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Sociedade Beneficente de Senhoras โ ข Setembro/Outubro 2010

m i a t I e d a d Uni

reรงo e d n e o v o um n m e s e r o l a sv Os mesmo


indice ´

conselho editorial Alfredo Salim Helito, Álvaro Sarkis, Ana Lucia Rodrigues, Arnaldo Hernandez, Daniel Nóbrega, Fábio Gregory, Fernanda Rizzo Di Lione, Fernando Maluf, Guilherme Schettino, Jorge Mattar, José Luiz Alvim Borges, José Luiz Barbosa Bevilacqua, Kátia Ramos Moreira Leite, Luiz Francisco Cardoso, Marcos Costacurta, Maria Eliza A. Carvalho, Otelo Rigato Jr., Paulo Chapchap, Roberto Kalil, Roberto Padilha, Riad Younes e Sandra Cristine da Silva Assessor editorial José Luiz Borges Antonio Eduardo Antonietto Júnior Gerente de comunicação institucional Katia Camata Ribeiro projeto editorial/Gráfico Lawrence Publicidade www.lawrencepublicidade.com.br

Matéria de Capa 10

Leonardo Lawrence Coordenador Karina Ramos coordenadora e Assessora Científica Andréia Bento Moraes redatora Stephanie Lawrence Diretora de arte/projeto gráfico Ricardo Natali Designer

Notas 4 Qualidade 5

6 Serviços 8 Diretrizes Clínicas 12 Em Foco 13 Técnico-Científico 14 Reunião Científica 16 Números da Assistência 18 Desafio Diagnóstico/Imagem da edição 19 Comitê de Ética 20 Ensino & Pesquisa

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Hospital Sírio-Libanês • Setembro/Outubro 2010

Consultora Editorial Estela Ladner Colaboradores Josias A. Andrade Revisor Maurilio Clareto e Lili das Neves Fotógrafos Endereço R. Dona Adma Jafet, 91 - CEP 01308-050 e-mail: katia.ribeiro@hsl.org.br telefone: 3155-8231 / fax: 3155-8953 Gráfica New Impress Gráfica e Editora tiragem 6.000 exemplares Mande sugestões por e-mail ou telefone *Todas as informações técnicas são de responsabilidade dos respectivos autores. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta revista em qualquer meio de comunicação eletrônico ou impresso, sem autorização prévia, por escrito, da revista do Hospital Sírio-Libanês.


palavra do diretor clinico ´

Modelos

e ídolos S

palestras como ferramentas, meios para um fim... Tirem-os das salas de aula, tirem-os dos anfiteatros, e os coloquem no ambulatório, nas enfermarias... O melhor ensino é aquele fornecido pelo próprio paciente”. A medicina é uma profissão “mãos na massa”. Mais ainda para os cirurgiões. Vários anos transcorrem antes que possamos atingir o nível adequado para pilotarmos nosso “avião” sozinhos. Dicas e truques, clínicos ou cirúrgicos, são absorvidos rapidamente. Mas a arte da medicina à beira do leito se aprende, exatamente, à beira

ome people are that - more

do leito. E ninguém pode ser melhor modelo que os mestres

than a parent, more than a role

que circulam diariamente no Hospital Sírio-Libanês. Aos jo-

model, more than anything less

vens colegas meu conselho sincero: aproximem-se ao máxi-

than a religion. Margaret Cho,

mo destes professores e aprendam toda a sua arte. Em seus

2004. Quando passo visita nos

mínimos detalhes. Entendam as técnicas e não se esqueçam

meus pacientes internados no

também de incorporar suas atitudes e sua conduta ética. A

Hospital Sírio-Libanês, ou quando estou no Centro Cirúrgico

maioria absoluta é exemplar em técnica, e incomparável em

aguardando o início de uma operação, frequentemente en-

ética. E a ética é aprendida, na sua plenitude, pelo exemplo,

contro um médico de nosso Corpo Clínico, acompanhado por

imitando os estilos e os comportamentos dos mestres. Mas,

jovens médicos, discutindo situações clínicas e ajudando no

daí nasce minha preocupação. Se os jovens assistentes e trai-

manejo de pacientes ou no ato cirúrgico. Lembro então do

nees acompanham um professor de atitude ética duvidosa,

início de minha carreira na década de 80, no próprio Hospital

tanto com os pacientes, quanto com colegas e subalternos,

Sírio-Libanês, quando acompanhava meus mestres em suas

e de personalidade egocêntrica exacerbada, provavelmente

visitas e seus procedimentos cirúrgicos. Aprendi então, mui-

desenvolverão hábitos e comportamentos semelhantes. Se

to mais que a técnica de examinar o doente, a precisão da

eles passam vários anos acompanhando um profissional

prescrição médica, ou a apurada técnica operatória. Me fo-

moralmente fraco, poderão iniciar suas carreiras acreditando

ram passados também a atitude correta e os preceitos éticos

que estas ações seriam o exemplo do mais nobre comporta-

que devem orientar nossa relação com os pacientes e com

mento ético. Se o mestre faz forma, esta, sem dúvida, seria

os colegas e profissionais no ambiente de trabalho. Direta ou

a melhor! Nem sempre. Valeria a pena examinar de maneira

indiretamente, estes ensinamentos moldaram meu modo de

crítica estes, como quaisquer outros ensinamentos médicos.

agir, e se refletem, cada vez mais intensamente, nas minhas

O conhecimento científico de nossos mestres é imenso. Assim

atitudes diárias. Ainda hoje. Serei eternamente grato a esses

como seu talento em lidar com as situações clínicas e éticas.

mestres. Olhando estes novos assistentes, ávidos pelos ensi-

Sejam críticos em todos os campos. Questionem, silenciosa

namentos de seus mestres, fico feliz... e preocupado ao mes-

e educadamente, suas decisões e suas atitudes. Não sejam

mo tempo. Feliz, pelas oportunidades que os professores do

meros espelhos. Absorvam e adotem o que há de melhor,

Hospital Sírio-Libanês oferecem, abrindo horizontes amplos

de mais nobre e de mais humano. Rejeitem ou modifiquem

e infinitos aos recém-ingressos no mundo médico. A lapida-

o que há de mais dúbio, de mais vil, de mais antiético. Conti-

ção técnica dos jovens colegas vai muito além das páginas

nuem aprendendo, mas aceitem o desafio de moldarem as

dos livros e das revistas de especialidade. Dr. William Osler,

personalidades médicas e éticas no que há de melhor em

em 1903, já clamava pela prática médica: “No que poderia

seus mestres. Somente o que há de melhor. Afinal, como di-

ser chamado de o método natural de ensinar os estudan-

zia Amos Alcott mais de um século atrás, “o verdadeiro mestre

tes de medicina, ele começa com o paciente, continua com

defende seus estudantes de sua própria influência”. 

o paciente e termina com o paciente, usando os livros e as

Prof. Dr. Riad N. Younes – Diretor Clínico do HSL www.hospitalsiriolibanes.org.br • Hospital Sírio-Libanês

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notas Após a votação realizada em 18 de outubro, a Diretoria Técnica Hospi-

Atendimento de Emergências

talar apresenta abaixo os membros titulares e suplentes eleitos para

O Hospital Sírio-Libanês dispõe de

compor sua Comissão de Ética Médica para 2011. Foram contabilizados

times de resposta rápida, com-

de 431 votos, sendo 426 válidos, quatro nulos e 1 um branco.

postos por equipe multiprofissio-

Comissão de Ética Médica 2010

nal, para atendimento à parada Membros Titulares:

Membros Suplentes:

cardiorrespiratória (PCR) e outras

Dr. Alfredo Salim Helito

Dr. Alexandre Piassi Passos

emergências envolvendo pacien-

Dr. André Luiz Ottoboni

Dr. Antônio Esteves Filho

tes, acompanhantes, visitantes ou

Dr. Eduardo Henrique Pirolla

Dr. Fábio G. Brant de Carvalho

colaboradores. Desde agosto, a

Dr. Eduardo Mazzucchi

Dr. Gustavo Adlpho J. Amarante

central de emergências (ramal 333)

Dr. Felipe Eduardo M. de Andrade

Dr. Luiz Henrique Batata de Araújo

centraliza as chamadas e aciona

Dra. Flávia Andréa Krepel Foronda

Dr. Max Grinberg

a equipe responsável pelo aten-

Dr. Marcos de Lima Docema

Dr. Raul Marino Jr.

dimento de adultos ou crianças.

