Sobpressão 32

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Unifor investe em tecnologia. Conheça os novos equipamentos para melhorar a Internet sem-fio no Campus Página 3

Conheça o Agility Agility, esporte que proporciona diversão e une cachorro e dono em um trabalho de equipe que desenvolve a disciplina do animal

Brasileirinhos lideram o ranking nas pesquisas em tempo de acesso à internet, segundo Instituto Willward Brown Brasil Páginas 4 e 5

Fôlego Página 4

SOBPRESSÃO JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

AGOSTO/OUTUBRO DE 2012

ANO 11

N° 32

Jovens talentosos conquistam o sucesso Êxito financeiro ou reconhecimento de um talento antes dos 25 anos por mérito seu. Você acha impossível? Pois não é. Cearenses, a empresária Mila Ary, a atleta Ana Cláudia Lemos e o o cantor Wesley Oliveira são exemplos de que força de vontade, planejamento, in-

Saúde

sistência e até mesmo improviso são elementos que podem compor a fómula para chegar ao êxito profissional. Especialistas respondem até que ponto é saudável e como balancear a pressão social na busca por esse sucesso prematuro. Páginas 8 e 9

Lazer

Caderno Especial

Coletivo

Natação é opção saudável para bebês

Boliche volta à cena de lazer em Fortaleza

Comissão da Verdade passa história a limpo

Transplantes crescem no Ceará

A prática gera divergências de opinião, mas já é aconselhada por pediatras. Muitos pais veem como uma ótima opção para contribuir com o desenvolvimento motor, saudável e social das crianças desde cedo. A prática também atrai a atenção do mercado de academias. Fôlego Página 6

Após período sem pistas específicas para sua prática, o boliche voltou à cena de lazer em Fortaleza com a inauguração de centros especializados. Mas, ainda que fazer strikes seja uma diversão para algumas pessoas, o boliche é esporte praticado profissionalmente em todo o mundo. Fôlego Página 7

Lembranças reavivadas em investigações - sobre o paradeiro dos prisioneiros políticos - conduzidas pela Comissão da Verdade. Um período da história política do Brasil relembrado a partir de períodos históricos como a Guerra Fria, o Golpe de 64 e a Ditadura Militar. Página 1

Em número de doações efetivas de órgãos e tecidos, o Ceará é o segundo do País. Apesar disso, ainda é grande a fila de espera por um órgão. Até o dia 22 de setembro foram realizadas 880 cirurgias este ano, segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT). Coletivo Página 1

Saúde

Política

Como se constrói um candidato?

Carreiras

Protagonismo e a escolha na hora do parto

Páginas 6

Restaurantes

Em tempos de disputa eleitoral, os candidatos fazem de tudo para conquistar os votos do eleitor.

Nossa reportagem buscou conhecer quais as ferramentas e técnicas utilizadas pelos marqueteiros para construir

a imagem dos postulantes à Prefeitura de Fortaleza. Carros de som e placas foram reprovados. Páginas 10 e 11

Suas vocações podem definir um “Polímata”

Páginas 7

Gastronomia

Cobrança da taxa de 10% gera polêmica

Sushi adaptado agrada ao paladar local

A cobrança tornou-se comum nos estabelecimentos de Fortaleza, mesmo não sendo reconhecida por Lei. Junto a isso, soma-se a insatisfação dos clientes com relação a cobrança do couvert artístico. Páginas 12 e 13

O sushi, originalmente feito de peixe cru, arroz e algas, em Fortaleza, pode ser encontrado com sabores como panelada e caranguejo. Saiba mais sobre este sincretismo alimentar, um dos efeitos da globalização. Páginas 14


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Artigo

Editorial

Política sem reticências

Na pressão do SobPressão “Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada. “Somado a esta frase de Clarice Lispector, o nome do nosso jornal laboratorial, SobPressão, descreve nossos últimos meses até a satisfação inigualável de podermos dividir o conhecimento que adquirimos com o público que nos honrará com sua leitura. Sim, é imensurável sua importância. Das nossas inúmeras indagações nos últimos meses, a que teve mais peso, sem dúvidas, foi a relevância dos temas abordados. Será que o nosso público vai se identificar com esse tema, não seria melhor mudar tudo e dar uma personalidade nova pra esse jornal? Essa matéria vai acrescentar informações ao nosso leitor, isso é mesmo relevante? Além das nossas inúmeras indagações, nossos professores, Eduardo e Janayde, fizeram questão de reforçar nosso “temor”, nossa vida SobPressão. Por

isso, além de você que nos dará o privilégio de nos distinguir por meio de críticas e aprovações, os mestres que nos guiaram até este resultado, merecem também nossos inúmeros agradecimentos.

A vida SobPressão

Será que o nosso público vai se identificar com esse tema, não seria melhor mudar tudo e dar uma personalidade nova pra esse jornal? Essa matéria vai acrescentar informações ao nosso leitor, isso é mesmo relevante?

Thalita Tavares

Esta edição do SobPressão, como se pode esperar, é uma mistura de informações relevantes, que sem dúvidas, ampliarão seu conhecimento. Agora resta saber, qual das matérias já te chamou atenção? Acredite, todos nós estamos torcendo pra que você tenha gostado dos nossos resultados impressos. Até por que a geração Y é um tanto exigente, e apesar de termos rede wi-fi no campus, ainda não dispomos da edição Sob Pressão virtual, mas quem sabe um jovem de sucesso com até 25 anos não resolva isto? Ou seria para um polímata a solução deste problema, já que a disputa dos prefeituráveis acabou e fomos contemplados com novas estratégias de marketing? Aliás, melhor não! Vamos todos viajar nos blogs de viagem e escolher um restaurante de uma cidade turística onde o pagamento do adicional 10% não seria problema algum, pois estaríamos comemorando com você o sucesso desta edição. Acredite, a gratidão é toda nossa... Por Jéssica Castro

Engraçado como o período eleitoral faz surgir sentimentos contraditórios nas pessoas ou mesmo discursos inflamados a favor de um certo candidato. Na mesma proporção, também existem aqueles que vendem a alma em busca de votos para seus candidatos, que nem mesmo conhecem sua militância, tendo apenas como recompensa o sabor da vitória e a arrogância de falar: sou vencedor. Essas emoções que perpassam momentos como esse muitas vezes confundem o próprio dever de cada indivíduo em escolher aqueles mais aptos a assumir cargos públicos em um picadeiro, onde as vontades individuais prevalecem e o bem comum se dissolve como água em vapor. Nesse palanque de futilidades ainda surgem os personagens que acreditam valer mais uma palavra do presente do que toda uma construção histórica de farsas, representações teatrais ou mesmo de adestramentos de personalidades, legitimando assim a volta ao passado. Essa legitimidade sendo costurada, por discursos e slogans, apresentando-o como o “candidato da mudança”, o “candidato que acabará com as desigualdades sociais”, o candidato que promoverá quiçá a “paz mundial”. Ah!, não podemos deixar de lembrar os que se dedicam a encontrar, no palheiro, a agulha das benfeitorias dos administradores da situação, para mostrar o muito que tem sido feito para a população da cidade, o que já seria, por regra, uma obrigação, publicizando essa imagem principalmente entre as classes menos favorecidas. Sendo que estas melhorias, por coincidência, foram concluídas no último ano de seu mandato e, portanto facilitará a propaganda de sua gestão, angariando mais eleitores para o seu candidato. Em contrapartida sobram os indecisos. São nestes que os marqueteiros dos partidos, se concentram para conquistar novos eleitores. Contudo fazer parte desse picadeiro é o maior símbolo da democracia coletiva; do poder garantido por lei de todos os cidadãos participarem da vida política e, principalmente de cada um se sentir parte dessa grande instituição, ser um pouco político também. Mas, como diria o tão aclamado e reconhecido ditado popular: religião, futebol e política não se discutem, encerro aqui minhas inquietações. Estudante do 7º semestre de Jornalismo

Estudante do 6º semestre de Jornalismo

Registro fotográfico

Artigo

Camila Fernandes

Sem os amigos eu ainda estaria em Tróia

NADA DE HALLOWEEN. Por que comemoramos o Halloween? A americanização de nossa cultura vem crescendo e só se intensificando. Precisamos nos preocupar com ela e o quanto está desvalorizada, foi com essa ideia que a Sociedade de Observadores de Sacis (Sosaci), um grupo de admiradores dessa lenda legitimamente brasileira, resolveram, como forma de protesto da americanização da cultura brasileira, criar o Dia do Saci. No site da sociedade (www.sosaci.org) é possivel, além de se tornar um sócio, acompanhar o andamento dos projetos de lei pelo Brasil a fora, além de poder ver e contar relatos de aparições dos sacis pelo nosso grande país. A bruxa não é nossa não, mas o saci é todo nosso! Foto: Samara Costa

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor) Fundação Edson Queiroz - Diretora do Centro de Ciências Humanas: Prof. Carlos Eduardo Bittencourt - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Wagner Borges - Disciplina: Projeto Experimental em Jornalismo Impresso (semestre 2012.2) - Reportagem: Anna Carolline Macedo, Ariel Sudario, Barbara Ferraz, Giovanna Almeida, Jessica de Castro, Jordania Caetano, Luana Castro, Natalia Costa, Roberta Dultra, Suiani Sales e Wolney Batista - Projeto gráfico: Prof. Eduardo Freire - Arte final: Aldeci Tomaz - Professores orientadores: Eduardo Freire e Janayde Gonçalves Coordenação de Fotografia - Júlio Alcântara - Revisão: Profª Hermínia Lima - Conselho Editorial: Wagner Borges e Adriana Santiago - Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor - Tiragem: 750 exemplares - Equipe do Laboratório de Jornalismo (Labjor) - Estagiário de Fotograf ia: Marina Duarte, Luis Barbosa e Débora Queirós - Estagiário de Produção Gráfica: Clara Magalhães - Edição: Giselle Nuaz e Manoel Cruz- Estagiários de Redação: Priscila Baima, Larissa Freire, Juliana Teófilo, Wilson Lennon, Gizela Farias, Pedro Motta e Vitória Matos

Sugestões, comentários e críticas: jornalsobpressao@gmail.com

Após a Guerra de Troía, Ulísses contou com a ajuda de deuses, ninfas e oráculos para conseguir retornar à sua terra natal, Ítaca. Na minha odisséia, eu também tenho contado com seres dotados de poderes especiais, que me norteiam e me ajudam a enfrentar as tempestades e cíclopes da vida moderna. Depois de alguns revezes na vida e na família, percebi como é importante ter amigos. Em tempos difíceis, eles nos fazem lembrar de quem somos. Ficamos inebriados com nossos problemas, padecendo do mal das interrogações infinitas, até que um amigo chega e diz: “Assisti a um filme que é a tua cara!”. Uma frase simples como esta parece que nos desperta de um sono profundo e a gente fica a se perguntar: “Como assim, a minha cara? Do que é que eu gosto mesmo? Quem sou eu?”. E assim, a gente vai retornando para dentro de si. Os amigos conhecem nossa história e nos tiram do esquecimento de nós mesmos. Eles são uma espécie de HD externo portátil e preservam nossas memórias de um jeito bem mais seguro que nossos próprios cérebros - cheios de complexos, sabotagens e conceitos turvos. Em uma de minhas fases “deprê”, eu disse para um amigo que só queria encontrá-lo quando estivesse bem. Pura ilusão! Evitando a companhia das pessoas que nos querem bem e nos fazem bem, nossas “crises homéricas” demoram bem mais a passar. Tristes, eufóricos, coléricos, decepcionados. Somos o que podemos ser, e isso muda o tempo inteiro. É bobeira não usufruir das amizades, principalmente nos momentos de dor. Nossos terapeutas do dia-a-dia conhecem o melhor e pior da gente e nos amam mesmo assim. Eles sabem que você adora pizza de alici, macadâmias cristalizadas e um vinho siciliano difícil de encontrar. Sabem que você odeia best-sellers porque você diz detestar tudo que é comum, mas não despensa uma farofa e uma cerveja gelada. São testemunhas de que você aprecia Bach, Mozart, Umberto Eco, cinema franco-belga e outras “cultialidades”, mas sabem que o que levanta mesmo o seu astral é uma boa batucada. É paradoxal, mas eles entendem. Até porque, eles também são assim. Quando o assunto é amizade, os esquisitinhos sempre acabam se encontrando. Eu só cheguei até aqui porque tive amigos que me mostraram o caminho de casa, minha casa interior, como Ulísses retornando à Ítaca. Meus mapas, meus oráculos, meus amigos: meus pedaços fora de mim. Estudante do 6º semestre de Jornalismo


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Chegam ao Campus novos equipamentos de Wi- Fi Começaram a ser instalados os novos equipamentos de rede sem fio na UNIFOR. No primeiro teste, 500 pessoas conseguiram se conectar ao mesmo tempo

Novo equipamento de acesso sem fio Foto: luiZa costa

Luiza Costa e Rayla Vidal

Alvo de reclamações por parte de alguns alunos, o serviço de Wi-Fi no Campus enfrenta um grande desafio: o não dimensionamento correto dos equipamentos antigos para o volume de usuários que utilizam o serviço hoje, ou seja, o número de usuários cresceu e não houve mudança na estrutura. O bloco K foi o piloto na implantação de novos dispositivos wi-fi, nele já foram instalados doze dos 150 dispositivos de rede que devem ser implantados até o próximo semestre em todos os blocos, permitindo um aumento de seis vezes na conectividade. Segundo Alexandre Bastos, administrador de sistemas de TI do NATI (Núcleo de Aplicação em Tecnologia da In-

Novo equipamento de acesso sem fio no bloco K. Foto: rayla vidal

Enquete

O que você acha da rede sem fio da Unifor? A rede Wi-fi da Unifor é oferecida desde 2005, e abrange pontos estratégicos do Campus. Todos os alunos e visitantes podem uitlizá-lo. No entanto o serviço divide opiniões. Alguns usam, mas reclamam por causa da cobertura. Outros dizem que o acesso é normal e ajuda nos momentos de necessidade.

