JORNAL-LABORATÓRIO SOBPRESSÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIFOR
AGOSTO/SETEMBRO 2012
Atletismo A Atletismo: Universidade de Fortaleza em parceria com a Confederação Brasileira de Atletismo – CBAt investem em projeto de incentivo a jovens atletas. Página 3
ANO 11 N° 30
Atletas de vôlei
Saiba mais...
migram para Sul e Sudeste Devido a concentração de times de vôlei profissional ser nas regiões Sul e Sudeste há uma grande migração de jogadores provenientes de várias regiões do País Lia Sequeira e Mariana Paula
Há uma intensa migração de jogadoras de vôlei para o Sul e Sudeste, pois as oportunidades nessas regiões do nosso país são maiores. Esse mercado é bastante reduzido, só existem dez equipes de vôlei profissional e elas se concentram nessas áreas, fazendo com que as atletas que desejam ter uma carreira no vôlei profissional precisem migrar para o Sul ou Sudeste. Levando em consideração esses dados, conversamos com duas jogadoras do time do São Caetano do Sul, que foram obrigadas a migrar para São Paulo em busca de mais oportunidades no cenário do vôlei brasileiro. Tatiana Bomfim é uma dessas atletas que precisou sair da sua cidade, para jogar vôlei profissionalmente. Ela iniciou no esporte aos sete anos em escolinhas do colégio, mas só jogou em uma competição nacional com quinze anos. Passou por diversos times do estado do Ceará, como a Seleção Cearense Infanto e Juvenil, Christus e FDH. Com dezoito anos ela foi chamada para jogar no time Praia Clube de Uberlândia já começando sua carreira no Sudeste. Aos dezenove anos voltou para Fortaleza e recebeu um convite do time da faculdade em que estudava, a Unifor. Essa foi a grande oportunidade que a jogadora recebeu, antes de se tornar profissional. Hoje a atleta tem 25 anos e atua no São Caetano do Sul-SP. Nati Gonçalves joga vôlei desde os nove anos, teve seu primeiro contato com o esporte
Tatiana Bomfim e Nati Gonçalves defendendo o time do São Caetano do Sul. Foto: tiradas da internet
quando sua irmã foi selecionada por um olheiro pelo porte físico. Ela é do Rio Grande do Sul e iniciou sua carreira como atleta no Grêmio Náutico União (RS), mas mesmo sendo da região Sul ela foi para o Sudeste e foi lá que ela consolidou sua vida como atleta jogando pelo Rio Branco – Americana (SP), Macaé Sports (RJ) e São Caetano (SP). Elas sentiram diferença entre a cidade na qual moravam para São Caetano do Sul, onde moram hoje, mas se acostumaram com as diferenças e se adaptaram. Mas não foi só entres as cidades que elas sentiram diferença não, pois de um time universitário para um time profissional há diferenças com as quais elas tiveram que se acostumar, pois o nível nacional requer um aperfeiçoamento constante do físico-técnico dos atletas já que os investidores exigem um alto desempenho e resultados significativos. A vida de atleta é curta, vai, em média, até os 30 anos por
isso tanto Nati como Tatiana resolveram investir primeiro nas suas carreiras como jogadoras e só depois dar continuidade aos estudos acadêmicos, pois a oportunidade de seguir carreira como atletas apareceu agora e talvez não ocorresse depois devido a idade. Enquanto puderem ser atletas elas serão e sobreviverão com os salários e benefícios que têm, vindos de investidores e publicidades. Elas também ganham visibilidade como atletas por causa das Olimpíadas que ocorrerão no Rio de Janeiro em 2016 e irá atrair mais investimentos para os esportes. Elas poderão realizar seu sonho, na verdade o sonho de qualquer atleta, participar da seleção brasileira, tendo a honra de representar o Brasil diante do mundo. A migração para o Sul e Sudeste faz com que elas fiquem longe da família. Elas pre-
cisam do incentivo de quem é a sua base para poder se realizar plenamente no esporte. Além da ajuda financeira no começo da carreira para que ela um dia possa virar profissão.
É uma competição anual organizada pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), a equipe campeã adquire o direito de disputar o Campeonato Sul-Americano de Clubes. É o principal torneio de voleibol feminino do Brasil e conta com as maiores equipes e muitas das melhores atletas do país em nível de Seleção Brasileira como a ponteira Jaqueline que defende o Sollys/Nestlé (Osasco), a oposta Sheilla e a líbero Fabi do Unilever (Rio de Janeiro), sendo considerado a melhor liga das Américas e uma das melhores do mundo. Até a década de 1960, os torneios de vólei no Brasil só ocorriam em nível estadual, sem nenhuma competição nacional. Só em 1981 ocorre de fato o Campeonato Nacional, com times profissionais. Na temporada 1998/1999 o campeonato passa a ocorrer entre o segundo semestre de um ano e o primeiro do outro, como forma de adaptação as competições mundiais, formando assim a Liga Nacional. A primeira vez que a Superliga foi disputada foi na temporada 1994/1995, quando a Liga Nacional foi extinta. A forma de disputa da competição sofria com a falta de padronização, que era alterada a cada ano, assim como as regras e a quantidade de equipes participantes. Mas, desde a temporada 2009/2010 a forma de disputa tem sido com uma fase classificatória em pontos corridos, turno e returno, quartas-de-final definidas em série melhor-de-três jogos , semifinais em melhor-de-cinco jogos e final em jogo único, com local definido antecipadamente, o número de participantes varia a cada ano. A temporada 2012/13 contará com 10 equipes promete ser uma das mais disputadas.
São Caetano do Sul O São Caetano Esporte Clube é um dos principais clubes de vôlei do país e participa da Super liga feminina pela 22° vez. Para esta temporada o time se classificou conquistando o título da 11ª edição da Liga Nacional Feminina 2012, vencendo o Brusque de Santa Catarina por 3 sets a 0 em jogo
realizado na Arena Multiuso. Durante o torneio, a equipe do Grande ABC Paulista demonstrou bastante entrosamento e as atletas mostraram-se prepadas para enfrentar uma competição do nível da Super Liga. A equipe foi campeã na temporada 1991/92, não repetindo mais o feito.
