KOMBI magazine Especial - Kombihome_o_manual_completo_OSVIAGEROS

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Gostaria de pedir somente, que todos os LEITORES visitem e compartilhem, PARA NOS AJUDAREM, o documento ORIGINAL visitando o link do nosso site: Osviajero.org/Kombihome Nossas Informaçþes: Instagram @osviajero Youtube @osviajero Link do manual original: osviajero.org


O projeto Osviajero que já está a mais de dois anos e meio na Estrada foi idealizado por mim, André, e pelo meu irmão gêmeo, Davi. Nossa principal fonte de renda é com a Arte de Rua, e pela nossa vida ser muito simples, ela é suficiente pra nos manter na estrada, e quando não estamos trabalhando em apresentações públicas em praças, bares ou restaurantes, estamos estudando pra dar maior qualidade a nossa Arte e aos Projetos Sociais que desenvolvemos.



A nossa família é composta Pelo nosso Pai, Jurandi, nossa Mãe, Zélia, e de filhos somente eu e meu irmão, Davi.

Profissionalmente eu sou criativo, pois minha profissão exige isso, adaptar se as mais variadas situações e se sair bem delas, e me sinto feliz com a comunicação, quando existe, com o público que nos escuta.


Nós escolhemos a kombi porque queríamos ter uma casa pra rodar a América Latina, já viajávamos muito de carona e chegava a hora do próximo passo. A kombi foi a decisão mas possível, um carro democrático, econômico, querido, e com bastante espaço pra se construir uma casa.


Escrever um manual sobre como construir uma casa dentro de uma kombi, pra mim foi uma honra, e uma felicidade, não só por ter sido o nosso primeiro livro como também proporcionar o primeiro grande passo na construção, com informação de qualidade e acessível, democratizando a construção de kombihomes, e receber o agradecimento das pessoas, tudo isso foi muito satisfatório.


A nossa Kombi se chama Djanira e inicialmente foi comprada em 2003 por um vendedor de pastéis na capital do Espirito Santo, depois revendida para um jovem que queria usa la para carregar materiais de construção, e eu então, comprei, sou o terceiro dono.


Eu particularmente acho o design da kombi bem engraçado, esse jeito de parecer um rosto, da uma certa sensação de pessoalidade, de humanidade nela. Me divirto bastante.


Acho muito bacana o Trabalho do KCC - Kombi Clube Curitiba em ser pioneira no conteĂşdo para Kombis aqui no brasil, pela KOMBI magazine, admiro o trabalho!


Eu, André, desejo a você, caro leitor, que possa fazer bom uso da sua vida, pois ela é passageira. A kombi foi para mim uma oportunidade de viver um desconhecido, e se esse for o seu caminho, te desejo boa sorte. Foi na estrada que a música e a arte de rua aconteceu, que os nossos projetos sociais beneficiaram mais de 2 mil pessoas de comunidades carentes e afastadas pelo Nordeste, Norte e pelo Peru.




Se vocĂŞ quiser conhecer mais nosso trabalho, por favor, nos siga: - nas redes sociais @osviajero - no INstagram - no Youtube.

Gostaria de pedir somente, que todos os LEITORES visitem e compartilhem, PARA NOS AJUDAREM, o documento ORIGINAL visitando o link do nosso site: Osviajero.org/Kombihome



Kombihome O manual Completo 3ª Edição Autores Davi Forecchi Giovanni André Forecchi Giovanni

Revisão Maia Matida

Arte de Capa Marcos Vinícius Accioly

Parcerias Inorama Mundo Maker MeuBagageiro.com.br Betec Brasil Paratoldos ResfriAr BRASKombi MECSul AutoCenter


Colaboradores Pessoas físicas que contribuem através do site apoia.se/osviajero

Participação Especial Nossa Kombi é uma Viagem Deixando o Amor Guiar Vaz Aonde Crônicas na Bagagem Aurora Nômade Do Norte ao Norte BusLifer Viaje de Kombi Sampa Kombi Clube


Em parceria com



Agradecimentos É com muita alegria e entusiasmo que essas palavras são escritas, não só pela possibilidade única de estar vivo e com lucidez para fazê-lo, mas por compartilhar possibilidades da vida com todos aqueles que se interessarem. Esse livro não foi escrito sozinho, e agradecemos primeiramente ao fenômeno da Vida, que é de um enorme mistério e sem dúvida alguma, a força propulsora no Universo pela qual esse e todos os outros projetos tomam forma física. Agradecemos também a todo o nosso núcleo familiar, nossos pais Zélia Dalva Forecchi, Jurandi Giovanni e toda a nossa família, não só pelo carinho diário no apoio de nossas aventuras mas como por todo um trabalho extensivo de dedicação em nossa criação e zelo pela nossa união. Essa amizade foi, sem dúvida, alicerce firme que nos estruturou para a construção da kombihome e o compartilhar desse projeto-livro. Agradeço também nessa singela parte, a interferência decisiva de meu querido amigo e primo Vico, que com sua visão empreendedora nos ajudou muito para que caminhássemos com esse projeto do livro e com seu carinho, nos auxilia até hoje com muita Força no entendimento do nosso papel no mundo. Seria impossível nomear todos aqueles que impactaram construtivamente neste livro, uma vez que cada um acrescentou como podia: quem tinha ferramentas, as emprestava; quem tinha conhecimento, ensinava; quem tinha dinheiro, investia; quem sabia trabalhar com design, com grafitti, com livros, com crochet, com serraria, com revisão ortográfica, com atenção, com música, com amor. Enfim, o que pudemos observar é que existia uma força muito bonita que fluía no sentido de tornar material todo um sonho que antes já tomara forma no campo das ideias. A todas essas pessoas que ajudaram de coração e a todas que hão de nos ajudar nessa caminhada, dedicamos esse livro. A todas as forças e energias que nos guiam, que nos protegem e que nos orientam, dedicamos esse livro.


Que todos nĂłs continuemos a compartilhar os benefĂ­cios e os aprendizados dessa Sagrada Oportunidade na Terra. Com Carinho, AndrĂŠ e Davi.


Sumário 1. Introdução.............................................................................11 2. A Kombi.................................................................................15 3. Documentação......................................................................17 4. Mecânica...............................................................................19 Conhecendo a Anova...........................................................22 Suspensão: nos eixos da Braskombi...................................24 5. O Rack..................................................................................27 6. Isolamento térmico................................................................30 7. Os Móveis.............................................................................31 Complexo cama....................................................................32 Complexo do baú..................................................................37 Caixotes de apoio.................................................................42 Armários................................................................................4 5 Cozinha.................................................................................4 8 Verniz....................................................................................5


Conceitos introdutórios.........................................................69 Disposição dos eletrodomésticos.........................................70 Cálculos elétricos necessários.............................................71 Montagem do Sistema Elétrico.............................................76 9. Sistema Hidráulico................................................................78 Localização e materiais dos reservatórios...........................78 Como construir o sistema hidráulico....................................79 Montagem do sistema hidráulico..........................................79 Dicionário..............................................................................80 10. Sistema Gás........................................................................90 Montagem sistema gás.........................................................91 11. O Toldo................................................................................92 ParaToldos............................................................................9 5 12. Itens Essenciais..................................................................97 Geladeira 12v


O carro................................................................................110 A construção.......................................................................110 Conclusões.........................................................................113 14. Inspirese..........................................................................114 Nossa Kombi É Uma Viagem.............................................115 Deixando o Amor Guiar......................................................120 Vaz Aonde..........................................................................123 Crônicas na Bagagem........................................................126 Aurora Nômade...................................................................129 Do Norte ao Norte...............................................................133 BusLifer...............................................................................135 Viaje De Kombi...................................................................137 Sampa Kombi Clube...........................................................139 Razões para Acreditar........................................................142 Mochileiros.com..................................................................143 15. Downloads........................................................................144 15. Coda..................................................................................145 16. Referências bibliográficas.................................................149


1. que é naINTRODUÇÃO realidade um manual de

Esse livro, como construir o seu próprio motor home em uma Kombi, surgiu por vários motivos. O primeiro deles, sem dúvida é a falta de acessibilidade da informação, uma vez que existem muitos projetos bons, mas ficam no resguardo de seus respectivos fabricantes. O segundo, é a possibilidade de compartilhar por um valor simbólico todo o nosso esforço em simplificar o trabalho para leigos, de maneira geral, que tenham realmente a intenção de morar ou viajar em uma Kombi, seja por qualquer razão, e que não sabem por onde começar ou o que fazer. Me recordo como se fosse hoje a primeira carona na BR, estávamos em Niterói –RJ, e acabávamos de perder o ônibus, que tinha um preço absurdo, para Friburgo, onde visitaríamos um primo. Estávamos eu, meu irmão, nossa prima e uma grande amiga desolados no terminal quando cogitamos a hipótese de nos jogar na estrada. E em poucos minutos estávamos nós, cada qual com seu sorriso no rosto pela nova possibilidade. O primeiro caminhoneiro não tardou, e por ter duas vagas apenas, acabou dividindo o grupo. O grupo se reencontrou mais de seis horas depois, cada qual com as suas histórias pra contar, típico dos viajeiros. Desde esse dia, foram muitos caminhões, carros de passeio, carroça, motos e qualquer outra coisa que fosse mais rápido que um caminhar. Essas andanças promoveram uma revolução interna, e sentia claramente que havia uma beleza muito profunda nisso. O dinheiro era apertado, de forma que às vezes dormia sob as estrelas, comia a comida que o Universo provia de mais fácil acesso, molhava se com a chuva das estradas enquanto a carona não vinha, se permitia ser rebelde com a limpeza dos dentes depois de tantos quilômetros percorridos e muitas outras façanhas de jovem sonhador. Entretanto, com o passar do tempo e as experiências da vida, os perrengues mencionados acima foram perdendo o seu romantismo: já dormia na rua, se alimentava mal, resfriava com a chuva e não cuidava da higiene pessoal. Todas essas mesmas situações, começaram a proporcionar uma


nova questão: como seria possível viver, conhecendo as belezas naturais dessa Terra tão querida e ao mesmo tempo usufruir de um bem estar contínuo? A essa altura, a meditação já se tornava parte do cotidiano diário; o estudo pela música e expressão da arte, uma necessidade; se alimentar bem e ter uma higiene pessoal estruturada era fundamental e uma noite de sono bem dormida, primordial. Enfim, ecoava na minha cabeça a pergunta: como poderei eu, ter lugar pra dormir, comer bem, estudar novos instrumentos, tomar banho e escovar os dentes, poder ter banheiro pras necessidades do corpo e ao mesmo tempo conhecer novas cachoeiras, os rios do continente, os grandes mares e a cultura desse povo tão especial? A Kombihome veio como uma solução dos céus. Dos céus, sim, mas não de qualquer um. Já que a ideia de possuir um carro e morar nele, era demasiadamente fantasiosa e soava muito distante da nossa realidade financeira, haveria de ser uma situação à altura para que eu embarcasse nessa viagem.

Trabalhando nas lavouras de maças da Nova Zelândia. Outubro/2016


A ideia surgiria de forma autêntica, quando eu viajava pela Tasmânia, uma ilha da Austrália, enquanto participava de uma bolsa de estudos pela minha universidade. Estava fazendo como eu sempre fazia: nas costas a mochila, em um dos braços um saxofone, e na outra mão, sacolas avulsas de comida. Quando tive a oportunidade de receber uma carona de um francês que vivia em uma van (lá fora as vans são mais viáveis que Kombi para se construir uma casa móvel). Fiquei viajando com ele por dois dias, e esse irmão me explicou quão rentável era viver em uma van depois de um certo investimento. Era março de 2016, e essa idéia transbordou no coração meu e de meu irmão, que almejava vôos semelhantes. E a partir de então, começamos a trabalhar e a nos dedicar para ter fundos pra esse projeto. Foram quase dois anos de investimentos pessoais para que isso tudo ganhasse forma. De lavagem de pratos, por lavoura de maçãs e até compra e revenda de instrumentos usados, chegamos no nosso sonho, que nascera de forma tão singela.

Ambiente de trabalho extremamente caseiro e rústico em que foi construído nosso primeiro "home" em uma Van, na Nova Zelândia. A mesa de corte era um case de Saxofone e a Morsa era uma Pedra.


A ideia que começara com um francês, na Tasmânia, foi trabalhada por muitos irmãos e irmãs que auxiliaram como podiam, com ideias, ferramentas, suporte financeiro e muitas outras trocas que eu nem achei que fossem possíveis. De forma que, hoje temos o prazer de compartilhar a possibilidade de que você também faça o mesmo. As razões para se estar na estrada são muitas, mas é do meu interesse que aqueles que tenham esse sonho, possam realizá-lo de forma mais dinâmica, tendo assim possibilidade para novas ideias as quais a humanidade toda há de se beneficiar. Foi pensando nisso tudo que o projeto ia nascendo com alguns pontos que diferem de outros projetos na internet: desenvolvemos móveis e aparatos para que o viver apenas na Kombi seja possível, não necessitando de nenhum ponto de apoio físico. Em suma, conta-se como diferencial nesse projeto o banheiro seco, chuveiro, cama de casal, armários, cozinha completa, fogão a gás e eletrodomésticos movidos por energia fotovoltaica. Comprando todas as peças necessárias e cortando nas medidas indicadas, respeitando e analisando o tamanho do seu veículo, é possível construir de maneira bem mais fácil e barata do que se imagina, a sua kombihome. No nosso caso, utilizamos uma Kombi Furgão 2003, projetada para duas pessoas viverem e, o nosso foco, por questão pessoal, foi projetá-la para transporte de equipamentos musicais, que são, em suma, o nosso principal meio de sobrevivência na estrada. Entretanto, o espaço dos instrumentos pode ser usado para qualquer outra finalidade que seja útil para o (a) viajante. Nessa obra, que esta na sua 2ª edição, você poderá conferir informações preciosas sobre a escolha do automóvel e documentação; terá acesso ao sistema dos móveis com todas as peças medidas prontas para o corte auxiliadas por animações em 3D (capítulo de Downloads); o mesmo acontece com todo o sistema fotovoltaico e hidráulico. E sem contar com a participação de outros queridos viajantes compartilhando um pouco da história deles, motivando você ainda mais pra pegar a estrada de vez! Vamos lá?!


2. A KOMBI A Kombi é de longe o veículo de transporte mais acessível na

América Latina. Com sua alta popularidade e aceitação, sua mecânica simples quando comparada aos carros mais modernos, resistência e, principalmente, seu baixo custo, ela é hoje a opção mais viável para se construir um Motor Home no Brasil. A escolha da Kombi é parte fundamental e preciosa, pois ela é o alicerce estrutural que carregará toda a sua casa e seus projetos, que serão mencionados nos próximos capítulos. Então, capriche na escolha! Os fatores mais importantes a serem comentados nesse momento é o poder da pesquisa: Mercado Livre e OLX são ótimas ferramentas para pesquisar por carros e é possível fazer muito bom uso delas. Os fatores mais relevantes para serem mencionados aqui e passarem pela sua avaliação na hora da procura pela internet ou da visita de vistoria do carro são: • Condição do motor (se há vazamento de óleo ou água, se está queimando óleo em demasia, etc) • Situação geral do veículo (ferrugens, estado dos pneus, bancos, goteiras, etc); • Histórico do veículo (pra que fim ele foi usado? Isso é importante pois kombis usadas por muitos anos no transporte de cargas pesadas podem apresentar problemas intrínsecos em sua estrutura não visíveis a um primeiro momento) • Documentação (se o carro está no nome do vendedor, se as contas estão em dia e, principalmente, se há alguma multa) Essas dicas foram muito valiosas pra mim, e eu sinto que fiz uma boa escolha. Na época tive a orientação do meu pai, que tinha experiência com carros mais velhos e me ajudou. A última dica é: leve um mecânico de confiança ou alguém que tenha conhecimento, caso você mesmo não entenda de mecânica de carros. A minha escolha foi uma Kombi Modelo Furgão, ano 2003.


Recomendo o modelo furgão por não possuir janelas externas, dando um ar de mais segurança e privacidade e, principalmente, pelo modelo furgão estar relacionado positivamente em questões de documentação para o transporte de cargas. E esse é um ponto muito importante que você precisa saber: documentação.

Djanira, nossa kombi furgão ano 2003 desbravando as dunas de Jericoacoara, no Ceará.


