Feira do Produtor de Ă guas Claras por Larissa Guerra
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Universidade de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Projeto, Expressão e Representação Diplomação II Caderno de Projeto Diplomação II Larissa Guerra Santos | 11/0149891 Orientador: Éderson Teixeira
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Segundo historiadores a prática das feiras é decorrente desde as civilizações mais antigas, povos como os fenícios, gregos, romanos e árabes, praticavam esse tipo de comércio nos antigos centros urbanos. As feiras são responsáveis pelo abastecimento, convívio e recreação de um espaço. Além de serem elementos impulsionadores da economia, as feiras são responsáveis pela interação social entre os seus frequentadores. Traz consigo o conceito de cidadania, de apropriação do bem público. A interação provoca uma modificação de comportamento importante nos indivíduos envolvidos, como resultado do contato e da comunicação que se estabelece entre todos. Desse modo, fica claro que o incentivo a criação de espaços públicos, tonam-se a base para a formação de cidades mais humanas.
introdução
OBJETO DE ESTUDO .....................................................01 OBJETIVOS .......................................................................01 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ...................................02 REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................03 FEIRAS NO DF .................................................................05 RESUMO FEIRAS PERMANENTE |DF ......................07 PARQUE CENTRAL DE ÁGUAS CLARAS ..................08 A FEIRA ATUALMENTE ..................................................12 LINHA DO TEMPO ..........................................................16 FUNCIONAMENTO DA FEIRA .....................................17 A VOZ DA COMUNIDADE ............................................18 O OBJETO ........................................................................20 O ENTORNO ....................................................................21 DIAGNÓSTICO: Terreno ...............................................22 DIAGNÓSTICO: Acessos e Entorno ..........................23 TOPOGRAFIA .....................................................................24 ASPECTOS CLIMÁTICOS ................................................25 VENTOS E SOMBRAS ......................................................25 ESTUDOS DE CASOS: Pavilhão da Polônia ............27 ESTUDOS DE CASOS: Pavilhão EUA .........................28 ESTUDOS DE CASOS: Concurso de Oslo ................29 DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO ...................................31 PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................32 PROJETO .............................................................................34 DESENHOS TÉCNICOS ..................................................44 DETALHES ..........................................................................74 RENDERIZAÇÕES .............................................................88 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................95
sumário
contexto 06
b. objetivos
a. objeto de estudo
A criação da feira tem por objetivo proporcionar uma solução arquitetônica e paisagística adequada ao vazio urbano localizado ao lado da estação do metrô de Águas Claras. Devido a proximidade com o metrô, importante meio de transporte público para a região, sua posição estratégica favorece o transporte de mercadorias das fontes produtoras até os feirantes. O local é rota constante para os moradores da cidade, que caminham pelos arredores e vazios urbanos em direção a estação. Além de promover um caminho mais atrativo para a população, a feira do produtor também atuará como centro abastecimento não somente para Águas Claras, mas de toda a sua proximidade, como Arniqueiras e Areal. A abordagem de projeto baseia-se no espaço para as bancas, associadas a criação de uma praça, espaços para cursos relacionados a nutrição /educação alimentar e interesses comuns a comunidade, academia ao ar livre, jardins e espaços de descanso (redários e etc).
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O trabalho final da graduação será embasado na criação de uma feira permanente para a cidade de Águas Claras-DF, localizada entre a Av. Pau Brasil e as Ruas Blvd. Norte e Sul.
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c. justificativa e relevância O projeto tem por objetivo suprir a carência de setores públicos de abastecimento e de áreas verdes destinadas ao convívio e recreação da população em Águas Claras. Trata-se de uma cidade com grau de densidade construtiva alta, devido a presença marcante de prédios com aproximadamente 21 andares. O padrão de vida da população é predominantemente classe média alta.
Por essa razão, existe uma demanda para uso da feira todos os dias, atendendo de certa forma, as opções de lazer dos finais de semana e as necessidades dos trabalhadores locais como convivío e até mesmo como complemento das atividades do ofício. O funcionamento reduzido da procura pelos feirantes nos dias úteis, será suprida pelas outras tarefas associadas ao local, como por exemplo a praça, os cursos e a academia. A proposta possui caráter de permanência e também de passagem, focando no paisagismo e em elementos que auxiliem o trânsito de pedestres no local.
A cidade é caracterizada como dormitório, ou seja, seus moradores migram para outros centros urbanos para trabalhar e retornam a noite. Entretanto, no final de semana a cidade é ponto de descanso para os mesmos. Apesar da migração dos seus moradores nos dias úteis, funcionários como empregadas domésticas, pedreiros e os demais do setor terciário, totalizam uma parcela de pessoas ativas na cidade de segunda à sexta.
A estruturação de um espaço destinado a construção da Feira de Águas Claras vem sendo discutida há anos entre a associação de moradores e Administração local. Por se tratar de um centro urbano novo, existe uma demanda alta de usos e apropriações de lotes inadequadas, muitos encontram-se vazios e aos poucos vem sendo alvo de empreendimentos imobiliários.
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Com isso, há uma escassez de áreas de convivência pública, ficando restrita ao Parque de Águas Claras e as pequenas praças entre as quadras residenciais. Apesar de serem poucos esses espaços, nos finais de semana há uma apropriação e engajamento por parte da população em todos esses locais. Entretanto, um fator relevante nesta abordagem, está na preservação do meio ambiente, através de áreas verdes que auxiliem no processo de drenagem pluvial. Atualmente existe um problema agravante na cidade, relacionado aos problemas de alagamentos e falta de drenagem da chuva para o solo, ocasionados pelo baixo nível de impermeabilização. Águas Claras é constituído basicamente por edifícios residenciais e os mesmos possuem suas respectivas áreas de lazer. Essa condição sugere que a comunidade se feche em vínculos de condomínios, tornando as áreas de circulação da cidade pouco atrativas.
d. referencial teórico As feiras são consideradas verdadeiros pontos de simbiose humana. Tanto as feiras quanto os mercados possuem um papel determinante na apropriação do espaço público. Local onde ocorre a transferência de diálogos e experiências que sintetizam a identidade local.
A partir disso, surgiu nos seus arredores uma população dedicada as atividades mercantis daquele período, recebendo o nome de “La Vila Nova Del Mercadal”. No final do século XII, o mercado tornou-se insuficiente de satisfazer a população, devido ao crescimento repentino da cidade.
Para a realização do comércio é necessário o encontro de fluxos, de bens materiais, mercadorias e homens e de ideias em determinado espaço físico, VARGAS (2001). De acordo com Pintaudi (2006) a partir das redes de trocas de mercadorias, de informações, relações financeiras, modelos culturais e artísticos, surgiram as cidades.
Pouco a pouco, começaram a aparecer outros mercados locais situados fora das muralhas da cidade, como por exemplo o mercado de El Born, local onde se realizavam festas religiosas e torneios denominados “justas”.
Um exemplo disso é a cidade de Barcelona, na região da Catalunha (Espanha), cuja origem é na época do Império Romano. No final do século X após a ocupação árabe, foi instalado na cidade o primeiro mercado, cujo nome era a Plaza Del Angel.
Imagem 03 Le Halles -Paris.
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Outro mercado que também recebeu denominação de feira era o Boqueira, desde a sua fundação em 1217, vendiase frutas e verduras. Em meados do século XIX este mercado foi edificado, tornando-se coberto e ocupando também o lugar de um antigo convento de carmelitas e uma capela, incendiadas em 1835, se encontravam bem junto da antiga praça. […] (PINTAUDI, p.6, 2006).
A cidade de Barcelona, assim como o núcleo urbano de Paris, possui grandes exemplares de mercados que surgiram espontaneamente as necessidades das populações locais. Os mercados e as feiras antigas, influenciaram na estruturação urbana de diversas cidades europeias. Alguns fecharam suas portas e outros continuam em plena atividade até hoje, entre os mercados e feiras conhecidos estão: Sant Andreu, Minot Mercabarna,Hostafrancs, la Concepició, Sant Gervasi, Sants Sant Antoni, la Barcelona, Sarriá, entre outros.
Imagem 04 Mercado Municipal de São Paulo.
O mercado possui o perfil socializador e recreativo muito predominante em uma sociedade, além da sua função econômica e de abastecimento de centros urbanos, com papel não apenas na atividade econômica, mas principalmente na vida social, já que o varejo adota uma condição de simbiose com as atividades sociais (VARGAS, 2001, p.96).
O primeiro mercado instalado em Paris foi o “marché Palu”. Luís VI implanta no século XII, um mercado ao ar livre, junto ao local onde depois seria construído Les Halles, funcionava três dias por semana e prosperou durante todo o século XVIII. No século XIX Le Halles foi reconstruído com ferro e vidro, bem como outros mercados foram construídos, como o Secrétan e SantQuentin. Todavia, com a renovação da cidade de Paris muitos mercados foram demolidos (PINTAUDI, 2006)
No Brasil, apesar do grande intervalo de tempo entre os mercados e feiras européias, o surgimento dessas instituições possui diversas paridades. Em São Paulo
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no século XVIII o mercado e feiras tiveram suas origens nas chamadas “casinhas”, que vendiam produtos alimentícios não perecíveis e as “quitandas”, onde se vendiam gêneros perecíveis, como as legumes e frutas. Anos depois com a criação do Mercado Municipal, esses estabelecimentos perderam suas funções. No início do século XX, no ano de 1933, o Mercado Municipal transfere-se para o local em que se encontra hoje, cuja área a partir do crescimento da cidade se tornou central (PINTAUDI, 2006).
e. feiras no DF
Brasília é uma cidade singular, em diversos dos seus aspectos se difere de uma cidade convencional. Foi concebida através dos ideais modernistas que se instauraram no meio urbanístico e arquitetônico nas primeiras décadas do século XX, como a Carta de Atenas, realizada em 1933. Nessa perspectiva, prioriza-se questões referentes as setorizações de centros urbanos, a organização e o planejamento do crescimento de suas áreas.
