Caderno diplomação Lara Boretes

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LAR DE IDOSOS VÓ CATARINA por Lara Catarina de Sousa Boretes


Lar de Idosos Vó Catarina Autora do projeto: Lara Catarina de Sousa Boretes Orientador: Bruno Capanema Banca examinadora: Maribel Aliaga Oscar Ferreira Professor convidado: Cláudio Queiroz Brasília, Junho de 2016 Caderno do projeto final para conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília no primeiro semestre de 2016.


AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer primeiramente à Deus, por ter me dado toda a força, determinação e vontade de continuar nessa caminhada que durou longos seis anos, mas que agora se finda. Agradeço imensamente a minha companheira e amiga de sempre, minha mãe, que esteve comigo durante todos os momentos, me incentivou a nunca desistir diante das dificuldades, me apoiou sempre que precisei, sem ela eu nada seria e nem teria chegado até aqui. Por todas as idas e vindas à FAU, noites sem dormir me fazendo companhia, por ser a maior fã de tudo que realizo, por depositar tanta fé em mim. Aos meus irmãos Arthur e Luíza, por todas as palavras positivas durante esses anos, pela irmandade, amizade e apoio. E aos demais familiares que estiveram comigo durante todo esse tempo, muito obrigada a cada um de vocês. À minha amada, Lohana Dias, que esteve comigo, mesmo que fisicamente distante, durante boa parte dessa jornada, sempre me apoiando e incentivando em tudo, me mostrando diversas vezes o quanto eu sou capaz de ir muito longe, suas palavras positivas e sua paciência (e que paciência!) me deram forças quando eu achei que nao seria capaz de realizar algo, principalmente nos últimos longos e difíceis dias. Muito, muito obrigada, por tudo. Você foi fundamental para construção de cada página desse trabalho. Ao melhor orientador que eu poderia ter escolhido, nosso primeiro contato não poderia ter sido mais acertado. Obrigada por me orientar quando eu já não sabia onde estava o norte, pelos conselhos, pelas melhores manhãs de quintas-feiras desses útimos meses. Obrigada por sempre rir dos meus velhinhos e me fazer acreditar que esse projeto seria possível. À Carol Albergaria e Isabela Dias, por fazerem parte de todos esses momentos, as quintas não serão as mesmas. Às super migas, companheiras de estudo, trabalho e de vida, Anna Angélica e Gabi Lamounier, obrigada por me aguentarem durante essa diplô, não foi fácil, mas nós conseguimos chegar até aqui e ainda somos as StudioMigas4, exaustas, sem dormir, sem viver, mas somos. Muito obrigada, vocês são maravilhosas! Aos demais amigos, que mesmo que indiretamente me acompanharam, pararam um pouquinho pra me ouvir, pra opinar sobre algo, tem um pouquinho de cada um de vocês nesse trabalho, então amor com certeza tem demais.

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“ se o tempo envelhecer seu corpo, mas não envelhecer sua emoção, você será sempre feliz. ” augusto cury


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o inĂ­cio


Este caderno de projeto tem como objetivo reunir todas as informações coletadas e produzidas durante a Introdução ao trabalho final de graduação e o trabalho final de graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. Constam informações que explicam e justificam o tema escolhido: Lar de Idosos, e qual usuário a ser atendido. Além do referencial teórico e arquitetônico que auxiliaram nas diretrizes para construção do projeto. Quanto aos conhecimentos específicos, são apresentadas informações relevantes para decisões arquitetônicas, funcionais e estéticas, como estudo do terreno, seus condicionantes climáticos e físicos. Inserção urbana e relações com o entorno imediato. Acessos ao terreno por meio de transporte coletivo, automóvel e por pedestres, entre outros. A bibliografia traz todas as informações estudadas para a construção de todas as etapas desse caderno, desde o plano de trabalho até o produto final que aqui consta.

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sumรกrio


o objeto

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referencial teĂłrico

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conceitos

14

o terreno

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o usuĂĄrio

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referĂŞncias

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o projeto

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detalhes

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bibliografia

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o objeto


explicação

justificativa

descrição

Lar de idosos, Casa de idosos, Casa de repouso, Asilo para idosos, são nomes dados às instituições de longa permanência para idosos (ILPI), públicas e/ou privadas que oferecem assistência e apoio às pessoas na 3ª idade, quando são vítimas de maus tratos, não possuem condições financeiras, ou em caso da ausência total de qualquer familiar.

Desta forma, a escolha do tema surgiu após reconhecer que há demanda de novas instituições de assistência aos idosos, visto que a população na 3ª idade tem crescido significativamente, e infelizmente, ao chegar nessa fase da vida, boa parte dessas pessoas se encontram desamparadas pela família e precisam recorrer à esses lares, geralmente inacessíveis aos mais carentes.

O lar de idosos proposto foi pensado de forma a suprir a ausência de instituições de longa permanência de idosos (ILPI) na cidade de Planaltina. O projeto foi pensado como uma unidade total, não somente um lugar de abrigo a esses idosos, mas que seja de fato um lar, que proporcione bem-estar, lazer, saúde, segurança e convívio social.

No Brasil, os idosos já somam mais de 23 milhões, e essas instituições (privadas e públicas) são apenas 3.548, segundo o censo realizado pelo IBGE em 2010, desta forma, não acompanham o crescimento da população idosa. Mais da metade, cerca de 62,5% dessas instituições são de natureza filantrópica, 8,2% são privadas, e apenas 6,6% são públicas, representando 218 instituições em todo o país.

Ainda que muitas dessas pessoas necessitem de assistência devido a falta de amparo da família, às doenças comuns da idade, o Lar destinado a receber esses idosos deve ser muito mais que um abrigo, deve ter como principal objetivo acolher e tornar a vida de cada pessoa o mais confortável, feliz, saudável, segura, acessível possível, oferecendo assistência social, psicológica, lazer, cultura, além de incentivar a construção de novas relações sociais, visto que a maioria desses idosos já perderam seus companheiros e não tem apoio familiar.

