Vila Hope
ISNN 2019-017
CDD 720
REVISTA TFG – Arquitetura e Urbanismo (recurso eletrônico) /
Núcleo Docente Estruturante de Arquitetura e Urbanismo. Universidade de Marília – Vol. 02 nº 017 (nov./dez. 2019). –
Marília: UNIMAR, 2019.
TRIMESTRAL
Endereço Eletrônico:
http://www.unimar.com.br/cursos/graduacao/arquitetura/ ISSN 2019 – 017 versão eletrônica
1.Abrigo 2.Arquitetura Social 3.Pessoas em situação de rua 4.Sustentabilidade 5. Contêiner
CDD - 720
REVISTA TFG – ARQUITETURA E URBANISMO
UNIVERSIDADE DE MARÍLIA - UNIMAR
ARQUITETURA E URBANISMO
ISSN 2019-017
CDD-720
REVISTA TFG VOL.02 NOV/DEZ 2019
UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
Reitor MÁRCIO MESQUITA SERVA
Vice-Reitora REGINA LÚCIA OTTAIANO LOSASSO SERVA
Pró-Reitora de Pós-Graduação FERNANDA MESQUITA SERVA
Pró-Reitor de Administração JOSÉ ROBERTO MARQUES DE CASTRO
Pró Reitora de Ação Comunitária FERNANDA MESQUITA SERVA
Curso de Arquitetura e Urbanismo FERNANDO NETTO
UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
NDE – NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE
Ms. FERNANDO NETTO – Coordenador / Arquiteto e Urbanista
Dr. IRAJÁ GOUVEIA – Docente / Arquiteto e Urbanista
Ms. WALNYCE O.SCALISE – Docente / Arquiteta e Urbanista
Ms. SÔNIA C. BOCARDI MORAES – Docente / Arquiteta e Urbanista
Ms. WILTON F. CAMOLESE AUGUSTO – Discente / Arquiteto e Urbanista
NÚCELO INTEGRADO DE PESQUISA E EXTENSÃO – NIPEX
Dra. WALKIRIA MARTINEZ HEINRICH FERRER – Coordenação
CPA – COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO
Dra. ANDRÉIA C. F. BARALDI LABEGALINI – Pesquisadora Institucional
COMISSÃO EDITORIAL – REVISTA TFG
Ms. FERNANDO NETTO – Coordenador / Arquiteto e Urbanista
Ms. WILTON F. CAMOLESE AUGUSTO – Docente / Arquiteto e Urbanista
Ms. SÔNIA C.BOCARDI MORAES – Discente / Arquiteta e Urbanista
Dra. WALKIRIA MARTINEZ HEINRICH FERRER – Coordenação
FERNANDO MARTINS – Jornalista / MTB 76.753
COORDENAÇÃO – ARQUITETURA E URBANISMO
Ms. FERNANDO NETTO – Coordenador / Arquiteto e Urbanista
e para quem?
Ao analisar e estudar a população de rua, foi identificado que não são apenas os fatores de dinheiro e moradia que os levam a morar nas ruas. Cada um carrega em sua história um motivo para estar lá e o problema surge no processo de adaptação do indivíduo as ruas, quando perde o medo, o controle do tempo, da razão e do padrão produtivo considerado pela sociedade. A construção da vida nas ruas traz concomitante ao julgamento de improdutividade, a invisibilidade, uma vez que todos nós os vemos, mas poucas vezes os enxergamos, a não ser como uma poluição visual dos cenários públicos. Em Marília há algumas instituições voltadas para atender população de rua, como o albergue, o centro POP e a FUMARES, entre eles, os dois primeiros possuem características de assistência imediatista, que não são eficazes em produzir novas oportunidades. Já a fumares realiza um trabalho integral com os internos, dando condições para que se estabeleçam e recomecemsuasvidas.Éválidoressaltarquedo mesmo jeito que existe um processo para se adaptar as ruas, existe outro para sair delas, sendo que o reverso é mais difícil, uma vez que se enquadrar novamente nas regras sociais, no tempo,responsabilidadesetantosoutros
padrões,demandaumareeducação. Marília possui atualmente, cerca de 180 pessoas em situação de rua, segundo o último dado oficial e a FUMARES não consegue atender a demanda. Por isso, este estudo fundamentado na pesquisa do público alvo e alinhado com as vertentes da Arquitetura Social que está comprometida com a vida e a qualidade dela, contempla um abrigo com acomodações em apartamento individuais e residências, além de um complexo de capacitação, convívio social, galpão,canil,paraencorajá-losnareeducaçãoe processo de saída das ruas, é de extrema importância valorizar o indivíduo, para que se desenvolva novamente a privacidade, relacionamento de comunidade e dignidade. O objetivo desse trabalho é utilizar a arquitetura como uma ferramenta, criando um ambiente favorável às necessidades dos usuários e que uma convivência saudável entre os moradores e o espaço. Ademais, foi adotado o contêiner, como a principal base estrutural, evitando uso do concreto e outros elementos que não podem ser reciclados. E essa opção demanda todo um cuidado com o conforto térmico, por isso a proposta aborda estratégias com soluções térmicas através de elementos naturais, como a ventilação cruzada, resfriamento evaporativo e entre outras propostas sustentáveis para garantir o conforto dos moradores e a sustentabilidade.
