A inclusão digital e trabalhos de estímulo à leitura são formas de contribuir para o progresso da sociedade contemporânea. Conheça os projetos que o bairro Pirambu promove para o crescimento dessa comunidade que se destaca e recebe prêmios por suas iniciativas. Coletivo Página 1
As taxas e juros cobrados pelas administradoras de cartões de crédito estão levando clientes aos advogados para questionar os valores. Umas das soluções propostas é a ação revisional. Entenda mais sobre o procedimento e o que se deve fazer nesse caso. Classificados Dá Notícia Página 1
SOBPRESSÃO Outubro - Novembro de 2010
ANO 8
N° 25
Foto: Justi Freitas
JORNAL- LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Wakeboard
Um esporte em ascensão Saiba as técnicas e as curiosidades do Wakeboard, uma atividade esportiva que abrange não somente profissionais da área mas jovens amadores que admiram e praticam essa modalidade. As dificuldades que os atletas enfrentam nas competições e as dicas para se dar bem nesse esporte que está se consolidando com um dos
Obras dão folêgo a microempresas Com a vinda de grandes empreendimentos para o Estado como a siderúrgica e a refinaria e o início das obras do estádio Castelão e de infraestretura na capital, um novo mercado se amplia para os micro e pequenos empreendedores. Porém, para se adequar a esse novo momento os empresários precisam ser criativos e ter um plano de negócios. Sobpressão Página 3 Estágio
Fotografia artesanal
Saúde
Cidadania e arte na perifaria Caixa de fósforos, fita adesiva e filme fotográfico: são estes os materiais usados na confecção da câmera pinlux. Por meio desse instrumento, alunos de Jornalismo deram continuidade a uma disciplina do curso e proporcionaram um novo olhar à jovens da Boa Vista, comunidade próxima ao estádio Castelão. Após 3 anos de criação e de ser contemplado com um edital o grupo leva à Barra do Ceará sua oficina. Sobpressão Página 5
Foto: internet
Empreededorismo
esportes mais praticados no Ceará. A prática aquática que mais cresce no mundo tem como atual campeão brasileiro o paulista Deco Rondini Neto, que venceu na 3ª etapa do Circuito Brasileiro de Wakeboard, acontecido no ano passado em Fortaleza. Fôlego Página 1
PBL
Tratamento integrado
Enfrentando problemas
Professores e estudantes dos cursos de Nutrição, Psicologia e Fonoaudiologia da Universidade acompanham pacientes que sofrem de distúrbios alimentares. O Pronutra une várias especialidades dessas graduações e promete dar apoio mais completo às pessoas que sofrem de desnutrição, obesidade, anorexia nervosa ou drunkorexia, por exemplo. Sobpressão Página 9
Alunos do curso de Medicina da Unifor experimentam um novo método de estudo o ProblemBased Learning. Mais dinâmico que a didática tradicional, o PBL consiste na simulação de problemas reais para que os estudantes tentem solucionar. Apesar de ser usado em universidades como Harvard e Cambridge, aqui, ele ainda divide opiniões entre os universitários. Sobpressão Página 10
Concursos públicos
Inclusão digital
Cidades
Rádio Unifor oferece vagas para os calouros
Ser formado em Direito traz vantagens?
Projeto leva informática à comunidade
A importante função dos engenheiros
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SOBPRESSÃO
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Nº 25 - OUTUBRO / NOVEMBRO DE 2010
Editorial
Artigo
Os desafios do tempo O Sobpressão foi assim batizado por um grupo de alunas que fizeram a primeira edição do jornallaboratório, 24 edições atrás. Elas ressaltavam a pressão que sofriam para dar conta de realizar tantas pautas, num período de tempo tão curto e com tantas outras tarefas a cumprir, exigidas pelas outras disciplinas do curso. Resignadas, deixaram o desabafo no título do jornal. A pressão do tempo é algo que acompanha todos os que enveredam pela profissão de jornalista e isso já começa desde os primeiros passos, ainda na Universidade. Embora não se compare com a escala de tempo de um jornal diário, aqui a pressão do tempo também nos acompanha. Mas não só ela. Nesta edição do Sobpressão, lancei um desafio aos alunos: escrever textos sobre assuntos bem próximos a nós, que tivessem a Unifor como pornto de partida, mas que não ficassem só nela, que buscassem fugir do texto institucional, da assessoria de comunicação. Parece simples, mas não é, como viram os que fizeram esta edição e com você verá a seguir. Cada equipe ficou responsável por buscar notícias nos cinco Cen-
Eduardo Freire
Gerar pautas a partir do que acontece ou está próximo da Unifor, sem cair no institucional, foi um grande desafio para os estudantes Professor de Projeto Exeprimental em Jornalismo - Impresso
tros de Ciências da Universidade (Administrativas, Humanas, Jurídicas, Tecnológicas e da Saúde), para dali buscarem pautas mais abrangentes, que trancendessem os muros da Universidade. Do CCA, vieram notícias sobre oportunidades de negócios que vão do empreendedorismo, passam pelo comércio exterior, a projetos estruturantes para o Ceará como o Centro de Feiras e Eventos, que se ergue ao lado da Unifor. O Centro de Humanidades foi fonte de inspiração para matérias sobre projetos que beneficiam a sociedade como o Vista Boa em Boa Vista, as atividades da disciplina de Comunicação
Suiani Sales
Hora de ser gente grande
Comunitária, da Central de Rádio, ou ainda do Laboratório do Ócio, do curso de Psicologia. O curso de Direito serviu como fonte para mostrar as perspectivas da profissão e e as oportunidades que o curso traz para os estudantes agierm junto às comunidades, por meio do projeto Cidadania Ativa. Das Ciências da Saúde um destaque para a boa nutrição, mas também para novas técnicas de ensino, como o adotado pelo curso de Medicina o PBL (do inglês: Problem Based Learn, ou Aprendizado Baseado em Problemas). A profissão do engenheiro e as suas perspectivas num país que busca acelerar seu crescimento foi pauta gerada a partir do CCT. Bem como a matéria sobre a corrida de bajas dos estudantes de Mecatrônica ou as visitas aos patrimônios históricos do Nordeste, pelo curso de Arquitetura. Nesta edição, o Sobpressão vem acompanhado dos jornais Fôlego, Coletivo e Classificados Dá Notícia, produções do Laboratório de Jornalismo (Labjor) e da disciplina de Impresso I. Boa leitura
Sonhos, desejos e expectativas começam quando nos deparamos com a realidade ainda jovens, mas é na universidade que eles começam a se concretizar. A nova rotina que passa a fazer parte da vida de cada um é muito diferente do colégio. Não recebemos mais tudo na mãos e nem “papai e mamãe” resolvem nossos problemas. Ser universitário é possuir muito mais responsabilidades, trabalho e principalmente oportunidades. Inicialmente é uma sensação de liberdade, de conquista, de já parecer ser gente grande. É uma vontade de viver como se não houvesse amanhã. Correr atrás de mais conhecimento numa biblioteca enorme, nos estágios que aparecem, nas conversas com os professores do curso, nos grupos de pesquisa, nos cursos de extensão e de muitas outras coisas fazem parte do aprendizado. Mas será que sabemos aproveitar essa fase? Nas universidades e faculdades, alguns alunos restringem-se a ir às aulas e depois ir para casa. É assim que muitos jovens vivem o curso escolhido. Contudo, a graça de ir para a universidade está no fato de sair de casa pela manhã e só voltar à noite porque as tarefas acadêmicas ocupam o dia inteiro, ou porque você perdeu a hora de ir para casa por ficar conversando com seus amigos. São eles que também podem abrir portas no futuro. Os vínculos formados neste período servem para a vida toda, pois o mercado de trabalho será formado por esse grupo. As tardes de um estágio, a soneca sob uma árvore na hora do almoço, podem se transformar numa indicação no emprego. A formação profissional é uma fase muito importante, pois o curso escolhido será o modo como vamos viver pelo resto da vida. É por isso que se percebemos que não estamos satisfeitos com o caminho traçado, é sempre hora de mudar. E não há espaço para arrependimento ou lamentações, pois o tempo corre e não espera por ninguém. Seja qual for o curso escolhido a instituição sempre terá muito a oferecer e só depende de você aproveitar cada momento como se não houvesse amanhã. Devemos agarrar toda oportunidade que aparece e para isso, temos que estar sempre preparados para enfrentá-la sem medo. Por isso, carpe diem!
Eduardo Freire Professor orientador do Sobpressão
Estudante do 4º semestre de Jornalismo
Registro fotográfico
Artigo
Aline de Norôes
É tudo novo de novo
A rica diversidade da Unifor está por todos os lados, para onde se olhe. Em um constante ciclo, há quase quatro décadas, a Universidade tem sido abrigo intelectual dos mais diferentes tipos de futuros profissonais. Desde o primeiro ao último semestre, jovens dos quatro cantos de Fortaleza – e de outras cidades – partilham da variedade humana que habita o Campus. Além dos homens há também os bichos nesse intercâmbio de culturas e espécies. Emas, macacos soins, iguanas e outros animais silvestres dividem os jardins da Universidade com os alunos. Viva a fauna! Foto: Yane Veras (aluna do curso de Educação Física)
SOBPRESSÃO
Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor) Fundação Edson Queiroz - Diretora do Centro de Ciências Humanas: Profª Erotilde Honório - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Wagner Borges - Disciplina: Projeto Experimental em Jornalismo Impresso (semestre 2010.2) - Reportagem: Aline Norões, Amanda Carvalho, Antônio Oanes, Bruno Barbosa, Deborah Milhome, Gabriela Ribeiro, Jáder de Oliveira, João José Quixadá, Mhahyara Valente e Renan Silva - Projeto gráfico: Prof. Eduardo Freire - Arte final: Aldeci Tomaz - Professor orientador: Eduardo Freire Coordenação de Fotograf ia - Júlio Alcântara - Revisão: Profª. Solange Maria Morais Teles - Conselho
Editorial: Wagner Borges, Eduardo Freire, Alejandro Sepúlveda - Supervisão gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor Tiragem: 750 exemplares - Equipe do Laboratório de Jornalismo (Labjor) - Estagiário de Fotografia: Fabiane de Paula e Otávio Nogueira - Estagiário de Produção Gráfica: Bruno Barbosa - Estagiários de Redação: Ariel Sudário, Julie Scott, Suiani Sales e Wolney Batista.
