Intervenção Paisagística e Qualificação Urbana das margens do Rio Doce em Resplendor - Mg Larissa Soares Souza
Vila Velha - ES 2013
UNIVERSIDADE VILA VELHA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
LARISSA SOARES SOUZA
INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG
VILA VELHA 2013
LARISSA SOARES SOUZA
INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Graduação
em
Arquitetura
e
Urbanismo
da
Universidade Vila Velha, como requisito parcial para obtenção de Grau em Arquitetura e Urbanismo.
Orientador: Prof. Clóvis Aquino de Freitas Cunha
VILA VELHA 2013
LARISSA SOARES SOUZA
INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG Trabalho de conclusão de curso apresentado à Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, como requisito parcial para obtenção de Grau em Arquitetura e Urbanismo. Aprovado em __/__/2013.
COMISSÃO EXAMINADORA
_______________________________________ Prof. Clóvis Aquino de Freitas Cunha Universidade Vila Velha Orientador
________________________________________ Profª. Liziane de Oliveira Jorge Universidade Vila Velha Coorientadora
________________________________________ Rodrigo da Costa Brum Convidado Externo
A Deus por tudo que me proporciona na vida. Aos meus pais, os quais amo muito, pelo apoio. À minha irmã por tudo que me ajudou até hoje. E ao meu namorado Renan, pelo carinho, compreensão e companheirismo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela sabedoria, pela minha vida, por todas as minhas conquistas pessoais e profissionais, e por ter colocado em meu caminho pessoas tão especiais, que não mediram esforços em me ajudar durante a realização deste trabalho. A estas pessoas o meu sincero agradecimento.
Agradeço aos meus pais, por todo apoio, amor e encorajamento que me deram em todos os momentos da minha vida, em especial neste momento tão difícil e importante.
À minha irmã por ser um exemplo pra mim e, sobretudo, pelo carinho que me ofereceu durante essa jornada.
Ao meu namorado por estar sempre presente e dividir comigo todos os momentos, de alegria e tristeza, e pelo companheirismo até nos momentos mais difíceis.
Aos meus amigos e familiares que de alguma forma contribuíram e torceram pelo meu sucesso.
Agradeço aos meus professores pela paciência e pela partilha do conhecimento, em especial ao meu orientador, por toda dedicação e contribuição para a realização deste trabalho.
Sem vocês, nada disso seria possível. Obrigada!
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo uma pesquisa de embasamento teórico que conduz ao desenvolvimento da proposta de intervenção paisagística e qualificação urbana das margens do Rio Doce na cidade de Resplendor, no estado de Minas Gerais. A solução principal é elaborar um grande parque urbano, criando uma reinterpretação da orla do rio como uma área verde, integrada, acessível e com diversidade de usos. O estudo mostra ainda a importância das áreas ribeirinhas inseridas no meio urbano, e sua interferência na qualidade de vida da população. A proposta, portanto, leva em consideração as questões ambientais e urbanas, a valorização da paisagem natural, a integração social e as necessidades da população em geral.
Palavras chave: qualificação urbana, paisagem urbana, paisagismo.
ABSTRACT
This study seeks to research the theoretical framework that leads to the development of a project of landscape intervention and urban qualification, aiming the Doce River’s bank placed in the city of Resplendor, in the state of Minas Gerais. The main solution is to elaborate a vast urban park, working the riverbank as a green area, integrated, accessible, with a wide range of uses. The study also presents the importance of the riparian areas embedded in the urban environment, and their interference in the population's well-being. Therefore, the project takes into account environmental and urban questions, the appreciation of the natural landscape, social integration and the needs of the general population.
Keywords: urban qualification, urban landscape, landscape.
LISTA DE FIGURAS Figura 01: Jardim urbano da cidade do Rio de Janeiro (Fonte: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/odz3Z_I3z5o/UIAAFeiHe5I/AAAAAAAAASo/jMd8x1tLhWE/ s1600/3271747.jpg>...................................................................................................23 Figura 02: Jardim externo de uma pousada (Fonte: Disponível em: <http://img.hotel.com.br/br/fotos/7/5/7561_9930_fachada.jpg>)................................23 Figura 03: Praça Santos Andrade em Curitiba (Fonte: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_4BBgprDvqmc/TK3z6pyhdVI/AAAAAAAAAWg/ocKfQXIe AOU/s200/Pra%C3%A7a_Santos_Andrade_Curitiba.jpg>........................................23 Figura 04: Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, conhecido como Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. (Fonte: Disponível em: <www.lagazzettaonline.info/portal/images/stories/aterroflamengo.jpg>)...................24 Figura 05: Brinquedos para crianças menores. (Fonte: Disponível em: <www.buscafesta.com.br/saofranciscogarden/fotos/2137608092009164521saofranci scogarden.jpg>)..........................................................................................................25 Figura 06: Brinquedos para crianças maiores. (Fonte: Disponível em: <www.energia.com.br/jurere/estrutura/parquinho.jpg>).............................................26 Figura 07: Skatistas na Praça Roosevelt em São Paulo (Fonte: Disponível em: <http://img.r7.com/images/2013/02/20/20_00_21_653_file?dimensions=460x305>.27 Figura 08: Pergolado utilizado como um local de passagem e de descanso. (Fonte: Disponível em: <http://flanelapaulistana.com/wpcontent/uploads/2012/10/roosevelt3.jpg>)..............27 Figura 09: Templo zigurate construído pelos sumérios (Fonte: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_5Ec36RiXbMQ/SyqXkW2GrSI/AAAAAAAADi8/zJ80bz65pQ/s320/Torre_zigurate.gif>).....................................................................................28 Figura 10: Traçados geométricos do jardim francês. (Fonte: Disponível em: <http://deborabonetto.files.wordpress.com/2011/08/frances1.jpg>)...........................29 Figura 11: Traçado sinuoso e natural do jardim inglês (Fonte: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/ZXNJfR9kQ4g/TaD0IgI3aaI/AAAAAAAAABo/BZiiv2xU8R8/s1600/lindojardim.jpg>).................................................................................................................29 Figura 12: O Jardin Donnell foi um exemplo de estilo moderno, com sua piscina biomórfica. (Fonte: Disponível em:
<http://3.bp.blogspot.com/_fFO6nsEwfMM/SYz1A4iRGyI/AAAAAAAAD_k/K3tMYuKF I5w/s1600/09Donnell+Garden+6.jpg>).......................................................................31 Figura 13: A Rua Alfredo Luiz Muzzi em Resplendor - MG .......................................33 Figura 14: A O Rio Doce como um limite...................................................................34 Figura 15: Bairro Centro em Resplendor – MG..........................................................35 Figura 16: Cruzamento no bairro Nossa Senhora de Fátima.....................................36 Figura 17: Ponte de Resplendor - MG, um exemplo de elemento marcante na cidade, como descrito por Lynch (2011).................................................................................36 Figura 18: Percepções sequenciais do espaço. ........................................................37 Figura 19: Perspectiva grandiosa. .............................................................................38 Figura 20: Justaposição de duas categorias. ............................................................38 Figura 21: Praça privada aberta. ...............................................................................39 Figura 22: Praça popular. ..........................................................................................39 Figura 23: As plataformas..........................................................................................41 Figura 24: Os terraços................................................................................................41 Figura 25: As varandas..............................................................................................41 Figura 26: Caminho como ponto de conexão.............................................................42 Figura 27: Caminho com fim inexistente. ..................................................................42 Figura 28: Caminho com fim forçado.........................................................................42 Figura 29: Caminho em linha contínua......................................................................42 Figura 30: Caminho em linha segmentada................................................................42 Figura 31: Caminho atravessa meios distintos. ........................................................43 Figura 32: Caminho como fronteira............................................................................43 Figura 33: Caminho contido em um meio...................................................................43 Figura 34: Caminho que se impõe.............................................................................43 Figura 35: Caminho que se adapta............................................................................43 Figura 36: Caminho de grande dimensão..................................................................43 Figura 37: Dentro do território....................................................................................45 Figura 38: Entre o território e a água paralelamente..................................................45 Figura 39: Entre o território e a água perpendicularmente.........................................45 Figura 40: Dentro da água..........................................................................................45 Figura 41: O passeio público do Rio de Janeiro (Fonte: Disponível em: < http://peregrinacultural.files.wordpress.com/2008/06/pp7.jpg>).................................47
Figura 42: Parque do Flamengo no Rio de Janeiro (Fonte: Disponível em: www.riofilmcommission.rj.gov.br/locacoes/img/lightbox/aterro_do_flamengo__pedro_ kirilos_1282587309.jpg).............................................................................................48 Figura 43: Vista aérea do Parque KLCC (Fonte: Disponível em: <http://img.dooyoo.co.uk/GB_EN/orig/0/6/8/3/9/683952.jpg>)...................................50 Figura 44: Parque KLCC (Fonte: Disponível em: <http://www.examiner.com/article/what-to-do-at-klcc-park-kuala-lumpur-malaysia>.50 Figura 45: Área de lazer infantil do Praia Clube (Fonte: Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/82/Parque-infantil-praiaclube.JPG>)...............................................................................................................51 Figura 46: Fortaleza de São José em Macapá (Fonte: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/aPj6W5MauqY/UTpvdG5gfII/AAAAAAAABDE/vypLALfGJHY/s320/a%25C3%25A9re a10.JPG>)..................................................................................................................52 Figura 47: Vista aérea do Back Bay Fens. (Fonte: Disponícel em: <http://www.pinebank.org/images/FensOverview.jpg>).............................................56 Figura 48: O Rio Doce (Fonte: Disponível em: <www.guiaresplendor.com.br>)..................................................................................58 Figura 49: Localização de Trenton nos Estados Unidos (Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Trenton_(Nova_Jersey)>)..............................................59 Figura 50: Vista aérea da orla existente, com amplas vias segregando a cidade e os edifícios históricos do Rio Delaware. (Fonte: Disponível em: <https://maps.google.com.br/maps?q=trenton&um=1&ie=UTF-8&hl=ptBR&sa=N&tab=wl>)...................................................................................................60 Figura 51: Proposta do novo plano para o New Jersey Capital Park. (Fonte: Disponível em: <http://nj.gov/dep/parksandforests/parks/images/executive_summary.pdf>).............61 Figura 52: Proposta do novo plano para o New Jersey Capital Park. (Fonte: Disponível em: <http://nj.gov/dep/parksandforests/parks/images/executive_summary.pdf>).............62 Figura 53: Proposta de pontes pedonais para o Confluence Garden. (Fonte: Disponível em: <http://nj.gov/dep/parksandforests/parks/images/executive_summary.pdf>).............62
Figura 54: Cortes mostrando as pontes pedonais do Confluence Garden. (Fonte: Disponível em: <http://nj.gov/dep/parksandforests/parks/images/executive_summary.pdf>).............63 Figura 55: Cortes mostrando as pontes pedonais do Confluence Garden. (Fonte: Disponível em: <http://nj.gov/dep/parksandforests/parks/images/executive_summary.pdf>).............63 Figura 56: Espaço de lazer aberto no New Jersey Capital Park. (Fonte: Disponível em: <http://nj.gov/dep/parksandforests/parks/images/executive_summary.pdf>).............63 Figura 57: Mapa de proposta da circulação. Em azul, a nova Rota 29, eixo principal de deslocamento. Em laranja, as avenidas secundárias e em vermelho as vias locais. (Fonte: Disponível em: <http://nj.gov/dep/parksandforests/parks/images/executive_summary.pdf>).............64 Figuras 58 e 59: Espaço do pavilhão próximo à margem do rio. (Fonte: Disponível em: <http://nj.gov/dep/parksandforests/parks/images/executive_summary.pdf>)......64 Figura 60: Corte mostrando a topografia do terreno desde o rio até a Rota 29. (Fonte: Disponível em: <http://nj.gov/dep/parksandforests/parks/images/executive_summary.pdf>).............65 Figura 61: Proposta de iluminação noturna. (Fonte: Disponível em: <http://nj.gov/dep/parksandforests/parks/images/executive_summary.pdf>).............65 Figura 62: Localização de Brisbane na Austrália (Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Brisbane>)......................................................................66 Figura 63: Divisão das zonas do South Bank Park (Fonte: Disponível em: <http://www.southbankcorporation.com.au/venue-map>)..........................................67 Figura 64: Arbour, um caminho coberto de flores. (Fonte: Disponível em: <http://www.visitsouthbank.com.au/attractions/the-arbour>)......................................67 Figuras 65 e 66: Crianças e adultos brincando no Aquativity. (Fonte: Disponível em: <http://www.visitsouthbank.com.au/attractions/aquativity>).......................................68 Figura 67: o Nepalese Pagoda com iluminação noturna. (Fonte: Disponível em: <www.visitsouthbank.com.au/attractions/nepalese-pagoda>)...................................68 Figura 68: Streets Beach, uma praia no meio da cidade. (Fonte: em: <www.visitsouthbank.com.au/attractions/streets-beach>).........................................69 Figura 69: Navio exposto no Queensland Museu Marítimo. (Fonte: Disponível em: www.visitsouthbank.com.au/attractions/qld-maritime-museum>)..............................69
Figura 70: Vista panorâmica da cidade com o destaque da Roda Gigante. (Fonte: Disponível em: <www.visitsouthbank.com.au/attractions/the-wheel-of-brisbane>)....70 Figura 71: Áreas verdes do parque. (Fonte: Disponível em: <http://www.visitsouthbank.com.au/attractions/liana-lounge>)...................................70 Figura 72: Áreas do Little Stanley. (Fonte: Disponível em: <http://www.visitsouthbank.com.au/little-stanley>).....................................................71 Figura 73: Áreas do Gray Street. (Fonte: Disponível em: <http://www.visitsouthbank.com.au/grey-street>).......................................................71 Figura 74: Vista panorâmica do parque. (Fonte: Disponível em: <http://riverquay.com.au/the-location/>).....................................................................72 Figura 75: Localização de Porto Alegre no Brasil (Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_Alegre>)...............................................................73 Figura 76: Proposta para a orla do Rio Guaíba em Porto Alegre (Fonte: <http://jardimdecalateia.com.br/as-imagens-da-orla-do-guaiba>)..............................73 Figura 77: Arquibancadas seguem a topografia do terreno. (Fonte: <http://jardimdecalateia.com.br/as-imagens-da-orla-do-guaiba>)..............................74 Figura 78: Trajeto de 1,5 km terá iluminação noturna. (Fonte: <http://jardimdecalateia.com.br/as-imagens-da-orla-do-guaiba>)..............................74 Figura 79: Piso de concreto terá bola de gude para refletir a iluminação. (Fonte: <http://jardimdecalateia.com.br/as-imagens-da-orla-do-guaiba>)..............................74 Figura 80: Proposta da orla, em sua maior parte, com vegetação rasteira. (Fonte: <http://jardimdecalateia.com.br/as-imagens-da-orla-do-guaiba>)..............................75 Figura 81: Ciclovia a calçadão iluminados. (Fonte: <http://jardimdecalateia.com.br/as-imagens-da-orla-do-guaiba>)..............................75 Figura 82: Área de estar e caminhar na margem do rio Guaíba. (Fonte: <http://jardimdecalateia.com.br/as-imagens-da-orla-do-guaiba>)....................................75 Figura 83: Margem do Rio Guaíba iluminada, com o bar flutuante à esquerda. (Fonte: <http://jardimdecalateia.com.br/as-imagens-da-orla-do-guaiba>)........,........76 Figura 84: Píer iluminado na margem do Rio Guaíba. (Fonte: <http://cubbosconsultoria.blogspot.com.br/2012/03/imagens-do-projeto-da-orla-do-arqjaime.html>)................................................................................................................76 Figura 85: Campo de futebol com estrutura para shows e grandes eventos. (Fonte: <http://cubbos-consultoria.blogspot.com.br/2012/03/imagens-do-projeto-da-orla-do-
arqjaime.html>)................................................................................................................76 Figura 86: Localização da cidade de Resplendor (Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:MinasGerais_Municip_Resplendor.svg>).........79 Figura 87: Pedra do Resplendor, que deu nome ao município em meados do Século XIX..............................................................................................................................80 Figura 88: Região do Médio Rio Doce (Fonte: Disponível em: http://www.efecade.com.br/wp-content/uploads/2013/02/A132.jpg)..........................81 Figura 89: Estação Ferroviária de Resplendor em 2007............................................82 Figura 90: Balsa que fazia a travessia de veículos entre as margens do Rio Doce em 1951............................................................................................................................83 Figura 91: Balsa que fazia a travessia de pessoas entre as margens do Rio Doce...........................................................................................................................83 Figura 92: Ponte sobre o Rio Doce em construção....................................................84 Figura 93: Serraria na cidade de Resplendor.............................................................85 Figura 94: Primeira sede da Capel em Resplendor...................................................85 Figura 95: Área de influência da Usina Hidrelétrica de Aimorés (Fonte: Disponível em: <http://www.uheaimores.com.br/?x=mapas>).....................................................86 Figura 96: Nova instalação da fábrica da Capel. (Fonte: Disponível em: www.capel.ind.br/empresa/Empresa_foto04.jpg).......................................................87 Figura 97: Construção das novas unidades habitacionais no Bairro Nossa Senhora de Fátima (Fonte: Disponível em: <http://www.construtoramodelo.com.br/Obras/Residenciais/image018.png>)...........87 Figura 98: Viaduto passando sobre a estrada de ferro..............................................88 Figura 99: Foto panorâmica de Resplendor...............................................................89 Figura 100: Elementos paisagísticos da cidade de Resplendor.................................90 Figura 101: Divisão da área em seis..........................................................................92 Figura 102: Mapa da zona 1 ......................................................................................93 Figura 103: Descida do viaduto..................................................................................94 Figura 104: Área de estar na orla de Resplendor .....................................................94 Figura 105: Área aberta e gramada na orla de Resplendor.......................................94 Figura 106: Quadra de areia na orla de Resplendor .................................................94 Figura 107: Área verde na orla de Resplendor .........................................................95 Figura 108: Quadras de areia na orla de Resplendor ...............................................95
Figura 109: Área verde na orla de Resplendor..........................................................95 Figura 110: Travessia da linha do trem .....................................................................95 Figura 111: Equipamentos para exercícios físicos. ...................................................95 Figura 112: Vista geral da zona 1...............................................................................96 Figura 113: Mapa da zona 2. ....................................................................................96 Figura 114: Posto da Capel........................................................................................97 Figura 115: Edifício administrativo e supermercado da Capel...................................97 Figura 116: Vista aérea da zona 2 ............................................................................97 Figura 117: Mapa da zona 3 .....................................................................................98 Figura 118: Área ajardinada na zona 3 .....................................................................98 Figura 119: Área ajardinada na zona 3 .....................................................................98 Figura 120: Mapa da zona 4 ......................................................................................99 Figura 121: Quadra poliesportiva na praça na zona 4...............................................99 Figura 122: Bocha na praça na zona 4 .....................................................................99 Figura 123: Área com canteiros e bancos na praça na zona 4................................100 Figura 124: Passarela que dá acesso ao restaurante flutuante na zona 4..............100 Figura 125: Mapa da zona 5 ....................................................................................100 Figura 126: Unidades habitacionais na zona 4 .......................................................101 Figura 127: Mapas das zonas 6 e 7 ........................................................................101 Figura 128: Acesso à ponte na zona 6 ....................................................................102 Figura 129: Acesso à ponte na zona 6 ....................................................................102 Figura 130: Acesso à ponte na zona 7.....................................................................102 Figura 131: Mapa mostrando a divisão das zonas ..................................................104 Figura 132: Mapa da forma visual............................................................................106 Figura 133: Mapa de circulação...............................................................................107 Figura 134: Mapa de uso do solo.............................................................................108 Figura 135: Mapa de equipamentos e serviços públicos.........................................110 Figura 136: Mapa de curvas de nível.......................................................................111 Figura 137: Mapas das zonas 1, 2 e 3.....................................................................112 Figura 138: Mapas das zonas 4, 5, 6 e 7.................................................................113 Figura 139: Igreja Matriz no Centro de Resplendor - MG........................................115 Figura 140: Imagem aérea das condições existentes..............................................117 Figura 141: Estudo conceitual..................................................................................118 Figura 142: Masterplan proposto..............................................................................119
Figura 143: Proposta do Complexo Esportivo..........................................................120 Figura 144: Situação existente da área....................................................................121 Figura 145: Proposta do Complexo Esportivo..........................................................121 Figura 146: Proposta do Complexo Esportivo..........................................................122 Figura 147: Proposta da Marina...............................................................................122 Figura 148: Situação atual da área..........................................................................123 Figura 149: Proposta da Marina...............................................................................123 Figura 150: Proposta da Marina...............................................................................124 Figura 151: Proposta da Praça de Integração..........................................................125 Figura 152: Situação atual da área..........................................................................125 Figura 153: Proposta da Praça de Integração..........................................................125 Figura 154: Proposta da Praça de Integração..........................................................126 Figura 155: Proposta da Praça de Integração..........................................................126 Figura 156: Proposta da Praça de Integração..........................................................127 Figura 157: Proposta da Praça de Integração..........................................................127 Figura 158: Situação atual da área..........................................................................128 Figura 159: Proposta da Praça de Integração.........................................................128 Figura 160: Proposta da Praça................................................................................129 Figura 161: Situação atual da área..........................................................................129 Figura 162: Proposta da Praça.................................................................................130 Figura 163: Proposta da Praça.................................................................................130 Figura 164: Proposta da Praça.................................................................................131 Figura 165: Proposta da Praça.................................................................................131 Figura 166: Proposta do Centro Comunitário...........................................................132 Figura 167: Proposta do Centro de Apoio à Pesca..................................................133 Figura 168: Proposta do Centro de Apoio à Pesca e do Centro Comunitário..........134 Figura 169: Proposta das fachadas do Centro de Apoio à Pesca e do Centro Comunitário..............................................................................................................134 Figura 170: Situação atual da área..........................................................................135 Figura 171: Proposta do Centro Comunitário...........................................................135 Figura 172: Proposta da Horta Comunitária e do Centro de Apoio à Pesca............136 Figura 173: Vista e corte da passarela de pedestres...............................................137 Figura 174: Proposta da Praça.................................................................................138