3. Confesso a você, DOCUMENTAÇÃO caro leitor, que gostaria de apresentar linhas

concisas e cheias de certeza sobre essa questão tão importante. Entretanto, a realidade não é bem assim. Resumidamente, pra você viver em um carro qualquer, você precisa através de meios totalmente legais transferir a função de seu veículo para Motor Home. Isso significa que, se a sua Kombi era transporte de passageiros ou transporte de carga, ela precisaria ter, através de documentos, uma nova função. Eu pesquisei muito sobre essa possibilidade e descobri que não era nem um pouco acessível. O documento em questão seria o CAT (certificado da agência de transportes) atestando essa nova função. Entretanto, leigos não podem fazer isso, e essa possibilidade só é possível através de empresas que fabricam motorhome. Geralmente, essas empresas oferecem um serviço em troca também, por exemplo: tornar o teto da Kombi retrátil (estende-se verticalmente aumentando o espaço interno) + CAT. O orçamento mais barato que eu consegui foi 16 mil reais. Outra opção era tentar conseguir o CAT através de meios mais informais, com engenheiros que fazem esse trabalho sem estar vinculado a uma empresa. O preço mais barato foi de 9 mil reais. Em suma, não estava dentro do nosso orçamento investir tanto dinheiro em uma questão que apresentava aspectos poucos claros e elitistas. Considerando a minha e a realidade dos brasileiros de maneira geral, o estudo se direcionava para: como eu posso ter minha Kombi home e não gastar rios de dinheiro com documentação? Depois de muita pesquisa na internet, entrevistas com despachantes e funcionários do DETRAN, percebemos uma coisa muito importante: ninguém sabe ao certo as aplicações dessa lei. É uma situação um tanto quanto nova no Brasil e os funcionários, ou desconhecem a lei e suas resoluções, ou dão palpites. O ponto mais importante é: a Kombi precisa ser passada para a condição de Furgão, para que você esteja apto a transportar materiais (no caso os materiais serão seus móveis e pertences). Mas vem a


pergunta: posso ser multado? Em tese sim, é necessário ter a documentação de Motor Home. Entretanto, a questão ficaria na mão do possível agente rodoviário federal que fiscalizaria o seu carro. A minha opinião pessoal é que, se a sua documentação veicular estiver em dia, junto com os adereços necessários do carro, dificilmente um agente rodoviário pedirá para inspecionar o seu veículo. Isso considerando a hipótese de você ter sido parado em uma blitz, ou algo assim. Caso isso ocorra, e o agente inspecione o veículo e conheça a lei do motor home (o que, através das minhas últimas experiências, eu acho pouco provável) existe uma série de questões a serem abordadas: pela minha pesquisa alguns estados ou agentes usam o projeto de móveis específicos para a definição de motor home, outros utilizam a análise de dormir ou não dentro do veículo, outros afirmam que o ponto mais importante são as mudanças na estrutura da Kombi (teto retrátil por exemplo). Enfim, é algo bem arbitrário de maneira geral. Mas considerando que isso tudo ocorra e o inspetor esteja de muito mau humor, é possível sim que o veículo seja retido. Diante de todas as possibilidades mencionadas acima, a minha decisão pessoal foi seguir sem o documento. É importante também mencionar a resolução 716 do CONTRAN em novembro de 2017, que causaria um transtorno muito grande para os motorhomes caseiros. Entretanto, para a felicidade de todos, em abril de 2018, a resolução foi suspensa por tempo indeterminado, não sendo mais necessário a inspeção veicular de carros para a renovação do documento. Saiba mais: http ://www.penaestrada.com.br/contran-suspende-resolucao-que obrigava-inspecao-veicular-em-todo-o-pais/


4. É incrivelmente comum as MECÂNICA histórias de “vanlifers” que negligenciaram

a

mecânica do automóvel por estarem demasiadamente imersos no planejamento, criação e montagem das estruturas internas da casa móvel. É bem verdade que todas as estruturas do interior do veículo necessitam ser extremamente bem pensadas e articuladas para garantir o conforto e economizar espaço, mas se desejas que sua casa continue sendo móvel, terás que botar muita atenção na mecânica do seu automóvel. Essa negligência aconteceu conosco quando construímos nossa primeira “home” em uma van na Nova Zelândia, e depois de montar uma casa maravilhosa, tivemos que vender o veículo a preço de banana pelo fato do motor estar com vazamento de óleo e água financeiramente inviáveis para a reparação. Existe um outro motivo muito relevante para se colocar a atenção na parte estrutural do carro: a economia. Creio que seja fácil de se compreender que executar a manutenção preventiva em um local de confiança será muito mais barato e tranquilo do que constatar da necessidade de realizar a manutenção corretiva na beira de uma estrada qualquer ou de um lugar que você desconhece. Porém, o fator mais importante de manter a manutenção do veículo em dia é o de preservar o que temos de mais valioso: a nossa vida. O motorista que se atenta aos pormenores do seu veículo garante mais segurança não só para si, mas para todos os que utilizam o mesmo espaço de alguma forma: outros motoristas, motociclistas, pedestres e até animais, Dito isso, creio que está claro que se atentar aos pormenores das condições exatas da mecânica da sua casa móvel promove segurança, tranquilidade e economia de tempo e dinheiro. Mas afinal, quais são as partes e/ou componentes que devemos nos atentar de forma mais frequente e como/onde fazer os serviços?!


✔ Trocar o óleo do motor Esse serviço pode ser realizado a cada cinco mil quilômetros percorridos em um grande número de lugares como: postos de gasolina, oficinas mecânicas ou em lojas especializadas de lubrificantes. O investimento é geralmente na compra do óleo que gira em torno de vinte reais o litro. No meu caso, necessito de 2,5 litros de óleo e o investimento é de aproximadamente sessenta reais. A troca periódica garante o bom funcionamento do motor a curto e longo prazo. É indispensável checar semanalmente o nível do óleo para antecipar algum vazamento, o qual pode levar a consequências drásticas como fundir o motor. ✔ Calibragem Serviço muito simples e muitas vezes sem custo algum. Pode ser realizado na grande maioria de postos de gasolina, borracharias e oficinas mecânicas com periodicidade semanal. A calibragem precisa estar em dia, caso ela esteja inferior ou superior da adequada, conduzirá desde ao desgaste equivocado dos pneus a sérios danos na suspensão do carro. ✔ Lubrificação do eixo frontal Esse serviço pode ser realizado mensalmente ou a cada três mil quilômetros rodados em lugares como oficinas mecânicas, lava a jatos, lojas de lubrificação e grandes postos de gasolina. Esse serviço é muito importante pois garante a integridade da suspensão do veículo e de uma série de componentes como a caixa do pino central. A atividade consiste em injetar graxa em orifícios localizados em baixo do carro chamado “graxeiros”. A ausência de graxa na suspensão do carro gera muito ruído e desgaste dos componentes internos. Esse serviço custa aproximadamente vinte reais.


✔ Regulagens Pode ser feito com periodicidade mensal ou a cada três mil quilômetros rodados em locais como: postos de gasolina e oficinas mecânicas especializadas em carros antigos. A atividade consiste em alinhamento, cambagem, balanceamento, regulagem do disco de freio, freio de mão, entrada das marchas, caixa do pino central, entre outros. Quando um carro não está regulado de maneira adequada, o tempo de resposta da direção e dos freios aumentam consideravelmente, oferecendo riscos a segurança de todos. ✔ Abastecimento Outra atividade muito comum é abastecer o veículo. Não permita que o frentista continue colocando combustível após o estalo da bomba (quando o tanque do carro está cheio, a bomba de gasolina do posto dispara automaticamente, interrompendo o fluxo). Encher excessivamente o tanque pode geral uma série de prejuízos e situações graves como principiar um incêndio. Tudo isso porque pode haver algum pequeno vazamento em alguma parte do sistema do tanque de gasolina, inflamando com a partida do motor. Nós aconselhamos o auxílio de oficinas especializadas em kombi ou motor a ar e também as informações preciosas compartilhadas entre os grupos de kombeiros no facebook, whatsapp e instagram’s.


CONHECENDO A ANOVA Nós validamos o discurso de que a kombi é um carro que demanda uma atenção extra do motorista, uma vez que apresenta aerodinâmica instável, direção manual e grande folga nos volantes. Porém não se engane você caso pensa que não há como aumentar a segurança de forma eficiente e definitiva de alguns aspectos da direção. Fizemos ampla pesquisa após para entender e melhorar a folga da direção de nossa kombi-casa e descobrimos que o nosso pino central jazia frouxo e desgastado, ocasionando inclusive um desgaste equivocado dos pneus dianteiros.


Pra nossa alegria conhecemos a MecSul, empresa brasileira que desenvolveu e patenteou um novo tipo de caixa do pino central chamada ANOVA. Nós explicamos! A transmissão direta dos volantes para as rodas do veículo para necessariamente pela caixa do pino central, onde existe um sistema originalmente composto por pino e bucha, e já na versão da MecSul, há dois rolamentos blindados e uma carcaça muito mais resistente às intempéries. Isso faz com que a diferença seja gritante no que diz respeito a folga do volante, que torna a resposta da direção mais rápida e precisa, além de incrivelmente um pouco mais leve. Nós experimentamos toda essa bênção automobilística quando recebemos a nossa própria ANOVA e concordamos com todas as centenas de feedbacks positivos que já haviamos lido na internet. Outro fato muito interessante sobre esse produto é que ele não necessita de lubrificação, como é comum com a antiga caixa (a lubrificação se dá com graxa através de um orifício inteligente de entrada chamado graxeiro), e também não necessita manutenção, e o seu reparo se dá no processo de troca de alguns componentes através de um kit reparação. Nós estamos muito satisfeitos com a segurança que hoje temos com a instalação da ANOVA no nosso veículo, e se você quer conferir o vídeo que a gente mostra todo esse processo, pode clicar aqui. No canal da MecSul no Youtube tem muitos outros vídeos explicando de diversas maneiras o funcionamento detalhado da Anova. E caso o seu interesse seja o de adquirir a peça e desfrutar dos benefícios, é só clicar aqui e receber diretamente na sua casa.


SUSPENSÃO: NOS EIXOS DA BRASKOMBI Todos estamos no processo de aprendizagem, e feliz é aquele que aproveita as oportunidades para exercitar o espírito do aprendiz, e esse processo se apresenta de maneiras distintas pra cada ser humano. Uma vez ouvi que existe três maneiras de se aprender: do sábio, do inteligente e do tolo. O sábio é aquele que aprende com os erros alheios, e não desfruta da desconfortável consequência do mesmo. O homem inteligente é aquele que erra, observa e aprende com o seu próprio equívoco. Porém, o tolo não é somente aquele que erra, mas que tens a capacidade de observar tão turva que insiste ignorantemente nos mesmos atos, aprendendo muito pouco ou absolutamente nada. E assim se deu antes de colocarmos o pé da estrada, quando ouvimos de nosso amigo e mecânico as instruções para a lubrificação mensal da frente do carro. O conselho foi ignorado e percorremos mais de oito mil quilômetros até nos dar conta do valioso ensinamento de nosso instrutor automobilístico. O Embuchamento do veículo jazia completamente comprometido e tivemos uma grande surpresa ao descobrir que os preços das peças na loja eram centenas de vezes mais cara que o ato de engraxar. Concluímos alguns fatos interessantes. O primeiro era da importância de uma simples manutenção como lubrificar a frente do veículo, a outra era que o preço pedido na loja era financeiramente longe de qualquer possibilidade de resolvermos a questão. Então botamos a cabeça pra funcionar e percebemos algo óbvio: poderíamos conhecer fornecedores pela internet, onde pagaríamos muito mais barato por não terem necessariamente gastos com espaços físicos ou funcionários para atender clientes de 8h às 18h. Iniciamos nossa pesquisa e encontramos poucos fornecedores que possuíam reputação que nos aspirasse confiança, uma vez que estaríamos comprando itens que precisavam ser de extrema qualidade e resistência. E foi através de uma pesquisa exaustiva que conhecemos o trabalho da Braskombi, empresa brasileira que vende todos os materiais específicos que você possa precisar na área de suspensão e direção para kombi e fusca, com o menor preço da internet.


É incrível como as pessoas são apaixonadas por esses modelos automobilísticos antigos, fazendo com que muitos se envolvam com o propósito de manter e resgatar o uso destes veículos que foram os símbolos de muitas gerações.

Quando recebemos no conforto dos correios a nossa encomenda, pulamos de alegria pela certeza que estaríamos nas estradas psicologicamente mais leves e fisicamente mais seguros, ao renovar todo o sistema de embuchamento vertical e horizontal que estavam em lamentável estado por conta de nosso próprio descaso. Encontramos por sorte um lugar chamado Rei das kombis na capital maranhense que fez a troca dos embuchamentos para nós, e os resultados foram incrivelmente satisfatórios: a folga do volante diminuiu, a resposta da direção ficou mais rápida e desapareceu o barulho que existia na roda direita em alta velocidade. Dessa vez fomos inteligentes para aprender com os erros, e continuamos lubrificando a frente mensalmente. Se você quer pagar barato nas peças pra suspensão, caixa de direção e outros itens da kombi ou fusca, fica ligado no estoque que acaba rápido!


Pra conferir o nosso vídeo sobre o embuchamento é só navegar no nosso canal do YouTube.


5. O RACK O rack é uma estrutura metálica a qual é fixada na parte superior da Kombi, suas finalidades principais são o transporte de cargas diversas e transporte dos painéis fotovoltaicos. Existem projetos hoje em dia, muito avançados de tetos retráteis, ou tetos extensores, que podem possuir o rack ou não, mas que consiste basicamente na ampliação do espaço interno da Kombi, através de uma expansão do teto. Pra esse procedimento de extensão, é necessário o CAT (documento mencionado no capítulo anterior). Os preços de extensão do teto e mais o CAT giram em torno de 16 mil reais, e a intenção de contratar esse serviço foi abandonada no começo do projeto. O rack que nós possuímos foi mandado fazer sob medida e, com esse projeto, pode ser feito por qualquer empresa ou trabalhador de qualidade que domine a ciência do manuseio com os metais (corte, solda, etc). Esse projeto conta com um espaço amplo para armazenar coisas, no nosso caso adquirimos um maleiro que é preso na estrutura do rack. A parte da frente é moldada especificamente para o suporte de placas fotovoltaicas, que irão gerar a energia necessária dos equipamentos e eletrodomésticos.




6. ISOLAMENTO TÉRMICO Imagine que a sua casa varie a temperatura de forma dramática durante eventos diários, se faz sol fica muito quente, quando a noite chega e a temperatura cai se passa muito frio e, de acordo com cada variação climática, a temperatura de sua casa vai variando junto. Seria bem desagradável, não seria? Bom, basicamente é isso que acontece com um carro. Por ser feito basicamente de lata, está amplamente vulnerável às mudanças de temperatura uma vez que o calor específico desse tipo de metal é bem baixo. Então é necessário fazer um isolamento térmico, e isso pode ser feito de muitas maneiras. A djanira, em 2003, teve a sorte de receber um revestimento de fibra de vidro por seu primeiro dono, que era vendedor de salgados e precisava de um certificado. Como a fibra de vidro funciona de maneira admirável como isolante térmico, não tivemos que nos preocupar com isso. A alternativa mais barata, simples e prática é revestir as extremidades da Kombi com isopor usando uma cola que, não só vede bem, mas que também resista a mudança de temperatura e umidade, como é o caso do silicone de aquário, que, segundo amigos, é muito eficiente. O feltro também pode ser um bom material para isolamento térmico. Há quem use madeira, o que deixa muito bonito. Entretanto não recomendo, uma vez que dentro da casa fica geralmente muito úmido, as extremidades se condensam, ficando geralmente molhado, o que é um grande problema para isolamentos térmicos de madeira por aumentar a chance de fungos e bactérias. Resumindo: é necessário um isolamento térmico para a maior comodidade e saúde dos viventes da kombi-casa, principalmente no Brasil onde temos uma variação climática muito grande de região pra região. Alguns materiais podem ser utilizados, e a escolha tem que ser feita baseada na condição financeira e afinidade com o material escolhido.


7. OS MÓVEIS A Kombi, diferentemente de uma casa ampla, tem seu espaço interno muito limitado, o que obriga ao construtor ter uma dose extra de criatividade para que os móveis sejam úteis e dialoguem entre si. Portanto, todos os móveis foram desenvolvidos de forma manual, e as ferramentas necessárias foram basicamente uma serra tico-tico, uma lixadeira e uma parafusadeira/furadeira. As junções dos móveis foram feitas com parafusos e cantoneiras. Noções de marcenaria básica são muito bem-vindas, existem muitos bons vídeos no YouTube e outros aplicativos sobre como criar móveis. Nós, por exemplo, não tínhamos experiência com isso, e a qualidade do nosso corte e acabamento foi melhorando ao longo do projeto. Cantoneiras e parafusos, apesar de terem um preço acessível, em grande quantidade representam um orçamento considerável. Portanto, teste algumas opções e, de acordo com o resultado, planeje- se para comprar grandes quantidades. Utilizamos basicamente compensado naval: 2 folhas de 15mm de espessura, e 3 folhas de 10mm de espessura. Os detalhes e informações sobre cada peça se encontram em uma tabela, no final de cada subcapítulo, logo após as informações detalhadas com as medidas de cada peça para o corte.


COMPLEXO CAMA

Todos nós concordamos que, se a intenção é morar dentro de qualquer espaço, uma estrutura adequada para uma boa noite de sono é primordial. E, pensando nisso, projetamos uma cama que fosse suficiente para duas pessoas (cama de casal) e que ao mesmo tempo poderia abrir espaço para outras funcionalidades quando não estivesse sendo usada. Resumidamente, essa parte irá tratar dos móveis e peças que envolvem a cama retrátil e como ela foi projetada. É importante mencionar que usamos dois pistões a gás de 100N cada (semelhante aquele que dá suporte para a abertura do porta-malas nos carros) para ajudar a levantar o espaço principal que fica embaixo da cama (capacidade de armazenamento aproximado de 248 litros). Outro ponto importante é que as partes móveis são unidas por dobradiças metálicas (aquela estrutura que permite a porta girar em torno de um eixo). Recomendamos que escolham uma bem resistente para a estrutura principal da cama (CA01).