“Não consegui acessar a net pelo Wi-Fi da UNIFOR. O pessoal que estava se apresentando (no INTERCOM) também lá no T não estava conseguindo acesso”.

“Já usei, mas foi muito rápido porque a internet da TV Unifor falhou. Gostei porque deu pra resolver meus problemas.”

Lívia Alves Estudante de Jornalismo da FIC

Helder Sossa Estudante de Jornalismo da UNIFOR

Unifor tem novo Data Center Desde o final do ano passado está em funcionamento o primeiro Datacenter da Universidade de Fortaleza. Nele ficam armazenados todos os dados referentes à Universidade. O Data Center é um ambiente projetado para abrigar servidores e outros componentes como sistemas de armazenamento de dados (storages) e ativos de rede (switches, roteadores). O objetivo principal de um Data Center é garantir a disponibilidade de equipamentos que rodam sistemas cruciais para o negócio de uma organização. Fonte:(http://goo.gl/j75aD acesso:12/09/2012 as 12:48) Antes da instalação desses novos equipamentos, os arquivos da universidade, como dados de matrícula dos alu-

Cage de Telecom (a frente) e Cage de Servidores (ao fundo). Foto: alEXandrE Bastos

nos, notas e outros documentos importantes eram armazenados em arquivos de papel, que ficavam expostos à ação do tempo ou de outros fatores externos. O Data Center traz maior segurança e economia de espaço, além de garantir a economia de papel.

Montar um datacenter não é fácil. É necessário construir um espaço projetado, que garanta segurança contra possíveis invasões de terceiros e também contra incêndios. São necessários também cuidados com a refrigeração do ambiente e com possíveis quedas de energia.

formação) foram realizados estudos em outras universidades que utilizam o serviço de internet sem-fio, como por exemplo a UnB, e também houve participação em congressos que tratavam do tema, para desenvolver um projeto que pudesse embasar as mudanças que eram necessárias. Enquanto os estudos, e a busca por equipamentos eram realizados a demanda continuou a crescer. “A industria de tecnologia, produz, pesquisa e lança muita coisa, e as empresas nem sempre conseguem implantar ou usar isso na mesma velocidade, porque as empresas têm processos próprios, processos internos.” diz Alexandre. Depois da aprovação do projeto a compra dos produtos foi autorizada. Os dispositivos da marca Cisco são importados dos Estados Unidos e chegam em lotes, o que pode atrasar o processo de implantação. Dos 150 equipamentos comprados, 16 já chegaram. Doze já estão instalados no bloco K e os quatro restantes ficam a disposição para dar suporte aos eventos que ocorrem no Campus. A instalação dos novos aparelhos, além de possibilitar a melhoria do acesso à internet e permitir sua utilização como ferramenta de

Curiosidade

Saiba mais sobre Wi-Fi... Para escolher o melhor lugar para instalar os dispositivos para acesso a rede sem fio é utilizado um software chamado Site Survey, nele são feitas, principalmente, a inspeção do local e a análise do espectro de rádio frequência. O software realiza uma captura dos dados do lugar onde se pretende instalar os equipamentos de rede sem-fio. A captura desses dados é feita ao se locomover pelo imóvel com um laptop rodando o programa específico. (Fonte:http://goo. gl/3uMLH). Fatores externos podem afetar a rede de internet sem fio. Diferente da internet convencional que possui meios físicos de propagação, a rede wireless se propaga por meio de ondas eletromagnéticas na atmosfera. Qualquer objeto pode ser um empecilho para o seu pleno funcionamento. Por exemplo, se alguém quer acessar Wi-Fi mas está do lado de alguém que está com o bluetooth ativado, terá interferência e a conexão será prejudicada.

apoio ao aprendizado, torna possível a redução do uso de papel da Universidade com a “frequência online”. Foram realizados testes em dois grandes eventos promovidos pela Universidade. Na palestra do ex-presidente americano Bill Clinton, que foi realizada no dia 27 de agosto, houve utilização de seis dos novos equipamentos de alta densidade. Já no Intercom 2012 que ocorreu entre os dias 3 e 7 de setembro, foram instalados sete equipamentos de alta densidade, mas apenas os auditórios tinham equipamentos novos.

Saiba mais...

Breve histórico do Wi-fi na Unifor A Unifor começou a oferecer o serviço sem fio em 2005, e só havia um ponto de acesso localizado na biblioteca. Como nessa época os computadores não tinham suporte para Wi-Fi, a Universidade disponibilizava 16 placas para rede sem fio, que podiam ser alugadas na biblioteca. No entanto, esse processo de aluguel de equipamentos durou apenas um ano. Com o avanço tecnológico, computadores portáteis já saiam de fábrica com o suporte para Wi-Fi, e foi preciso aumentar os pontos de acesso em todo o Campus. Em 2009, todo o Campus já estava coberto pelo serviço de internet sem-fio e foi nesse período ocorreu o início do aumento na demanda.

Placa de rede sem-fio.

Foto: alEXandrE Bastos

Roteador Wi-Fi atual. Foto: luiZa costa


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Crianças de hoje já nascem conectadas à tecnologia A tecnologia avança na mesma velocidade em que as crianças se apoderam dela em benefício do entretenimento, arte, cultura e saber Bruna Vinuto e Rebeca Lôbo

Já se foi o tempo em que a criançada só pensava em jogar bola, pular amarelinha, brincar de casinha e boneca. Agora, diante de tanta tecnologia, as preferências são outras, como celulares modernos, iPads, notebooks, MP3, câmeras digitais e outros diversos apetrechos que estão disponíveis no mercado. Hoje, essa tecnologia toda virou lazer. Esses equipamentos estão ganhando cada vez mais espaço no universo infantil e esse fascínio acontece muito antes do que em tempos anteriores. É muito comum ver crianças manuseando aparelhos eletrônicos. Os pequenos já sabem lidar com muitas funções e interagem com grande facilidade, desenvolvendo assim, suas potencialidades. Pesquisa Um estudo realizado pela Willward Brown Brasil em 12 países revelou que as crianças brasileiras lideram o ranking no tempo de acesso ao uso da internet. Crianças entre 4 e 12 anos passam 13 horas por semana conectadas, sempre

em jogos e similares. Segundo o Ibope Nielsen Online, as crianças desta faixa etária já representam 14.1% de toda a comunidade conectada do país, tendo chegado aos 5,9 milhões em maio deste ano. Nos últimos 24 meses, a taxa de crescimento dos pequenos na rede foi de 1 milhão ao ano. Crianças no mercado Crianças adoram ganhar presentes, principalmente em datas comemorativas. Uma pesquisa feita pela Duracell na Inglaterra, realizada com 2.138 crianças de 5 a 16 anos concluiu que 54% dos entrevistados querem produtos tecnológicos de presente. Grande parte da criançada prefere ganhar celulares à brinquedos. Agora, bonecas, bonecos e pelúcias ocupam um espaço muito distante nesse nosso novo mundo globalizado (Veja

no gráfico os tipos de presentes favoritos as crianças). Crianças na Web Na era web 2.0 (segunda geração de comunidades e serviços na Web) por questões de mudanças tecnológicas e de segurança em sociedade as crianças passam mais tempo aprendendo na internet e jogando do que brincando na rua. Conseguem tomar melhores decisões e são capazes de interagir mais, desenvolvem vários estímulos sensoriais ao mesmo tempo, porém, algumas crianças tendem a se afastar de outras, por consequência das longas horas gastas entre um dispositivo e outro. É o caso de Jhonatan Peixoto, 9, que apesar da sua dificuldade de aprendizagem, passa o fim de semana inteiro conectado às redes sociais. Com isso perde o convívio com a família

Tipos de Presentes Preferidos

Fonte: Pesquisa realizada pela Duracell, 2011

Crianças, como Giulia Freire, aprendem rápido os mistérios dos jogos.

por não realizar atividades do dia a dia, como brincar com a irmã, conversar sobre a escola e os amigos ou até mesmo passear e praticar atividades físicas. Seus momentos de interação são com o primo Matheus Martins, 8, incentivados pela mãe, que se sente feliz em ver que seu filho está dentro de casa mesmo que seja difícil ver que ele prefere ficar conectado a fazer contato com outras pessoas no mundo real. Para Jhonatan o melhor momento do dia é “esperar meu primo chegar pra gente brincar no computador, video game e celular, temos muitas coisas para brincar, é muito divertido,

Foto: Eduardo Freire

eu amo ver os carros na internet, sei baixar jogos, meu primo é o único que sabe jogar comigo, tem dias que a gente fica vendo televisão, mas eu prefiro os jogos e quando a gente sai, a gente sempre leva os jogos e também a digital, depois a gente coloca tudo na internet.” Já Matheus Lacerda, 9, tem inúmeros aplicativos baixados por ele mesmo no seu tablet que o acompanha em todas as suas saídas, “ele é meu amiguinho quando não tem ninguém pra sair comigo, sempre levo ele na mochila, prefiro ele ao celular porque posso armazenar mais coisas e falar de graça com os meus amigos por que

Saiba mais...

Cuidados com o acesso à internet Muitos pais ainda não sabem, mas nem só de coisa boa vive a internet, algumas crianças conversam e vêem coisas indevidas e de conteúdo adulto nesse meio, sempre encontram nos amigos virtuais uma oportunidade de falar de como vivem, se sentem e onde moram. O site da Ong Safernet publicou uma lista de cuidados que devem ser tomados para que coisas ruins não aconteçam às famílias e às crianças:

Passo 1: Imponha limites A internet é uma janela de oportunidades e você não pode proibir seu filho de usá-la. No mundo virtual seu filho pode fazer amigos, estudar, conversar com colegas da escola e parentes que estão longe, conhecer mais sobre

seus desenhos e personagens favoritos, além de ouvir músicas e assistir a vídeos;

Passo2: Diálogo Converse, sempre. Proibir não educa e nem previne nada. E diga ao seu filho para avisá-lo caso ele perceba algo estranho em sites ou comunidades que visita. Passo 3: Precauções Espionar ou gravar tudo o que seus filhos fazem não é uma boa saída. Programas de filtro de conteúdo podem ajudar, mas o diálogo aberto sobre como, quando e com quem usar a internet é responsabilidade dos pais. Lembre-se: os programas podem funcionar bem em casa, mas as crianças também acessam a internet em

lan houses, nas escolas ou em casas de amigos;

Passo 4: Orientações Assim como diz para seus filhos não conversarem com estranhos na rua, a mesma orientação vale para a rede. Diga a eles para não falar e nem aceitar algo (como fotos ou vídeos) de quem não conhecem; Passo 5: Proteção Explique a seus filhos que nem tudo o que se diz em comunidades é verdade. Protegido por um avatar, qualquer um pode mentir; Passo 6: Exposição Orientar as crianças a não exibirem nome completo, endereço,

telefone, nome da escola ou dos parentes em comunidades virtuais - e nem passar esses dados em chats. Outra coisa importante: diga que a criança não deve usar o nome verdadeiro em jogos, chats, e-mails ou sites de relacionamento;

Passo 7: Ajuda Coloque-se sempre à disposição para que seus filhos peçam ajuda quando se sentirem ameaçados ou receberem conteúdos impróprios online; Passo 8: Interação Os pais devem estar ao lado no momento em que as crianças estão brincando e, o mais importante, devem se familiarizar com esse mundo virtual. Se você não

sabe usar o computador nem navegar na internet, aproveite para aprender junto com seus filhos.

Passo 9: Regras Estabeleça horários para que seu filho navegue. Em algumas comunidades há como fixar o número de horas e o período em que a criança estará online. E não adianta só tirá-la da frente do computador: ofereça outras atividades, como passear no parque, cozinhar junto com ele ou chamar os amigos para brincar em casa; Passo 10: Denuncie Sempre que testemunhar algo que viole os Direitos Humanos ou ameace seus filhos denuncie e procure as autoridades.