Figura 175: Situação atual da área..........................................................................138 Figura 176: Proposta da Praça.................................................................................139 Figura 177: Proposta da Praça.................................................................................140 Figura 178: Situação atual da área..........................................................................140 Figura 179: Proposta da Praça.................................................................................141 Figura 180: Proposta do Restaurante Flutuante......................................................142 Figura 181: Situação atual da área..........................................................................142 Figura 182: Proposta do Restaurante Flutuante......................................................143 Figura 183: Proposta do Restaurante Flutuante......................................................143 Figura 184: Pavimentação com concreto permeável (Fonte: Disponível em: <www.ecocreto.com.br>)..........................................................................................144 Figura 185: Pavimentação com intertravado de concreto permeável (Fonte: Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br>)...................................................144 Figura 186: Pavimentação tipo pisograma (Fonte: Disponível em: <codhome.files.wordpress.com>).............................................................................145 Figura 187: Pavimentação tipo madeira plástica (Fonte: Disponível em: <http://www.cemara.com.br>)..................................................................................145 Figura 188: Exemplo de playground com pavimentação de pneu reciclado (Fonte: Disponível em < www.pisoleve.com.br>).................................................................146 Figura 189: Poste com rebatedor (Fonte: Disponível em: <www.lumicenter.com.br>).......................................................................................146 Figura 190: Poste para iluminação geral (Fonte: Disponível em: <www.performanceinlighting.com>).........................................................................147 Figura 191: Poste para veículos (Fonte: Disponível em: <www.archiproducts.com>)......................................................................................147 Figura 192: Bancos (Fonte: Disponível em: <www.nomen.com.br>).......................148 Figura 193: Dimensões do banco Moe (Fonte: Disponível em: <www.nomen.com.br>)............................................................................................148 Figura 194: Lixeiras (Fonte: Disponível em: <www.nomen.com.br>).......................149 Figura 195: Dimensões da lixeira (Fonte: Disponível em: <www.nomen.com.br>)............................................................................................149 Figura 196: Mesas (Fonte: Disponível em: <www.nomen.com.br>)........................149 Figura 197: Exemplo de playground (Fonte: Disponível em: <www.portuguese.alibaba.com>).............................................................................150
Figura 198: Equipamentos da academia popular (Fonte: Disponível em: <www.produtosgoloni.com.br>)................................................................................150 Figura 199: Modelo de bicicletário (Fonte: Disponível em: <www.jornalhojelivre.com.br>).................................................................................151 Figura 200: Oiti (Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>)...........................151 Figura 201: Pata-de-vaca (Fonte: Disponível em: <http://flores.culturamix.com>)..152 Figura 202: Eucalipto arco-íris (Fonte: Disponível em: <http://rj.quebarato.com.br>)....................................................................................152 Figura 203: Ipê branco (Fonte: Disponível em: <http://caliandradocerradogo.blogspot.com.br>)......................................................153 Figura 204: Grama-esmeralda (Fonte: Disponível em: <www.gramasparaiso.net>)......................................................................................153 Figura 205: Grama-preta (Fonte: Disponível em: <http://jobspapa.com>)...............154 Figura 206: Clorofito (Fonte: Disponível em: <http://flores.culturamix.com>)..........154
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 20
1 PANORAMA GERAL ............................................................................................. 22 1.1 INTRODUÇÃO À ARQUITETURA PAISAGÍSTICA ......................................... 22
2 CONCEITOS DE PAISAGEM ................................................................................ 28 2.1 BREVE HISTÓRIA DO PAISAGISMO ............................................................. 28 2.2 METODOLOGIA DE LEITURA DA PAISAGEM ............................................... 32 2.3 O LAZER E A PAISAGEM .............................................................................. 39
3 ARQUITETURA PAISAGÍSTICA E OS PARQUES URBANOS ........................... 46 3.1 INTRODUÇÃO DA ARQUITETURA PAISAGÍSTICA NO CONTEXTO MUNDIAL ............................................................................................................... 46 3.2 ARQUITETURA PAISAGÍSTICA E OS PARQUES URBANOS NO BRASIL ... 46
4 O RIO E O MEIO URBANO ................................................................................... 54 5 PROJETOS DE REFERÊNCIA.............................................................................. 59 5.1 NEW JERSEY CAPITAL PARK ...................................................................... 59 5.2 SOUTH BANK PARKLANDS .......................................................................... 66 5.3 ORLA DO RIO GUAÍBA .................................................................................. 72 5.4 CONSIDERAÇÕES E CONCEITOS RELEVANTES ....................................... 77
6 O MUNICÍPIO DE RESPLENDOR E O RIO DOCE .............................................. 79 6.1 LOCALIZAÇÃO E DADOS ESTATÍSTICOS ................................................... 79 6.2 DADOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS ..................................................... 79 6.3 O DESENVOLVIMENTO DA CIDADE ............................................................ 82
7 RESPLENDOR E A SUA PAISAGEM .................................................................. 89 7.1 CONDIÇÃO ATUAL DO TERRITÓRIO ........................................................... 92 7.1.1 ZONA 1 ................................................................................................. 93 7.1.2 ZONA 2 .................................................................................................. 96 7.1.3 ZONA 3 ................................................................................................. 98 7.1.4 ZONA 4 ................................................................................................. 99 7.1.5 ZONA 5 ............................................................................................... 100 7.1.6 ZONA 6 E 7 ........................................................................................ 101
8 DIAGNÓSTICO ................................................................................................... 104
9 O PROJETO ....................................................................................................... 117 9.1 O CONCEITO ................................................................................................ 117 9.2 AS PROPOSTAS ........................................................................................... 120 9.3 ESPECIFICAÇÕES DE PAVIMENTAÇÃO, MOBILIÁRIO E MASSA VEGETAL ............................................................................................................................. 144
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 155
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 156
ANEXOS ................................................................................................................. 159
INTRODUÇÃO
Os rios apresentam propriedades diversas e muito importantes para as cidades, fornecendo alimentos, energia, espaços de lazer e circulação, entre outros. Além disso, as áreas das margens possuem um grande potencial paisagístico para a qualificação e valorização urbana, podendo melhorar abundantemente a qualidade de vida da população. A região escolhida para a intervenção está localizada no município de Resplendor, no estado de Minas Gerais. As margens do Rio, hoje, são muito utilizadas pela população para fazer caminhadas, eventos culturais e praticar esportes. Porém, a área se encontra totalmente desvalorizada e sem manutenção. O interesse de intervir nessa região se deu por conta da minha relação com a cidade, que foi onde eu nasci e vivi até os 18 anos de idade, e onde minha família mora atualmente. Pude ver de perto as mudanças que ocorreram ao longo dos anos, daí surgiu a vontade de ver essa importante área da cidade renovada, valorizada e trazendo qualidade de vida para a população. Esta pesquisa propõe então, uma intervenção paisagística e qualificação urbana que, juntamente com revisões bibliográficas, estudos de caso, pesquisas, entrevistas com a população e levantamentos na área de estudo, garantam a elaboração de propostas adequadas as necessidades da região. No primeiro capítulo é realizada uma introdução ao tema arquitetura paisagística indicando as tipologias da paisagem e a interface com os seus possíveis usuários. O capítulo seguinte propõe uma revisão dos conceitos de paisagem, com um breve contexto histórico, juntamente com uma análise da metodologia de paisagem adotada pelos autores Kevin Lynch e Gordon Cullen e uma revisão da interface do lazer com a paisagem. O terceiro capítulo aborda sobre a arquitetura paisagística, os parques urbanos existentes no Brasil e seus conceitos principais. O quarto capítulo discorre sobre a importância dos rios nas áreas urbanas e sua interferência na vida da população. O capítulo seguinte aborda sobre os parques urbanos existentes no Brasil e seus conceitos principais. Projetos de waterfront de referência no mundo foram estudados para entender os bons resultados alcançados em outras cidades que inseriram projetos de requalificação das orlas de seus rios.
O sexto capítulo inicia uma abordagem histórica e de desenvolvimento da cidade de Resplendor, assim como uma análise paisagística da condição atual da área de intervenção, dividindo-a em zonas distintas de acordo com suas características. Foi realizado um diagnóstico preliminar da área de intervenção, identificando os usos, os equipamentos e serviços públicos, a topografia e os principais pontos destacados por Kevin Lynch como os marcos, nós, bairros, limites e vias de circulação. Também foi feita uma análise das potencialidades e dos pontos negativos existentes no território. No capítulo nove foi desenvolvido o memorial de projeto, contendo o conceito juntamente com as propostas das soluções projetuais. Finalizando, o capítulo seguinte traz as conclusões do trabalho a partir dos resultados do projeto de intervenção realizado.
Obs: As referências das imagens retiradas da internet se encontram na lista de figuras para se ter uma melhor leitura e estética do trabalho.
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1. PANORAMA GERAL
1.1. INTRODUÇÃO À ARQUITETURA PAISAGÍSTICA
A definição de paisagem está na memória do ser humano antes mesmo da elaboração do conceito. Segundo Tim Waterman (2010), o paisagismo, que hoje é determinado como arquitetura paisagística, está em todo e qualquer espaço externo e os arquitetos paisagistas vêm desempenhando um papel fundamental na solução de grandes problemas relacionados à paisagem. A arquitetura paisagística consiste em configurar e gerir o mundo físico e os sistemas naturais onde vivemos, como define o autor. Ainda segundo Tim Waterman (2010), é a combinação de arte e ciência que conduzem o arquiteto paisagista para criar lugares. Com o uso de croquis e imagens geradas por computador, a arte proporciona uma imagem para a paisagem. Para criar essas imagens, são utilizados elementos como linha, forma, textura e cor. Já a ciência envolve a compreensão de sistemas naturais como o solo, geologia, topografia, entre outros, que são imprescindíveis para a construção da paisagem. Também envolve o conhecimento de construções e sua execução, como pontes e estradas, muros, pisos, entre outros. Mascaró (2008) define paisagismo como um espaço aberto que se abrange com um só olhar. A paisagem é entendida como uma realidade ecológica, materializada fisicamente num espaço que se poderia chamar natural (se considerado antes de qualquer intervenção humana), no qual se inscrevem os elementos e as estruturas construídas pelos homens, com determinada cultura, designada também como paisagem cultural. Segundo o autor, na arquitetura paisagística existem gradações na forma e na função que variam com a escala de projeto. A intervenção à grande escala tem a capacidade de alterar a forma da realidade constituída pela situação inicial. Nesta escala, é normal que as funções de uso representem a maior parte da proposta. À medida que a escala de intervenção vai diminuindo e nos aproximamos do pequeno espaço, a intervenção produz no ambiente um impacto de muito menor dimensão. Mascaró (2008) cita que existem no paisagismo urbano no mínimo três escalas de intervenção:
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O jardim: é a forma mais sintética e representativa do espaço exterior construído pelo homem. Comumente possui dimensões menores onde a ocupação é mais densa como nos centros das cidades e maiores onde a ocupação é menos densa, como nas áreas suburbanas (FIG. 01 e 02).
Figura 01: Jardim urbano da cidade do Rio de Janeiro Fonte: Internet
Figura 02: Jardim externo de uma pousada Fonte: Internet
A praça: é o espaço aberto dentro do tecido urbano, geralmente ajardinado. Tem tamanho de no máximo um ou dois quarteirões e na maioria das vezes é rodeada de vias de circulação (FIG. 03).
Figura 03: Praça Santos Andrade em Curitiba Fonte: Internet
O parque urbano: é um espaço aberto, de vários hectares, geralmente cruzado por vias de circulação. Neles a vegetação domina os materiais
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inertes. Nos menores, as vias de circulação são para pedestres, nos de grande porte há vias veiculares para facilitar o acesso (fig. 04).
Figura 04: Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, conhecido como Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Fonte: Internet
Benedito Abbud (2006) afirma que o paisagismo é a única expressão artística em que participam os cinco sentidos do ser humano. A visão passeia sobre os elementos que estão diante de si, estejam próximos ou distantes e apreende com mais clareza o que está em primeiro plano. Para uma pessoa em movimento, este fenômeno se inverte, assim, o primeiro plano se move mais rapidamente que o segundo. Quando a visão focaliza os elementos vegetais, há uma percepção das formas das flores, copas, folhas e caules, além de perceber as inúmeras cores e texturas. O tato opera de outro modo, precisando de contato direto com os elementos, percebendo assim, sua temperatura, rugosidade, lisura, aspereza, maciez ou dureza. Já o paladar possibilita um conhecimento de maneira diferente, permitindo saborear frutas e flores comestíveis, além de temperos e especiarias que existem no espaço ajardinado. A audição faz conhecer o barulho das águas, das folhas, do sacudir dos ramos ao vento, o canto dos pássaros. Tudo é som nos jardins. O olfato é atraído nas áreas ajardinadas pelo cheiro das plantas no frescor da manhã, nos dias de chuva ou pelo odor da grama recém-cortada.
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Segundo Abbud (2006), nem sempre é possível fazer projetos de arquitetura paisagística com a participação direta de um cliente, como é o caso de um parque público ou uma praça. Para tal, trabalha-se com as necessidades e expectativas de um cliente ideal, um público-alvo. O autor discrimina os usuários por faixa etária e analisa as necessidades de cada um, desde crianças até idosos. Por exemplo, bebês e crianças pequenas necessitam do sol da manhã, divertem-se com giragiras, miniescorregadores e gangorras, as meninas brincam de casinha e boneca e os meninos em casinhas de Tarzan. Os brinquedos devem estar assentados preferencialmente em piso macio, para não machucar a criança (FIG. 05).
Figura 05: Brinquedos para crianças menores. Fonte: Internet
Crianças maiores adoram brincadeiras mais agitadas em trepa-trepas, escadas horizontais, escorregadores altos e castelos fortes sobre palafitas. É interessante que essas áreas de recreação infantil instiguem a criatividade, com elementos como dunas gramadas que lembram montanhas, trenzinhos e barcos onde se possam fazer “viagens imaginárias”, entre outros. Crianças necessitam de vigilância de pessoas mais velhas, que devem ter um local de estar com bancos confortáveis.
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Figura 06: Brinquedos para crianças maiores. Fonte: Internet
Já os pré-adolescentes, preferem brincadeiras agitadas ao ar livre, como skate, patins, bicicross e paredes para escalada. Os adolescentes gostam de se reunir para conversar, contar segredos, namorar, ouvir música, entre outros. Utilizam muito praças de estar ao ar livre e áreas sob pérgolas durante a tarde e à noite. Essas áreas podem ser previstas para a frequência diurna de outros usuários, como por exemplo, os idosos que preferem os primeiros horários do dia para fazer uma caminhada, tomar sol e relaxar. Estes usuários em geral também gostam de cuidar de plantas, fazer ioga, meditação, além de se divertirem em jogos de mesa ou bocha, que requer uma quadra especial coberta. Há alguns equipamentos que são utilizados por todas as pessoas da família, como as áreas esportivas, pista de Cooper, áreas com mesas, jardins, pomares e hortas.
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Figura 07: Skatistas na Praça Roosevelt em São Paulo Fonte: Internet
Figura 08: Pergolado utilizado como um local de passagem e de descanso. Fonte: Internet
Tim Waterman (2010, p. 52) define o que é o sítio e como analisar o contexto da paisagem. O termo sítio refere-se a uma área demarcada para que uma ação ocorra lá, para que haja um uso humano. A primeira coisa a ser feita para analisar um sítio e se familiarizar com as características do lugar, e fazer um levantamento de campo. Trata-se de um relatório de tudo o que existe no terreno. Isso estabelece o contexto de tudo o que o paisagista irá trabalhar. De acordo com o autor (2010), a análise é o processo de descobrir as implicações das características listadas no levantamento. A fotografia fornece grande parte da documentação que os paisagistas precisam para criar seus projetos. Hoje em dia a maioria dos profissionais não possui tempo disponível para passar tanto tempo em cada sítio, dessa forma, tendem a depender muito mais dessa tecnologia.
O
mapeamento é um elemento fundamental do levantamento que nos ajuda a ter uma ideia completa do terreno e que apresenta não apenas o que existe, mas também as possibilidades de projeto. Pode-se concluir que um estudo preliminar do território a partir da análise do sítio e dos possíveis usuários é primordial para se iniciar a etapa de projeto. No caso da arquitetura
paisagística,
muitas ferramentas podem
ser utilizadas para o
levantamento das características do contexto da área a ser trabalhada, como foi descrito pelos autores. No capítulo seguinte serão abordados conceitos de paisagem que, assim como o estudo preliminar, contribuem para a realização de um projeto de qualidade.
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2.
CONCEITOS DE PAISAGEM
2.1. BREVE HISTÓRIA DO PAISAGISMO
Há cerca de 12 mil anos, com o surgimento da agricultura, os assentamentos humanos se tornaram mais frequentes. Assim, é fácil imaginar as pessoas dando nomes às montanhas e aos rios que lhes proporcionavam o sustento. Nas civilizações ocidentais, os sumérios construíram grandes pirâmides, chamadas de zigurates. Alguns arqueólogos acreditam que os terraços dessas estruturas eram cobertos de árvores e jardins (FIG. 09). Essas pirâmides certamente ajudaram a organizar uma paisagem menos monótona (WATERMAN, 2010).
Figura 09: Templo zigurate construído pelos sumérios Fonte: Internet
Segundo o mesmo autor, deuses e monarcas deram formas à paisagens do mundo antigo, muitas vezes construídas em uma escala que nos impressiona ainda hoje. Além disso, a agricultura e a infraestrutura necessárias para levar comida do campo para a cidade também teve um impacto muito grande na região. Sempre com o mesmo autor, na Idade Média, foram construídos poucos grandes jardins. A tradição de cultivar plantas além da agricultura era utilizada apenas em jardins murados, ou mantidas dentro de claustros, onde herbários eram construídos. Elas forneciam ervas para cozinhar, para fazer perfumes e para fins medicinais.
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O Renascimento foi marcado pelo humanismo, movimento intelectual da época que se concentrava nas pessoas. Cidades e jardins começaram a pensar nos ideais de proporção, ordem e geometria perfeitas (FIG. 10). O paisagismo renascentista chegou ao seu maior esplendor na França e na Itália. As relações entre solo, água, céu e geometria eram muito estudadas, projetadas e usadas para construir enormes jardins de lazer.
Figura 10: Traçados geométricos do jardim francês. Fonte: Internet
De acordo com Sun Alex (2008), o paisagismo teria surgido na Inglaterra a partir dos “jardins paisagens” no começo do século XVIII, e buscava reproduzir cenários naturais e românticos de campos ondulados e florestais, adaptados a terrenos sinuosos e ao clima úmido inglês (FIG. 11), ao contrario da formalidade desenhada e a autoridade representada dos jardins franceses e holandeses.
Figura 11: Traçado sinuoso e natural do jardim inglês Fonte: Internet
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De acordo com o autor, o período entre 1730 e 1770 foi o de maior desenvolvimento estilístico, marcado por paisagens pastoris de amplas extensões. No século XVIII, a paisagem não existia antes de ser pintada, e a obtenção do bom gosto para apreciar a paisagem dependia da educação, da posição social e também da ocupação. Dessa forma, as imagens das paisagens eram concebidas com riqueza, cultura superior e poder, e envolviam não só a arte do jardim, mas também a pintura, a literatura e a poesia. Nesse contexto, no ano de 1757, foram definidos os termos “belo” e “sublime”. Segundo o autor, o termo sublime era caracterizado por “vastidão, solitude e obscuridade; objetos ou cenas que o continham geralmente produziriam medo e domínio no observador”. Já o termo belo “era associado com delicadeza, suavidade, variação gradual e linhas fluidas”. Também foi definido o termo picturesque, em 1794, como “variedade, confusão, irregularidade, contraste e surpresa, assim como, ocasionalmente, as qualidades mais negativas, como rusticidade e acidente”. O termo sugere “imagem cênica” e é geralmente traduzido como “pitoresco”. Continuando com o autor, o movimento picturesque pode ser dividido em três períodos. O primeiro, no período entre 1710 e 1730, não seriam dominados por jardineiros e paisagistas, mas sim por filósofos e escritores. Os jardins desse período eram definidos como rococós e combinavam eixos formais barrocos com caminhos e cursos d’água sinuosos. Já o segundo período, entre 1730 e 1770, seria dominado por obras dos paisagistas Willian Kent e Capability Brown, que traduziam as qualidades do belo, como suavidade e perfeição, por exemplo, com gramados bem aparados, riachos de bordas limpas e árvores plantadas em grupos. O terceiro período, entre 1770 e 1818, afasta-se gradualmente dos ideais paisagísticos de Brown, e seria dominado pelas escritas de Price, Gilipin e Richard Payne Knight, e pela obra de Humphrey Repton, transferindo a ênfase de parques para jardins, do rústico para o refinado, da escala grande para uma menor escala e dos espaços unificados para os compartimentos. De acordo com o autor, devido à necessidade de lazer, educação e de hábitos higienistas, surgem os grandes parques urbanos públicos no século XIX. Esses parques desempenharam um importante papel terapêutico nos grandes centros industriais urbanos, por promoverem o bem estar do indivíduo. Projetado por Olmsted e Vaux, o Central Park em Nova Iorque, terá sido o precursor de muitos destes parques até a presente época.