Desta forma, o lar funciona em um sistema misto, com dependências voltadas para os idosos residentes e para idosos que desejam apenas participar das atividades realizadas no Lar durante o dia.

No Distrito Federal, existem 14 instituições, das quais 7 são particulares e as outras 7 filantrópicas, dentre elas, a Crevin (Comunidade de Renovação Esperança e Vida Nova), localizada em Planaltina-DF, iniciativa da Renovação Carismática Católica de Brasília, com apoio da paróquia São Sebastião de Planaltina. Atualmente o lar abriga mais de 30 idosos em situação de risco e possui lista de espera.

Sendo assim, optei pela cidade de Planaltina por ser onde resido e por ser tratar de uma cidade onde os idosos já representam 10,5% da população total de 189.412, segundo a PDAD (Pesquisa por amostra de domicílio) realizada em 2015 pela CODEPLAN, o que significa que a população acima dos 60 anos já soma 19.899. Além disso, a CREVIN, único lar existente na cidade não atende a demanda, por falta de estrutura física, pois se localiza em uma área residencial, sendo assim os lotes são limitados e impossibilitam a implantação de áreas de lazer ao ar livre, condicionando a permanência dos idosos aos seus quartos e a pequenas áreas coletivas.

O lar está sob administração pública, pois as instituições privadas tem custo elevado e não são destinadas e/ou acessíveis aos idosos carentes, público a ser atendido pelo lar proposto. Desta forma, a FUP (Faculdade UnB de Planaltina) e a escola técnica de saúde, instituições também públicas, podem funcionar em parceria com o lar, valorizando assim a mão de obra dos profissionais locais. Espacialmente, o lar funciona em setores, para que o programa de necessidades se desenvolva de forma estruturada e funcional. Os setores são: administrativo, saúde, lazer/cultura, serviços, residência, convivência. Assim, o projeto apresentado não busca somente atender à uma demanda, mas mostrar que o Lar para idosos pode sim devolver àqueles que um dia foram desamparados, a alegria e expectativa de vida, mesmo que residam em uma instituição vista historicamente como local de abandono e exclusão.

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referencial teรณrico


A história das Instituições asilares pode ser entendida a partir da Grécia antiga, como denota a existência de gerontokomeion, abrigos para cuidar dos idosos. Provém do Império Bizantino a mais antiga legislação de funcionamento destes estabelecimentos, perpetuada no Código Justiniano, que data de 534 da era cristã. No mundo ocidental, o primeiro gerontocômio parece ter sido fundado pelo Papa Pelágio II (520-590), que transformou sua própria casa em hospital para idosos (REZENDE, 2002). Na Idade Média, no século X, na Inglaterra, construíam-se casas, junto aos monastérios, chamadas almshouses, destinadas à caridade (alms) e hospitalidade em geral, que serviam de abrigo para idosos desamparados e pessoas necessitadas (CANNON, 2004). Ao longo do século XVIII, com o Iluminismo e o advento do Método e da Razão, as instituições de residência de caridade passaram a se especializar, dividindo os seus beneficiários: crianças em orfanato, loucos em hospício e idosos em asilos. Atualmente encontram-se asilos em todo o planeta (BOIS, 1997, REZENDE, 2002, NOVAES, 2003). No Brasil, um dos primeiros asilos de que se tem notícia, voltados exclusivamente para a população idosa, foi criado em 1890, no Rio de Janeiro: a Fundação do Asilo São Luiz para a Velhice Desamparada. Ela trabalhava para que os idosos fossem identificados como uma população com características específicas, procurando torná-la visível e fazer dela um alvo das preocupações sociais. No entanto, funcionava como um mundo à parte, isolado do que acontecia no restante da cidade (NOVAES, 2003).

O Asilo São Luiz que começou abrigando idosos pobres, dentro da ótica filantrópico-assistencialista do século XIX, passou, a partir de 1909, a manter uma ala que se destinava àqueles que podiam pagar uma mensalidade. Hoje, é considerado como uma instituição para idosos de alta renda. Antes dele, encontra-se referência a um asilo destinado aos soldados, minuciosamente descrito por Filizzola (1972), a “Casa dos Inválidos”, inaugurada no Rio de Janeiro. Criada em 1797, pelo Conde de Resende, quinto Vice-Rei do Brasil, sua história foi curta, sendo seus residentes transferidos no início do século seguinte para a Santa Casa. (FILIZZOLA, 1972). A partir disso, além de algumas histórias de instituições isoladas, não foi possível identificar uma linha histórica da evolução das instituições asilares para idosos na literatura. O que é bastante destacado é a fundamental participação das associações religiosas, filantrópicas e de imigrantes nesta atividade (BORN e BOECHAT, 2006), com destaque para a Sociedade São Vicente de Paulo/SSVP.

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conceitos


brainstorm Os conceitos aqui apresentados auxiliaram a concepção formal, funcional, arquitetônica e estética do projeto. Seja por seus significados literais ou simbólicos. São eles:

As imagens aqui elencadas são a tradução dos conceitos adotados. Tem por objetivo auxiliar no processo projetual, seja por sua representação formal ou simbólica.

permeabilidade

cobogó

dente-de-leão

O edifício deve ser o mais permeável possível, seja através da forma e/ou das aberturas, de forma a estimular os usuários a percorrerem os diferentes espaços criados.

O cobogó é um elemento que além de ter a função decorativa, permite a passagem da luz e ventilação devido às suas aberturas. Pode substituir um elemento de vedação que funciona como barreira visual, fazendo que o espaço seja mais permeável.

O dente-de-lão é caracterizado por sua leveza, representa liberdade, pois ao se deparar com o vento tem suas sementes pulverizadas e tem sua forma desfeita.

leveza O edifício deve se apresentar leve em sua forma, nos materiais, aberturas, tratamento das fachadas e na forma como é implantado no lote. muxarabi

acolhimento Os espaços criados devem proporcionar aos usuários a sensação de acolhimento, através da aplicação de materiais, cores, texturas. Devem ser antes de tudo, espaços aconchegantes.