Sugestões, comentários e críticas: labjorunifor@gmail.com
Toda a euforia do Reveillon logo passa a dar lugar a mais um ano que se inicia. É Tudo novo de novo. A Universidade dá lugar aos alunos que chegam aos poucos e rapidamente lotam estacionamentos, corredores, salas...muito barulho, alguns reencontros, colegas, conversas, gargalhadas e afins. Um começo, um primeiro passo para muitos. Aquele velho sonho dos pais de terem seus filhos na faculdade finalmente se realiza. O suspiro aliviado dos antes vestibulandos que passaram noites em claro estudando e esperaram ansiosos pelo resultado positivo do vestibular. E também o último semestres para outros, o momento decisivo com gostinho de vitória, é hora de colher os frutos, depois de tanta dedicação, semestres que pareciam intermináveis e preocupações com trabalhos, provas, seminários. Quando tudo parece já estar terminando vem a saudade. É tudo novo de novo. Uns dizem adeus, em busca de novos horizontes, novas conquistas, cedendo seus lugares ocupados por quatro, cinco anos, a alunos recém chegados, cheios de expectativas, anseios e curiosidade. E nesse incessante movimento, como o de uma roda gigante, os anos passam, sempre chegando gente nova, sempre saindo quem já terminou seu trabalho por aqui e até gente que provavelmente ainda retorne. Se vale a pena toda essa aventura acadêmica para a tão sonhada carreira profissional? Claro que sim! Todo o aprendizado, todos os amigos e todas as coisas boas que se vive na época da Universidade? Quem nunca comentou ao reencontrar colegas dos tempos de sala de aula do professor “x” que era engraçado, ou o “y” que era estressado. Quando Fernando Pessoa falou que “Tudo vale a pena se a alma não é pequena” não foi por acaso. Quem sabe ele não estaria se referindo a um momento como este? Um momento de decisão, de crescimento, de vitória, momento de arriscar. De certo esses anos passarão rápido, para os que entram agora, para os que estão indo embora, e quem está chegando logo se verá partindo e assim várias vidas, várias histórias e méritos ficaram nestes bancos, nestas salas, nestes corredores, enchendo tanto todos esses momentos de saudade. Aluna do 7º semestre de Jornalismo
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O que podemos oferecer à África?
Feira do Empreendedor destaca os principais Eixos Econômicos do Ceará e as novas exigências do mercado.
Foto: Internet
Empreendedorismo traz novas chances de mercado ao Ceará Cada vez mais, novas empresas são abertas no Estado. Contudo, é preciso que o novo empreendedor tenha criatividade e conhecimento mercadológico Renan Silva
O empreendedorismo no Ceará está aquecido pelos grandes investimentos que estão sendo aplicados no Estado. Além da Refinaria e da Siderúrgica, eventos como a Copa do Mundo de 2014 trarão novas oportunidades para micro e pequenas empresas fornecedoras que planejam fortalecer e ampliar seus negócios. Para quem ainda não faz parte desse mercado, a dica é aplicar seu capital e seus conhecimentos em áreas que estejam relacionadas a esses investimentos, como projetos de engenharia, manutenção industrial e tecnologia da informação. A vontade de tornar-se um empreendedor, aliada à necessidade, parece fazer parte da cultura do cearense. É o que indica a pesquisa divulgada pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic). O levantamento feito mostra que, em 2009, foram abertas 19.334 novas empresas no Estado, um crescimento de 9% com relação a 2008. Cláudia Miranda, professora de Administração da Unifor, fala sobre a relação do cearense com o empreendedorismo: “Ao longo de seis anos, venho realizando pesquisas com os empreendedores cearenses e elas indicam que a maioria deles ainda abrem negócios por necessidade. É certo falar que são pessoas corajosas e muito criativas e que precisam fazer alguma coisa para atender às próprias necessidades.”
Plano de negócios É importante que o novo empreendedor saiba estruturar e manter o seu plano de negócios. “Para montar o plano, o empreendedor deverá fazer um estudo mercadológico, ou seja, buscar informações sobre mercado consumidor, mercado concorrente e fornecedores. Com essas informações, ele deve criar as estratégias de penetração no mercado. É sempre bom lembrar que tais estratégias devem vir seguidas de diferenciais competitivos daquelas que já existem no mercado”, afirma Cláudia Miranda. Uma mudança significativa para o microempreendedor foi a aprovação da Lei do Empreendedor Individual, em dezembro de 2008. Segundo a lei, o processo de abertura de uma empresa vai ser simplificado e o microempreendedor paga uma taxa única por mês de R$ 50, tendo direito às vantagens de um empreendedor formal, como emissão de nota fiscal, aposentadoria, salário maternidade, auxílio doença e conta jurídica. Um dos eventos mais importantes no nosso Estado no ramo dos negócios é a Feira do Empreendedor. Ela destaca anualmente várias oportunidades de negócios, direcionados principalmente aos principais Eixos Econômicos do Ceará e de outros Estados do Nordeste. Cláudia Miranda acredita que a Feira pode trazer novas possibiliadades ao empreendedor, pois “é um evento onde os empreendedores poderão buscar informações, se adequar às novas exigências do mercado além de ser um momento de formar redes de relacionamento, ou seja, criar networking, ampliando as possibilidades de crescimento dos negócios, e beneficiando o desenvolvimento de nosso Estado.”
Entrevista Maurício Rodrigues
Um novo olhar sobre a ciência econômica Doutor em Economia da Indústria e da Tecnologia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maurício Rodrigues analisa as mudanças que aconteceram na economia nas últimas décadas. Sobpressão - Qual a participação do economista no cenário econômico atual? Maurício Rodrigues - Nesse ambiente de crescente exposição, quando se esperam contribuições efetivas para a solução de problemas que afetam a vida de todos os integrantes da sociedade, tais como desemprego, geração e distribuição de renda, controle da inflação, competitividade empresarial, equilíbrio das contas públicas e externas, etc., facilmente se denota a amplitude e a inquestionável importância da particiação do economista no cenário econômico atual. Sobpressão - Quais as perspectivas prof issionais do economista nesse mercado? Maurício Rodrigues - Como ocorre em toda época de fortes mudanças, a revolução econômica em curso também traz no seu bojo um variado leque de oportunidades profissionais para os economistas. Elas estendem-se desde as atividades acadêmicas ligadas à formulação de modelos que melhor traduzam as novas realidades econômicas até a atuação direta nos mercados ligados às novas atividades que surgem constantemente.
A África é uma das regiões em que há as maiores possibilidades de comércio exterior com o Ceará. Uma das maiores vantagens de se comercializar com o nosso Estado está na sua posição geográfica, sendo um dos Estados brasileiros mais próximos do continente africano. Mesmo assim, o mercado africano ainda apresenta alguns obstáculos que aos poucos vão sendo superados. Na opinião de Henrique Marinho, professor de Comércio Exterior da Unifor, esse é um dos principais desafios no comércio entre Ceará e África. “Não há empresas marítimas que façam linhas diretas e regulares do Ceará para a África. Muitas vezes, os produtos seguem em navios que passam primeiro na Europa e em outros portos para depois seguirem aos destinos africanos”, destaca Marinho. Oportunidades comerciais O Agronegócio é um dos setores do nosso Estado que mais oferecem serviços para a comercialização no exterior, como a castanha de caju, frutas, peles e couro. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), a cadeia produtiva do agronegócio cearense tem participação de 5,6% na formação do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. O professor Henrique Marinho acredita que o Agronegócio representa uma das maiores oportunidades de negócio entre o nosso Estado e o continente africano. “Há, nesses países, carência de alimentos, vestuá-
Agronegócio traz novas oportunidades de comercialização entre Ceará e África Foto: Internet
rios, calçados, entre outros, que começam a ser abastecidos por exportadores cearenses, que são beneficiados pelas vantagens da proximidade entre nosso Estado e a África”. A criação da Câmara de Comércio Brasil Angola no Ceará e a participação de empresários cearenses na Feira Internacional de Angola, em julho passado, demonstram o quanto o mercado africano está se tornando expressivo para o setor exportador do Estado. Henrique Marinho fala da importância de feiras e missões comerciais a países da África. “Elas são instrumentos de promoção comercial, para divulgação do nosso potencial e para aferir junto àquele mercado as necessidades que podem ser supridas”, conclui.
Empresas trading crescem no Estado As chamadas empresas trading fazem o trabalho de operacionalização no mercado externo, prestando serviços de negociação com fornecedores estrangeiros e consultoria internacional. A formação de trading (responsável pelo processo de compra, venda ou troca de ações) já é um campo crescente em nosso Estado. E as oportunidades são muitas, pois existem poucos prof issionais capacitados e um mercado aquecido pelas exportações. A internacionalização das empresas tem sido uma tendência com o processo de globalização. No entanto, esse é um mercado que exige especialização e muito conhecimento. As exigências e especif icidades internacionais como aspectos de detalhes de mercado, cultura, exigências fiscais e aduaneiras impõem a necessidade das empresas terem
analistas de comércio exterior com bastante experiência. Muitas empresas optam por não entrar no mercado externo devido aos altos custos para criar e manter departamentos de comércio exterior. Para amenizar essas dificuldades, os governos e as associações de classe buscam dar assistência e consultoria aos empresários. O professor Henrique Marinho explica que o Governo, representado pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, proporciona a participação em Feiras Internacionais e Missões a diversos países. Já as organizações de classe e as Federações das Indústrias dos Estados procuram incentivar a participação nos eventos internacionais e muitas mantêm áreas de consultoria em empresas.