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Tim Waterman (2010) afirma que no século XX, com a Revolução Industrial e os avanços na tecnologia, surgiram novos métodos para analisar a paisagem. A criação de grandes parques urbanos, cidades-jardins, autoestradas pitorescas e a necessidade de um planejamento urbano em grande escala, gerou muitas oportunidades para os paisagistas. A principal característica dos jardins modernistas era a pureza de forma e função. Os arquitetos paisagistas deixaram de lado formas rígidas na estrutura dos jardins para adotar formas mais orgânicas.
Figura 12: O Jardin Donnell foi um exemplo de estilo moderno, com sua piscina biomórfica. Fonte: Internet
No Pós-Modernismo, que teve seu auge nas décadas de 1980 e 1990, foi marcado por um retorno às influências locais, fazendo-se referências a elementos de outros períodos históricos ou estilos. A influência desses movimentos é marcante no período, e ainda perdura. Alguns arquitetos continuam defendendo o Modernismo, enquanto outros sustentam valores pós-modernos, como afirma Tim Waterman (2010). No Brasil, para compreendermos a evolução histórica do paisagismo, torna-se necessário entender as linhas de projeto pelas quais passou ao longo do tempo. Segundo Macedo (2003) a arquitetura paisagística brasileira desdobra-se em três linhas projetuais: a linha Eclética, a linha Moderna e a linha Contemporânea. A primeira, que se inicia no século XIX, terminando no século XX, possui uma vasta influência européia, caracterizada por obras românticas buscando a criação de ambientes bucólicos e pitorescos. Ainda segundo o autor, sua configuração morfológica se estrutura através da presença de grandes maciços arbóreos,
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extensos relvados e águas sinuosas. Em relação ao seu traçado, verifica-se a existência de uma rede de caminhos orgânicos ou geométricos que se cruzam formando nós de circulação e alamedas e que conduzem a pontos focais. Elementos como viveiros de animais, fontes e chafarizes são comuns nessa linha projetual. A linha Moderna, por sua vez, começa a ser observada nas décadas de 1930 e 1940, rompendo com as referências do passado e voltando-se para um sentimento nacionalista. Nesta linha os ambientes se estruturam através de bosques, gramados e corpos d’água, sem referência, contudo às paisagens européias. O traçado usado na época era despojado, limpo e geométrico. Sua principal característica é a utilização da vegetação tropical, tanto nacional quanto exótica, criando uma linguagem naturalista-tropical. Nesses projetos predominam construções como jardineiras, anfiteatros, bancos, mesas, fontes, monumentos, pisos e murais elaborados. De acordo com Macedo (2003) a maior evolução proporcionada por essa nova maneira de projetar foi, a atração de todas as classes sociais e faixas etárias que seu novo programa proporcionou. Contudo, a partir das décadas de 1960 e 1970, os ideais modernistas caíram em franca decadência, sendo que os novos projetos passaram a não recorrer a regras, dando início à linha classificada por Macedo como Contemporânea. Os valores estéticos, outrora esquecidos voltaram a ser utilizados. Retornando assim, no cenário nacional um novo sentimento ecológico de preservação da vegetação nativa, o que estimulou a preservação dos ecossistemas incentivando a prática da educação ambiental.
2.2.
METODOLOGIA DE LEITURA DA PAISAGEM
O espaço público na cidade assume inúmeras formas e tamanhos, e compreende desde uma calçada até a paisagem vista da janela. Também abrange lugares designados ou projetados para o uso cotidiano, cujas formas mais conhecidas são as ruas, as praças e os parques (ALEX, 2008). Kevin Lynch (2011) define a imagem da cidade e os seus elementos, analisando os seus efeitos físicos perceptíveis, dividindo em cinco tipos de elementos: vias, limites, bairros, cruzamentos e elementos marcantes.
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O autor define as vias como os canais ao longo dos quais o observador se move. Podem ser, por exemplo, ruas, passeios, canais e linhas de trânsito. Vias específicas podem se tornar importantes em muitos sentidos. A concentração de um costume ou atividade especial em uma rua pode torná-la um lugar predominante na mente do observador. Em determinadas vias, qualidades especiais características conseguem reforçar sua imagem. Por exemplo, ruas com extremos, ou muito largos ou muito estreitos, atraem as atenções, porém a procura e a confiança nas ruas principais (ou seja, as ruas largas) torna-se automática. De acordo com o autor toda a imagem de uma cidade se torna difícil se as ruas de maior importância são dificilmente identificáveis ou facilmente confundíveis. As ruas devem ter continuidade e a exigência é que o atual percurso ou o lugar do pavimento continue. As fachadas dos edifícios ou até mesmo a vegetação são exemplos de características que conferem continuidade a uma via. As ruas podem não ser contínuas nem identificáveis, mas terem qualidades direcionais, como por exemplo, uma direção ao longo de uma linha, que pode ser facilmente distinguida. Ruas com início e fim claros e bem conhecidos têm identidades mais fortes, ajudam a manter a cidade como um todo e dão aos observadores a percepção da sua orientação, quando passam por ela.
Figura 13: A Rua Alfredo Luiz Muzzi em Resplendor - MG Fonte: Acervo pessoal.
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O autor define que os limites são elementos lineares que não são considerados como rua, são normalmente as fronteiras entre duas áreas diferentes. Enquanto a continuidade e a visibilidade são cruciais, os limites não devem ser impenetráveis e muitas vezes, são mais um elemento de união do que uma barreira isoladora. A figura 14 mostra o Rio Doce como um limite na cidade de Resplendor - MG.
Figura 14: O Rio Doce como um limite Fonte: Imagem cedida por Carlos Dório Costa.
O autor ainda define os bairros como áreas urbanas relativamente grandes, em que o observador pode penetrar mentalmente, e que têm alguns aspectos comuns. Podem estar organizados do ponto de vista interno e servir de ponto de referência externo. As características físicas que definem os bairros são as continuidades temáticas, que podem constituir em: textura, espaço, forma, detalhe, tipo de edifícios, costumes, atividades, habitantes, estado de conservação, topografia, entre outros.
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Figura 15: Bairro Centro em Resplendor - MG Fonte: Acervo pessoal.
Os cruzamentos, segundo o autor, são pontos estratégicos, nos quais o observador pode entrar, e são conexões de vias ou concentrações de algumas características. Embora conceitualmente sejam pequenos pontos na imagem da cidade, podem, na realidade, ser largos de grandes dimensões. As concentrações temáticas podem ser o foco de uma região, como por exemplo, uma concentração comercial. Assim como os bairros, os cruzamentos podem ser introvertidos ou extrovertidos. Os introvertidos são os que fornecem pouca orientação direcional, já nos extrovertidos as direções gerais se esclarecem e as ligações são bem nítidas.
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Figura 16: Cruzamento no bairro Nossa Senhora de Fátima. Fonte: Acervo pessoal.
Kevin Lynch (2011) ainda define os elementos marcantes, pontos de referência considerados exteriores ao observador, que são simples elementos físicos variáveis em tamanho. Funcionam como indicações do caminho a seguir e o seu contraste com as formas do entorno é o mais importante para tornar o elemento fácil de identificar. Os elementos marcantes podem se diferenciar de duas formas: tornando um elemento visível de muitos outros pontos, ou criando um contraste local com os elementos circundantes, ou seja, sendo um diferencial em altura ou composição. Um elemento marcante pode ser reforçado através de um localização estratégica, como por exemplo um cruzamento, onde as pessoas possam ser obrigadas a tomar decisões acerca de qual percurso a seguir.
Figura 17: Ponte de Resplendor - MG, um exemplo de elemento marcante na cidade, como descrito por Lynch (2011). Fonte: Acervo pessoal.
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Estes elementos são apenas a matéria-prima da imagem do meio ambiente à escala urbana. O autor diz que têm de ser trabalhados em conjunto de modo a conseguir uma forma satisfatória. Esses cinco pontos são bases essenciais para fazer uma análise da paisagem urbana. Uma vez que são identificados e analisados, pode-se fazer uma intervenção de modo significativo sobre a cidade. Já o autor Gordon Cullen (2008), define um conceito de paisagem urbana com simplicidade e objetividade de modo que, permite que arquitetos e urbanistas analisem de forma sequencial e dinâmica a paisagem. Assim como Kevin Lynch, o ponto de referência abordado por Cullen é a percepção visual do espaço pelos seus habitantes. O autor estrutura o conceito de paisagem em três aspectos. O primeiro deles é a visão serial, que é formada por percepções sequenciais do espaço urbano. Um percurso revela uma secessão de pontos de vista que tem grande impacto visual e dão vida ao percurso. O autor exemplifica a visual serial com desenhos, como mostra a figura 18.
Figura 18: Percepções sequenciais do espaço. Fonte: CULLEN, 2008, p. 19.
O segundo aspecto abordado pelo autor é o local, que diz respeito à localização do sujeito em relação ao espaço. Segundo Cullen, existe um conceito definido de que estradas destinam-se ao trânsito de pessoas e coisas, e edifícios às relações sociais e de trabalho. Porém, as pessoas se apropriam do espaço exterior da maneira que lhes convém. O autor ilustra como ambientes com dimensões diferentes sejam abertos, fechados, altos ou baixos, provocam sensações diferentes no observador.
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Uma delas é a perspectiva grandiosa, que interliga o primeiro plano com a paisagem longínqua, induzindo uma sensação de domínio e onipresença (FIG. 19).
Figura 19: Perspectiva grandiosa em Resplendor - MG. Fonte: Acervo pessoal.
O terceiro aspecto é o conteúdo, que diz respeito às qualidades essenciais das várias subdivisões da paisagem que caracterizam edifícios e setores da malha urbana. Em primeiro lugar, o autor divide as grandes categorias tradicionais: metrópole, cidade, zona industrial, parque e solo virgem. O autor ilustra o que ele considera um exemplo de relação direta entre duas categorias distintas como a vila e o campo, como mostra a figura 20.
Figura 20: Justaposição de duas categorias, como descrito por Cullen (2008). Fonte: Acervo pessoal.
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O autor define que praças em locais de caráter predominantemente residenciais poderão ter caráter semiprivado, podendo ser protegida com gradeamentos. Já as praças em bairros relativamente tranquilos podem ser protegidas apenas pelo recurso de faixas de vegetação. A praça urbana não deve pertencer apenas aos que moram nos prédios circundantes, mas sim a todas as pessoas.
Figura 21: Praça privada aberta. Fonte: CULLEN, 2008, p. 100.
Figura 22: Praça popular. Fonte: CULLEN, 2008, p. 102.
Gordon Cullen (2008) faz uma abordagem sobre a paisagem enfatizando a necessidade de se criar ambientes, levando em consideração aspectos complexos. São diversos os fatores que influenciam na percepção sensorial do ambiente por um indivíduo, o que faz com que cada local tenha sua identidade própria, uma individualidade que o destaca entre os demais. A partir dos aspectos destacados pelos autores, é possível compreender o método e aplicá-lo em outros locais de estudo, possibilitando ainda comparação entre diversas percepções de ambientes diferentes.
2.3. O LAZER E A PAISAGEM
O autor espanhol Alexandre Campello (2008), define que grande parte das intervenções em áreas urbanas, principalmente locais públicos, é destinada ao lazer. Essas áreas devem ser pensadas a partir de planejamentos definidos que originem integração do ser humano com seu entorno.
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Segundo o autor, o lazer é antes de tudo uma necessidade do ser humano que permite se distanciar do seu mundo cotidiano. Nas áreas urbanas, onde tudo parece já ter sido visto, experimentado e conhecido, a ideia de desfrutar o lazer perde força. Esse caso exige que a arquitetura não só reveja as virtudes e possibilidades dos espaços livres existentes, mas conquiste novos espaços livres. Três atividades principais relacionam o lazer e a paisagem: olhar, caminhar e banhar-se. Sempre pelo mesmo autor, na paisagem, a visão é o sentido que podemos atribuir a responsabilidade de registrar o maior número de informações, principalmente as imagens distantes. Os outros sentidos são complementares a essa percepção. O mecanismo da visão é o responsável em definir o que é visível. Os processos de conhecimento e memória servem para classificar e identificar as paisagens dentro de um quadro de significado, compreensão e coerência. Essa estrutura de pensamento visual formula propostas criativas e analíticas, atribui valores e significados e constrói símbolos. O autor define a atividade olhar: Os projetos de mirantes partem de um conceito essencial: o posicionamento, pois a escolha correta de um ponto no espaço é que define o ângulo de visão. Trata-se da combinação variável do propósito do observador, a situação do objeto observado e as possibilidades de localização. O posicionamento de um mirante pode implicar, por exemplo, a inclusão ou exclusão do horizonte, assim como sua disposição.
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interesse pelo horizonte é a representação simbólica como zona de distância mantida insuperável na paisagem. É um lugar inacessível, o lugar além de sua utopia. O autor define tipologias de intervenções para olhar a paisagem. Os mirantes, como elementos arquitetônicos, podem se configurar através de plataformas elevadas, com terraços apoiados na topografia ou como varandas que se projetam para um vazio. Em todos os casos, os mirantes permitem ver além do que é permitido a partir do lugar do observador. As plataformas elevadas estão geralmente associadas a estruturas simplificadas. Utiliza-se esta solução em terrenos planos ou de topografia suave, buscando superar a altura dos elementos do entorno imediato que constituem obstáculos visuais (FIG. 23). Os terraços correspondem a operações de modelação do terreno em ladeiras, para conquistar planos onde se implanta o ponto de observação, ou simplesmente para aproveitar terraços naturais (FIG. 24).
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As varandas projetadas sobre um vazio, como as plataformas elevadas, representam as propostas com maior esforço de engenharia no desafio das estruturas. Trata-se da conquista do ponto de vista a partir do solo inexistente, de fora da paisagem (FIG. 25).
Figura 23: As plataformas. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 24: Os terraços. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 25: As varandas. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Campello (2008) cita que o avanço nos meios de comunicação e a propagação de imagens ajudam o homem contemporâneo a ver com mais facilidade a diversidade de paisagens que compõem o planeta. Essa visão dos ambientes fortalece a vontade do homem de se relacionar com a natureza, ampliado o âmbito de contato e a diversidade de formas de experimentar as distintas paisagens. De acordo com o autor, caminhar contemplando uma determinada paisagem convida a um estado de contemplação e pode transportar mentalmente o indivíduo a um mundo diferente. O passeio permite sentir que quanto mais se caminha, mais se descobre. O passeio é organizado por características particulares, tais como o movimento, o meio de transporte, velocidade ou estado de espírito. A forma é a redução do território a uma linha, um espaço onde se passa por ele. Neste processo de simplificação, o caminho assume um senso de direção, uma vez que elimina ou reduz rotas alternativas. No momento de definir as intervenções de desenho dos caminhos, existem vários aspectos a serem considerados. Segundo o autor, um caminho pode ser utilizado como ponto de conexão entre outros caminhos existentes (FIG. 26). Além disso, o caminho também pode ser sem um fim definido, encerrando em si mesmo, constituindo um circuito (FIG. 27). Outra tipologia é um caminho com fim forçado, que não permite seguir adiante, como por exemplo, uma superfície acidentada ou água (FIG. 28).
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Figura 26: Caminho como ponto de conexão. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 27: Caminho com fim inexistente. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 28: Caminho com fim forçado. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
O caminho também pode constituir em linha contínua ou linha segmentada. O caso da linha contínua se trata de um perfil que se estende de modo uniforme ou se adapta as situações que vai encontrando (FIG. 29). No caso da linha segmentada, a trajetória é definida por elementos pontuais espaçados e relacionados visualmente (FIG. 30).
Figura 29: Caminho em linha contínua. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 30: Caminho em linha segmentada. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
O autor define também a relação entre o caminho e o meio onde está inserido. O caminho pode atravessar lugares distintos, permitindo percorrer paisagens distintas (FIG. 31). O caminho também pode ser definido como uma fronteira entre meios distintos e redesenha a linha de contato entre ambos (FIG. 32). Pode também estar inserido apenas em um meio específico (FIG. 33).
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Figura 31: Caminho atravessa meios distintos. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 32: Caminho como fronteira. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 33: Caminho contido em um meio. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Também existe a relação em que o caminho se impõe sobre os elementos e situações que enfrente, traçando uma trajetória inflexível (FIG. 34). Por outro lado, o caminho pode se adaptar a situações adversas, se ajustando aos obstáculos para seguir adiante (FIG. 35). Um caminho também pode assumir uma dimensão tão grandiosa que pode configurar uma paisagem própria (FIG. 36).
Figura 34: Caminho que se impõe. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 35: Caminho que se adapta. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 36: Caminho de grande dimensão. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Campello (2008) diz que ao longo da história, a prática de se banhar tem alcançado diversas interpretações. Em muitos lugares do mundo, essa prática está associada a valores simbólicos associando a higiene do corpo à purificação espiritual. Os avanços do conhecimento científico validam o banho como uma atividade terapêutica, e a higiene pessoal se converteu em uma tarefa imprescindível para o mantimento da saúde física. Segundo o autor as intervenções para o banho como forma de lazer compreendem desde trabalhos sutis de educação pra permitir um banho com comodidade e
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segurança, até operações mais radicais, como a alteração das linhas de costa e a mudança de recursos hídricos para criar grandes superfícies de água. Em todo caso, as intervenções destinadas a promover um banho lúdico permitem expressar distintos critérios para intervir em uma paisagem. Estes critérios constituem princípios complementares. O primeiro critério se trata de enfatizar as características do meio, deixando que a natureza se manifeste ressaltando as singularidades e as condições encontradas, a fim de aproveitar as visuais do entorno, a configuração espacial e as dinâmicas naturais preexistentes no meio. Neste contexto, as características da água, como por exemplo, a salinidade, a temperatura, a composição química, a tranquilidade ou a força de sua corrente, entre outros, também se consideram virtudes a serem exploradas pelo projeto. O segundo critério trata a intervenção como elemento que confere valor à paisagem, usando a sofisticação do desenho e elementos tecnicamente avançados, criativos e engenhosos. O terceiro critério trata de desenvolver a ideia do gesto de se banhar. Como uma reflexão conceitual, a experiência íntima e pessoal do banho se transforma em algo compartilhado: uma atividade social na paisagem. Foram encontradas propostas para banho como um atrativo de lazer, que estimulam atividades dinâmicas como nadar, saltar e se jogar. Em alguns casos, quando se reconhece que o meio proporciona condições favoráveis à prática do banho, o projeto se concentra em adequar o espaço de seu entorno. O encanto do banho na paisagem parece crescer à medida que se contrapõe ao banho doméstico cotidiano. Segundo o autor, o conjunto de propostas de espaços destinados ao banho como atividade recreativa pode se classificar em três tipos. A primeira proposta é o espaço dentro do território, que reforça a percepção da área como um recipiente de água (FIG. 37). A segunda proposta é o espaço entre o território e a água. Com esse tipo de proposta, o encontro entre os mundos terra e água se materializa, se torna visível e se converte em experiência (FIG. 38 e 39). A terceira proposta é o espaço dentro da água. Certamente, este campo de atuação é de maior complexidade na hora de projetar, devido as dinâmicas naturais do meio. No entanto, gera uma grande atração por ser uma proposta diferente do costume do ser humano como animal terrestre (FIG. 40).
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Figura 37: Dentro do território. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 39: Entre o território e a água perpendicularmente. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 38: Entre o território e a água paralelamente. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Figura 40: Dentro da água. Fonte: Adaptado pela autora de Capello (2008).
Com o crescimento acelerado das cidades, as áreas de lazer públicas vão perdendo espaço no meio urbano e, consequentemente, as paisagens naturais vão sendo substituídas por massas de edifícios, na maioria das vezes, sem um planejamento adequado. Pode-se chegar a seguinte conclusão, embasada na opinião do autor, que é preciso um conhecimento a partir dos conceitos da paisagem urbana, para que novas propostas sejam desenvolvidas pensando na qualidade do espaço a ser construído. As pessoas precisam cada vez mais de espaços de lazer que saiam do padrão dos grandes centros das cidades, e que neles possam exercer atividades distintas, como observar uma paisagem natural, caminhar à beira de um rio, e até mesmo se banhar em suas águas. Um ambiente contendo essas atividades traz qualidade ao espaço e aos perspectivos usuários, podendo trazer benefícios mais amplos, transformando uma cidade inteira em um atrativo turístico e cultural.
