinte, na capital federal, marcou mais dois recordes para o BSOP. Até então nenhum jogador da cidade que sediou o torneio havia ganho uma etapa. O brasiliense Thiago Boita subiu mais alto no pódio depois de derrotar o maior field da temporada, com 141 participantes e um prize pool de quase R$ 125 mil. Outras duas marcas que o BSOP alcançou no ano passado mostram o caráter competitivo e indiscriminado do poker. Na etapa de Florianópolis, houve a conquista do torneio pelo mais jovem campeão da série até o momento, o paranaense Renato Barroso Jr., de 18 anos. A etapa de Belo Horizonte coroou a primeira campeã, a mineira Gabriela Belisário.

E foi nesse cenário de indefinição e disputa acirrada que o clube H2 recebeu o Torneio dos Campeões do BSOP, em dezembro. Com grandes nomes do poker nacional como Sérgio Brun (campeão brasileiro em 2007), Felipe Mojave e Caio Pimenta, o torneio prometia uma boa briga pelo bracelete. Se o líder do ranking, Cláudio Baptista, chegasse à mesa final, teria ganho pontos suficientes para que nenhum outro competidor lhe ultrapassasse. Mas como diz a máxima do poker nacional: “Ninguém dorme tranquilo”, Cláudio foi eliminado na 32ª colocação e, portanto, restava agora torcer para que Leandro Brasa não chegasse entre os três primeiros colocados. Se Brasa ficasse pelo menos em terceiro, garantiria o bracelete de campeão brasileiro.

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ma jogada agressiva de Brasa na mesa final não teve sucesso e ele acabou eliminado na sétima colocação, garantindo assim para Cláudio Baptista o título de Campeão Brasileiro de 2008. Ele levou para casa o bracelete de prata e uma passagem para Las Vegas! Leandro Brasa, que já levou o título em 2006, ficou com o vice-campeonato. O Torneio dos Campeões terminou com alto nível, tendo o gaúcho Gustavo Sobral na terceira colocação (e também terceiro colocado no ranking bra-

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ranking do BSOP ficou extremamente disputado já na metade da série e, entre os bons nomes que despontavam nas primeiras colocações estavam Cláudio Baptista, Leandro Brasa, Floriano Dantas e Cláudio “Já Morreu” Ramos. Com uma regularidade impressionante, Cláudio Baptista acumulou pontos suficientes para lhe render o topo do ranking ao final da décima etapa. Em segundo lugar na disputa estava Leandro Brasa, que, assim como Cláudio Baptista, não ganhou nenhuma etapa durante esta temporada, mas a regularidade de boas colocações lhe garantiu uma boa pontuação. 54 | FEVEREIRO

Cláudio Baptista

sileiro de 2008), Maycon Rosa em segundo lugar e o cearense Bruno Foster como campeão.

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sse foi o fechamento de uma temporada de muito sucesso e reconhecimento para o BSOP, que volta em fevereiro de 2009 com muito mais novidades, na etapa de abertura, em São Paulo. O buy-in do torneio vai passar a R$ 1.000 + 150 e, a partir da primeira, todas as etapas contarão com a premiação garantida de R$ 100 mil. Em 2009, a Nutzz promete que o BSOP vai visitar novos destinos e pretende que o evento seja ainda maior. CIRCUITO PAULISTA A temporada iniciou em fevereiro de 2008 com um torneio espetacular. Batendo todos os recordes do circuito, a etapa de abertura contou com 181 participantes em São Paulo. Foi uma disputa acirrada e, além do recorde de público, veio uma premiação também inédita, que beirou os R$ 80 mil. Naquele torneio, um nome até então pouco conhecido do circuito, Tiago Piu, de Santos, mostrou grande nível técnico, superando os outros competidores e cravando a primeira colocação. Depois de mais de 15 horas de disputa, ele levou para casa R$ 20 mil reais, as premiações extras e um lugar já garantido no torneio dos campeões. Para o ano passado, a Nutzz Eventos (empresa que organiza o Circuito Paulista e o BSOP) havia planejado devolver ao torneio uma característica marcante da primeira e segunda temporada: passar por várias cidades do Estado. Infelizmente, por diversos problemas logísticos e de estrutura fora da capital, apenas a terceira etapa foi disputada fora de São Paulo, levando o circuito para Santos. Lá no Caiçara Clube os participantes puderam apreciar uma das melhores estruturas de clubes do litoral paulista. O quarto ano do circuito trouxe algumas mudanças em sua estrutura que foram muito bem recebidas pelo público. O buy-in foi modificado junto à estrutura Katie

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Luiz Fernando

de blinds , para melhorar o nível técnico do jogo. A temporada contou com uma média de 110 participantes por etapa e trouxe para as mesas mais de 500 competidores distintos, distribuindo um total de quase meio milhão de reais em prêmios ao longo das dez etapas. Cada campeão dos torneios garante sua participação na disputa dos campeões, ao final da temporada, e também recebe do patrocinador e parceiro do circuito, o Conrad Punta del Este Resort & Casino, um pacote para passar um fim de semana no Uruguai, com tudo pago. Esses números mostram que o circuito manteve uma característica que contagia todos os participantes desde a primeira temporada: o clima de descontração e competição saudável. “O CPH foi onde tudo começou. Lá foram descobertos muitos talentos e é uma reunião mensal de amigos. Se há um torneio que eu não abro mão é o Circuito Paulista”, garante Stetson Fraiha, jogador assíduo da competição.

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sistema de pontuação utilizado no circuito também foi outro ponto que favoreceu uma das competições mais acirradas que o poker nacional já teve. O ranking premia a regularidade, pontuando todos os participantes e dando um número maior de pontos quanto maior for a quantidade de competidores da etapa, recompensando o campeão adequadamente. Próximo do fim do ano, o ranking mostrava uma disputa extremamente WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

acirrada, com pelo menos seis nomes brigando etapa a etapa pelos pontos, com diferenças muito pequenas entre eles. Luiz Fernando, de Indaiatuba, na metade da disputa provou ter um nível extremamente apurado de jogo e assumiu a liderança do ranking. O interessante é que ele não chegou a ganhar nenhuma etapa em 2008, mas a impressionante marca de cinco mesas finais em dez etapas lhe colocou à frente na corrida pelo bracelete de prata de campeão paulista. O ano de 2008 havia terminado, mas a temporada ainda estava sem um campeão, que ficou para ser definido no Torneio dos Campeões, em janeiro de 2009. O ranking continuava bastante imprevisível, com Luiz Fernando, Grow, Caio Fan e Mauro Biancalana muito próximos entre si. Como o Torneio dos Campeões conta com pontuação em dobro para os participantes, alguns cálculos indicavam que, dependendo do tamanho da etapa, até o 10º colocado, Rodrigo Lasmar, com 876 pontos, teria chances de ultrapassar o líder Luiz Fernando, que tinha 1.328 pontos.

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Torneio dos Campeões trouxe para o clube H2 muitos nomes conhecidos do poker nacional e a incerteza que a disputa pelo primeiro lugar no ranking depositava nos competidores. Na metade do torneio, a maioria daqueles que teriam chances de ultrapassar o líder já estavam eliminados e, caindo na 18ª colocação, Luiz Fernando enfrenta a ansiedade de ver ainda dois nomes que poderiam lhe “roubar” o títuOs campeões das etapas de 2008 foram: 1ª Etapa Tiago “Piu” 2ª Etapa Ernest Kajiura 3ª Etapa Levy Vianna 4ª Etapa Rodrigo “Grow” 5ª Etapa Carlos Eduardo Vega 6ª Etapa Rodrigo Lasmar 7ª Etapa Caio Fan 8ª Etapa “Boy” 9ª Etapa Felipe Rocha 10ª Etapa Denis Andrade

Caio Fan

lo: Levy Vianna, chipleader do torneio naquele momento, com mais de 120 mil fichas – enquanto a média estava em cerca de 35 mil –, e Caio Fan, com pouco mais de 60 mil fichas. Para conquistar a liderança, Caio precisava ser pelo menos o oitavo colocado no torneio e Levy precisava chegar pelo menos em sétimo. A situação pareceu melhorar para Luiz quando Levy perdeu um coinflip que lhe custou quase dois terços de seu stack, e Salim Dahrug, por sua vez, fatiou Caio. Pouco depois, Levy foi eliminado na 12ª colocação. Agora a briga era apenas entre Caio Fan e Luiz Fernando.

