Bom humor cearense
Cortinas Abertas no Centro
Por Maryna Araujo
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A agenda do humor Shopping Pizza Av. Washington Soares, 300 Terça a quinta, às 22h30min. Sexta e sábado, às 23h30min. Couvert: R$ 5,00 - Mais informações: (85) 3491-8585 ou (85) 32412524 Churrascaria Gheller Terça a sábado às 21h30min Av. Monsenhor Tabosa 825 Couvert: R$ 8,00 - Mais Informções: (85) 32194916 Hotel Praia Centro Sexta a domingo às 21hrs Av. Monsenhor Tabosa 740 Couvert: R$ 10,00 - Mais Informações: (85) 30831122 Lupus Bier Terça, sexta, sábado e domingo às 21h30min Rua dos Tabajaras 340 Couvert: R$ 9,90 - Mais Informações: (85) 32192829
por Omar Jacob
FOTO: OMAR JACOB
O humor cearense não tem só fama, mas qualidade. Em Fortaleza, os humoristas se multiplicam. Os espetáculos acontecem em diversos lugares, desde teatros até mesmo em bares, restaurantes, pizzarias e barracas de praia, onde muitos começaram as suas carreiras como Tiririca, Rossicléia, Meirinha, Ciro Santos, Skolástica e Paulo Diógenes. Um dos locais que mais promove espetáculos de humor de Fortaleza é o Shopping Pizza. Os proprietários do estabelecimento criaram um setor para assessorar e gerenciar a carreira de vários humoristas, levando-os para apresentações em outros estados. Estes espetáculos que tornaram a casa famosa tiveram início em 1990, e desde o começo contaram com a participação de humoristas hoje consagrados, como Ciro Santos, Paulo Diógenes, Rossicléia e Espanta Jesus. Segundo a gerente de programação de shows, Monique Guimarães, os espetáculos, que têm agradado bastante, prometem lotar a casa no período de férias.
Cem anos de histórias para contar por Janine Maia
Há 100 anos foi autorizada pela lei 768 a construção do Theatro José de Alencar. Quatro anos depois, foram iniciadas as obras. Em 17 de junho de 1910, inaugurava-se, na Praça Marquês de Herval, atual Praça José de Alencar, uma das mais importantes obras arquitetônicas. Em meio ao governo do então presidente do Ceará, Nogueira Accioly e do prefeito Guilherme César da Rocha, concluiu-se o Theatro, que seria um centro de exuberância e afirmação da civilização moderna da Capital. Com armadura de ferro e aço originária da empresa escocesa Max Farlane & Co. o Teatro fazia parte do embelezamento da cidade, sendo símbolo de progresso e modernização do Ceará. Para o produtor geral do Theatro José de Alencar, Caio Quinderé, este não seria, no entanto, o único motivo da fundação. ‘’O Theatro, além de integrar a beleza urbanística da cidade, tornava-se necessário como atração cultural para a sociedade’’. Segundo Quinderé, a missão do Theatro, hoje,
é promover a inter-relação entre o povo e os grupos artísticos cearenses, servindo como difusor da cultura e da preservação do patrimônio histórico. “As pessoas mais humildes têm medo de entrar no Theatro; É uma questão cultural que precisa ser modificada”, conclui.
Para aproximar o público cearense do teatro local, o Banco do Nordeste vem desenvolvendo um projeto de formação de platéia que tem deixado a casa lotada. O projeto Ato Compacto, do Centro Cultural Banco do Nordeste, acontece nas sextas-feiras, às 12h, 18h e 20h, com entrada franca. O projeto surgiu em 1998 e, de acordo com a coordenadora do BNB Cultural, Jaqueline Medeira, nasceu da percepção de que “a cultura é um fator de desenvolvimento regional”. No programa, há espaço para o teatro de gabinete, teatro de boneco, dança, humor e mímica. “O Centro apresenta peças de dramaturgos conhecidos, além de incentivar novos talentos”, afirma. Mas não só os adultos estão sendo contemplados pelo teatro. Por meio do projeto Criança e Arte, aos sábados, o Centro Cultural vem aos poucos mostrando à garotada cearense a importância e o prazer proporcionado pelas artes cênicas. O projeto, que tem feito a alegria dos pequenos, surgiu há 4 anos, após a criação da biblioteca do Centro. Assim como o Ato Compacto, esse projeto também é gratuito.
Naquela porta tá faltando ele FOTO: DIVULGAÇÃO
por Cristina Yolanda da Cunha
O Theatro José de Alencar já não é o mesmo desde o dia 21 de dezembro de 2003, quando José Cassiano da Silva, o Muriçoca, famoso porteiro do velho Zé, saiu de cena. “ Ele saiu daqui e foi fazer companhia na portaria de São Pedro”, afirma seu Trepinha, um dos funcionários do Theatro. Imponente, com o paletó elegantemente arrumado, blusa de linho branca e a inesquecível
gravata borboleta, Muriçoca era presença certa naquela porta em todas as apresentações dizendo a todos que entravam: “seja bem-vindo, sinta-se em casa”. O apelido veio por causa da curiosidade, que sempre o motivou a entender como tudo funcionava atrás das cortinas. Tornou-se uma das personalidades mais importantes do teatro, dando nome ao jornal interno do local : “O Muriçoca”. É inevitável olhar para aquela porta e não lembrar dele, conta o produtor geral do TJA, Caio Quinderé.