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3. ARQUITETURA PAISAGÍSTICA E OS PARQUES URBANOS
3.1. INTRODUÇÃO DA ARQUITETURA PAISAGÍSTICA NO CONTEXTO MUNDIAL
No final do século XVIII, com o início da Revolução Industrial, ocorreram drásticas variações no espaço urbano devido ao abandono das zonas rurais e a expansão das cidades. Ao modo que as cidades cresciam e a população demandava de infraestrutura, as queixas a partir de alguns aspectos urbanos foram aumentando. Os espaços públicos com fragmentos da natureza foram diminuindo para dar espaço a casas, ruas, comércio, entre outros. No século 19 a ideia de introduzir a natureza nos espaços urbanos fez com que fossem construídos mais parques públicos com a intenção de atender aos requisitos dos habitantes, assim como aos requisitos da paisagem e do seu entorno. Na primeira metade do século 19, os habitantes das cidades europeias fizeram pressões sociais para a melhoria das condições de trabalho e de habitação. A partir daí, inicia-se a criação dos primeiros parques urbanos para o morador comum (MELO; DIAS, 2012). Do ponto de vista conceitual da época, os parques tem como base um ideal paisagístico, percebido como um ambiente livre de ampla dimensão, onde sobressaem elementos naturais e onde o ambiente construído é visto apenas como uma projeção de plano de fundo (FERREIRA, 2005). As cidades são compostas de pessoas com diferentes etnias, níveis culturais, religiões, línguas, entre outros, assim como possuem intensas interações econômicas, sociais e culturais. Os parques urbanos são espaços que facilitam a interação social entre essas pessoas e são como um antídoto para os males urbanos, pois melhora o clima urbano, diminui a poluição do ar, aumenta o contato com a natureza, entre outros (MELO; DIAS, 2012).
3.2. ARQUITETURA PAISAGÍSTICA E OS PARQUES URBANOS NO BRASIL
Segundo Hugo Segawa (2010), o Passeio Público do Rio de Janeiro pode ser considerado como o primeiro jardim urbano construído no Brasil. Ele representa uma geração característica de espaços públicos ajardinados ibero-americanos que
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floresceram ao longo do século XVIII. Esse recinto ajardinado deslumbrou os visitantes estrangeiros com sua vegetação e o panorama de seu terraço. De acordo com o autor, estudos informam que a execução desse projeto decorreu entre 1779-1783, tendo como encarregado o artista Valentim da Fonseca e Silva, o Mestre Valentim, importante escultor, arquiteto e, no caso, urbanista do Rio de Janeiro colonial.
Figura 41: O passeio público do Rio de Janeiro Fonte: Internet
De acordo com a afirmação do autor, o passeio público do Rio de Janeiro espelha também o surgimento de lugares especificamente projetados para a apreciação da paisagem marítima no século XVIII. Ele é um exemplo desses mirantes à beira d’água relacionados com os espaços arborizados e antecedeu aos inúmeros espaços do mesmo gênero na Europa, que se multiplicaram ao longo do século XIX. Segawa (2010) cita que entre o século XIX e o século XX houve o reconhecimento da importância da vegetação no espaço urbano como fator de salubridade. Nesse período, foi evidenciada pela consolidação da disciplina urbanística, a importância de áreas verdes nas cidades.
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Ana Rita Sá Carneiro (2010) descreve que com a concepção do jardim brasileiro, a década de 30 marcou uma fase distinta na história do paisagismo no Brasil. Nessa época, foram firmados os princípios do pensamento moderno e surgiu a proposta desafiadora de construir o caráter nacional da produção artística, desprendendo-a dos modelos estrangeiros. Coube ao paisagista Roberto Burle Marx a tradução desse sentimento e conceito no jardim, envolvendo conhecimentos de outros tipos de arte, como por exemplo, a pintura, a escultura, a música e a botânica. Segundo a autora, entre 1920 e 1930 instalou-se no Brasil um frenesi de criação artística. Burle Marx retornou ao Rio de Janeiro após um período na Alemanha, onde estudou música e pintura, e trouxe consigo a vontade de exercitar o olhar e descobrir a paisagem brasileira na sua expressividade e nas suas cores. O primeiro projeto de jardim público de sua carreira foi a Praça de Casa Forte, em 1935, executado no Recife. No período de 1954 a 1961, o projeto do Parque do Flamengo introduziu uma nova expressão de parque urbano no Brasil, integrando vias que ligam vários bairros, com jardins extensos e áreas esportivas e o Museu de Arte Moderna. O parque passou a caracterizar a paisagem do Rio de Janeiro em 120 hectares de área verde.
Figura 42: Parque do Flamengo no Rio de Janeiro Fonte: Internet
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No final dos anos 1950, a construção de Brasília estimulou projetos em grande escala nas capitais brasileiras. Foi um período de mudança da imagem das cidadesmetrópoles, em que se procurou a requalificação do centro, a criação de calçadões com equipamentos públicos, como por exemplo, orelhões, bancos e quiosques. Também houve a proposta do sistema de parques urbanos, estendendo-se a bairros distantes, incluindo os populares. Quanto à paisagem recreativa nas cidades litorâneas, investiu-se na implantação de faixas de praias com diversidade de equipamentos esportivos (CARNEIRO, 2010). De acordo com Ivete Farah (2010), o período entre 1976 e 1985 foi marcado por uma produção que expressa os traços da arquitetura paisagística contemporânea no Brasil. Surgem então diversos projetos com ênfase na questão ambiental, desenvolvidos por arquitetos paisagistas. Nesse período, começam a ser instituídos espaços públicos conforme uma categoria denominada parque ecológico, que tem como principal objetivo a preservação de recursos ambientais, ao mesmo tempo em que oferece à população equipamentos de lazer. No mesmo período, continuam a ser implantados parques urbanos por todo o Brasil, tendo como obra referencial o Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, RJ. Foi comprovada, através de pesquisas, a teoria de que o contato com a natureza, e por consequência com a vegetação, é capaz de proporcionar benefícios psicológicos aos seres humanos. Segundo Mônica Bahia (2010), internacionalmente, o escritório de Burle Marx esteve envolvido em diversos projetos de redesenho de áreas centrais, entre os quais se destaca o projeto elaborado para o Kuala Lumpur City Center (KLCC), projetado em 1993 e executado em 1996. O projeto é uma das principais intervenções de redesenho e requalificação de áreas centrais realizadas em nível mundial. Uma área de 200 mil metros quadrados foi destinada à implantação de um parque público, como mostram as figuras 43 e 44.
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Figura 43: Vista aérea do Parque KLCC Fonte: Internet
Figura 44: Parque KLCC Fonte: Internet
O parque fica localizado estrategicamente no centro de uma área comercial de intenso movimento, composta por restaurantes, edifícios de escritórios, hotéis, cinemas e galerias de arte. Os autores tiraram partido do elemento água, para criar uma sensação de tranquilidade e amenizar o clima local. De acordo com a autora, espaços livres destinados ao lazer infantil e jovem, passaram por grandes transformações a partir da década de 80. Os brinquedos e equipamentos indicados se diversificaram em termos de conceito, disposição no espaço, funções, material construtivo empregado e na relação com seus usuários, tornando-se mais interativos e atraentes. Projetado em 1955 e executado em 1996, o projeto do Praia Clube, em Uberlândia, constitui exemplo significativo dessas transformações. A área de lazer infantil do clube foi concebida através do partido de articulação entre os brinquedos interativos, criados para estimular a coordenação motora, a força, o equilíbrio e a velocidade.
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Figura 45: Área de lazer infantil do Praia Clube Fonte: Internet
Ao longo desse período, a arquitetura da paisagem foi se estruturando como algo mais do que uma forma de arte visual e estética, qualificando-se como arte funcional, ao aliar princípios preservacionistas e considerar aspectos como a qualidade ambiental, a preservação do patrimônio natural e cultural e o bem-estar dos usuários (BAHIA, 2010). Raquel Tardin (2010) diz que a década de 1996-2006 constitui um período importante da produção paisagística brasileira, pois a paisagem em intervenções arquitetônicas e urbanísticas vem assumindo relevância referente ao tratamento de espaços livres. Um dos principais focos constitui na busca de uma qualidade ambiental e paisagística melhor, principalmente nos grandes centros urbanos. Segundo a autora: “Os projetos paisagísticos contemporâneos envolvem projetar, construir, gerir e, sobretudo, vertebrar os elementos e processos da paisagem, com vistas à possibilidade de criar estruturas paisagísticas que instaurem um novo contexto. Para tanto, cada vez mais, os projetos tendem a buscar a integridade, a diversidade e a relação entre os processos naturais e culturais, com a valorização das singularidades do lugar, a preservação da significação visual do sítio, e a eficiência e a variação, funcional e espacial, relativas ao programa.”
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Tardin (2010) cita que as naturezas urbanas representam a interseção entre meio urbano e meio natural, tendendo a evitar a separação entre ambos. Esses projetos tem como intenção a manutenção e/ou recomposição do traçado da água e das comunidades vegetais, o que resulta em parques ecológicos voltados para o uso urbano. Nesses projetos, inclui-se o reconhecimento das ações que fizeram o território evoluir, seu processo de artificialização ao longo do tempo, as transformações sobre o ambiente natural e os demais fenômenos que conduziram à conformação do lugar. A autora afirma que as requalificações urbanas são intervenções regeneradoras e constituem ações sobre lugares espacialmente e/ou funcionalmente obsoletos. Nesses projetos, o objetivo é propor a criação ou remodelação formal, espacial e social desses espaços, criando áreas de vivência coletiva, estruturas que propiciem a permanência e o encontro, e que, ao mesmo tempo, representem novas referências na estrutura do território. Um exemplo de requalificação urbana é o Parque do Forte (Macapá, AP, 1999), que estabelece uma intervenção em um monumento tombado. O projeto constitui na recuperação da Fortaleza de São José, uma das últimas fortificações implantadas em terras brasileiras pelos portugueses. A fortaleza se encontrava ilhada na trama urbana, cercada por vias e um grande estacionamento. Foi instalado na área o Museu da Fortaleza, e foi recuperado todo o seu entorno, oferecendo à cidade um novo espaço de lazer e recreação.
Figura 46: Fortaleza de São José em Macapá Fonte: Internet
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No planejamento e projeto da paisagem urbana, observa-se que o espaço livre atua como guia do planejamento e do projeto das cidades. Essas áreas reúnem recursos fundamentais do território, como por exemplo, a natureza, a possibilidade de percepção visual e de transformação física. É onde a cidade está por realizar-se, onde existem áreas ociosas, ainda não consolidadas, onde novas relações podem ser estabelecidas criando novas propostas, sendo então áreas com grandes potenciais (TARDIN, 2010). Em geral, os parques não são estabelecidos a um padrão, uma vez que se diferenciam quanto à função, ao tamanho, tipos de equipamentos, espaço de preservação ambiental, de socialização, dentre outros (Melo; Dias, 2012). Por muito tempo os espaços abertos, naturais ou tratados paisagisticamente foram vistos como um luxo ou extravagância opcional. Hoje são fundamentais e reconhecidos por fornecer identidade cultural às cidades, além de lazer e bem-estar a milhões de pessoas (Costa; Pellegrino, 2010).
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4. O RIO E O MEIO URBANO
Segundo Maria Cecília Gorski (2010), na história das civilizações, os rios eram tidos como marcos ou referenciais territoriais e integravam sítios para assentamentos de curta ou longa permanência. Os rios apresentam propriedades diversas como demarcadores de território, produtores de alimentos, corredores de circulação de pessoas e produtos, corredores de fauna e flora, geradores de energia, espaços livres públicos de convívio e lazer, marcos referenciais de caráter turístico e elementos determinantes de feições geomorfológicas. O rio permeia as manifestações culturais da mitologia, da história, da literatura, da música, da religião, da filosofia, da pintura, da escultura e do cinema. A evolução da urbanização foi conseguindo ofuscar e anular a importância dos rios, restringindo sua importância quase apenas aos sintomas perturbadores, como o mau cheiro, inundações, entre outros. Historicamente, para algumas civilizações, os rios já foram sinônimos de riqueza e poder, mas por outro lado, também de fúria, por seu potencial destruidor e catastrófico, trazendo doenças, destruindo cidades e populações. Segundo a autora, em algumas regiões do Brasil, as populações ribeirinhas utilizam a água na habitação, na ativação de engenhocas, como a roda d’água, e está presente em espaços de lazer, como o futebol de várzea. O leito fluvial serve, ainda, para o deslocamento, para lavagem de roupas e atividades extrativistas, como a pesca, e para a mineração, em pequena escala, de areia, argila e pedras. A consciência por parte da população da dependência e da finitude dos recursos naturais é um fator essencial e deve haver valorização e envolvimento, no sentido da preservação, conservação e recuperação dos rios. Ainda de acordo com a autora, no Brasil, a relação harmoniosa entre a população e o rio aconteceu até a metade do século XIX, quando se ampliaram os conflitos entre desenvolvimento, sociedade e meio físico. A poluição e a dificuldade de acesso às áreas ribeirinhas expulsaram para longe das várzeas a prática de esportes e o lazer. Grande parte dos cursos d’água que se localizam em meio urbano sofreu um processo de degradação contínua, transformando-se em alvo de esquecimento e rejeição.
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A vegetação presente ao longo dos rios é essencial para manter o equilíbrio ambiental e também como fator de atração para o lazer e turismo, pelos aspectos de acolhimento, provendo sombra e valor estético. A vegetação também atua na qualidade ambiental como fator de renovação do oxigênio, amenizador do clima, coadjuvante no sistema de drenagem e na prevenção de inundações. Sempre pela mesma autora, nas áreas urbanas, os componentes do triângulo de sustentabilidade – aspectos ecológico, social e econômico – são interdependentes. Por esse motivo, os planos de recuperação de rios urbanos frequentemente apresentam um potencial de melhoria urbana, ocasionando e incrementando funções sociais ao longo e no entorno dos cursos d’água. Para entender melhor a importância dos cursos d’água no meio urbano, serão apresentados exemplos de profissionais que, nessa linha, atuaram nos Estados Unidos e no Brasil. De acordo com Gorski (2010), o final do século XIX e o início do século XX foram marcados pelo período do higienismo na Europa e em diversas cidades do continente, que vinham sofrendo com o intenso crescimento populacional devido aos reflexos da Revolução Industrial. Nesse período, várias cidades foram redesenhadas e foram introduzidos novos hábitos por especialistas, então denominados higienistas e sanitaristas. Estes especialistas defendiam o saneamento da cidade, para que a população fosse saudável, sendo que os fluxos deveriam ser reestabelecidos nas águas e na ventilação. Segundo a autora, dentre os projetos desses especialistas, destaca-se um exemplo significativo, que reúne área de recreação associada a um sistema de proteção de enchentes e melhoria da qualidade das águas em Boston – o Back Bay Fens -, antes uma área pantanosa, estagnada por aterros, contaminada por esgoto e sujeita a inundações. Desenvolvido por volta de 1880, esse projeto previa a interceptação do esgoto, a criação de bacias de detenção de águas pluviais, com vegetação adequada às oscilações da cota de nível e à salinidade, que acabassem com a estagnação através da ação das marés; estas, reguladas por comportas, oxigenariam a área pantanosa duas vezes ao dia. O rio Muddy, que permeava essa área, com o aprofundamento do canal e com suas margens niveladas em cotas mais altas, passou a fluir através do pântano. Tais margens foram apropriadas para a implantação de alamedas ajardinadas, conectadas através de pontes, em que circulavam pedestres e veículos. Assim foi
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criado o Riverway, com caráter de várzea natural em ambiente urbano, propiciando à população superfícies adequadas à recreação.
Figura 47: Vista aérea do Back Bay Fens. Fonte: Internet
Segundo Gorski (2010), no Brasil, a modernização das cidades e a fase de higienismo no início do século XX tem como expoente o engenheiro Francisco Saturnino Rodrigues de Brito. O engenheiro iniciou suas atividades de sanitarista em 1893, formulando a concepção de bairros-jardins em 1986, quando introduziu a criação do “novo arrabalde” em Vitória, ES. Brito dedicava atenção muito especial ao sítio, valorizando sua condição natural, como por exemplo, os manguezais. Além disso, Saturnino de Brito preocupava-se com a morfologia dos leitos pluviais, propondo a preservação das matas ciliares, a proteção das cabeceiras e, quando a devastação já tivesse ocorrido, o replantio. Quanto às redes de esgoto, defendia que deveriam ser bem vedadas, para impedir a poluição do ar e do solo, sendo que a rede de coleta de águas pluviais deveria ter tubulação separada.
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Saturnino de Brito também defendia a tese de que é preciso educar o povo para se conquistar melhores condições de higiene e saneamento. Ainda que tivesse como prioridade as exigências higienistas, sua abordagem não deixava de lado os princípios estéticos. De acordo com a autora, a preocupação com a água está presente nos eventos mundiais sobre o meio ambiente, cujo objeto de discussão são os principais problemas ambientais: mudanças climáticas e efeito estufa, perda da biodiversidade, desmatamento, degradação dos solos e desertificações, aumento das poluições e do descarte de resíduos tóxicos, e degradação dos recursos hídricos. Esses eventos têm início com o fórum internacional de 1968, promovido pelo Clube de Roma, reunião considerada um marco das preocupações da sociedade com o impacto sobre o meio ambiente na segunda metade do século XX. Em 1971, a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu, em Founex, na Suíça, uma reunião preparatória para a Conferência sobre o Meio Ambiente que se realizaria em 1972. A partir de então, os participantes passaram a organizar legislação, ministérios e entidades comprometidas com as questões ambientais. Várias outras conferências contribuíram para o aprofundamento da questão ambiente e desenvolvimento, externando a preocupação com a proteção dos recursos hídricos e a recuperação dos corpos d’água. Segundo Lúcia Maria Costa (2006), paisagem e cidade estão destinadas a uma permanente relação de cumplicidade. Segundo a autora, é de fundamental importância o papel dos cursos d’água desenhando a paisagem, em suas diversas escalas. Os rios são os caminhos das águas que buscam um nível mais baixo de repouso. Desta forma, vão desenhando seu percurso em linha ao sabor da topografia, conectando montanhas e planícies, florestas e mares, conectando enfim diferentes fisionomias paisagísticas.
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Figura 48: O Rio Doce. Fonte: Internet
Sempre segundo Costa (2006), o rio é uma estrutura viva e fluida, que pela sua própria natureza se expande e se retrai, no seu ritmo e tempo próprios. Ao fluir, seu percurso vai desenhando linhas na paisagem, trazendo o sentido de maleabilidade no desenho da paisagem. Essa maleabilidade deve encontrar uma correspondência no desenho da paisagem urbana, para que o rio possa vibrar na cidade. Por esse motivo, não é mais aceitável retificar um rio, revestir seu leito vivo com calhas de concreto, e substituir suas margens vegetadas por vias asfaltadas. Nos adensamentos urbanos, os rios trazem outro importante benefício: espaços livres de edificações, que nos permitem ver a água, o céu, as nuvens e as estrelas. Ele nos traz a perspectiva de um horizonte longínquo. De acordo com a autora, desenhar a paisagem urbana a partir das águas dos rios que cruzam ou contornam a cidade é, portanto, um desafio e uma oportunidade privilegiada. Compreender o rio urbano como paisagem é também dar a ele um valor ambiental e cultural que avança na ideia de uma peça de saneamento e drenagem. É reconhecer que o rio urbano e cidade são paisagens mutantes e com destinos entrelaçados.
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5. PROJETOS DE REFERÊNCIA
5.1. NEW JERSEY CAPITAL PARK Tradução pela autora a partir do site: “http://nj.gov”.
Segundo
o
site:
“http://nj.gov”,
Trenton é
a capital do estado norte-
americano de Nova Jersey e é uma cidade repleta de história, com diversos museus e monumentos, incluindo o Museu Old Barracks Museum, o único quartel britânico restante no país. Foi criado um Plano Diretor para a criação de um parque urbano ribeirinho na cidade, onde se encontram parte dos edifícios históricos, com a finalidade de reconectar a cidade de Trenton ao Rio Delaware.
Figura 49: Localização de Trenton nos Estados Unidos Fonte: Wikipédia
O plano diretor define uma proposta que reformula a área ribeirinha onde se encontram importantes edifícios históricos. O parque é uma composição de museus e instituições cívicas, locais históricos, recursos arqueológicos, locais de entretenimento e infraestrutura de transporte. Estes elementos são financiados, gerenciados e implementados por inúmeras entidades. Capital Park é uma nova tipologia de parque para a cidade de Nova Jersey: um parque estadual urbano a ser criado com motivações econômicas, recreativas e ambientais. Com a criação do parque, irá iniciar um processo de regeneração do centro de Trenton através do turismo, da nova infraestrutura, criando assim um melhor ambiente de trabalho para a população. O principal objetivo do plano é usar o Capital Park para criar uma cidade mais sustentável, mais animada e habitável. Em 2006, o Estado de Nova Jersey realizou um concurso para transformar uma parte da área histórica, ainda subutilizada, em um parque estadual urbano. A área atrás da State House, a casa de estado de Nova Jersey, ao longo dos anos foi
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cortada do resto da cidade e entregue a estradas e estacionamentos. O escritório de Wallace Roberts & Todd fizeram a proposta vencedora para o New Jersey Capital Parque e relança Trenton como uma grande cidade à beira-rio. O parque vai ligar a capital de Nova Jersey para seus locais históricos e parques existentes e recuperar o parque histórico ao longo do Rio Delaware.