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Artigo

Alessandra Oliveira

Os jogos na vida dos Nativos Digitais

ligação de celular é caro, né? Em casa, quando meu programa passa na TV e minha mãe tá assistindo, vejo tudo da TV no meu tablet, eu sempre brinco com o meu Xbox (jogo que permite reproduzir movimentos através de um sensor), é massa, fico cansadão, meu pai também brinca comigo o tempo todo, mas é mais no fim de semana, quando ele tem mais tempo.” O lado positivo Para os pais dessas crianças todos esses equipamentos são necessários, porque permitem que eles concluam suas atividades que só podem ser feitas nos fim de semana, para eles,

o importante é que as crianças interajam umas com as outras e que consigam aprender muitas coisas, e até outros idiomas. O pai de Matheus Lacerda, Erinaldo Lacerda, fica impressionado com a facilidade que o filho tem de aprender outros idiomas com o auxílio dos jogos, “ele adora jogos japonês, ele sempre procura na internet o que as palavras significam, e sempre faz questão de dizer o que aprendeu. Eu sempre digo ao meu filho que alguns jogos ele não pode jogar, porque são agressivos ou são bobos e não ensinam nada, ele me entende e sempre procura os mais educativos. Digo também que ele

precisa ir brincar com os primos que moram aqui no nosso condomínio, cada coisa tem sua hora, e ele acha isso legal, às vezes ele quer me dizer algumas coisas, e diz através do ‘aplicativo do papagaio’ que ele baixou no tablet, quando sente vergonha diz baixinho no fone do tablet que me ama, ou que precisa de um jogo novo, e o papagaio reproduz (risos) essa tecnologia nos ajuda muito, na hora em que eu estou no trabalho ele fala comigo no facebook e pelo talk, conseguimos administrar bem o uso desses equipamentos, e eu acho que o bom uso deles, deixa o nosso dia mais completo.”

Essas crianças que acessam à internet, que baixam aplicativos, que usam dispositivos móveis, são chamadas de Nativas Digitais, são crianças que já nasceram na era da internet, elas têm toda uma facilidade de acesso, pois já nasceram com a linguagem digital, enquanto que, nas gerações anteriores, como, por exemplo, a “geração Y”, que é composta por pessoas de até 29 anos, que apenas viram surgir à internet, são consideradas pessoas super conectadas porque conseguiram pegar a evolução da internet. Muitas crianças antes mesmo de aprender a ler e escrever sabem utilizar as mais diversas telas, baixar aplicativos, sabem jogar Alessandra Oliveira e acessar a internet, porque esses dispositivos são criados de Muitas crianças uma forma fácil, que a gente não precisa saber ler muita coi- antes mesmo de sa, é que o chamamos de inter- aprenderem a ler e net amigável. Esse processo se dá por uma es- escrever sabem utilizar pécie de composto, elas têm essa as mais diversas telas, maior facilidade de acesso tanto por já terem nascido nesse mun- baixar aplicativos, do digital, quanto pelas transfor- sabem jogar e acessar mações de comportamento da sociedade, porque a sociedade a internet, porque hoje está mais rápida e mais in- esses dispositivos são terativa, e também pela imagética, que permite interpretar uma criados de uma forma mensagem gráfica e outras deco- fácil, de modo que dificações. Nós podemos ver um lado positi- a gente não precisa vo e outro negativo dessa história, saber ler muita coisa ao mesmo tempo em que essa comunicação rápida, móvel, que para utilizá-los , é onde quer que você esteja pode- que o chamamos de rá estar conectado,promove uma comunicação facilitada e isso é internet amigável. positivo. Por outro lado, não aprofunda alguns debates, como, por exemplo, o que estas crianças estão fazendo, vendo, baixando e jogando. No que diz respeito a segurança delas na rede, acredito que os pais podem acompanhar essas mudanças, porque é importante que eles vejam os que os filhos estão fazendo, acho que eles podem utilizar filtros, mas não devem fuçar a vida deles na internet, dizer aos filhos o que podem e o que não podem fazer, e o mais importante é estabelecer uma relação de confiança, até porque as crianças não acessam a internet só em casa, mas em todos os lugares. A sociedade hoje tem um anseio pelo diálogo, essa necessidade mesmo que seja maior no mundo virtual, deve ser disseminada no campo real. Professora do curso de Comunicação Social da Unifor

Fique por dentro...

Os jogos e aplicativos mais baixados pelas crianças Os aparelhos modernos estão despertando o encantamento da garotada, isto porque proporcionam os mais diversos modos de interação. Os aplicativos são utilizados nos dispositivos móveis, já os jogos podem ser utilizados em consoles e na intenet. As marcas mais populares escolhidas por elas são: Samsung, Nokia e Apple. Conheça os jogos e aplicativos mais baixados:

Jogo 1 Red Beard O jogo consiste em coletar bolas coloridas para ativar plataformas e encontrar ouro. Jogo 2 Flash Sonic O porco espinho mais conhecido do vídeo game ganhou uma nova

lhores da categoria de pintura. Oferece vários desenhos grátis e uma interface bem fácil de aprender para as crianças.

versão, o jogo é dividido em fases e pode ser jogado online com os seus amiguinhos.

Jogo 3 Tetris O jogo consiste em encaixar várias peças. Jogo 4 Slackers Esse jogo pode te manter sereno, visando aliviar o estresse do dia a dia, você pode selecionar itens como cerveja, sorvete e outros. Jogo 5 Super Mário É um jogo de fases, Mário passa por diversos cenários em busca de estrelas.

Aplicativo 1 Toy Story Read-Along Além de todas as funcionalidades, explora todas as possibilidades do formato digital super interativo. As histórias podem ser lidas em voz alta, tem jogos, páginas para colorir e muito mais. Aplicativo 2 Colorama Free - Kids Coloring Book Este aplicativo é um dos me-

Aplicativo 3 Talking Tom Cat Tom é um gato que irá repetir exatamente o que você disser. Existem outras ações secundárias como acariciar o gatinho, dar leite e cutucá-lo, mas a parte mais engraçada e ouvir o que você disse reproduzido com a voz estridente do bichano. Aplicativo 4 TalkingTom Cat 2 Nessa nova versão o gatinho Tom pode usar vários acessórios de uma só vez, o que não era possível na versão anterior. Aplicativo 5

Talking Ben the Dog Ben é um cão professor de química aposentado que gosta de sua vida tranquila e confortável de comer, beber e ler jornais, você pode falar com ele, picar ou fazer cócegas nele ou até mesmo ter uma conversa pelo telefone.

Aplicativo 6 Monkey Preschool Lunchbox Com esse aplicativo a criança aprender e se diverte ajudando macacos a conseguir seu lanche, são seis emocionantes jogos educativos, onde se poder conhecer letras, cores, contar, etc. Aplicativo 7 Monkey Preschool Lunchbox Permite envolver-se na narrativa de um livro, com muitas histórias, faz a linha entre livros de imagens e filmes de animação.


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Mães e doulas defendem a humanização do parto A cesárea já não é mais a única opção considerada por pais na hora do parto. No parto humanizado, o protagonismo da mãe é o ponto chave. Ariel Sudário

O parto humanizado é uma forma de assistência ao casal de pais, no qual a mulher é a protagonista de todo o processo, escolhendo onde ela quer dar a luz, em que posição, em que lugar e ritmo. A explicação é da doula e coordenadora do grupo de parto humanizado Samaúma Lara Gordon. Doulas são mulheres que dão exatamente esse suporte físico e emocional a mães antes, durante e depois do parto. Esse tipo de procedimento pode acontecer em casa – o chamado domiciliar – e também em hospitais, inclusive pela SUS. O importante é não ter intervenções cirúrgicas e de medicamentos. O Samaúna é um dos inúmeros grupos espalhados pelo Brasil que defendem a humanização do parto. Formado por mulheres, mães e profissionais apaixonadas pelas vivências da gestação, pelo parto natural e pela maternidade. “Acreditamos que esses são momentos singulares e por isso devem ser vivenciados em sua plenitude”, declaram na descrição do grupo. Além disso, informar e orientar mulheres e casais para que possam fazer escolhas conscientes e livres de medos é um dos objetivos do Samaúna. A jornalista Ivna Girão, de 27 anos, já é experiente em matéria desse tipo de parto. Com dois filhos, Bento, agora com 2

Preparação, protagonismo e fortalecimento de vínculos são palavras que podem definir o parto humanizado. Foto : arquivo pEssoal

anos, e Ana Maria, nascida há 2 meses, ela optou por concebê-los por parto humanizado. Ela diz que o parto é, além de um fenômeno fisiológico, um rito de passagem, um momento de fortalecimentos dos vínculos e de construção de afetos. “Eu não gostava da ideia de fazer uma cirurgia, não estava doente, não precisava disso. Queria que ele (Bento) nascesse na hora dele, no momento certo, sem prematuridade. Optamos por isso e fomos estimuladas por mulheres integrante do grupo Ishtar. Sabíamos que aquele parto era melhor pra ele e pra mim. Seria um momento de emoção, de união dos vínculos, de ‘cair’ da ficha sobre a maternidade”, ela explica. Na preparação para Bento, muita leitura, participação em grupos de parto e procura de bons profissionais, engajados com esse tipo de procedimento. O primeiro médico

que Ivna teve, não era muito simpático à ideia do parto humanizado. Já uma segunda opinião trouxe o que a mãe procurava: “ela foi bem aberta comigo: o parto é seu, vamos faze-lo, você será a protagonista. Temos que lutar hoje pelo poder de escolher pelo melhor, não pelo mais cômodo para o médico”, diz como um alívio. Bento nasceu bem, depois de 3 horas de parto ativo. O pai cortou o cordão umbilical e o bebê mamou assim que nasceu. Os dois filhos nasceram em ambiente hospitalar, mas, como Ivna mesmo define, sem a frieza do centro cirúrgico. Na hora, ela conta que teve apenas a ansiedade normal, mas que o apoio de todos a ajudou bastante. O ponto mais importante, para ela, é o poder de escolher o que é melhor para a mãe e para o bebê. “Fazer com que ele nasça na

hora certa e possamos minimizar os riscos, evitando uma cirurgia desnecessária. Outro ponto é o vinculo, o afeto que se cria nesse rito de passagem”, confessa. O que diz o Conselho Depois de o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro ter proibido sumariamente o parto feito em casa, em julho desse ano, o Conselho do Federal de Medicina (CFM) decidiu tomar uma decisão mais branda. Em agosto desse ano, o CFM divulgou um documento endereçado a médicos e sociedade recomendando que partos sejam feitos em ambiente hospitalar. A entidade alega que a opção é a mais segura tanto para a criança, quanto para o bebê. O documento não é de cumprimento obrigatório e dá uma amenizada na polêmica proibição feita anteriormente.

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Se informar para escolher bem O Governo Federal do Brasil define, por meio do Ministério da Saúde, os tipos de parto, suas indicações e características. Veja mais detalhes: O mais seguro Parto normal É mais seguro do que a cesariana, pois oferece menos riscos de infecção, hemorragia e prematuridade do bebê. Segundo o site, o apoio à mulher durante o pré-natal e o trabalho de parto é o principal recurso para o seu bom desenvolvimento. Algumas vezes, é preciso que sejam oferecidos métodos não farmacológicos de alívio da dor e utilizadas intervenções como a anestesia. Um outro ponto positivo desse método é que o organismo materno se prepara para o nascimento, com a produção de hormônios para a produção do leite, por exemplo.

Temperatura confortável Parto na água Uma banheira com água morna é o lugar escolhido pelas mães que optam por esse tipo de parto. A temperatura da água proporciona conforto e ajuda a aliviar as dores das contrações. Tem que ser acompanhado por um enfermeiro-obstetra ou médico e não é indicado em casos de parto prematuro, gestantes com diabetes, hipertensão, HIV positivo, hepatite B ou herpes genital ativo e em gestações de bebês acima dos quatro quilos. Em situações de risco Parto cesáreo Segundo dados de 2009 do Ministério da Saúde, as cesarianas representam 34% dos partos realizados na rede pública de saúde brasileira. No entanto, por se tratar de um procedimento cirúrgico,

a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que esses casos não ultrapassem 15%. O Governo brasileiro também acredita que há um abuso desse procedimento no país, que deve ser usado apenas em situações de risco e que impeçam o nascimento natural. Lugar conhecido Parto domiciliar Esse tipo de parto só é recomendado para gestações de baixo risco e deve ser conduzido por um médico ou enfermeiro-obstetra. Além disso, durante o trabalho de parto, é preciso garantir que a gestante possa ser transferida para um hospital, caso seja percebido qualquer problema ou complicação. No Brasil, em regiões de campo e floresta, muitas crianças nascem pelas mãos de parteiras tradicionais, que se ofere-

cem, de forma voluntária, para ajudar mulheres a parir.

Entrevista Alberto Jorge Guimarães

“O médico não sabe parir” Defensor do parto humanizado, o ginecologista e obstetra defende o papel de facilitador do médico, na hora em que a mulher que tem que ser protagonista. Pergunta - Quem tem o poder maior na hora de escolher o tipo de parto, o médico ou a mãe? Resposta - Não se trata de quem tem mais poder; todos os cuidados são voltados para permitir que a parturiente consiga vivenciar o trabalho de parto e o parto da melhor maneira possível para ela. Se o pressuposto é ter sua vontade respeitada, isso é definido com responsabilidade pelo profissional de saúde, que pode participar informando, esclarecendo e jamais impondo a sua preferência. O médico não sabe parir, portanto, pode ser um colaborador no parto, não em oposição, mas em colaboração. Pergunta - No pós-parto, quais as vantagens de ter optado por um parto humanizado? Resposta - Todas as vantagens. Depois de ter superado os desafios da escolha e do trabalho de parto, o medo e a dor, esta mulher está exalando poder, realização, com certeza tem muito mais autonomia para os cuidados com o recém chegado filho. Pergunta - Como uma mulher se prepara para esse tipo de parto? Resposta - O pré natal é o momento ideal para esta preparação, através do conhecimento da fisiologia da contração uterina durante o trabalho de parto. O organismo também lança mão de substâncias naturais que ajudam a suportar as dores e existem outras estratégias de diminuição dos desconfortos. É preciso ter a consciência de que se trata de trabalho de parto, portanto exige-se disposição e energia. Em ambiente hospitalar podemos diminuir esta ansiedade e deixar claro que, se a mulher, após seu esforço pessoal, solicitar anestesia, ela pode ser utilizada e, nem por isso, o parto será menos valoroso. Pergunta - O que dizer para mulheres que têm medo de optar pelo parto humanizado? Resposta - Esta é uma oportunidade para vivenciar uma mudança no modo de ver a vida e suas relações com o mundo. Permitir que o seu filho nasça no dia em que ele terá que nascer (quando estiver pronto ele dará sinais, juntamente com o organismo materno). Vivenciá-la em toda sua plenitude, participando ativamente de todas as etapas deste novo ser, pode fazer diferença em que tipo de cidadãos estamos oferecendo para o mundo.


