Centro de Tratamento e Acolhimento Animal LAÍS REGINA TERRIBILE ERECHIM, RS
UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS Campus Erechim BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO INTRODUÇÃO AO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
Centro de Tratamento e Acolhimento Animal "...0s animais possuem uma alma que tem a mesma origem da alma humana. Por isso, a afeição que sentimos por eles é natural e benéfica ao relacionamento familiar." (Paulo H. Figueiredo)
DISCENTE: LAÍS REGINA TERRIBILE ORIENTADOR: VINÍCIUS CESAR CADENA LINCZUK
ERECHIM, 2022
Sumário
1.
Introdução
04
1.1 Introdução e Justificativa.........................................................................................05
1.2 Objetivo Geral................................................................................................................05
1.3 Objetivos Específicos.................................................................................................05
2.
1.4 Metodologia.....................................................................................................................05
Referencial Teórico
06
2.1 Abandono e Posse Responsável.......................................................................07 2.2 Zoonoses...........................................................................................................................08
2.3 Legislação........................................................................................................................09
2.4 Abrigos................................................................................................................................09
3.
Referências Projetuais
11
3.1 Palm Springs Animal Care Facility...................................................................12 3.2 South Los Angeles Animal Care Center & Community
Center...........................................................................................................................................14
4.
Diagnóstico do Terreno
15
4.1 Contextualização..........................................................................................................16 4.2 A Cidade - Erechim....................................................................................................16
4.3 Localização e Entorno..............................................................................................17 4.4 Plano Diretor....................................................................................................................19
5.
4.5 Condicionantes do Terreno..................................................................................19
Proposta Projetual
20
5.1 Programa de Necessidades e Pré-Dimensionamento.....................21
5.2 Diretrizes Projetuais....................................................................................................21 5.3 Zoneamento...................................................................................................................22
5.4 Fluxograma......................................................................................................................22
. Referências
6.
23
6.1 Lista de Figuras..............................................................................................................24 6.2 Referências.....................................................................................................................25
1. Introdução 1.1 Introdução e Justificativa..........................05
1.2 Objetivo Geral.................................................05 1.3 Objetivos Específicos.................................05
1.4 Metodologia.....................................................05
1.1 Introdução e Justificativa O seguinte trabalho apresenta elementos de análise e pesquisa que buscam compreender a relevância de um centro
de tratamento e acolhimento para animais em condições de abandono na cidade de Erechim – RS, buscando entender as causas do abandono e as possibilidades de buscar soluções através de uma proposta arquitetônica. Pretende-se a partir da proposta que esta sirva de apoio para o tratamento de animais na comunidade, além de proporcionar apoio educacional para a população. A organização mundial de saúde estima que existam mais de 30 milhões de animais entre cães e gatos abandonados no Brasil (CFMV,2020). Em Erechim segundo informações obtidas por meio de entrevista com ONG SOS Animais sabemos que até 15 chamados para resgate são realizados por dia, totalizando uma média de 50 resgates mensais. Atualmente a ONG não possui sede e os animais são alocados em lares temporários, alguns desses mantendo até 20 animais ao mesmo tempo, além de se manter apenas com o apoio da comunidade e a ajuda de voluntários. Uma das soluções encontradas para diminuir o número de animais das ruas é a castração, tendo assim um controle de natalidade. Mas essa solução não evita o abandono recorrente e nem diminui o número de animais abandonados existentes, além desse fator, o abandono também se torna um problema de saúde pública, já que diversas zoonoses que esses animais estão expostos também são transmissíveis aos seres humanos. A partir dessa perspectiva é visível a necessidade de um local não apenas para abrigo, mas também para tratamento de animais vítimas de maus tratos, além de possuir um apoio educacional visando a conscientização da adoção responsável, evitando assim a reincidência do abandono.
1.2 Objetivo Geral O objetivo geral desse trabalho é levantar dados através de pesquisas que fundamentem a realização de um projeto arquitetônico para um centro de acolhimento e tratamento de animais abandonado, buscando entender as necessidades técnicas e sociais para elaboração do mesmo.
1.3 Objetivos Específicos Pesquisar e analisar dados referentes ao abandono de animais e o que ocasiona tal problemática, entender a relação homem/animal e a interação de animais abandonados no ambiente, principalmente vitimas de maus tratos. Fazer um levantamento das legislações voltadas para estabelecimentos animais. Buscar referências projetuais relacionadas ao tema, entendendo o funcionamento de programas de necessidade e o uso de técnicas construtivas direcionadas a esse tipo de espaço. Analisar as condicionantes do terreno, as características do local de estudo e as potencialidades para o tema proposto. Desenvolver um programa de necessidades e pré-dimensionamento que suporte a demanda atual de abrigos, de apoio veterinário, ofereça serviços para a comunidade e principalmente que busque educar e orientar as pessoas sobre os comportamentos animais e suas necessidades.
Minha escolha pessoal para o tema surgiu através da
proximidade que tenho com as causas animais e do carinho que mantenho pelos mesmos, possuo em meio a minha família animais adotados e entendo a importância da conscientização e da adaptação durante os processos de adoção. Sempre tive a sensibilidade perante animais em condições de rua e abandono e ciência da necessidade de locais adequados para abrigar e tratar esses animais visando assim auxiliar nos processos de adoção.
1.4 Metodologia Com o intuito de formar o embasamento necessário para a realização do projeto e para que o mesmo se adapte ao local proposto este trabalho foi desenvolvido a partir de quatro etapas metodológicas:
Referências Teóricas
Referências Projetuais
Estudo do Terreno
Diretrizes Projetuais
A primeira etapa é composta pelo referencial teórico, visando reforçar a necessidade do tema além de buscar
compreender a relação homem/animal, essa etapa foi realizada a partir da leitura de artigos, teses, trabalhos de graduação, dissertações, sites e normas. A segunda etapa se deu a partir de análises projetuais
de três estudos de referência, a partir dessas análises foi possível compreender programas de necessidades, soluções projetuais, materialidade e técnicas construtivas. A seguir foi realizada a escolha do terreno utilizado para a proposta, assim como a análise de suas condicionantes, seu entorno e potencialidades. A última etapa acontece a em torno da proposta arquitetônica com base nas etapas anteriores. Foram desenvolvidos o dimensionamento, volumétrico.
programa de necessidades, prézoneamento, fluxograma e estudo
05
2. Referencial Teórico 2.1 Abandono e Posse Responsável...................................07 2.2 Zoonoses.......................................................................................08
2.3 Legislação....................................................................................09
2.4 Abrigos............................................................................................09
2.1 Abandono e Posse Responsável Desde os primórdios da humanidade os animais nos acompanham e auxiliam no nosso dia a dia, nos tempos antigos eram utilizados como prestadores de serviço, e com o passar do tempo foi se percebendo que eram uma ótima companhia. Em 2019 o Instituto Pet Brasil apresentou dados que contabilizavam a existência de 78,1 milhões de animais de estimação nos lares brasileiros, a região sul é a terceira com maior concentração de animais no país. Dentre esse número 5% desses animais estão em condições de vulnerabilidade, ou seja 3,9 milhões. Animais nessas condições são aqueles que vivem com famílias abaixo da linha da pobreza ou vivem nas ruas mas recebem o cuidado de voluntários, 4% desses animais acabam evoluindo para condições de abandono.