Time do São Caetano após a conquista de um título. Foto: tiradas da internet
Tatiana Bomfim ex-jogadora da Unifor que agora está no time do São Caetano em São Paulo. Foto: tiradas da internet
2
AGOSTO/SETEMBRO DE 2012
O campo do América é do povo Um campo que integra moradores do bairro e possui relevante papel na sociedade, mostrando que é possível haver inclusão social por meio do futebol. Guilherme Custódio e Francisco Camelo
Situado no cruzamento das ruas José Vilar e Tenente Benévolo, no bairro Meireles, o Campo do América é um dos únicos equipamentos de lazer da comunidade que recebe o mesmo nome, sendo utilizado principalmente por crianças e adolescentes. Medindo 4378 metros quadrados e situado em um bairro de classe média alta, ele é reduto da comunidade de baixa renda do entorno. O terreno, que pertenceu ao bicampeão cearense (1935 e 1966) América Futebol Clube, foi entregue ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) como pagamento de dívida. No final da década de 80, o governo de José Sarney decidiu leiloar a área para fins imobiliários. O ex-governador Tasso Jereissati conseguiu suspender a venda do terreno. Já o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano, Adolfo Marinho, afirmou que “na verdade, não foi completado o pedido do governador, ele pediu que a União fizesse a doação da área para a prefeitura ou para o estado, de tal forma que aquela área se tornasse pública, de uso daquela comunidade que precisa demais daquele espaço que é o único que eles têm para convivência coletiva”.
Campo do América e o contraste social característico do seu entorno, no bairro Meireles
O estudante Jardel Souza, 13, disse que o campo é o único lazer dos jovens da comunidade, e ajuda a tirar os jovens das drogas. O também estudante Vlamderson Costa, 17, nascido e criado no Campo do América, disse que pretende ser jogador profissional, já que, desde pequeno, joga no campo e se não existisse essa área para jogar bola, não haveria outro canto para realizar seu sonho. Sobre a importância social do campo, a presidente da Associação das Mulheres do Campo do América, Célia Silva, ressaltou o trabalho social do local. “Aqui há uma ação social feita pela comunidade. Nós temos uma escolinha com mais de 300 crianças que de-
senvolvem o esporte, não deixando as crianças ociosas”. O presidente da Central Úni-
Foto: Guilherme Custódio
ca das Favelas (Cufa), Preto Zezé, afirmou que o campo é a chance, dentro de uma área
nobre da cidade, de integrar e construir um processo de inclusão das pessoas.
Saiba mais...
Projeto para edificar o ser humano Há mais de 150 anos utilizado para lazer e práticas esportivas pela Comunidade do Campo do América, o campo conta desde 2007 com o “Projeto Salvador Barbosa Formação de Atletas”, comandado pelo ex-atleta e atualmente técnico de futebol Salvador Barbosa, sendo uma escolinha de futebol independente que já formou vários profissionais. Cerca de 120 crianças e adolescentes lapidam dribles
e chutes nas areias do Campo do América. Categoria masculina na faixa etária de 9 a 20 anos. No feminino a faixa etária é a partir de 13 anos, sem limite de idade. Alguns atletas já estão atuando em clubes profissionais e é constante a visita de agentes de clubes nacionais e internacionais que despertam interesse nos atletas do projeto. Porém, para o técnico “o objetivo principal do projeto é edificar o ser humano
Impasse entre PMF e INSS Após quase dois anos da suspensão do leilão do Campo do América, o impasse continua. A negociação entre a Prefeitura de Fortaleza e o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), proprietário do terreno, não foi concluída e o projeto de requalificação do campo não foi iniciado. No dia 27 de julho deste ano, representantes da Cufa -CE e da Liga Esportiva do Campo do América se reuniram com o gerente do INSS, Júlio César Araújo Souza, para saberem como anda a situação do campo. De acordo com Preto Zezé, a demora acontece devido a uma série de exigências da Procuradoria do INSS sobre a regulamentação da área como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS). O titular da Coordenadoria de Projetos Especiais, Relações Institucionais e Internacionais da Prefeitura de For-
Microscópio, pipeta ou tubo de ensaio? Não temos. Então, como juntar tantas células em um só organismo?
O campo tornará-se profissional, se o projeto sair do papel
taleza (COOPERII), Geraldo Accioly, disse que o INSS não divulgou o valor da requalificação da área, por isso nada pode ser feito ainda. Para o local está previsto a construção de um campo profissional e de novas calçadas. Cerca de R$ 1,9 milhão deve ser investido pela prefeitura
foto: Guilherme
Custódio
na compra, além do valor a ser gasto na reforma do espaço. Moradora da comunidade há quase 50 anos, Célia Silva, afirmou que todos estão focalizados nas autoridades para que eles cumpram o que prometeram. A população da comunidade aguarda ansiosa pelo final das negociações.
Bastaram ideias. Dobramos dias, inventamos horas que não existiam para fazer algo que tivesse vida. E assim nasceu o Núcleo Integrado de Comunicação, o nosso NIC. Tal organismo necessitava de uma estrutura corporal. Para isso, derrubamos paredes celulares e aglutinamos Agência de Publicidade, G1000, Labjor, Photonic, Rádio Unifor e WebTV em um grande espaço, visando ampliar o conhecimento do universitário antes de sua inserção no mercado de trabalho. Integramos por completo o que já era forte por natureza. Hoje, os cientistas malucos nos olham com orgulho. Nós somos a experiência que deu certo.