Figura 50: Vista aérea da orla existente, com amplas vias segregando a cidade e os edifícios históricos do Rio Delaware. Fonte: Google Maps (2013)
O plano reúne um conjunto de propostas atraentes baseando-se no patrimônio artístico, histórico e cultural do centro de Trenton (FIG. 51). A proposta para o parque assenta em cinco temas de reformulação e remodelação da capital: Governo, Meio Ambiente, Indústria, História e Infraestrutura.
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Figura 51: Proposta do novo plano para o New Jersey Capital Park. Fonte: Internet
O projeto propõe quatro ações essenciais para a reformulação da área: reforçar o uso histórico da área, requalificar a margem do Rio Delaware, reconectando com os arredores da cidade. O projeto do New Jersey Capital Park foi idealizado como uma sequência de ambientes atraentes, com foco no ambiente histórico e na margem do rio. O Capital Park oferece lugares para aprender, explorar, renovar e reviver. Os edifícios culturais são relançados em torno de uma praça cultural, criando um parque de esculturas com vista panorâmica para o rio. Vestígios arqueológicos do início do desenvolvimento industrial serão explorados e valorizados para requalificar a área, contextualizando com o antigo quartel. A margem do rio é reformulada como um lugar onde as pessoas podem apreciar a paisagem natural do rio e o seu entorno. As pessoas podem passear, andar de skate, pescar, tomar sol, e sentir-se em harmonia com o ambiente do rio. O ponto chave para a criação desse parque é o realinhamento da Rota 29 para o interior e a mudança da velocidade de passagem nessa estrada.
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Figura 52: Proposta do novo plano para o New Jersey Capital Park. Fonte: Internet
O Confluence Garden (FIG. 53) marca um local de conexão do parque com uma parte da cidade, com uma série de pontes pedonais, com jardins suspensos que reutilizam alguns dos restos de vigas da Rota 29 que será retirada. As extensões de vegetação ligam o Núcleo do Capitólio (área histórica) e a margem do rio com o bairro vizinho.
Figura 53: Proposta de pontes pedonais para o Confluence Garden. Fonte: Internet
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Figura 54: Cortes mostrando as pontes pedonais do Confluence Garden. Fonte: Internet
Figura 55: Cortes mostrando as pontes pedonais do Confluence Garden. Fonte: Internet
Um restaurante e um anfiteatro vão animar o parque e oferecer atrações para os moradores do bairro, trabalhadores e visitantes.
Figura 56: Espaço de lazer aberto no New Jersey Capital Park. Fonte: Internet
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A proposta de reformulação da circulação (FIG.57) é embasada na necessidade de uma mudança drástica no acesso ao parque, que é o ponto chave para o sucesso do projeto. As grandes avenidas que cortavam a área foram remodeladas para abrir espaço para o grande parque à margem do rio. Foram feitas várias opções de acesso e circulação, com áreas para paradas de ônibus e para estacionamento.
Figura 57: Mapa de proposta da circulação. Em azul, a nova Rota 29, eixo principal de deslocamento. Em laranja, as avenidas secundárias e em vermelho as vias locais. Fonte: Internet
Um pavilhão perto da margem do rio incluirá um pequeno centro de educação ambiental e um café (FIG. 58 e 59). O pavilhão está ligado ao nível superior do parque por uma ponte de passagem para pedestres, permitindo o acesso sem o uso de degraus ou elevadores. Ao atravessar a ponte, os usuários poderão visualizar a paisagem panorâmica do rio.
Figuras 58 e 59: Espaço do pavilhão próximo à margem do rio. Fonte: Internet
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Figura 60: Corte mostrando a topografia do terreno desde o rio até a Rota 29. Fonte: Internet
A Arte pública pode ser usada para ajudar a expressar a identidade material e imaterial do Estado e sua história. O plano diretor recomenda que um programa de artes públicas seja administrado dentro do parque, incluindo a implantação de esculturas na área. A programação do parque vai atrair uma diversidade de pessoas de diferentes faixas etárias e níveis de renda, atendendo tanto ao público da região quanto aos visitantes do parque. Os grupos escolares proporcionarão uma fonte constante de visitantes. O rico conjunto de patrimônios históricos, culturais e de museus tem grande potencial para aumentar o turismo no centro da cidade. Para valorização dos espaços, foi criada uma proposta de iluminação (FIG. 61), na qual foram implementadas estruturas pontuais que chamam atenção e atraem o olhar do público.
Figura 61: Proposta de iluminação noturna. Fonte: Internet
A partir da análise das necessidades culturais do parque, ficou demonstrado que algumas medidas devem ser tomadas para tornar o parque um local atrativo e acessível à população. Deste modo, conclui-se que, para apoiar melhorias nos
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parques e estimular a participação da população, a cidade de Trenton deve ser percebida como sendo de boas-vindas aos visitantes, oferecendo todas as comodidades necessárias, tais como melhorias no estacionamento, atrativos, restaurantes e facilidade nos acessos. Isso pode parecer óbvio, mas não é o caso atualmente. Deve haver também uma massa crítica de envolvimento de atividades culturais e recreativas para atrair visitantes. É necessária a expansão e coordenação junto com as instituições existentes na área central da cidade para a programação de eventos nos sítios históricos. Será necessário desenvolver as ligações interculturais, temas universais e programação que não sejam relacionadas apenas a história, a fim de atrair uma grande diversidade de públicos de Trenton e da região.
5.2. SOUTH BANK PARKLANDS Tradução pela autora a partir do site: “www.visitsouthbank.com.au/”.
Segundo o site: “www.visitsouthbank.com.au/”, o South Bank Parklands é o principal espaço público da cidade australiana de Brisbane, destino turístico de lazer, entretenimento e de negócios. O parque está localizado à margem do Rio Brisbane, que é muito importante para o desenvolvimento comercial e industrial da cidade.
Figura 62: Localização de Brisbane na Austrália Fonte: Wikipédia
Ao todo, o complexo possui 42 hectares e está em constante evolução para criar experiências inovadoras e de nível mundial para os 10 milhões de pessoas que visitam a cada ano. A Figura 72 mostra como o parque é dividido por três zonas: The Parklands em verde, o Little Stanley Street em vermelho, e Gray Street em amarelo.
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Figura 63: Divisão das zonas do South Bank Park Fonte: Internet
Na zona The Parklands, os parques abrangem 17 hectares e é um local de uma variedade de atrações para famílias, incluindo a Arbour, o Aquativity, o Nepalese Pagoda, o Street Beach, o Museu Marítimo, a roda gigante de Brisbane, caminhadas nas florestas tropicais, áreas de piquenique e churrasqueiras, playgrounds e o Clem Jones Promenade. O premiado Arbour foi concebido como uma maravilha da horticultura e tornou-se um símbolo que define o parque. Ela é composta de colunas de aço cobertas com buganvílias magenta vibrantes. Em meio a copa colorida de buganvílias crescendo ao longo do Arbour há uma estrutura de aço que fornece sombra e proteção contra intempéries. Os pedestres não são os únicos a apreciar o esplendor da Arbour, a passarela cênica também é uma rota popular para os corredores e para eventos esportivos.
Figura 64: Arbour, um caminho coberto de flores. Fonte: Internet
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O Aquativity é um divertido e interativo parque aquático e um ótimo local para as crianças e famíliares brincarem, aprenderem e desfrutarem do ar livre. Imergindo as crianças em uma experiência interativa, Aquativity também destaca os peixes nativos e espécies de mamíferos de tainha e peixe-boi, o padrão interessante das bacias hidrográficas e a importância de elementos indígenas, ambientais e urbanos para o rio.
Figuras 65 e 66: Crianças e adultos brincando no Aquativity. Fonte: Internet
O Nepalese Pagoda é um dos últimos baluartes da World Expo 1988, e o monumento majestoso tem grande significado cultural e espiritual. Com três níveis, a estrutura é feita a partir de 80 toneladas de madeira originária da floresta Terai do Nepal e é mantido pelo South Bank Corporation.
Figura 67: o Nepalese Pagoda com iluminação noturna. Fonte: Internet
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Única praia da Austrália no meio da cidade, Streets Beach é uma das mais populares atrações de South Bank. A inédita praia possui vista para o rio Brisbane e para o horizonte da cidade.
Figura 68: Streets Beach, uma praia no meio da cidade. Fonte: Internet
Considerada como uma jóia cultural, o Queensland Museu Marítimo tem sido uma característica da South Brisbane desde 1973. Visitantes de toda Austrália e do exterior têm maravilhado com a extensa coleção do museu, da Austrália e da história marítima internacional.
Figura 69: Navio exposto no Queensland Museu Marítimo. Fonte: Internet
A Roda de Brisbane convida moradores e visitantes a explorar a cidade de Brisbane a partir de novas alturas em uma jornada memorável repleta de vistas deslumbrantes. A Roda de Brisbane é reconhecida como uma das estruturas mais interessantes para a cidade nos últimos anos e alegremente oferece uma das melhores experiências na região. Levando os hóspedes em um passeio de 10 a 12 minutos em uma estrutura totalmente fechada e climatizada, a Roda possui 360 graus de uma impressionante vista panorâmica da cidade.
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Figura 70: Vista panorâmica da cidade com o destaque da Roda Gigante. Fonte: Internet
Bonitos e exuberantes jardins tropicais rodeiam e tornam o local ideal para um passeio relaxante fora da agitação da cidade. Muitos dos espaços verdes dos Parques desfrutam de vistas panorâmicas para o Rio Brisbane, criando um cenário impressionante.
Figura 71: Áreas verdes do parque. Fonte: Internet
O Parque também tem várias áreas de alimentação com bares, restaurantes e café que fornecem refeições casuais, enquanto o River Quay oferece uma experiência mais sofisticada com sua rede de restaurantes cinco estrelas. O Little Stanley é uma movimentada área do complexo com uma vista pitoresca para o Parque. Com uma energia e vibração que é incomparável em Brisbane, o Little Stanley é cada vez mais conhecido como uma celebração da vida e um dos destinos mais visitados de Brisbane. É o lugar de boutiques de moda e mais de 30 restaurantes, cafés e bares que oferecem uma variedade de estilos de cozinha internacional, incluindo Turquia, Índia, Malásia, Japão, Mediterrâneo, moderna australiana e italiana.
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Figura 72: Áreas do Little Stanley. Fonte: Internet
O Grey Street é o boulevard cultural de Brisbane, ladeada com uma mistura de experiências artísticas, culturais, gastronômicas e de lazer. Além de abrigar uma variedade de restaurantes e lojas de varejo, também conta com várias das principais instituições culturais, incluindo galerias de arte, biblioteca pública, museu e centro de ciências.
Figura 73: Áreas do Gray Street. Fonte: Internet
O parque é líder nacional em sustentabilidade, tornando Brisbane a primeira cidade na Austrália entre as quatro cidades em todo o mundo a atingir o certificado Earth Check, um importante certificado internacional de sustentabilidade. Alguns dos projetos de sustentabilidade exemplares do parque incluem o Rain Bank, uma captação de águas pluviais e um centro de reuso, um conjunto de jardins e o River Quay, um espaço dinâmico de varejo com uma arquitetura e paisagismo sustentáveis.
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Figura 74: Vista panorâmica do parque. Fonte: Internet
O projeto do South Bank Park é um bom exemplo de waterfront a ser levado em consideração, pois conseguiu atingir o objetivo de implantar uma grande diversidade de usos de qualidade, atraindo visitantes não só da cidade, mas de todos os lugares do mundo, e de todas as faixas etárias. O parque se tornou uma referência de sustentabilidade e qualidade de vida para a população com sua extensa área verde e o reaproveitamento de águas pluviais. O projeto também atingiu com eficiência as três atividades primordiais que relacionam lazer e paisagem, definidas pelo autor espanhol Alexandre Campello (2008): olhar, caminhar e banhar-se. Todas essas características juntas definiram a imagem do parque como um local divertido, de novas descobertas e de descanso.
5.3. ORLA DO RIO GUAÍBA
Segundo o site: “www.jardimdecalateia.com.br”, a orla do Rio Guaíba, localizada em Porto Alegre, possui cerca de 72 km de extensão. Boa parte deste trecho é urbanizada, porém apenas um pequeno trecho é destinado às atividades de lazer. Trata-se de uma área com 1,5km de extensão, e cerca de 6 hectares, que já vinha sendo utilizada para atividades de lazer e que também abrigava outras atividades.
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Figura 75: Localização de Porto Alegre no Brasil Fonte: Wikipédia
O projeto de revitalização da orla é de autoria do arquiteto e urbanista paranaense Jaime Lerner. A área total de intervenção é de 1,5 km de extensão, onde serão implantadas arquibancadas acompanhando o relevo natural do terreno, criando espaços de convivência. Concentradas nas pontas e no centro do trajeto, as arquibancadas seguirão o curso do rio, criando formas onduladas (FIG. 76). O projeto ainda prevê a iluminação de toda a área, para que a região da orla possa ser utilizada nas 24 horas do dia. O projeto prevê um sistema de postes de 18 metros de altura, inclinados sobre a orla e equipados com lâmpadas LED destinadas a fornecer luz suficiente para permitir o lazer e a prática de atividades no período noturno.Haverá iluminação no decorrer de toda a orla. O objetivo é que a região possa ser utilizada durante 24 horas.
Figura 76: Proposta para a orla do Rio Guaíba em Porto Alegre Fonte: Internet
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Figura 77: Arquibancadas seguem a topografia do terreno. Fonte: Internet
Figura 78: Trajeto de 1,5 km terá iluminação noturna. Fonte: Internet
Para o piso, a proposta inovadora do arquiteto foi a utilização de concreto com bolas de gude. Assim, os raios de luz emitidos pela iluminação inclinada dos postes serão refletidos, criando um aspecto diferenciado (FIG. 79). Uma das principais características buscada pelo arquiteto é a vegetação rasteira na área da orla, que será adequada para que não haja interferência visual na paisagem do rio.
Figura 79: Piso de concreto terá bola de gude para refletir a iluminação. Fonte: Internet
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Figura 80: Proposta da orla, em sua maior parte, com vegetação rasteira. Fonte: Internet
A intenção da prefeitura da Capital é criar "um grande parque", uma área de lazer à beira do Guaíba. O projeto paisagístico e arquitetônico valoriza espaços para caminhar, pedalar e praticar esportes.
Figura 81: Ciclovia a calçadão iluminados. Fonte: Internet
Figura 82: Área de estar e caminhar na margem do rio Guaíba. Fonte: Internet
O foco do projeto é a aproximação da população ao Rio Guaíba. As áreas de circulação de pedestres e ciclistas e os novos quiosques ficarão mais perto do lago. A revitalização da área passa, também, pela redescoberta da vida noturna à beira do rio. O projeto prevê um incremento da iluminação e da segurança, além de um novo bar flutuante para atrair frequentadores à noite.
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Figura 83: Margem do Rio Guaíba iluminada, com o bar flutuante à esquerda. Fonte: Internet
A orla contará com um píer para atracação de barcos e lanchas, que será um atrativo para o parque, além de campos de futebol que também poderão ser espaços para shows e grandes eventos para atrair o público para o local.
Figura 84: Píer iluminado na margem do Rio Guaíba. Fonte: Internet
Figura 85: Campo de futebol com estrutura para shows e grandes eventos. Fonte: Internet
O projeto foi apresentado à população como um plano conceitual, ainda em aberto, apenas em nível de estudo preliminar. Por esse motivo, o projeto não possui detalhes específicos e pode sofrer alterações até a etapa da sua execução. O
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grande objetivo do plano apresentado é garantir aos usuários uma relação com o Rio Guaíba através da orla, com facilidades de acesso, um caminho contínuo por toda a margem do rio para pedestres e ciclistas, alguns usos diferenciados e visuais privilegiados em todo o parque através da implantação de vegetação rasteira. Dentre todos os estudos apresentados, este foi o que menos proporcionou propostas de usos diversificados, e este ponto deveria ser levado em conta na continuidade do projeto de Jaime Lerner. Porém, dentro dos projetos nacionais de intervenção em orlas de rio, este é o que mais chama a atenção pela forma sinuosa do traçado, pelo aproveitamento da topografia natural do terreno e pela iluminação de destaque.
5.4 CONSIDERAÇÕES E CONCEITOS RELEVANTES
O foco principal dos projetos abordados neste capítulo é aproximar a população do meio ambiente do rio através de grandes parques lineares verdes ribeirinhos, trazendo qualidade de vida à população com atividades diversificadas como: caminhar, andar de bicicleta, se banhar, praticar esportes, entre outros. Além disso, possuem projetos ancora com vários usos como museus, restaurantes e anfiteatros ao ar livre, sempre respeitando o ambiente natural e contextualizando com a paisagem do entorno. Para um melhor entendimento dos conceitos e elementos de composição abordados no capítulo, foi elaborada uma tabela comparativa dos casos estudados, onde estão marcados em cinza os pontos que serão transpostos para o projeto.
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Tabela 01: Tabela de análise dos estudos de caso. Fonte: Elaboração do autor.
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6. O MUNICÍPIO DE RESPLENDOR E O RIO DOCE
6.1. LOCALIZAÇÃO E DADOS ESTATÍSTICOS
Resplendor é uma cidade do estado de Minas Gerais, localizada no Vale do Rio Doce, próximo à divisa com o Espírito Santo (FIG. 86). Possui pouco mais de setenta anos de existência e cerca de dezessete mil habitantes no total, sendo 78% habitantes residentes da área urbana e o restante da zona rural. Isso se deve em grande parte à drástica redução de sua população rural que se iniciou na década de 1970 e que se mantém até hoje. Soma-se a isso um crescimento de 0,95% ao ano de sua população urbana, porém há uma redução significativa da população total do município, que na última década apresentou decréscimo de 0,38% ao ano. Possui área territorial de 1.081,80km² e densidade demográfica de 15,80 hab/km² (IBGE, 2010).
Figura 86: Localização da cidade de Resplendor Fonte: Wikipédia
6.2. DADOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS
Segundo Resende e Álvares (2009), por quase três séculos, a região do Médio Rio Doce permaneceu representada como um enorme vazio na cartografia mineira, o que não significa que não era habitada. O local era ocupado pelos índios Botocudos, e mais tarde desbravado em busca de ouro. O povoado de Resplendor começou às
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margens do córrego Santaninha, na segunda metade do século XIX e foi explorado pelo Coronel Manoel Gonçalves de Morais Carvalho e outros bandeirantes. O nome Resplendor, atribuído também à estação ferroviária, decorre da pedreira que resplandece à luz do sol, localizada na margem esquerda do córrego Resplendor, que não é possível ser vista da sede da cidade, mas existe até os dias de hoje.
Figura 87: Pedra do Resplendor, que deu nome ao município em meados do Século XIX. Fonte: Acervo de Italina Ohnesorge
Foi elevado de povoado a distrito de Caratinga em Agosto de 1911, sendo posteriormente, em Setembro de 1915, integrado ao município de Aimorés. Em 17 de Dezembro de 1938, o até então distrito de Resplendor foi elevado à categoria de município. Atualmente a cidade é composta por seis distritos 1: Resplendor (sede), Bom Pastor, Calixto, Campo Alegre de Minas, Independência e Nicolândia (IBGE, 2010). 1
Os Distritos são territórios em que se subdividem os municípios, e costumam se subdividir em bairros. Os distritos dispõem obrigatoriamente de cartórios de ofícios de registro civil e, nos municípios maiores, podem sediar subprefeituras ou administrações regionais. (Fonte: WIKIPEDIA, disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Distritos_do_Brasil, visitado em 10/03/2013 às 20h02).
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A bacia hidrográfica do rio Doce (FIG.88) possui cerca de 83.400 km2, dos quais 86% pertencem ao Estado de Minas Gerais e o restante ao Estado do Espírito Santo. Abrange, total ou parcialmente, áreas de 228 municípios, sendo 202 em Minas Gerais e 26 no Espírito Santo e possui uma população total de 3,1 milhões de habitantes. O Rio Doce é o principal abastecedor da cidade de Resplendor. Possui uma extensão de 853 km e tem como formadores os rios Piranga e Carmo, cujas nascentes estão situadas nas encostas das serras da Mantiqueira e Espinhaço, onde as altitudes atingem cerca de 1.200 metros.
Figura 88: Região do Médio Rio Doce Fonte: Internet
Para se ter uma ideia da sua importância econômica, deve-se saber que a bacia abriga o maior complexo siderúrgico da América Latina. Três das cinco maiores empresas de Minas Gerais no ano de 2000, a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, a ACESITA e a USIMINAS, lá operavam. Além disso, lá se encontra a maior mineradora a céu aberto do mundo, a Companhia Vale do Rio Doce2.
2
Caracterização da Bacia do Rio Doce. Disponível em: <http://www.riodoce.cbh.gov.br/bacia_caracterizacao.asp> Acesso em 10 de Abril de 2013.