Gatos
66%
34%
Figura 3. Porcentagem Animais Abandonados. No Brasil o abandono ocorre de forma discreta, em lugares isolados onde muitas vezes o animal fica totalmente desamparado, o que torna difícil
compreender as motivações por trás dessas atitudes. Para entender alguns padrões que auxiliam no abandono e procurar soluções podemos analisar a realidade de outros países. Em 1998 nos EUA uma pesquisa foi realizada em 12
abrigos diferentes buscando entender os principais motivos que levaram ao abandono de cães e gatos, é possível analisar brevemente esses fatores a partir das seguintes tabelas:
CÃES
Suja a casa
18,5%
Destrutivo fora de casa
12,6%
Foge de casa
11,6%
Ativo demais
11,4%
Requer muita atenção
10,9%
Late ou uiva muito
10,7%
"É a condição na qual o guardião de um animal de
Morde
9,7%
companhia aceita e se compromete a assumir uma série
Destrutivo dentro de casa Figura 4.
Um dos objetivos na educação da posse responsável seria o de melhorar a relação entre o homem e o animal, conscientizando as pessoas e prevenindo a irresponsabilidade dos tutores, evitando o abandono recorrente e a superpopulação de animais abandonados. (Santana et al., 2004). Podemos tentar compreender de melhor maneira o que seria a posse responsável a partir da seguinte citação:
Agressivo com pessoas
Diversas ONGs e protetores de animais afirmaram um aumento na procura pela adoção durante o inicio da pandemia, mas infelizmente a ONG Ampara Animal constatou também um grande aumento nos abandonos entre meados de 2020 e 2021. Dados de 2014 apresentados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) apontavam a existência de 30 milhões de animais em condições de abandono, sendo 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães.
Cães
MOTIVAÇÃO
Desobediente
12,1%
de deveres centrados no atendimento das necessidades
20,7%
físicas, psicológicas e ambientais de seu animal, assim
9%
como
prevenir
os
riscos
(potencial
de
agressão,
transmissão de doenças ou danos a terceiros) que seu
MOTIVAÇÃO Suja a casa
37,7%
Destrutivo fora de casa
11,4%
Agressivo com pessoas
16,9%
Não se adapta a outros animais
8%
Morde
9%
Requer muita atenção
6,9%
Ativo demais
4,6%
Não amistoso
6,9%
Destrutivo dentro de casa Eutanásia por motivo de comportamento
animal possa causar à comunidade ou ao ambiente, como
GATOS
14,6%
interpretado pela legislação vigente”. (Santana et al., 2004)
Santana ainda comenta sobre como a falta de orientação perante a posse responsável pode acarretar em situações impulsivas, exemplificando a compra de animais de estimação influenciada por vendedores que focam apenas no lucro. Essa impulsividade não permite que exista tempo suficiente para criar um laço afetivo e com o passar do tempo o animal deixa de ser atrativo e se torna um problema na vida do tutor, o que muitas vezes resulta no abandono.
4,6%
Figura 5. O abandono além de ser um problema de bem estar animal, também prejudica a saúde pública, social, ecológica e econômica. Os problemas comportamentais dos animais, a
falta de espaço adequado, o estilo de vida dos tutores, e a falta de conhecimento sobre a responsabilidade e os custos sobre um animal são os principais fatores de abandono. Isso fortalece ainda mais a necessidade da educação sobre o
bem estar animal e suas necessidades para a sociedade. (Alves et al., 2013). A partir disso podemos compreender a relevância da informação e conscientização para a população em geral e futuros tutores no intuito não apenas de diminuir os índices de abandono mas também a sua reincidência.
Figura 6.
07
2.1 Abandono e Posse Responsável Ao adotar um animal muitas pessoas não levam em consideração diversas questões importantes, como o porte do animal, seu temperamento, suas necessidades físicas e emocionais, seu bem estar e conforto, o custo que esse animal terá ao longo de sua vida e o tempo que todos esses cuidados demandam. Adotar não se resume apenas a abrigar e alimentar, mas também se responsabilizar por uma vida ao longo de toda sua existência. Educar e conscientizar as pessoas para que quando adotem um animal saibam de todos seus deveres perante eles é essencial para a concretização da posse responsável e para assegurar o bem estar do animal em seu novo lar, é necessário também investir na vacinação, castração, no controle do comércio de animais e sua criação. Erechim possui uma cartilha própria sobre posse responsável com diversas orientações sobre as necessidades dos animais para futuros tutores, o acesso para essa cartilha pode ser encontrado nas referências bibliográficas deste caderno.
Figura 7.
2.2 Zoonoses
O ministério da saúde classifica as zoonoses como doenças infecciosas que são transmitidas dos animais para os humanos e dos humanos para os animais. As transmissões ocorrem diretamente através de secreções, contato físico, arranhões e mordidas, ou indiretamente através do contato com pulgas e mosquitos, alimentos contaminados e outros. O grande número de animais vivendo nas ruas e sua constante proliferação devido a falta de controle de natalidade,
castração e higiene aumenta a proliferação dessas doenças. Um levantamento realizado pela Pan American Health Organization em 2001 apontou que existem 98 doenças que afetam humanos de forma comum a cães ou gatos, na tabela abaixo podem compreender um pouco mais sobre algumas dessas doenças. DOENÇA
DESCRIÇÃO
ESCABIOSE (SARNA)
Doença de pele causada pelo ácaro Sarcoptes Scabiei, transmitida pelo contato direto com cães, em sua maioria, podendo ocorrer raramente através de gatos.
ESPOROTRICOSE
Doença transmitida através de arranhaduras ou mordidas de gatos infectados pelo fungo responsável pela doença, o Sporothrix Schenkii que pode ser encontrado naturalmente em solo e plantas.
GIARDÍASE
Infecções em cães causada por protozoários no intestino.
LEISHMANIOSE
Infecção parasitária causada por protozoários que atacam o sistema imunológico do animal, podendo ser transmitido para os seres humanos, sendo o mosquito o vetor.
