Design de Moda na Bahia by Laís Medeiros

sumário 03

Editorial

Conceitos & Definições

Mercado Local: Marcas e Eventos

Profissionais da Área

Referências

editorial É com muito orgulho que apresentamos nesse catálogo o resultado das pesquisas e entrevistas realizadas pelos alunos de Design de Moda do 1o semestre (noturno) da Unifacs - Universidade Salvador para a disciplina de Projeto Integrador I, orientada pelo professor Marcus Vinicius de Souza. O intuito desse projeto foi trazer conceitos e definições acerca da Moda, do Design de Moda e do Profissional de Moda, sanando dúvidas recorrentes sobre os mesmos. Além de conhecer mais o mercado baiano e trazer informações sobre eventos, marcas e profissionais locais, algo fundamental para nossa construção como futuros designers de moda soteropolitanos. Pesquisas e entrevistas: Betty Carvalho,Catarina Ferreira Pimentel Iaquinto, Dáleth Carvalho, Ediene de Freitas Rocha, Edla Ribeiro, Ellen Carla, Eric Romano Celuque, Laís Medeiros, Lanai Oliveira, Larissa Rios, Luana Simões, Luiza Bruna Ribeiro, Liz Moura, Nailana Moura Moreira, Raquel Medeiros, Renata Damasceno, Renato André, Tainã Nunes, Tamires Moreno, Tuani Santos, Ueslei Silva Souza, Verilane Alves, Victor Lima e Virgílio Gonçaves. Diagramação: Laís Medeiros

conceitos e definiçoes ~ O QUE É MODA? A moda é processo complexo que reflete as transformações da sociedade em diferentes épocas e culturas. É uma linguagem internacional e configura-se como um empreendimento global de extrema importância, que possui um impacto econômico significativo em diversos países. As roupas, artefatos da moda e o próprio consumo, são vistos como um fenômeno, além de econômico, social e cultural tão encantador, que o estudo é tido como algo essencial, como em qualquer outra arte ou ciência. Apesar disso, não há um jeito certo ou errado de se tornar um profissional da área,já que, o mundo da moda é formado por pessoas que, geralmente, possuem personalidades fortes e que sabem que ousar é uma pedida para se destacar, além de expressar traços do seu “eu”. A moda está presente em todos os momentos da vida cotidiana e é vista como algo comum, porém, não é fácil tornar-se um profissional da área, seja no varejo, setor administrativo, de criação ou divulgação, as exigências intrínsecas ao profissional são consideráveis tanto nos termos criativos, intelectuais, técnicos e até físicos. Moda é o substantivo feminino que significa uma maneira ou costume mais predominante em um determinado grupo em um determinado momento. É uma palavra muito usada para designar uma forma de se vestir que é comum para muitos ou apreciada por muitas pessoas. Existem vários tipos de moda, como moda feminina e moda masculina. Estilos diferentes de moda, apresentam características de grupos distintos. A moda evangélica, por exemplo, está de acordo com determinados valores, com roupas que não são ousadas. Existe também a moda para gestantes, para que as mulheres grávidas tenham o maior conforto possível, vestindo roupas do seu agrado ao mesmo tempo. 04

O QUE é design de MODA? O Design de moda é uma das áreas do design que tem como objetivo desenvolvimento de vestuários humanos respeitando todas as características culturais, técnicas, mercadológicas, de moda ou tendências.

o que faz 0 profissional de MODA? O tecnólogo em Design de Moda elabora e gerencia projetos para a indústria de confecção do vestuário, considerando fatores estéticos, simbólicos, ergonômicos e produtivos. Faz pesquisa de tendências de comportamento, cores, formas, texturas e acabamentos; o estilismo em moda; o desenvolvimento de produtos de moda aplicando visão histórica, sociológica e prospectiva; a elaboração de portfólios e dossiês; a representação gráfica de suas criações; a elaboração de protótipos e modelos, além da análise de viabilidade técnica do projeto, são algumas das atividades deste profissional. Com base em seus estudos, o designer de moda, investiga o mercado, identidades de pessoas, públicos alvos e diversas outras variáveis para desenvolver seus produtos. O designer de moda pode atuar em diferentes áreas e segmentos, a depender da necessidade do mercado, das suas preferências e das suas habilidades desenvolvidas ao longo da vida.

aréas de atuação do profissional de moda

Consultoria Coordenação Design/Estilismo Fotografia Gerenciamento Modelagem Negócios Produção

consultoria

coordenação

Área em que o profissional trabalha como personal stylist, ajudando os clientes a combinar roupas, cores e estilos.