“É amplamente reconhecida a importância das feiras como um lugar de preservação das tradições regionais que formam a identidade cultural de Brasília. De fato, a diversidade é uma das marcas que distinguem e singularizam a cidade-capital que, criada modernista e planejada, passou por transformações provocadas por formas espontâneas ocupação, populações que traçam novos riscos na paisagem.” Um Estudo sobre as Feiras Permanentes de Brasília, Mariza Veloso e Angélica Madeira, Inventário do Iphan, Saber e Fazer Tradicionais, pág. 65.
RAZÃO COMUM DOS SURGIMENTO DAS FEIRAS NO DF:
Cidade nova que cresceu rapidamente e originou uma procura pelos serviços de abastecimento
O Inventário das Feiras Permanentes do DF e Entorno, realizado pelo Iphan, tem por objetivo apresentar as funções primordiais por trás de uma feira, sintetizando a produção de fontes do SABER e FAZER tradicionais, como prova de apropriação do patrimônio imaterial de uma comunidade.
Mão de obra ociosa após a construção da cidade, que encontraram nas feiras uma oportunidade de sustento para suas famílias
As feiras representavam a tentativa de vivenciar os costumes das suas terras de origem (principalmente o nordeste, Mg e Go)
Tomando como referência o surgimento de uma cidade planejada, cujo o processo urbano não ocorrera de forma espontânea, pode-se compreender as justificativas acerca do número elevado de Feiras Permanentes localizadas em Brasília e seu entorno. A setorização trouxe pontos positivos e negativos para a cidade, entre
Além disso, Brasília se tornou uma cidade cara (fruto do planejamento/setorização), de forma que sua população imigrante buscava por produtos melhores e mais acessíveis
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os positivos estão a racionalização e a organização da malha urbana. Entretanto, essa mesma setorização tornou-se fator principal da especulação imobiliária, a supervalorização de áreas que deveriam residir a todas as classes sociais, inclusive as operárias que tiveram participação na construção da cidade. Outra característica da capital está no “engessamento” das funções, trazendo de certa forma, a monotonia urbana. A setorização de Brasília favoreceu a proliferação espontânea das feiras através da vivência e do encontro, buscando-se práticas típicas de raízes de uma população recém-formada em meados de 1970. Muitos imigrantes nordestinos, mineiros e goianos, vieram em busca de oportunidades de trabalho na construção da capital. Rapidamente, Brasília e suas cidades satélites tiveram que lidar com carências no sistema de abastecimento, tornando-se cada vez mais difícil acompanhar o crescimento populacional. Essa entre outras razões, favoreceram a proliferação espontânea das feiras nos núcleos urbanos surgidos.
As feiras possuem vários papéis além do comercial, como por exemplo a transmissão dos SABERES e a promoção de um espaço responsável pelo lazer e sociabilidade da população, principalmente para as cidades satélites, onde as ofertas culturais são mais escassas e há uma procura constante em estabelecer raízes e costumes típicos de uma comunidade “jovem” (surgimento em meados de 1960). É interessante observar a evolução das feiras no DF desde o seu surgimento até hoje. No início as feiras foram surgindo a partir de um processo urbano espontâneo. Aos poucos as feiras foram tomando espaço nas cidades e no cotidiano das pessoas, de forma que seus espaços tornaram-se em sua maioria, desorganizados. Contraditório pensar em uma cidade planejada com espaços de convivência pública em desordem. A partir disso, as entidades públicas passaram a administrar esses locais, muitas feiras foram adaptadas, com algumas pequenas melhorias construtivas (padrão GDF) e tornaram-se então, as conhecidas feiras permanentes do DF. Importante observar esse fenômeno espontâneo que se adequa a setorização proposta pela cidade.
PROCESSO ESPONTÂNEO
DESORDEM!!!
TORNAM-SE PERMANENTES
SETORIZAÇÃO!!!
No Inventário das Feiras Permanentes do DF realizado pelo Iphan, foram citadas 10 feiras permanentes,
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entre elas estão: a Feira do Núcleo Bandeirante, da Torre de TV, do Cruzeiro, Sobradinho, Taguatinga, Ceilândia, Planaltina, Gama, Guará e dos Importados. Pode-se dizer que uma feira torna-se permanente, quando passa a ser legalizada pelo governo. Os benefícios para o governo em transformar feiras espontâneas em permanentes está na arrecadação de novas fontes tributárias. Para a população os benefícios econômicos e sociais são diversos, ocorre a geração de empregos para as pessoas, é também um canal de ascensão social e de reconhecimento identitário, de formação de redes de relação e inclusão social, “as feiras tornam possíveis outras estruturas sociais, interações mais horizontais, mais democráticas, permitindo uma maior proximidade entre pessoas de níveis sociais e de renda diferentes” (IPHAN, Inventário, pág. 71). Os feirantes são organizados atualmente em associações que lutam por maiores investimentos por parte da administração pública. As feiras legalizadas também enfrentam dificuldades em obter respaldo e investimento do governo. Aquelas que se encontram em processo de se tornarem feiras permanentes - como é o caso da Feira de Águas Claras - são as mais afetadas pela carência de incentivos. Com pouca voz ativa e total descaso pelas administrações locais.
f. resumo feiras permanentes | DF FEIRA DE SOBRADINHO • surgiu no final da construção da cidade Sobradinho, em meados da década de 70; • caráter alimentício - intuito de abastecer a recém formada cidade e gerar emprego para a antiga mão de obra da cidade; • a feira se destaca no ramo hortifrutigranjeiro (feira serrana).
• caráter alimentício, confecção, flores e artesanato; • público atuante remete principalmente as origens goianas e nordestinas. FEIRA DO GAMA • assim como Planaltina é uma cidade antiga, na qual a troca de mercadorias já existiam, porém atualmente a feira está deteriorada; • feira alimentícia.
FEIRA DE TAGUATINGA • foi criada em 1977, na tentativa de agrupar todos os comerciantes informais dispersos pela cidade; • caráter alimentício e confecção.
FEIRA DO GUARÁ • a feira foi criada em 1969, a cidade foi construída para instalar os funcionários que trabalhavam no Plano Piloto; • focada na confecção, em menor escala alimentícia.
FEIRA DA CEILÂNDIA • surgiu em meados da década de 70, na tentativa de retirar as invasões nordestinas localizadas no Núcleo Bandeirante; • a feira é a representação da cultura nordestina; • caráter alimentício. lazer/musical (música popular/sertaneja), confecção, voltada para as raízes do nordeste.
FEIRA DOS IMPORTADOS • surgiu no SIA em 1997, após a união de camelôs na rodoviária e de outras partes de Brasília; • caráter de comércio eletrônico, confecção e um pouco de alimentício; • diferencia-se das outras pelo seu tratamento mais impessoal e transitório.
FEIRA DE PLANALTINA • cidade antiga surgida em 1790, na qual houve comércio feirante no decorrer de toda a sua história;
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FEIRA DO NÚCLEO BANDEIRANTE • surgiu desde a implementação da cidade 1956; • caráter alimentício (cultura nordestina); • público atuante na feira são os imigrantes nordestinos. FEIRA DA TORRE • feira surgida em meados de 1970 pelo movimento hippie; • caráter artesanal; • público que trabalha na feira é mesclado (nordestinos, estrangeiros, brasilienses, goianos, mineiros). FEIRA DO CRUZEIRO • surgiu no início da década de 60, em um terminal de ônibus; • procurava oferecer infraestrutura para os recém chegados em Brasília; • caráter alimentício e lazer/musical (Escola de Samba, Aruc); • público que atua é carioca em sua maioria (devido a sua proximidade com a Vila dos Militares, em grande parte vinham do Rio), há também uma parcela de nordestinos.
g. parque central de águas claras
O efeito da especulação imobiliária vem sido refletido na vida dos moradores de Águas Claras. Ao longo dos anos, o número de pavimentos dos prédios aumentou, chegando a 30 em alguns casos. O fenômeno da transformação de residenciais unifamiliares em prédios de habitação coletiva na Quadra 301 e o aumento no número dos pavimentos, fomentam o problema da especulação imobiliária atual. O desenvolvimento urbano associada a especulação desenfreada, prejudicaram a qualidade urbana dos moradores na cidade, sofrendo com a ausência de equipamentos de uso coletivo capazes de fazer frente ao processo de adensamento ocorrido ao longo dos anos. Águas Claras foi criada em 1991 e possui uma população de aproximadamente 130.00 habitantes, segundo dados da Codeplan em 2010. Em contrapartida desse processo, procura-se através de diretrizes administrativas e urbanas, a compensação da carência de espaços públicos de convívio para a comunidade, afim de ampliar as relações sociais e gerar qualidade de vida. Diante dessa realidade, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação -SEDHAB, desenvolveu há alguns anos o projeto do Parque Central de Águas
Imagem 06 Planta Parque Central de Águas Claras.
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Claras. Trata-se de um parque urbano, alternativa de convívio coletivo e amenidades da comunidade local, localizado entre as estações de metrô de Águas Claras e Concessionárias, conectado com o Parque Ecológico de Águas Claras. Atualmente, essas áreas públicas estão degradadas e, em parte, ocupadas com estandes de vendas de construtoras (Imagem 06). Os moradores da cidade recolheram assinaturas do abaixo-assinado que foi entregue ao GDF, exigindo-se a construção do Parque Central de Águas Claras. Mais de 800 pessoas participaram do pedido. O projeto para construção do espaço existe há oito anos, mas até hoje o edital para início da construção não foi lançado. O projeto aprovado em 2008, delimitou que o parque ficaria em uma área de 17 hectares, entre as estações do metrô e avenidas Castanheiras e Araucárias. No programa de necessidades básicos, é proposto a construção de quadras poliesportivas, estacionamento, áreas de lazer, de esporte e de alimentação. Segundo administração de Águas Claras, o edital propõe que a empresa vencedora da licitação, gerencie o parque por 30 anos, com contrato renovável por mais 30. Tendo direito a exploração da área construída, onde devem ficar restaurantes e bares.