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estrela do santista brilhou mais forte e Caio fez uma bela recuperação. Chegou na mesa final entre os três maiores stacks e, quando o companheiro da baixada, Sato, foi eliminado na oitava colocação, a organização anunciou que Caio Fan havia se sagrado campeão paulista de poker de 2008. Além do bracelete de prata, Caio também ganhou uma passagem para Las Vegas na época da World Series. Em meio a um agradável clima de festa, o torneio terminou com o mineiro Marcelo Valadares levando a melhor no heads-up, deixando Rafael Barbosa com o troféu de vice-campeão. Caio Fan agora se junta a Leandro Brasa, Leo Bello e André Pardal no hall dos melhores jogadores de poker de São Paulo. o Para mais informações: BSOP: www.bsop.com.br CPH: www.circuitoholdem.com.br FEVEREIRO | 55


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COLU NA CHRISTIAN KRUEL

APLICANDO O

RE-STEAL Saiba aproveitar as oportunidades para crescer em fichas nos torneios

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omo todos sabemos, um objeto pode ser observado por vários ângulos. Quem olha um edifício pela frente não vê a mesma coisa que a pessoa que o observa por trás. O objeto dessa nossa coluna será o re-steal, e vamos observá-lo sob um ângulo um pouco diferente do habitual. Numa definição bem simples, o re-steal pode ser descrito como o famoso “ladrão que rouba ladrão”, ou seja, você percebe que o oponente está fazendo um movimento para levar o pote e tenta “roubar o roubo” dele com um aumento. O exemplo clássico de re-steal é o 3-bet light: a mão chega em fold até o botão, que aumenta 3x bb; o small folda e o big blind, com uma mão fraca, força o fold do botão com um re-raise. Isso acontece porque a gama de mãos com que o botão aumentaria para roubar os blinds é muito grande e, sabendo disso, o big blind explora a parte mais fraca dessa gama de mãos com um aumento que, na grande maioria dos casos, faz o oponente desistir da mão. Porém, existem outras situações em que o re-steal pode ser aplicado, que fogem ao esquema dessa situação-padrão. Obser-

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vem a seguinte mão de um MTT 6-max com um re-buy e um add-on disputado no Full Tilt. Não tenho a leitura dos jogadores, então considero a situação como padrão em termos de reads. O torneio é 6max, o que faz com que a gama de mãos iniciais dos oponentes seja maior, independentemente da posição na mesa. Com os blinds 100/200, o UTG abre raise para 555, um pouco menos que três vezes o big blind. Numa mesa 6-max, assumi que ele possa fazer isso com 20% das mãos iniciais como 22, A9s, KTs, QTs, J9s, T9s, 98s, ATo, KTo, QTo ou JTo.

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stou no botão com 88. Usando um programa chamado Poker Stove, descobri que este par tem uma equidade de 52,6% contra essa gama de mãos. Porém, aumentar aqui não é uma boa ideia. Por quê? Porque um aumeto exploraria apenas a parte mais forte dessa gama de 20%, fazendo a parte mais fraca desistir da mão. A minha mão é vulnerável, mas a melhor maneira de jogá-la no momento é com um flat call em posição. O small blind também entra na onda e paga, e, quando a mão chega até o big, ocorre um aumento para 1.950. Aqui é uma situação interessante para analisar. Por eu ser um profissional do Full Tilt e ter um perfil agressivo, aliado ao fato de a mesa ser 6-max, o big blind poderia assumir uma gama de mãos ainda maior para mim. Com o pote contendo uma quantidade já razoável de fichas, essa poderia ser uma excelente situação para o jogador defender seus blinds com um steal que chamamos de squeeze, em que ele tentará levar o pote

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explorando a parte mais fraca da minha gama de mãos e do jogador no UTG. Geralmente o squeeze é feito com um all in, mas nesse exemplo o jogador em questão fez um raise propositalmente mensurado de forma a não comprometê-lo com o pote, talvez na intenção de demonstrar força.

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om o fold do jogador no UTG, fico com a palavra, imaginando que o small entre nós estava apenas entrando de carona. Pela “textura” e valor do raise consegui perceber a situação de resteal. Ele não precisaria necessariamente blefar, mas, nesse exato momento, mesmo estando em posição, a melhor forma de jogar meu 88 com o pote já grande era explorando a parte mais fraca da gama de mãos do meu oponente com um 4-bet, que, nesse caso, pode até ser um 4-bet light. Até porque o flat call já me deixaria comprometido com o pote e deixaria minhas chances de takedown praticamente nulas num pós-flop. Além disso, tem o fato de que o oponente, ao ser o primeiro a falar depois do flop, teria a oportunidade de ir all in em um flop que, provavelmente, seria perigoso para meu par de oito, caso não trincasse. Optei pelo re-steal, dando all in, e acabei levando um bom pote. A dica final é prestar atenção para não deixar passar em branco oportunidades de levar bons potes com bons movimentos. Normalmente, nessa situação, a tendência seria o fold automático, mas outros fatores que exigem uma certa sensibilidade do jogo, que muitas vezes não se expressam em palavras, me fazem acreditar que, naquela 6-max, o all in é uma jogada de expectativa positiva. Logicamente, são jogadas extremamente agressivas e que, quando dão errado, são muito frustrantes, mas, sinceramente, ter apetite e percepção nessas situações e jogadas é que diferenciam um grande jogador dos demais. No momento estou escrevendo de Deauville, na França, atrás do EPT. Estreio no Dia 1B e volto na próxima Flop com mais debates! I

Christian “CK” Kruel Nascido no Rio de Janeiro, é um dos pioneiros do Texas Hold'em no Brasil. Com seus bons resultados online e nos torneios afora, agora faz parte do FullTilt Poker Team.

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COLUNA

AS LIGAS AMERICANAS

Saiba como funciona o sistema de apostas nas competições nos Estados Unidos

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ntes de entrarmos no tema desta coluna temos uma boa notícia para os apostadores brasileiros: nossa última coluna sobre apostas múltiplas surtiu efeito imediato. Em novembro, tivemos o primeiro brasileiro a ganhar uma bolada na Sportingbet.com, exatamente com uma aposta múltipla. Ele apostou R$ 1.600 em uma acumulada de seis jogos, acertou todos e embolsou R$ 100 mil. Como dissemos no artigo, apostas múltiplas podem ser mais arriscadas, porém oferecem um retorno excelente. Nesta coluna vamos tratar dos esportes americanos que têm um sistema um pouco diferente de oferecer suas apostas. Estamos falando do Futebol Americano (NFL/AFL), Basquete (NBA/WNBA), Baseball (MLB) e Hóquei (NHL). Na imagem abaixo temos o modelo básico para apostas nesses esportes, no nosso exemplo uma aposta da NFL:

(a) Handicap estipulado para o jogo (Point Spread) (b) Cotações para apostas no Handicap (odds) (c) Total de Pontos estipulado para o jogo – A: Acima de, B: Abaixo de (d) Cotações para apostas no Total de Pontos do jogo (odds) (e) Cotações para o vencedor do Encontro (odds)

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É possível observar, na figura abaixo, que temos três tipos de apostas (mercados) diferentes no mesmo display: Lado / Handicap – Esse é o mesmo tipo de aposta (mercado) com handicap de gols que temos no futebol tradicional, e tem o objetivo de tornar o jogo mais competitivo do ponto de vista da aposta. Nesse mercado, o time considerado favorito aparecerá com um número negativo (a) correspondente ao seu handicap, que é chamado em inglês de point spread. Já o outro time terá um número positivo (a). No nosso exemplo temos: San Diego (Chargers) -9,5 Oakland (Raiders) +9,5 Caso você aposte no favorito, Chargers, eles precisarão vencer a partida por dez pontos ou mais de diferença para que sua aposta seja vencedora, já que eles começam o jogo teoricamente perdendo por 9,5 pontos. Caso eles vençam por nove pontos ou menos, ou percam para os Raiders, então sua aposta já era. A Sportingbet cotou esse mercado em 1,909 em ambos os casos (b), o que significa que, se você apostar R$ 100 e acertar o resultado, recebe de volta R$ 190,90 (1,909 x 100). O handicap oferecido (a) pode variar para mais ou para menos, dependendo do favoritismo de cada time e das circustâncias de cada partida, assim como as cotações ou odds (b).

Total – Ao invés de apostar no vencedor da partida, outra aposta popular em esportes americanos é o total de pontos do jogo. O ganhador é irrelevante nesse mercado, onde o total de pontos somados dos dois times é o único fator considerado. Esse mercado é bem similar ao total de gols da partida que temos no futebol tradicional, só que nesse caso temos valores bem maiores devido aos altos placares esperados em esportes americanos, principalmente na NFL e NBA. O total de pontos estipulado em nosso exemplo entre os Chargers e os Raiders é de 42,5 (c). Se você acreditar que o placar ficará acima disso, deve então apostar em A 42,5 (Acima de 42,5), caso contrário vá de B 42,5 (Abaixo de 42,5 pontos). Vale lembrar que o total de pontos da partida corresponde à soma dos pontos marcados pelos dois times. Uma vez que o total de pontos estipulado para uma partida reflete aquilo que o trader (responsável pelas apostas e cotações) acredita que acontecerá, as cotações de Acima/Abaixo (d) são sempre muito próximas. No nosso exemplo, ambas pagam R$ 1,909 para cada real apostado. Moneyline – Por fim, temos o moneyline (e), que nada mais é do que a aposta no vencedor do encontro, também muito similar à principal aposta do futebol tradicional. A diferença é que na maioria dos esportes americanos não existe a opção de empate. Assim, o mercado moneyline considera qualquer possível prorrogação ou morte súbita, até que haja um vencedor, diferente do vencedor do encontro, em que vale apenas o resultado do tempo regulamentar. Além desses mercados, considerados principais, cada modalidade de esporte americano tem suas próprias apostas ou mercados específicos. Confira na página ao lado os esportes e seus tipos de apostas.

Kokomo

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FUTEBOL AMERICANO

Run-Line – Aposta tipo handicap em que o time favorito começa com um handicap negativo, -1,5 por exemplo, e deve ganhar o jogo por mais de dois pontos de diferença para a aposta ser vencedora.

NFL – National Football League Primeira jogada de pontuação – Esse mercado oferece seis opções de apostas: Touchdown, Field Goal ou Safety tanto para o time A ou B. Basicamente, é apostar em qual time abrirá o placar e como. Para os iniciantes em esportes americanos, Touchdown, Field Goal ou Safety são as três maneiras possíveis de se marcar pontos no futebol americano.