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# 32 • AGOSTO / OUTUBRO DE 2012

Entre o ser e o saber dos polímatas Eles venceram suas dúvidas e concluíram que é possível administrar multitalentos. E assim, tornaram suas vidas um acúmulo incansável de conhecimento. Jéssica Castro

Com o aumento significativo dos cursos superiores, a expansão das faculdades e os programas de inclusão do governo, como o Programa Universidade para todos (Pouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), tornar-se um profissional com nível superior saiu da impossibilidade do brasileiro. Todavia, a sociedade pós-moderna estimula os jovens na escolha de uma profissão que resulte reconhecimento, status e independência financeira, deixando para segundo plano as vocações individuais. Possivelmente por este motivo muitos adentram a universidade e não identificam-se com o curso escolhido. De acordo com o censo de 2009, o mais recente do Ministério da Educação (MEC), um total de

896.455 estudantes abandonou a universidade, entre os anos de 2008 e 2009, o que representa uma média de 20,9% dos alunos em todo país. Foi o que aconteceu em 2012 com a ex-aluna de Comunicação Social da Universidade de Fortaleza (Unifor), para Juliana Damasceno, 20, a escolha do curso de jornalismo foi resultado de sua afinidade de escrever, no entanto não superou sua expectativa: “Considerei que iria ter muito pouco mercado de trabalho para explorar, no meu caso, então sai por isso e por falta de identificação.” Ao escolher ingressar no curso de direito, a estudante já analisou todos os aspectos do curso, inclusive a receptividade do mercado, no intuito de sentir-se feliz com sua escolha. Conflitos, indecisão, ausência de orientação adequada, falta de autoconhecimento, muitos podem ser os motivos, mas por que restringir-se a uma única vocação? Segundo a psicóloga Isabel Martins, o jovem pode ter habilidades para mais de uma profissão e o próprio mercado globalizado estimula e favorece a mul-

tidisciplinaridade.Portanto, ser multitalento é uma possibilidade humana, a notar-se pelo currículo dos polímatas. Segundo Aurélio Buarque de Holanda, polímata é “Aquele que estudou ou sabe muitas ciências.” Em termos menos formais, polímata é aquele que detém um grande conhecimento. Benjamim Franklin, Isaac Newton e Aristóteles são exemplos conhecidos de polímatas, a partir dos seus currículos é possível concluir que explorar várias áreas do conhecimento não é nada incomum e ou inatingível, é uma possibilidade humana, que envolve vocações e inclinações. No entanto, eles já morreram e ficaram registrados na história devido suas inúmeras benfeitorias e obras herdadas pela sociedade.

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Polímatas famosos do mundo 1 Leonardo da Vinci (Itália) Pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, matemático, fisiólogo, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, mecânico, inventor, anatomista, escritor, poeta e músico.

2 Benjamin Franklin (EUA) Jornalista, editor, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata, inventor e enxadrista estadunidense.

3 Rui Barbosa (Brasil) Jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro.

4 Isaac Newton Cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo.

Dicionário

Polímata Palavra derivada do grego polymathes, que se pode traduzir como “aquele que aprendeu muito”. Usado para se referir àqueles cujos conhecimentos abrangem várias áreas.

5 Afrânio Peixoto Médico, político, professor, crítico literário, ensaísta, romancista e historiador brasileiro.

6 Gilberto Freyre Sociólogo, antropólogo, historiador, escritor e pintor brasileiro.

Verso e reverso de Erotilde Honório Em 1947, o distrito de Guassussê, no sertão central do Ceará, foi berço de uma história de libertação e superação. Libertação da cultura de submissão machista da época e da superação da carência de conhecimento do povoado, que coberto pelo Açude Orós já não existe. Merantina Honório é o “combustível” dessa história, mãe de cinco filhos, analfabeta, uma mulher com visão desmedida e com intangível ambição de conhecimento para seus filhos. Resultado disto, uma vida insaciável pelo saber. Bem a frente do seu tempo, a “filha do meio”, Erotilde, que aos 11 anos veio morar num patronato de freiras em Fortaleza, tinha objetivos bem diferentes das garotas da época: “a preocupação das meninas era fazer o cabelo, ir pros Diários, pro Náutico, porque eram nesses locais que tinham uns rapazes de bem, ricos e que seriam um bom partido. Mas isso não me interessava, eu queria construir a mim.” Com essa sede de conhecimento ela iniciou sua vida acadêmica, “no período brabo da ditadura, eu estava cursando história.” Graduação em História, Comunicação Social, Medicina, Música, Mestrado e Doutorado em Sociologia, além das especializações em Pediatria, Homeopatia, Psicodrama, Arte Dramática, Metodologia da Pesquisa em

Comunicação, sem contar com os inúmeros prêmios e certificados. No entanto, a poetisa só se deu conta de que sua aptidão para diversas áreas do conhecimento era algo normal, no início da década de 1980, ao participar de um workshop de biodança, em Fortaleza: “nesse encontro com o criador da biodança, Rolando Toro, ele me disse uma coisa: ´serene, porque o homem é multitalento. Cada ser humano tem a possibilidade de desenvolver inúmeros talentos. Aproveite a possibilidade que você tem de desenvolver seus talentos, isso é saudável’. Então, a partir daí eu serenei e continuei a investir nas coisas que eu já investia.” Mesmo sem ter sido alfabetizada e com limitações financeiras, dona Merantina empurrou seus filhos para o conhecimento, conforme relato da atriz, “minha mãe incentivava a gente: ‘você tem que aprender, você tem que saber!”, mas quando eu decidi fazer medicina, minha mãe, dentro do machismo dela dizia: ‘que medicina, o quê? Você não vai fazer medicina coisa nenhuma!’, e foi nisso que a Dra. Especialista em Homeopatia e Pediatria agarrou-se: “ela me desestimulava, mas eu percebia que ela dizia: ‘ não é possível, que maravilha! Será que ela vai conseguir?’ Tinha um subtexto que eu entendia

Entrevista Isabel Martins Psicóloga

Pode ser bom ter mais de uma graduação Sobpressão: Como o jovem pode descobrir sua vocação? Isabel Martins: É preciso que ele tenha paciência para olhar para dentro de si, descobrir-se e saber se a profissão que ele tem em mente está de acordo com sua personalidade e com o estilo de vida que ele pretende ter.

Inúmeras publicações, artigos, prêmios e certificados comprovam seu êxito profissional. Foto: Jéssica Castro

e era nesse subtexto que eu me apegava.” A jornalista casou-se aos 27 anos, período em que concluía a graduação em Comunicação Social e cursava medicina e música. Teve um casal de filhos, Ivo e Mirela, o que não a impediu de prosseguir ousando. No decorrer dessa trajetória, a atriz admite que tomou uma “decisão muito pesada” ao abrir mão da bolsa da Fulbright, instituição dos EUA que a tornaria a primeira doutora em teatro no Brasil. No entanto, ela não abandonou o teatro, deu a volta por cima e pôde desenvolver outras paixões, como gerenciar obras de arquitetura e também resistir a mais um curso: “quase fiz

engenharia mecânica, tive que me segurar pra não fazer.” Hoje, aos 65 anos de idade, a diretora do Centro de Ciências Humanas (CCH), que dedica todos os dias úteis na Universidade de Fortaleza (Unifor), e os sábados ao seu consultório de homeopatia, sente-se exitosa, apesar da necessidade vital de adquirir ainda mais conhecimento. Perguntada sobre o bom desempenho de várias funções, ela explica: “sinto que faço bem todas as coisas que faço, e as que não faço é porquê não me dediquei como deveria. Não sou uma eximia flautista porque dedico muito pouco tempo a minha flauta, não sou uma excelente atriz porque faço teatro como bico.”

SP: É possível ter vocações em diferentes áreas e destacar-se em todas? IM: Acredito que o jovem possa até ter habilidades para mais de uma profissão e o próprio mercado globalizado estimula e favorece a multidisciplinaridade. Se o jovem tiver disponibilidade, interesse em formar-se em mais de uma faculdade, visando um diferencial em seu currículo. SP: É viável abandonar um curso superior ao descobrir falta de identificação? IM: O termômetro é muito pessoal, ele pode optar por valorizar os semestres já cursados , concluir o curso e entrar como graduado com a bagagem que já adquiriu, vislumbrando a perspectiva do mercado que exige esse diferencial.


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MAIO / JUNHO DE 2008

O sabor do sucesso profissional aos 25 anos Jovens cearenses atingem a realização em carreiras distintas e provam que não basta ter sorte. É preciso muita dedicação, competência e talento Suiani Sales e Wolney Batista

O segredo para o sucesso precoce. Essa é uma busca que aflige muitos jovens. A empresária Mila Ary, o cantor Wesley Safadão e a atleta Ana Cláudia Lemos conseguiram decifrar esse código e alcançar, em suas áreas de atuação, grandes realizações pessoais e profissionais antes dos 25 anos. O Brasil é o 3º país no mundo onde há uma maior quantidade de juventude empreendedora. De toda a população brasileira que encabeça um negócio próprio, 25% são jovens entre 18 e 25 anos, segundo o mais recente relatório da Global Entrepreneurship Monitor, que reúne dados de 43 países. Dentro dessa percentagem brasileira está a empresária de 24 anos, Mila Ary. A jovem é proprietária da Empório Brownie, rede de doces em Fortaleza, com quatro lojas, onde em uma delas funciona a fábrica. Mila aprendeu com a mãe a receita caseira de brownie que rendia elogios em reuniões familiares. Ainda enquanto cursava a faculdade de Administração, a jovem começou a comercializar os doces entre amigos e pequenos comércios. “No começo era eu e uma funcionária, em casa mesmo. Mas na época de pico a família toda ajudava”, relembra. Atualmente, a Empório Brownie emprega formalmente 35 funcionários. Mila teve que lidar com o descrédito de empresários que duvidavam de sua capacidade em gerenciar e cumprir com os compromissos por ser muito jovem. “Por ter uns 19 anos, as pessoas quando iam me contratar, me olhavam, e perguntavam se eu tinha mesmo condições de entregar o que eles estavam me encomendando. Não me davam muita credibilidade”. O investimento para abrir a primeira loja veio da quan-

tia acumulada pela jovem das encomendas ‘de porta em porta’. O restante foi financiado pela mãe da empresária como presente de formatura. A partir daí, os outros estabelecimentos foram inaugurados em intervalos de seis meses a um ano. No momento, a empresária admite que é tempo de estruturar suas lojas estrategicamente para poder crescer junto ao mercado. Revela ainda que faz questão de administrar e cuidar de cada detalhe ligado à marca Empório Brownie. Desde o novo sabor de doce que vai ser lançado até a relação trabalhista com os funcionários. “Tudo aqui fui eu que imaginei: os preços, o cardápio, a logo, o nome, a cor. A parte administrativa também faço basicamente sozinha: contrato, demito, mudo preço, divulgo lançamento, vou na gráfica, faço pagamento, estoque”. O que lhe rende uma acentuada exigência pessoal. Apesar de já ter construído um verdadeiro império do brownie na capital cearense, a jovem pretende expandir os negócios para fora do Estado em forma de franquias e ainda abrir novas lojas em Fortaleza. Cantor das multidões Wesley de Oliveira da Silva, o Wesley Safadão, também é um exemplo de sucesso. Aos 24 anos, além de subir aos palcos como vocalista da banda de forró Garota Safada, é sócio de uma empresa promotora e agenciadora de shows, a WS produções. O forrozeiro conta que ser cantor não fazia parte dos sonhos de infância. Segundo ele, como bom brasileiro, queria mesmo ser jogador de futebol. A carreira veio de forma inusitada. “Minha mãe já tinha a banda Garota Safada e, certo dia, poucas horas pra começar um show, o então cantor chamou minha mãe e disse que não ia cantar mais. Passaram mil ideias na cabeça dela mas nada que solucionasse. E pra nossa família, o dinheiro daquele cachê, por menor que fosse, era muito importante para todos lá de casa. Aí eu disse: mãe, eu canto no show”.

Proprietária dos quatro estabelecimentos da Empório Brownie, Mila Ary ambiciona ampliar a empresa dentro e fora de Fortaleza em forma de

Entrevista

Wanderley Abreu Jr.