Gerenciar a compra de coleções de roupas para lojas e magazines. Coordenar as equipes de estilos, tanto em indústrias e confecções como em magazines, e orientá-las para as tendências da moda.

DESIGN/ESTILISMO

FOTOGRAFIA

Criar roupas (estilismo), jóias, bijuterias, calçados e bolsas (design de acessórios) ou desenhar estampas e padrões e elaborar novos tecidos para tecelagens (design têxtil).

Acompanhar a produção de fotos de moda para revistas, catálogos, exposições e anúncios

gerenciamento

modelagem

Desenvolver produtos e supervisionar a compra de materiais para sua produção e comercialização

Transpor para moldes os desenhos dos estilistas, desenvolvendo modelos-piloto para orientar a produção.

´ negocios

produção

Atuar como gestor na cadeia de produção, distribuição, divulgação e comercialização da moda e desenvolver estratégias de negócios e marketing.

Fazer desfiles, catálogos, editoriais de revistas e organizar campanhas publicitárias.

mercado local eventos baianos Barra Fashion O Shopping Barra figura entre os principais shopping centers do país a colocar o fashion business dentro das prioridades da gestão. “O Barra é uma grande referência na Bahia quando o assunto é moda. Além de movimentar o mercado fashion local, nosso objetivo é democratizar o acesso do público à moda, trazendo o olhar e expertise de consultores da área, que estão sempre antenados com tudo o que acontece no mundo, para o cotidiano dos nossos clientes através de um formato de evento descontraído e interativo”, afirma a gerente de Marketing do Shopping Barra, Karina Brito. Semana de Moda - Salvador Shopping Beleza, comportamento, make, lifestyle. Esses elementos, que andam de mãos dadas quando o assunto é moda, se encontram durante o evento Estações Salvador Shopping. O evento movimenta o centro de compras do Shopping Salvador com uma programação variada que incluiu bate-papos com grandes nomes do cenário nacional, desafio entre blogueiras e desfile infantil com celebridades mirins. “Este ano, trouxemos conteúdos exclusivos através de grandes nomes do cenário nacional. A participação e interação do nosso cliente, nos fashion talks e na batalha das blogueiras, foram os principais diferenciais do projeto. Com isso, o Estações se consolidou com um dos eventos de moda mais importantes do calendário baiano e nos aproximou ainda mais do nosso público”, avaliou a gerente de marketing Karina Dourado. Made in Bahia Evento com projeção nacional realizado ao longo de 25 anos pela Marca VLPontes, através de sua gestora, Vera Pontes. Considerado um dos principais eventos no sistema de pronta entrega do Brasil. Isso se comprova graças ao grande grau de satisfação dos expositores, que comercializam seus produtos, bem como dos consumidores finais, de varejo, que aqui encontram uma moda acessível e diferênciada. Além dos desfiles que ocorrem diáriamente na passarela, onde pode-se ver, o que se faz de mais novo no mundo da moda. Lojistas, atacadistas e os aficcionados por moda têm a oportunidade de assistir a desfiles produzidos por renomados estilistas, exposições, mostra de trabalhos de alunos das instituições de ensino de moda, além de circularem pelos stands onde são comercializados no atacado e no varejo, confecções, calçados, bolsas, bijuterias, cosméticos a preços de fábrica. 08

Afro Fashion Day O Afro Fashion Day fortalece a cena de moda soteropolitana levando para a passarela o trabalho de 46 marcas baianas. Destas, 22 estreiaram no último evento que celebrou o Dia da Consciência Negra. A diversidade é uma característica da curadoria que inclui grifes masculinas e femininas, moda praia, calçados e acessórios, tem até turbantes. O resultado é uma seleção que contempla grifes recém-criadas e com décadas de experiência, apresentando o que está circulando nas ruas e o conceitual. Bahia Moda Design Um dos maiores eventos de moda do Nordeste, o Bahia Moda Design apresenta as tendências para o Verão de marcas e criadores baianos. Com produção e direção geral do Projeto SSA (Almir Junior, Marcelo Gomes e Tininha Viana), o evento reuni palestras e showrooms de marcas baianas. Realizado pelo Sindivest de Salvador e Sindvest de Feira de Santana, com parceria do Senai, Senac e Sebrae.

