(CC) Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada. Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da lingua portuguesa de 1990, que entrou no Brasil em vigor em 2009. Capa, composição, projeto gráfico, editoração eletrônica, organização e pesquisa: Laura Wahlbrink Padilha da Silva. Coordenação de pesquisa: Gilberto Balbela Consoni Coordenação gráfica: Ana Paula Penkala. Textos: Blogueiras Feministas.
Índice para catálogo sistemático: 1. Feminismo 2. Movimentos sociais Universidade Federal de Pelotas/RS - Brasil. 2015. 1º edição. 2015.
Su má rio
8 de março: para além das comemorações a luta e o empoderamento das mulheres Mulheres de luta: referências de representação feminina na história A importância da luta organizada
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O que é gênero?
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O que é violência de gênero?
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A mulher negra: organização e resistência das
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mulheres negras, racismo e privilégios de cor A mulher e as minorias
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A mulher camponesa
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A mulher indígena
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A Mulher transexual
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A mulher organizada em movimentos sociais
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Glossário
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Referências
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8 de março: para além das comemorações 1ª legislação relativa a educação das mulheres. Admitia meninas apenas para escolas elementares.
1827
Lei do divórcio entra em vigor.
Direito ao voto.
1879
Acesso ao ensino superior.
1932
1962
1977
Mulher casada deixa de ser considerada juridicamente incapaz. Mudança do estatuto da mulher casada para esposa.
Texto de Rebeca Campos Ferreira
O que efetivamente estamos comemorando no dia 8 de março? 8 de março é o dia da mulher, mas 8 de março é dia de luta. Inicio esta reflexão indicando que, em minha opinião, não temos O QUE comemorar, temos que comemorar A data em si, que remete ao empoderamento*, a mobilização, a luta das mulhe-
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s, a luta e o empoderamento das mulheres Lei do feminicídio. Torna hediondo mortes intensionais e violentas de mulheres em decorrência de seu sexo.
Homens e mulheres possuem a mesma igualdade de direitos nas relações conjugais.
1985
Criação do conselho nacional dos direitos da mulher. Surgem as primeiras delegacias da mulher.
1988
2006
2015
Entra em vigor a lei Maria da Penha.
res por igualdade e direitos. Portanto, para além das comemorações, a luta que não deve ser em um dia específico do calendário, e sim todos os dias. Digo isso porque o comércio invadiu a data, o que acaba por negligenciar o motivo da comemoração. Às vezes nem aquele que parabeniza sabe, e nem aquela que recebe os parabéns. O 8 de março não é um dia qualquer para sair parabenizando toda mulher por “ser mulher”. O dia 08 de março é muito mais que isso, é um marco da luta das mulheres. A origem da data
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é controversa, mas todas elas têm em comum a luta das mulheres por igualdade de condições e direitos. Além deste fato, podemos voltar a outras tantas lutas das mulheres em diversos contextos, sejam históricos ou culturais, nos movimentos de resistência, nas organizações femininas, em movimentos operários, na luta pelo direito ao voto, na luta pela emancipação. Em suma, seja qual for a origem desta data, sabemos que ela, reconhecida oficialmente pela ONU em 1977, representa a luta das mulheres por igualdade política, social, profissional. É este o significado do 8 de março, para muito além do caráter mercantil que adquiriu. As mulheres votam e se candidatam a cargos públicos há pouquíssimos anos no Brasil. Na mídia, propagandas emotivas que em geral reafirmam aquela rotulação já mencionada, aquele lugar estereotipado da mulher na sociedade patriarcal. Publicidade carregada de clichês e trivialidades que servem para lembrar aos homens e às mulheres que elas têm um lugar na sociedade, bem definido, relacionado aos cuidados da família, dos filhos, do marido, da casa. Infelizmente é propagado o chavão do “ei, mulher, não se esqueça o seu lugar na sociedade”. Uma noção discriminatória e machista, que vai na contramão do significado oficial e primeiro deste dia: a luta por igualdade. Texto completo em: http://blogueirasfeministas. com/2015/03/8-de-marco-para-alem-das-comemoracoes-a-luta-e-o-empoderamento-das-mulheres/ *Para paralvras como estas, consulte o glossário no final do livreto.