3
AGOSTO/SETEMBRO DE 2012
Vai chover medalhas no RJ? Entrevista
Rogério Klafke
Precisamos de investimento nas escolas
Conquista Seleção brasileira de vôlei feminino foi responsável por uma das três medalhas de ouro em Londres
Sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, Brasil desembolsa investimento recorde para o próximo ciclo. COB estipula meta: estar entre os dez maiores Lucas Catrib e Jefferson Passos
Depois do ponto final em Londres, o desafio do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) é ousado para os jogos do Rio 2016: estar entre as dez principais nações nos Jogos Olímpicos e entre as cinco primeiras nos Jogos Paralímpicos. Antes das últimas Olimpíadas a estimativa era um número de 15 medalhas vindas da Grã-Bretanha. O objetivo foi cumprido, já que ao todo os atletas alcançaram 17 vezes um dos três primeiros lugares (3 de ouro, 5 de prata e 9 de bronze). Para os especialistas, o resultado poderia ser melhor caso houvesse uma política esportiva atrelando a educação ao esporte escolar e universitário. “Nós
não temos no Brasil uma política de Estado, mas (política) de Governo. Cada qual adota uma metodologia própria para a política esportiva, e isso nos atrasa na geração de atletas. Os países líderes de medalhas têm uma linha rígida de incentivo ao esporte nas escolas e nas universidades”, elucida Ralciney Barbosa, membro do Departamento de Assuntos Desportivos (DAD) da Universidade de Fortaleza (Unifor). A delegação brasileira ficou na 22ª colocação nos Jogos de Londres, melhorando apenas em uma posição em relação aos Jogos de Pequim 2008. Terminou atrás de países com menos tradição em esportes, como: Nova Zelândia, Irã e Coreia do Norte. Já nas Paralimpíadas, o Brasil conquistou 43 medalhas (21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze). No quadro geral, o país ficou na 7ª colocação. Para a próxima edição dos Jogos, os brasileiros terão o
Divulgação FIVB
incremento total de cerca de R$2,5 bilhões. A presidente Dilma Rousseff anunciou em setembro o Plano Brasil Medalhas 2016, projeto para buscar um melhor desempenho em termos de resultados no Rio de Janeiro. A previsão é que o Governo disponibilize R$ 1 bilhão para esportes que possuam mais chances de conquistar medalhas. Serão 21 modalidades olímpicas e 15 paralímpicas a receber os recursos: R$ 690 milhões para projetos de auxílio aos atletas R$ 310 milhões para a construção de centros de treinamentos. “É muito justo que as nossas ambições sejam ainda maiores em termos de vitórias e de medalhas. Mas querer esperar e ambicionar, ainda que sejam sentimentos e posturas absolutamente essenciais, não garantem por si só as conquistas. Nós temos que acrescentar o verbo fazer.”, disse a presidente Dilma Rousseff em entrevista no lançamento do plano.
Rogério Klafke, 41, é atleta de basquete profissional há mais de 20 anos. Atuou pela seleção brasileira de basquete masculino nas Olimpíadas de Atlanta 1996. É o recordista de pontos na história do Campeonato Nacional. Já jogou por: Sogipa-RS, Monte Líbano-SP, Jales-SP, Franca-SP, Vasco-RJ, Universo/Ajax-GO, Unitri/Uberlândia-MG, Winner/Limeira-SP. Hoje, joga no mais novo time do basquete brasileiro, o SKY/Basquete Cearense. O ala disputou ainda três campeonatos mundiais, quatro edições de Copa América e dois Jogos Pan-Americanos Pergunta - O esporte brasileiro está no caminho certo? Resposta - Nós estamos caminhando a passos lentos demais. Eu acho que o esporte deve ser visto e encarado não de uma forma recreacional, mas sim educacional. Que possa mudar a vida das pessoas. Quando a gente tiver esse tipo de mentalidade, podemos começar realmente a ter resultados. Pergunta - O que é fundamental para o esporte brasileiro ter uma boa formação de atletas? Resposta - A gente sempre ouviu falar que da quantidade se tira qualidade. E para a gente ter quantidade de jovens iniciando no esporte, é muito importante que exista uma massificação. A massificação deve começar nas escolas. A gente tem uma metodologia de esporte que é de clube. Isso é muito pouco para que se consiga tirar qualidade da quantidade. Então, acho que deveria ser feito um projeto com bons profissionais nas escolas, visando à formação de crianças e adolescentes voltadas pelas suas aptidões físicas, para qual o tipo de esporte pode ser feito. Pergunta - Qual o modelo ideal de política esportiva? Resposta - Sei que na Europa existe esse trabalho, a Sérvia faz. Todo trabalho deveria começar na escola para que a gente conseguisse massificar o esporte.