marcas baianas

Aladio Marques Vencedor do concurso Novos Talentos do Barra Fashion 2012, o estilista Aládio Marques é responsável por alguns looks de artistas como Mariene de Castro. Suas peças se destacam pelos cortes geométricos que criam contrastes entre a rigidez e a fluidez. Elas possuem caimento e modelagem distintas para quem quer sair do óbvio. facebook.com/AlAladioMarques | Instagram: @aladiomarquesbrand

Candida Specht A marca homônima surgiu em 2001 e abusa das estampas e suas misturas do tecido com o couro. O estilo da marca é cool, um boho brasileiro, antenado com as novidades, mas livre para misturar o handmade com o clássico. candidaspecht.com | Instagram: @candidaspecht 10

Carol Barreto A estilista fez seu primeiro desfile em 2001 e criou a marca homônima dez anos depois. Carol Barreto busca elaborar processos criativos e produtivos respeitáveis e horizontais para construção de produtos e imagens de moda a partir de reflexões sobre as relações étnico-raciais e de gênero, corroborando com as propostas do slow fashion e moda ética. O público-alvo da marca são mulheres jovens de espírito, independente de faixa etária ou classe social, mas que estejam interessadas numa roupa semântica, que comunique visão de mundo e pertencimento identitário. Em 2015, foi a primeira brasileira a participar do Black Fashion Week Paris, com a coleção Vozes: Moda e Ancestralidades. Este trabalho virou um projeto internacional que abarca exposição e audiovisual e já passou pelo Canadá e Estados Unidos. facebook.com/carolbarretodesigner | Instagram: @carolbarretocob

Com amor, Dora Criada por Isadora Alves, a marca desenvolve acessórios para o cabelo além de roupas e bolsas. O conceito é a potencialização e valoração justa do trabalho feito à mão, assim, busca levar para um público contemporâneo e, ao mesmo tempo, vanguardista, a visão catalisadora do trabalho handmade. loja.comamordora.com.br | Instagram: @comamordora 11

Euzaria O conceito da Euzaria é propagar o consumo consciente. A cada peça vendida, a marca doa outra para uma pessoa em situação de vulnerabilidade social. Atualmente, dispõe de um mix de oito produtos que vai desde camisetas a quadros. euzaria.com.br | Instagram: @euzaria_

Goya Lopes - Design Brasileiro A arte de Goya Lopes mescla sensibilidade e sofistificação, apresentando, em seu trabalho, a cultura afro-brasileira, índigena e barroca com base na interpretação sensível e profunda do que a cerca, do que a nutre, do que a formou como pessoa e artista. Nas imagens criadas, está presente a representação de tudo o que se vê na Bahia: um apaixonado sentimento pela vida, uma alegria que quebra grilhões e toca tambores no peito, uma ligação ancestral com a terra. goyalopes.com.br | Instagram: @goyalopesdesignbrasileiro 12

Ismael Soudam A marca desenvolve um estilo de moda balneário com peças versáteis que podem ir além da praia, preservando o conforto com cortes elegantes e sofisticados. As peças são idealizadas e desenvolvidas de forma primorosa pelo estilista, e suas coleções seguem da pronta entrega até as peças exclusivas e sob medida. facebook.com/ismaelsoudam | Instagram: @ismaelsoudam

Meninos Rei Marca assinada pelos irmãos Júnior Rocha e Céu Rocha, designers e produtores de moda. Direcionada à moda masculina. Surgiu com o objetivo de atender a um público exigente e sedento por novidades no estilo de vestir. Com um olhar sempre direcionado aos detalhes, e ao que vem acontecendo na moda masculina, perceberam, então, a necessidade de criar algo diferenciado de tudo já visto na área. meninosrei.com | Instagram: @meninosrei 13

Jeferson Ribeiro Tem em seu repertório a experiência do designer em direção criativa e posicionamento de mercado. As coleções da marca são pensadas para mulheres elegantes e discretas, tendo a seda como a base para roupas de corte reto e caimento perfeito. store.jefersonribeiro.com.br | Instagram: @jefersonribeirobrand

