O aplicativo Just Dance Now vem ganhando um grande número de adeptos desde o seu lançamento Foto: Felipe Toscano
SOB
PRESSÃO
FÔLEGO JORNAL LABORATORIAL DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA NOVEMBRO DE 2014 // Nº 33
Jogos eletrônicos estimulam a prática de exercícios físicos
FISICULTURISMO
Com o crescimento no número de adeptos, entenda como funciona essa prática e suas competições P. 2
Com o avanço da tecnologia, a vida saudável encontra meios não convencionais de ser parte do cotidiano das pessoas David Nogueira, Gustavo Nery e Matheus Facundo
De acordo com um estudo divulgado em 2012, na revista científica Lancet, publicação médica, a obesidade e o sedentarismo vêm crescendo de forma desordenada, com o número de obesos alcançando o dobro nas últimas três décadas. Em uma tentativa descontraída de diminuir essas ocorrências, os jogos eletrônicos, que, no passado, eram os principais causadores do sedentarismo, foram adaptados com o desenvolvimento de plataformas como Kinect, Move e Wii. Dessa forma, são promovidos a interação e o movimento por meio de sensores digitais, permitindo aos usuários praticar exercícios de forma divertida e voltada ao entretenimento. Um jogo que vem se sobressaindo nesse âmbito é o Just Dance, em que o jogador imita os movimentos de uma coreografia virtual, movendo, assim, todos os membros do corpo. O game eletrônico foi lançado em 2009 e, desde
então, o número de adeptos cresce cada vez mais, ocasionando até mesmo competições em nível local e mundial. Além do modo comum de execução, o simulador de dança estimula mais ainda a prática de exercícios físicos por meio da função Just Sweat. Esse recurso possui uma interface especialmente desenvolvida para fins de emagrecimento, com contador de calorias e cronômetro. “O que me motivava na academia era a música que tocava no meu iPod. O Just Dance, por aliar essas duas coisas, a música e o exercício, faz dele um jogo espetacular”, conta a estudante de engenharia química Camila Sousa. Pesquisas realizadas em 2011 pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia indicam que, de fato, o uso frequente e adequado de jogos com sensor de movimento pode auxiliar na busca de uma vida saudável. Embora não substituam alimentação regrada e nem exercícios convencionais, jogos como Just Dance podem
ser grandes promotores de saúde. Para a terapeuta ocupacional e mestranda em Saúde Coletiva, Cintia Castelo Branco, é de extrema importância a atividade física acompanhada por um profissional, pois é mais segura e tem fundamentação. “Acredito que esses jogos com sensores sejam benéficos e favoráveis à saúde quando comparados a outros jogos. Porém, a atividade fora de casa deve continuar sendo feita”, explica a terapeuta. Novidades no mercado Seguindo a mesma linha inovadora das versões anteriores, a empresa de jogos eletrônicos Ubisoft desenvolveu a versão 2015 de Just Dance, que conta com a inserção da Community Remix, uma nova função que permite aos jogadores aparecer na tela, em vez dos característicos bonecos programados. Além da nova versão, a programadora do jogo lançou o aplicativo para dispositivos móveis Just Dance Now. Com tecnologia inovadora, o app permite aos jogadores utilizar tablets ou smartphones como controles que, conectados a uma tela central por meio de uma rede wifi, captam movimentos dos usuários, criando uma experiência prática e possibilitando a inserção de um número ilimitado de jogadores.