Comparativo - Custo x Medalhas Cidades
Pequim
Londres
Rio de Janeiro
Ciclos Gastos totais Medalhas
2005-2008 R$1,2 bilhão 15
2009-2012 R$2,1 bilhões 17
2013-2016 R$2,5 bilhões --
Projeto desenvolve jovens talentos do atletismo No estado do Ceará, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), em parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor), trabalha no desenvolvimento de futuros grandes nomes do atletismo brasileiro - um dos esportes contemplados pelo Brasil Medalhas 2016 - desde 2009. Presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Minas Gerais, o projeto Centro Nacional de Treinamento de Atletismo (CNTA), abrange uma série de benefícios aos integrantes. Além dos treinamentos sem custo, os jovens de 15 a 23 anos podem ter auxílio moradia e plano de saúde. No complexo da Unifor, que possui um dos quatro centros do país, fazem parte do quadro do projeto 16 atletas, que são escolhidos de acordo com os desempenhos realizados em campeonatos estaduais e regionais. Aos 19 anos, Maria Neidiane, uma das grandes apostas do CNTA, sonha em disputar os Jogos Olímpicos de 2016. O cami-
Marco Delazari
O investimento que está sendo feito na elite é correto, mas não é só ele (investimento em atletas de alto nível) que vai resolver nosso problema. Não vai ser ele que vai nos colocar entre os dez melhores do mundo Coordenador do CNTA-CE
nho é longo, mas a especialista nas provas de salto triplo e de salto em distância já pode falar que o projeto ajudou a crescer tanto no esporte, quanto no lado educacional. A jovem recebe bolsa da Universidade (cursa o 3º se-
Futuro, Maria Neidiane competiu no último GP Internacional Caixa/Unifor de Atletismo Aequivo Pessoal
mestre de Educação Física) e, tão nova, disputou mundiais escolares no Qatar e na França. “ É um pouquinho puxado, porque você estuda e treina. Você é cobrado dos dois lados. Um puxa o outro”, pondera a atleta. Hoje, Neidi, como é carinhosamente chamada pelos companheiros de treinamento, é a atual vice-campeã das Olimpíadas Universitárias Brasileiras (OUJUB’s) no salto triplo, com a marca de 11,79m. Para o coordenador do projeto, o técnico gaúcho Marco Delazari, que veio morar no estado para dirigir o centro de treinamento, o principal desafio do esporte brasileiro para o desenvolvimento de cada vez mais atletas de alto nível é consolidar um bom trabalho desde a escola. “Existe dois aspectos: No alto nível, está ótimo. É esse investimento que precisa fazer. Só que falta (investimento) na base. Aqui nós temos uma dificul-
dade: a educação física escolar de primeira a quinta série não é mais obrigatória. Em alguns locais esta sendo teórica, uma coisa que não tem nexo. Isso é um problema. Nós temos um pais continental que se comporta como um pais minúsculo. O investimento que está sendo feito na elite é correto, mas não é só ele (investimento em atletas de alto nível) que vai resolver nosso problema. Não vai ser ele que vai nos colocar entre os dez melhores do mundo. Vai ser o investimento nos 10, 12 anos (anos anteriores dos atletas).”, ressaltou Marco Delazari. Outra dificuldade apontada pelo técnico é a continuidade. “Nós vamos fazer bonito em casa, mas e 4 anos depois? O atleta de 2016 já está competindo. Já se sabe quem é, só não se sabe se ele vai chegar lá (ganhar medalha), porque ele precisar desenvolver. Não vai ser fazendo um teste em uma escola hoje que a gente vai descobrir o cara para 2016.
4
AGOSTO/SETEMBRO DE 2012
Agility: bom para cachorro e dono Baseado no hipismo, a modalidade oferece diversão ao cão e ao dono e trabalha a disciplina do animal de uma forma bem diferente Camila Bibia e Juliana Abrantes
Um novo esporte, que mistura obstáculos de hipismo, adestramento de cães e muita diversão, vem ganhando simpatia e vários adeptos no Brasil. O agility surgiu em 1978 durante o “Crufts Dog Show”, a mais importante exposição de cães da Europa, e chegou ao Brasil há cerca de 15 anos. Atualmente já existe até um órgão fiscalizador no país: a Comissão Brasileira de Agility (CBA), que controla a prática do esporte baseado no Código de Ética e Disciplina do Agility Nacional. No Ceará, a modalidade ainda possui poucos adeptos, mas chama atenção por melhorar a relação entre dono e cão e ser uma atividade física lúdica para os praticantes. Olivier Soulier trabalha com adestramento de cães há mais de 30 anos anos, explica que o agility “foi criado inicialmente como diversão, não como competição, para ter uma ocupação, uma atividade com os animais [...] Só depois alguns praticantes mais competitivos criaram campeonatos”. Cães de todas as raças e portes podem praticar o agility desde que não tenham nenhum Saiba mais...
Categorias do Agility Para competir, os animais são divididos em três categorias, de acordo com seus portes S (small) Pequeno para cães medindo menos 35 cm na cernelha
problema fisiológico grave e gostem de estar com os donos. “ Se o cachorro tiver alguma deficiência, nós temos que ver com o veterinário o que ele pode fazer. [...] Mas, por exemplo, o cachorro que apresenta cegueira é mais difícil, porque a gente não mantém sempre o mesmo percurso, o objetivo do agility é cada vez ter um percurso diferente. Ainda de acordo com o adestrador, para o animal cego criar referências e não bater (nos obstáculos) é mais complicado, mesmo que você o guie com o barulho, porque ele tem que pular, entrar em certos obstáculos, escalar. Deficiência auditiva eu já não é tão difícil, porque você pode trabalhar com uma luz, um laser, esclarece. Competidores na região O Brasil já foi duas vezes campeão mundial por equipe no agility. No Ceará, ainda não há competições, mas o Nordeste já tem um número razoável de competidores: “Aqui no Nordeste, em Recife tem competição e um pólo muito forte”, conta Olivier. Algumas raças têm obtido melhores resultados na prática competitiva, como border collie, a mais utilizada no esporte, labrador, golden retriever, american staffordshire terrier, pastor de shetland, entre outros. Mas qualquer raça pode competir, desde que haja bastante treino, sintonia entre cão e dono e a energia do cachorro seja bem canalizada.
A prática O adestrador Olivier Soulier e o seu border collie Pirata em um treino de agility.
Os cães de temperamento agitado possuem mais vantagens na prática competitiva: “O cachorro mais agitado é mais fácil de treinar, porque ele tem mais energia para trabalhar. O cachorro mais calmo não tem muito ânimo, é mais cansado, mais lento”, explica Raimundo Neto, assistente de Olivier no adestramento e treinamento dos cães. “Se você sabe focar a energia dele, o animal agitado vai ter resultados competitivos melhores, completa Olivier. Em Fortaleza, surgiram alguns movimentos pontuais para a prática do esporte em grupo, mas o único centro de treinamento contínuo é a “Escola de Adestramento Olivier Soulier”. Entretanto, a maioria dos praticantes da escola não almeja competir na modalidade. “Aqui tem muitos
Para que o percurso do Agility se torne mais desafiador para o cão, os obstáculos são rearranjados a cada circuito. As denominações mais comuns para os obstáculos são: rampa (1), passarela (2), visão geral do circuito (3), pneu (4), túnel (5), slalom (6) e barras paralelas (7).
1
Serviço Escola de Adestramento Olivier Soulier: Rua Maria Alice Ferraz, nº 1481 - Luciano Cavalcante. Telefones: 8899.4492/9908.5782
2
4
L ( Large ) Grande - para cães medindo de 43 cm na cernelha.
