Orfãos da Embrafilme

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O Banco do Brasil tem a satisfação de apresentar a mostra Órfãos da Embrafilme, que pretende oferecer um panorama da produção realizada entre os anos de 1990 e 1994, ou seja, entre o fim da Embrafilme e o início da retomada da produção cinematográfica através das Leis de Incentivo. Frequentemente esquecida por nossa historiografia oficial, a produção desse período, embora pequena, apontava diversos caminhos possíveis para o cinema brasileiro, que buscou uma saída para a permanência de sua existência e de seu lugar na cultura brasileira. Com a realização da mostra Órfãos da Embrafilme, o Centro Cultural Banco do Brasil oferece ao público a chance de tomar contato com essa produção raramente vista e compreender melhor um período tido como trágico para a história do cinema brasileiro. Centro Cultural Banco do Brasil

02 a 14 . março . 2010

CCBB BRASÍLIA SCES . Trecho 2 . cj 22 info (61) 3310.7087


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FRAGMENTOS DE UM ACIDENTE PREMEDITADO Por CLÉBER EDUARDO, curador

Um jovem estudante de cinema de 2010, que começou a ver filmes brasileiros após ou durante a repercussão de Cidade de Deus (2002) e Tropa de Elite (2007), não sentiu o cheiro de ralo dos anos 1990-1994. Talvez até ignore esse perfume de quase morte, o fedor de peste desses curtos e claudicantes anos, o peso de luto de um sobrevivente moribundo. Quando Fernando Collor assinou a extinção da Embrafilme em 1990, que até então ainda era o principal sustentáculo da produção e distribuição de filmes brasileiros, não terminou somente com a estatal do cinema. Sua decisão foi tomada em meio a outras tantas que visavam encolher a presença do Estado, contraditoriamente com uma decisão autoritária do próprio Estado, de modo a abrir o país para a economia do livre mercado, caminho então considerado único para entrar no clube dos países ricos. A noção de riqueza era de pobreza extrema. Ou atolada na burrice padronizada somente pelos números da falsa exatidão da matemática. Porque não se concebe uma noção de riqueza de uma nação sem o equivalente cultural e artístico da saúde financeira pretendida em 1990. Saúde financeira que começou, cinicamente, com o confisco das poupanças. Não era apenas uma empresa, portanto, que estava sendo extinta. O confisco era mais amplo. Atingia o dinheiro de pessoas físicas e a auto-imagem do país. O cinema brasileiro, como reflexo e gerador de parte dessa imagem, também foi confiscado. E mesmo quem dependia menos ou quase nada da Embrafilme tornou-se órfão de sua inexistência por tabela. Ninguém se salvou da draga. A nuvem negra substituiu o verde e amarelo do logo de Collor. A situação de precariedade generalizada, com migração de mão de obra para a publicidade (responsável pelo posterior inflacionamento de serviços no período da retomada, após 1994), além do sucateamento dos equipamentos, teve efeitos explícitos. Os festivais de cinema, por exemplo, tornaram-se UTIs. O de Gramado tornou-se misto, ibero-americano, por falta de filmes brasileiros. O de Brasília corria atrás de filmes, quaisquer filmes, porque, no contexto de então, rigor seletivo era utopia. Alguns filmes só foram exibidos nesses espaços ou em cineclubes e salas alternativas.

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O total de ingressos para os filmes brasileiros despencou de 20 milhões em 1989 (18% de market share), com 17 títulos lançados, para 36 mil em 1992 (0,05%), com apenas três lançamentos. Alguns cineastas nunca retornaram de fato desse estado crítico. Outros, como Carlos Reichenbach e Walter Lima Jr, reagiram de formas opostas: o primeiro anunciou sua aposentadoria precoce para viver de música enquanto o segundo pediu emprego por meio de anúncio no jornal. A postura cabisbaixa era acentuada pela era Lazaroni na seleção brasileira, quando, na Copa de 1990, os canarinhos foram eliminados pela vizinha e rival Argentina, ainda nas quartas de final, com aquele passe de Maradona para o gol de Caniggia. Vade retro! Orfãos da Embrafilme – O Cinema que Quase Existiu, que exibe 18 longas metragens produzidos ou exibidos pela primeira vez entre 1990 e 1994, encara de frente essa fase de urucubaca. Caracterizados pela queda de produção, lançamentos e de venda de ingressos, esses cinco anos foram mais profundos em sua angústia. Não são apenas frutos desse panorama, mas também reflexo e reflexão. Voluntária ou involuntariamente, os filmes ofertam matéria para se sentir esse tempo ligeiro, que parece ter durado eternidades. Uma visão ou revisão atenta de cada um dos filmes pode nos permitir sentir a atmosfera do espírito do tempo por meio dos percursos dos personagens. Pela primeira vez, esse grupo de filmes gerados naquele contexto, muitos deles mantidos até hoje na incubadora, são reunidos, seja para serem reapresentados em outro panorama de percepção (o do século 21), seja para serem apresentados pela primeira vez, pois é enorme a indiferença e a ignorância em relação a eles – menos por escolhido desinteresse e mais por contingências históricas. A distância dos anos e dos filmes, que poucas vezes foram revistos e revisados criticamente, nos colocam uma venda nos olhos. Orfãos da Embrafilme tem esse objetivo, portanto, de retorno às propostas estéticas e dramáticas, agora sem o espírito de luto generalizado e de sebastianismo do olhar, para ver os filmes com mais sobriedade. Muito se falou do sistema de produção, dos fracassos e das esperanças mortas pelo caminho, mas pouco dos filmes em seu conjunto. O que expressavam esses filmes? De que forma? Serão apenas trabalhos sintomáticos de uma doença anterior a eles ou apontam essa doença sem estarem necessariamente por dentro dela? Um estudo mais amplificado da produção desses cinzas anos não teria como ignorar a estreita relação do corpo fílmico com o esqueleto político e econômico do país. O cinema natimorto da gestão Collor-Itamar foi abortado pela lógica da oferta e procura do livre mercado, que, em uma atividade onerosa e ocupada pelo produto estrangeiro, tornou-se lógica da falta de oferta e da ausência da procura. Havia pouco a oferecer, quase nada a procurar e, quando surgia algum filme em festivais ou no estreito circuito de lançamentos, a reação era de lá ou cá. Depositava-se o messianismo do salvador da pátria nos filmes assinados por dire-