A primeira equipe a marcar – Primeiro time a marcar, praticamente a mesma aposta que temos em diversos esportes.

HÓQUEI

Corrida aos dez pontos – Esse é um mercado bem particular do basquete americano em que se aposta qual dos times chegará a dez pontos primeiro. A emoção dessa aposta se deve ao fato de que você sabe se ganhou ou perdeu bem rápido, não precisando esperar até o fim da partida. Também pode haver a opção da corrida aos 20 pontos, que segue o mesmo princípio. First Touchdown – Muito similar à aposta em que jogador marcará o primeiro gol no futebol tradicional, nesse mercado é possível apostar no jogador que marcará o primeiro touchdown. Caso você acredite que não haverá nenhum touchdown, também tem a opção de apostar em nenhum touchdown no jogo.

BASQUETE NBA – National Basketball Association Team Points – Esse é um mercado tipo Acima/Abaixo em que é possível apostar em quantos pontos cada time irá marcar na partida. Muito similar ao total de pontos, porém aqui valem só os pontos de um time e não o total da partida. Half-Time/Full-Time – Mais um mercado parecido com o que temos no futebol tradicional, em que é possível apostar em quem estará à frente no intervalo e quem vencerá o jogo. A diferença é que não há empate na NBA, assim qualquer possível prorrogação é considerada.

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NHL – National Hockey League Match Result/Moneyline – No hóquei sobre o gelo existem dois tipos de apostas no resultado da partida. Uma, match result, considera a possibilidade de um empate ao fim do tempo regulamentar, enquanto a outra, moneyline, só considera o vencedor da partida ao fim do jogo e de eventuais prorrogações ou morte súbita.

BEISEBOL MLB – Major League Baseball Total Runs in Game – Mais um mercado do tipo Acima/Abaixo em que se aposta quantos runs (ou “corridas” que valem um ponto no beisebol) acontecerão na partida. Funciona no mesmo princípio do total de pontos em que é considerado o total de pontos marcados por ambos os times. Puck Line – Aposta tipo handicap em que o time favorito começa com um handicap negativo, -1,5 por exemplo, e deve ganhar o jogo por mais de dois pontos de diferença para a aposta ser vencedora. Period Winner – No hóquei é possível apostar no resultado ao fim de cada tempo de 20 minutos. Nesse mercado são possíveis três resultados (three-way): Time A, Time B ou Empate. James Keane Vice-Presidente de Mercados Internacionais da Sportingbet.com

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COLU NA MAIS EV

Fórum de Pok

http://www.maisev.com

DEEP STACK Alguns conceitos para ajustar seu cash game live e também online

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ste artigo é voltado, no geral, para cash game, já que é mais fácil encontrar mesas neste estilo. Quando digo deep stack em cash game estou me referindo a potes em que os jogadores envolvidos têm 200 ou mais big blinds. Essa situação é comum, principalmente no live, em que o buy-in máximo da mesa costuma ser mais do que os 100 BBs “padrão” do online. Na internet a situação mais comum para ter que jogar deep stack é quando se está em uma session há um bom tempo e com um bom lucro, e você enfrenta jogadores na mesma situação, com mais de um buy-in “pra frente”. Alguns sites também oferecem mesas deep, como o Absolute Poker e o Full Tilt. Quanto mais fichas estiver jogando contra um fish, melhor, pois vai extrair o máximo dele. Outro ponto é que poucos jogadores se ajustam bem quando começa a ficar deep stack, a maioria continua jogando como se estivesse com 50 a 100 BBs. Fora isso, a parceirada dos jogos live costuma ser um sonho. Sabendo se ajustar nas ocasiões deep stack, você aumentará sua vantagem sobre os outros jogadores. Agora escrevo sobre o principal conceito de deep stack: posição, e como isso influencia no modo geral de jogar, incluindo o pré-flop. Depois falarei um

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pouco sobre raised pots, 3bet pots e 4bet em deep stack.

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uanto mais deep, mais importante a posição e menos as cartas. Pode parecer até conselho de iniciante, mas é de longe o conceito mais importante ao se jogar deep stack, e vou bater várias vezes nessa tecla: quando se joga deep stack, posição importa muito. Se está jogando com 20 BBs, AA vai ser uma mão forte em qualquer posição, enquanto que 56s só será útil para steal. Já com 100 BBs 56s se torna uma mão bem mais interessante. A diferença da força entre essas mãos vai diminuindo à medida que aumenta seu stack, e em contrapartida a força de sua posição na mesa vai aumentando. Algumas coisas que fazem da posição algo importante em deep stack e que se deve estar atento:

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Com posição, tem-se muito mais controle do pote. Quanto mais deep, maiores as apostas nas últimas rodadas, e salvar uma aposta ou conseguir value em outra vai ser vital para o seu balanço no final do jogo.

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Draws jogam melhor em posição. No deep stack raramente se faz um move no flop com draws – como um rai-

se all in no bet de um oponente ou bet3bet/push. Isso porque, diferentemente do jogo entre 50 a 100 BBs, na maioria das vezes o pote será pequeno em relação à quantidade que você e o oponente ainda podem apostar. E, por isso, quando estamos deep, torna-se mais complicado jogar draws fora de posição. Quando jogar agressivamente e tomar call, a situação se torna chata no turn ou river, tendo que optar por desistir da mão ou lançar 2barrels/ 3barrels bem caros. Em contrapartida, com posição você poderá pegar free cards quando achar necessário, fazer um semiblefe quando sentir fraqueza (geralmente é mais fácil depois de um check do oponente, do que sendo o primeiro a falar), e consegue extrair mais quando acertar o draw.

o

Deep stack você não costuma ficar pot commited antes do turn ou river. Aqui quase sempre os jogadores vão estar “para trás” para jogar todas as rodadas. O turn e o river são streets que um bom jogador costuma ter um edge maior ainda sobre fishs do que no flop. E esse edge é sempre maior jogando em posição.

UNRAISED/RAISED POTS Aqui o pote ainda é pequeno e vale a velha máxima: potes grandes são para mãos monstros. Não se afunde com overpairs e top pair top kicker. Um AK ou AQ, por exemplo, tem muito valor quando flopar trips ou um straight, mas com TPTK você normalmente não vai conseguir muito, e, se for fundo na mão, provavelmente perderá um bom pote. Jogue cautelosamente quando flopar um top pair em um pote que ainda não está grande. Não precisa jogar weak, e sim com inteligência, tomando

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cuidado contra jogadores mais tights e tentando controlar o tamanho do pote quando possível.

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enha um pouco de cautela quando acertar um draw baixo com suited connectors. Um exemplo é acertar um 56s com o board 789 ou fazer um flush. Claro, se quando acertar sua mão (independentemente da street), já tiver 100 BBs no pote, você não vai conseguir evitar de colocar mais 100 BBs, mas, se acertar a mão quando o pote estiver muito pequeno, você tem que tomar cuidado. Potes grandes costumam acontecer entre o embate com as duas melhores possíveis mãos, e, quando acerta um draw baixo, não se esqueça de que está com a segunda melhor mão. Por isso AXs ganha valor. Normalmente, jogos deep são um pouco mais loose, pois a relação do quanto se está investindo pré-flop para o quanto potencialmente o pote pode chegar é menor, e AXs fica melhor de se jogar em potes com muitos jogadores. Em todo caso, o motivo dessa mão ganhar valor é que você estará buscando um draw para o nuts, e pode ganhar um pote monstro, se outro jogador também acertar o flush. Em posição é mais fácil extrair o máximo dos jogadores, principalmente contra os bons que dariam fold com flush médio ou baixo se encontrassem alguma resistência depois de fazer o jogo. Quando eles estão fora de posição e acertam um draw, ficam em uma situação complicada: check ou call e perder valor? Bet ou fold sabendo que podem enfrentar um blefe? Quando estão em posição, arriscar

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um check-raise ou já apostar? Check-raise pode perder valor, e apostando, o oponente com draw baixo estaria bem, dando apenas um call, pois saberia que o raise em muitas situações tem pouco valor. Esse exemplo é só para justificar que é mais fácil extrair em posição, e a importância de jogar mãos com potencial de draws em posição.

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ome cuidado com set contra set quando você tiver um bottom set. É difícil foldar um set, mas quando você joga muito deep em potes que não têm raise (ou apenas um raise normal pré-flop), há situações em que o fold é a melhor jogada. Eu tomaria um pouco de cautela em multiway pots com dry board e muita ação. Se você tem um par de 4, por exemplo, em um flop 48T rainbow e encontra muita ação já no flop, pense duas vezes antes de continuar na mão. Eu não teria tanto medo de comprometer 100 BBs nesse pote, mas não iria comprometer 300 BBs, quando está claro que alguém tem 88 ou TT. Mesmo com um draw ou outro, pense bem, pois poucos players jogam draws muito agressivamente quando

estão deep stack. Contra um NIT, mesmo em HU, também tome cuidado. Se ele der raise pré-flop, e você com 33 encontrou A93 no bordo, pense bem se encontrar resistência; há NITs que claramente não vão pôr todo dinheiro no flop com AK e não dão raise pré-flop com A9, portanto, pode ser uma situação em que é melhor recuar.