Peças do sub capítulo Complexo Cama:




Item CA01 CA02 CA03 CA04 CA05 CA06 CA07 CA08

Objeto Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval

Medidas (mm) Polígon o Polígon o Polígon o 109 x 23 23 x 90 23 x 33,54 23 x 60 150 x 23

Espessura 15mm 15mm 15mm 15mm 15mm 15mm 15mm 20mm

Tabela CA: Informações técnicas e descritivas das peças do SubCapítulo CAMA


COMPLEXO DO BAÚ

O complexo do baú é o nome que demos para a sala de estar, a sala de jantar, o local de meditação, o banheiro seco e, depois do baú da cama, é a parte que tem mais capacidade de volume para guardar comida, pertences e objetos (capacidade de armazenar aproximadamente 137 litros sem contar o espaço do banheiro seco, do frigobar e do botijão de gás). Por ter tantas funções, essa parte é um momento muito importante da construção e requer um cuidado especial, pois também conectará a cozinha com a cama, dando suporte para a mesma quando ela estiver na posição armada através dos Caixotes de Apoio, que serão apresentados no próximo subcapítulo. A espessura geral dos compensados navais utilizada nessa parte foi de 10mm, porque nós somos bem magros. Entretanto, caso necessite de uma maior resistência, eu sugeriria utilizar um compensado mais grosso, 15mm ou até mais. Destaque especial para peça B8 que decidimos fazer toda unida, apenas indicando os locais de corte, para que facilitasse o serviço e também a visualização. Peças do complexo do Baú:





Item B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14

Objeto Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval

Medidas Polígono 48 x 49,5 48 x 49,5 26 x 50,5 49,5 x 30 48 x 43,5 43,5 x 3 Polígono 31 x 30 31 x 30 48 x 47 50,5 x 32 50,5 x 32 50,5 x 32

Espessura 10mm 15mm 15mm 15mm 10mm 15mm 15mm 10mm 10mm 10mm 15mm 10mm 10mm 10mm

Tabela B: Informações técnicas e descritivas das peças do SubCapítulo BAÚ


CAIXOTES DE APOIO

Os caixotes de apoio são, basicamente, estruturas em forma de paralelepípedo que possuem duas funções principais: a primeira é servir como mais um espaço para armazenar coisas (no nosso caso utilizamos como uma dispensa com capacidade de armazenamento aproximado de 70 litros) e a segunda é apoiar a estrutura móvel da cama (CA03), para que ela fique no mesmo nível da outra parte da cama (CA01). Para que isso ocorra de forma perfeita, considere os relevos e protuberâncias da sua Kombi em específico e, mesmo tendo em mãos os valores exatos, sempre confira antes ou esteja preparado para alguns ajustes. Peças do Caixotes de Apoio:



Item CCA01 CCA02 CCA03 CCB01 CCB02 CCB03

Objeto Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval

Medidas (mm) 29 x 18,8 64,5 x 18,8 65,5 x 28,5 67,5 x 27,5 18,8 x 28,5 66,5 x 18,8

Espessura 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm

Tabela CC: Informações técnicas e descritivas das peças do SubCapítulo Caixotes de Apoio


ARMÁRIOS

Talvez você possa se perguntar: aonde ficariam as roupas? Pois bem, temos a solução: um armário. O mesmo se localiza ao lado da cama e é, de forma geral, pequeno, para acomodar as roupas necessárias para duas pessoas, entretanto nada em excesso. A vida na estrada é uma vida simples e percebo hoje que eu preciso de muito menos do que eu sempre tive. O armário conta com 3 andares, duas divisões principais e as suas portas são estruturas criativas de crochê, pensadas, produzidas e presenteadas pela competentíssima Merci Crochet. Caso tenham interesse, ela aceita encomendas, o contato se encontra no final do livro. As três primeiras peças (AR01, AR02, e AR03), possuem uma linha tracejada indicando que essa parte, que ficará em contato com a lataria interna da Kombi, necessita ser moldada de forma que encaixe o mais junto possível, ficando assim com um acabamento melhor. A linha externa indica a peça quadrada total, caso cortadas em série para facilitar na hora do corte, contanto que seja observada essa modelagem essencial. Peça dos Armários:



Item AR01 AR02 AR03 AR04 AR05 AR06 AR07

Objeto Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval

Medidas (mm) Polígon o Polígon o Polígon o 30,5 x 14,5 28,5 x 14,5 30,5 x 18 28,5 x 18

Espessura 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm

Tabela AR: Informações técnicas e descritivas das peças do SubCapítulo Armários


COZINHA Vou morar em uma Kombi e vou passar fome, será? Com essa cozinha, só passa fome quem quer! Todos nós sabemos como é importante a cozinha, não só pela relação com os alimentos, mas como espaço interativo que ela é, conversas, reuniões e momentos festivos geralmente passam por ela, e no nosso projeto isso não é diferente. A cozinha, que terá as peças demonstradas a seguir, conta com pia, filtro e torneira, mesa principal retrátil, fogão a gás, gavetas porta-potes, fruteira, armários, frigobar e espaço para guardar volumes diversos (capacidade de armazenamento aproximado de 96 litros). Peças da Cozinha:










Item CO1 CO2 CO3 CO4 CO5 CO6 CO7 CO8 CO9 CO10 CO11 CO12 CO13 CO14 CO15 CO16

Objeto Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval Compensado Naval

Medidas (mm) 60 x 40 40 x 32 43 x 21,5 27 x 40 32,5 x 43 40 x 103 91 x 40 40 x 41 polígono 27 x 85 27 x 85 52 x 27 Polígono Polígono Polígono 152 X 108

Espessura 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm 10mm

Tabela CO: Informações técnicas e descritivas das peças do SubCapítulo Cozinha


VERNIZ Os móveis, como você já sabe, são feitos de compensado naval, que é altamente resistente à água. Entretanto, essa resistência é otimizada em dramáticas proporções quando envernizadas as peças. Esse procedimento é quase que obrigatório, de tão importante que é para a durabilidade das peças e também para a impermeabilização das mesmas, facilitando a limpeza e a higiene geral. Uma dica, então, é montar toda a casa-kombi e, após conferir que todas as peças se encontram em seus devidos lugares, desmontar tudo e envernizar. Depois montar novamente. Foi isso o que fizemos e gostamos do resultado. Para o verniz, utilizamos cerca de 3,5 litros, sempre adicionando aguarrás de acordo com as recomendações do fabricante. Caso você, meu caro leitor, não tenha experiência com a aplicação de verniz, atente-se sobre a segurança e o procedimento correto com algum profissional ou, caso não seja possível, em tutoriais seguros na internet. Por último, mas não menos importante: o banheiro seco. Mas esse merece um subcapítulo só para ele!


BANHEIRO SECO Banheiro seco, por definição, é uma alternativa ecológica no tratamento de fezes humanas. Apesar da semelhança estética com o banheiro comum, as fezes são separadas da urina. As fezes são armazenadas em um local sem contato com o ambiente externo, onde, a cada defecação, a pessoa joga um punhado de serragem sobre as fezes para mantê-las secas e evitar o mau cheiro, segundo nosso amigo Wikipédia. . Sobre a construção: todas as peças que abrem ou que estão em contato com ele foram vedadas; nas partes que abrem para a retirada do recipiente coletor, utilizamos borracha e entre as peças de madeira fixa utilizamos massa plástica e espuma que solidifica. A peça que precisa ser cortada a fim de encaixar exatamente com a tampa do vaso (utilizamos uma bem simples de plástico) é a peça B6, e o círculo pontilhado indica que o valor precisa ser medido e moldado de acordo com o tamanho da tampa que será adquirida. Sobre o manuseio: como informado na definição acima, o banheiro seco é utilizado apenas para as fezes e coberto com serragem. O recipiente de coleta foi um grande vaso de plantas, revestido por sacolas de lixo que são removidas na manutenção semanal. Mesmo quando o recipiente não está totalmente cheio, fazemos a retirada do material (fezes + papel higiênico + serragem), limpamos e colocamos novas sacolas. O material descartado, inicialmente, tinha a proposta de ser enterrado ao lado das estradas ou coberto em local seguro para voltar ao solo como adubo, no futuro. Entretanto, a realidade até agora vem sendo de descartar como lixo, algo que é muito mais prático, mas não é o ideal nem em termos de sustentabilidade nem em termos de felicidade em meu coração, de forma que estamos nos planejando para mudanças em breve quanto ao descarte do banheiro. No nosso projeto, houve muitas coisas que foram boas, outras nem tanto, e algumas são de extrema utilidade. Um exemplo desse


grupo de coisas maravilhosas em nosso projeto, por nossa própria experiência, é o banheiro seco. Recomendo que façam, que experimentem a liberdade e autonomia que é ter as necessidades básicas satisfeitas em qualquer lugar, tanto na cidade, na roça, em postos de gasolina ou até no meio de um engarrafamento!


MONTAGEM DOS MÓVEIS Você certamente gostaria de visualizar todo o contexto das peças e seu lugar no projeto em três dimensões, não é mesmo? Anexado ao livro e disponível no capítulo Downloads, você poderá se valer de animações em 3D que explicam a montagem completa dos móveis, com descrições detalhados nas páginas seguintes para a montagem correta de cada peça. Nesta parte estão descritos os códigos de montagem das peças com suas respectivas descrições, a fim de auxiliar com mais profundidade a montagem de todas as peças. • CA02: É essencial um nivelamento por baixo dessa peça, uma vez que a superfície da Kombi é amplamente irregular. Nós usamos borracha de aproximadamente 5mm de espessura e sobrepusemos pedaços de borracha quando julgamos necessário. Você pode usar uma infinidade de materiais como: e.v.a, feltros, borrachas, etc. Essa é uma peça bem importante e conta com os detalhes de dois cortes dentro da peça: um para a manutenção e acesso do motor e outro diz respeito a um espaço que antes era ocupado pelo pneu reserva. • CA04: Esta peça deve ser fixada utilizando um esquadro e cantoneiras. • CA05: Esta peça deve ser fixada também com cantoneiras, além de parafusos em sua extremidade que faz contato com a peça CA04, mantendo-a mais firme! • CA06: Esta peça possui uma angulação e deve ser muito bem encaixada. Para isso se faz necessário uma atividade de desbastar ambas extremidades de forma com que crie um ângulo perfeito com a peça que se conecta a ela. Ela também recebe parafusos na junção com a peça CA04.


•CA07: Essa peça necessita um desbaste angular na extremidade que se conecta com a CA06 e é conectada também com parafusos com a mesma. Fixe-a também usando cantoneiras com o auxílio de um esquadro. •CA08: Essa é a peça que finaliza a estrutura da cama. Deve ser parafusada nas junções entre as peças CA07 e CA05. •CA09: Essa peça finaliza a armação da cama. Note que ela possui um corte retangular que virá a ser a tampa de um baú de XXX litros. Essa tampa possui três dobradiças de porta na parte traseira e é sustentada por dois pistões de 100 newtons cada (semelhante aos pistões do porta mala). Para que a tampa não ceda quando receber peso (uma vez que foi cortada), é necessário fazer um sistema que a deixe firme e forte. Nós usamos fortes ripas de madeiras de aproximadamente 20cmx6cm que foram espalhadas homogeneamente e parafusadas ao longo do corte. •AR01, AR03 e AR02: Essas peças se tornarão nossos armários de roupas e possuem uma dificuldade extra! A superfície da Kombi onde elas estão fixadas é altamente irregular e você precisará tirar um molde, para que ela encaixe perfeitamente na parede da Kombi. Para fazer isso, basta cortar um pedaço firme de papelão e deixar próximo à toda superfície lateral de onde está a tirar o molde. O segundo passo é pregar, grampear ou colar tirinhas de papel no papelão, que irão encostar na parede da Kombi. Terminado o processo, você terá o molde cru da parede de seu quarto, e agora você já pode desenhar direto na madeira já cortada (as medidas se encontram nos desenhos das respectivas peças) ou desenhar em outro papel/papelão e assim desenhar nas placas de madeira. Eu aconselho se informar e assistir vídeos no YouTube de como tirar o molde de peças para móveis em superfícies irregulares. •AR04, AR06, AR05 e AR07: Essas serão as peças que darão origem às prateleiras dos nossos armários e possuem dimensões


diferentes devido também à superfície irregular da Kombi. Elas devem ser fixadas com parafusos e cantoneiras. Existe apenas uma cantoneira que conecta toda a estrutura do armário com a estrutura da Kombi, e ela está localizada na parte superior da peça AR07. Nós achamos desnecessário fechar os armários com mais placas de madeira e achamos fantástica a possibilidade de fechar os armários com crochet produzido pela Merci Crochet (contato no capítulo Apoio e Parcerias). Dica: Você pode ampliar ainda mais o armário, tirando mais moldes e fazendo um processo semelhante para com as prateleiras. Nós julgamos que a quantidade de roupas que carregamos é mais do que o suficiente. E é mesmo. •CO16: Nessa parte começamos a pensar e moldar a estrutura do restante da Kombi. Essa peça utiliza quase uma folha de compensado inteira e você pode ter dificuldades de colocá-la dentro da Kombi, mas nós garantimos que entra! Se faz necessário um revestimento no assoalho da Kombi para que haja um nivelamento razoável e nós mais uma vez utilizamos a borracha para isto. É importante também ficar atento há alguns pequenos cortes que podem ser feitos na chapa a fim de que ela encaixe melhor, e eu aconselho amplamente que nessa parte você meça o espaço interno da sua Kombi e tire suas próprias medidas, uma vez que pode variar de Kombi para Kombi e de pessoa para pessoa. •B1: Essa peça pode variar de tamanho de acordo com o tipo de revestimento termoacústico que você usou no seu carro, se usou. Sugerimos que meça novamente essa peça e compare com as medidas aqui apresentadas. •B12, B13 e B14: Essas peças são muito semelhantes entre si, porém são peças que também devem ter os seus moldes tirados. Por quê? Simples. Elas se encaixam em outra superfície amplamente irregular da Kombi, onde existe uma inclinação complexa que comporta a estrutura do tanque de gasolina e motor do carro. Essas peças além de auxiliarem como estruturas, também auxiliam como


divisores de compartimentos. Elas podem ser fixadas de muitas maneiras diferentes. Nós as parafusamos nas junções com a peça B1 e também usamos cantoneiras. •B2: Essa peça será uma das divisões entre o banheiro seco e o sistema de gavetas. Ela deve ser posicionada utilizando a peça B5 como referência de distância com a parte lateral da Kombi. Ela pode ser fixada com cantoneiras entre as peças C016 e B1. •B9 e B10: Essas peças formam a estrutura das prateleiras das gavetas e devem ser fixadas com o auxílio de cantoneiras pequenas. •B5: Essa peça formará a parte frontal do sistema de gavetas. Ela possui três cortes internos, que formarão a abertura das gavetas. Como a sua casa vive em movimento, nas suas gavetas eu te aconselho a colocar trancas simples, que impedirão que elas se abram enquanto dirige. Deve-se instalar dobradiças para a abertura e fechamento das gavetas. Essa peça deve ser fixada com parafusos entre a junção da peça B2. •B3: Essa peça virá a dividir o banheiro seco do frigobar e deve ser fixada com cantoneiras entre a peça B1 e CO16 e também parafusada na junção da peça B1. •B6: Essa peça deve ser fixada com cantoneiras e parafusos da melhor forma possível, uma vez que dará origem à estrutura do banheiro seco, onde você irá sentar ou se apoiar de cócoras para usá- lo. •B11: Essa peça deve ser fixada com dobradiças na peça CO16, onde funcionará como tampa para manutenção do banheiro seco. É importante frisar que ela deve fechar perfeitamente e ficar muito bem vedada. Nós colocamos tiras de borracha de 5mm com cola adesiva, fazendo com que a peça feche de maneira mais perfeita. É válido colocar uma tira de borracha fina na parte debaixo da peça, vedando


assim também a possibilidade de qualquer fresta com a peça CO16. A tampa fica fechada com pressão ao utilizar uma tranca simples de banheiro nos dois lados, trancando a peça B11 com as B3 e B2. •B4: Essa peça deve ser fixada com cantoneiras e esquadro. Virá a separar o botijão de gás e atuará na sustentação da estrutura. •B8: Essa peça é de suma importância e possui algumas particularidades. Colocamo-la no projeto como “peça única”, mas na verdade, assim que cortála, ela se fragmentará em muitas peças diferentes. Os cortes devem ser feitos no interior da placa separando a tampa do banheiro seco, a estrutura da esquerda, a estrutura da direita e outras cinco tampas que acessam seus respectivos reservatórios. As tampas podem funcionar no sistema de dobradiças ou não, e devem ser apoiadas de maneira semelhante à peça CA09 (com estruturas que seguram e sustentam a tampa). •CCA2: Essa peça pode ser fixada com cantoneiras (e esquadro, claro). •CCA1: Essa peça pode ser fixada com cantoneiras e parafusos na junção com a peça CCA2. •CCA3: Essa peça finaliza o baú A e contém também um corte interno que cria uma tampa. Essa tampa também deve ser apoiada com ripas ou estruturas que a sustentem muito bem. •CCB3: Essa peça pode ser fixada com cantoneiras e esquadro e pode ser parafusada com a peça CA08. •CCB2: Essa peça pode ser fixada com cantoneiras e parafusos na junção com a peça CCB3. •CCB1: Essa peça finaliza o baú B, e contém também um corte interno que cria uma tampa. Essa tampa também deve ser apoiada com


ripas ou estruturas que a sustentem muito bem. É através de uma das tampas que você pode trocar o botijão de gás. •CA03: Essa peça finaliza o sistema da cama. Ela é uma peça móvel que faz com que se abra uma cama de casal de 1,75m de comprimento que se apoia nos baús A e B, além de se apoiar também em um pedaço de bambu grosso (não mostrado nas imagens) com a altura certa (esse bambu vira um incensário quando não utilizado na armação da cama). Para retrair a cama é simples, basta suspender a parte traseira da peça CA03 com uma alça e encaixá-la levemente sobre a peça CA01, e então, empurrá-la até que encontre a estrutura traseira do carro. Esse procedimento é extremamente simples e funciona de uma maneira surpreendente. •CO09: Essa peça dá início ao sistema de armários da cozinha, e deve ser fixada com parafusos na junção com a peça B8 (use o esquadro!!). Essa é uma peça que também necessita se tirar um rápido molde, uma vez que se encontra encostada na lateral da kombi, que é irregular. •CO07: Essa peça deve ser fixada com cantoneiras e esquadro, e a distância da peça CO09 deve ser tomada utilizando a peça CO01. Essa é uma peça que também necessita se tirar um rápido molde, uma vez que se encontra encostada na lateral da kombi, que é irregular. •CO01: Deve ser fixada utilizando cantoneiras e reforçando com parafusos na junção com a placa CO07. Para medir a distância e posição vertical, utilize como base a peça CO08. •CO06: Essa peça dá forma a pia e deve ser fixada com parafusos na junção com as peças CO09 e CO07. Cantoneiras também são bem-vindas. Ela possui um corte interno onde encaixa perfeitamente a cuba da pia e isso variará de cuba para cuba, de loja para loja. Também existe um furo de aproximadamente 1/2 polegada próximo a pia, que é onde está fixada a torneira/filtro. Essa placa foi


levemente cortada por nós (através de um molde) para encaixar perfeitamente na divisória entre os bancos da frente e o restante da kombi. •CO08: Essa placa pode ser fixada com cantoneiras ou parafusos na junção com a placa CO06. •CO04 e CO02: Podem ser fixadas com cantoneiras e parafusos e virão a serem as prateleiras do armário. •CO03 e CO05: Essas serão as portas do armário e se transformam em mesas quando abertas. Para isso é necessário fixá-las com dobradiças na junção com a placa CO06. Para funcionarem como mesas, necessitam um apoio rígido e móvel que as conecte com a peça CO01. •CO10: Essa peça dá início ao sistema de sementeiras e potes, podendo ser fixada com cantoneiras na junção com a placa CO16. •C011: Essa peça deve ser posicionada tomando como medida o tamanho das sementeiras (CO13, CO14 e CO15). Deve ser fixada com cantoneiras na junção com a placa CO16 e no nosso caso, com o painel de fibra de vidro que separa os bancos da frente com o restante do espaço interno da nossa Kombi. •CO13, CO14 e CO15: Devem ser instaladas juntamente com um trilho telescópico, fazendo com que deslizem no eixo horizontal, funcionando como verdadeiras gavetas de potes. Essa é uma das coisas que realmente funcionou na Kombi e que usamos muito. Nos potes, além de guardar sementes e temperos, podemos germinar sementes e fermentar alimentos e líquidos, como o kefir. •CO12: Essa peça finaliza todo o sistema de móveis e deve ser parafusada nas peças CO10 e CO11. É exatamente aqui que ficará apoiado o fogão duas bocas que saciará sua fome!