* Cernelha: Parte do animal onde se unem as espáduas; ombro.
pando junto, melhora a convivência dos dois, aumenta o carinho que o cão tem com o dono”, afirma Raimundo. Olivier explica que a frequência de treinos não precisa ser alta: “Se treinar duas vezes por semana, já tem um progresso muito rápido.” Um grande benefício dos treinos é trabalhar a liderança do dono em relação ao seu cachorro, deixando-o mais tranquilo e disciplinado, e, assim, melhorando a convivência doméstica. Para ambos, cão e dono, é uma ocupação da mente, queima calórica e diversão.
Conheça os obstáculos do circuito
3
M(medium) Médio - para cães medindo de 35 cm até menos de 43 cm na cernelha.
donos que deixam o cachorro para gastar energia, para praticar o play pet que a gente chama, a recreação. Esses animais depois de 3 ou 4 aulas, que já tem um controle, começam a praticar o agility, mas não com intuito competitivo. O mais comum é os donos afirmarem que não tem tempo para a prática com o cão, como conta Raimundo Neto: “Se o dono não tem tempo, a gente ensina ao cachorro do proprietário e daí de vez em quando ele vem e faz a aula.” Porém, é importante que o dono se interesse em praticar junto com o cachorro, já que essa atividade em conjunto é a maior vantagem do agility: “(O agility) melhora o relacionamento do cachorro com o dono. O cachorro tá brincando com o dono, tá partici-
6
7
5
5
AGOSTO/SETEMBRO DE 2012
Um grande negócio para os prefeitos [Futsal] No campeonato estadual desse ano, das oito melhores equipes, apenas uma representou a capital. Dos últimos setes campeões, seis eram do interior Lucas Oliveira
No último dia 18 de setembro, a equipe do Maracanã, de Maracanaú, sagrou-se campeã cearense de futsal, na categoria adulto masculino, após vencer nos pênaltis, o forte time de Alto Santo. Um prêmio para os prefeitos que mais investiram na formação de grandes equipes no esporte. Roberto Pessoa, prefeito de Maracanaú, desde 2009 investe na modalidade, mas somente agora conseguiu chegar nas finais. Adelmo Aquino, prefeito de Alto Santo, já conseguiu conquistar um vice-campeonato estadual em 2011 e ficou na segunda colocação do Campeonato do Nordeste desse ano. Porém o que mais esses e os outros prefeitos do interior objetivam é a publicidade relacionada aos municípios que sai praticamente de graça. Ao longo da temporada, a Federação Cearense de Futsal (FCFS) prepara competições que preencham todo o ano letivo das equipes (Campeonato Cearense, Intermunicipal, Copa Metropolitana são alguns exemplos). Com o calendário cheio, as Prefeituras, juntamente com empresários da região formam as equipes para representar os municípios. O investimento comercial é possível porque as competições têm cobertura pelas rádios do interior e da capital, de sites especializados da internet e com matérias e publicações no maior jornal do estado. Sem falar na cobertura ao vivo e em matérias do Campeonato Cearense por uma emissora de televisão. Outro ponto favorável do futsal no interior é a questão
Novidade ajuda a queimar gordura Para quem busca um corpo saudável e corre às léguas daquelas indesejáveis gordurinhas, o mercado fitness lança pelo menos dez novos equipamentos por ano que prometem fazer sucesso nas academias. Dentre elas estão o Kangoo – atividade que proporciona o fortalecimento da musculatura dos glúteos, da cocha e do abdômen além de auxiliar na drenagem linfática, diminuindo as celulites. O equipamento, prático e divertido, com a forma de “sapatos com molas”, pode ser usado por crianças de seis anos até idosos de 80 anos. Com eles é possível perder até 800 calorias em 45 minutos de exercício. Essa novidade, dentre outras no setor de fitness, saúde e bem-estar foi apresentada na 13ª edição da Feira Fitness Brasil, que aconteceu no último mês em São Paulo. O Kangoo já pode ser encontrada em algumas academias de Fortaleza. Vamos pular?!.
Conheça as Mochilas de Hidratação
Prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoas, ergue a taça com sua equipe Foto: Divulgação
da presença de público nos ginásios municipais. 20 praças foram utilizadas no certame estadual, todas registraram grandes públicos, chegando a ser registrado partidas com mais de 4 mil pessoas. Um Investimento público/privado que traz resultados imediatos Sabendo dessa forma de ganhar publicidade fácil, a equipe de Alto Santo fez um time com os melhores do campeonato cearense de 2011, mesma atitude do Maracanã, resultado: Os dois melhores times da competição chegaram na final desse ano, constituídos com os melhores jogadores do Estado.“ O campeonato de 2012 serviu para comprovar, mais uma vez, que as equipes do interior do Estado têm se destacado perante as equipes da Capital. Os times interioranos estão avançando com força técnica
no futsal cearense e nacional”, foi o que falou o jornalista e Presidente da Federação Cearense de Futsal, Sílvio Carlos. Queda da Capital Em 2012, das 14 equipes que disputaram a principal competição do Estado, 11 eram do interior e tiveram total apoio das prefeituras e de empresários ligados ao esporte. Apesar do maior campeão do futsal do brasileiro ainda ser o Sumov Atlético Clube, o principal time da capital nem se quer se classificou para a segunda fase. Um dos motivos principais é o pequeno investimento da Prefeitura de Fortaleza no time da Gentilândia. Quando o clube recebia verbas municipais maiores, chegou a ser referencia mundial ao se tornar bi-campeão Sul-Americano e Hexa-campeãoBrasileiro.