A Promotoria de Justiça de Ordem Urbanística (Prourb) ajuizou ação civil pública (ACP), no dia 11/02/15 com pedido de liminar, para exigir o licenciamento ambiental corretivo da Região Administrativa de Águas Claras. Enfatizando a correção dos impactos ambientais e urbanísticos, frutos do desvirtuamento do projeto original da cidade. No princípio de Águas Claras, a Terracap, requereu a Licença Prévia para o empreendimento, com o prazo de 365 dias. Expirado o prazo, a companhia imobiliária não procurou a renovação do prazo. A ação pública da Prourb, pede a realização de licenciamento ambiental corretivo, vinculada a ação da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema). Essa ação determina à Terracap e o DF a responsabilidade de implementar três parques ecológicos previstos para Águas Claras. Ao Ibram, caberá a elaboração de estudos de viabilidade e adequação ambiental e a gestão dos futuros parques. O projeto original previa a instauração do Parque Central, o Parque Sul e o Parque Ecológico de Águas Claras (Imagem 07). Desses, apenas o último foi implantado. A ação tem como função impor a criação dos outros dois, como forma de solucionar a carência de áreas verdes na RA de Águas Claras, através da compensação ambiental.
LEGENDA: Parque Ecológico Parque Central Parque Sul Estação do metrô Terreno feira Imagem 07 Complexo de parques em Águas Claras.
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De acordo com relatório de peritos do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), as áreas previstas para o Parque Central e para o Parque Sul tornaram-se alvo de despejo de material de construção ou foram ocupadas por edificações. Ainda de acordo com os peritos, o local que seria destinado ao Parque Sul tem características que reforçam a importância de sua implantação imediata, dado o risco de aterramento de uma nascente. Os questionamentos sobre a relação do espaço entre a feira permanente proposta para Águas Claras, associada ao futuro Parque Central, são alvos de intensos debates. A comunidade é contra a feira ocupar área destina ao parque. Afinal o espaço é destinado para áreas verdes, praças e parques infantis, equipamentos de ginástica, ciclovias, anfiteatros, pistas de skate, e etc. Entretanto, a área limítrofe entre o Parque Central e a Estação de Águas Claras, seria o espaço ideal para implementação da feira, devido ao fato de estar localizada ao lado do espaço destinado ao parque, não sendo construída em área específica para o mesmo.Os dois espaços tornaram-se complementares em suas funções, assemelhando-se no caráter de áreas de convívios para a comunidade (Imagem 07). O conceito do projeto da nova feira baseia-se na proposta de centro de
distribuição e educação alimentar para a população, em busca de melhores condições de vida e saúde. O Parque Central, por sua vez, possui funções semelhantes no que diz respeito a promoção de qualidade de vida, através das práticas de esportes e recreação. Em um final de semana por exemplo, as pessoas podem seguir um roteiro abrangente, com a visita ao parque e participação das atividades físicas, associado a passagem pela feira, em busca de alimentos saudáveis. Esses mecanismos influenciam e contribuem com o estilo de vida da população jovem de Águas Claras.
Imagem 08 Situação da área destinada ao Parque Central.
A construção do Parque Central e da feira permanente são necessidades reais e concretas para o seu público. Atualmente, os feirantes e moradores lutam para que a administração concretize os dois projetos, a Feira Permanente e o Parque Central. É impossível desassociar a construção de um, sem levar em consideração as condicionantes comuns entre ambos. O descaso por parte dos governantes, na falta de fiscalização do desvirtuamento do projeto original e na demora da execução dos espaços públicos, é perceptível para todos. Durantes anos de discussões, as únicas medidas tomadas foram a instalação de cercas na delimitação da área do parque (Imagem 09).
Imagem 09 Cercamento da área destinada ao Parque Central.
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a. a feira atualmente A feira de Águas Claras surgiu em 2001 com a criação da cidade. No intervalo de 2001 a 2016 a feira passou por diversos endereços, e, em alguns casos, as alterações aconteceram em questão de meses. Durante esse processo, a administração vem adiando as tomadas de decisões, de forma que os feirantes sempre estão sujeitos à mudança do seu local de trabalho. Como aconteceu no primeiro semestre deste ano, através da determinação judicial do MPDFT, exigindo-se o cercamento da área de instalação destinada aos dois novos parques em Águas Claras: O Parque Sul e o Parque Central. A determinação judicial levou em conta a proteção contra invasões, conservação e preservação da área, para que atenda ao seu fim de estabelecer as áreas verdes e opções de lazer ao público no futuro. De certa forma, a determinação judicial agiu de maneira sensata com relação as questões do Parque Central já mencionadas. Porém, falta um diálogo e sensibilidade por parte da administração, de compreender que o problema de carências de áreas verdes e convívio, nunca serão resolvidos de forma plena enquanto Representação do espaço atual da feira. (imgs. 11, 12, 13, 14, 15, e 16)
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houver um dos dois projetos, feira ou parque, prejudicados e colocados como segunda opção. Os feirantes atualmente, encontram-se na situação de indiferença perante a administração. A feira estava localizada em parte do terreno que será destinada ao parque. Após o cercamento da área, o galpão adaptado dos feirantes, deslocouse para o terreno da administração localizado ao lado do Batalhão da PM na Av. Sibipiruna. Como resultado da audiência pública realizada no dia 12/05, relativos aos projetos de implantação dos parques Sul e Central de Águas Claras. O local atual da feira não possui a infraestrutura necessária para atender os feirantes e muito menos a população da cidade. Isso não se difere de nenhum dos outros lugares anteriores. Todas as passagens da feira por terrenos da administração de Águas Claras, foram desastrosas. Nunca se teve uma pavimentação adequada e a poeira sempre esteve presente. De vez em quando, a administração disponibiliza a compra de pedras para serem colocadas no chão afim de amenizar o problema. Às vezes, nem isso se consegue e aos feirantes resta recorrer a Associação do
Feirantes (ASSFAT) que dificilmente possui a verba para os recursos necessários. Atualmente os feirantes contam apenas com uma tenda-galpão em sua infraestrutura, não atendendo as questões de conforto térmico para a permanência dos usuários e dos profissionais atuantes públicos, mobiliáriost, estrutura arquitetônica adequada as variações climáticas, suporte para o abastecimento local, entre diversos outros fatores básicos ao funcionamento de uma feira. Busca-se o apoio e incentivo do governo para que a feira de Águas Claras seja uma feira permanente, ou seja, tornarse legal aos padrões governamentais atuais. Porém, esse trabalho enfatiza a importância de não transformar o espaço em uma repetição do padrão GDF que se observa nas outras feiras permanentes existentes. Procura-se uma abordagem diferenciada para a feira, de forma a atender as expectativas da população local, com qualidade arquitetônica e paisagística adequada. Diferentemente das imagens do espaço atual apresentadas a seguir.
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Imagem 12
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b. linha do tempo
Imagem 17.
Faixa deixada pelos feirantes no local anterior a ocupação atual. Informando ao público o novo local que foram alocados.
Imagem 18.
Espaço da feira atualmente. Ao lado do Batalhão da PM, na Av. Sibipiruna.
2001
2004
2005-2012
2013
2016
A feira de Águas Claras surgiu em 2001, época em que o local ainda não era considerado uma região administrativa do DF.
Nos primeiros anos de atividade, a feira funcionou ilegalmente no terreno privado localizado entre o cruzamento das Avs. Pau Brasil e Castanheiras. Pouco tempo depois, o dono reividicou a área e os feirantes tiveram que se retirar.
No intervalo de 7 anos, a feira alternou entre os 2 terrenos localizados ao lado do metrô, entre a Av. Pau Brasil e a Rua Blvrd. Norte. Os 2 terrenos são pertencentes a administração de Águas Claras. A partir daí a questão da feira tornouse pauta política.
Foi questionado a aplicação do futuro Parque Central de Águas Claras na região. No qual o espaço determinado para a feira estaria um terreno acima dos 2 utilizados anteriormente. A feira então deslocouse para sua área fixada pelo plano diretor local.
Apesar dos feirantes estarem localizados na área delimitada pelo plano, no dia 27/08 a feira migrou para o terreno da administração ao lado do Batalhão da PM na Av. Sibipiruna. Resultado da audiência pública realizada no dia 12/05, relativos aos projetos de implantação dos parques Sul e Central de Águas Claras.
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c. funcionamento da feira O galpão atual dos feirantes é constituído por quinze bancas, na qual, todas possuem caráter alimentício. A diferença encontra-se nos diversos tipos encontrados. A maioria das bancas vendem frutas e verduras, em seguida temos aquelas que vendem somente verduras. Essas bancas constituem aproximadamente 65% do total. Em seguida podemos encontrar as bancas que fornecem alimentos diversos como queijos, temperos, molhos e frangos assados.
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Na feira de Águas Claras existe uma única banca que vende especificamente especiarias, nela encontramos produtos de origem vegetal como flor, fruto, semente, casca, caule e raiz. Também em proporção menor, temos uma banca responsável pela venda de peixes frescos. Além disso, em uma das bancas com produtos da categoria C, são vendidos pastéis e tapioca, nessa parte temos o surgimento de uma pequena praça de alimentação.