Então quer dizer que você adorou o projeto, mas gostaria de ter medidas diferentes para o tamanho da cama, armários e pia? É altamente simples reformular o tamanho dos móveis, desde que você esteja consciente que isso interferirá no tamanho de outras peças. Exemplos: Tamanho da cama: para alterar o comprimento da cama, é necessário mudar as medidas das seguintes peças: CA03, o lado direito da B8, CO01, CO06, CO04 e CO02. Espaço para pia: para alterar o espaço existente para cuba da pia, basta modificar as seguintes peças: CO01, CO02 e CO04. Esse capítulo foi pensado e planejado cuidadosamente pra elucidar muitos pontos da construção desse projeto e também para ajudar o processo de criatividade dos seus próprios móveis. Felizmente podemos compartilhar isso com você.


8. SISTEMA ELÉTRICO Todos nós concordamos que a energia hoje em dia é mais do

que um luxo, mas uma tecnologia que se faz necessária na nossa interação com o mundo e utilização de equipamentos movidos a energia elétrica para nosso bem-estar e conforto. Nada mais justo que a nossa casa também tivesse essa possibilidade e mais, fosse energeticamente independente, sustentável e viável! Nesse capítulo explanaremos em quatro subcapítulos como funciona a energia fotovoltaica e como ela se estrutura dentro do nosso projeto. Aproveite!

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Basicamente, a energia fotovoltaica é obtida através da conversão direta da luz em eletricidade (Efeito Fotovoltaico) sendo a célula fotovoltaica, um dispositivo fabricado com material semicondutor, a unidade fundamental desse processo de conversão. Basicamente, as placas fotovoltaicas geram energia através do efeito fotovoltaico, no nosso modelo essa energia é gerada em corrente contínua (CC) e tem tensão de 12V. Essa corrente contínua precisa passar por um controlador de carga, e desse controlador a energia é armazenada em uma bateria. Para utilizar equipamentos que trabalham com corrente alternada (CA) e tensão 127v/220v é necessário a utilização de um inversor. Isso será mais detalhado nos próximos passos, no caso da Kombi, em particular, não há mudança alguma na teoria, apenas na parte prática de otimizar a geração, uma vez que o painel fotovoltaico é voltado sempre para direção mais rentável e com a inclinação mais compensatória, a fim de obter mais raios solares. Isso significa que em casas, por exemplo, as placas são fixas e geralmente inclinadas mais para o Norte, e no caso da Kombi, essa mudança se faz quase que diariamente por meio de procurar uma vaga de estacionamento mais compensatória.


DISPOSIÇÃO DOS ELETRODOMÉSTICOS Precisamos para montar o nosso sistema de geração de energia fotovoltaica: um ou mais painéis fotovoltaicos, conectores e cabos, um controlador de carga, uma bateria estacionária e um inversor. Utilizamos dois painéis fotovoltaicos de 150w cada um, que, segundo os nossos cálculos, seriam suficientes para as nossas funções. O cálculo necessário será apresentado na parte dois deste capítulo. Os painéis fotovoltaicos, com o auxílio de conectores, são conectados em cabos elétricos que, no nosso caso, entram na Kombi por um furo feito por nós exatamente embaixo da canaleta de escoamento da chuva. Os painéis, conectores e cabos foram adquiridos através do site minhacasasolar.com.br, mas existem outros sites de confiança aqui no Brasil e é muito recomendável uma pesquisa de preço, uma vez que as empresas vendedoras fazem constantemente promoções. Dentro da Kombi, os cabos passam por um controlador de carga e vão para a bateria estacionária de 220aH, a qual, logicamente, tem a função de armazenar a energia produzida pelas placas. Como a bateria estacionária possui voltagem de 12 Volts, todos os equipamentos eletrônicos que possuírem essa voltagem podem ser ligados diretamente nela - no nosso caso, usamos apenas para a bomba de água (chuveiro e torneira) que possui essa mesma voltagem. É necessário, então, padronizar todos os eletrodomésticos com uma mesma voltagem, ou 127v ou 220v - no nosso caso, optamos por 127 volts. O próximo passo é levar a energia da bateria para um inversor de tensão de 12v de corrente contínua pra 127v de corrente alternada (o que geralmente os equipamentos utilizam). Do inversor já é possível conectar diretamente os equipamentos escolhidos. Essas informações serão dispostas de forma mais clara no fim desse capítulo, na parte de "Montagem do Sistema Elétrico".


CÁLCULOS ELÉTRICOS NECESSÁRIOS O cálculo da necessidade de energia a ser produzida, e consequentemente da capacidade da bateria a ser adquirida dependerão invariavelmente do consumo que você pretende ter. A primeira sugestão é: não utilize de maneira nenhuma no seu cálculo equipamentos que requerem uma potência alta, e isso inclui equipamentos do tipo: fogão elétrico, chuveiro elétrico, processadores/ liquidificadores de alta potência. A razão para isso é que o cálculo deve ter como objetivo trazer luz para as definições e disposições gerais dos eletrodomésticos essenciais, e no caso da energia fotovoltaica, equipamentos do grupo mencionado acima, causariam um impacto dramático, considerando que o teto da Kombi tem um espaço limitado, e a energia fotovoltaica é diretamente proporcional à quantidade de células fotovoltaicas expostas (m²). Decidindo os eletrodomésticos necessários: No nosso caso pessoal, escolhemos basicamente: 1 frigobar, 2 exaustores, 1 bomba de água, 1 Lâmpada de led, 1 mini liquidificador, e equipamentos musicais/celulares/notebook que precisam ser carregados.


Horas/dia Qtd. Potência (W.h) W.h/dia Amperes (A.h) A.h/dia Lâmpadas Frigobar Itensdágua Bomba Exaustores Mixer Utensílios diversos Celulares Notebook Pilhas recarregáveis Speaker Total

4 24 1 9 0,3

1 1 1 2 1

12 44 48 10 300

1 1 1 0,3

1 1 1 1

20 160 15 5 624

48 816 48 90 90 0 20 160 15 1,5 1288,5

1 4 3,6666666667 68 4 4 0,8333333333 7,5 25 7,5 0 0 1,6666666667 1,666667 13,333333333 13,33333 1,25 1,25 0,4166666667 0,125 52 107,375

Tabela 1: Lista de equipamentos elétricos escolhidos e informações técnicas

Como vocês podem observar na Tabela 1, foram separadas as informações de quais equipamentos elétricos, a potência consumida por eles e quantas horas diárias precisamos dos mesmos para a nossa necessidade estipulada. É necessário, para a precisão desse cálculo que todos os equipamentos elétricos que vão entrar no sistema estejam inseridos, dando no final, a somatória de energia diária requerida (W.h/dia). Por exemplo: Estipulamos que o exaustor, ficará ligado 7 horas por dia. Esse equipamento, no modelo escolhido por nós, possui potência de 10W, em um dia teremos 7 horas x 10 W, que dão 70W.h/dia. Como são dois exaustores: 70 Wh/dia x 2 = 140 Wh/dia. Dessa forma é possível saber uma estimativa de quanta energia será necessária para manter a bateria com tensão suficiente, para que de acordo com o uso diário estipulado dos eletrodomésticos o sistema tenha funcionamento contínuo. Consequentemente, fica bem mais fácil estipular a potência que será necessária ser gerada pelas placas. Como você pode observar na planilha, o nosso gasto total de energia por dia gira em torno de 1288 Wh/dia, então vamos para o cálculo da produção de energia necessária. Considerando que a energia fotovoltaica depende do Sol, e que a quantidade de incidência solar é variável de acordo com a latitude,


horário do dia e condição climática, utilizaremos uma média de horas referente aos extremos do nosso País, uma vez que o Brasil possui uma amplitude de variação Latitudinal muito grande por ter proporções continentais. Utilizaremos a quantidade de 8 horas de sol, que seria uma média do norte/nordeste (Tabela 02) e também de 6 horas (tabela 03) de sol, uma média do sul do país (Chigueru Tiba... et al, 2000), como exemplo. Caso 1: Energia diária necessária: 1288 W.h/dia Horas de sol: 8 horas Logo, temos que, nas oito:

trabalho do inversor, que significa em média 25%. Ou seja, cerca de 40 Wh, fazendo com que a nossa placa final tenha uma potência de 201 Wh. No nosso caso, utilizamos duas placas de 150W.h, somando 300 W.h, mais que o suficiente para a nossa necessidade diária. Caso2: Energia diária necessária: 1288 W.h/dia


tenha uma potência mínimaenergia de 268 W.h. A planilha está disponível também para download para que você possa fazer seus próprios cálculos, utilizando a abundância solar que desejar. Mas vem a pergunta, uma vez que a bateria esteja carregada, e os próximos dias sejam extremamente chuvosos de maneira que ela não seja carregada, por quanto tempo ela vai durar seguindo a mesma proporção de gastos? Antes de irmos aos cálculos, vamos primeiros compreender alguns pontos básicos sobre a bateria. A quantidade de energia que uma bateria consegue armazenar é medida em Ah (Amper x hora), que é uma medida diferente da qual estávamos acostumados a trabalhar (estávamos vendo tudo em W.h). Então, cabe a nós nesse momento executar a mudança de unidade, que no nosso modelo basicamente é apenas dividir por 12. Isso porque fisicamente, Potência (W)= Corrente (A) x Tensão (V). Então temos: 1288w = A x 12V. Como você pode observar, o nosso consumo diário (antes mencionado: 1288W.h/dia) será de aproximadamente 107 A.h/dia. Isso


significa que, considerando que a nossa bateria estacionária adquirida possui capacidade de 220Ah, mantendo o mesmo índice de gastos a mesma descarregaria em : 220A / 107 A/dia = 2,05 dias ou 2 dias e 72 minutos. Ou seja, após esse período de contínuo uso e sem nenhuma produção de energia a bateria estará descarregada. Lembrando que isso é uma medida aproximada, uma vez que, fisicamente, à medida que a bateria descarrega a tensão cai, de forma que as relações de consumo x duração da bateria não se tornam tão triviais.


MONTAGEM DO SISTEMA ELÉTRICO A seguir teremos os códigos das imagens com suas respectivas descrições, que vão auxiliar de modo prático na montagem. (A ordem da montagem completa pode ser acompanhada no vídeo "Sistema Elétrico e Sistema a Gás", no capítulo de Downloads). • SE01: As placas fotovoltaicas são fixadas no rack e são conectadas entre elas em paralelo (positivo com positivo e negativo com negativo). • SE02: Dois cabos, um positivo e o outro negativo, entram na kombi através de um pequeno furo embaixo da calha d'água, não tendo problemas, então, com infiltrações (atente-se para criar um sistema corta-pingos). • SE03: Os cabos, já dentro da kombi, são conectados em um controlador de carga, equipamento essencial no sistema fotovoltaico. • SE04: Do controlador de carga, os cabos seguem para a bateria estacionária, onde a energia será armazenada. • SE05: Essa energia já pode ser usada por equipamentos movidos por tensão 12v (caso a bateria seja 12v, ou tensão 24v caso a bateria seja 24v). Entretanto, para uso geral de equipamentos domésticos, que trabalham com tensão 127v ou 220v, se faz necessário o uso de um inversor ou conversor, portanto, os cabos saem da bateria para o inversor. Os inversores já possuem a entrada clássica para tomadas, então, é só conectar seu eletrodoméstico e ser feliz.


Figura 1: Sistema ElĂŠtrico e Sistema a GĂĄs em 3D


9. SISTEMA Você já temHIDRÁULICO lugar para dormir, meditar e cozinhar. Mas de

onde vem toda a água pra lavar a louça, beber água e tomar banho? Neste capítulo, vamos abordar as minúcias do sistema hidráulico: onde construir, com o que construir e, talvez o mais salutar, como construir.

LOCALIZAÇÃO E MATERIAIS DOS RESERVATÓRIOS Para o sistema funcionar, necessita primordialmente de um ou mais reservatórios onde a água será armazenada. Esses reservatórios podem ser posicionados em três lugares, basicamente: no topo, dentro e embaixo do veículo. Os materiais que podem ser utilizados variam: bambus, bombonas de plástico, tubos de PVC, fibra de vidro, etc. O primeiro passo é escolher a localização do reservatório e, pessoalmente, eu sugiro que você elimine a possibilidade de fixá-lo no topo da Kombi. Por quê? O transporte de líquidos é algo que deve ser analisado com muita cautela, pois quando estes são transportados, acontece um movimento natural do fluido (conhecido como efeito “slosh”) que se movimenta de um lado para o outro, criando grande instabilidade (se o seu reservatório possui espaço para sessenta litros d’água, serão aproximadamente sessenta quilos se movimentando em cima da sua Kombi). Qualquer peso adicionado em cima da Kombi inevitavelmente irá interferir no ponto de gravidade do veículo, gerando ainda mais instabilidade. Outros fatores a serem considerados são: estrutura e aerodinâmica da Kombi, que está muito longe de ser um veículo estável. Com todos esses fatores, eu sugiro que se opte pelos outros dois locais: dentro ou embaixo do carro. Alojar o reservatório dentro da Kombi é plausível, porém acaba limitando ainda mais o espaço interno, então achamos mais viável a fixação dos reservatórios embaixo da estrutura do veículo, entre as ferragens do chassi. O material mais indicado é, sem dúvida alguma, a


fibra de vidro, por ser resistente e de fácil manutenção, porém de um custo elevadíssimo. Nós optamos por utilizar três reservatórios de tubos de PVC de 100mm de diâmetro, que foram acoplados por abraçadeiras de plástico embaixo da estrutura do carro (entre as ferragens do chassi), de modo que não ficasse nenhuma parte dos reservatórios externa às ferragens, evitando a possibilidade de danificá-los ao dirigir em terreno extremamente acidentado (a maioria dos acessos aos locais de natureza exuberante se dá através de diferentes tipos de estradas não pavimentadas de baixíssima qualidade).

COMO CONSTRUIR O SISTEMA HIDRÁULICO Nesta parte abordaremos como pode ser construído um sistema hidráulico com armazenamento de, aproximadamente, 60 litros d’água, que virá a alimentar uma torneira, um filtro e um chuveiro. A durabilidade dessa quantidade d’água varia, mas em média dura aproximadamente quatro dias se usada conscientemente. O sistema de armazenamento foi construído utilizando tubos de PVC de 100mm de diâmetro. Nesse sistema, a água é bombeada por uma pequena bomba d'água de 12V com pressão de 1 bar, que fica localizada no interior da Kombi, embaixo da pia.

MONTAGEM DO SISTEMA HIDRÁULICO Nesta parte, estarão representados os códigos das fotos com uma descrição analítica sobre o que a mesma representa na montagem, facilitando de forma prática a montagem. A ordem da montagem com os códigos pode ser acompanhada no vídeo "Sistema Hidráulico", no capítulo de Downloads.


DICIONĂ RI O

Figura 1: Cano de PVC de 100mm de largura

Figura 2: Joelho de 100mm de largura


Figura 2: Junção T de 100mm de largura

Figura 3: Cap de 100mm de largura


Figura 4: Anél de vedação de 100mm

Figura

5:

Espigão

½ polegada c/ rosca interna


Figura 6: Espigão em T de ½ e ⅜ de polegada

Figura

7:

½ polegada

Niple


Figura 8: Porca de niple de ½ polegada

Figura 9: Registro de ½ polegada


Figura 10: Engate Rápido

Duplo

½

polegada

Os tanques estão dispostos em três partes e cada uma se aloja perfeitamente em seu respectivo espaço embaixo da Kombi. •SH01 e SH03: Essas duas imagens se referem ao primeiro e ao terceiro reservatório, que são idênticos, porém, espelhados. Para o 1º tanque (SH01), será necessário (unidades com o diâmetro de 100mm/10cm): 2 joelhos + 2 T + 2 pedaços de cano de 70cm + 2 Cap. + 10 Anéis de vedação + 2 Niple de ½ polegada + 2 espigões em 90º. Para o 3º tanque (SH03), serão necessários os mesmos itens do tanque anterior: 2 joelhos + 2 T + 2 pedaços de cano de 70cm + 2 Cap + 10 Anéis de vedação + 2 Niple de ½ polegada + 2 espigões em 90º. • SH02: Esta imagem se refere ao segundo reservatório, que se localiza no meio da estrutura. Para o 2º tanque (SH02), serão necessários os seguintes itens: 2 joelhos + 4 T + 2 Pedaços de cano de 70cm + 1 Pedaço de cano de 60cm + 2 Cap + 16 Anéis de vedação + 2 Niple 1/2 polegada + 2 espigões em T Iniciando a Construção e Montagem: o primeiro passo se inicia colocando o Niple no Cap, e você precisará fazer isso seis vezes (entrada e saída dos três reservatórios).


Toda essa parte exige muita paciência para que se faça um ótimo serviço e evite a possibilidade de futuro vazamento. Segue o passo a passo: I.

Comece fazendo um furo menor que meia polegada em um ponto próximo a circunferência do Cap. II. Vá alargando o buraco com uma lima ou um parafuso e vá testando até o niple entrar bem justo. III. Utilize fita veda rosca de boa qualidade no momento em que colocar o Niple definitivamente. IV. É nesse momento que deve ser enroscado no Niple os espigões de 90º (passe também fita veda rosca e silicone). V. Do outro lado do Cap, enrosque uma “porca de Niple” no Niple (já com fita veda rosca) e sele com silicone. VI. Depois de aguardar por mais de 24h ou o tempo de cura do silicone, aplique Durepoxi do lado externo, ou alguma resina de sua preferência, para que o Niple fique ainda mais bem fixado.

