Proposta de trabalho - ABS (Unifacs, 2016.1)

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associação bahia solidária proposta de intervenção de design



PROPOSTA DE INTERVENÇÃO DE DESIGN Associação Bahia Solidária

Alana de Paula Eliane Andressa Elvira Gabriela Lara Bastos Naira Lorena

Salvador, 2016


o que ĂŠ

Design?


“...O DESIGN SE ESTENDEU DOS DETALHES DE OBJETOS COTIDIANOS PARA CIDADES, PAISAGENS, NAÇÕES, CULTURAS, CORPOS, GENES E PARA A PRÓPRIA NATUREZA” BRUNO LATOUR UM PROMETEU CAUTELOSO?¹

O conceito de Design há algumas décadas atrás girava apenas em torno de dar uma forma ou aparência agradável a alguma coisa. Na contemporaneidade, o conceito de Design se estendeu profundamente. Latour¹ exemplifica com destreza a atual impossibilidade de limitar o campo de atuação do Design quando diz “embora a velha dicotomia entre função e forma pudesse se sustentar vagamente para um martelo, (...) ela se torna ridícula quando aplicada a um telefone celular. Onde seria traçada a linha entre forma e função?”. O Design está presente em todas as etapas do processo de produção e além, atuando nas etapas de projetação e de solução de problemas. O Design permeia todas as áreas que precisam ser criadas, reelaboradas, reconstruídas ou reformuladas, considerando todo tipo de implicação constituindo mais um modo de fazer/pensar do que uma prática restrita a uma determinada especialidade.


pensar +Fazer DesiGN


“AGORA EU O USO [O DESIGN THINKING] COMO UMA FORMA DE DESCREVER UM CONJUNTO DE PRINCÍPIOS QUE PODEM SER APLICADOS POR DIVERSAS PESSOAS A UMA AMPLA VARIEDADE DE PROBLEMAS” TIM BROWN DESIGN THINKING ²

“Fazer design” há muito tempo estava ligado mais ao visual do que ao funcional e os designers eram vistos como solucionadores de problemas superficiais, ligados apenas à estética dos objetos e das mensagens. Atualmente, não fazemos Design, mas pensamos Design, em busca de soluções cada vez melhores para o usuário. Estes usuários podem ser indivíduos, comunidades e até mesmo organizações. O designer saiu da sua zona de conforto e deixou a ideia de solucionar problemas baseado em “achismos” e nas simples respostas, trazendo um modo de pensar mais amplo e um olhar mais empático, trazendo inovação. Tornar o projeto centrado no ser humano é o que vai trazer uma solução de fato inovadora. Partindo do enquadramento do problema, o designer aplica ferramentas de pesquisa que o colocam em contato direto com a realidade que se quer alterar, descobre novos fatos e gera insights que vão auxiá-lo a explorar as soluções possíveis. Por fim, as soluções são testadas por meio de protótipos, avaliadas, melhoradas e finalmente implementadas.


A importância do

usuĂĄrio


“O DESIGN THINKER É UM INOVADOR QUE VAI A CAMPO, OBSERVA, QUESTIONA E OUVE O MUNDO QUE O RODEIA” BALEM ET AL. DESIGN THINKING: CONCEITOS...4

O usuário é quem norteia o projeto de Design. Intuitividade, ergonomia, leiturabilidade, são apenas alguns exemplos de aspectos voltados para o usuário que são levados em consideração durante o desenvolvimento, tomada de decisões e implementação de um um projeto. Entretanto, mais do que um beneficiado pelas soluções implementadas, no Design Thinking o usuário assume também o papel de co-criador. Embora essencial, ter empatia para se colocar no lugar do outro e ir a campo para observar diretamente as situações-problema não é suficiente. Incluindo o usário no processo de criação, as soluções e intervenções projetuais tem mais chance de serem adotadas e implementadas ³, gerando resultados mais positivos e inovadores.