La Abuela A marca surgiu depois de pesquisas e experiências de Tarsila Ferreira com o bordado. Desde as primeiras peças, a La Abuela mantém como características o estudo das formas geométricas, a influência das culturas latino-americanas e a mistura de cores fortes em acessórios que se destacam pelo uso do ponto cheio. O objetivo da marca é criar peças bordadas à mão que possuam uma estética mais contemporânea. z | Instagram: @casadaabuela 14

Negrif Criada por Madá Negrif, tem como proposta usar a moda como referência de identidade e reconhecimento cultural, propondo um vestuário a partir de tendências afrodescendentes e formas atualizadas do vestir brasileiro. Esses elementos que permeiam as camisetas, batas, vestidos, bolsas e macacões da marca. facebook.com/lojanegrif | Instagram: madanegrif

Outerelas Três mulheres da mesma família, apaixonadas por acessórios, são as responsáveis pela fabricação da marca. Peças exclusivas em tecidos e bijuterias como bolsas, carteiras, colares, brincos, anéis e braceletes fazem parte do portfólio. São itens exclusivos, todos feitos à mão, que possuem a identidade dessas três mulheres e que são, ao mesmo tempo, sofisticadas e atuais. outerelas.tanlup.com | Instagram: @outerelas 15

Porto de Biquini Moda praia. Criada em 2010 pela estilista Taís Alves. As peças ergonômicas ressaltam a estética particular de cada pessoa, resultando em biquínis com ajustes e encaixes que facilitam os movimentos e se adequam aos diferentes biótipos da mulher brasileira. A marca oferece ainda a flexibilidade da cliente montar o seu biquíni de acordo com o modelo, cor e tamanho que preferir Instagram: @portodebiquini

Vivire Criada pelas Virginias (mãe e filha), há 20 anos a Vivire abriu sua primeira loja, em Praia do Forte. Elas acreditam que a moda é feita por pessoas únicas. A marca é feita à mão com estampas que refletem a música, cultura e literatura nordestina. www.vivire.com.br | Instagram @universovivire

profissionais da área entrevistas Bruna Tosta Di Paolo

Produtora de Moda e Professora Por que você escolheu moda? Eu não escolhi ela não. Até corri dela! Por muitas vezes tentei deixar a moda, mas basta 5 min de gravação para entender que será uma tentativa falida. Qual sua paixão? A minha paixão sou eu! Meus sonhos, minhas conquistas, minhas realizações. É poder ver alguém que ajudei caminhando sozinho, é olhar tudo que conquistei com meu trabalho que para muitos é fútil. Seria clichê falar que é a MODA. Acho que fica bem melhor falar que minha paixão é o que ela conseguiu me fazer SER! Qual a maior dificuldade que você já enfrentou de início de carreira? Carregar malar de mais de 20 KG em um coletivo para gravar do outro lado da cidade, atravessar uma passarela, ouvindo um monte de gente reclamando. Mas deixa de ser dificuldade e passa a ser realização quando saí sorrindo e esquecendo o quanto pesava a mala, o percurso de volta, as reclamações e chegar em casa com a sensação de satisfação. Nas áreas que você atua, tem alguma que você gosta mais? Gravação. Apaixonada! Vai de Publicidade à filme! Quais suas maiores referências pessoais e profissionais? Pessoais eu tenho muito meus avós e minha mãe. Meus avós vieram para O Brasil fugidos da guerra. Meu vô era alfaiate reconhecido lá na Itália e vem de uma família que até hoje tem uma fábrica de acessórios de couro. Bolsa, cintos, dentre outros. Vieram para cá só com a roupa do corpo, trabalharam como ajudante de feirante e terminaram como donos de redes de mercado. Minha avó materna vem de uma família muito pobre, era a mais velha de 7 irmão e tinha que ajudar a sustentar a casa após a morte de meu bizo e ainda cuidavas dos irmãos. Minha avó estudou, abriu uma empresa e chegou à um salário de R$25.000,00 livre ao mês. Me fez entender que na vida basta querer. Minha mãe, minha diva, transformou os sonhos dos seus filhos em sonhos próprios e sempre fez e faz até hoje tudo para transformar em realizações, mas não tornou isso 17