VII. Nos terminais por onde a água entrará, os Niple's devem ficar posicionados onde facilita a entrada e saída de água (no ponto mais baixo possível, ou mais próximo do chão). Nos terminais por onde o ar sairá (suspiro), os Niple’s devem ficar posicionados onde facilita a saída de ar (no ponto mais alto possível). VIII. Agora é só brincar de lego e montar os reservatórios. Utilize as imagens como referência! É importante utilizar os anéis de vedação em todas as junções, garantindo que o vazamento não ocorra. •

SH04: Fixando as mangueiras de entrada d'água e suspiro. Depois de construídos os tanques, pode-se iniciar o processo de fixação dos mesmos embaixo do veículo através das maiores abraçadeiras de plástico que encontrar. Fixe-os utilizando as próprias ferragens da Kombi. Depois dos tanques estarem completamente fixos, o próximo


passo é conectar as mangueiras. Para conectá-las nos espigões talvez seja necessário esquentar a ponta da mangueira. Sempre vede com silicone e utilize abraçadeiras de metal para evitar qualquer tipo de vazamento (previna-se contra a entrada de diferentes tipos de pressão em diferentes tipos de mangueira de diferentes localidades que passar). Será necessário fazer dois furos no assoalho da Kombi (onde for mais conveniente) por onde o suspiro ascenderá do assoalho para o interior da Kombi e por onde entrará a água nova no sistema. Os reservatórios estão ligados em paralelo tanto na entrada quanto na saída (suspiro). • SH05: Dos reservatórios para a pia, filtro e chuveiro. A mangueira que ascende dos reservatórios possui um diferencial: ela possui diâmetro de 3/8 de polegada. Por quê? Simples: fica mais fácil pra nossa bomba d’água puxar através de uma mangueira de bitola menor, economizando energia e aumentando a vida útil da bomba. Para mudar a mangueira de 1/2 para 3/8, você pode utilizar um espigão de 1/2 polegada, um niple de 1/2 polegada e um espigão de 3/8 de polegada rosqueado internamente com 1/2 polegada. Feito isso, é só conectar esta mangueira em um espigão em T de 3/8 de polegada. Em um dos lados é por onde a água entra no sistema e no outro lado é por onde outra mangueira de 3/8 de polegada segue para a bomba d'água (12v com pressão de 1 bar). Após a bomba d'água existe outro espigão em T de 3/8 de polegada, onde há a separação entre a água do chuveiro e da pia/filtro. • SH06: Entrada de água no sistema Você está viajando por um local totalmente novo e, ao parar e iniciar a primeira lavagem da sua quinoa, você se depara com um fato intrigante: a água acabou. Planejamos um sistema que traga um bálsamo de tranquilidade quando o desespero da falta d’água nos assola, isso porque é de grande facilidade encher o reservatório: basta encontrar uma mangueira ou torneira de jardim! A grande maioria das mangueiras e torneiras do


brasil possuem 1/2 polegada de diâmetro, e você pode encontrá-las dispostas em parque e praças (geralmente em lugares menores, tal como vilas), em postos de gasolina (encheu o tanque do combustível, encheu o tanque da água) ou pedindo em casas próximas (um bom motivo pra você conhecer as pessoas do local). Nessa parte, no mesmo espigão em T de 3/8 de polegada onde em um dos lados a água sobe para a bomba (SH05), do outro lado há uma mangueira de 1/2 polegada (mais uma vez utilize um sistema semelhante de 3/8'' para 1/2'', explicado no item anterior SH05) que encontra um registro de 1/2 polegada. Esse registro é muito importante, pois ele fica aberto quando entra água no sistema e permanece fechado quando o processo de encher os reservatórios finaliza (se deixar aberto durante o uso, a bomba não alcança a pressão necessária para sugar a água). Feito isso, basta conectar uma mangueira de 1/2 polegada no registro. Será nessa mangueira que você conectará qualquer outra mangueira de 1/2 polegada, usando um Engate Rápido Duplo para mangueiras de 1/2 polegada. • SH07: Suspiro Nesta parte, observamos o suspiro saindo da extremidade dos reservatórios que foram conectados em paralelo, e ascendendo através de um furo no assoalho (próximo a pia) para dentro da Kombi. Esta é uma parte muito importante do sistema, uma vez que é pelo suspiro que há troca de ar com o meio externo ao encher ou esvaziar os reservatórios. É assim que você saberá que o sistema está cheio de água: a água começará a sair pelo suspiro. Percebendo isso, é só desligar um dos registros do sistema que permite a entrada de água (SH06). A minha sugestão é que você faça o suspiro de um tamanho x que permita que ele caia dentro da pia quando estiver enchendo o reservatório, evitando que molhe o espaço interno da sua Kombi-casa. • SH08: O descarte da água servida. E pra onde vai a água que escorre pelo ralo de sua pia? No nosso caso, a água servida desce por uma mangueira sanfonada


comum de cozinha até uma bombona plástica de 20l. Nessa bombona plástica fizemos um furo e conectamos um niple + espigão de ½’’ + mangueira de ½’’ (sempre usando fita veda rosca e silicone, obviamente). A mangueira conectada na bombona fica suspensa junto com a mangueira por onde entra a água no sistema (SH06). Para remover a água servida do galão, basta abaixar a mangueira da água servida até uma linha abaixo do galão, e então a água começará a sair por gravidade. Também é extremamente interessante a adição de um registro nesse sistema. É extremamente inteligente que você faça o descarte da água servida em um local apropriado, onde não venha a contaminar fontes d’água ou causar qualquer prejuízo para o meio ambiente que você tanto aprecia. Pronto. Agora é só banhar, beber água e lavar as louças que acumularam nesse meio tempo!

Figura 11: Sistema Hidráulico completo em 3D


10. SISTEMA GÁS

Num primeiro momento, optamos por utilizar um fogão elétrico, já que teríamos um abastecimento energético de uma fonte quase que infinita de energia, que seria o sol. Entretanto, por mais que a nossa estrela seja de uma força dramática, a captação dessa energia através de painéis fotovoltaicos representa uma fração muito humilde disso tudo, de forma que o fogão elétrico se tornou um absurdo por possuir uma alta potência (watts). E o mesmo aconteceria com chuveiros elétricos. A forma mais cômoda, plausível e lógica seria ter um fogão movido a gás. O processo de instalação funciona da mesma maneira que usamos na nossa casa, e utilizamos preferencialmente um bujão p5 (5kg de gás) mas na estrada percebemos a necessidade de utilizar o clássico p13 (13kg de gás), devido a grande dificuldade de trocar o casco na região nordeste do país. O botijão de gás pode ficar em dois lugares. O primeiro é em um compartimento de difícil acesso, que seria como um “lugar morto”, que fica entre as peças B1 e B4. O segundo lugar é acoplá-lo debaixo da pia, lugar que é comumente pouco utilizado até mesmo em casas, devido à necessidade de espaço para o sifão do ralo. O botijão, independente de qual seja, deve ser todo fixado e preso de maneira segura por abraçadeiras de plástico. Uma medida de segurança muito importante é desligar o registro todas as vezes que ele não estiver sendo utilizado, principalmente quando o carro estiver em movimento. Cozinhando todos os dias, o botijão p5 dura em média de três meses, e o botijão p13, nove meses.


MONTAGEM SISTEMA GÁS •SG01: O bujão escolhido (P5), é instalado em um compartimento específico disponibilizado sob medida para o mesmo. •SG02: Através do procedimento padrão de instalação de fogão a gás, que envolve registro, mangueira, abraçadeiras e o próprio fogão, se obtém a conexão completa. A dica é fechar o registro sempre que não estiver sendo utilizado.

Figura 1: Sistema a Gás e Sistema Elétrico em 3D


11. O TOLDO belo dia, acordei antes do sol

Um e assisti ele nascendo dentro da kombi, na sala de estar. Como eu tinha tempo, me debruçei sem absolutamente nenhuma pressa e contemplei os primeiros raios do dia invadirem lentamente a nossa casa. Em meio daquele experiência me dei conta que que de fato, a nossa casa é pequena, mas a varanda meus amigos, é gigante! E muitas diferentes varandas existem para quem vive em movimento: pastos, pântanos, desertos, florestas e até geleiras. Porém existe algo que varia mais que qualquer viajante: a própria Natureza. Com os movimentos de rotação e translação do nosso planeta, temos a movimentação de massas de ar em uma dança extremamente complexa, por muitas vezes sazonal, que coloca o viajante da varanda imensa na situação de ter que lidar com duas situações que se revelam intensas na grande maioria de vezes: a presença do sol e da chuva. Creio que todo ser em sã consciência deseja de alguma maneira garantir minimamente o seu conforto fisiológico e acreditem, derreter no sertão aos meio dia ou permanecer molhado o tempo inteiro no inverno paraense está longe de combinar com a palavra confortável. Porém, para a alegria dos viajantes, é possível carregar um toldo, um gazebo ou mesmo uma cobertura caseira feita com algum material impermeável para te proteger desses momentos hostis. Quando estamos falando de qualidade de vida, todo investimento, na minha opinião, é válido, pois garantirá a manutenção do equilíbrio de seus estados mentais, emocionais e físicos de forma mais leve. A opção de estender de forma caseira qualquer lona impermeável com cordas me parece a opção mais barata, mas sem dúvida nenhuma, a menos prática e eficaz. O transporte de um gazebo também é viável se você possui um rack ou bagageiro mas, em matéria de praticidade, essa possibilidade também passa longe. Chegamos na óbvia conclusão de que a melhor opção para suprir os


desafios climáticos da estrada é, o Toldo. Existem duas possibilidades de se construir um toldo, de forma caseira (fazendo você mesmo) e de forma profissional (contratando uma empresa que trabalha diretamente na área). Felizmente pra você, nobre leitor, a pessoa que vos escreve tem experiência nas duas possibilidades. O fato é que para se desenvolver um toldo caseiro é muito fácil, a grande dificuldade é desenvolver um bom toldo caseiro, que funcione com praticidade e seja absolutamente resistente. Existe um sem fim de possibilidades e arranjos que você pode criar para adaptar um rolo com um toldo em alguma parte superior do carro, deixando espaço para conectar as hastes que podem ficar apoiadas no chão ou no próprio veículo. Eu estudei durante quatro meses para iniciar a minha construção e me nutri de todos os exemplos do gênero que eram disponíveis na época e também estudei todos os toldos construídos em lugares fixos que me foi possível, para ter novas idéias e corrigir as dificuldades que eu encontrava. Iniciei a construção da minha cobertura em Ilhéus, continuei em Serra Grande e finalizei apenas em Lençóis (todas cidades do estado da Bahia), finalizando o trabalho um mês para ter o toldo que supriria as minhas necessidades. Me deparei atônito com a seguinte conclusão: quando inicias uma atividade pela primeira vez, o Universo te incentiva (“sorte de principiante), mas não te condecora como Mestre. Existe algo na arte de se fazer toldos que eu vim a compreender posteriormente: os detalhes fazem toda a diferença. Se você planeja construir o seu próprio, terá que se atentar aos pormenores da qualidade dos materiais que utiliza, e principalmente, como se utiliza. Existe aspectos técnicos como gramatura e índice UV da lona que não são fáceis de se compreender, por nunca ter usado um toldo para esse propósito. Outro aspecto que irá intervir na funcionabilidade do toldo é como e como o que se fará as costuras laterais da lona e como será fixada no rolo. Como o rolo fica fixada na estrutura da kombi é uma outra questão muito fácil de se embananar. No meu caso, eu utilizei como rolo um cabo de antena reciclado e rebitei uma lona nova neste cabo. Guardei a lona/rolo


dentro de um cano de PVC (10mm de diâmetro) e desenvolvi um jeito até bem inteligente de rolamentar o rolo, fazendo com que ele girasse dentro do tubo de PVC, ficando totalmente escondido quando não estivesse em uso. As hastes eram feitas de metalon e eu guardava no bagageiro. O toldo necessitava de duas pessoas para ser armado e desarmado, demandava muito tempo e a ausência de praticidade não nos era conveniente. Depois de usá-lo poucas vezes durante os seis primeiros meses (pela ausência de praticidade), tive a honra de assistir o meu trabalho de meses sendo varrido pelos ventos de Canoa Quebrada, no Ceará. Naquele dia entendi que a cobertura pra minha casa precisava não só aguentar alguma quantidade de água acumulada nas chuvas mas também resistir aos ventos que nos alvejasse. E afinal, por que fazer um toldo caseiro? Existe um gasto grande na aquisição dos materiais, a mão de obra para solda e afins não é barata e ainda existe a possibilidade de não ser prático ou cair na sua cabeça por um erro de cálculo ou pura ignorância de principiante. Existe na internet um sem fim de modelos, e com uma rápida pesquisa você pode se nutrir de informações “úteis”, porém, eu não desejo que invista tempo e dinheiro de modo a não satisfazer suas necessidades. O que eu prefiro fazer? Mostrar um toldo profissional, para que você tenha uma referência mais reflexiva de como desejas investir.


PARATOLDOS A colheita do ínicio de 2019 se fez generosa para com o esforço da plantação do ano anterior. Estávamos se aproximando cada vez mais da região Amazônica, com a cobertura de nossa varanda quebrada, e os ritmos de chuva e sol variavam intensamente várias vezes durante o dia. Então o Universo nos presenteou com a contato de uma empresa experiente e que, explicada a nossa realidade de viajantes e empresários sociais, aceitaram a proposta de parceria.

Assim conhecemos um toldo com uma lona profissional (bem costurada em todas as arestas, excelente costura na união das lonas, rebites de qualidade e generosa gramatura); com materiais de alto nível (a utilização de materiais que não enferrujam ou deteriorem-se com facilidade se faz necessário devido à intensidade das intempéries); capaz de resistir a fortes ventos e chuvas torrenciais; com possibilidade de escolha da angulação que se deseja (essa


possibilidade é fantástica pra diferentes tipos de chuva); e acima de tudo, prático (é possível armá-lo e desarmá-lo sozinho e em poucos segundos).

O vídeo final, com todos os detalhes, você confere no nosso canal do YouTube Nós recomendamos a empresa ParaToldos para todos que desejam um abrigo de verdade. A empresa em questão possui mais de trinta anos de experiência na área de coberturas fixas e móveis e atuam em três capitais diferentes (Belém-PA, São Luís-MA e TeresinaPI), além de muitos interiores das regiões Norte e Nordeste Se você está interessado em conferir o trabalho da empresa e contatá-los, é só clicar aqui!


12. ITENS ESSENCIAIS

A palavra kombihome tem sua origem na língua inglesa e é composta pelas palavras kombi (o nome do veículo em questão) e home (que possui significado de lar, casa). Um lar aconchegante é composto de itens que facilitam a vida de seus moradores, propiciando conforto, entretenimento ou até mesmo, economizando tempo em algumas atividades corriqueiras. Com o advento da energia elétrica e desenvolvimento de tecnologias domésticas, conhecemos um sem fim de itens que, hoje, fazem parte de um grande número de lares. O que dizer de invenções como a máquina de lavar roupas, o rádio e a TV e a possibilidade de aumentar o tempo de maturação dos alimentos com as geladeiras? Pois bem, uma verdadeira kombihome precisa fazer jus ao nome que recebe, dessa maneira, iremos apresentar alguns itens que julgamos essenciais no nosso dia-a-dia.


GELADEIRA 12V RESFRIAR Se você planeja viajar e se alimentar de forma saudável, lhe será muito útil a aquisição de uma geladeira pra sua jornada, uma vez que a maioria dos alimentos de origem orgânica não-processados (frutas, vegetais, carnes e etc) possuem um tempo de maturação na grande maioria das vezes muito rápido. A possibilidade de conservar líquidos gelados também pode ser o diferencial em um dia extremamente quente. São as velhas coisas simples do dia a dia que nos promovem mais e mais bem-estar. Na minha primeira experiência, adquiri em um site de vendas, antes de sair de viagem, um frigobar antigo, feito para residências mesmo, na tensão de 127V (possuímos um conversor de 12v para 127v. Ver capítulo Sistema Elétrico). Na época investimos o valor de 170 reais e instalamos a nossa rainha do gelo em um espaço conveniente. Nas primeiras vezes que utilizamos o nosso aparato “novo”, percebemos que ele utilizava muito mais energia do que gerávamos em nossos painéis fotovoltaicos em dias totalmente ensolarados, e o seu uso era ainda mais insustentável quando o astro- rei era obscurecido por nuvens em dias nublados. Percebemos que aquele tipo de equipamento não havia sido planejado para um sistema de energia renovável, onde cada watt de potência tinha sua relevância. Desenvolvemos uma técnica para utilizar a geladeira em questão: percebemos que o seu uso era sustentável se usada apenas oito horas a cada três dias. E foi assim que salvamos da putrefação muitas das sobras de feijões, arrozes e lentilhas, comendo-os na manhã seguinte. Porém, a utilização do eletrodoméstico para gelar líquidos ou preservar frutas e legumes era inviável. Iniciamos o nosso estudo para encontrar alternativas, e o que encontramos foi um produto de altíssima qualidade feito por uma empresa brasileira com vasta experiência na área, e melhor, que possuía uma demanda energética extremamente baixa com alta eficiência de refrigeração: perfeito para o sistema fotovoltaico. Foi só apenas depois de um ano viajando em nossa casa móvel


pelos “Brasis” que eu experimentei pela primeira vez um novo tipo de autonomia: a autêntica refrigeração. A alegria que pulsava no meu peito, pulsava também no do meu irmão, ao constatarmos depois de uma semana que a geladeira 12v ResfriAr podia ser mantida ligada facilmente sem comprometer a utilização de nossos outros artefatos elétricos.

Isso significava em termos práticos de que nossas couves permaneceriam verdes por vários dias e todas nossas frutas se manteriam devidamente saudáveis e comestíveis. A possibilidade de voltar a preparar nossas bebidas fermentadas de kombucha e kefir foi muito acalantadora, assim como voltar a fazer o misterioso sorvete de banana crudivegano. Para nós, foi uma verdadeira revolução na área da alimentação e do bem-estar.