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tores já com uma marca autoral construída (Nelson Pereira dos Santos, Carlos Reichenbach), ou, por outro lado, via-se as marcas confirmadoras de um moribundo condenado à poeira. Quando algum filme conseguia um espaço em festivais internacionais, a tendência dos críticos de grande jornal era esperar a salvação imediata, como se um único título pudesse colocar todos os demais em uma arca de Noé. Um jornalista em especial, em uma dessas ocasiões, começava assim seu texto: “Ainda não foi dessa vez”. O mantra da menina de A Terceira Margem do Rio (1993), de Nelson Pereira dos Santos, parecia clamar por menos ansiedade: “Deixa, deixa!”. A razão era evidente. Nesses cinco anos, apenas dois filme, A Terceira Margem do Rio, selecionado para Berlim, e Veja Esta Canção (1994), de Cacá Diegues, exibido em Veneza, entraram em festivais de primeira linha. Mesmo mais recentemente, quando se menciona de passagem aquele momento, o filtro é estreito. No artigo de Luiz Zanin Oricchio em “Cinema Mundial Contemporâneo” (Papirus, 2008), por exemplo, o crítico menciona apenas três títulos desse período de coma da produção nacional: Capitalismo Selvagem (1993), Perfume de Gardênia (1992) e Alma Corsária (1993), ou seja, três projetos de autor do segmento paulista daquela safra. É compreensível. Correndo o risco de soar anedótico (sem ter essa intenção), e consciente do reducionismo à espreita (não com esse objetivo), posso lançar uma hipótese. Era por meio dos autores mais legitimados que se esperava a redenção naquele período. Sintetizemos essa expectativa de prestígio na figura de Nelson Pereira, com toda a força da tradição presente em seu nome. No entanto, os primeiros sinais de vitalidade, de renascimento, de saída do traço do aparelho de mediação cardíaca, vieram de outros nomes (e propostas). Primeiro com o humor em alguma medida televisivo e chanchadesco de Carlota Joaquina (1995), de Carla Camurati, depois com a dramaticidade e com a narratividade de minisérie global de O Quatrilho (1995), de Fábio Barreto. Uma atriz com ambições de diretora e um diretor sem tanta envergadura. Ambos conectados à matriz televisiva (de alguma forma). Um fez mais de um milhão de espectadores. Outro foi ao Oscar e também teve seu milhão. Foi pelas zonas do comércio, e não do autor, que a reconstrução começou a ser possibilitada. E o encontro entre as duas vertentes, padrão contemporâneo de nosso cinema de exportação, se deu com Walter Salles e Central do Brasil (1998), que talvez possa ser considerada a soma de Fábio Barreto e Nelson Pereira, com toda carga simbólica e imprecisa dessa comparação e dessa soma de vertentes. Por meio dos filmes A mostra começa com propostas ainda convictas nas possibilidades de uma inserção no imaginário do público. Manobra Radical (1991), de Elisa Tolomelli, é filme com forte in-

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tenção comercial, com espírito jovem e o cultivo do sonho de prazer e sucesso. Matou a Família e Foi ao Cinema (1991), de Neville d’Almeida, procura a conciliação (ou tensão?) entre a referência ao cinema de autor dos anos 60, via Julio Bressane, e uma forma de atualizá-lo a partir de apelo erótico rasgado/avacalhado. Sua chegada era um disco voador aterrissando sobre o discurso estético da higiene e do bem fazer profissional daquele começo dos 90. Há um senso de pós que, nas sessões seguintes, é confirmado. O Escorpião Escarlate (1990), de Ivan Cardoso, lida com o cinema de gênero auto-consciente e autoparódico de Ivan Cardoso, que vinha se afirmando e se confirmando desde os anos 80 como possibilidade alternativa de entretenimento com provocação. Essa vertente seria depois arquivada na chamada retomada (após 1994). A Maldição de Sanpaku (1991), de José Joffily, limpa a consciência interna para tentar afirmar o gênero – o thriller à brasileira – com menos holofotes para a própria noção de representação. Capitalismo Selvagem (1993), de André Klotzel, por sua vez, tem a consciência interna – como O Escorpião Escarlate – mas, em vez de auto-paródia, opta por manusear os clichês e os códigos de outras formas de representação. Essa consciência avança em outra sessão, com Perfume de Gardênia (1992), de Guilherme de Almeida Prado, seu filme mais dolorido e menos reconhecido em seus êxitos, mas também com Alma Corsária (1993), de Carlos Reichenbach, e Rádio Auriverde (1991), de Sylvio Back. Nestes dois casos específicos, as camadas de representação lidam com dados da realidade: os anos de chumbo e a II Guerra Mundial. Um pela poesia, outro pela chacota. A maioria desses filmes termina em perdas, declarações de fracassos ou senso de derrocada. Se tiveram dificuldade de legitimação crítica imediata, talvez seja porque se esperava uma redenção pela filiação já distante do Cinema Novo, rechaçado como matriz única na segunda metade dos anos 80, ou porque se acreditava na invenção de um novo cinema ainda sem uma cara clara. E quais caras e corpos eram dados a ver ou a ficarem quase invisíveis? Se olhamos e sentimos Claudia Raia e Luma de Oliveira tentando se imporem como musas, o esforço em investir em atrações de bilheteria em momento de bilheterias ralas se dará com atrizes reveladas nos anos 70/80, como Lucélia Santos, Maria Zilda, Fernanda Torres, Andrea Beltrão, Christiane Torloni e Maitê Proença, todas elas em algum nível reconhecidas em seus trabalhos de televisão. Entre os atores, temos como presenças mais freqüentes Nuno Leal Maia, Chico Dias, Antonio Fagundes e José Mayer. Cláudio Mamberti é um coadjuvante constante. E Selton Mello, nome dos anos 2000, já aparece no começo da década. No entanto, sem querer olhar para trás, nem ter como olhar para frente, essa produção precisa ser vista, hoje, como um intervalo. Ou como afirmação de uma crise. Não se pode apenas ver nela a continuidade de propostas do fim dos anos 80 – embora muitos carreguem ecos daquele fim de década de um país comandado por um vice não eleito (José Sarney), após mais de 20 anos de regime militar – e ainda não se enxerga


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novidades ou arejamentos depois desenvolvidos na segunda metade dos anos 90. Esses cinco anos, portanto, parecem autônomos. Uma zona intermediária, um rumble fish debatendo-se contra sua própria imagem no reflexo do aquário, como no filme de Francis Ford Coppola. Vai Trabalhar Vagabundo II – A Volta (1991), de Hugo Carvana, procura retornar a uma matriz popular, a comédia carioca de malandro, mas já sem o espírito de malandragem feliz do primeiro. É como se o malandro agora não tivesse mais vez. Neste sentido, Veja Esta Canção (1994), de Cacá Diegues – filme feito para televisão e exibido em episódios na TV Cultura, com posterior carreira no cinema –, insufla poesia, ou mesmo esperança, em momento pouco propenso a isso. Mas, como cada episódio parece ter um DNA próprio, essa soma soa como disjunção, como se a articulação homogênea não fosse mais possível. A Rota do Brilho (1990), de Deni Cavalcanti, parece de outra época nesse panorama – a da Boca do Lixo, no começo dos anos 80 –, mas só foi lançado por sua oportunista contemporaneidade. Se o protagonista era o então galã marombado Alexandre Frota, a maior atração era a nudez de Lilian Ramos, que, semanas antes da estréia do filme no popular Cine Marabá, em São Paulo, tinha sido fotografada desprevenida e desprecavida, em contra-plongée, ao lado de Itamar Franco, o segundo vice consecutivo a ocupar a presidência. O episódio ficou conhecido como o palanque da perereca desnuda, tendo em vista a condição à vontade da moça e seu vestido de pouca centimetragem. Não era a única evidência de um cinema aparentemente deslocado de seu tempo e, justamente por conta desse deslocamento, tão em sintonia com essa procura sem mapas daquele momento. Boca de Ouro (1990), de Walter Avancini, e Barrela (1990), de Marco Antônio Cury, retomam a tradição dos anos 60-70 de adaptações de Nelson Rodrigues e Plínio Marcos, como se, ao basear-se nessas fontes, o misto de popularidade e erudição estivessem garantidos de largada. No entanto, o relativismo das versões do primeiro e o confinamento do segundo, em última instância, dizem algo de seu momento, pautado por incertezas e por outro tipo de asfixia que não mais a dos anos de ditadura. Esses dois títulos são reflexos desses anos de transitoriedade entre a Embrafilme e a retomada, entre João Baptista Figueiredo, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique, transição essa acidentada e esvaziadora das utopias. Esse cinema da distopia continuou em alta, com outros enfoques e formatos, na segunda metade dos anos 90 e em parte dos anos 2000, com um número expressivo de filmes nos quais os personagens fogem de seus lugares, não mais em uma dinâmica de exílio político, mas existencial, afetivo, social e econômico. Terra Estrangeira (1995), de Walter Salles, do início do momento pós fratura, é o paradigma disso. Essa transição prolongada talvez encontre uma síntese no título do filme de Nelson Pereira dos Santos. A Terceira Margem do Rio (1993), adaptação de contos de João