fácil! Ela só falou: Você consegue e eu estou aqui! E o resto foi por nossa conta profissional... tem Tininha Vianna e Flávia e Wládia da 220 vtz. Elas não me conheciam, não tinham referência nenhuma e mesmo assim me deram a oportunidade da minha vida, eu agarrei e nunca mais larguei! Quais são as vantagens e as desvantagens na carreira? A vantagem é a realização profissional. A desvantagem é: O que um ADM consegue em 1 ano de trabalho você conquista em 5 anos. E olhe lá! Agora pergunta ao ADM se ele é tão feliz e sente tanto prazer executando um trabalho quanto a um produtor? DUVIDO! Ele vai precisar fazer terapia, e a gente só uma gravação! O que você mudaria no mundo da moda? Os achismos! Achar que porque gosta de andar arrumado e que gosta de fazer comprar é trabalhar com moda! Vai muito além disso. A febre dos blogers vlogers .... E tudo que termina com “grs” acaba trazendo um olhar que lutamos por anos para serem esquecidos que era “moda é fútil”. Hoje, quem trabalhou em loja e tem contato acha que pode ser um produtor de moda. Bem, eu estimulo ainda! Mzas essas pessoas acabam entendendo que vai muito além de contatos de lojas e “achar” que tem bom gosto. È preciso estudar e entender o mercado de publicidade. Saber como funciona, quais passos a seguir. Do que você sente falta do mercado da moda aqui em Salvador? Eu sinto falta do mercado! Rs... Da valorização. Hoje estamos engatinhando (Digo na área de produção), por anos toda equipe de gravação vinha do Rio ou São Paulo. Não só gravação como Desfiles e todos eventos ligados à área. Começamos sendo assistentes mesmo sendo produtores, até que um dia o mercado de desfile de São Paulo Falou (quem vai produz o backstage do SPFW são baianos). Por incrível que pareça, SP valorizou nosso trabalho primeiro que nós mesmo. Que loucura! Fizemos assistências por anos, vivemos em um mercado prostituto de valorização da mão de obra por mais anos, até todos enxergarem que a roupa em uma campanha publicitária fala, que as cores utilizadas não são aleatórias, que o olhar de um produtor de moda salva um vídeo. Daí em diante, mostramos o quanto somos fundamentais, mas ainda vivemos em um mercado prostituto. Você teve apoio dos seus pais ao iniciara carreira da moda? Total! Minha família toda percebeu antes de mim que a minha não era direito como eu falava. Era algo levado para a criatividade, criação, .... Até hoje tenho o apoio da minha família e o quanto eles curtem a minha profissão e tudo que fiz para conseguir realizar meus sonhos com o retorno da minha profissão. Uma dica/ conselho para quem está iniciando no mundo da moda: Pé no chão! Muitos escolhem trabalhar na área de moda pelo glamour, por estar na MODA ser da moda, e não entende que nem tudo são flores, que existe um lado duro da moda, um lado que o tênis faz parte da sua vida e não o sapato de blogueira. Estudem. Saibam escolher bem a área de moda que quer atuar. Fácil? Bem, não existe nenhuma, mas tudo depende da sua força de vontade e determinação. Eu sonhei trabalhar com gravações, cinema, entendi que minha linha de trabalho era levada a produção e falei: o que preciso para chegar aqui? z Fui riscando cada degrau que subi e colocando observações e dificuldades, porque quando chegasse ao meu objetivo não esquecesse o quanto ralei para alcançar esse sonho e poder valorizar o meu suor. Se por algum momento achar que deu o melhor naquele trabalho, lembre-se que poderia ter dado bem mais. Um produtor não pode nunca se sentir satisfeito com um trabalho. Ele precisa saber que poderia ficar melhor!