A geladeira em questão também é capaz de congelar, pois você escolhe a temperatura entre +8ºC e -21ºC através de um display digital, além de ter a possibilidade de acionar a função Turbo, que realiza o procedimento de estabilizar na temperatura desejada em uma velocidade recorde.

Talvez você possa se perguntar: mas afinal, o que dá pra colocar nessa geladeira? Eu lhe respondo: bastante coisa! A geladeira veicular da ResfriAr tem dimensões de 34,5cm x 42,2cm x 63cm e possui capacidade de 31 litros, que se bem organizada, consegue armazenar muito mais do que qualquer pessoa realmente precisa. Ela foi desenhada para comportar de forma inteligente as clássicas medidas de garrafas de refrigerante e água, utilizando ainda mais cada espaço.


O bacana dessa geladeira é sua característica bivolt, ou seja, ela é perfeitamente utilizável em um sistema abastecido com uma bateria 12v ou 24v. A resfriAr também tem uma outra série de geladeira veicular Quadrivolt, ou seja, além de suportar a tensão de 12v e 24v, ela pode ser utilizada também em ambientes residenciais de 127v e 220v! Incrível, não? O vídeo de apresentação e demonstração da geladeira 12v de 31L da ResfriAr pode ser acessado no nosso canal do YouTube e caso você também esteja interessado em se beneficiar desse produto ou conhecer a geladeira que mais se adapta às suas necessidades, basta clicar aqui!


CINEMA EM CASA COM A BETEC Raras são as pessoas que não curtem passar um tempinho embaixo das cobertas, ou em outra posição confortável, degustando um entretenimento de qualidade, seja uma música, um vídeo da viagem, um curta-metragem, um filme, um documentário ou uma série. E a experiência pode ainda ser multiplicada quando conta com alimentos de nosso agrado, que podem ser desde os clássicos brigadeiros e pipoca, até alimentos mais elaborados e saudáveis. “A vida só vale a pena quando é compartilhada”, essa foi a conclusão do aventureiro Alex SuperTramp no final de sua jornada na Terra quando estava no Alaska, e se você possui colegas, amigos ou conhecidos para compartilhar essa possibilidade juntinho de você é ainda melhor, não é mesmo?

Nutrir nossa mente com materiais audiovisuais é algo muito relevante e, pode sim ser acessível e prático na sua vida mundo afora. Com o suporte elétrico de seu sistema fotovoltaico, você pode


instalar e utilizar variados aparatos eletrônicos que nutrirão a sua vontade de entretenimento, como televisão, computador, celular e até mesmo um projetor. O interessante é que cada aparelho cumpre uma necessidade diferente: enquanto o celular oferece diversão de modo individual e o computador/televisão interage com um pouco mais de pessoas, o projetor poder apresentar com alta qualidade filmes para toda uma comunidade em que estiver passando, abarcando muitas dezenas de seres humanos. Um belo dia pulsou em nossos corações de ganhar a estrada, e vivendo e conhecendo o povo de nossa terra, urgiu a vontade de beneficiá-alos também com um cinema em que passasse filmes engraçados e materiais construtivos. Depois da idéia, veio a busca por um projetor e, depois de muita pesquisa, conheci pela primeira vez a Betec: uma empresa brasileira especializada em projetores de LED.Foi dessa forma que edificamos o projeto social Cinema Bandolero, que significa cinema andarilho na linguagem sertaneja, que passava levando alegria e diversão pras comunidades carentes e/ou afastadas do país. Construímos também uma tela de projeção caseira, com tecido plástico “blackout” e canos de PVC. A energia vinha do sol e a alegria, de todos que assistiam.


A história desse projeto precisa ser contada na íntegra! Depois de beneficiar diretamente mais de quinhentas pessoas, o nosso projetor Betec foi furtado na capital do Maranhão, em um arrombamento noturno no centro histórico quando dormíamos em um centro artístico em frente. Pra nossa tristeza, levaram nosso pandeiro (instrumento de trabalho), tênis de corrida (que jazia imundo) e o nosso querido projetor, figura principal de nossos momentos de lazer e diversão com tantos outros irmãos. Fizemos então o primeiro contato com a Betec, para contar nossa história naquele momento de fragilidade emocional. Para nossa surpresa, nos deparamos com dois incríveis seres humanos que eram, sobretudo, irmãos. Fomos ouvidos, acolhidos e surpreendentemente presenteados com um novo projetor, com ainda mais potência e qualidade! Chegou de São Paulo para nós, no dia do nosso aniversário, o projetor BT940 (com 2800 lúmens em Alta Definição/HD) e, como se não bastasse, uma tela de projeção profissional, uma caixa de som portátil e um incrível jogo de microfone headset para enriquecer um outro projeto social que temos: o Palito de Fósforo.


É válido dizer que nós já eramos clientes e fãs da empresa, devido ao produto de alta qualidade e portabilidade que de desenvolveram, e nos tornamos então, admiradores. O projetor BT940, além de ser HD, possui entrada USB, necessitando apenas de um celular ou pendrive que contenha os arquivos multimídia, em vez de um computador. Esse processo pode ser ainda mais prático e sem fios, uma vez que o projetor pode se conectar com os dispositivos de mídia via wi-fi, superbacana não? O aparelho vem também com a possibilidade de ser acessado remotamente através de um controle e dispõe uma série de configurações visuais para garantir a maior qualidade de sua exibição. Este produto possui também a luz de LED, diferente da grande maioria dos projetores, garantindo mais de 30000 horas de uso, acho que é o suficiente! Nossas necessidades de qualidade e praticidade foram supridas integralmente com os produtos da empresa, que viaja junto com a gente pelas comunidades do agreste, do sertão, das praias, dunas e das florestas, e você pode assistir toda essas aventuras no nosso canal do YouTube Caso você se interesse por saber mais sobre os produtos que falamos aqui nesse capítulo e/ou entrar em contato com a empresa, é só acessar clicando aqui.


MINI LIQUIDIFICADOR Hoje em dia, muitas facilidades envolvem a vida do ser humano. Facilidades essa que muitas vezes culminam em ter mais saúde. É o caso de ter, por exemplo, um liquidificador, no caso da kombi, aconselhamos que seja um mixer ou um mini liquidificador. Através desse aparato, conseguimos com uma frequência alta dar sequência em alimentos como: Leites vegetais (côco, amendoim, grão de bico), suco verde e outros sucos em geral, açaí e até mesmo pastas como a de amendoim. Tudo graças a essa tecnologia, que ainda que consuma bastante energia é sustentável pois é ligada apenas alguns segundos por dia, trazendo para nós muitas refeições saudáveis diariamente. Outra opção é o liquidificador à manivela, que não se utiliza energia. O fato de ser manual é independente de energia é algo fantástico, mas na nossa opinião, para a Kombi, não é interessante. Como o espaço é pequeno, não condiz com todo o aparato manual, que é de maneira geral, composto de grandes partes que inclusive, necessitam ser fixas em uma mesa ou tablado. Funciona muito bem, mas considerando o espaço da casa-móvel decidimos por não optar por essa escolha.


BOMBA D’ÁGUA Agora você já sabe que o lugar mais seguro pros reservatórios d’água é entre o chassi do veículo e, certamente já percebeu que algo precisa acontecer para a água vencer a gravidade e subir pro interior do veículo. Esse processo acontece com uma bombinha d’água de tensão 12v que pode ser instalada embaixo da pia ou até mesmo embaixo do veículo (essa possibilidade pode trazer um desgaste prematuro aos componentes da bombinha). O fluxo de água na pia, no filtro ou no chuveiro é tão forte quanto qualquer outra pia de uma casa comum, e a bombinha consome uma quantidade de energia bem aceitável para ser utilizada sustentavelmente em um sistema fotovoltaico. Nós estamos usando uma mesma bomba d’água desde que saímos para viver em nossa casa móvel definitivamente e, sem dúvida alguma, recomendamos. Sua pressão é de 1.0 Gpm e possui vazão de 3,8 litros por minuto. Aqui está o link do Mercado Livre. Também existe uma outra bomba altamente usada e recomendada, porém seu investimento é 3x maior que a bombinha que usamos. Por não conhecermos experiencialmente esta outra bombinha, não podemos recomendar de todo, mas se desejas se informar, o nome da marca é Shurflo.


EXAUSTORES Uma das atitudes que pode ser tomada para aumentar o bemestar dentro da kombihome é a instalação de exaustores, possibilitando uma troca entre o ar interno e externo mesmo com o carro trancado. Para isso acontecer você vai precisar deixar o vidro das portas dianteiras com uma pequena greta de abertura, fazendo com que haja uma leve corrente de ar circulando quando ligado esses preciosos itens. No nosso caso, utilizamos dois exaustores, que ficam localizados perto do porta-malas e, foi justamente com eles, que sobrevivemos a extenuantes temperaturas nos desertos cearenses e sertões de pernambuco. Por experiência própria, nós recomendamos os exaustores da Ventisol, que podem ser acessados através desse link, e que além de eficientes são muito silenciosos. A potência de cada um é de 10w e são amplamente sustentáveis no sistema fotovoltaico.


13. INVESTIMENTOS TOTAIS

Nesta parte, trataremos dos investimentos totais os quais nos dispusemos a fazer para que esse projeto ficasse pronto. Existe muita propaganda em torno sempre do motorhome mais barato, é o que vemos na internet. A questão é que o valor final do projeto dependerá enfaticamente de quanto você pagou pelo carro e, consequentemente, na manutenção do mesmo, de forma que o preço final do motorhome fica um tanto quanto mascarado. Nós elaboramos uma planilha com os dados completos, a fim de que você perceba os reais investimentos que precisam ser feitos. Vale mencionar que não tivemos todo esse gasto, uma vez que conseguimos diversos apoios e sugiro também que você faça o mesmo. Existem muitas pessoas dispostas a ajudar os viajantes e abraçar esse projeto. Os investimentos totais giram em torno de três eixos principais: 1. O carro e a manutenção 2. A Kombi Home A escolha do carro já foi tratada no primeiro capítulo e o nosso investimento com a Kombi foi de R$12.500. A segunda fase do projeto também foi uma surpresa pro orçamento, pois, realmente, peças e manutenções de carro não são nada baratas. Entretanto, como tínhamos um mecânico de confiança, optamos por trocar todas as peças que ainda não estavam necessitando uma troca urgente, mas teriam de serem trocadas em breve. E com peças se subentende: “fazer o motor” que estava vazando um pouco de óleo, novos amortecedores, pneus, troca da bomba de gasolina, borrachas das portas, maçanetas, faróis e outros diversos problemas que foram aparecendo no caminho.


O CARRO Essa primeira planilha de gastos (Tabela 10.1) está representando os nossos gastos com o investimento da Kombi, a manutenção geral ao longo dos meses de trabalho e algumas adaptações físicas como adaptações de bancos e etc. Veículo Manutenção e reparos gerais

12500 4817

Total 01

17317

Tabela 10.1: Total 01

Como pode ser observado, os gastos apenas com o carro em si, a estrutura de toda a casa foram R$17.317. Isso porque escolhemos por conta própria ter uma boa qualidade mecânica, que não viesse a ser um gasto extra enquanto estivéssemos na estrada, onde as situações de manutenção seriam um pouco mais insalubres do que nas redondezas do nosso Lar.

A CONSTRUÇÃO A segunda Planilha (Tabela 10.2) nos mostra os gastos com a construção física do Motor Home: adaptações gerais como o rack, equipamento de proteção (EPI), madeira e gastos gerais (abraçadeiras, cantoneiras, parafusos, morsas, verniz, lixas, etc). Vale ressaltar que os equipamentos principais, como a furadeira, parafusadeira, lixadeira e serra tico-tico não entraram na conta pois conseguimos todas emprestadas. Hoje em dia, a acessibilidade das ferramentas é muito grande e, caso você não tenha, eu o encorajo a pesquisar entre os amigos e familiares também.


Item 1 EPI 2 Hack + suporte pneu + escada 3 2x compensado naval 15mm 4 3x compensado naval 10mm 5 Sistema hidráulico 6 Compras gerais 7 extintor 8 pia e acessorios 9 Toldo Total 02

Preço (R$) 50 1150 248 252 388 650 30 115 220 3103

Tabela 2: Total 02

Já nessa terceira planilha (Tabela 10.3) temos os gastos com os equipamentos e eletrodomésticos


Kombi, manipulando de certa forma, o verdadeiro valor da construção da casa móvel. Item Bateria 220ah 2x Painel fotovoltaico 150w Conectores Cabos inversor controlador Total 04 Tabela 4: Tabela 10.4

Preço (R$) 1061 766 80 50 800 200 2957


CONCLUSÕES Analisando as tabelas, temos que o investimento total feito (Total Final= Total 01 + Total 02+ Total 03 + Total 04) foi de: R$24.849. Desse montante final, devemos considerar o valor do carro e da manutenção em si (total 01), que foi de R$17.317. Ou seja, considerando o preço da construção da casa em si, temos nesse projeto a quantia de (TF–Total 01): R$7.532. Ou seja, com R$7.532 é possível construir uma casa de qualidade, com chuveiro, banheiro seco, cozinha completa, cama de casal e armários, com espaço suficiente para armazenar instrumentos ou equipamentos de trabalho e eletrodomésticos todos movido pela energia do Sol. É interessante ressaltar ainda, que desse montante de construção, de R$7.532, fazem parte quase três mil reais do sistema de geração de energia. Caso a pessoa opte por viver sem energia, esse projeto sairia por menos de (R$7.532–Total 04) R$4.300 reais, uma vez que também não contaria com os equipamentos movidos a energia. Outro Fator importante é que como o projeto foi pioneiro, desperdiçamos muitas peças, compramos muitos equipamentos e materiais que não serviram e até eletrodomésticos que não eram compatíveis com o sistema fotovoltaico. Bom, essa é a conta final. E o resultado pra nós foi surpreendente, no sentido da possibilidade real pra muitas pessoas que realmente querem desenvolver um projeto como esse.


14. INSPIRESE

“O mundo tá cheio de pessoas lindas”, era o que eu refletia quando o vento me batia à face magra no norte de Minas Gerais, ao me despedir de um vendedor de pinhas que contagiara todo o meu dia com a sua alegria e sabedoria espontânea. E essa reflexão permanece até hoje, o mundo tá cheio de pessoas bem especiais e conhecer o trabalho delas é também uma fonte de inspiração para que tenhamos coragem e motivos claros de que é possível usar o nosso tempo e energia, em detrimento direto dos nossos sonhos. Obviamente, essas pessoas encantadoras atuam e trabalham nas mais diversas áreas, desenvolvendo os mais diversos projetos nesse mundo, e não nos caberia nesse singelo projeto nomear esses grandes seres humanos que atuam nesse redondo planeta. Vamos nos dedicar pois, há alguns grupos, projetos, movimentos e pessoas que se relacionam com o tema do livro: kombihome, viagens e novas possibilidades de vida.


NOSSA KOMBI É UMA VIAGEM Somos Diego, Roana e nosso cachorro Zed. Saímos de Blumenau – SC em janeiro de 2017 a bordo da nossa clássica Kombi dos anos 90 com o objetivo de conhecer as Américas, tínhamos apenas R$8.000,00 no bolso e muita vontade de viver.

Já estamos há mais de 1200 dias na estrada, passamos por 17 países (Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, Belize, México e atualmente estamos nos Estados Unidos), somamos 56 mil km rodados.


Muitos são os desafios de quem vive na estrada, mas com muito trabalho e alegria de desfrutar dessa vida, conseguimos enfrentá-los diariamente. Temos o sonho de chegar no Alasca e conhecer a Aurora Boreal, aos poucos caminhamos dia a dia para realizá-lo e somos muito gratos de poder compartilhar nossa vida vanlife com todos vocês e com esses meninos do bem. A estrada nos ensina muito todos os dias: é muita intensidade, emoções, muitas pessoas que deixam suas marcas, culturas, costumes, comidas e lugares. Muita coisa mudou dentro de nós nesses últimos 40 meses. Aprendemos um novo idioma e já consideramos que falamos muito bem o espanhol. A língua Inglesa ainda é um desafio grande, mas cada dia aprendemos uma palavra nova e já é o suficiente para ao menos não passarmos fome.

Vivemos buscando um equilíbrio entre nossa mente e nosso corpo, temos mais tempo para cuidar de nós, fazemos atividades físicas, nos alimentamos de forma saudável e aprendemos muitas


coisas novas todos os dias. Tudo isso tem tornado nossa vida muito mais leve, sem aquele stress exagerado do dia a dia e concluímos que a vida no nosso ritmo é muito mais tranquila. Lógico que a gente não vive em um mar de rosas todos os dias, mas aprendemos a ser calmaria nessa tempestade em que o mundo virou. Gostamos de conhecer bem a essência de cada país, conversar com as pessoas e escutar suas histórias, sempre dando preferência para os povoados pequenos, que nos trazem uma realidade mais intensa. A natureza é impressionante também, não conseguimos nem acreditar que conhecemos lugares tão incríveis, uma mistura louca de sentimentos vivemos diariamente. Queremos dividir com vocês um acontecimento bem legal que é inédito, poucas pessoas sabem dessa história. Estávamos a pouco mais de 4 meses na estrada e nunca demos muita importância pra frase que sempre ouvíamos: “a estrada te dá tudo que você precisa”. Era final de semana e chegamos em uma praia chamada Playa Union na Argentina, onde trabalhamos sábado e domingo vendendo nossos Brownies. Por um descuido nosso, quebramos a chave que ligava a kombi e, apesar de ter uma reserva, teríamos que fazer outra de qualquer modo para repô-la. Estávamos então, discutindo na estrada se íamos ou não fazer o serviço (pois a grana estava curta e não queríamos gastar com isso, apesar de ser necessário), quando do nada aparece um carro que para no acostamento e começa a balançar os braços pedindo pra gente encostar também. Esse tipo de situação nunca havia acontecido antes, então ficamos com medo de parar por não saber quem era e nem por qual razão estava fazendo isso, e continuamos. O homem em questão voltou para estrada, ultrapassou a gente novamente e continuou fazendo o mesmo sinal para encostarmos, nesse momento pensamos que algo de errado estava acontecendo na kombi e paramos. Saímos meio assustados e quando ele se aproximou, nos disse: – Vi vocês vendendo na praia ontem e queria ajudar comprando os Brownies.