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Guimarães Rosa (autor menos da observação crítica e social que Nelson Rodrigues e Plínio Marcos, porque mais engendrado nos labirintos sonoros e poéticos da língua e da linguagem), alinhava três segmentos narrativos, não para afirmar algo sobre o mundo, mas para interrogar esse mundo com exclamações de mistério e de não entendimento. O cinema à margem estava em um lugar marginal dentro dessa margem, em uma terceira margem, que precisaria ser inventada e não apenas ocupada. A margem sempre foi o lugar no qual o cinema de Ozualdo Candeias foi colocado sem pedir para ficar. Desde 1967, quando seu A Margem abriu alguns olhos, Candeias vinha persistindo, sempre com produções formatadas pelas circunstâncias. O Vigilante (1992) foi seu último filme. Um dos mais violentos, dos mais duros, de dentes cerrados, de punhos fechados. É da tradição da margem que é emitido o grito mais feroz. Mas ninguém ouve. O grito de Candeias, ecoado no gueto dos cinéfilos muito aguerridos e dos críticos mais empenhados, ficou inédito. Num momento de discursos oficiais de inserção no primeiro mundo e de denúncias de corrupção com tratamento de novela mexicana, Candeias reage com as imagens de um mundo regido pela violência e pela degradação. Da margem do rio ao fundo do mar. É curioso como as escolhas dos materiais filmados desse momento têm forte apelo metafórico em relação ao próprio momento do país. Oceano Atlantis (1993), de Francisco de Paula, por exemplo, vai às profundezas do oceano e, em uma realidade paralela, encontra uma civilização escondida. Stelinha (1990), de Miguel Farias Jr, também desce a ladeira: é a trajetória de um naufrágio humano, de uma cantora que sente a luz apagar, como um anúncio das trevas logo na esquina. O peso das angústias, quedas, dúvidas e ceticismos marcam os filmes do período. O bode só começa a passar quando Carlota Joaquina ri dos antepassados históricos, uma forma de assumir um lugar sem deixar de ser cruel com esse lugar. Antes do bode passar, porém, surge uma esperança. Louco por Cinema (1994), de Andre Luiz Oliveira, é uma vela nesse sentido: um percurso de retorno à superfície, que acena para os anos a vir no cinema brasileiro, tendo em vista que lida com um filme abandonado, com um ser posto de lado da convivência, com a possibilidade de filme e homem retomarem o percurso interrompido. Orfãos da Embrafilme reúne esses filmes não para expô-los como filmes doentes, filmes natimortos ou filmes reflexos, mas para mostrar com quais imagens o cinema brasileiro resistiu em um de seus momentos mais difíceis, porque, para ter havido uma retomada, foi necessário ter havido esses filmes da zona intermediária entre os anos 80 e 90. Se brigaram com a percepção de seu tempo – o começo dos 90 –, talvez agora, no fim da primeira década do século 21, esses filmes possam ser vistos por eles mesmos, sem tantas responsabilidades e frustrações depositados sobre eles em seus nascimentos. Sejam bem vindos!


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LIMBO

Por PEDRO BUTCHER, crítico de cinema

Impossível, aqui, não ser pessoal: os melhores anos de minha formação cinematográfica coincidiram com os anos malditos do “cinema brasileiro”. Nasci em 1971 e atravessei a famosa “época de ouro” da Embrafilme como tantas crianças da época: assistindo aos filmes dos Trapalhões que estreavam, religiosamente, todas as férias. Cheguei à adolescência em meados dos anos 80 e, enquanto descobria Hitchcock, Orson Welles, Buñuel e Godard no Cineclube Estação Botafogo e na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio, deparava-me nos jornais com textos que degradavam o “cinema nacional” e associavam produtores e diretores à máfia. Até que, em 1987, o Estação Botafogo realizou uma retrospectiva de filmes de Nelson Pereira dos Santos, com cópias novinhas. O primeiro que vi foi Memórias do Cárcere (1984); o segundo, Vidas Secas (1963). Foi um choque. Não era difícil perceber que havia alguma coisa incrivelmente errada: o discurso generalizante e maciçamente negativo martelado na imprensa não correspondia aos filmes que eu estava vendo. No auge da minha cinefilia (com o perdão da palavra) vi, em circuito comercial, Filme Demência (1986) e Anjos do Arrabalde (1987), de Carlos Reichenbach; Inocência (1983) e Ele, o Boto (1987), de Walter Lima Jr; O Homem da Capa Preta (1986), de Sérgio Rezende; Fulaninha (1986), de Davi Neves; Brás Cubas (1985), de Julio Bressane; A Dama do Cine Shangai (1987), de Guilherme de Almeida Prado... Lembro-me, especialmente, de Eu Sei que Vou te Amar (1986), de Arnaldo Jabor, visto em uma sessão absolutamente lotada do cinema São Luiz – uma tradicional sala do Rio –, algo praticamente impensável hoje, pelo menos para um filme com esse perfil. Em meados dos anos 80, enfim, os filmes brasileiros ainda tinham presença considerável nas salas do circuito comercial e conseguiam, em seu conjunto, índices decentes de participação do mercado (22% em 1988, 18% em 1989), apesar de já bastante distantes dos cerca de 30% alcançados dez anos antes. E o conjunto de títulos descrito acima, se não representa um rol de obras-primas absolutas, tampouco denota uma cinematografia em decadência absoluta e inquestionável.