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Curso de Turismo se prepara para uma nova era O curso de Turismo e Hotelaria da Universidade de Fortaleza está se preparando para um tempo de alta estação, com a inauguração do Centro de Eventos Antônio Oanes
O curso de Turismo da Universidade de Fortaleza (Unifor) já existe há 25 anos e está em modif icação da sua grade curricular. Uma dessas mudanças é a inclusão da disciplina de Administração de Eventos para se adequar as novas exigências do mercado de trabalho, segundo Norma Mota, professora do curso de Turismo da Unifor. Para Norma, a expansão de eventos em diversas regiões do Estado e a criação do Centro de Eventos do Ceará (CEC), em Fortaleza, tem provocado um aumento no número de alunos
em diferentes áreas de conhecimento da Unifor que buscam a disciplina para que haja uma compreensão do planejamento, da organização e da realização de um evento. O curso de Turismo e Hotelaria da Universidade busca despertar em seus alunos uma diferente visão da que existe hoje sobre a área de eventos, com intuito de motivá-los a trabalhar com ef iciência, conhecer toda a gama de fornecedores que fazem parte da cadeia de eventos, identificar o público alvo, seus parceiros, os possíveis patrocinadores e de como captar oportunidades e obter lucros. Os eventos em Fortaleza, têm se mostrado como uma das alternativas para a solução de problemas para a sazonalidade do turismo na Cidade, tida como destino de “praia e sol”. Eles servem também para estimular o aparecimento de novos
Imagem mostra como será o novo Centro de Eventos do Ceará Foto: Divulgação
Norma Mota
Com a inauguração do Centro de Eventos, espera-se o aumento no turismo regional, a expansão no setor da gastronomia, o crescimento do setor de confecções, criação de novas empresas de segurança e melhoria nos sistemas de transporte público. Professora do curso de turismo da Universidade de Fortaleza
Saiba mais...
Obras do Centro de Eventos do Ceará seguem no prazo O novo Centro de Eventos do Ceará (CEC), que está sendo construido na Avenida Washigton Soares, ocupará uma área total de 173 mil metros quadrados (com urbanização, estacionamento e edificação), dos quais 73 mil são direcionados para exposição, e 21 mil para jardins. As obras estão previstas para serem concluidas em 2011. O projeto • Dois blocos subdivididos em módulos estanques; • O bloco A terá quatro salas com capacidade variando de 40 a 50 pessoas; • O bloco B comportará seis salas com capacidade para 40 pessoas cada; • Uma Praça de Convivência onde estarão localizados espaços gastronômicos e de encontros que irá dispor de dois salões: um com capacidade para 240 pessoas, e outro para 400; • Salas de projeções e de recursos audiovisuais; • Áreas de lazer e entretenimento que poderá receber até 30 mil pessoas em um único evento.
Operários continuam em ritmo acelerado na construção do Centro que vai colocar Fortaleza no roteiro dos eventos nacionais Foto: Divulgação.
fornecedores para os mais diversos tipos de serviços exigidos pelo setor. Os segmentos de turismo e de eventos em Fortaleza, frente à expansão do volume do mercado da área, estão sendo vistos como uma solução para o crescimento dos setores de hospedagem, agenciamento, transporte, catering (serviço de buffet), entre outros. Economia Em termos f inanceiros, o setor de eventos no Brasil, nos últimos anos, vem apresentando uma média de crescimento anual com uma expansão bem acima dos indicadores econômicos básicos. Em 2007, o setor compôs 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Para Norma Mota, os atuais governantes apoiam e promovem eventos como parte das estratégias de desenvolvimento econômico de seus estados. Os componentes das associações de classes ligadas direta e indiretamente a área de turismo, o trade turístico, acreditam nos benefícios que irão ser alavancados pela abertura do CEC em Fortaleza, e por isso estão participando com assiduidade das reuniões promovidas pelo Fórum de Turismo e pela Instância de Governança, onde se identificam, debatem e buscam soluções para os problemas que obstruem o desenvolvimento das atividades ligadas ao turismo. Norma Mota ressalta que, “O trabalho em conjunto, é a tônica das reuniões. Isso significa que os projetos não estão sendo pulverizados, fragmentados e isolados em seus contextos particulares. O planejamento e execução estão exigindo um trabalho conjunto de várias secretarias municipais, estaduais e de outros serviços”. Norma acredita que o Centro de Eventos possa também fortalecer o turismo no interior, pois segundo pesquisa promovida pela Fortaleza Convention & Visitors Bureau, empresa que promove e divulga eventos na capital, em 2008, 98% dos congressistas dizem pretender voltar a Fortaleza em outras ocasiões, o que pode facilitar seus deslocamentos para o Interior do Ceará.
Prefeitura lança projeto Fortaleza OnLine Com o objetivo de se modernizar e oferecer agilidade e comodidade aos contribuintes, a prefeitura da Capital lançou o Projeto Fortaleza Online, que consiste em ferramentas que possam agilizar o trabalho das empresas. Os empresários e contabilistas terão acesso via Internet a uma ferramenta chamada Icad, que permite realizar consulta de viabilidade e a abertura, alteração e cancelamento de inscrições municipais de empresas e prof issionais autônomos, sem a necessidade de deslocamento até algum órgão da Prefeitura. Além disso, a ferramenta permite acompanhar o andamento de todas as solicitações feitas por meio do sistema com atualizações em tempo real. Outras funções do Icad são agilizar os processo burocráticos, reduzir custos, dar transparência e impessoalidade aos processos, e, por tais razões, facilitará o trabalho do contador de uma empresa, segundo Diana Marcedo Matos, coordenadora do curso de Ciências Contábeis da Universidade de Fortaleza (Unifor). As empresas poderão escriturar todas as suas Notas Fiscais de Serviço Eletrônicas (NFS-e),
cabendo ao sistema o cálculo e a geração automática da Guia de Recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). O sistema irá facilitar a vida dos contribuintes e proporcionará à Prefeitura agilidade na busca de informações e na geração de recursos para investimentos em escolas, unidades de saúde, saneamento básico e outros benefícios para a população. Na ferramenta Giss Online, o contribuinte pode consultar os lançamentos efetuados a qualquer momento; escriturar de forma simples quando não tiver movimento no mês de competência; emitir a 2ª via de guia de qualquer mês, caso não tenha pago ou tenha extraviado a guia original; imprimir o livro fiscal com autenticidade eletrônica; visualizar em tempo real seus dados cadastrais e fiscais e emitir extratos diversos, tais como guias geradas e conta tributária. As empresas poderão emitir suas NFS-e via Internet, respeitando o padrão do Serviço Público de Escritura Fiscal do Governo Federal (SPED), de maneira rápida e segura. Além disso, farão o envio da NFS-e diretamente ao e-mail do cliente.
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Foto: Internet http://bit.ly/i3p8XJ
Câmera pinlux
O processo de fabricação da máquina fotográfia é ensinado passo a passo na oficina. A instigante foto acima foi tirada por Aline dos Santos, do VBBV.
Foto: Arquivos do VBBV
A câmera pinlux também é conhecida como pinhole (buraco de alfinete, em inglês). É uma forma econômica de produzir fotografias, pois é possível utilizar material reciclável, como caixas de fósforos vazias e latas de refrigerante, sem precisar de lentes para gerar as imagens. Por meio dessa técnica é possível gerar uma imagem em uma câmera escura. O tempo de exposição à luz, para que a imagem seja gravada no papel fotográfico, varia de 5 segundos até mais de uma hora. Com intuito de disseminar a técnica, o VBBV disponibiliza no site Youtube um tutorial que ensina a construir uma câmera pinlux, no endereço://www.youtube.com/ watch?v=CU3mszzDrB8.
Participantes da oficina de fotografia artesanal exibem fotos no Cuca Che Guevara Foto: Arquivo Pessoal
Boa Vista no Cuca da Barra do Ceará O Vista Boa em Boa Vista (VBBV) esteve no Cuca da Barra do Ceará com um projeto de fotografia artesanal e sensibilização pela produção de imagens Gabriela Ribeiro
O grupo VBBV realizou uma oficina de fotografia participativa no Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) da Barra do Ceará. O projeto contou com a participação de 14 jovens, teve início em 21 de setembro e terminou com uma exposição das fotos produzidas, nos dias 29 de setembro e 1° de outubro. Durante a oficina, foram rea-
lizadas atividades práticas, como a construção de uma câmera obscura e da pinlux, e teóricas, que consistiam em aulas sobre a história da fotografia e princípios óticos. A oficina é fruto de um convite do coordenador de imagem e tecnologia do Cuca, Paulo Amoreira, e teve como objetivo criar vínculos afetivos e culturais com as comunidades da Boa Vista e da Barra do Ceará. De acordo com Monique Linhares, estudante de Jornalismo da Unifor, que faz parte do grupo, “a oficina foi remunerada e parte ficou com duas garotas do VBBV que facilitaram o projeto e a outra parte para demais demandas de caixa do
grupo. Ultimamente, nossos recursos provêm de oficinas que damos em diversos espaços e do nosso próprio bolso, o que nos deixa muito no aperto para colocar alguns pequenos projetos independentes em prática, mas estamos sempre na ativa, sempre abertos a convites, parcerias e colaborações”. O grupo O Vista Boa em Boa Vista começou como um projeto da cadeira de Comunicação Comunitária, disciplina obrigatória do currículo de Jornalismo da Unifor. Monique conta que “a ideia surgiu da vontade de compartilhar um aprendizado muito curioso e interessante para um público
jovem. Dois amigos envolvidos com fotograf ia e cultura, o funcionário público e músico Wilton Matos e a então estudante de Jornalismo Camila Garcia, participaram de uma oficina de Pinlux – câmera fotográfica confeccionada manualmente com caixinha de fósforo, filmes fotográf icos e outros materiais recicláveis – e foram aprimorando a técnica até se sentirem preparados para multiplicá-la e o Wilton poder colocar este antigo projeto em prática”. Os alunos conheceram, então, o potencial da comunicação para fortalecer os laços de uma comunidade e ajudar a construir sua identidade visual. Em 2008, o primeiro projeto do
grupo ganhou um edital de incentivo à cultura da Prefeitura de Fortaleza na categoria de Inclusão Visual, o que possibilitou a continuidade do trabalho por mais um ano. A ajuda fomentou as experiências do VBBV e possibilitou a realização de oficinas em Organizações não-governamentais (ONGs) e a criação de multiplicadores do trabalho, pessoas que, conhecendo os métodos de confecção da fotografia artesanal, podem repassá-los a outros membros de sua comunidade. Serviço Blog do grupo Vista Boa em Boa Vista: http://vistaboaemboavista. blogspot.com
Audiolivro vai beneficiar duas comunidades O Audiolivro é um projeto que tem por objetivo incentivar a leitura e o interesse pela comunicação. Sua fase inicial acontecerá na comunidade do Conjunto Alvorada, em Fortaleza, por meio do projeto social Revart, que propõe o resgate dos valores pela arte. As crianças e jovens que participarem serão estimulados a ler e produzir audiolivros, orientadas por um grupo de alunos da cadeira de Comunicação Comunitária da Universidade de Fortaleza. Os livros utilizados são da biblioteca da Revart e foram gravados e editados nos estúdios de rádio do curso de Jornalismo da Unifor.