O muxarabi também é um elemento vazado que permite que se tenha visão do lado oposto, utilizado para deixar os ambientes mais permeáveis. Na arquitetura a ideia de permeabilidade está ligado a capacidade do edifício não ser uma barreira visual, ou que seus espaços sejam acessíveis.

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bailarina Ao realizar um movimento que deixa seu corpo no ar, a dançarina se mostra leve, como uma pena pairando instantes antes de chegar ao chão, ainda que tal feito exija força física.

integração O edifício deve tirar partido de sua forma e implantação permeáveis para criar espaços que se integrem tantos uns com os outros, quanto com o entorno imediato.

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arquitetura integração As duas imagens transmitem o conceito de integração no que diz respeito as relações estabelecidas entre idosos e jovens, premissa muito importante do projeto, que busca integrar o idoso abandonado ao meio em que passará a viver após seu ingresso no lar.

aconchego A imagem à esquerda evidencia o cuidado que uma das crianças tem para com a outra, transmitindo assim a sensação de acolhimento e carinho. Já a imagem à direita trasmite a mesma sensação de acolhimento, mesmo que o destinatário agora seja um animal. Ainda sim, a criança o protege, colocando-o em seu colo. pois se trata de um ser mais indefeso.

instituto central de ciências - UnB | Brasília O Instituto Central de Ciências foi concebido para ser um edifício permeável, onde os fluxos são valorizados. No sentido longitudinal é possível atravessá-lo facilmente, pois os corredores cortam o edifício de fora a fora, já no sentido transversal existem duas passagens que dão acesso a outros prédios, além de proporcionar uma vista agradável, pois a escala bucólica do Campus é marcante. Os jardins centrais também reforçam essa permeabilidade, mesmo que não seja possível caminhar através deles, é possível ver, pois não existem construções formando barreiras.

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restaurante hortalicia | fortaleza A sensação de acolhimento transmitida por esse projeto se deve ao uso de elementos rústicos como a madeira e cores sóbrias. A decoração é simples, mas sofisticada, capaz de despertar interesse a quem passa pela fachada. Desta forma, o uso de materiais que transmitam essa sensação de estar em casa, de poder percorrer os espaços e os reconhecer como seu, foi um ponto forte considerado durante a elaboração do projeto.

casa das canoas | Rio de Janeiro A Casa das Canoas se impõe como uma edificação muito leve, principalmente devido à sua estrutura. A cobertura em concreto e com forma orgânica se apoia de forma muito suave e discreta sob as esbeltas pilastras metálicas. O vidro, material translúcido, também reforça essa leveza, pois é utilizado como vedação em toda a edificação. “Minha preocupação foi projetar essa residência com inteira liberdade, adaptando-a aos desníveis do terreno, sem o modificar, fazendo-a em curvas, de forma a permitir que a vegetação nelas penetrasse, sem a separação ostensiva da linha reta.” Oscar Niemeyer

hospital sarah | Fortaleza A integração com a natureza é um ponto forte do Hospital da Rede Sarah, em Fortaleza. Além dos espaços integrados, onde são realizadas atividades de reabilitação diversas, a presença de jardins é constante, trazendo a natureza para perto daquelas pessoas que muitas vezes passam meses em tratamento. Integrar os ambientes é premissa importante do projeto pensado.

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o terreno


por que?

onde?

A escolha foi baseada não só por se tratar de um terreno com dimensões favoráveis à implantação do projeto, mas por ser de fácil acesso, tanto por automóvel privado, quanto por transporte público, bicicleta e a pé.

O terreno escolhido para implantação do edifício projetado localiza-se na mais antiga Região Administrativa do Distrito Federal a RA XI. Fundada em 1859, foi integrada ao DF em 1960, e, a partir desse momento, considerável contingente populacional oriundo de invasões, como: Vila Vicentina, Setor Residencial Leste (Vila Buritis I, II e III), Setor Residencial Norte A (Jardim Roriz), foi incorporado à localidade.

UnB

Encontra-se numa área denominada ZUR-1, que compreende a zona urbana, localizada próxima à entrada da cidade, ao lado do Campus da UnB e enfrente ao bairro residencial Nossa Senhora de Fátima. UnB

terreno

Desta forma, por que não um terreno no centro da cidade? Simples, a parte central já concentra uma série de edifícios institucionais e comerciais, o fluxo é intenso, o que gera incômodo. Sendo assim, não seria viável para a implantação de um Lar de Idosos, já que a proposta é proporcionar conforto e segurança aos usuários, assim, o distanciamento de fontes de ruídos intensos é totalmente vantajoso para o bom desempenho do edifício. As edificações localizadas no entorno do sítio, residências unifamiliares do bairro Nossa Senhora de Fátima e blocos pertencentes ao Campus da UnB, não afetam de forma negativa a nova edificação, pois não geram ruídos intensos, já que as vias circundantes são locais e o fluxo é direcionado aos domicílios e ao Campus.

N

● mapa

de localização

bairro N. Sra. de Fátima

N ● mapa

do terreno e entorno

Planaltina-DF Plano Piloto Terreno

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visuais do terreno

UnB

vista 1

vista 2

vista 3

vista 4

vista 5

vista 6

UnB

6 5

1 3

2

4

bairro N. Sra. de Fátima

N ● mapa

da localização do observador

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visuais do entorno

UnB

UnB

12

10

vista 7

vista 8

vista 9

vista 10

11 9

bairro N. Sra. de Fátima

N ● mapa

da localização do observador

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hieraquia viária Através da hieraquização das vias que constam no mapa, é possível compreender a estrutura viária do entorno, que da acesso ao Lar. As vias arteriais atravessam diferentes bairros, servindo a percursos de média e longa distância para o tráfego motorizado. Por ser uma via de passagem tende a atrair um grande número de estabelecimentos de comércio e serviços que colaboram para intensificar o fluxo de ônibus e automóveis, como também de pedestres e bicicletas. (GONDIM, 2010). A Avenida Independência, uma das mais importantes avenidas de Planaltina, pois dá acesso à cidade, é classificada como via arterial, em azul no mapa, pois a partir dela se tem acesso aos bairros residenciais Jardim Roriz, Vila Nossa Senhora de Fátima, Vila Buritis, Vila Vicentina, Setor Tradicional e demais bairros. Já a via coletora, na cor amarela, localiza-se ao sul do terreno onde o Lar de Idosos foi implantado, e é responsável por coletar o trânsito vindo da via arterial e distribuí-lo pelas vias locais ou coletar o transito vindo dessas vias locais e distribuí-lo até a via arterial. terreno