Do futsal para o futebol Sentindo o retorno imediato e os benefícios que o esporte pode trazer para o município, o prefeito de Alto Santo, agora, passou a investir no futebol de campo. Em alguns anos, a cidade do Vale do Jaguaribe vai ter um estádio inusitado e de referencia para a região. A prefeitura está construindo uma arena esportiva semelhante ao Coliseu de Roma. “Queríamos fazer algo diferente. Em uma troca de ideias
Sprint
com nosso arquiteto, decidimos construir o estádio no modelo do Coliseu. Este estádio servirá para o Vale do Jaguaribe, assim como para o Estado do Ceará”, Adelmo Aquino, prefeito de Alto Santo com mandato até 31 de dezembro de 2012 O estádio, que vai contar com a capacidade de 16 mil torcedores, já está com 60% das obras concluídas. O investimento de mais de R$ 1,5
milhão não tem data para ser entregue, pois a parte que falta depende de recursos do Governo Federal.
Para evitar a desidratação – maior inimiga de praticantes de esportes de longa duração, as mochilas de hidratação foram criadas para serem mais práticas em substituição às garrafinhas térmicas. A mochila de hidratação, com sua mangueirinha sempre à mão, facilita e estimula a ingestão de água durante os percurso longos (pedais ou corridas).Os modelos disponíveis no mercado possuem reservatório de 2 ou 3l para água e ainda permitem levar carteira, dinheiro, câmera e alimento. No mercado já existem vários modelos o atleta deve observar qual o modelo que atende suas necessidades antes de comprar.
Vamos praticar Kenjutsu? Kenjutsu é uma palavra japonesa composta dos ideogramas ken (espada) e jutsu (técnica) – arte de manusear espadas. A partir do Kenjutsu originou-se o Kendô, um esporte que é praticado com dois oponentes. Eles trocam golpes, vestem kendo-gu (armadura) e usam o shinai (equipamento feito de bambu). O esporte oriental já ganhou adeptos em Fortaleza. Entre os objetivos estão treinar a mente, corpo e cultivar o caráter pessoal pela pratica contínua. O Kendô é um esporte com regras, pontos e campeonatos, baseado na esgrima samurai e com técnicas adaptadas do complexo Kenjutsu aos tempos modernos. Na capital cearense o esporte vem ganhando espaço desde 2003, os atletas se reúnem sempre as terças, quintas e sábados no clube do vôlei no bairro Dionísio Torres.
Saiba mais sobre “Canelite” Quem pratica esporte provavelmente já sentiu aquela dorzinha chata na canela, clinicamente a canelite é uma inflamação no principal osso da canela, a tíbia, ou dos tendões e músculos da tíbia, e se não tratada deviamente pode causar uma fratura de stress. Segundo a médica ortopedista, especialista em medicina de pé e tornozelo, Ana Paula Simões, a canelite é uma lesão comum em atletas que praticam futebol, ténis, ciclismo, corrida e ginástica olímpica. As causas para desencadear essa lesão são diversas: falta de alongamento; calçados inadequados; impacto em superfícies muito rígidas; aumentos súbitos na intensidade do treinamento e duração, etc. Para livrar-se dela siga algumas dicas da ortopedista: faça alongamentos antes e depois da corrida; não aumente seu volume de treino drasticamente ou faça treinos de velocidade sem orientação; corra uma menor quilometragem; inclua corrida em piscina ou outra atividade física complementar; dê preferência a calçados de corrida flexíveis na parte frontal. E procure a orientação de um especialista. É isso ai, nos encontramos na próxima corrida!
6
AGOSTO/SETEMBRO DE 2012
Natação para bebês divide opiniões Muitas pessoas ainda veem a natação infantil como uma atividade perigosa e que pode ser um problema para a saúde dos pequenos Jordânia Caetano e João Bandeira
A prática da natação para bebês surgiu no Brasil nos anos 1980 e desde então várias academias adicionaram a atividade dentro dos cursos ofertados, aumentando a procura pela prática. Os bebês podem iniciar a natação a partir dos três meses, mas a idade apontada pelos especialistas como a mais aconselhável é aos seis meses, pois as principais vacinas já foram aplicadas (BCG, Tríplice DPT e Sabin). Esse início precoce favorece a aquisição de habilidades e de desenvolvimento motor. Muitos pais se enganam ao pensar que nessas aulas de natação o bebê aprenderá as modalidades do nado e praticará mergulhos. A professora de natação Tásia Pimentel, especializada em natação para bebês há 28 anos, afirma que esse aprendizado é gradual. “A troca afetiva entre o professor e o aluno é importante porque proporciona confiança e segurança”, ressalta Tásia. O bebê deve primeiro se adaptar ao novo ambiente e aos movimentos estimulados durante a aula. Fortalecimento da musculatura, equilíbrio, orientação espacial e prevenção de problemas posturais são apenas alguns dos benefícios que a
natação pode proporcionar aos pequenos, além de ser indicada para aqueles que possuem problemas respiratórios como asma ou bronquite. Ariane Tavares tem um ano e cinco meses e já pratica a natação há três meses. Animada, ela se diverte durante as aulas e não apresentou nenhum problema de adaptação. A mãe, Liliane Tavares, já conhecia a atividade e também os benefícios que poderiam ser proporcionados à Ariane. Iniciou suas buscas por academias que oferecessem o serviço, analisando a organização interna, a higiene, os professores e também a didática da aula. Além de criar resistência a doenças comuns para sua idade, a mãe percebeu que Ariane melhorou seu apetite, sono, equilíbrio e a socialização. Tásia Pimentel destaca que a socialização proporcionada pela natação para bebês será benéfica quando eles forem introduzidos no meio social, como em creches e escolas. Riscos x Benefícios Apesar dos grandes benefícios apontados, há quem acredite que os riscos podem ser maiores. É o caso do Ministério da Saúde da Bélgica, que apontou que crianças menores de um ano de idade não teriam benefícios reais. Segundo os estudos realizados, a imaturidade pulmonar deixaria os bebês mais expostos a micro-organismos, aumentando o risco de infecções, originando dermatites (inflamação das camadas su-
Ariane e a professora Tásia Pimentel mostram sintonia durante as aulas. Foto: Jordânia Caetano
Liliane Tavares
Ariane nunca ficou doente desde que iniciou a atividade e seu pediatra foi totalmente favorável. Funcionária Pública
Heloísa Sampaio
A criança não deve passar mais de meia hora em contato com a água da piscina. Pediatra
perficiais da pele, provocando bolhas, vermelhidão, inflamação, escamação e coceira) e também otites (infecções que ocorrem no ouvido). A professora dá dicas para que gripes ou problemas mais garves sejam evitados. As mães devem agasalhar bem seus filhos após a aula, trocar a roupa molhada, secar bem
o cabelo e limpar o ouvido apenas externamente. “Muitas mães acabam levando seus filhos para o carro com ar-condicionado, com roupa molhada, touca e isso prejudica, pois são ambientes com temperaturas diferentes, que podem ocasionar resfriados ou problemas maiores”, alerta Tásia. Diversão e saúde A aula dura em média 30 minutos e durante o período as crianças se divertem com brinquedos interativos e que estimulam o aprendizado. Além disso, músicas animam o tempo que as crianças passam dentro da piscina. Os pais assistem ansiosos e alegres do lado de fora, vibrando a cada evolução dos filhos durante as aulas. Outra preocupação dos especialistas é para os cuidados com o tratamento da água, que deve ter uma limpeza diária, temperatura, cloro e pH adequados para que a prática das atividades pelas crianças seja feita de forma correta.