LEPTOSPIROSE
Doença causada por uma bactéria que penetra na pele ou é ingerida através da água e alimentos.
MICOSE
São várias infecções por fungos, transmitida através do contato com os pelos do animal infectado.
RAIVA
Doença infecciosa causada por vírus, transmitido através da saliva ou mordida do animal contaminado.
TOXOPLASMOSE
Doença causada por protozoários transmitida através da ingestão de água e alimentos contaminados.
Figura 9. Cão com sarna.
Figura 8.
As zoonoses acimas são as principais em interesse dos veterinários e para a saúde pública, é tarefa do Centro de Controle de
Zoonoses monitorar e acompanhar a propagação dessas doenças na população, e dever do tutor manter vacinar e vermifugar seu animal, assim como manter um acompanhamento médico frequente. É importante frisar que muitos tutores de classe social mais baixa não possuem condições financeiras para tais
08
acompanhamentos, colocando em risco a saúde de seu animal e a própria, para isso se fazem necessários dispositivos que possam atender esse público de forma gratuita ou com valores acessíveis.
Figura 10. Gato com leishmaniose.
2.3 Legislação Como parte da pesquisa para o presente referencial teórico podemos enfatizar o Art. 32, da Lei Federal nº. 9.605, de 12.02.1998 (Lei de Crimes Ambientais), e a Lei Municipal nº 231, de 11 de setembro de 2020 de Erechim. A primeira lei trata sobre o crime contra maus tratos aos animais, e é importante para a conscientização da população e validação dos direitos dos mesmos. “Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º. Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º. “A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.”
Enquanto a segunda lei abrange as especificidades gerais para locais que ofereçam diversos serviços destinados aos animais, e é necessária para a elaboração da proposta projetual. LEI MUNICIPAL Nº 231, DE 11 DE SETEMBRO DE 2020. Dispõe sobre a posse, a criação, o comércio, a hospedagem, os cuidados estéticos, a exibição, a circulação, a saúde, e as políticas de proteção aos animais no Município de Erechim. Seção II Dos Canis e Dos Gatis Art. 17. Os canis e gatis são considerados, quanto à sua finalidade: II - Não comerciais: se destinados a atividades de proteção ou a outras atividades que não gerem receita ao seu guardião ou responsável.
2.4 Abrigos
Para a elaboração de um programa de necessidades que atenda de forma adequada a proposta para o Centro de Acolhimento e Tratamento Animal se faz necessário o conhecimento de alguns dados, dentre eles as dimensões adequadas para os abrigos, os ambientes necessários para o manejo dos animais e o cuidado com seu
bem estar. Sendo assim foram utilizadas duas cartilhas para esse levantamento, a "Politica para Abrigos de Cães e Gatos" da WSPA (World Society for the Protection of Animals) e o "Guia Técnico para Construção e Manutenção de Abrigos e Canis" do CRMV-PR
(Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Paraná). A partir dessas cartilhas surgiram os seguintes levantamentos: PROCESSOS DE FUNCIONAMENTO DO ABRIGO O processo de funcionamento do abrigo ajuda a estabelecer ambientes necessários para acompanhar todos os processos por quais o animal vai passar, desde a sua chegada e estadia, até a sua adoção. Esse processo também ajuda a propor fluxos e ordenar espacialmente as ambiências.
Art. 18. Os canis e gatis, conforme a sua finalidade, atenderão às seguintes exigências: I - Área mínima de: a) 2,00 m² (dois metros quadrados), por animal de até 10kg (dez quilogramas), não aplicando-se a animais
CHEGADA DO ANIMAL
recém-nascidos até a idade de 60 (sessenta) dias; b) 4,00 m² (quatro metros quadrados), por animal com peso superior a 10kg (dez quilogramas) e inferior a
QUARENTENA Identificação Avaliação Clínica Avaliação Psicológica
20kg (vinte quilogramas); c) 6,00 m² (seis metros quadrados), por animal com peso superior a 20kg (vinte quilogramas); II - Espaço coberto e ventilado, abrigado da chuva e sol; III - Área para exercício e para exposição ao sol; IV - Recintos destinados aos animais, que não sejam insalubres, de fácil higienização e que propicie adequado escoamento dos dejetos, de forma a não comprometer as condições sanitárias e ambientais do
Animal Procurado pelo Tutor
Animal Doente ou Agressivo
Animal Apto para a Adoção
Tratamento
Encaminhamento para o Programa de Adoção
solo e dos corpos de águas naturais e artificiais; V - Alimentação e água em quantidade adequada ao tamanho do animal, com troca de água e recolhimento das sobras de alimentação, efetuados diariamente; VI - Boas condições de higiene, mantidas por meio de limpeza diária; VII - Segurança, evitando a circulação dos animais nas áreas vizinhas; VIII - Acompanhamento médico veterinário e, quando solicitado pela autoridade sanitária, apresentação de atestados de sanidade e vacinação dos animais; Art. 19. Os canis e gatis comerciais estabelecidos no Município de Erechim devem possuir médico veterinário responsável.
Devolução Acompanhada de Orientações em Guarda Responsável
Figura11.
09
2.4 Abrigos ÁREA PARA ALOJAMENTO DE CÃES Instalações para Canis Área total para alojamento dos animais
500 m²
Área mínima necessária para 1 animal
5,00 m²
Quantidade máxima de animais
100
ÁREA PARA ALOJAMENTO DE GATOS Instalações para Gatil Área mín. necessária para 1-2/ Grupo >4
2m² / 10m 2
Área em m³ por gato
0,84 m³
Área total e quantidade máx. de animais
30m² x 15 = 45,00 m² Figura 12. e 13
A WSPA propõe dimensionamentos para os alojamentos com dimensões que proporcionem conforto e evitem a aglomeração e stress dos animais. Além disso a cartilha traz diretrizes que podem ser seguidas para suprir as diversas necessidades dos mesmos através dos diferentes espaços e ambiências. Seriam elas:
1 - Fisiológicas e sensoriais: supre as necessidades básicas, fornece alimento e
água, além de tratamentos de saúde e espaços para lazer, atividades e estímulos. 2 - Físicas e ambientais: espaços diversificados e amplo possibilitando a setorização de diferentes atividades como descanso e sono, atividades físicas, liberação de necessidades fisiológicas e afins. 3 - Comportamentais: Ambientes propícios para a interação saudável com animais da mesma espécie, preservando seu comportamento natural. 4 - Sociais: Espaços que possibilitem a interação desses animais não apenas com outros da mesma espécie como também com seres humanos. 5 - Psicológicas e cognitivas: Espaços especificamente sensoriais para que possam explorar, permitindo distrações e tirando o animal do ócio. Analisar e seguir tais diretrizes traz a possibilidade de criar projetos que não apenas amparem o animal, mas também o preparem para seu novo lar,
percebendo padrões de comportamento e o integrando gradativamente de volta a comunidade. O animal desamparado precisa mais do que apenas um abrigo, ele tem a necessidade de se sentir seguro no meio em que se encontra para se desenvolver e socializar de forma saudável.