Quem quer ser um milionário? Wanderley Abreu Jr. ganhou notoriedade mundial como o hacker adolescente que conseguiu invadir o sistema da Nasa, agência espacial americana. O brasileiro alcançou o primeiro milhão aos 24 anos e atualmente dá palestras sobre como chegar à quantia e mantê-la Sobpressão: Para conseguir um milhão de reais antes dos 30 é preciso fazer muitas renúncias? Wanderley: Não tive muita vida social até meus 24 anos . Me dediquei muito às atividades que mais gostava naquele momento. Sobpressão: Não corre o risco de o dinheiro se tornar objetivo principal e não consequência nessa busca por ser milionário? Até que ponto essa busca pode ser benéfica? Wanderley: Isso depende de com o que você trabalha. Na verdade se seu objetivo é buscar dinheiro (um objetivo muito válido num País capitalista e baseado na economia de consumo como o nosso), deve buscar uma carreira no mercado de capitais, corretagem de valores mobiliários, setor bancário. Em qualquer outra profissão fazer um milhão ou mais é consequência do seu trabalho, de conhecer as pessoas certas e de sorte. Sobpressão: O administrador Max Gehringer fala sobre a diferença de preço e valor das coisas, onde os objetos não custam necessariamente o valor que eles têm. Você acha que o jovem brasileiro é preparado para fazer essa diferenciação e, assim, gastar esse milhão de forma consciente? Wanderley: Em termos denotativos é só ver a quantidade de

impostos que pagamos sobre bens de consumo para saber que não sabemos fazer essa diferenciação. Em qualquer outro pais, essa carga de impostos abusivos já tinha causado alguma revolta civil grave. Em termos conotativos, acho que a maioria dos jovens brasileiros é tão limitada na educação que suas prioridades de vida são muito primárias para pensar nos valores maiores da vida. O que os americanos chamam de “Big Picture” passa longe do pensamento de um jovem de vinte e pouco anos que já tem um filho ou é chefe de família. Sobpressão: Que tipo de investimento você aconselharia um jovem a fazer? Previdência privada é uma boa opção? Wanderley: Primeiramente na sua educação, essa nunca é o bastante, invista prioritariamente em se tornar o melhor possível no que faz. Se eu me aposentasse hoje pelo INSS ganharia exatos R$ 891,50. Não é bem um salário milionário não é mesmo? As primeiras duas coisas que fiz quando comecei a ganhar dinheiro foram comprar uma casa e fazer uma boa previdência privada, além de um bom seguro de vida e invalidez. É importante pensar no futuro, principalmente num país que ainda está buscando a consolidação econômica e política como o nosso, pois nunca se sabe o dia de amanhã.

Com grande incentivo dos pais, o menino de cabelos longos viu sua voz e talento para embalar festas de forró render grandes conquistas financeiras. Wesley só se deu conta do sucesso que alcançou quando percebeu que os ingressos dos seus shows se esgotavam rapidamente. O vocalista atribui a três qualidades o segredo por ter chegado ao patamar em que está hoje. “Dedicação, humildade e fé. Se todo mundo trabalhar fazendo o que ama e seguindo esses preceitos, todos os lucros vão chegar”, teoriza o jovem milionário. Recompensa do esforço Wesley e Mila concordam em um aspecto: tanto a empresária como o cantor estão em fases que não conseguem conciliar as várias funções que acumularam durante os anos. “Quando os compromissos são como estão os meus atualmente, que não deixam tempo livre quase pra nada, me sinto pressionado. Por mim, aproveitaria muito mais a minha casa e a minha família”, desabafa o cantor. A psicóloga Siena Guerra observa que essa angústia é um sentimento normal entre a juventude e que isso não indica um despreparo para a carreira escolhida. “Se o jovem obteve sucesso precocemente de alguma forma ele já está preparado para tal, pois trabalhou para que isso acontecesse. Ele sabe que aquilo é fruto do seu trabalho e do seu empenho. O sucesso pode até ter vindo de uma


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MAIO / JUNHO DE 2008

Pressão para o êxito deve ser ponderada

Vida profissional é um dos campos mais indecisos para os jovens Foto: suiani salEs

e outras lojas e franquias.

Ana Cláudia Lemos pretende representar o Brasil em 2016

Foto: WolnEy Batista

Siena Guerra

Se o jovem obteve sucesso precocemente de alguma forma ele já está preparado para tal, pois trabalhou para que isso acontecesse. Ele sabe que aquilo é fruto do seu trabalho e do seu empenho.

veitamento nos jogos britânicos, Ana Cláudia agora se cobra chegar a um lugar no pódio durante as próximas Olimpíadas no Rio de Janeiro, em 2016. “O ápice do atleta é quando ele tem uma medalha olímpica. Na próxima Olimpíada talvez, aí pode ser que seja meu ápice”, contesta quando questionada se é uma referência de sucesso na modalidade que pratica. A cobrança pessoal é um traço

Foto: agÊncia luZ/BM&FBovEspa

latente nos três entrevistados. Além da pressão, essa imposição tem lado positivo, considera a psicóloga. Segundo ela, parte do sucesso desses jovens deve-se a determinação de tempo e esforço de cada um deles. “Traçar metas e ter foco para realizar o que se pretende é fundamental nessa busca”.

Psicóloga

forma imatura pela idade que o jovem tem, mas houve o empenho para que isso acontecesse”, argumenta. Busca incansável Em um território diferente de Mila e Wesley, a velocista Ana Cláudia Lemos chegou recentemente ao nível mais alto de um atleta; participou das provas de atletismo nas Olimpíadas de Londres. Ana Cláudia lida de forma diferente com o sucesso alcançado. “Não me considero bem sucedida financeiramente porque não penso nisso. Penso em competições que quero ganhar, o resto é consequência”, avalia. A atleta se policia diariamente para ter um melhor desempenho nas provas. Descontente com o seu apro-

A pressão social inicia-se junto com a entrada da criança nas escolas. As instituições educacionais são programadas para direcionar os estudantes para o exame do vestibular, muitas vezes sem conhecer as aptidões delas para cada área. Mais grave que isso é quando as escolas se resumem a trabalhar a vertente profissional e restringem o lado pessoal, aponta a psicóloga Siena Guerra. “As instituições esquecem de prepará-las para serem bons cidadãos e focam nossas crianças para serem bons no mercado”. Ela aconselha que os pais trabalhem valores como os famíliares, de respeito, de solidariedade; que possam ser solidificados durante a formação, para que os jovens saibam como lidar com o sucesso financeiro. Mesmo assim não é tão simples como parece. Patologias como a depressão surgem na adolescência, muitas

vezes como resposta às altas exigências impostas pela sociedade. “As pressões tomam dimensões maiores do que parecem ter durante essa fase”, acrescenta Siena. A indução dos pais ou da sociedade para que os jovens sigam determinados caminhos que não sejam os desejados pelos próprios, pode gerar profissionais frustrados por não terem a livre escolha, pois causa o sentimento de incapacidade. Não há segredo ou fórmula pronta para descobrir o caminho para o sucesso. Porém, a psicóloga revela um exercício simples que pode auxiliar na escolha da profissão. “Sempre peço aos meus pacientes que não sabem o que exercer, para fecharem os olhos e se imaginarem acordando todos os dias em determinada situação para exercer um trabalho. Pergunto se eles sentem motivação ou desânimo para a partir daí poder continuar na busca do desejo”.

Saiba mais...

Eles também conseguiram Beatles John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, faturaram alto a cada aparição quando tinham, em média, 20 anos. Paul atualmente cobra o cachê de Us$ 4 milhões por apresentação. Mark Zuckerberg O empresário americano ficou conhecido mundialmente por fundar a rede social Facebook, quando tinha apenas 20 anos, em uma brincadeira entre amigos. Atualmente, as ações do site valem US$ 48 bilhões. Wesley entrou na carreira por acaso e hoje atua como cantor e empresário. Foto: divulgação

Steve Jobs Aos 21 anos de idade desenvolveu e comercializou uma das primeiras linhas de computadores pessoais de sucesso, a série Apple II. Foi cofundador, presidente e diretor executivo da Apple. Gisele Bündchen A brasileira conseguiu prestígio e fortuna no mundo da moda internacional. Em 2000, aos 20 anos, ganhou o título de modelo do ano da Vogue, uma das publicações mais conceituadas da área.


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AGOSTO / OUTUBRO DE 2012 • # 32

Mesmo com tantas críticas à poluição visual causada pela propaganda política, acumulam-se cavaletes nos canteiros da cidade. Pesquisa revela que este instrumento de propaganda não influencia no voto.

Com quais ferramentas se faz um candidato

Foto: iZaBEl olivEira

Saiba mais...

Pesquisa sobre Influência do Marketing Político Propostas dos candidatos

O partido (ou coligação) Indicação da família Aparência do candidato

A cada eleição eles se preparam para conquistar a simpatia e o voto da população. Saiba como o marketing auxilia um pretenso candidato à prefeito Elder Alves, Izabel Oliveira e Marina Solón

Este ano os fortalezenses foram às urnas escolher um novo prefeito que chefiará o Executivo Municipal da cidade pelos próximos quatro anos. Para tanto, dez postulantes puseram seus nomes à mercê da vontade do eleitor. A população, por sua vez, teve livre arbítrio para analisar as propostas de cada candidato e partido e fazer sua escolha. Para tornarem-se atraentes e se aproximarem do eleitor, os candidatos valem-se de estratégias de marketing político, que trabalham a imagem do prefeiturável de forma a corresponder às expectativas que o eleitor tenha de um novo gestor público. Com três perguntas e respostas de múltipla escolha, a reportagem do Sobpressão realizou uma pesquisa na rede social Facebook no período de 19/09/2012 a 24/09/2012 pelo Googledocs (observe o quadro). De acordo com a pesquisa sobre Influência do Marketing Político, realizada durante os dezenove dias que antecederam às eleições, a maioria das pessoas acredita que as estra-

tégias utilizadas pelos candidatos influencia no resultado final, ou seja na escolha do eleitor. Carros de som e adesivos são reprovados nas campanhas. Eleitores consideram estas como as piores propagandas políticas. A cada eleição percebe-se a mudança nas campanhas políticas e a disputa acirrada em busca do voto de cada eleitor. Partidos políticos investem no marketing para conquistar a credibilidade. E o que influenciaria para que eles tivessem um resultado satisfatório e positivo? A pesquisa, contou com 52 participantes de diversos grupos, em que ficou nítido que as propostas dos candidatos são o que mais importa para o eleitor na hora da decisão. Embora os candidatos procurem construir uma imagem jovial, para os participantes desta pesquisa, a aparência foi o que menos pesou como resultado. Apenas 2% disseram ser influenciados pela aparência. Quanto à legenda partidária essa ficou em segundo lugar com 8% de escolha. Com isso, percebeu-se que a ideologia partidária não influencia estes eleitores em sua decisão. Quanto aos votos por indicação familiar, apenas 6% disseram sofrer essa influência. “Acho que a influência da família é mais comum no interior, em que os nichos são muito fechados e também quando há interesse direto. Penso que

Resultado

Carros de som e adesivos são reprovados nas campanhas. Eleitores consideram estas as piores estratégias de propaganda política Pesquisa do Sobpressão

isso pouco aconteça nas grandes cidades” é o que acredita o estudante de jornalismo João Paulo de Freitas. A pesquisa interrogou se a campanha política intereferia no voto destes participantes. 63% afirmaram ser convencidos por elas e 35% disseram que não. Neste caso a campanha política seria o mais importante item para a escolha do voto do eleitor. TV tem maior poder de convencimento Também foi questionada a ferramenta de comunicação mais influente na campanha em resultado obtido, 83% afirmaram ser a televisão, o veículo mais atraente. Em segundo lugar ficaram as carreatas com 6% de aprovação. As propagandas no rádio, jingles e banners empataram com 4% das preferências. Quanto aos carros de som e adesivos foram reprovados

Quais os critérios que você usa para escolher o seu candidato? O marketing do candidato influencia o seu voto?

63%

35% Sim

Não

Não sabe 12%

Qual das estratégias utilizadas pelos candidatos você considera a mais importante e que pode influenciar o seu voto?

com 0% pelos internautas. Os dados condizem com o que reza a cartilha eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) que, por sua vez, afirma ser crime eleitoral a perturbação ao sossego público, com algazarra ou abuso de instrumentos sonoros, sinais acústicos e ainda o que prejudique a higiene e a estética urbana.

Embora não tenha sido critério na pesquisa, os debates políticos são momentos relevantes para a decisão, em que os candidatos usam para apresentar suas propostas de governo. Outro item não interrogado, mas divide opiniões é o recebimento de mensagens e ligações gravadas. Na maioria das vezes, o eleitor não teve a opção de escolher tal serviço.


