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INTERCOM
FORTALEZA, CEARÁ SeXta-FeIra, 7 de SeteMBro 2012
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
INTERCOM
Intercom recebe Roberto Da Matta Débora Queirós
ninguém melhor do que roberto da Matta para falar sobre a importância do futebol para a identidade brasileira. em um auditório lotado, o antropólogo salientou o tema “a internacionalização do esporte.” em seu livro “universo do Futebol”, lançado em 1982, e hoje considerado um clássico, da Matta aborda o esporte como um fator social; agente importantíssimo para a construção cultural do país. Nessas perspectivas, a Copa
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Iracema de Alencar
do Mundo não é vista somente como um importante evento esportivo internacional, mas também como uma oportunidade de agregar pessoas e reforçar a identidade brasileira. aos 76 anos, o antropólogo, colunista, produtor e consultor diz ainda não estar satisfeito com o sucesso que conseguiu com seus títulos já publicados. “Não acho que tirei primeiro lugar ainda, quero escrever livros”.
Conferência encerra o 35a Cecom
Vai pra onde?
Valeska Ponce
Conheça o Centro!
Linha: Edson Queiroz/Centro (816)
O professor Hans Ulrich Gumbrecht fala sobre a estética no futebol
Comissão Cultural organiza encerramento do Congresso
Museu do Ceará: Rua São Paulo N° 51 Salão das Ilusões: Rua Coronel Ferraz (antiga rua da misericórdia) N° 80, próximo à Santa Casa de Misericordia Casa Juvenal Galeno (memorial): Rua General Sampaio N°1128 Sobrado José Lourenço (museu): Rua Major Facundo N° 154 Catedral da Sé Rua Sobral N° 1
Débora Queirós
Grupo Verona é uma das atrações do Festival Zuada
a Conferência de encerramento do XXXV Cecom, teve como conferencista o professor de Literatura Hans ulrich Gumbrecht, da universidade de Standford, nos estados unidos. utilizando-se de algumas experiências próprias, o congressista colocou o papel do torcedor no esporte, trazendo uma perspectiva filosófica em sua abordagem. Perguntada sobre a opinião acerca da conferência, a congres-
sista Letícia Matheus, professora de jornalismo da universidade do Rio de janeiro (ueRj), destacou sua importância. “o professor Gumbrecht trouxe uma fundamentação teórica importante para os estudos sobre esporte, retratando a perspectiva da fenomenologia para tratar o esporte de uma maneira mais ampla, inclusive pensando os processos comunicacionais que atravessam o esporte”, colocou.
Oportunidades de intercâmbio na Alemanha Na manhã de quinta-feira (6), foi realizada, no auditório da biblioteca da unifor, uma palestra sobre possibilidades de pesquisa em comunicação na alemanha. o foco da palestra foi mostrar as estratégias de internacionalização das universidades por meio de programas. um dos programas citados foi o daad que oferece bolsas de estudo e fomenta a cooperação acadêmica e científica. a convidada ute Hermanns, coordenadora da Casa de Cultu-
ra alemã da universidade Federal do Ceará (uFC), explicou sobre o daad, “é um serviço de intercâmbio acadêmico sem fins lucrativos. Seu papel é ofertar bolsas para estrangeiros e alemães.” ute mostrou também que é possível viver na alemanha com um baixo custo de vida e ainda se divertir. “o sul da alemanha possui um baixo custo de vida, tem descontos em cinema, museus e espetáculos, tornando a vida social intensa.”
bandas independentes de Fortaleza ganham destaque no último dia do Intercom 2012. as bandas se apresentarão para os congressistas do evento, divulgando o cenário da música no Ceará Vitória Matos
a
contece hoje, dia 7 de setembro, das 11 às 17h, no bloco N, o Festival Zuada. o evento reúne várias bandas independentes do cenário musical de Fortaleza e marcará o encerramento da 35ª edição do Congresso Nacional da Sociedade de estudos Interdisciplinares de Comunicação (Intercom). a ideia partiu da comissão cultural, que é formada por alunos e professores da universidade, comissão essa que já realizou apresentações de dança, teatro, exposições de artes visuais, feira de cordéis e flashmobs. o congresso esse ano é realizado na capital cearense, tendo como sede a universidade de Fortaleza (unifor).