Mercado segue demandas das academias Seguindo a tendência de um mercado em expansão para o cuidado com a natação voltado para bebês, várias academias da Capital investiram e capacitaram seus profissionais para trabalharem com crianças de zero a três anos. Esse novo mercado que se abre para profissionais de Educação Física, fez com que o estudante do 5º semestre de Educação Física da Universidade de Fortaleza (Unifor), Daniel Amorim, procurasse um curso voltado especificamente para natação infantil. “Fui
alertado por professores que esse seria um ramo em expansão na minha profissão. (Além de trabalhar diretamente com crianças). Fiz um curso, consegui um estágio na área e estou vendo essa experiência como uma boa chance de explorar esse mercado. Quando me formar quero me especializar mais ainda”, destaca Amorim. Os cursos tem duração de dois dias e nele, estudantes e profissionais assistem aulas teóricas e práticas, e aprendem como se deve pegar as crianças, quais exercícios e
brincadeiras podem ser feitas, além do alerta para os riscos durante as aulas. Os cursos ofertados variam de noções básicas a uma capacitação mais detalhada sobre a prática. Segundo Levy Rabay, instrutor de cursos, o mercado está exigindo profissionais cada vez mais capacitados e que tenham responsabilidade sobre a atividade que estão desenvolvendo. “Buscamos aprimorar o profissional e condicioná-los para as noções básicas e importantes da prática”, enfatiza Rabay.
Aulas interativas estimulam crianças para a prática de esportes, facilitando um futuro convívio social. Fotos: jordânia caetano
Serviço
Raia 4 Escola de Nataçã Rua Marcelo Gentil Porto, 141 Eng. Luciano Cavalcante (85) 3273.2927
Espaço Harmônico Av. Expedicionários, 4779 Montese (85) 3491.7195
Wet Fitness Daniel Amorim apostou desde cedo no novo segmento de mercado e quer se especializar após o fim do curso. Foto: ARQUIVO PESSOAL
Rua Monsenhor Otávio de Castro, 208 Bairro de Fátima (85) 3253.0363
7
AGOSTO/SETEMBRO DE 2012
Boliche volta a ser praticado O boliche volta à cena de Fortaleza como opção de lazer. Mas fazer um strike é também o objetivo de atletas que encaram o jogo profissionalmente.
Carol Macêdo
Depois de um período sem nenhuma pista de boliche, Fortaleza passou a ter nos últimos anos pelo menos quatro estabelecimentos que oferecem a prática. Situadas em shoppings da cidade, os boliches atraem de crianças a adultos como opção de lazer e entretenimento. Mas o boliche não é só um passatempo. Com Confederação associada ao Comitê Olímpico Brasileiro, o boliche é reconhecido como modalidade desportiva pelo Conselho Nacional de Desporto (CND), desde 1980, e faz parte dos Jogos Panamericanos desde 1991. Uma das vantagens da prática esportiva do boliche é o fato de não haver limites de idade ou peso. Como qualquer outro esporte, o boliche possui campeonatos e ranking nacional elaborado pela Confederação Brasileira de Boliche (CBBol), de onde são selecionados os atletas que compõem a seleção brasileira. De acordo com informa-
Serviço Aldeota Bowling Quando: 11h30até o último cliente, diariamente. Quanto: R$ 50,00 a R$ 70,00/hora Onde: shopping Aldeota - Av. Dom Luís, 500. Tel: (85)3181.3608
DIVERSÃO João Victor, 11, e amigos. O boliche é a escolha das famílias para o lazer aos fins de semana Foto: Arquivo Pessoal
ções de 2005, fornecidas pela CBBol, existem no mundo cerca de 220 mil pistas de boliche e calcula-se que existam cerca de 130 milhões de praticantes em mais de 90 países. No Brasil, os números ficam em 200 centros de boliche, com algo em torno de duas mil pistas, das quais um terço estão localizadas em São Paulo. Levando-se em conta o cálculo para a média de jogadores utilizada internacionalmente – a
de 600 praticantes por pista, estima-se que existam cerca de 1.200.000 praticantes no país. Em Fortaleza, o boliche voltou a fazer parte da agenda com a inauguração do Via Bowling, em julho de 2009. O lugar veio tapar um buraco de décadas, em que Fortaleza não possuía mais nenhuma pista oficial para a prática do esporte. O público principal dos
O boliche pode ter vindo do Egito São muitas as possibilidades apontadas para o nascimento do boliche que vão, desde escavações descobertas no Egito – que datam da dinastia grega de Ptolomeus (332 a.C. - 30d.C.) - passando por lendas um tanto quanto macabras sobre guerrilheiros de tribos antigas que se divertiam com os crânios e ossos das coxas dos inimigos, até chegar a versão moderna. Esta última indica que o boliche nasceu na Alemanha, por volta do século III ou IV. Praticado com conotação religiosa por fiéis que, desejando livrar-se dos pecados, jogavam pedras em direção a nove pinos colocados em forma de losango. Quem conseguisse derrubar, tinha os pecados perdoados. A versão de nove pinos ainda é praticada, principalmente na Europa. Mas é a versão americana, que utiliza dez pinos (ten-pin) dispostos em forma de triângulo, a que mais conhecemos. E é também nos Estados Unidos que o esporte tem suas regras desenvolvidas e aperfeiçoadas até culminar com a fundação da Federação Internacional de Boliche (FIQ), entidade máxima do esporte no mundo. Apesar de reconhecido como esporte pelo Comitê
cobrados: “não é tão barato, mas dá para juntar quatro pessoas e dividir os custos do aluguel, mas tem que ficar atento na escolha do horário para não pegar filas grandes”, complementou. Outra opção de pista em Fortaleza está no Shopping Aldeota. O Aldeota Bowling foi inaugurado em abril de 2012 e é o maior centro de boliche da cidade, com dez pistas disponíveis.
