Testemunha e missão

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2010

Testemunho e MissĂŁo Retalhos de experiĂŞncias de vida de membros da Igreja Metodista em Alto da Bondade

PR : Ivan Carlos Martins e Jane Menezes Igreja Metodista em Olinda Alto da Bondade 1/4/2010


ÍNDICE

APRESENTAÇÃO

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1. O BAIRRO

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2. UM POUCO DA HISTÓRIA

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3. CAMINHOS E CAMINHADAS

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4. NOVAS CRIATURAS? O QUE MUDOU NA MINHA VIDA?

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5. PASTORES E PASTORAS

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CONSIDERAÇÕES

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APRESENTAÇÃO

Há alguns anos surgiu casualmente a idéia de escrever a história da Igreja Metodista em Alto da Bondade. Amadurecendo a proposta, chegamos às seguintes conclusões: deve ser escrita pelas pessoas; e a partir da história de vida delas. Então, contando suas experiências de vida, as pessoas partilhariam seus próprios testemunhos, e conseqüentemente, o encontro com Deus e a relação com a igreja. À medida que nos aproximamos uns dos outros e das outras, através de atividades de convivência, encontros de comunhão, e especialmente do momento da partilha nos grupos de discipulado, descobrimos a beleza e a riqueza de cada pessoa, de como estamos tão próximos e tão distantes; claro que experimentamos o desafio de conhecer e permitir-se ser conhecido e conhecida. O que está escrito nessas páginas é apenas parte das histórias de vida, redigidas ou ditadas pelas próprias pessoas. São testemunhos comoventes! Pessoas reais, cada uma com sua experiência de vida Louvado seja nosso Senhor por elas que abriram seus corações permitindo falar e ouvir e que experimentam diariamente a presença consoladora do Espírito Santo. Acreditando que o que segue edificará sua vida,

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Carinhosamente,

Rev. Ivan Carlos Costa Martins. O BAIRRO

1.1 O começo (Entrevista com Manoel Correia da Silva em 2006)

Alto da Bondade fazia parte de Águas Compridas. Havia muitos sítios e muita plantação de macaxeira. Poucas casas e muitas árvores. Aos poucos, pessoas que moravam em Águas Compridas e tinham sítio no Alto da Bondade foram casando os filhos e fazendo casas para eles nos seus terrenos. Tinham muitos pés de manga e jaca. Aos poucos foi ficando habitado. A ladeira não era calçada e os ônibus subiam com dificuldade. Em 1986 começaram a fazer o calçamento e foram construídas tantas casas que o terminal do ônibus mudou para frente do campo do Atlético, que era o time de futebol do bairro e jogava onde hoje tem a caixa d’água da COMPESA. Também em 1987 começaram a aparecer as galeras. Jovens desempregados que se juntavam em grupos e eram usados por traficantes para o consumo e o tráfico de drogas iniciando um tempo de violência e insegurança. Antes o Alto era mais

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tranqüilo 1.2 Atualmente (Inácio Luiz Bezerra. 10.06.06).

Agora vou falar um pouco onde é localizado o Alto da Bondade.

Fica

na

periferia

de

Olinda

onde

residem

aproximadamente 20 mil habitantes. A comunidade é formada por Escolas do Estado e do Município e temos várias igrejas Evangélicas, uma capela católica, centro espírita e de Umbanda. Temos um comércio formado por pequenos e médios comerciantes. Existem quatro Postos de Saúde servindo à comunidade em situação muito difícil por falta de recurso dos governantes e com isso sofrem as pessoas que procuram se beneficiar desse serviço. A segurança não é diferente. Na comunidade não existe nem um núcleo policial que a população possa procurar para pedir ajuda no momento da violência, quando acontece um assalto ou morte, o que deixa a comunidade apavorada por não ter a quem pedir ajuda. Para sobreviver, muitas famílias trabalham em outros bairros. Os comerciantes da comunidade são mais ou menos 20% da população. Com relação aos meios de transporte,

