Fundamentação

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Curso de Formação sobre Emprego para Desempregados Fundamentação pedagógica

Este curso foi concebido por Sérgio Lagoa no âmbito da unidade curricular do PPEL – Processos Pedagógicos em Elearning – do mestrado em Pedagogia do Elearning da Universidade Aberta, em Março de 2012, e com a orientação do Professor José Mota. Encontra-se disponível em http://www.freemoodle.org/course/view.php?id=174

O curso foi concebido pensando em várias estratégias, vários pressupostos teóricos e várias modalidades de comunicação. Assim, algumas atividades são claramente colaborativas, como a construção do glossário com a lista de sites de procura de emprego ou as atividades 8 e 9, que decorrem em ambiente wikispaces; outras são claramente cognitivistas, como a atividade dedicada ao empreendedorismo; e outras ainda permitem uma aproximação ao conetivismo, como o pedido expresso para a constituição de uma conta no linkedin aquando da construção do curriculum vitae. Consequentemente, são propostas estratégias diferenciadas: lição, wikis, trabalhos individuais e trabalhos de grupo. Também as estratégias de comunicação são assíncronas e síncrionas: além dos debates em fórum, são propostas duas sessões de chat, sendo que a primeira, logo no início, pretende ser um momento inicial de apresentação informal dos formandos para propiciar a todos os participantes um primeiro contato em comum e o estabelecimento dos primeiros laços de relações interpessoais.

São introduzidas várias ferramentas: skype, Diigo, Linkedin. O objetivo com essa ferramentas é desenvolver os hábitos de trabalho em equipa e deixar ao formando, após o curso, um conjunto de ferramentas e recursos que lhe sejam efetivamente relevantes na busca ativa de emprego. A atividade 1 é essencialmente exploratória e motivadora. Os humanos gostam de fazer testes deste tipo e isso tona-se mais aliciante numa altura em que estão a entrar no curso; por outro lado, a atividade conduz o indivíduo a um estado de


reflexão pessoal sobre o seu projeto de vida, a forma como o tem cumprido até ao momento e as vocações que, afinal, os testes devem denunciar. A opção pelo “glossário” para publicação dos resultados é fácil de explicar: não se pretende a discussão em fórum dos resultados, mas apenas a sua divulgação através da plataforma. O chat consiste num momento de troca de impressões acerca dos resultados dos testes e para permitir, desde o início, uma forma de socialização entre os participantes. A atividade 2 vem na sequência da atividade 1: depois de ter conhecido as suas próprias motivações ou inclinações vocacionais, o formando confronta-se agora com a sua área de formação original ou com a atividade profissional que tem exercido. O fórum existe para que cada um possa refletir apropriadamente sobre as suas competências, sobre as suas incompetências também e, sobretudo, conduzir os participantes à tomada de consciência acerca dos empregos que lhe são expectáveis dentro do quadro de competências que manifesta. A atividade 3 é muito interessante e tem uma dupla vantagem: por um lado, leva o indivíduo a(re)conhecer as tendências profissionais existentes na sua própria família, o que o pode ajudar a escolher novos rumos profissionais; por outro lado, a discussão em fórum deverá levar os participantes ao reconhecimento da existência de padrões familiares recorrentes, normalmente relacionados com a proveniência social, e que deverão constituir um desafio à auto-superação. A atividade 4 deverá permitir que o formando adquira consciência da situação atual do mercado de trabalho. A discussão em fórum foi evitada neste tópico para impedir que o grupo se disperse em histórias de

vida que, neste contexto, não são vantajosas. È

introduzido o Diigo, uma ferramenta colaborativa. A intenção é que as ferramentas colaborativas se tornem prática usual por parte dos formandos, estimulando as suas competências para o trabalho em grupo / equipa. Obviamente, o Professor / Formador teria de criar um grupo no Diigo para orientar a atividade e estimular troca de ideias entre os participantes.. A atividade 5 constitui um enorme desafio ao editor de uma página moodle. A funcionalidade "Lição" é difícil de executar do ponto de vista pedagógico e todos os passos têm de ser muito bem determinados. Optei por fazer algo muito simples, basicamente informativo e com tendências assumidamente cognitivistas, dando ao formando um conjunto de informações relevantes mas sem o penalizar com a "absorção" de conteúdos excessivos, pelo que as questões colocadas ao longo da lição são muito simples. O chat, síncrono, serve para esclarecer dúvidas que os formandos


tenham e permitir a troca de experiências entre todos. O chat já não tem, portanto, uma dimensão cognitivista mas antes socioconstrutivista: é na partilha com os pares do meio social que se constrói o conhecimento próprio. O chat desta atividade teria de ser

marcado

em

função

das

disponibilidades

dos

formandos,

eventualmente

recorrendo a uma das inúmeras ferramentas disponíveis na internet para aferir os horários mais convenientes. A atividade 6 é claramente construtivista. Pretende-se que os formandos apresentem ideias para a criação do seu próprio emprego e que discutam, aprimorem e façam evoluir essas mesmas ideias pelo confronto com as ideias dos restantes colegas. O importante é mais o processo do que o produto: é preferível que um formando descubra que todas as suas ideias são más do que viver na ilusão de uma péssima ideia de negócio. A atividade 7 é também colaborativa: os formandos terão de elaborar uma lista de sites num trabalho em wiki. O resultado final é avassalador: se cada um conseguir uma média de 6 sites de busca de emprego, 15 formandos conseguirão 90 sites para essa empreitada. É uma demonstração inequívoca de como o trabalho colaborativo pode ser vantajoso e gratificante. Para o futuro, é uma excelente ferramenta para procura de emprego.