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# 32 • AGOSTO / OUTUBRO DE 2012

Formas nada tradicionais de fazer campanha Em busca de conquistar os votos de cada eleitor, os políticos se valem de diversas formas para se eleger. Internet, e-mails, sms, facebook, twitter, vlogs e até cores fazem parte das novas estratégias das campanhas políticas. As imagens dos prefeituráveis são trabalhadas de forma a corresponder os anseios da população e atender às expectativas que o eleitor tenha de um novo gestor público, para isso não medem esforços e inovam na forma de fazer campanha. Para Helena Martins, que foi coordenadora de comunicação da campanha de um candidato à prefeitura de Fortaleza, o posicionamento da imagem do postulante se baseia nos valores apregoados pela legenda. Ela afirmou que uma nova política como alternativa para tudo o que tem aí, foi um posicionamento usado. Para tanto, temas como transparência, meio ambiente, juventude e mudanças foram incutidos na campanha. Como forma de atrair o eleitor Helena disse que o uso das cores branco e vermelho nos materiais impressos de campanha e nas propagandas de TV e mídias sociais foram formas de remeter o eleitor aos conceitos de transparência e luta por mundança. “O vermelho é historicamente uma cor de lutas sociais” disse Helena. O uso das bandeiras tingidas com essas cores foi utilizado para

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A diferença Marketing Político Conjunto de técnicas objetivando adequar o candidato ao seu eleitorado potencial, fazendo-o conhecido do maior número de eleitores, mostrando a diferença de seus adversários melhor posicionados. Saber o que pensam e o que querem os eleitores em determinado momento, a partir dessas informações compatibilizar o discurso do candidato com os anseios do eleitorado. Marketing Eleitoral Consiste em implantar técnicas de marketing político e comunicação social integrados, de forma a conquistar a aprovação da simpatia da sociedade, construindo uma imagem do candidato que seja sólida e consiga transmitir confiabilidade e segurança a população, elevando seu conceito em nível de opnião pública. Inicia-se por um trabalho de pesquisa e sondagem que norteia a espinha dorsal da comunicação eleitoral. Preocupa-se com a formação da imagem em curto prazo. Fonte: www.eloamuniz.com.br

Diferente das tradicionais carreatas, os partidos apostam nas bicicleatas como proganda verde e limpa. Foto: Divulgação

mostrar a ideologia socialista e libertário Para Helena Martins, eles utilizaram a internet e as mídias sociais como Facebook e Twitter, para expor ao eleitor seus princípios e valores, de forma a propagar de forma eficiente as propostas de mudança que o partido dispunha. “Desde que o Partido surgiu, há 7 anos, buscamos nos colocar para o eleitor como uma alternativa, um caminho para construção de uma nova política firmada em valores éticos que se perderam ao longo da caminhada política brasileira. Para tanto, fazemos uma campanha diferente, com alegria e

irreverência”. Outras estratégias de se achegar ao eleitor é trazer o candidato para junto da população de formas que não as conhecidas caminhadas ou carreatas onde o postulante aperta a mão dos eleitores. A maneira que o partido encontrou de se aproximar do eleitor foi realizar rodas de conversas em cada bairro de Fortaleza, onde o candidato e integrantes da campanha conversam com eleitores sobre propostas. Além das rodas, são realizadas as bicicleatas, uma alternativa às carreatas como forma de mostrar a preocupação com o meio ambiente.

Uma outra ferramenta de campanha foram os encontros em espaços públicos. Oportunidade de os simpatizantes e militantes da campanha se avolumarem e debaterem entre si estratégias de mobilização para conseguir mais votos. A assessora afirmou que o uso das mídias sociais foram pra divulgar eventos e que os banners de atividades da campanha foram formas de se chegar aos eleitores. Pesquisas de campo Para a jornalista e pós-graduanda em Marketing Camila Cortez, as ações de marketing são formas dos políticos

se inserirem no cotidiano das pessoas e captar os anseios dos eleitores e apresentar formas de atendê-los. “Por meio de propagandas e ações dinâmicas, os candidatos buscam mostrar-se simpáticos e acessíveis ao eleitor. É uma forma que eles têm de mostrar que são iguais a qualquer eleitor, e têm a melhor solução para os problemas da cidade”. Ela detalha que antes que o candidato vá às ruas, os marqueteiros das campanhas realizam pesquisas de campo com foco no posicionamento do político. “Essas pesquisas vão refletir o que o eleitorado anseia. A partir desses resultados o candidato se posiciona na campanha como uma solução aos problemas da cidade”. Dentre as diversas alternativas de se tornar elegível, se entende que atualmente as mídias socias tomaram uma posição importante dentro das campanhas políticas. Para isso é necessário que os políticos busquem junto com as equipes de marketing, formas mais estratégicas de campanha, tendo em vista as quantidades e diferentes opções de candidatos que o eleitor tem para fazer assim a sua escolha. Percebe-se que os eleitores estão cada vez mais exigentes e atentos as propostas e alternativas utilizadas. A inovação em campanha eleitoral é a nova alternativa na disputa pelo voto de cada eleitor.

O Horário Eleitoral de TV pode ajudar a definir o voto Renata Baltar, 21 anos, estudante de Direito da Unifor, estava indecisa em quem votar nas eleições municipais de 2012. Ela falou que um dos componente que utilizaria para decidir seu voto seria assistir ao Horário Eleitoral Gratuito de Televisão. Em razão disso, nossa reportagem acompanhou um dia de Renata assistindo o Horário Eleitoral Gratuito para saber como a propaganda na televisão influencia o olhar da eleitora sobre os candidatos.

Renata falou que dentre os dez candidatos que se dispuseram a conquistar seu voto, alguns ela nunca ouvira falar. No entanto, esses mesmos que ela não conhecia, dispunham de tempo diminuto na televisão, por serem candidatos sem nenhuma ou com pouca representação na Câmara dos Deputados. Ela disse que algumas propagandas serviram para que ela firmasse a imagem dos candidatos. “Uns eu tinha antipatia, mas a propaganda, que focava

Eleitora acredita na influêcia do horário eleitoral gratuito. Foto: Marina Solon

no candidato e nas propostas, pôde me dar uma visão mais abrangente de quem são esses candidatos de verdade”, opinou. Para Renata, a propaganda eleitoral pode influenciar seu voto. “Os candidatos com mais tempo logicamente vão ter mais minha atenção, vão ficar mais

na minha cabeça. Também tem aqueles jingles, que ficam o dia todo tocando, e que me fazem ter mais propensão a analisar determinado candidato”. Renata disse que a propaganda lhe foi útil para estar mais aberta a conhecer os pretensos novos gestores de Fortaleza.

Propaganda Eleitoral: O que pode e o que não pode Para as eleições municipais de 2012, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará TRE-CE, lançou uma cartilha com informações do que é permitido, ou não, na propaganda eleitoral segundo Resolução do Tribunal Superior Eleitoral em vigor. Segundo a cartilha, várias são as proibições, entre elas a propaganda eleitoral em bens públicos ou que dependa da cessão ou permissão; como postes de

iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus. E ainda, nos locais de uso comum como lojas, cinemas, clubes, centros comerciais, igrejas, ginásios e estádios, mesmo que o local seja de propriedade privada e a propaganda seja por meio de adesivos, cartazes em táxis, ônibus e veículos de aluguel. É vetada a propaganda eleitoral em árvores e jardins localizados

em áreas públicas. Também estão proibidas as pichações e inscrições a tinta. E o que pode nessa Eleição? O uso de cavaletes, bonecos, cartazes, mesas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo das vias públicas com a colocação e retirada das 6 horas as 22 horas. Impressos com o CNPJ e o CPF do respósavel pela confecção e de quem

o contratou, com o número da tiragem, editados sob responsabilidade do partido, coligação ou postulante. Alto falantes e carros de som devem circular das 8 horas ás 22 horas no período compreendido entre o início da campanha eleitoral e a véspera da eleição. No jornal até a antevéspera das Eleições, o máximo de dez anúncios em datas diversas, e edição com 1/8 da página.


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Cobrança de 10% não é reconhecida por Lei A cobrança da taxa de 10% tornou-se uma prática comum em bares e restaurantes Foto: Bárbara Ferraz

Apesar da cobrança de gorjeta ter se tornado quase uma obrigação nos bares e restaurantes, não existe uma lei que regularmente esse serviço. Bárbara Ferraz e Luana Benício

A cobrança da taxa de 10% pelo serviço prestado em bares, botecos e restaurantes de Fortaleza tornou-se comum. Entretanto, muitas pessoas ficam em dúvida se devem pagar ou não. Questionam se essa é uma prática legal e para onde vai o dinheiro, se é para o garçom ou para o estabelecimento. Segundo o advogado Wdson Soares Silva, especialista em direito do consumidor, não existe nenhuma lei que regulamente o exercício da cobrança da chamada “taxa de serviços”. “Qualquer valor dado pelo consumidor por mera liberalidade ao empregado pela execução de um serviço é considerado como doação. Esta é regulamentada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 538 que trata apenas sobre a doação”, afirma Wdson. De acordo com o artigo 538, considera-se doação a quantia estipulada pelo cliente transferida para outra pessoa. O advogado ainda esclarece que o consumidor não é obrigado a pagar a taxa de serviço, mesmo que o restaurante considere obrigatório e avise sobre a cobrança. “Os bares e restaurantes utilizam-se da coerção para que o consumidor pague, na lei da pressão, a taxa de serviços, impondo-a como obrigatória. Como não há nenhuma legislação que trate especificamente sobre o tema, o consumidor pode recusar-se a pagar especificamente 10%, pois acaba desvirtuando o caráter de doação espontânea pela execução do serviço, podendo dar a bonificação que achar justo”. A pedagoga Marianna Saunders é contra a cobrança sem um aviso prévio. “Na maioria dos estabelecimentos não há aviso prévio da cobrança, sendo assim, a pessoa que está usufruindo não pode se remeter a algo que não foi avisada. Se acharmos que o garçom

exerceu de maneira adequada a sua função, ‘doamos’ a gorjeta de acordo com o valor que acharmos justo - a mesma justiça é apresentada aos flanelinhas - já que o consumidor deveria tomar a decisão se o atendimento foi realizado de maneira favorável ou não”. O consumidor que tiver o seu direito desrespeitado, deve procurar na sua cidade o Programa Estadual de Defesa do Consumidor (Decon). Salário do garçom O gerente do restaurante Skina do Baião, Luiz Cláudio Caetano, afirma que o dinheiro arrecadado com os 10% é repassado totalmente para os garçons. “Nossos garçons têm carteira assinada, além de receber todos os direitos trabalhistas. O salário deles é composto exclusivamente por esse pagamento dos 10%”. O gerente ressalta que no cardápio há um aviso sobre a cobrança para que nenhum consumidor seja pego de surpresa. Entretanto, alguns consumidores se recusam a pagar a taxa. “É raro isso ocorrer, mas quando acontece, nós explicamos que essa taxa é o que constitui o salário do garçom, por isso é importante pagar, principalmente se tiver recebido um bom atendido. Caso o cliente continue se recusando, não podemos fazer nada e a casa arca com esse custo”. No restaurante Sirigaddo, a situação é diferente. De acordo com o proprietário João Belfort Neto, os garçons recebem um salário mínimo e os 10%. “A importância dos 10% é apenas motivacional, já que quanto mais o garçom vender, mais ele vai ganhar no fim do mês”, explica. Belfort afirma que do valor total arrecadado, 70% é repassado para os garçons. Os 30% restantes são distribuídos igualmente para a copa, cozinha e churrasqueira. Segundo especialistas, garçons mais atenciosos que cumprimentam o cliente, conversam e são prestativos, recebem gorjetas mais altas. Porém, cabe a cada cliente decidir se irá dar ou não uma gorjeta, independente de ter recebido uma atenção maior.

O que diz a Lei

O consumidor tem como direito a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. Código de Defesa do Consumidor Artigo 6º, Inciso IV

Muitos restaurantes não avisam ao cliente sobre a cobrança dos 10% Foto: Geppos

Enquete

Você é a favor da cobrança dos 10% em bares e restaurantes? Essa prática tornou-se comum em bares e restaurantes, mas existem opiniões diferentes com relação a cobrança dos 10% “Se você recebe um bom serviço, eu sou a favor, claro. Mas em muitos lugares no Brasil você nem sempre recebe um bom atendimento, então nesses casos não sou a favor.”

“Não sou a favor da cobrança, pois é de se esperar que toda taxa seja incluída no salário do garçom pelo restaurante, e não paga pelo cliente, pois este já paga pelo serviço.

“Eu pago porque sou ‘obrigado’, digamos assim. Se o dinheiro arrecadado fosse repassado totalmente para os garçons, tudo bem, mas isso nem sempre acontece.”

Joicy Muniz Jornalista de moda

Luiz Carlos Bomfim Estudante de jornalismo

Felipe Sousa Administrador

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Como a gorjeta é vista em outros países O ato de dar gorjeta pelo serviço prestado surgiu nos famosos pubs da Inglaterra por volta dos séculos 17/18. Urnas eram colocadas nesses locais com a frase To Insure Promptitude (para garantir presteza), daí a origem do termo Tip. Essa era uma prática comum entre os aristocratas, como forma de mostrar que possuíam educação e classe. Rapidamente essa gentileza se espalhou pela Europa e hoje é uma obrigação em quase todos os países.

Estados Unidos Obrigação Nos Estados Unidos, o ato de dar gorjeta virou uma obrigação! Ta-

xistas, cabelereiros, carregadores de malas, por exemplo, exigem gorjeta quando o serviço é bem feito.

Argentina Dólar não é recomendável Nos restaurantes, se o cliente quiser acrescentar os 10%, é bem vindo. Mas o restaurantes preferem receber em moeda local, e não em Dólar. Japão Contra o hábito da gorjeta Em quase todos os locais, os japoneses recusam a gorjeta. Po-

rém, fica a critério do estabelecimento se fará a cobrança ou não.

Coreia do Sul $1 pela bagagem Os estabelecimentos nunca esperam receber gorjetas dos turitas, especialmente em restaurantes. Entretanto, os carregadores de malas aceitam um dólar pelo serviço prestado. Austrália Novata no assunto Os australianos só começaram a dar gorjeta há vinte anos. Os estabelecimentos, em geral, esperam gorjetas pelo bom serviço prestado aos clientes.