Dra. Maria Beatriz G. de Souza Dias

Dr. Rogério Tuma

Saiba mais acessando o documento do protocolo de atendimento à

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Para conhecer detalhes sobre a quantidade de votos que cada candidato

parada cardiorrespiratória (PCR)

recebeu, dirija-se à Secretaria da Diretoria.

no Quali.Doc.

Livro aborda o procedimento de embolização das artérias uterinas

Wellington Yamaguti é premiado

O Dr. Claudio Emílio Bonduki, membro do Corpo

Libanês, apresentou dois trabalhos no European

Clínico do Hospital Sírio-Libanês nas áreas de Gi-

Respiratory Society Annual Congress, realizado em Bar-

necologia e Obstetrícia, lançou recentemente o

celona, na Espanha, entre os dias 18 e 22 de setembro.

livro Embolização das Artérias Uterinas, destina-

O primeiro é um estudo realizado com os aprimorandos

do a alunos e profissionais da saúde interessados

da Fisioterapia (Eliana Sakamoto e Danilo Panazzolo) e

na área. A obra discute doenças e situações gine-

o Laboratório de Função Pulmonar do HSL, intitulado

cológicas e obstétricas e a utilização da radiolo-

“Diaphragmatic recruitment during flow and volume-

gia intervencionista. A embolização arterial vem

oriented incentive spirometries in healthy subjects: a

sendo praticada desde 1980 como tratamento de

randomised crossover trial”. A pesquisa foi selecionada

certas hemorragias genitais resistentes. A partir

para apresentação oral no evento e também foi aceita

de 1989, passou a ser também um tratamento

para publicação no Jornal Brasileiro de Pneumologia.

não cirúrgico específico para os miomas uterinos.

O outro trabalho “Diaphragmatic breathing training in

O procedimento é minimamente invasivo e tem

COPD patients: a randomised controlled and blinded

o objetivo de interromper a circulação sanguínea

Trial”, fruto de seu projeto de doutorado realizado no

que nutre os miomas, de modo a resolver o

Programa de Fisiopatologia Experimental do Hospital

problema de forma rápida e duradoura e preser-

das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, recebeu a

var o útero e a fertilidade da paciente.

premiação Silver Sponsorship do congresso europeu.

Hospital Sírio-Libanês • Setembro/Outubro 2010

O fisioterapeuta Wellington Pereira dos Santos Yamaguti, que atua no Serviço de Reabilitação do Hospital Sírio-


Qualidade

Atenção redobrada Joint Commission International fará Avaliação para Recertificação

N

os dias 29 de novembro a 3 de dezembro, o Hospital

• A prescrição de medicamento “se necessário” deve ter

Sírio-Libanês passará por mais uma avaliação, agora para

descrita a indicação específica (ex.: se dor, se febre, se

obter o certificado de Recertificação. Como sempre, o desa-

náusea, se vômito, se prurido, se tremores, se convul-

fio é grande, e alguns pontos – como avaliação do paciente,

são, se diarreia). Colocar a frequência e/ou dose máxima

prescrições médicas, preenchimento correto de prontuários

indicada para o medicamento prescrito.

e uso de abreviaturas – estão sendo aprimorados para ga-

• A marcação do local da cirurgia ou do procedimento in-

rantir a qualidade nos processos assistenciais e, consequen-

vasivo deve ser realizada antes de encaminhar o paciente

temente, a segurança dos pacientes e profissionais. Abaixo

ao Centro Cirúrgico. Envolva o paciente nesse processo,

seguem algumas recomendações que garantem a confor-

compartilhando com ele todas as ações. A marcação re-

midade em alguns processos considerados críticos.

comendada no HSL é um alvo ou seta ou iniciais do nome

• Na prescrição de medicamentos ou de procedimentos por

do paciente. Lembre-se: além da marcação do local da

ordem telefônica, ela deve ser validada pessoalmente em

cirurgia, os pacientes só serão encaminhados ao Centro

até 24h, e ao fazer uma prescrição por telefone, o médico

Cirúrgico com a avaliação Pré-anestésica, Anamnese/exa-

deve pedir ao enfermeiro que faça o procedimento de ler

me físico e Consentimento Informado realizados.

de volta (read-it-back) a solicitação, para certificar-se de que

• Não se esqueça de realizar o time out antes do início da

ela foi anotada e compreendida corretamente.

indução anestésica do procedimento cirúrgico: uma veri-

• Prescrever com letra legível, e nos casos de dúvida

ficação final, em voz alta, feita no local onde a cirurgia ou

em relação à legibilidade, o enfermeiro ou farmacêutico

procedimento invasivo será realizado. Nesse momento,

deve entrar em contato com o médico para se assegurar

confirme a identificação do paciente, procedimento e sítio

do item prescrito.

cirúrgico, disponibilidade de exames e equipamentos ne-

• Toda prescrição deve estar identificada com a etiqueta

cessários, envolvendo todos os participantes da equipe.

do paciente com, no mínimo, nome completo e número

Consideramos importante que os médicos, que tanto

de prontuário.

contribuem para o engrandecimento deste Hospital, se-

• Os campos obrigatórios da prescrição médica são:

jam informados sobre estes pontos e sejam colaboradores

Data, Horário, Medicamento, Dose, Via e Frequência. A

ativos neste processo. Precisamos do envolvimento de

prescrição não deve apresentar rasuras nem o uso de

todos para superar os desafios que temos nesses pró-

corretivos. Ao fazer qualquer alteração de via, frequên-

ximos meses que antecedem ao processo. É um esforço

cia e dose, o item deverá ser suspenso e prescrito nova-

que vale a pena, porque a Recertificação pela Joint

mente no final do formulário. Toda inclusão, alteração ou

Commission International significa, sobretudo, um pata-

suspensão deverá ter data, horário e identificação legível

mar diferenciado de qualidade assistencial, que traz muitos

do médico. Deve-se prescrever sempre por dose, e não

benefícios em vários âmbitos, especialmente para o

pela unidade de apresentação comercial do medicamento

Corpo Clínico e seus pacientes. 

(ampola, comprimido, frasco).