3BET POTS Aqui o jogo também muda muito em relação a jogar entre 50-100BB. 3bet light fora de posição não é tão simples, pois o oponente aqui tem implied odds para jogar com muito mais mãos do que quando tinha 100 BBs. No geral, aconselho ter muito cuidado ao realizar esta jogada fora de posição contra bons oponentes que vão te pagar com muitas mãos para dar outplay ou tentar ganhar um pote monstro. Vou comparar duas mãos típicas (pares baixos e suited conectors) em um jogo com 100 BBs e 300 BBs. Começando por pares baixos, como 22 ou 66, com 100 BBs, se você toma um 3bet, tanto em posição como fora dela, eles normalmente não vão jogar bem o pós-flop. Você não tem odds suficientes pra jogar por set value, e sua mão vai estar definida, na maioria das vezes, sendo que quando fizer um move e tomar um call estará praticamente drawing dead. Em contrapartida, eles jogam muito bem pelo set value. Os maiores potes que já ganhei jogando deep stack foram sets que fiz em 3bet pots. Poucos oponentes largam overpair depois de dar um 3bet, sendo que quando você faz um set não costuma ser

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COLU NA MAIS EV

Fórum de Poker – MaisEV

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difícil colocar todo o dinheiro no pote. Tanto em posição quanto fora de posição, pares baixos ou médios jogam muito bem nessa situação. Suited conectors são ótimos em 3bet pots com 100 BBs para fazer moves no flop. Por quê? Com um suited conector você pode flopar: • Mãos feitas (dois pares): 5,6% • Combo draws (straight flush draw, par + straight draw e etc.): 6,9% • Draws (straight draw ou flush draw): 13,2%

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u seja, aproximadamente 25% das vezes você vai ter uma mão boa para fazer um move, fora isso também pode fazer um move quando tiver um par em um board bem dry (por exemplo, 248 com 87s), em que mesmo que enfrente um overpair você ainda tem cinco outs para fazer dois pares ou trips (diferentemente de apenas dois outs quando você faz um move com um par baixo). Resumindo: se enfrentar um oponente bem agressivo que dá muito 3bet light (e normalmente estes dão pelo menos 90% das vezes continuation bet), com 100 BBs você pode dar call com suited conectors pensando em fazer um move em boa parte dos flops tanto com ou sem posição. Deep a coisa muda, você não vai conseguir fazer um move no flop em um 3bet pot, a relação do tamanho do pote para o quanto você tem atrás ainda é muito pequena, e jogar suited conectors fora de posição já não é tão interessante. Draws não jogam tão bem fora de posição, e assim como com 50 a 100 BBs nas blinds, não costuma ser bom dar um call com 67s de um raise de early ou middle position, não costuma

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ser bom também dar call sem posição com 67s para um 3bet em um jogo de 300 BBs. Em posição, o call já é bem mais interessante, pois você terá mais controle sobre o tamanho do pote e terá mais facilidade de colocar todo dinheiro quando acertar seu draw. E você não só vai alcançar implied odds melhores em posição, como também pode aplicar um float em alguns flops. No geral, pode-se dar mais call em posição, e deve-se ter cuidado ao dar 3bet light sem posição, porque muitos oponentes bons sabem que podem dar call com uma variedade boa de mãos e jogá-las em posição.

4BET POTS - 4BET LIGHT

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tualmente rola muita 3bet light (o que muitos chamam de resteal quando o raise vem em late position). No jogo com 100 BBs, é comum bons jogadores darem 4bet lights colocando cerca de 22 a 25 BBs do stack em cima de uma 3bet, tendo espaço para o fold pré-flop. Essa é uma estratégia muito boa, e bons jogadores sabem mixar bem um range de 4bet por valor com AA, KK, QQ ou AK, em que eles dão 4bet e pagam um push, e alguns blefes em que vão dar a 4bet e ter espaço para desistir da mão. Em deep stack, a 4bet light se torna uma estratégia ainda mais efetiva. Um push em cima de uma 4bet sairá muito caro para o jogador que dá uma 3bet, e quando estiver em posição, coloca o oponente em uma situação difícil, caso ele pretenda continuar: ou ele joga um pote grande fora de posição contra um oponente que demonstrou muita força pré-flop, ou ele investe um stack de 200 BBs em um push ou 5bet.

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om 100 BBs, quando você dá raise para 3 ou 4 BBs, um valor normal de 3bet é de 10 a 15 BBs. Quando está deep stack, pode dar uma 4bet entre 20 a 30 BBs sem problemas (normalmente tem que ser um pouco maior o valor da 4bet do que com 100 BBs). Um exemplo é você com 200 BBs abrir três BBs do button, o jogador na big blind que defende muito as blinds dá 3bet para 12, e você dá uma 4bet para 26 BBs. Pagando, ele joga um pote que começa com 56 BBs fora de posição, dando 5bet, ele fica relativamente commited, e push ele investe o stack inteiro. Você, por outro lado, está investindo 23 BBs a mais na mão para ganhar um pote que já contém 15,5 BB. Para o 4bet ser uma jogada EV+, ele teria que funcionar pelo menos 60% das vezes, mas como o range do oponente é bem grande para defender os blinds e você o deixa em posição delicada, a 4bet fará com que ele folde a mão bem mais do que 60% de vezes. Não estou falando para sair dando 4bet pré-flop feito louco, mas jogadores bons dão 3bet light com um range muito alto de mão, e seu 4bet vai ter uma taxa de takedown muito alta contra esse tipo de jogador. Também não saia dando 4bet light em cima de jogadores “baralhões”, que têm tendência a pagar ou dar push com mãos marginais. Contra eles, dê 4bet sempre por value. Mas o principal aqui é que 4bet light é uma estratégia possível e deve ser incluída no seu jogo deep stack. I

Ivan Santana Conhecido pelo nick RoyalSalute, é jogador de poker profissional e moderador do fórum MaisEV.

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COLU NA JURÍDICA O POKER ONLINE NA

EUROPA

Avanços da legislação sobre o poker na internet podem servir de exemplo

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continente europeu apresenta situações absolutamente divergentes quando o assunto é a regulamentação do poker online. Enquanto a Itália, que já regulamentou a atividade, Portugal, França e Suíça estão abertos à discussão, ainda há espasmos de retrocesso em outros países europeus, como é o caso da Noruega. A posição norueguesa é ainda mais severa do que o famigerado UIGEA americano, na medida em que não restringe apenas as transações online, mas toda e qualquer espécie de jogo disponibilizado na internet. A justificativa norueguesa para tal proibição é a proteção das pessoas que possuem algum problema de compulsão e vício em jogos. O que não se discute é o fato de que a suposta “proteção” dos doentes esbarra no direito individual daqueles que, sem possuir qualquer distúrbio relacionado ao jogo, ficarão privados da sua prática por

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ato autoritário e pretensamente altruísta do governo norueguês.

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ão vou me estender a respeito do absurdo dessa justificativa que consegue ser ainda pior do que aquela utilizada por países que encaram a proibição do jogo online como ação afirmativa de combate à lavagem de dinheiro. Ora, se alguém está doente, o que se precisa é tratamento. Se criminosos utilizam atividades lícitas para realizar lavagem de dinheiro, o que se faz necessário é a atuação contundente do Estado na prevenção e combate dos crimes que originam o tal “dinheiro sujo”. Pensar de outra forma soaria como proibir a produção e comércio de bebidas alcoólicas no Brasil para proteger os alcoólatras. Em suma, a proibição do poker online não é terapêutica, não soluciona, nem mesmo parcialmente, o problema da compulsão pelo jogo ou a lavagem de dinheiro, ou quaisquer outros males que

possam ser direta ou indiretamente relacionados ao jogo. No caso da Noruega ainda há um fato irônico a respeito do tema, vez que a única modalidade de jogo que permanecerá permitida é a loteria estatal, caso típico de jogo de azar. Assim, se o compulsivo não poderá gastar todo o seu dinheiro em jogos pela internet, poderá fazê-lo tranquilamente se o destino dos seus recursos for os cofres públicos.

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exemplo norueguês é interessante, pois traz contradições comuns na maioria dos países ainda refratários ao jogo online. No entanto, essa não é a única batalha travada pelo poker online em solo europeu. Outro ponto extremamente complicado é o conflito entre os países que defendem o monopólio estatal na exploração de tais jogos e aqueles que entendem o contrário, em nome da livre circulação dos serviços na União Européia. Portugal e França são dois dos países que defendem o monopólio estatal e, por tal razão, resistentes à legalização da atividade de jogos online para a iniciativa privada. No entanto, há notícias de que a França, ao contrário da histórica orientação em prol do monopólio estatal, poderá legalizar o poker online já em 2010. Isso porque foi encomendado um estudo que trouxe a conclusão de que tal medida não traria qualquer repercussão negativa à sociedade. Assim, a França adotaria o modelo já existente em países como Alemanha e Holanda, fruto do comando trazido no artigo 49 do Tratado da União Européia, que diz respeito à livre prestação de serviços na zona comunitária. Reino Unido e Itália foram precursores da atualização legislativa para a regulamentação do jogo online e, a reboque, Polônia e Espanha já demonstraram interesse de tratar a questão. A Suécia, por sua vez, já quebrou o monopólio estatal da exploração dos jogos online e tudo indica que realizará a atualização legislativa no sentido de regulamentar a atividade. A Dinamarca, país de origem do último campeão do Main Event da WSOP, tamDoyle Brunson

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bém impunha restrições ao poker online, mas, tendo em vista pressões externas, já dá sinais que alterará o tratamento do jogo pela internet, assim como o fará para os torneios ao vivo. O mesmo ocorre com a Bélgica, cujo governo vem sendo pressionado pela Comissão Nacional de Jogo Belga, o que pode levar ao reconhecimento e regulamentação do jogo pela internet ,assim como foi feito com o jogo ao vivo, já que a Bélgica possui até mesmo cassinos em seu território.