10
Figura 14.
3. Referências Projetuais 3.1 Palm Springs Animal Care Facility.................................................................................12 3.2 South Los Angeles Animal Care Center & Community Cente..................14
3.1 Palm Springs Animal Care Facility
Figura 15.
Local: Palm Springs, Califórnia - Estados unidos Arquitetos: Swatt / Miers Architects Área Construída: 1.950 m² Área do Terreno: 12.140m² Ano: 2011 com expansão em 2012
A planta se desenvolve em torno de um pátio central, o jardim de adoção e possui três entradas públicas. Primeiramente temos a recepção de adoção, e a área de recepção de cães abandonados, conectando essas duas partes está a área administrativa, esse layout reduz a transmissão de doenças e faz com que seja necessário um menor número de funcionários no local. A terceira entrada é para o centro de educação, ela é separada do restante da edificação e conta com sanitários próprios, permitindo o seu uso após o expediente do local.
Esse centro de cuidados foi escolhido como referência projetual principalmente devido ao seu programa de necessidades que se assemelha muito com a ideia que busco implantar no projeto, além de soluções projetuais que trazem maior bem estar aos animais e fluxos que proporcionam melhor interação dos visitantes com o espaço. O centro de cuidados se iniciou a partir de uma parceria pública/privada entre a cidade e a ONG Friends of the Shelter. O projeto foi elaborado de forma a melhorar a interação entre o público e os animais e assim facilitar a adoção. O programa conta com áreas comuns para gatos, áreas para cães internas e externas, área para manejo seguro dos animais, espaço de treinamento e uso educacional e uma clínica para procedimentos médicos, além de estacionamentos para visitantes e funcionários. As aberturas da edificação permitem que os animais em gatis tenham vistas para as áreas externas, enquanto os canis possuem acesso a áreas verdes e de socialização. Figura 16.
12
Figura 17.
Recepção Adoção
Centro Educacional
Área Administrativa
Recepção Animais Abandonados
Figura 18.
3.1 Palm Springs Animal Care Facility
Figura 19.
Figura 20.
O design da construção segue a estética do deserto o que permite que a edificação se torne parte da paisagem. Um grande beiral permeia a frente da construção e sombreia as três entradas, e suas fachadas possuem cores vibrantes e quentes, atraindo a tenção do público. Os fluxos se definem a partir das três entradas principais, e se desenvolvem a partir do manejo e cuidado com os animais, proporcionando maior privacidade e cuidados com a limpeza do local. A circulação de serviços possui um acesso pelo estacionamento, disposta em torno de toda a área de cuidados aos animais, desde saúde, alimentação e abrigo. A circulação pública é destinada para quem busca atendimento ao seu animal enquanto a circulação de adoção é para aqueles que desejam conhecer os animais do abrigo, esse ultimo se conecta a circulação destinada ao uso educacional. O projeto possui um sistema de reciclagem de água a reutilização da mesma na limpeza dos ambientes destinados aos animais, além de possuir capacidade para aderir futuramente outros meios sustentáveis como painéis fotovoltaicos. O projeto possui também um sistema de ventilação próprio na cobertura, em áreas médicas e destinadas a animais, além de um sistema de gás oxigênio encanado.
Figura 22.
Circulação Adoção
Circulação Público
Circulação Educacional
Circulação Serviços
Pontos de Interesse:
Programa de Necessidades; Referência de Abrigo; Setorização dos Ambientes; Apoio Educacional; Fluxos; Figura 21.
A construção é composta por pilares e vigas metálicas, a vedação é feita com placas cimentícias, enquanto na parte interna se encontram concreto, drywall pintado e teto com placas Lamtec expostas. As áreas de permanência dos animais possuem materiais de alta resistência, devido a limpeza constante e o estrago que pode ser ocasionado por animais, sendo alguns desses resina epóxi, tetos acústicos e caixas de aço inoxidável.
Materialidade; Sustentabilidade (iluminação e ventilação natural, reutilização da água);
Fonte: (ARCHDAILY, 2012. Acesso em janeiro de 2022)
13
3.2 South Los Angeles Animal Care Center & Community Center
Figura 23.
Local: Los Angeles, Califórnia - Estados unidos Arquitetos: RA-DA Área Construída: 2.200 m² Ano: 2013
Canis Jardins.
Galeria.
Vitrines.
Serviços.
O edifício é todo térreo, o acesso que se da através do estacionamento e guia o visitante até os canis localizados na parte externa através de uma galeria, onde é possível ver diversos dos animais disponíveis para adoção nas vitrines.
Figura 24.
A disposição dos canis na área externa de modo a compor um jardim faz com que
Figura 26.
A escolha desse projeto para o estudo foi devido a sua os animais possam comtemplar espacialização, o acesso ao público e sua integração com a a vegetação, diminuindo assim o stress animal e a produção de vegetação. Segundo os arquitetos que realizaram o projeto o objetivo da ruídos, além de criar ambientes
edificação é de aproximar a comunidade e elevar o número de espaços e confortáveis para os adoções. O edifício se localiza em uma área de grande visitantes. movimento com o intuito de atrair o público de forma acessível, O projeto busca proporcionar possui cores vibrantes que chamam a atenção e caminhos com agradáveis para os animais, ao mesmo tempo árvores que suavizam a paisagem industrial do seu entorno. pela sustentabilidade, através do uso de
14
Pontos de Interesse:
Canil Externo, jardins; Figura 25. ambientes
que preza materiais A estética do edifício remete a escama dos répteis, reciclados para a construção, vidros Low-e e painéis de que também são cuidados no local, painéis pré- energia solar. Os ambientes compactos diminuem o uso fabricados criam um degradê de cores e compõem as do ar condicionado, além de possuir claraboias que fachadas. permitem a entrada de luz natural.