Alunas do projeto orientam criança na gravação do livro Foto: Gabriela Ribeiro
Na fase inicial do projeto, serão produzidos três audiolivros com a temática natalina (A estrela de natal, A vela de natal e O pinheirinho de natal), e estes serão divulgados na Rádio Universitária, em dezembro. Os áudios também serão encaminhados para a associação dos cegos, a outra comunidade a ser beneficiada. De acordo com Mara Rebouças, estudante de jornalismo, o projeto já havia sido planejado anteriormente, quando ela foi estagiária da Rádio Unifor. Nessa época, ela e a professora Ana Paula Farias decidiram promo-
ver um piloto durante a cadeira de Comunicação Comunitária e depois transformá-lo em um projeto de extensão, em que todo semestre serão gravados livros, continuando a trazer benefícios para as duas comunidades. Ana Paula salienta, ainda, a importância desse e de outros projetos da cadeira, que promovem a convivência dos alunos com as comunidades e demonstra como a comunicação pode ser utilizada para melhorar o convívio em sociedade, além de aumentar o conhecimento de mundo dos alunos.
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Ação por trás das câmeras Telemaquinando. Esse é o nome do programa televisivo dos alunos do curso de Audiovisual da Unifor, que tem um estilo informal e diferente do apresentado na TV Unifor, informou o professor e orientador do projeto, Nilbio Thé. “A ideia é levar um convidado para falar da sua produção audiovisual e, enquanto ele vai contando os processos pelos quais passou, nós vamos mostrando as imagens dos bastidores da produção que está sendo citada”, explicou. O programa, que é produzido por sete estudantes, surgiu da paixão de um deles por televisão. “O Caio Araújo se interessa muito por TV, então foi conversar com a coordenadora do curso sobre o seu projeto e, como eu estava junto, acabei virando o orientador deles. Mas o Telemaquinando tem muito mais a participação dos estudantes do que a minha”, relatou Nilbio. O idealizador do programa explicou que o programa foi mudando à medida que foi sendo trabalhado, mas a descontração e a fuga do que já foi feito pela televisão da Universidade estão sendo mantidas. “Nossos convidados são sempre do meio audiovisual e nós buscamos a meta-linguagem para contar como funciona um
programa de televisão, entre outras coisas”, comentou. O projeto ainda não estreou nas telinhas, porém, o Telemaquinando já tem programas gravados e prontos para irem ao ar. Janaina Amorim, uma das estudantes do curso que fazem parte da iniciativa, informou que a estreia está prevista para até o f inal do mês de novembro na TV Unifor, e será exibido no turno da noite e pelas madrugadas na TV Diário. Caio Araújo comentou que já esteve mais ansioso pela primeira exibição do programa. “A gente tem muito material bom. Ainda temos muito que amadurecer, mas acredito que o Telemaquinando será bem aceito”. O professor Nilbio comentou que as pessoas que participam da produção não passaram por nenhuma seleção. “Apenas juntamos alguns alunos. É um negócio bem aberto para quem quiser participar”. Caio acredita que a medida que o programa for se estabilizando mais pessoas irão procurar entrar para a produção do Telemaquinando. “A ideia pode ter sido minha, mas o programa é do curso. Então, eu acredito que vão entrar mais pessoas e vamos sempre tentar manter a descontração do programa”, comentou.
No núcleo, estes foram os selecionados para fazer parte da equipe que produz e grava os programas junto com o bolsista. Foto: Hyana Rocha
Microfone nas mãos dos calouros de Jornalismo Sempre renovando o quadro de estagiários, a Rádio Unifor este semestre resolveu trabalhar com os alunos novatos. Uma oportunidade para os calouros estagiarem Deborah Milhome
Programa traz profissionais da área para falarem de suas produções.
Um laborátorio que estuda o ócio Ócio. Segundo o dicionário signif ica não fazer nada; tempo de que se pode dispor; preguiça, vadiagem; ociosidade. Porém, o Laboratório de Estudo Sobre o Ócio, Trabalho e Tempo livre (Otium) tenta quebrar esse estigma da palavra. O professor do curso de Psicologia e coordenador do projeto, Dr. Clerton Martins, contou que o laborátorio foi criado em 2003, mas apenas em 2006 começou a desenvolver subprojetos sobre o ócio.
Clerton Martins explicou que o tema é discutido com outros grupos que estudam a mesma prosposta no Brasil e no Mundo. Todos os anos o grupo de pesquisa realiza um seminário no qual acontece um ciclo de debates e apresentações de pesquisas científ icas sempre dentro do tema proposto. Este ano, o evento, que aconteceu no mês de novembro, focou no assunto: “Diálogos sobre o Tempo Livre na Contemporaneidade”.
O Núcleo de Rádio do curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor) teve uma iniciativa inovadora: realizou uma oficina sobre rádio para os alunos dos primeiros semestres, para que os calouros pudessem participar da seleção para as vagas que o setor estava oferecendo. A professora da disciplina de Radiojornalismo e orientadora do Núcleo de Rádio, Ana Paula Farias, declarou que a realização do projeto foi concretizada devido à necessidade. “O processo de seleção que estávamos realizando para o Núcleo, tinha como pré-requisito ter cursado as disciplinas de rádio. A maioria dos alunos que nos procurava estava no começo do curso, portanto ainda não havia cursado as cadeiras necessárias. Não poderíamos dispensar os novatos. Então, colocamos em prática essa ideia que já havia sido pensada no semestre anterior”, afirmou. A oficina aconteceu entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro, quando os alunos tiveram noções básicas de como produzir um programa para o rádio. Ana Paula explicou que foi convidado para a oficina o professor da disciplina de Expressão Vocal, Charleston Teixeira, para ensinar aos alunos como “colocar a voz no rádio”. “Charleston
ainda analisou a voz e vícios de linguagem de cada participante”, contou a orientadora. Pequenos boletins e matérias também foram produzidos pelos alunos que participaram da oficina. “As matérias estão sendo analisadas e quem obtiver o melhor desempenho fará parte da Rádio Unifor”, declarou Ana Paula. Filipe Dias
Essas experiências com as mídias no início do curso consolidam a visão deles em relação à área que eles vão querer exercer. Bolsista do Núcleo de Rádio da Universidade de Fortaleza (Unifor)
Uma programação contendo palestras e outras oficinas está sendo preparada para que aconteça na Universidade ainda neste semestre. A ideia é trazer convidados da área radiofônica para conversar com os alunos sobre a profissão. Estes são os projetos que a professora apontou como frutos do evento. O bolsista do Núcleo de Rádio, Filipe Dias, comentou que os estudantes do primeiro semestre são mais entusiasmados. “Discordo quando as pessoas dizem que não é bom estagiar nos primeiros semestres. O aluno novato chega a se decepcionar porque não tem prática. Eles chegam querendo entrar em ação, querendo ser
‘Clark Kent, Fátima Bernardes, Caco Barcellos’. Sei o que se passa, eu sofri a mesma coisa e tive a oportunidade de aprender na prática”, destacou ao relatar que fez estagio voluntário na rádio da Universidade nos primeiros semestre do curso. Filipe comentou ainda que iniciativas como esta são importantes para ajudar os calouros e saberem o que realmente querem para o futuro. “Essas experiências com as mídias no início do curso consolidam a visão deles em relação à área que eles vão querer exercer. Além do mais, eles podem aprender coisas que não foram vistas em sala. E, quando estiverem nos semestres mais avançados, se adequarão melhor ao mercado”, expôs o bolsista. Facilitando o caminho O estudante de jornalismo do segundo semestre, Farley Aguiar, que participou do projeto, contou que gostou muito da ideia de fazer oficina. “Eu tenho interesse de estágio, e iniciativas como esta facilitam o caminho. O que quero ainda não é o rádio, gosto de televisão. Mas ele pode me ajudar muito, pois trabalha com a oralidade”, declarou. Segundo Farley, as demais mídias ensinadas na Universidade deveriam fazer o mesmo que foi feito pelo Núcleo de Rádio, “porque isso daria a oportunidade de aprender na prática aquilo que vemos na teoria”. Serviço Núcleo da Rádio Unifor fica na sala 25 do bloco Q. A rádio é online, esculte pelo link: www.unifor.br/hp/radiounifor
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A crescente área do concurso público Cada vez mais as pessoas estão buscando fazer concursos públicos, a fim de atingir o que chamam de “estabilidade para a vida e bom salário” João José Quixadá
Uma área que vem crescendo bastante nos últimos anos no Brasil, em especial no Ceará, é a de concursos públicos. Para o coordenador geral do curso Jorge Hélio, Denis Brito, a crescente procura por cursinhos se deve a vários fatores. Segundo ele, a grande questão do concurso público é a estabilidade financeira e pessoal. “Você se sente mais seguro, por exemplo, trabalhando de segunda a sexta e ganhando um bom salário, que te satisfaz bastante e sem muitas preocupações, além de, às vezes, o mercado estar fechado, e os concursos públicos poderiam servir de entrada”, afirma Denis Brito. Porém, o coordenador avisa que não é fácil passar em concursos, principalmente na primeira vez. “Tem que entrar sabendo que a possibilidade de passar é difícil. Mas tem o seu lado positivo, você vai construindo uma base de estudos que poderá te beneficiar nos próximos concursos”, afirma ele. Os cursos mais procurados pelos alunos na avaliação de Dênis Brito são os do Tribunal
Regional do Trabalho, Tribunal Regional Federal, Tribunal Regional Eleitoral, Receita Federal e Polícia Federal. Em relação a alguns conteúdos abrangidos nas provas, um que chama atenção por se fazer presente quase sempre é a área de conhecimentos do Direito, com conteúdos sobre Processo Penal, Civil e Constitucional. Para a professora do curso de Direito da Universidade de Fortaleza (Unifor), Carolina Campos, os alunos de Direito levam vantagem sobre os demais quando o assunto é requisitado para a aplicação da prova: “os alunos de Direito que fazem concurso levam algumas vantagens porque alguns são exclusivos ao curso, e a grande maioria dos outros concursos também possui muitas questões relacionadas ao Direito”. Mesmo sabendo disso, alguns alunos não desanimam, como é o caso de Cristiano Carvalho, exestudante da graduação de En-
Denis Brito, coordenador geral de um cursinho em Fortaleza Foto: João José Quixadá
Estudantes em prova. A cena está cada vez mais comum com o crescimento da oferta de concursos públicos.
genharia Química. Para ele o que vale é ter uma base de estudos e disciplina na preparação para as provas. “Uma base de estudos te ajuda a estudar matérias específicas, sabendo que poderá fazer concursos várias vezes”. Cristiano está tentando há três anos e diz que o motivo pelo qual optou por fazer concursos foi a estabilidade. “Entrei no ramo dos concursos públicos porque olhava para vários amigos terminar a faculdade e não conseguir emprego. E, analisando a administração pública via concursos, percebi a possibilidade de um bom salário e estabilidade em minha vida”.