São vias de tráfego de caráter essencialmente local, com espaços destinados à circulação de pedestres separados dos veículos automotores cuja velocidade máxima desejável é de 30km/h (GONDIM, 2010). As vias locais, representadas em branco, são responsáveis por distribuir o trânsito entre os quarteirões, que dão acesso aos lotes residenciais.

via arterial via coletora via local

N ● mapa

da hierarquia viária

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fluxos e acessos O terreno é de fácil acesso, pois se localiza próximo à entrada da cidade e dos bairros residenciais Jardim Roriz e Nossa Senhora de Fátima. O acesso dá-se por veículo particular, através da Avenida Independência, principal via da cidade e pelas vias locais do bairro mais próximo, por transporte coletivo, pois existem dois pontos de ônibus nas proximidades, por onde passam transporte em intervalos curtos. O terreno também pode ser acessado por ciclistas, ainda que não haja ciclovia e a pé por meio das calçadas existentes e em bom estado.

P

Durante as visitas foi possível perceber certo fluxo de pedestres vindo da avenida principal, indo em direção ao campus da UnB, que se localiza ao lado do terreno de implantação do projeto. Foi perceptível também, certo fluxo de automóveis, já que ao longo da calçada que dá acesso ao terreno existem estacionamentos que são utilizados durante todo o dia pelos alunos da universidade. terreno

trajeto de ônibus

trajeto de pedestres trajeto de carros

P P

ponto de ônibus

N ● mapa

de fluxos e acessos

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uso do solo O terreno escolhido para a implantação do Lar de Idosos não possui uma delimitação estabelecida por lei, e nem mesmo uma norma que defina os usos. Segundo o LUOS (Lei de Uso e Ocupação do Solo), esta é uma zona chamada de ZUR-1 ou Zona Urbana. Desta forma, os usos estabelecidos para os lotes que circundam o terreno serviram de base para criação de diretrizes de projeto. Como é possível notar no mapa, o uso residencial predomina na paisagem, salvo alguns lotes onde funcionam atividades comerciais, ou as duas funções simultaneamente. O uso institucional se faz presente nos dois edifícios do Campus da UnB de Planaltina.

terreno

residências do entorno

residências do entorno

uso institucional uso residencial uso misto

N ● mapa

de uso do solo

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gabarito O terreno escolhido não possui norma que estabeleça o gabarito máximo. Desta forma, o gabarito das edificações existentes que o circundam, serviram como referência para definição de dimensões e proporções do novo edifício, para que ele pudesse se integrar a paisagem existente. Tal paisagem se compõe por residências predominantemente térreas, as que destoam, não passam dos três pavimentos, sendo assim, a paisagem se torna uniforme, fazendo com que o novo edifício tenha altura próxima das construções existentes e integre o conjunto.

terreno

térrea dois pavimentos três pavimentos

N ● mapa

de gabarito

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condicionantes físicos O terreno tem declividade consideravel de leste para oeste, o ponto mais alto se localiza próximo à Avenida Independência, mas o terreno onde o edifício foi implantado encontra-se entre as curvas 974 e 978 e tem declividade de 5%. Desta forma, optou-se por nivelar o terreno, para que não fosse necessário recorrer ao uso de muitas rampas para vencer desníveis, visto que muitos idosos possuem mobilidade reduzida é importante evitar obstáculos e permitir que eles circulem por todas as áreas do lar, sejam internas ou externas. A massa de vegetação ao norte do terreno atua como zona tampão entre o sítio e a BR-020, que dá acesso a cidade de Planaltina, sendo assim, ameniza os ruídos dos veículos que por lá circulam diariamente, sendo elemento importante para o bom desempenho ambiental da edificação e que deve ser preservado. A vegetação existente no terreno é típica do cerrado, as árvores são de pequeno porte, de troncos e galhos tortuosos, pouco eficientes na produção de sombreamento. Desta forma, há necessidade de implantar vegetação complementar de grande porte que possa contribuir para a melhoria da qualidade ambiental não só da edificação, mas das áreas de lazer ao ar livre, visto que Planaltina tem as mais elevadas temperaturas médias do DF.

vegetação existente

vegetação existente

massa arbórea existente sentido de caimento do terreno

N ●

mapa da vegetação existente e topografia

vegetação existente

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condicionantes climáticos A iluminação natural incide com maior intensidade a oeste do terreno, tornando essa fachada a mais atingida pelos raios solares, desta forma, o tratamento desta fachada deve buscar proporcionar conforto ambiental para o interior da edificação. Ainda que seja a orientação que necessita de maior proteção, pode ser utilizada a favor do projeto, pois essa luz natural pode substituir o uso de iluminação mecânica durante o dia. Os ventos predominantes vem do leste, assim, a fachada deve possuir grandes aberturas de modo a aproveitar a ventilação natural. Os ventos dos períodos chuvoso e seco também devem ser aproveitados para proporcionar conforto não só ao interior dos ambientes, mas aos espaços livres de lazer. terreno

trajetória solar ventos leste: predominantes ventos noroeste: período chuvoso ventos sudeste: período seco fachadas com maiores aberturas fachada com proteções solares N ● mapa

de condicionantes climáticos

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o usuรกrio


idosos que residem

idosos que passam o dia

O lar proposto atende a idosos de ambos os sexos, excluídos sociais, sem condições de auto sustento, que não possuem família ou tenham sido abandonados por ela.