Galeria com vitrines de animais para adoção; Paisagismo, integração com a natureza; Sustentabilidade; Localização;
Fonte: (ARCHDAILY, 2013. Acesso em janeiro de 2022)
4. Diagnóstico do Terreno 4.1 Contextualização.......................................................16 4.2 A Cidade - Erechim.................................................16 4.3 Localização e Entorno..........................................18
4.4 Plano Diretor..................................................................19 4.5 Condicionantes do Terreno...............................19
4.2 A Cidade - Erechim
4.1 Contextualização Atualmente no Brasil existem 370 ONGs que trabalham com o
Erechim se encontra na região Norte do estado do
cuidado e proteção de animais abandonados, elas estão espalhadas por todo o território brasileiro. A maior concentração dessas instituições se encontra na região Sudeste com 46%, essa região também possui as principais ONGs do país, como a SUIPA, a UIPA, a Ampara Animal, o Instituto Luiza Mel e outras. Seguindo temos a região Sul com 18% (onde a maioria delas se encontra na capital Porto Alegre), a região Nordeste com 17%, Norte com 12% e por último a região Centro-Oeste com apenas 7% (Instituto Pet Brasil, 2019).
Rio Grande do Sul, é a segunda maior cidade da região em nível populacional ficando atrás apenas de Passo Fundo. Possui 107.368 habitantes e tem uma área territorial de 429.164 km² (IBGE, 2021). Teve suas plantas urbanas planejadas antes de sua implantação, inspiradas em capitais como Paris e Washington resultou em um traçado urbano predominantemente ortogonal. Seu eixo principal se dá através do segmento da Av. 7 de Setembro e a Av.
possuem sede fixa, o que faz com que não existam locais apropriados para abrigar esses animais., muitos acabam por
uma sede própria, e carece de auxilio de voluntários para manter e cuidar dos animais. Dois dispositivos
Essas instituições buscam resgatar, tratar, abrigar e encaminhar os animais para adoção, a questão é que nem todas as ONGs
ficarem em lares de tutores temporários ou até mesmo voltam as ruas. Apesar de fazer parte da segunda região com maior número de ONGs, o Rio Grande do Sul ainda carece de locais apropriados e que atendam as demandas necessárias para o cuidado desses animais em condições de abandono, principalmente de dispositivos que ofereçam apoio gratuito e conscientização para novos adotantes. Além disso a maioria das instituições localizadas no estado se encontram na Capital, deixando outras regiões sem amparo, como a região Norte onde se encontra a cidade de Erechim.
Sudeste - 169 ONGs
Maurício Cardoso. A ONG SOS Animais que atua na cidade não possui
importantes na questão de saúde animal são o hospital veterinário da URI (Universidade Regional Integrada) e a URA (Unidade de Referência Animal) que realiza os procedimentos de castração em animais carentes, ambos se encontram em locais afastados do eixo da cidade e de difícil acesso. Tendo em vista esse aspecto de distanciamento dos únicos locais que possam atender esses animais em condições de abandono e a carência de um local que além de tratar também sirva de abrigo, podemos determinar a necessidade de uma unidade centralizada na cidade. URA, Unidade de Referência Animal.
Sul - 66 ONGs
URI Campus II - Hospital Veterinário
Nordeste - 63 ONGs
Terreno Escolhido
Norte - 45 ONGs
Mapa 2.
Centro Oeste - 27 ONGs Principais ONGs
Mapa 1.
Av. 7 de Setembro Av. Maurício Cardoso BR 153
Clínicas Veterinárias Parques e Praças Terminal e Rodoviária URI
16
Terreno
1 2 3 4 5
Mapa 3.
4.3 Localização e Entorno LOCALIZAÇÃO
USOS DO SOLO
O terreno fica localizado no Bairro Fátima, entre a Av. 7 de Setembro e a Rua Heraclides Franco, pŕóximo a região central da cidade de Erechim. Pela grande extensão do terreno foi determinado um recorte de 15.400 m².
Apesar da diversidade na composição dos usos, as edificações residenciais são predominantes, principalmente ao longo das vias coletoras. No entorno imediato do terreno se encontram dois pontos de interesse, a URI (Universidade Regional Integrada) como foco educacional e o Seminário Nossa Senhora de Fátima, local onde a população costuma frequentar com seus animais.
CHEIOS E VAZIOS Através dessa análise é perceptível a diversificação das formas e tamanhos das edificações mantendo uma composiç´ão heterogênea. Além da existência de grandes vazios, principalmente no entorno do terreno onde existe uma área de preservação. Mapa 4. CHEIOS E VAZIOS Escala 1:7500
Edificações Terreno
URI (Universidade Regional Integrada) Seminário Nossa Senhora de Fátima
GABARITOS
Religioso
Comercial
Institucional
Misto
Serviços
Terreno
MAPA VIÁRIO
Os gabaritos existentes no entorno são em sua maioria de 1 a 2 pavimentos, poucos possuem mais de 3 pavimentos e apenas um ultrapassa a
O acesso para o terreno se dá através da Av. Dom João Hoffmann,
uma via coletora de pouco fluxo, que conecta o terreno a Av. 7 de Setembro, uma via arterial de maior fluxo. A acessibilidade ao terreno foi
altura de 10 pavimentos. Tendo em vista não alterar a paisagem do entorno e fazer com que o projeto se integre ao local é ideal que o mesmo acompanhe gabarito.
Mapa 5. USOS DO SOLO Escala 1:7500
Residêncial
essa
composição
uma das motivações para escolha, em seu entorno diversas paradas de ônibus com linhas que conectam o
do
diversos pontos da cidade. Terreno
Terreno 1 a 2 Pav.
5 a 9 Pav.
3 a 4 Pav.
10 ou mais Pav.
Pontos de Ônibus
Mapa 6. MAPA GABARITOS Escala 1:7500
a sua existem e rotas local a
Via Arterial Via Coletora
Via Local Rota de Ônibus com a mais de 20 linhas Rota de Ônibus com a mais de 5 linhas
Mapa 7. MAPA VIÁRIO Escala 1:7500
17
4.3 Localização e Entorno 3
MASSA DE VEGETAÇÃO
1
3
4
2
VEGETAÇÃO RASTERIA
Figura 27. Figura 30.
1
SEMINÁRIO
EDIFICAÇÕES DA URI AOS FUNDOS DO TERRENO
URI
Figura 28.
DECLIVE DO TERRENO
MASSA DE VEGETAÇÃO
RUA DOM JOÃO HOFFMANN, ACESSO PELA AV. 7 DE SETEMBRO
MASSA DE VEGETAÇÃO
4
2
SEMINÁRIO
MASSA DE VEGETAÇÃO VEGETAÇÃO RASTERIA
Figura 29.
18
RUA DOM JOÃO HOFFMANN, ACESSO PELA RUA HERACLIDES FRANCO
DECLIVE DO TERRENO
Figura 31.