Respondemos que não tínhamos mais nenhum pois tínhamos vendido tudo. A resposta não mudou em absolutamente nada o desejo de ajudar-nos, então abriu a carteira e nos deu 300 pesos Argentinos. Ficamos muito agradecidos e seguimos viagem. Os 300 pesos era exatamente o que a gente precisava para fazer a chave reserva e com tamanha perplexidade, ficamos calados por todo o caminho refletindo sobre esse acontecimento inusitado. Essa é uma das histórias que mais nos marcaram, e hoje temos certeza que são as pessoas que fazem toda diferença na nossa viagem. São elas que ajudam a escrever a nossa história. A estrada realmente é muito generosa com a gente, existem momentos difíceis como tudo na vida, mas ela traz muitas alegrias também.

Nesses últimos 3 anos e 4 meses nós caminhamos por glaciares, subimos montanhas nevadas, conhecemos ruínas de todos os tipos, visitamos duas das 7 maravilhas do mundo, caminhamos até Macchu Picchu, escalamos vulcões, percorremos 32 km em apenas 1


dia de trilha, vimos um vulcão ativo em erupção cuspindo lava, avistamos condor, baleias, guanacos, lhamas, raposas entre muitos outros animais, conhecemos o pacífico, desbravamos o Caribe e colecionamos entardeceres. Também cruzamos com nossa Kombi em um contêiner da Colômbia a Panamá, entramos em cavernas, nadamos nos cenotes Mexicanos, mergulhamos com os fitoplânctons bioluminecentes, atravessamos a cordilheira dos Andes, passeamos pela Carretera Austral, descemos pela estrada da morte, andamos infinitos km pelo maior salar de sal do mundo, cruzamos desertos e muitas outras coisas. Isso é só um pouco do que já vivemos por aqui e esperamos que vocês tenham gostado de saber um pouco da nossa história, queremos agradecer esses meninos do bem pela oportunidade de estar aqui e seguimos juntos. Se tiverem interesse de saber mais sobre nós, só nos acompanhar nas nossas redes sociais, será um prazer ter você com a gente nessa aventura.

E se quiserem saber mais sobre nós, só nos seguir nas nossas redes sociais: Instagram, Facebook e YouTube


DEIXANDO O AMOR GUIAR Oi gente, tudo bem? Somos a Mari e o Pedro, do Deixando o Amor Guiar. Nossa história já começou intensa: match no tinder, morando junto em duas semanas e casamento em três meses. Costumo dizer que nos conhecemos em uma fase que já sabíamos o que queríamos da vida e o universo fez acontecer.

Somos editores de vídeo e estávamos em um ciclo vicioso de trabalho e computador quase 16 horas por dia. Lembro que teve uma época que só estávamos saindo do apartamento para comprar comida. Nossa vida era trabalho! E foi difícil quando percebemos essa realidade.


Sentamos juntos, alinhamos nossos objetivos e definimos nossa maior meta: uma vida leve e apaixonada. A partir daquele momento nossa prioridade era realmente viver. E assim surgiu nossa primeira marca, o Salva Casal, com a ideia de compartilhar nossas dicas para outros casais. Já viajamos de carro, barco, ônibus e avião. Conhecemos restaurantes, hotéis, oito países... mas ainda faltava algo. Ainda estávamos presos no home office do apartamento, sabe? E nessa busca por liberdade surgiu nosso projeto “Salva Casal – Deixando o Amor Guiar” com o objetivo de viajar pelo Brasil compartilhando as melhores dicas para casais. Entregamos o apartamento, vendemos o carro, compramos nossa kombi Mozão, sofremos muito para conseguir a legalização Motorcasa e, quase dois anos depois, estamos finalmente prontos para viver na estrada. Construímos a kombihome sozinhos e e-books como esse foram fundamentais para tornar nosso sonho possível. Inclusive, Kombihome O Manual Completo foi o primeiro e-book que compramos quando decidimos morar em uma kombi. Estávamos tão acostumados com uma vida padrão de apartamento, trabalho, boletos e pequenas diversões nos finais de semana que é muito louco pensar em tudo o que estamos aprendendo com essa transformação da nossa vida. O grande impacto foi na primeira vez que viajamos com a


kombi (que só tinha a cama). Fizemos uma lista com coisas que achávamos ser essenciais e levamos até requeijão para colocar nos nossos miojos. Quando chegamos no camping para passar cinco dias percebemos que só tínhamos levado o fogareiro, o requeijão e os pacotes de miojos, literalmente.

Esquecemos completamente panela, talheres, pratos e o gás do fogareiro. Nossos vizinhos perceberam nossa falta de prática e nos convidaram para almoçar. Depois a história se espalhou e recebemos convites para almoçar durante todos os dias da viagem. Sim, todos os dias. Foi emocionante descobrir que a vida de viajante é repleta de apoio, sorrisos, desafios enriquecedores e que realmente precisamos de muito menos do que imaginamos para viver de forma leve.

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VAZ AONDE Sabe aquela sensação que você está deixando a vida passar ou que você está no lugar errado? Aconteceu comigo e foi mais de uma vez. Nesse texto quero fazer você refletir e incentivar a mudar a sua realidade. Depois de perder quatro vezes as matérias de Cálculo I e Física I na faculdade de Engenharia Civil, comecei a me questionar se minha decisão estava correta. Foram 2 anos jogados fora e tinha dúvidas sobre o meu futuro como aluno e depois como Engenheiro.

Falhar tantas vezes em um período tão curto de tempo meche com a sua confiança. Dizem que viajar é uma maneira pra você se conhecer. Mas acredito que também seja uma maneira de fugir. E foi isso que fiz, com a desculpa de que estava perdido – e realmente estava – fui viver


uma outra realidade com um Intercâmbio na Austrália. Vale ressaltar que essa experiência foi em 2010 e a internet era totalmente diferente do que temos hoje. Lembro que fui pra este outro hemisfério sem mesmo levar um computador ou um celular. Foram 6 meses intensos e minha cabeça expandiu de uma maneira absurda. Talvez você possa imaginar o que acontece quando você tem contato com diversas culturas em um período tão curto de tempo. Lembro um diálogo que tive uma Sueca. Nós tínhamos a mesma idade (22 anos) e a questionei sobre qual faculdade ela queria fazer. Ela me respondeu que não havia pensado nisso e estava viajando para conhecer mais possibilidades e que gostava muito de jardinagem. Se lembra da minha fuga? Ainda corria aquela dúvida dentro do meu peito de voltar e terminar a faculdade ou ficar lá na Austrália. E olha o que aconteceu. Depois dos seis meses em território Australiano, viajei para Ásia por duas semanas e logo após passei dez dias na Nova Zelândia antes de voltar ao Brasil. Porém, no último dia da minha viagem, fiz uma promessa pra mim. Eu faria um mochilão todos os anos da minha vida pra manter essa energia correndo. Consegui manter a promessa nos 2 anos seguintes. Mas logo depois cai na mesma armadilha da vida. Voltei para a faculdade e continuei falhando nas matérias, voltei estagiar na mesma empresa e aquela energia foi apagando. Fiquei três anos focado em fechar minha faculdade e uma outra sensação foi nascendo dentro de mim. A sensação não era mais de fuga, mas sim um sentimento de estar perdendo a última chance de viver a vida de verdade. Pode parecer meio dramático mas esse sentimento me incomodava demais. Foi aí que tomei a decisão de viajar de novo, de encontrar maneiras de viajar barato e me conectar com aquela energia inicial do primeiro intercâmbio. Comecei a viajar e executar a ideia de criar conteúdo de viagem. Não cheguei a mencionar, mas em 2010 quando fui pra Austrália, eu comecei um blog e iniciei a fazer vídeos no que seria uma semente do que o VazAonde é hoje em dia.


Um das ferramentas que utilizei foi o Work Exchange. Trocava algumas horas do meu dia em troca de hospedagem e alimentação (até pouco tempo o conceito não era tão difundido no Brasil) e encarei levar isso como uma missão para o máximo de brasileiros: é possível viajar independente de suas questões financeiras. Hoje já são 5 anos como criador de conteúdo e continuo, criando desenvolvendo novos materiais pra internet e compartilhando a maravilha que é viajar e conhecer pessoas incríveis. Uma ideia sem ação vai continuar sendo uma ideia. Mas quando você começa a fazer, as coisas vão acontecendo e te mostram um caminho que você nunca pensou. Na dúvida, vai lá e viaja! Um abraço, Marcos Vaz.

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CRÔNICAS NA BAGAGEM Por alguns anos apenas esperamos. Mais dinheiro, mais coragem, mais segurança... Até que em um momento percebemos que essa espera poderia nunca acabar e, se um dia finalmente chegássemos às condições que se convenciona como ideais, nossa vontade de se jogar no mundo talvez já não fosse mais a mesma. Assim, no dia 18 de fevereiro de 2019, saímos de casa com o que tínhamos, um Renault Sandero 1.0 2014, da forma que podíamos, utilizando as economias que juntamos ao longo de toda a nossa vida até então. Nos mantivemos por 421 dias na estrada, passando por Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Guiana. Estávamos no Nordeste do Brasil, iniciando o desafio de conhecer todos os estados do país, quando a pandemia do Coronavírus chegou. Como viajantes nômades, estamos permanentemente em movimento, expondo não apenas a nós mesmos, como também outras pessoas ao risco, por isso decidimos paralisar o projeto prematuramente.


Nesses quase 14 meses de estrada, aprendemos a valorizar coisas que antes passavam despercebidas. Somente quando passamos quatro dias consecutivos sem banho na Carretera Austral foi que percebemos o quão privilegiados são os que têm um chuveiro em casa. Ao dormir 27 noites seguidas nos bancos do carro, sem nenhum tipo de adaptação, demos valor à cama que tínhamos no nosso apartamento. A viagem nos mostrou o que há de mais bonito na América do Sul – Ushuaia, Torres del Paine, El Chaltén, Bariloche, Machu Picchu, Deserto do Atacama, Salar do Uyuni –, mas nos fez olhar, sobretudo, para dentro. Vimos que o mundo é grande, mas que nós, também, somos maiores do que imaginávamos, capazes de muito mais do que pensávamos. Não estamos prontos, estamos em permanente transformação, e sair pelo mundo, dispostos a quebrar os paradigmas das nossas próprias vidas, nos ajudou a entender um pouco mais as nossas capacidades e limitações.


Vivemos na estrada alguns dos momentos mais felizes das nossas vidas, mas não pense que essa é uma receita universalmente válida para todos. Não se engane quando dizem que é preciso viajar para ser feliz. Fomos felizes porque estávamos, durante boa parte desse tempo, apenas nos divertindo e fazendo o que gostaríamos de fazer. A maior viagem de todas não nos conduz a lugar algum do mundo, mas para dentro de nós mesmos. Rodamos dez países da América do Sul por mais de um ano e voltamos para casa com a constatação de que a viagem mais importante é, e sempre será, a interior. Instagram


AURORA NÔMADE Nós somos Jow Nader, 31 anos e Bruna Ferreira, 28 anos, um casal sonhador que soltou as amarras em Curitiba/PR, deixando sua rotina para viver a experiência de viajar a bordo de uma Kombi pela América do Sul.

Tudo começou em 2015 quando nos conhecemos no trabalho em uma multinacional, Jow trabalhava na tesouraria e Bruna no RH, porém nós queríamos mais da vida, além de trabalhar e pagar contas, nós tínhamos a sensação que a vida estava escorrendo pelos dedos enquanto olhávamos pela janela do trabalho. Para sair daquela rotina e buscar novas oportunidades, começamos planejar um mochilão para conhecer todo litoral do Brasil e os outros Países da América do Sul, mas percebemos que o maior custo seria com hospedagem e alimentação, com isso surgiu a ideia de montar uma casa dentro da Kombi. Em 2016 saímos do nosso trabalho, compramos a nossa Kombi e iniciamos a transformação em uma casa. Como nosso orçamento era


baixo decidimos que nós mesmos faríamos nossos móveis, hidráulica e elétrica. Nós nunca tínhamos trabalhado com nada parecido e tudo só foi possível porque acreditamos que éramos capazes de realizar. Um ano após a compra do carro, o sonho saiu do papel e estávamos saindo de casa para realizar algo que mudaria nossas vidas para sempre.

Batizamos essa viagem de Aurora Nômade. Aurora significa a luz que indica que o sol está nascendo e um novo dia vai começar e Nômade aquele que vive permanentemente mudando de lugar. Como o próprio nome sugere, nosso desejo é um novo amanhecer em diferentes lugares. Estamos viajando há 1 ano e meio e atualmente estamos na Paraíba, nosso 9° estado brasileiro. A estrada tem nos ensinado muitas coisas, temos vivido intensamente cada dia, aprendemos a viver com o


suficiente e estamos apaixonados por cada cidade por onde passamos. São mais de 500 dias de viagem e nunca pagamos por hospedagem, nossa casa tem autonomia para energia elétrica com o painel solar e um reservatório de água, então sempre procuramos formas gratuitas de estacionar. Em cada lugar que chegamos, tudo começa do zero, descobrimos um local seguro para estacionar, um local para abastecer a água, mercado, posto de gasolina, etc. Isso faz com que a gente saia de nossa zona de conforto frequentemente e isso é muito enriquecedor.

Temos feito muitas amizades, isso realmente tem nos ensinado muitas coisas, pois não são as paisagens que transformam e sim as experiências com as pessoas de cada cidade, que nos mostram formas diferentes de ver a vida, nos recebem em suas casas, mostram suas culturas, nos ajudam de diversas formas (mesmo que elas nunca tenham nos visto na vida) e fazem sem esperar nada em troca. Oferecem um banho, um ponto de energia, uma refeição, uma conversa boa e isso nos faz acreditar cada vez mais no bem. Tem


muita gente disposta a ajudar o próximo e o Brasil não é o que passa na televisão: nosso país é cheio de pessoas que fazem parte de uma corrente gigantesca do bem. Engana-se quem acha que fazemos isso porque somos ricos ou temos uma renda fixa. Durante um ano nos mantemos exclusivamente com a venda de brigadeiros na areia da praia e recentemente lançamos uma loja de camisetas online. Quando contamos que mudamos de vida e fomos morar em uma kombi é um verdadeiro choque para as pessoas, pois acham impossível viver só com a venda de doces. O segredo por trás disso é que precisamos de menos dinheiro do que se imagina para nos mantermos na estrada. Somos muito felizes com decisão que tomamos, esse estilo de vida tem seus desafios, mas com toda a certeza os momentos bons sobressaem. Essa experiência não se compra em uma prateleira, só vivendo mesmo para saber como é. Sonhem alto, acreditem nos seus sonhos e lembrem de que nossas palavras têm poder. Tudo que você foca se expande, então se dedique a sua felicidade independente de padrões. Esta nossa trajetória está sendo relatada através do perfil Aurora Nômade nas redes sociais, lá nós compartilhamos o nosso estilo de vida e o dia a dia morando em uma kombi.

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DO NORTE AO NORTE Sabe aquele desejo de pegar a estrada e ganhar o mundo? Para muitos, apenas um sonho, para nós, Elka e Luis, uma escolha de vida. Depois de 2 anos planejando e nos preparando, literalmente, mudamos o rumo de nossas vidas. Criamos o primeiro Fiat Dobló Motorhome do Brasil, mas saímos de Manaus enfrentando 5 dias e meio de Rio Amazonas sobre uma balsa, afinal, no Amazonas, a dificuldade de deslocamento é uma triste realidade.

Chegamos em Belém e finalmente pegamos a estrada. Logo, logo percebemos que o plano inicial de viajar o Brasil em um ano, e depois voltar as nossas vidas ‘’normais’’, foi ficando pra trás. Estávamos extasiados com o quanto nosso país é maravilhoso, o quanto as pessoas que aqui vivem são generosas e o quanto a vida na estrada é surpreendente.


Passamos o primeiro ano na estrada, também passamos o segundo, e já vamos para o terceiro ano ainda aqui no Brasil. Mas as dificuldades existem, e a nossa maior dificuldade era a limitação de espaço com a Doblosa. Sim! Ela nos levou a lugares fantásticos, mas sentíamos que chegou a hora de evoluir. Ampliamos os nossos sonhos e materializamos o nosso Motorhome, que lá em 2016 ainda nem existia sequer nos nossos pensamentos. Mas a estrada nos fez sonhar alto e decidir que era a vida nômade que queríamos levar por mais algum tempo.

Agora, mais do que nunca, a viagem não tem dia e nem hora para acabar. Viver na estrada virou a nossa rotina. Trocamos o home Office pelo road Office, somos designers e dividimos nossos dias entre viver novas culturas e atender clientes. Nosso objetivo é mostrar que com planejamento e vontade é possível realizar esse sonho. Temos muitas histórias para contar, muito chão para percorrer, um Brasil cheio de riquezas, naturais e humanas, e na mala, a bússola apontando para novos nortes, pois sempre haverá um novo destino a se desbravar. Quer conhecer e acompanhar um pouco mais dessa história? Instagram e YouTube


BUSLIFER Encontramos inesperadamente nossa vocação em 2013, na forma de nossa primeira kombi clássica. Era uma kombi 1971 de janelas brancas e tinha muitos quilômetros em seu nome, mas ainda em perfeita forma. Nós a chamamos de Westy. Nos anos que se seguiram, ela não apenas nos levou por toda a Europa como nos iniciou em uma comunidade global convidativa que nos ensinou muito sobre vida e alegria. Quando pegamos a estrada em busca de liberdade, nunca esperávamos encontrar uma comunidade tão transformadora. Durante nossas viagens, encontramos companheiros de viagem de kombi e verdadeiros amigos em quase todas as paradas e acampamentos entre a Península Ibérica e a Escandinávia.