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Fisiculturismo: o esporte dos músculos Apesar de possuir uma Federação Internacional, o fisiculturismo não é considerado oficialmente um esporte. Entretanto, sua expansão é crescente, devido à difusão da prática por atletas profissionais e amadores em suas redes sociais
Victor Lima
É através da musculação que os atletas de fisiculturismo buscam um corpo perfeito, ou melhor, uma boa definição acompanhada de uma simetria muscular. Na preparação para os campeonatos, os competidores muitas vezes passam do limite do corpo através de dietas rigorosas e exaustivos treinos. O fisiculturismo, que também é chamado de culturismo, tem como principal objetivo alcançar a melhor formação muscular, utilizando, para este fim, pesos, halteres e máquinas. Todavia, para conseguir bons resultados, só um treinamento qualificado não é suficiente, é preciso ter uma excelente alimentação e pelo menos oito horas de sono por dia. Manter uma alimentação saudável, entretanto, necessita de muito comprometimento, sendo, muitas vezes, um obstáculo na carreira dos que almejam ser atletas: “Tudo começou quando eu tinha 12 anos, eu era um adolescente com péssimos hábitos alimentares e estava acima do peso, resolvi então ir a um nutricionista esportivo e mudei meus hábitos rotineiros”, conta Darwin Rodrigues, vice-campeão cearense da Federação Brasileira de Fisiculturismo. De acordo com o nutricionista esportivo Ray Milet, formado em Educação Física pela Universidade Federal do Ceará e professor de musculação, a alimentação dos fisiculturistas deve conter quantidades adequadas de proteína, gordura, carboidratos,
vitaminas, minerais e água. “Não existem alimentos que não ajudem na hipertrofia [crescimento da massa muscular], todos eles têm uma ligação direta ou indireta, cabe ao praticante dosar o que é melhor ao seu objetivo”, afirma Milet. Segundo ele, o trabalho de hipertrofia é uma tríade: dieta, treino intenso e descanso. Não adianta focar demais em um e esquecer do outro, todos devem ter a mesma importância. “Sem treino não há estímulo para hipertrofia, sem dieta não há substrato energético necessário para o crescimento muscular e, sem descanso, não há recuperação devida”, esclarece. Já para os atletas profissionais, Milet diz que as dietas possuem algumas restrições, dependendo da categoria em que eles se encontram. Caso busquem uma classe em que o volume muscular é algo relevante, dietas extremamente hipercalóricas são essenciais em alguns períodos. Por outro lado, nas categorias femininas deve-se ter uma cautela maior com a quantidade de carboidratos e gorduras, sem deixar de lado a individualidade biológica de cada um. Segundo Rodrigues, no Brasil, há muita dificuldade para os atletas que não possuem patrocínio devido aos altos preços dos alimentos. Ele ainda afirma que é preciso ter muita motivação e determinação no preparo para os campeonatos. “A preparação é bem intensa, reduzimos o carboidrato na dieta, aumentamos a intensidade dos treinos e dos exercícios aeróbios, tudo
isso visando a máxima perda de gordura e manutenção da massa muscular”, revela. Competições e títulos Os campeonatos mundiais são organizados pela Federação Internacional de Bodybuilders (da sigla em inglês IFBB). Fundada em 1946, ela divide os atletas entre amadores e profissionais. O Mr. Olympia é a principal competição mundial organizada pelo grupo. Entre os maiores campeões estão os estadunidenses Lee Haney e Ronnie Coleman, com oito títulos cada, o austro-americano Arnold Schwarzenegger, com sete títulos, e o britânico Dorian Yates, com seis. Há também outros campeonatos mundias renomados, como o Arnold Classic e o Campeonato Mundial de Fisiculturismo. Os critérios usados nos campeonatos de fisiculturismo são: volume, simetria, proporção, definição muscular e desempenho do atleta nas etapas de exibição. As categorias masculinas são: Fisiculturismo Júnior, Sênior, Master, Clássico, Men’s Physique e Fitness Coreográfico. Em alguns campeonatos femininos os critérios de divisão são por peso e altura, sendo distribuídos em cinco categorias: Bikine, Wellness, Women’s Physique, Culturismo e Fitness Coreográfico. Mulheres fisiculturistas Jéssica Freitas está na preparação para estrear em campeonatos de fisiculturismo. Foto: Levi Nogueira
Apesar do primeiro campeonato de fisiculturismo feminino ter acontecido há 35 anos, o preconceito no esporte ainda