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Mulheres de luta Referências de representação feminina na história Rose Marie Muraro foi escritora, intelectual e uma das mais importantes líderes do feminismo no brasil.
Simone de Beauvoir
Naomi Wolf é uma es-
Judith Butler é uma
critora feminista estadunidense. Mostra como a ciência e a cultura trataram, historicamente, a sexualidade da mulher.
das principais teóricas da questão contemporânea do feminismo, teoria queer, filosofia política e ética.
Alexandra Kollontai
Betty Friedan, foi uma importante ativista feminista estado-unidense do século XX. Participou também de movimentos marxistas e judaicos.
fez história como uma das principais escritoras pioneiras do feminismo marxista.
Lélia Gonzalez, intelectual e feminista negra brasileira. Nos anos 1980 falava sobre a realidade de exclusão das mulheres negras na sociedade.
É dela uma das princifrases do movimento feminista: “Não se nasce mulher, torna-se mulher.”
Maria da Penha Maia Fernandes é uma farmacêutica brasileira que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Deu nome à Lei nº 11.340/2006.
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A importância da luta
Texto de Nathália Ferreira Guimaraes
Por que a auto-organização é importante para as mulheres? A auto-organização é um principio organizativo do feminismo popular que tem como objetivo empoderar as mulheres a fim de se tornarem protagonistas na luta e nas suas vidas (não que essas sejam separadas). Esses espaços são importantes ferramentas para que as mulheres falem, reflitam e participem
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organizada
1968 Passeata contra a ditadura militar no Brasil. Foto: Ziraldo.
ativamente da construção do feminismo. Esse texto é apenas “um ponta a pé” numa discussão que merece ser mais aprofundada. A auto-organização que proponho é baseada na aprendizagem por meio da coletividade. A proposta é que os saberes produzidos nesse processo sejam capazes de transformar de alguma forma a vida das mulheres, contribuindo para um feminismo mais amplo e diverso que esteja totalmente comprometido em modificar a estrutura capitalista patriarcal presente na maioria das sociedades atualmente.
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Por isso, tenho dois princípios como geradores: o “pessoal é político” e a sororidade. O principio do “pessoal é político”, máxima feminista que desconstrói a lógica do público x privado, uma vez que vem questionar o que acontece em casa, entre quatro paredes, nas nossas vidas cotidianas, nas nossas relações pessoais é base para a criação de espaços de auto-organização. Para as mulheres, as relações entre espaço público e privado são fundamentais, pois em ambos seus comportamentos sofrem constante vigilância e avaliações. Além disso, o trabalho doméstico é invisibilizado. Enquanto o movimento trabalhista se lançava as ruas exigindo diretos, não lançaram o olhar para a atividade doméstica, trabalho indispensável ao sistema capitalista patriarcal, construído socialmente como natural, fruto de um senso comum que acredita ser ele feito por “amor” aos filhos e ao marido. Outro princípio importante é o da sororidade, a solidariedade entre as mulheres. As mulheres são educadas a serem competitivas umas com as outras, gerando hostilidade e insegurança entre nós. Por isso, é preciso enxergarmos e compreendermos umas as outras. Entender que não somos perfeitas e que diversas vezes seremos contraditórias, mas pensando que juntas podemos conseguir avançar na luta por um mundo melhor para todas. Um dos objetivos da auto-organização é deixar as mulheres mais a vontade para se expressarem, já que muitas vezes não somos incentivadas ou somos até mesmo ignoradas quando nos posicionamos em público, uma vez que a divisão entre público e priva-
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do — proporcionado pelo sistema patriarcal — nos fez historicamente alijadas desses espaços. Por fim, o principal objetivo da auto-organização é nos forjar como protagonistas na luta feminista. Um espaço que precisa gerar conhecimento, autonomia, segurança e acolhimento para as mulheres se reconhecerem como agentes das mudanças. O aprendizado coletivo nos dá força para começarmos a participar ativamente de ações, reivindicar políticas, candidatar-se a cargos de liderança e não termos medo de nos expressar. Podemos, precisamos e devemos estar em todos os espaços públicos. Queremos lançar novos olhares e modificar as relações nos espaços privados. Seremos referência, não só feminina mas feminista, para modificar as relações desiguais presentes na sociedade. Pela auto-organização é que definimos nossas pautas prioritárias e nos fortalecemos, pois nossas bandeiras de luta não serão encampadas por outros que não nós mesmas. Texto completo em: http://blogueirasfeministas. com/2015/07/por-que-a-auto-organizacao-e-importante-para-as-mulheres/
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O que é gênero? Mulher
Identidade
Homem
A identidade de gênero, é como você, na sua cabeça, se considera.
Transgênero Identificação com o gênero oposto. Intergênero Não se identificam nem como homens nem como mulheres.
Expressão A expressão do gênero é como você demonstra seu gênero, através das formas que age, se veste, se comporta e interage.
{
Feminina Masculina Andrógina
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Orientação A orientação sexual reflete por quem você se atrai fisicamente, emocionalmente e espiritualmente.
Heterossexual Pelo sexo oposto.
Homossexual pelo mesmo sexo.
Panssexual Independente do sexo ou gênero.
Bissexual Por homens e mulheres.
Assexual Falta de orientação e/ou desejo sexual.
Sexo Sexo biológico se refere aos orgãos visíveis, hormônios e cromossomos com os quais você nasce.
Feminino Hermafrodita Masculino
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Texto de Talita Barbosa
O desrespeito a identidade de gênero no jornalismo brasileiro. Há alguns meses, tenho observado notícias em grandes portais sobre mulheres e homens trans desrespeitando suas identidades de gênero. Referem-se às mulheres trans como homem e as chamam pelo pronome masculino “ele”, da mesma forma, os homens trans têm a sua identidade desrespeitada quando os chamam pelo pronome “ela”. Isso é reflexo da transfobia, o preconceito e discriminação com pessoas trans é pouco debatido na sociedade, especialmente dentro do jornalismo. É importante saber que a sigla LGBT significa: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros. Logo, o grupo LGBT não se resume apenas aos gays cisgêneros (que se identificam com o gênero que lhes é designado no nascimento). Lésbicas são mulheres – cisgêneras ou trans – homossexuais. Bissexuais não são pessoas indecisas, mas pessoas cuja sexualidade não se restringe a um único gênero. Por fim, existem pessoas trans, que não se identificam com o gênero que lhes foi designado ao nascer e que devem ser tratadas de acordo com o gênero que se identificam.
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Se houver dúvidas, pergunte a pessoa como ela prefere ser tratada. Se não tiver como fazer isso, pesquise para saber como ela é tratada por conhecidos, como se identificava em redes sociais ou como foi tratada por veículos de mídia que tem preocupação em não reproduzir preconceitos. Mais uma vez, não é preciso ter estudado tudo sobre gênero para incluir em sua prática cotidiana algo que é básico: respeito. Respeitar a identidade de gênero, enquanto profissional do jornalismo, é entender o Artigo XIV do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros e fazê-lo valer na prática. Pois, o jornalista não pode “concordar com a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de orientação sexual”. Para ajudar, há ferramentas que podem ser acessadas pela internet como o: Guia Técnico sobre pessoas transexuais, travestis e demais transgêneros, para formadores de opinião de Jaqueline Gomes de Jesus. Texto completo em: http://blogueirasfeministas. com/2015/07/o-desrespeito-a-identidade-de-genero-no-jornalismo-brasileiro/
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O que é violência de gênero? Texto de Tanira Maurer. Mil orientações sobre como a mulher deve se cuidar, que não deve andar sozinha de noite, em lugares escuros, ou como ela deve se vestir. Mulher de burca é estuprada todo dia, mulher com qualquer tipo de roupa é estuprada, isso não é sobre sexo, mas sobre dominação, sobre opressão. Não é a mulher que tem que parar de andar por aí, é o estuprador que tem que parar de estuprar. Texto completo em: http://blogueirasfeministas. com/2013/08/reflexos-da-violencia-de-genero/
O que é feminicídio? Feminicídio significa a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino, classificado como um crime hediondo no Brasil.
Segundo a ONU, 7 em cada 10 mulheres no mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida. *Veja mais no livro seis desta coleção: violência e vulnerabilidade social.
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Onde os feminicídios mais ocorrem:
31%
Via pública
29%
Em casa
25%
Hospital ou outro estabelecimento de saúde
Estima-se que ocorreram, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia.
Tipo de violência relatada: 50,75% Violência física 32,16% Violência psicológica
-10%
9,98 Violência moral 2,89% Violência sexual
Redução da taxa de homicídios domésticos após a lei Maria da Penha de 2006
2,07% Violência patrimornial 1,82% Cárcere privado 0,34% Tráfico de pessoas
50%
34%
6%
No Brasil 50% dos 34% envolvem 6% dos óbtos feminicídios objetos foram registrados envolve armas perfurantes, por enforcamento de fogo. cortantes ou ou sufocação. contundentes.
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A mulher negra Texto de Ana Claudia Pereira
Foto: Tatiana Reis/ Latinidades Afrolatinas no Facebook.
Feminismos e justiça social: as lutas das mulheres negras não cabem em uma única palavra. No século XVIII, negras alforriadas nascidas na Costa da Mina formavam, em solo brasileiro, domicílios compostos basicamente por mulheres. As que conseguiam acumular alguns bens deixavam heran-
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ças para escravas, ex-escravas e filhas. Muitas delas registraram em seus testamentos histórias de solidariedade em momentos de dificuldade material e doença, como mostram estudos da historiadora Sheila de Castro Faria. A palavra “feminismo”, para elas, não existia. “Feminismo” consolidou-se como o termo mundialmente conhecido para falar da luta das mulheres pela emancipação a partir da mobilização de europeias e norte-americanas. Reivindicando melhores condições de vida, imaginavam um mundo melhor a partir de suas próprias experiências sociais: para as operárias, a prioridade era adquirir direitos, enfrentar a exploração capitalista, melhorar as condições de trabalho nas fábricas; para as mulheres de elite, o termo muitas vezes esteve associado à demanda de mulheres brancas e ricas pela participação no mundo de privilégios sociais de homens também brancos e ricos. “Feminismo” foi, desde sempre, um termo disputado por diferentes projetos de sociedade, alguns mais igualitários, outros menos. O III Encontro Latino-Americano Feminista em Bertioga, ocorrido em 1985 no Brasil, foi um dos momentos em que nossas diferenças ficaram visíveis. Um ônibus lotado de mulheres negras, que vinham de favelas e movimentos de bairro, alegou não ter dinheiro para pagar a inscrição e reivindicou participar do evento, enfrentando resistência da organização, predominantemente branca. A história ficou famosa e vem sendo repetida desde então para ilustrar nossas desigualdades. Quase trinta anos depois, o feminismo hegemônico não é mais o mesmo. O discurso antirracista tornou-se quase onipresente e a ideolo-
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gia da democracia racial não é mais aceita. Este novo discurso requer também práticas e, frente ao novo cenário, muitas mulheres negras se perguntam: Qual é o conteúdo deste antirracismo? Como ele influencia as relações entre brancas e negras dentro dos coletivos de militância e grupos acadêmicos? Como ele se reflete na pauta de mobilização feminista? Sem desejar falar pela totalidade das mulheres negras, levanto aqui algumas questões que tenho debatido com outras companheiras negras no contexto de militância. Acredito que nunca haverá uma sobreposição total entre o feminismo branco e o negro, ao menos enquanto houver racismo na sociedade, e nem acho que seja necessário. O problema maior, acredito, é universalizar o que é particularidade das brancas, falar em nome de todas as mulheres, carregar o antirracismo como bandeira e sempre adiar decisões substantivas para um futuro que nunca chega. Um feminismo antirracista precisa estar atento a composição dos espaços de decisão e poder de que cristalizamos, precisamos pensar como aqueles espaços se constituem e entender suas limitações. Precisamos pensar sempre como a cor da nossa pele nos confere privilégios ou nos subordina às dinâmicas de opressão. Outro ponto sensível é visibilizar a produção política e intelectual das mulheres negras. É natural e bom que as ideias circulem. Mas, na boca de quem as ideias parecem coerentes, objetivas e bonitas? Na boca de quem ela vira “conhecimento” ou na boca de quem ela vira “vitimização”? Embora isso não seja culpa apenas das militantes brancas, requer uma atenção especial.
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Índices de desigualdade:
Índíces de desigualdade:
Negros ganharam Taxa de desemprego:
57,4% do salário dos brancos em 2013
5,3% Brancos 6,6% Negros
Assassinados no Brasil: Ensino médio completo antes dos 19 anos: 65,2% Brancos 45% Negros 67,9% Negros
O Brasil é o segundo pais com maior população negra do mundo.
A cada 15 mulheres empregadas no mercado de trabalho formal, apenas 1 é negra.
Racismo é o crime mais denunciado nas redes sociais.
41% das mulheres negras nunca fizeram mamografia ou outro exame ginecológico.
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Racismo e privilégios de cor O feminismo que não combate privilégios raciais é o feminismo que tem como pauta de mobilização questões que invisibilizam as mulheres negras e reproduzem todas as formas de violência que o racismo gera. Ao priorizar teorias construídas em linguagem erudita e elitista, sem preocupação em criar formas de tradução para um conjunto maior de pessoas, setores do feminismo acadêmico muitas vezes têm estabelecido um debate em que só quem pode participar são homens e mulheres brancas e ricos, excluindo a imensa população negra que têm seus direitos à educação negados, para não dizer de parte considerável dos brancos. Ao falar do estereótipo da mulher frágil, casta dócil e confinada aos espaços domésticos, o feminismo hegemônico impõe a todas uma história que é de um grupo restrito de mulheres brancas, já que as negras, desde a escravidão, nunca foram afastas do mercado de trabalho na mesma medida e foram muito mais exploradas. No discurso da democracia racial, somos vistas como brutas, agressivas, feias, excessivamente sexualizadas, portadoras da “cor do pecado”. Considerando as maneiras como o racismo molda nossas histórias, considerando que a nossa luta pela emancipação das mulheres é também uma luta contra todas as formas de opressão, como poderíamos, nós, mulheres negras, concordar com a exploração
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capitalista que faz com que tenhamos a renda mais baixa do país, seguidas de homens negros e só então por mulheres brancas? Existem muitas formas de repensar o privilégio racial e é muito comum que as militantes brancas perguntem às militantes negras como isso deve ser feito. Acredito que apenas as mulheres brancas podem descobrir a melhor forma de se responsabilizar por sua atuação política, mas, pensando nos desafios que encontramos. Texto completo em: http://blogueirasfeministas. com/2013/07/feminismos-e-justica-social-as-lutasdas-mulheres-negras-nao-cabem-em-uma-unica-palavra/
Sueli Carneiro é doutora em Educação pela Universidade de São Paulo e diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra.
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A mulher e as minorias
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Texto de Catarina Corrêa. Por um feminismo transformativo. Participar é ainda mais importante, porque somos plurais e queremos construir uma sociedade que espelhe essa pluralidade. Assim, cada um de nós, com suas subjetividades, com suas experiências particulares, opiniões e valores deve demandar um lugarzinho que seja (e que seja um lugarzão) para se fazer ouvir: um lugar onde aquilo que somos se transforme em propostas de uma sociedade que nos inclua e que nos respeite. Mas, bem, os espaços de participação – o conselho escolar, a câmara, as assembleias legislativas, as reuniões de condomínio – são dominados por uma lógica de racionalidade. Uma lógica que impõe obstáculos à construção da subjetividade dos sujeitos políticos e sociais. A forma de falar e agir é tão pré-formatada, que parece que não nos cabe, que o nosso jeito de ser não pode falar ali. Especialmente para alguns grupos, para minorias que somos (mulheres, negras, trans, lésbicas e tantas outras) a participação precisa se apoiar na luta, no sofrimento e na condição de marginalidade, que não deve ser submetida ao imperativo de linguagem e racionalidade de espaços políticos hegemônicos: a voz que eu quero é a minha, não aquela que reforça o jeito político de falar. Texto completo em: http://blogueirasfeministas. com/2014/04/por-um-feminismo-transformativo/
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A mulher camponesa Texto de Barbara Lopes
A organização de mulheres do campo começou nos anos 1980, com as lutas pelo reconhecimento formal do seu trabalho. No campo, muitas mulheres se dedicam a plantação de alimentos e criação de animais no quintal de casa, para consumo da própria família, enquanto os homens trabalham nas lavouras destinadas à comercialização. Ao não serem reconhecidas como trabalhadoras, as mulheres não tinham acesso a direitos previdenciários, como salário maternidade e aposentadoria por idade. A luta das camponesas, ao revelar a invisibilização do trabalho das mulheres, traz à tona um ponto central da luta feminista por igualdade. Ao longo dos anos 1990 e 2000, a discussão sobre o modelo de agricultura, com a crítica ao agronegócio, ganhou força entre as mulheres do campo. Sua contribuição é fundamental para a produção de alimentos e a saúde. A questão da autonomia sobre os corpos ganha mais uma dimensão com a denúncia dos efeitos nocivos do uso de agrotóxicos e transgênicos. Essa é um dos temas que esteve presente no I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, em Brasília, com a defesa da soberania alimentar – um conceito construído pela Via Campesina que in-
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corpora não só o acesso a alimentos, mas a qualidade deles e os aspectos culturais de produção e preparo. O Movimento de Mulheres Camponesas se estabelece como movimento nacional em 2004. No congresso de consolidação do movimento, as participantes explicam que “a constituição de um movimento popular, autônomo, classista aflora da necessidade de unificar as lutas feministas aprofundando a história de luta das mulheres e elaborar coletivamente a intervenção política para a construção de uma sociedade igualitária”. Texto completo em: http://blogueirasfeministas. com/2013/02/mulheres-camponesas-realizam-encontro-em-brasilia/
foto: Roger Ballen
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A mulher indígena Texto de Bia Cardoso
Mulheres indígenas e política. As duas primeiras organizações brasileiras exclusivas de mulheres indígenas surgiram na década de 1980, sendo consideradas as pioneiras a Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn) e a Associação de Mulheres Indígenas do Distrito de Taracuá, rios Uaupés e Tiquié (Amitrut). Em 2000, em Assembleia da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) foi reivindicada a criação de um espaço para as demandas das mulheres indígenas. Em 2002, no decorrer do I Encontro de Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira, foi criado o Departamento de Mulheres Indígenas (DMI/Coiab), com o objetivo de defender os seus direitos e interesses nos vários âmbitos de representação, nacional e internacional. Em 2006, pela primeira vez na história das políticas públicas pós-Constituição Federal de 1988, se incluiu num Plano Plurianual (PPA) uma ação específica para as mulheres indígenas: o Programa Identidade Étnica e Patrimônio Cultural dos Povos Indígenas, sob a responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (Funai). Finalmente, em janeiro de 2007, foi criado, no âmbi-
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to da Funai, um departamento específico de mulheres indígenas. A agenda de reivindicações recobre, em geral, a garantia dos territórios tradicionais, o direito à saúde e educação diferenciadas, pois o entendimento mais ou menos geral é que “o movimento de mulheres é para fortalecer o movimento em geral, a política dos povos indígenas é única”, como afirma Ângela Sacchi no artigo Mulheres indígenas e participação política de 2003. Texto completo em: http://blogueirasfeministas. com/2013/09/dia-internacional-da-mulher-indigena/
Cena do filme “As Hiper Mulheres”
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A mulher transexual Texto de Andi Moreira
Ser uma mulher trans. Dentro de mim habitam muitos medos: da ignorância, do sofrimento, do desemprego, do preconceito de minha família. Sou uma mulher trans, não há como esconder minha condição, vivo num estado de visibilidade compulsória, o armário não me comporta mais. O simples fato de existir me torna “abjeta”, “estranha”, “bizarra” à boa parte da sociedade. Minha presença denuncia que outras sexualidades são possíveis e me torna objeto de estudo, observação e dissecação. Infelizmente, a transgeneridade é um dos aspectos da existência que reduz as pessoa a um rótulo. Vejo a negação das identidades se estendendo às instituições, bancos, consultórios médicos, lojas, escolas, enfim, qualquer lugar onde seja necessário o uso de documentos pessoais para identificação. A simples existência das identidades “legal” e “social” já é causa de constrangimento, nos expondo e humilhando cotidianamente. Nossos instrumentos legais carregam o nome de uma outra pessoa, nos obrigando a dar explicações a todo instante e a dependermos da boa vontade de quem nos atende.
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O direito à singularidade é atropelado pela pressão heteronormativa das instituições e da sociedade, que tentam nos enquadrar em um binário de gênero do qual não fazemos parte. Por isso, a produção de conhecimento acadêmico e científico acerca do tema é tão importante neste momento. Acredito que todxs nós, trans, precisamos buscar o reconhecimento de nossa cidadania, a igualdade de direitos e nossa real inserção na sociedade. Porém, como afirma o deputado federal Jean Wyllys, para que isso se torne realidade, precisamos de leis e políticas públicas. Precisamos ainda de maior coesão entre os movimentos LGBT para cobramos em conjunto e com maior força ações do poder executivo em prol de nossa visibilidade, da visibilidade das sexualidades abjetas, periféricas e da multiplicidade dos gêneros. Texto completo em: http://blogueirasfeministas. com/2014/01/ser-uma-mulher-trans/
Manifestação pelo Dia da Visibilidade Trans 2013 em Curitiba/PR. Foto de Lari Schip no Facebook.
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A mulher organizada em m
Texto de Priscilla Caroline
Mulheres militantes: a luta por movimentos sociais mais feministas. Em meados do século XX, o movimento feminista começou a fazer barulho na luta por mais direitos para as mulheres. Mais de um século depois, ainda travamos uma luta cotidiana e acirrada contra diversas estruturas machistas que insistem em se fazer presentes. E o pior é que essas coisas estão lá, firmes,
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movimentos sociais
No Rio, Marcha das Vadias reúne mulheres e homens em defesa dos direitos femininos. Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil.
mesmo nos espaços que se dizem mais inclusivos, como os movimentos sociais. Isso não significa que mulheres não participem de movimentos sociais. Pelo contrário, elas costumam ser maioria nos movimentos populares, as mais dispostas a reivindicar melhores condições de vida. A aparente informalidade do modo de fazer política dos movimentos talvez atraia as mulheres, mais do que os espaços institucionalizados, como os do legislativo e do executivo. O problema é que apesar de serem fundamentais na composição dos movimentos ainda é raro ver mulheres assumindo a liderança dos protestos. O “pegar
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no microfone” e aparecer publicamente parecem ser atitudes muito masculinas ainda. Para muitas mulheres, os homens parecem ser mais bem preparados para exercer as funções do espaço público. A divisão de tarefas no movimento é um exemplo comum. Quem faz ata, os cartazes, cuida da organização do espaço de reuniões? Quase sempre as mulheres. E quem é reconhecido como representante do grupo, que faz a maior parte dos discursos? Geralmente os homens. No caso do movimento estudantil, por exemplo, onde estudantes geralmente tem mais tempo para dedicar à militância, a renovação é maior e há uma permeabilidade maior às pautas de outros movimentos sociais, ainda acontecem absurdos como no dia das eleições do CONUNE na PUC-RS. E mesmo quando não é escancarado, tem sempre aquilo que fica no olhar, na piada, no jeito de falar. Uma das meninas que entrevistei para a minha monografia disse que o dia que ela se sentiu a pior militante do planeta foi quando ela chegou numa reunião e alguém disse que ela tinha chegado para enfeitar o ambiente. E a coragem de subir no carro de som vestindo uma saia? Se é assim no movimento estudantil, imagina em movimentos como o sindical, em que é comum a construção de carreiras políticas longas e as mulheres tem que lidar com a dupla jornada cotidianamente. Que tempo que sobra para a atuação política em um mundo onde os cuidados da casa são responsabilidade quase única das mulheres?
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Apesar de todas essas dificuldades, as mulheres vêm conseguindo disputar espaços importantes dentro dos movimentos, por mais machistas que eles sejam. Texto completo em: http://blogueirasfeministas. com/2011/06/mulheres-militantes-a-luta-por-movimentos-sociais-mais-feministas/
Marcha das vadias 2014- Rio Janeiro- Rj, Brasil. Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil.