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Lei exige cartaz avisando pagamento de couvert Assim como a taxa de 10%, outra dúvida que circula pela clientela de bares e restaurantes é o pagamento do couvert artístico. Muitos se queixam da falta de aviso ou do alto preço cobrado pelos estabelecimentos. Mas poucas pessoas sabem que, no início deste ano, foi sancionada pela Assembleia Legislativa do Ceará, uma lei que defende o direito do consumidor de ser informado da cobrança do couvert antes de qualquer consumação. Segundo o art. 1 da Lei 15.112, os estabelecimentos comerciais do tipo restaurantes, lanchonetes, bares e seus congêneres, que oferecem serviços de couvert artístico, deverão afixar em local visível ao cliente a descrição clara do preço pago a mais pelo serviço. Mas isso não basta. É obrigatório também que ele tenha as dimensões mínimas de 50 centímetros de altura e 40 centímetros de largura. A Lei entrou em vigor desde o dia 2 de fevereiro de 2012. Sabendo disso, o casal Daniele Pessoa, estudante de Educação Física e Júnior Ramos, estudante de Direito, negaram-se a pagar o couvert. Segundo a universitária, ela e o namorado foram a um bar na avenida Antônio Sales e sentaram em uma mesa para aguardar mais alguns amigos. Passaram uns 15 minutos, tomaram umas cervejas e, quando o resto da turma chegou, não quiseram permanecer no bar. Ao pedir a conta, Daniele e Júnior se assustaram. O couvert cobrado

Músicos lotam a casa mesmo com cobrança de couvert. Foto: Arquivo pessoal

deu mais caro que a conta, e ainda em cima desse valor foi adicionado 10%. Ao tentar conversar com o garçom, Júnior foi tratado com ignorância e grosseria, conta Daniele. “Já que tínhamos passado tão pouco tempo, queríamos pagar apenas pelo couvert de quem tinha bebido. Mas o garçom nos tratou com muita arrogância, então o Júnior, por conhecer as leis, não quis pagar. Não havia em lugar nenhum a informação de forma clara e acessível que era cobrado couvert no bar.” O casal pediu ao gerente do bar que mostrasse a eles o Código de Defesa do Consumidor para provar que eles eram obrigados a pagar. O mesmo se recusou. “Nós dissemos que bateríamos uma foto do local e pediríamos ao Procon uma

fiscalização do bar. Ameaçamos entrar com um processo contra a casa. Vendo que nós entendíamos do assunto, eles retiraram o couvert da conta. No fim, pagamos apenas a cerveja”, afirma Daniele. Outro motivo de reclamações é quando o cliente acomoda-se em áreas das quais o som pouco atinge, ou em certas ocasiões, que não se ouve nada. Neste caso, fica vetada a cobrança do couvert. O casal de universitários também estavam nessa situação. No lugar o qual se acomodaram, mal escutava-se a banda. Esse foi outro argumento usado por Júnior para se negar a pagar. A isso soma-se a queixa frequente de que os bares e restaurantes cobram caro pelo couvert e não repassam para os artistas o dinheiro arreca-

dado. Para o músico Heitor Azevedo, essa cobrança é muitas vezes injusta. Ele conta que a maioria dos bares não usam o dinheiro para o pagamento do contratado. “Normalmente o artista recebe um preço fixo combinado antes da apresentação e os donos de estabelecimentos convertem o lucro do couvert para gastos com a casa”, reclama. Mas segundo Heitor, apesar de serem minoria, existem lugares onde o cachê é fixo e o que for arrecadado é totalmente repassado para os músicos. “Nesse caso, é difícil saber realmente se o lucro total do couvert é nosso. O controle do dinheiro arrecadado fica nas mãos do dono do bar, é questão de confiança.” Ainda pela Lei 15.112 fica a critério do dono o valor ser repassado integral ou parcialmente, mas ele tem o dever de informar e afixar em local de fácil visibilidade esses valores. Se o estabelecimento não apresentar qualquer um dos artigos previstos na lei, o cliente não é obrigado a pagar a taxa. O infrator responsável terá que responder as sanções do art. 56 da lei 8.078, do Código de Defesa do Consumidor, aplicáveis na forma de seus arts 57 a 60. Outro lado da moeda De acordo com Adail Fernandes, dono do estabelecimento Trip Bar, os clientes muitas vezes usufruem das regalias do estabelecimento, mas na hora de pagar se recusam. Apesar

de possuir uma placa avisando, pôr no cardápio e impor aos garçons que avisem sobre o couvert, o empreendedor ainda tem problemas na hora da cobrança. “Uma porcentagem pequena, mas significativa das pessoas que frequentam o bar, querem ouvir uma boa música, mas não querem pagar por isso. Acham que deveria ser uma cortesia da casa”, se queixa. Adail afirma que seu bar ainda não tem condições de custear um músico ou uma banda com os lucros que possui. Mas ele defende a importância do atrativo para manter a casa sempre cheia. No Trip Bar, o dinheiro arrecadado é repassado totalmente para os artistas. Adail trabalha com um preço fixo. Caso o apurado do couvert não alcance esse preço, ele tira do próprio bolso para inteirar. Caso o apurado seja maior que o preço combinado, ele repassa o dinheiro que teve a mais para o músico. “Não lucro com couvert, meu lucro é a casa cheia consumindo meus produtos. Apesar dos reclamões, a maioria das pessoas adora sair de casa para descontrair, encontrar os amigos, ouvir uma boa música, interagir com o artista e fazer pedidos das suas músicas prediletas”, ressalta. Serviço Decon Ceará: Rua Barão de Aratanha, 100 – Centro - Fortaleza - CE / tel: 0800 2758001 - http://www. decon.ce.gov.br

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Universidade de Fortaleza http://uniforenade.wordpress.com


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MAIO / JUNHO DE 2008

Sincretismo traz mudanças nos hábitos alimentares do Fortalezense O sushi é um caso emblemático do efeito da globalização na nossa alimentação. A comida nipônica sofre as mais variadas adaptações para se adequar ao gosto brasileiro Hyana Rocha e Thalita Tavares

Quando pensamos na palavra sincretismo, logo nos surge a ideia de ser algo ligado à religião, e fazer essa relação não é errado. Porém, a alimentação é outro aspecto que passa pelo sincretismo. Um bom exemplo disso é o sushi, comida típica japonesa, que atualmente é encontrada com sabores regionais, como panelada e carne de sol, e pode ser adquirido em lanchonetes e supermercados. O Brasil, país com um cruzamento cultural muito forte, tem em cada região maneiras e regras de como preparar e consumir seus alimentos. Em todos os estados podemos verificar suas peculiaridades e suas formas de adaptar os alimentos. Em Fortaleza, um dos maiores centros comerciais do Brasil não podia ser diferente. A capital cearense tem verificado nos últimos anos um grande crescimento no consumo de produtos estrangeiros, principalmente aqueles referentes à alimentação. Os

A globalização, diversifica os hábitos alimentares do cearense. Pedro Humberto (na foto) só não come os de fruta. Foto: Hyana rocHa

“Sushis” e os “Sashimis” , tem ganhado muitos consumidores fortalezenses adeptos do peixe cru e do uso do “hachi”. O mercado está tão aquecido que hoje podemos comprá-lo em qualquer lugar e não apenas em restaurantes especializados. Um dos motivos que propiciou esse crescimento foi à

adaptação de boa parte dessa culinária ao paladar cearense. Podemos encontrar variações entre os sushis tradicionais e os adaptados.Sushis com frutas regionais, como goiaba ou manga, até mesmo o de linguiça podem ser encontrados com facilidade. Essas modificações já fazem parte do cotidiano de quem

Uma cultura cheia de detalhes e tradições

A mão que serve o prato Na etiqueta, a regra não poderia ser diferente. A mão que serve o prato pode se tornar um grande problema. A mão direita deve servir aos aliados e a esquerda aos inimigos.

Sushi através do tempo

Hashi Os temidos pauzinhos têm suas próprias regras. Furar o sushi com eles é proibido, menos nos oratorios, templo budistas e shintoistas e para pessoas que já morreram. E se você não gosta

Século VII

de usá-los, a maneira mais educada de comer é com a mão. Saquê De acordo com a tradição, a pessoa à sua esquerda deve lhe servir, e você deve servir o que está à sua direita. Servir a si mesmo não é bem visto. O copo deve ficar cheio durante toda a refeição e ser esvasiado de um vez no campai, um brinde que significa hospitalidade e atenção. Mulher pode fazer sushi? Dizer que mulher não pode fazer sushi se deve ao fato que a sociedade nipônica é machista. Eles acreditavam que as mulheres não poderiam fazê-lo por

Século XV O Nama Nare Zushi é criado, trata-se do Nare com um período de fermentação menor. É considerado o primeiro sushi moderno.

Pedras passaram a ser usadas para comprimir o arroz e o peixe. Assim surgiu o primeiro sushi, o Nare zushi

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O que é o sincretismo? Sincretismo é uma fusão de culturas diferentes ou a influência de uma nas praticas de outra. Com a globalização e a urbanização das cidades, esse termo passa a ser empregado para várias áreas, como a alimentação. Nesse caso, um alimento estrangeiro passa a ganhar novos ingredientes. Segundo o antropólogo, Gerson Oliveira, estudioso da cultura alimentar, a adaptação é inerente ao processo de recepção. “Nesse processo o grupo receptor, digamos assim, não é passivo diante daquilo que é incorporado. Logo, promove mudanças que visam uma melhor aceitação dos indivíduos. A cultura receptora imprime sua marca”. explica. Esse sincretismo ou adaptações fazem parte da própria essência humana de querer criar algo novo a partir do que já existe, por meio daquilo que lhe é particular. “É um processo marcado pela capacidade criativa e inovadora dos indivíduos a partir dos referenciais do seu universo cultural, isto é, daquilo que é familiar. Não é a toa que encontramos o sushi de caranguejo”. acrescenta. ?o é a toa que encontramos o sushi de carangueijo.

Sushis Sincréticos

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A cozinha japonesa prima pela harmonia e pelos detalhes. Comer se torna um ritual com regras e custumes milenares.

comercializa a iguaria, como afirma Luis Carlos Santos, sushiman de uma grande rede de supermercados do Brasil. “Com certeza o nosso sushi se adequa à realidade brasileira. O nosso sushi é feito pelos clientes, os clientes que vão dizer se está bom ou não”. Além disso, Luis ainda conta que essas mudanças evitam o desperdício. “Nós produzimos cerca de seis toneladas por mês de sushi e, variar esse cardápio, evita perda”. Os consumidores se dividem quando à pergunta é sobre a preferência entre o sushi tradicional e o mais adaptado, Cicero Luis, estudante de Publicidade da Fa7, diz que sempre que pode consome sushi, que foi uma paixão à primeira vista. Ele prefere os sushis tradicionais, e acredita que a adaptação desse alimento de acordo com a região não é muito interessante. “Quando um alimento é adaptado para outros costumes, como o sushi aqui, ele acaba perdendo a sua essência”, explica. Diferente de Cícero, a estudante de Design Gráfico da Fanor, Ana Elisa, gosta tanto do tradicional quanto do modificado. Pedro Humberto, concurseiro, come de 20 à 30 peças em uma refeição e não tem preferências com relação ao tipo de sushi.

que sua temperatura corporal se alterava durante o ciclo menstrual. O que poderia influênciar no resultado final do preparo do sushi cru. Barulhos Faz parte da etiqueta ter alguns ruídos durante o consumo de macarrão e sopa. Mas cuidado: arrotar é considerado uma falta de educação grave.

Hot: Sushi frito embebido na cerveja. Foto: Hyana Rocha

Uramaki: quer dizer “para fora”, pois o arroz aparece. Foto: Hyana Rocha

Hossomaki: o cream cheese é o diferencial desse sushi. Foto: Hyana Rocha

Temaki: O formato em cone lembra um sorvete. Foto: Hyana Rocha

Dia do Sushi Desde 1961, o japão comemora o dia do sushi no dia 1 de novembro. Fontes: http://migre.me/aNJxa http://migre.me/aS8EF

Século XVII O vinagre é adicionado ao preparo do arroz para sushi pelo médico Matsumoto Yoshiichi. Isso reduziu o preparo para um dia.

Século XVII

Século XVIII

Século XX

Hanaya Yohei, considerado o primeiro sushiman da historia cria o tipo de sushi mais popular, o Niguiri zushi. O Oshi Zushi, criado em Osaka, é feito com a compressão do arroz e do peixe cru em uma caixa com um peso por cima.

Com a globalização, o sushi se espalha e surge o Kawari zushi, feito com ingredientes não tradicionais no Japão.