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o uso de esteroides e anabolizantes. Para Milet, é comum o uso de anabolizantes por atletas profissionais que desejam deixar seus corpos musculosos em um curto período de tempo, mas também é possível trabalhar o corpo sem fazer uso deles: “É extremamente possível chegar no objetivo sem o uso dessas drogas. Levamos em consideração qual a categoria que ela deseja, depois verificamos as características biológicas: peso, altura, idade, percentual de gordura e taxa metabólica de calorias. Então definimos qual a melhor estratégia para ela alcançar o melhor resultado possível”, explica. Jéssica Freitas, 18, está atualmente se preparando para estrear em campeonatos, e afirma que o preconceito sempre vai existir. “Quando você faz o que gosta e começa a ver os resultados, você se apaixona. Recentemente fui a uma consulta médica e a doutora falou: ‘músculo é para homens’. Senti-me desconfortável, mas não me importo, amo meu esporte”, garante. Ela, que pratica musculação há dois anos, viu nas redes sociais a motivação que precisava. Fisiculturismo na internet
À esquerda, Darwin Rodrigues, atleta IFBB-CE vice campeão na categoria MensPhysique. Foto: Acervo pessoal
é evidente. Algumas mulheres buscam, na musculação, uma maneira de definir o corpo, perder peso, ou simplesmente manter uma vida saudável. Por outro lado, algumas levam o esporte tão a sério que mudam as formas naturais do corpo. Em páginas do Facebook de atletas femininas é comum encontrar comentários que denigrem suas imagens, como se fosse impossível chegar naquele corpo sem
Um dos meios através do qual tem se propagado a musculação é a internet. Os blogs de musculação e as redes sociais acabam influenciando várias pessoas à prática. Jéssica afirma ter encontrado nas redes sociais dos atletas de fisiculturismo a grande motivação para seus treinamentos. “Eu sempre olhava no Instagram aquelas mulheres com músculos, que postavam dicas de alimentação e treino, olhava para mim e me via magrinha. Resolvi então começar a treinar. No começo não levava muito a sério, mas depois que vi resultados, me apaixonei”, conta.
Saiba mais
O que é “bomba” ? Os Esteroides Androgênicos Anabólicos (EAA), mais conhecidos como anabolizantes ou bombas, cujo material sintético é a testosterona, são utilizados no tratamento de algumas doenças. Todavia, a maior parte dos usuários os utilizam com o objetivo de reduzir a gordura corporal, aumentar a força física ou a massa muscular. A testosterona é um hormônio responsável por muitas características que diferenciam os homens das mulheres, atuando, assim, em dois efeitos: anabólico e androgênico. Segundo dados do Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), o efeito anabólico contribui para o crescimento dos músculos, já o efeito androgênico influência nas características sexuais masculinas, que, além de
mudanças na voz, pode ocasionar o crescimento dos pêlos e dos órgãos genitais. De acordo com o nutricionista Ray Milet, o uso indevido dessas drogas pode acarretar inúmeros problemas. No caso dos homens, problemas comuns são redução da produção de esperma, impotência sexual, dificuldade ou dor em urinar, calvície e crescimento irreversível das mamas. Em mulheres são relatados aparecimento de características masculinas, como engrossamento da voz, crescimento excessivo de pêlos no rosto, além da perda de cabelo e diminuição dos seios. Ainda são encontrados pessoas com casos de AVC, paradas respiratórias, contaminação com o vírus HIV e hepatites B e C, devido ao uso irregular por via injetável.
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Sprint
Gabriel Borges Estudante de jornalismo
Mundial de Surfe Pela primeira vez, o Brasil pode ter um campeão mundial de surfe. Gabriel Medina, 20, chega à final do campeonato em primeiro lugar e com grande chance de ser o vencedor do Circuito Mundial de Surfe (WTC). A penúltima etapa, que aconteceu dia 19/10 em Peniche, Portugal, teve como vencedor o australiano Mick Fanning. A última etapa do torneio está agendada para acontecer entre 8 e 20 de dezembro, no Havaí.
NBB A temporada 2014/2015 do Novo Basquete Brasil promete bons jogos em solos brasileiros para os admiradores de basquete. A competição teve seu início no final de outubro com o jogo que marcou o reencontro dos últimos finalistas, Paulistano x Flamengo. 16 times estão na disputa do título nacional, entre eles um representante local, o Basquete Cearense. Na última edição do torneio, a equipe do Flamengo tornou-se tricampeã, e mais uma vez chega como uma das favoritas ao título.
Copa do Nordeste A tabela da Copa do Nordeste 2015 já foi divulgada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Logo de cara, teremos o maior clássico do nosso futebol: Ceará e Fortaleza se enfrentam no dia 4 de fevereiro, jogo válido pela primeira rodada do campeonato. Em 2015, a competição contará com um número maior de participantes, incluindo clubes do Piauí e Maranhão. Com isso, o torneio passa de 16 para 20 equipes.