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6.3. O DESENVOLVIMENTO DA CIDADE
Segundo Resende e Álvares (2009), em Resplendor o povoado concentrou-se próximo de sua Estação Ferroviária, inaugurada no dia 1º de Maio de 1908, na margem direita do rio Doce. Sua população dedicava-se, principalmente, às atividades agropecuárias, bem como à extração de madeiras. Para lá se dirigiram descendentes de árabes, sírios e libaneses, que impulsionaram o comércio, como também pessoas de origem portuguesa, alemã e italiana. Os comerciantes contaram com funcionários que trabalhavam na construção da estrada de ferro, que costumavam levantar suas barracas próximas ao leito do rio.
Figura 89: Estação Ferroviária de Resplendor em 2007 Fonte: Acervo de Hélio dos Santos Pessoa Júnior
Conforme os mesmos autores, a colonização da parte norte teve início a partir de 1910. Naquela época, a margem esquerda do rio Doce era habitada por indígenas e sua urbanização foi mais lenta. Foi durante a administração do coronel Antônio Martinho Barbosa (1918-1923) que se inaugurou a primeira escola na cidade. A região teve sua ocupação intensificada a partir de 1916, principalmente devido à chegada de descendentes de italianos e alemães.
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Nos anos que seguiram à emancipação do município, foram publicados decretos visando a estruturação dos serviços da prefeitura, a definição dos perímetros urbano e suburbano da cidade, a denominação de ruas e praças e a melhoria das condições de infraestrutura. O transporte entre as margens do rio era feita através de balsas e canoas ou lanchas motorizadas que transportavam pessoas e veículos, como mostram as figuras 90 e 91.
Figura 90: Balsa que fazia a travessia de veículos entre as margens do Rio Doce em 1951 Fonte: Imagem cedida por Carlos Dório Costa
Figura 91: Balsa que fazia a travessia de pessoas entre as margens do Rio Doce Fonte: Imagem cedida por Carlos Dório Costa
Segundo os autores, no final dos anos 40, a prefeitura contratou com a Secretaria da Viação e Obras Públicas do Estado de Minas Gerais a construção de uma ponte
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sobre o Rio Doce. De acordo com os moradores mais antigos, a ponte (FIG. 92), localizada no centro da cidade, caiu várias vezes durante sua construção e só foi inaugurada em 1971.
Figura 92: Ponte sobre o Rio Doce em construção Fonte: Imagem cedida por Carlos Dório Costa
Sempre pelos mesmos autores, na área da educação, o município contava com 68 escolas em 1949. Na década de 1950, a câmara municipal autorizou o executivo a estabelecer convênios com o Departamento de Estradas e Rodagem, visando o melhoramento das rodovias do município. Em 1954, a cidade implantava o seu novo serviço de água e o Posto Médico do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), vinculado ao governo do Estado. Em Maio de 1954, foi financiada a construção e reconstrução dos muros, alambrado, bilheteria e um pequeno cômodo no campo do “Nacional Esporte Clube”. Por fim, até o final da década de 1960, Resplendor conviveu, por um lado, com um movimento continuo de trens de passageiros e carga em sua Estação Ferroviária, além da presença de serrarias (FIG. 93) que impulsionaram a economia local e o desmatamento na região.
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Figura 93: Serraria na cidade de Resplendor Fonte: Imagem cedida por Carlos Dório Costa
Em 1960 nasce a Cooperativa Agro-Pecuária Ltda. (Capel) de Resplendor (FIG. 94) como um marco na vida da comunidade, formada por produtores rurais que desejavam uma melhor maneira para escoamento do leite que eles produziam. A partir daí, ela começa a se desenvolver e se torna importante fonte de emprego da cidade3.
Figura 94: Primeira sede da Capel em Resplendor Fonte: Imagem cedida pela Capel
3
Disponível em <www.capel.ind.br/empresa/empresa.php> Acesso em 06 de Abril de 2013.
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Hoje, a Capel conta com mais de 2000 cooperados que estão distribuídos em 26 municípios, sendo 16 em Minas Gerais e 10 no Espírito Santo. Além disso, conta com 300 colaboradores, para garantir o desenvolvimento das atividades e melhor servir aos cooperados, e atende ao mercado regional, assim como ao mercado mineiro e a outros Estados, como Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e Sergipe, sendo reconhecidamente uma potência do desenvolvimento econômico e social de Resplendor, e de parte do Leste Mineiro4. Em 5 de Maio de 2006, é inaugurada a Usina Hidrelétrica Eliezer Batista, localizada na cidade de Aimorés. A construção da usina alterou parcialmente o cenário da região do Médio Rio Doce (FIG. 95), e Resplendor foi uma das cidades que recebeu modificações importantes.
Figura 95: Área de influência da Usina Hidrelétrica de Aimorés Fonte: Internet
Com a barragem construída em Aimorés, o Rio Doce sofreu um alargamento, fazendo com que algumas casas fossem realocadas e a cidade ganhasse 137 novas unidades habitacionais no bairro Nossa Senhora de Fátima (FIG. 97). Além das casas, a Capel ganhou uma nova e moderna usina de beneficiamento à margem 4
Disponível em <www.capel.ind.br/empresa/empresa.php> Acesso em 06 de Abril de 2013.
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direita do Rio Doce, cuja capacidade de recepção era de até 100.000 litros de leite por dia (FIG. 96).
Figura 96: Nova instalação da fábrica da Capel. Fonte: Internet
Figura 97: Construção das novas unidades habitacionais no Bairro Nossa Senhora de Fátima Fonte: Internet
De acordo com Resende e Álvares (2009), a cidade foi contemplada também com a qualificação das margens do rio e a construção de um viaduto (FIG. 98) juntamente com uma passarela de pedestres, possibilitando a passagem por cima da linha do
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trem. Essas modificações feitas pelo consórcio da Usina Hidrelétrica trouxeram desenvolvimento à cidade, que antes não possuía nenhuma qualificação de sua infraestrutura.
Figura 98: Viaduto passando sobre a estrada de ferro Fonte: Imagem cedida por Carlos Dório Costa
Segundo os autores, apesar de muito lento, houve um pequeno desenvolvimento na cidade. Porém, o número de habitantes diminuiu consideravelmente nos últimos anos. Em 1970 a cidade possuía 27.013 habitantes, enquanto hoje possuem 17.089 habitantes (IBGE, 2010). Sempre pelos mesmos autores, a partir dos anos 90, o município enfrentou um processo intenso de imigração de seus moradores, principalmente para os Estados Unidos da América (EUA). Por outro lado, pesa o declínio econômico da região, com o fim das reservas florestais e a falta de investimentos visando a geração de emprego. Nota-se, portanto, a necessidade de novos investimentos na região, novos projetos, com vistas à sua dinamização econômica e à geração de postos de trabalho que possibilitem a manutenção de seus moradores.
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7.
RESPLENDOR E A SUA PAISAGEM
A cidade de Resplendor possui muitos elementos de composição da paisagem. Entre eles o Rio Doce, as montanhas do entorno, as massas de vegetação, a estrada de ferro, as casas, e a ponte são os mais proeminentes.
Figura 99: Foto panorâmica de Resplendor Fonte: Imagem cedida por Carlos Dório Costa
Tim Waterman (2010) cita que um eixo pode ser considerado a “espinha dorsal” do sítio, comumente é um caminho largo ou uma via. Não necessariamente é uma reta, pode ser em curva ou sinuoso, mas sempre mantém uma linha bem marcada, nunca se divide. Na orla de Resplendor pode-se observar um eixo principal que é o Rio Doce e dois eixos secundários que são as vias que acompanham as margens do rio. São vias muito importantes, que interligam a cidade de ponta a ponta. Na figura 100 podemos observar alguns elementos paisagísticos da cidade.
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Figura 100: Elementos paisagísticos da cidade de Resplendor Fonte: Acervo pessoal
Na composição da paisagem observamos os eixos bem marcantes, a ponte que faz a interligação entre os eixos, as montanhas ao fundo que emolduram a vista, e as massas de aglomerado urbano, marcadas por edifícios de pequeno porte, intercalados por vegetação, sendo a maior parte árvores. Segundo Kevin Linch (2011) os elementos móveis da cidade, como as pessoas, as atividades e os automóveis, são tão importantes quanto os elementos imóveis. Não são apenas observadores da paisagem, mas sim uma parte dela. De acordo com Tim Waterman (2010), equilibrar as necessidades e os ritmos das pessoas em movimento é um grande trabalho. É necessário um estudo aperfeiçoado para obter uma circulação e um fluxo que funcione bem. Movimentar-se dentro de um espaço projetado não é simplesmente vivenciá-lo, mas sim acioná-lo do mesmo modo que uma máquina, portanto, todas as partes e fluxos devem estar em harmonia e funcionando bem, ou a máquina simplesmente para de funcionar. Os pedestres vivenciam intensamente a paisagem pela velocidade da caminhada que permite que o indivíduo perceba ao máximo os detalhes em uma trajetória que varia
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constantemente. A maior parte dessas experiências vivenciadas são, por exemplo, as simples caminhadas do dia-a-dia, entre o local de trabalho, casas e lojas. Em Resplendor, por ser uma cidade de pequeno porte e possuir ruas estreitas, os fluxos são mais lentos. Dessa forma, a percepção da paisagem é majorada, tanto para os pedestres, quanto para ciclistas e usuários de automóveis. Segundo Waterman (2010) os automóveis são, talvez, os maiores desafios na arquitetura paisagística. Problemas relacionados a eles são recorrentes, tais como: a falta de estacionamento, apresentar perigo aos pedestres, ocupar muito espaço na cidade, entre outros. No entanto, nos oferecem comodidade. Uma boa estrutura de transporte é fundamental, e não deve apenas ser seguro, eficiente e confortável, mas as rotas devem ser agradáveis e panorâmicas. A ponte sobre o Rio Doce é considerada uma rota forçada e uma das mais utilizadas, pois no contexto da cidade ela é o único meio de ligação entre os dois lados do rio. Obrigatoriamente, pessoas passam pelo local diariamente observando a paisagem. Tim Waterman (2010) cita que os espaços públicos verdes são fundamentais para a qualidade de vida e bem-estar do ser humano, pois são locais de encontro, lazer e relaxamento. São importantes para ajudar na limpeza do ar e da água, e para amenizar as temperaturas urbanas nas épocas mais quentes. Segundo Lúcia Mascaró (2009), a vegetação age sobre os elementos climáticos em microclimas urbanos, colaborando para o controle da radiação solar, temperatura, umidade do ar, ação dos ventos, das chuvas e para amenizar a poluição do ar. Juan Luis Mascaró (2008) classifica as áreas verdes urbanas em dois grandes grupos: área verde principal e secundária. A área verde principal engloba os formatos de grandes dimensões, que são os parques, clubes de esporte, hortas e floriculturas. Já a área verde secundária abrange os formatos de menores dimensões, que são as praças, largos e ruas arborizadas. Na paisagem urbana de Resplendor, é considerável a quantidade de ruas arborizadas, além da grande área verde que acompanha as margens do rio. Essas áreas são de grande importância, já que o clima da região é muito quente na maior parte do ano.
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Tabela 2: Temperatura média anual Fonte: Wikipédia
7.1. CONDIÇÃO ATUAL DO TERRITÓRIO
Para se fazer a descrição da condição atual da área a ser estudada, optou-se por dividir o território de estudo em sete zonas para um melhor entendimento, como apresenta a figura 101.
Figura 101: Divisão da área em sete zonas Fonte: Acervo pessoal
Legenda: 1 – Ferrovia Sul – Zona 1 2 – Ferrovia Norte – Zona 2 3 – Rodovia Norte – Zona 3 4 – Restaurante Flutuante - Zona 4 5 – Rodovia Sul – Zona 5 6 – Viaduto (acesso pela margem direita) – Zona 6 7 – Acesso ponte (margem esquerda) – Zona 7
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7.1.1. Zona 1
Figura 102: Mapa da zona 1 Fonte: Acervo pessoal
Por toda a zona 1 existe uma extensa avenida de mão dupla que se inicia na descida do viaduto e acompanha o traçado da linha do trem, sendo separada desta por estruturas de concreto. A avenida possui passeio de pedestres em apenas um lado em toda a via, sendo separado da rua por um estreito canteiro gramado. Este passeio é utilizado por moradores para caminhadas diárias. Um peitoril separa o passeio de pedestres da margem do rio, como vemos na figura 103. Logo após a descida do viaduto existe uma área de estar (FIG. 104), com bancos e um pergolado de madeira.
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Figura 103: Descida do viaduto Fonte: Acervo pessoal
Figura 104: Área de estar na orla de Resplendor Fonte: Acervo pessoal
Mais a frente, há uma ampla área aberta gramada (FIG. 105) que eventualmente é utilizada para encontros e feiras e que se estende até a primeira quadra de areia (FIG. 106).
Figura 105: Área aberta e gramada na orla de Resplendor Fonte: Acervo pessoal
Figura 106: Quadra de areia na orla de Resplendor Fonte: Acervo pessoal
Em meio a primeira e a segunda quadra de areia existe outro extenso espaço gramado, sem uso (FIG. 107). No total são três quadras de areia, sendo a terceira de menor dimensão (FIG. 108). O restante da área é gramado, não possui uso (FIG. 109), e se estende até a área de travessia da linha do trem (FIG. 110), que é o local onde termina a avenida da orla e onde se encontra um pequeno local com equipamentos para prática de exercícios físicos (FIG. 111).
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Figura 107: Área verde na orla de Resplendor Fonte: Acervo pessoal
Figura 109: Área verde na orla de Resplendor Fonte: Acervo pessoal
Figura 108: Quadras de areia na orla de Resplendor Fonte: Acervo pessoal
Figura 110: Travessia da linha do trem. Fonte: Acervo pessoal
Figura 111: Equipamentos para exercícios físicos. Fonte: Acervo pessoal
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Figura 112: Vista geral da zona 1. Fonte: Acervo pessoal
7.1.2. Zona 2
Figura 113: Mapa da zona 2. Fonte: Acervo pessoal
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Na zona 2, existe um posto de gasolina da Capel (FIG. 114) que funciona apenas durante o dia, juntamente com um edifício onde está instalado o supermercado e a parte administrativa da Capel (FIG.115).
Figura 114: Posto da Capel. Fonte: Acervo pessoal
Figura 115: Edifício administrativo e supermercado da Capel. Fonte: Acervo pessoal
Mais à norte, na continuação da avenida da orla, encontramos uma pequena área residencial, com casas de no máximo três pavimentos, sem acesso à margem do rio. Logo à frente, existe uma área da prefeitura atualmente utilizada para armazenamento de entulho de construções (FIG. 116). À frente, segue a estrada sem pavimentação, que dá acesso ao frequentado clube da AABB (Associação Atlética do Banco do Brasil).
Figura 116: Vista aérea da zona 2. Fonte: Acervo pessoal
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7.1.3. Zona 3
Figura 117: Mapa da zona 3. Fonte: Acervo pessoal
A zona 3 possui uma área ajardinada, sem uso, que acompanha toda a extensão da avenida que dá acesso às residências, que possuem afastamento maior da margem do rio. A área é utilizada apenas para passagem de moradores da região.
Figura 118: Área ajardinada na zona 3. Fonte: Acervo pessoal
Figura 119: Área ajardinada na zona 3. Fonte: Acervo pessoal
A margem do rio nessa zona possui vegetação ciliar e é separada da avenida por uma mureta de concreto. Ao lado da mureta segue uma calçada estreita, pouco utilizada.
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7.1.4. Zona 4
Figura 120: Mapa da zona 4. Fonte: Acervo pessoal
A zona 4 possui uma grande praça que conta com uma quadra poliesportiva (FIG. 121) e uma bocha (FIG. 122), muito utilizada, principalmente por idosos.
Figura 121: Quadra poliesportiva na praça na zona 4. Fonte: Acervo pessoal
Figura 122: Bocha na praça na zona 4. Fonte: Acervo pessoal
No restante da praça, há uma área com canteiros e bancos. Apenas uma parte é sombreada por árvores. Nessa zona, a margem do rio também é separada por uma mureta de concreto (FIG. 123). Mais a frente, existe a entrada para o “Mania do Lago”, o restaurante flutuante, que fica alguns metros afastados da margem do rio (FIG. 124).
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Figura 123: Área com canteiros e bancos na praça na zona 4. Fonte: Acervo pessoal
Figura 124: Passarela que dá acesso ao restaurante flutuante na zona 4. Fonte: Acervo pessoal
7.1.5. Zona 5
Figura 125: Mapa da zona 5 Fonte: Acervo pessoal
Alguns metros depois da entrada do restaurante, na direção sudeste, começa a zona 5, área onde recentemente foram construídas novas unidades habitacionais. Uma ampla avenida com um canteiro central foi construída para dar acesso a essa região,
101
como mostra a figura 126. A calçada que acompanha a avenida é utilizada pelos moradores para caminhadas e passeios.
Figura 126: Unidades habitacionais na zona 4. Fonte: Acervo pessoal
7.1.6. Zonas 6 e 7
Figura 127: Mapas das zonas 6 e 7. Fonte: Acervo pessoal
As zonas 6 e 7 são os locais de acesso à ponte, sendo que a zona 6 (FIG. 128 e 129) está localizada na margem direita e a zona 7 (FIG. 130) na margem esquerda.
102
Figura 128: Acesso à ponte na zona 6. Fonte: Acervo pessoal
Figura 129: Acesso à ponte na zona 6. Fonte: Acervo pessoal
Figura 130: Acesso à ponte na zona 7. Fonte: Acervo pessoal
De acordo com as imagens pode-se concluir que a paisagem da cidade sofreu modificações
conforme
seu
crescimento.
As
últimas
modificações
mais
proeminentes foram a construção das unidades habitacionais na zona 5, que fez com que o bairro Nossa Senhora de Fátima se expandisse, além da construção do viaduto na zona 1. O viaduto facilitou extremamente o acesso à região da orla e à ponte, que antes era totalmente interditada periodicamente durante o dia para a passagem do trem. Pode-se observar também que a zona de intervenção possui muita área verde, e ainda possui vegetação ciliar por toda a margem do rio. Essa estrutura é muito importante para a qualidade de vida da população, e principalmente para a preservação das margens do Rio Doce e da sua biodiversidade. Tim Waterman (2010) cita que a relação entre estruturas e o espaço tem um efeito importante nas atividades que possam ocorrer nele. A melhor maneira de entender como um espaço público funciona é observar como as pessoas se comportam, como desfrutam do espaço e como utilizam o mobiliário urbano.
103
Para entender melhor como funciona o espaço público na área de intervenção, no capítulo seguinte será realizado um diagnóstico preliminar do território, levando em consideração todo o seu entorno.
104
8. DIAGNÓSTICO
Para uma melhor compreensão e análise da área de intervenção, a região foi dividida em 7 zonas distintas, como já foi dito anteriormente. Por meio de recortes menores da área, é possível se fazer uma aproximação imprescindível para o entendimento das funções urbanas de cada um dos espaços.
Figura 131: Mapa mostrando a divisão das zonas. Fonte: Elaboração do autor
Para a primeira etapa de trabalho, foi realizado um diagnóstico preliminar analisando as condições do entorno da área de intervenção, que será aperfeiçoado na próxima etapa.
105
Para obter uma visão ampla da área de estudo, foram elaborados mapas síntese das funções e características urbanas da cidade. Foram elaborados a partir do mapeamento de:
Forma visual
Circulação
Uso do solo
Equipamentos e serviços públicos
Curvas de nível
Potenciais e pontos negativos
O mapa da forma visual identifica alguns dos pontos principais definidos por Kevin Linch (2011), que são os bairros, os limites, os nós e os marcos visuais (FIG. 132). A cidade é dividida em cinco bairros, sendo o Centro o principal deles, tendo uma concentração de atividades distintas como comércio, serviços e residências. Os limites identificados foram os próprios limites das margens do rio, e o limite marcante da cidade que é a passagem da linha de trem, que corta o território ao meio. Os principais marcos visuais são a ponte, a estação ferroviária e a histórica e monumental Igreja Matriz. No mapa também foram identificados os principais nós viários da cidade, importantes cruzamentos de grande fluxo, tanto de pedestres, quanto de veículos na região.
106
Figura 132: Mapa da forma visual. Fonte: Elaboração do autor
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O mapa de circulação também aborda um dos pontos de Linch (2011), que são as vias de circulação do território (FIG. 133). Por se tratar de uma cidade relativamente pequena, as vias principais são as coletoras que ligam toda a extensão da cidade passando pelo centro e pelas margens do rio. As demais vias são locais de bairro.
Figura 133: Mapa de circulação. Fonte: Elaboração do autor
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O mapa de uso do solo (FIG. 134) foi originado a partir dos usos existentes no local: residencial, comercial, institucional e uso misto (uso comercial e residencial em um mesmo edifício). Através da análise do mapa pode-se ressaltar a presença de um centro comercial principal, e outros comércios pontuais espalhados pela cidade.
Figura 134: Mapa de uso do solo. Fonte: Elaboração do autor
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Além disso, nota-se que o uso residencial é predominante em todo o território. O uso institucional (igrejas, escolas, hospitais) se encontra em toda a área, porém mais concentrado no centro comercial. O mapa também pontua os espaços públicos de lazer: as praças e campos de futebol da cidade. O mapa demonstra que faltam esses espaços no território, as poucas praças que existem são de pequeno porte e não atendem as necessidades da população. Vale ressaltar que esses espaços são de grande importância para a qualidade de vida dos moradores e para a valorização da região. O mapa de equipamentos e serviços públicos (FIG. 135) teve como base edifícios de saúde, segurança, igrejas, escolas e comunicação (Correios). Pode-se observar que a maioria desses equipamentos e serviços está concentrada no lado da margem direita do rio, que é onde se encontra o centro da cidade. Observa-se que faltam equipamentos, principalmente os mais importantes como o de segurança e de saúde para os moradores do bairro Nossa Senhora de Fátima. As escolas da região atendem bem à demanda de alunos da cidade.