4.5 Plano Diretor
Conforme o plano diretor da cidade de Erechim, o terreno escolhido se encontra na
UTP7 juntamente a uma UE (unidade especial). Possuindo regime urbanístico especial as diretrizes devem ser definidas mediante estudo do Órgão Técnico do Município e parecer do Conselho da Cidade. Para a proposta atual será utilizado o regime urbanístico da UR-2, também localizada na UTP 7. Índice de Aproveitamento: Livre Taxa de Ocupação: 80 % - Subsolo, Térreo, Pav. Intermediário. 60% - Demais Pavimentos. Altura máxima: 03 pavimentos, limitado a 12,50m de altura. Recuo lateral: Com aberturas: H/15 + 1,40m. Sem aberturas: H/23 + 1,10m. Recuo de Fundos: H/20 + 2,50m. Figura 32.
Recuo Frente: 4 m.
4.6 Condicionantes do Terreno
A partir da análise das condicionantes podemos elencar os critérios para a escolha do terreno, suas potencialidades e deficiências. O terreno se encontra próximo ao eixo central da cidade, suprindo assim a necessidade de um local de fácil acesso por diversos meios de locomoção além da proximidade com pontos de ônibus. Sua grande escala possibilita a implantação de um projeto com amplo programa de necessidades, devido ao seu
tamanho foi proposto um recorte com uma área de 15.400 m². No seu entorno se localizam o Seminário Nossa Senhora de Fátima e a URI (Universidade Regional Integrada) ambos sendo ponto de interesse para o projeto. O Seminário já sendo utilizado por tutores e seus animais como local de lazer traz maior visibilidade para o terreno proposto, enquanto a URI serve de apoio para as propostas educacionais do projeto. A ausência de edificações ao seu redor, principalmente as residenciais permite que os possíveis ruídos emitidos pelos animais não afetem a vizinhança. A grande massa de vegetação situada no terreno traz a possibilidade de diversas paisagens visuais, proporcionando a criação de espaços livres com ambientes agradáveis. O som ambiente presente na natureza ajuda a amenizar a poluição sonora causada pelo tráfego de veículos na avenida principal. No terreno ta´mbém se encontra um corpo da água, que pode acarretar em problemas como alagamentos, além da dificuldades que podem surgir ao se trabalhar com o terreno irregular do local. Ambas problemáticas podem buscar ser resolvidas através de soluções e propostas projetuais.
Mapa 8. CONDICIONANTES DO TERRENO Escala 1:2500 Ventos Predominantes. Insolação Verão Insolação Inverno
Massa de Vegetação
Terreno
Sons Tráfego/Natureza.
Edificações Córrego
19
5. Proposta Projetual 5.1 Programa de Necessidades e Pré-Dimensionamento................................21
5.2 Diretrizes Projetuais...............................................................................................................21
5.3 Zoneamento...............................................................................................................................22 5.4 Fluxograma.................................................................................................................................22
5.1
5.2 Diretrizes Projetuais
Programa de Necessidades e Pré-Dimensionamento
AMBIENTE
DESCRIÇÃO
QUANTIDADE
ÁREA
ÁREA TOTAL
ADMINISTRATIVO Recepção Geral Recepção Abrigo Sala de Adoção Almoxarifado Sala de Reuniões Administração Sanitários
Recepcionar usuários e visitantes, sala de espera. Recepção para visitantes e possíveis adotantes. Sala para entrevista de adoção e processo burocrático. Armazenar materiais de escritório. Sala destinada a reuniões administrativas e negócios. Escritório para tarefas administrativas do abrigo. Sanitários para uso dos funcionários.
1 1 1 1 1 1 2
15 m² 15 m² 6 m² 4 m² 15 m² 20 m² 4 m²
15 m² 15 m² 6 m² 4 m² 15 m² 20 m² 8 m² Total: 83 m²
FUNCIONÁRIOS Vestiário/Sanitário Copa DML Sala de Descanso Lavanderia
Vestiários para troca de roupas e banho dos funcionários. Espaço para refeições dos funcionários. Depósito para materiais de limpeza geral. Área para descanso de funcionários durante intervalo. Área para descanso de funcionários durante intervalo.
2 1 1 1 1
9 m² 8 m² 4 m² 12 m² 5 m² 2 m²
18 m² 8 m² 4 m² 12 m² 5 m² 5 m² Total: 52 m²
Espaço para eventos e palestras educacionais. Venda de artigos diversos para animais. Sanitários para uso do público.
1 1 2
60 m² 20 m² 6 m²
60 m² 20 m² 12 m² Total: 92 m²
Abrigo coletivo para cães. Abrigo individual para cães. Abrigo coletivo para gatos. Abrigo individual para gatos. Local para quarentena de animais recém chegados. Espaço para socialização de gatos. Espaço para socialização de cães. Depósito para armazenamento de alimentos dos animais. Depósito para materiais de limpeza para as baias.
5 30 4 20 10 1 1 1 1
10 m² 5 m² 12 m² 3 m² 4 m² 100 m² 250 m² 12 m² 4 m²
Estacionamento para funcionários do local. Estacionamento para visitantes e usuários.
8
10 m²
80 m²
Área para feiras de adoção e eventos externos. Café que servirá de suporte para os eventos. Pátio para interação externa dos animais e adestramento.
20 1 1 1
10 m² 200 m² 20 m² 200 m²
200 m² 200 m² 20 m² 200 m²
Depósito de resíduos. Reservatórios, central de gás, gerador de energia. Área para carga e descarga de veículos de médio porte.
1 1 1
20 m²
20 m² Total: 720 m²
ATENDIMENTO AO PÚBLICO Auditório Vendas Sanitários ANIMAIS Canil Coletivo Canil Individual Gatil Coletivo Gatil Individual Quarentena Recreação Felinos Recreação Cães Depósito de Alimentos DML ÁREA EXTERNA Estacionamento Funcionários Estacionamento Público Área de Eventos Café Pátio de Adestramento e Recreação Depósito de Lixo Área Técnica Carga e Descarga
50 m² 150 m² 48 m² 60 m² 40 m² 100 m² 250 m² 12 m² 4 m² Total: 714 m²
A proposta do Centro de Tratamento e Acolhimento animal tem
como intuito servir de apoio para ONGs presentes na cidade e região, oferecendo abrigo e tratamento para os animais resgatados, assim como para animais que possuem tutores que estão em situação de vulnerabilidade. Possui também uma área destinada ao apoio educacional para instruir a comunidade sobre posse responsável através de palestras e eventos. Busca oferecer serviços veterinários e de petshop para os animais da comunidade em geral, revertendo o lucro obtido em mantimentos e melhorias para o próprio centro de tratamento. O programa de necessidades foi elaborado a partir de 6 diferentes setores: Administrativo: área de recepção e encaminhamento do
público, escritórios para tarefas burocráticas do abrigo. Funcionários: setor de apoio aos funcionários, com áreas para alimentação, descanso e higiene. Atendimento ao público: espaço dedicado a apoio ao público, com sanitários e loja com vendas de produtos para pets, nessa área também se localiza o apoio educacional. Animais: na área destinada aos animais situam-se os abrigos e espaços de recreação. Tratamento e Cuidados: esse espaço é dedicado a saúde animal, com todo tipo de suporte veterinário, possui também banho e tosa para a higiene dos animais. Área Externa: onde se localizam estacionamento, área para eventos com café, pátio para adestramento e dispositivos de apoio. O zoneamento proposto busca alocar esses espaços de forma
que se conectem entre si e se integrem a natureza, criando um local agradável para o público e os animais. Buscando evitar a área onde o córrego percorre, a ideia é alocar a edificação principal ao fundo do terreno, deixando a parte frontal para estacionamento, passeio e áreas com vegetação, evitando assim possíveis alagamentos e a umidade do local.