Sandra Cristine – Coord. de Qualidade do HSL www.hospitalsiriolibanes.org.br • Hospital Sírio-Libanês

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ensino & pesquisa

Residência Médica I

Abertas as inscrições para o processo seletivo de 2011

mplantada em 1995, nas áreas de radiologia, patologia e endoscopia, a Residência Médica oferecida pelo

Hospital Sírio-Libanês se destaca no cenário médico por sua excelência em ensino e pesquisa. Hoje, a Instituição possui um dos processos seletivos mais concorridos do País e oferece 31 vagas em oito especialidades médicas diferentes. As inscrições podem ser feitas entre os dias 13/09 e 16/11 (até às 18h – horário de Brasília) exclusivamente pelo site: http://www.hospitalsiriolibanes.org.br/residencia. Veja abaixo os cursos oferecidos:

Residência Médica em Anestesiologia

Residência Médica em Cardiologia

Coordenação: Dra. Claudia Marquez Simões, Dra. Beatriz

Coordenação: Prof. Dr. Roberto Kalil Filho, Prof.

Gonçalves Miron e Dr. Cássio Menezes.

Dr. Augusto Scalabrini Neto

Acesso Direto

Pré-requisito: Clínica Médica (2 anos) ou Cirurgia Geral

Vagas credenciadas: 6

(2 anos)

Duração: 3 anos

Vagas credenciadas: 6 Duração: 2 anos

Residência Médica em Cancerologia Coordenação: Dr. Fernando Cotait Maluf e Dr. Ciro Eduardo

Residência Médica em Endoscopia

de Souza

Coordenação: Dr. Daniel Moribe

Pré-requisito: Clínica Médica (2 anos)

Pré-requisito: Clínica Médica (2 anos) ou Cirurgia Geral

Vagas credenciadas: 4

(2 anos)

Duração: 3 anos

Vagas credenciadas: 3 Duração: 2 anos

6

Residência Médica em Radiologia/ Diagnóstico por Imagem

Residência Médica em Medicina Intensiva

Coordenação: Dr. Osvaldo de Domenicis e Dr. Conrado

Coordenação: Dr. Guilherme Schettino

Furtado de Albuquerque

Pré-requisito: Anestesiologia (3 anos) ou Clínica (2 anos)

Acesso Direto

ou Cirurgia Geral (2 anos)

Vagas credenciadas: 4

Vagas credenciadas: 4

Duração: 3 anos

Duração: 2 anos

Hospital Sírio-Libanês • Setembro/Outubro 2010


ensino & pesquisa

Agenda IEP Novembro 19 e 20 de novembro IV Encontro GATANU – Da triagem auditiva ao implante coclear: um caminho responsável Coordenação: Dra. Mônica Jubran Chapchap, Dra. Maria Cristina Silva Simonek, Dra. Tania Alves Barbosa Cury, Dra. Tânia Maria Tochetto, Dra. Fabiane Zimmermann, Dra. Cristiane Franceschi Pineroli, Dra. Flávia Martins Ribeiro e Dra. Elaine Soares Monteiro Pinto

Residência Médica em Mastologia

20 e 21 de novembro

Coordenação: Dr. Alfredo Carlos S. D. de Barros

PALS – Pediatric Advanced Life Support

Pré-requisito: Obstetrícia e Ginecologia (3 anos)

Coordenação: Dr. Edison Paiva

ou Cirurgia Geral (2 anos) Vagas credenciadas: 2

26 e 27 de novembro

Duração: 2 anos

III Simpósio de Tratamento Avançado de Feridas Coordenação: Prof. Marcus Castro Ferreira

Residência Médica em Radioterapia

26 e 27 de Novembro III Curso Prático de Ultrassom Intracoronário

Coordenação: Dra. Samir Hanna e Dra. Heloísa

Coordenação: Dr. Pedro A. Lemos, Dr. Luiz Junya Kajita, Dr.

de Carvalho

Antonio Esteves Filho, Dr. José Mariani Jr. e Prof. Dr. Roberto

Acesso Direto

Kalil Filho

Vagas credenciadas: 2 Duração: 3 anos

27 de Novembro Curso Teórico-Prático Atendimento ao Politraumatizado Coordenação: Prof. Dr. Dario Birolini, Prof. Dr. Renato

Além das Residências Médicas aqui listadas, o HSL ofe-

Poggetti e Enf. Nilton Pereira Sobrinho

rece ainda um ano adicional em regime de residência médica nas áreas de Anestesia Pediátrica, Patologia Cirúrgica e Transplante de Medula Óssea e Onco-hematologia. Além disso, cursos de aprimoramento em Física

Dezembro

da Radioterapia, Fisioterapia e Nutrição estão com as

4 de dezembro

inscrições abertas. Para mais informações, visite o site:

I Simpósio de Endometriose e Infertilidade

http://www.hospitalsiriolibanes.org.br/residencia 

Coordenação: Dr. Maurício Abrão e Dr. Carlos Petta

www.hospitalsiriolibanes.org.br • Hospital Sírio-Libanês

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serviços

Reabilitação Diretriz de reabilitação pós-infarto do miocárdio

para sua interrupção, como: angina, intolerância ao exercício proposto, elevação da frequência cardíaca basal superior a 20 bpm ou indução de arritmia, e elevação acentuada de pressão arterial. A diretriz encontra-se disponível no Qualidoc e inclui também os critérios de utilização de ventilação não-invasiva no PIM. Na ocasião da alta hospitalar, o paciente recebe orientações quanto à realização de atividades físicas e seus limites. O seguimento ambulatorial e o Programa de

O Infarto Agudo do Miocárdio é um acometimento clínico

Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica, com seguimento

que demanda cuidado integrado multidisciplinar. Há algumas

médico de fisioterapeutas, educadores físicos, psicólogos e

décadas, o repouso no leito era considerado benéfico, mas,

nutricionistas, é disponibilizado no Centro de Reabilitação.

atualmente, a prescrição do exercício físico passou a ser amplamente aplicada como parte do tratamento. A reabilitação

Sequência de Progressão do Programa

tem como objetivo que o indivíduo cardiopata recupere a sua

PIM – 24 horas após Infarto Agudo do Miocárdio = Repouso

máxima capacidade funcional, pela introdução de um pro-

+ oxigenioterapia

grama gradual de exercícios físicos desde a fase hospitalar,

Estabilidade clínica:

e também seu potencial psicossocial. A diretriz se volta a pa-

1º e 2º dias: FASE INICIAL (2 METs), Exercícios localizados na

cientes em pós-infarto do miocárdio (PIM) das diferentes uni-

posição sentada e deitada

dades do HSL. O programa tem início 24 horas após o evento

3º ao 5º dia: FASE INTERMEDIÁRIA (3 - 4 METs), Exercícios

cardíaco, mediante condição clínica estável e liberação pela

localizados em pé e deambulação (50m)

equipe médica. O protocolo de exercícios da fase hospitalar

6º e 7º dias: FASE AVANÇADA (4 - 5 METs), Exercícios localiza-

é aplicado de forma gradual, com base no gasto energético

dos em pé e deambulação (100m). Desce escada (6º PIM) e

(METs) com supervisão de um fisioterapeuta, sendo dividido

sobe escada (7º PIM).

em três fases: inicial, intermediária e avançada; com dura-

Orientações da equipe multidisciplinar pré-alta

ção de aproximadamente sete dias. Durante a aplicação do

hospitalar. 