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Figura 135: Mapa de equipamentos e serviços públicos. Fonte: Elaboração do autor
Através do mapa das curvas de nível, observa-se que algumas partes da cidade possuem topografia muito acentuada (FIG. 136). Em geral, essas áreas de morro
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são ocupadas por uma população de baixa renda, algumas sendo até consideradas áreas de risco. Nas áreas centrais, de topografia plana, que é onde se encontra o centro da cidade, reside, em geral, a população de classe média baixa a alta.
Figura 136: Mapa de curvas de nível. Fonte: Elaboração do autor
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No mapa de potencialidades e pontos negativos, foram destacadas as 7 zonas da área de intervenção e suas características potenciais e seus pontos negativos.
Figura 137: Mapas das zonas 1, 2 e 3. Fonte: Elaboração do autor
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Figura 138: Mapas das zonas 4, 5, 6 e 7. Fonte: Elaboração do autor.
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Pode-se observar que a área de intervenção já possui alguns usos importantes que devem ser reforçados e aperfeiçoados, além de aliados a novos usos para atrair as pessoas para a área. Hoje, mesmo que pouco utilizada, temos uma área onde os moradores utilizam para a prática de pesca. Além da pesca, existe a prática da caminhada, prática de esportes nas quadras existentes e a utilização da área para feiras e eventos. Além de possuir uma bela paisagem, a área de intervenção possui uma localização estratégica no centro da cidade. A região pode ser considerada a principal zona de ligação da cidade, pois interliga a entrada principal da cidade, com a ponte sobre o Rio Doce, que conecta os dois lados da cidade. A região também está próxima da estação rodoviária e ferroviária da cidade, que são os pontos principais de chegada de turistas. Essa proximidade deve ser reforçada, criando uma conexão direta com a área de intervenção. Para um melhor diagnóstico e análise do perfil dos usuários, foi realizada uma entrevista com 20 moradores da cidade, a fim de identificar os referenciais e hábitos de lazer em diversas faixas etárias. No gráfico 1, está identificada a faixa etária dos entrevistados.
Gráfico 1: Faixa etária dos entrevistados. Fonte: Elaboração do autor.
O gráfico 2 identifica os hábitos de lazer dos moradores atualmente, destacando-se as atividades de caminhada, ginástica, esportes em geral e ouvir música.
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Gráfico 2: Hábitos de lazer dos entrevistados. Fonte: Elaboração do autor.
Quando questionados a respeito do elemento que consideram um marco na cidade, a Igreja Matriz (FIG. 139) ficou em primeiro lugar, em seguida a orla do Rio Doce, como mostra o gráfico 3.
Figura 139: Igreja Matriz no Centro de Resplendor - MG. Fonte: Imagem cedida por Carlos Dório Costa.
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Gráfico 3: Marco de referência da cidade na opinião dos entrevistados. Fonte: Elaboração do autor.
Através da entrevista pode-se observar que as margens do Rio Doce tem grande importância para a cidade e seus moradores, uma vez que é considerado um marco de referência para a região. Outro ponto importante é que seus hábitos de lazer estão diretamente ligados a essa área, pois hoje o calçadão e as quadras de esporte existentes são muito utilizados pela população. É muito importante que esses elementos sejam valorizados, trazendo assim, qualidade de vida e qualificação dos hábitos de lazer dos moradores.
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9. O PROJETO
9.1. O CONCEITO
A estratégia de intervenção paisagística e qualificação urbana das margens do Rio Doce é implantar um grande parque urbano, criando uma reinterpretação da orla do rio como uma área verde, integrada, acessível, e com diversidades de usos. A ideia é criar um parque que explore o percurso e a experiência do pedestre e do ciclista, onde a população possa contemplar uma bela paisagem, usufruir de áreas de lazer confortáveis e onde possa haver integração entre as pessoas. O desafio aqui colocado está em melhorar a qualidade de vida dos moradores da cidade, criando áreas de convívio e lazer, bem como áreas de interesse social e que tragam uma fonte de renda para a população. Além disso, o objetivo é atrair visitantes e turistas para conhecer o parque, a cidade e sua paisagem. N
Figura 140: Imagem aérea das condições existentes Fonte: Internet
Após a realização do diagnóstico da área, juntamente com os estudos e através de croquis (FIG. 141), foram definidas as propostas e desenvolvido o masterplan do projeto (FIG 142), subdividido em trechos para melhor visualização e entendimento.
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Figura 141: Estudo conceitual Fonte: Elaboração do autor
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INSERIR A3 DO MASTERPLAN
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9.2. AS PROPOSTAS
A primeira proposta começa em um dos pontos principais: a entrada do parque próxima à entrada da cidade, na margem direita do Rio Doce, na Zona 1. Neste local foi implantado um portal de boas vindas, com uma edificação que possui um centro de informações turísticas, restaurante e banheiros. Este ponto será de grande importância para o parque, pois é um dos marcos de entrada que acolherá os visitantes, onde possui local para estacionamento de ônibus turísticos, bicicletário e vagas de estacionamento de carros. Nesta área foi implantada a principal área de atividades físicas, o complexo esportivo do parque, que conta com pista de skate, pista de bicicross, campo de futebol, quadra poliesportiva e academia popular. O complexo também conta com um amplo pátio central de aproximadamente 2.400m² com um pequeno palco, onde poderão ser realizados eventos esportivos. Quando não houver eventos também poderá ser utilizado para fins esportivos, tais como skate, patins, e outros. Próximo ao complexo esportivo foi implantado mais banheiros de apoio. O complexo esportivo será um ponto muito importante na cidade, pois além de trazer novas modalidades esportivas à cidade, irá oferecer qualidade de vida com a prática de exercícios físicos para todas as faixas etárias. Nessa área começa o calçadão de 5 metros de largura e a ciclovia com 2 metros de lagura, que percorrem por todo o parque.
Figura 143: Proposta do Complexo Esportivo Fonte: Elaboração do autor
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Figura 144: Situação existente da área Fonte: Elaboração do autor
Figura 145: Proposta do Complexo Esportivo Fonte: Elaboração do autor
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Figura 146: Proposta do Complexo Esportivo Fonte: Elaboração do autor
Próximo ao complexo esportivo foi proposta uma área de marina, que conta com um espaço para estacionamento de 985m², área de apoio com depósitos e banheiros e, ainda, uma área com decks para atracação de lanchas, barcos de passeios, jet skis, e outros. Nesse deck também possui jardineiras em formato circular com bancos em volta, que embelezam o local, além de ser útil e confortável para quem, por exemplo, aguarda a chegada de um barco para um passeio. Esta área será muito importante tanto para o lazer dos moradores, quanto para o lazer turístico, pois podem ser propostos passeios de barco durante o dia no Rio Doce, gerando, por conseguinte, emprego e renda para a população.
Figura 147: Proposta da Marina Fonte: Elaboração do autor
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Figura 148: Situação atual da área Fonte: Elaboração do autor
Figura 149: Proposta da Marina Fonte: Elaboração do autor
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Figura 150: Proposta da Marina Fonte: Elaboração do autor
Ao lado da marina foi criada uma grande praça de integração no formato de uma folha de árvore com 6.700m², reforçando a ideia de integração com a natureza e o rio, já que a forma sinuosa acompanha o contorno das margens do rio. A praça possui um piso diferenciado, onde foram propostas formas geométricas em um mosaico triangular com cores diferenciadas, sendo algumas dessas, canteiros com vegetação. Essas formas criam um dinamismo e um colorido na paisagem, tornando a praça um local divertido e atraente. A praça conta com dois quiosques, próximos a uma área que possui mesas com ombrelones próximas a margem do rio, criando um local agradável para sentar, fazer um lanche, conversar, apreciando a bela paisagem do rio. A praça também possui em sua área central jardineiras em formato circular com bancos, além de mesas com bancos com a opção de jogos, como dama, xadrez, entre outros. Também foi proposta uma área de playground, com brinquedos em formato de trem, fazendo uma releitura do famoso trem de ferro que passa nas proximidades. Esses brinquedos atendem tanto às crianças mais novas, quanto as mais velhas, já que possuem níveis de brincadeiras diferentes. No entorno foram inseridos bancos de apoio para os pais estarem perto das crianças, sempre com conforto.
125
Figura 151: Proposta da Praça de Integração Fonte: Elaboração do autor
Figura 152: Situação atual da área Fonte: Elaboração do autor
Figura 153: Proposta da Praça de Integração Fonte: Elaboração do autor
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Figura 154: Proposta da Praça de Integração Fonte: Elaboração do autor
Figura 155: Proposta da Praça de Integração Fonte: Elaboração do autor
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Figura 156: Proposta da Praça de Integração Fonte: Elaboração do autor
Junto à praça, uma ponte de 55 metros de comprimento para pedestres de e ciclistas sobre o córrego existente faz a interligação da praça a outra área de vivência do parque. A proposta é despoluir o córrego, de modo que preserve o rio, os animais e elimine o mau cheiro do local. A praça em formato circular possui pérgolas que criam áreas de estar com bancos, para a apreciação da paisagem. Além de apreciar a vista, o visitante pode se aproximar do rio em uma área de deck, no entorno possui degraus até o nível da água, que formam a “praia artificial” com 150 metros de extensão, criando um espaço de proximidade entre a população e o rio. No entorno, existe uma área gramada, que será utilizada para “picnics”, além de ser uma agradável área para soltar pipas.
Figura 157: Proposta da Praça de Integração Fonte: Elaboração do autor
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Figura 158: Situação atual da área Fonte: Elaboração do autor
Figura 159: Proposta da Praça de Integração Fonte: Elaboração do autor
Mais à frente, na Zona 2, onde hoje existe o edifício e o posto de gasolina da CAPEL, foi proposta a retirada dessa edificação, pois ela bloqueia o visual do rio, escondendo a área onde foi proposta a continuação do parque, não permitindo sua integração com o restante da área. No local, foi implantada uma praça, com a mesma proposta de piso geométrico triangular da anteriormente mencionada, além de quiosque, mesas com ombrelones, banheiros de apoio e playground. Essa praça, de aproximadamente 2.000m², será um ponto importante na cidade, pois no local foi proposta a criação de uma nova ponte para pedestres e ciclistas, ligando a margem
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direita à esquerda do rio. A nova ponte será uma solução confortável principalmente para os ciclistas que atravessam a antiga ponte em meio aos carros, já que não existe, nem tem espaço para uma ciclofaixa. A ponte será em estrutura metálica suspensa por cabos de aço, que irá proporcionar leveza e ao mesmo tempo contraste entre o moderno e a ponte existente, que é em concreto.
Figura 160: Proposta da Praça Fonte: Elaboração do autor
Figura 161: Situação atual da área Fonte: Elaboração do autor
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Figura 162: Proposta da Praça Fonte: Elaboração do autor
Foi criada ainda, na Zona 2, uma área de estar e observação da paisagem com uma fonte central, com pergolados, bancos e um deck. Esses elementos foram criados de modo que criasse um eixo visual. A rua entre as residências existentes foi valorizada com canteiros e iluminação, tornando-a mais segura e atraente. Toda essa área irá valorizar as residências que existem no local, já que hoje este espaço é subutilizado, pouco visitado, tornando-se perigoso e pouco atrativo.
Figura 163: Proposta da Praça Fonte: Elaboração do autor
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Figura 164: Proposta da Praça Fonte: Elaboração do autor
Figura 165: Proposta da Praça Fonte: Elaboração do autor
Mais a frente, ainda na Zona 2, foi proposto um edifício onde será o novo centro administrativo da CAPEL, além de abrigar o novo Centro Cultural da cidade, com um Centro Comunitário, área para aulas de dança, teatro, lutas, artes marciais, artesanato, entre outros, em aproximadamente 15.000m² em três andares. Uma
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parte desta edificação será implantada sobre pilotis, criando um amplo espaço de estacionamento sob o edifício, além de uma grande área de bicicletário. O edifício conta também com uma área central para informações turísticas e banheiros, que também pode ser utilizada para pequenas exposições. Para o edifício foram propostas medidas de sustentabilidade: captação e armazenamento de água da chuva, cobertura verde com domos que permitem a ventilação cruzada e a iluminação natural, além de painéis de captação da energia solar. A justificativa da escolha do local de implantação desse edifício é que hoje esta área pode ser considerada um “vazio urbano”, pois é utilizada como depósito de restos de construções da prefeitura. Dessa forma, o edifício não causa a densificação da cidade. Outro fato importante é o edifício ser horizontal, e grande parte estar sobre pilotis, não causando um impacto na paisagem. Ao lado do edifício foi proposta uma horta comunitária, que irá proporcionar uma complementação nas condições de alimentação da população, estimulando hábitos alimentares saudáveis, fortalecendo o convívio comunitário, a cooperação e o trabalho em equipe, além de oferecer conhecimentos técnicos de plantio para que os participantes também cultivem a horta em suas residências. Ao lado da horta foi criada uma pequena praça de convívio e área de estar, reforçando a ideia de convívio comunitário.
Figura 166: Proposta do Centro Comunitário Fonte: Elaboração do autor
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Ao lado da horta foi criado o Centro de Apoio à Pesca Artesanal, um edifício de aproximadamente 1.900m² em dois pavimentos de apoio aos pescadores, que oferecerá formação profissional básica na área das pescas, além de aulas de alfabetização aos pescadores e familiares. Neste Centro de Apoio, o peixe será processado, conservado e vendido, garantindo a qualidade do produto. Em frente ao Centro de Apoio, foi proposta uma área de píer, sendo parte dela destinada aos pescadores, com local para atracação de barcos. Este espaço de apoio será de grande importância, pois hoje algumas famílias praticam a pesca sem nenhum equipamento adequado e sobrevivem dessa atividade. Ao lado do Centro de Apoio à Pesca Artesanal foi implantada uma área de estacionamento. As áreas à frente serão destinadas a preservação permanente da mata ciliar.
Figura 167: Proposta do Centro de Apoio à Pesca Fonte: Elaboração do autor
134
Figura 168: Proposta do Centro de Apoio à Pesca e do Centro Comunitário Fonte: Elaboração do autor
Figura 169: Proposta das fachadas do Centro de Apoio à Pesca e do Centro Comunitário Fonte: Elaboração do autor
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Figura 170: Situação atual da área Fonte: Elaboração do autor
Figura 171: Proposta do Centro Comunitário Fonte: Elaboração do autor
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Figura 172: Proposta da Horta Comunitária e do Centro de Apoio à Pesca Fonte: Elaboração do autor
Esta parte do parque descrita anteriormente, que se encontra na margem direita do rio, é separada do restante da cidade pela passagem da linha de ferro. Para a integração entre elas foi proposta a implantação de três novas passarelas de pedestres e ciclistas. Essas passarelas terão formato cilíndrico e revestimento em ACM, com guarda corpo em vidro. Serão cobertas, porém teráo uma claraboia na cobertura para não se tornar um local enclausurado.
137
Figura 173: Vista e corte da passarela de pedestres Fonte: Elaboração do autor
Na margem esquerda do Rio Doce, na Zona 3, foi proposta uma praça de convivência de aproximadamente 4.400m², junto à descida da nova ponte. O espaço possui dois quiosques de aproximadamente 180m² cada, centro de informações turísticas e banheiros. A intenção dos quiosques no parque é criar atrativos para o parque não só durante o dia, mas também durante a noite. Em relação à expansão da parte norte da cidade, foi proposta a continuação do calçadão e ciclovia para a integração com o bairro. Na descida da ponte existente, a rua foi alargada para a implantação de uma rotatória, que irá facilitar o escoamento do trânsito na área, pois este é um nó viário importante no parque.
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Figura 174: Proposta da Praça Fonte: Elaboração do autor
Figura 175: Situação atual da área Fonte: Elaboração do autor
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Figura 176: Proposta da Praça Fonte: Elaboração do autor
No sentido sul, na Zona 4 onde hoje existe uma praça, foi criada uma área com as mesmas propostas da praça anteriormente mencionada, criando por consequência, uma integração entre elas. Além disso, foi proposto um espaço com playground, sendo este em formato de trem, além de bancos e mesas para jogos. Junto a esta área foi proposta a criação de uma área mais aberta, com canteiros espaçados e retilíneos, tendo em vista que a praça é muito utilizada para feiras e eventos, criando assim, uma padronização e organização para montar os stands. Foi proposta ainda, a bocha e a quadra poliesportiva, hoje muito utilizada pela população em geral. Ao lado foi implantada uma área de estacionamento.
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Figura 177: Proposta da Praça Fonte: Elaboração do autor
Figura 178: Situação atual da área Fonte: Elaboração do autor
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Figura 179: Proposta da Praça Fonte: Elaboração do autor
Ao sul, ainda na Zona 4, foi criada uma área que será importante atrativo no parque: o novo Restaurante Flutuante, que terá aproximadamente 2.200m². A área onde hoje existe um talude ganhou um paisagismo com formas geométricas integrando a área com o restante do parque, além de vagas de estacionamento para apoio ao restaurante. Na entrada do restaurante foi criada uma baia de veículos para o embarque e desembarque de pessoas, e o alargamento da calçada para sete metros valoriza a chegada ao local. O restaurante contará com área coberta e um deck descoberto de 420m² com mesas com ombrelones.
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Figura 180: Proposta do Restaurante Flutuante Fonte: Elaboração do autor
Figura 181: Situação atual da área Fonte: Elaboração do autor
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Figura 182: Proposta do Restaurante Flutuante Fonte: Elaboração do autor
Figura 183: Proposta do Restaurante Flutuante Fonte: Elaboração do autor
No sentido sul da cidade, na Zona 5, foi proposta a permanência dos canteiros existentes, porém foi criado um paisagismo com formas geométricas, reforçando a integração com o restante do parque, além de continuar o calçadão e a ciclovia, integrando o parque com os bairros vizinhos.
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9.3. ESPECIFICAÇÕES DE PAVIMENTAÇÃO, MOBILIÁRIO E MASSA VEGETAL
Para a pavimentação das praças, calçadão e ciclovia, foi utilizado o Ecocreto, um concreto permeável de modo que a água seja destinada ao solo de maneira natural, evitando poças e alagamentos.
Figura 184: Pavimentação com concreto permeável Fonte: Internet
Para a pavimentação das ruas foi utilizado o intertravado de concreto permeável.
Figura 185: Pavimentação com intertravado de concreto permeável Fonte: Internet
Para as áreas de estacionamento descobertas foi utilizada pavimentação tipo pisograma.
145
Figura 186: Pavimentação tipo pisograma Fonte: Internet
Nas áreas de deck foi utilizada a madeira plástica, que é sustentável e ecológica. Possui as mesmas aplicações da madeira natural, além de longa durabilidade, é imune a pragas e possui zero absorção de água.
Figura 187: Pavimentação tipo madeira plástica Fonte: Internet
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Nas áreas de playground e academia popular foi utilizado um piso 100% feito de pneu reciclado, resultando em um piso seguro e flexível, além de ser drenante e permitir a passagem da água.
Figura 188: Exemplo de playground com pavimentação de pneu reciclado Fonte: Internet
Para as áreas de calçadão e ciclovia foi especificado um poste com rebatedor da marca Lumicenter, que direciona a luz para o local desejado.
Figura 189: Poste com rebatedor Fonte: Internet
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Para as áreas de praça foi especificado um poste para iluminação geral da linha Hedo, marca Performancing in Lighting.
Figura 190: Poste para iluminação geral Fonte: Internet
Para as ruas e avenidas foram propostos novos postes com design diferenciado, da linha Piano da marca Schréder.
Figura 191: Poste para veículos Fonte: Internet
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Para todo o parque foi proposto um modelo de banco moderno que remete às formas geométricas propostas no projeto, o modelo Moe da marca Nomen. A peça de 1,58 metros de largura será chumbada no piso.
Figura 192: Bancos Fonte: Internet
Figura 193: Dimensões do banco Moe Fonte: Internet
As lixeiras foram escolhidas com as mesmas propostas dos bancos, e ainda possuem a opção de cores da coleta seletiva, da linha Ciclo da marca Nomen.
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Figura 194: Lixeiras Fonte: Internet
Figura 195: Dimensões da lixeira Fonte: Internet
As mesas possuem cor e design diferenciado, além de espaço confortável para a instalação de tabuleiro de jogos. São da linha Arco da marca Nomen.
Figura 196: Mesas Fonte: Internet
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Para o playground foi proposta a confecção de um brinquedo em formato de trem, remetendo ao trem de ferro, com diversas opções de brincadeiras, para atrair crianças de todas as idades.
Figura 197: Exemplo de playground Fonte: Internet
Para a academia popular foi proposto equipamentos próprios para instalação ao ar livre, com boa durabilidade.
Figura 198: Equipamentos da academia popular Fonte: Internet
151
Para as áreas de bicicletário foi proposto o bicicletario da marca Rigman, fixado no chão.