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Geração Y em busca do equilíbrio Apesar de toda a tecnologia, jovens reconhecem a necessidade de preservar hábitos do slow movement, ou movimento “devagar” Giovanna Almeida e Roberta Dultra

Através de estudo conduzido pela Bridge Research (empresa da área tecnologica ) divulgado este ano, os jovens da geração Y (nascidos entre 1977 e 2000) possuem novos valores e comportamentos diferentes, desenvolvidos a partir da integração da tecnologia ao cotidiano desde cedo. Aqueles que fazem parte dessa geração, muito provavelmente tem a sensação de frustração, por exemplo, ao esquecer o celular em casa, por acharem que estarão por fora de algum acontecimento. A partir da pesquisa realizada pela Instituição Britânica Cranfield School of Management, 60% dos entrevistados afirmaram ser bastante viciados em internet e 50% afirmaram a mesma coisa, mas em relação a seus celulares. O comportamento da estudante de economia Isabela Saboya, 22, é um reflexo desta afirmação. “Acho que posso perder alguma coisa muito importan-

te, já que as pessoas não vão conseguir falar comigo”. Em contra partida, eis que surge em meio a esta geração, uma nova proposta, o chamado slow movement. Sendo este exatamente o contrário do que estamos habituados. A idéia é procurar preservar hábitos que contribuam para o desaceleramento do nosso ritmo de vida, em outras palavras, ficar um pouco off-line. Gastar tempo cozinhando e preparando o seu próprio alimento, por exemplo, acaba sendo uma tarefa mais prolongada, porém nos oferece a possibilidade de prestarmos mais atenção em nossa saúde, além de presenciar momentos únicos com pessoas queridas. Em outras palavras, desenvolver atividades como cozinhar, ler um livro ou até mesmo andar de bicicleta nos oferece uma série de benefícios prazerosos e até mesmo momentos únicos ao lado de pessoas queridas. Para o escritor Jean Carl Honoré, foi justamente seus filhos que o fizeram perceber que sua velocidade na vida estava passando dos limites. “Eu sinto que estou vivendo minha vida em vez de correr por ela”, conta. A experiência foi tão positiva que ele reuniu em um livro chamado “Devagar” -

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Entenda as gerações X e Y Geração Y Os nascidos entre 1977 e 2000, cresceram rodeados de tecnologia e não gostam de rotina. São otimistas em relação ao futuro e comprometidos em mudar o mundo na esfera ecológica. Informais, ansiosos e imediatistas, adimiram a competência real das pessoas, e não a hierarquia.

Momento único de carinho com um gato que a estudante Isabela Saboya desfrutou, enquanto lia um livro no Parque do Cocó. Foto: Roberta Dultra

Como um movimento mundial está desafiando a cultura da velocidade (Ed Record), e quese tonou bestseller em diversos países. A diferença, diz Honoré, é que ele agora tenta fazer as coisas o melhor possível em vez de fazê-las o mais rápido possível. O que não significa, de forma alguma, ter preguiça. “A velocidade não é um mal em si”, defende. “Temos que encontrar equilíbrio: momen-

tos de velocidade, momentos de vagareza e momentos em que você está completamente parado.” Para quem quer tentar, ele enumera uma série de atitudes necessárias. A primeira é eleger prioridades na vida profissional e pessoal - não dá para fazer tudo de uma vez, e é preciso aceitar isso. Dessa forma, sobra tempo para se concentrar no que é importante

O ponto de vista da fotografia analógica Desejando resgatar um ritmo de vida menos acelerado, e festejar tudo aquilo que é analógico, surgiu um grupo de apaixonados por criatividade e experimentalismo no mundo da fotografia analógica, a Comunidade Lomográfica. O objetivo era impedir o desaparecimento das pequenas câmeras fotográficas russas Lomo LC-A, câmera que deu início ao fascínio pelas câmeras analógicas. A Lomografia (ou Lomography) além de uma comunidade, é também uma marca de câmeras experimentais que está repopularizando a modalidade, e representa um estilo de vida. Os seguidores compreendem que no acaso, no borrado e no errado, podemos ver o mundo com outro ponto de vista, e percebem que muitas vezes está na receita que deu errado e tornou-se outro prato, a descoberta da arte, do belo de o novo. Para se desligar um pouco de toda a tecnologia que nos cerca atualmente, a estudante de arquitetura Lia Holanda, 22, pratica yoga duas vezes por semana e possui três câmera analógicas - uma Olympus Trip 35mm e duas da Lomography. “As câmeras analógicas me atraem pelo incerto,

pelas imperfeições e surpresas que a fotografia analógica nos trás e que tínhamos perdido com as câmeras digitais” explica ela. Para a estudante, pelo fato da câmera digital possibilitar tirarmos quantas fotos quisermos, acabamos não dando valor a cada foto e momento que registramos. Com a câmera analógica escolhemos os melhores momentos para tirar as melhores fotos, que serão reveladas e guardadas depois. Essa modalidade vem acompanhada de alguns rituais, como escolher o filme ideal, carregar a câmera, escolher os momentos certos para fotografar (já que os filmes só possuem 24 ou 36 poses) e colocar os filmes para revelar. Para Lia Holanda, esses rituais que fazem as pessoas se interessarem pela a atividade “eles ajudam as pessoas a fugirem do cotidiano e da facilidade que a tecnologia nos oferece, além de sempre trazer surpresas inesperadas e mostrar que o imperfeito pode ser maravilhoso”. O hábito de tirar fotos com câmeras analógicas, além de estimular a criatividade, convida a pensar em cada foto que vamos tirar. Como não sabemos muito bem qual vai ser o

Geração X Os nascidos entre 1965 e 1977 são politicamente apáticos, assumem a posição de expectadores da cena política. Gostam da informalidade no trabalho e buscam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

“Viver devagar significa fazer tudo melhor e aproveitar mais. Você é mais saudável porque seu corpo tem tempo para descansar, mais produtivo no trabalho porque está relaxado, concentrado e mais criativo. E seus relacionamentos são mais fortes porque você pode dedicar sua completa atenção para as pessoas”, defende Honoré. Entrevista

Débora Rodrigues

Psicóloga

De repente, a vida pode ser mais tranquila Pergunta A sensação de falta de tempo tem a ver com a tecnologia?

A estudante de arquitetura Lia Holanda se diverte com a sua câmera analógica Olympus Trip 35mm Foto: Igor Ponce

resultado de cada fotografia, a ansiedade é grande, e no final é sempre uma surpresa. “Acaba que levamos um susto sempre que vamos buscar as fotos que colocamos para revelar”, conta Lia. E é nesse susto que está a magia que envolve as câmeras analógicas - o fato de não existir uma receita para as fotos saírem boas, é a possibilidade de lidar com uma câmera que pode criar fotos maravilhosas ou não, é que faz com que valorizemos as fotos únicas que criamos à partir dela. Até pouco tempo atrás, em

Fortaleza, tirar fotos com câmeras analógicas era considerado um hobbie alternativo, que tinha apenas um pequeno grupo de fás assíduos. Nos últimos anos, na tentativa de resgatar alguns hábitos antigos e desacelerar o nosso estilo de vida, as câmeras caíram no gosto das pessoas, e hoje a sociedade Lomográfica conta com workshops, concursos e exposições em todos os cantos do mundo. Na capital, ainda é raro, porém o movimento encontra-se em expansão.

Resposta A Era Digital é uma realidade. Sejamos ou não usuários frequentes de toda a parafernália disponível, o que não quer dizer que os benefícios da vida “analógica” estejam perdidos. Aliás, a diferença entre o normal e patológico nem sempre é algo simples de se estabelecer. A administração do tempo não é fácil nos dias de hoje. Se “tem alguma coisa a ver com a tecnologia”? Sim. A tecnologia de modo geral foi e é criada para a eficiência. Por outro lado, quanto mais tempo “se ganha”, mais aparece o que fazer neste “tempo”: mais trabalho, mais afazeres, mais tudo. E as cobranças são maiores, é claro! Afinal, a tecnologia está ali para isto, para que mais se possa realizar. Voltando às diferenças individuais, é compreensível que uns sofram mais do que outros.


SOBPRESSÃO

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MAIO / JUNHO DE 2008

Londres, onde o moderno e o antigo se misturam. Foto: arquivo pEssoal

Villa la Angostura, águas cristalinas no oeste da Argentina. Foto: arquivo pEssoal

Cerro Campanário, vista para o lago Nahuel Huapi, Bariloche. Foto: arquivo pEssoal

Blogs de viagem viram tendência Com o aumento do poder aquisitivo, brasileiros tem viajado mais e baseiam seus roteiros em dicas e sugestões de blogs de viagem Lara Brayner e Natália Alcântara

É cada vez mais comum a utilização de blogs de viagem na hora de montar o roteiro das férias. De acordo com uma pesquisa feita pelo Ministério do Turismo em 2009, 39% dos brasileiros que viajam regularmente usam a internet para buscar informações na hora de planejar uma viagem. Os dados mostram ainda que apenas 18,4% recorrem a agências, revistas, guias turísticos, jornais e televisão. Outra pesquisa, realizada pela Comscore, empresa de mediação digital, registrou a presença de 16,5 milhões de brasileiros nos sites de Turismo em julho de 2012, 18% a mais que em 2011. Para muitos, o que era ape-

nas um diário de viagens virtual, acabou se tornando uma rede de trocas de informações sobre destinos, passagens áreas e trocas de experiências entre os apaixonados por rodar o mundo. O administrador de empresas Fabien Haffar, 25, enfatiza a importância dos blogs na hora de escolher o roteiro para sua viagem. “Geralmente pessoas que escrevem em blogs já passaram pelo local, tem dicas e sugestões de lugares e impressões reais. Gosto de ler sobre o assunto adaptando ao meu perfil”. Apesar de afirmar que não recorreria a agências de viagens por gostar de criar seu próprio roteiro, o jovem que costuma viajar com frequência, acredita ser uma boa opção para pessoas mais acomodadas. “Não procuraria uma agência porque tenho prazer em escolher cada detalhe do roteiro, mas acho que é boa opção, principalmente para os mais receosos na confiabilidade da internet”, concluiu. Ganhando cada vez mais

mercado, muitos blogueiros se profissionalizaram e passaram a viver do seu blog. A credibilidade, o tom pessoal das informações, a seriedade, o compromisso e a possibilidade de interação, tornaram ingredientes necessários na hora de atrair leitores. Entretanto, a prática de postagens pagas ainda é mal vista por alguns. “Os blogs deveriam ser idôneos, até porque toda relação se baseia na boa-fé, então acabam iludindo os consumidores com reportagens ‘vendidas’”, afirma o estudante de direito Guto Gama, 28. Recentemente, foi criada pela Rede Brasileira de Blogueiros de Viagem (RBBV) uma carta com diretrizes sobre o relacionamento entre blogueiros e empresas, de forma a garantir a integridades dos profissionais independentes.

De turista à viajante profissional Apaixonado por viagens, Anchieta Dantas Jr. fez sua primeira excursão internacional em 2006 e de lá não parou mais. Já conheceu 21 países, percorrendo mais de 50 cidades. Tanto conhecimento adquirido resultou no blog ‘Andarilho’, no ar desde abril de 2011. Este ano, o projeto também ganhou uma coluna semanal na revista Siará, que circula aos domingos no jornal Diário do Nordeste. “Desde 2006, quando saí pela primeira vez do Brasil, não parei mais de por o pé na estrada. Todos os anos traço um roteiro diferente, elaborado por mim mesmo. Com pelo menos seis meses de antecedência, cada detalhe é planejado para que a viagem saia perfeita. De lá para cá, já percorri

mais de 50 cidades em 21 países. Assim, de tanto sair por aí e a partir das experiências que colecionei sobre o prazer que é viajar, comecei a escrever”, explica. Motivado por questões pessoais, ou a pedido de leitores e amigos, Anchieta procura não apenas expor suas experiências de viagens em postagens, mas ajudar nas principais dúvidas. Atualmente, o material mais acessado são os que falam sobre organização. “O pessoal pede de tudo. Há dúvidas sobre documentação, câmbio, transporte, segurança, alimentação, hospedagem, quanto tempo ficar, melhor época do ano para viajar para determinados lugares. Geralmente, o conteúdo mais acessado envolve tudo que possa ajudar na

Anchieta Dantas Jr. blogueiro que já conheceu 21 países Foto: arquivo pEssoal

Sites Andarilho: http://blogs.diariodonordeste.com.br/andarilho/ A janela laranja: http://www.ajanelalaranja.com/ Matraqueando: http://www.matraqueando.com.br/ Viaje na viagem: http://www.viajenaviagem.com/

Marcio Nel Cimatti, escreve para o blog Janela Laranja Foto: arquivo pEssoal

organização da viagem”. Serviço também é foco do blog ‘A Janela Laranja’, criado em 2006, pelo fotógrafo Marcio Nel Cimatti. “A ideia era fazer um blog de fotografia, mas muita gente começou a pedir dicas da Europa na época e acabei transformando. Ele virou um blog com dicas de viagem e muita fotografia”, conta Marcio que já morou em Sydney e Amsterdam. Atualmente, as postagens mais visitadas são aquelas que falam sobre dicas de viagem com crianças, os “testes” feitos nos hotéis, Flórida,e principalmente, dicas sobre a Europa em geral. Marcio ainda é um dos fundadores da Associação Brasileira de Blogs de Viagens (ABBV). “Com o aumento significativo do número de blogs de viagem e sua influência na tomada de decisão dos leitores, a ABBV se tornou de suma importância para ajudar a construir os parâmetros de profissionalização”.

Saiba mais...

Como montar sua viagem A internet pode ser uma grande aliada para quem deseja conhecer novos lugares. Um mundo de informações sobre passagens, promoções, hospedagens que devem ser analisadas com bastante atenção para tornarsua viagem cada vez mais inesquecível. 1°Passo: Estude seu destino Entre nos fóruns, blogs e sites especializados para conhecer o lugar. 2°Passo: Pesquise sobre hospedagem Existem diversos sites disponíveis para reservar hotéis, albergues ou apartamentos. 3°Passo: Compare valores de passagens aéreas Você pode ligar para seu agente de viagens ou ir procurando de site em site. Planejar com bastante antecedência vale muito em uma viagem bem sucedida!


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