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Essa experiência, resultante do contraste entre o discurso em torno do cinema brasileiro e a apreciação de parte desses filmes, foi decisiva no início da minha trajetória como jornalista e crítico de cinema. Em 1992, exatos dois anos após o fim da Embrafilme e do Concine, comecei a fazer estágio no caderno de cultura do jornal “O Dia” e, na época, escrever sobre filmes nacionais era praticamente um tabu (e, na verdade, não havia mesmo muito o que dizer, já que filmes brasileiros passaram a ser coisa rara nos cinemas). É difícil, portanto, aceitar integralmente a ideia de que Fernando Collor de Mello, ao assinar o decreto que pôs fim à Embrafilme e ao Concine, em 1990, nada mais fez do que “sepultar um cadáver que já estava morto”, como tanto tem sido dito por aí. Não pretendo, de forma alguma, negar a decadência da Embrafilme e o fato de sua estrutura estar viciada e, possivelmente, “podre” – para usar um adjetivo fartamente publicado na época. Mas o fato é que a forma absolutamente autoritária e desgovernada que determinou esse fim causou um dano geral gravíssimo não só aos filmes brasileiros, mas ao cinema como um todo. Houve um desmantelamento de uma estrutura de produção e distribuição e, sobretudo, de um manancial de informações fundamental, que provocou um imenso retrocesso dos pontos de vista cultural, econômico e político. Os arquivos da Embrafilme, supostamente, foram transferidos para agentes privados, mas, de fato, se dispersaram de forma incontrolada e praticamente desapareceram. Foram por água abaixo informações e séries históricas, entre outros dados. Para se ter uma ideia, hoje ninguém sabe de fato qual foi o público de Guerra nas Estrelas (1977) no Brasil. É evidente que, para os filmes brasileiros, o dano foi bem maior. Não se deve, absolutamente, atribuir a Fernando Collor a culpa exclusiva pelo cenário de “terra arrasada” que se sucedeu ao fim da Embrafilme. Sua lógica centralizada e estatizada estava, sim, em franca decadência; cineastas e produtores desgastavam-se com um discurso protecionista e corporativo, buscando defesas quixotescas contra o inimigo (o “cinema estrangeiro”), protegendo-se sob a máscara ideológica do “cinema brasileiro”. Essa mesma máscara, generalista e redutora, voltou-se contra a própria classe cinematográfica quando toda a mídia elegeu o “cinema brasileiro” como inimigo e passou a atacá-lo sem dó nem piedade. Mas o dano poderia ter sido menor caso o processo de extinção da Embrafilme e do Concine não tivesse jogado fora o bebê junto com a água suja. A decisão de por súbito fim à empresa não fazia parte de uma política para a cultura; ao contrário, foi o índice de um vazio profundo cuja principal consequência foi um imenso vácuo e um retrocesso que atingiram igualmente a todos os cineastas, produtores, artistas e técnicos, independentemente de suas qualidades e posições políticas. Durante o nebuloso processo de liquidação da Embrafilme, 12 coproduções internacionais foram suspensas,


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mais de três mil cópias já prontas ficaram retidas sem destino e contratos assinados foram simplesmente ignorados. Enquanto Fernando Collor esteve no poder, nada foi feito para dar alguma forma de suporte à produção ou à distribuição. Estima-se que os índices de participação de mercado dos filmes nacionais entre 1992 e 1994 não tenham chegado a 1% por ano. Apenas depois da renúncia de Collor (em 1993, antes da votação final do impeachment), com a posse de Itamar Franco, começou a ser esboçada uma nova política para o cinema – ainda que questionável. Seu principal defensor foi o produtor Luiz Carlos Barreto, que, ao lado de Paulo Mendonça (hoje diretor do Canal Brasil), formulou as ideias básicas da Lei do Audiovisual, toda baseada em um sistema de incentivos fiscais. De alguma forma, a sistemática dessa nova política seguia a lógica da plataforma governamental de Collor, transferindo para o setor privado a gestão de recursos públicos. Nos anos do governo Collor, o “cinema brasileiro” tornou-se para os agentes do mercado, sem exageros, uma doença. Antes da criação da Riofilme pela prefeitura do Rio, em 1992, procurando ocupar parte do vazio deixado pela Embrafilme, imperava uma rejeição absoluta aos filmes nacionais. Distribuidores não queriam distribuir e exibidores não queriam nem ouvir falar em exibir os filmes brasileiros prontos, que já eram poucos. Essa condição gerou, entre cineastas e produtores, a necessidade de provar competência e recobrar a legitimidade perdida. Era preciso “dar a volta por cima”. O Festival de Gramado de 1990 foi absolutamente sintomático nesse sentido. Durante o evento, a atriz Tônia Carrero leu uma carta aberta ao presidente da República, assinada pelos cineastas, em protesto contra o processo de extinção da Embrafilme. Seis filmes foram selecionados para a competição: Stelinha, de Miguel Faria; Barrela, de Marco Antônio Cury; Beijo 2348/72, de Walter Rogério; O Escorpião Escarlate, de Ivan Cardoso; e Real Desejo, de Augusto Sevá. Eugênio Bucci, repórter da Folha de S. Paulo que cobria o festival, escreveu no balanço do evento: “Claustrofobia e decadência. Entre a safra medíocre dos filmes do 18º Festival de Gramado, o curta-metragem vencedor, Arabesco, era claustrofóbico, narrando a investida absurda de dois ladrões a um estúdio sem saída, e o longa vitorioso, Stelinha, era o retrato mais rude de uma velha cantora de sambas, nacionalista, vencida pelo mercado de rock, bêbada, decadente e desgraçada. Exprimiram, em suas objetivas céticas e tristonhas, o primeiro de dois componentes do saldo de Gramado 90: a falência, patética, de um modelo de se fazer cinema no Brasil”. De fato, a trajetória de Stelinha, veterana cantora brasileira vivida por Ester Goes (estranhamente dublada pela voz superjovem de Adriana Calcanhoto), pode ser vista como uma grande metáfora/síntese do discurso dominante em torno do cinema brasileiro: uma atividade decadente, vítima de circunstâncias fora de seu controle. Cantora de samba e MPB, Stelinha encontra um jovem cantor de rock (Marcos Palmeira) que a

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idolatrava na juventude. É um encontro desiludido, em que ficam claros os motivos para o ostracismo de Stelinha, uma vítima de seu próprio caráter autodestrutivo mas, também, uma vítima do império do rock, o “inimigo estrangeiro”. Na inflação de prêmios que sempre caracterizou Gramado, o filme de Miguel Faria Jr. ganhou nada menos que 11 Kikitos. Naquele mesmo ano, o Festival de Brasília praticamente repetiu os filmes de Gramado. E nos anos seguintes, por absoluta falta de filme, Gramado deixou de ser um festival de filmes brasileiros para passar a ser latino. De certa forma, o “trauma” desse período determinou a características de vários filmes do período da chamada “retomada” e ainda ecoa no cinema feito hoje. Se, em alguma medida, o projeto Embrafilme gerou avanços nos sempre problemáticos campos da distribuição e da exibição, sua extinção gerou um imenso retrocesso que reativou, com toda força, o antigo discurso de proteção à produção nacional: fazer filmes, não importa para quem nem para quê. Nesse cenário, surgem criaturas estranhas, obras em ponto de vista definido, em alguns casos condenados à invisibilidade. Outro detalhe que desponta com força nos filmes do período é a igualmente problemática relação entre cinema e TV no Brasil. De certa forma, o fim da Embrafilme, antes que uma derrota política e econômica, marca um esvaziamento definitivo do cinema como “espelho do país”, uma “função social” que a TV assumiu com amplos poderes, num campo tenso e de grande desequilíbrio de forças. Não por acaso, constam nessa mostra um filme dirigido por Walter Avancini, Boca de Ouro (1990), e o irônico Capitalismo Selvagem (1993), de André Klotzel. Avancini talvez seja o representante máximo de um projeto que procurou “elevar” a produção de TV a uma “qualidade cinematográfica”, e que encontra seu ápice em meados dos anos 80, notadamente nas minisséries Anarquistas, Graças a Deus (1984) e Grande Sertão Veredas (1985), da TV Globo. De certa forma, sua passagem para o cinema, com a adaptação da peça de Nelson Rodrigues, é melancólica. Em Capitalismo Selvagem, por sua vez, Klotzel realiza uma curiosa paródia do folhetim melodramático, gênero que impera nas novelas da TV Globo. Mas a condição realmente estranha desses filmes talvez seja sua invisibilidade: são imagens que praticamente ficaram na lata e não encontraram a luz do projetor – filmes-fantasmas, condenados a um certo limbo da cultura brasileira.