O lar também atende àqueles idosos que possuem família e/ou condição de auto sustento, mas desejam passar o dia, para participar das atividades desenvolvidas pelo lar, como fisioterapia/hidroterapia, dança, música, entre outras.

A idade determinada, 65 anos, se deve a fato de que os idosos com essa idade representam 7,2% de um total de 10,5% dos idosos da cidade de Planaltina.

Além disso, o convívio com idosos vindos de fora pode ser positivo para os residentes, pois os farão se sentir acolhidos e queridos por outras pessoas com a mesma faixa etária, dessa forma, podem-se criar laços afetivos, já que idosos que residem num lar tendem a solidão.

visitantes

funcionários

Além dos idodos permanentes e transitórios, o lar atende aos familiares e amigos que desejam visitar os residentes periodicamente.

Além dos idosos, também são usuários do lar os profissionais como: Geriatra, fisioterapeuta, psicólogo, enfermeiro, cardiologista, farmacêutico, nutricionista, cuidador.

As visitas também são abertas à comunidade, que pode e deve estar presente na vida desses idosos carentes, que há muito tempo se encontram desamparados e sozinhos. Esses visitantes podem usufruir dos espaços de lazer internos e externos, desde que autorizados.

Profissionais de outras áreas também estão presentes: cozinheiro (a), administrador, secretária, personal trainer, segurança, jardineiro, entre outros.

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referĂŞncias


lar de idosos Peter Rosegger Dietger Wissounig Architekten Graz, Áustria - 2014 O Lar de Idosos Peter Rosegger, foi concebido em uma forma simples e compacta, com cortes assimétricos que dividem a edificação em seu conceito espacial de pequenas comunidades com oito habitações, quatro em cada pavimento. Estão agrupados em torno de um pátio central. Cada comunidade habitacional consiste dos dormitórios, cozinha e uma área de jantar para 13 residentes e um enfermeiro, gerando uma atmosfera gerenciável e familiar. Grandes varandas e galerias, assim como uma variedade de caminhos e vistas ao longo das outras partes da casa configuram um ambiente estimulante.

Lar de Idosos Peter Rosegger fonte: ArchDaily

Cada comunidade foi desenvolvida em torno de um conceito de cores diferentes para auxiliar os residentes a se orientarem melhor. Os quartos variam levemente em relação à sua localização e a direção que estão orientados, mas cada quarto possui uma grande janela com um parapeito baixo e aquecido que pode servir como banco. Os quartos de enfermagem estão localizados no núcleo de cada edifício, garantindo que estão apenas à poucos passos de cada residente e que a casa possa operar de maneira eficiente. Diretrizes de projeto: Áreas de convívio em todos os pavimentos, para uso dos residentes, funcionários e visitantes. Tipologias de quartos variadas: individual, duplo e casal, com vista para o exterior. Serviço de assistência próximo aos quartos. Presença de amplo jardim no entorno

Lar de Idosos Peter Rosegger fonte: ArchDaily

Lar de Idosos Peter Rosegger fonte: ArchDaily

Forma permeável, devido às grandes janelas e varandas.

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lar de idosos em Perafita Grupo Iperforma Perafita, Portugal - 2013 Constituído por dois edifícios interligados ao nível do piso superior através de um corpo metálico e envidraçado, o projeto foi pensado de forma a propiciar a distribuição de funções ao longo dos diferentes pisos, estabelecendo uma independência de circuitos entre funcionários de apoio a diversos serviços, e entre utentes, visitantes e técnicos administrativos. No edifício principal concentram-se espaços sociais como a recepção, sala de convívio e atividades, cantina e cozinha, gabinete médico e gabinete de enfermagem, salas de reuniões e gabinetes administrativos, balneário e vestiário para funcionários, lavanderia ou ainda cabeleireiro. Os 40 quartos (duplos ou individuais) distribuem-se pelo piso superior de ambos os edifícios. O edifício secundário é elevado a partir do solo, criando um espaço ideal de lazer para utentes em dias de chuva, ou servindo como complemento à área de estacionamento. As cores foram aplicadas considerando os espaços de passagem ou de curta estadia e espaços de maior permanência. Assim, para os espaços de passagem criaram-se ambientes dinâmicos, ritmados por cores, com marcação de volumes e grafismos angulares nos pavimentos, tetos e iluminação. Para os espaços de maior permanência foi dada preponderância à ortogonalidade e cores neutras, com apontamentos cromáticos que estabelecem uma continuidade entre os dois tipos de ambientes.

Lar de idosos em Perafita fonte: ArchDaily

Diretrizes de projeto: Uso de cores para tornar o ambiente agradável e aconchegante, além de dar identidade ao edifício. Áreas para tratamento e lazer dos idosos, com área de fisioterapia e piscina para hidroterapia. Lar de idosos em Perafita fonte: ArchDaily

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edifício residencial para idosos Atelier d’Arquitectura J. A. Lopes da Costa Santo Tirso, Portugal - 2013 O projeto deste lar residencial é composto por 60 quartos (de três tipologias distintas) com áreas destinadas à direção e serviços administrativos, instalações para o pessoal, áreas de convívio e atividades, refeições, áreas de serviço (cozinha, copa, lavanderia e apoios), áreas de saúde e de hidroterapia, e por fim, áreas técnicas, áreas de armazenagem e garagem. A forma do terreno (triangular na área da construção) e sua forte inclinação condicionaram bastante a proposta, tendo-se optado por projetar um edifício constituído por 2 volumes, perpendiculares entre si, formando uma espécie de “T”. O volume mais longo (ao sul), onde se situam as áreas de utilização comum (zonas sociais e de restauração), zonas administrativas e a maior parte dos quartos, dispõe-se paralelamente à pendente, encaixando-se no terreno e tirando partido da exposição solar a sul e da vista sobre o rio. Este volume apresenta 3 pavimentos, 2 acima da cota de soleira e 1 abaixo.