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LEGENDA: A: Veduras B: Frutas C: Frangos, Queijos, Temperos D: Especiarias E: Peixes F: Mesinhas (alimentação)
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Imagem 19 Zoneamento dos produtos na feira
Imagem 20 Representção dos produtos vendidos na feira
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A feira baseia-se nos produtos orgânicos, valorizando a cultura das comunidades rurais. A agricultura orgânica não utiliza agrotóxicos, hormônios, drogas veterinárias, adubos químicos, antibióticos ou transgênicos. Além disso, a feira de Águas Claras apesar de estar localizada em uma cidade jovem, também possui características típicas de transmissão de cultura, raíz e saber.
d. a voz da comunidade QUESTIONÁRIO FEIRANTE
QUESTIONÁRIO MORADOR 1. DADOS PESSOAIS Nome: Silvia Cristina Santos Idade: 35 anos Há quanto tempo reside na cidade: 6 anos Local de nascimento: Santo Antônio da Alegria - SP
1. DADOS PESSOAIS Nome: César Luiz de Castro Idade: 69 anos Reside em: Águas Claras Local de nascimento: Rio de Janeiro 2. Há quanto tempo atua na feira de Águas Claras?
2. Com que frequência você vai ao mercado?
Há 15 anos.
Uma vez por semana.
3. Qual a importância da relação entre preço e qualidade do produto?
A busca pelo equilíbrio entre os dois fatores é essencial. As verduras por exemplo, priorizo as que são vendidas na feira de Águas Claras, pois apesar de serem relativamente mais caras, a qualidade é melhor e o custo benefício, ou seja, o equilíbrio entre os fatores, tornam-se superior ao dos mercados.
4.Qual a sua opinião sobre produtos orgânicos?
Penso que alimentos não industrializados, como verduras e legumes, não deveriam ser comercializados de forma não orgânica. Porém, infelizmente a prática dos produtos orgânicos tem tornado esse tipo de produto mais caro do os processados. De forma que as pessoas muitas vezes, não priorize esse tipo de produto em toda a compra.
5. Costuma frequentar a feira de Águas Claras? Se sim, qual a sua opinião sobre a infraestrutura local?
Sim, uma vez por semana. Considero a infraestrutura péssima, pelo potencial que a feira pode trazer na vida dos moradores.
6. Como seria o espaço ideal para uma feira?
Espaço que atenda as questões básicas, como pavimentação adequada, estrutura de água e esgoto para o manuseio das tarefas dos feirantes. Além disso, a criação de um espaço agradável ao ar livre, para possíveis apresentações.
7. Se houvesse salas de cursos de educação alimentar e atividades que estimule uma vida mais saudável, você participaria? Se eu estiver com tempo, sim.
3. Você produz o seu produto?
Sim, são plantados na minha fazenda em Corumbá do Goiás.
4. Aonde/com quem aprendeu as práticas/transmissões de conhecimento do comércio em feira?
Sempre gostei de feiras, após me aposentar pelo Banco Central decidi investir no setor como forma de complementar a renda. Fui aprendendo mais sobre a produção dos produtos tpor interesse próprio.
5. Qual a sua opinião sobre a postura da Administração perante os feirantes?
É complicado, não resolvem a situação. Atualmente estamos nesse terreno, por conta de ação judicial, se fosse pela administração estaríamos despachados em qualquer canto da cidade.
6. Como seria o espaço ideal para uma feira?
Seria o espaço que atendesse e respeitasse o porte da cidade. Acho que as questões de divulgações (facebook e redes sociais) também não devem ser esquecidas.
7. Se houvesse salas de cursos de educação alimentar e atividades que estimule uma vida mais saudável, você teria interesse em participar? Claro.
8. De forma a construção da nova feira influenciaria no seu comércio? Traria uma visibilidade maior para o meu comércio.
8. Considera a construção da feira como algo benéfico para Águas Claras? Com certeza.
18
QUESTIONÁRIO FUNDADOR 1. DADOS PESSOAIS Nome: Helbert Oliveira Idade: 61 anos Reside em: Vicente Pires Local de nascimento: Parnaíba - Piauí
Em busca de tornar o trabalho consistente a sua realidade local, foi elaborado três questionários dirigidos as pessoas que irão usufruir a futura área de convívio. Levando em conta a importância de compreender tanto o papel do feirante e também dos moradores locais. As perguntas são uma maneira de sintetizar as necessidades básicas da comunidade, de forma a aperfeiçoar o programa de necessidades.
2. Há quanto tempo atua na feira de Águas Claras? Há 15 anos, sou o fundador da feira.
3. Você produz o seu produto?
Não, meus produtos vêm de outros estados.
4. Aonde/com quem aprendeu as práticas/transmissões de conhecimento do comério em feira?
Passei a estudar por conta própria a prática de produtos orgânicos. Não tenho parentes no ramo. Eu era bancário, assim que me aposentei decidi trabalhar na Associação de Águas Claras, com o objetivo de criar uma feira para a cidade.
5. Qual a sua opinião sobre a postura da Administração perante os feirantes? Prefiro não entrar em detalhes, mas com certeza falta mais atenção aos feirantes.
6. Como seria o espaço ideal para uma feira?
Seria ideal se solucionasse questões como a implementação de boxes funcionais aos feirantes, infraestrutura básica como banheiros, água e esgoto.
7. Se houvesse salas de cursos de educação alimentar e atividades que estimule uma vida mais saudável, você teria interesse em participar?
Imagem 21 Frequentadores da feira de Águas Claras
Sim.
8. De que forma a construção da nova feira influenciaria no seu comércio? Influencia muito, triplicaria o nosso lucro bruto, no mínimo.
19
Através dos questionários e dos dados apresentados pelo fundador, conclui-se que a condição dos feirantes de Águas em Claras se difere de muitas outras feiras. Em sua maioria, possuem qualificação profissional e condição financeira média. Se assemelhando ao perfil da população da cidade. Muitos não possuem histórico familiar e suas origens são diversas. Pode-se encontrar feirantes cariocas, goianos, mineiros, nordestinos e até mesmo de origens sulistas. Todos engajados na produção de produtos orgânicos. Muitos residem em Vicente Pires e tiveram na feira de lá, a primeira experiência de mercado. Outra parte predominante reside em Taguatinga e alguns moram em Águas Claras. Atualmente os feirantes possuem um gasto mínimo de 1300 reais semanais, consistindo no aluguel da tenda, de aproximadamente 900 reais/ semana, somando ao aluguel do terreno disponibilizado pela administração de 400 reais/semana. Valor no qual é dividido entre todos os feirantes. A taxa cobrada para boxes alugados em feiras permanentes do DF é relativamente inferior ao gasto atual. Conclui-se que a construção da feira Permanente em Águas Claras será financeiramente positiva para os feirantes e muito bemvinda pela população.
e. o objeto
O terreno utilizado representado pela cor verde, possui aproximadamente 12.500 m ² e localiza-se a sul da Estação Águas Claras, atuando como bifurcadora de fluxo entre as duas linhas existentes do metrô: Samambaia e Ceilândia (Taguatinga). A estação é intermediadora entre as outras duas estações existentes na cidade, Concessionárias e Arniqueiras, concentra-se exatamente no ponto central de Águas Claras. Além disso, a feira é relativamente próxima das duas avenidas principais do sistema viário local, as Avenidas Castanheiras e Araucárias.
1 2 3
Objeto Feira do Produtor de Águas Claras; Descrição Espaço dedicado ao abastecimento alimentício da região, com foco na recreação e lazer da população; Localização Rua Boulevard Sul, Águas Claras Sul, Águas Claras-DF
Imagem 22 Trajetória dos terrenos ocupados pela feira, na sequência alfabética. O terreno que será trabalho é o B.
20
f. o entorno
O entorno é constituído por prédios residenciais, muitos deles, com salas comerciais no térreo voltada para as ruas. Nas proximidades temos a faculdade Uniplan e um Stand de Vendas de uma construtora. Entre os comércios locais temos: bares, restaurantes lojas, consultórios e bancos. O Shopping de Águas Claras fica a 500 metros da estação de metrô.
FACULDADE
STAND IMOBILIÁRIO
PRÉDIOS RESIDENCIAIS COM COMÉRCIO EM BAIXO
PRÉDIOS RESIDENCIAS SEM COMÉRCIO EM BAIXO
TERRENO BALDIO
ÁREA DO METRÔ
PEQUENO PAISAGISMO (GRAMA)
Imagem 37 Entorno imediato.
21
Av. Castanheiras
a
g. diagnóstico
Rua Blvr. Norte
Acessos e Entorno
Estação Águas Claras (metrô) f d c a
d
Av. Araucárias una
B - Imagem 36
Av. Sib
ipir
A - Imagem 32
C - Imagem 34
Rua Blvr. Sul
D - Imagem 35
Imagem 30
Os acessos e entorno próximos ao terreno foi registrado através ds locais listados acima e suas respectivas fotos:
E - Imagem 31
22
Av. Pau Brasil
e b
F - Imagem 33
Av. Castanheiras
a
h. diagnóstico
Rua Blvr. Norte
Terreno
Estação Águas Claras (metrô)
b a
c
d
Av. Pau Brasil
f
e
Rua Blvr. Sul
Av. Araucárias
Imagem 23
A - Imagem 25
B - Imagem 28
E - Imagem 27
F - Imagem 26
O percurso ao terreno foi registrado através do caminho representado acima e suas respectivas fotos:
C - Imagem 29
D - Imagem 24
23
i. topografia SENTIDO LONGITUDINAL Altitude do terreno
Abaixo encontra-se o terreno com raio de abrangência no seu entorno, o retângulo cinza escuro representa a delimitação da área que será trabalhada. As curvas de níveis estão com uma variação de 0,50m.
máx. 1167m|min. 1154m
Variação da declividade
13m
Inclinação média 0.3%
Comp. longitudinal 210m
Dimensões do terreno :
65.6 m
SENTIDO TRANSVERSAL Altitude do terreno
máx. 1165m|min. 1163m
Variação da declividade
Imagem 38 Topografia terreno.