programa de exercícios é realizada a monitorização dos si-

Gabriela Calicchio, Renata Salerno e Wellington

nais clínicos e de resposta ao exercício físico, com critérios

Yamaguti – fisioterapeutas do HSL

Enfermagem

e Pesquisa (IEP) habilitamos neste segundo semestre

Treinamentos pela web aula para os enfermeiros do HSL

os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem como usuários da plataforma de ensino a distância. Esse recurso permite-lhes gerir o seu próprio tempo, rever o conteúdo das aulas quantas vezes forem necessárias para seu aprendizado e também realizar as provas diretamente no computador. Ao tutor permite

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A cada dia temos visto crescer o avanço nos meios de

melhor gerenciamento do acesso (horas por usuário)

comunicação a distância e sua aplicação no ensino, e

e conteúdo das aulas, assim como dos resultados das

nesse compasso, buscamos promover condições mais

avaliações (notas e índice de acerto por questão) por

favoráveis para a capacitação dos nossos colaborado-

meio de relatórios individuais e por turmas.

res. Em parceria com o Instituto Sírio-Libanês de Ensino

As turmas foram organizadas segundo formação pro-

Hospital Sírio-Libanês • Setembro/Outubro 2010


serviços

Nutrição IX Jornada de Nutrição abordou o tema: A vida é feita de escolhas! A cada dia fica mais evidente que as opções de alimentação que fazemos afetam os vários aspectos de nossa vida: saúde, doença, estética e fatores sociais. Com este foco foi idealizada uma mesa redonda para discutir pontos a favor ou contra de alguns alimentos polêmicos: ração humana, ovo, óleo de coco. O debate foi interativo e permitiu aos ouvintes exporem suas opiniões por meio do voto eletrônico, o que engrandeceu a discussão. A área hospitalar foi contemplada com a palestra sobre Insuficiência Cardíaca Congestiva que é um grave

suplementos x celulite; pesquisa e validação de

problema de saúde pública em países industrializados,

produtos alimentícios.

com grande incidência em idosos. Este tema foi abor-

O evento contou com a presença de profissionais de

dado por profissionais do Hospital que enfatizaram a

diversas instituições na área da saúde e acadêmicos,

importância do trabalho multiprofissional e aderência

o que possibilitou um resultado enriquecedor, contri-

do paciente para o sucesso do tratamento.

buindo para o aprimoramento profissional de todos,

Outros temas relevantes foram: nutrição enteral-

assim como a troca de experiências. 

abordagem nutricional no primeiro ano de vida; aten-

Ariane Severine, Ana Lúcia Rodrigues, Érika Suiter,

dimento nutricional para diferentes modalidades esportivas;

Adriana Yamaguti, Adriana Vasti – Nutricionistas do HSL

fissional e área de especialidade. Disponibilizamos os

Isto representa ganho em qualidade, porque padro-

módulos de treinamento do primeiro semestre, que já

nizamos a informação, favorecemos alcance rápido e

mostraram adesão de 89,4% dos usuários, e estamos

simultâneo com redução das atividades presenciais de

concluindo os módulos do segundo semestre.

forma criteriosa, o que significa potencializar o tempo

Os assuntos compreendem: Suporte Nutricional, Cui-

dos educadores e dos alunos de forma mais eficiente.

dados com a Pele e Curativos, Sinais Vitais e Controle

Como ganho adicional, esse recurso representa uma

da Dor, Reconhecimento e Atendimento da Parada

iniciação pioneira da enfermagem no ensino a distân-

Cardiorrespiratória (PCR) e Cuidados na Terapia Me-

cia, uma vez que a plataforma de treinamento SIGEP,

dicamentosa. O treinamento de PCR considerou o

dedicada a todos os colaboradores, estará disponível

acesso ao conteúdo teórico e aprovação na avaliação

em breve. 

como pré-requisito do bloco prático de reanimação, realizado no laboratório de simulação do IEP.

Helen Mª Benito Scapolan Petrolino, Gerente de Desenvolvimento de Enfermagem www.hospitalsiriolibanes.org.br • Hospital Sírio-Libanês

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capa Nossa excelência em um

novo bairro Unidade Itaim ampliará atendimentos da Instituição

D

evido ao crescimento no número de atendimentos re-

alizados pela Instituição e dando continuidade a um arrojado processo de expansão, o Hospital Sírio-Libanês acaba de inaugurar uma nova Unidade no bairro do Itaim Bibi. Segundo a Dra. Laura Schiesari, Gerente Médica da Unidade Itaim, este era um passo esperado no conjunto de ações que o Hospital prevê para os próximos anos, e que culminará com a construção de uma nova torre na sede da Bela Vista. “Em algumas áreas já estávamos próximos do nosso limite de atendimento, como é o caso do Centro de Diagnósticos por Imagem (CDI) e do Centro de Oncologia. A criação de uma nova unidade se fazia, portanto, necessária, tanto para oferecer um atendimento mais adequado neste contexto de crescimento, como para estar mais próximo de nossa clientela.” A unidade, que será estritamente ambulatorial, contará com um Centro de Diagnósticos por Imagens, um Hospital-Dia, um Centro de Oncologia, Serviços de Endoscopia e Colonoscopia e um Laboratório de Reprodução Humana. “Ocupamos oito andares (vide box) de um edifício na região, perfazendo uma área aproximada de 4.500 m2. O espaço foi dimensionado para a realização de procedimentos de menor complexidade, exames diversos, tratamentos e intervenções cirúrgicas mais simples. É importante ressaltar que não teremos leitos


capa de internação ou Pronto-Atendimento, e nosso funciona-

a procedimentos em reprodução assistida”, enumera.

mento será de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Por

A gerente ressalta ainda que alguns serviços serão realizados

esse motivo, exames em pacientes com doenças associa-

pelos colaboradores de áreas sediadas no bairro da Bela

das graves, e que tenham maior chance de complicações,

Vista. “A equipe administrativa e de apoio que estará presen-

não serão agendados. Esses pacientes continuarão a ser

te fisicamente no Itaim é bem enxuta, pois o HSL da Bela Vista

atendidos na nossa sede da Bela Vista.”

trabalhará como uma estrutura matricial para realizar e/ou

Ainda segundo a médica, a nova unidade é também uma

apoiar outras atividades essenciais.”

boa alternativa para aqueles que trabalham ou moram na

Com a inauguração, ocorrida em novembro, o plano da nova

região do Itaim Bibi. “Médicos do HSL que possuem consul-

unidade é iniciar seus atendimentos gradativamente até o

tórios nas proximidades poderão encaminhar seus pacientes

início do ano que vem. “Queremos oferecer um serviço di-

para a nova unidade, trazendo mais conforto e comodidade

ferenciado e único na região, respeitando assim a missão

aos seus clientes. Em diferentes aspectos da logística assis-

do Hospital Sírio-Libanês: assistência de qualidade e calor

tencial estamos investindo em processos mais ágeis, tanto

humano. Manteremos os mesmos valores que regem esta

para os pacientes, quanto para o Corpo Clínico. Os sistemas

Instituição há quase 90 anos”, finaliza. 

de agendamento são integrados entre a unidade da Bela Vista e do Itaim facilitando assim a marcação de exames e consultas, bem como o bom aproveitamento de nossos re-

Conheça a nova unidade

cursos. Ademais, abrangeremos alguns novos planos dos

Entrada – Recepção e entrega de laudos

convênios médicos e trabalharemos com tabelas e custos de

Primeiro andar – Centro de Diagnósticos por Imagem

procedimentos padronizados”, esclarece.

(ressonância magnética, tomografia computadorizada,

Corpo Clínico diferenciado e novidades à vista

mamógrafo, densitometria óssea, raio X e ultrassons) Segundo andar – Coleta de exames laboratoriais (8 salas) e cardiodiagnóstico (ecocardiograma, teste er-

Duas áreas que necessitavam de uma expansão mais pre-

gométrico, mapa e holter)

mente, o CDI e o Centro de Oncologia, terão espaço na nova

Terceiro andar – Hospital-Dia (12 leitos)

unidade. “Dimensionamos uma estrutura menos complexa,

Quarto andar – Centro Cirúrgico (4 salas), Recuperação

com uma equipe qualificada. Na seleção do Corpo Clínico que

Anestésica (5 leitos), Central de Materiais, Laboratório

atuará na nova unidade buscamos médicos altamente enga-

de Reprodução Humana

jados com a missão do Hospital e dispostos a encarar mu-

Quinto andar – Piso Técnico (Engenharia Clínica,

danças e desafios que surgirão nesta fase de montagem e de

Central de Laudos)

desenvolvimento da unidade. O mesmo ocorreu na seleção

Sexto e sétimo andares – Centro de Oncologia (5

dos colaboradores que irão compor a equipe assistencial. No

consultórios) e espaço para tratamentos quimioterá-

Centro de Oncologia, além de consultórios, temos 11 salas

picos (11 salas)

para tratamentos (quimioterapias e medicação). Já para o CDI

Oitavo andar – Exames de endoscopia e colonoscopia

investimos na instalação de um parque de equipamentos de

(4 salas), Recuperação Anestésica (6 leitos)

última geração. Contamos ainda com um andar voltado aos exames endoscópicos e colonoscópicos, e outro para exa-

Responsáveis pelas áreas

mes laboratoriais e de cardiodiagnóstico (ecocardiograma e

Diagnóstico por Imagem – Dr. Marcos Docema

testes ergométricos). Um Hospital-Dia bem estruturado será

Endoscopia e Colonoscopia – Dr. Lucio Rossini

uma alternativa para a realização de procedimentos médicos

Oncologia – Dr. Paulo Hoff

de baixa complexidade e teremos ainda uma novidade na

Laboratório de Reprodução Humana – Dr. Carlos Petta

Instituição: um Laboratório de Reprodução Humana, voltado www.hospitalsiriolibanes.org.br • Hospital Sírio-Libanês

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diretrizes clinicas ´

Protocolo Profilaxia de TEV em pacientes internados

O

vimento da equipe médica e de enfermagem. Como o risco de TEV sempre fez parte de suas preocupações, o protocolo contribuiu sistematizando a avaliação e explicitando o risco. Com relação às recomendações do protocolo, dos 3.859 pacientes avaliados, 2.435 contaram com a adesão da equipe médica. A figura 2 demonstra, porém, uma tendência de queda desse indicador, cuja meta esperada é de mais de 60% de adesão dos médicos. A recomendação do protocolo tem sido impressa e mantida

Protocolo de Profilaxia de Tromboembolismo Venoso

junto à prescrição ou à evolução médica. Os médicos, cujos

(TEV) em pacientes internados no HSL já faz parte do cotidia-

pacientes, eventualmente, não tenham sido avaliados, po-

no assistencial.

dem solicitar à enfermeira da unidade ou ao médico plan-

Nas unidades de internação, a avaliação do risco de TEV

tonista das unidades críticas, que a avaliação seja realizada.

é realizada pela enfermeira do paciente, em até 24 horas,

Caso não concorde com as recomendações do protocolo, é

preferencialmente no momento em que realiza a avaliação

importante expressar sua opinião, registrando-a no pron-

inicial. Nas unidades críticas, os médicos plantonistas são os

tuário do paciente.

responsáveis por essa avaliação.

O protocolo foi desenvolvido com o objetivo de melhorar

Dos 4.438 atendimentos de março a agosto de 2010, 3.859

a qualidade da assistência ao paciente com risco de TEV,

foram avaliados nas primeiras 24 horas, permitindo que

reduzindo, assim, a incidência de TEV no HSL.  Dr. Luiz F. Cardoso – Sup. de Pacientes Internados

superássemos a meta proposta de avaliar mais de 80% dos

Dr. Jorge Mattar Jr. – Ger. Prát. Médica e Ger. de Protocolos

pacientes internados, conforme apresentado na figura 1.

Daniella Krokoscz – Enfa. Especialista em Protocolos

Certamente esse resultado só foi possível devido ao envol-

Figura 1 – Pacientes avaliados quanto ao risco de TEV nas primeiras 24 horas 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

87 % 79 %

82 %

87 %

89 %

87 %

Até 24hs

mar

abr

mai

jun

jul

ago

Figura 2 – Taxa de adesão médica às recomendações do protocolo, em pacientes avaliados 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

12

Aderiram ao protocolo 69 %

63 %

60 %

60 %

mar

abr

mai

Hospital Sírio-Libanês • Setembro/Outubro 2010

jun

67 %

jul

59 %

ago


em foco

Oncologia

pediátrica Membro do Corpo Clínico traz um novo olhar sobre a especialidade

A

tuando no Hospital Sírio-Libanês desde julho de 2009,

dade carente. Poder compartilhar esta expertise na gestão

o Dr. Sidnei Epelman possui um destacado reconhecimento

de programas de responsabilidade social será, sem dúvida,

como oncologista pediátrico sendo, atualmente, Chairman

um dos trabalhos mais gratificantes daqui”, esclarece.

do Grupo Estratégico para Tumor Cerebral da Sociedade

Com uma forte atuação em neuro-oncologia pediátrica,

Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), além de Presi-

o Dr. Epelman engaja-se atualmente na geração e divul-

dente do International Network for Cancer and Treatment

gação do conhecimento científico na área e coordena

Research (INCTR) do Brasil e América Latina. “Hoje, o Centro

teleconferências entre especialistas do HSL e de grupos

de Oncologia do HSL apresenta um sólido trabalho, tanto

estrangeiros. As reuniões mensais acontecem no Institu-

em assistência, quanto em ensino e pesquisa. A excelên-

to Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa e estão abertas a

cia da área é indiscutível, mas há um grande potencial de

todos os membros do Corpo Clínico que se interessarem.

crescimento na oncologia pediátrica. Este desafio em esta-

“Nelas abordamos diferentes casos clínicos, tratamentos e

belecer um pólo de geração de conhecimento também na

atualizações em neuro-oncologia pediátrica. Atualmente,

oncologia pediátrica, especialidade em franco crescimento

10 centros acompanham as reuniões. Este é um primeiro

no mundo, foi um dos muitos aspectos que me motivaram

passo para solidificarmos as discussões, estudos e pes-

a trabalhar na Instituição. Atualmente discutimos soluções

quisas na área. Queremos formar uma equipe coesa e de

e alternativas para fortalecer a especialidade no Hospital”,

excelência no Hospital.” Membro de diversas associações

explica o Dr. Epelman.

e sociedades em cancerologia, o médico também ressalta

Contudo, como esclarece o médico, outros desafios e pro-

o papel do investimento em estratégias na oncologia ge-

jetos são recompensadores para quem trabalha no HSL.