Christianny Corcino

CONSULTORA DE VAREJO e Professora Por que você escolheu moda? Por dois motivos: porque desde muito pequena convivia em meio aos tecidos e máquinas de costura da minha mãe, e eu já adorava aquele contato. E segundo porque, de algum modo, eu queria atuar em um dos maiores segmentos do mundo. Qual sua paixão? Ensinar pessoas. Qual a maior dificuldade que você já enfrentou de início de carreira? A credibilidade das pessoas quando eu dizia que trabalhava com moda porque existia um enorme pré-conceito sobre o tema. Mas, hoje entendo que era pela falta de conhecimento das pessoas sobre todo o universo da moda. Nas áreas que você atua, tem alguma que você gosta mais? Tem duas: Pesquisas e capacitação de pessoas. Quais suas maiores referências pessoais e profissionais? Referência pessoal: minha mãe. Referência profissional: Chris Francini. Referência na arte: Frida Kahlo. Referência na música: Elis Regina. Referência na moda: Coco Chanel e Yves Saint Laurent. Quais são as vantagens e as desvantagens na carreira? Vantagens: conhecemos muitas pessoas e é possível mergulhar em inúmeros segmentos (setores) dentro moda. Desvantagem: Como a moda é muito cíclica e rápida, é preciso estar atento a tudo. E isso, nos deixa exaustos! O que você mudaria no mundo da moda? em dúvida nenhuma o desperdício de materiais, a escravidão de trabalhadores e as compras em excesso (sem valor). Do que você sente falta do mercado da moda aqui em Salvador? Eu sinto falta do mercado! Rs... Da valorização. Hoje estamos engatinhanDe uma conexão com a liberdade de escolhas de estilos, de mais eventos realmente úteis para o setor da moda e de lojistas entendendo a importância e enorme diferença que faz, ter um profissional qualificado o apoiando no seu negócio. Você teve apoio dos seus pais ao iniciara carreira da moda? Não tive “apoio” porque eles não entendiam bem o setor. Mas tive muito incentivo, torcida e alegrias com as conquistas compartilhadas. Uma dica/ conselho para quem está iniciando no mundo da moda: Nunca pare de estudar. Seja muito comprometido com o seu trabalho e clientes. Aprenda com outras pessoas, não temos o conhecimento absoluto das coisas. E faça tudo com muita paixão e amor sempre! 19

Débora Cordeiro Engenheira de produção

Quais as principais atividades que você desenvolve no seu trabalho? Consultoria nas fábricas de vestuário, aplicando as técnicas de produção enxuta, visando reduzir desperdícios para aumento da produtividade. Como você conseguiu esse emprego? Entrei na área porque vi no jornal local a entrevista de um empresário baiano falando da necessidade do mercado por profissionais que saibam gerenciar uma produção de vestuário. Como estava recém-formada, precisando de oportunidade, entrei em contato com ele e fui convidada para participar de um curso com funcionários de empresas de confecção. A partir daí veio a admiração pela área e posteriormente, a oportunidade de trabalhar como consultora do Senai. Você tem intenção de mudar de área? Gosto dos desafios que área proporciona e no momento não tenho pretensão de sair. Fale um pouco dos seus outros trabalhos na área: Além da consultoria em processo produtivo, já trabalhei no Bahia Moda Design dando apoio no evento e também realizo as Oficinas de ficha técnica do Projeto Inova Moda, que tem como objetivo auxiliar empresários, profissionais autônomos e estudantes da área de vestuário, em relação ao processo criativo, desenvolvimento de produtos, texturas e cortes alinhados às tendências nacionais e internacionais. Qual sua opinião sobre o mercado de moda atual baiano? O mercado baiano evoluiu muito, mas ainda é um estado que tem pouca visibilidade em moda. Temos grandes talentos, excelentes profissionais e grandes marcas, mas não temos o reconhecimento da mídia nacional. É preciso potencializar o mercado de moda baiano com grandes eventos, para fomentar toda a cadeia produtiva de moda e fazer com que a Bahia ganhe destaque nacional, para assim se estabelecer no mapa da moda nacional.

gabriela cruz jornalista de moda

Qual a área de formação? Sou formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação da Ufba. Onde trabalha e o que faz? Trabalho no jornal Correio. Sou editora da coluna VIP e do suplemento de domingo Bazar. Escrevo, edito textos, crio estrategicamente conteúdos, ações e eventos, lido com uma equipe de 7 profissionais (8 comigo) Iniciei no Correio há 14 anos como repórter de cultura. Fiz um teste. Ao longo dos anos, fui mudando de função até chegar às atuais. Sempre estou aberta para o novo, embora meu trabalho me proporcione atuar em diversas áreas: produção de conteúdo para site e impresso, produção de eventos, pensar ações estrategicamente, etc. Atualmente, além do Correio, dou aula de jornalismo de Moda na Escola Baiana de Arte e Moda e tenho uma marca de produtos de decoração. Do que você sente falta do mercado da moda aqui em Salvador? O mercado de moda baiano é bem variado. Temos marcas maiores, como Elementais, Vivire, iO, Mitchell; médias como The Finds, Com Amor Dora, Theresa Priore; autorais como Jeferson Ribeiro, Karol Farias, Ismael Soudam e Aladio Marques; pensadores como Carol Barreto; produtores como Valeria Kaveski e Fagner Bispo... vejo um aumento na união dos menores, na aproximação de marcas com pouca produção, mas com muita vontade de fazer diferente. Esse movimento fez surgir as lojas colaborativas, por exemplo.