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Fonte: Cinema - Desenvolvimento e Mercado, de Paulo Sérgio Almeida e Pedro Butcher, Editora Aeroplano, 2003

Cena de Barrela, de Marco Antônio Cury, 1990

O TOMBO DO CINEMA BRASILEIRO


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DEPOIS DO VENDAVAL Por CARLOS REICHENBACH, cineasta

Para início de conversa, eu realizei um único filme em parceria com a Embrafilme: Filme Demência (1986). Foi a experiência de produção mais atribulada da minha carreira profissional; não por culpa da Embrafilme, mas por conta da crise econômica que assolou o país no começo dos anos 80. Não deixa de ser irônico que um filme cujo tema era justamente a desvalorização do homem provocado pela fratura econômica – cuja gênese do roteiro era uma afirmação de Ítalo Calvino a respeito desta perversão: “A inflação destrói os valores intrínsecos e afetivos do ser humano.” – tenha tido a sua filmagem interrompida por três vezes devido à inflação e à indisponibilidade de verba do órgão estatal. Ou seja, não me enxergo como um caso típico de “órfão da Embrafilme”, porque nunca fui seu dependente. No entanto, percebo com clareza até hoje as sequelas do trauma de sua extinção. Nesse sentido, o cinema brasileiro como um todo ficou órfão, não especificamente da Embrafilme, mas do Estado como “parceiro” da atividade. Não tenho o direito de reclamar da Embrafilme, porque nunca a procurei. Fui procurado por ela quando Lilian M. (1975) e Amor, Palavra Prostituta (1981) receberam o aval de Hubert Bals, criador e diretor (na época) do Festival de Roterdã, e de Jacques Ledoux, diretor da Cinemateca de Bruxelas. Minha escola é a da produção independente. Filme Demência foi meu nono longa metragem (sem contar os filmes em episódios). Fiz filmes como mero contratado e outros participando diretamente de sua produção. Alguns se pagaram em apenas um mês de exibição, outros não cobriram nem o custo de seu lançamento. Todos, de uma forma ou de outra, independeram da parceria com o Estado. No período Collor, eu e mais outros cinco cineastas – formados pela adversidade – ensaiamos uma saída independente e inovadora ao fundar a Casa de Imagens. Durante três anos trabalhamos intensamente num projeto de filmes “em pacote”: seis filmes de baixo custo a serem realizados um após o outro. O mais engraçado desta experiência foram os cursos de executivos que fomos obrigados a fazer, ao lado de altos funcionários de majors estrangeiras. Ridícula ou não, a experiência gerou um projeto substancial e estimulante que serviu de modelo em vários seminários de cinema profissional no exterior.

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A Casa de Imagens levou dois anos e meio para conseguir destrinchar e entender a tal Lei da Remessa de Lucros, que os anos Collor propunham como panaceia para a produção cultural. A uma semana de assinar, finalmente, o contrato de produção de seis filmes com o banco holandês NMB Bank, a lei caiu por terra. Evidentemente, resolvemos acabar com a empresa. O trauma foi tão grande que eu, particularmente, resolvi abandonar a profissão e voltar a estudar música; uma atividade que sustentou inclusive meus estudos de cinema na extinta Escola Superior de Cinema São Luiz. Durante dois anos e meio eu não queria nem ouvir falar em cinema. Mergulhei de cabeça no aprendizado das novas tecnologias aplicadas à criação musical e timbrística. Fui estudar composição e arranjo com alguns de nossos melhores músicos de vanguarda, entre eles Wilson Sukorski. Comecei a montar um pequeno set-up de teclados, módulos timbrísticos e mesa de PA em meu quarto. Compus vorazmente numa óbvia tentativa de sublimar o máximo possível o meu desejo de fazer filmes. Estava resolvido a montar uma empresa familiar de som, quando fui procurado pela amiga e diretora de produção Sara Silveira, que tinha acabado de receber uma indenização de trabalho e me propôs entrar na sociedade. Fundamos a Dezenove Som e Imagens, cuja “imagens” só entraram no nome por absoluta insistência dela. Na virada dos anos 90, com a inflação do país ainda incontrolável, a Secretaria de Cultura do Município de São Paulo, durante a gestão de Marilena Chauí, lança um edital de co-produção de filmes de baixo custo. Sara insiste em apresentar um projeto. Depois de alguns percalços, lembro de um antigo roteiro, parcialmente autobiográfico, chamado “Alma Gêmea”. De certa maneira, o tal roteiro caia como uma luva dentro das limitações de orçamento do edital, sobretudo o fato da ação do filme ocorrer dentro do Estado de São Paulo. Resumo da ópera: o projeto foi um dos cinco contemplados com o tal prêmio de incentivo à produção, o que nos impôs realizá-lo. Foram dois anos de trabalho intenso, extenuante, de um enfrentamento diário com a galopante inflação da época. Hoje, à distância, tenho a certeza que ele só virou realidade por alguns motivos: a) as mudanças substanciais do antigo roteiro, que se tornou integralmente autobiográfico, ao misturar experiências pessoais com as de meus melhores amigos de infância e adolescência e, por isso, ter ganhado um novo título; b) termos canalizado o grosso da verba de produção para a direção de arte e reconstituição de época; c) levar à última instância a melhor lição que aprendi em anos de convivência com a falta de condições: filmar o mais caro, complicado e difícil do roteiro na primeira semana de filmagem; d) ter composto, arranjado e executado toda a trilha sonora com antecedência, no meu quarto, no meu minúsculo set-up, e ter trabalho essa trilha como elemento essencial do roteiro final; d) o furor de energia e entusiasmo da produtora Sara Silveira e sua de-


18 orfãos da embrafilme

terminação em levar o filme até a cópia final; e) a cumplicidade absoluta da montadora Cristina Amaral, que além de ter dedicado quase dois anos de sua vida ao filme, atuou como uma espécie de co-roteirista dentro de todo o processo, particularmente nas sequências onde a música atua como personagem e as que envolveram a utilização de imagens captadas pelo meu pai na década de 50 em Hong-Kong, Macau e Honolulu. Para se ter uma ideia do que era filmar naquele período, basta lembrar que o orçamento na época em que o edital de co-produção foi publicado equivalia a 70% do que o filme iria custar. Quando a verba foi liberada aos produtores essa percentagem já havia caído, por conta da inflação, em quase cinquenta por cento. Em suma, Alma Corsária (1993) foi realizado com 30% de seu orçamento inicial. Duvido que os outros filmes finalizados no mesmo período e com os mesmos meios tenham tido sorte diferente. Por estas e outras tenho até hoje um apreço e interesse pessoal por filmes como A Terceira Margem do Rio (1993), Capitalismo Selvagem (1993) e Perfume de Gardênia (1992), porque sei, na pele, o valor real de suas existências.

o cinema que quase existiu 19

filmes Cena de Oceano Atlantis, de Francisco de Paula, 1993


20 orfãos da embrafilme

qua 03.03 18h30 | sab 13.03 18h30 Cópia proveniente da Cinemateca do MAM-RJ

dom 07.03 18h30 | dom 14.03 15h30 Cópia proveniente do acervo pessoal do diretor Exibição em digital

A Maldição de Sanpaku

A Rota do Brilho

José Joffily

Deni Cavalcanti

ficção, 1991, 91 min

Gafanhoto é um malandro que tenta dar o golpe em uma perigosa quadrilha e acaba comprando a ira do chefe. Envolvidos na trama estão também o melhor amigo do rapaz e a sua bela e intrigante namorada, que traz nos olhos a marca da tragédia.

o cinema que quase existiu 21

ficção, 1990, 87 min

Dois detetives investigam o narcotráfico na rota ferroviária entre Santa Cruz de La Sierra e São Paulo.