2m
Inclinação média
-91.9%
Comp. longitudinal 65.6m
210 m
24
Av. Castanheiras
j. aspectos climáticos
k. ventos e sombras Rua Blvr. Norte
Gerais
Rua Blvr. Sul
Imagem 39 Ventos predominantes.
Específicos
d
una
Águas Claras é uma cidade de grandes contrastes com relação a sensação térmica. Se o observador estiver em uma área de prédios muito próximos e com sombreamento, a sensação térmica é agradável no verão, porém no inverno esses locais são muito frios e o excesso de ventos proporcionado pelos corredores em conjunto com a falta de árvores, tornam a cidade mais seca que o Plano Piloto, por exemplo. As áreas que possuem incidência solar indireta, são quentes, tanto no inverno, quanto no verão; com alternância de ventos frescos ou não, dependendo da época do ano. Além disso, muitos desses ventos carregam os dejetos das construções, transformando-se em uma grande poeira pela cidade.
Diferentemente de outras partes do DF, a cidade se difere pelo seu skyline, constituído por uma malha de edifícios que chegam em alguns casos, até 30 andares. O pequeno afastamento entre os edifícios e a reduzida quantidade de arborizações, são alguns dos fatores que influenciam no clima. Portanto, a cidade possui muita sombra e a proximidade das construções formam grandes corredores de vento, que na maioria das vezes, é direcionado pelas avenidas principais, Av. Castanheira e Araucárias. A alta densidade construtiva associada a ausência de árvores, contribuem com o contraste climático da cidade.
ipir
Os meses mais quentes são os de setembro a janeiro, com variação de 32,5 a 35°C de temperatura máxima absoluta e com um valor médio de 22°C. Os meses mais frios estão no intervalo de maio a agosto, com temperatura mínima absoluta variando de 2 a 4°C nos períodos da madrugada, e o valor médio é de aproximadamente 19°C. As precipitações são maiores nos meses de novembro a fevereiro, com cerca de 220 a 250mm. As menores precipitações ocorrem no intervalo do mês de junho a agosto, entretanto, é comum não ocorrer nenhuma chuva em alguns dos meses deste período (INMET). Os ventos são predominantes a leste, na maior parte do ano.
Estação Águas Claras (metrô)
Av. Sib
O cerrado brasiliense possui um clima considerado como tropical com estação seca (tipo Aw na classificação climática de Köppen-Geiger), entretanto, possui algumas especificações próprias. A maioria dos meses são quentes, até mesmo no inverno, quando as temperaturas caem de forma significativa somente nos períodos noturnos e o calor é predominante no período diurno, devido a sua umidade relativa baixa. As temperaturas médias mensais são sempre superiores a 18 °C e índice pluviométrico em torno de 1 540 milímetros (mm) anuais. Na estação da seca, os níveis de umidade relativa do ar são constantemente menores que 30%, abaixo do ideal de 60% considerado pela OMS.
a
Analisando o local e conversando com os moradores pode-se observar que
25
Av. Araucárias
O vento predominante a leste, possui incidência favorável com relação a linearidade local. Como mencionado, Águas Claras possui uma densidade construtiva alta, a linha média localizada no seu sentido longitudinal, é caracterizada pelo trajeto do metrô (Imagem 40). Essa condição representa a formação de um corredor de ventos localizado no centro da malha urbana, em conjunto com as avenidas principais já citadas. O fato do terreno estar localizado na linha contrária ao gabarito restante, sugere que o local tenha uma forte incidência de ventos, tornando-se algo benéfico ou prejudicial, variável as condicionantes climáticas do período. A vegetação associada a provável volumetria linear proposta, tornará o ambiente ventilado e agradável.
Essa mesma linha contrastante com o gabarito alto do seu entorno, influencia nas questões do sombreamento local. O fato do metrô possuir uma largura de aproximadamente 45m, torna-o barreira e recuo com relação a abrangência da sombra dos seus edifícios vizinhos, principalmente no sentido norte do terreno. Porém, ao observar o sombreamento dos edifícios localizados a sul do terreno, constatou-se que a área de abrangência das sombras pouco interfere no terreno. A justificativa está no fato do lado sul ser o poente, com incidência solar muito fraca e pouco atuando nos limítrofes da área.
LINHA METRÔ
TERRENO ESCOLHIDO
METRÔ
Imagem 41 Sombra, janeiro às 14:00.
Através disso, foi feito o estudo da trajetória solar e suas respectivas sombras, no decorrer das quatro estações do ano. A imagem 41, é respectiva ao verão, mais precisamente no mês de janeiro as 14:00. Na imagem 42, a análise foi feita no mês de março para o mesmo horário.
TERRENO ESCOLHIDO
METRÔ
Imagem 42 Sombra, março às 14:00.
26
METRÔ
Imagem 43 Sombra, junho às 14:00.
A imagem 43 e 44, representam os meses de junho e setembro respectivamente, também no horário de 14:00. Foi feita análise também no período da manhã, apresentando as sombras dos edifícios a sul, pouco se adentrando no terreno, também constatado no estudo no período vespertino.
LINHA METRÔ
TERRENO ESCOLHIDO
LINHA METRÔ
LINHA METRÔ
TERRENO ESCOLHIDO
METRÔ
Imagem 44 Sombra, setembro às 14:00.
diretrizes 33
a. estudos de caso EXPO MILÃO 2015
Imagem 46 Estrutura em caixotes de feira.
A macro escala é representada pelo uso da parede externa permeável a visão e ventilação, além da modulação constantes dos caixotes já citados. O contexto da micro parcela, associa-se a representação da macro escala, como uma forma de embalagem para a representação da agricultura polonesa.
Imagem 45 Pavilhão da Polônia, Expo Milão 2015.
Nome Expo Milão 2015 | Pavilhão da Polônia Autores 2PM Architekci Localização Milão, Itália Ano 2015
Imagem 47 Jardim interno do pavilhão.
A linguagem de projeto adotada no Pavilhão da Polônia na Expo Milão 2015, refere-se aos pomares e à horticultura característica do país. As fachadas da edificação foram criadas a partir de caixas de madeira (caixotes de feiras) que são utilizados na exportação de frutas e vegetais.
O percurso no pavilhão conduz os visitantes para um jardim que consiste em intermináveis fileiras de macieiras, muito características na paisagem do país. A proposta também é constituída por um percurso virtual que ensina oferece aos visitantes mais informações sobre a produção de alimentos na Polônia.
27
EXPO MILÃO 2015
Imagem 49 Hortas verticais nas esquadrias.
Em um terreno estreito e comprido, o pavilhão é constituído por um lado funcional, onde encontra-se os elementos como os elevadores, escadas rolantes, escadas e shafts. A cobertura é composta por SPD SmartGlass, um revestimento que muda de opaco para transparente em função das condições luminosas.
Imagem 48 Pavilhão dos Estados Unidos.
Nome Expo Milão 2015 | Pavilhão dos Estados Unidos Autores Biber Architects
O Pavilhão dos Estados Unidos na Expo Milão 2015, questiona o futuro da produção de alimentos no país e discute acerca do desafio de alimentar mais de 9 bilhões de pessoas em 2050. O tema “American Food 2.0: United to Feed the Planet” conta a história do alimento nos EUA e o seu estado crítico atual de obesidade, focando também em aspectos como a inovação, diversidade e o empreendedorismo.
Localização Milão, Itália Ano 2015
Imagem 50 Vista pavilhão.
O toque especial fica em função dos jardins verticais, na fachada frontal, representados através de aberturas pivotantes que funcionam como uma espécie de brises. Na mesma fachada situa-se o caminho responsável por conduzir os visitantes aos níveis mais altos do pavilhão.
28
a. estudos de caso CONCURSO DE OSLO
Imagem 50 Praça de Oslo.
Nome Flying Carpet | Remodelação do Trygve Lies Plass
O projeto visa a transformação da praça existente em um espaço público permeável e integrador do novo sistema de mobilidade. Ate 2019 Oslo proibirá a circulação de automóveis no centro da cidade, com isso, a cidade se remodela para atender as ciclovias.
Autores MX_SI architectural studio e MestresWåge Arquitectes Localização Oslo, Noruega Ano 2016
29
O projeto da praça trabalha com o desnível da topografia, criando assim a ponte para fluxo das futuras bicicletas, sem deixar de lado o espaço de convívio e paisagismo local.
Imagem 51 Maquete da Praça.
A proposta reverte o contexto atual da praça: invasão de sua área pelo estacionamento no terreno, pouca permeabilidade e acesso ao metrô e as paradas de ônibus dispersas. Características comuns a mobilidade do terreno de Águas Claras.
A topografia é trabalhada para criar ambientes distintos por meio da troca da pavimentação, material e mobiliário com a finalidade de acolher o programa de usos.
30 37
O verde do parque se confunde com a praça pública de forma gradual gerando atmosferas diversas. O projeto atua como ponto de concentração de um espaço plurifuncional.
b. diretrizes de intervenção
1 2
3
4
RESPEITO AO CONJUNTO URBANO A proposta visa a adequação do que é permitido pela região administrativa de Águas Claras. Além disso, dando atenção especial nos elementos propulsores de uma implantação adequada ao meio, como: os acessos, escala, funcionalidade e a identidade local.
APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO A feira é fonte de abastecimento de alimentos para Águas Claras, entretanto, outros usos serão apropriados pela população, como por exemplo o lazer, a saúde e o educacional. A pluralidade estimula a apropriação da população no espaço em todos os dias e horários da semana, de modo que a ocupação gere segurança e sociabilidade ao público.