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Glossário Alijamento - Ato ou efeito de alijar; eliminação. Autonomia - Aptidão ou competência para gerir sua própria vida, valendo-se de seus próprios meios, vontades e/ou princípios. Binarismo - Composto de duas unidades ou dois elementos; que tem duas faces ou dois modos de ser. Cisgênero - É a pessoa que se reconhece como pertencendo ao gênero que foi compulsoriamente designada quando nasceu. Classicismo - Doutrina literária e artística fundada sobre o respeito da tradição clássica. Elitismo - Sistema político que favorece os melhores elementos de um grupo, ou de uma minoria que detém prestígio e poder, em detrimento de seus demais componentes. Política que prioriza a formação dessa elite. Emancipação feminina - Em Filosofia, a emancipação é a luta das minorias pelos seus direitos de igualdade ou pelos seus direitos políticos enquanto cidadãos. Empatia - Ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias. Empoderamento - Ação coletiva desenvolvida pelos indivíduos quando participam de espaços privilegiados de decisões, de consciência social dos direitos sociais. Estereótipo - São generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características de outros.
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Hegemonia - Significa preponderância de alguma coisa sobre outra. Machismo - É o comportamento, expresso por opiniões e atitudes, de um indivíduo que recusa a igualdade de direitos e deveres entre os gêneros sexuais, favorecendo e enaltecendo o sexo masculino sobre o feminino. O machista é o indivíduo que exerce o machismo. Militância - Que participa ativamente a favor de um ideal político e/ou social. Patriarcado - Sistema social baseado no controle dos machos sobre as fêmeas, em que estes ocupam uma posição central. Privilégio - Vantagem (ou direito) atribuída a uma pessoa e/ou grupo de pessoas em detrimento dos demais; prerrogativa: os privilégio do presidente. Sororidade - É o pacto entre as mulheres que são reconhecidas irmãs, sendo uma dimensão ética, política e prática do feminismo contemporâneo. Subordinação - Ordem estabelecida entre as pessoas, e que torna umas dependentes das outras.
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Referências BLOGUEIRAS Feministas. Disponível em: < http:// blogueirasfeministas.com/> Acesso em 02 Set. 2015. DESIGUALDADE Social. Disponível em <http://www. todospelaeducacao.org.br/reportagens-tpe/32163/ apenas-543-dos-jovens-concluem-o-ensino-medio-ate-os-19-anos/>Acesso em: 01 Set.2015 DESIGUALDADE Racial. Disponível em: <http://www. cut.org.br/noticias/ato-indice-de-mortes-de-jo vens-negros-e-reflexo-do-racismo-diz-ministra-da-igual-0623/>. Acesso em: 01 Set. 2015. IBGE dados de desigualdade social. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/blog/rogeriobeier/ibge-negros-ganharam-57-do-salario-dos-brancos -em-2013>. Acesso em: 02 Jun.2015. PREFEITURA de Porto Alegre/RS. Disponível em: <http://www2.portoalegre.rs.gov.br/pwdtcomemorativas/default.php?reg=2&p_secao=59>. Acesso em: 02 Jun.2015. PORTAL saúde.Disponível em: <http://portalsaude. saude.gov.br/>. Acesso em: 02 Jun.2015. TIPOS de orientação sexual. Disponível em: <http:// www.lgbt.pt/conheca-os-tipos-de-orientacao-sexual/>. Acesso em: 02 Jun.2015. SIGNIFICADOS. Disponível em: < http://www.dicio. com.br/>. Acesso em: 02 Set. 2015. VIOLÊNCIA contra a mulher. Disponível em: <http:// agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/dados-e-pesquisas-violencia/dados-e-fatos-sobre-violencia-contra-as-mulheres/>. Acesso em: 02/06/2015.
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VIOLÊNCIA de gênero. Disponível em: <http://arquivo.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoesde-genero/180-artigos-de-genero/21201-ipea-revela-dados-ineditos-sobre-violencia-contra-a-mulher>. Acesso em: 02 Jun.2015.
Foram utilizadas as tipografias Trebuchet MS para o corpo do texto, e Lobster 1.4 para os tĂtulos. Impresso sobre papel sulfite 75g em Pelotas, RS. Dezembro de 2015.
Um projeto de:
LAURA PADILHA