Produção

Produção

José Joffily e

Evandro Alves

Teresa Brandão

Direção

Direção

Deni Cavalcanti

José Joffily

Roteiro

Roteiro

Deni Cavalcanti

José Joffily, Paulo

Fotografia

Halm, Jorge Duran e

Henrique Borges

Sérgio Rezende

Montagem

Fotografia

Jair Duarte Garcia

Nonato Estrela

Elenco

Montagem

Alexandre Frota,

Valéria Mauro

Lilian Ramos e

Elenco

Marcos Manzano

Patrícia Pillar, Felipe Camargo e Roberto Bomtempo


22 orfãos da embrafilme

sab 06.03 20h30 | qua 10.03 15h30 Cópia proveniente da Cinemateca do MAM-RJ

Produção Dora Sverner e Ney Sant’Anna Direção Nelson Pereira dos Santos Roteiro Nelson Pereira dos Santos Fotografia Gilberto Azevedo e Fernando Duarte Montagem Carlos Alberto Camuyrano e Luelane Corrêa Elenco Ilya São Paulo, Maria

sex 05.03 20h30 | qui 11.03 15h30 Cópia proveniente da distribuidora Mais Filmes

Produção Sara Silveira e Carlos Reichenbach Direção Carlos Reichenbach Roteiro Carlos Reichenbach Fotografia Carlos Reichenbach Montagem Cristina Amaral Elenco Carolina Ferraz, Bertrand Duarte e Jandir Ferrari

Ribeiro e Sonja Saurin

A Terceira Margem do Rio ficção, 1993, 96 min

Nelson Pereira dos Santos Um homem abandona a casa, a mulher, os filhos, os amigos, tudo, para viver isolado numa canoa, no meio de um rio na região central do Brasil. Sem explicar seu gesto, rema sem destino. Jamais volta a pisar em terra firme, nunca mais aparece para ninguém. Seu único contato com as pessoas se faz de modo indireto, através do filho que lhe deixa comida debaixo de uma pedra na beira do rio.

Alma Corsária ficção, 1993, 111 min

Carlos Reichenbach

o cinema que quase existiu 23

A história da amizade entre dois poetas. O filme não se preocupa propriamente com a poesia, mas com os motivos que levam os dois amigos a escreverem um livro a quatro mãos. Abrangendo o final dos anos 50 até o início dos anos 80, o filme reflete as mudanças sociais e políticas do país, através da formação cultural, das experiências pessoais e das musas que inspiraram seus protagonistas.


24 orfãos da embrafilme

dom 07.03 20h30 | ter 09.03 15h30 Cópia proveniente da Cinemateca do MAM-RJ

dom 07.03 15h30 | ter 09.03 18h30 Cópia proveniente da Cinemateca do MAM-RJ

o cinema que quase existiu 25

Boca de Ouro, um criminoso que, ainda bebê, foi abandonado pela mãe, a líder de uma quadrilha de tráfico de drogas, no banheiro imundo da gafieira Imperadores do Jacarezinho. Ação se desenrola à medida que Guigui conta tudo sobre sua vida ao lado do criminoso para o repórter Caveirinha.

Barrela

Boca de Ouro

Marco Antônio Cury

Walter Avancini

ficção, 1990, 108 min

ficção, 1990, 70 min

Produção Marcelo Dietsch França Direção

Produção

Marco Antônio Cury

Joffre Rodrigues

Roteiro

Direção

Marco Antônio Cury,

Walter Avancini

Marcos Flacksman,

Roteiro

Cláudio Mamberti e

Walter Avancini

Gilberto Loureiro Fotografia Antônio Penido Montagem Marília Alvim Elenco Paulo Cesar Pereio, Cláudio Mamberti e Marcos Palmeira

Seis presos condenados a longas penas e confinados na mesma cela disputam o poder por trás das grades. A violência é a linguagem, o meio de diversão, o passatempo. O ambiente se torna ainda mais pesado quando um jovem de classe média, preso numa briga de bar, é jogado na mesma cela.

Fotografia Carlos Egberto, Hélio Silva e Didi Doblutei Montagem Jaime Justo Elenco Tarcísio Meira, Cláudia Raia e Hugo Carvana


26 orfãos da embrafilme

qua 03.03 20h30 | sab 13.03 15h30

qui 04.03 20h30 | sex 12.03 15h30

Cópia proveniente da Cinemateca Brasileira

Cópia proveniente da produtora ASA Cine

o cinema que quase existiu 27

Louco por Cinema ficção, 1994, 100 min

André Luiz Oliveira Liderados por Lula, cineasta que enlouqueceu durante uma filmagem, internos do hospício sequestram a Comissão de Direitos Humanos e exigem como resgate uma câmera para rodar um novo filme.

Capitalismo Selvagem ficção, 1993, 110 min

André Klotzel Produção Flávio Tambellini e André Klotzel Direção André Klotzel Roteiro André Klotzel e Djalma Limongi Batista Fotografia Pedro Farkas Montagem Danilo Tadeu

Elisa Medeiros, uma jornalista iniciante, prepara reportagem sobre o milionário Hugo Vítor Assis e descobre que sua empresa fora a responsável, décadas atrás, por um massacre de índios. Hugo sensibiliza-se com a história e acredita ser sobrevivente da tribo dizimada, dispondo-se a impedir um novo projeto de extração em terras indígenas. Mas o reaparecimento de sua mulher Diana, que todos julgavam morta em um acidente, afasta-o de Elisa. Demitida da revista onde trabalhava, ela procura lutar sozinha por justiça.

Produção Márcio Curi Direção André Luiz Oliveira Roteiro André Luiz Oliveira Fotografia Antônio Luiz Mendes Montagem José Luiz Penna Elenco

Elenco

Nuno Leal Maia,

Fernanda Torres, José

Denise Bandeira e

Mayer e Marcelo Tas

Roberto Bonfim


28 orfãos da embrafilme

Manobra Radical ficção, 1991, 92 min

Elisa Tolomelli

ter 02.03 15h30 | dom 14.03 20h30 Cópia proveniente da Cinemateca do MAM-RJ

ter 02.03 18h30 | dom 14.03 18h30 Cópia proveniente da Cinemateca do MAM-RJ

o cinema que quase existiu 29

Produção Alberto Salvá Direção Elisa Tolomelli Roteiro Alberto Salvá Fotografia

À beira de um importante campeonato de surf, um grupo de jovens viaja pela costa brasileira treinando intensamente a fim de ter uma chance de profissionalização e poder fugir de um futuro árido e sem motivações.