Stock Car As mudanças introduzidas no regulamento em 2014 serão mantidas para a temporada 2015. O formato com rodadas duplas ao longo do campeonato e corrida de duplas na etapa inicial foram aprovadas por pilotos e torcedores. O campeonato de 2015 terá seu início no dia 22 de março, e será finalizado em dezembro. A corrida do milhão, uma das mais aguardadas pelo público, será disputada na metade do torneio.
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42 km em solo argentino
Ismael Alves e Eliana Bandeira preparando-se para futuras competições. Foto: Debora Tomasi
Corridas que vão muito além das ruas O mercado de corridas de rua tem crescido nos últimos anos e é cada vez maior o número de empresas interessadas em realizar esse tipo de evento Gabriel Borges
No Brasil inteiro é notório o quanto essa prática vem contagiando as pessoas. Em Fortaleza não é diferente. O crescimento do movimento está diretamente ligado à chamada “geração saúde”. A difusão da corrida acompanha um crescimento geral no âmbito esportivo no Brasil. De acordo com um estudo feito pela Pluri Consultoria, especializada em analisar o mercado, o setor cresceu 7,1% ao ano entre 2007 e 2011, e hoje representa 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A última pesquisa mais completa sobre o setor foi realizada em 2009, pela Fundação Instituto de Adminis-
tração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), a pedido da Corpore, maior organizadora de corridas de rua do país. Por mais que se admita que muita coisa já evoluiu nos últimos cinco anos, o levantamento chegou à conclusão de que, na época, o Brasil tinha cerca de quatro milhões de corredores, que movimentam um mercado de R$ 3 bilhões. De acordo com os dados do estudo, cada prova no Brasil movimenta entre 1,5 e 6 milhões de reais. Os valores ainda são baixos se compararmos com os maiores eventos do mundo. A maratona de Nova York, por exemplo, movimenta cerca de R$ 360 milhões, com a quantia em ascensão.
A corrida de rua Iguatemi é uma das maiores em número de inscritos que acontecem na cidade de Fortaleza. Em 2014, o evento chegou a sua oitava edição e, nesse ano, contou com a participação de 3.500 inscritos. Logo, a quantidade de verba que cerca o evento também é bastante elevada. Só com os valores das inscrições, a empresa pôde arrecadar cerca de $150 mil reais. A premiação para os atletas chega aos $17.800 reais, que são distribuídos entre os três primeiros de cada categoria. Segundo o assessor de imprensa do Iguatemi, Guto Castro, a corrida tem por objetivo gerar um marketing social. “Para a empresa, a corrida é uma forma de se relacionar com o público”, explica.
Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor) Fundação Edson Queiroz - Diretora do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão: Profa. Maria Clara Bugarim - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Wagner Borges - Professor orientador: Alejandro Sepúlveda - Projeto gráfico: Camille Vianna Diagramação: Aldeci Tomaz e Lucy Anna Latorre - Edição: Giovânia de Alencar e Gustavo Nery - Redação: David Nogueira, Gabriel Borges, Gustavo Nery, Matheus Facundo e Victor Lima Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor - Tiragem: 750 exemplares
Na busca por uma atividade de lazer que proporcionasse saúde, Ananias Ribeiro ingreçou no ramo das corridas em 2004. “Nas minhas primeiras provas de 5 km, eu ainda era muito amador, a preparação de um mês já bastava. Corria sozinho, sem instrução de profissionais”. Hoje, ele reconhece que essa falta de cuidado inicial lhe custou caro e deixa a dica para aqueles que desejam começar a correr. “No início, quando corria 5 km com o tênis errado tive uma lesão irreversível na canela que até hoje sofro com as dores. Melhora, mas não sara. Por isso a importância de procurar os profissionais desde o início”. Nesses dez anos, já foram mais de 90 corridas disputadas, a mais importante foi em 2013, quando conseguiu correr sua primeira maratona (42 km) na Argentina. “Fui comemorar meu aniversário de 33 anos lá em, Buenos Aires. Chorei muito na chegada. Você realiza um sonho de criança, correr os 42 km.” Ribeiro define as corridas de rua como um estilo de vida e admite que ficar sem correr lhe deixa um pouco desanimado. Para ele, o mais importante é o espírito do esporte e a mudança de atitude, as parafernálias são apenas opcionais.
Infográfico Saiba quanto custa o preço médio de acessórios para correr: