A Trama da Medusa

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Para Charles Isaac Korman, que continua a aturar tudo isso. – G.K.

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Library of Congress Control Number: 2011922487 ISBN: 978-0-545-29839-1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 11 12 13 14 15 Book design by SJI Associates, Inc. Book illustrations by Charice Silverman, Keirsten Geise, and Rainne Wu ‚The Head of Medusa‛ pg. 66 (c) akg-images/Electa/The Image Works First edition, August 2011 Printed in China 62 Scholastic US: 557 Broadway · New York, NY 10012 Scholastic Canada: 604 King Street West · Toronto, ON M5V 1E1 Scholastic New Zealand Limited: Private Bag 94407 · Greenmount, Manukau 2141 Scholastic UK Ltd.: Euston House · 24 Eversholt Street · London NW1 1DB

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Vale de Napa, Califórnia, 5:42 AM, Fuso Horário do Pacífico

Fiske Cahill adorava o começo da manhã – o momento glorioso quando os raios do sol irrompiam das montanhas. Ele sempre seria um nativo do leste, mas não havia lugar tão bom quanto a Califórnia. Ele se aliviou na banheira mineral, sentindo o aguilhão da água aquecida pelo magma preso profundamente com a terra. A dor e a rigidez de seu corpo de sessenta e nove anos de idade pareceram desaparecer, e ele conheceu um relaxamento completo e contentamento. Nada podia estragar a perfeição desse momento. Ele fechou os olhos. Foi seu primeiro erro. Houve um pequeno splash enquanto a cobra atingia a água. Era um mocassim de água, um bebê – o veneno ficava mais forte na juventude.

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Fiske nunca vira isso. Ele ficou ciente de uma pontada, seguido pela dor cegante e então escuridão. Dois homens de macacão o tiraram da banheira e aplicaram uma pequena injeção de anti-veneno em seu abdômen. Então eles o envolveram em uma cobertura de piscina de vinil, o levaram para um caminhão, e o carregaram para dentro. Como um segundo plano, um dos homens pescou a cobra para fora da água e a atirou em alguma grama alta. Se ela sobrevivesse e acontecesse de picar outro hóspede do Resort, não seria problema deles.

Ponce, Porto Rico, 9:42 AM, Fuso Horário do Atlântico

Uma braçada grande e poderosa impulsionava Reagan Holt pelo do Caribe cintilante. Aos treze, ela já tinha completado sete triatlos de Ironman, mas agora ela estava treinando para os campeonatos mundiais. O litoral sul menos conhecido de Porto Rico era o lugar ideal para isso – tempo bom, pistas desertas de

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corrida e ciclismo e água cristalina, quente e limpa para natação. Havia até mesmo entretenimento para essas maratonas de oceano cansativas. Através de seus óculos de proteção, ela aproveitava o show no chão: centenas de espécies de peixes, corais coloridos, e... Um choque de surpresa a tirou do ritmo, e ela lutou para manter seu treino manual. Primeiro ela achou que era uma miragem submarina, mas não. A vinte metros de distância, alguns pés abaixo da superfície, flutuava um mergulhador em uma gaiola antitubarão! O que está acontecendo? Foi quando ela viu o martelo. Ele era grande – dezoito pés pelo menos. Ele se movia serpenteando, seus olhos estranhos varrendo o recife. Quando sua atenção se prendeu em Reagan, ela soube instantaneamente. O corpo longo virou um míssil guiado zunindo na direção dela. O pânico foi imediato e total. Nem mesmo o humano mais rápido podia nadar mais rápido que um tubarão. A gaiola. Era sua única opção. Ela fez isso, esperando a qualquer momento sentir a mordida devastadora de dentes irregulares. O

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mergulhador leu a sua mente e abriu a porta da gaiola. Ela se atirou para dentro, batendo a porta atrás dela assim que o focinho em forma de martelo se esmagou nas barras de titânio. O próprio mar pareceu chacoalhar. Reagan se jogou para trás contra a gaiola, mas a estrutura aguentou. O mergulhador puxou uma corda de sinal, e um guincho mecânico começou a subir a gaiola para fora da água. Enquanto eles rompiam a superfície, ela espiou o barco. O alívio a inundou. O custo dessa sessão de treinamento não seria sua vida. Os membros da tripulação os viraram na amurada e os colocaram no convés. Tudo o que Reagan pôde fazer foi se manter em pé assim que pisou na tábua de madeira. – Valeu, caras! Eu cheguei tão perto... E então ela percebeu que um dos marinheiros estava apontando uma arma para ela.

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Londres, Reino Unido, 1:42 PM, Fuso Horário do Meridiano de Greenwich

Quando alguém aconselhava Natalie Kabra a ‚encontrar um lugar feliz,‛ esse lugar sempre era Harrods. Era a razão de sua saúde mental diária longe do internato. Quando a coisa fica difícil, é difícil ir às compras. E onde era melhor que a loja mais famosa do mundo, localizada no coração do Knightsbridge de Londres? Uma olhada para um outdoor da parada de ônibus tirou seu fôlego. Era uma propaganda da AUXÍLIOATRABALHOSMARAVILHOSOS, uma organização sem fins lucrativos dedicada a catástrofes globais. Espreitando a compaixão estava a fundadora da organização, irradiando caridade, boa vontade, e bondade.

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Natalie não acreditou por um segundo, e ela estava em uma posição de saber. Aquela mulher, Isabel Kabra, era a mãe de Natalie – cruel, conspiradora sangue-frio, incendiária, assassina e terrorista. A única razão de ela formar uma organização que fizesse bem ao mundo era que ela fora tirada da cadeia, á liberdade condicional e serviço comunitário. Natalie sentiu pena da pobre comunidade que Isabel foi designada a servir. Só a visão de sua mãe quase a fez se virar e voltar para a escola. Tinha sido Mamãe que tinha a introduzido pela primeira vez em Harrods. Mas ela não podia culpar Harrods por isso, Natalie concluiu, pisando na porta giratória banhada em bronze. A memória a levou diretamente para o departamento de garotas – o único estilista, claro. Sem uma vez consultar uma etiqueta de preço, ela juntou uma braçada de roupas e rumou para o provador. Ela entrou, pensando no segundo clique que veio depois do instante em que ela fechou a porta. Ela tentou puxar. Trancada. E então o mundo inclinou, derrubando-a contra o espelho. A cabine inteira ergueu de repente e começou a avançar.

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No departamento de garotas, os compradores prestaram pouca atenção para a caixa enorme sendo carregada para fora do departamento por dois funcionários em uniformes de Harrods. Ninguém ouviu os gritos que não podiam penetrar o gabinete à prova de som.

Paris, França, 2:42 PM, Fuso Horário da Central Europeia

Para Nellie Gomez, Les Fraises era o melhor café da calçada em Paris, e ela tinha tentado a maioria deles. Nellie adorava Paris. Por mais que tenha perdido a casa, essa aula de um mês de culinária francesa era um sonho que virou realidade. Ela amava viver em um lugar onde argolas de nariz e cabelo punk-rock e maquiagem eram consideradas completamente normais. Ela amava as vistas da cidade, das antigas ruínas romanas á entrada ultramoderna de pirâmide de vidro do Louvre. Mas principalmente, ela amava a comida. Seu seminário sobre molhos tinha funcionado durante o almoço, que deu a desculpa

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perfeita para visitar Les Fraises no estado que ela geralmente estava – com fome. O croissant de chocolate com morango parecia um pouco diferente enquanto a garçonete colocava o prato na mesa próxima ao seu expresso. Era o açúcar de confeitaria em cima? Estava o chefe tentando melhorar a perfeição? Ela estava ansiosa para descobrir. Nellie levou a massa aos lábios. Poof! Uma nuvem de pó explodiu do croissant, envolvendo seu rosto. Se foi em poucos segundos. Mas a essa altura, Nellie estava caída em seu assento, inconsciente. Uma ambulância parou no café. Dois atendentes vestidos de branco surgiram. Eles retiraram Nellie de trás da mesa, carregaramna nas costas, e a levaram para longe.

Tel Aviv, Israel, 3:42 PM, Fuso Horário Padrão de Israel

– Por aqui, crianças. Alistair Oh estendeu o braço e guiou Ned e Ted Starling dentro do elevador do consultó-

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rio médico. Quem diria que Alistair, aos sessenta e seis, estaria oferecendo sua assistência para dois adolescentes na muito nobre juventude e força. Deveria ter sido o contrário. Infelizmente, tal era o legado da procura pelas 39 pistas. Os garotos tinham sido vítimas de um ato covarde de sabotagem no Instituto Franklin na Filadélfia. Ned agora sofria de dores de cabeça de tanta intensidade que ele não conseguia se concentrar por mais de alguns minutos de cada vez. Ele foi o sortudo. Seu irmão estava juridicamente cego. Alistair suspirou. Talvez o Dr. Shallit pudesse ajudar. Que era o propósito de sua viagem para Israel – achar o melhor neurologista do mundo. Ele tinha conseguido resultados milagrosos de pacientes com lesões parecidas. Alistair apertou o botão, e o elevador começou a subir. No décimo oitavo piso, ele desacelerou e parou. A porta não abriu. A próxima coisa que ele soube é que eles estavam caindo, uma queda livre no poço do elevador, pegando velocidade. – Crianças... – A palavra morreu em seus lábios. Não havia nada tranquilizador para

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dizer sobre despencar duzentos pés para uma morte violenta. Ele apertou ainda mais os antebraços dos garotos. Que lugar estranho para suas vidas acabarem. No entanto, de alguma forma apropriada, membros do mesmo clã de família deveriam morrer juntos. No espaço de alguns pés verticais, o elevador foi de uma velocidade interminável para uma parada abrupta. A desaceleração repentina achatou todos os três contra o chão. Ned bateu a cabeça e gritou de dor e medo. A porta abriu. Três brutamontes bloqueavam a entrada para o estacionamento subterrâneo, seus rostos escondidos por véus de deserto. O líder estendeu a mão para agarrar Alistair. Ele subestimou a determinação do velho. A bengala de diamante de Alistair surgiu e fraturou o pulso do homem. O agressor xingou e se retirou de pânico. Alistair colocou os garotos de pé. – Corram! – ele ordenou. Ned pegou o braço de seu irmão cego, agachou diante das mãos que estavam alcançando-os, e saiu correndo por uma longa filei-

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ra de carros. Um dos assaltantes saiu em perseguição. Eles estavam quase na saída, quando Ted esmagou seu pé contra um meio-fio de cimento do estacionamento. Ele não caiu no chão. Seu perseguidor o agarrou em um poderoso abraço de urso. Ned hesitou enquanto o ataque de outra dor de cabeça destruía tudo em sua mente menos a dor. Não. Não agora... Com um esforço quase sobre-humano, ele se virou para seu irmão. Ted foi pego, e Alistair foi dominado no elevador. Só ele estava livre. A voz de Alistair ecoou no espaço de concreto. – Vá! Chame William McIntyre! Com um peso no coração, Ned Starling fugiu.

Tóquio, Japão, 10:42 PM, Fuso Horário Padrão do Japão

Phoenix Wizard estava procurando pela vibe hip-hop.

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Isso que seu primo Jonah disse para procurar. Deveria ter sido fácil achar em meio a uma multidão de fãs barulhentos, todos pulando, batendo e gritando junto de Jonah Wizard, o artista número um do planeta. O rapper adolescente era espetacular. Da parte superior do deck do estádio enorme, ele devia ter aparecido do tamanho de um inseto no palco lá embaixo. E ainda a cada movimento, cada batida, cada e aí, vocês! mandado por ondas para o público. Jonah era um hipnotizador hip-hop, e todas as sessenta e cinco mil pessoas na arena estavam obedecendo a seus comandos – para se agitar, mandar as mãos para o alto, abaixar. Tirando uma. Phoenix adorava seu primo famoso. Que garoto de doze anos não idolatraria uma celebridade? E Jonah não era só famoso no mundo da música. Ele tinha estrelado vários filmes, incluindo Krônicas de Gangster, seu primeiro grande sucesso; ele tinha seu próprio reality show na TV. Seu rosto foi imortalizado em distribuidores PEZ e pirulitos de detentores motorizados. Paparazzi o seguiam para todo lugar. No entanto, a música – essa foi a parte que deixou Phoenix sem interesse. Ele teria cortado sua língua fora antes de dizer isso em voz alta, mas ele achava que era realmente horrível. Só falando, sério. Se vangloriando por causa de uma batida simples e repetida.

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Por que eu não consigo ver o que todas essas pessoas vêem? Jonah começou a agitar a multidão a alturas ainda maiores. – Eu amo Tóquio – é o único lugar onde ‘yo’ é parte do nome da cidade! Levantem e me mostrem alguns movimentos! A resposta foi sísmica. Aqueles fãs que já não estavam de pé se levantaram em uma onda de dezenas de milhares de corpos. Phoenix estava de pé com eles, esperando que o entusiasmo deles fosse contagiante. Ele não sentiu nada. O que podia ser mais patético que um Wizard sem ritmo nenhum? Tudo ao redor dele, as pessoas giravam como se suas vidas dependessem disso. Ele assistia, maravilhado, enquanto corpos se levantavam e reviravam no topo da multidão, passando de mão em mão. Uma adolescente flutuou por cima dele, sua expressão de total êxtase. Ela tinha encontrado a vibe hip-hop. Determinado a dividir a experiência, ele escalou o braço de seu assento, literalmente se içando para o ‚teto‛ da audiência. Ele sentiu uma emoção quando começou a mexer, rodopiando enquanto roçava sobre as cabeças dos espectadores. Por alguma razão, não teve medo. As milhares de mãos criavam uma superfície sem furos. Era quase como nadar – andar por correntezas do oceano ao redor do estádio. Era incrível! Ele não podia esperar para falar com Jonah sobre isso depois do concerto. E a carona estava ficando melhor! Ele parecia estar pegando velocidade. Mas por

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que estava ele indo para longe do palco na direção de um dos túneis de saída? Não era onde a ação estava! Então ele caiu da multidão, na escuridão da passagem de concreto, flanqueado por dois homens em óculos de sol espelhados. – O que...? Um pano úmido com mau cheiro cobriu seu rosto. Ele tentou lutar, mas um cheiro de clorofórmio trouxe esquecimento.

Embora tenham ocorrido em fusos horários diferentes por todo o mundo, os sequestros foram executados exatamente ao mesmo tempo. As vítimas só tinham uma coisa em comum: Todas as sete eram membros do clã Cahill, a família mais poderosa na história da humanidade.

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Traduzido por: Lauren Ferreira (FMLaah). Obrigada pela paciência. Fonte: The 39 Clues (EUA) Me contem o que acharam, estão curiosos? Comentem no site oficial brasileiro da série The 39 Clues.

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