Palavras-chave: Abrigo. Arquitetura social. Pessoas em situação de rua. Sustentabilidade. Contêiner.
When analyzing and studying the homeless population, it was identified that it is not only the factors of money and housing that lead them to live on the streets. Each one carries in his history a reason to be there and the problem arises in the process of adapting the individual to the streets, when he loses fear, control of time, reason and the productive pattern considered by society. The construction of life on the streets brings concomitant to the judgment of improductivity, invisibility, since we all see them, but rarely see them, except as a visual pollution of public scenarios. In Marília there are some institutions aimed at serving the street population, such as the hostel, the POP center and fumares, among them, the first two have immediate assistance characteristics, which are not effective in producing new opportunities. Smoking, on the other hand, does an integral work with the interns, giving conditions for them to settle and start their lives again. It is worth mentioning that the same way that there is a process to adapt the streets, there is another to get out of them, and the reverse is more difficult, since it falls back into social rules, in time, responsibilities and so many others standards, it demands reeducation.
Marília currently has about 180 people in street
tuations, according to the last official statement and FUMARES cannot meet the demand. Therefore, this study based on the research of the target audience and aligned with the aspects of Social Architecture that is committed to the life and quality of it, includes a shelter with accommodation in individual apartment and residences, in addition to a complex of training, social conviviality, shed, kennel, to encourage them in the reeducation and process of leaving the streets, it is extremely important to value the individual, so that privacy, community relationship and dignity are redeveloped. The objective of this work is to use architecture as a tool, creating an environment favorable to the needs of users and that a healthy coexistence between residents and space. In other words, the container was adopted as the main structural base, avoiding the use of concrete and other elements that cannot be recycled. And this option demands a whole care for thermal comfort, so the proposal addresses strategies with thermal solutions through natural elements such as cross ventilation, evaporative cooling and among other sustainable proposals to ensure the comfort of residents and sustainability.
Keywords: Shelter. Social architecture. Homeless. Sustainability. Container.
Este trabalho surgiu com o intuito de utilizar a arquitetura e urbanismo, como uma ferramenta social e contribuir com a necessidade de assistir as pessoas em situação de rua. Ao estudar este fenômeno global, que é a população de rua, me deparei com um universo paralelo e vasto, um público tão singular, tratado como homogêneo, quando não é esquecido e/ou despercebido pela sociedade. Cidadãos como qualquer outro, com os mesmos direitos e deveres na teoria, pois na realidade seus direitos são roubados pela invisibilidade e marginalização de sua dignidade. Com uma política pública fraca e ineficaz, a população de rua segue esperando pela restituição de seus direitos, e quanto mais tempo esperam, maior é o desafio de reinserilos na sociedade, adaptando-os novamente as rotinas e regras, do mundo atual. Por isso, levando em consideração o perfil da população de rua e seus direitos, aliados a ferramenta da arquitetura em oferecer um ambiente humanizado e propício para a ressocialização de seus usuários, esta pesquisa irá propor um abrigo que ofereça além de instalações que deem suporte a outras necessidades básicas, como também apoios em diversas áreas como profissional e educacional para que potencializeoprocessodeadaptação.
Para compreender melhor o público alvo, o capítulo primeiro aborda a definição do morador de rua, quem são e onde vivem, para entendermos suas reais necessidades e propor alternativas diferentes a assistência atual oferecidapelacidade.
Já no capítulo 2, será dedicado a entender os direitos sociais das pessoas em situação de rua easpolíticaspúblicasoperantenacidadeem
assistência social prestadas pelas entidades e suaimportâncianacidadedeMarília. Por fim, será realizado 3 leituras de projeto e apresentado uma proposta projetual, um abrigo de acolhimento a moradores de rua, onde possam se estabilizar a longo prazo, com acomodações individuais e instalações de uso coletivo que supra outras necessidades além de moradia, melhorando a eficácia do atendimentoaessepúblicotãovariado. Dado o exposto, a concepção do projeto arquitetônica não visa ser a solução para este problema social, pois é muito mais complexo, pois as necessidades deles extrapolam apenas o direito à moradia, mas visa ser uma ferramenta auxiliadora através da arquitetura e urbanismo, para uma melhora nesta condição e processodereinserçãonasociedade.
O INDIVÍDUO E SEU CONTEXTO CAPÍTULO 1
A população de rua é um fenômeno muito antigo, que sempre existiu na sociedade, independente do momento histórico, econômico e região do mundo. Mas ao analisar a história, vemos que nem sempre todo homem foi igual perante a lei, com a evolução da sociedade foram surgindo as leis e os estatutos para igualar todos os homens entre direitos e deveres, entretanto, ainda hoje vemos que não funciona na pratica, a desigualdade social ainda cria patamares na sociedade e os moradores de rua estão na base dessa pirâmide.
O capitalismo e a industrialização foram como catalisadores para esse fenômeno global se agravar, pois acentuaram ainda mais a desigualdade social, somados com outros fatores como falta de emprego devido a superpopulação dos centros urbanos, por consequência da migração rural-urbana em busca de uma nova vida nas cidades e entre outros, contribuíram para aumentar e alterar o perfil das pessoas em situação de rua, onde não apenas os de extrema pobreza ocupam as ruas, mas o trabalhador migrante de outro estado desempregado também e assim foram
foram se mesclando as histórias e contextos até os dias de hoje, formando um grupo peculiar e heterogêneo, formado por pessoas de ambos os sexos, diferentes idades, estado civil, vindos de diferentes regiões do país, com ou sem vícios, vivendo sozinhas ou em agrupamentos de amigos e/ou familiares, entre muitos outros pontos que se diferem um dos outros, dificultando a tarefa de analisar esse público tão diversificado. Apesar de muitos, eles são invisíveis a sociedade e ao Estado, ocasionando o processo de exclusão social e se tornam marginalizados pelos olhos da sociedade. “Os moradores de rua estão presentes nos cenários urbanos, mas não são vistos como cidadãos.” (OLIVEIRA e MOREIRA, 2011).
Entretanto morador de rua, é o cidadão que sem trabalho e sem casa, encontra na rua a única opção parar sobreviver. As pessoas em situação de rua expressam uma situação limite de pobreza, e esta por sua vez é difícil de ser conceituada e delimitada, pois se modifica no espaço, no tempo e até a forma como é vista pela sociedade. Conforme Zaluar (1992), o conceito de pobreza perde seu sinal de valor espiritual para adquirir o sentido de carência, da falta de bens.
Essa marginalização construída no interior de um imaginário social sobre a pobreza, gera o processo de exclusão-inclusão, que de acordo com Martins (1998), é um processo que excluí pessoas da sociedade, ao mesmo tempo que as move para dentro, onde submissas pelo sistema, acabam não reivindicando ou protestando, frente as injustiças que sofrem. Ou seja, as pessoas em situação de rua são desatendidas
Apobrezanãosereduz,portanto,aumaquestão meramente econômica, se constituindo também num parâmetro de avaliação social. Nesse contexto a população de rua, que indiscutivelmente se encontra numa situação de extrema pobreza, tem seu lugar social demarcado, sendo estigmatizada pela sociedade como um todo e pela classe trabalhadora em particular. (ZALUAR, Alba.1992, p apud. Vieira, Bezerra,Rosa,SãoPaulo,1994,pag.17).
de seus direitos sociais mínimos, como emprego e moradia, vivem no limite da sobrevivência e dignidade humana, ocupando ruas, praças, terrenos, imóveis abandonados, à espera de respeito e cuidado. Atualmente são variadas as circunstancias que levam alguém a morar na rua, sejam esses motivos de cunho social, como a falta de moradia e emprego por exemplo, ou de cunho individual, como desafeto familiar, vícios, problemas mentais e entre outros, encontram na rua a única alternativa para ‘tocarem’ suas vidas.
Ser morador de rua não é o destino necessário de todo esse grupo; no entanto, é umas das possibilidades, que se concretizará em função de várias circunstâncias, desde conjunturas que restringem emprego e moradia até condições individuais, relacionadas a histórias de vida pessoais,condições físicas e mentais. (Vieira, Bezerra, Rosa, 1994, pag 23,SãoPaulo).
Ricardo Mattos (2006), levanta uma questão muito importante em sua dissertação, se seria possível encontrar um conceito geral, para definir este público diversificado e complexo. Atualmente no Brasil, as pessoas em situação de rua, tem várias denominações como: Mendigo, trecheiro, andarilho, errante, morador de rua, homem de rua, habitante da rua, nômade urbano, albergado, sem-teto, homeless, membro da população de rua ou do povo da rua, algumas com tom pejorativo e equivocada, que ao longo dos anos foram debatidos e evoluídos, mas que ainda predomina o vocabulário popular.
(...) Trata-se da acepção do termo ligada à pessoa como “criatura humana”, igual a todos nós. Apresentarotermopessoaantesdequalqueroutra palavra, explicita a necessidade de vê-las, antes de tudo, como seres humanos que merecem respeito, tanto quanto se deve respeitar a vida de cada um de nós. (...) o termo pessoa é utilizado no plural, de maneira a destacar não só aquilo que nos iguala, mas também o que nos diferencia: são pessoas distintas umas das outras, porque cada qual é singular. Paradoxal: usar pessoas no plural nos faz destacar a singularidade. Dessa forma, pode-se explicar a heterogeneidade da situação de rua ligada à diversidade de histórias de vida. Vê-se, logo, a distinção entre o termo pessoas e o termo população, este último privilegiando o grupo social naquilo que tem em comum, e não em suas distinções.(MATTOS,2006,p.40).
As pessoas em situação de rua são sobreviventes, que desenvolveram seu próprio modo de vida, pois no padrão moldado pela sociedade, eles não se encaixam mais. Por isso o desafio que ressocializa-los é imenso, mesmo com respostas e movimentos institucionais, há uma resistência e dificuldade para eles no processo, onde muitos desistem e preferem voltar as ruas. Li sobre as (im)possibilidades da saída das ruas, e me chamou a atenção o fato de terem tantas possibilidades ao mesmo tempo de tantas barreiras.
O conceito adotado neste trabalho, é o mesmo utilizado por Mattos, que é o de pessoas em situação de rua². Segue definição:
Por isso, a arquitetura é apenas uma ferramenta discreta, perto de todo o trabalho necessário para a ressocialização necessário, é um trabalho multidisciplinar para levar o fim desejado de transformar vidas. Primeiro é romper os pré-conceitos estabelecidos sobre as pessoas em situação de rua, primeiro entender quem são, suas histórias e particularidades, respeitar e então ajudar.
Consequências da vivencia nas ruas 1.2
Como citado anteriormente, as pessoas em situação de rua criam seu próprio modo de vida, sem tempo, sem regras, sem residência, sem renda fixa, muitas vezes sem família, sem compromissos financeiros como aluguéis, agua, luz, taxas, conseguem roupas doadas e se servem de comida em redes filantrópicas, “(...)desenvolvem formas especificas de garantir a sobrevivência, de conviver e ver o mundo. Têm sobre a cidade um outro olhar, atribuindo novas funções aos espaços públicos” (VIEIRA, BEZERRA e ROSA, 1994, p.96), ou seja, há uma ruptura com as formas socialmente aceitas para sobreviver, que está totalmente ligada ao trabalho fixo, para morar, comer e vestir. Mas o viver na rua, adquire a sobrevivência, com o abandono do compromisso constante e cotidiano do emprego, substituídos por outras formas de trabalho, como os bicos e venda de recicláveis, por exemplo.
Em pesquisa (MATTOS, 2006), revela haver 5 processos psicossociais na formação da identidade do morador de rua, ele aprofunda 3 principais, que também será abordada neste trabalho, o primeiro de rualização, que é a chegada do indivíduo na rua, os motivos que o levaram a ela, descritas no capítulo 1.1 morador de rua. O estagio 2, abordado neste capitulo, traz a vivencia da situação de rua, a adaptação e nova percepção de vida e da rua, descritas pelas autoras:
“A inserção no munda da rua não se dá de forma repentina. Gradativamente o indivíduo vai abandonando hábitos, costumes e conceitos, para pouco a pouco ir vivenciando e adquirindo um novo entendimento de rua – por que não dizer? – da vida.” (VIEIRA, BEZERRA e ROSA, 1994, p.98).
Ainda segundo Vieira, Bezerra e Rosa, as ruas ganham uma nova significação, entre o processos de perdas e ganhos. E cada vez que corta mais vínculos, ele se socializa mais com as ruas, e “quanto maior o tempo na rua, maior a dificuldade de estabelecer os laços anteriores (...) Sua aparência vai mudando: as roupas, o andar lento fazem com que seja identificado socialmente como um homem de rua.” (VIEIRA, BEZERRA e ROSA, 1994, p.99).
Baseado nisso, entendemos que a rua pode ser circunstancial ou um modo de vida, onde identificamos, diferentes relações a permanecia nas ruas, segundo as autoras:
FICAR NA RUA – circunstancialmente; após todos os recursos se esgotarem como albergues, pensões e etc, só sobra a rua para a pernoite pois não tem onde ir, estes ainda demonstram medo de dormir na rua e rejeitam a identificação de morador de rua, procuram distanciar-se deles.
ESTAR NA RUA – recentemente; um pouco mais adaptado a pernoitar nas ruas, já não se sente ameaçado por ela, começa a ter mais relacionamentos com outras pessoas da mesma situação e encarar a rua como novas alternativas. Sempre que possível, buscar abrigos e pensões para abrigar-se, tentam se diferenciar dos moradores de rua.
SER DE RUA – permanentemente, com suas chances mais limitadas de voltar a uma vida ativa, após mais tempo nas ruas, sofrendo processos de depauperamento físico e mental, devida a má alimentação e condição de vida e até uso constante do álcool, este estágio é o mais difícil de ser revertido. Mattos usa o termo domesticar, para traduzir o trabalho de tornar este indivíduo fragilizado voltar a se encaixar novamente em um padrão, do qual ele perdeu todas as referências.
Nesse gancho estramos no 3º estágio do processo psicossocial, defendido por MATTOS (2006) que é a (im)possibilidades da saída das ruas.
Assim como são por variados motivos, que levam as pessoas a estarem em situação de rua, também por variados motivos que muitos saiam dela. Há quem queira sair das ruas, e é o que fazem ao ganhar um emprego, há quem queira, mas não consiga devido a vícios, problemas psíquicos, rompimento de laços familiares, falta de emprego e há também quem não queira sair do estilo de vida oferecido pelas ruas, onde a liberdade custa caro. Por isso, mais uma vez, é necessário entender a pluralidade deste grupo, pois para MATTOS (2006) “toda intervenção deve, necessariamente, respeitar a autonomia da pessoa para a qual se dirige, devemos nos pautar na real demanda de cada pessoa.”
DIREITOS E POLÍTICAS SOCIAIS CAPÍTULO 2
Ao discutir o sentido de direito e cidadania, verificamos que as pessoas em situação de rua, possuem seus direitos reservados pelo Estado. Mas as medidas oferecidas são na maioria de assistência imediatista. E como vimos no capítulo anterior, assim como há um processo para se adaptar as ruas, existe outro para sair delas.
De forma que medidas imediatistas, não resolvem o problema, apenas suprem as necessidades momentâneas desses cidadãos, que por direito deveriam ter acesso a emprego, moradia, saúde, educação, conforme a
Constituição Federativa do Brasil respalda no capítuloII,dosdireitossociais:
Art 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).
Além disso, cabe a União elaborar e executar planos nacionais e regionais para o
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desenvolvimento econômico e social, para junto dos Estados e Municípios, promover programas, combater pobrezas e fatores de marginalização, favorecendo a integração social dos setores desfavorecidos.
Na cidade de Marília, há várias iniciativas para atender as pessoas em situação de rua como o POP,albergueCasaCidadãeaFUMARES,sendo queestaúltima,atendeecontribuiparamelhorar as condições de vida dos assistidos, não apenas suprindo suas necessidades, mas acompanhando todo o processo de saída das ruas.
FUMARES
CENTRO POP
A FUMARES (Fundação Marilene de Recuperação Social), situada na Rodovia SP 333, Km 451, é umas entidade que tem como objetivo orientar e capacitar as camadas marginalizadas da população, contribuindo na melhora de suas condições de vida, através de capacitação para serem ativos economicamente e socialmente, reintegrando e fortalecendo vínculos com familiares também. Tem capacidade para abrigar 60 adultos e tem como público alvo, homens em condição precária e migrantes encaminhados pela Secretaria Municipal da Assistência Social.
ALBERGUE
( CASA DE PASSAGEM )
Este projeto que ajuda homens de forma constante, colabora de forma mais efetiva a reintegração a sociedade que o albergue por exemplo. Pois tem o caráter de capacitar, através da produção da terra, dando uma utilidadeeserviçoaeles,enãoapenasassiste as necessidades imediatas dos usuários. Há uma resistência das pessoas em situação de rua, em optar pelos albergues, devido as regras rígidas com horário e funcionamento interno,horáriorígido
Ponto de concentração de pessoas em situação de rua na cidade de Marília. Lateral do Estádio Bento de Abreu voltada para a Rua Vinte e Um de Abril. (FOTO: MORENO, Leonardo. 2017)DIREITOS E POLÍTICAS SOCIAIS
de entrada e saída, além de hora para comer, se banhar, dormir, lavar roupas com número limitado de peças, barulho, uso do pátio, não pode entrar alcoolizado, pertences pessoais devem ser deixados na portaria, por essas e outros motivos, muitos preferem os logradouros e as marquises para pernoitar, pois não se encaixam mais as tantas regras. Em algumas cidades, estão criando projetos de lei para que os usuários contribuam nas decisões junto com a administração de albergues, para que realmente sejam eficientes para as pessoas que usufruem dos serviços prestados, por exemplo, discutir horário de entrada, pois muitos não conseguem chegar dentro do tempo exigido, devido ao seus trabalhos em locais distantes, medidas como esta evita que se torne inútil ter um serviço que não consegue servir o seu propósito. Segundo a secretaria Municipal de Assistência Social, a cidade possui atualmente 180 pessoas cadastradas em situação de rua, mesmo com o excelente trabalho prestado pela FUMARES não é suficiente para demanda do problema municipal. Por isso se fundamente a necessidade de uma intervenção nessa área.
É valido ressaltar a questão levantada por Mattos em sua dissertação, fundamentado por Justo (2005), os serviços devem respeitar e auxiliar as pessoas e não redefini-las a padrões forçadamente, pautando a demanda de cada pessoa:
(...) serviços para auxiliar as pessoas que vivem nas ruas e delas não querem sair, assim como alternativas concretas para a saída das ruas para aquelas pessoas que assim o desejarem.
Repetimos, em qualquer das possibilidades, pensamos ser necessário respeitar as pessoas em sua autodeterminação: no ato de escolher livremente o destino que almejam construir.
(JUSTO, 2005, apud. MATTOS, São Paulo, 2006, pag.169).
É necessário respeitar e respaldar por direito, as pessoas que decidem continuar a não se encaixar no padrão convencional, oferecendo programas alternativos para elas também, como o caso do POP, que funciona durante o dia com atividades sociais, servem refeições e etc.
ARQUITETURA SOCIAL CAPÍTULO 3
Ao pesquisar o termo Arquitetura Social, não encontraremos muito material a respeito de seu conceito e definição. Ela é diretamente ligada com os programas de urbanização e habitação, bem como com as políticas públicas das cidades, como o programa nacional 'Minha casa, Minha vida'. Para muitos, a arquitetura social se limita apenas a reformas, regularizações e ser acessível as pessoas da classe D, E e F economicamente falando. Entretanto a responsabilidade do arquiteto com o social deve ser muito maior e amplo, que propor funcionalidade aos espaços projetados, mas com uma visão macro das necessidades de sociabilidade, lazer e cultura da população.
Por fim, qual é então o papel social da arquitetura na atualidade? A arquiteta e urbanista Angela Gordilho, Doutora pela FAU-USP, coordenadora do Lab-HABITAR do PPG/AU da FAUFBa, respondeu essa pergunta em uma palestra, oferecida pelo CAU em 2012:
Por fim
"Muito mais do que trabalhar com arquitetura para camadas de rendas diferenciadas, que não têm acesso a arquitetura, a nossa função social hoje é, principalmente, trabalhar com a cidade. Entender a cidade no seu conjunto. Atualmente, cada vez mais, a produção da cidade é feita de forma fragmentada, setorial , abandonando a ideia de planejamento e de perspectivas de métodos de qualificação, de ampliação e de expansão da cidade."
Fica claro que independentemente do profissional ter contato apenas com seu cliente ou com toda uma comunidade, exercendo a função de planejamento da cidade, todo arquiteto deve entender o contexto ao que o outro está inserindo, pois a arquitetura de interesse social é exatamente esse contato, que permite compreender, enxergar particularidades, funcionalidade e convívio da casa ou comunidade, para então, propor um projeto arquitetônico bem feito, que pode interferir de maneira decisivanobem-estarequalidadedevidadosenvolvidos.
Oimpactodaarquiteturavoltadaparaointeressesocial,podecontribuirparaaformaçãoindividualou coletiva das pessoas, gerar cultura, inclusão e até mesmo desenvolver cidadania, segundo a arquiteta AlisJosefides.
Ouseja,aArquiteturaSocialécomprometidacomavidaecomaqualidadeebemestardela.Eladeve promover uma relação saudável entre o espaço e as pessoas, promover inclusão, propor acessibilidade, projetar com sustentabilidade, respeitar os usuários e projetar os espaços para cumprir asnecessidadesenãoencaixaraspessoasnoprojeto.
LEGISLAÇÃO CAPÍTULO 4
Código Sanitário do Estado de São Paulo
Este trabalho aborda artigos do Código Sanitário do Estado de São Paulo, que estão presentes na seção II com diretrizes para albergues e congêneres, traz normas para dormitórios coletivos que deverão apresentar área mínima de 5,00m² por leito e no caso de quarto ou apartamento, também respeitar 5,00m² por leito, sendo área mínima de 8,00m². E a cada 10 leitos, deve haver instalações sanitárias contendo uma bacia, uma lavatório e um chuveiro, além de um mictório a cada 20 leitos. (Art.89). Deverá contar também, segundo o artigo 92, como área mínima de lazer, que corresponda a 10% da área edificada, sendo que a quinta parte seja um espaço coberto destinado a atividades de lazer e o restante jardins e etc.
Já o capítulo V, traz considerações a habitações de interesse social, que são aquelas que possuem no máximo 60m², segundo o artigo 95, que norteiam as casa individuais do projeto, pois gozam de observações especiais para aprovação, respaldado pelo artigo 96.
O artigo 97, considera as seguintes medidas mínimas, pé direito de 2,40m; área útil do quarto com 6m², sendo um quarto apresente área mínima de 8m²; área útil de 4,00m² de cozinha e área útil de 2,00m² de banheiro. Segundo o artigo 99, fica obrigatório somente no compartimento sanitário, paredes impermeáveis até 1,50m e na cozinha, considerar no mínimo rodapé. Já o artigo 101, obriga a ligação das edificações a rede de agua e esgoto.
Foi utilizado o capítulo VI, para orientar as edificações destinas a ensino e segundo o artigo 102 e 103, as áreas de sala de aula deverão respeitas as medidas mínimas de 1,20m² por aluno com carteira individual e se tiver auditório, considerar ara útil mínima de 0,80m² por pessoa.
LEITURA DE PROJETOS CAPÍTULO 5
4.1 STEPPING STONES;
4.2 SHELTER HOME FOR THE HOMELESS;
4.3 QUIXOTE VILLAGE.
PROJETO 4.1
STEPPING STONES
PROPOSTA ESTRATÉGICAMENTE
EsteprojetodeMorrris+Comppany,reaproveitaa estação abandonada de metrô York Road, situado em Londres, como um albergue, espaço de coworkingeumaloja,totalizando560m².
A proposta estrategicamente inclusiva, viável e holística, além de revitalizar o espaço abandonado e promove a inclusão de pessoas em situação de rua na comunidade local, oferecendo habitação de longo prazo, emprego e oportunidades de capacitação educacional. Além das moradias, o projeto conta com um espaço de co-working publicamente acessível e uma loja de caridade. Os moradores tem seu lar compartilhadocomacomunidadelocal.
“CONCLUSÃO: O edifício Stepping Stones, traz uma releitura sensível e inclusiva, com o objetivo de unir a comunidade local e o morador de rua, muitas vezes invisíveis, o térreo fica aberto ao públicoecolaboraparaessainteraçãonoedifício, com as salas de co-working e a loja. O primeiro e segundo pavimentos estão divididos em pequenas, médias e grandes acomodações, sendo que para habitar em uma delas é necessário cumprir algumas metas, como estudar por exemplo. Assim o morador tem a chance de se desenvolver, em troca de melhores acomodações, os espaços são otimizados e com grandeconforto.
A ideia é inovadora em todos os sentidos e agregou muito valor a pesquisa, ao estudar a disposição dos cômodos, ainda mais por ser um espaçorevitalizado.
“Os desabrigados ocultos não estarão mais escondidos, mas ficarão no centro de uma comunidade vibrante rica em oportunidades.” -Morris + Company-
Neste quadro vemos o croqui e os estágios das habitações, a acomodação mais simples requer menos exigênciasqueoestagio3,ondeomoradortemdireitoa um apartamento maior se atingir algumas metas, como trabalhareestudar.
PROJETO 4.2
SHELTER HOME FOR THE HOMELESS
instalações, criando um compromisso pessoal e respeito com a instituição.
social.
DESIGNER INOVADOR
PARA INSTITUIÇÃO DE CARÁTER SOCIAL
PAVIMENTO INFERIOR
Pavimento inferior, abrigada moradores itinerantes e de média estância. A planta possui duas entradas com portaria, o triangulo maior indica a entrada para os moradores itinerantes, onde dá acesso ao departamento feminino do abrigo, com banheiros (verde), sala de estar (rosa claro), dormitórios (laranja) e oficinas de trabalho (amarelo) e refeitório comunitário (lilás). Já o triangulo menos indica a entrada dos moradores fixos, composto por dormitórios (azul), banheiros (verde escuro) e sala de estar (rosa escuro). (FONTE:ArchDaily,comediçõesdoautor,2019).
PAVIMENTO SUPERIOR
Planta Pavimento Superior, também para itinerantes, composto por dormitórios (azul), banheiros (verde), sala de estar e refeitório (rosa) e oficina/sala de atividades (amarelo) (FONTE:ArchDailycomediçõesdoautor,2019).
que entre os itinerantes, há uma ala especifica para mulheres situado no pavimento inferior, enquanto o masculino de maior fluxo está situado no piso superior, todos os quartos são individualizados.
PROJETO 4.3
QUIXOTE VILLAGE
O Quixote Village é uma comunidade residencial, situado em Olympia, Washigton, não possui um projeto arquitetônico elaborado, entretanto fornece moradias fixas e apoio para adultos previamente desabrigados, incluindo pessoas que sofrem de doenças mentais, deficiências físicas e se recuperam do vício. A vila é composto por 30 pequenas casas, que se situam ao redor de um espaço central aberto e lagoas de retenção, além de um prédio comunitário com cerca de 760m² que abriga uma cozinha comunitária e uma sala de reunião, chuveiros, lavanderia, escritórios da equipe e uma sala de reuniões. As casas possuem cerca de 44m², com dois ambientes, o quarto e um lavabo, essas casas custam quase a metade do custo médio de um apartamento. O principal diferencial deste projeto é que cada morador tem sua própria casa, seu próprio gramado e varanda. Isso traz um senso de propriedade e orgulho, cada um com sua própria individualidade e singularidade.
E o aspecto de vila cria uma comunidade incrível. Nos últimos 2 anos, 90% dos residentes que se mudaram, foram para outra forma de habitação permanente, ou seja, conseguiram se restabelecer definitivamente. Esse resultado é um conjunto de trabalhos desenvolvimentos junto aos moradores com um gerente de caso, que ajuda individualmente cada membro da comunidade, oferecendo oportunidades educacionais e atividades nas quais os residentes tenham interesse, entre outras medidas. Vale ressaltar que as casas são ecologicamente corretas.
SIMPLES MAS EFICIENTE EM SEU PROPÓSITO
PLANTA SALÃO COMUNITÁRIO E FOTOS
CONCLUSÃO: Este projeto em especial, se aproxima mais da ideia central deste trabalho e do que será proposto nesta pesquisa, por isso estudar sua organização foi de estrema importância, na questão de projeto, a planta da área comunitária é simples e das habitações não foi encontrado, ainda assim agregou muito conhecimento.
As casas individuais possuem cerca de 44m²,comdoisambientes,oquartoeum lavabo, essas casas custam quase a metade do custo médio de um apartamento.
CAPÍTULO 6
LEVANTAMENTO
Ao analisar a pesquisa, levando em consideração o uso e costume dos moradores de rua, o terreno para a inserção do projeto deveria ser na zona central, que é onde eles se concentram e procuram abrigo e passam o dia. Com fácil acesso a todos os lugares, já que a locomoção é outra característica deles.
5.1 ÁREA
O terreno escolhido está situado no centro, especificamente na Zona Comercial no mapa de zoneamento, a decisão envolveu o fato de ser um espaço vazio no centro, perto dos principais pontos de concentração de moradores de rua, próximo ao terminal rodoviário urbano e centro comercial, com acesso rápido a qualquer ponto da cidade.
Segundo a lei de uso do solo, edificações de
Localização do terreno. (FONTE: Google com edição do autor, 2019).cunho institucional são tolerados sob a taxa de ocupação, igual e 80 e o coeficiente de aproveitamento equivalente a 1,6, que torna possível a realização de um projeto de até 3.192m² de área construída para atender o programa de necessidades. O terreno possui aproximadamente 1.994,14 m² e seu perímetro total em torno de 202,27 m.
Entorno 6.2
O terreno está localizado em duas vias de grande fluxo, a Av. Tiradentes, na qual está voltada a maior face do terreno e Rua Maranhão. Por ser uma área central, o terreno é cercado de vias arterial e coletora, garantido acesso fácil e rápido aos moradores e também funcionários, a preocupação da escolha do terreno leva em consideração a caraterística e necessidade das pessoas em situação de rua, que é a locomoção. Um terreno afastado ou escondido não seria tão eficaz e intencional como um na região central. Outro fator positivo, é que o terreno é próximo as áreas de maior concentração de moradores de rua, o que facilitaria no trabalho de captação e procura voluntária pelo abrigo.
É importante destacar que através de uma análise ao entorno, ficou constatado que a maioria das edificações ao derredor possuem o uso predominante comercial e de serviços.
Mapa do entorno destacando edificações importantes, pontos de concentração de pessoas em situação de rua e os tipos de vias públicas.
(FONTE: Google maps com edições doautor,2019).
Av. Tiradentes
ESCALA 1:150
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