boliches locais é formado por crianças e adolescentes. A demanda aumenta nos fins de semana, causando filas de espera. Os centros são uma das escolhas para Bianca Felippsen, mãe de João Vítor, de 11 anos, se divertor com a família. “O boliche é uma ótima opção para reunir os amigos, eles gastam as energias em um ambiente seguro e divertido”, disse Bianca. A única reclamação é em relação aos preços
Via Bowling Quando: 10h às 24h, diariamente Quanto: R$ 50,00 a R$ 70,00/hora Onde: shopping Via Sul - Av. Washington Soares, 4335. Tel: (85)3023.0818
Para fazer muitos strikes
1
Reconheça a distância que será percorrida;
2
Utilize a mão que está livre para deixar o arremesso o mais equilibrado possível;
3
O polegar da mão que segura a bola é quem determina a direção da jogada. Assim, tente apontá-lo para o pino do meio;
DEMOCRÁTICO Peso e idade não influenciam a prática do esporte Foto: Arquivo Pessoal
cional de Desportos (CND) reconheceu, em 1980, o boliche como modalidade desportiva a ser dirigida por entidade competente, no caso, a Confederação Brasileira de Boliche (CBBol), que congrega oito federações estaduais do esporte - o Ceará não está incluído, ainda.
North Bowling Center Quando: 11h às 22h (seg à qui), 11h às 23h (sex e sab), 12h às 23h (domingos e feriados) Quanto: R$ 50,00 a R$ 70,00 Onde: North Shopping - Av. Bezerra de Meneses, 2450. Mais informações: (85)3287-5959
Saiba mais...
O objetivo do jogo é simples: derrubar o maior número de pinos possível. Quem consegue a proeza de colocar os dez no chão em uma só jogada, marca o strike, se forem necessárias as duas jogadas consecutivas, a pontuação é chamada de spare. No final, ganha quem somar mais pontos. Parece fácil, certo? Mas o boliche tem seus macetes. O Fôlego separou algumas dicas para ajudar você que quer se iniciar no esporte ou melhorar os resultados nos jogos com os amigos.
Olímpico Internacional (COI), o boliche fez parte dos Jogos Olímpicos apenas na edição de 1988, realizados em Seul, na Coréia do Sul. A participação foi feita na condição de esporte exibição. Por outro lado, o esporte faz parte dos Jogos americanos desde 1991. No Brasil, o Conselho Na-
Bowling Café Quando: 11h às 24h, diariamente Quanto: R$ 60,00/hora Onde: Pátio Dom Luís - Av. Dom Luís, 1200. Tel: (85)4011.6333
4
O movimento do braço deve simular o movimento feito por um pêndulo;
5
Não dobre o cotovelo na hora do arremesso;
6
Não é necessário empurrar ou jogar a bola. Solte-a para
que ela saia deslizando pela pista; 7
Já faz tudo isso com segurança? Que tal se aventurar no esporte como um profissional? Um sapato específico custa em torno de 300 dólares. A bola também pode ser feita sob medida, levando em conta o tamanho da mão e a distância entre os dedos do jogador e seu peso corporal.
Na medida Mesmo localizadas em shoppings centers, as pistas de boliches atendem às medidas oficiais do American Bowling Congress (ABC): 19,17m para a pista e si e 4,61m para o approach (a área em que o jogador dá a “corridinha” antes do arremesso).
8
AGOSTO/SETEMBRO DE 2012
Ensaio
1
2
3
5 4 O PARQUE DESPORTIVO da Universidade de Fortaleza conta com estrutura, equipamentos e instalações moderníssimas, e é o ponto de encontro de jovens talentos do esporte cearense. Aqui, diariamente, atletas de diversas modalidades recebem orientações especializadas, realizam seus treinos e lapidam suas habilidades. Fotos: Luís Barbosa (3,4), Melissa Marinho (5) e Camila Almeida (1 e 2) Caderno Fôlego - Fundação Edson Queiroz - Universidade de Fortaleza - Diretor do Centro de Ciências Humanas: Prof. Carlos Bittencourt - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Wagner Borges - Professora orientadora: Janayde Gonçalves- Projeto Gráfico: Prof. Eduardo Freire - Diagramação: Aldeci Tomaz, Clara Magalhães e Bruna Feijó - Edição: Giselle Nuaz, Gizela Farias e Priscila Baima- Redação: Camila Bibia, Carol Macêdo,Francisco Camelo, Guilherme Custódio, Jefferson Passos, João Bandeira, Jordânia Caetano, Juliana Abrantes, Lia Sequeira, Lucas Catrib, Lucas Oliveira e Mariana Paula - Coordenação de Fotografia - Júlio Alcântara -Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor - Tiragem: 750 exemplares
Sugestões, comentários e críticas: jornalsobpressao@gmail.com (85) 3477.3105