ral para países subdesenvolvidos, a exemplo do trabalho

“No aspecto filantrópico existe uma grande congruência

desenvolvido pelo INCTR. “Nossa realidade é diferente da

entre a missão e valores da Instituição e o trabalho que hoje

dos países desenvolvidos. Por esse motivo, precisamos

desenvolvo. Por exemplo, há doze anos sou presidente de

adequar nossa assistência para que tenhamos um traba-

uma organização não-governamental que oferece assis-

lho cada vez mais eficiente e humano para a sociedade.

tência a crianças e adolescentes carentes com câncer, na

Nesse âmbito os três pilares de atuação do HSL – educa-

Zona Leste. Este engajamento em projetos sociais amplos

ção, assistência e pesquisa – passam a vislumbrar a on-

e bem estruturados é uma das missões mais proeminentes

cologia pediátrica. Só com este engajamento poderemos

do Hospital Sírio-Libanês que, em parceria com o Poder Pú-

aumentar os índices de cura e oferecer mais qualidade de

blico, mantém uma diversidade de ações em prol da socie-

vida a crianças e adolescentes com câncer”, finaliza.  www.hospitalsiriolibanes.org.br • Hospital Sírio-Libanês

13


Tecnico-cientifico ´

´

CIGI Novas terapias como opção no diagnóstico e tratamento do câncer

D

urante a última década, o uso de intervenções guiadas

por imagem para diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer teve um crescimento sem precedentes. Um grande desenvolvimento dos métodos de imagem, associado a técnicas inovadoras e o surgimento de novos métodos de ablação tumoral, como radiofrequência, micro-ondas, crioblação, eletroporação irreversível e novas partículas embolizantes, tem possibilitado obter excelentes resultados no tratamento minimamente invasivo de tumores malignos. A noção de destruição tumoral localizada por via percutânea com mínima morbidade e mortalidade vem se tornando

Benefícios das terapias ablativas

aceita como parte do armamentarium moderno do tratamento oncológico.

• Promovem uma opção de tratamento segura

O Hospital Sírio-Libanês, no seu contínuo esforço de oferecer

quando a cirurgia convencional não é possível ou

o que há de mais moderno e inovador, inaugurou o Centro

é muito arriscada;

de Intervenção Guiada por Imagem (CIGI).

• Na maioria das vezes não requerem internações

Único no País em conceito e tecnologia, o CIGI incorpora

prolongadas;

o conceito de disponibilização de equipamentos multimo-

• São bem toleradas pelos pacientes, que podem

dalidades de última geração como ultrassom, tomogra-

retomar suas atividades rotineiras em poucos dias;

fia “multislice” 64 canais (desenhada para intervenção) e

• Podem ser repetidas quando necessário;

angiógrafo com capacidade de aquisição de imagens to-

• Podem ser combinadas com outros tratamentos

mográficas. Esses equipamentos e técnicas são focados

para o câncer, como a quimioterapia e radioterapia;

no diagnóstico e tratamento minimamente invasivo de

• Aliviam a dor e diminuem outros problemas re-

pacientes com câncer, em um ambiente de acompanha-

lacionados ao tumor, reduzindo a morbidade e

mento e interação multidisciplinar. Biópsias precisamente

melhorando a qualidade de vida e a sobrevida dos

orientadas por imagem, punções e drenagens de coleções

pacientes em determinados cenários;

fluidas nos mais diversos compartimentos corporais, ver-

• Apresentam baixas taxas de complicação.

tebroplastias, técnicas analgésicas para tratamento paliativo da dor (infiltrações) e, mais recentemente, as terapias

14

Hospital Sírio-Libanês • Setembro/Outubro 2010


Tecnico-cientifico ´

´

ablativas por radiofrequência e crioablação de tumores primários e metastáticos de fígado, rim, pulmão e ossos são alguns dos muitos focos de atuação neste campo. Biópsias percutâneas pulmonares, abdominais, ósseas e de outros locais são práticas cada vez mais comuns e fundamentais para o manejo dos pacientes oncológicos. O CIGI conta com a participação constante dos grupos de anatomia patológica que atuam no Hospital, que estão presentes no momento do procedimento, avaliando a qualidade do material obtido, garantindo a efetividade do procedimento. A coleta de material biológico das lesões neoplásicas, guiada por imagem, permite grande acurácia diagnóstica e é menos invasiva quando comparada a biópsias excisionais convencionais. Os métodos de imagem permitem guiar de forma precisa o instrumental de biópsia, direcionando-o para regiões mais representativas ou suspeitas de uma lesão. As infiltrações foraminais, facetárias e epidurais da coluna vertebral guiadas por tomografia computadorizada são

Esse tratamento vem se tornando uma alternativa para pa-

procedimentos que consistem na injeção de anestésico e

cientes selecionados com tumores hepáticos, renais e pulmo-

anti-inflamatórios (corticoide) em regiões de hérnia discal

nares. Ademais, essas terapias de ablação estão associadas

com conflito disco-radicular, artrose facetária, cistos sinoviais

a menores morbidade e mortalidade e podem ser utilizadas

e estenoses de canal vertebral, com o objetivo principal de

em pacientes que não são candidatos cirúrgicos devido a

aliviar a dor do paciente por meio da redução do processo

comorbidades clínicas ou porque necessitam preservar a

inflamatório resultante destes processos.

função do órgão acometido.

Terapias ablativas: calor e frio

Corpo Clínico / Quem Somos

No tratamento de pacientes com câncer, o radiologista in-

Grupo de Intervenção Não Vascular

tervencionista pode realizar procedimentos que incluem a

Dr. Marcos Menezes – Médico Radiologista Intervencionista

destruição de tumores por calor ou frio. Através da orien-

do HSL que atua em Intervenção em Tórax e Abdome e

tação por imagens, são posicionadas agulhas precisamente

Coordenador do CIGI

no interior dos tumores: na ablação por radiofrequência, a

Dr. Públio Viana, Dr. Thiago Vieira e Dr. Luiz Siqueira – Médicos

agulha aquece o tumor em temperaturas acima de 70 ºC; já

Radiologistas Intervencionistas do HSL que atuam em Inter-

na crioablação, há formação de uma “bola de gelo” ao redor

venção em Tórax e Abdome

da agulha com temperaturas extremamente baixas, inferio-

Dr. Marcelo Bordalo e Dr. Conrado Cavalcanti – Médicos

res a - 40 ºC. A escolha de frio ou calor depende do tipo de

Radiologistas Intervencionistas do HSL que atuam em Inter-

tumor e de sua localização, selecionando-se o método mais

venção em Músculo Esquelético

apropriado para cada paciente individualmente. Estes proce-

Grupo de Intervenção Vascular

dimentos são realizados sob anestesia geral no equipamento

Dr. Odon Ferreira da Costa, Dr. Francisco Cesar Carnevale,

de tomografia. Quando as agulhas estão posicionadas e to-

Dr. Airton Mota Moreira e Dr. Charles Edouard Zurstrassen -

das as medidas de proteção foram aplicadas, o tratamento é

Médicos Radiologistas Intervencionistas do HSL 

iniciado, procurando-se sempre obter uma margem de segurança de 0,5 a 1cm para diminuir o risco de recorrência.

