Tradução Visual dos Dados Estatísticos: Infográfico para apoio do ensino e aprendizagem de Geografia

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TRADUÇÃO VISUAL DOS DADOS ESTATÍSTICOS DO IBGE: Infográfico para apoio do ensino e aprendizagem de Geografia no Ensino Fundamental

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE ARTES, COMUNICAÇÃO E DESIGN LARISSA YUMI ASAMI

CURITIBA, PARANÁ

/2018



TRADUÇÃO VISUAL DOS DADOS ESTATÍSTICOS DO IBGE: Infográfico para apoio do ensino e aprendizagem de Geografia no Ensino Fundamental



UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE ARTES, COMUNICAÇÃO E DESIGN LARISSA YUMI ASAMI

TRADUÇÃO VISUAL DOS DADOS ESTATÍSTICOS DO IBGE: Infográfico para apoio do ensino e aprendizagem de Geografia no Ensino Fundamental Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Designer, com habilitação em Design Gráfico, do Setor de Artes, Comunicação e Design da Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Drª Carolina Calomeno Machado

CURITIBA, PARANÁ 2018



AGRADECIMENTOS

Este Trabalho de Conclusão de Curso nasceu da pergunta: “como é possível impactar a sociedade por meio do design gráfico?”, com a qual me deparei durante a graduação na Universidade Federal do Paraná. Tal questionamento foi fomentado pela minha participação no Pibic — Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica — coordenado pela Dra. Carla Galvão Spinillo; no Núcleo de Design e Sustentabilidade coordenado pelo Dr. Aguinaldo Santos; e no Pibid — Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência — coordenado pela Dra. Carolina Calomeno, que orienta este TCC. Saliento aqui, a minha gratidão por esses professores que doam seu tempo e dedicação para contribuir para a formação de futuros pesquisadores e profissionais do mercado de trabalho. Agradeço à Tatiana Miranda e a Ana Laura do IBGE, aos professores Luan do Carmo, Camila Heimerdinger e Lucy Correa dos Santos e ao graduando Vitor Yano, que contribuíram para esta pesquisa ao compartilhar parte da sua experiência. Deixo um agradecimento especial ao professor João Mendes e aos alunos do Colégio Estadual Padre Olímpio de Souza, por cederem o tempo de aula para a realização da pesquisa de campo e do teste com os usuários. Foi um prazer dialogar com pessoas que se dedicam e prezam tanto pela sua profissão. Estas interações me incentivaram a seguir em frente com o TCC. Finalmente, agradeço à minha família e aos amigos que encontrei durante a graduação. Obrigada pelo seu apoio, pela sua paciência e pela sua companhia ao longo destes cinco anos. Não seria possível encerrar esta etapa da vida sem a sua presença.



RESUMO Este projeto tem o objetivo de desenvolver um infográfico sobre os dados estatísticos do IBGE para apoiar o ensino e aprendizagem da Geografia nas salas de aula do 7º e 8º ano do ensino fundamental nas escolas públicas do Brasil. Pressupõe-se que a leitura e interpretação dos dados estatísticos pode colaborar para a formação de cidadãos conscientes, incentivando o exercício da democracia, logo, este projeto trabalha com os dados sobre os domicílios brasileiros — coletados no Censo demográfico 2010 — através do método de Carvalho e Aragão (2012). Os dados coletados nas etapas de pesquisa de campo e análise de similares resultou na lista de requisitos e na conceituação do projeto, que embasa a etapa de geração de alternativas. A versão final do infográfico foi submetido aos testes de compreensão e de satisfação no contexto da sala de aula, para detectar deficiências e verificar possíveis desdobramentos do projeto.

ABSTRACT This project has the objective of developing an infographic on the statistical data of IBGE to support the teaching and learning of Geography in the classrooms of the 7th and 8th year of elementary education in public schools in Brazil. It is assumed that the reading and interpretation of statistical data can contribute to the formation of conscious citizens, encouraging the exercise of democracy, so this project works with data on Brazilian households — collected in the Demographic Census 2010 — using the method of Carvalho and Aragão (2012). The data collected in the “field research” and “similar analysis” stages resulted in the list of requirements and the conceptualization of the project, which bases the “generation of alternatives” stage. The final version of the infographic was submitted to the comprehension and satisfaction tests in the context of the classroom, to detect deficiencies and verify possible project deployment.



LISTA DE FIGURAS

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FIGURA 1: Site do IBGEEduca.

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FIGURA 2: Site do IBGE com gráficos interativos.

24 |

FIGURA 3: Página do relatório do IBGE, em formato PDF com uso do gráfico e da tabela.

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FIGURA 4: Gráfico de linha da matéria “PNAD Contínua | Taxa de desocupação (%)”.

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FIGURA 5: Infográfico da matéria “Mulheres continuam a cuidar mais de pessoas e afazeres domésticos que homens”.

26 |

FIGURA 6: Atividade “Aprendendo sobre a Alimentação e Pecuária” publicada no espaço do IBGEeduca dedicado aos professores.

27 |

FIGURA 7: Vídeos do IBGEEduca, portal voltado para os jovens.

27 |

FIGURA 8: Portal do IBGEEduca voltado para as crianças.

31 |

FIGURA 9: Mapa conceitual do referencial teórico.

34 |

FIGURA 10: “A framework for a cognitive theory of multimedia learning”.

36 |

FIGURA 11: “The proposed syntactic decomposition of graphic representations”.

36 |

FIGURA 12: Atributos gráficos.

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FIGURA 13: “The food pyramid of the ocean”.

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FIGURA 14: “Detail of the Mexico City subway map”.

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FIGURA 15: “The changing ratio of the number of produced motorcycles and the number workers involved in their production.

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FIGURA 16: “When it rings, pick up the phone!” “The life cycle of a typical fern”

39 |

FIGURA 17: “E. messelensis gen. et sp. nov. in evolutionary and biogeographical context

39 |

FIGURA 18: “The life cycle of a typical fern”

39 |

FIGURA 19: “London Underground Diagram”

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FIGURA 20: “The proposed syntactic decomposition of graphic representations”.

42 |

FIGURA 21: “L. Hugh Newman, Man and Insects”

42 |

FIGURA 22: “Birthplaces of the 3,005 Ming poets,1368-1644”

45 |

FIGURA 23: “Document flow procedure along defferents offices and clerks, 1945”.

46 |

FIGURA 24: “Characteristics of the ultimate weed”.

46 |

FIGURA 25: “Representation of a year of wind data”.

46 |

FIGURA 26: “Napoleonic invasion russia”.

51 |

FIGURA 27: O Contínuo do Entendimento.

53 |

FIGURA 28: Primeira representação gráfica de dados

53 |

FIGURA 29: Gráfico estatístico. William Playfair, 1780

53 |

FIGURA 30: Gráfico polar de Florence Nightingale.


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FIGURA 31: Etapas do uso do infográfico como material de apoio em sala de aula.

62 |

FIGURA 32: Processo de design de infográficos estáticos.

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FIGURA 33: Mapa dos Stakeholders.

72 |

FIGURA 34: Sala de aula do Colégio Estadual Padre Olímpio de Anchieta.

72 |

FIGURA 35: Sala de informática do Colégio Estadual Padre Olímpio de Anchieta.

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FIGURA 36: Exemplos de Infográficos na “abertura de unidade” dos livros didáticos do Colégio Estadual Padre Olímpio de Anchieta.

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FIGURA 37: Características das turmas do 7º e 8º ano do ensino fundamental.

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FIGURA 38: Similares Diretos.

82 |

FIGURA 39: Similares Indiretos.

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FIGURA 40: Amostras nº3 e nº7.

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FIGURA 41: Streamgraph sobre “ligações para o 311 durante o período de 8 a 15 de Setembro de 2010” em Nova York.

87 |

FIGURA 42: Chord Diagram interativo sobre “viagens de Uber entre dois bairros”.

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FIGURA 43: alternativas A e B de tradução gráfico-visual dos dados estatísticos do IBGE.

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FIGURA 44: alternativas C e D de tradução gráfico-visual dos dados estatísticos do IBGE.

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FIGURA 45: Esquema de reprodução do infográfico no formato A4 e A3.

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FIGURA 46: Painel semântico 1.

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FIGURA 47: Painel semântico 2.

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FIGURA 48: GA1.

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FIGURA 49: GA2.

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FIGURA 50: Processo criativo, aspecto estético.

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FIGURA 51: GA2 refinada para o teste com os usuários.

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FIGURA 52: Materiais do teste com usuários.

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FIGURA 53: Exemplo do teste de satisfação.

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FIGURA 54: Resultado do teste com os usuários, folha1.

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FIGURA 55: Resultado do teste com os usuários, folha2.

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FIGURA 56: síntese do teste de satisfação, folha 1.

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FIGURA 57: síntese do teste de satisfação, folha 2.

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FIGURA 58: comparação do resultado dos testes de satisfação, folha 1 e 2.

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FIGURA 59: objeto final. Fonte: a autora, 2018.


LISTA DE TABELAS

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TABELA 1: Tipos de informação.

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TABELA 2: Análise de Similares. Variáveis/Objeto pretendido do TCC.

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TABELA 3: Análise e Similares. Lista e palavras-chave.

78 |

TABELA 4: Instrumento de análise.

79 |

TABELA 5: Análise dos similares diretos.

89 |

TABELA 6: Requisitos Projetuais.

95 |

TABELA 7: Relação das alternativas com os requisitos projetuais e as hipóteses.



SUMÁRIO INTRODUÇÃO

17

CAPÍTULO 1: ESPAÇO ELETRÔNICO DO IBGE

23

CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

29

2.1. DESIGN DA INFORMAÇÃO

32

2.2. PSICOLOGIA COGNITIVA E O APRENDIZADO MULTIMÍDIA

33

2.3. LINGUAGEM GRÁFICA

35

2.3.1. Estruturas da Relação Objeto-para-Objeto

36

2.3.2. Estruturas da Relação Objeto-para-Espaço

41

2.3.3. Sintaxe Gráfica

43

2.3.4. Interpretação das Representações Gráficas

47

2.4. ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO

50

2.5. INFOGRAFIA

52

2.5.1. Princípios de Excelência Gráfica

55

2.5.2. Princípios de Representação Gráfica da Informação Quantitativa

56

2.5.3. Elementos da Infografia

57

2.6. SÍNTESE: REFERENCIAL TEÓRICO

59

CAPÍTULO 3: PROCESSO PROJETUAL

61

CAPÍTULO 4: PESQUISA DE CAMPO

65

4.1. ENTREVISTA COM OS DOCENTES

66

4.2. ENTREVISTA: EQUIPE “7 A 12” DO IBGE

69

4.3. VISITA À ESCOLA

71

4.4. SÍNTESE: PESQUISA DE CAMPO

73

CAPÍTULO 5: ANÁLISE DE SIMILARES

75

5.1. LEVANTAMENTO DE SIMILARES

75

5.2. INVESTIGAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS VISUAIS

77

5.3. SÍNTESE: ANÁLISE DE SIMILARES

83

CAPÍTULO 6: CONCEITUAÇÃO DO PROJETO E REQUISITOS PROJETUAIS

85

CAPÍTULO 7: GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

91

CAPÍTULO 8 | TESTE COM OS USUÁRIOS

101

8.1. TESTE DE COMPREENSÃO

102

8.2. TESTE DE SATISFAÇÃO

102

8.3. SÍNTESE: TESTE COM OS USUÁRIOS

110

CAPÍTULO 9 | CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Introdução

O presente TCC — Trabalho de Conclusão de Curso — investiga como o infográfico pode beneficiar o ensino e aprendizagem da geografia nas escolas públicas. Este projeto, pressupõe que a democracia está intimamente ligada ao direito de acesso à informação, e assim, o design gráfico pode contribuir para a formação de cidadãos conscientes através do tratamento gráfico-visual da informação, conforme será detalhado a seguir. A democracia é um sistema de governo caracterizado pela participação direta ou indireta dos cidadãos na tomada de decisões do Estado, ela é essencial para elaborar políticas públicas que atendem, de fato, as necessidades da sociedade. Segundo Rover (2006, APUD RAMOS & ROVER, 2007), o funcionamento do sistema democrático depende da eficiência com que os cidadãos conseguem adquirir e compreender dados sobre a sua realidade cultural, social e econômica. Assim, o acesso às informações governamentais é fundamental para o exercício da democracia, uma vez que isto viabiliza o diálogo transparente entre o Estado e a população e permite a maior participação do último na administração pública (RAMOS & ROVER, 2007; FERREIRA; SANTOS & MACHADO, 2012).

1. A Lei de Acesso à informação é responsável por assegurar ao cidadão o direito de obter conteúdos de interesse particular, coletivo ou geral produzidos ou em posse dos órgãos públicos, com exceção daqueles cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Esses dados devem ser fornecidos em uma linguagem clara e em diversos formatos, inclusive naqueles abertos e não proprietários como planilhas e textos.

No Brasil, a lei de acesso à informação1 — LAI — garante a disponibilidade das informações governamentais. Entretanto, estas costumam ser de difícil aquisição ou compreensão, devido à falta de projetos e ações direcionados para o desenvolvimento e aprimoramento das infraestruturas tecnológicas — ex. sites e aplicativos — responsáveis pela sua difusão (FERREIRA; SANTOS & MACHADO, 2012). Consequentemente, a população têm o seu direito de acesso à informação negado e manifesta pouco ou nenhum interesse em se envolver na tomada das decisões políticas (RAMOS & ROVER, 2007).

Introdução

17


Neste contexto, as representações gráfico-visuais se tornam um recurso capaz potencializar a aquisição da informação (BALSTER, 2009; FASSIRA, 2011), otimizando a comunicação entre o governo e a população. Atualmente, órgãos estatísticos nacionais e internacionais como o IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA); o Eurostat (GABINETE DE ESTATÍSTICAS DA UNIÃO EUROPEIA); o Stats NZ (ESTATÍSTICAS DA NOVA ZELÂNDIA ); o Statistics Netherlands (CBS — INSTITUTO CENTRAL DE ESTATÍSTICA DA HOLANDA); o United States Census Bureau ( DEPARTAMENTO DO CENSO DOS ESTADOS UNIDOS); entre outros; utilizam infográficos para apresentar os seus dados estatísticos. 2. Abrange o grupo de analfabetos — não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços, etc.) — e alfabeto rudimentar — que localiza uma ou mais informações explícitas, expressas de forma literal, em textos muito simples compostos de sentenças ou palavras que exploram situações familiares do cotidiano doméstico; compara, lê e escreve números familiares identificando o maior/ menor valor; resolve problemas simples do cotidiano envolvendo operações matemáticas elementares ou estabelecendo relações entre grandezas e unidades de medida; reconhece sinais de pontuação (vírgula, exclamação, interrogação, etc.) pelo nome ou função (INAF, 2016).

Entretanto, conforme argumenta de Mattos (2015), compreender as representações gráfico-visuais não é uma tarefa simples. Sob essa perspectiva, o autor questiona a acessibilidade dos infográficos em razão do alto índice de analfabetismo funcional no Brasil2. De acordo com o INAF — Indicador de Alfabetismo Funcional — (2016), 27% dos brasileiros são analfabetos funcionais e, consequentemente, têm dificuldade para ler e interpretar gráficos. Apesar dessa condição afetar, majoritariamente, a parcela da população que não frequentou a escola ou tem no máximo quatro anos de escolaridade, 3% dos brasileiros com educação superior se enquadram nesse grupo, isto, indica um quadro preocupante. Assim, averigua-se que a infografia, sozinha, não é o bastante para garantir o direito de acesso à informação. Portanto, este projeto questiona: como o design gráfico pode contribuir para que as informações governamentais sejam disseminadas de forma mais eficaz para os cidadãos brasileiros? De acordo com Ferreira, Santos & Machado (2012), para assegurar o direito de acesso à informação é necessário prover os meios tecnológicos e educacionais — relacionados a competência para ler e interpretar dados — para a sociedade, por meio de programas e ações à longo prazo. Logo, este projeto pretende trabalhar com uma das etapas de educação básicas do Brasil: o ensino fundamental. Nesse sentido, o IBGE é uma entidade da administração pública federal com a missão de produzir, analisar, pesquisar e disseminar informações de natureza estatística e geocientífica — geográfica, cartográfica, geodésica e ambiental — sobre o Brasil (IBGE, 2004). Ele, se configura como o principal provedor de dados e informação sobre o país (IBGE, 2018), sendo o objeto de estudo deste TCC.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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O IBGEEduca3 é um portal do IBGE com a proposta de elaborar conteúdo didático para crianças, jovens e professores (FIGURA 1), o site disponibiliza materiais gráficos lúdicos como vídeos, jogos, textos, gráficos e infográficos (IBGEEDUCA, 2018). Nota-se que, a proposta do IBGEEduca, é coerente com a fala de Ferreira, Santos & Machado (2012).

3. <educa.ibge. gov.br>. Mais informações no capítulo 1.

Figura 1: Site do IBGEEduca. Fonte: IBGEEduca Disponízveis em: https://teen.ibge. gov.br/

Contudo, conforme demonstra a pesquisa de campo (CAPÍTULO 4), materiais diferenciados — como os produzidos pelo IBGEEduca — não costumam ser utilizados dentro das salas de aula das escolas públicas. O principal obstáculo para isto é a escassez de recursos tecnológicos dentro destas instituições — ex. projetor, computador, meios de reprodução (IMPRESSORA). Diante destes fatos, constata-se que a sociedade civil tem o potencial de intervir e colaborar para reduzir esta lacuna, em vez de se posicionar como um mero expectador. Logo, este TCC busca elaborar um infográfico com os “dados estatísticos do IBGE sobre a população brasileira”, adaptado para o contexto das escolas públicas do Brasil, contribuindo para as esferas: SOCIAL ao desenvolver um material gráfico capaz de contribuir com o acesso à informação e com a formação de cidadãos conscientes; e EDUCATIVA ao desenvolver um material capaz de fomentar o interesse pela leitura e interpretação de gráficos durante a educação básica, auxiliando a combater o quadro de analfabetismo funcional no Brasil. Com este intuito, o TCC tem como objetivo geral: usar o design gráfico para transformar os dados estatísticos produzidos pelo IBGE em visualizações gráficas que despertam o interesse dos alunos do ensino fundamental; sendo os objetivos específicos que respaldam a sua realização:

Introdução

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OBJETIVO ESPECÍFICO A elaborar um objeto de apoio para os docentes e discentes das escolas públicas, explorando os recursos tecnológicos disponíveis neste contexto e o repertório do público-alvo; OBJETIVO ESPECÍFICO B usar os dados obtidos da pesquisa bibliográfica, da pesquisa de campo, da análise de similares e das heurísticas de design de infográficos para guiar a criação do objeto; e OBJETIVO ESPECÍFICO C avaliar o objeto — infográfico — em seu contexto de uso. Por fim, este documento escrito descreve o processo de desenvolvimento do TCC e apresenta a seguinte estrutura: CAPÍTULO 1 | ESPAÇO ELETRÔNICO DO IBGE por meio de uma pesquisa exploratória, o capítulo expõe como os dados estatísticos do IBGE são apresentados em três de seus espaços eletrônicos: o site do IBGE <WWW.IBGE.GOV.BR/>, a Agência IBGE Notícias <AGENCIADENOTICIAS.IBGE.GOV.BR/> e o IBGE Educa <EDUCA.IBGE.GOV.BR/>. CAPÍTULO CAPÍTULO 2 | FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA compreende a revisão da literatura sobre a psicologia cognitiva (MIJKSENAAR, 1997; WALKER & BARRAT, 2007; BALSTER, 2009; SBDI, 2017), design da informação (MAYER, 2003; RUDOLPH, 2017), linguagem gráfica (ENGELHARDT, 2002), arquitetura da informação (BONSIEPE, 2000; BALSTER, 2009; MATTOS, 2010; LAZZARIN, ET AL, 2012) e infografia (MIJKSENAAR, 1997; TUFTE, 1998; BALSTER, 2009; ENGELHARDT, 2002), isso constitui a base teórica do TCC. CAPÍTULO 3 | PROCESSO PROJETUAL apresenta a “proposta de metodologia para infográficos estáticos” da Juliana Carvalho e Isabella Aragão (2012). O capítulo explica como são as três etapas de desenvolvimento de um infográfico: a CONCEPÇÃO — que engloba a pauta, o apuramento e levantamento de dados e a análise de similares —, a EXECUÇÃO — que consiste na delimitação do conteúdo, geração de alternativas e teste com usuário — e o ACABAMENTO — as fases de aprimoramento e análise crítica.

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CAPÍTULO 4 | PESQUISA DE CAMPO aborda as entrevistas com professores do ensino fundamental, a entrevista com a equipe que desenvolve o conteúdo do portal “7 a 12” do IBGE — site com materiais educacionais para o público infantil — e a visita ao Colégio Estadual Padre Olímpio de Souza. CAPÍTULO 5 | ANÁLISE DE SIMILARES descreve o processo de coleta e análise de doze materiais gráficos — sete similares diretos e cinco similares indiretos — para levantar tendências, deficiências e pontos positivos. A análise dos similares diretos emprega o instrumento proposto por Fabiano Miranda (2013) para avaliar a amostra de forma quantitativa e qualitativa. CAPÍTULO 6 | REQUISITOS PROJETUAIS E CONCEITUAÇÃO DO PROJETO compreende a “lista de requisitos” e a “conceituação do projeto”, elaboradas à partir dos dados obtidos na fundamentação teórica, pesquisa de campo e análise de similares. CAPÍTULO 7 | GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS consiste na etapa de “geração de alternativas” e descreve o processo de desenvolvimento de três protótipos de “tradução gráfico-visual dos dados estatísticos do IBGE”. O protótipo final, selecionado com base nos requisitos projetuais e na consulta com stakeholders, foi utilizado no teste com os usuários. CAPÍTULO 8 | TESTE COM OS USUÁRIOS aborda os testes de compreensão e de satisfação realizados com as turmas do 8º ano do ensino fundamental, no Colégio Estadual Padre Olímpio de Souza. CAPÍTULO 9 | CONSIDERAÇÕES FINAIS apresenta um breve resumo do TCC, com reflexões e possíveis desdobramentos do projeto.

Introdução

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TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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Capítulo 1: Espaço Eletrônico do IBGE

Sabe-se que, para assegurar a participação dos cidadãos na tomada de decisões políticas é necessário garantir o direito de acesso à informação. Nesse sentido, o governo eletrônico4 busca democratizar a informação, utilizando os espaços eletrônicos — ex. sites — para fortalecer a comunicação entre o Estado e a sociedade (RAMOS & ROVER, 2007). Assim, para compreender como o IBGE apresenta os dados estatísticos no seu espaço eletrônico, foram analisados três exemplos: o site do IBGE, a Agência IBGE Notícias e o IBGEeduca. Salienta-se que, em razão da variedade de materiais gráficos produzidos pelo instituto — ex. relatório, vídeo, notícia, caderno/cartilha, etc — esta etapa enfoca nos gráficos e infográficos de dados estatísticos, o campo de interesse da graduanda.

4. A otimização da prestação de serviços do governo, da participação dos cidadãos e da administração pública pela transformação das relações internas e externas através da tecnologia, da Internet e dos novos meios de comunicação (FERGUSON, 2002, p. 104 APUD RAMOS & ROVER, 2007).

EXEMPLO 1: SITE DO IBGE O site do IBGE passou por um redesign de interface no ano de 2017. O projeto solucionou os problemas de usabilidade da página — arquitetura da informação e navegabilidade — e incorporou o uso dos gráficos interativos (FIGURA 2), semelhantes ao modelo adotado por instituições estatísticas estrangeiras, para tornar o conteúdo mais atraente, interessante e dinâmico. Contudo, boa parte das pesquisas do instituto, como o Censo Demográfico, ainda continua com a apresentação limitada ao formato de tabela ou relatório (FIGURA 3).

Capítulo 1: Espaço Eletrônico do IBGE

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Figura 2: Site do IBGE com gráficos interativos. Fonte: IBGE. Disponíveis em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 2017

Figura 3: Página do relatório do IBGE, em formato PDF com uso do gráfico e da tabela. Fonte: IBGE. Disponíveis em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 2017

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EXEMPLO 2: AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS Reúne uma equipe de profissionais da área da comunicação para produzir e publicar notícias, audiovisuais e impressos com linguagem objetiva. A Agência IBGE Notícias preza pela comunicação verbal clara e simples e pelo uso do gráfico (FIGURA 4), vídeo, fotografia e infográfico (FIGURA 5) para facilitar a compreensão do usuário.

Figura 4: Gráfico de linha da matéria “PNAD Contínua | Taxa de desocupação (%)” (à esquerda). Fonte: Agência IBGE Notícias. Disponível em agenciadenoticias. ibge.gov.br/ | Acesso em 2017

Figura 5: Infográfico da matéria “Mulheres continuam a cuidar mais de pessoas e afazeres domésticos que homens” (à direita). Fonte: Agência IBGE Notícias. Disponível em agenciadenoticias.ibge.gov.br/ | Acesso em 2018

EXEMPLO 3: IBGEEDUCA O IBGEeduca foi lançado em 2018 à partir da combinação de três sites: 7 a 12 — dedicado aos alunos do ensino fundamental com textos, gráficos, mapas, vídeos e brincadeiras adaptadas para o público infantil —; IBGE Teen — dedicado aos alunos do ensino médio com material de estudo, conteúdo preparatório para o ENEM e atualidades sobre a população e o território brasileiros —; e Vamos Contar — destinado aos educadores do ensino fundamental e médio, onde era possível compartilhar experiências sobre o ensino e a aprendizagem de geografia e matemática nas escolas (AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS, 2018). Este espaço eletrônico produz materiais didáticos — ex. gráfico, infográfico, mapa, etc. — para os alunos e professores usarem dentro e fora da sala de aula (FIGURA 6).

Capítulo 1: Espaço Eletrônico do IBGE

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Figura 6: Atividade “Aprendendo sobre a Alimentação e Pecuária” publicada no espaço do IBGEeduca dedicado aos professores. Fonte: IBGEeduca. Disponível em: https://educa.ibge. gov.br/ | Acesso em 2018. 15% 16%

26% 30% 31% bovinos abatidos suínos abatidos

25%

frangos abatidos

MT

leite captado pelas indústrias

MG

ovos de galinha produzidos

SP

couro cru inteiro recebido pelos curtumes

PR SC

Fonte: IBGE - Pesquisas Trimestrais do Abate, do Leite, do Couro e de Produção de Ovos de Galinha. 4º trimestre / 2016 (http://bit.ly/TriAgro16) Elaboração: IBGE, Centro de Documentação e Disseminação de Informações

A partir da análise desses exemplos, constata-se que, a tradução gráfico-visual dos dados estatísticos do IBGE costuma ser feita através do gráfico — “gráfico de barras”, “gráfico de linha” e “gráfico de pizza” —, da tabela e do mapa. O “site do IBGE” é o único exemplo que possui gráficos interativos (FIGURA 2). No caso dos materiais elaborados pela “Agência IBGE notícias” e pelo “IBGEEduca”, destaca-se o uso dos infográficos como elementos de apoio à compreensão, nesse caso, figuras e ilustrações são empregadas como objetos de informação — ex. legenda — e objetos de decoração (ENGELHARDT, 2002), para chamar a atenção do usuário. Ademais, nota-se que o “site do IBGE” e a “Agência IBGE notícias”, voltados para o público geral, preferem utilizar representações gráficas abstratas (EX. GRÁFICO, TABELA E TEXTO) e/ou representações pictóricas realistas (EX. FOTOGRAFIA E VÍDEO), enquanto os espaços do IBGEEduca, em especial, os voltados para as crianças e os jovens, preferem utilizar as linguagens gráfica e verbal (ORAL E ESCRITA) adequadas ao repertório do seu público-alvo (FIGURA 7 E 8). Isto, indica que a tradução gráfico-visual dos dados estatísticos por meio de gráficos e tabelas é insuficiente para despertar o interesse dos alunos do ensino fundamental. Neste sentido, conclui-se que, a adaptação das linguagens gráfica e verbal ao repertório do público-alvo é um recurso indispensável para obter o engajamento das crianças e dos jovens. Portanto, este TCC identifica nos relatórios disponíveis no site do IBGE (FIGURA 3), o potencial para projetar um infográfico adaptado para os alunos do ensino fundamental no contexto das escolas públicas do Brasil.

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Figura 7: Vídeos do IBGEEduca, portal voltado para os jovens. Fonte: IBGEeduca. Disponível em: https://educa.ibge. gov.br/jovens/material-de-estudo/ videos. Acesso em: 2018.

Figura 8: Portal do IBGEEduca voltado para as crianças. Fonte: IBGEeduca. Disponível em: https://educa.ibge. gov.br/criancas. Acesso em: 2018.

Capítulo 1: Espaço Eletrônico do IBGE

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TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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Capítulo 2: Fundamentação Teórica

Pesquisar e entender o tema, o usuário e o objeto do trabalho demonstra ser uma etapa fundamental para alcançar resultados satisfatórios no projeto. Logo, a fundamentação teórica é essencial para compreender os princípios que guiam a tomada de decisões do TCC. Tendo isso em vista, literatura sobre o design da informação, psicologia cognitiva, arquitetura da informação, linguagem gráfica e infografia foram selecionadas para compor o referencial teórico do trabalho: A DESIGN DA INFORMAÇÃO: a área do design na qual este projeto está amparado. Será realizado uma breve revisão de sua função, bem como a sua relação com os demais temas abordados no referencial teórico; B PSICOLOGIA COGNITIVA: essencial para compreender como o uso da imagem e do texto influencia a aquisição da informação. Terá como base a Teoria Cognitiva do Aprendizado Multimídia (COGNITIVE THEORY OF MULTIMEDIA LEARNING) de Richard E. Mayer, um pesquisador renomado da área da psicologia cognitiva e do e-learning;

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C LINGUAGEM GRÁFICA: para verificar a sintaxe das representações gráficas, desde o seu menor elemento — objeto gráfico elementar — até a forma de leitura das representações gráficas. Terá como base a tese “The language of graphics” de von Engelhardt, uma proposta de unificação do vocabulário do campo; D ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO: para entender o que é dado, informação e conhecimento. Será abordado como a informação é disseminada no mundo contemporâneo; e E INFOGRAFIA: uma ferramenta para comunicar informações e dados estatísticos, que será estudado quanto a sua especificidade histórica e o seu uso nos dias de hoje. O mapa conceitual do referencial teórico (FIGURA 9) apresenta os pontos de similaridade e diferença entre estas cinco áreas de estudo. Nota-se que a infografia (indicado por uma linha branca) pertence ao campo de conhecimento do design da informação. Esses cinco eixos temáticos constituem o conhecimento teórico necessário para a “apresentação dos dados estatísticos do IBGE”, conforme indicado ao centro do mapa.

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DESIGN DA INFORMAÇÃO MIJKSENAAR, Paul. Visual Function: an introduction to information design. Rotterdam, 1997.

SBDI, Sociedade Brasileira de Design da Informação. O que é Design da Informação. Disponível em: <http://www.sbdi.org.br/>. Acesso em: nov. 2017.

1

DESIGN DA INFORMAÇÃO WALKER, Sue; BARRAT, Mark. An Introduction to information design. Reino Unido: National Archives, 2007.

confiabilidade, usabilidade, satisfação

PSICOLOGIA COGNITIVA 5

2

INFOGRAFIA

facilitar a compreensão

design centrado no usuário

RUDOLPH, Michelle. Peer-Reviewed Article: Cognitive Theory of Multimedia Learning. Independence University. Journal of Online Higher Education, vol.1, nº 2, 2017.

LINGUAGEM GRÁFICA

DOS DADOS ESTATÍSTICOS

LINGUAGEM GRÁFICA

objeto gráfico, relação gráfica

aprendizagem na mídia eletrônica, canal visual e verbal

MAYER, Richard E. The promise of multimedia learning: using the same instructional design methods across diferent media. Departamento de Psicologia, Universidade da Califórnia, Santa Barbara, USA, p. 125-139, 2003.

APRESENTAÇÃO

função comunicacional 3

PSICOLOGIA COGNITIVA

DO IBGE

interpretação das relações gráficas, sintaxe gráfica

aquisição da informação

ENGELHARDT, von Jörg. The Language of Graphics: A framework for the analysis of syntax and meaning in map, charts and diagrams. University of Amsterdam, 2002.

TUFTE, Edward R. Envisioning Information. Graphics Press, Cheshire, Connecticut, 1998.

ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 4

ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO dado, informação, conhecimento

BONSIEPE, Gui. Design as Tool for Cognitive Metabolism: From Knowledge Production to Knowledge Presentation, 2000. LAZZARIN, Fabiana Aparecida; CARNEIRO, Naiany de Souza; de SOUZA E., Emília Augusta Alves; de SOUZA M., Marckson Roberto Ferreira de Souza. Da informação à compreensão: reflexão sobre a Arquitetura da Informação, Usabilidade e Acessibilidade no campo da Ciência da Computação. Biblionline, João Pessoa, v. 8, n. esp., p. 231-244, 2012. MATTOS, Alessandro Nicoli de Mattos. Informação é prata, compreensão é ouro: um guia para todos sobre como produzir e consumir informação na era da compreensão. Creative Commons, 2010.

LEGENDA:

INFOGRAFIA BALSTER, Marcos Fiore Correia. A Comunicação de dados estatísticos por meio de infográficos: uma abordagem ergonômica. PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2009.

Classificação cromática indicando os eixos temáticos do referencial teórico abordados por cada obra. Segundo o diagrama acima.

FASSINA, Uriá. A infografia como recurso comunicacional no processo de aquisição de informação e compreensão de tipografia. 2011. Tese (Mestrado em Comunicação) — Centro de Educação, Comunicação e Artes, Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Estadual de Londrina, Paraná. LIMA, Ricardo Cunha. O que é infografia jornalística? Revista Brasileira de Design da Informação / Brazilian Journal of Information Design São Paulo | v. 12 | n. 1 [2015], p. 111 – 127. 2015.

Figura 9: Mapa conceitual do referencial teórico. Fonte: a autora, 2018.

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

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2.1. DESIGN DA INFORMAÇÃO Sendo uma área de estudo relativamente recente, ainda existem muitas discussões sobre o que é, como e onde atua o design da informação (BALSTER, 2009). A SBDI — Sociedade Brasileira de Design da Informação — estabelece que ele: é uma área do design gráfico que objetiva equacionar os aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos que envolvem os sistemas de informação através da contextualização, planejamento, produção e interface gráfica da informação junto ao seu público alvo. Seu princípio básico é o de otimizar o processo de aquisição da informação efetivado nos sistemas de comunicação analógicos e digitais (2017).

Em síntese, o design da informação tem o propósito de fornecer conteúdo útil para o usuário, facilitando a compreensão e reduzindo a frustração e o erro na realização da tarefa (WALKER & BARRAT, 2007). Uma questão pertinente dentro dessa área é a relação entre a função e a estética. Salienta-se que o debate sobre esses dois elementos, muitas vezes vistos como antagônicos, não é novo no campo do design (MIJKSENAAR, 1997). Para Balster (2009), ambas — a função e a estética — devem estar em equilíbrio para cumprir o seu papel comunicacional, uma vez que a função, desacompanhada da estética, é tediosa e a estética, sozinha, não comunica. De forma similar, Mijksenaar (1997) estabelece que o design da informação deve se preocupar com três aspectos: a confiabilidade, a usabilidade e a satisfação. A confiabilidade e a usabilidade constituem a função e diz respeito à capacidade do objeto desempenhar seu papel com eficácia. A satisfação se relaciona com o aspecto emocional do usuário e, também, com a estética. No contexto dos órgãos governamentais — o qual interessa este TCC —, o design da informação pode aprimorar a experiência de interação do usuário com os serviços públicos, melhorando a usabilidade e a confiabilidade destes e, consequentemente, impactando no nível de satisfação da população (WALKER & BARRAT, 2007). Por fim, enfatiza-se que, o design da informação é uma área multidisciplinar e centrada no usuário, que envolve conhecimento e destreza em diversos campos (WALKER & BARRAT, 2007). Vamos relacionar três deles com os temas tratados mais à frente no referencial teórico: a arquitetura da informação (TÓPICO 2.4.); a linguagem gráfica (TÓPICO 2.3.) e o design baseado em evidências — que envolve a psicologia cognitiva.

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2.2. PSICOLOGIA COGNITIVA E O APRENDIZADO MULTIMÍDIA A Teoria Cognitiva do Aprendizado Multimídia foi desenvolvida pelo psicólogo educacional Richard E. Mayer e verifica como as pessoas aprendem no ambiente eletrônico e que estratégias cognitivas e de design podem ser aplicadas para otimizar essa aprendizagem (RUDOLPH, 2017). Ela tem como objeto de estudo o aprendizado multimídia, que acontece quando o usuário interage com materiais que possuem elementos visuais — imagens estáticas ou animadas — e verbais — texto falado ou escrito — e essa interação gera conhecimento. Isto pode ocorrer através de gráficos em um livro didático, slides com áudio, apresentação oral, animação, vídeos educativos ou, como no caso do objeto pretendido deste TCC, de um infográfico (RUDOLPH, 2017). O aprendizado multimídia se baseia em 3 premissas (MAYER, 2003, P. 129, TRADUÇÃO NOSSA): A CÓDIGO DUPLO: os seres humanos possuem dois canais distintos para processar a informação, o canal visual e o verbal; B CAPACIDADE LIMITADA: a capacidade destes canais processarem a informação é extremamente limitada; e C PROCESSAMENTO ATIVO: uma aprendizagem profunda ocorre quando o usuário é capaz de selecionar, organizar e integrar a informação captada pelo canal visual e verbal com o seu conhecimento prévio. Conforme esquematizado na figura 10, as imagens e palavras são captadas pela visão ou pela audição — memória sensorial. Em seguida, seus aspectos relevantes são selecionados pelo usuário e convertidos em representação visual ou verbal, essa conversão pode ser a transformação da imagem/animação em representação visual e do áudio/texto em representação verbal ou, no sentido oposto, a transformação da imagem/animação em representação verbal e do áudio/texto em representação visual. As palavras e imagens selecionadas são, então, organizadas em modelos mentais coerentes e integradas ao conhecimento prévio do usuário, gerando a aprendizagem profunda. Esse processo não ocorre, necessariamente, em uma ordem linear rígida (MAYER, 2003).

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

33


Figura 10: “A framework for a cognitive theory of multimedia learning”. Modelo adaptado de Mayer (2003, p. 129, tradução nossa).

APRESENTAÇÃO MULTIMÍDIA

PALAVRAS

MEMÓRIA SENSORIAL

MEMÓRIA DE TRABALHO

OUVIDOS

MEMÓRIA DE LONGO PRAZO

MODELO VERBAL

SONS selecionar palavras

integração IMAGENS

OLHOS

IMAGENS selecionar imagens

organizar imagens

CONHECIMENTO PRÉVIO

MODELO PICTÓRICO

Mayer conduziu uma série de experimentos sobre a aprendizagem na mídia eletrônica e concebeu 9 princípios (RUDOLPH, 2017). Em razão da natureza estática do objeto do TCC — que o torna mais próximo da mídia impressa do que da eletrônica — 4 destes serão analisados: princípio multimídia, princípio da coerência, princípio da continuidade espacial e princípio de personalização. O autor defende essa abordagem no artigo “The Promise of multimedia learning: using the same instructional design methods across different media”: Os métodos de design de instruções eficientes funcionam em qualquer mídia. Em resumo, os princípios do design instrucional não mudam, necessariamente, quando o ambiente de aprendizagem muda [...] o design de instruções multimídia deve ser baseado na compreensão da natureza da aprendizagem humana. O emprego de diferentes tecnologias não altera os fundamentos naturais de como a mente humana funciona. (MAYER, 2003, p. 136 - 137, tradução nossa)

Assim, o princípio para o desenvolvimento de materiais multimídia de Mayer ( 2003 ) estabelece que o usuário compreende melhor uma informação quando: A PRINCÍPIO MULTIMÍDIA: o conteúdo é apresentado de modo que estimula ambos os canais, o verbal e o visual. B PRINCÍPIO DA COERÊNCIA: elementos irrelevantes são excluídos do material (ex. ilustrações decorativas, vídeos e áudio sem relação com a informação); C PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE ESPACIAL: a informação verbal e visual correspondentes são apresentados próximos um do outro; e D PRINCÍPIO DE PERSONALIZAÇÃO: a informação é apresentada por meio de um texto informal, no estilo de um diálogo, do que em um texto formal. Segundo Ibrahim (2012, APUD RUDOLPH, 2017 TRADUÇÃO NOSSA) existem 3 desafios para o desenvolvimento de um material multimídia eficiente: conteúdo

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irrelevante, detalhe irrelevante e complexidade. Esses fatores provocam a sobrecarga cognitiva, que afeta a atenção do usuário e, consequentemente, impede a aprendizagem. O pensamento de Ibrahim é consistente com o princípio da coerência de Mayer. A compreensão da Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimídia fornece a bagagem teórica sobre a interação do usuário com os elementos visuais e verbais e a sua resposta cognitiva à essa interação. O tópico seguinte, aborda a linguagem gráfica.

2.3. LINGUAGEM GRÁFICA Tal como a linguagem verbal é composta de palavras, a linguagem gráfica é composta de objetos gráficos. O objeto gráfico é uma representação visual, contida numa superfície mais ou menos plana, criada com o intuito de descrever, explicar, informar ou instruir algo. Nota-se que ele se distancia das representações tridimensionais físicas pelo caráter bidimensional; dos artefatos visuais como obras de arte e anúncios por priorizar a função comunicativa; e dos “signos naturais” — ex. mudança cromática das folhas no outono — por ser intencionalmente criado para expressar uma informação (ENGELHARDT, 2002). Conforme a figura 11, um objeto gráfico pode ser classificado em: A OBJETO GRÁFICO ELEMENTAR; ou B OBJETO GRÁFICO COMPOSTO, que consiste: no espaço gráfico que ele ocupa; nos objetos gráficos contidos nesse espaço; e nas relações gráficas nas quais esses objetos estão envolvidos. O objeto gráfico é o menor componente dotado de significado da linguagem gráfica. Ele pode ser comparado aos morfemas da linguagem verbal. O espaço gráfico corresponde à construção mental elaborada pelo usuário ao ver uma imagem, logo, ele está associado aos mecanismos de percepção e gestalt. Entender o espaço gráfico como o espaço físico que uma imagem ocupa é um erro (IBID). As relações gráficas estão ligadas à sintaxe gráfica: O espaço gráfico, os objetos gráficos nele contidos, e seus atributos visuais, podem ser considerados como os ‘ingredientes’ da representação gráfica. As relações gráficas são as formas com que esses ‘ingredientes’ são combinados em uma estrutura sintática. (IBID, p.30, tradução e grifo nosso)

Nos próximos tópicos, serão detalhados a relação gráfica de objeto-para-objeto (2.3.1.) de objeto-para-espaço (2.3.2.).

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

35


Figura 11: “The proposed syntactic decomposition of graphic representations”. Adaptado de Engelhardt (2002, p.14, tradução nossa).

OBJETO GRÁFICO COMPOSTO consiste de

Espaço gráfico que ele ocupa (isto pode envolver o espaço significativo)

Objetos gráficos contidos nesse espaço

Relação gráfica nas quais esses objetos estão envolvidos Essas podem ser uma relação:

relação objeto-para-espaço

objeto-para-espaço (envolvendo o espaço significativo); e/ou objeto-para-objeto (espacial ou com base nos atributos gráficos)

relação objeto-para-objeto

2.3.1. ESTRUTURAS DA RELAÇÃO OBJETO-PARA-OBJETO A relação objeto-para-objeto compreende a forma como dois ou mais objetos gráficos interagem entre si. Ela pode ser analisada com base nos atributos gráficos ou na relação espacial.

Figura 12: Atributos gráficos. Adaptado de Mullet and Sano (1995, p.54) apud Engelhardt (2002, p.27, tradução nossa). Foi incluída na representação: características de cor, transparência e nitidez das bordas.

TAMANHO

VALOR

ORIENTAÇÃO

COR

TRANSPARÊNCIA

NITIDEZ DAS BORDAS

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TEXTURA

FORMA

2 DIMENSÕES ESPACIAIS DO PLANO

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Os atributos gráficos são as características visualmente perceptíveis do objeto gráfico (FIGURA 12). O conjunto identificado por Bertin (1967/1983 APUD ENGELHARDT, 2002) engloba o tamanho, valor, granulação/textura, cor, orientação, forma e as 2 dimensões espaciais do plano. Ainda, podemos incluir nesse repertório, a transparência e a nitidez das bordas (MACEACHREN 1995, 2001 APUD ENGELHARDT, 2002). A relação espacial descreve o arranjo de dois ou mais objetos gráficos sobre uma superfície bidimensional. Ela é classificada por Engelhardt (2002) em: A AGRUPAMENTO ESPACIAL (SPATIAL CLUSTERING): separação dos objetos gráficos em dois ou mais grupos através da aproximação dos elementos da mesma categoria e do distanciamento dos elementos de categorias diferentes. O agrupamento espacial usa o espaço em branco para juntar ou separar objetos gráficos (FIGURA 13).

Figura 13: “The food pyramid of the ocean”. Fonte: Wallace 1978, p. 383 (APUD ENGELHARDT, 2002, p.33).

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

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B SEPARAÇÃO POR SEPARADORES (SEPARATION FOR SEPARATORS): um separador pode ser uma linha ou uma faixa que separa dois ou mais objetos gráficos. Ele pode percorrer em qualquer direção — ex. linhas retas e paralelas ou linhas curvas e orgânicas. C ALINHAMENTO (LINEUP): organização dos objetos gráficos em uma linha onde “cada objeto gráfico é percebido como tendo dois objetos vizinhos, exceto pelos dois objetos em ambas as terminações do alinhamento” (ENGELHARDT, 2002, P.36, TRADUÇÃO NOSSA). Ele pode ser: ordenado: uma sequência linear (FIGURA 14); desordenado: enumerado, sem uma sequência linear. Este alinhamento não tem o significado alterado ao mudar a sequência dos objetos; e segmentado: alinhamento dividido em várias unidades menores, geralmente seguindo a mesma direção — ex. texto de um livro, história em quadrinhos (FIGURA 15).

Figura 14: “Detail of the Mexico City subway map ”. Fonte: L. Wance (APUD ENGELHARDT, 2002, p.37).

Figura 15: “The changing ratio of the number of produced motorcycles and the number of workers involved in their production. Fonte: N. Holmes 2000/2001, p. 137 (APUD ENGELHARDT, 2002, p. 38)

D LIGAÇÃO POR CONECTOR: envolve objetos gráficos com duas funções sintáticas distintas, os nós (nodes) e os conectores (connectors). O conector é utilizado para ligar dois nós, ele pode ser visualmente dirigido — seta — ou não dirigido — linha ou barra. A ligação por conector pode ser uma:

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cadeia linear: configuração sem ramificações (FIGURA 16); cadeia circular: cadeia linear que forma um círculo fechado (FIGURA 17); árvore: configuração com ramificação, que não forma um círculo fechado ( FIGURA 18); rede: configuração com ramificação, que forma um ou mais círculo fechados (FIGURA 19). Figura 16: “When it rings, pick up the phone!” Fonte: Mijksenaar and Westendorp 1999, p. 90. (APUD ENGELHARDT, 2002, p.44).

Figura 17: “E. messelensis gen. et sp. nov. in evolutionary and biogeographical context.” Fonte: Wedmann, Bradler & Jes Rust (2007). Disponível em: < http://www. pnas.org/content/104/2/565 >. Acesso em: 2018.

Figura 18: “The life cycle of a typical fern” Fonte: Wallace 1978, p. 157 (APUD ENGELHARDT, 2002, p.41).

Figura 19: “London Underground Diagram” Fonte: (ENGELHARDT, 2002, p.42).

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

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E CONTENÇÃO POR RECEPTÁCULO (CONTAINMENT BY A CONTAINER): envolve objetos gráficos com duas funções sintáticas distintas, os nós e os receptáculos (container). Um receptáculo é um objeto gráfico que pode envolver/conter outro. Algumas formas podem ser percebidas como um “receptáculo em potencial” uma vez ainda estão vazias. Esse aspecto pode ser utilizado para criar símbolos compostos. Um exemplo prático disso são as placas de trânsito. Seu significado é construído pela união do objeto gráfico — ex. bicicleta, carro, avião — com o seu receptáculo — ex. permissão, proibição, atenção —, conforme demonstrado na figura 20.

Figura 20: “The proposed syntactic decomposition of graphic representations”. Adaptado de Engelhardt (2002, p.14, tradução nossa).

+

=

+

=

+

=

F SOBREPOSIÇÃO (SUPERIMPOSITION): envolve um objeto de fundo e um objeto em primeiro plano. A sobreposição está associada ao fenômeno das camadas visuais — ex. em um mapa com linhas indicando os rios, os “rios” estão no primeiro plano, ou camada 1, e o mapa no fundo, ou camada 2. Um objeto gráfico pode ter uma ou mais camadas dependendo da complexidade da representação.

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2.3.2. ESTRUTURAS DA RELAÇÃO OBJETO-PARA-ESPAÇO A relação objeto-para-espaço está ligada ao espaço significativo (meaningful space). Na definição de Engelhardt: [o espaço gráfico] é um espaço significativo se a posição espacial nele é sujeito à interpretação quer existam ou não sub-objetos gráficos nessas posições (2002, p. 54).

A fim de compreender melhor esse conceito, vamos verificar alguns exemplos (ENGELHARDT, 2002): GRÁFICO FINANCEIRO COMPOSTO POR 2 EIXOS: um horizontal, indicando os meses, e um vertical, indicando as despesas. O espaço entre esses eixos é o espaço significativo. Cada posição dentro dele detém um sentido atribuído pela combinação do mês com o valor da despesa ; A SUPERFÍCIE DE UM RELÓGIO: nesse caso, o espaço significativo é constituído pelas “horas do dia” dispostas em um círculo. Podemos atribuir sentido cronológico para as posições espaciais do relógio; e UM MAPA GEOPOLÍTICO: de uma forma simples, podemos afirmar que o espaço significativo do mapa é determinado pelos eixos latitude e longitude. O sentido nele é construído de forma semelhante ao do gráfico financeiro. Prosseguindo com o exemplo do mapa para explicar a relação objeto-para-espaço. Enquanto a relação objeto-para-objeto (TÓPICO 2.3.1.) conecta dois ou mais objetos gráficos, a relação objeto-para-espaço conecta um objeto gráfico com um ou mais pontos no espaço significante. Assim, um círculo indicando a localização de uma cidade é uma relação objeto-para-espaço entre um objeto gráfico com um ponto no espaço. Uma forma indicando um lago, entre um objeto gráfico com vários pontos no espaço (IBID). Nessa relação, o espaço significativo pode ser de dois tipos: espaço métrico ou espaço métrico distorcido (IBID).

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

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110 ENVISIONING INFORMATION

O espaço métrico se separa em (IBID): A BÁSICO: que pode ser eixo métrico: ocorre ao longo de um eixo — linear ou não — para o qual é atribuído um significado. Ex. uma linha do tempo ( FIGURA 21); ou In contrast to the data-rich bus schedule, a Swiss Federal Railroad Chemins de Fer Fédéraux, Horaire du 22 Mai 1932-14 Mai 1933, I-5. tridimenespaço métrico integral: espaço ou chart chronicles just a few local trains proceeding daily from Chaux debidimensional Fonds in 1932. Note the distinctive pattern here — rhythmic diagonals For the space-time graphs of quantum para othatqual étrack atribuído um umP. mapa electrodynamics,Ex. see Richard Feynman, tocross onlysional, at stations, indicating a single serves the line and, significado. QED: The Strange Theory of Light and Matter consequently, trains are able to pass one another only at sidings within pográfico, mapa de bolhas (FIGURA 22); e(Princeton, 1985). stations. Visual timetables help plan such passings; it would be clumsy 7

L. Hugh Newman, Man and Insects and awkward to design such a pattern nonvisually. (London, 1965), pp. 104-105. The space-time grid has a natural universality, with nearly boundless B COMPOSTO: 8 7 contém dois ou mais espaços métricos básicos. Ex. um Herbert A. Klein, "Condensed Dynamic subtleties and extensions. Organized like the graphical timetable, this Images," Dialogos, 3 (Winter 1987), p. 5. unusual arrangement below simultaneously describes two dimensions, gráfico de barras é um espaço métrico composto constituído por dois space and time, on the horizontal while maintaining a vertical spatial Ludwig Strecker, Richard Wagner als Verlagsgefährte (Mainz, 1951), Tabelle III. dimension. A complete year-long life cycle of Popillia japonica Newman eixos métricos. (the Japanese beetle) is shown, transparently, in a smooth escape from Bumps chart of the Oxford University Torpids redrawn from The Times, March 3, 1987. flatland brought about by doubling up variables along the horizontal.

Figura 21: “L. Hugh Newman, Man and Insects” (London, 1965, p. 104-105 APUD TUFTE, 1998, p.110)

SMALL MUL

Shown is the geographic distribution of poets (grand total 10,086) during four dynasties, with their birthplaces shifting through centuries toward southeast China and concentrating — as is the case for so much human activity — in a relatively few areas. Figura 22: “Birthplaces of the 3,005 Ming poets,1368-1644” (TUFTE, 1998, p.75)

Birthplaces of the 3,005 M 1368-1644

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Quanto a orientação, o espaço métrico pode ter: A COORDENADA RETILÍNEA: uma linha horizontal, vertical ou dital4; ou B COORDENADA POLAR: uma forma circular — rotação em volta de um centro — ou radial — rotação angular que se distancia do centro. Por outro lado, o espaço métrico distorcido pode ser interpretado como o espaço métrico que foi “deformado”. Objetos em “visão explodida” e o mapa de metrô são exemplos disso. Neste último, a ordem e a direção das linhas e estações permanecem fiéis à realidade, mas a razão das distâncias espaciais entre elas, não (IBID).

4. A coordenada retilínea dital ocorre em representações tridimensionais e representa a distância entre o observador e a representação gráfica, ou seja, a profundidade (ENGELHARDT, 2002).

2.3.3. SINTAXE GRÁFICA A sintaxe gráfica corresponde às formas como as relações gráficas — objeto-para-objeto e objeto-para-espaço — podem se relacionar (ENGELHARDT, 2002). Afim de compreendê-la, é necessário definir quais são as estruturas sintáticas básicas do objeto-ancorado-objeto (DA RELAÇÃO OBJETO-PARA-OBJETO, TÓPICO 2.3.1.) E então, quais as estruturas sintáticas básicas do objeto-ancorado-espaço (DA RELAÇÃO OBJETO-PARA-ESPAÇO, TÓPICO 2.3.2.). A OBJETO-ANCORADO-OBJETO (IBID): Nó (node): objeto gráfico que pode ser relacionado à outros objetos gráficos por meio de um separador, conector ou receptáculo; Rótulo (label): apresenta informação sobre um objeto gráfico. O rótulo costuma ser textual, mas também pode ser uma imagem, uma forma abstrata ou um objeto gráfico composto; Separador (separator): objeto gráfico que separa dois ou mais nós; Conector (conector): objeto gráfico que conecta dois ou mais nós; Receptáculo (container): objeto gráfico que contém, dentro de si, um ou mais nós; e Modificador (modifier): um tipo de rótulo. Pode ser combinado com um objeto gráfico para gerar um significado diferente. O modificador tem um papel fixo definido com base nas convenções universais — ex. o “x” como sinal de negação.

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

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B OBJETO-ANCORADO-ESPAÇO (IBID): Localizador de ponto (point locator): é ancorado a um ponto específico no espaço significativo. O localizador de ponto não tem limitações quanto à sua forma e tamanho; Localizador de linha (line locator): é ancorado a uma linha específica no espaço significativo. A forma e o comprimento do localizador de linha é fixo, mas a espessura não; Localizador de superfície (surface locator): é ancorado a uma superfície específica no espaço significativo. Pode definir o espaço de uma representação bidimensional ou tridimensional. O localizador de superfície têm ambos, a sua forma e o tamanho fixos; Localizador de volume (volume locator): é ancorado a um volume específico no espaço significativo. O localizador de volume têm ambos, a sua forma e o tamanho fixos; Barra métrica (metric bar): elemento do gráfico de barras que é ancorado a dois pontos, se estendendo entre eles. A barra métrica tem o comprimento fixo, mas a largura e a forma do objeto podem ser alteradas. • Linhas de grid (grid lines): linha que marca o espaço significativo, auxiliando a sua compreensão. Ela costuma estar acompanhada de um ou mais rótulos. Estas estruturas sintáticas básicas da linguagem gráfica podem se relacionar através da combinação simultânea (simultaneous combination) ou do nesting 5 (IBID). Na combinação simultânea, os objetos gráficos participam de duas ou mais estruturas sintáticas do mesmo nível hierárquico (FIGURA 23). Nessa situação, um objeto gráfico pode assumir mais de um papel sintático: Por exemplo, os “pontos da cidade” de um mapa conectados por uma seta funcionam como localizadores de ponto no espaço métrico integral do mapa, e também como nós na ligação por setas. As linhas no mapa de um metrô funcionam como localizadores de linha em um espaço métrico distorcido, e também como conectores relacionando as estações. (IBID, p. 80, tradução nossa).

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Figura 23: “Document flow procedure along defferents offices and clerks, 1945”. Fonte: N. N. Barish 1951 (APUD ENGEHARDT, 2002, p.80)

No nesting, um objeto gráfico composto é construído a partir de estruturas sintáticas de níveis hierárquicos diferentes. O espaço significativo no nesting pode ser dividido em (IBID): A EXIBIÇÃO INSERÇÃO-FUNDO (BACKGROUND-INSERT DISPLAY): sobreposição de um ou mais objetos gráficos compostos sobre um fundo (FIGURA 24); ou

5. Nesting, no sentido de “encaixar um dentro do outro” (Cambridge Advanced Learner’s Dictionary & Thesaurus, tradução nossa)

B EXIBIÇÃO MULTI-PAINEL (MULTIPANEL DISPLAY): dois ou mais objetos gráficos, dispostos em painéis diferentes, próximos um do outro. A exibição multi-painel pode ser: múltiplos gráficos (graphic multiples): quando os painéis são repetições de uma única representação. Eles compartilham o mesmo design e em geral, a mesma estrutura sintática, sofrendo variações nos dados que apresenta (FIGURA 25); ou eixos compartilhados (shared-axes multipanel): dois ou mais painéis, próximos um do outro. Eles recebem esse nome por compartilhar o mesmo o eixo, horizontal ou vertical, em uma relação de alinhamento (FIGURA 26).

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

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Figura 24: “Characteristics of the ultimate weed”. Fonte: By P. Wynne, in Tufte 1997, p. 126 (APUD ENGEHARDT, 2002, p.85)

Figura 25: “Representation of a year of wind data”. Fonte: Wilkinson 1999, p. 323 (APUD ENGEHARDT, 2002, p.82)

Figura 26: “Napoleonic invasion russia”. Fonte: M. Minard 1861 (APUD ENGEHARDT, 2002, p.93)

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2.3.4. INTERPRETAÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS O significado de uma representação gráfica é uma construção social cuja interpretação varia conforme o contexto do usuário. Tendo isso em vista, esse tópico visa discutir a simbologia visual particular de uma cultura — ex. correspondência cor-significado ou imagem-significado — mas os “princípios universais da linguagem visual” (ENGELHARDT, 2002). Assim, para responder como as representações gráficas podem ser interpretadas pelo usuário, vamos conceituar o que são os tipos de correspondência e os modos de expressão, e então, verificar qual o papel informativo dos objetos gráficos e os tipos de informação que podem ser expressados por ele. Os tipos de correspondência envolvem os objetos gráficos elementares e a relação entre “o que está sendo mostrado” e “o que isso significa”. As variações identificadas por Engelhardt (2002) são: literal, metafórico, arbitrário-convencional, rebus-based e metonímico. Uma vez que o tipo de correspondência rebus-based não se acomoda no escopo do TCC, vamos nos aprofundar nos quatro restantes: A LITERAL: baseado na relação de semelhança do que está sendo mostrado com o objeto ou estrutura física que ele representa/significa. A correspondência literal está ligada às semelhanças físicas; B METAFÓRICO: baseado na relação de analogia do que está sendo mostrado com aquilo que ele significa. A analogia pode se dar pela semelhança da estrutura, semelhança da função ou por uma característica compartilhada; C ARBITRÁRIO-CONVENCIONAL: nesse caso, o que está sendo mostrado se relaciona com aquilo que significa por pura convenção. Geralmente, ocorre quando os usuários contemporâneos não reconhecem o tipo de correspondência, literal ou metafórica, original mas entendem o significado com base na constância de uso. Os códigos-cromáticos, como as linhas de metrô e os fios elétricos, são exemplos de correspondência arbitrário-convencional; e

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

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D METONÍMICO: baseado na associação mental criada pelo fato que existe — ou existia — uma relação de envolvimento físico entre o que está sendo mostrado e o que ele significa. Ademais, os tipos de correspondência estão vinculados aos modos de expressão dos objetos gráficos. Esses podem ser (IBID): A PICTÓRICO: os espectros de uma imagem realista para uma imagem esquemática; B NÃO-PICTÓRICO: elementos que não existem na realidade, como formas abstratas, setas e linhas; ou C TEXTO ESCRITO: um tipo especial de modo de expressão que envolve palavras e números. O texto escrito possui características próprias da linguagem verbal. Essa divisão dos modos de expressão em pictórico, não-pictórico e texto escrito condiz, respectivamente, aos elementos pictórico, esquemático e verbal de Twyman ( 1979, APUD ENGELHARDT, 2002 ). Logo, será adotado a nomenclatura de Twyman para descrever os modos de expressão dos objetos gráficos. Além dos tipos de correspondência e modos de expressão, é possível interpretar os objetos gráficos segundo o papel informativo que ele desempenha. Nesse sentido, quanto a sua função informativa, os objetos gráficos podem ser divididos em (ENGELHARDT, 2002): A OBJETO DE INFORMAÇÃO: objeto gráfico que precisa ser ajustados caso a informação representada mude. Ex. barra do gráfico de barras. B OBJETO DE REFERÊNCIA: tem a função de permitir a interpretação da informação. Ele não precisa de ajuste caso a informação representada mude. Pode ser objeto de referência espacial: objeto gráfico que marca o espaço significativo. Ex. eixos e linhas de grid; objeto de legenda: objeto que explica um símbolo ou atributo visual da representação gráfica.

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C OBJETO DE DECORAÇÃO: objeto gráfico que não é nem um objeto de informação, nem um objeto de referência. A eliminação do objeto decorativo não afeta a informação representada Por fim, o tipo de informação apresentado num objeto gráfico pode ser ( IBID ): A NOMINAL: quando se refere a categorias; B ORDINAL: quando se refere a um ranking; ou C QUANTITATIVA: quando se refere a números, como é o caso dos dados estatísticos do IBGE. A tabela 1, mostra a associação dos 3 tipos de informação com os atributos gráficos. Ele indica que atributo (coluna da esquerda) é considerado adequado para representar cada tipo de informação (linha superior). Data essas definições, encerramos o item sobre a linguagem gráfica. Prosseguindo com o referencial teórico sobre a arquitetura da informação.

QUANTITATIVA

ORDINAL

Tabela 1: Tipos de informação. Fonte: adaptado de MacEachren (1995, p. 272) apud Engelhardt (20 02, p. 135).

NOMINAL

LOCALIZAÇÃO

TAMANHO

VALOR

TEXTURA

COR

LEGENDA

Aceitável ORIENTAÇÃO

Inaceitável FORMA

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

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2.4. ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO O termo arquitetura da informação foi cunhado pelo designer e arquiteto Wurman, na década de 60. O campo de estudo ganhou destaque com a popularização da internet e, consequentemente, a abertura para produzir, publicar e acessar um grande volume de dados e informações (LAZZARIN, ET AL, 2012). Nas palavras de Pacheco a informação enquanto artefato moderno é criada num tempo, espaço e forma específicos, podendo ser utilizada num contexto distinto daquele para o qual e no qual foi produzida, sendo, portanto, passível de recontextualização. [...] No século XXI, a informação destaca-se pela velocidade que é gerada, consumida e descartada. (1995, p.21, apud LAZZARIN et al., 2012, p. 236, grifo nosso).

Assim, se de um lado a internet beneficiou a democratização da informação, do outro, prejudicou sua qualidade e credibilidade. O atual problema não é a falta de conteúdo, mas a dificuldade de distinguir o que é, ou não, relevante dentro da série de imagens e textos a qual a sociedade é exposta diariamente (LAZZARIN ET AL, 2012). Wurman (1991, APUD MATTOS, 2010) descreve esse fenômeno como a ansiedade de informação, o resultado da “distância cada vez maior entre o que compreendemos e o que achamos que deveríamos compreender” (IBID, P.16). Nesse contexto, a arquitetura da informação manifesta preocupação com os mecanismos de armazenar, traduzir, utilizar e difundir os dados disponíveis no meio eletrônico (LAZZARIN ET AL, 2012). Conforme Straioto: A arquitetura da informação refere-se ao desenho da estrutura das informações: como textos, imagens e sons são apresentados na tela do computador, a classificação dessas informações em agrupamentos de acordo com os objetivos do site e das necessidades do usuário, bem como a construção da estrutura de navegação e de busca de informações, isto é, os caminhos que o usuário poderá percorrer para chegar até a informação (2002, P.20 APUD LAZZARIN ET AL., 2012, P. 237).

Segundo Bonsiepe (2000, P.1-2, TRADUÇÃO NOSSA) a arquitetura da informação se baseia em uma “cadeia linguística progressiva” (FIGURA 27) na qual o dado é transformado em informação, a informação é transformada em conhecimento e o conhecimento é transformado em sabedoria. Nesse sentido, o dado pode ser interpretado como o material bruto, usado para construir a comunicação. Ele, sozinho, é vazio de sentido. A informação é o resultado da organização dos dados com a finalidade de

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PRODUTORES [DESIGNER]

Figura 27: O Contínuo do Entendimento. Adaptado de Shedroff (1999. p .271) apud Balster (2009, p.41).

CONSUMIDORES [USUÁRIO]

CONTEXTO

DADO

INFORMAÇÃO

Pesquisa Criação Coleta Descoberta

CONHECIMENTO

Apresentação Organização

Integração

SABEDORIA

Contemplação Avaliação Interpretação Introspecção

conferir um significado a eles (SHEDROFF, 1999 APUD BALSTER, 2009). Através da informação, o usuário pode obter conhecimento, o conjunto de informações entendidas, captadas e memorizadas (BALSTER, 2009). Esse último pode ser pessoal — quando o conhecimento é particular de um indivíduo —, local — quando o conhecimento é compartilhado por um grupo pequeno — ou global — quando o conhecimento é mais generalizado / universal (MATTOS, 2010). Dentro dessa cadeia, o design da informação desempenha um papel decisivo para a comunicação efetiva com o usuário: O processo de comunicação e disseminação do conhecimento está ligado a apresentação da informação e ela é — ou deve se tornar — a questão central do design. [...] [O designer] possui — ou supostamente deveria possuir — competências para reduzir a complexidade cognitiva e ajudar na apresentação da informação ao projetar uma interface entre a fonte do conteúdo, o dado e o leitor.” (BONSIEPE, 2000, p.2 - 3, 6 tradução nossa)

Com isso, estabelecemos o que é a arquitetura da informação e o papel do design da informação dentro desse campo. Adiante, o último item do referencial teórico, o infográfico.

Capítulo 2: Fundamentação Teórica

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2.5. INFOGRAFIA A primeira representação gráfica de dados conhecida é datada no século XIV, sendo atribuída à Nicholas Oresme, bispo de Lisieux, uma pequena cidade na França. A representação de Oresme (FIGURA 28) utiliza colunas verticais e eixos horizontais para registrar dados empíricos — ex. mudanças que ocorreram ao longo do tempo. O uso da representação gráfica para registrar dados estatísticos foi introduzido pelo economista político inglês William Playfair. A figura 29 mostra seu trabalho mais famoso, do ano de 1780, indicando as exportações e importações entre a Inglaterra e a Dinamarca. Boa parte das formas gráficas conhecidas e utilizadas hoje foram concebidas por Playfair e seus contemporâneos nesse século (MIJKSENAAR, 1997; ENGELHARDT, 2002). Durante a Guerra da Crimeia, a enfermeira inglesa Florence Nightingale concebeu o “gráfico polar” (FIGURA 30). Ele foi utilizado para convencer o Mistério de Guerra que a principal causa da morte dos soldados não eram os ferimentos adquiridos em batalha, mas sim, o sistema de saúde precário (MIJKSENAAR, 1997). Através de um mapa indicando a localização espacial das ocorrências de óbitos por cólera, o médico John Snow foi capaz de relacionar a doença com a água contaminada. Isto viabilizou o controle da epidemia que havia se alastrado na Londres de 1854 (TUFTE, 1997 APUD BALSTER, 2009). Elementos como mapas, gráficos e tabelas vêm sendo utilizados desde a antiguidade para ilustrar dados empíricos e estatísticos. Os exemplos anteriores mostram a importância das representações gráficas no processo de elaborar conclusões e tomar decisões (BALSTER, 2009). O infográfico — objeto pretendido do TCC — é um tipo de representação gráfica (BALSTER, 2009). A fim delimitar sua natureza, verificou-se algumas definições sobre a infografia: a infografia corresponde ao registro gráfico da informação, pela combinação das linguagens verbal e iconográfica, com certo predomínio desta última (MORAES, 1998, p. 68 apud BALSTER, 2009, p. 193) uma contribuição informativa, concebida no jornal escrito, realizada com elementos icônicos e tipográficos, que permite ou facilita a compreensão dos acontecimentos, ações ou coisas da atualidade ou alguns de seus aspectos mais significativos e acompanha ou substitui o texto informativo (SANCHO, 2000 apud CAIRO, 2008, p. 21 apud BALSTER, 2009, p; 194)

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Figura 28: Primeira representação gráfica de dados (à esquerda). Nicholas Oresme, séc. XIV. Fonte: https://commons. wikimedia.org Figura 29: Gráfico estatístico. William Playfair, 1780 (à direita). Fonte: https://commons. wikimedia.org

Figura 30: Gráfico polar de Florence Nightingale. Fonte: http:// library.princeton. edu/

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Gráficos, mapas, diagramas, e tabelas cuja função primária é consolidar e mostrar graficamente a informação de uma maneira organizada para que um usuário possa prontamente recuperar a informação e fazer observações específicas e/ou gerais sobre esta (HARRIS, 1999, p. 198 apud BALSTER, 2009, p.194)

É possível extrair três consensos entre os autores: a função comunicativa da infografia; a presença dos elementos verbal, pictórico e esquemático; e a predominância do canal visual sobre o verbal. Em sua tese sobre a “Comunicação de Dados Estatísticos por intermédio de Infográficos”, Balster (2009) destaca 4 questões associadas à infografia: A O INFOGRÁFICO NÃO É MERA TRADUÇÃO DA INFORMAÇÃO VERBAL PARA O VISUAL: existem perdas e ganhos quando o texto escrito é transformado em objeto gráfico. Ademais, algumas informações que só podem ser comunicadas verbalmente (ex. valor numérico, legenda ou rótulo dos elementos); B INFORMAR DE MANEIRA SIMPLES É DIFERENTE DE INFORMAR DE MANEIRA SIMPLISTA: nesse sentido, o autor cita dois erros comuns: excluir ou agrupar os dados em um único item, prejudicando/alterando a informação e usar metáforas visuais inadequadas, subestimando a capacidade do usuário; C SOBREPOR A ESTÉTICA À FUNÇÃO: recursos visuais superficiais como a perspectiva, volumetria e brilho podem prejudicar a compreensão do usuário e distorcer a informação apresentada; e D IMAGENS NÃO SÃO MAIS FÁCEIS DE COMPREENDER QUE O TEXTO: todo tipo de linguagem demanda uma aprendizagem prévia. O nível de compreensão da linguagem gráfica vai depender do conhecimento prévio, grau de instrução e valores culturais do usuário. Assim, é possível afirmar que as representações gráficas não são fáceis de compreender, mas desenvolvidos para facilitar a compreensão. Nas palavras de Mijksenaar: o fato é que elas [imagens] demandam um grau de formação intelectual. Representações pictóricas não são necessariamente “fáceis”; em vez disso, elas são mais concisas, mais compactas, claras e, quando bem projetadas, mais atraentes. (1997, p. 30, tradução nossa)

O uso da infografia dentro do contexto educativo é debatido por Fassina (2011). A experiência docente de Laufenberg, citada pelo autor, demonstra que o uso dos infográficos para apoiar o ensino e aprendizagem de história — em turmas dos EUA, que correspondem ao ensino médio brasileiro — foi

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capaz de otimizar o processo de aquisição da informação. Ademais, essa experiência revela que, à partir do momento que os alunos desenvolvem familiaridade com os infográficos, eles se tornam capazes de construir tais objetos à partir da busca, leitura e interpretação dos dados estatísticos (FIGURA 31). Tal habilidade é fundamental para o exercício da democracia, conforme abordado na introdução deste TCC.

1

AULA TRADICIONAL

2

INTRODUÇÃO DOS INFOGRÁFICOS

3

Característica Otimizar a aquisição da informação. Os Alunos começam a aprender como ler e interpletar os infográficos. OBJETO DO TCC

ELABORAÇÃO DOS INFOGRÁFICOS

Figura 31: Etapas do uso do infográfico como material de apoio em sala de aula. Fonte: a autora, 2018.

Característica Após compreender a estrutura do infográfico, os alunos aprendem a elaborar seu próprio material, à partir da busca, coleta e organização da informação (ex. dados estatísticos)

Os próximos tópicos (2.5.1. E 2.5.2), focam nos princípios de representação gráfica da informação de Tufte6. Eles são pertinentes para a etapa de análise de similares e geração de alternativas.

2.5.1. PRINCÍPIOS DE EXCELÊNCIA GRÁFICA A fim de responder “porque algumas representações gráficas são melhores que outras”, Tufte (1998, P. 9) definiu os princípios de excelência gráfica. Esses, devem ser estudados para entender como transmitir a informação de forma simples, clara e objetiva para o usuário. A LEITURAS MICRO/MACRO (MICRO/MACRO READINGS): separar a informação em visão geral — macro — e inter-relações específicas — micro — através do arranjo espacial e da hierarquia;

6. Edward Tufte é professor emérito de Ciência Política, Estatística e Ciências da Computação na Universidade de Yale. Ele escreveu, projetou e publicou 4 livros clássicos sobre visualização de dados. O New York Times o descreveu como o “Leonardo da Vinci dos dados”. (THE WORK OF EDWARD TUFTE AND GRAPHICS PRESS. Disponível em: < https://www. edwardtufte.com/ tufte/>. Acesso em: 06/2018

B SOBREPOSIÇÃO E SEPARAÇÃO: usar a variação cromática, textura e tamanho para criar contraste e diferenciar as camadas de informação;

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C PEQUENOS MÚLTIPLOS (SMALL MULTIPLES): corresponde a exibição multi-painel do tipo “múltiplos gráficos” de Engelhardt (TÓPICO 2.3.3.). Consiste em replicar as estruturas que contém informação, alterando os dados apresentados nela. Esse princípio é ideal para comparar valores e mostrar mudanças no tempo e no espaço; D COR E INFORMAÇÃO: vincular a cor e a informação para diferenciar, atribuir valor quantitativo, transportar significados — ex. códigos cromáticos — e tornar o design mais estimulante; e E NARRATIVAS DE ESPAÇO E TEMPO: referente à tridimensionalidade e ao movimento. Usar os recursos gráficos para retratar acontecimentos, instruções, fenômenos, localizações espaciais e explicações de antes-e-depois.

2.5.2. PRINCÍPIOS DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA INFORMAÇÃO QUANTITATIVA O princípio de representação gráfica da informação quantitativa diz respeito à forma de apresentação das quantidades numéricas. Portanto, o seu estudo é pertinente para a comunicação dos dados estatísticos do IBGE (TUFTE, 2006 APUD BALSTER, 2009). A REPRESENTAÇÃO DE NÚMEROS: a representação de quantidade deve ser proporcional ao número representado. Ex. em um gráfico de barras, a representação da quantidade 10 deve ser uma barra de comprimento “10”; B IDENTIFICAÇÃO TEXTUAL DOS DADOS: utilizar uma legenda para indicar quantidade e fornecer explicações verbais e/ou pictóricas sobre o objeto gráfico que ela acompanha; C VARIAÇÃO NOS DADOS X VARIAÇÃO DO DESIGN: a representação gráfica deve mostrar variação nos dados, e não no design. Isto evita interpretações equivocadas ou errôneas. Ex. a variação do design como “aumentar o tamanho” pode levar ao entendimento que o objeto gráfico em destaque não pertence ao mesmo grupo de informação; D DIMENSÕES TRANSPORTADORAS DE INFORMAÇÃO: esse princípio é similar ao princípio da representação de números, mas nesse caso, a dimensão da representação — comprimento, largura e profundidade — deve ser proporcional ao número representado.

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E CONTEXTO: os gráficos sempre devem ser apresentados em um contexto — ex. a taxa de câmbio de uma moeda. Não é possível inferir se as oscilações no valor da moeda é uma tendência global ou local se o objeto gráfico não mostrar dados de diferentes partes do mundo para comparação; F MAXIMIZAÇÃO E MULTIFUNCIONALIDADE: se relaciona com a economia e o aproveitamento eficiente do espaço. Sugere eliminar elementos irrelevantes — ex. elementos decorativos — e atribuir mais de uma função para um objeto gráfico. Neste sentido, Fassina (2011) discorda do pensamento de Tufte e defende o uso dos objetos decorativos “que ajudem o leitor a imergir no tema, criando uma atmosfera específica” (P. 77). Em razão da conclusão obtida à partir da análise dos espaços eletrônicos do IBGE (CAPÍTULO 1) constata-se que, a abordagem de Fassina (2011) se adequa melhor aos objetivos deste TCC. G

ELEGÂNCIA GRÁFICA: o design deve deixar a apresentação da informação clara e facilitar a sua compreensão. Para isso, é recomendado usar regras de composição visual — ex. a harmonia e o contraste; compreender o objeto gráfico e as formas de representar a informação por meio dele; e compreender o meio de reprodução, impresso ou digital, do objeto. H PRINCÍPIO DA INTEGRAÇÃO DE TEXTO E IMAGEM: Corresponde ao princípio multimídia de Mayer (2003) que define que a aquisição da informação é potencializada quando ambos os canais, o verbal — texto — e o visual — imagem —, são estimulados. Nesse caso, leva em conta que a linguagem textual e a linguagem gráfica se complementam — ex. descrever uma pessoa física e psicologicamente. A imagem é mais eficaz em descrever os aspectos físicos, enquanto o texto, os aspectos psicológicos.

2.5.3. ELEMENTOS DA INFOGRAFIA Com o intuito de delimitar quais são os elementos da infografia, é necessário investigar a relação entre o texto escrito e a iconografia — os elementos verbal e pictórico/esquemático, respectivamente. Lima (2015), investiga essa relação dentro da infografia jornalística. Para o autor, existem três elementos básicos da comunicação jornalística: A iconografia; B texto e C matéria jornalística. Uma vez que a “matéria jornalística” não cabe ao campo de pesquisa deste TCC, exploraremos a definição dos outros dois (LIMA, 2015):

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A ICONOGRAFIA: representação esquemática ou pictórica, que pode estar acompanhada por um texto curto. A iconografia tem a função de ornamentar, complementar ou elucidar o texto que ela acompanha; e B TEXTO: no contexto jornalístico, os textos escritos são concebidos como a principal fonte de informação para o leitor. Neste sentido, a infografia costuma ser considerada uma fonte secundária de informação. Salienta-se aqui que, diferente do texto escrito — linguagem verbal —, a iconografia — linguagem pictórica — é não-linear, em outras palavras, ela permite que o usuário determine a ordem de leitura da imagem ou o texto (Twyman, 1985 APUD LIMA, 2015). Por fim, os elementos que constituem o infográfico podem ser classificados segundo os tipos primários da representação gráfica de Engelhardt (2002, TRADUÇÃO NOSSA): A MAPA: elemento pictórico que representa uma estrutura geográfica; B IMAGEM: elemento pictórico que representa uma estrutura ou objeto físico; C GRÁFICO ESTATÍSTICO: representação gráfica que mostra e compara quantidades; D GRÁFICO DE TEMPO: representação gráfica que mostra a passagem do tempo; E DIAGRAMA DE LINK: representação gráfica que categoriza e relaciona os objetos gráficos através dos elementos de ligação — ex. seta ou linha; F DIAGRAMA DE GRUPO: representação gráfica que categoriza elementos, agrupando-os por meio de um receptáculo ou da proximidade e distanciamento — espaço negativo; G TABELA: representação gráfica formada por eixos verticais e horizontais; H SÍMBOLO: elemento pictórico e/ou esquemático que representa algo; e I TEXTO ESCRITO: elemento verbal, que costuma ser linear.

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2.6. SÍNTESE: REFERENCIAL TEÓRICO As fontes sobre o design da informação fornece a base teórica para avaliar o sucesso, ou não, do objeto pretendido do TCC. A função do objeto gráfico informacional é comunicar um conteúdo de forma clara, prevenindo erros e interpretações equivocadas. Para isso, ele deve cumprir com excelência os elementos de confiabilidade, usabilidade e satisfação do usuário (MIJKSENAAR, 1997). Neste TCC, a confiabilidade será entendida como a credibilidade e a qualidade da informação apresentada. Uma vez que o projeto vai trabalhar com os dados estatísticos do IBGE, pode-se afirmar que o nível de confiabilidade do objeto final é elevado. A usabilidade é a facilidade de realizar uma tarefa, neste caso, a aquisição da informação. Seu nível pode ser medido com um teste de compreensão envolvendo usuários em potencial. Por fim, a satisfação se refere a capacidade do objeto final ser agradável para o usuário. Ela pode se relacionar com os aspectos estéticos — beleza — ou emocionais — como o usuário se sentiu ao realizar a tarefa. Isto será medido por meio de um questionário de satisfação. A psicologia cognitiva indica que a aquisição da informação é otimizada quando ambos, o canal verbal e o visual, são estimulados. Segundo ela, o maior desafio para produzir materiais informacionais é a sobrecarga cognitiva. Os princípios para o desenvolvimento de materiais multimídia de Mayer traz estratégias que podem ser utilizadas para evitar essa sobrecarga. O estudo da linguagem gráfica fornece o vocabulário para descrever os objetos gráficos e o significado que resulta da relação deles entre si e com o espaço significante. O modo de expressão dos objetos gráficos pode ser pictórico, verbal ou esquemático. Sob a perspectiva da arquitetura da informação, o excesso de dados produzidos e disseminados nas mídias eletrônicas dificulta a seleção e compreensão do que é, ou não, conteúdo relevante. Assim, para construir o conhecimento é necessário que os dados — desordenados e vazios de significado — sejam traduzidos em informação. Isto é um trabalho para o design, mais especificamente, do design da informação. Tanto o design da informação como a arquitetura da informação destaca a importância de envolver o usuário no desenvolvimento do objeto final. A infografia — objeto de estudo deste TCC — se caracteriza pela sua função comunicacional, pela presença dos elementos pictórico, verbal e esquemático e pelo predomínio do canal visual sobre o verbal, logo, ele é uma representação gráfica. Embora as representações gráficas não sejam fáceis de compreender, são eficazes para facilitar a compreensão do usuário, auxiliar a elaborar conclusões e apoiar a tomada decisões. Tufte (1998; 2006 apud BALSTER, 2009) fornece princípios que guiam a elaboração de infográficos, esses princípios serão utilizados na etapa da geração de alternativas do TCC.

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Capítulo 3 Processo Projetual

Este TCC utilizará como processo projetual a “proposta de metodologia para infográficos estáticos” da Juliana Carvalho e Isabella Aragão (2012) publicado na revista InfoDesign. Salienta-se que, foram realizadas adaptações para atender as especificidades do projeto acadêmico e da abordagem centrada no usuário — inclusão da “etapa F: teste com usuários” e “etapa H: análise crítica”. A versão final do processo de design é dividida em 4 fases — concepção, execução, acabamento e entrega — e possui 10 etapas (FIGURA 32). O processo de design de Carvalho e Aragão (2012) adaptado para o TCC é linear, exceto nas etapas E e F — geração de alternativas e teste com usuário — que pode ser cíclico, caso o protótipo desenvolvido tenha um desempenho abaixo do esperado.

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10

10

10 9 8

7 6 4

10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Previsão: esforço despendido por etapa.

CONCEPÇÃO

EXECUÇÃO

ACABAMENTO

A. PAUTA

D. DELIMITAÇÃO DO CONTEÚDO

G. APRIMORAMENTO

Meta: Escolher o tema do trabalho. Ele deve ser relevante para o público-alvo. Resultado: Introdução do TCC.

Meta: Definição dos requisitos, com base na bibliografia e no resultado da análise de similares. Resultado: Requisitos e conceituação.

Meta: Correção de falhas e finalização dos elementos visuais — cor, ilustração/fotografia, formas e texto. Resultado: objeto final.

E. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

H. ANÁLISE CRÍTICA

Meta: Arquitetura da informação Resultado: 1 ~ 2 protótipos semi-finalizados.

Meta: Feedback do stakeholder. Teste de compreensão e satisfação. Resultado: Síntese dos pontos positivos e negativos do projeto.

B. APURAMENTO E LEVANTAMENTO DE DADOS Meta: Definir o que e como o conteúdo será exposto. Elaboração de um cronograma. Resultado: Fundamentação Teórica, Processo Projetual e Pesquisa de Campo.

F. TESTE COM USUÁRIO C. ANÁLISE DE SIMILARES Meta: Análise qualitativa e quantitativa. Resultado: Lista de tendências, pontos positivos e deficiências.

Figura 32: Processo de design de infográficos estáticos. Com indicação do nível de trabalho previsto para cada etapa. Fonte: a autora, 2018.

Meta: Teste de compreensão e satisfação com usuários em potencial. Resultado: Lista de deficiências do protótipo.

LEGENDA: Etapa envolve a participação do usuário/stakeholder.

CONCEPÇÃO Fase inicial, em que serão reunidas informações para amparar o desenvolvimento do infográfico. Engloba 3 etapas: Pauta, Apuramento e levantamento de dados e Análise de similares. PAUTA Envolve a discussão e a delimitação do tema do infográfico. Essa etapa deve responder qual é o público-alvo do projeto e qual a importância do tema para esse público. Corresponde as informações apresentadas na introdução. APURAMENTO E LEVANTAMENTO DE DADOS Definição de qual será o conteúdo do infográfico e como ele pode ser exposto. As autoras sugerem levantar questões sobre o propósito (o que transmitir ao leitor?), conteúdo informacional (quais informações são necessárias para transmitir a mensagem?), recursos (avaliação do tempo, ver-

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ba e limitações para a produção do infográfico), meio de produção (como e em quais softwares o infográfico será desenvolvido) e circunstância de uso (em qual mídia o infográfico vai ser visto) (CARVALHO & ARAGÃO, 2012, P. 175 - 176). Corresponde às etapas de Fundamentação Teórica (CAPÍTULO 1) e Pesquisa de Campo (CAPÍTULO 3). ANÁLISE DE SIMILARES Análise quantitativa e qualitativa de similares de infográficos e visualizações de dados. O objetivo dessa etapa é verificar quais são os recursos visuais e estéticos utilizados para traduzir os dados estatísticos, qual a incidência desses recursos e qual o nível de sucesso deles em transmitir a informação para o usuário. Esta avaliação foi realizada com base no referencial teórico e corresponde ao Capítulo 4.

EXECUÇÃO Fase de desenvolvimento do infográfico. Engloba 3 etapas: Delimitação do conteúdo, Geração de alternativas e Teste com usuário. DELIMITAÇÃO DO CONTEÚDO: Nesta etapa, o resultado da pesquisa bibliográfica, da pesquisa de campo e da análise de similares serão utilizados para gerar uma lista de requisitos e, à partir disso, a conceituação do projeto. Corresponde ao Capítulo 5. Requisitos Projetuais e Conceituação do Projeto. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS Com base na lista de requisitos, serão elaborados de 1 a 2 protótipos semi-finalizados para o teste com usuários. Esta etapa engloba o desenvolvimento de esboços manuais e/ou digitais, com elementos verbais, pictóricos e esquemáticos. Corresponde ao capítulo 6. TESTE COM USUÁRIO Teste de compreensão e tarefa com usuários em potencial, para verificar se a informação está sendo compreendida e se sim, qual o nível de dificuldade em encontrar e interpretar essa informação. Ademais, um questionário de satisfação para medir a resposta emocional à interação com o objeto gráfico. Os resultados serão utilizados para aprimorar o protótipo do infográfico.

Capítulo 3: Processo Projetual

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ACABAMENTO Fase final do processo de design desenvolvido por Carvalho e Aragão (2012). Compreende a finalização dos aspectos estéticos do infográfico, revisão, publicação e análise crítica. Uma vez que a revisão e a publicação não são pertinentes para o trabalho acadêmico, neste TCC, a fase de acabamento engloba 2 etapas: Aprimoramento e Análise Crítica. APRIMORAMENTO Correção das deficiências identificadas no teste com usuários. Também inclui a finalização dos elementos visuais, definição da paleta cromática e tipografia. ANÁLISE CRÍTICA Consulta com usuários, para verificar se os problemas levantados na etapa F foram solucionados ou reduzidos. A análise crítica vai responder se o infográfico cumpre, ou não, o objetivo geral e os objetivos específicos e a lista de requisitos do projeto.

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Capítulo 4: Pesquisa de Campo A pesquisa de campo engloba a observação, coleta, análise e interpretação de fatos e acontecimentos associados ao objeto de estudo e ao seu contexto (SIGNIFICADOS, 2018). Neste projeto, ela tem caráter exploratório e visa estudar como ocorre o processo de ensino-aprendizagem de Geografia, com professores(as) e alunos(as), observando especificamente os momentos nos quais um infográfico poderia ser utilizado como recurso para potencializar a aprendizagem. Com a meta de delimitar melhor o público-alvo do projeto e auxiliar nas etapas de “levantamento de requisitos” e “geração de alternativas”, dividiu-se a pesquisa de campo em 3 fases: A ENTREVISTA COM OS DOCENTES (STAKEHOLDER7 1): onde foi estabelecido um diálogo com os professores da rede de ensino pública e um graduando em pedagogia, para compreender o contexto escolar e a dinâmica de interação discente-docente, bem como questionou-se “de que forma” o objeto pretendido do TCC poderia ser usado em sala de aula;

7. Uma pessoa, tal como um funcionário, cliente ou cidadão, que está envolvida com uma organização, sociedade, etc. e logo, tem responsabilidades em relação à essa e interesse em seu sucesso (Cambridge Advanced Learner’s Dictionary & Thesaurus, tradução nossa). Disponível em: https://dictionary. cambridge.org/ dictionary/english/ stakeholder.

B ENTREVISTA COM A EQUIPE DO “7 A 12” DO IBGE (STAKEHOLDER 2): atualmente, o site “7 a 12” configura um dos portais do IBGEEduca, o espaço eletrônico era responsável por elaborar materiais educativos para as crianças. Na entrevista, foi questionado como os materiais educativos digitais do site “7 a 12” são elaborados e quais são os seus requisitos projetuais; e C VISITA À ESCOLA: onde realizou-se a observação direta do contexto escolar e da dinâmica de interação discente-docente, com o objetivo de coletar dados sobre o padrão de comportamento do público-alvo.

65


A figura 33 mostra os stakeholders do TCC. Os dados coletados nessa etapa e os resultados oriundo da sua análise e interpretação estão detalhados nos tópicos seguintes. Figura 33: Mapa dos Stakeholders. Fonte: a autora, 2018.

EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO Equipe do Site “7 à 12”

CONTEXTO ESCOLAR VISITA À ESCOLA

MATERIAL EDUCATIVO

Docente & Alunos

PROFISSIONAIS DA ÁREA DE: Pedagogia Matemática Jornalismo Publicidade

STAKEHOLDER 2

STAKEHOLDER 1 / docente

4.1. ENTREVISTA COM OS DOCENTES 8. Palavra inglesa que se refere à comunicação escrita realizada em tempo real, através da internet (ou de uma rede de computadores) entre dois ou vários utilizadores; sala de conversação online.” (LÉXICO, 2018. Disponível em: https://www. lexico.pt/chat/).

Nessa fase, dois grupos de docentes foram entrevistados: o grupo 1, composto por uma professora de inglês e um graduando em pedagogia, e o grupo 2, composto por dois professores com formação em geografia. As transcrições das entrevistas estão disponíveis no apêndice A do documento. Em razão da distância geográfica, apenas 1 de 4 entrevistas foi presencial. Dispositivos de comunicação online — como o chat8 e a vídeo chamada — foram usados para contatar os demais participantes. No primeiro momento, o grupo 1 respondeu à uma entrevista semi-estruturada, com questões sobre a estrutura organizacional das instituições de ensino e o público-alvo do projeto (APÊNDICE B). GRUPO 1: PROFESSORES REGENTES Método: entrevista semi-estruturada Entrevistado 1: CORREIA, L. Professora da disciplina de Inglês do ensino fundamental, escola pública municipal, Sobradinho - RS. 03/2018. Chat (FACEBOOK). Entrevistado 2: YANO, V. Graduando do curso de Pedagogia da UFPR, Curitiba - PR. 03/2018. Entrevista Presencial. Duração de 15 minutos.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

66


Questão 1 = Atualmente, quais são e como são as disciplinas do ensino fundamental? Essa questão revelou que o ensino fundamental tem a duração de 9 anos, sendo separado em dois ciclos: ANOS INICIAIS: que abrange o período do 1º ao 5º ano, onde o pedagogo pode atuar como professor regente das disciplinas de Português, Matemática, Ciências, História e Geografia, enquanto as disciplinas de Artes, Inglês e Educação Física são ministradas por profissional com especialização na área ( YANO, 2018); e ANOS FINAIS: que abrange o período do 6º ao 9º ano, onde cada disciplina é ministradas por um profissional com especialização na área (IBID). Ademais, constatou-se que a grade curricular do ensino fundamental é elaborada pela Secretaria da Educação — estadual ou municipal — sendo composta pelas disciplinas de Português, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes, Educação Física, Língua Estrangeira e Ensino Religioso. Questão 2 = Quando seria adequado introduzir o uso de gráficos e tabelas na sala de aula? E em quais disciplinas? O grupo 1 não conseguiu determinar quando seria propício trabalhar com os dados estatísticos do IBGE sobre a população brasileira. Em razão disso, foi realizado o levantamento e comparação de 2 currículos escolares, o primeiro da “Secretaria Municipal da Educação da prefeitura de Curitiba” e o segundo da “Secretaria de Estado da Educação do Paraná”. Desse modo, constatou-se que a leitura e interpretação de gráficos e tabelas, bem como o conteúdo sobre o Brasil e a sua população, são lecionados nos anos finais do ensino fundamental. Logo, tornou-se necessário entrevistar profissionais especializados nas disciplinas de Geografia ou Matemática, que compõem o grupo 2 dessa fase. Os participantes do grupo 2 foram contatados através do site “Vamos Contar” do IBGE, onde educadores de diferentes regiões do Brasil compartilham experiências sobre o uso de mapas e dados estatísticos do instituto em sala de aula. Ambos os entrevistados têm experiência ministrando aulas

Capítulo 4: Pesquisa de Campo

67


de Geografia para o ensino fundamental e o ensino médio. Salienta-se que, o enfoque na disciplina de Geografia levou em conta a predominância dos profissionais com formação na área relatando suas experiências no “Vamos Contar”. As questões do grupo 2 pautaram o contexto escolar e a interação entre o professor e os alunos nos anos finais do ensino fundamental através de uma entrevista estruturada (APÊNDICE C). GRUPO 2: PROFESSORES ESPECIALIZADOS NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA Método: entrevista estruturada Entrevistado 3: HEIMERDINGER, C. Professora de Geografia PSS — Processo Seletivo Simplificado — PR. 03/2018. Chat ( FACEBOOK ). Entrevistado 4: CARMO, L. Professor de Geografia do Ensino Médio no Instituto Federal de Brasília - DF. 23/03/2018. Vídeo Chamada (GOOGLE HANGOUT). Duração de 41 minutos. As questões do grupo 2 pautaram o contexto escolar e a interação entre o professor e os alunos nos anos finais do ensino fundamental através de uma entrevista estruturada. QUESTÃO 1: Qual(is) é(são) o(s) material(is) didático(s) disponível(is) em sala de aula? Os entrevistados apresentaram consenso quanto à escassez dos materiais didáticos disponíveis em sala de aula, pontuando a falta de livros didático, atlas geográfico e computadores ( HEIMERDINGER, 2018). Carmo ( 2018) afirma que isso prejudica o planejamento da aula, forçando o professor a escolher entre suspender a atividade aprendizagem ou buscar/produzir um material similar, com um resultado menos eficaz. Logo, a escassez de recursos didáticos de cunho visual — ex. mapas — para apoiar o ensino de Geografia dentro da sala de aula embasa a elaboração deste TCC. Questão 2: Como costuma ser o comportamento dos alunos em sala de aula? Quanto a dinâmica de interação entre os discentes e docentes, não foi possível chegar a uma conclusão unânime. O grupo 2 concorda que esse aspecto depende do perfil dos alunos, portanto, sofre variações de uma turma para outra.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

68


Isto levantou a necessidade de coletar dados em campo, o tópico 5.3. deste capítulo. Questão 3: Quando o conteúdo sobre gráficos e tabelas poderiam ser introduzidos para os alunos? Por fim, os entrevistados recomendaram trabalhar com os dados estatísticos do IBGE sobre a população brasileira nas turmas do 8º ano do ensino fundamental, justificando que o nível de conhecimento dos alunos, quanto a leitura e interpretação de gráficos e tabelas, seria adequado para interagir com o objeto pretendido do TCC.

4.2. ENTREVISTA: EQUIPE “7 A 12” DO IBGE Paralelamente à entrevista com os docentes, contatou-se o site “7 a 12” do IBGE — um dos três espaços eletrônicos do IBGE que compõem, hoje, o IBGEeduca. Nesse contexto, dois membros da equipe de desenvolvimento aceitaram colaborar com a pesquisa. As participantes responderam à uma entrevista estruturada, enviada por e-mail, disponível no apêndice D e E deste documento: Método: entrevista Estruturada Entrevistado 5: AZEVEDO, A. Graduação em Comunicação Social – Jornalismo (2004) pela Universidade Estadual de Londrina (PR); Especialização em Jornalismo Cultural (2006) pela Universidade Metodista de São Paulo (São Bernardo do Campo - SP). 04/2018. Questionário. Entrevistado 6: MIRANDA, T. Graduação em Pedagogia, Especialização em Orientação Educacional, Mestrado e Doutorado em Ciências Sociais. 04/2018. Questionário. Questão 1: Quais profissionais participam da produção do material do IBGE 7 a 12? Através da questão, constatou-se que o conteúdo do “7 a 12” é elaborado por uma equipe multidisciplinar, composto por profissionais com formação em pedagogia, matemática, jornalismo e publicidade. Nesse sentido, Miranda (2018) afirma que o pe-

Capítulo 4: Pesquisa de Campo

69


dagogo é o profissional responsável pela adequação do conteúdo do site aos objetivos curriculares do ensino fundamental e para a faixa etária do público alvo. Ainda, a entrevistada destacou que o critério para a seleção do conteúdo do “7 a 12” é a relevância educacional dos temas e o seu vínculo com o panorama social das crianças, hoje. Questão 2: Além das crianças da faixa etária de 7 a 12 anos, quais outros públicos são considerados na elaboração do material? Em relação ao público-alvo do site, além das crianças na faixa etária de 7 a 12 anos, a equipe leva em conta as crianças menores de 7 anos, professores, pais, avós e outros responsáveis. Averiguou-se que, a divulgação dos materiais educativos do “7 a 12” é feita por meio das mídias digitais — redes sociais do IBGE, do newsletter para a mala direta de e-mails, de links no portal do IBGE e sites parceiros — e das unidades do IBGE, localizadas nas capitais e diferentes cidades do país. Questão 3: O que é necessário considerar ao projetar um material para crianças na faixa etária de 7 a 12 anos? Quanto aos aspectos projetuais, destaca-se os seguintes pontos: RECOMENDAÇÕES: usar linguagem simples; inserir informações de forma simplificada – ex. arredondar as casas decimais; combinar diferentes mídias – ex. áudio, imagem, vídeo, jogo; utilizar linguagem lúdica, coerente com o repertório visual do público infantil. INDICAÇÃO/OBRIGAÇÃO: utilizar informação proveniente de fontes de informação confiáveis e oficiais; garantir que o conteúdo é relevante para o público infantil. PROIBIÇÃO: apresentar temas \ materiais de conteúdo ofensivo ou discriminatório; apresentar temas \ materiais que reflitam visões distorcidas da realidade – ex. visão eurocêntrica do Brasil; divulgar conteúdo sem os direitos autorais.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

70


Por fim, conclui-se que os projetos realizados em parceria com as escolas, envolvendo os professores e alunos, desempenham um papel fundamental na elaboração e aprimoramento do conteúdo do “7 a 12”. O tópico a seguir descreve a visita à escola, a última fase da pesquisa de campo.

4.3. VISITA À ESCOLA Nessa fase, foram realizadas duas visitas ao Colégio Estadual Padre Olímpio de Anchieta que dispõe de turmas do Ensino Fundamental, do Ensino Médio e do EJA9. O colégio se caracteriza por atender a comunidade local e boa parte dos alunos frequenta o instituto desde o 6º ano. Durante a primeira visita — realizada no dia 22 de maio de 2018 — coletou-se dados à partir da observação de aulas da disciplina de Geografia, ministradas pelo professor João Mendes para a turma do 8º ano do Ensino Fundamental. Quanto aos materiais didáticos, os principais recursos utilizados em sala de aula são livro de geografia e o quadro negro, apesar do colégio dispor de uma sala de informática (FIGURA 34) e de TVs Pendrive10 (FIGURA 35), a mídia digital não costuma ser empregada no ensino e aprendizagem da Geografia. Uma vez que os materiais didáticos do colégio são limitados é uma prática comum dois ou mais alunos compartilharem o mesmo livro. A aula do professor João Mendes tem a duração de 50 minutos e pode ser separada em dois momentos: inicialmente, os alunos copiam e respondem as questões do livro didático em seu caderno e, em seguida, o docente apresenta a solução das questões, explicando o conteúdo para a turma. Durante a explicação, o professor utiliza exemplos coerentes com o repertório dos alunos — ex. fatos associados ao bairro onde o colégio está localizado. Sobre a dinâmica de interação, a turma do 8º ano do Ensino Fundamental apresenta alto nível de energia e em razão disso, o professor têm dificuldade para manter o foco dos alunos no conteúdo apresentado em sala de aula. Sob essa perspectiva, espera-se que o aspecto lúdico do objeto pretendido deste TCC possa amparar a tarefa de captar e manter o interesse da turma.

9. A EJA — Educação de Jovens e Adultos — é uma modalidade de ensino da Educação Básica que se destina aos jovens, adultos e idosos que não foram alfabetizados ou não concluíram os estudos. É estruturada em duas fases: EJA fase I - 1º ao 5º ano e EJA fase II - 6º ao 9º ano. (PREFEITURA DE CURITIBA, 2018) <disponível em: http://www. curitiba.pr.gov.br/ serviços/cidadao/ educacao-de-jovens-e-adultos-eja/327> 10. O Projeto “TV Pendrive” do Governo do Estado do Paraná instalou, em cada uma das 22 mil salas de aula da rede pública de ensino estadual, uma TV 29 polegadas com entradas para VHS, DVD, cartão de memória, pendrive e saídas para caixas de som e projetor de multimídia. Essa TV é caracterizada pela cor laranja e pela imagem inicial que identifica o aparelho como um patrimônio da SEED — Secretaria de Estado da Educação (TV PENDRIVE, 2007).

Ao final da primeira visita, foi possível determinar que o livro didático desempenha um papel fundamental no ensino e aprendizagem da Geografia. Além disso, constatou-se que a duração da aula — de 50 minutos à 1 hora

Capítulo 4: Pesquisa de Campo

71


e 40 minutos — demanda que o objeto pretendido do TCC seja lido e interpretado rapidamente, isso pode impactar no volume do conteúdo e/ou na complexidade das representações gráfico-visuais. Figura 34: Sala de aula do Colégio Estadual Padre Olímpio de Anchieta. Na lateral superior esquerda, a presença da TV Pendrive. Fonte: a autora, 2018.

Figura 35: Sala de informática do Colégio Estadual Padre Olímpio de Anchieta. Fonte: a autora, 2018.

Na segunda visita — realizada no dia 31 de maio de 2018 — diferentes edições dos livros didáticos utilizados na disciplina de geografia do 7º e 8º ano foram analisados. Esses, apresentaram características em comuns entre os quais: a predominância do uso de mapas e tabelas como representações gráfico-visuais dos dados estatísticos e geocientíficos; a presença de um capítulo de “abertura de unidade”, com texto, imagem e perguntas elaborados para verificar o conhecimento prévio dos alunos sobre o conteúdo abordado na unidade; e o uso de fotografias e infográficos para complementar a informação textual. A partir da análise dos livros didáticos, constatou-se que o conteúdo sobre a população brasileira costuma ser lecionado para 7º ano do ensino fundamental, sendo abordado, com menor frequência, no 8º ano. Ademais, o livro didático mais recente, produzido pela FDT Educação em 2016, faz uso dos infográficos no capítulo de “abertura de unidade”, para promover a reflexão e estimular os alunos a expor o conhecimento prévio sobre o tema (FIGURA 36).

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

72


Figura 36: Exemplos de Infográficos na “abertura de unidade” dos livros didáticos do Colégio Estadual Padre Olímpio de Anchieta. Fonte: Editora FDT (2016).

Em resumo, a coleta de dados no Colégio Estadual Padre Olímpio de Anchieta revela padrões comportamentais e questões de infraestrutura similares aos relatados por Carmo (2008) e Heimerdinger (2008) na fase da entrevista com os docentes. Deste modo, é possível concluir que a escassez de materiais didáticos e a preferência do docente pelo uso das mídias analógicas às digitais são características compartilhadas por diferentes escolas da rede de ensino pública.

4.4. SÍNTESE: PESQUISA DE CAMPO A partir dos dados obtidos na pesquisa de campo, o público-alvo do TCC foi delimitado aos alunos do 7º e 8º ano do ensino fundamental. Os argumentos que justificam esta decisão é a recomendação dos docentes entrevistados e a compatibilidade do tema do TCC — dados estatísticos sobre a população brasileira — com a grade curricular destas turmas, conforme o documento elaborado pela “Secretaria Municipal da Educação da prefeitura de Curitiba” e pela “Secretaria de Estado da Educação do Paraná”. As principais características das turmas do 7º e 8º ano do ensino fundamental, conforme a pesquisa de campo, foram sintetizados na figura 37. Ademais, elencou-se 4 questões pertinentes para projetar o objeto do TCC: A selecionar conteúdo relevante para o público-alvo, levando em conta o seu panorama social e o contexto de uso;

Capítulo 4: Pesquisa de Campo

73


B utilizar fontes de informação oficiais e confiáveis; C adequar a linguagem gráfica do objeto ao repertório visual do público-alvo; e D não utilizar conteúdo ofensivo ou discriminatório, bem como representações que refletem visões distorcidas da realidade. Finalmente, em razão da escassez de recursos digitais nas escolas e da preferência dos docentes pelas mídias analógicas, constata-se que o objeto pretendido do TCC deve ser adaptável ao formato impresso e ter baixo custo para reprodução.

RECURSOS ANALÓGICOS Os docentes preferem utilizar recursos analógicos — como o livro didático e o quadro escolar — durante as suas aulas.

RECURSOS DIGITAIS Os recursos digitais para o apoio das aulas são escassos — ex. TVPendrive e Sala de Informática.

DOCENTE As aulas são ministradas por docentes especializados na área.

ALUNOS As salas de aula são compostas por turmas com 30 alunos, entre 12 à 14 anos. O padrão de comportamento dos alunos depende do perfil de cada turma. Em geral, os alunos são energéticos e perdem o foco nas aulas com facilidade.

Figura 37: Características das turmas do 7º e 8º ano do ensino fundamental. Fonte: a autora, 2018.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

74


Capítulo 5: Análise de Similares

A análise de similares tem o intuito de exemplificar “como os dados estatísticos sobre a população são apresentados nos materiais gráficos do ensino fundamental”, por meio do levantamento de similares e da avaliação das suas características visuais.

5.1. LEVANTAMENTO DE SIMILARES Esse passo engloba o levantamento e a seleção de materiais gráficos que vão compor uma amostra11 para o projeto. No primeiro momento, elencou-se quatro variáveis (TABELA 2) para medir o nível de similaridade dos materiais gráficos encontrados em relação ao Objeto pretendido deste TCC. VARIÁVEL

OBJETO PRETENDIDO DO TCC

1) tipo do objeto

infográfico, visualização de dados ou material didático

2) conteúdo

dados estatísticos sobre a população

3) veículo de publicação

órgão estatístico

4) público-alvo

alunos do ensino fundamental

Capítulo 5: Análise de Similares

11. “A parte menor de alguma coisa que define a sua totalidade” (DICIO, 2018. Disponível em: <https://www. dicio.com.br/ amostra/> Tabela 2: Análise de Similares. Variáveis/Objeto pretendido do TCC. Fonte: a autora, 2018.

75


A partir dessas variáveis foi composta uma amostra de materiais gráficos exclusivamente digitais (ANEXO 1 AO 12), coletados através da pesquisa por palavras-chave em A sites de busca e portfólios digitais e B sites de órgãos estatísticos estrangeiro e nacional. As palavras-chave aplicadas na busca podem ser encontradas na tabela 3, elas foram empregadas individualmente e em conjunto de 2 a 3 palavras. Tabela 3: Análise de Similares. Lista de palavras-chave. Fonte: a autora, 2018.

VARIÁVEL

PALAVRAS-CHAVE

1) tipo do objeto

infográfico, visualização de dados, atlas, cartografia, material didático, material educativo

2) conteúdo

população, Censo

3) veículo de publicação

* Não foram listadas palavras-chave relacionadas à esta variável. A sua presença, ou não, foi determinada pela condição “o material gráfico foi encontrado no website de um órgão estatístico?”.

4) público-alvo

educacional, infantil, ensino fundamental, criança

Ao final da pesquisa, foi possível encontrar 2 (duas) amostras com as 4 variáveis: a amostra nº6 (ANEXO 6) do site “Vamos Contar” do IBGE e a amostra nº7 (ANEXO 7) do Eurostat — Gabinete de Estatísticas da União Europeia. Isto indica que infográficos sobre ‘dados estatísticos populacionais’, desenvolvidos para o contexto educativo, é um material escasso e/ou de difícil acesso. Logo, este TCC pode contribuir para preencher tal lacuna, projetando um material gráfico com os dados estatísticos do IBGE para os alunos e educadores do ensino fundamental. Diante da dificuldade de encontrar materiais gráficos com as 4 variáveis, a amostra foi dividida em duas categorias: SIMILARES DIRETOS: composta por 7 infográficos e publicações editoriais de órgãos estatísticos — estrangeiros e nacional — sobre a população, com similaridade quanto ao tipo do objeto, conteúdo e veículo de publicação; e SIMILARES INDIRETOS: composta por 5 infográficos de diferentes temáticas voltadas para o público jovem, que apresenta similaridade quanto ao público-alvo. Cabe observar que a relação da amostra selecionada com o contexto escolar não foi considerada. A partir desse passo, foi possível eliminar materiais gráficos sem relação com órgãos estatísticos e/ou com o público-alvo do projeto.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

76


5.2. INVESTIGAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS VISUAIS Os similares diretos (FIGURA 38) foram submetidos a uma avaliação quantitativa e qualitativa com base no instrumento proposto por Fabiano Miranda (2013), focado nos aspectos sintáticos dos infográficos. Entretanto, uma vez que a animação e a interatividade não fazem parte do escopo deste TCC, as variáveis “apresentação de animação” e “apresentação de interação” não foram aplicadas. A tabela 4 mostra o instrumento de análise de Fabiano Miranda (2013) adaptada.

Figura 38: Similares Diretos. Fonte: a autora, 2018.

4

1

Natural change 31.7k

28.6k

w0.8k

Net migration

1951-52

1969-70

1999-2000

2015-16

6

3

5

6

Home Improvements and Urban Development, tracks home improvements as well as a variety of other housing topics. According to the AHS, “home improvements” exclude “routine maintenance,” which is defined as regular maintenance activities necessary for the preventive care of the structure, property, and fixed equipment items.

When faced with a choice, many homeowners decide to improve their homes, rather than move. They modernize the kitchen, replace the roof, finish the basement, add a bathroom, or make their homes more energy efficient. The American Housing Survey (AHS), jointly administered by the Census Bureau and the Department of Housing

Roofing

Well Over Half Made Improvements

$4,559

Homeowners Spent $359 Billion

76.1 Million Total Owner-Occupied Housing Units

Top Improvements Made to Units

Of the 43.7 million owner-occupied units with improvements

(During 2009–2011) Appliances/ Major Equipment

Owners spent a median of $3,200 on improvements to their homes. Shown below are the median expenditures for selected projects.

43.7 Million Homeowners Made Improvements (57%)

Almost 1 in 4 of Those Made Energy Efficency Improvements

Bedrooms

Bathroom Remodels

$2,500

$2,432

10.4 Million Made Energy Efficency Improvements (24%)

35%

Flooring/ Paneling/ Ceiling

32%

Windows and Doors

20%

Kitchen Remodels

Doors/Windows

$5,000

$1,200

Patio/Terrace/Detached Deck

$2,000 Garage

$15,000

US CB

5 20 1 18

16

13 6 10 15

2

12

4

$3,000

8 11 14 9

Recreation Rooms

Youth assistance and society indicators

Flooring/Paneling/Ceiling

$1,200

HVAC

$3,600

2

17 3 19 7

Many Projects Are Done by Homeowners

Disaster Repairs Number of Occupied Housing Units

44 Million of 119 Million Projects

Tornado/ Hurricane Flood

606,000 229,000

Professionals

Do-itYourselfers

63%

37%

Improvements Varied Widely in Cost Total Expenditures $43.7 Billion

Roofing

$35.7 Billion

Kitchen Remodels

Work

$34.0 Billion

HVAC Windows/Doors Bathroom Remodels Patio/Terrace/Detached Deck Recreation Room

7.5 Million 3.7 Million 9.8 Million 18.8 Million

$33.2 Billion

Flooring/Paneling/Ceiling

Youth assistance

Number of Projects

$24.1 Billion $23.1 Billion $13.4 Billion $3.5 Billion

8.9 Million 5.0 Million 3.5 Million .5 Million

Source: U.S. Census Bureau and U.S. Department of Housing and Urban Development, 2011 American Housing Survey.

8 in 100 young people under 23 have received youth assistance Living and growing up safely

a

7 in 100 minors part of families on income support School

64 in 100

a

7

young people 15-26 yrs have a job

Drinking

6 in 10 young people 12–24 yrs

c

drink occasionally

Crime

a

54 in 100 third-year secondary students enrolled in VMBO

6

d

2 in 100 young people under 25 are crime suspects

Annual Report Youth Monitor 2017 – Summary

Capítulo 5: Análise de Similares

77


Tabela 4: Instrumento de análise. Adaptado de Fabiano Miranda (2013, p. 110).

Amostra nºx Figura Representação Pictórica / Esquemática

Mapa Gráfico Diagrama Tabela

Modos de Representação

Técnica Visual Aparente

3D

Consistência Visual

Homogêneo

2D

Heterogêneo Título

Representação Verbal / Não Verbal

Gravata

Figura: Amostra nºx

Legenda Rótulo Número Espaço Significante Agrupamento

Relação Espacial

Separação Linearidade Conexão Contenção Superimposição

Relações Gráficas

Forma Valor

Tipo de Material: Fonte:

Textura Cor Relação por Atributo

Orientação Posição espacial 2D

Descrição: Amostra nºx

Posição espacial 3D Tamanho Quantitativo (n=29) Qualitativo

A avaliação quantitativa elencou quais variáveis estavam presentes a na amostra analisada. A avaliação qualitativa classificou as variáveis presentes em ruim — quando a variável estava presente mas não cumpria o seu papel comunicacional —, mediano — quando a variável estava presente e cumpria seu papel comunicacional, mas os aspectos gráficos poderiam ser aprimorados — e bom — quando a variável estava presente, cumpria seu papel comunicacional e era bem resolvido graficamente. O resultado da análise dos similares diretos está sintetizado na tabela 5. Os instrumentos individuais, detalhando cada similar direto, estão disponíveis no apêndice F.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

78


1 RUIM 2 MEDIANO 3 BOM

nº1

nº2

nº3

nº4

nº5

nº6

nº7

Quantitativo (n=7)

Figura

2

2

3

2

2

1

3

7

Mapa

1

1

3

Gráfico

2

Diagrama

1

Amostra

Representação Pictórica / Esquemática

3

1

15 7 12 1

3

2

4

3 1

2

2

Qualitativo

4 2

6

Tabela

Modos de Representação

Técnica Visual Aparente

3D 2D

2

2

3

3

2

1

3

7

16

Consistência Visual

Homogêneo

2

3

2

3

2

3

3

7

18

2

3

3

3

3

3

3

7

Heterogêneo

Rótulo

3

3

3

3

3

3

3

7

Número

3

3

3

3

3

3

3

7

20 2 7 21 21

Espaço Significante

1

3

1

1

2

2

6

10

Agrupamento

2

3

3

2

2

3

7

3

2

2 2

3

7

1

3

6

3

6

18 5 18 13 17

3

7

14

Título Representação Verbal / Não Verbal

1

Gravata

2

Legenda

3

3

Separação Relação Espacial

Relações Gráficas

1 3

1

3

Linearidade

1

3

3

3

Conexão

1

3

3

2

Contenção

2

3

3

3

3

Superimposição

1

2

3

3

1

3

3

3

3

2

3

4

1

2

2

2

3

2

1

3

7

9 11 2 15

1

3

3

2

2

1

3

7

15

Tamanho

1

2

3

3

2

1

3

7

15

Quantitativo (n=29)

19

16

20

20

17

18

19

Qualitativo

33

41

58

50

37

33

55

Forma Valor

3 3

Textura Cor Relação por Atributo

3

2

1

Orientação Posição espacial 2D Posição espacial 3D

Tabela 5: Análise dos similares diretos. Fonte: a autora, 2018.

Capítulo 5: Análise de Similares

79


À partir do resultado da análise dos similares diretos (N=7), elaborou-se uma lista com as tendências, pontos positivos e deficiências da amostra. Quanto às tendências, identificou-se que: REPRESENTAÇÃO PICTÓRICA / ESQUEMÁTICA: a “tabela” (N=0) e o “diagrama” (N=1) não são usados com frequência; o “gráfico” aparece em 6 similares e consiste em representações gráfico-visuais de pizza, rosca, barra e linha; todas as amostras usam a “figura”. Quanto à esta característica, 4 similares usam ícones e/ou ilustrações minimalistas como forma de representação; TÉCNICA VISUAL APARENTE: o estilo predominante é o “2D” (N=7). Apenas 2 similares possuem elementos com sombreamento ou perspectiva, indicando “3D” CONSISTÊNCIA VISUAL: todos similares apresentam consistência visual “homogênea” (N=7); REPRESENTAÇÃO VERBAL / NÃO VERBAL: o “título” aparece em todos os similares (N=7) e costuma ser apresentado de forma satisfatória e com a hierarquia clara. Nesse sentido, os atributos gráficos usados para determinar a hierarquia dos títulos, subtítulos e texto são: “tamanho”, “cor” e “posição espacial”; o “rótulo” e “número’ aparecem em todos os similares (N=7) e costumam serem apresentados de forma satisfatória. Os “rótulos” são usados para complementar a informação visual com a verbal; a “gravata” (N=1) e a “legenda” (N=3) não são usados com frequência. A “legenda” foi aplicada de forma satisfatória em 2 de 3 amostras em que aparece; RELAÇÃO ESPACIAL a “separação” aparece em 2 similares. Os objetos de “separação” usados na amostra são a linha, o objeto de decoração e o box; o “agrupamento”, “superimposição” e “linearidade” aparecem em todos os similares (N=7). O “agrupamento” costuma ser espacial e por cor, mas também se dá por conexão e contenção. A “linearidade” cos-

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tuma ser retilínea, na vertical ou horizontal; o “espaço significante” aparece em 6 similares, sendo vinculado aos gráficos e mapas. a “conexão e contenção” aparecem em 6 similares. A “conexão” usa linhas e setas e a “contenção” boxes, balões, figuras e gráficos; RELAÇÃO POR ATRIBUTO a “cor”, a “posição espacial 2D” e o “tamanho” aparecem em todos os similares e costuma ser utilizado de forma mediana. Quanto a “cor”, a paleta cromática varia conforme a amostra, logo, não foi possível determinar uma tendência, a sua função costuma ser informacional (quando usada para diferenciar categorias e tipos de informação) ou decorativa (quando usada em ilustrações); o “valor” ( N=4), a “forma” ( N=3) e a “textura” ( N=1) não são usados com frequência; a “orientação” e a “posição espacial 3D” não foram utilizadas em nenhuma das amostras. Em seguida, elencou-se as deficiências da amostra. Essas estão relacionadas à função informativa e decorativa dos objetos gráficos, sendo: Uso do “mapa” como objeto de decoração; Ausência ou uso insatisfatório dos objetos de informação e dos objetos de referência em 5 das 6 amostras com espaço significante; O uso de objetos meramente decorativos que prejudicam a leitura e compreensão da informação. Por, fim, elencou-se os pontos positivos da amostra, os quais são: Os similares apresentam consistência visual homogênea satisfatória (“bom” N=4 e “mediano” N=3); A representação verbal / não verbal de título, legenda, rótulo e número costuma ser usada de forma satisfatória; As relações espaciais de agrupamento, separação, linearidade, conexão e contenção costumam ser usadas de forma satisfatória e as relações por atributo de forma e valor são usadas de forma satisfatória. Os similares indiretos (FIGURA 39) passaram por uma análise verbal descritiva para elencar “quais são” e “como são” os aspectos gráfico-visuais voltados para o público-alvo do projeto (APÊNDICE G).

Capítulo 5: Análise de Similares

81


Figura 39: Similares Indiretos. Fonte: a autora, 2018.

1

2

3

4

12 O lettering é, resumidamente, a arte de desenhar letras combinando formas projetadas e desenhadas com um propósito específico, ao contrário da tipografia, que usa formas pré fabricadas. (TYPOGRAPHANDO, 2018 <disponível em: https://typographando.wordpress. com/2014/06/16/o-que-e-lettering/>)

5

Nota-se que, na amostra de similares indiretos, o elemento pictórico é o foco da peça gráfica. Ademais, nas amostras nº9 (ANEXO 9) e nº12 (ANEXO 12), a ilustração aparece integrada aos gráficos e mapas. Quanto à paleta cromática, as cores análogas são empregadas em 2 das 5 amostras e as complementares em 3 das 5, com predominância das cores primárias e secundárias. Variações nos atributos de saturação, valor e transparência são aplicados para tornar a peça gráfica harmônica. Finalmente, as amostras não apresentam uma ordem de leitura linear — ex. possui mais de um ponto de entrada — e emprega tipografia neutra, com alta legibilidade, para títulos, subtítulos, textos e rótulos, com exceção da amostra nº8 (ANEXO 8), que utiliza o lettering12.

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5.3. SÍNTESE: ANÁLISE DE SIMILARES Nessa etapa do projeto, foram coletados 12 similares: 7 amostras diretas e 5 amostras indiretas. Durante a fase de levantamento de similares, constatou-se que materiais educativos sobre dados populacionais são escassos e/ou de difícil acesso. Por meio da análise de similares diretos, concluiu-se que, as amostras nº3 e nº7 possuem sintaxe gráfica satisfatória (FIGURA 40). Logo, elas foram selecionadas como referências para o objeto pretendido deste TCC. Figura 40: Amostras nº3 e nº7. À esquerda, detalhe da amostra nº3. À direita, detalhe da amostra nº7. Fonte: Statistcs New Zealand | Eurostat. Acesso em: 2018.

Os aspectos positivos presentes nas amostras nº3 e nº7 são a presença de objetos de informação e objetos de referência (ex. indicação de meses num gráfico de barras); a hierarquização clara da informação (por meio da posição espacial, tamanho e cor); o uso do nesting (superimposição) e a combinação da informação verbal com a visual. Esses aspectos estão em conformidade com a literatura. Quanto ao modo de representação, apesar da predominância da linguagem gráfica minimalista (pictogramas) na amostra nº3, a análise dos similares indiretos aponta a necessidade de adaptar a linguagem gráfica às referências estéticas do público-alvo, conforme a amostra nº7. Constata-se que tanto nas amostras diretas como nas indiretas, a figura de linguagem predominante é a correspondência literal (ENGELHARDT, 2002).

Capítulo 5: Análise de Similares

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13. Referente à ‘supressão de elementos redundantes e da atribuição de múltiplas funções para os sinais gráficos restantes” (TUFTE, 2006 apud BALSTER, 2009. p. 228 a 229). 14. “Ato de mover o texto ou outro tipo de informação na tela de um computador para ver uma parte diferente dele” (Cambridge Advanced Learner’s Dictionary & Thesaurus, 2018. Disponível em: https://dictionary. cambridge.org/pt/ dicionario/ingles/ scroll)

Os objetos de decoração estão presentes em ambas as amostras — ex. separadores da amostra nº3 e ilustrações na lateral esquerda da amostra nº7. Isto indica que os objetos de decoração, quando bem integrados ao material gráfico, podem auxiliar a captar e manter o interesse do público-alvo sem prejudicar a compreensão e a aprendizagem. Isto, é coerente com a fala de Fassina (2011) sobre o benefício do uso de objetos decorativos nos infográficos. Nesse sentido, as amostras nº9 (ANEXO 9) e nº12 (ANEXO 12) — similares indiretos — podem ser consideradas bons exemplos de integração entre os objetos de informação, de referência e de decoração. Nesse sentido, as amostras nº9 (ANEXO 9) e nº12 (ANEXO 12) — similares indiretos — podem ser consideradas bons exemplos de integração entre os objetos de informação, de referência e de decoração. Salienta-se que o “Princípio da Maximização e Multifuncionalidade”13 de Tufte (1990 APUD BALSTER, 2009) não foi aplicado em nenhuma das duas amostras. Compreende-se que tal princípio é relevante para o objeto pretendido deste TCC — que deve ser adaptável para o formato impresso —, contudo, não se aplica aos materiais gráficos desenvolvidos para o ambiente eletrônico, prevendo o uso de recursos como o scroll 14 e a interatividade, específicas da mídia digital.

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Capítulo 6: Conceituação do Projeto e Requisitos Projetuais

Este TCC tem o objetivo geral de “usar o design gráfico para transformar os dados estatísticos produzidos pelo IBGE em visualizações gráficas que despertam o interesse dos alunos do ensino fundamental”, sendo os seus objetivos específicos: OBJETIVO ESPECÍFICO A elaborar um objeto de apoio para os docentes e discentes das escolas públicas, explorando os recursos tecnológicos disponíveis neste contexto e o repertório do público-alvo; OBJETIVO ESPECÍFICO B usar os dados obtidos da pesquisa bibliográfica, da pesquisa de campo, da análise de similares e das heurísticas de design de infográficos para guiar a criação do objeto; e OBJETIVO ESPECÍFICO C avaliar o objeto — infográfico — em seu contexto de uso. Assim, conceitua-se que o objeto do TCC deve “apresentar os dados estatísticos do IBGE de maneira clara, transformando-os em um material gráfico acessível para o contexto da escola pública e com linguagem visual familiar e atrativa para os alunos do ensino fundamental, com o intuito de estimular a leitura e interpretação de gráficos e, consequentemente, auxiliar a formação de cidadãos conscientes durante uma das etapas da educação básica no Brasil”.

85


Assim, buscou-se responder às seguintes questões, elencadas por Carvalho e Aragão (2012, P. 175 - 176): A PROPÓSITO | O QUE TRANSMITIR AO LEITOR? O infográfico deve transmitir ao leitor os dados estatísticos do IBGE sobre a população brasileira, promovendo a aprendizagem e a reflexão sobre a sua realidade. Para isso, as representações gráfico-visuais devem expor as relações de diferença, de ordem e/ou de proporcionalidade entre os dados quantitativos (BERTIN, 2000). Ademais, o infográfico deve ser capaz de contextualizar os fenômenos — ex. geograficamente por meio de mapas — e conseguir captar o interesse do usuário — ex. por meio de ilustrações. B CONTEÚDO INFORMACIONAL | QUAIS INFORMAÇÕES SÃO NECESSÁRIAS PARA TRANSMITIR A MENSAGEM? [os censos populacionais] constituem a única fonte de referência sobre a situação de vida da população nos municípios e em seus recortes internos, como distritos, bairros e localidades, rurais ou urbanas, cujas realidades dependem de seus resultados para serem conhecidas e terem seus dados atualizados (IBGE, 2017).

Logo, o conteúdo do infográfico será embasado no “Censo Demográfico 2010 do IBGE”, mais especificamente, nos dados estatísticos sobre os Domicílios — quanto à adequação da moradia, saúde e bem estar da população. Tal conteúdo é apropriado para cumprir o propósito do infográfico: induzir o usuário a refletir sobre a sua realidade através dos dados estatísticos do IBGE. Assim, o conteúdo informacional será dividido em cinco grupos: 1. Densidade Populacional; 2. Abastecimento de água; 3. Esgotamento Sanitário; 4. Coleta de Lixo e 5. Energia Elétrica; conforme detalhado no próximo capítulo (GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS). C CIRCUNSTÂNCIAS DE USO | ONDE E EM QUAL MÍDIA O INFOGRÁFICO VAI SER VISTO? O infográfico será usado nas salas de aula do 7º ou 8º ano do ensino fundamental, em atividades individuais e/ou em grupos.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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Durante a pesquisa de campo, constatou-se que os professores preferem utilizar a mídia analógica — em vez da digital — para apoiar o ensino e aprendizagem da geografia, logo, o objeto deve ser adaptável para o formato impresso e ter baixo custo de reprodução. Nesse sentido, salienta-se que o infográfico impresso deve ser legível em formatos pequenos e médios — ex. tamanhos A4 e A3 do sistema ISO 216 — e suportar impressões monocromáticas. Ademais, o projeto deve considerar o tempo de duração das aulas — que varia de 50 minutos à 1 hora e 40 minutos — e a dificuldade de manter o foco dos alunos no conteúdo apresentado. Portanto, as representações gráfico-visuais de alta complexidade, que não fazem parte do repertório do público-alvo, devem ser evitadas — ex. Streamgraph (FIGURA 41) e Chord Diagram (FIGURA 42) (FERDIO, 2018. DISPONÍVEL EM: HTTP:// DATAVIZPROJECT.COM/). Figura 41: Streamgraph sobre “ligações para o 311 durante o período de 8 a 15 de Setembro de 2010” em Nova York. Fonte: Wired, Ilustração: Pitch Interactive. Disponível em: https:// www.wired. com/2010/11/ ff_311_new_york/

Figura 42: Chord Diagram interativo sobre “viagens de Uber entre dois bairros”. Fonte: Mike Bostock. Disponível em: https://bost. ocks.org/mike/ uberdata/

Capítulo 6: Conceituação do Projeto e Requisitos Projetuais

87


Por fim, salienta-se que o infográfico será desenvolvido para ambas, a mídia analógica e a mídia eletrônica. A decisão de manter a mídia eletrônica, apesar da preferência dos docentes pela mídia analógica, leva em conta a facilidade de disseminar a informação por meio dela: o formato digital permite que os professores e alunos tenham acesso ao objeto através da TVPendrive, dos computadores do laboratórios de informática ou de outros dispositivos eletrônicos, dentro e fora da instituição de ensino. D MEIO DE PRODUÇÃO | COMO E POR QUAIS MEIOS O INFOGRÁFICO SERÁ DESENVOLVIDO? Durante o desenvolvimento do infográfico, nas etapas de “análise de similares” e “teste com usuários”, materiais de caráter temporário serão produzidos por meio de softwares de edição digital — ex. Adobe Illustrator. Uma vez que esses demandam modificações frequentes, técnicas analógicas como o sketch e a colagem também serão utilizadas. Na etapa de “aprimoramento do infográfico”, não existem limitações quanto aos meios de produção. Logo, técnicas digitais e/ ou analógicas poderão ser utilizadas, conforme o tempo e os recursos disponíveis. À partir disto, definiu-se os requisitos projetuais, uma série de condições, necessárias ou desejáveis, que o objeto pretendido do TCC deve atender. Neste projeto, eles têm a função de otimizar o processo de desenvolvimento do material gráfico e são embasados na fundamentação teórica, na análise de similares e na pesquisa em campo (TABELA 6). Os requisitos gráficos referem-se aos aspectos visuais, logo, traz orientações sobre a sintaxe gráfica. Os requisitos informacionais estão relacionados com o conteúdo, em outras palavras, a informação apresentada e a sua compreensão pelo usuário. Por fim, os requisitos do público-alvo elencam as características específicas dos alunos do 7º e 8º ano do ensino fundamental e das instituições de ensino.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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REQUISITO

LITERATURA

ANÁLISE DE PESQUISA EM SIMILARES CAMPO

Tabela 6: Requisitos Projetuais. Fonte: a autora, 2018.

REQUISITOS GRÁFICOS Projetar um material gráfico agradável e harmônico, por meio do uso de cores análogas ou complementares e tipografia neutra e legível. Utilizar o nesting (superimposição) para separar diferentes categorias de informação em camadas, através dos atributos gráficos de cor, valor e tamanho Padronizar cor, forma e tipografia usadas para apresentar diferentes categorias de informação. Utilizar recursos gráficos lúdicos para chamar a atenção do usuário e captar seu interesse (ex. ilustração integrada aos gráficos, mapas e rótulos). Usar o arranjo espacial e a hierarquia para gerar leituras micro e macro, estabelecendo uma ordem de leitura clara, mas permitindo a leitura não-linear. Tornar a relação entre os elementos pictóricos e verbais clara através da relação espacial de agrupamento espacial, alinhamento (horizontal, vertical), conexão (linha, seta) e contenção (box) Usar a posição espacial ou tamanho para apresentar informações quantitativas Usar a localização e cor para apresentar informações nominais (ex. categoria) Usar a localização, tamanho e cor para apresentar informações ordinais (ex. título, subtítulo e texto) REQUISITOS INFORMACIONAIS O título deve demonstrar o assunto do infográfico claramente. Não distorcer os objetos de informação (ex. barras de um gráfico), evitando usar efeitos que alteram a percepção do usuário (ex. efeito 3D, perspectiva) nos objetos de informação e de referência. A apresentação visual da quantidade deve ser proporcional ao número que representa. As informações pictórica e verbal sempre devem ser apresentadas em um contexto. Utilizar fontes confiáveis de dados estatísticos. Não apresentar conteúdo ofensivo, discriminatório ou sobre o qual não tem direitos autorais. REQUISITOS DO PÚBLICO-ALVO Projetar material gráfico coeso com o nível de conhecimento e a grade curricular do público-alvo, conforme estabelecido pelas Secretarias de Educação do Estado do Paraná e do Município de Curitiba. Projetar material gráfico adaptável, capaz de suportar a transposição da mídia digital para o analógico, com baixo custo de reprodução. Projetar material gráfico adaptável, capaz de suportar a manipulação por mais de um usuário (ex. trabalhos em grupos de 3 ou 4 alunos).

Capítulo 6: Conceituação do Projeto e Requisitos Projetuais

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TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

90


Capítulo 7: Geração de Alternativas

Neste projeto, a geração de alternativas — GAs — consiste no processo de desenvolver diferentes formas de representar graficamente os dados estatísticos do IBGE até chegar à um resultado satisfatório em termos de usabilidade e estética. Conforme Bertin (1986), antes de iniciar a tradução gráfico-visual dos dados estatísticos é necessário compreender a informação e os padrões gerados por ela, elaborando hipóteses sobre qual conteúdo é, ou não, relevante para o usuário. Assim, foram produzidas tabelas (APÊNDICE H) para organizar os dados estatísticos do IBGE sobre os Domicílios e elencou-se as seguintes hipóteses:

91


CENÁRIO 1 o conteúdo informacional deve ser separado pelas grandes regiões — Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-oeste — e pela média nacional. Nesse sentido: as regiões Sudeste e Sul costumam apresentar os melhores índices de saneamento básico; as regiões Norte e Nordeste costumam apresentar os piores índices de saneamento básico; CENÁRIO 2 Os dados estatísticos das grandes regiões devem ser separados em A Zona rural e B Zona urbana, uma vez que existem diferenças significativas de uma para o outra. Nesse sentido, a Zona rural sempre apresenta uma porcentagem inferior à Zona urbana; CENÁRIO 3 quanto à “Energia Elétrica” e a “Coleta de Lixo”, existe pouca variação entre a média dos dados estatísticos das grandes regiões; CENÁRIO 4 quanto ao “Abastecimento de água” e o “Esgotamento Sanitário”, existe grande variação entre a média dos dados estatísticos das grandes regiões. A partir disto, elaborou-se quatro alternativas de tradução gráfico-visual dos dados estatísticos do IBGE ( FIGURAS 43 E 44 ): A tabela de gráficos; B mapa; C gráfico de área estilizado; e D ilustração com gráficos de barras. A tabela 7 relaciona estas alternativas com os requisitos (CAPÍTULO 6) e as hipóteses (APRESENTADAS NESTE CAPÍTULO) de modo quantitativo — avaliando a presença, ou não, da variável — e qualitativo — avaliando se a variável está sendo utilizada de forma eficaz. Salienta-se que, o aspecto “cor” foi eliminado da tabela de requisitos, uma vez que optou-se por elaborar um infográfico monocromático, de baixo custo e de fácil reprodução (CAPÍTULO 6). A alternativa D apresentou o melhor desempenho do grupo (N=18), sendo a proposta selecionada para prosseguir para a segunda etapa de refinamento: o desenvolvimento da estrutura do infográfico.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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A

BRASIL

NORTE

NORDESTE

SUDESTE

SUL

CENTRO OESTE

GERAL URBANA RURAL

GERAL URBANA RURAL

GERAL URBANA RURAL

GERAL URBANA RURAL

GERAL URBANA RURAL

GERAL URBANA RURAL 100% 90% 80% 70%

90,5%

99,4%

98,5%

98,2%

99,5%

99,3%

96,7%

99,1%

99%

90,8%

98,9%

96,9%

61,5%

98,1%

89,2 %

89,7 %

99,1 %

97,8 %

60%

ELETRICIDADE

50% 40% 30% 20% 10% 0% 100% 90% 80% 70%

18,9 %

89,7 %

98,4 %

46 %

99,3 %

91,6 %

40,5 %

98,8 %

95 %

18,7 %

93,7 %

75 %

13,8 %

93,6%

74,3 %

26,9 %

97,4 %

60%

87,4 %

COLETA DE LIXO

50% 40% 30% 20% 10% 0% 100% 90% 80% 70% 60% 40%

15%

90 %

81,8 %

30,4%

94,7 %

85,5 %

19,3%

95,3 %

90,3 %

34,9 %

90,5 %

76,6 %

17,7 %

66,2 %

54,5 %

27,8 %

91,9 %

50%

82,9 %

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

30% 20% 10% 0% 100% 90% 80% 70% 60%

12,7 %

56,3 %

51,5%

31,4 %

78,2 %

71,5%

26,5 %

90,7 %

86,5%

10,5 %

56,7 %

45,2%

40,6 %

8,4 %

32,8 %

75,3 %

17 %

50%

67,1 %

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

40% 30% 20% 10% 0%

B

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

ELETRICIDADE

COLETA DE LIXO

ZONA RURAL

ZONA URBANA

0% - 10%

11% - 30%

31% - 50%

51% - 70%

71% - 90%

91% - 100%

Proporção de Domicílios (particulares permanentes)

Figura 43: alternativas A e B de tradução gráfico-visual dos dados estatísticos do IBGE. Fonte: a autora, 2018.

Capítulo 7: Geração de Alternativas

93


C

DOMI CÍLIOS

PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS (PARTICULARES PEMANENTES) NO BRASIL

COLETA DE LIXO 79% 100 90 80 70 60 50 40 30 20

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

10

ELETRICIDADE

77,8%

97,8%

Média de Moradores por Domicílio =

3,3

ESGOTAMENTO SANITÁRIO 62,2%

D

DOMICÍLIOS As informações sobre as características dos domicílios, levantadas nos Censos

MÉDIA BRASIL 97,8% 89,2%

NORTE

96,9%

NORDENTE SUDESTE

99%

SUL

99,3%

e o acompanhamento de um dos aspectos fundamentais da qualidade de vida da população: as condições habitacionais.

CENTRO-OESTE

98,5%

ELETRICIDADE

ia orad de m Tipo = 86,9% = 10,7% a o Cas ament rt Apa

3,3

MÉDIA BRASIL 87,4%

NORTE

74,3% 75%

NORDENTE

95%

SUDESTE

91,6%

SUL

89,7%

CENTRO-OESTE

Mé d por ia de m dom ora icílio dor es =

COLETA DE LIXO

MÉDIA BRASIL 82,9% 54,5%

NORTE

76,6%

NORDENTE

90,3%

SUDESTE

85,5%

SUL CENTRO-OESTE

81,8%

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

MÉDIA BRASIL 67,1% 32,8%

NORTE

45,2%

NORDENTE

86,5%

SUDESTE

71,5%

SUL CENTRO-OESTE

51,5%

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Figura 44: alternativas C e D de tradução gráfico-visual dos dados estatísticos do IBGE. Fonte: a autora, 2018.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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REQUISITO

A

B

C

D

9

9

6

18

HIPÓTESE (BERTIN, 1986) CENÁRIO 1: Conteúdo informacional deve ser separado pelas grandes regiões CENÁRIO 2: Os dados estatísticos das grandes regiões devem ser separados em Zona rural e Zona urbana CENÁRIO3: Mostrar variação entre a média de “Energia Elétrica” e de “Coleta de Lixo” nas grandes regiões (pequena variação). CENÁRIO 4: Mostrar variação entre a média de “Abastecimento de água” e de “Esgotamento Sanitário” nas grandes regiões (grande variação) REQUISITOS GRÁFICOS Projetar um material gráfico agradável e harmônico, por meio do uso de cores análogas ou complementares e tipografia neutra e legível. Utilizar o nesting (superimposição) para separar diferentes categorias de informação em camadas, através dos atributos gráficos de valor e tamanho Padronizar forma e tipografia usadas para apresentar diferentes categorias de informação. Utilizar recursos gráficos lúdicos para chamar a atenção do usuário e captar seu interesse (ex. ilustração integrada aos gráficos, mapas e rótulos). Usar o arranjo espacial e a hierarquia para gerar leituras micro e macro, estabelecendo uma ordem de leitura clara, mas permitindo a leitura não-linear. Tornar a relação entre os elementos pictóricos e verbais clara através da relação espacial de agrupamento espacial, alinhamento (horizontal, vertical), conexão (linha, seta) e contenção (box) Usar a posição espacial ou tamanho para apresentar informações quantitativas Usar a localização para apresentar informações nominais (ex. categoria) Usar a localização e tamanho para apresentar informações ordinais (ex. título, subtítulo e texto) REQUISITOS INFORMACIONAIS O título deve demonstrar o assunto do infográfico claramente. Não distorcer os objetos de informação (ex. barras de um gráfico), evitando usar efeitos que alteram a percepção do usuário (ex. efeito 3D, perspectiva) nos objetos de informação e de referência. A apresentação visual da quantidade deve ser proporcional ao número que representa. As informações pictórica e verbal sempre devem ser apresentadas em um contexto. Utilizar fontes confiáveis de dados estatísticos. Não apresentar conteúdo ofensivo, discriminatório ou sobre o qual não tem direitos autorais. REQUISITOS DO PÚBLICO-ALVO Projetar material gráfico coeso com o nível de conhecimento e a grade curricular do público-alvo, conforme estabelecido pelas Secretarias de Educação do Estado do Paraná e do Município de Curitiba. Projetar material gráfico adaptável, capaz de suportar a transposição da mídia digital para o analógico, com baixo custo de reprodução. Projetar material gráfico adaptável, capaz de suportar a manipulação por mais de um usuário (ex. trabalhos em grupos de 3 ou 4 alunos).

RESULTADO

+1

CUMPRE O REQUISITO

-1

NÃO CUMPRE O REQUISITO

0

O REQUISITO NÃO SE APLICA

Tabela 7: Relação das alternativas com os requisitos projetuais e as hipóteses. Fonte: a autora, 2018.

Capítulo 7: Geração de Alternativas

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Projetar a estrutura do infográfico envolve selecionar e refinar o conteúdo informacional, organizar a informação verbal, pictórica e esquemática e determinar o formato do material. Diante da dificuldade de cumprir a HIPÓTESE 2 — “os dados estatísticos das grandes regiões devem ser separados em Zona rural e Zona urbana” — sem prejudicar a leitura e compreensão do infográfico, optou-se por desenvolver dois produtos: um sobre os dados estatísticos dos domicílios da “Zona Rural” e o outro dos domicílios da “Zona Urbana”. Uma vez que o “mapa” é um recurso essencial para o ensino e aprendizagem da geografia, a estrutura final do infográfico é composta de duas partes: a primeira com uma ilustração central e a segunda com o mapa e os gráficos apresentando os dados estatísticos por grande região. Este material poderá ser reproduzido por meio da impressão/xerocópia em duas folhas A3 ou quatro folhas A4, conforme a figura 45.

Figura 45: Esquema de reprodução do infográfico no formato A4 e A3. Fonte: a autora, 2018.

A3

A4 zona urbana

zona rural

zona urbana

zona rural

Ademais, os tipos de correspondência literal e metafórico — ex. ícones — foram empregados no infográfico. Esta decisão leva em conta o nível de conhecimento dos alunos do ensino fundamental (CAPÍTULO 4) e busca evitar os tipos de correspondência arbitrário-convencional e metonímico, que demandam conhecimento prévio sobre códigos ou associações que podem estar fora do contexto do público-alvo — ex. código cromático dos fios elétricos. Quanto a linguagem gráfica, foram elaboradas duas gerações de alternativas — GAs — com base no repertório visual dos alunos do ensino fundamental, conforme os painéis semânticos à seguir:

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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PAINEL SEMÂNTICO 1: (FIGURA 46) representa o crescente engajamento dos jovens nas redes sociais como o Youtube, Instagram, Facebook e Whatsapp. Neste sentido, é possível destacar o uso do chat e dos emojis15 para a comunicação dentro da mídia eletrônica; e

15. Emoji é de origem japonesa, composta pela junção dos elementos e (imagem) e moji (letra), e é considerado um pictograma ou ideograma, ou seja, uma imagem que transmitem a ideia de uma palavra ou frase completa (SIGNIFICADOS, 2018) <disponível em: https://www. significados.com. br/emoji/).

Figura 46: Painel semântico 1. Fonte: a autora, 2018.

PAINEL SEMÂNTICO 2: (FIGURA 47) levanta referências pictóricas de entretenimentos audiovisuais — como jogos, séries televisivas e influenciadores digitais16 — voltados para o público-alvo do projeto. O uso de personagens/ personalidades, a estilização dos elementos pictóricos e o estilo handmade (FEITO-À-MÃO) são características em comum dessas referências.

16. Termo que designa-se a usuários que utilizam de sua popularidade em determinada rede social para divulgar um estilo de vida e até mesmo produtos de uma determinada marca patrocinadora. (SANTOS, S.; SILVA & SANTOS, J., 2016)

Figura 47: Painel semântico 2. Fonte: a autora, 2018.

Capítulo 7: Geração de Alternativas

97


O painel semântico 1 deu origem à GA1 (FIGURA 48) e o painel semântico 2 à GA2 (FIGURA 49). A GA1 utiliza um objeto gráfico similar aos “chats” para apresentar a informação verbal. A ilustração central possui contornos bem definidos para prevenir falhas resultantes do processo de reprodução — ex. xerocópia ou impressão à jato. A GA2 apresenta uma ilustração estilizada e sem contorno. Os recursos visuais elencados no painel semântico 2, como o uso de personagens para fornecer as informações verbal e visual, foram adotados nesta alternativa. A figura 50, ilustra o processo criativo da desta etapa da geração de alternativas. Figura 48: GA1. Fonte: a autora, 2018.

Nome:

DO MIC ÍLIOS Energia

zona urbana

O que é?

As informações sobre os domicílios contribuem para a avaliação e o acompanhamento de um dos aspectos fundamentais da qualidade de vida da população: as condições habitacionais.

Serviço que fornece energia elétrica para as moradias.

Coleta de lixo O que é?

Os principais tipos de domicílio no Brasil são a casa e o apartamento.

97,8% dos domicílios do Brasil possuem energia elétrica!

Abastecimento de água

É o processo de separar e recolher materiais recicláveis (papél, plástico, metal e vidro) e lixo orgânico (restos de alimentos) descartados pelos moradores.

O que é? Este serviço fornece água potável para os domicílios.

apartamento 10,5%

casa 87%

A água potável costuma ser usada na cozinha, no banheiro e na lavanderia.

Esgotamento Sanitário O que é? É o serviço responsável por coletar, transportar, tratar e desfazer-se do esgoto domético: o lixo produzido pelo uso da água nos domicílios.

O esgotamento sanitário contribui para a preservação do meio ambiente.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010

Figura 49: GA2. Fonte: a autora, 2018.

Nome:

ZONA URBANA As informações sobre os domicílios contribuem para a avaliação e o acompanhamento de um dos aspectos fundamentais da qualidade de vida da população: as condições habitacionais.

ENERGIA

Os principais tipos de domicílio no Brasil são a casa e o apartamento.

Serviço que fornece energia elétrica para as moradias. 97,8% dos

COLETA DE LIXO CASA 87%

APARTAMENTO 10,5%

É o processo de separar e recolher materiais recicláveis (papél, plástico, metal e vidro) e lixo orgânico (restos de alimentos) descartados pelos moradores.

domicílios do Brasil possuem energia elétrica.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA Este serviço fornece água potável para os domicílios. A água potável costuma ser usada na cozinha, no banheiro e na lavanderia.

ESGOTAMENTO SANITÁRIO É o serviço responsável por coletar, transportar, tratar e desfazer-se do esgoto domético: o lixo produzido pelo uso da água. O esgotamento sanitário contribui para a preservação do meio ambiente.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

98


Processo criativo da etapa de Geração de Alternativas:

ETAPA 1

ETAPA 2 ALTERAĂ‡ĂƒO 2 A) InclusĂŁo de personagens B) Uso de texto em forma de diĂĄlogo C) Uso da linguagem grĂĄfica coerente com o repertĂłrio visual dos alunos do ensino fundamental D) Refinamento grĂĄfico

PERSPECTIVA ISOMÉTRICA Processo de representação 3D, onde o objeto se situa num sistema de trĂŞs eixos coordenados (ALTURA, LARGURA E PROFUNDIDADE) que fazem entre si ângulos de 120° (GRANATO; SANTANA & CLAUDINO, 2018) Permite a visualização de todos os “cĂ´modosâ€? do domicĂ­lio. ILUSTRAĂ‡ĂƒO Os objetos grĂĄficos que ilustram os recursos dos domicĂ­lios da zona urbana usam elemntos familiares para os alunos do ensino fundamental (ex. caminhĂŁo de lixo; computador; geladeira).

DOMICĂ?LIOS As informaçþes sobre as caracterĂ­sticas dos domicĂ­lios, levantadas nos Censos 'HPRJU£ĆFRV FRQWULEXHP SDUD D DYDOLDŠ¼R H R DFRPSDQKDPHQWR GH XP GRV DVSHFWRV IXQGDPHQWDLV GD TXDOLGDGH GH YLGD GD SRSXODŠ¼R as condiçþes habitacionais.

NORTE

96,9%

NORDENTE SUDESTE

99%

SUL

99,3%

ia orad de m Tipo = 86,9% = 10,7% Casa amento rt Apa

CENTRO-OESTE

98,5%

ELETRICIDADE

A

NORDENTE

95%

SUDESTE

91,6%

SUL

89,7%

CENTRO-OESTE

C

MĂŠd por ia de m dom orad icĂ­li o = ores

3,3

NORTE

75%

PERSPECTIVA A ilustração do domícilio foi contruída com o auxílio do software SketchUp.

MÉDIA BRASIL 97,8% 89,2%

MÉDIA BRASIL 87,4% 74,3%

Figura 50: Processo criativo, aspecto estĂŠtico. Fonte: a autora, 2018.

COLETA DE LIXO

MÉDIA BRASIL 82,9% 54,5%

NORTE

76,6%

NORDENTE

90,3%

SUDESTE

85,5%

SUL

81,8%

CENTRO-OESTE

PERSONAGENS Estilo cartunizado como nos desenhos animados. Os personagens foram desenvolvidos para serem expressivos e carismĂĄticos.

GA 1

ABASTECIMENTO DE Ă GUA

MÉDIA BRASIL 67,1% 32,8%

NORTE

45,2%

NORDENTE SUDESTE

86,5%

SUL

71,5%

CENTRO-OESTE

51,5%

ESGOTAMENTO SANITĂ RIO

ILUSTRAĂ‡ĂƒO Estilo de ilustração sem contorno e com cantos arredondados, usa elementos cartunizados. Busca transmitir conforto e simplicidade.

ALTERAĂ‡ĂƒO 1 A) Refinamento grĂĄfico B) DivisĂŁo do infogrĂĄfico em 2 partes C) Os recursos dos domicĂ­lios receberam um Ă­cone e uma breve descrição

C NORTE

GA 2

NORDESTE 54,5%

76,6%

89,2%

96,9%

74,3%

75%

32,8%

45,2%

Energia O que Ê? Serviço que fornece energia elÊtrica para as moradias. 97,8% dos domicílios do Brasil possuem energia elÊtrica!

B

BALĂƒO DE FALA Utiliza a linguagem verbal no formato de conversa. Inspirado nos chats das redes sociais.

SUDESTE

CENTRO-OESTE

90,3%

81,8%

99%

98,5%

95%

89,7%

86,5%

51,5%

85,5% 99,3% 91,6% 71,5%

ILUSTRAĂ‡ĂƒO Ilustração com contorno, usa elementos e personagens estilizados (desenho simplificado e geomĂŠtrico). Busca trazer uma linguagem grĂĄfica universal e dinâmica.

PROBLEMA Ilustração desinteressante para os alunos do ensino fundamental

Capítulo 7: Geração de Alternativas

99


Por fim, através da consulta com dois stakeholders — um docente e um aluno — concluiu-se que os elementos visuais da GA2 são mais atraentes para o público-alvo do projeto. Logo, esta alternativa foi selecionada para prosseguir para o teste com os usuários, após o aprimoramento (FIGURA 51).

Figura 51: GA2 refinada para o teste com os usuários. Fonte: a autora, 2018.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

100


Capítulo 8: Teste com os usuários O teste com os usuários foi realizado no dia 10 de outubro de 2018, no período da manhã, no Colégio Estadual Padre Olimpio de Souza. O infográfico GA2 — selecionado na etapa de geração de alternativas — foi submetido à um teste de compreensão e satisfação durante na disciplina de geografia, ministrada pelo professor João Mendes, nas turmas do 8º ano17 do ensino fundamental. Ao todo, 26 alunos participaram da pesquisa. O teste com os usuários teve a duração aproximada de 40 minutos — 20 minutos para o teste de compreensão e 20 min para o teste de satisfação. A figura 52 mostra os materiais utilizados nesta etapa do projeto (INFOGRÁFICO IMPRESSO + BLOCO DE NOTAS AUTOADESIVO, DE 3 X 4 CM, EM DUAS CORES, VERDE E LARANJA).

17. Uma vez que o Colégio Estadual Padre Olimpio de Souza não possui turmas do 7º ano do ensino fundamental (o público-alvo ideal para o TCC), a turma do 8º ano, com a grade curricular similar ao do 7º ano, foi selecionada para realizar o teste com os usuários.

Figura 52: Materiais do teste com usuários. Fonte: a autora, 2018.

Capítulo 8: Teste com os usuários

101


8.1. TESTE DE COMPREENSÃO O protocolo do teste de compreensão (APÊNDICE I) foi baseado nas aprendizagems didáticas do professor João e teve como objetivo analisar o desempenho do infográfico em seu contexto de uso e detectar problemas associados à sua leitura e entendimento. No início da aula, um infográfico impresso, composto por duas páginas, foi entregue aos alunos/as da turma do 8º ano do ensino fundamental. No primeiro momento, a graduanda realizou a leitura do infográfico, associando a informação verbal (explicação do que é cada recurso) com a visual (ilustração e ícones). Em seguida, com o apoio do professor João, a cada aluno foi solicitado responder, verbalmente, questões sobre o mapa e os gráficos percentuais, como por exemplo, ”qual a porcentagem de energia disponível na região Centro-oeste?”. Todos os alunos conseguiram realizar a leitura dos dados estatísticos sem dificuldades. Constatou-se que, durante o teste de compreensão, os/as alunos/as foram capazes de relacionar a informação apresentada no infográfico com o contexto real, como por exemplo reagiram de forma positiva ao observar que a região Sul tem alto percentual de energia elétrica.

8.2. TESTE DE SATISFAÇÃO 18. As cores foram selecionadas com base no material que a graduanda tinha à sua disposição.

O teste de satisfação teve o intuito de avaliar os aspectos estéticos do material gráfico e verificar a reação — positiva e/ou negativa — do usuário em relação ao infográfico. O protocolo do teste de satisfação está disponível no apêndice J. Para avaliar o nível de satisfação do infográfico, cada aluno recebeu folhas do bloco de notas autoadesivo, quatro na cor verde e quatro na cor laranja18. Em seguida, a graduanda instruiu a turma à analisar o infográfico, levantando aspectos que “gostou” (indicado pela folha laranja) e “não gostou” (indicado pela folha verde). Por fim, cada participante justificou a sua resposta por escrito, nas notas autoadesivas (figura 53). Salienta-se que, não foi estabelecido um número de aspectos positivos e negativos que cada aluno poderia levantar.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

102


Figura 53: Exemplo do teste de satisfação. Fonte: a autora, 2018.

As figuras 54 e 55 apresentam os resultados do teste de satisfação, de cada aluno/a da turma pesquisada. Uma vez que os alunos interagiram de forma distinta com cada parte do infográfico, os aspectos positivos e negativos da primeira folha (FIGURA 54) e da segunda folha (FIGURA 55) foram avaliados separadamente. Conforme a legenda, os círculos representam os aspectos específicos elencados pelos/as alunos/as (ex. ícones, título) e a cor do quadrado contendo o número do participante representa os aspectos gerais elencados (ex. questões gráfico-visuais, nível de satisfação do usuário). O quadrado cinza indica que o participante não manifestou uma opinião e o quadrado branco, que não manifestou uma opinião, positiva ou negativa, sobre os aspectos gerais.

Capítulo 8: Teste com os usuários

103


Resultado do teste de satisfação da primeira folha do infográfico “Domicílios da zona urbana”:

9

10

11

12

13

14

15

16

17

Figura 54: Resultado do teste com os usuários, folha1. Fonte: a autora, 2018.

legenda:

1

2

18

19

20

3

4

5

21

22

23

6

7

8

24

25

26

aspecto positivo específico

aspecto negativo específico

aspecto positivo geral

aspecto negativo geral

sem indicação de aspecto positivo ou negativo

sem indicação de aspecto positivo ou negativo geral

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

104


Resultado do teste de satisfação da segunda folha do infográfico “Domicílios da zona urbana”:

9

10

11

12

13

14

15

16

17

Figura 55: Resultado do teste com os usuários, folha2. Fonte: a autora, 2018.

legenda: aspecto positivo específico

aspecto negativo específico

aspecto positivo geral

aspecto negativo geral

sem indicação de aspecto positivo ou negativo

sem indicação de aspecto positivo ou negativo geral

1

2

18

19

20

3

4

5

21

22

23

6

7

8

24

25

26

Capítulo 8: Teste com os usuários

105


Os dados coletados no teste de satisfação foram separados em 9 grupos. A tabela contendo as respostas dos alunos, conforme as categorias listadas a seguir, pode ser consultada no apêndice K: 1 ASPECTO GRÁFICO: comentários sobre a hierarquia, a organização do material gráfico e os objetos-gráficos; 2 COMPREENSÃO: comentários sobre a facilidade / dificuldade de entender a informação contida no infográfico; 3 CONTEÚDO: comentários sobre a informação contida no infográfico — ex. dados estatísticos por grande região, ano de coleta dos dados estatísticos; 4 COR: sugestões e críticas sobre o uso da cor no infográfico; 5 GRÁFICO: comentários sobre os gráficos; 6 ÍCONES: comentários sobre os ícones; 7 NÍVEL DE INTERESSE / ATRATIVIDADE: comentários de natureza gostei / não gostei sobre o infográfico; 8 TIPOGRAFIA: sugestões e críticas sobre o estilo e o tamanho da fonte; e 9 *DADOS ESTATÍSTICOS: comentários de natureza gostei / não gostei quanto ao conteúdo do infográfico — ex. “Gostei do Sul porque tem muito abastecimento de água e de energia” (PARTICIPANTE 5). Neste sentido, constata-se que os alunos foram capazes de desenvolver uma opinião crítica, sobre a porcentagem de recursos disponíveis na zona urbana do Brasil. A partir disso, elaborou-se dois gráficos para realizar uma avaliação quantitativa dos dados coletados no teste de satisfação. Os comentários do grupo dos “dados estatísticos” não foram incluídos nesta fase, uma vez que esses, estão mais relacionados com o conteúdo — elaborado pelo IBGE — do que com o infográfico — objeto deste TCC. Quanto a primeira parte do infográfico, foram elencados 12 aspectos negativos e 16 aspectos positivos, totalizando 28 variáveis (FIGURA 56).

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

106


0

1

2

3

4

5

6

7

Nível de interesse / atratividade

8

legenda aspectos negativos

7

Cor

aspectos positivos

5

Compreensão

4

Conteúdo

4

Aspecto Gráfico

3

Tipografia

3

ìcone

12

Figura 56: síntese do teste de satisfação, folha 1. Fonte: a autora, 2018.

16

2

Os grupos de “cor” (N=5), “conteúdo” (N=4) e “tipografia” (N=2) foram considerados aspectos negativos nos comentários. Nesse sentido, foram feitas sugestões para inserir o aspecto gráfico “cor”, aumentar o tamanho da tipografia e inserir uma descrição mais detalhada dos recursos disponíveis na zona urbana. Dos 7 comentários sobre o “nível de interesse / atratividade” do infográfico, 6 citaram aspectos positivos do material e 1 pontuou aspectos negativos19, ainda 5 alunos afirmaram que o material era “fácil de compreender” e o “ícone” foi citado como um aspecto positivo 2 vezes.

19. “Não gostei dessa parte! Poderia ser mais legal e interessante... (aumentar a letra, colocar mais coisas interessantes, colocar coisas mais específicas... o resto está muito legal) (PARTICIPANTE 1) 20. O título poderia ser mais destacado. Para chamar a atenção dos leitores (PARTICIPANTE 2)

Quanto ao “aspecto gráfico” do material, a hierarquia do título (N=1) foi apontado como um ponto negativo20, enquanto as ilustrações (N=1) e o objeto gráfico com a função de conector / receptáculo — balão de fala (N=1) — foram considerados aspectos positivos. Na segunda parte do infográfico, foram elencados 9 aspectos negativos e 13 aspectos positivos, totalizando 22 variáveis (FIGURA 57). 0

1

2

3

4

5

Cor

6

7

8

legenda aspectos negativos

7

Gráfico

aspectos positivos

4

Compreensão

Figura 57: síntese do teste de satisfação, folha 2. Fonte: a autora, 2018.

3

Aspecto Gráfico

2

Conteúdo

2

ìcone

2

Nível de interesse / atratividade

2

Capítulo 8: Teste com os usuários

9

13

107


A ausência de “cor” foi considerada um aspecto negativo em 7 de 22 comentários. Os participantes sugeriram adicionar o atributo gráfico “cor” no mapa e nos ícones, para otimizar a representação da informação nominal — referente às categorias de informação. Os grupos de “gráfico” (N=4), “compreensão” (N=3), “ícone” (N=2) e “nível de interesse / atratividade (N=2) receberam comentários positivos. As variáveis “aspecto gráfico” e o “conteúdo” receberam, ambas, um comentário negativo e um positivo. Neste sentido, foram feitas sugestões para adicionar uma legenda cromática no mapa e inserir informações mais detalhadas sobre os recursos disponíveis nos domicílios da zona urbana brasileira. Em geral, o teste de satisfação indica tendências semelhantes em ambas as partes do infográfico (FIGURA 58). A exceção são os grupos “gráfico” e “tipografia”, que não foram citados em ambos os casos.

Figura 58: comparação do resultado dos testes de satisfação, folha 1 e 2. Fonte: a autora, 2018.

SEGUNDA PARTE 8

7

6

5

4

3

Nível de interesse / atratividade Cor

2

1

PRIMEIRA PARTE 1

2

3

4

5

6

2

7

8 7

5

7 Compreensão

4

3

Conteúdo

2

Aspecto Gráfico

2

4 3 legenda

ìcone Gráfico

2

2

aspectos negativos

4 Tipografia

3

aspectos positivos

Logo, retira-se o seguinte consenso, obtido do teste de satisfação com 26 alunos do 8º ano do ensino fundamental: A Em geral, o infográfico é interessante / atrativo (N=9); B A ausência de cor é um aspecto negativo (N=12); C O infográfico é compreensível (N=7); D É possível incluir mais informações sobre os recursos disponíveis na zona urbana do Brasil (N=4);

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

108


E O aspecto gráfico pode ser aprimorado (EX. HIERARQUIA DO TÍTULO) (N=3); F O ícone (N=4) e o gráfico (N=4) estão sendo bem utilizados; G A legibilidade pode ser aprimorada (ex. aumentar o tamanho da fonte) (N=2). Constata-se que, os participantes elencaram três aspectos negativos no infográfico: a “cor”, a “tipografia” e o “conteúdo”. Uma vez que a ausência da “cor” não prejudica a compreensão da informação, o material irá manter a paleta monocromática, por conta dos benefícios relacionados ao custo e ao processo de reprodução, conforme debatido no capítulo 7 (GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS). Quanto a “tipografia”, verifica-se a necessidade de aumentar o tamanho fonte para otimizar a legibilidade dos textos. Os participantes levantaram a possibilidade de inserir informações mais detalhadas sobre os recursos disponíveis na zona urbana do Brasil. Observando as estratégias empregadas pelo professor João em sala de aula para explicar o infográfico, constata-se que outras informações —, presentes no documento do censo demográfico 2010, também poderiam ser exploradas no material: qual o recurso com menor percentual no Brasil; quanto ao abastecimento de água: “as regiões Sudeste e Sul possuem os maiores percentuais de domicílios ligados à rede geral de abastecimento de água”; quanto ao esgotamento sanitário: “nos últimos 10 anos, as condições de esgotamento sanitário melhoraram significativamente na região Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Nessas regiões, as fossas rudimentares costumavam ser usadas como solução de esgotamento sanitário para os domicílios urbanos e rurais”; quanto à coleta de lixo: “na zona urbana de todas as Grandes Regiões, o serviço de coleta de lixo dos domicílios está acima de 90%”; quanto à energia: “ainda existe 1,3% de domicílios sem energia elétrica no Brasil. Isto é mais comum nas áreas rurais do país”.

Capítulo 8: Teste com os usuários

109


8.3. SÍNTESE: TESTE COM OS USUÁRIOS Em síntese, o teste com os usuários apresentou um resultado satisfatório. Quanto ao teste de compreensão, os participantes não manifestaram dificuldade para realizar a leitura e interpretação do mapa e dos gráficos. Durante a atividade, foi possível constatar a importância de um mediador — como o professor — na sala de aula, para promover a reflexão e o debate sobre os dados estatísticos apresentados no infográfico. Em relação ao teste de satisfação, os participantes levantaram três pontos que podem ser aprimorados no infográfico: a “cor”, a “tipografia” e o “conteúdo”. Uma vez que o aspecto “cor” não prejudica a compreensão do material, apenas as variáveis “tipografia” e “conteúdo” sofreram alterações na versão final do infográfico, conforme ilustra a figura 59. Conclui-se que, os dados coletados nos testes de compreensão e de satisfação foram suficientes para medir o nível de entendimento e de atratividade do infográfico. Ademais, o teste com os usuários, realizado no contexto da sala de aula, permitiu observar como é a interação entre o professor e os alunos e compreender como essa variável afeta o processo de aquisição da informação. Por fim, é recomendável efetuar as seguintes alterações nos protocolos dos testes de compreensão e de satisfação, caso esta atividade seja replicada no futuro: TESTE DE COMPREENSÃO: incluir atividades mais complexas, que demandam a comparação entre duas ou mais variáveis; e TESTE DE SATISFAÇÃO: estabelecer um número mínimo de pontos positivos/pontos negativos a serem levantados; utilizar códigos cromáticos familiares aos participantes (EX. METÁFORA DO SINAL DE TRÂNSITO, ONDE O VERMELHO INDICA “NEGATIVO” E O VERDE “POSITIVO”). Neste sentido, salienta-se que a limitação do tempo de aula — de aproximadamente cinquenta minutos (50 MIN) à uma hora e quarenta minutos (1H40MIN) — deve ser levada em conta ao planejar as atividades.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

110


Figura 59: objeto final. Fonte: a autora, 2018.

CapĂ­tulo 8: Teste com os usuĂĄrios

111


TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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Capítulo 9: Considerações Finais

O presente Trabalho de Conclusão de Curso nasceu do interesse da graduanda em trabalhar com a visualização de dados. À partir da pesquisa exploratória sobre o tema, foi possível constatar que a leitura e interpretação dos dados estatísticos pode colaborar para a formação de cidadãos conscientes e, consequentemente, para o exercício da democracia. Neste sentido, o ensino fundamental é o contexto ideal para trabalhar com os dados estatísticos do IBGE — o principal provedor de informação sobre o Brasil — promovendo o pensamento crítico nos alunos e incentivando a leitura e interpretação de dados deste a educação básica. Com este intuito, o projeto utiliza a proposta de “metodologia para infográfico estáticos” de Carvalho e Aragão (2012). Uma vez que esta metodologia é voltada para o mercado de trabalho, foram realizadas adaptações para o contexto acadêmico. Isto, compreende a inclusão das etapas de pesquisa de campo, consulta com os stakeholders e de teste com os usuários. A literatura sobre o design da informação, psicologia cognitiva, linguagem gráfica, arquitetura da informação e infografia forneceu a base teórica necessária para executar o projeto gráfico. A pesquisa de campo — a entrevista com os stakeholders e a visita à escola — permitiu coletar dados sobre o contexto de uso do objeto e delimitar o público-alvo do projeto.

113


Ao longo da etapa de entrevista com os docentes e análise de similares foi possível constatar que infográficos de dados estatísticos sobre a população, projetados para o contexto educativo, é um material escasso e/ou de difícil acesso. Esta lacuna embasa a elaboração do TCC. Com base no resultado da fundamentação teórica, da análise de similares e da pesquisa em campo, foi elencada uma lista de requisitos “gráficos”, “informacionais” e “do público-alvo” para desenvolver o infográfico. Neste sentido, determinou-se que o objeto do TCC deve ser analógico — no padrão A4 ou A3 do sistema ISO 216 — e ter baixo custo de reprodução — impressão / xerocópia monocromática. Isto, leva em conta a preferência dos docentes pela mídia analógica e a escassez de recursos nas escolas públicas. A etapa de geração de alternativas apresentou desafios quanto às preferências estéticas do público-alvo. Neste sentido, o painel semântico desempenhou um papel fundamental para coletar, analisar e compreender as referências visuais dos alunos do ensino fundamental. Nota-se que poucas pesquisas acadêmicas abordam a elaboração de materiais gráficos para o público-alvo jovem, indicando uma lacuna. O resultado desta etapa é um infográfico estático monocromático, composto por duas páginas. Os testes de compreensão e de satisfação apresentaram resultados satisfatórios. Os dados coletados nesta etapa indicam que o infográfico é interessante, compreensível e estimula a leitura e interpretação dos dados estatísticos. Embora a ausência de cor tenha sido elencada como um ponto negativo pelos participantes, este aspecto não impacta na compreensão da informação. Logo, o baixo custo e a facilidade de reprodução justificam a monocromia do objeto final. Em última análise, é possível concluir que o infográfico cumpriu o objetivo geral e objetivos específicos do TCC, elencados abaixo: OBJETIVO GERAL usar o design gráfico para transformar os dados estatísticos produzidos pelo IBGE em visualizações gráficas que despertam o interesse dos alunos do ensino fundamental

Conforme o resultado do teste com os usuários, os alunos do 8º ano do Colégio Estadual Padre Olimpio de Souza consideraram ambos, o aspecto gráfico e o conteúdo do infográfico, interessantes. Os participantes não apresentaram dificuldades para ler, interpretar e comparar os dados estatísticos do IBGE.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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OBJETIVO ESPECÍFICO A elaborar um objeto de apoio para os docentes e discentes das escolas públicas, explorando os recursos tecnológicos disponíveis neste contexto e o repertório do público-alvo;

O objeto desenvolvido apresenta baixo custo de reprodução — coerente com a escassez de recursos nas escolas públicas — e preocupa-se com a preferência dos docentes pela mídia analógica. Ademais, busca utilizar uma linguagem visual e verbal coerente com o repertório do público-alvo. OBJETIVO ESPECÍFICO B usar os dados obtidos da pesquisa bibliográfica, da pesquisa de campo, da análise de similares e das heurísticas de design de infográficos para guiar a criação do objeto; e

A conceituação do projeto e a lista de requisitos foram elaboradas com base nos resultados das etapas de pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e da análise de similares. Estas, embasaram a etapa de geração de alternativas do TCC. OBJETIVO ESPECÍFICO C avaliar o objeto — infográfico — em seu contexto de uso.

O infográfico passou pelos testes de compreensão e satisfação no contexto da sala de aula. Ao todo, 26 alunos do 8º ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Padre Olimpio de Souza participaram da pesquisa com a duração de 40 minutos. Como possíveis desdobramentos do projeto: A APROFUNDAR A PESQUISA SOBRE AS REFERÊNCIAS VISUAIS DO PÚBLICO-ALVO DO PROJETO: compreende-se que o painel semântico, sozinho, é um recurso limitado para analisar qual é a referência estética dos alunos do ensino fundamental e determinar qual a melhor forma de apresentar a informação graficamente. Neste sentido, o projeto se beneficiaria de uma revisão bibliográfica e/ou pesquisa de campo focada em levantar tendências e preferências visuais deste público; B REALIZAR O TESTE DE COMPREENSÃO E SATISFAÇÃO EM UM CONTEXTO DIFERENTE: verificar se o resultado do teste com os usuários apresenta dados similares, mesmo alterando as variáveis. Por exemplo, quando aplicado em outra escola e/ou turma; sendo usado sem a presença de um mediador (PROFESSOR EXPLICANDO O MATERIAL) e/ou sendo utilizando em conjunto com o livro didático;

Capítulo 9: Considerações Finais

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C REALIZAR TESTE XEROGRÁFICO: uma vez que, o infográfico foi gerado — exclusivamente — por meio impressão à laser, propõe-se testar a reprodução através da xerocópia, para examinar a qualidade gráfica do material (EX. GRADAÇÃO TONAL) e realizar ajutes, caso necessário; D

ESTUDAR A POSSIBILIDADE DE DESDOBRAR O INFOGRÁFICO PARA UMA VERSÃO DIGITAL E COLORIDA: apesar da preferência dos professores pela mídia analógica e a falta de recursos nas escolas públicas (EX. MÉTODO DE REPRODUÇÃO E EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS), a ausência da cor foi apontada como um aspecto negativo durante o teste com os usuários. Logo, uma versão digital colorida do infográfico poderia captar melhor a atenção do público-alvo. Neste sentido, seria necessário estudar como o material digital poderia ser aplicado no ensino da geografia; e E DISSEMINAR O INFOGRÁFICO POR MEIO DE UM REPOSITÓRIO VISUAL: disponibilizar o objeto final do TCC em bancos de imagens digitais, de forma gratuita. Este, seria acompanhado por uma sugestão de atividade para aplicar o material em sala de aula. Este Trabalho de Conclusão de Curso foi uma oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos no decorrer da graduação para desenvolver um objeto capaz de gerar impacto social. Ao longo do TCC, foi possível testar abordagens novas, aprendendo com os erros e acertos à cada nova etapa. Sob o ponto de vista pessoal, este projeto mostrou a importância da pesquisa de campo, mais especificamente, de observar o contexto de uso do objeto e dialogar com os stakeholders do projeto. As interações com os docentes, a equipe de desenvolvimento do IBGE e os alunos foram experiências positivas e motivadoras, indispensáveis para a conclusão deste trabalho. Por fim, espera-se que, o objeto final possa contribuir para o ensino e aprendizagem da geografia nas turmas do ensino fundamental como auxiliou o desenvolvimento profissional e pessoal da graduanda.

TCC: Tradução Visual dos Dados Estatísticos do IBGE

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APÊNDICES APÊNDICE A: ENTREVISTA COM OS DOCENTES ENTREVISTADO 1: DADOS: PROFESSORA DA DISCIPLINA DE INGLÊS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM SOBRADINHO - RS | ESCOLA MUNICIPAL (PÚBLICA) Pergunta: Atualmente, quais são as disciplinas do ensino fundamental? Resposta: Basicamente são 9 disciplinas. Língua portuguesa, matemática, ciências, geografia, história, educação física, língua estrangeira, arte e ensino religioso. Pergunta: Quando os alunos começam a interagir com gráficos e tabelas? E em qual disciplina, imagino que geografia ou matemática? Resposta: Acredito que sim, mas poderia ser usado em quase todas as disciplinas. Se for trabalhado de forma interdisciplinar, a Língua Portuguesa poderia entrar no esquema também. Se as informações forem em Inglês... e assim por diante. Mas basicamente Matemática e Geografia. Pergunta: Certo. Os dados que estou pensando em usar são mais complexos (ex. população do Brasil). Saberia dizer em qual ano os alunos já lidam com informação mais complexa? Resposta: Acho que tua melhor opção seria o 9° ano, talvez o 8° também. A interdisciplinaridade que falei é que o Português por exemplo pode fazer a interpretação das informações, uma leitura mais detalhada. Pergunta: Existe um programa com as matérias e disciplinas para todas as escolas ou cada um define o seu? Resposta: Essas escolhas são feitas pelas Secretarias de Educação, Municipais e Estaduais. As disciplinas são fixas, mas os conteúdos em cada série podem ter alterações. Pergunta: Qual o tipo de escola (particular ou pública) e a faixa etária dos seus alunos? Resposta: Eu leciono em duas escolas municipais, com alunos de 6° a 9° ano. Eles tem entre 11 e 16 anos. Mas elas atendem alunos desde a pré escola, com 4 anos, se eu não me engano.

ENTREVISTADO 2 DADOS: CURSO DE PEDAGOGIA DA UFPR (GRADUANDO) Pergunta: Quais são as disciplinas do ensino fundamental atualmente? Resposta: Português, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes e Educação Física. As matérias de Português, Matemática, História e Geografia são dadas por um professor regente, já as matérias de Ciências, Artes e Educação Física tem um professor específico. Pergunta: Sabe dizer quando os alunos começam a trabalhar com gráficos e tabelas? Resposta: Começam a trabalhar com gráficos simples desde o ensino primário (1º ano). Pergunta: Em qual ano os alunos começam a trabalhar com números mais complexos (ex. população do Brasil), desse tipo? Resposta: Nos anos finais do ensino fundamental. O ensino fundamental é dividido em ‘anos iniciais’ - do 1º ao 5º ano - ‘anos finais’ - do 6º ao 9º ano. A graduação em pedagogia permite atuar como professor regente dos anos iniciais do ensino primário. Para lecionar os anos finais do ensino fundamental é necessário se especializar em uma disciplina. Pergunta: Existe uma grade curricular do que é ensinado em cada ano do ensino fundamental? Resposta: Em geral, a diretriz curricular do ensino fundamental é elaborado pelo município e do ensino médio pelo estado. Pergunta: Em que matéria os gráficos poderiam ser trabalhados? Existe possibilidade de interdisciplinaridade? Por exemplo, usar palavras em português e inglês para o ensino de diferentes línguas. Resposta: Acredito que em Matemática. Existe a possibilidade de interdisciplinaridade, por exemplo, trabalhar com os gráficos na disciplina de língua portuguesa, por se tratar de uma linguagem.


ENTREVISTADO 3 DADOS: PROFESSORA DE GEOGRAFIA (PARANÁ) Pergunta: Queria saber um pouco mais da sua experiência em sala de aula. (O que encontra de dificuldades, experiências positivas e negativas). Resposta: Então, sou licenciada e mestra em Geografia pela Unioeste. Conclui a graduação em 2013 e o mestrado em 2016. Nesse período, sempre realizei inscrições para atuar como professora PSS aqui no estado no Paraná, no qual fui contratada duas vezes e pude atuar por tempo determinado. Fora isso, realizo substituições de professores efetivos em escolas particulares e públicas. As dificuldades foram e são inúmeras. As nossas condições não são fáceis. Sobre as experiências que eu tive em sala de aula, foi perceptível que a “sala” é totalmente diferente do que se encontra na universidade. Ou seja, a universidade nos fornece o conteúdo e a sala de aula da escola exige muito a prática didática, além do conteúdo. O professor precisa se adaptar a turma, porque são realidades muitos distintas que encontramos e precisamos passar um mínimo para eles sobre a nossa área de conhecimento. No meu caso, a Geografia. Nesse tempo, ministrei aulas em todas as turmas no Ensino Fundamental e Médio, encontrei alunos do campo e que viviam em áreas periféricas da cidade. A experiência foi muito boa e me fez aprender muito, acredito que aprendi mais do que ensinei. E a cada turma, a cada dia, a aprendizagem continua. Me marcou uma turma com um aluno cego, que simpatizou muito comigo e eu com ele, a turma como um todo o ajudava em sala. Foi muito bacana, porque ali, tive que cuidar como me portava, pois a minha fala preponderava, já que era a forma de ele obter conhecimento. Mas deu tudo certo, percebi que esse aluno, prestava mais atenção que alguns colegas, e na avaliação se saiu muito bem. Havia um computador adaptado, no qual ele conseguia acompanhar o livro didático. Ele participava das aulas, assim como os outros alunos. Tenho certeza que se sentiu incluído, é um aluno muito querido por todos. Então assim, isso me fez muito feliz, sempre nos sentimos muito felizes quando o resultado é positivo. Como esse caso, tive outros satisfatórios, com um reconhecimento que se recebe em sala dos próprios alunos. Embora, há turmas complicadas, no qual muitos professores têm dificuldade de repassar o conhecimento. Tive uma turma que foi difícil de lidar, as aulas aconteciam na base de gritos pelos professores, no qual a pedagoga se fazia presente frequentemente. Até que, um dia uma professora me chamou para tentarmos fazer algo de diferente, pois do jeito que estava não poderia continuar. Então, realizamos uma aula de campo no bairro em que viviam. Foi muito bacana, conhecemos a realidade vivida pelos mesmos, que era um bairro periférico, considerado perigoso. Na saída a campo eles se soltaram, se sentiram parte do estudo, pois envolvemos o conteúdo com a realidade deles. Então, cada caso é um caso. Cada turma é diferente uma da outra, com alunos específicos, e nós professores precisamos entendê-los, até porque não sabemos a realidade em que vivem. Para alguns, o único lugar seguro é a tua sala, e a única moral o teu exemplo. Eu me estendi, mas acredito que isso pode te ajudar, porque essa é a nossa realidade. Mais uma coisa, geralmente os alunos do 6º e 7º ano, com 11 e 12 anos, constituem turmas agitadas, por isso é preciso fazer atividades didáticas diferenciadas, assim como você tem a pretensão de confeccionar. Sem dúvida, será bem vindo nas salas de aula. É muito importante trazer o diferente para a sala de aula, embora a experiência com os alunos também tenha importância, ou seja, o conhecimento prático. Pergunta: Você comentou que a realidade de cada turma acaba sendo muito diferente. Isso influencia nos materiais disponíveis para ministrar a aula? (ex. fornecimento, ou não, de livros didáticos, ferramentas de apoio como computadores, etc) Resposta: Os materiais disponíveis dependem de escola pra escola, não da turma. Geralmente cada aluno tem direito ao empréstimo de um livro didático para estudo, mas existem casos que falta e dois alunos precisam dividi-lo. Agora, materiais como mapas, atlas, isso varia. Geralmente tem mapas e atlas, mas muitas vezes são velhos, com riscos, etc. Temos que usar o que há de disponível na escola. Quanto a internet também é algo particular, quanto ao sinal e a sua qualidade. Nem sempre há computadores para todos os alunos para fazer trabalhos e atividades diferenciadas. Pergunta: Isso ajuda bastante. Pra pensar como o material precisa ser pra conseguir ser acessível para diferentes perfis de alunos. Resposta: Pois é, nem sempre temos materiais para todos os alunos na escola. Imagina então conseguir atender aqueles alunos especiais, cegos, com dificuldades para enxergar, dislexia, imperativos, déficit de atenção, etc. Geralmente não há materiais diferenciados na escola para eles. Isso falta e muito, em especial, para os alunos surdos, no qual geralmente há um interprete auxiliando. Mas é complicado, porque nem sempre temos materiais. Uma carência! Pergunta: E uma dúvida específica, que ano você acha mais adequado trabalhar com informações sobre a população do Brasil, dados do IBGE, por exemplo o censo, com os alunos? Resposta: Vou te mandar as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná em Geografia. Não sei se você tem uma área específica que quer fazer a pesquisa, mas poderia ser a Geografia. Sobre que turma trabalhar, acredito que no 9º ano em Geografia há bastante conteúdo específico ou que envolve a população. Só que


isso muda, de escola pra escola como falei pra você. Então, terá que definir uma escola com seu orientador, conversar com o diretor e professor para realizar a pesquisa. Pergunta: Uma última pergunta. Sei que materiais diferentes são escassos, mas você tem conhecimento de algum material didático desse tipo? Ou os professores acabam tendo que improvisar e elaborar materiais próprios? (Eu vi que no seu relato no ‘Vamos Contar’ do IBGE você trabalhou de forma diferenciada com os atlas disponíveis na escola). Resposta: Sim, o professor tem que improvisar mesmo. Temos que levar para a escola o que temos e usar o que a escola possui. Criar coisas diferentes por conta própria. O problema é que o professor não tem tempo pra pensar e elaborar coisas diferentes para os alunos, devido a carga horária com muitas turmas para atender. Portanto, as aulas são tradicionais e os alunos se cansam. Esse é um dos problemas. Se o professor tivesse tempo, poderia desenvolver aulas mais dinâmicas, com recursos didáticos diferenciados.

ENTREVISTADO 4 DADOS: PROFESSOR DE GEOGRAFIA DO ENSINO MÉDIO (INSTITUTO FEDERAL DE BRASÍLIA) Pergunta: Primeiro, gostaria de perguntar um pouco sobre a sua formação. Resposta: [00:00:16] Bom... eu entrei na universidade em 2008, na graduação, fiquei por lá até 2011, quando eu formei e aí... eu concluí a graduação e já entrei no mestrado, pensando sempre na questão da prática de ensino de geografia, tanto é que a minha monografia e a minha dissertação elas são palpadas pro ensino do conhecimento geográfico... Eu não fiz pesquisa naquilo que... os professores de geografia estão habituados a trabalhar, que é o Ensino Fundamental II, que vai ali do 5º ao 9º ano, e nem no Ensino Médio... o antigo 2º grau. As minhas duas pesquisas, tanto de monografia quanto a dissertação elas tem a ver, basicamente, com os anos iniciais. E aí, eu... fiz uma pesquisa voltada especialmente para o 5º ano, que é a porta de saída, na verdade, dos anos iniciais para o aluno chegar... nos anos finais. E qual que era a minha ideia naquele momento? Era entender como o professor que... não é formado na área, quem atua basicamente nos anos iniciais, consegue possibilitar alguma aprendizagem das noções geográficas para esse aluno que está saindo dos anos iniciais e encaminhando ali, para os anos finais... Isso basicamente foi a minha graduação, a minha monografia e o meu mestrado. [00:02:09] [00:02:30] Inclusive o meu estágio, ele é um pouco diferente daquilo que a gente também está habituado, foi lá nos anos iniciais. Que é no colégio de aplicação da UFG. Concluindo então o mestrado, eu fui atuar na sala de aula. Inicialmente no Ensino Médio, depois eu fui pra uma escola particular, onde eu atuei no Fundamental, do 6º ano até o 3º ano do Médio. Após essa escola particular, entrei efetivamente para a rede pública e aí eu comecei a trabalhar com o 6º até o 9º ano.. Depois, eu fui para o Médio, que é onde estou hoje. Primeiro na Secretaria de Educação do Distrito Federal e atualmente trabalhando no Instituto Federal aqui de Brasília. [00:03:31] Pergunta: Qual foi a maior diferença que você notou entre [dar aula] para o Fundamental para o Médio? Resposta: [00:05:45] O Ensino Fundamental, nos anos iniciais, a gente tem uma outra relação porque é muito mais... o grau do afeto do aluno por quem tá ali na frente, quem tá conduzindo ou auxiliando a conduzir o processo de ensino aprendizagem, é muito maior. Então são dois extremos bem interessantes de se viver. [00:06:12] Pergunta: Poderia contar um pouco sobre a sua experiência dando aula para o Ensino Fundamental? Você comentou sobre a questão do afeto, talvez em relação ao material disponível / conteúdo aplicado em sala de aula. Resposta: [00:06:50] Alguns elementos que a gente tem nos anos finais do Ensino Fundamental, que é uma das áreas de atuação do professor de geografia... o aluno, ele está chegando né, ele vem de uma realidade onde ele era... provavelmente ele era o mais velho da escola, ele chega em uma outra realidade, onde ele é o mais novo... está meio perdido. Ao mesmo tempo, ele está entrando na adolescência, então tem toda essa questão de querer se colocar... e ás vezes não saber como se colocar. Isso acaba trazendo uma série de complicações para a sala de aula. [00:07:43] [00:07:44] Para além disso, a gente tem as questões estruturais. Então assim, desde que eu comecei a atuar efetivamente como professor da rede pública, eu tive muitos problemas que foi, às vezes, de não ter os elementos necessários para o desenvolvimento das minhas aulas. Ás vezes eu tinha um plano, uma ideia de trabalho, tinha um colega que queria desenvolver comigo, mas a gente chegava pra tentar desenvolver essa proposta, não conseguia porque... faltava insumo. Então, além de todos esses elementos... próprios daquela fase, que é a pré-adolescência, adolescência, tem a questão da falta de insumos, que limita bastante o nosso trabalho. E aí, se a gente for pensar na área da geografia, que é uma área extremamente visual... na geografia não tem como a gente trabalhar a questão do espaço sem espacializar os fenômenos, sem espacializar os objetos, os acontecimentos, então fica muito complicado da gente conseguir alcançar um resultado satisfatório, por conta dessa falta de insumo. E aí, às vezes, tem que recorrer em um ou outro produto que... em alguma medida consegue suprir essas necessidades, mas que não era aquilo que a gente gostaria de fazer. [00:09:23]


[00:09:34] Um exemplo que posso te dar é o seguinte... eu estava trabalhando em uma escola no 8º ano... estava trabalhando a questão dos climas da América e eu entendia que, naquele momento, seria interessante trabalhar com 2 elementos gráficos... que seria o mapa, então a gente ia diferenciar os climas espacializando eles, para além disso, a gente ia trabalhar com a questão de climogramas, gráficos que contém duas informações, que é a precipitação e a temperatura média, então a gente ia construir um climograma pra cada tipo de clima existente no continente Americano, pelo menos dos principais. O que acontece... pra isso, eu precisava de um tipo especial de papel, que é o papel milimetrado, aquele papel quadriculado... pra fazer as colunas, né, e a escola simplesmente não tinha. E aí eu fiquei pensando, ‘bom, agora o que é que eu faço: eu abro mão da atividade, e deixo num faz de conta, ou eu faço de alguma forma que... a gente consiga atingir, em alguma medida, o objetivo proposto mas não atingir satisfatoriamente’. E aí, o que eu tive que fazer, fui pro Word e construí uma tabela de forma que o aluno tivesse ali, mais ou menos, a mesma perspectiva de um papel milimetrado, só que claro, faltando alguns elementos né, mas foi o que consegui fazer naquele momento. Então, ao término do bimestre, a gente conseguiu construir um mapa mural pra cada turma, onde a gente tinha a identificação dos climas e para além disso a gente tinha as informações básicas de precipitação e temperatura média anual. [00:11:41] [00:11:51] Eu entendo que, a gente já avançou muito e retroceder por conta de uma questão como essa, de falta de insumo, para a mera descrição de algum fenômeno, enfim, acaba não favorecendo a aprendizagem da forma como ela poderia ser, como ela poderia acontecer. [00:12:14] Pergunta: Entendi, no caso, as atividades práticas favorecem a aprendizagem do aluno? Resposta: [00:12:21] Sim. Eu parto desse princípio. Acho que, na medida que o aluno põe a mão na massa, na medida em que ele constrói um determinado produto, ele se sente sujeito do processo de aprendizagem dele... e com isso, começa a ter mais curiosidade pelo próprio processo de conhecimento e, ás vezes, pode até buscar outros elementos... inserindo eles dentro da sua própria aprendizagem. E limitar essa aprendizagem a leitura de um texto e a cópia desse texto no caderno, eu acho que... não favorece muito, acho que não é bem por aí, sabe... a gente tem que buscar outras formas, outros produtos que possibilitem... o reconhecimento desse conhecimento trabalhado na disciplina de geografia para além daquilo que está no livro, para além daquilo que está no quadro e pra além daquilo que o professor tá falando lá na frente. A complexidade do ensino-aprendizagem, ela nos permite e mais que isso, ela nos demanda, enquanto professores, buscar esses elementos que potencializam a aprendizagem. [00:13:58] [00:14:10] Eu acho que [o processo de ensino-aprendizagem] varia muito dependendo da comunidade. Do grupo de alunos com o qual a gente está envolvido. As escolas de Ensino Fundamental pelas quais eu passei, tive um pouco de dificuldade na questão do envolvimento... se tinha uma cultura nas duas escolas, de que esse processo de aprendizagem é aquele tradicional, onde professor fica ali na frente falando... passa um texto no quadro ou pede para que o aluno copie. [00:15:10] Pergunta: No Ensino Fundamental, o conteúdo e o conhecimento devem variar muito de um ano para o outro... Eu queria saber o que você acha de... onde é interessante aplicar a questão dos gráficos e tabelas, pensando que seriam gráficos e tabelas sobre a população ou sobre a questão de moradias... saneamento por região, algo nesse sentido. Resposta: [00:21:02] Se eu fosse pensar na questão do fundamental, trabalharia com o 8º ano... mas não trabalharia o 9º. Eu deixaria para trabalhar com o 8º porque acaba que... o 8º ano, ele ainda é mais tranquilo, principalmente imaginando a questão de chegar uma outra pessoa... Trabalhar com esses meninos de 9º pode ser um pouco mais complicado, sabe... eu acho que o 8º ano ele é... um público mais tranquilo de aceitar outros elementos, enfim... até a questão da própria configuração do conteúdo, eu entendo que no 8º ano seria mais tranquilo de trabalhar, você teria um resultado muito mais satisfatório porque a sua temática, ela casaria, em alguma medida, com o conteúdo, tanto do 2º ano do Médio quanto do 8º ano do Fundamental. [00:22:17] Pergunta: Você sabe me dizer qual é a referência gráfica os alunos? O que eles assistem, o que eles gostam... o que pode me ajudar a prender a atenção deles. Resposta: [00:22:42] Eu acho que... pra esse trabalho o ideal é você chegar com as instruções e com paciência... na medida que você for desenvolvendo esse trabalho com eles, que eles vão se sentido mais envolvidos, e aí, quando eles começam a perceber que há um resultado no processo de construção do trabalho, eles... se mostram ainda mais curiosos e interessados em desenvolver ou em concluir o material. [00:23:38] [00:23:59] O que eu falo pela minha experiência é: a primeira coisa, ter muito claro o que você quer em mente e apresentar isso pra turma, porque na medida que eles sabem onde eles estão e onde eles têm que chegar, eles se sentem parte de um processo e isso torna o grau de envolvimento maior. E aí, estar disposta a auxiliar, então como que eu faço... passava as instruções no quadro, começava a circular na sala auxiliando um e outro no processo de construção... [00:24:47] [00:24:58] É importante que você saiba que a questão do conhecimento matemático ainda é muito limitado e isso vai prejudicar, vai dificultar um pouco o processo de construção desses materiais. Se for só leitura... aí já é uma dica que dou para você, de fazer as duas coisas, trabalhar com o processo de construção e depois trabalhar com o processo de leitura do que foi construído por eles. Então cada um constrói... destrincha uma tabela em gráfico e aí, a partir disso, constrói uma análise desse material confeccionado. [00:25:54]


[00:28:04] Uma dica que eu te dou também, Larissa, é o seguinte: eu acho que pra esse tipo de trabalho, a organização, a forma de organização da sala, ela é muito importante. Então em vez do aluno trabalhar sozinho, uma dica que eu te dou é que ele trabalhe em grupo. Mesmo que cada um construa um produto, eu entendo que ali, o momento de socialização dele com o colega, favorece muito... até o próprio processo de concentração. Porque assim, você não vai ter tempo de orientar os 30, 38 ao mesmo tempo, porque você vai passar na sala toda e não dá tempo de você passar na cadeira de todo mundo. Na medida que você organiza a sala em grupos, você faz a orientação no grupo e isso... vamos supor, nós dois estamos no mesmo grupo, eu não prestei atenção na explicação da pessoa, você pode, depois quando essa pessoa sair, me dar ali algum encaminhamento... Então eu acho que... faz a orientação inicial pra todo mundo, depois organiza a sala em grupo e aí você consegue então ter um controle maior da situação. [00:29:32] Pergunta: E você costuma trabalhar com grupos grandes...? Resposta: [00:31:55] O que eu fazia, eu dividia as turmas de 4 a 6 alunos por grupo... então grupos de 4 a 6 alunos, não mais que isso... menos também não, porque acaba que... 3 alunos, por exemplo, cada um fica ali, mais na sua... e a ideia é que compartilhem... e às vezes, até compartilhar material né, dependendo do que você for fazer... trabalhar com os materiais compartilhados, enfim, isso ajuda bastante. [00:32:27] Pergunta: [Sobre a questão do limite de tempo de 1 a 2 aulas para desenvolver uma atividade] Resposta: [00:35:53] Seria interessante você ver uma escola onde as aulas, elas são geminadas, né, então você tem 2 aulas que você vai desenvolver o trabalho. Mas aí, ainda assim, dependendo do trabalho que você for desenvolver, em 2 aulas pode... você pode sair de lá sem o produto esperado... concluído. Porque tem a questão... tem todos aqueles tramas ‘vamos sentar’, ‘vamos ouvir o que a moça tem para falar’, então assim, até tudo isso estar acomodado, estar organizado, demanda um tempo. [00:36:37] [00:38:22] Em sala de aula acontece... sabe, da gente fazer uma coisa... dura um longo tempo, acaba que a gente não tem o resultado na hora. Se a gente faz uma coisa um pouco menor, pra um tempo maior... os meninos termina e aí? O que vou fazer agora, como que seguro esses meninos por mais uma aula, sabe, então ver esse... meio termo. [00:38:51] Fundamental (propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais- estamos fazendo a transição para a Base Nacional Comum Curricular);


APÊNDICE B: PROTOCOLO 1 ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA GRUPO 1: PROFESSORES REGENTES INTRODUÇÃO DA PESQUISA: Apresentação da pesquisadora e do objetivo da entrevista (compreender a estrutura de organização do ensino fundamental). QUESTÕES: Quais são as disciplinas do ensino fundamental, atualmente? Quando os alunos aprendem a interagir com gráficos e tabelas? Quando seria adequado introduzir o uso de infográficos, com dados mais complexos, para os alunos?

APÊNDICE C: PROTOCOLO 2 ENTREVISTA ESTRUTURADA GRUPO 2: PROFESSORES ESPECIALIZADOS NA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA INTRODUÇÃO DA PESQUISA: Apresentação da pesquisadora e do objetivo da entrevista (compreender o ensino e prática pedagógica no ensino fundamental). Informar o participante que a entrevista será gravada. Ligação da ferramenta de gravação. QUESTÕES: Sobre o participante Qual a formação do entrevistado? Qual a experiência no campo (prática - professor - ou teórica - pesquisador)? Sobre procedimentos didáticos e material didático\tecnologia disponível em sala de aula Quais são os procedimentos/práticas didáticos do/da docente? Qual o material didático disponível em sala de aula? Quais são as tecnologias disponíveis em sala de aula? Quando o conteúdo sobre gráficos e tabelas poderiam ser introduzidos para os alunos? Sobre a população do brasil, sobre residências (energia, saneamento básico), condições de trabalho (informações do Censo) Sobre o discente Qual costuma ser o comportamento dos alunos em sala de aula? Qual o repertório visual dos alunos (influencia na interpretação da informação)? Que tipo de atividade obtém maior engajamento dos alunos? Tentou elaborar atividades que trabalham com o repertório do aluno? (contexto social, cultura popular - ex. programa de TV, música). Se sim, como foi, com o que trabalhou. Storytelling Experiência positiva Experiência negativa


APÊNDICE D: ENTREVISTA COM EQUIPE DO “7 A 12” DO IBGE ENTREVISTADO 5 Sobre o participante 1) Qual a sua formação acadêmica \ ano (área de graduação, pós-graduação e\ou especialização)? R: Graduação em Comunicação Social – Jornalismo (2004) pela Universidade Estadual de Londrina (PR); Especialização em Jornalismo Cultural (2006) pela Universidade Metodista de São Paulo (São Bernardo do Campo - SP) 2) A quanto tempo produz materiais para o público infantil? Já participou de outros projetos como o “IBGE 7 a 12”? R: Durante a graduação, em 2001, participei de um projeto de ensino voltado ao projeto gráfico e diagramação de material didático, e de 2009 a 2015, no Conselho Regional de Farmácia do estado de São Paulo (CRF-SP), produzi o layout de alguns folders da Semana de Assistência Farmacêutica, voltados ao público adolescente. Mas há cerca de um ano que estou diretamente envolvida na produção de conteúdo para o público infantil, aqui na área responsável pelo “IBGE 7 a 12”. 3) Quanto tempo faz parte da equipe do “IBGE 7 a 12”? Que funções específicas você desempenha nessa equipe? Que tipo de material gráfico você já produziu (ex. infográficos, vídeos, cartilhas, etc.)? R: Estou na equipe há cerca de um ano. Como jornalista, produzo conteúdo textual, incluindo participação na paródia de uma música em domínio público que utilizamos para produzir um vídeo. Além disso, produzo também alguns gráficos, mapas e infográficos. Sobre os procedimentos para o desenvolvimento do material do IBGE 7 a 12. 4) Quais as atividades nas quais você se envolve na produção do material educativo? Por exemplo, participa da seleção do conteúdo, desenvolve exclusivamente a parte gráfica, etc. R: Meu envolvimento se refere mais à formulação textual e gráfica de conteúdos já selecionados, mas dou também algumas sugestões de conteúdo. 5) Quais outros profissionais participam da produção do material do IBGE 7 a 12? R: Nossa coordenadora, Renata Correa, é formada em Publicidade, Cinema e Teatro; temos a pedagoga Tatiana que também está sendo entrevistada para esta pesquisa; e temos também o professor de matemática Geneci Couto.

Sobre o público 6) Além das crianças da faixa etária de 7 a 12 anos, quais outros públicos são considerados na elaboração do material? R: O 7 a 12 não é exatamente um corte de faixa etária. Foi o nome considerado mais adequado na época de lançamento do site. Hoje estamos reformulando o site que, em breve, terá outro nome. O principal público são as crianças, inclusive as menores de 7 anos. Além disso também consideramos o público docente na elaboração do conteúdo, e pensamos também que pais, avós e outros responsáveis pelas crianças possam ser um público importante na recepção dos conteúdos. 7) O que é necessário considerar ao projetar um material para crianças na faixa etária de 7 a 12 anos? a) Recomendação R: Procuramos colocar as informações de forma simplificada, considerando que sejam crianças já alfabetizadas, e em fase de aprendizado das linguagens estatística (gráficos) e cartográficas (mapas). Dessa forma, mantemos a precisão dos dados coletados pelo IBGE, mas procuramos arredondar os números


retirando as casas decimais, além de tentarmos usar uma iconografia mais lúdica nas representações em gráficos e mapas, procurando atrair o olhar infantil. Também utilizamos os jogos e vídeos com mais frequência, buscando atrair maior atenção de nosso público-alvo. b) Indicação | obrigação R: Que os conteúdos sejam relevantes para o público infantil e baseados em fontes confiáveis e oficiais. c) Restrição R: De certa forma estamos restritos a temas que tenham dados pesquisados pelo IBGE ou divulgados por outras fontes confiáveis e oficiais, mas isso nos deixa com uma grande amplitude de temas dos quais podemos tratar. d) Proibição R: Estamos submetidos às proibições legais, como a não divulgação de conteúdo ofensivo, discriminatório ou sobre o qual não tenhamos direitos autorais – com especial cuidado no caso de autorizações de uso de imagem e voz de crianças, quando retratadas. Quanto à segurança das informações estatísticas, o IBGE não divulga dados de forma individualizada ou que permita a identificação; além disso, nenhuma área do Instituto divulga as informações de qualquer pesquisa antes da data estabelecida no calendário de divulgação da instituição. Sobre parcerias e difusão do material 8) Como o conteúdo do IBGE 7 a 12 costuma ser divulgado? R: Atualmente contamos com newsletters enviadas por e-mail, divulgação nas redes sociais oficiais do IBGE e links no portal do IBGE e sites parceiros. Também é fundamental a divulgação feita pelas unidades do IBGE, que se localizam em todas as capitais e várias cidades do país. Algumas dessas unidades têm iniciativas de divulgação com prefeituras, Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, escolas e universidades. 9) Existe alguma iniciativa no sentido de estabelecer contato com escolas | instituições de ensino para divulgar o material educativo do IBGE 7 a 12? Por exemplo, capacitação de professores ou dinâmica com o público infantil. R: Sim, frequentemente produzimos conteúdos para o site em parceria com escolas. Storytelling 10) Fale sobre uma experiência positiva e uma experiência negativa relacionados ao desenvolvimento de material educativo para o público infantil. A experiência pode ter ligação com o IBGE 7 a 12 ou ser algo marcante que aconteceu durante sua trajetória como desenvolvedora. > Experiência positiva R: Acredito que foi muito positiva a experiência de produzir o vídeo “O que produz pra todo canto (ia ia io)”, disponível no link https://7a12.ibge.gov.br/especiais/16846 e também diretamente no Canal do IBGE no YouTube https://www.youtube.com/watch?v=hsItbJDDGxw). A produção envolveu, além na nossa equipe, profissionais de outras áreas do IBGE, que se engajaram bastante e visivelmente ficaram felizes tanto em participar quanto em ver o resultado. Particularmente acho que ficou um material de grande qualidade, que pode ser avaliado nos links acima. E a repercussão também foi muito positiva, com um bom retorno nas redes sociais e também em Comissões Municipais que apoiaram e discutiram o Censo Agropecuário em diversas regiões do país. Fizemos um folder impresso em que foram divulgados este vídeo e as sugestões de atividades do site “Vamos Contar” relacionadas ao Censo Agro, e algumas unidades do IBGE chegaram a pedir mais desse material, devido à boa repercussão. > Experiência negativa R: Acho que não chega a ser uma experiência negativa, mas agora que estamos reformulando o layout, estrutura e conteúdo do site, temos encontrado algumas dificuldades técnicas que por vezes deixam essa migração um pouco mais complicada do que o planejado, e acabam nos fazendo reavaliar o cronograma e mesmo repensar áreas do site.

ENTREVISTADO 6 Sobre o participante


1) Qual a sua formação acadêmica \ ano (área de graduação, pós-graduação e\ou especialização)? R: Sou graduada em Pedagogia e tenho Especialização em Orientação Educacional, Mestrado e Doutorado em Ciências Sociais. 2) Quanto tempo atua como pedagoga? Já participou de outros projetos como o “IBGE 7 a 12”? R: Atuo como pedagoga há 10 anos. Antes de ser aprovada no concurso e convocada pelo IBGE, atuava como Orientadora Educacional em escolas da rede pública e não participava da elaboração de conteúdos didáticos para crianças. 3) Quanto tempo faz parte da equipe do “IBGE 7 a 12”? Que funções você desempenha nessa equipe? R: Trabalho na equipe do Vamos Contar (site do IBGE voltado para educadores) desde 2012. Em 2017 a equipe da qual faço parte assumiu o site IBGE 7 a 12. Logo, trabalho no IBGE 7 a 12 desde 2017. Sobre os procedimentos para o desenvolvimento do material do IBGE 7 a 12. 4) Quem elabora o conteúdo didático do IBGE 7 a 12? R: O conteúdo é elaborado por uma equipe multidisciplinar: eu (pedagoga), Geneci (professor de Matemática), Ana Laura (jornalista) e Renata (que coordena o projeto e é publicitária). O meu trabalho, além da concepção, é muito focado na adequação pedagógica dos conteúdos aos objetivos para o Ensino Fundamental (propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais- estamos fazendo a transição para a Base Nacional Comum Curricular) e à faixa etária dos usuários do IBGE 7 a 12. a) Caso o conteúdo seja elaborado por você, quais são os critérios para a seleção do conteúdo? Existem outros membros da equipe que participam dessa seleção? R: O principal critério para a seleção do conteúdo é a relevância educacional dos temas. O IBGE 7 a 12 tem como objetivo principal ser uma fonte confiável de informações oficias. Hoje, com o intenso volume de informações às quais as crianças têm acesso na rede, o grande desafio é educar essa criança para selecionar informações confiáveis. Isso inclusive está previsto nos objetivos da UNESCO, é a alfabetização midiática e informacional. Dessa maneira nossa principal referência no momento são os Parâmetros Curriculares Nacionais, que nos fornecem os conteúdos e objetivos a serem trabalhados no Ensino Fundamental. Outro ponto importante na seleção dos temas são pesquisas do IBGE cujos assuntos se vinculem com o panorama social das crianças hoje, é o que estamos considerando como “atualidades”. Em breve lançaremos um conteúdo com informações sobre as mulheres brasileiras na educação e no trabalho. Hoje as questões de gênero estão muito presentes, inclusive na vida das crianças que tem questionado cada vez mais papéis estanques e estereotipados ligados ao feminino e ao masculino. Dessa forma identificamos que esse é um tema importante de ser trabalhado com o público do 7 a 12. b) Caso o conteúdo não seja elaborado por você, quem determina e seleciona o conteúdo? R: / 5) Quais outros profissionais, além de pedagogos, participam do desenvolvimento do material do IBGE 7 a 12? R: Respondido na questão 4. Sobre o público 6) Além das crianças da faixa etária de 7 a 12 anos, quais outros públicos são considerados na elaboração do material? R: O 7 a 12 não significa um corte de faixa etária, e sim, foi o nome considerado mais adequado na época de lançamento do site. Hoje estamos reformulando o site e, em breve, ele terá outro nome. Logo, nosso público são as crianças, inclusive as menores de 7 anos. Além disso também consideramos o público docente na elaboração do conteúdo. No momento em que fazemos conteúdos educacionais também esperamos ser uma fonte para professores da Educação básica que desejem levar informações confiáveis e apresentadas de maneira simples e inteligível para seus alunos. 7) O que é necessário considerar ao projetar um material para crianças na faixa etária de 7 a 12 anos? a) Recomendação R: O material deve ser de fácil entendimento, com linguagem simples e, se possível, abrangendo diversos formatos de comunicação: áudio, vídeo, animação, imagens e texto. Também é fundamental que o conteúdo seja relevante e contenha informações confiáveis de fontes fidedignas. É importante lembrar que hoje a criança também produz e dissemina conteúdo: redes sociais, blogs, canais no youtube. A


criança sabe como se comunicar com outras crianças. Isso a torna muito mais seletiva ao escolher o que considera interessante, ou não. Temos que aprender a falar a língua delas para conseguir captar seu interesse. Algo interessante que pode ser feito nesse processo é ouvir a opinião das próprias crianças sobre o material produzido. Temos um bom exemplo disso com um trabalho que fizemos para outro site, o IBGE Teen. Ao fazermos a primeira reformulação do site fechamos parceria com uma escola de Ensino Médio Técnico- a Escola NAVE. Fizemos um trabalho com a professora da disciplina “ roteirização de dados” e sua turma. Os alunos deveriam avaliar o site IBGE Teen e fazer sugestões para que o site fosse mais interessante e útil para eles. Os apontamentos que recolhemos desses alunos foram preciosos e nos indicaram um caminho interessante para reformulação do site. Pretendemos fazer esse tipo de testagem com o 7 a 12 também. b) Indicação | obrigação R: Vejo que a maior obrigação é formular materiais baseados em fontes confiáveis e oficiais. Insisto tanto nisso porque vivemos um momento de transformações intensas nas formas de elaboração e acesso ao conhecimento. O principal mecanismo de acesso à informação, a internet, possui algumas fontes confiáveis e milhões de fabricações fantasiosas sobre o que seja a realidade. Temos que educar as pessoas, desde muito pequenas, para questionar e checar a veracidade das informações às quais tem acesso para que possam compreender, da maneira mais fidedigna possível, sua própria realidade social. c) Restrição R: Desculpe, não consegui diferenciar muito bem esse campo do da proibição. d) Proibição R: Temas ou materiais de conteúdo ofensivo e que reflitam visões distorcidas da realidade. Por exemplo, muitos materiais sobre indígenas para crianças ainda refletem uma visão eurocêntrica. Hoje no Brasil existem mais de 305 etnias e 274 línguas indígenas. A maioria dos indígenas são alfabetizados e falam a Língua Portuguesa. Um pouco mais que a metade da população indígena, 57,7%, vive em terras indígenas, uma parte grande dos indígenas vivem em cidades. É mera fantasia os materiais que restringem nossa população indígena a oca, arco e flecha, tupi-guarani. Sobre parcerias e difusão do material 8) Como o conteúdo do IBGE 7 a 12 costuma ser divulgado? R: O conteúdo do 7 a 12 é divulgado nas redes sociais do IBGE, em newsletters para nossa mala direta de e-mails e temos parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro que divulga nosso material em sua rede social de professores. Uma parte importante de nossa divulgação é feita pelas unidades do IBGE, que se localizam em todas as capitais e várias cidades do país. Algumas dessas unidades produzem iniciativas de divulgação com prefeituras, Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, escolas e universidades. 9) Existe alguma iniciativa no sentido de estabelecer contato com escolas | instituições de ensino para divulgar o material educativo do IBGE 7 a 12? Por exemplo, capacitação de professores ou dinâmica com o público infantil. R: Sim, frequentemente produzimos conteúdos para o site em parceria com escolas. Storytelling 10) Fale sobre uma experiência positiva e uma experiência negativa relacionado ao desenvolvimento de material didático para o público infantil. A experiência pode ter ligação com o IBGE 7 a 12 ou ser algo marcante que aconteceu durante sua trajetória como pedagoga. > Experiência positiva R: Uma experiência positiva foi a produção do Especial “ Crianças no Censo 2010” : https://7a12.ibge. gov.br/especiais/criancas-no-censo-2010 Fizemos uma oficina com turmas do Ensino Fundamental no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, sobre dados sobre as crianças no Censo 2010. A partir da oficina os alunos produziram desenhos e falas sobre o que significa ser criança. Penso que produzimos um material coletivamente com o público do site. Hoje, como o conteúdo da internet é tão interativo, a produção de um material em conjunto com as crianças mostrou um resultado final interessante. > Experiência negativa R: Não me recordo de nenhuma.


APÊNDICE E: PROTOCOLO 3 ENTREVISTA ESTRUTURADA GRUPO 3: EQUIPE 7 A 12 DO IBGE PARTICIPANTE A = PEDAGOGA | PARTICIPANTE B = JORNALISTA QUESTÕES: Sobre o participante 1) Qual a sua formação acadêmica \ ano (área de graduação, pós-graduação e\ou especialização)? 2.A) Quanto tempo atua como pedagoga? Já participou de outros projetos como o “IBGE 7 a 12”? 2.B) A quanto tempo produz materiais para o público infantil? Já participou de outros projetos como o “IBGE 7 a 12”? 3.A) Quanto tempo faz parte da equipe do “IBGE 7 a 12”? Que funções você desempenha nessa equipe? 3.B) Quanto tempo faz parte da equipe do “IBGE 7 a 12”? Que funções específicas você desempenha nessa equipe? Que tipo de material gráfico você já produziu (ex. infográficos, vídeos, cartilhas, etc.)? Sobre os procedimentos para o desenvolvimento do material do IBGE 7 a 12. 4.A) Quem elabora o conteúdo didático do IBGE 7 a 12? a) Caso o conteúdo seja elaborado por você, quais são os critérios para a seleção do conteúdo? Existem outros membros da equipe que participam dessa seleção? b) Caso o conteúdo não seja elaborado por você, quem determina e seleciona o conteúdo? 4.B) Quais as atividades nas quais você se envolve na produção do material educativo? Por exemplo, participa da seleção do conteúdo, desenvolve exclusivamente a parte gráfica, etc. 5.A) Quais outros profissionais, além de pedagogos, participam do desenvolvimento do material do IBGE 7 a 12? 5.B) Quais outros profissionais participam da produção do material do IBGE 7 a 12? Sobre o público 6) Além das crianças da faixa etária de 7 a 12 anos, quais outros públicos são considerados na elaboração do material? 7) O que é necessário considerar ao projetar um material para crianças na faixa etária de 7 a 12 anos? a) Recomendação b) Indicação | obrigação c) Restrição d) Proibição Sobre parcerias e difusão do material 8) Como o conteúdo do IBGE 7 a 12 costuma ser divulgado? 9) Existe alguma iniciativa no sentido de estabelecer contato com escolas | instituições de ensino para divulgar o material educativo do IBGE 7 a 12? Por exemplo, capacitação de professores ou dinâmica com o público infantil. Storytelling 10) Fale sobre uma experiência positiva e uma experiência negativa relacionados ao desenvolvimento de material educativo para o público infantil. A experiência pode ter ligação com o IBGE 7 a 12 ou ser algo marcante que aconteceu durante sua trajetória como desenvolvedora.


APÊNDICE F: ANÁLISE DOS SIMILARES DIRETOS

1 RUIM 2 MEDIANO 3 BOM

Amostra nº1

Representação Pictórica / Esquemática

Figura

2

Mapa

1

Gráfico

2

Diagrama

1

Tabela

Modos de Representação

Técnica Visual Aparente

3D 2D

2

Consistência Visual

Homogêneo

2

Heterogêneo Título

Representação Verbal / Não Verbal

Relação Espacial

Relações Gráficas

2

Gravata Legenda Rótulo

3

Número

3

Espaço Significante

1

Agrupamento

2

Separação Linearidade

1

Conexão

1

Contenção

2

Superimposição

1

Forma Valor

3

Textura Cor Relação por Atributo

2

Orientação Posição espacial 2D

1

Posição espacial 3D Tamanho

1

Quantitativo (n=29)

19

Qualitativo

33

Tipo de Material: Publicação Editorial Fonte: Godina Hrvatske Statistike - Croatian Statistcs. Em geral, a amostra nº1 apresenta sintaxe gráfica mediana. Os mapas e gráficos não utilizam objetos de informação ou de referência. Usa a técnica visual 2D e possui boa consistência visual (homogênea). As categorias de informação não são diferenciadas com clareza. Não apresenta ordem de leitura linear.


1 RUIM 2 MEDIANO 3 BOM

Amostra nº2

Representação Pictórica / Esquemática

Figura

2

Mapa

1

Gráfico Diagrama Tabela

Técnica Visual Aparente

Modos de Representação Consistência Visual

3D 2D

2

Homogêneo

3

Heterogêneo Título

Representação Verbal / Não Verbal

3

Gravata Legenda Rótulo

3

Número

3

Espaço Significante Agrupamento Relação Espacial

Relações Gráficas

3

Separação Linearidade

3

Conexão

3

Contenção

3

Superimposição

2

Forma

3

Valor Textura Cor Relação por Atributo

2

Orientação Posição espacial 2D

3

Posição espacial 3D Tamanho

2

Quantitativo (n=29)

16

Qualitativo

41

Tipo de Material: Infográfico (Annual Report: Youth Monitor 2017 Summary) Fonte: Statistics Netherlands Em geral, a amostra nº2 apresenta sintaxe gráfica mediana. Usa representação 2D com elementos pictórico e esquemático de forma satisfatória. Não explora o gráfico, diagrama ou tabela. O mapa estilizado é um objeto decorativo, sem função infomativa. A cor é usada para apresentar informações nominais (ex. verde para “school” e azul para “drinking”)


1 RUIM 2 MEDIANO 3 BOM

Amostra nº3

Representação Pictórica / Esquemática

Figura

3

Mapa

3

Gráfico

3

Diagrama Tabela

Modos de Representação

Técnica Visual Aparente

3D 2D

3

Consistência Visual

Homogêneo

2

Heterogêneo Título

Representação Verbal / Não Verbal

Relação Espacial

Relações Gráficas

3

Gravata Legenda

3

Rótulo

3

Número

3

Espaço Significante

3

Agrupamento

3

Separação

3

Linearidade

3

Conexão

3

Contenção

3

Superimposição

3

Forma Valor

3

Textura Cor Relação por Atributo

2

Orientação Posição espacial 2D

3

Posição espacial 3D Tamanho

3

Quantitativo (n=29)

20

Qualitativo

58

Tipo de Material: Infográfico Fonte: Statistcs New Zealand Em geral, a amostra nº3 apresenta sintaxe gráfica boa. Os gráficos e mapas possuem objetos de referência. A ilustração é aplicada de forma satisfatória, integrada aos elementos verbais e esquemáticos, sem prejudicar a compreensão do usuário. A paleta cromática é composta por cores análogas (cinza, amarelo, azul e verde). O atributo “valor” foi empregado para apresentar informações quantitativas.


1 RUIM 2 MEDIANO 3 BOM

Amostra nº4 Figura Representação Pictórica / Esquemática

2

Mapa Gráfico

1

Diagrama Tabela

Modos de Representação

Técnica Visual Aparente

3D 2D

3

Consistência Visual

Homogêneo

3

Representação Verbal / Não Verbal

Relação Espacial

Relações Gráficas

Heterogêneo Título

3

Gravata

2

Legenda Rótulo

3

Número

3

Espaço Significante

1

Agrupamento

3

Separação

2

Linearidade

3

Conexão

2

Contenção

3

Superimposição

3

Forma

3

Valor

2

Textura Cor Relação por Atributo

3

Orientação Posição espacial 2D

2

Posição espacial 3D Tamanho

3

Quantitativo (n=29)

20

Qualitativo

50

Tipo de Material: Publicação Editorial de Infográficos de dados estatísticos populacionais Fonte: National Records of Scotland Em geral, a amostra nº4 apresenta sintaxe gráfica mediana. Os elementos esquemáticos não possuem objetos de referência. Os elementos de separação e coneção não são padronizados, sendo empregados de forma insatisfatória. A cor é usada para classificar a informação nominal (ex. verde-azulado para dados estatísticos sobre a imigração).


1 RUIM 2 MEDIANO 3 BOM

Amostra nº5 Figura Representação Pictórica / Esquemática

2

Mapa Gráfico

2

Diagrama Tabela

Modos de Representação

Técnica Visual Aparente

3D

1

2D

2

Consistência Visual

Homogêneo

2

Heterogêneo Título

Representação Verbal / Não Verbal

Relação Espacial

Relações Gráficas

3

Gravata Legenda

3

Rótulo

3

Número

3

Espaço Significante

1

Agrupamento

2

Separação Linearidade

3

Conexão Contenção

3

Superimposição

1

Forma

Tipo de Material: Infográfico Fonte: United States Census Bureau

Valor Textura Cor Relação por Atributo

2

Orientação Posição espacial 2D

2

Posição espacial 3D Tamanho

2

Quantitativo (n=29)

17

Qualitativo

37

Em geral, a amostra nº5 apresenta sintaxe gráfica mediana. A hierarquia é confusa, sendo difícil diferenciar título, subtítulo e texto com base nos atributos de tamanho e cor. A qualidade da ilustração é mediana e apresenta problemas de proporção. Os gráficos não possuem objetos de referência, a “cor” e o “tamanho” são usados de forma mediana, para mostrar as informações quantitativa e nominal (categorias).


1 RUIM 2 MEDIANO 3 BOM

Amostra nº6

Representação Pictórica / Esquemática

Figura

1

Mapa

3

Gráfico

2

Diagrama Tabela

Modos de Representação

Técnica Visual Aparente

3D 2D

1

Consistência Visual

Homogêneo

3

Heterogêneo Título

Representação Verbal / Não Verbal

Relação Espacial

3

Gravata Legenda

1

Rótulo

3

Número

3

Espaço Significante

2

Agrupamento

2

Separação Linearidade

2

Conexão

1

Contenção Superimposição

Relações Gráficas

1

Forma

Tipo de Material: Infográfico Fonte: IBGE

Valor

Relação por Atributo

Textura

2

Cor

1

Orientação Posição espacial 2D

1

Posição espacial 3D Tamanho

1

Quantitativo (n=29)

18

Qualitativo

33

Em geral, a amostra nº6 apresenta sintaxe gráfica ruim. A hierarquia e o agrupamento da informação são confusos em razão de três fatores: a falta de alinhamento, a paleta cromática selecionada e o excesso de objetos de decoração. O infográfico adota linguagem gráfica familiar ao público-alvo (caderno escolar). O espaço significante dos mapas e gráficos é representado de forma insatisfatória, sem objetos de referência.


1 RUIM 2 MEDIANO 3 BOM

Amostra nº7 Figura Representação Pictórica / Esquemática

3

Mapa Gráfico

2

Diagrama Tabela

Modos de Representação

Técnica Visual Aparente

3D

3

2D

3

Consistência Visual

Homogêneo

3

Heterogêneo Título

Representação Verbal / Não Verbal

Relação Espacial

Relações Gráficas

3

Gravata Legenda Rótulo

3

Número

3

Espaço Significante

2

Agrupamento

3

Separação Linearidade

3

Conexão

3

Contenção

3

Superimposição

3

Forma

3

Valor

3

Textura Cor Relação por Atributo

3

Orientação Posição espacial 2D

3

Posição espacial 3D Tamanho

3

Quantitativo (n=29)

19

Qualitativo

55

Tipo de Material: Infográfico Interativo Fonte: Eurostat, Gabinete de Estatísticas da União Europeia Em geral, a amostra nº7 apresenta sintaxe gráfica boa. Usa ilustrações 2D, com elementos em perpectiva (vista isométrica), que sugere tridimensionalidade. Apresenta figuras estilizadas, com função informativa (contextualização) e decorativa. Usa a cor para apresentar informação nominal (categoria).


APÊNDICE G: SIMILARES INDIRETOS

Amostra nº8

Tipo de Material: Infográfico Autoria: Rachel Ignotofsky A hierarquia dos elementos verbais (título, subtítulo, rótulo) e dos elementos visuais (pictórico e esquemático) é clara. A ilustração é estilizada, usando formas simples e cores complementares (azul e amarelo). O lettering segue a linguagem gráfica da ilustração. O infográfico emprega a figura de linguagem “personificação” e tem uma ordem de leitura semi-estabelecida, de cima para baixo (título, figura central, texto e figuras menores, rodapé).


Amostra nº9

Tipo de Material: Infográfico Autoria: Francesco Franchi A hierarquia dos elementos verbais (título e subtítulo) é clara. A ilustração é estilizada, usando formas simples e geométricas. A peça gráfica integra a ilustração com os mapas e gráficos de forma satisfatória, sem prejudicar a leitura e compreensão do conteúdo. A paleta de cores selecionada é análoga (amarelo e laranja). Possui diferentes pontos de entrada, sem uma ordem de leitura estabelecida.


Amostra nº10

Tipo de Material: Publicação Editorial com Infográficos Autoria: Erica Zipoli Vicenza, Seraina Rizzardini e Paola Santoro A hierarquia da informação verbal (título, subtítulo, texto e rótulo/ legenda) e pictórica (figuras e gráficos) é clara. A cor é empregada para separar as camadas de informação (superimposição). A ilustração apresenta contornos fortes, com pouco uso da luz e sombra. A paleta é monocromática (verde). Possui diferentes pontos de entrada, com ordem de leitura semiestabelecida: título/ilustração, mapas e gráficos.


Amostra nº11

Tipo de Material: Infográfico Autoria: Revista Super Interessante 2016 | Designer (Bruna Lora e Inara Negrão), Ilustração (Lambuja), Direção de arte (Fabricio Miranda), reportagem (Guilherme Castellar) e Edição (Tiago Jokura e Alexandre Versignassi) A hierarquia da informação verbal (título, subtítulo, texto e rótulo) é clara. O estilo de ilustração é 3D. A figura mostra a anatomia do gato de forma estilizada. A figura central é o foco da peça gráfica. Textos, figuras menores e um gráfico de barras aparece ao seu redor. Uma linha estilizada é usada para conectar a informação verbal ao visual. A paleta de cores selecionada é análoga (amarelo, laranja e vermelho). Possui diferentes pontos de entrada, sem uma ordem de leitura estabelecida.


Amostra nº12

Tipo de Material: Publicação Editorial com Infográficos Autoria: Nicholas Biechman A hierarquia da informação verbal (título e texto) é clara. A publicação, voltada para o público infantil, utiliza ilustrações minimalistas e coloridas para comparar dados sobre os hábitos alimentares de diferentes animais. Possui diferentes pontos de entrada, com ordem de leitura semiestabelecida: de cima para baixo, da esquerda para direita.


APÊNDICE H: TABELA DE GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ABASTECIMENTO DE ÁGUA

BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE

PROPORÇÃO 82,9 % 54,5% 76,6% 90,3% 85,5% 81,8%

ZONA URBANA 91,9% 66,2% 90,5% 95,3% 94,7% 90%

ZONA RURAL 27,8% 17,7% 34,8% 19,3% 30,4% 15%

ESGOTAMENTO SANITÁRIO

BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE

PROPORÇÃO 67,1% 32,8% 45,2% 86,5% 71,5% 51,5%

ZONA URBANA 75,3% 40,6% 56,7% 90,7% 78,2% 56,3%

ZONA RURAL 17% 8,4% 10,5% 26,5% 31,4% 12,7%

COLETA DE LIXO

BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE

PROPORÇÃO 87,4% 74,3% 75% 95% 91,6% 89,7%

ZONA URBANA 97,4% 93,6% 93,7% 98,8% 99,3% 98,4%

ZONA RURAL 26,9% 13,8% 18,7% 40,5% 46% 18,9%

ENERGIA ELÉTRICA

BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE

PROPORÇÃO 97,8% 89,2% 96,9% 99% 99,3% 98,5%

Legenda % abaixo da proporção nacinal

ZONA URBANA 99,1% 98,1% 98,9% 99,1% 99,5% 99,4%

% acima da proporção nacinal % igual à proporção nacinal

ZONA RURAL 89,7% 61,5% 90,8% 96,7% 98,2% 90,5%


APÊNDICE I: PROTOCOLO DO TESTE DE COMPREENSÃO MATERIAL INDIVIDUAL: infográfico monocromático* impresso em duas folhas NÚMERO DE PARTICIPANTES: 26 PERFIL DOS PARTICIPANTES: 8º ano do ensino fundamental DURAÇÃO DA PESQUISA: 15 ~ 20 min (período de duração da aula)

* Material projetado para ser de baixo custo e de fácil reprodução - por meio da impressão ou da xerocópia. QUESTÕES: Apresentação da graduanda para a turma, com apoio do docente. Nome e motivo do teste: Ex. Olá, meu nome é -------------, sou da UFPR, do curso de design gráfico. Hoje, queria aplicar uma atividade diferenciada; Breve explicação: sobre como será o teste de compreensão. Ex. Esta atividade vai utilizar o infográfico, que fala sobre como são os domicílios no Brasil...; Entregar o infográfico impresso para a turma. Na primeira folha, realizar a leitura do infográfico, em voz alta, com a turma. Durante a leitura, relacionar os elementos pictóricos e verbais presentes no material. Na segunda folha, realizar a leitura dos dados estatísticos gerais do Brasil, associando os ícones com os recursos disponíveis na zona urbana do Brasil. Mostrar o mapa, na lateral direita, e (com o apoio do docente) solicitar que cada aluno realize a leitura de um dado estatístico (ex. quanto de coleta de lixo tem no nordeste?). Anotar eventuais dificuldades e problemas para a leitura e compreensão dos dados estatísticos.


APÊNDICE J: PROTOCOLO DO TESTE DE SATISFAÇÃO MATERIAL INDIVIDUAL: infográfico monocromático* impresso em duas folhas 2 - 4 folhas do bloco de notas autoadesivo verde** para indicar os aspectos negativos 2 - 4 folhas do bloco de notas autoadesivo laranja** para indicar os aspectos positivos NÚMERO DE PARTICIPANTES: 26 PERFIL DOS PARTICIPANTES: 8º ano do ensino fundamental DURAÇÃO DA PESQUISA: 15 ~ 20 min (período de duração da aula)

* Material projetado para ser de baixo custo e de fácil reprodução - por meio da impressão ou da xerocópia. ** As cores podem ser alteradas. *** O teste de satisfação deve ser realizado após o teste de compreensão, quando os participantes já interagiram com o infográfico. QUESTÕES: Introdução do teste de satisfação: agora, queria fazer uma outra atividade. Desta vez, queria pedir a opinião de vocês para melhorar esse infográfico. Entregar o papel adesivo laranja e verde para cada participante. Explicação do teste de satisfação: Mostrar o papel verde e explicar que deve indicar com ele “o que não gostou” no infográfico; Mostrar o papel laranja e explicar que deve indicar com ele “o que gostou” no infográfico; Solicitar que os participantes justifiquem a escolha por escrito. De preferência, indicar no quadro negro ou em outra mídia, as instruções por escrito (ex. Verde: não gostou; Laranja: gostou) Ao final da atividade, coletar os infográficos.


APÊNDICE K: RESULTADO TESTE DE SATISFAÇÃO aspecto positivo

PARTE 1 Palavra-chave

*Dados Estatísticos

Aspecto gráfico

Compreensão da informação

Conteúdo

Cor

Ícones

Nível de interesse / atratividade

Tipografia

aspecto negativo

Comentário

Usuário

Eu gostei da energia porque usamos muito ela no país inteiro e mesmo assim tem 99%

Aluno 8

Não gostei dele [esgotamento sanitário] porque é o menor recurso que temos, e nós necessitamos dele no nosso dia-a-dia e seu índice é de 75%.

Aluno 8

Energia % das propriedades, coleta de lixo

Aluno 9

Sobre esgotamento

Aluno 9

O título poderia ser mais destacado. Para chamar a atenção dos leitores

Aluno 2

Desenhos bem explicativos

Aluno 12

Os balões com as funções de cada item, estão bons

Aluno 24

A explicação foi ótima

Aluno 7

Leitura muito boa e muito bem explicado

Aluno 12

O material está bem explicativo

Aluno 15

Eu acho que foi bem explicativo e deu pra entender muito bem

Aluno 21

Não gostei dessa parte! Poderia ser mais legal e interessante... (aumentar a letra, colocar mais coisas interessantes, colocar coisas mais específicas... o resto está muito legal)

Aluno 1

Os ícones estão bem representativos. Gráfico atualizado.

Aluno 7

Eu não gostei de pouca informação na primeira parte da folha

Aluno 17

Eu achei que está um pouco desatualizado, estamos em 2018 e isso foi pesquisada em 2010, pode ter aumentado a porcentagem

Aluno 21

Tá tudo ótimo, só acho que poderia ter algumas cores e aumentar um pouco o tamanho da letra.

Aluno 2

Cor, porque esta em preto e branco

Aluno 10

Não gostei porque é preto e branco

Aluno 22

Colocar mais cor nos desenhos para ficar mais fácil de identificar

Aluno 24

Poderia ser colorido

Aluno 26

Os ícones estão bem representativos. Gráfico atualizado.

Aluno 7

Os ícones estão bem representativos

Aluno 15

Não gostei dessa parte! Poderia ser mais legal e interessante... (aumentar a letra, colocar mais coisas interessantes, colocar coisas mais específicas... o resto está muito legal)

Aluno 1

Material bem elaborado

Aluno 13

Eu gostei de tudo. A apresentação estava muito boa e essa folha foi bem feita também

Aluno 14

Gostei de tudo mesmo! Muito bem explicado!

Aluno 16

Gostei de tudo, achei que estava bem explicado

Aluno 18

Gostei muito da criatividade, também achei a apresentação muito bem feita

Aluno 20

Os desenhos estão ótimos. E a colocação dos desenhos nos lugares certos

Aluno 24

Não gostei dessa parte! Poderia ser mais legal e interessante... (aumentar a letra, colocar mais coisas interessantes, colocar coisas mais específicas... o resto está muito legal)

Aluno 24

Tá tudo ótimo, só acho que poderia ter algumas cores e aumentar um pouco o tamanho da letra.

Aluno 24

Leitura muito boa e muito bem explicado

Aluno 24


aspecto positivo

PARTE 2 Palavra-chave

*Dados Estatísticos

Aspecto gráfico

Compreensão da Informação

Conteúdo

Cor

Gráfico

Ícones Nível de interesse / atratividade

aspecto negativo

Comentário

Usuário

A porcentagem do sul em energia que nos fornece

Aluno 2

Não gostei do norte por parte de esgoto

Aluno 2

Parabéns! Está bem visível

Aluno 3

Não gostei do Norte porque tem pouco abastecimento de água

Aluno 5

Gostei do Sul porque tem muito abastecimento de água e de energia

Aluno 5

Não gostei também da porcentagem de Esgotamento Sanitário

Aluno 6

Gostei das porcentagens de cada região sobre coleta de lixo, abastecimento, energia e esgotamento

Aluno 11

Não gostei dos poucos recursos que as pessoas tem

Aluno 11

Eu gostei das informações das % nos gráficos

Aluno 17

Eu gostei das porcentagens de cada região

Aluno 23

Porque ela mostrou basicamente a porcentagem de cada e fez uma pesquisa interessante

Aluno 25

É bem explicado, não sabia muito dessas coisas e agora eu sei, acho que quem ler vai adorar, como eu adorei

Aluno 26

Tá tudo organizado

Aluno 19

Colocar mais cor viva no desenho, uma cor em cada região e fazer uma legenda

Aluno 24

Os desenhos estão bem explicativos

Aluno 7

O conteúdo foi bem explicado

Aluno 13

Deu pra entender tudo

Aluno 15

É um gráfico bem atualizado

Aluno 12

Muito pouco texto / frases

Aluno 19

Não gostei porque não tá colorido

Aluno 6

Tá muito bom, só que o gráfico ficaria melhor com cores representando, entende?

Aluno 10

A cor do mapa. Poderia ter cores, para cada região uma cor diferente

Aluno 10

Poderia ser mais colorido. Tipo a gota poderia ser azul e o raio amarelo

Aluno 19

Não está colorido!

Aluno 23

Colocar mais cor viva no desenho, uma cor em cada região e fazer uma legenda

Aluno 24

Poderia ser colorido

Aluno 26

A representação dos gráficos

Aluno 4

Eu gostei do gráfico.

Aluno 10

Os gráficos são bem representativos

Aluno 19

Gostei do gráfico porque é bem explicado

Aluno 22

Os icones estão bem representativos

Aluno 13

Os ícones estão bem visiveis e bonito. Estão bem representados

Aluno 24

Gostei bastante, parabéns

Aluno 1

Eu gostei da qpresentação e dos desenhos. Também das informações

Aluno 6


APÊNDICE L: FOTOS DO COLÉGIO ESTADUAL PADRE OLÍMPIO DE ANCHIETA SALA DE AULA

LIVRO DIDÁTICO


ANEXOS ANEXO 1: AMOSTRA Nยบ 1 FONTE: GODINA HRVATSKE STATISTIKE - CROATIAN STATISTCS.


ANEXO 2: AMOSTRA Nº 2 FONTE: STATISTICS NETHERLANDS

Youth assistance and society indicators

Work

Youth assistance

8 in 100 young people under 23 have received youth assistance Living and growing up safely

a

7 in 100 minors part of families on income support School

64 in 100

a

young people 15-26 yrs have a job

Drinking

6 in 10 young people 12–24 yrs

c

drink occasionally

Crime

a

54 in 100 third-year secondary students enrolled in VMBO

6

Annual Report Youth Monitor 2017 – Summary

d

2 in 100 young people under 25 are crime suspects


ANEXO 3: AMOSTRA Nยบ 3 FONTE: STATISTCS NEW ZEALAND


ANEXO 4: AMOSTRA Nยบ 4 FONTE: NATIONAL RECORDS OF SCOTLAND

Natural change 31.7k

28.6k

w0.8k

Net migration

1951-52

1969-70

1999-2000

2015-16

6

for people born around 2014 Life expectancy

Life expectancy

Gap of 2.7 years

Gap of 8.6 years

Gap of 12.2 years

Gap of 6.3 years

Least deprived areas

20

Most deprived areas


ANEXO 5: AMOSTRA Nº 5 FONTE: STATISTCS NEW ZEALAND

Home Improvements and Urban Development, tracks home improvements as well as a variety of other housing topics. According to the AHS, “home improvements” exclude “routine maintenance,” which is defined as regular maintenance activities necessary for the preventive care of the structure, property, and fixed equipment items.

When faced with a choice, many homeowners decide to improve their homes, rather than move. They modernize the kitchen, replace the roof, finish the basement, add a bathroom, or make their homes more energy efficient. The American Housing Survey (AHS), jointly administered by the Census Bureau and the Department of Housing

Roofing

Well Over Half Made Improvements

$4,559

Homeowners Spent $359 Billion

76.1 Million Total Owner-Occupied Housing Units

Top Improvements Made to Units

Of the 43.7 million owner-occupied units with improvements

(During 2009–2011) Owners spent a median of $3,200 on improvements to their homes. Shown below are the median expenditures for selected projects.

43.7 Million Homeowners Made Improvements (57%)

Almost 1 in 4 of Those Made Energy Efficency Improvements

Bedrooms

Appliances/ Major Equipment

35%

Flooring/ Paneling/ Ceiling

32%

Windows and Doors

20%

Bathroom Remodels

$2,500

$2,432

10.4 Million Made Energy Efficency Improvements (24%)

Kitchen Remodels

Doors/Windows

$5,000

$1,200

Patio/Terrace/Detached Deck

$2,000 Garage

$15,000

US CB

12

5 20 1 18 13 6 10 15

16

4

$3,000

8 11 14 9

Recreation Rooms

Flooring/Paneling/Ceiling

$1,200

HVAC

$3,600

2

17 3 19 7

Many Projects Are Done by Homeowners

Disaster Repairs Number of Occupied Housing Units

44 Million of 119 Million Projects

Tornado/ Hurricane Flood

606,000 229,000

Professionals

Do-itYourselfers

63%

37%

Improvements Varied Widely in Cost Total Expenditures $43.7 Billion

Roofing

$35.7 Billion

Kitchen Remodels HVAC

$34.0 Billion

Flooring/Paneling/Ceiling

$33.2 Billion

Windows/Doors Bathroom Remodels Patio/Terrace/Detached Deck Recreation Room

$24.1 Billion $23.1 Billion $13.4 Billion $3.5 Billion

Number of Projects 7.5 Million 3.7 Million 9.8 Million 18.8 Million 8.9 Million 5.0 Million 3.5 Million .5 Million

Source: U.S. Census Bureau and U.S. Department of Housing and Urban Development, 2011 American Housing Survey.


ANEXO 6: AMOSTRA Nยบ 6 FONTE: IBGE


ANEXO 7: AMOSTRA Nº 7 FONTE: EUROSTAT, GABINETE DE ESTATÍSTICAS DA UNIÃO EUROPEIA


ANEXO 8: AMOSTRA Nยบ 8 AUTORIA: RACHEL IGNOTOFSKY


ANEXO 9: AMOSTRA Nยบ 9 AUTORIA: FRANCESCO FRANCHI

ANEXO 10: AMOSTRA Nยบ 10 AUTORIA: ERICA ZIPOLI VICENZA, SERAINA RIZZARDINI E PAOLA SANTORO


ANEXO 11: AMOSTRA Nº 11 AUTORIA: REVISTA SUPER INTERESSANTE 2016 | DESIGNER (BRUNA LORA E INARA NEGRÃO), ILUSTRAÇÃO (LAMBUJA), DIREÇÃO DE ARTE (FABRICIO MIRANDA), REPORTAGEM (GUILHERME CASTELLAR) E EDIÇÃO (TIAGO JOKURA E ALEXANDRE VERSIGNASSI)

ANEXO 12: AMOSTRA Nº 12 AUTORIA: NICHOLAS BIECHMAN


ACESSE O VÍDEO DO TCC

https://youtu.be/tOhy34u8pGw




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