Edifício residencial para idosos fonte: ArchDaily

O segundo volume (a oeste), possui 3 pavimentos, 2 acima da cota de soleira e 1 abaixo, totalmente enterrado, onde se localiza a garagem. O edifício surge mais fechado e contido a norte (para a rua) e bastante aberto e envidraçado a sul sobre o vale.

Diretrizes de projeto: Dormitórios com varandas voltadas para os jardins Volume onde se localizam os dormitórios mais alongado Fachadas voltadas para jardins mais permeváveis

Edifício residencial para idosos fonte: ArchDaily

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o projeto


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desenvolvimento do partido forma 1: dois retângulos paralelos com pátio interno possibilidade de desenvolver zoneamento em volumes distintos, mas com lazer comum aos dois blocos: funcionalidade

forma 2: dois retângulos deslocados com rasgo central criação de uma área central permeável e que integre os dois volumes: lazer compartilhado

forma 3: retângulos deslocados, com área central permeável e volume sobreposto junção dos partidos anteriores

1: retângulo

croqui 01: planta forma 1

croqui 01: planta forma 2

2: retirar 1/3 da forma

2: rotacionar a 90º o volume retirado

croqui 02: vista forma 1 croqui 01: vista forma 2

3: deslocar um dos retângulos croqui 03: perspectiva forma 1

4: sobrepor o retângulo que foi rotacionado

croqui 01: perspectiva forma 2

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programa de necessidades O programa de necessidades foi construído com base em referências teóricas, como a RDC 50283, que estabelece normas de funcionamento para as Instituições de Longa Permanência para Idosos. Em apoio as obrigatoriedades que constam na resolução, considerou-se o programa dos projetos referências. Desta forma, o programa se desenvolve em 6 zonas, sendo elas:

1. administração

4. dormitórios

recepção: 182m² copa: 21,95m² recursos humanos: 21,95m² almoxarifado: 21,95m² administração: 21,95m²

duplos: 600m² individuais: 490m² cuidadores: 88m² rouparia: 120m² circulação/vivência: 934m² circulação vertical: 152m²

total: 576m² 2. saúde farmácia: 21,95m² enfermaria: 30m² consultórios: 88,25m² terapia: 447m² sanitários: 37,40m² vestiários: 54m² total: 678m² 3. lazer e vivência sala de cinema: 67m² salão de jogos: 544m² sala de costura: 62m² mediateca: 55m² salão de dança: 342m² sanitários: 54m² refeitório: 246m² capela ecumênica: 54m²

2º pavimento nível +9.00

1º pavimento nível +6.00

serviços e apoio

total: 1300m² 5. serviços e apoio

terraço/mezanino nível +3.00

estacionamento: 2230m² descanso funcionários: 62m² vestiário funcionários: 54m² lavanderia: 135m² DML: 18m² cozinha: 98m²

lazer

dormitórios

saúde circulação

total: 2597m²

administração

6. circulação

circulação vertical

circulação: 920m² total: 7495m²

térreo nível 0.00

programa de necessidades fonte: Lara Boretes

total: 1424m²

37


perspectivas gerais

38


39


40


desenhos técnicos plantas situação | cobetura esc. 1:750 térreo terraço | mezanino primeiro pavimento segundo pavimento esc 1:350