a professora e coordenadora da comissão responsável, janayde Gonçalves, comenta sobre o evento. “Toda universidade precisa realizar eventos de extensão. um evento como esse é público. Qualquer pessoa pode participar. o evento começa pela manhã, detalhe que já o torna diferenciado, e acontece em um ambiente agradável, que propicia a interação entre os participantes. as bandas autorais precisam de visibilidade, e nada melhor que um congresso de comunicação, que está repleto de comunicadores, ou seja, formadores de opinião, para dar esse destaque aos grupos. Isabelle bedê, que é estudante do curso de jornalismo e integra a comissão cultural do evento,
fala um pouco sobre o objetivo do festival. “Quando a janayde, que é organizadora da comissão, falou que as bandas só iriam poder se apresentar em um dia, a gente ficou feliz ao saber que o evento será no dia 7 de setembro, e como é o dia da Independência, resolvemos criar um festival para bandas independentes, fazendo essa ligação entre o dia e as bandas”. a estudante comenta também sobre as expectativas a respeito do evento. “a gente espera que todo mundo se divirta, conheça bandas novas, valorize o que é do estado. Queremos interação, arte e alegria. Torcemos pra que dê tudo certo, e pra que as pessoas possam curtir o festival da melhor forma possível”. o Zuada vai passear pelos mais variados estilos. do rock nacional alternativo da banda Verona, aos suaves arranjos do coletivo Comparsas da Vivenda, que costumam misturar sua música com
expressões teatrais e poéticas. os artistas que irão se apresentar no festival já possuem uma trajetória na cena estadual e aos poucos estão caindo no gosto do público nacional. Caio Castelo, que é integrante do Comparsas da Vivenda, comenta sobre a participação do coletivo no festival. “o show vai ser muito legal. a galera vai ter a chance de conhecer e curtir a música. esse evento é uma oportunidade pra divulgar nosso trabalho. Recomendo que todos venham para fazer do festival algo bem bacana”.
outras atrações como, Realejo Viramundo, astronauta Marinho, Marte ataca, Vatz, dystonia e Miguel Cordeiro, completarão o dia de espetáculos. o festival é uma boa oportunidade para as pessoas conhecerem novas expressões da música, de bons artistas dentro da cidade de Fortaleza. entre palestras, simpósios, grupos de pesquisa, trabalhos científicos e discussões envolvendo a área comunicacional, os 2,7 mil participantes poderão aproveitar e se divertir na última noite do Intercom deste ano, com a musicalidade dos anfitriões do congresso.
Comparsas da Vivenda tocam MPB no último dia do Intercom
Meus queridos, o Intercom 2012 está chegando ao fim. Não tenho dúvidas de que eventos como esse mudam algo na vida de quem participa. as trocas de experiências, conhecimento, livros, telefones e coisinhas na Feira de escambo, sem dúvidas, fizeram o congresso ser inesquecível para mim. ainda mais importante que isso, o que fica mesmo, são as lembranças de todas as pessoas incríveis que passaram por aqui. de alguma forma, cada um de vocês deixou um tiquinho de si e de suas terrinhas conosco. espero também que a gente tenha despertado em vocês a verdadeira essência de ser cearense e, que quando pensarem no Intercom 2012, lembrem-se dos elementos que compõe nossas belas paisagens e que serviram de inspiração para a cara do evento. e agora que vocês estão voltando para os seus aconchegos, trazendo na mala bastante saudade, queremos dedicar o nosso sorriso sincero e o nosso abraço para aliviar esse cansaço e toda essa nossa vontade de viver o Intercom outra vez.
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
FORTALEZA, CEARÁ SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO 2012
budejado
Batendo retrato
“Sempre aparece alguém, principalmente no on-line, que não consegue entender direito o humor que carregamos no texto. O leitor de internet mal lê e já vai descendo a lenha.”