5
6
FOMENTO DA IDENTIDADE LOCAL Apesar de Águas Claras ser um centro urbano de alta qualidade de vida no DF, é notável afirmarmos que a cidade possui caráter dormitório. O projeto da feira procura estimular as atividades que instiguem a fortalecimento de uma identidade local, frutos das relações sociais compartilhadas.
ESTABELECIMENTO DE MARCOS VISUAIS O foco da proposta arquitetônica e paisagística acentua o projeto no local. Uma feira possui de certa forma um gabarito baixo, associado a estruturas de grandes vãos. Quando a cidade possui uma identidade vertical, representada pelos edifícios em altura, o marco visual torna-se aquilo que se contrasta a malha urbana local. A horizontalidade está presente no contexto geral da feira-praça, que quando associada ao paisagismo e as vegetações, reforçam o espaço público como marco visual para Águas Claras.
31
7
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E QUALIDADE DE VIDA A garantia de comidas mais saudáveis para a população local, através dos alimentos frescos proporcionados pela feira, entre eles estão as frutas, verduras, peixes e especiarias. O respeito e a busca por equilíbrio entre os grandes centros urbanos e a natureza. Com foco na harmonia entre a demanda de consumo, estilo de vida sustentável e educação. Concentração dessas atividades através do programa de necessidades que contará com espaços adequados para este fim, como as bancas, a praça de convívio, salas de cursos de nutrição/educação alimentar, academia ao ar livre, jardins, hortas comunitárias e espaços de descanso.
GARANTIA DE CONFORTO AOS FREQUENTADORES Prioritariamente na estrutura principal (bancas dos feirantes e salas de cursos), será feito um estudo de implantação e tratamento adequados as questões climáticas locais para as fachadas, priorizando o uso de materiais reciclados e que atendam a esse quesito. A praça e o paisagismo, entre as escolhas de espécies e especificação de materiais, serão alvo de atenção, afim de proporcionar o máximo de conforto possível aos seus frequentadores. Como por exemplo, os estudos de casos dos pavilhões citados anteriormente.
ADEQUAÇÃO DO PROJETO A TOPOGRAFIA A declividade do terreno será utilizada a favor dos elementos visuais e paisagísticos, assim como o projeto apresentado no estudo de caso na praça de Oslo. De forma a criar desníveis e sensações diferenciadas através da concepção de hortas comunitárias e jardins, ficando em função da manutenção e cuidado da população ativa no local e do respaldo da administração.
c. programa de necessidades
8
9
10
ESTÍMULO AO PEDESTRE Por se tratar de um caminho rotineiro de muitos moradores em direção a estação do metrô de Águas Claras, o projeto visa trazer o conforto necessário para uma caminhada agradável até o meio de transporte, através de caminhos acessíveis a todos, com sombreamento adequado e mobiliários urbanos auxiliadores.
A B
FLEXIBILIDADE DOS ESPAÇOS A estrutura em grande vão destinada aos feirantes e as salas de cursos, serão elaboradas através de um layout flexível que estimule a multifuncionalidade do espaço. Para isso, será feito um estudo de mobiliários das bancas, de modo que o processo de abertura e fechamento das mesmas, tornam-se fáceis as ações cotidianas. O uso de painéis deslizantes entre as salas, de modo que a mesma consiga se subdividir em salas menores, de acordo com o número de usuários e atividades realizadas no dia. O pavilhão dos Estados Unidos é um ótimo exemplo dessas características.
C D
DESIGN COM TEMÁTICA DE MERCADO URBANO Assim como já mencionado nos estudos de casos, os pavilhões da Expo 2015 se apropriaram de uma linguagem construtiva que dialogasse com as questões referentes a indústria de alimentos. A utilização de caixotes e jardins verticais, além de trabalhar com a identidade visual do local, são responsáveis pela associação das questões climáticas, como ventilação e resfriamento evaporativo. Será pensando elementos do design que se apoie na temática do mercado/feira urbana, como forma de apropriação de materiais reciclados pela mesma. Componentes que serão trabalhamos no bloco principal e também nos elementos e mobiliários da praça, fortalecendo a identidade e sensações proporcionadas pelo projeto.
32
ESPAÇO PARA FEIRANTES Bloco retangular com estrutura em grande vão, semelhantes as soluções utilizadas pelos dois pavilhões citados no Estudo de Caso. SALAS DE CURSOS FLEXÍVEIS A princípio, as salas se encontrarão juntas ao bloco dos feirantes. As salas deverão possuir estrutura adequada a realização de cursos e reuniões. ACADEMIA AO AR LIVRE Academia ao ar livre com mobiliários e equipamentos seguros a qualquer faixa etária. O design deve estar associado a linguagem visual do contexto, diferentemente das PEC’s já conhecidas. PAISAGISMO: JARDINS/HORTAS COMUNITÁRIAS A apropriação da declividade do terreno, será trabalhada através do paisagismo de forma a criar jardins e também hortas comunitárias nos seus platôs. Com a inserção de cursos e do auxílio da comunidade, serão elaborados programas de cultivo as hortas comunitárias, com foco na doação para o público carente e compostagem. Entre as questões pertinentes ao paisagismo também será focado nos aspectos dos mobiliários e elementos de descanso, como os redários e etc.
40
projeto 41
partido TRANSITÓRIO E PERMANENTE Com base nos diagnósticos anteriores, foi observado um intenso fluxo de pedestres vindo dos prédios vizinhos até a estação Águas Claras. O partido fundamenta-se na apropriação do fluxo principal, através da criação de um caminho no sentido diagonal do terreno, como forma de percurso mais reduzido e atrativo para os transeuntes. Dessa forma, um morador da região, e usuário do metrô, pode associar a rotina de abastecimento de sua casa (compra de frutas e verduras), ao percurso diário de trabalho, por exemplo. Caso nenhuma das atividades esteja presente na rotina do pedestre, a Feira atuará como ponto de passagem agradável, com vegetações, sombras e muito paisagismo. Ao tornar o caminho reduzido e acessível, naturalmente mais pessoas circularão por dentro da feira, e o interesse por explorar as atividades locais será espontâneo. Como forma de reflexo de sua transitoriedade, a Feira do Produtor de Águas Claras, foi projetada também como centro de permanência para a população local. Desde o princípio, a ideia era de uma feira associada a uma praça. A praça teria importância tão grande, quanto a estrutura do galpão propriamente dito, atendendo a exigência de mais áreas verdes para a cidade. A posição destinada a praça, ficaria delimitada pela porção leste do terreno, atuando como barreira de resfriamento evaporativo dos ventos predominantes a leste. De maneira a produzir brisas amenas para dentro do edifício a oeste.
35
SINGULARIDADE Ao longo do desenvolvimento das propostas, a ideia de uma praça-feira, foi sendo incorporada tão fortemente na arquitetura, refletindo na tomada de todas as decisões subsequentes. Junto a isso, foi sendo desenvolvido uma estrutura arquitetônica que se conecta todos os elementos, a uma identidade comum de espaço. Partindo desse princípio optou-se por criar uma cobertura ampla atendendo as exigências do programa de necessidades comuns de feiras. A cobertura atua como proteção dos espaços que não podem estar sujeitos a intempéries do ambiente exterior (chuva, o vento, entre outros). Entre os espaços escolhidos para estar sob essa condição, estão: o espaço das bancas dos feirantes, a praça de alimentação e as dependências de apoio ao funcionamento de uma feira, como por exemplo a administração, a sala de descanso e reunião dos feirantes, o almoxarifado, os banheiros e etc.
36
A transição entre o edíficio (cobertura) e a praça é feita de uma forma muito sutil e cuidadosa, de maneira que os frequentadores fossem habituados através de elementos permeáveis entre os espaços. Um desses elementos seria a continuação visual da cobertura, como elemento paisagístico representado por uma pergola em perfis de aço, abraçando as duas tipologias de espaço. Em suma, a cobertura seria o agente de singularidade da identidade visual do espaço. Ao ser observada externamente, a ideia do edifício representativo da proposta, estaria vinculado ao tecido externo representado pela cobertura e suas vedações, materializando a estrutura arquitetônica local.
Os caminhos secundários, naturalmente criarão atmosferas independentes de acordo com os elementos que serão implementados. Tudo isso, associado a diferentes elevações, formarão espaços únicos, delimitados pelos platôs. Entre os espaços destinados a praça, estão aqueles que não possuem restrições contra intempéries, como por exemplo, as academias ao ar livre, o parquinho infantil, o jardim das esculturas, as hortas comunitárias e a rede. Na parte coberta do edifício, também inserida em níveis variados, encontram-se espaços singulares e de distintas propostas. Entre as atividades estão: a educativa, representada pelas salas de cursos de reeducação alimentar, ou de qualquer outro tema pertinente ao interesse mútuo da comunidade; as atividades funcionais de um edifício público, como as questões administrativas e manutenção; as comerciais (venda alimentícia) e as de lazer.
PLURALIDADE A pluralidade estaria presente nos diversos espaços formados pela combinação de elementos arquitetônicos e paisagísticos variados. Na praça e no edifício, por exemplo, a criação de caminhos secundários correspondem a necessidade do fluxo interno da proposta. Ou seja, pessoas que estão caminhando por esses percusos, estão em sua maioria, dirigindo-se aos espaços que ofereçam alguma atividade local.
Na porção norte do terreno, que faz delimitação com o metrô, criou-se uma faixa de árvores, afim de reprimir a proeminência dos ruídos e visuais do metrô. Aos fundos do prédio principal, foi situado o abastecimento da feira, distante do trajeto dos frequentadores, e próximo do descargue para as bancas, e lojas.