21
AMBIENTE
DESCRIÇÃO
QUANTIDADE
ÁREA
ÁREA TOTAL
TRATAMENTO E CUIDADOS Recepção Veterinário Consultórios Almoxarifado Arquivos Laboratório Sala de Radiologia Sala de Ultrassonografia Sala de Antissepsia Sala de Cirurgia Isolamento e Internação
1 3 1 1 1 1 1 1 2 20
15 m² 6 m² 4 m² 6 m² 15 m² 10 m² 10 m² 6 m² 12 m² 3,5 m²
15 m² 18 m² 4 m² 6 m² 15 m² 10 m² 10 m² 6 m² 24 m² 70 m²
Ambulatório Sala de Fisioterapia Sala de Esterilização Gestão de Resíduos Banho e Tosa DML Hotel/Baias
1 2 1 1 1 1 20
6 m² 30 m² 8 m² 10 m² 25 m² 4 m² 4 m²
6 m² 60 m² 8 m² 10 m² 25 m² 4 m² 80 m² Total: 371 m²
Recepção e espera exclusiva para uso da clinica. Para consultas e atendimento prévio dos animais. Armazenar materiais exclusivos para uso dos animais. Arquivo com fichas clínicas dos pacientes. Espaço para análises laboratoriais. Sala para exames de raio x. Sala para exames de ultrassom. Sala para antissepsia e preparação pré-operatório. Sala para realizar cirurgias. Internação e isolamento de animais em tratamento ou pós cirurgia. Armazenamento de medicamentos. Espaço para tratamento de animais em recuperação. Sala para esterilização de materiais cirúrgicos. Conservação de animais mortos e tecidos. Espaço para banho e tosa para animais do abrigo e de clientes. Depósito para materiais de limpeza da clinica. Serviço de hotel disponível para pets da comunidade.
5.3 Zoneamento
1
2
8
5 7
6
3
9
Área de Circulação (25%): 508 m² ÁREA TOTAL: 2.540 m² 4
5.4 Fluxograma CONSULTÓRIOS ARQUIVOS
ESTACIONAMENTO
RECEPÇÃO VET BANHO E TOSA ADM
AMBULATÓRIO LABORATÓRIO ALMOXARIFADO SALA DE FISIOTERAPIA SALA DE ULTRASSONOGRAFIA SALA DE RADIOLOGIA SALA DE ESTERILIZAÇÃO
22
Figura 34.
HOTEL/BAIAS DML
SANITÁRIOS
SALA DE REUNIÕES
SALA DE DESCANSO
ISOLAMENTO E INTERNAÇÃO SALA DE ANTISSEPSIA SALA DE CIRURGIA GERSTÃO DE RESÍDUOS
RECEPÇÃO GERAL
ALMOXARIFADO
COPA VESTIÁRIOS LAVANDERIA DML PÁTIO ADESTRAMENTO CARGA E DESCARGA
ESTACIONAMENTO
1
ÁREA EXTERNA EVENTOS/ CAFÉ
2
PÁTIO ADESTRAMENTO
3
CARGA/DESCARGA
4
RECEPÇÃO/ADMINISTRATIVO
5
ÁREA PARA FUNCIONÁRIOS
6
TRATAMENTO E CUIDADOS ANIMAIS
7
EDUCACIONAL
8
ABRIGO
9
ACESSO ÁREA DE EVENTOS
Figura 33.
CAFÉ
RECEPÇÃO ABRIGO
SALA DE ADOÇÃO CANIL INDIVIDUAL
RECREAÇÃO CÃES
CANIL COLETIVO
RECREAÇÃO FELINOS
GATIL COLETIVO GATIL INDIVIDUAL DEPÓSITO DE ALIMENTOS
QUARENTENA DML
AUDITÓRIO VENDAS SANITÁRIOS
6. Referências 6.1 Lista de Figuras...............................................24 6.2 Referências......................................................25
6.1 Lista de Figuras FIGURA 1. https://media-public.canva.com/MADGxwA12x4/4/screen.jpg. Acesso: fev. 2022. FIGURA 2. https://www.google.com/url? sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.gratispng.com%2Fpngsq89vi%2F&psig=AOvVaw02_n3SoGTmsuAmC5GKOf28&ust=1647003233302000&source=im ages&cd=vfe&ved=0CAgQjRxqFwoTCJCghc3Mu_YCFQAAAAAdAAAAABAK. Acesso: fev. 2022. FIGURA 3. Gráfico elaborado pela autora a partir de dados do IBGE.
FIGURA 14. https://media-public.canva.com/MADQ5U_loE8/1/screen.jpg. Acesso. mar. 2022.
FIGURA 15 a 22. https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facilityswatt-miers-architects?ad_medium=gallery. Acesso: jan. 2022. FIGURA 23 a 26. https://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-c enter-and-community-center?ad_source=search&ad_medium=projects_tab. Acesso: fev. 2022.
FIGURA 4 E 5. Tabelas elaboradas pela autora a partir de dados encontrados em: SALMAN, M. D.; NEW Jr., J. G.; SCARLETT, J. M.; KASS, P. H.; RUCH-GALLIE, R.; HETTS, S. Human and Animal Factors related to the relinquishment of Dogs and Cats in 12 Selected Animal Shelters in the United States. Journal of Applied Animal Welfare Science, v. 1, n. 3, 206-226, 1998.
FIGURA 27. Recorte do plano diretor de Erechim.