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sses poucos exemplos da realidade atual européia, no tocante ao poker online, bastam para demonstrar que a tendência atual é pelo reconhecimento da licitude da atividade. Na verdade, além do preconceito demonstrado por países como a Noruega e o protecionismo estatal de outros países europeus, é fato que o maior impedimento para a total legalização do poker online é a efetiva atualização legislativa em cada região, e a modernização das

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leis e regulamentações deverá ocorrer, na maioria dos países europeus, em pouquíssimo tempo.

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sso porque o poker online é uma realidade mundial, e a lei não se presta a outro fim que não seja adequar a situação fática ao universo jurídico de modo a regulamentar atividades e situações já existentes. Desse modo, a total regulamentação do poker online em solo europeu deve atingir a grande maioria dos países em curtíssimo prazo, não sendo exagero esperar que essa tendência seja observada também em outros continentes na mesma velocidade em que o jogo explodiu por todo o mundo. Nessa esteira, obviamente a situação brasileira pode ser beneficiada pela tendência européia, tendo em vista que, diferentemente da Europa, o Brasil ainda não impôs restrições ao poker online, ainda que a modalidade não seja regulamentada ou reconhecida pela legislação nacional.

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corre que, uma vez regulamentada a atividade no ambiente da internet, o poker em si poderá ser beneficiado em todas as suas variantes, sendo que assim o Brasil trilharia o caminho inverso dos países europeus. Isso porque, se na Europa o caminho para a regulamentação do poker online migra da legalidade dos jogos ao vivo para a regularização do jogo na internet, no Brasil a regulamentação do poker via internet poderia trazer resultados significativos para o reconhecimento da prática ao vivo e o seu reconhecimento definitivo, como atividade lícita, via reforma da legislação. Assim, não é exagero dizer que o tratamento da questão em outros países pode, efetivamente, culminar numa solução positiva para o poker no Brasil, o que se espera ansiosamente para um futuro próximo. I

Gustavo “GM” Andrade Natural de Assis (SP) e residente em São Paulo, é advogado criminalista e jogador de poker.

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GLOSSÁRIO OS TERMOS DO POKER A

desleal feito por dois ou mais jogadores que atuam de forma ilegal, em parceria.

Bubble – Bolha. A posição, em um torneio, do jogador que é eliminado logo antes de entrar na faixa de premiação. Quando este jogador é eliminado, diz-se que a bolha estourou, e dali para a frente todos entram na faixa de premiação.

Connectors – Duas cartas em seqüência.

All In – Quando um jogador aposta todas as suas fichas em uma mão.

Button – Outro nome para a posição de dealer na mesa, que é representada por um disco branco, um botão, à frente do jogador.

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All In Mode – Quando um jogador tem poucas fichas em relação aos blinds, estando sujeito a aplicar um all in a qualquer momento.

Buy-In – O montante de dinheiro exigido que um jogador pague para se sentar num determinado jogo de poker, ou o valor de inscrição de um torneio.

Add-On – Compra adicional de fichas. Torneios com re-buy permitem add-on imediatamente após o período de re-buys, liberado a todos os jogadores, independentemente da quantidade de fichas.

Cut-off – Posição do jogador na mesa anterior à posição do dealer.

Deal – Acordo. Dealer – A pessoa que manuseia as cartas, distribui a mesa e monitora o jogo, também conhecido como croupier. Dealer's Position – O último jogador a apostar numa rodada.

Ante – “Pingo”. Aposta colocada na mesa, antes da mão começar, por todos os jogadores.

C

Average – Média de fichas de um torneio ou mesa, normalmente calculada pegando-se o número total de fichas e dividindo pelos jogadores restantes.

Cold Call – Quando o jogador paga mais de uma aposta ou repiques sem ainda ter posto nada na mesa.

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Calling Station – Um jogador passivo que não costuma repicar, e que paga mais apostas do que deveria.

Door Card – A primeira carta exposta, ou carta aberta, numa mão em jogos Stud.

Bad Beat – Jogada onde o favorito perde a mão quando seu oponente, com poucas chances, consegue acertar uma carta.

Cap – Efetuar o último repique permitido em uma rodada. Em jogos limit há o limite de três repiques.

Draw Lowball – Modalidade de poker em que cada jogador recebe cinco cartas com a opção de trocar uma ou mais cartas por outras, em que a mão mais baixa ganha.

Bankroll – Cacife. Montante de dinheiro que alguém possui para jogar.

Cards Speak – Termo que indica que o que vale são as cartas do jogador, mesmo que ele anuncie verbalmente um jogo errado.

Belly Buster – "Racha". Carta de meio de seqüência. Bet – Apostar. Big Bet – Em jogos fixed limit, é a aposta que acontece no turn e river. Big Blind – Aposta obrigatória, colocada pelo jogador sentado na segunda posição. Blank – Uma carta comunitária inútil, que não faz muita diferença para ninguém.

Call – Pagar uma aposta.

Cash Game – O jogo a dinheiro, sem ser torneio, no qual você pode entrar e sair quando desejar. Também chamado de ring game. Cash Out – Sacar o dinheiro. Check – Dar check é continuar no jogo sem apostar; passar a vez; bater mesa.

Blind – Aposta obrigatória.

Check-Raise – Quando o jogador primeiro dá check e, depois que alguém aposta, ele repica.

Bluff – Blefe.

Chip – Ficha.

Board – As cartas que são distribuídas viradas para cima, para que todos os jogadores as vejam. Em jogos com flop, são cinco cartas comunitárias no centro da mesa. Nos Stud são quatro cartas pessoais, à frente de cada jogador.

Chip Leader – O líder em fichas, o primeiro colocado em um torneio.

Bounty – Recompensa em prêmio ou dinheiro que um jogador ganha por ter eliminado outro de um torneio. Bring-In – Abertura. Aposta forçada na primeira rodada, pelo jogador que recebeu a carta aberta mais baixa, no Seven Card Stud. No Razz, quem faz a abertura é quem tem a carta aberta mais alta. 66 | FEVEREIRO

Chop – Devolver os blinds aos jogadores que os colocaram e seguir para a próxima mão, se mais nenhum outro jogador entrou na jogada. Também significa 'dividir a mesa' e normalmente só existe em jogos ao vivo. Também é usado em finais de torneio quando se pretende propor um acordo. Clubs – Naipe de paus. Coinflip – Situação em que dois jogadores têm chances quase iguais de ganhar a mão. Collusion – Conluio. Comportamento

Deep Stack – Estilo de torneio que traz muitas fichas no stack inicial e níveis de blinds longos e de subida leve, beneficiando jogadores mais técnicos. Diamonds – Naipe de ouros.

Draw Poker – Modalidade de poker em que cada jogador recebe cinco cartas fechadas, com a opção de trocar uma ou mais cartas por outras, para tentar formar uma mão melhor. Também chamado de poker fechado e Five Card Draw. Draw – Quando um jogador ainda não está com a mão feita, mas espera que com as próximas cartas consiga uma boa mão. Ocorre para seqüência (straight draw) ou flush (flush draw). Drawing Dead – Quando o jogador está em um draw, esperando uma carta para fechar seu flush ou seqüência; mas mesmo que ele consiga não terá chances de vencer, pois o oponente já possui mão superior.

E Early Positions – As quatro primeiras posições da mesa.

F Fee – Em um torneio, é o valor da inscrição destinado aos organizadores, não entrando no prize pool. Field – Refere-se ao número de participantes de um torneio. Chuck Norris 9

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Five-Card Stud – Modalidade de poker em que cada jogador recebe cinco cartas, uma fechada e quatro abertas, com apostas após a 2ª, 3ª, 4ª e 5ª cartas. Também conhecido como Stick de cinco cartas. Flop – No Texas e Omaha Hold'em, as três primeiras cartas comunitárias que são abertas no centro da mesa, todas ao mesmo tempo. O flop também indica a segunda rodada de apostas. Flush – Cinco cartas do mesmo naipe, independentemente do valor. Flush Draw – Tentativa de flush. Quando um jogador tem quatro cartas, todas do mesmo naipe, e espera receber uma quinta para fazer um flush. Fold – Correr, desistir da sua mão quando é a sua vez de jogar.

apenas a carta mais alta. High Stakes – Jogo de cacifes altos. Hole Cards ou Pocket Cards – Cartas que o jogador recebe e somente ele pode ver e usar.

Freeroll – Torneio gratuito, com prêmios em dinheiro. Freezeout – Formato de torneio onde não são permitidos re-buys. Full House – Uma trinca e um par.

G Gap – Conceito que diz, em resumo, que para pagar uma aposta ou aumento um jogador deve ter cartas melhores do que ele teria para ser o primeiro a apostar ou realizar um aumento. Grinding – Jogar num estilo com poucos riscos e lucro modesto durante muito tempo.

Implied Odds – Probabilidade implícita. Cálculo semelhante ao pot odds, mas que leva em conta informações que o jogador tem de seus adversários, podendo assim alterar as probabilidades com suas ações.

Multi-table tournament ou MTT – Torneio com várias mesas, que são remanejadas a fim de manter o eqüilíbrio de participantes.

Insta-Call – Quando um jogador paga imediatamente uma aposta ou raise. In The Money ou ITM – Classificação do jogador que já entrou na faixa de premiação em um torneio.