Dr. Marcos Menezes – Médico Radiologista Intervencionista do HSL e Coordenador do CIGI www.hospitalsiriolibanes.org.br • Hospital Sírio-Libanês

15


ReuniAo CientIfica ˜

´

Eventos Adversos A segurança do paciente no Hospital Sírio-Libanês

N

16

o dia 27 de julho de 2010 aconteceu mais uma

fisiológicas é importante na prevenção dos efeitos fi-

Reunião de Eventos Adversos e Segurança do Paciente,

siológicos do posicionamento cirúrgico, que variam

coordenada pelo Dr. Alfredo Salim Helito e pela enfer-

conforme a posição específica para o procedimento,

meira Vera Borrasca. O tema de discussão foi a impor-

podendo afetar diversos sistemas: cardiovascular, res-

tância da atenção ao posicionamento cirúrgico com o

piratório, neurológico e tegumentar. Devemos levar em

intuito de prevenir lesões aos pacientes. Participaram

conta não somente o posicionamento, mas também a

da discussão a Dra. Fabiane Cardia Salman, Gerente da

mobilização do paciente, a mudança de decúbito e o

Qualidade do Serviço Médico de Anestesia (SMA), e o

transporte entre unidades.

médico residente da anestesiologia, Dr. Alexandre Jorge

Geralmente a etiopatogenia é multifatorial, sem um me-

G. da Cruz Filho.

canismo bem estabelecido. Qualquer um destes fatores

Foram discutidas as complicações associadas ao po-

teoricamente pode desempenhar um papel importante

sicionamento dos pacientes cirúrgicos no período pe-

no desenvolvimento de lesões por posicionamento pós-

rioperatório. Sabe-se que estes eventos são relatados

operatórias, entretanto a sua relação causal ainda não

com incidência de até 1:500 (2 casos para cada 1.000

está completamente esclarecida. É uma entidade uni ou

pacientes), sendo os nervos periféricos os de maior

bilateral que surge imediatamente ou até alguns dias

risco. Entretanto, lesões de tecidos moles, articulares,

após um procedimento cirúrgico.

vasculares e danos oculares também são relatados. Os

A questão principal apresentada na reunião está em

fatores de risco, os cuidados adequados nas diferen-

como evitar uma situação em que o tempo de procedi-

tes posições e as ações realizadas pelo Hospital foram

mento prolongado, o posicionamento complexo, a anes-

apresentados em detalhe, com a presença de cirurgiões,

tesia geral e a perda volêmica são condições habituais

anestesistas, clínicos e equipe de enfermagem.

em diversos tipos de procedimentos cirúrgicos de grande

O posicionamento correto do paciente fornece ao cirur-

porte realizados no Hospital. As ações de prevenção

gião bom acesso ao local, minimiza a perda de sangue,

desenvolvidas e as responsabilidades são interdisciplina-

reduz o risco de danos aos nervos, tecidos moles e

res e devem ser claramente definidas, sendo essencial

ósseos e minimiza o comprometimento do sistema car-

que o registro do posicionamento inicial e do controle

diorrespiratório. Entretanto, as posições cirúrgicas

periódico do posicionamento seja realizado com a maior

devem ser avaliadas quanto aos seus riscos e benefícios

precisão possível no prontuário do paciente.

levando-se em conta a gravidade do paciente e suas co-

No caso de uma lesão ser detectada no período pós-

morbidades, a técnica cirúrgica e a técnica anestésica,

cirúrgico, deve-se priorizar a assistência imediata e

evitando-se posições extremas das articulações sempre

fornecimento de informações ao paciente e seus fami-

que possível. A compreensão da anatomia e das alterações

liares, procurando manter um canal de comunicação

Hospital Sírio-Libanês • Setembro/Outubro 2010


ReuniAo CientIfica ˜

´

aberto e franco. O evento deve ser notificado ao Gerenciamento de Risco do Hospital para início da apuração dos fatos e, se necessário, recolhimento dos materiais e equipamentos envolvidos para análise. A realização do time out com participação da equipe multiprofissional (cirurgião, anestesista e enfermagem) antes da realização de procedimentos cirúrgicos ou invasivos complexos é fundamental para garantir que danos decorrentes de erros ocorram. A identificação errada de pacientes, troca de tipo ou local de cirurgia (lateralidade, por exemplo) são mais raros, entretanto, são catastróficos quando ocorrem. Importante salientar que o time out realiza também a checagem da disponibilidade de materiais e equipamentos, a administração de antibioticoprofilaxia, alergias e o posicionamento cirúrgico correto. O processo de verificação de segurança de cada cirurgia que ocorre no Hospital acontece desde o agendamento cirúrgico, e a checagem de materiais (consignados ou não), medicamentos e equipamentos necessários é realizada em forecasting em 24 e 48 horas

seguro do paciente;

antes do início da cirurgia.

4. Profissionais habilitados e em número suficiente para

A realização do time out e a checagem do posiciona-

evitar lesões no paciente e profissionais;

mento cirúrgico também são ações preconizadas no

5. Checagem do funcionamento dos equipamentos utiliza-

4° Passo do Programa “Segurança no Período Periope-

dos no posicionamento e no garroteamento de membros;

ratório: 10 Passos para a Anestesia Segura”. Este pro-

6. Documentação do posicionamento do paciente em

grama, mais conhecido como “Anestesia Segura”, foi

gráficos ou desenhos previamente definidos e registro

desenvolvido pelo Serviço Médico de Anestesia (SMA)

das revisões periódicas do posicionamento.

e promove a minimização de riscos no período perio-

As ações planejadas resultam em máxima segurança ao

peratório por meio de diretrizes assistenciais baseadas

paciente e favorecem o sucesso do procedimento anes-

em programas internacionais de segurança.

tésico-cirúrgico. O posicionamento do paciente pode ser

São considerados Componentes de Segurança no Posicionamento Cirúrgico:

considerado um dos itens mais importantes a serem verificados no início da cirurgia por todos os membros da equipe, com o intuito de protegê-lo de qualquer efeito

1. Conhecimento dos princípios gerais do posicionamento

danoso decorrente da assistência à saúde. 

operatório e compreensão da anatomia e das alterações

Dr. Alfredo Salim Helito, Clínico Geral do HSL e Coorde-

fisiológicas decorrentes deste; 2. Identificação dos pacientes de maior risco e procedimentos cirúrgicos de risco;

nador das reuniões com a enfermeira Vera Borrasca Dra. Fabiane Cardia Salman, Gerente da Qualidade do Serviço Médico de Anestesia

3. Planejamento e disponibilidade dos materiais e

Dr. Alexandre Jorge G. da Cruz Filho – Médico

equipamentos necessários para o posicionamento

Residente da Anestesiologia

www.hospitalsiriolibanes.org.br • Hospital Sírio-Libanês

17


numeros da assistencia ´

ˆ

Indicadores assistenciais Tempo Médio de Permanência

C

têm câncer na história, 6% têm diabetes e 2% têm registro de insuficiência cardíaca congestiva. Apresentamos abaixo o Volume de Internações e o Tempo Médio de Permanência para os principais subgrupos de diagnósticos nas Doenças do Aparelho Circulatório. Nota-se que o TMP é de 13 dias para os casos de Doenças do Aparelho Circulatório com procedimentos cirúrgicos e de sete dias para os procedimentos clínicos. Ressalta-se que entre os casos com procedimento clínico, as doenças cerebrovasculares apresentam TMP de 12 dias.

onsiderando o Tempo Médio de Permanência (TMP)

No que se refere a Doenças do Aparelho Respiratório, o

como um indicador estratégico na perspectiva da ges-

TMP dos casos clínicos é maior que o cirúrgico, sendo

tão dos leitos hospitalares e tendo como premissa a

maior considerando o volume para pneumonia, espe-

qualidade e a segurança no ambiente assistencial, têm

cialmente relacionado aos casos cirúrgicos que eventual-

aumentado as iniciativas para aprimorar os resultados

mente complicam com pneumonia.

deste indicador. Para tanto, temos como base as boas

A gestão dos casos e do TMP, segundo grupo diagnóstico

práticas assistenciais e os padrões recomendados pelas

com metas crescentes, pode contribuir para aprimorar o

diretrizes direcionadas para agravos de alta prevalência

cuidado e garantir melhor gestão do leito hospitalar e,

na assistência hospitalar.

em especial, dos leitos críticos. 