Mesmo atrás do volante, percorrendo as estradas cheias de curvas do norte da Itália ou as longas e rápidas pistas da Autobahn, acenávamos sempre que passávamos por outra kombi, trocando gestos amigáveis com os nossos companheiros de estrada uns aos outros com nossa cabeça e gestos amigáveis. Era como se as kombis que dirigíamos comunicassem algo entre si sobre os valores que


compartilhávamos. A simplicidade e o charme das kombis clássicas nos fizeram diminuir a velocidade e apreciar a vida, em vez de nos envolvermos na rotina diária, expressando nosso amor pela liberdade, simplicidade e atividades ao ar livre. Sabíamos que a felicidade não era nosso destino, mas um modo de vida. Depois de centenas desses encontros, além de muitos acampamentos e aventuras compartilhadas, o carinho que sentimos por Westy se tornou inseparável do carinho que sentimos por nossa comunidade. Sabíamos que fazíamos parte de um movimento. Nós compartilhamos muito mais do que apenas um veículo com nossos companheiros de viagem. Compartilhamos um conjunto de valores que nossas kombis clássicas representavam. Um chamado ao charme e a qualidade. Uma visão aventureira. Um desejo de viver a vida de maneira diferente. Uma apreciação permanente ao ar livre. Uma nostalgia pela simplicidade do passado. As kombis clássicas conquistam o coração de tantas pessoas diferentes: jovens apenas começando; casais de idosos fugindo de tudo; famílias amantes da natureza curtindo fogueiras e casais jovens que estão na estrada, procurando explorar o mundo. Nosso estilo de vida centrado na aventura sem limites, liberdade e paixão nos une. Tornamos nossa missão compartilhar essa paixão, conectando entusiastas com ideias semelhantes e introduzindo novos aficionados à alegria que o estilo de vida da kombi clássica oferece. No fim, é por isso que estamos aqui. Nós encontramos pessoas experientes e procuramos pessoas que estão agora descobrindo a glória de uma viagem em sua primeira kombi clássica Junte-se a nós enquanto vivemos o BusLife ao máximo e compartilhe o movimento com o mundo. Curta cada momento. Celebre a natureza deslumbrante que este belo mundo tem a oferecer. Viva uma vida cheia de aventura, paixão e liberdade com sua amada kombi. Website e Instagram


VIAJE DE KOMBI Já faz um certo tempo que um desejo interno de explorar o mundão de uma maneira simples, auto sustentável, com a tal dita liberdade me possui. Sou fascinado por Kombi desde criança e sempre que avistava os viajantes de toda parte do mundo que moravam e viajavam em uma, o sonho brilhava muito forte. Cerca de quase dois anos atrás começava a pesquisa por esse meio, esse estilo de vida e desde então fui encontrando centenas, milhares de exemplos de pessoas que estavam praticando o que eu sonhava realizar, iniciando assim, uma inspiração: é muito possível, faça isso, seja feliz! O começo foi o final do primeiro semestre de 2017 com uma página no Instagram, que tinha a finalidade de me inspirar inicialmente e com o passar do tempo, foi se tornando uma fonte de motivação para milhares de pessoas. 'Viaje de Kombi', seja feliz! A felicidade está nas coisas simples, na natureza, no ser humano. Viajar, explorar a si mesmo e o mundo ao redor é comprovado cientificamente como uma das melhores atividades para o bemestar mental e emocional de um indivíduo.


Após pequenas viagens pelo estado de Santa Catarina, uma viagem longa da Ilha da Magia (Florianópolis, terra natal) ao paraíso do Nordeste brasileiro (Natal, terra da minha amada) explorando nossa linda terra brasileira em uma Kombi de terceiros e outros veículos, conseguimos adquirir nossa própria Kombi no primeiro semestre de 2018: um modelo furgão 1995. Desde lá, aos nossos passos, vamos aos poucos nos preparando para realizar o sonho: viajar por toda América e possivelmente pelo resto do mundo a bordo da 'Danada'. O livro dos irmãos OsViajero é um ótimo material guia e muito nos ajuda nessa caminhada. Instagram


SAMPA KOMBI CLUBE Meu primeiro carro antigo foi um fusca 1969, adquirido em 2009. Após longa restauração, ele ainda tinha diversas alterações que não permitiam a placa preta, então desanimei e comecei a ver as kombis como uma opção de caro antigo para colecionar.

Fiquei um ano procurando até que em 2010 encontrei um exemplar que valia a pena. Estava em Batatais, interior de SP. Havia pertencido a uma igreja. Peguei um ônibus na sexta a noite. Cheguei sábado de madrugada, peguei um táxi e cheguei na fazenda. Era um exemplar STD 1974 bege com diversas marcas de uso, sem um dos bancos do salão e faltando algumas peças. Trouxe o carro para Salto, mais perto da capital ainda no interior de SP. Na época fui indicado para um funileiro que atuava lá. Foi ai que descobri que restaurar um carro não é brincadeira. O rapaz pediu um sinal, desmontou a kombi e ficou quase um


mês sem mexer nela. Após muitas viagens e brigas, quase 4 meses depois, ele a lixou, arrumou pequenos podres e pintou. Foi assim que a trouxe pra sp e a montei conforme a originalidade. Aqui nasce o clube. Como era uma kombi original em 1974? Ninguém sabia. Não havia catálogo, manual, informações e absolutamente nada sobre as kombis. O fusca já era um carro que era preservado, mas a não kombi, pois este era um carro de trabalho e se usava até virar pó. Dai começou o meu trabalho de colher informações sobre a originalidade do modelo. Com muito custo, aproveitei das amizades que tinha no Forum Fusca Brasil (site para apaixonados pelos modelos da VW trocarem ideias sobre manutenção, restauração e originalidade) e fui juntando pouco a pouco as informações. Em 2012, mais ou menos, a kombi ficou pronta com placa preta (que garante 80% de originalidade do padrão de fábrica), porém, ficou a pergunta: o que fazer com todo aquele material coletado para a restauração?

Foi ai que surgiu a ideia de criar o clube para guardar e divulgar as informações de originalidade dos modelos, estimular pessoas a comprar e restaurar kombis. Havia uma lacuna que foi preenchida pelo Sampa Kombi Clube. Hoje 8 anos depois (agora dia 13/03 é nosso aniversário) temos o maior banco de dados de


originalidade de kombis do Brasil, o maior cadastro de proprietários de kombis do país, somos reconhecidos e respeitados no mundo todo. Fomos convidados pela VW a fazer a festa de despedida da kombi (em 2013). Eu gravei o filme de despedida da kombi (aquele que ganhou três leões de ouro em cannes). Fomos os criadores do dia nacional da kombi em 2 de setembro. Criamos a noite da kombi no sambódromo do Anhembi junto da Matel. Pouco antes disso, em 2012, recebi o anúncio de uma kombi 1958 a venda. Tratava-se da kombi brasileira mais antiga do Brasil. Fui eu de novo, pegar ônibus, até a cidade de Rio Negro em SC. A kombi estava inteira apenas com pequenas modernizações. Nova restauração, mais um ano, dor de cabeça com outro funileiro, enfrentando os desafios de encontrar as peças necessários e buscando as informações de originalidade. Findo o trabalho, temos hoje a glória de ter a kombi mais antiga do Brasil. Por Eduardo Gedrait Pires, Março de 2019. Facebook e Instagram


RAZÕES PARA ACREDITAR A nutrição intelectual é tão importante quanto a nutrição física, uma vez que nosso aspecto mental e emocional podem influenciar diretamente no próprio funcionamento de nossos órgãos internos, alterando a capacidade funcionamento dos mesmos, incluindo mudança na capacidade de absorção dos nutrientes. Interessante, não? Por essa razão, temos uma sugestão muito bacana para você se inspirar e se nutrir intelectualmente: a página Razões para Acreditar. Desse modo, você pode tirar um tempinho do dia para se encantar com histórias enobrecedoras e se nutrir de esperança e fé. Lá você encontra notícias que não são vinculadas nas mídias convencionais, imbuídas de amor e alegria. Histórias como a do trocador de ônibus que construiu com as próprias mãos um ponto de ônibus que abrigasse os passageiros da chuva e do sol, mediante o descaso da prefeitura. Histórias de palhaços que se prontificam a visitar hospitais trazendo alegria e cura emocional. Histórias como a de irmãos gêmeos viajantes com projetos sociais pela América Latina e muitos outros acontecimentos singelos e inspiradores você encontra lá! Antes de abrir o jornal ou assistir ao telenoticiário, tenha novas razões para acreditar.


MOCHILEIROS.COM Existe uma página na internet que muito pode te ajudar com informações e dicas, e ela é o mochileiros.com Além de contar com várias postagens e notícias de um sem fim de lugares e regiões de todo o planeta, o site conta com um fórum onde as pessoas podem conversar e compartilhar experiências. Essa troca se torna muito construtiva e saudável com o interesse genuíno de auxílio e ajuda presente nesses grupos de intercâmbio informativo, e se você pensando em cair na estrada de kombi, de carro, de avião ou de mochila, nós sugerimos que você beba das informações preciosas dispostas nesse site e no grupo do facebook de mesmo nome. Aproveite!


15. DOWNLOADS 1.

Projeto completo AutoCad 2015: https://drive.google.com/ file/d/1ZJfrBvNR1QddjG7yD m26Bidu_eXR7xSI/view? usp=sharing

2.

Vídeo Montagem dos Móveis: https://drive.google.com/file/d/1nXdjrEbEEqfjPdfyLXcZZB48qeio8nN/view?usp=sharing

3.

Vídeo Sistema Elétrico e Sistema Gás: https://drive.google.com/fi le/d/1wRUJepi-h5D1u6_GgMr3ccZdV2e9xKYq/vie w? usp=sharing

4. 5.

Vídeo Sistema Hidráulico: https://drive.google.com/file/d/ 1l5pldKQTUv117gJrqw 5nPqF7OhrcNyeU/view? usp=sharing

6.

Tabelas de cálculos elétricos: https://drive.google.com/file/ d/1LjKJ8l9t6evaY4LGxl dTKfMVmP2sMryt/view? usp=sharing


15. CODA Talvez você se pergunte quem são esses jovens e como e

porque esse

projeto livro nasceu. E aí vamos nós. Nossa afinidade com a estrada se aflorou na juventude, na época da universidade, quando tivemos mais liberdade de escolha sobre questões íntimas da vida, e o episódio já foi relatado lá na introdução. Com o passar dos anos, a nossa intenção de estar na estrada foi, a meu ver, amadurecendo, de forma que, a forma com que viajávamos, os lugares, as companhias, tudo isso foi se moldando com o tempo. Dessas últimas linhas escritas, daria até um livro, mas me atentarei pra escrever agora o que eu, nesse momento, acho relevante, que é a nossa real intenção por trás desse projeto, hoje. É um desafio para mim colocar isso em palavras, portanto considerem o esforço que nesse momento eu faço, sob o poente da lua minguante, em Montalvânia, no extremo norte mineiro, onde termino com alegria, esse livro. Quando mais jovem, há alguns anos, estar na estrada era uma grande aventura e os meses que eu podia me dedicar a isso eram os mais felizes do ano. Mas logo voltava a rotina dos estudos, os quais embora levasse com seriedade não preenchiam meu coração, muito pelo contrário, me jogavam em um mar de dúvidas sobre o que era realmente a vida e sobre o que eu viria me tornar a ser: um instrumento capacitado do mercado de trabalho. Começava assim, no meu contato com a instituição universitária, as minhas primeiras críticas e reflexões sobre a instituição de ensino a qual eu estava inserido e, mais ainda, sobre o produto final que eles esperavam que eu fosse. Naquela época, me recordo bem, vivia entre delicados e intensos estados emocionais, tentando compreender como o mundo funcionava e, por ter um coração de sonhador, acabava me frustrando com a realidade que eu estava inserido. Morava em Niterói, RJ, e as reflexões mais íntimas sobre a minha volta, desigualdade social, patriarcado, exploração dos recursos naturais, bem estar, relacionamentos amorosos e questões íntimas de dúvidas sobre a


existência pareciam um debate sem fim, no qual eu sempre acabava desiludido e, com frequência, magoado com a vida. Eram então as viagens um bálsamo para o peito meu, que calejava no grande centro urbano. Com o tempo, a realidade de que eu vivia uma vida privilegiada foi se tornando mais clara e, que ser sustentado por meus pais não seria de todo pra sempre, ou seja, eu deveria entrar naquele jogo em algum momento de uma forma mais profunda. Teria a carteira assinada, contribuiria com o INSS alimentando assim o sonho comum de me aposentar um dia, teria as contas do fim do mês e compartilharia numa mesa de bar as dificuldades de pagá-las... Enfim, teria que deixar o sonho de viver, pra triste realidade de viver de uma forma morta, todos os dias. Todos esses processos eram incendiados por uma disciplina admirável em meditação. Ainda que a mesma fosse amadurecendo com o tempo, e até hoje se ressignifica, mesmo naquele turbilhão estava lá eu, sentando praticamente todos os dias. Então, me vi com uma certa necessidade que me assolava o peito: haveria de criar uma forma de viver alternativa, que financeiramente funcionasse, que o trabalho para conseguir recursos não fosse uma repetição mecânica e sim uma autoexpressão das minhas capacidades artísticas que então jaziam adormecidas por uma vida inteira de estudos intelectuais. Não estava nessa sozinho, além de estar fisicamente sempre com meu irmão que passava por questões muito semelhantes, fomos de longe muito amparados e guiados por diversos instrumentos que foram moldando a nossa forma de existir nesse mundo. A primeira grande mudança foi se atentar para a forma de se alimentar, a importância do exercício físico e de frequentar os sítios naturais de poder. Esses hábitos fizeram florescer muitas belas flores, ideias e projetos, como esse livro. A grande loucura era refletir que sim, era possível continuar sonhando e a vida, sim, podia ser muito mais leve. Que loucura pensar que eu já era alguém na vida e para eu ser uma entidade mais e mais entendida devia utilizar a minha capacidade intelectual apenas em horas frutíferas.


Não foram poucos os que tentaram, com o melhor que podiam, aconselhar: “a ideia é boa, mas a gasolina é cara demais”, “vocês são ingênuos demais, o mundo é muito perigoso”, “escute que sou mais velho, meu filho, um dia você vai precisar da aposentadoria”. Com respeito eu os escutava, mas, no fundo dos seus olhos olhava e aquilo que eu buscava, em toda a vida que eles haviam caminhado, não haviam adquirido. Pensava portanto que os caminhos os quais eles seguiam seriam de pouca valia para mim, pois se até hoje não conquistaram o brilho dos olhos, aquele brilho infantil que uma criança ainda tem de sobra, não me interesso por seu conselho de vida. Nos dedicando diariamente aos estudos da música, fomos vencendo as dificuldades rítmicas e de percepção musical, que eram gigantescas; contando causos e piadas um para o outro, fomos reavivando a natureza divertida de tempos de outrora; treinando o corpo, fomos exercitando as artes circenses e teatrais; e hoje tenho a ousadia na palavra de dizer que o que eu faço, da forma que eu trabalho e como eu viajo pelas estradas terrenas com a nossa kombihome, é uma forma que acelera em muito o meu crescimento pessoal, meu amadurecimento emocional e a minha forma de ver a vida, que se torna mais integrada e menos individualista. Há quem diga que o mundo vai mal, que é uma violência danada, que tava escrito nesse ou naquele livro que ia ficar assim e que ainda vai piorar. Bom, o mundo sobre o qual eu escutei falar, não é o mundo que eu experiencio nas estradas. O mundo falado não é o mundo vivido, e eu convido as pessoas a se aventurarem pelas estradas do país, para verem de perto os projetos gratuitos em benefício das comunidades, o movimento cultural manifestado por cada região de uma forma única e singular, a segurança da lua e das estrelas que te guardam enquanto descansas, a beleza da criação esculpida nas cavernas, mares, cachoeiras e lagos. Eu te convido a ver a Vida pelos seus próprios olhos e talvez um dia concordemos que sim, é possível, e se isso for algum tipo de loucura, como eu sempre escuto, pois que seja, e se assim me chamares, pois que me chame. Estarei agradecido. Termino essas palavras com um dizer muito pessoal, que penso


que seja de extrema importância: a vida na estrada não é uma experiência fantasiosa. Não é um mar de algodão no qual podemos mergulhar e regozijar. A vida na estrada é apenas um caminho, dentro dos tantos que existem. Os conflitos internos e a forma que vemos o mundo continuam sendo os mesmos vivendo numa metrópole ou dormindo do lado de uma cachoeira com uma Kombi. A diferença está no emprego de força pessoal para entender a si mesmo e, passo a passo, caminhar para um fardo mais leve. Viver viajando não tem como ser uma fuga das dificuldades da vida. É, na verdade, um intensificador dos processos fundamentais da existência humana. Questões íntimas como o medo da morte, a solidão, o compartilhar, os laços e vínculos e tantos outros pontos importantes para o nosso aprendizado são acentuados nesse tipo de caminho, acelerando, assim, o processo da aprendizagem terrena. Que esse projeto seja uma benção na mão dos interessados em Viver.

Com carinho, André e Davi.


16. REFERÊNCIAS ➢TIBA,BIBLIOGRÁFICAS C. et al. Atlas Solarimétrico do Brasil. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2000. BANHEIRO SECO. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Banheiro_seco>. Acesso em: 19 de maio de 2018)

➢ CONTRAN SUSPENDE RESOLUÇÃO QUE OBRIGAVA INSPEÇÃO VEICULAR EM TODO O PAÍS. Disponível em: < http://www.penaestrada.com.br/contran-suspende-resolucao- queobrigava-inspecao-veicular-em-todo-o-pais/>. Acesso em: 18 maio de 2018.


Kombihome O Manual Completo

Escrito para auxiliar e instruir todos aqueles que desejam ter uma vida móvel sobre quatro rodas, este livro possui o passo a passo necessário pra qualquer um realizar este sonho. Ao folhear o livro pela primeira vez perceberá que se trata de um material denso pra que você passe pelos desafios da construção sem demais problemas. Encontrará também todas as peças desenhadas prontas pro corte e um capítulo de downloads onde poderá assistir animações explicativas em 3D para visualizar a construção do sistema fotovoltaico, hidráulico, gás e montagem dos móveis sob uma nova perspectiva. Além de toda a informação prática, você desfrutará sobre informações como mecânica de kombis, dicas de sobrevivência na estrada e um capítulo exclusivo de inspirações, pra você acompanhar todos que de alguma forma já vivem esta experiência. Este livro foi escrito pelos gêmeos André e Davi Forecchi ao se darem conta de que um manual completo facilitaria pra muitos seres a experiência de um estilo de vida mais aventureiro, livre e confortável. Aproveite. Desfrute. Viva.



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