phaedra brasil

designer de moda, consultora e professora Porque você decidiu cursar Design de Moda? Minha família teve um papel fundamental nesta escolha, sou filha de estilista e neta de costureira. Sempre tive a certeza que moda é um segmento muito amplo e com muitas possibilidades de atuação. O design chegou mais tarde em minha formação e me fez compreender melhor o mercado e a relação entre consumidor, produto e marca. Você acha que a sua profissão agrega em que na vida das outras pessoas? A moda para mim tem papel fundamental na vida das pessoas, através dela imprimimos quem somos, de onde viemos, nossos valores e crenças. Minha atuação sempre se deu mais nos “bastidores”, do chão de fábrica ao ponto de venda. Percebo a importância da roupa desde a costureira e modelista que a constroem até o consumidor que adquire uma peça por inúmeros motivos. Esta importância passa pela realização profissional, pela aptidão pessoal, pela inclusão ou diferenciação e a auto estima. Estes fatores me fazem acreditar que a moda pode ser um agente de transformação numa sociedade. Trabalho com moda desde os 16 anos, me formei em Design de Interiores UFBA porque na época não existia graduação na área. De lá pra cá me especializei em Styling e Imagem de Moda, Gestão em Negócios de Moda, ambas SENAC SP e Design Estratégico pelo Politécnico de Milão... a minha formação é contínua, não pretendo parar de estudar. Apesar de ter muitos profissionais de moda na família não foi tão fácil como imaginei. Na época como foi para seus pais e familiares você ter escolhido esse curso? Para meu pai que é engenheiro o segmento de moda formava costureiras e esta não poderia ser uma escolha de profissão... não sei se ele mudou esta percepção, mas eu nunca desisti. Você se considera formador de opinião? Se formador de opinião é uma pessoa questionadora e que vive fazendo conexões entre as muitas informações que fazem parte da sua rotina ... então sou. Costumo dizer que sou o que sou, nada além, nada aquém. O presente vai me moldando, nunca estarei pronta e sim sempre em obras. Qual o seu maior sonho na sua carreira profissional? Meu sonho se realiza a cada dia que entro numa sala de aula e vejo que de alguma maneira consegui manter o encanto do aluno pela Moda.