37
38
zoneamento 2 pav. nível +6.00
bancas nível +3.45
alimentação nível +0.70
39
BANCAS
ABASTECIMENTO
SUPORTE
APOIO FEIRANTES
espaço livre e amplo, destinado as bancas dos feirantes
o abastecimento da feira localiza-se aos fundos, próximo das depêndencias relacionadas a carga e descarga de produtos (bancas, almoxarifado e lojas)
são todas as depêndencias extras necessárias ao funcionamento da feira, como os banheiros, almoxarifado, bicicletário, d.m.l e tratamento de águas
local de apoio aos feirantes, possui bancada para lavagem dos alimentos, banheiros, copa e sala de descanso
ADMINISTRAÇÃO
LOJAS SERVIÇOS
espaço destinado aos funcionários administrativos da feira
lojas de uso prático aos frequentadores locais, como agência bancárias, correios ou lotéricas.
PRAÇA ALIMENTAÇÃO/ MULTIUSO
LOJAS ALIMENTAÇÃO
CIRCULAÇÃO VERTICAL
lojas de caráter alimentício e seus respectivos mezaninos
escada e elevador
JARDINS proposta paisagística de uma escada/arquibancada, que surge através da topografia local
ESPAÇO AULAS/OFICINAS plataforma destina as aulas e oficinas, sendo embaixo um depósito de mobiliários
40
áreas de permanências, utilizada para alimentação, recreação ou descanso
41
Todo os espaços com maiores concentrações de pessoas, foram dispostos em planta livre. As distinções dos ambientes, é feita através de diferentes níveis, mobiliários específicos para cada espaço e o tipo de texturas utilizadas.
42
50
desenhos tĂŠcnicos 51
Plantas 01. situação | cobertura esc 1:1500 02. garagem 03. praça de alimentação 04. bancas 05. 2 pav. 06. cobertura esc 1:400
Cortes 07. corte aa esc: 1:150 08. corte bb 09. corte cc 10. corte dd esc 1:250
Fachadas 11. fachada norte 12. fachada sul 13. fachada leste 14. fachada oeste esc 1:500
52
av. castanheiras
N
rua boulevard norte
av. pau brasil
metrô
rua boulevard sul
situação 1 : 1500 100
av. araucárias
46
50
0m
47 7
60.5 40
6.5
15
N 39
8.5
12%
11 . 5
aa
bb
bb
01
GARAGEM
cc
25
58
13
cc
dd
dd
02
aa
01
bicicletรกrio
02
depรณsito mobiliรกrios
garagem 1 : 400 20
47
10
5
0m
48
N
47 7
34
33
7
4.5
41.5
15
7
3.5
4
4.5
20
7
10
5.5
aa
11 . 5
11%
6
ABASTECIMENTO
bb
01
11
10
09
13
12
14
15
16
bb
17
PRAÇA ALIMENTAÇÃO
5%
5.5
21.5
8.5
18
cc
cc
7.5
8%
03
04
05
06
07
08
PRAÇA MULTIUSO
17.5
5%
dd
02
7
24.5
dd
aa
01
bicicletário
04
loja serviços 02
07
wc+pne feminino
10
t. águas pluviais e cinzas
13
loja 01
16
loja 04
02
depósito mobiliários
05
loja serviços 03
08
wc+pne masculino
11
caixa d'água
14
loja 02
17
loja 05
03
loja serviços 01
06
fraldário
09
almoxarifado
12
d.m.l
15
loja 03
18
minhocários
49
praça alimentação 1 : 400 20
10
5
0m
50
N 37.5 10
8.5
4.5
4.5
12
17
14.5
4.5
27.5
61
12.5
ESPELHO D'ÁGUA
bb
8.5
13
14
15
16
bb
17
8%
cc
REDE
PRAÇA ALIMENTAÇÃO
cc
2%
25.5
ABASTECIMENTO
20.5
2%
2%
4.5
8%
PARQUINHO
PRAÇA MULTIUSO 4%
dd
JARDIM DAS ESCULTURAS
dd
ACADEMIA LIVRE HORTA COMUNITÁRIA
8%
praça alimentação 1 : 400 20
51
10
5
0m
52
N
33.5 14.5
8.5
7
12
35 7.5
44 27.5
17.5
6
9
17.5
6
aa
11%
10.5
8%
4.5
ABASTECIMENTO
bb
ABASTECIMENTO
19
CONSTRUÇÃO EXISTENTE
20 21
22
23
24
25
bb
26
PRAÇA ALIMENTAÇÃO
cc
cc
10
12%
32.5
22.5
BANCAS
PRAÇA MULTIUSO
4
5%
dd
7.5
dd
PALCO
5%
3.5
AULAS
3%
aa
19
apoio feirantes
22
mez. loja 02
25
mez. loja 05
20
depósito 01
23
mez. loja 03
26
central automação
21
mez. loja 01
24
mez. loja 04
bancas 1 : 400 20
53
10
5
0m
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N
15
42
61 10
8.5
4.5
4.5
12
17
14.5
ABASTECIMENTO
7.5
17
4.5
32
ESPELHO D'ÁGUA
5
19
bb
20 21
22
23
24
25
bb
26
REDE
cc
2%
cc
2%
2%
33.5
16
8%
4.5
PARQUINHO
13
4%
dd
JARDIM DAS ESCULTURAS
dd
ACADEMIA LIVRE
PALCO
7
HORTA COMUNITÁRIA
3%
8%
bancas 1 : 400 20
55
10
5
0m
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N
42 14
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35 9.5
44
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16
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16 21.5
7.5
aa
ABASTECIMENTO
ABASTECIMENTO
8
cobertura abastecimento
CONSTRUÇÃO EXISTENTE
bb
28
bb
29
4.5
BANCAS
PRAÇA ALIMENTAÇÃO
12%
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cc
PRAÇA MULTIUSO
12.5
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PALCO
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AULAS
aa
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cc
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descanso feirantes
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administração
2 pav. 1 : 400 20
57
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0m
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N
127 80
9.3
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bb 1%
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1%
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cobertura 1 : 400 20
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71
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detalhes 81
captação de água e energia feira
1 painéis solares
2
janelas pivotantes (controle automação)
3
1
Na cobertura inicia-se o processo de captação pluviométrica, na qual a água será direcionada para as calhas receptoras, na porção central do módulo de esquadrias. O elemento receptor atua também como caixilho, não se destoando do restante da fachada.
2
Nas placas opacas do módulo, situadas na fachada norte, será instalado painéis solares afim de realizar a captação de energia fotovoltaica. A energia pode ser utilizada tanto na iluminação, quanto nas atividades do controle de automação, destinado a abertura e fechamento das esquadrias, como também no controle de irrigação da praça.
75
3
A água captada desce pelo subsolo em direção a estação de tratamento de águas pluviais e cinzas, localizada ao lado do almoxarifado. Após tratamento, a mesma será reutilizada na irrigação da praça e em atividades com fins não potáveis, como por exemplo, na limpeza dos pisos e descarga de bacias sanitárias.
reuso águas praça 4 5 6
4
7
6 7
Por fim, ao atingir o nível mais baixo da praça, a água será manifestada por fontes de água vindas do chão. Associando-se a quadrícula da paginação local (tabuleiro de xadrez).
76
Semelhante as canaletas do item 4, o objeto 5 possui a mesma função, porém com proporções maiores. Atua consideravelmente como elemento paisagístico da praça, trazendo o aspecto de água corrente semelhante ao de um riacho. A superfície do elemento oscila entre momentos rugosos e lisos, com diversos tipos de reentrâncias, afim de criar uma experiência sensorial, visual e auditiva, agradável aos transeuntes. As canaletas ladeiam alguns dos caminhos secundários da praça e seguem também o curso topográfico.
5
Após tratamento das águas pluviais e cinzas, a mesma será encaminhada por tubulação subterrânea até o ponto de encontro com o espelho d’água. A localização do espelho d’água no ponto mais alto da praça, se justifica como reservatório distribuidor de água para todos os demais pontos de elevações inferiores. Dessa forma, todo o sistema de irrigação local atuará naturalmente, através da gravidade associada a topografia.
Saindo do espelho d’água, a água será transportada por pequenas canaletas, encravadas ao chão, de maneira que não atrapalhe a circulação dos usuários locais. As canaletas serão implementadas como mecanismos de circulação secundários e pontuais de água, como por exemplo, a distribuição para as porções de plantações reservadas a horta comunitária, e também em focos do paisagismo local (árvores e arbustivos).
mobiliários
N
flexibilidade e módulo
a c
d b
O design de mobiliários com temática no mercado urbano, foi uma das diretrizes estabelecidas desde a fase inicial do projeto. Apropriando-se da linguagem construtiva que faz referência a indústria de alimentos, os mobiliários presentes são todos baseados em elementos que se conectam com o reuso de caixotes, associando-se, em alguns casos, com estruturas de aço em metalon.
bancas 1 : 400 20
10
5
0m
Todas os mobiliários foram baseados no princípio da modulação, como forma de trazer uma maior flexibilidade para os usos. Começando pelas bancas dos feirantes (a), em seguida pelo espaço destinado as aulas e oficinas (b), a praça de alimentação (c) e a praça multiuso (d).
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Apesar disso, existem algumas especificações que deverão ser atendidas em todas as bancas. Os caixas de pagamento deverão ser feitos em madeira de caixotes com fechaduras nas gavetas, seguindo o padrão da imagem à esquerda. Além disso, todas as bancas, obrigatoriamente, deverão possuir em proporção estabelecida, módulos vazios de borda, como forma de suporte para as compras e descanso dos usuários. Em uma parcela menor dos módulos de borda, será reservado a ornamentação paisagística, como vasos e plantas. A camada de módulos, localizadas diretamente ao chão, deverão permanecer vazias, funcionando somente como base dos módulos superiores.
a
As bancas são constituídas por módulos em formato de caixa, feitos em estrutura de metalon amarela, com dimensões de 55x35x25cm (CxLxP). Os módulos são adaptados para o alojamento de um caixote padrão, e de caixas de isopores, para aqueles que trabalham com produtos frios. Através dessa modulação, foi criado três tipologias de bancas: bancas para flores, bancas para frutas e verduras e as já citadas bancas de frios, com base nas necessidades dos feirantes. Todas as três, apesar das suas especificidades, possuem um tamanho regular de 2,75x1,40m (CXL) e uma altura variável de 0,75 a 1,25m. Entretanto, as medidas poderão ser adaptadas conforme a quantidade de produtos.