Figura 199: Modelo de bicicletário Fonte: Internet
As espécies de vegetação utilizadas no projeto são: Licania tomentosa (Oiti)
Figura 200: Oiti Fonte: Internet
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Bauhinia blakeana (Pata-de-vaca)
Figura 201: Pata-de-vaca Fonte: Internet
Eucalyptus deglupta (Eucalipto arco-íris)
Figura 202: Eucalipto arco-íris Fonte: Internet
153
Tabebuia roseo-alba (IpĂŞ-branco)
Figura 203: IpĂŞ branco Fonte: Internet
Zoysia japonica (Grama-esmeralda)
Figura 204: Grama-esmeralda Fonte: Internet
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Ophiopogon japonicus (Grama-preta)
Figura 205: Grama-preta Fonte: Internet
Chlorophytum comosum (Clorofito)
Figura 206: Clorofito Fonte: Internet
155
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do trabalho desenvolvido, foi possível obter informações imprescindíveis sobre os princípios da arquitetura paisagística, os conceitos dos parques urbanos, sua importância no território e sua influência no meio urbano. Os conceitos e a metodologia da paisagem aprendidos auxiliaram na realização do diagnóstico preliminar da zona de intervenção, necessário para apontar as potencialidades e os pontos negativos da área e de seu entorno.
Com a realização do diagnóstico, foi possível compreender que a região necessita de um espaço público que atenda às necessidades da cidade, trazendo qualidade de vida e, principalmente, aproximando a população do bem mais precioso que possuem: o rio.
A proposta é de criar um grande parque verde valorizando e integrando toda a região da orla com o restante da cidade, aproximando-a do Rio Doce e, consequentemente trazendo qualidade de vida à população.
O projeto, apresentado na etapa de estudo preliminar, traz ações que visam atrair moradores e visitantes para o parque através de diversidade de usos, acessibilidade, tratamento paisagístico de toda a região, expansão e valorização dos espaços livres públicos de lazer e recreação, assim como a valorização da paisagem natural.
Logo, esse trabalho foi realizado com a finalidade de mostrar a importância das áreas verdes públicas para a cidade e seus moradores, assim como a influência do rio no ambiente, devendo assim, serem preservados para que sejam sempre elementos de destaque e qualificação dentro do ambiente urbano.
156
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Guia
oficial
para
visitar
o
South
Bank
Park.
Disponível
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<www.visitsouthbank.com.au/>. Acesso em: 10 Mar. 2013.
11
GORSKI, F. T. As Imagens da Orla do Guaíba no Projeto de Jaime Lerner. Jan. 2013. Disponível em: <http://jardimdecalateia.com.br/as-imagens-daorla-do-guaiba/>. Acesso em: 10 Mar. 2013.
12
IBGE Cidades, Resplendor - MG. Censo Demográfico 2000, Instituto Brasileiro
de
Geografia
e
Estatística,
2000.
Disponível
em:
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=315430#>. Acesso em 03 Mar. 2013
13
LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. São Paulo: Ed. WMF Martins Fontes, 2011.
14
MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Gramado. Parques Urbanos no Brasil. 2 ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2003.
15
MASCARÓ L.; MASCARÓ, J. J. Ambiência Urbana. Porto Alegre, RS: Ed. Masquattro, 2009.
16
MASCARÓ, Juan Luis. Infra-estrutura da Paisagem. Porto Alegre, RS: Ed. Masquattro, 2008.
158
17
MELO, M. I. O.; DIAS, K. S. Parques Urbanos: Práticas de Lazer e Turismo. Trabalho apresentado no IX Seminário da Associação Nacional Pesquisa e Pós-Graduação
em
Turismo,
São
Paulo,
2012.
Disponível
em:
<http://anptur.org.br/ocs/index.php/seminario/2012/paper/downloadSuppFile/ 962/504>. Acesso em: 20 Abr. 2013. 18
REZENDE, M.; ÁLVARES, R. (Org.) Era Tudo Mata: o processo de colonização do Médio Rio Doce e a formação dos municípios de Aimorés, Itueta e Resplendor. Belo Horizonte: Consórcio da Hidrelétrica de Aimorés, 2009.
19
SEGAWA, H. Arquitetura Paisagística até 1930. In: FARAH, I.; BAHIA, M.; TARDIN, R. (Org.) Arquitetura Paisagística Contemporânea no Brasil. São Paulo: Ed. Senac, 2010. P. 35-48.
20
SOLER,
A.;
BAHAMÓN,
A.;
CAMPELLO,
A.
Intervenciones
Arquitectónicas en el Paisaje. Barcelona: Ed. Ediciones Parramón, 2008.
21
Waterfront
Park
Master
Plan.
Disponível
em:
<http://www.portlandonline.com/parks/finder/index.cfm?action=ViewFile&Pol PdfsID=328&/Waterfront%20Park%20Master%20Plan.pdf>. Acesso em: 26 Abr. 2013.
22
WATERMAN, Tim. Fundamentos de Paisagismo. Porto Alegre, RS: Ed. Bookman, 2010.
159
ANEXOS
N EXPANSÃO SUL DA CIDADE
11
RESERV. ÁGUA PLUVIAL
10
9
2
3
1
8
EXPANSÃO NORTE DA CIDADE
5
GALPÃO DEPARTAMENTO DE OBRAS (EXISTENTE)
4
6 7
PLANTA BAIXA - MASTER PLAN
0
100
200
400 M UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
1 Portal de Boas Vindas e Complexo Esportivo
8 Praça da Conexão (Margem esquerda)
2 Marina
9 Praça Cultural
3 Praças da Integração
10 Restaurante Flutuante
4 Praça da Conexão (Margem direita)
11 Praça linear
5 Praça e Deck de observação
12 Portal de Boas Vindas
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
6 Centro Cultural
ESCALA:
7 Centro de Apoio à Pesca Artesanal
DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
1/18
N PLANTA DE ATERRO E DEMOLIÇÃO
0
100
200
400 M
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
ÁREA DE ATERRO ÁREA DE DEMOLIÇÃO
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
2/18
D 2 B
2
3
1
4
2
6
5
11
10
7
12
C
13
D
C GALPÃO DEPARTAMENTO DE OBRAS (EXISTENTE)
8 9
B
14 PLANTA BAIXA - ZONA 1
0
15 50
100
200 M
N
1- Área para picnic e pipódromo 2- Degraus até o nível da água 3- Área com pergolado e bancos 4- Margens do córrego preservadas 5- Praça com playground, quiosque e pontos de alimentação de pássaros 6- Marina 7- Quadra de futsal / voley 8- Apoio / Banheiros 9- Academia popular 10- Quadra de futebol 11- Área de eventos do complexo esportivo com pequeno palco 12- Pista de bicicross 13- Pista de Skate 14- Marco de entrada: portal de boas vindas sentido Vitória ES 15- Portal de boas vindas com restaurante, centro de informações turísticas e banheiros
0
15
30
60 M
PLANTA BAIXA - ZONA 1 - AMPLIAÇÃO PRAÇAS DE INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
3/18
Bairro Centro
Via
Canteiro com bancos Faixa verde
Trem de ferro
Pergolado
Calçadão 0.00
Deck
Pergolado Luz
Praça
+0.15 +0.12
+0.15
CORTE B
Luz Via
Faixa verde
Praça
Canteiro com bancos
Pergolado
Praça / Calçadão / Ciclovia
Ponte pedestres / Ciclovia
Vegetação ciliar preservada
Calçadão 0.00
+0.15 +0.12
+0.15
+0.15
+0.15
CORTE C
Bairro São Vicente
Via Faixa verde Estacionamento
Trem de ferro
Marina
0
Calçadão 0.00
+0.15
5
10
20 M
+0.15
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG
CORTE D
AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
4/18
Quiosque
Quiosque +0.15
+0.15
+0.15 +0.25
+0.10
+0.12
+0.25 +0.12
+0.12
+0.12 +0.15 +0.12 +0.15
+0.12
+0.12
+0.15
+0.15
+0.15 +0.12
Faixa de proteção verde
±0.00
+0.10
0
PLANTA BAIXA - ZONA 1 - AMPLIAÇÃO PRAÇA DE INTEGRAÇÃO
Licania tomentosa (Oiti) Tabebuia roseo-alba (Ipê-branco)
Piso permeável colorido Ecocreto
Deck de madeira plástica
Piso permeável colorido Ecocreto
Mesa linha Arco marca Nomen
Piso permeável colorido Ecocreto
Mesa com ombrelone para 6 pessoas
Piso drenante de pneu reciclado
Vegetação ciliar
Piso drenante de pneu reciclado
Zoysia japonica (Grama-esmeralda)
Piso drenante de pneu reciclado Piso veículos tipo intertravado de concreto
Ophiopogon japonicus (Grama-preta)
Banco linha Moe marca Nomen Playground de madeira Poste para iluminação geral Poste para calçadão e ciclovia com rebatedor
20
40 M
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG
N
Bauhinia blakeana (Pata-de-vaca)
Chlorophytum comosum (Clorofito)
Piso veículos tipo intertravado de concreto Piso ciclovia permeável Ecocreto
10
AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
5/18
N 0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
60
170
180
190
200
210
220
+0.10 5.00
+0.15
+0.15 5.50
40
8.00
8.00
4.90
+0.15
0 2.0
9.60
+0.15
4.40
20
3.10
5.30
R 2.20
+0.15
4.40
i=2 %
+0.15
60
+0.15
+0.10
±0.00
00 10.
i=2 %
0
2.00
+0.12
R 2.20
0 5.0
10
4.40
i=2 %
4.62
R 2.20
6.20
i=2 %
+0.12
4.62
6.10
15 ,00
.00 15
4.40
6.08
5.97
+0.12
2.10
+0.10
0 5.0
30
2.00
50
+0.12
-10
0
PLANTA GEOMÉTRICA - ZONA 1 - AMPLIAÇÃO PRAÇA DE INTEGRAÇÃO
10
20
40 M
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
6/18
14
13 10
12
11
9
IAS ÊNC ES D I S RE TENT EXIS
7
A
4
8 AS NCI S Ê D I RES TENTE EXIS
3
D
2 1
B
C
A
A 6
N
5
PLANTA BAIXA GERAL - ZONA 2 0
1- Área de preservação 2- Estacionamento 3- Jardineiras com bancos 4- Horta comunitária 5- Passarela elevada para pedestres 6- Faixa de pedestres elevada 7- Deck dos pescadores com jardineiras com bancos 8- Área coberta / Entrada do Centro Cultural 9- Bicicletário 10- Deck de observação da paisagem 11- Praça com fonte e pergolados floridos
12- Calçadão e ciclovia 13- Ponte para pedestres e ciclistas 14- Praça com bancos, mesas, playground e quiosque A Centro de apoio à pesca
Bauhinia blakeana (Pata-de-vaca) Licania tomentosa (Oiti) Tabebuia roseo-alba (Ipê-branco)
50
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG
Piso permeável colorido Ecocreto Piso permeável colorido Ecocreto Piso permeável colorido Ecocreto
Vegetação ciliar
Piso drenante de pneu reciclado
C Hall de entrada e banheiros
Zoysia japonica (Grama-esmeralda)
D Estacionamento sob pilotis
Ophiopogon japonicus (Grama-preta)
Piso drenante de pneu reciclado Piso veículos tipo intertravado de Piso drenante de pneu reciclado concreto Piso ciclovia veículospermeável tipo intertravado de Piso Ecocreto concreto
100 M
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
Chlorophytum comosum (Clorofito)
B Centro Comunitário
Deck de madeira plástica
25
AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
7/18
9
1- Área de preservação 2- Estacionamento 3- Jardineiras com bancos 4- Horta comunitária 5- Passarela elevada para pedestres 6- Faixa de pedestres elevada 7- Deck dos pescadores 8- Área coberta / Entrada do Centro Cultural 9- Bicicletário A Centro de apoio à pesca B Centro Comunitário C Hall de entrada e banheiros D Estacionamento sob pilotis
A1 VIST 7 8
A
4
AMPLIAÇÃO DA ÁREA DO CENTRO CULTURAL
3 Licania tomentosa (Oiti) Bauhinia blakeana (Pata-de-vaca) Eucalyptus deglupta (Eucalipto arco-íris)
D
2
Vegetação ciliar
C
1 B
Zoysia japonica (Grama-esmeralda)
Bauhinia blakeana (Pata-de-vaca)
Piso pedestre tipo placa cimentícia Deck de madeira plástica
A
Deck de madeira plástica reforçado para a marina dos pescadores Piso veículos tipo intertravado de concreto Piso ciclovia permeável Ecocreto Estrada de ferro
N
A
6
5
0
10
20
40 M
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
PLANTA BAIXA AMPLIAÇÃO - ZONA 2 - CENTRO COMUNITÁRIO
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA:
VISTA 1
DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
8/18
4.00
Poste em alumínio pré-fundido pintado linha Hedo LED marca Performancing in Lighting
R 2.00
80
2.40
30
80
40
A
Substrato
Banco de madeira
A
60
Argila expandida
50
30
40
R 2.30 30 R 2.70
4.00 4.60
30
CORTE AA - DETALHE JARDINEIRA ESC.: 1/50
PLANTA BAIXA - DETALHE JARDINEIRA ESC.: 1/50
Portulaca grandiflora (Onze-horas)
Granito polido Bege dunas
Ophiopogon japonicus (Grama-preta)
Deck de madeira plástica
Banco de madeira plástica
Centro Cultural
Calçada
Canteiro 3º Pav - Restaurante
Via 0.00
Canteiro com bancos
Luz
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
Deck
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG
2º Pav - Centro Cultural +0.15
+0.25
Térreo - Centro Comunitário
+0.15
+0.12
+0.15
AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA:
CORTE AA ESC.: 1/300
DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
9/18
N
30.00
Portulaca grandiflora (Onze-horas) Ophiopogon japonicus (Grama-preta)
R 3.20
Banco de madeira plástica
40
30
Granito polido Bege dunas
30
3.20
40
R 2.95
R 2.55 R 1.90
40
30
6.00
30
40
R 1.20
A
40
30
4.50
30
Piso permeável colorido Ecocreto
R 3.30
R 3.00
R 2.30 R 2.25
Piso permeável colorido Ecocreto
R 3.70
R 1.60
A
40
R 6.70
R 7.30
PLANTA BAIXA - DETALHE JARDINEIRA ESC.: 1/125
30
4.50 5.10
30
12
18
3.50 3.80
60
50
60
50
60
N
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO
30
5.70 6.30
30 UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG
CORTE AA - DETALHE JARDINEIRA ESC.: 1/125
AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
10/18
+0.15 +0.15
±0.00
RUA
±0.00
Sobe
LINHA DE TREM +5.60
RUA Sobe
±0.00
+0.15
±0.00
CALÇADA
1 VISTA 0
+0.15
PLANTA BAIXA - PASSARELA DE PEDESTRES - ZONA 2
Passarela em forma cilíndrica em estrutura de aço revestido em ACM prata e guarda-corpo de vidro
8.60
3.60 5.00
ESC.: 1/400
VISTA 01 - PASSARELA DE PEDESTRES
Clarabóia
35
Chapa em ACM
Guarda-corpo de vidro
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
3.60
Tubo em alumínio
1.50
2.60 80
Chapa em ACM
Chapa em ACM
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG
1.10
ESC.: 1/400
AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
Chapa em ACM
CORTE
ESCALA:
ESC.: 1/50
DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
11/18
ILUMINAÇÃO NO PISO
3.60
2.35
5.15
PISTA DE PEDESTRES
CANTEIRO CENTRAL COM GRAMA PRETA
PISTA DE CICLISTAS
POSTES DE ILUMINAÇÃO
PLANTA BAIXA - PONTE DE PEDESTRES
Cabos de aço galvanizado protegidos por uma capa de polietileno de alta densidade branca
Ponte estaiada em estrutura mista de concreto e aço
Guarda corpo de concreto h=110cm
Margem esquerda
Poste de iluminação
i=8,33%
i=8,33%
15.00
Margem direita
VISTA 01 - PONTE DE PEDESTRES
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
30
1.10
3.50
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
CORTE 01 - PONTE DE PEDESTRES
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
12/18
Ponte de pedestres e ciclistas
+0.10 +0.15 +0.15 +0.15
+0.12
Canteiro com bancos +0.12 +0.15
+0.10 +0.15
+0.15 +0.15
+0.25
±0.00
N
Quiosque e banheiros
0
Licania tomentosa (Oiti) Tabebuia roseo-alba (Ipê-branco)
10
20 M
PLANTA BAIXA AMPLIAÇÃO - ZONA 2 - PRAÇA
Piso permeável colorido Ecocreto
Piso veículos tipo intertravado de concreto Piso ciclovia permeável Ecocreto
Piso permeável colorido Ecocreto
Mesa linha Arco marca Nomen
Piso permeável colorido Ecocreto
Mesa com ombrelone para 6 pessoas
Vegetação ciliar
Piso drenante de pneu reciclado
Zoysia japonica (Grama-esmeralda)
Piso drenante de pneu reciclado
Ophiopogon japonicus (Grama-preta)
Piso drenante de pneu reciclado Piso veículos tipo intertravado de concreto
Chlorophytum comosum (Clorofito)
5
Banco linha Moe marca Nomen Playground de madeira Poste para iluminação geral Poste para calçadão e ciclovia com rebatedor
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
13/18
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
80
70
+0.10 4.50 2.60
60 +0.15
i=2 %
6.30
4.40
+0.12
4.40
15.00
+0.15 2.90
4.0 0
15 .00
4.40
.00 15
.50 13
30
+0.15
i=2 %
0 7.2
+0.10
0 9.6
60 2.
40
+0.12
50 4.
50
+0.15
+0.15
i=2 %
20
±0.00
00 4.
.00 27
+0.15
10 UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
0 .0 12
0 3.8
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG
N
0
AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
PLANTA GEOMÉTRICA - ZONA 2 - PRAÇA
0
5
10
20 M
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
14/18
11
10
7
8
9
6 1
2
4
3
5 0
25
50
100 M
N
PLANTA BAIXA GERAL - ZONAS 3 E 4
1- Quiosque e banheiros 2- Praça da conexão (Margem esquerda) 3- Quiosque e Centro de Informações 4- Ponte nova para pedestres e ciclistas 5- Ponte existente 6- Praça com playground, meses e bancos 7- Praça livre para feiras e eventos 8- Bocha 9- Quadra poliesportiva 10- Área de estacionamento 11- Restaurante flutuante com área descoberta
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA:
PLANTA BAIXA - SIMULAÇÃO DA FEIRA NA PRAÇA
DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
15/18
1- Quiosque / Banheiros 2- Quiosque / Centro de informação turística 3- Praça de convivência 4- Calçadão e ciclovia 5- Ponte nova para pedestres e ciclistas Licania tomentosa (Oiti) Tabebuia roseo-alba (Ipê-branco)
±0.00
Vegetação ciliar
+0.15 +0.15
+0.12 +0.25
+0.15
+0.12
Zoysia japonica (Grama-esmeralda) Ophiopogon japonicus (Grama-preta)
+0.12
Zoysia japonica (Grama-esmeralda) Piso permeável colorido Ecocreto
+0.15
Piso permeável colorido Ecocreto Piso permeável colorido Ecocreto Piso veículos tipo intertravado de concreto Piso ciclovia tipo asfalto colorido
+0.15 +0.15
+0.12
Mesa com ombrelone para 6 pessoas +0.12
Poste para iluminação geral Poste para calçadão e ciclovia com rebatedor
+0.25 +0.10
+0.10
4 1 3 5 PLANTA BAIXA - PRAÇA ZONA 3
0
10
20
N
2 40 M
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
16/18
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
6.60
30 ±0.00
15.00
15.00
15 .00
27.13
4.40
5.32
4.40
4.40
+0.25 % i=2
+0.12
+0.12 % i=2
+0.10
5.50
7.08
15.00
-20
9.00
+0.15
31.75
10.20
6.92
R 20.00
+0.12
+0.15 .00 15
30. 00
+0.12 % i=2
% i=2
% i=2
12.00
-10
+0.15
8.10
+0.15
+0.15
+0.12 +0.25
5.50
+0.15
3.00
03 13.
0
5.50
2.00
15.00
15.46
10
5.50
2.30
±0.00
20
R 8.80
-30 +0.10
-40
-50
-60
0
10
20
40 M
N
PLANTA GEOMÉTRICA - PRAÇA ZONA 3
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
17/18
EXPANSÃO SUL DA CIDADE
8
7 RESERV. ÁGUA PLUVIAL
10 9
B
7 6 PLANTA BAIXA GERAL - ZONAS 4 E 5
D
8
11
UNIVERSIDADE VILA VELHA - UVV 0
25
50
N
1- Praça com playground, meses e bancos 2- Praça livre para feiras e eventos 3- Bocha 4- Quadra poliesportiva 5- Área de estacionamento 6- Restaurante flutuante com área descoberta 7- Praça linear com canteiros e playground 8- Portal de Boas Vindas sentido Gov. Valadares - MG
PROJETO DE INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E QUALIFICAÇÃO URBANA DAS MARGENS DO RIO DOCE EM RESPLENDOR - MG
100 M
AUTORA DO PROJETO: LOCAL:
LARISSA SOARES SOUZA
RESPLENDOR - MG
ESCALA: DATA:
INDICADA NOVEMBRO / 2013
PRANCHA:
18/18