cortes corte A corte B corte C esc. 1:350

fachadas norte sul leste oeste

41


FACHADA OESTE

64.24 22.15

15.02

17.27

72.15

21.74

8.44

21.75

13.46

FACHADA NORTE

8.65 27.72

FACHADA SUL

16.83

21.74

22.70

24.82

64.23

11.65

15.02

5.60

FACHADA LESTE 0m

5

10

20

30

40

50



FACHADA OESTE

18.20

62.64 4.00

10.00

3.75 3.75

43.40

3.75 3.65

6.40

2.00

6.10

12.98

2.00

13.06

7.64

2.00 3.69

A

9.28

4.00

15.46

39.27

23.80

14.20

C

A

20.15

7.10

-0.20

-1.10

33.57

-0.50

-0.20

1.40 5.40

2.50

21.60

5.45

FACHADA NORTE

B

5.19 1.50

8.50

-0.12

16.13

3.15 16.13

FACHADA SUL

B

4.38

3.60

21.21

4.00

7.12

9.15

7.60

33.18

6.15

6.25

8.70

8.60

2.752.00

2.00

14.00

10.38

28.38

62.65 C

FACHADA LESTE

0m

5

10

15

20

25



FACHADA OESTE

17.37 3.17

3.50

6.40

18.27

2.00

14.22

12.26

8.44

5.69

42.47

36.06

42.60

21.74

B

FACHADA NORTE

2.00 8.00 11.51 13.52 3.00 16.13

16.13

3.15

5.19 1.50

8.50

1.40 5.40

2.50

3.85

21.60

7.65

FACHADA SUL

5.45

13.30

B

A

16.83

33.57

7.10

A

64.24

9.28

39.27

14.20

C

4.38

3.60

21.21

4.00

2.94

31.67

38.04

50.22

2.00

28.03

14.00

2.00

10.38

28.38

7.56

C

FACHADA LESTE

0m

5

10

15

20

25



3.15

11.52

5.19 1.50

1.70

8.50

11.66

1.40 5.40

2.50 3.85

8.00

1.20

21.60 10.87

1.15

5.45 9.93

B

16.13

3.15 5.08

3.13 6.10

33.57 3.13

FACHADA NORTE

7.10 42.50

9.28

A

16.13

FACHADA SUL

1.15

39.27 19.77

FACHADA OESTE

C

42.18

4.38 3.60 6.22 3.17 22.15

24.81 1.00 6.40 7.35

59.87

6.40 1.00 17.27 14.22 2.00

0m

12.26

5

8.44

10

15

2.002.501.20

A

B

FACHADA LESTE

C

20

25



16.13

3.15

3.15

11.52

5.19 1.50

1.70

8.50

11.66

1.40 5.40

2.50 3.85

8.00

1.20

21.60 10.87

1.15

5.45 5.08

3.13 6.10

3.13

7.10 42.50

9.28 1.15

39.27 19.77

42.18

4.38 3.60 6.22 3.17 24.81 1.00 6.40

FACHADA NORTE

9.93

33.57

A

16.13

FACHADA SUL

FACHADA OESTE

C

22.15 7.35

59.87

6.40 1.00 17.27 14.22 2.00

0m

12.26

5

8.44

10

15

2.002.501.20

A

FACHADA LESTE

C

20

25


㔀㄀


0m

5m

10m

15m

0m

5m

10m

15m

0m

5m

10m

15m


53


fachada norte

fachada sul


fachada leste

fachada oeste 55


detalhes


estrutura A estrutura do edifício é feita em concreto, tanto as vigas, quanto pilares e lajes. Foi escolhida por se tratar de um sistema com longa vida útil e facilmente executável.

clarabóia para iluminação

núcleo rígido caixa de escada laje nervurada. h=25cm bloco 3

pilares em concreto 12x40cm pilares em concreto 12x40cm laje nervurada. h=25cm

O bloco 1, onde se localizam atividades da saúde utiliza laje nervurada com 25cm de altura, esse sistema permite grande economia de concreto, pois este se faz presente apenas nas nervuras a cada 60cm em ambos os sentidos. Isso faz com que não seja necessário utilizar um sistema de vigas ao longo da laje, pois as nervuras tem essa função, desta forma as vigas encontram-se apenas nas bordas e tem seção de 15x75cm, funcionando também como parapeito do terraço. Os pilares seguem a modulação de 1,25, são também em concreto e possuem seção de 12x40, estando assim embutidos na alvenaria. Já os pilares do terraço mudam de seção para sustentar de forma mais segura o bloco acima, passando a ter 60x24cm. No bloco 2, onde estão as atividades de lazer, a laje utilizada foi a nervurada, também com 25cm de altura, mas as vigas são convencionais e tem 50cm de altura. Os pilares tem seção de 12x40cm quando embutidos na alvenaria, 60x20cm nas bordas, pois vencem o pé direito duplo, mas estão travados pela esquadria metálica. Já no interior, a seção aumenta para 80x40cm, para evitar que o pilar por ser esbelto não suporte a carga. A laje do mezanino é pré moldada e tem 10cm de altura.

pilares em concreto 24x60cm

laje pré-moldada. h=10cm

pilares em concreto 12x40cm

No bloco 3, onde localizam-se os dormitórios, as lajes são nervuradas com 25cm de altura, as vigas invertidas tem 15x75cm. As caixas de escadas e elevadores funcionam como núcleos rígidos e auxiliam na sustentação dos blocos.

bloco 1

pilares em concreto 20x60cm bloco 2

pilares em concreto 40x80cm

perspectiva explodida do sistema estrutural autoria: Lara Boretes

57


cobogó

20

20

5.5

5.5 5.5

1 2.5 2.5 1 1

1

1

1 1 2.5 2.5 1 5.5

B

Suas dimensões são 20x20x6cm, estão agrupados formando uma barreira para a incidência solar, a cor utilizada é a turquesa, para que a proteção solar faça parte do conjunto, já que existem outros elementos da mesma cor no edifício.

5.5

1 2.5 2.5 1

20

1

1

5.5

cobogó esc. 1:5

A

5.5

O cobogó foi utilizado na fachada oeste do bloco da saúde, buscando proteger os consultórios que estão voltados para esta orientação, apesar de ser um elemento vazado, as dimensões de suas aberturas possibilitam que iluminação natural seja filtrada e chegue de forma amena ao interior dos ambientes.

1

20 20 5.52.5 20 11 2.5 1 1 2.5 112.55.5 5.5 1 5.5 1 1 5.5 1 2.5 2.5 1

20 20 1 5.5 1 2.5 2.5 1 5.5 1 1 5.5 1 2.5 2.5 1 5.5 1

20 20 1 5.5 1 1 5.5 1 5 1 5.5 1 1 5.5 1 5

5.5

corte A esc. 1:5

1

5

1 1

5.5 5.5

1 1

1

5.5

1

2.5 1.40 2.5 1

5.80

1

5

6

1

20

20 20 1 1 5.80 2.5 1.40 2.5 5.801 1 5.80 2.5 1.40 2.5 5.80

1

5.80

20 1

2.5 1.40 2.5

5.80 5.80

6

6

6

20

6

Cobogós agrupados esc. 1:30

6

6

6

20

corte B esc. 1:5

58


vista 1

B

brise camarão

70

15

85

70

70

70

70

70

100

70

70

70

70

70

70

15

vista 1

5

B

70

75

140

70

100

140

70

15

85

15 5 21575

70

brises de madeira com abertura tipo camarão A B

vista 1

70

15

85

15

70

70

70

brises de madeira com abertura tipo camarão com montantes 5x5cm e ripas horizontais de 3x5cm

5

5

75215 5

75

varanda protegida pelo brise

Os brises com abertura tipo camarão foram usados nas fachadas norte e sul do bloco dos dormitórios. Por serem orientações que não exigem grandes proteções solares, a escolha se deu pelo fato desse sistema permitir abertura quando o usuário desejar, aproveitando assim a iluminação e ventilação naturais enquanto usufurem a varanda dos dormitórios. Além disso, torna a fachada dinâmica.