78
b
O espaço destinado a realização de aulas e oficinas, concentra-se na plataforma em planta livre, estruturada por esquadrias cortinas de vidro. Possibilita que o espaço possa ser subdividido em três momentos: livre e sem fechamento das esquadrias, ou com fechamento das esquadrias, através de uma única sala, ou duas salas menores. A flexibilidade só é possível devido a implementação de trilhos, conectados por um suporte ao topo, permitindo o livre manuseio dos elementos, conforme a demanda exigida pela aulas e oficinas. Na parte frontal desse espaço, localiza-se a escada e a plataforma de acessibilidade, responsáveis pela circulação vertical dos mobiliários que se encontram no depósito. Tanto o leiaute, quanto os mobiliários (mesas, cadeiras, quadros de aula e etc), são flexíveis a qualquer tipo de atividade que será ministrada. A diferença de altura entre a plataforma e o nível da praça multiuso, favoreceu a implementação de um palco, destinado a apresentações musicais e teatrais, para aqueles usuários que se encontram na praça de alimentação e multiuso.
79
c
Os mobiliários presentes na praça de alimentação, seguem conceito baseado em espaços para piqueniques. A representação dessa linguagem apropria-se da madeira de demolição, na paginação do piso e em mesas características de piqueniques. Priorizou-se por fazer as delimitações dos espaços da feira através de recursos paisagísticos, como acontece na praça de alimentação. Destacando as paginações, vegetações, texturas e cores em contrastes (madeira e amarelo). Além do design de mobiliários específicos.
1
2
d 80
Na praça multiuso encontra-se mobiliários elaborados a partir da reciclagem de caixotes. Foi elaborado três tipologias de uso: espreguiçadeiras (1), bancos (2) e mesinhas (3). Todos eles construídos com rodízios nos pés, para serem guardados no depósito de mobiliários, em eventuais situações de shows e eventos, na praça multiuso.
3
Os bancos e espreguiçadeiras, podem ser utilizados com o encosto para baixo, como um banco retangular convencional, porém quando tensionados e curvados para cima, adquirem resistência de flambagem suficientes para o encosto. A estrutura retrátil, torna o mobiliário confortável para usos permanentes.
A partir dos três módulos, pode-se criar diversos cenários que atendam as diversas funções estabelecidas por uma praça multiuso. Como por exemplo: a utilização em mesas para refeições, mesinhas laterais para colocação de computadores, espreguiçadeiras para leitura, estudo ou descanso.
81
e
As hortas comunitárias foram agrupadas em mobiliários cujo desenho traz uma apropriação da declividade existente. O conceito traz a ideia de que os espaços destinados as hortas, afloram em determinados pontos específicos, de uma maneira muito sútil e discreta. Além disso, a geometria escolhida permite que o usuário caminhe confortavelmente entre todos os platôs. A madeira utilizada na base, atua como material delimitador do espaço.
N
f
f e
praça alimentação 1 : 400 20
10
5
0m
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Com a formação dos platôs por entre a praça, torna-se possível a colocação de mobiliário em rede. Busca-se com esse recurso, criar mais espaços de permanência aos frequentadores. Optou-se por colocá-la entre o parquinho e o jardim das esculturas, aproveitando a vista para o tabuleiro de xadrez. A rede é sombreada pelas árvores dispostas no parquinho.
estrutura feira O edifício é sustentado por pilares metálicos em perfil “I” (40x40cm), com malha estrutural de 10 metros sentido longitudinal. Os pilares localizam-se ao longo das fachadas norte e sul.
83
Ao longo do sentido transversal foi necessário acrescentar dois outros pilares, localizados proporcionalmente na mediana do edifício, também em perfil “I” (40x40cm).
Os pilares sustentam as treliças espaciais, também em estrutura metálica, com dimensões de 2,5x2,5m (CxL) e altura de 1,20m. Acima das treliças encontra-se os módulos de painéis da cobertura em perfis “I” de 20x20cm (CxL) e 10cm de altura. Um módulo possui dimensão de 5x5m (CxL) constituído por quatro placas de 2,5x2,5m (CxL) de dimensões.
As placas variam entre opacas e translúcidas, de acordo com a demanda do ambiente que será iluminado. Possuem inclinação de 1% sentido sul. O lado norte da cobertura possui vedação completa, seguindo desenho em diagonal e com inclinação de 1% ao norte. A mesma modulação da cobertura se repete nas fachadas.
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estrutura praça
A transição edifício-praça é feita por elementos permeáveis entre os dois espaços. A pergola é uma continuação da identidade visual trabalhada no sistema estrutural do efifício principal. Constituída por pilares em perfil “I” (20x20cm). A altura mais baixa dos seus pilares (lado oeste) é de 4,50m e a mais alta (lado leste) é de 8,30m, devido a declividade do terreno.
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vegetações As escolhas das vegetações locais, foram baseadas em espécies que compõem o bioma do cerrado. Em especial àquelas que atuam em processo de restauração de áreas degradadas. As árvores presentes no terreno atualmente, deverão ser mantidas na futura praça.
pau terra
Um exemplo de espécie a ser utilizado é o pau-terra (Qualea grandiflora). Esta árvore possui um aspecto extremamente retorcido apresentando fácil adaptação a terrenos pobres e de estiagem. É uma excelente espécie para compor plantios ou ser manejada em áreas em processo de restauração.
ARVORES PRÓXIMAS AO CAMINHO PRINCIPAL Optou-se por espécies que se destaquem pela sua beleza e floração, possibilitando um caminhar agradável, bonito e sombreado aos transeuntes. Um exemplo seria o ipê (Handroanthus albus), muito utilizada em paisagismo de parques e jardins. A árvore é ideal para a arborização urbana. ÁRVORES PRÓXIMAS AS HORTAS Nos pontos de maior elevação da praça, encontra-se as hortas comunitárias e a pérgola. Optou-se pelo plantio de árvores altas, devido a presença da
vegetação presente no terreno
pérgola situada na porção oeste da praça, para que as árvores ultrapassem a estrutura, criando um aspecto visual interessante. Também priorizou-se por espécies que não formam grandes copas, em decorrência da incidência solar necessária as hortas localizadas abaixo.
ipê
ESPÉCIES DENTRO DO EDIFÍCIO As vegetações escolhidas para dentro da parte coberta, possuem árvores de pequeno porte e arbustos de médio e pequeno porte. Entre as opções de árvores temos o Manacá-de-cheiro, foi escolhida por permitir uma visibilidade das atividades que acontecem dentro da estrutura e por sobreviver a meia sombra. Entre os arbustos temos as bromélias, clorófitos e amendoim forrageiro, entre outros.
A Stryphnodendron adstringens (barbartimão) é um ótimo exemplo de espécie para o uso próximo das hortas. Não forma copa e é recomendada em plantios de enriquecimento da vegetação do Cerrado.
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barbartimão
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renderizaçþes 95
Imagem da praça de alimentação e multiuso em direção ao prédio principal, onde encontra-se as lojas, administração, circulação vertical e apoio aos feirantes. O prédio é constituído por cobogós. Pode-se observar as três texturas predominantes no projeto: o amarelo, a madeira e o verde das vegetações.
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Estão presentes na imagem o espelho d’água ao centro, as hortas comunitárias, o caminho principal e ao fundo todo o contexto do edifíciogalpão. O espelho d’água possui acabamento em borda infinita, para a concentração de água que será destinada as canaletas de distribuição.
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Imagem do espaço destinado a banca dos feirantes. Em primeiro plano temos a representação das três tipologias de bancas sugeridas anteriormente. Em segundo plano observa-se o prédio principal e seus cobogós.
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Imagem do parquinho infantil, os mobiliários seguem uma paleta de cores semelhante ao restante do projeto: amarelo, marrom e verde. É possível observar a rede de permanência no lado esquerdo. No lado direito encontra-se a canaleta de distribuição de água.
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Imagem do tabuleiro de xadrez localizado no jardim das esculturas. Destaque para a paginação que se apropria da linguagem do tabuleiro em seu paisagismo. Os bancos seguem o mesmo conceito visual estabelecido pelas hortas. Ao fundo temos o parquinho infantil e a rede de permanência.
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Esse trabalho não é apenas a conclusão de um curso...
...esse trabalho é o resultado de todas as vivências, ensinamentos e pessoas que conheci ao longo da minha vida. Sem elas não seria possível chegar onde cheguei, com toda a bagagem necessária para encerrar um ciclo. Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais, Célio e Silvia. Por sempre me apoiarem e me amarem incondicionalmente. Por terem me educado e participado da formação do meu caráter como pessoa. Também gostaria de agradecer a minha irmã, Ananda, meu namorado Fabricio e amigos por sempre terem me ajudado nos momentos mais difíceis. Um muito obrigada ao meu querido orientador Éderson Teixeira que sempre esteve presente ao longo de todo o desenvolvimento do meu trabalho, com muito zelo e atenção. Por último, dedico este trabalho a Universidade de Brasília, local onde pude considerar minha segunda casa nos últimos seis anos. É uma honra para mim, participar desta universidade. Espero conseguir retribuir a sociedade, todos os ensinamentos aprendidos.
obrigada! 101
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