Na análise da demanda do Hospital Sírio-Libanês, as Doenças dos Aparelhos Circulatório e Respiratório representam, respectivamente, a terceira e quinta causa de internação, correspondendo a 21% do volume atendido. No

Dra. Denise Schout – Ass. da Diretoria Téc. Hospitalar do HSL Distribuição do nº de saídas e Tempo Médio de Permanência (dias) segundo diagnóstico principal e tipo de procedimento – Doenças do Aparelho Circulatório – Hospital Sírio-Libanês – 1º semestre 2010 Tipo de procedimento

que tange às internações segundo tipo de procedimento principal, estes dois grupos são o primeiro e segundo

Clínica Médica TMP nº

Total geral nº TMP

Insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e outras arritmias

90

9,9

229

7,5

319

8,2

Doenças isquêmicas do coração

102

12,2

149

5,4

251

8,1

Doenças das veias, dos vasos linfáticos e dos gânglios linfáticos, não classificadas em outra parte

156

1,7

55

6,1

211

2,9

Doenças cerebrovasculares

37

9,4

72

12,3

109

11,4

Doenças hipertensivas

3

35,7

74

3,5

77

4,8

Doenças das artérias, das arteríolas e dos capilares

56

9,1

14

6,3

70

8,5

Doenças cardíaca, pulmonar e da circulação pulmonar

5

16,4

40

8,8

45

9,6

6

10,0

6

10,0

principais para as Doenças do Aparelho Circulatório a

Outros transtornos, e os não especificados do aparelho circulatório

hipertensão em 18% dos casos e a diabetes, em 6%

Doenças reumáticas crônicas do coração

1

31,0

1

31,0

dos pacientes internados.

Total geral

450

13,3

639

7,0

1.089

9,6

correspondendo a 35% das internações clínicas. Esses dois grupos também têm importante contribuição no tempo médio de permanência considerando a mediana de idade dos pacientes e a complexidade do cuidado ofertado. A mediana de idade dos casos de Doenças do Aparelho Circulatório para o primeiro semestre de 2010 foi de 67 anos. No caso das Doenças do Aparelho Respiratório a mediana de idade observada foi de 63 anos para o mesmo período. Em relação às comorbidades, ainda que o registro esteja aquém do esperado para os grupos etários predominantes, observam-se como comorbidades

No caso das Doenças do Aparelho Respiratório pode-se identificar que 7% são portadores de hipertensão, 6% 18

Subgrupo da CID

Cirúrgico TMP nº

Hospital Sírio-Libanês • Setembro/Outubro 2010

Obs.: Excluído um caso de Doenças cerebrovasculares com 2.533 dias de permanência com óbito em fevereiro de 2010.


~

desafio diagnostico I Imagem da ediçao ´

Desafio Diagnóstico Mulher de 80 anos com dor abdominal inespecífica há alguns dias

Diagnóstico: Cistite enfisematosa (notar a existência de bolhas de gás ao longo da parede da bexiga, bem como em sua luz, onde há provável conteúdo espesso / loculado; vale ressaltar o diferencial com a presença de pequenas bolhas gasosas restritas à luz da bexiga, achado que pode ser normal, principalmente após manipulação recente).

Imagem da Edição Mulher de 50 anos, com febre e dor no baixo ventre há 5 dias

Diagnóstico: Piossalpinge à esquerda (notar a tuba distendida e com paredes espessadas na região anexial esquerda, demonstrada nessas imagens de TC axial e sagital)

www.hospitalsiriolibanes.org.br • Hospital Sírio-Libanês

19


Comite de etica ˆ

´

O direito de morrer

com dignidade O que diz o novo Código de Ética Médica

E

m decorrência da publicação do novo Código de Éti-

com o paciente ou, na impossibilidade deste, seu re-

ca Médica, todos os setores da sociedade, na forma de

presentante legal (que deveria ser esclarecido anterior-

seus representantes, passaram a falar ou escrever sobre

mente em todos os casos), o médico institua os meios

as proposições que abordam o tema da eutanásia.

essenciais de suporte à vida, sem medidas heroicas que

Escreveram seus autores, que tal código está na “busca

incluam atos ou medicamentos que não tenham a função

de melhor relacionamento com o paciente e na garantia

única de oferecer o suporte à vida.

de maior autonomia à sua vontade”. No Capítulo V, (Re-

Até os próprios juristas reconhecem que o “código de

lação com Pacientes e seus Familiares), artigo 41, “é

ética médica por vezes tergiversa” em suas leis e tão so-

vedado ao médico abreviar a vida do paciente, ainda

mente no caso da ortotanásia, o código esclarece, sem

que a pedido deste ou de seu representante legal”,

“receio”, que o médico, quando ocorra consentimento

contudo, o parágrafo único salienta que “nos casos de

do paciente ou seu representante legal, não está obriga-

doença incurável e terminal, deve o médico oferecer

do a prolongar “indefinidamente” a vida do paciente em

todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreen-

estado terminal incurável através de meios artificiais.

der ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obs-

Mais uma vez de forma educativa e orientadora, os

tinadas, levando sempre em consideração a vontade

colegas médicos devem ter como obstinação, não só

expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de

o cuidar do paciente, nosso maior objetivo e função,

seu representante legal”.

mas também escrever e preencher com integridade e

Objetivamente devemos ter em mente a clareza da

clareza o prontuário médico, colocando e registrando

franca e saudável relação médico-paciente, lembran-

todas as conversas e decisões do paciente e/ou fa-

do que uma vida digna deve também corresponder a

miliares, preferencialmente nominando esses familia-

uma morte digna, sem manobras invasivas não curati-

res, e fazendo constar que esclareceu cada fato e ato,

vas para os casos em que exista um consenso médico-

citando-os também, com clareza de grafia e dados.

científico do estado incurável e terminal do paciente.

Nestas situações, o bom relacionamento e boas inten-

Necessitamos auxiliar o colega médico, como é uma

ções de ambas as partes, na maioria das vezes tudo

das funções da comissão de ética, no esclarecimento

esclarece e resolve. 

dos fatos, pois o Código de Ética Médica parece seguir

Dr. Eduardo H. Pirolla – Cirurgião Geral e membro da

os demais códigos jurídicos, com várias leis dúbias,

Comissão de Ética Médica do HSL

passíveis de várias interpretações, pois o artigo 41 pa-

Dr. Max Grinberg – Cardiologista e membro da

rece escrever em oposição ao seu próprio parágrafo ou

Comissão de Ética Médica do HSL

este, criar uma opção ao artigo. Interpretativamente, se define que de comum acordo

Dr. Rogério Tuma – Neurologista e membro da Comissão de Ética Médica do HSL


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