215

25275

25

50

75

5

5

27525

50

5

25

A

215

50

brises camarão esc. 1:50

70

5

75

A

70

5 21575

140

70

70

75215 5

100

27525 25275

Vista 1 esc. 1:50 corte A esc. 1:50

5

25

275

75

5

varanda protegida pelo brise

59


brise camarão

15

40º

75

95

225

brise de madeira aberto

trilho guia inferior do brise

5

5

brises de madeira com abertura tipo camarão com ripas horizontais de 3x5cm

4 3 4 3 4 3 4 3 4 3 4 3 4 3 4

5

25

50

mureta para fixação do brise

brise de madeira fechado

225

50

mureta para contenção do jardim e fixação do brise

jardim

25

parapeito varanda

detalhe 1

jardim dormitório

laje nervurada. h=25cm laje nervurada. h=25cm

detalhe 1 esc. 1:10

corte B esc. 1:50

60


B B 1.20 1.20

1.20 1.20

1.20 1.20

1.20 1.20

vista 1 vista 1

25

25

brise pivotante 1.20 1.20

1.20 1.20

1.20

1.20

1.20

1.20

brises pivotantes metálicos revestidos com chapa de madeira

575

A 575

A

brises pivotantes esc. 1:50

Os brises pivotantes foram usados na fachada oeste do bloco do lazer, pois essa orientação necessita de uma protação eficiente já que a incidência solar é intensa na maior parte do dia.

20

.50

20

.50

Dessa forma, esse sistema é adequado pois permite que se abra quantos brises forem solicitados, dando dinamismo à fachada e permitindo a entrada controlada de iluminação.

5.25

esquadria

61

20

corte A esc. 1:50

20

4 2

4 2

22 31

esquadria

20

esquadria

22 31

esquadria

20

5.25

5.75

5.75

O brise é constituído de uma chapa metálica de 15mm, adequado para 84.50 vencer grandes alturas, revestido 3.5 111 3.5 84.50 1.5 1.51.5 70 de 15mm em com chapa de madeira 3.5 111 3.5 os lados. 1.51.5 1.5ambos 70


575

25

20

brise pivotante

vista 1

B 1.20

1.20

1.20

1.20

1.20

1.20

1.20

84.50 1.5 1.51.5

70

1.20

esquadria metálica com vidro temperado de 8mm

3.5 111 3.5

brise privotante fechado

chapa de madeira de 15mm

575

A chapa de madeira de 15mm

piso 4 2 20

contrapiso

20

.50

laje moldada in loco

20

parafuso metálico para fixação do trilho na laje

22 31

pino metálico para pivotar brise

detalhe 1 esc. 1:10

detalhe 1

84.50

3.5 111 3.5

70

5.25

5.75

1.5 1.51.5

corte B esc. 1:50

62


quartos

40

90

25

145

15

15

110

80

25

145

15

170

170

15

15

60

perspectiva ilustrativa do quarto individual

388

15

15

95

97

95

93

390

piso vinĂ­lico antiderrapante similar a madeira

15 15

240

110

10 15

240

110

10 15

390

390

planta baixa quarto individual esc. 1:30 perspectiva ilustrativa do quarto individual

63


quartos

110

80

25

145

15

170

15

15

piso vinĂ­lico antiderrapante similar a madeira

95

388

perspectiva ilustrativa do quarto dos cuidadores

15

95

beliche

15

240

110

10 15

390

planta baixa quarto cuidadores esc. 1:30

perspectiva ilustrativa do quarto dos cuidadores

64


quartos

515 15 10

110

107

160

98

515

15 110

98

122

95

50

15

150

165

15

15

15 10

390

390

perspectiva ilustrativa do quarto de casal

210 15

15

210

piso vinĂ­lico antiderrapante similar a madeira

15

60

40

90

25

270

15

planta baixa quarto de casal esc. 1:30

15

60

40

90

25

270

15

perspectiva ilustrativa do quarto de casal

65


quartos

515

15 15 10

110

98

95

50

15

165

15

122

390

perspectiva ilustrativa do quarto duplo

15

210

piso vinĂ­lico antiderrapante similar a madeira

15

15

60

40

90

25

270

15

planta baixa quarto duplo esc. 1:30

perspectiva ilustrativa do quarto duplo

66


50 235 49

2

3 vista

vista

10

1 vista

banheiro adaptado para idosos

80

44

75

50

200 200

piso antiderrapante 235 49

1 vista

vista

10

2

1010

235 49

2

3 vista

vista

80

3 vista

barra de apoio

50

50

80

barra de apoio

1 vista

50

44

75

80

banco fixado na parede

barra de apoio

planta baixa banheiro esc. 1:30

4

10 6

detalhe 01. barra de apoio esc. 1:10

90

70

80

45 30

4

10 6

60

det. 01

45

45

46

80

75

50

75

20

100

80

44

10

1010

4

vista 1 esc. 1:30

vista 2 esc. 1:30

vista 3 esc. 1:30

67

10 6


perspectiva ilustrativa do banheiro

perspectiva ilustrativa do banheiro

68


bibliografia


Associação Brasileira de Normas Técnicas. Saídas de emergência em edifícios: NBR 9070. Rio de Janeiro, 2001. Associação Brasíleira de Normas Técnicas. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos: NBR 9050. Rio de Janeiro, 2004. BESTETTI, Maria Luisa Trindade. Habitação para Idosos. O trabalho do arquiteto, arquitetura e cidade. 2006. Tese (Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2006. CAMARGO, Laura. Estação de Dança. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília. Orientador: Bruno Capanema. Edifício residencial para idosos. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-183183/edificio-residencial- paraidosos-slash-atelier-lopes-da-costa/> GONDIM, Mônica Fiuza. Cadernos de Desenho: Ciclovias, 2010. Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social Instituições de longa permanência para idosos: caracterização e condições de atendimento / Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. – Curitiba : IPARDES, 2008. 109 p. Lar de Idosos em Perafita. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/767045/lar-de-idosos-em-perafita-grupo-iperforma/> Lar de Idosos Peter Rosegger. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/760936/lar-de-idosos-peter-rosegger-dietger-wissounig-architekten/> Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - Planaltina - PDAD 2015. QUEVEDO, Ana Maria Funegra. Residências para Idosos: critérios de projeto. 2002. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul. 2002. REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. A concepção estrutural e a Arquitetura. 6ª edição. São Paulo: Zigurate Editora, 2000) Resolução RDC nº 283, de 26 de setembro de 2005. Normas de funcionamento para as Instituições de Longa Permanência para Idosos.

70



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