O DESIGN NAS

organi Zações


“O DESIGN THINKING PRODUZ, ENTÃO, UMA TROCA DE INFORMAÇÕES ENTRE A EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO E OS CONSUMIDORES FINAIS, FORMANDO UMA EMPATIA, PERMITINDO ASSIM SOLUÇÕES COERENTES E IMEDIATAS” BALEM ET AL. DESIGN THINKING: CONCEITOS...4

Trabalhando em conjunto com a comunicação de uma organização, o Design ajuda a moldar a identidade da mesma, porque materializa seus valores, objetivos e estratégias e dá vida a conceitos antes tidos como abstratos. Em outras palavras, o Design permite que a sociedade veja uma organização de forma condizente com o que ela representa. Chamada de comunicação visual, esta é apenas uma das muitas facetas do Design. Como já mencionamos, atualmente o campo de atuação do designer não se resume à produção de impressos e digitais. O designer assume cada vez mais uma posição estratégica dentro das organizações. Quando envolvidos com a gestão da organização, os designers que se pautam pelo Design Thinking podem trabalhar em soluções e produtos a partir das necessidades dos usuários, ao invés de só atuarem como potencializadores de fórmulas prontas.


Bahia Solidária

PANORAMA e soluções


Atuação Presta consultoria financeira, jurídica e contábil a creches comunitárias de Salvador, para que as instituições se regularizem e possam participar de editais de financiamento e receber benefícios diretamente da Prefeitura ou de outros órgãos municipais. Também realiza campanhas de arrecadação de mantimentos e brinquedos para solucionar demandas urgentes das creches.

Deficiências Apesar de ter uma estrutura administrativa muito boa, a associação passa por um momento de falta de membros no conselho e falta de voluntários, o que dificulta no desenvolvimento e agilidade dos processos. As campanhas de arrecadação de mantimentos e brinquedos acontecem apenas em datas comemorativas, como Natal e Dia das Crianças. A associação não dispõe de canais de interação com o público e não tem presença nas redes sociais. Contam apenas com o site, integrado ao do Banco do Brasil, mas além de ter um layout antiquado, falta clareza nas informações que ali estão dispostas.

públicos-alvo A associação trabalha diretamente com creches comunitárias em Salvador, onde os dirigentes são moradores das próprias comunidades em que atuam. É um público majoritariamente feminino, integrante das classes C e D, com idades entre 25 e 70 anos. As professoras e auxiliares que trabalham em creches comunitárias mais bem estruturadas recebem salário, mas a maioria é voluntária. Os alunos tem idade entre 0 e 4 anos, em sua maioria, mas há alunos mais velhos, que não conseguiram uma vaga em escola ou não se adaptaram ao ensino formal. Já os voluntários da associação são aposentados do Banco do Brasil, com idades entre 50 e 70 anos. De perfil conservador, os voluntários concluíram o ensino superior, pertencem às classes A e B e são chefes de família.


propostas 1. Antes de tudo, fortalecer a marca da Bahia Solidária, através do redesign da sua identitdade visual e padronização da comunicação visual. 2. A partir daí serão criados canais para publicização de informações sobre a associação. O principal deles sendo o website, que funiconará como uma plataforma digital na qual a sociedade civil poderá conhecer os projetos em andamento e como participar. 3. O recrutamento de voluntários e membros para o conselho é a demanda mais urgente. Com uma marca fortalecida, desenvolveremos estratégias de comunicação para atrair pessoas com um perfil adequado às atividades desenvolvidas. 4. Mudanças na rotina e na atuação da associação também serão necessárias, para torná-la mais atrativa aos possíveis voluntários, retendo essa força de trabalho por mais tempo. A principal mudança deve ocorrer em como são captados os recursos. Nossa proposta é que seja criado um fundo para o financiamento de editais próprios. O dinheiro seria captado junto às empresas privadas, driblando a burocracia do setor público.




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