K Kansas City Lowball – Também conhecido como Razz Deuce-To-Seven, é um tipo de poker em que a pior mão vence. A diferença deste para o Razz normal é que o Ás só vale como maior carta e as seqüências e flushes atrapalham o jogador, portanto a melhor mão possível seria 2-3-4-5-7 de naipes diferentes. Kicker – Carta de desempate, é a mais alta carta sem par na mão de um jogador, a que geralmente resolve a jogada em caso de empate caso dois ou mais jogadores tenham mãos iguais. Se todos tiverem o mesmo kicker, analisa-se o segundo kicker e segue-se até haver desempate. Kill – Nesta modalidade, as apostas dobram quando um mesmo jogador ganha a mesa duas vezes seguidas.

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Live – Jogo ao vivo.

Hearts – Naipe de copas. Hi-Lo – Também chamados de high/low ou hi-low, são os jogos de divisão da mesa entre os jogadores com as melhores mãos alta e baixa. High Card – Uma mão de cinco cartas que não contém nenhum jogo formado, usando WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

Move – Jogada.

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Gut Shot Straight – Seqüência que ainda precisa de um "racha", carta de meio de seqüência, para ser formada. O mesmo que Inside Straight

Heads-up – Mano-a-mano. Quando apenas dois jogadores estão envolvidos numa mão, torneio ou jogo, um contra o outro.

Middle Positions – As posições intermediárias da mesa. Muck – Sair do jogo sem mostrar a mão. Também designa o monte de cartas que já não estão em jogo.

Four of a Kind ou Quads – Quadra. Free Card – Carta grátis, que você vê sem ter que pagar nenhuma aposta, pois todos bateram mesa.

disputadas pelos jogadores restantes. Isto ocorre quando um jogador fica all in.

Late Positions – As duas últimas posições da mesa. Limp – Ato de apenas pagar a aposta do big blind. O jogador que deu limp, ou sempre o faz, é chamado de limper. Loose – Estilo do jogador que joga muitas mãos, mesmo com jogos de médio valor.

M Main Pot – O valor principal da mesa. Quaisquer outras apostas são colocadas numa mesa paralela (side pot) e são

N Nuts – A melhor mão possível em uma determinada altura do jogo.

O Odds – A probabilidade de se fazer uma mão. Offsuit – Cartas de naipes diferentes. Omaha Hold’em – Jogo em que cada jogador recebe quatro cartas fechadas com cinco cartas comunitárias. Para fazer a sua mão é obrigado a usar duas de suas cartas e três das cartas comunitárias. On the Button – O último a falar numa rodada de apostas. Posição do dealer. Online – O jogo pela internet. Open – Abrir, fazer a primeira aposta. Open-Ended Straight – Seqüência de duas pontas, que ainda precisa de uma carta para ser completa, em qualquer um dos lados. Opening Hands – Mãos que o jogador seleciona para entrar em uma jogada. Outs – O número de cartas restantes no baralho que podem melhorar a sua mão. Over Aggressive – Estilo de jogador muito agressivo, que aposta e repica muitas mãos. Over the Top – Quando um jogador dá um raise ou all in over the top, ele está apostando por cima de uma aposta ou raise de um jogador anterior. Overcard – Carta da mesa maior do que o par que está em sua mão. Overpair – par em sua mão que seja mais alto do que qualquer uma das cartas na mesa.

P Pot – Dinheiro ou fichas no centro da mesa, que os jogadores tentam ganhar. FEVEREIRO | 67


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GLOSSÁRIO OS TERMOS DO POKER Pot Committed – Situação onde o jogador já pôs tantas fichas no pot, e este está tão grande, que mesmo sem ter o melhor jogo ele acaba pagando mais apostas. Pot Odds – Cálculo do custo-benefício para pagar uma aposta relacionado ao valor que já existe no pot, levando em conta as chances de você acertar a carta necessária para ganhar a mão. Prize Pool – Valor total das premiações em um torneio.

R Rack – Espécie de bandeja de plástico transparente que comporta 100 fichas de poker em cinco fileiras de 20 fichas. Railbird – Alguém que permanece numa sala de poker, observando os jogos. Rainbow – Quando as cartas do board são de naipes diferentes, não abrindo possibilidade para flush. Raise – Aumentar. Repicar. Rake – Comissão. Porcentagem de fichas retiradas da mesa (pot) pelo cassino ou sala de poker, pela organização do jogo. Razz – Jogo semelhante ao Seven Card Stud, só que a menor mão ganha a mesa. No Razz, não existe flush ou seqüência, então o melhor jogo seria A-2-3-4-5. Re-Buy – Recompra. Alguns torneios permitem recompras, normalmente na primeira hora, para os jogadores que perderam suas fichas, limitado apenas aos jogadores que possuem um cacife ou menos fichas. Re-raise – Também conhecido como contrarepicar, dar re-raise é aumentar novamente uma aposta que já tenha sido aumentada. Ring Game – Ver Cash Game. River – Esta é a última carta. No Hold'em e no Omaha, também é conhecida como 5th street ou 5ª carta comunitária. Em jogos Stud, também é denominada 7th street ou 7ª carta. Royal Flush ou Royal Straight Flush – Sequência máxima do mesmo naipe, T-J-Q-KA. É a melhor mão possível no Hold’em.

as mãos alta e baixa em um jogo Hi-Lo. Session – Sessão de jogo. Set – Ter uma trinca, sendo um par na mão e uma carta formando a trinca na mesa. Seven Card Stud – Stick de sete cartas, é um jogo de poker em que os jogadores recebem três cartas fechadas e quatro cartas abertas. Faz-se a mão com as cinco melhores cartas dessas sete. Shootout – Formato de torneio onde não há remanejamento entre mesas e é preciso vencer todos em sua mesa para avançar. Short-Handed – Jogo com poucos jogadores, normalmente entre três e seis por mesa. Short Stack – O jogador que possui menos fichas em uma mesa ou torneio. Showdown – Abertura das cartas. Na rodada final de apostas, quando todos os jogadores ativos revelam as suas cartas para ver quem ganhou a mesa. Side Pot – Mesa paralela, uma mesa (pot) separada que é disputada pelos jogadores ativos restantes, quando um ou mais jogadores estão all in. Sit-and-Go ou SNG – Torneio onde não há horário para início, formando-se quando completar o número de jogadores necessários. Sitting out – Quando um jogador está ausente da mesa. Slowplay – Quando um jogador tem uma mão muito forte e não aposta muito, permitindo que outros continuem no jogo, tentando aplicar uma armadilha (trap). Slowrolling – Quando um jogador tem a melhor mão e demora, pensando na jogada, para pagar um all in do adversário. É considerado falta de respeito.

Satellite – Um torneio onde a premiação são entradas para um torneio maior. Scoop – Rapelar, ganhar toda a mesa, com 68 | FEVEREIRO

Stud Games – Poker aberto, jogos em que os participantes recebem cartas fechadas e abertas, também chamados de Stick. Suckout – Quando um jogador consegue vencer um jogo melhor, nas últimas cartas. Suit – Naipe. Suited – Cartas do mesmo naipe.

T Takedown – Vencer a mão com o fold dos outros jogadores. Tell – Uma espécie de pista ou dica involuntária que um jogador faz sem perceber. Texas Hold'em – Modalidade do jogo de poker mais popular atualmente. Aqui cada jogador recebe duas cartas pessoais e são viradas mais cinco cartas comunitárias na mesa. Cada jogador deve fazer uma mão de cinco cartas, podendo usar quaisquer das sete cartas disponíveis a ele. Three of a Kind – Trinca. Tight – Um jogador que não joga muitas mãos, que é seletivo; também pode ser a indicação de um jogo que não tem muita ação. Tilt – Um jogador entra em tilt quando sofre uma derrota e fica tão abalado que começa a jogar de forma irracional. Top Pair – Par maior. Quando um jogador usa a carta mais alta do flop para fazer um par com uma das suas cartas. Trap – Armadilha. Quando um jogador tem uma mão enorme e induz outro a entrar na jogada, fazendo-o pensar que pode vencer. Turn – Em jogos de flop, é a quarta carta a ser distribuída. É a terceira rodada de apostas.

Small Bet – Em jogos fixed limit, é a aposta que acontece no pré-flop e flop.

Two Pair - Dois pares.

Small Blind – Aposta obrigatória, colocada pelo jogador sentado na primeira posição.

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Spades – Naipe de espadas.

Under the Gun ou UTG – A primeira posição depois do big blind.

Split – Empate, divisão do pot. Stack – Pilha de fichas.

S

Straight Flush – Cinco cartas consecutivas do mesmo naipe.

Steal – “Roubar” os blinds ou o pot. Stick – Termo usado no Brasil para jogos Stud. Straight – Cinco cartas sequenciais de qualquer naipe.