Na atividade 8 (carta de apresentação), recorre-se uma vez mais a uma metodologia de trabalho colaborativa. Não é de esperar que existam grandes dificuldades na elaboração da tarefa 1, mas é muito provável que essas dificuldades surjam na tarefa 2 (carta de apresentação traduzida para uma língua estrangeira). Ora, concertando esforços e saberes é possível a elaboração desta segunda tarefa, quando num cenário não colaborativo tal seria impossível. No caso desta atividade, a ferramenta sugerida é o wikispaces porque a experiência de trabalho com a wiki do moodle é confrangedora: a edição é pouco user-friendly, o modo de criação de páginas é arcaico e convém que os utilizadores / formandos aproveitem o curso, também, para conhecer outras ferramentas que lhes sejam potencialmente vantajosas no futuro. Note-se ainda que a publicação das cartas de apresentação seria feita individualmente no wikispaces, onde o professor teria de abrir previamente o espaço respetivo de cada formando; e como o wikispaces dispõe de espaço próprio para discussão, todo no debate e todo o apoio seria prestado nessa plataforma, evitando a dispersão por várias ferramentas distintas.


A atividade 9 segue a mesma linha e os mesmos pressupostos da atividade 8. Contudo, e para que o formato de documento utilizado seja o word, é recomendada a utilização de outra ferramenta de trabalho colaborativo: o googledocs. Por fim, a atividade 10. Não tive qualquer interesse em chegar a um número “redondo” para concluir o curso, mas queria que o curso terminasse com alguma forma de reflexão sobre que tivesse efeitos sobre a vida futura do formando. Simultaneamente, não queria que o curso acabasse sem que essa mesma reflexão final servisse para fazer uma avaliação do próprio curso. Assim, resolvi que o ideal seria ter uma atividade 10a de reflexão sobre a situação particular de cada um e uma atividade 10b onde se manifestassem opiniões acerca da validade do curso. A atividade 10a é muito interessante: no final do percurso de formação, os formandos são convidados a elaborar um projeto de formação para si próprios e confrontarem-se com as ideias, perspetivas e opiniões dos colegas. Mais do que determinar o que está certo ou errado, trata-se de uma oportunidade

de discutir conceções de vida

projetando o futuro. Esta atividade implica a abertura de um fórum, por parte do professor, no qual cada um publicará o seu trabalho e terá a oportunidade de o discutir. A atividade 10b existe para auto-avaliação da formação: determinar se a formação teve valor, se fez sentido para os formandos, se o professor desempenhou convenientemente o seu papel. Não me pareceu relevante fazer desta uma atividade colaborativa, pois rapidamente poderia haver um falso unanimismo ou uma tendência para o conformismo individual. Por isso, cada formando deverá elaborar uma reflexão pessoal, a submeter através da plataforma, não visível para os restantes colegas. O interesse desta atividade, sublinho, é o da avaliação do curso e do professor. Se as opiniões são maioritariamente negativas, curso e/ou professor terão de ser alterados em edições posteriores da mesma formação... É por isso que atribuo apenas um valor na avaliação desta atividade: interessa que o formando a faça e que isso tenha um peso final na avaliação, para que ele não ignore a atividade com o argumento de “não contar para nota”. Simultaneamente, não há opiniões boas nem opiniões más, isto é, não existe preferência por opiniões meramente servis e elogiosas, pois o interesse reside, de fato, na avaliação e posterior reelaboração dos moldes em que o curso se encontra concebido.


Graficamente, o ritmo de trabalho é marcado pela sucessão das atividades, que é feita de forma cumulativa: cada nova atividade surge no topo da estrutura de página, sendo a atividade anterior relegada para baixo, em ordem descendente à medida que nos aproximamos do final do curso. Cada nova atividade, e só essa, é acompanhada de uma imagem apelativa, mas quando a atividade passa para segundo plano por ter terminado, a imagem desaparece para evitar um excessivo ruído na página. A imagem pode e deve ser utilizada com fins pedagógicos ou andragógicos, mas neste caso é apenas um elemento gráfico apelativo para o formando. Havendo imagens que mereçam discussão e propiciem aprendizagens, elas devem ser utilizadas, recordando os princípio multimédia que estudamos em Meyer. Os

blocos

laterais

também

são

aproveitados

para

fornecer

informações

aos

formandos. Assim, adicionei um bloco com feeds RSS de emprego do Google News e um vídeo sobre entrevistas de emprego. Este vídeo, tal como o da Atividade 5, não é visível no Google Chrome, browser com o qual editei a maior parte do curso e que não me pareceu indicado para o efeito (esclareço que o meu computador tem um problema elétrico pelo que me encontro limitado a um netbook com muitas restrições). Contudo a ideia é a de utilizar os blocos laterais com mensagens sugestivas e apelativas, alterando os vídeos ao longo do curso de forma a conferir algum dinamismo à página de entrada no curso.


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