Mesmo ciente da crescente concorrência em concursos, o estudante minimiza este fato: “A concorrência não existe para um estudante de concurso. A maior concorrência é com você mesmo. Tem que se discipli-
Foto: Internet
nar, isso ajuda. Acordar cedo, ter disciplina de estudo, cortar horários de lazer, abrir mão de coisas que você gosta, pra focar no objetivo maior, que com certeza é recompensado”, completa ele.
Serviço Sites que divulgam concursos públicos em todo o Brasil: www.jcconcursos.uol.com.br www.concursos.correioweb.com.br www.pciconcursos.com.br www.concursospublicosonline.com Alguns cursos preparatórios em Fortaleza: Jorge Hélio - Rua Júlio Abreu, 160 Master Concursos – Rua Dona Maria Tomásia, 22 Tiradentes – Avenida Barão de Studart, 1400
Curso de Direito continua valorizado Com mais de mil alunos novatos por ano, somando universidades públicas e particulares, há quem se pergunte se no futuro todos os formandos em Direito irão conseguir um lugar no mercado de trabalho. De acordo com a diretora do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Universidade de Fortaleza (Unifor), Gina Pompeu, o mercado jurídico é muito amplo, pois envolve as mais diversas categorias. A diretora cita que há cargos como os de assessor parlamentar, jurídico, procurador, advogado e juiz. “Enfim, o mercado é muito aberto, mas necessariamente precisa ter conhecimento da lei. Além disso, temos os concursos públicos como outra alternativa de entrar no mercado de trabalho”, diz a diretora. Dentre as áreas citadas, Gina destaca a de assessor jurídico pois “todas as empresas têm que ter um assessor da área. Empresas que são lançadas no mercado e querem permanecer contratam um assessor jurídico, pois é importante”. Para o estudante de Direito, Jáder Neto, mesmo com vários alunos se formando, e com as
Gina Pompeu ressalta a importância das várias áreas do Direito. Foto: Arquivo pessoal
Opinião
O que os estudante acham sobre o curso Futuros formandos do curso de Direito comentam sobre a quantidade de alunos que entram nas universidades e opinam sobre o mercado de trabalho. “Muitos entram no Direito por não terem ideia realmente do que desejam da sua futura carreira profissional, e acabam entrando pelo simples fato do direito ter um amplo mercado de concursos que oferecem a estabilidade almejada por todos.”
“Acredito que há uma concorrência sobrenatural para quem tem vontade de advogar, mas vejo com bons olhos os concursos ofertados para a área do Direito, como para Juízes, Promotores de Justiça, Delegados, entre outros. É bem amplo.”
Thiago Mendes Estudante
Felipe Barbosa Estudante
mais diversas áreas dentro do ramo jurídico, existe um diferencial que consiste exatamente na preparação dos estudantes entre os que conseguirão se estabilizar no mercado de trabalho com facilidade e os que podem demorar um pouco. “O formando que, durante o decorrer de seu curso, houver buscado estudar e se preparar de maneira diferenciada, buscando variadas fontes de conhecimento, será possivelmente mais apto a alcançar o sucesso”, diz Jáder Neto. Com tantos alunos entrando no curso de Direito por semestre, é normal que várias pessoas façam no futuro o exame de Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE). Caso queira advogar, o concludente terá que fazer a prova do exame da Ordem e, caso seja aprovado, é registrado dentro da OAB. Para isso, Gina Pompeu afirma que os alunos são preparados para fazer o exame, que faz com que o aluno não seja só bacharel no curso: “Ministramos aulas gratuitas para os nossos alunos nas sextas e sábados com turmas especiais só para atualização do conteúdo
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Sobre a prova da OAB Nos últimos três anos, o exame de ordem dos advogados no Estado do Ceará ultrapassou os 4.000 inscritos. Mas segundo o gerente geral da OAB-CE, Calvino Pereira, o número poderia ser maior. “O pessoal termina o curso de Direito nas faculdades, porém nem todos chegam a fazer o exame da Ordem e f icam apenas como bacharéis, outros buscam fazer concurso público”, diz Calvino Pereira.
jurídico voltado para o exame da OAB”. O CCJ da Unifor destaca que ex-alunos, hoje já profissionais renomados, também ajudam os futuros formandos com aulas. Segundo um dos coordenadores do curso de Direito, professor João Neto, os alunos da Unifor possuem um acompanhamento de ferramentas do Ensino a Distância (EAD) e recebem questões de provas do exame de ordem, para facilitar os estudos.
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Cidadania Ativa aproxima academia e comunidade Com o apoio de professores voluntários e alunos do curso de Direito, a comunidade tem acesso à inclusão social com o projeto de extensão do CCH Aline Norões
Os graduandos do curso de Direito vão além das obrigatoriedades curriculares, não só com a realização de palestras e congressos, eles se engajam em projetos sociais com o intuito de auxiliar a população. Um destes projetos, que já vem sendo realizado desde 2001 pelo Centro de Ciências Jurídicas e com a orientação da professora Geovana Cartaxo, é o Projeto Cidadania Ativa, que busca através da integração entre professores e alunos voluntários do curso de Direito uma maior integração, divulgando e realizando 31 programas existentes que são abertos tanto para outros alunos quanto para a comunidade. O principal objetivo do grupo é fortalecer a cidadania e levar conhecimento jurídico para a sociedade, em especial comunidades mais carentes. No ano de 2010 foram realizados dois projetos, sendo um
deles o de Inclusão Digital, no qual muitos alunos puderam ter o primeiro contato com sites de relacionamentos como o Twitter e blogs, além de aprender o que são e como utilizá-los. As aulas são ministradas por grupos de alunos do curso de Direito com a orientação da professora. No laboratório de computação, alunos, funcionários da Unifor e moradores de comunidades próximas acompanham atentos todas as informações passadas, fascinandose com o poder da Era Digital. Segundo a aluna e monitora do curso de Inclusão Digital, Liara Nogueira, o projeto é muito importante para todos, alunos e professores. Ela ressaltou a supresa com a boa receptividade do público. “Para um sábado a tarde, está muito lotado, não esperávamos tantas pessoas. Estou no meu 1° semestre de monitoria e isto é muito importante”. O principal foco dos projetos do Cidadania Ativa é a conscientização de direitos das comunidades, além da intervenção direta na realização de projetos especiais, desenvolvimento de políticas públicas para os governos e instituições governamentais. O funcionário da Unifor,
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São 31 Projetos, dentre eles: Inclusão digital Noções Básicas de Internet e Redes Sociais Direito Social e do Consumidor Código de Defesa do Consumidor Planejamento Familiar Orientação para Planejmento Familiar Ética Profissional e Responsbilidade Social Noções de Ética e Responsabilidade Social no Ambiente de Trabalho e em Sociedade Itamar Rodrigues, está pela primeira vez participando do projeto e se mostrou muito interessado. “O curso está sendo muito bom. Estamos aprendendo a utilizar as ferramentas, a criar um Twitter e depois um Blog. Trabalho com informática no atendimento ao público da Biblioteca. É importante ter esses conhecimentos e, como tem informação envolvida, gera interesse”, comenta.
Projeto Cidadania Ativa. Alunos do curso de Direito ministram aulas práticas para a comunidade orientados pela professora Geovana Cartaxo. Foto: Aline Norões
As inscrições começam no início de cada semestre As inscrições para os diversos Projeto são disponibilizadas no site da Unifor, no início de cada semestre, com todas as informações necessárias. Alunos do curso de Direito que já tenham cursado o mínimo de 60 créditos podem participar como monitores e orientadores, bem como os professores que desejem ser orientadores voluntários. As aulas do Projeto Cidadania Ativa são ministradas preferencialmente aos sábados, de 13h30min às 17h30min. Uma escolha dos próprios alunos e que
resultou em um número maior de participantes. Segundo a professora orientadora Geovana Cartaxo, podem participar dos cursos alunos de diversas graduações da Unifor, além de funcionários e pessoas das comunidades próximas que tenham interesse em aprender. Serviço Acesse o Blog do Projeto Cidadania Ativa e obtenha mais informações: http:// oportaldocidadao.blogspot.com Site da Unifor www.unifor.br
Seminários ampliam visão sobre o Direito Alunos do curso de Direito se empenham na realização de congressos e ciclos de palestras dentro e fora do campus universitário com intuito de aproveitamento de créditos para a disciplina de Atividades Complementares. Uma iniciativa dos próprios estudantes que deu certo e foi apoiada pela coordenação. O curso de Direito, um dos que possuem maior número de graduandos atualmente na Unifor, vem há alguns anos recebendo palestrantes e professores nacionais e internacionais para falar de suas experiências e dar cursos a respeito das diversas áreas jurídicas, como Direito do Consumidor, Direito Penal e Direito Constitucional. Uma pequena mostra dos caminhos que os estudantes podem seguir, depois de formados, ao adquirirem suas carteiras funcionais da Ordem ds Advogados do Brasil (OAB). O maior estímulo para os futuros bacharéis em Direito é que o investimento feito na participação dessas palestras tem
Levy Melo
Temos a oportunidade de conhecer áreas das formas mais interessantes possíveis com quem já tem experiência na carreira, inclusive profissionais de livros estudados em sala. Aluno do curso de Direito
Palestras. Alunos do curso de Direito se empenham para ganhar certificados e créditos Foto: Arquivo
como finalidade certificados que valem como créditos para a disciplina de Atividades Complementares, o que se torna um atrativo a mais para a participação. Além disto, os alunos têm a oportunidade de conhecer renomados profissionais de todos os campos jurídicos e de aprofundar seus conhecimentos sobre as áreas em que os mesmos atuam. Segundo a coordenação do CCJ, este tipo de inicativa pode dar
bons resultados, principalmente por ser um projeto elaborado e executado pelos alunos, fazendo com que eles interajam e participem de todo o processo de execução dessas palestras e congressos do início ao fim. No momento das inscrições, que acontecem frequentemente no hall do Bloco K da Universidade, os alunos pagam uma taxa que varia dependendo do semestre, pois o valor servi-
rá de custeio para as despesas dos palestrantes, como o hotel, passagens aéreas, taxi e alimentação. Mas os benefícios de tal experiência valem a pena, já que ao final dos ciclos o estudante recebe o certificado, geralmente no final da palestra, na saída do auditório. Para o aluno da graduação de Direito, Levy Melo, as palestras e congressos realizados pelos alunos são muito importantes. “Eles nos auxiliam
de todas as formas, inclusive a definir qual dos campos do direito vamos seguir após formados, já que as possibilidades são inúmeras. Temos a oportunidade de conhecer estas áreas das formas mais interessantes possíveis com quem já tem experiência na carreira jurídica, inclusive profissionais de livros estudados em sala de aula, o que nos garante um aproveitamento maior do curso.”
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Todos juntos contra os trantornos alimentares Projeto de extensão da Unifor oferece no Nami ambulatório com várias especialidades para atender pacientes com transtornos alimentares Jáder de Oliveira
Bulimia, anorexia e outros transtornos alimentares são essencialmente problemas que podem ser analisados por diversas especialidades médicas, já que podem ter variadas causas. Sendo assim, entre buscar a ajuda de um nutricionista, de um endocrinologista, de um psicólogo ou de um psiquiatra, por que não contar com todos de uma vez? É o que tem sido feito no Núcleo de Atenção Médica da Universidade de Fortaleza por meio do Pronutra. Desde o final de 2004, este projeto de extensão universitária oferece um ambulatório de atendimento interdisciplinar a pacientes com transtornos alimentares. “Os pacientes recebem atendimentos psicológicos, nutricionais, psiquiátricos, fonoaudiológicos e endocrinológicos para que os transtornos destes pacientes tenham uma abordagem mais global possível”. É o que diz a psicóloga Raquel de Vasconcelos, uma das coordenadoras do Pronutra, a qual, junto com a nutricionista Myrian Fragoso, é responsável pela triagem dos pacientes.
Chega de Brownie! Para ajudar os pacientes, cada médico e estudante contribui de diferentes formas Foto: Otávio Nogueira
As consultas vão um pouco além de simples análises e prescrição de dietas alimentares, podendo envolver também atividades educativas e dinâmicas. Além de oferecer consultas aos pacientes, os profissionais e estudantes envolvidos no Pronutra reúnem-se para discutir em conjunto os transtornos alimentares de cada paciente. Diferente do modelo tradicional, onde um especialista encaminha seu paciente para outro especialista, no caso do Pronutra a troca de informações entre as diferentes especialidades torna-se fator decisivo para a resolução dos transtornos alimentares. “O que é uma vanta-
gem também para o paciente é que tudo funciona no mesmo recinto. O paciente, na segunda-feira, já vem pra consulta psicológica, consulta nutricional. Pelo fato de ser no mesmo prédio e a gente encaixar em horários aproximados faz com que a gente tenha um controle maior”, explica a nutricionista Myrian Fragoso. Dentre as especialidades envolvidas no Pronutra, agora os pacientes também podem contar com fonoaudiólogos no tratamento dos transtornos alimentares. “Nós procuramos o setor de fonoaudiologia e estamos começando a trabalhar melhor a mastigação com os pa-
cientes. Aprendendo a mastigar de forma correta eles podem até obter uma redução de peso”, explica a Dra. Raquel. Teresa Matos, trabalhadora autônoma, é uma das pacientes satisfeitas com o atendimento diferenciado no ambulatório do Pronutra. Depois de já ter sofrido tanto de bulimia quanto de anorexia, ela vem desfrutando de mais saúde graças à abordagem interdisciplinar no tratamento de seus transtornos alimentares. “Estou aqui há praticamente três anos. Melhorou muito a maneira de eu me alimentar e a terapia com psicólogos tem acrescentado muito”, conta Dona Teresa.
Estudantes simulam atendimentos em manequins Estudantes do curso de Medicina da Unifor contam com um vasto aparato tecnológico para auxiliá-los em seu aprendizado. Boa parte deste aparato encontra-se no Laboratório de Habilidades, onde estão disponíveis manequins para simulação de diversos procedimentos médicos. No manequim mais completo, dos pés à cabeça, os alunos podem simular desde uma simples punção venosa ou sutura até entubação e suporte das funções cardíacas. “Ele simula diversos tipos de arritmia que podem ser monitoradas para aulas que a gente chama de ACLS (Advanced Cardiac Life Suport)”, é o que conta a professora Sônia Leite, que coordena o Laboratório de Habilidades. E não se trata de um simples
boneco. Além de simular respiração e batimentos cardíacos, o manequim emite sons como fala e gritos simulando diversos tipos de dor. O laboratório também conta com um manequim completo para simulação de parto. “Neste caso, nós temos condições de fazer uma demonstração para um grupo maior de alunos sem que haja exposição da paciente”, aponta doutora Sônia. São nos procedimentos médicos mais complexos (que muitas vezes só podem ser treinados pela primeira vez em fases avançadas da graduação em medicina ou até mesmo no período de residência médica), que os manequins se mostram como uma ferramenta das mais importantes na formação do médico. So-
Alunos de medicina celebram a ética médica Os primeiros 100 dias de curso dos alunos de Medicina da Unifor são marcados por um evento solene. Trata-se da Cerimônia do Jaleco, na qual os estudantes do primeiro semestre do curso de Medicina ratificam seu compromisso com o código de ética estudantil e são homenageados por professores e familiares. A solenidade deste semestre mais uma vez foi realizada no Teatro Celina Queiroz, no último dia 5 de novembro. “A expectativa é enorme. Desde o primeiro dia do curso eu já vinha esperando”, declara Patrícia Barbosa Rodrigues, aluna do primeiro semestre. Sobre este ato de passagem dos alunos, a professora Olívia Andrea Alencar Costa Bessa explica: “durante os primeiros 100 dias, eles são trabalhados em alguns elementos que a gente considera fundamentais na formação deles, que são a ética e o profissionalismo. Eles apresentam um código de ética estudantil baseado no código de ética médica e então recebem o acolhimento de todo o corpo docente do curso de Medicina”. Num dos primeiros momentos, a cerimônia do semestre 2010.2 contou com a participação da Camerata da Unifor, que executou clássicos dos Beatles, de Tom Jobim e o Hino Nacional Brasileiro, já com auxílio do Coral da Unifor. Momentos depois, foi entregue a Comenda do Mérito Médico. “É uma homenagem a um médico que, pela sua história de vida, pela sua dedicação ao ensino, engrandeceu a medicina”, explica o dr. Helvécio Neves Feitosa, professor de Medicina. O homenageado deste semestre foi o gastroenterologista João Barbosa Pires de Paula Pessoa. Por fim, os alunos sobem ao palco para receber de seus padrinhos o jaleco branco. Emocionado, o estudante Luis Eduardo Lima relata: “a cerimônia foi muito boa, muito emocionante e bastante integradora”.
Só faltava falar. Além de simular funções respiratórias e cardíacas, o manequim emite sons como fala e gritos Foto: Jáder de Oliveira
bre isso, a doutora Sônia explica: “no paciente com parada cardíaca você tem que colocar um tubo para permitir que o paciente seja ventilado. A dificuldade é que você tem que fazer força pra levantar a boca, você tem que visualizar as cordas vocais para inserir o tubo [laringoscópio] passando pelas cordas vocais”. Cláudio Alves de Albuquerque, aluno do 6º semestre,
aponta outras vantagens de se treinar em manequins: “também poupa aquele paciente que geralmente é um paciente pobre, de ficar sendo, de certa forma, utilizado como alvo de alguns procedimentos. Quando a gente está exposto àquela situação que, para gente, não agrega um risco particular muito grande, eu acho que acaba sendo mais interessante”.
Ética. Valor cultivado nos 100 primeiros dias do curso é celebrado na cerimônia Foto: Claudio Silva
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Aqui o problema é a solução Um novo estilo de didática é adequado a diversos cursos, visando à formação de um aluno ainda mais capacitado e adequado ao mercado de trabalho Amanda Carvalho
Uma aprendizagem baseada em problemas. É assim que funciona o método PBL, sigla de ProblemBased Learning. Nesse modelo educacional, o aluno ocupa uma posição de agente ativo dentro do processo de aprendizagem. Essa interação dá-se por meio de atividades estimuladoras do desenvolvimento e da capacidade de iniciativa e descobrimento. Este método é caracterizado pelo uso de problemas do mundo real para encorajar os alunos a desenvolverem pensamento crítico e habilidades de solução de problemas e adquirirem conhecimento sobre os conceitos essenciais da área em questão. Esta metodologia teve início no final da década de 1960 nas Faculdades de Medicina da Universidade de McMaster, no Canadá e na Universidade de Maastricht, na Holanda. Com o tempo, o PBL propagou-se a diversas outras faculdades de
A discussão das situações-problema entre o grupo de alunos e o tutor é o foco do método PBL. Foto: Otávio Nogueira
Medicina de todo o mundo, estendendo-se também a outros cursos nas áreas de exatas e humanas. Os resultados da adoção do PBL objetivam uma independência maior por parte dos alunos, visando a reter por mais tempo os conhecimentos adquiridos e desenvolver o hábito de estudo permanente. O método tradicional trabalha com uma grade curricular que é organizada em matérias, podendo haver pré-requisitos
O segredo das mãos que falam Por muitas vezes, a língua portuguesa não é a fonte de comunicação que prevalece entre as pessoas. As que nascem com deficiência auditiva possuem uma grande habilidade com as mãos. As Línguas de Sinais são as línguas naturais das comunidades surdas. E não são apenas gestos soltos, mas línguas com estruturas gramaticais próprias. Em 24 de dezembro de 2002, é oficializada no país a Língua Brasileira de Sinais, mais comumente conhecida por sua sigla: Libras. As pessoas que se comunicam por Libras utilizam-se de sinais, que são formados a partir dos movimentos das mãos e do ponto no corpo. A expressão corporal é de fundamental importância para que haja a real compreensão do sinal. Assim, a entonação na Língua de Sinais é feita pela expressão facial. A professora de Libras Suzane Alderoni conta que por ser uma língua extremamente visual, a atenção é bastante exigida. “Em uma conversa com um surdo, não pode haver distração. Qualquer olhadinha para o lado já faz com que você perca o entendimento do diálogo”, explica. Ainda hoje se escuta o termo surdo-mudo ser pro-
ferido constantemente. Esta é uma definição antiga e incorreta atribuída aos surdos, que são capazes de oralizar. A leitura labial é facilmente dominada pelos surdos e, juntamente com o trabalho exercido pelos fonoaudiólogos, a oralização é cada vez mais buscada por aqueles que sentem a necessidade de outra alternativa de comunicação. Suzane diz ser importante que os surdos convivam com outros surdos, mas o contato deles com o mundo verbal auxilia no processo de inserção social. “Ainda existe um grande preconceito com os surdos. As pessoas tendem a ter medo de não se comunicarem efetivamente com eles e isso gera uma exclusão. Felizmente, o interesse dos ouvintes pela Libras vem aumentando a cada dia”, diz a professora. A procura por cursos de Libras em Fortaleza tem crescido bastante, o que demonstra a curiosidade das pessoas no fantástico mundo das mãos que falam.
para cursá-las. Além disso, as aulas são expositivas e os professores utilizam meios audiovisuais para dinamizá-las. São aplicados trabalhos e provas convencionais e somente após certa fase do curso é que o aluno tem o direito de ingressar em um estágio. O PBL não conta com disciplinas. O foco deste método é lidar com problemas a serem resolvidos, gerando discussão entre os alunos e o tutor, que os orientam nas atividades.
Opinião
A Libras e eles Libras é a segunda lingua ofical do Brasil, sendo cada vez mais difundida entre surdos e ouvintes.
“Quando tive o primeiro contato com os surdos, eu fiquei encantado com a maneira como eles se comunicavam e me senti na obrigação de aprender mais sobre o mundo da Libras. Participei de cursos, seminários, assisti a palestras... Enfim, espero que um dia eu possa me comunicar tão bem quanto um surdo.” Tiago Saunders Estudante
“Eu nasci com surdez profunda e meus pais me apresentaram somente à oralização. Apenas quando cresci foi que conheci a Libras e desde então é a minha maior fonte de comunicação. A aptidão que tenho com as mãos me proporciona mais segurança e intimidade com o meu mundo, juntamente com a oralização. Joana Munhoz Estudante
Serviço Centro dos Surdos do Ceará: Av Bezerra Menezes, 549 - Parque Araxá, Fortaleza - CE, 60325005 Federeção Nacional de Educação e Interação de Surdos: (85)3283.9126
A prática deste novo método funciona da seguinte forma: Os alunos são reunidos em grupos de oito a dez componentes para estudo integrado de um determinado problema. Para atingir a solução, é necessário seguir seguintes passos, que são sete: 1 – Fazer a leitura do problema e esclarecer os termos desconhecidos; 2 – Identificar os problemas propostos; 3 – Formular hipóteses explicativas para estes problemas; 4 – Resumir as hipó-
teses; 5 – Criar os objetivos de aprendizagem; 6 – Estudar individualmente os assuntos levantados nos objetivos de aprendizagem; 7 – Retornar ao grupo tutorial para discutir novamente o problema frente aos novos conhecimentos adquiridos na fase de estudo anterior. O PBL é considerado um método moderno e avançado, mas existem alunos e profissionais que discordam e preferem o uso do método tradicional já conhecido. O aluno Joaquim Sá, estudante do 5º semestre de Medicina, diz que opta pelo tradicionalismo porque acha que dá um maior direcionamento ao aluno. “É mais eficiente seguir um cronograma já pensado e estudado pelos profissionais, sem pular etapas. É uma questão de organização”, defende. Já para Mayara Rocha, aluna do 1º semestre de Medicina, o interessante seria mesclar os dois métodos, pois, segundo ela, um complementa o outro. Mayara diz que “Na verdade, tudo depende do comprometimento do aluno com o curso e a faculdade. O ideal seria conhecer os dois métodos e identificar qual será mais eficaz para o aprendizado e para o futuro profissional”.
Diga-me quem e como você é Segurança e sinceridade. Essas são qualidades primordiais em uma primeira consulta. O paciente busca um profissional da saúde que seja seguro ao falar e ao agir. Já o profissional preza por um paciente que faça uso da verdade em suas palavras. A primeira consulta é um encontro de extrema importância e a troca de informações válidas e precisas entre esses dois personagens devem ser bilaterais. O psicólogo Almir Machado diz que o primeiro encontro entre o profissional e o paciente é bastante revelador. “Uma pessoa, ao ter a atitude de buscar alguém da área da saúde, é porque necessita de algo. Esse algo pode ser a cura, a resposta de perguntas ou apenas um consulta de rotina”. O contato visual é a primeira porta para o paciente sentir-se à vontade. Esse olhar é de suma importância porque, além de transmitir segurança ao outro lado da mesa, também já é uma primeira avaliação semiológica. Em seguida, a conversa que se inicia é uma análise geral da vida do paciente. É realizada uma série de perguntas já préestabelecidas pela categoria e, em alguns casos, o exame físico
Anamnese, espécie de entrevista entre o médico e o paciente
não é necessário. Dependendo da necessidade do paciente, o profissional exige exames complementares ou não. A ginecologista Suzane Faritta revela que a anamnese – que é o momento da conversa e do restabelecimento da memória- é o momento mais importante no processo de elaboração do diagnóstico e a base sobre a qual será desenvolvida a continuidade do processo médico. “O tempo da anamnese permite que se estabeleça uma relação de confiança, o que facilita bastante no reconhecimento dos problemas e nas possíveis soluções”, explicita.
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O papel do engenheiro civil na sociedade Nos últimos 50 anos, muita coisa mudou e com grande velocidade o mundo se desenvolveu, tornando a figura do engenheiro indispensável para a sociedade Mhahyara Valente
Eles recriam as civilizações e transformam o meio em que vivemos em nome da evolução humana. O seu papel na sociedade é tão importante, que é quase impossível pensarmos em um mundo sem a presença desses profissionais. Já imaginou criar uma cidade sem a sua interferência? Provavelmente o que veríamos por aí seriam “barracos” desestruturados, sem água, sem luz e sem comunicação. Resumindo, o mundo seria um caos. Quando o assunto é estrutura, o engenheiro civil é o profissional mais solicitado, pois apenas ele está habilitado para lidar com projetos e construções de edifícios, túneis, estradas, portos, barragens, aeroportos, dentre outros. Mas nem só de glória vive a Engenharia Civil, pois em certos períodos da história houve uma baixa na formação desses profissionais e, de acordo com o coordenador do curso de Engenharia Civil da Universidade de Fortaleza, Wandemberg Tavares, isso ocorreu devido a
Wandemberg Tavares Júnior, coordenador e professor do curso de Engenharia Civil da Unifor Foto: Otávio Nogueira
equívocos de gestores públicos que achavam que investir no País gerava inflação. Por conta desse pensamento, o País perdeu duas décadas (a de 1980 e 1990) de desenvolvimento. Mas além do atraso no desenvolvimento, problemas sociais também foram acarretados, já que não houve investimento nenhum e essas duas décadas ficaram estagnadas e conhecidas como as “décadas perdidas”. Sem o desenvolvimento necessário, a profissão de engenheiro sofreu uma retração natural, pois as pessoas que almejavam essa profissão busca-
vam outras saídas para ganhar dinheiro mais rapidamente. O que acontecia com frequência era que, quando os jovens chegavam nas universidades, se perguntavam para que iriam fazer um curso, estudar tanto, se no final não iriam ter uma remuneração condizente. E essa dúvida era gerada por conta daqueles gestores que desestimulavam esses futuros profissionais. O professor relata ainda que “houve épocas em que nós formávamos 55 profissionais e ,nessa época de estagnação, nós formávamos de 25 a 30 alunos”.
Um programa pioneiro O Programa Trainee do curso de Engenharia Civil da Unifor abre um leque de oportunidades para aqueles alunos que querem se destacar e se qualificar para o mercado de trabalho. Visando sempre ao lado profissional dos futuros engenheiros e garantindo o sucesso dos mesmos, o programa tem como objetivo empregar estudantes que estão aptos a desenvolver uma atividade profissional mais consciente, ou seja, um trabalho que compatibiliza o conhecimento tecnológico do engenheiro civil com o lado de gestão, desenvolvimento, planejamento, recursos humanos, dentre outros. A necessidade de criar esse programa ocorreu devido ao fato de que a área de Engenharia Civil no Brasil ainda possui um lado tecnicista muito forte. O Programa Trainee surgiu para mesclar esses dois universos: o lado técnico com o lado de gerenciamento. Criado e desenvolvido em 2009 pelos professores Wandemberg Tavares, Marcelo Au-
Wandemberg Tavares
O programa tem como objetivo empregar estudantes que estão aptos a desenvolver uma atividade profissional mais consciente, ou seja, um trabalho que compatibiliza o conhecimento tecnológico com o lado de gestão. Coordenador do curso de Engenharia Civil da Unifor
gusto de Castro, Alberto Castelo Branco, da Unifor, e pelos empresários André Barbosa e Alfredo Cruz, o programa nasceu em comum acordo com o que o mercado e a sociedade necessitavam, e tem como principal meta oferecer engenheiros ca-
pacitados para atender a essa demanda de mercado. Outro motivo para seu surgimento foi gerar um diferencial na Universidade, já que esse programa é pioneiro no Estado do Ceará. Para aqueles que desejam ingressar nesse grupo seleto, são necessário alguns pré-requisitos: possuir nota média global na Universidade igual ou maior do que oito, dominar outro idioma e estar cursando no mínimo o sexto semestre. O programa preocupa-se em criar oportunidades para estimular o aprendizado. As atividades desenvolvidas auxiliam o trainee a entender a empresa como um todo e utilizar melhor suas competências de acordo com as necessidades da organização. Participar desse programa é uma excelente oportunidade na carreira de um estudante, já que os que ingressam no programa possuem um desenvolvimento acelerado da carreira, pois na maioria dos casos o profissional não leva mais do que cinco anos para subir de cargo.
A reviravolta No ano 2000, o país acordou para isso e percebeu que tinha que crescer, desenvolver, gerar empregos e riquezas para resolver os problemas econômicos e sociais que enfrentava. Foi justamente nessa década que foi provado que investimento em desenvolvimento não gerava inflação e sim um bem estar de toda a sociedade. Com o passar dos anos, o mercado cresceu e, quando isso aconteceu, ele não tinha gente suficientemente habilitada para estar à frente de determinados cargos, pois muitas pessoas haviam desistido e
as empresas, mais do que nunca, buscavam excelência dos seus novos profissionais. De acordo com Wandemberg Tavares, o perfil que o mercado está buscando é de profissionais dinâmicos, que possuam uma visão sistêmica, ou seja, que não fiquem apenas focados em uma única área e sim que tenham uma visão geral do conjunto, que entendam do todo. O profissional tem que ser proativo. Não deve esperar que alguém mande fazer algo e deve, sim, tomar a iniciativa para fazer, procurar resolver e ser um solucionador de problemas. Deve ter um bom relacionamento humano, pois, hoje em dia, esse profissional deixou de ser apenas tecnicista, para ser um gestor, um líder, um motivador. A missão do engenheiro O professor Wandemberg Tavares esclarece que a principal missão do engenheiro civil é contribuir para um melhor ambiente social e, para que isso ocorra de maneira saudável, essa postura não tem que vir apenas dos profissionais que trabalham na área, mas também daqueles que ensinam o ofício em escolas técnicas e universidades. Para que os futuros engenheiros cumpram seu papel com excelência, é preciso uma formação baseada na pluralidade e na integração, ou seja, um profissional mais centrado nos problemas que nos instrumentos de trabalho. Menos tecnicista e mais humano. O engenheiro moderno tem que se preocupar com os valores e os problemas da sociedade, para que, por meio desses, busque soluções que sejam aceitáveis tanto do ponto de vista econômico quanto do social e ecológico.
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Empresas investem em novos profissionais de olho no mercado O nome trainee significa pessoa em treinamento e é um cargo no qual o desenvolvimento profissional é impulsionado. Essa função é atribuída a jovens executivos recém-formados, ou que tenham até dois anos de graduação, e costuma durar de um a três anos. Nesse período, o trainee tem a ajuda de um tutor, recebendo treinamentos e participando de cursos voltados à gestão de sua carreira, conhecimento de processos de uma ou mais áreas da empresa e gestão de pessoas. Vale lembrar que esse programa é bastante utilizado para preparar os profissionais para cargos que necessitam de líderes e gestores. Com todas essas vantagens, as organizações acabaram por mudar o foco de suas ações, pois atualmente preferem aproveitar os estudantes e recém-formados de maneira mais consistente e vantajosa, já que hoje em dia investe-se no jovem como em qualquer outro profissional. Elas
estão de olho em suas principais características, como capacidade de trabalhar em equipe, liderança, criatividade, dinamismo, empreendedorismo e visão sistêmica. Antigamente, os programas eram voltados somente para o lado estratégico, mas atualmente as empresas iniciam esse programa com uma base sólida, de qualidade, independente dos cargos estratégicos. Assim, as pessoas que continuam na empresa têm um padrão de atuação e de informação. Acredita-se que com isso o jovem dará mais retorno e terá uma maior participação dentro da organização. O resultado de todo esse esforço vem por meio de excelentes profissionais dentro da empresa e é almejando esses resultados que empresas por todo o mundo vêm aperfeiçoando seus programas, para atrair mais pessoas interessadas, tendo como objetivo principal desenvolver o lado pessoal e profissional.
SOBPRESSÃO
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Nº 25 - OUTUBRO / NOVEMBRO DE 2010
Alunos da Unifor visitam prédios restaurados no NE A fim de conhecer um pouco mais da história do nosso país e o projeto arquitetônico utilizado em sua criação, estudantes realizam aula de campo na capital baiana Bruno Barbosa
Protótipo irá representar a Unifor na Baja SAE Brasil. Foto: Fabiane de Paula
Mangabaju em busca do 1º prêmio Uma equipe composta por 23 homens e uma única mulher, a estudante Géssica Arruda. Essa é a Mangabaju Racing, criada em 2003 e formada por estudantes dos cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia de Controle e Automação da Unifor. Sob a supervisão da professora e coordenadora de Engenharia Mecânica Lucia Maria Barbosa, o grupo se prepara para participar pela sexta vez do Baja SAE Brasil, uma competição que incentiva alunos de todo o País a por em prática o conhecimento teórico adquirido em sala de aula por meio da criação e construção de veículos off-road que atendam às regras propostas pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil) para corrida em terrenos acidentados. De acordo com Mauro Cabral, um dos componentes da Mangabaju Racing, o projeto do novo mini-baja, que estará na próxima competição, foi iniciado em julho deste ano e, desde lá, já concluíram o projeto informacional e conceitual. Eles esperam concluir nos próximos meses a fabricação do carro e ter um tempo maior até a corrida para realizar os testes de validação.
A maioria das pessoas que visitam Salvador dedica parte do tempo a conhecer o Pelourinho, no centro histórico da cidade. Com o processo de restauração iniciado no ano de 1992, na gestão do então governador Antônio Carlos Magalhães, o Pelourinho baiano tornou-se cada vez mais visitado. Percorrendo aproximadamente 1.400 km a bordo de um ônibus, alunos da Universidade de Fortaleza foram em busca de conhecer o contexto histórico e a arquitetura usada na época da escravidão. Entre os dias 4 e 9 de outubro, alunos de Arquitetura e Urbanismo, em parceria com o curso de Turismo e Hotelaria, tiveram a oportunidade de realizar uma visita técnica à cidade de Salvador. Promovida semestralmente, a viagem faz parte de uma atividade de extensão das disciplinas de Patrimônio e Restauro e Teoria e História da Arquitetura II. Além de conhecer a história
Grupo posa para foto tendo como fundo o Pelourinho, em Salvador-BA Foto: Arquivo pessoal
e as técnicas utilizadas no período colonial para a construção de casas e prédios, os estudantes aprendem um pouco mais sobre como realizar intervenções no patrimônio cultural a fim de preservá-los do desgaste do tempo. De acordo com Ailana Figueiredo, aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo, “nessas visitas a gente aprende e vê as técnicas construtivas, os materiais, a relevância e a função para qual alguns desses edifícios foram construídos e a situação deles hoje”. Um dos edifícios que chamaram a atenção dos universitários foi a Igreja da Barroquinha, que
cujas paredes sem reboco contrastam com a estrutura metálica dos equipamentos contemporâneos, transformando o antigo templo em um espaço para a celebração das mais variadas formas artísticas. A viagem teve a supervisão dos professores Domingos Linheiro, Napoleão Ferreira, Daniela Alcântara, Ana Cecília e do coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, Euler Muniz. E, embora o destino fosse Salvador, no trajeto os alunos conheceram também os patrimônios históricos de Natal, Olinda, Recife e Aracaju.
Patrimônio recuperado
Segundo a professora Lucia Maria Barbosa, “é importante para nós participarmos de uma competição que reúne as melhores escolas de engenharia do Brasil e até mesmo do exterior”. A competição A prova ocorre em três dias e é dividida em duas partes: na primeira, a estática, são analisados aspectos como: relatórios técnicos e apresentação do projeto, peso do veículo, segurança e conforto do piloto e verificação do motor. Já na segunda etapa, a dinâmica, avaliam-se a aceleração, suspensão, tração, resistência e a velocidade máxima atingida, além da corrida em si. Os testes das provas estáticas e dinâmicas são realizados por especialistas da indústria automotiva. Na décima quinta edição, ocorrida em 2009, participaram 73 equipes universitárias, totalizando 1.100 estudantes de 14 estados e do Distrito Federal. Além dos grupos nacionais, o evento teve uma equipe dos Estados Unidos, que também competiu no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo, em São Paulo.
Fachada da Igreja de Nossa Senhora da Conceição após o processo de restauração realizado pelo Governo Foto: Internet
Diferente de Salvador, a cidade de Fortaleza possui apenas 47 prédios caracterizados como patrimônio histórico. Porém, a maioria deles já está desgastada pela falta de manutenção ou pelo mau uso por parte da população. Mas, recentemente, a Secretária de Turismo do Estado (Setur) restaurou o Seminário da Prainha, localizado na Avenida Monsenhor Tabosa, próximo ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Para marcar a entrega do prédio foi celebrada uma missa.
Conhecido como um dos mais importantes símbolos católicos cearenses, ao lado da Catedral Metropolitana de Fortaleza, o Seminário, fundado em 27 de setembro de 1860, teve sua construção iniciada em 1868. Integrado com a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, ele serve para a formação não só dos padres da Igreja, mas também de leigos, pois abriga a Faculdade Católica de Fortaleza. Iniciada em agosto do ano passado, a reforma teve por objetivo restaurar toda a fachada do prédio, composta por: 48 janelões
em estilo neoclássico, sinos, frente triangular, torres octogonais e azulejos portugueses do século XIX; e ainda a área interna do Seminário, respeitando o conceito de preservação do patrimônio e o valor histórico e arquitetônico. Preocupados com a acessibilidade, rampas foram construídas para facilitar a locomoção de idosos e de portadores de deficiência física. Serviço Seminário da Prainha Entrada pela rua Tenente Benévolo, 201 – Praia de Iracema