Xico, como foi a sua migração de Fortaleza a São Paulo? Igual a muitos nordestinos, você sofreu algum tipo de preconceito? Nasci no Crato, sou do Cariri. Quando sai de casa estava morando em Juazeiro do Norte. De lá fui para o Recife, aos 16 anos, onde me formei em Jornalismo na UFPE. Formado, trabalhei em Brasilia, de 1989 a 90, e depois segui para São Paulo, onde estou até hoje. Chegar a SP como jornalista, e já com emprego certo, é bem diferente do que enfrentou toda a minha família que também migrou para esta terra. De qualquer forma, sempre tem um olhar enviesado para o nordestino. Nós, porém, superamos no talento e no trabalho. Você trabalha em um dos maiores veículos de jornalismo impresso do país. Te preocupa o futuro desse tipo de veículo? Não. Seja no papel ou no on-line, contarei sendo o contador de histórias e o cronista de sempre. Também acho que o fim dos jornais impressos, se é que vai ocor-
Paulo Roberto Rybeiro
Roberto da Matta na Conferência de Abertura, quarta (5), no Teatro Celina Queiroz.
Companhia de Dança Unifor no Centro de Convivência
rer um dia, não é um apocalipse imediato. Temos muitas décadas pela frente. Os jornais terão que se reinventar, mas não acabarão tão cedo. Tomara. Como um bom cearense, você é também um bom gozador. Esse tipo de jornalismo que você faz e, que por sinal é um expert, já gerou algum tipo de incômodo por algum personagem? Sempre aparece alguém, principalmente no on-line, que não consegue entender direito o humor que carregamos no texto. O leitor de internet mal lê e já vai descendo a lenha. É um leitor, em muitas vezes, que não compreende nem o humor e muito menos a ironia de uma crônica. Xico, quanto a questão da obrigatoriedade do diploma jorna-
lístico, qual a sua opinião? Tivemos grandes jornalistas autodidatas, entres eles o Millôr Fernandes e tantos outros, assim como temos milhares de exemplos de bons jornalistas com diploma. Não é a obrigatoriedade que faz um bom ou um péssimo profissional. Sou simpático à ideia da exigência do diploma universitário, independentemente do curso –se for na área de humanas melhor ainda. Como você avalia a importância do Ceará receber o maior congresso de comunicação da América-Latina, pela primeira vez em 35 anos de existência do evento. É importante para o Ceará e mais ainda para o congresso, que ganha a riqueza da convivência com um povo ímpar, como o cearense.
Vamos fazer Zuada
VII Publicom - Lançamentos de livros no hall do bloco D, da Unifor. Marina Duarte
Manoel Cruz
Jordana Castro
Samara Costa
Xico Sá, um dos maiores cronistas, escritores e jornalistas do país, nasceu no Crato, em 6 de outubro de 1962. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Xico, atualmente, é colunista do jornal Folha de São Paulo e na tv participa do programa Saia Justa, do GNT. Em entrevista concedida ao jornal do Intercom, o jornalista fala sobre sua migração a “terra da garoa”, o futuro do jornal impresso, a questão da obrigatoriedade do diploma jornalístico, entre outros assuntos.
Mesa discutiu comunicação na Alemanha, na manhã de ontem.
MISCELÂNEA Curiosidades e notas Pág. 2
VII Publicom - Lançamentos de livros no hall do bloco D, da Unifor.
Cobertuta diária do Intercom 2012, produzida pela Acerola (assessoria de comunicação), célula do Núcleo Integrado de Comunicação (NIC) da Unifor - Diretora do Centro de Ciências Humanas: Profª Erotilde Honório - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Wagner Borges - Reportagem: Giselle Nuaz, Juliana Teófilo, Priscila Baima, Tircianny Araújo e Vitória Matos - Projeto gráfico: Aldeci Tomaz e Prof. Eduardo Freire - Professor orientador: Joana Dutra - Coordenação de Fotografia - Jari Vieira e Júlio Alcântara - Revisão: Profa. Janayde Gonçalves - Conselho Editorial: Eduardo Freire, Janayde Gonçalves e Joana Dutra - Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor - Tiragem: 3.000 exemplares- Estagiário de Fotografia: Marina Duarte - Estagiário de Produção Gráfica: Fernanda Carneiro - Edição: Giselle Nuaz e Priscila Baima
ENTREVISTA Xico Sá Pág. 4 FORTALEZA, CEARÁ SEXTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO DE 2012
BATENDO RETRATO Um giro pelo Congresso Pág. 5
FOTO: DÉBORA QUEIRÓS
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Débora Queirós
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