V Value Bet - Aposta de valor, quando um jogador tem claramente o jogo vencedor (nuts), mas aposta pouco, para conseguir extrair mais fichas dos seus oponentes, sem assustá-los com apostas muito grandes. Heinz

57


beneficente_11

07/02/09

1:44 AM

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INICIATIVAS BENEFICENTES

O

A entrega das doações ocorreu nos dias 23 e 24 de dezembro. O jogador paulista Roni Villani, numa demonstração de amor e solidariedade, participou dos dois dias da festa, sob uma temperatura de mais de 30 graus, vestido de Papai Noel. Junto de alguns jogadores de poker que fizeram questão de entregar os presentes com a família de Virgílio Aoki, o Papai Noel se emocionou com as centenas de crianças que se aglomeravam ao seu redor. “Juntamente com o Sergião, do MeBeliska, desde já anunciamos que o Natal sem Fome 2009 vem com mais força e grande ajuda do poker nacional. Tenho certeza de que a adesão será muito maior”, conta Virgílio. Outras iniciativas vêm pipocando por Por Daniele Aoki todo o País. Ainda no final de 2008, muitos grupos se uniram para enviar ajuda às vítimas das enchentes de Santa Catarina. Jogadores enviavam transferências online e as pessoas mais próximas das cidades atingidas juntaram essa verba para comprar cestas básicas, mantimentos e bens de necessidade. Três centros de auxílio a essa causa Virgílio (de branco), foram as comunidades Poker Maao lado das pessoas nia e MeBeliska, e o fórum Maisque ajudaram no projeto EV. “O Igor Turci abriu um tópico várias cidades colaboraram enviando no fórum MaisEV para arrecadarmos recursos de diferentes valores. Sérgio fundos e revertermos em cestas básicas Motta, da equipe MeBeliska, abraçou a para os atingidos pelas enchentes em campanha e comandou a arrecadação: Santa Catarina. Com o montante arreem pouco mais de um mês foram arre- cadado pelos jogadores que participam cadadas 150 cestas básicas de 15 quilos, do fórum, conseguimos comprar mais mostrando a solidariedade dos joga- de 40 cestas básicas”, explica Jorge Breda, um dos jogadores que ajudou basdores brasileiros. tante na operação. o s amigos dos sites PT.PokerNews e do SuperPoker disponibilizaram espaços para a divulgação da campanha, diversos clubes de São Paulo e região participaram das arrecadações, com destaque para o Rock Poker, de Santo André, que não só levantou verbas, como esteve presente na distribuição dos alimentos, repreA distribuição dos sentado pelo sócio Edu Max. mantimentos na rua

poker fazendo o

bem C

om a crescente união dos jogadores, não tardaria que a amizade e os encontros resultassem em projetos beneficentes e filantrópicos em nome do poker brasileiro. Uma das primeiras investidas nesse território deu-se por iniciativa de Virgílio Aoki, conhecido jogador dos torneios paulistas e grandes eventos nacionais, vencedor do Tower Cruise II, em 2008. Tudo começou há três anos, com um grupo de amigos da região de São Mateus, zona leste de São Paulo. Incentivados pelo amigo Valter Machado, uniram-se e criaram a campanha Natal sem Fome, em que famílias moradoras das comunidades carentes da região são atendidas com a distribuição de cestas básicas e centenas de crianças fazem uma verdadeira festa ao receber brinquedos, que em muitos casos são os únicos que ganham no Natal. No ano de 2008 a campanha ganhou um novo reforço na arrecadação dos alimentos graças a Virgílio Aoki, que desde 2006 participa do grupo. Ele convocou os jogadores de poker do Brasil para se unirem ao Natal sem Fome e o resultado não poderia ter sido melhor. Por meio das comunidades do orkut PokerMania e MeBeliska, dezenas de jogadores de

WWW.REVISTAFLOP.COM.BR

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FEVEREIRO | 69


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12:39 AM

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POKER NO INTERIOR Circuito Sanjoanense de Poker começa o ano de 2009 com tudo

E

m janeiro foi realizada a Mesa dos Campeões de 2008 e aberta a nova temporada. No ano que passou, cada etapa reuniu cerca de 90 jogadores, entre eles algumas feras como Federal, Akkari, Fábio “Deu Zebra” e Marcos XT. O campeão do bracelete de 2008 foi Neto Estevam, premiado com uma viagem para o Conrad, no Uruguai. Já a Mesa dos Campeões terminou com a vitória de Tiãozinho Grama.


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07/02/09

1:56 AM

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Calendário WSOP 2009 Evento Data 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 4 FLOP

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1

27 de maio 28 de maio 29 de maio 30 de maio 01 de junho 01 de junho 02 de junho 02 de junho 03 de junho 03 de junho 04 de junho 04 de junho 05 de junho 05 de junho 06 de junho 06 de junho 07 de junho 07 de junho 08 de junho 09 de junho 09 de junho 10 de junho 10 de junho 11 de junho 11 de junho 12 de junho 12 de junho 13 de junho 13 de junho 14 de junho 14 de junho 15 de junho 15 de junho 16 de junho 17 de junho 18 de junho 18 de junho 19 de junho 20 de junho 20 de junho 21 de junho 21 de junho 22 de junho 22 de junho 23 de junho 23 de junho 24 de junho 25 de junho 26 de junho 26 de junho 27 de junho 28 de junho 28 de junho 29 de junho 29 de junho 30 de junho 02 de julho 03 a 14 de julho

Hora

Modalidade

Dias

12:00 12:00 12:00 12:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 12:00 12:00 17:00 12:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 12:00 12:00 17:00 12:00 12:00 17:00 12:00 17:00 12:00 14:00 12:00

Casino Employees No-Limit Hold’em 2 40th Annual No-Limit Hold’em 4 Omaha Hi-Low Split-8 or Better 3 No-Limit Hold’em 4 Pot-Limit Omaha 3 World Championship Seven Card Stud 3 No-Limit Hold’em 3 2-7 Draw Lowbal 3 No-Limit Hold’em/Six Handed 3 Pot-Limit Hold’em/Omaha 3 No-Limit Hold’em 3 World Championship Mixed Event 3 No-Limit Hold’em 3 Limit Hold’em/Six Handed 3 No-Limit Hold’em 3 Seven Card Stud 3 Ladies No-Limit Hold’em World Championship 3 World Championship Omaha Hi-Low Split-8 or Better 3 No-Limit Hold’em/Six Handed 3 Pot-Limit Hold’em 3 HORSE 3 No-Limit Hold’em Shootout 1 3 World Championship 2-7 Draw Lowball 3 No-Limit Hold’em 3 Omaha/Seven Card Stud Hi-Low-8 or Better 3 Limit Hold’em 3 Pot-Limit Omaha Hi-low Split-8 or Better 3 No-Limit Hold’em 3 World Championship Heads Up No-Limit Hold’em 3 Pot-Limit Omaha 3 HORSE 3 No-Limit Hold’em 3 World Championship Limit Hold’em 3 No-Limit Hold’em 3 Pot-Limit Hold’em 3 No-Limit Hold’em 3 World Championship Seven Card Stud Hi-Low Split-8 or Better 3 Limit Hold’em 3 No-Limit Hold’em 3 World Championship Pot-Limit Omaha 3 No-Limit Hold'’em Shootout 1 3 Mixed Event 3 Seniors No-Limit Hold’em World Championship 3 Seven Card Razz 3 World Championship Pot-Limit Hold’em 3 Omaha Hi-Low Split-8 or Better 3 Mixed Hold’em (Limit/No-Limit) 3 Pot-Limit Omaha Hi-low Split-8 or Better 3 World Championship HORSE 5 Limit Hold’em Shootout 1 3 No-Limit Hold’em 3 Triple Chance No-Limit Hold’em 3 Seven Card Stud Hi-Low-8 or Better 3 No-Limit Hold’em 3 2-7 Triple Draw Lowball (Limit) 3 No-Limit Hold’em / Six Handed 3 Ante Up For Africa Charity 1 World Championship No-Limit Texas Hold'em 2 13

Limite máximo de mil jogadores. | 2 Dia 1A – 03 de jul, Dia 1B – 04 de jul, Dia 1C – 05 de jul, Dia 1D – 06 de jul (limite de três mil jogadores por dia). Obs: este ano não haverá torneios com re-buy e add-ons. A Final Table do Main Event será marcada entre os dias 07 a 10 de novembro.

Buy-In $ 500 $ 40.000 $ 1.500 $ 1.000 $ 1.500 $ 10.000 $ 1.500 $ 2.500 $ 1.500 $ 2.500 $ 2.000 $ 10.000 $ 2.500 $ 2.500 $ 5.000 $ 1.500 $ 1.000 $ 10.000 $ 2.500 $ 1.500 $ 3.000 $ 1.500 $ 10.000 $ 1.500 $ 2.500 $ 1.500 $ 5.000 $ 1.500 $ 10.000 $ 2.500 $ 1.500 $ 2.000 $ 10.000 $ 1.500 $ 5.000 $ 2.000 $10.000 $ 2.000 $ 1.500 $ 10.000 $ 5.000 $ 2.500 $ 1.000 $ 2.500 $ 10.000 $ 2.500 $ 2.500 $ 1.500 $ 50.000 $ 1.500 $ 1.500 $ 3.000 $ 1.500 $ 1.500 $ 2.500 $ 5.000 $ 5.000 $ 10.000


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1:55 AM

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Calendário Internacional Fevereiro 12/02 a 25/02 17/02 a 21/02 25/02 a 19/03 21/02 a 26/02 28/02 a 02/03

WSOP CIrcuit Event EPT Scandinavian Open The Wynn Classic WPT - LA Poker Classic WPT - Celebrity Invitational

Horseshoe Council Bluffs Casino Copenhagen Wynn Las Vegas Commerce Casino Commerce Casino

Council Bluffs, Iowa, EUA Copenhagen, Dinamarca Las Vegas, Nevada, EUA Commerce, Califórnia, EUA Commerce, Califórnia, EUA

WSOP CIrcuit Event EPT German Open WPT - Bay 101 Shooting Stars LAPT - Punta del Este WSOP CIrcuit Event 7th Annual Five Stars World Poker Classic

Caesars Atlantic City Casino Hohensyburg Bay 101 Casino Mantra Resort Spa Casino Harrah's Rincon Casino Bellagio Hotel Casino

Atlantic City, New Jersey, EUA Dortmund, Alemanha San Jose, Califórnia, EUA Punta del Este, Uruguai Valley Center, Califórnia, EUA Las Vegas, Nevada, EUA

WPT - Foxwoods Poker Classic WSOP CIrcuit Event EPT - San Remo WPT - World Championship EPT - Monte Carlo Grand Final

Foxwoods Resort Casino Caesars Palace Casino San Remo Bellagio Hotel Casino Monte Carlo Bay Resort

Mashantucket, Connecticut, EUA Las Vegas, Nevada, EUA San Remo, Itália Las Vegas, Nevada, EUA Mônaco, Itália

WSOP CIrcuit Event Deep Stack Tournament

Harrah's New Orleans The Bicycle Casino

Nova Orleans, Louisiana, EUA Bell Gardens, Califórnia, EUA

Março 04/03 a 14/03 10/03 a 14/03 16/03 a 20/03 18/03 a 20/03 19/03 a 29/03 31/03 a 25/04

Abril 04/04 a 09/04 11/04 a 29/04 18/04 a 23/04 18/04 a 25/04 28/04 a 03/05

Maio 08/05 a 20/05 18/05 a 25/05

FTOPS XI - Full Tilt Online Poker Series

Evento Data 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

04 de fev 05 de fev 05 de fev 06 de fev 06 de fev 07 de fev 07 de fev 08 de fev 08 de fev 08 de fev 09 de fev 09 de fev 10 de fev 10 de fev 10 de fev 11 de fev 11 de fev 12 de fev 12 de fev 13 de fev 13 de fev 14 de fev 14 de fev 15 de fev 15 de fev

Hora

Modalidade

Detalhe

Buy-In

Garantido

21:00 14:00 21:00 14:00 21:00 14:00 16:00 14:00 16:00 18:00 14:00 21:00 14:00 21:00 21:00 14:00 21:00 14:00 21:00 14:00 21:00 14:00 16:00 14:00 18:00

No-Limit Hold’em PL Omaha/8 Stud No-Limit Hold’em Limit Hold'em PL Omaha No-Limit Hold’em No-Limit Hold’em No-Limit Hold’em No-Limit Hold’em HA (half PL Hold 'em, half PL Omaha) No-Limit Hold’em No-Limit Hold’em HORSE No-Limit Hold’em Omaha/8 No-Limit Hold’em PL Omaha No-Limit Hold’em No-Limit Hold’em Razz No-Limit Hold’em PL Omaha No-Limit Hold’em No-Limit Hold’em

– Knockout – 3x Shootout 6-max 6-max Re-buy Knockout 6-max Heads-up – – Second Chance 1 Re-buy e 1 Add-on – Turbo 6-max – 6-max Re-buy Heads-up 4x Shootout 6-max 6-max – 2 dias de evento Re-buy Knockout –

$ 200 + $16 $ 240 + $16 $ 200 + $16 $ 300 + $ 22 $ 200 + $16 $ 500 + $ 35 $ 100 + $ 9 $ 240 + $16 $ 500 + $ 35 $ 300 + $ 22 $ 200 + $16 $ 1.000 + $ 60 $ 200 + $ 16 $ 500 + $ 35 $ 200 + $ 16 $ 200 + $ 16 $ 300 + $ 22 $ 200 + $ 16 $ 300 + $ 22 $ 200 + $ 16 $ 300 + $ 22 $ 5,000 + $ 200 $ 100 + $ 9 $ 120 + $ 9 $ 500 + $ 35

$ 1.000.000 $ 200.000 $ 100.000 $ 200.000 $ 150.000 $ 300.000 $ 500.000 $ 600.000 $ 500.000 $ 1.500.000 $ 150.000 $ 1.500.000 $ 300.000 $ 300.000 $ 500.000 $ 150.000 $ 1.000.000 $ 100.000 $ 300.000 $ 400.000 $ 150.000 $ 2.000.000 $ 350.000 $ 750.000 $ 2.500.000


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07/02/09

1:55 AM

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Rankings wpt – Career Earnings 1 Daniel Negreanu 2 Tuan Le 3 Michael Mizrachi 4 Gus Hansen 5 Alan Goehring 6 Joseph Bartholdi 7 David Chiu 8 JC Tran 9 Nick Schulman 10 Phil Ivey 11 Martin De Knijff 12 Eric Hershler 13 Eugene Katchalov 14 Nenad Medic 15 Hasan Habib 16 Dan Harrington 17 Erick Lindgren 18 Ted Forrest 19 Hoyt Corkins 20 Barry Greenstein

US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$ US$

wsop

5.527.510 4.490.643 4.168.766 4.051.782 3.995.787 3.760.165 3.615.646 3.103.298 3.102.762 2.926.412 2.810.168 2.549.505 2.524.786 2.522.377 2.461.447 2.444.081 2.423.847 2.310.575 2.301.286 2.296.284

1 Phil Hellmuth 2 Johnny Chan 2 Doyle Brunson 3 Johnny Moss 4 Erik Seidel 5 Billy Baxter 6 Men Nguyen 6 T.J. Cloutier 6 Jay Heimowitz 6 Layne Flack 7 Berry Johnston 7 Chris Ferguson 7 Allen Cunningham 7 Scotty Nguyen 7 Phil Ivey 7 Ted Forrest 7 Stu Ungar 8 Gary Berland 8 David Chiu 8 Mickey Appleman

11 10 10 9 8 7 6 6 6 6 5 5 5 5 5 5 5 5 4 4

superpoker 1 Caio Pimenta 2 Norson Saho 3 Marcos XT 4 Sérgio Penha 5 Luiz Filipe Andrade 6 Bruno GT 7 Guilherme Chenaud 8 Luan Estradioto 9 Kima 10 Leandro Balotin 11 Beto Cajú 12 Alexandre Gomes 13 Christian Kruel 14 Gualter Salles 15 Lucas Coutinho 16 André Akkari 17 Gabriel Almeida 18 Daniel Hoory 19 Rodrigo Seiji 20 Marcelo MGP

23.307 22.098 18.224 18.186 17.482 17.400 16.434 13.926 12.812 11.473 11.129 10.950 10.758 10.293 10.099 9.619 9.164 8.650 8.338 8.098 dados atualizados em 05/02/09

Medalha de Ouro Alexandre Gomes Pelo quarto lugar no PCA de Bahamas. Ricardo Ramagem Pelo título do evento FTOPS.

Medalha de Prata Cláudio Baptista Pela boa performance na temporada 2008 do BSOP.

Medalha de Bronze Norson Saho Pela ótima arrancada no Ranking Brasileiro SuperPoker no início do ano.

braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes braceletes


Tabela de Outs e Odds_JM.qxp

4/23/07

11:31 AM

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Tabela de Outs e Odds 1

Chances de receber mãos iniciais

2

AA AKs AKo Qualquer par Qualquer Ás Qualquer connector Qualquer suited connectors

220:1 331:1 110:1 16:1 6:1 5:1 25:1

Ao menos um par sem ter par na mão

2:1

Trinca, tendo um par na mão

7,5:1

Quatro para um flush, tendo duas do mesmo naipe

Flush pronto, tendo duas do mesmo naipe

8:1 118:1

Seqüência de duas pontas, tendo connectors

11:1

Seqüência pronta, tendo connectors

78:1

Número de outs que melhoram sua mão

3

Se você tem

Possui

Par Dois pares Meio de seqüência (racha) Duas pontas Quatro para um flush Duas pontas de straight flush

2 outs 4 outs 4 outs 8 outs 9 outs 15 outs

4

Chances aproximadas de acertar no flop

Para fazer Trinca Full House Seqüência Seqüência Flush Seqüência, Flush ou Straight Flush

Chances de acertar as outs

Outs

Acertar no turn (%)

Acertar no river (%)

Acertar no turn ou river (%)

42,6 40,4 38,3 36,2 34,0 31,9 29,8 27,7 25,5 23,4 21,3 19,1 17,0 14,9 12,8 10,6 8,5 6,4 4,3 2,1

43,5 41,3 39,1 37,0 34,8 32,6 30,4 28,3 26,1 23,9 21,7 19,6 17,4 15,2 13,0 10,9 8,7 6,5 4,3 2,2

67,5 65,0 62,4 59,8 57,0 54,1 51,2 48,1 45,0 41,7 38,4 35,0 31,5 27,8 24,1 20,4 16,5 12,5 8,4 4,3

20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01

Como utilizar Exemplo 1: Você tem quatro cartas para fazer um flush, portanto vê que possui 9 outs, pela tabela 3. Consultando a linha de 9 outs na tabela 4, você sabe que a chance de acertar o seu naipe para o flush no turn é de 19,1%, e de 19,6% de acertar no river. A chance combinada, de acertar no turn ou river, é de 35%. Exemplo 2: Você tem uma seqüência de duas pontas, portanto possui 8 outs. A chance de acertar sua seqüência no turn é de 17%. Caso não acerte, tem mais 17,4% de chance de acertar no river. A chance combinada, de acertar sua seqüência no turn ou river, é de 31,5%.


Project1

4/12/08

5:48 AM

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Project1

06/02/09

10:37 AM

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