rafael vasconcelos jornalista de moda

Porque você decidiu cursar Design de Moda? É um ramo que está intrínseco a minha vida e formação como indivíduo. Minha família tem uma relação com a costura. Minha vó é costureira e eu sempre tive um relacionamento próximo com ela. Além de ter um ponto de vista voltado para arte, música e A moda é um ramo que permeia as mais diversas áreas. E há o grande leque de possibilidades que ela abrange, não sendo monótona e chata sendo um espaço aberto a experimentações diversas para descobrir o que encaixa ou não com cada indivíduo. E em meio a este processo você começa a perceber o quão complexo é a moda e nos seus desdobramentos. Você acha que a sua profissão agrega em que na vida das outras pessoas? Apesar da frivolidade que foi posta no ramo e com uma certa razão. Há muitas pessoas que vão estudar, pois gostam de roupa, maquiagem, compras, glamour, em resumo: cheia de afetações. E falamos de uma sociedade que não tem cultura de moda. Em “O Diabo veste Prada” tem uma cena que Miranda explica a Andrea de onde sair a cor da lã que ela usava, naquele exato momento você para e reflete quantas pessoa empenharam tempo naquilo tudo. Moda é uma forma de comunicação! Como nos vestimos conta uma história, um humor, emite uma mensagem. Nós somos seres comunicantes que passamos mensagens o tempo inteiro através de gestos, gostos e modos. Então muitas pessoas não percebem, mas a moda está onipresente na vida de todos. Quem não lembra de um penteado que foi febre num momento de sua vida, um sapato que usou na infância, um casaco que avó sempre usava. A moda é um reflexo da história, dos diferentes tempos, dos nossos tempos. Então eu espero que em próximas gerações a moda seja taxada por gênero e questões sociais. E se torne importante na vida de diferentes pessoas. Pois nossa sociedade tem um grande problema com a diversidade. Pois há muito close errado nas pessoas que vão estudar moda. Necessitamos ser mais conscientes de quem somos e o que queremos para sermos vectores de mudanças. E não simples reprodutores/copiadores de ideias e padrões. Para que haja produtos e informações que sejam coesas as nossas realidades. Quando eu sento com amigos para conversar trazemos antropologia, sociologia, economia, artes para as discussões, pois todos esses fatores importam e muito. Recentemente Lotta Volkova do coletivo Vetements decretou o fim das subculturas, não sendo uma antropóloga e sim uma pessoa que gosta de roupa e imagem. Mas para abordar isso é necessário se informar mais e saber onde é e não é nosso espaço de fala. Pois o que não falta nessa terra é gente mal-educada e pedante. Na época como foi para seus pais e familiares você ter escolhido esse curso? Sempre tive um grau de liberdade nas minhas escolhas, então não houve uma grande interferência. Só houve o questionamento se era isso mesmo que eu queria e como a resposta era sim, eles disseram que me dariam o suporte necessário. Mas foi uma escolha consciente, quando eu entrei na faculdade já estava fazendo curso técnico em vestuário pelo SENAI. Então uma coisa complementava a outra. 23

Você se considera formador de opinião? Não. Me vejo como um comunicador, alguém que digere informações e compartilha, para que a moda perca esse aspecto de frivolidade e ganhe uma forma que realmente lhe represente. Ela é complexa e não coisa de dondoca mal-educadas que não sabem onde empregar o próprio tempo. Qual o seu maior sonho na sua carreira profissional? Eu não sou uma pessoa de traçar ideias ou planos. Prefiro que as coisas ocorram de forma natural. Mas pretendo me enveredar num caminho mais antro sociológico do tema. Pois da tendência e outras firulas há muita gente que fale sobre. Estamos num ponto em que devemos repensar nossos posicionamentos a nível de sociedade. Questionar as imposições que nos são feitas. Rever a forma como consumimos, como produzimos, como extraímos e procurar manter relações mais equilibradas e justas. Além de tentar desacelerar um pouco. Qual o seu maior sonho na sua carreira profissional? Continuar a trabalhar com o que e com quem eu acredito. Além de continuar a trazer causas que eu ache importante para que nossa sociedade se torne melhor para todos. (O que parece até utópico, mas acredito que pequenas atitudes podem deixar as coisas mais justas e equilibradas).

referências Bibliográficas: JONES, SueJenklyn. Fashion design:manual do estilista.São Paulo: Cosac Naify, 2005. Rech, S. Moda por um fio de qualidade. Florianópolis: Udesc, 2002. Treptow, Doris. Inventando moda: Planejamento de coleção/ DorisTreptow. 4 ed. Brusque: D. Treptow, 2007 Fletcher, Kate. Moda & Sustentabilidade: Design para Mudança/ Kate Fletcher & Lynda Grose; tradução Janaína Marcoantonio- São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2011. Baldini,Massimo. A invenção da moda. - Portugal: Editora: EDIÇÕES 70, 2015. Barthes, Roland. Sistema da moda. - São Paulo: Editora Universidade De São Paulo, 1979 Online: http://www.correio24horas.com.br/blogs/afrofashionday/ http://www.expodemoda.com.br/ http:/www.salvadorshopping.com.br/ http://www.revistaglamour.globo.com/ http://www.fieb.org.br/relacoes_sindicais/Evento/971/bahia-moda-design-2014. http://www.facebook.com/AlAladioMarques http://www candidaspecht.com http://www.facebook.com/carolbarretodesigner http://www loja.comamordora.com.br http://www euzaria.com.br http://www goyalopes.com.br http://www meninosrei.com http://www store.jefersonribeiro.com.br http://www www.elo7.com.br/laabuela http://www.facebook.com/lojanegrif http://www outerelas.tanlup.com http://www.vivire.com.br