Pedro Farkas Montagem Amauri Alves e Raimundo Higino Elenco Cecil Thiré, Otávio Augusto e José de Abreu

Matou a Família e Foi ao Cinema ficção, 1991, 100 min

Neville d’Almeida

Produção Neville d’Almeida Direção Neville d’Almeida Roteiro Neville d’Almeida Fotografia José Tadeu Ribeiro Montagem

Jovem assassina pai e mãe e vai ao cinema, onde assiste a varias mortes anunciadas por manchetes de jornais sensacionalistas, entremeadas por cenas de um homem que rouba calcinhas de mulheres.

Severino Dadá Elenco Cláudia Raia, Louise Cardoso e Ana Beatriz Nogueira


30 orfãos da embrafilme

qua 03.03 15h30 | sab 13.03 20h30 Cópia proveniente do Arquivo Nacional

ter 09.03 20h30 Cópia proveniente da Cinemateca Brasileira

O Escorpião Escarlate

O Vigilante

Ivan Cardoso

Ozualdo Candeias

o cinema que quase existiu 31

ficção, 1992, 80 min

ficção, 1990, 85 min

No início dos anos 1960, o seriado radiofônico “As Aventuras do Anjo” faz sucesso com o personagem O Escorpião Escarlate, um misterioso vilão que tem como arqui-inimigo o Anjo, jovem playboy que auxilia a lei. Um dia a namorada do Anjo, a jornalista Dóris, é raptada pelo Escorpião Escarlate a mando da sádica Madame Ming. Tudo não passa de fantasia, mas a jovem ouvinte Glória Campos é tão fanática que leva a sério e mistura a realidade com a ficção criada pelo autor do seriado.

Produção Ivan Cardoso e Luiz Gelpi Direção Ivan Cardoso Roteiro Rubens Francisco Lucchetti Fotografia Carlos Egberto, Renato Lacletti e José Tadeu Montagem Gilberto Santeiro Elenco Nuno Leal Maia, Andrea Beltrão e Herson Capri

Produção Ozualdo Candeias Direção Ozualdo Candeias Roteiro Ozualdo Candeias Fotografia Ozualdo Candeias Montagem Máximo Barro Elenco Walter Carlos, Francolino e Wilson Roncatti

É a história daqueles que acham que os dias melhores se encontram sempre mais adiante, depois do arco-íris ou além da linha do horizonte. Quando podem, partem deixando ou pensando deixar para trás a miséria e a fome, mas na maioria das vezes somente deixam a enxada e o podão, a seca e o cerrado. Só não deixam para trás a esperança.


32 orfãos da embrafilme

qui 04.03 15h30 | sex 12.03 18h30 Cópia proveniente da Cinemateca do MAM-RJ

sex 05.03 15h30 | qui 11.03 20h30 Cópia proveniente da Cinemateca Brasileira

Produção Assunção Hernandes Direção Guilherme de Almeida Prado Roteiro Guilherme de Almeida Prado Fotografia Cláudio Portioli Montagem Danilo Tadeu Elenco Christiane Torloni, José Mayer e Walter Queiroz

Produção Augusto Casé, René Bittencourt, Marisa Figueiredo e Isa Castro

Oceano Atlantis ficção, 1993, 80 min

Francisco de Paula

Direção

ficção, 1992, 118 min

Guilherme de Almeida Prado

Francisco de Paula Roteiro Ciro Pessoa e Francisco de Paula Fotografia Dib Lutfi e Pedro Farkas

As águas da chuva, dos rios e do mar cobrem o Rio de Janeiro, deixando de fora apenas o pico das montanhas, onde estão as favelas. Dionísio, mercenário mergulhador da Marinha do Brasil, desce ao fundo do mar à procura de um tesouro submerso, comida, e termina encontrando uma civilização vivendo nas profundezas do Atlântico.

Perfume de Gardênia

Montagem Renato Neiva Moreira Elenco Nuno Leal Maia, Guará Rodrigues e Danielle Daumerie

Daniel é um motorista de táxi que trabalha de madrugada para pagar as prestações do carro, é casado com a dona de casa Adalgisa e eles têm um filho. Por acaso, ela começa a fazer cinema, abandona a família e é proibida por Daniel de ver o filho, Joaquim. Durante onze anos, Daniel nutre um sentimento de vingança, que ganha força quando Joaquim, já adulto, reencontra a mãe, em plena decadência profissional.

o cinema que quase existiu 33


34 orfãos da embrafilme

sex 05.03 18h30 | qui 11.03 18h30 Cópia proveniente do Arquivo Nacional

Rádio Auriverde

qui 04.03 18h30 | sex 12.03 20h30 Cópia proveniente da Cinemateca do MAM-RJ

Stelinha

documentário, 1991, 70 min

ficção, 1990, 100 min

Sylvio Back

Miguel Faria Jr

o cinema que quase existiu 35

Produção Tânia Lamarca, José Zimerman e Miguel Faria Jr Direção

Documentário sobre a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália, durante a II Guerra Mundial, com imagens e sons inéditos de Carmem Miranda e do Brasil. Através das musicalmente alegres e debochadas transmissões de uma rádio clandestina, o resgate da Rádio Auriverde revela as tragicômicas relações entre os Estados Unidos e o Brasil durante o conflito.

Produção Sylvio Back Direção Sylvio Back Roteiro Sylvio Back Montagem Francisco Sérgio Moreira

A ascensão e queda de uma ex-estrela do rádio brasileiro nos anos 50. Com três meses de aluguel vencido, Stelinha afoga sua frustração com o presente inglório no fundo de um copo. Durante um de seus ataques de depressão, é socorrida por Eurico, líder de uma banda de rock. Stelinha era ídolo de sua mãe e, por compaixão, o rapaz tenta reerguê-la, dando-lhe a oportunidade de um novo começo. O grande desafio, porém, será enfrentar o derrotismo da própria cantora.

Miguel Faria Jr Roteiro Rubem Fonseca Fotografia Jacques Cheuiche Montagem Marta Luz Elenco Ester Góes, Marcos Palmeira e Lilia Cabral


36 orfãos da embrafilme

sab 06.03 15h30 | qua 10.03 20h30 Cópia proveniente da Cinemateca do MAM-RJ

sab 06.03 18h30 | qua 10.03 18h30 Cópia proveniente da Cinemateca do MAM-RJ

Vai Trabalhar Vagabundo II – A Volta

Veja Esta Canção

Hugo Carvana

Carlos Diegues

ficção, 1991, 97 min

Produção Hugo Carvana Direção Hugo Carvana Roteiro Denise Bandeira e José Jofilly Fotografia Edgar Moura e Dib Lutfi Montagem

Diante da imposição de deixar o país em plena euforia do “Brasil, ame-o ou deixe-o”, o malandro Secundino Meireles resolveu fazer o mundo e acabou em Acapulco, descolando milhares de dólares de uma viúva texana rica e mal amada com um golpe surpreendente. Para voltar ao Brasil com seus dólares e encontrar uma antiga paixão, Secundino faz-se de morto e chega ao Rio num caixão para ser pranteado em falso velório por seus antigos amigos de malandragem, como o compositor Julinho da Adelaide. Na busca da amada perdida, Carmem estupenda amante e carteadora, Dino envolve-se em mil peripécias.

o cinema que quase existiu 37

ficção, 1994, 104 min

Produção

Amauri Alves

Zelito Viana

Elenco

Direção

Hugo Carvana,

Carlos Diegues

Marieta Severo e

Roteiro

Marcos Palmeira

Euclides Marinho, Rosane Svartman, Fabiana Egrejas, Walter Lima Jr e Isabel Diegues Fotografia Alexandre Fonseca, José Guerra, José Tadeu Ribeiro e Leonardo Bartucci Montagem Mair Tavares e Karen Harley Elenco Leon Góes, Débora Bloch, Adriana Zanyelo e Fernanda Montenegro

Dividido em quatro episódios inspirados em grandes canções da música popular brasileira – de Jorge Ben Jor, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque –, cada um com um gênero diferente e histórias de amor distintas, como os shows de uma churrascaria suburbana, os romances na zona sul do Rio de Janeiro, meninos de rua e a obsessão de um anotador de jogo do bicho.