FIGURA 6. https://www.google.com/url? sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.petz.com.br%2Fblog%2Fpets%2Fcaes%2Fanimais-
MAPA 1. Mapa elaborado pela autora a partir de imagem disponível em: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.gratispng.com%2Fpng-
mar. 2022.
2022.
abandonados%2F&psig=AOvVaw1Vsj2_v9WWmQM2b5hCnfj0&ust=1647926203899000&sou rce=images&cd=vfe&ved=0CAgQjRxqFwoTCLCfjta51vYCFQAAAAAdAAAAABAw. Acesso:
FIGURA 33. Zoneamento proposto pela autora. FIGURA 34. FLUXOGRAMA PROPOSTO PELA AUTORA.
qq67iy%2F&psig=AOvVaw1E0JYXRNoRHaKp_g0oPGDx&ust=1647654058353000&source=i mages&cd=vfe&ved=0CAgQjRxqFwoTCJj7t-nDzvYCFQAAAAAdAAAAABAD. Acesso: mar.
FIGURA 7. https://www.canva.com/photos/MADy7kHFcSg-homeless-abandoned-animalsalone-with-themselves-/. Acesso: mar. 2022.
MAPA 2. Mapa adaptado pela autora a partir de imagem disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-27.6726584,-52.26821,12z. Acesso: mar. 2022.
FIGURA 8. Tabela com zoonoses disponível em: SALVADOR, Leticia. Focinhos de Luz, Clínica Veterinária Popular. 74 f. Trabalho de Graduação Final - Curso de Arquitetura e Urbanismo,
MAPA 3. Mapa adaptado pela autora a partir de arquivo base do plano diretor de Erechim.
FIGURA 9: https://media-private.canva.com/MADZUY-c8UM/1/screen.jpg?X-AmzAlgorithm=AWS4-HMAC-SHA256&X-Amzredential=AKIAJWF6QO3UH4PAAJ6Q%2F20220320%2Fus-east-1%2Fs3%2Faws4_request&X-
MAPA 4 a 8. Mapas com algumas adaptações feitas pela, arquivos utilizados de: BET, Alexandra. Centro de Apoio Psicológico: A arquitetura como auxilio no processo de cura para Erechim/RS. 2020. 30 f. TFG (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Fronteira Sul, Erechim, 2020.
Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2021. Acesso: mar. 2022.
Amz-Date=20220320T134846Z&X-Amz-Expires=89456&X-AmzSignature=0e353c1fd77c0b50adcd6b5365324e5b0ade6969fb8dd078052a8050e92f6213& X-Amz-SignedHeaders=host&responseexpires=Mon%2C%2021%20Mar%202022%2014%3A39%3A42%20GMT. Acesso. mar. 2022.
FIGURA 10. http://3.bp.blogspot.com/-DjcZ4GniO3g/TlRpCQ_TVuI/AAAAAAAAAuQ/nFb8ufiphA/s1600/gatoleish.jpg. Acesso. mar. 2022. FIGURA 11. Processos de funcionamento do abrigo, disponível em: Guia Técnico para a construção e manutenção de abrigos e canis.. CMRV Paraná.
FIGURA 12 E 13. Tabelas para dimensionamento de abrigos, disponível em: WSPA, WORLD SOCIETY FOR THE PROTECTION OF ANIMALS. Politicas para abrigos de cães e gatos. Rio de Janeiro, 2011.
26
6.2 Referências ALVES A.J.S.; GUILOUX A.G.A.; ZETUN C.B.; POLO G.; BRAGA G.B.; PANACHÃO L.I.; SANTOS O.; DIAS R.A.; Abandono de cães na América Latina: revisão de literatura. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP. São Paulo: Conselho Regional de Medicina Veterinária, v. 11, n. 2 (2013), p. 34 – 41, 2013 ARCHDAILY. Palm Springs Animal Care Facility / Swatt | Miers Architects. ArchDaily, maio de 2012. Disponível em: <https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facilityswatt-miers-architects> ISSN 0719-8884. Acesso em janeiro de 2022. ARCHDAILY. South Los Angeles Animal Care Center & Community Center / RA-DA. ArchDaily, julho de 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animalcare-center-and-community-center> ISSN 0719-8884. Acesso em janeiro de 2022. BET, Alexandra. Centro de Apoio Psicológico: A arquitetura como auxilio no processo de cura para Erechim/RS. 2020. 30 f. TFG (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Fronteira Sul, Erechim, 2020. CALDERÓN, N., Reconhecendo o grau de bem estar em cães e gatos – Criando um “check list”, Colômbia: Instituto Técnico de Educação e Controle Animal – ITEC, 2010. CRMV PR, CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DO PARANÁ. Guia Técnico para a Construção e Manutenção de Abrigos e Canis. Paraná, 2016. ERECHIM, Prefeitura de. Município - Traçado Viário. Disponível em: <https://www.pmerechim.rs.gov.br/pagina/151/tracado-viario> Acesso em março de 2022. ERECHIM, Prefeitura de. Manual de Posse Responsável e Bem estar Animal. Disponível em: <https://www.pmerechim.rs.gov.br/pagina/850/manual-de-posse-responsavel-e-bem-estaranimal> Acesso em março de 2022. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. Censo Populacional de 2010, 2010. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/erechim/panorama>. Acesso em março de 2022. IPB, Instituto Pet Brasil. País tem 3,9 milhões de animais em condição de vulnerabilidade. Disponível em: <http://institutopetbrasil.com/imprensa/pais-tem-39-milhoes-de-animais-emcondicao-de-vulnerabilidade/>. Acesso em março de 2022. SALMAN, M. D.; NEW Jr., J. G.; SCARLETT, J. M.; KASS, P. H.; RUCH-GALLIE, R.; HETTS, S. Human and Animal Factors related to the relinquishment of Dogs and Cats in 12 Selected Animal Shelters in the United States. Journal of Applied Animal Welfare Science, v. 1, n. 3, 206-226, 1998. SALVADOR, Leticia. Focinhos de Luz, Clínica Veterinária Popular. 74 f. Trabalho de Graduação Final - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2021. SANTANA, Luciano Rocha et al. Posse responsável e dignidade dos animais. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO AMBIENTAL, 8º. Anais do 8º Congresso Internacional de Direito Ambiental, 2004. São Paulo/SP. p. 533-552 SCHNEIDER, M. Relação entre Cães, Gatos e Zoonoses. Estudo Técnico. Brasília: Câmara dos deputados. 2018 WSPA, WORLD SOCIETY FOR THE PROTECTION OF ANIMALS. Politicas para abrigos de cães e gatos. Rio de Janeiro, 2011.
25
"Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Por isso, quem maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar." (Chico Xavier)