2

20h30 ficção, 1990, 70 min

A Terceira Margem do Rio Nelson Pereira dos Santos

Veja Esta Canção ficção, 1994, 104 min

ficção, 1993, 111 min

Louco por Cinema André Luiz Oliveira ficção, 1994, 100 min

Capitalismo Selvagem André Klotzel ficção, 1993, 110 min

A Rota do Brilho

documentário, 1991, 70 min

Oceano Atlantis Francisco de Paula ficção, 1993, 80 min

A Maldição de Sanpaku José Joffily ficção, 1991, 91 min

Matou a Família e Foi ao Cinema ficção, 1991, 92 min

Elisa Tolomelli

ficção, 1990, 87 min

Exibição digital

15h30

Neville d’Almeida ficção, 1991, 100 min

SAB 13.03

Manobra Radical

ficção, 1990, 85 min

Ivan Cardoso

SEX 12.03

O Escorpião Escarlate

ficção, 1990, 100 min

Miguel Faria Jr

Stelinha

QUI 11.03

Deni Cavalcanti

Carlos Reichenbach

Sylvio Back ficção, 1992, 118 min

Alma Corsária

Radio Auriverde Guilherme de Almeida Prado

ficção, 1993, 96 min

Marco Antônio Cury ficção, 1990, 108 min

Carlos Diegues

Barrela Walter Avancini

2

Boca de Ouro

ficção, 1990, 108 min

Walter Avancini

Boca de Ouro

QUA 10.03

Perfume de Gardênia

ficção, 1991, 97 min

Hugo Carvana

Vai Trabalhar Vagabundo II - A Volta

ficção, 1992, 80 min

Ozualdo Candeias

Exibição digital

ficção, 1990, 87 min

Deni Cavalcanti

A Rota do Brilho

ficção, 1991, 97 min

Hugo Carvana

DOM 07.03

O Vigilante

ficção, 1990, 70 min

Marco Antônio Cury

ficção, 1994, 104 min

Vai Trabalhar Vagabundo II - A Volta

ficção, 1992, 118 min

Guilherme de Almeida Prado

SAB 06.03

Barrela

ficção, 1993, 96 min

Nelson Pereira dos Santos

Carlos Diegues

Veja Esta Canção

documentário, 1991, 70 min

Perfume de Gardênia

TER 09.03

SEX 05.03

A Terceira Margem do Rio

ficção, 1993, 111 min

Sylvio Back

Radio Auriverde

ficção, 1993, 80 min

Francisco de Paula

Oceano Atlantis

1

Carlos Reichenbach

ficção, 1990, 100 min

Miguel Faria Jr

Stelinha

ficção, 1990, 85 min

Ivan Cardoso

O Escorpião Escarlate

TER 02.03 QUI 04.03

Alma Corsária

ficção, 1994, 100 min

André Luiz Oliveira

ficção, 1991, 91 min

José Joffily

A Maldição de Sanpaku

ficção, 1991, 92 min

Elisa Tolomelli

Manobra Radical

programação Imagens dos filmes: 1 Vai Trabalhar Vagabundo II - A Volta, de Hugo Carvana, 1991 2 Perfume de Gardênia, de Guilherme de Almeida Prado, 1992 3 Louco por Cinema, de André Luiz Oliveira, 1994 4 Boca de Ouro, de Walter Avancini, 1990

QUA 03.03

Louco por Cinema

ficção, 1993, 110 min

André Klotzel

Capitalismo Selvagem

ficção, 1991, 100 min

Neville d’Almeida

Matou a Família e Foi ao Cinema

18h30

Debate

15h30

com Neville d’Almeda, Elisa Tolomelli e Pedro Butcher, mediação de Cléber Eduardo

38 orfãos da embrafilme o cinema que quase existiu 39

DOM 14.03 2

4

18h30 3

20h30


ancini Neville D’Almeida da embrafilme 40 orfãos egues Miguel Faria Jr. ily Ivan Cardoso Sylvio aldo R. orfãos Candeias otzel Elisa DA Tolomelli vana embrafilme ANDRÉ OLIVEIRA Carlos Reichenbach lcanti Nelson Pereira os o cinema Francisco QUE QUASE Guilherme de rado existiu Ozualdo R. Marco antonio Cury egues Miguel Faria Jr.

Patrocínio Banco do Brasil Realização Centro Cultural Banco do Brasil Organização Revista Cinética Produção Klaxon Cultura Audiovisual Curadoria Cleber Eduardo Coordenação de Produção Leonardo Mecchi Produção Executiva Rafael Sampaio Produção Alex Koga Ana Arruda (DF) Assessoria de Imprensa Objeto Sim Concepção Visual amatraca desenho gráfico Organização e Produção Editorial – Catálogo Leonardo Mecchi Transporte de filmes e materiais TPK Express Seguro das cópias Allianz

Agradecimentos Associação do Audiovisual, Arquivo Nacional, Cinemateca Brasileira, Cinemateca do Museu de Arte Moderna - RJ, CTAv, Heco Produções. Adhemar Oliveira, Ana Cláudia Batista, André Klotzel, André Luiz de Oliveira, Ângela Lima, Antonia Moura, Antônio Laurindo, Assunção Hernandes, Bianca Alves Costa Mecchi, Bruno Safadi, Cacá Diegues, Carlos Reichenbach, Carmen Flora, Cheila de Lima, Deni Cavalcanti, Elisa Tolomelli, Erica Moura, Eugênio Puppo, Fernanda Coelho, Fernanda Valim, Fernando Fortes, Flávia Suzano de Barros, Francisco Cesar Filho, Francisco de Paula, Guilherme de Almeida Prado, Henrique Damieletto, Hernani Heffner, Hugo Carvana, Ivan Cardoso, Janaína Dalri, Joffre Rodrigues, José Joffily, José Bosco, Julia Calasso, Julio Calasso, Leandro Pardi, Marcelo Pietsch França, Márcia Pereira dos Santos, Marcio Curi, Mariana Calil, Martha Alencar, Miguel Faria Jr, Millard Schisler, Monica Zennaro, Nelson Pereira dos Santos, Neuza Arruda, Neville d’Almeida, Nina Mendes, Patrícia Chamon, Pedro Butcher, Remier Lion, Rosângela Sodré, Sara Silveira, Simone Candeias, Sylvio Back, Vitor Meloni, Vivian Malusá, Walter Avancini, Zelito Viana.



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