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temos uma empresa de ônibus que faz quatro linhas e estamos trabalhando pra criar mais um roteiro que possa beneficiar as pessoas que se deslocam para seus trabalhos. Quero dizer que em anos passados, de dez a quinze anos, já foi muito mais difícil. Vários grupos, tanto religiosos como comunitários, deram-se as mãos e foram à luta, conseguindo trazer vários benefícios para a comunidade. Temos hoje duas creches (sendo uma da Igreja Católica) e a da Igreja Metodista onde já chegamos a atende mais de 150 crianças. Sabemos que é muito pouco para uma comunidade de mais de 20 mil pessoas, mas estamos dando graças a Deus por fazer a nossa parte como cristãos. Se cada pessoa deixasse de pensar em si próprio para pensar no seu próximo seria mais fácil de construir uma comunidade onde todos pudessem ter uma vida digna, sem preconceito, sem violência, sem discriminação. A vontade de Deus é que todos nós tenhamos uma vida de paz uns com os outros. Só podemos ter uma paz assim quando a comunidade deixar de destruir a si mesma e a natureza. Ai poderemos ter uma paz com Deus e comunhão com todas as pessoas que lutam em benefício de um mundo melhor. Estamos vivendo em um tempo onde o homem não pensa mais no próximo. Tudo o que quer é ter mais e mais riquezas materiais, esquecendo os mandamentos de Deus de não construir tesouros na terra porque tudo aqui é passageiro. A maior riqueza está preparada para aqueles que procuram

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fazer a vontade de Deus, deixar tudo e segui-lo. Hoje isso não é fácil porque tem muitos ensinamentos levando muitas pessoas a se incluir com as coisas que lhe oferecem. É necessário termos muito cuidado para não cair

nenhum.

Devemos

ter

conhecimento

daquilo

que

queremos para não destruir, mas para ajudar a construir vidas daquelas pessoas que tanto sonham com justiça, enquanto pessoas morrem, inocentes pagam por um crime que não cometeram e os criminosos ficam impunes. É hora de cada pessoa dar as mãos para construir um mundo em que podemos viver sem guerra

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UM POUCO DA HISTÓRIA 2.1 Início da igreja local (Jane Menezes Blackburn) Em 1984 uma jovem que morava no Alto da Bondade chamada Raimunda começou a freqüentar a Igreja Metodista em Caixa D’Água. Neste mesmo ano, por conta das chuvas fortes, caíram algumas casas e a Igreja Metodista em Caixa D’Água conseguiu um projeto para distribuição de cestas básicas para 40 famílias no Alto da Bondade. Paralelamente ao cadastramento das famílias e distribuição das cestas básicas, um grupo de leigas liderado pela irmã Severina Roberta começou um trabalho de evangelização na comunidade. Eram realizadas visitas e cultos em frente à casa de Socorro, madrasta de Raimunda. Socorro tinha dois filhos e doze enteados/as. As famílias que recebiam as cestas básicas e algumas outras que não recebiam, participavam dos cultos. Os cultos eram animados e contava com a presença de um grande número de crianças. Em 1985, com a mudança do pastor em Caixa D’Água, houve uma reorganização dos ministérios e um irmão ficou responsável pelo ponto missionário em Alto da Bondade. Terminando o período das cestas básicas, poucas pessoas participavam dos cultos e as visitas e atividades se tornaram menos freqüentes. Em 1986, um terreno havia sido comprado para a construção de um templo e duas mulheres com seus filhos e

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filhas mantinham o compromisso com a Igreja. Houve a nomeação de um pastor para assumir o trabalho. A família pastoral adquiriu uma casa e mudou-se para a comunidade. Eram realizadas visitas, estudos bíblicos nas casas juntando algumas famílias e cultos

e

Escola

Dominical ao ar livre, inicialmente frente

à

em casa

de

Socorro e depois no terreno da Igreja O pastor cavou um buraco na esquina do terreno e colocou um pedaço de cano de PVC de 100 mm que era usado para segurar de pé, um poste de madeira com uma instalação improvisada com um fio longo e uma tomada que era ligada na casa de Lulu (Luzinete Severina da Conceição). O poste ficava guardado no oitão da casa desta família e o pastor trazia de bicicleta uma caixa de som e um microfone para realizar os cultos. Assim tínhamos luz, som e a cada dia crescia o número de pessoas que participava. A Escola Dominical continuava ao ar livre e as crianças desenhavam, faziam colagens e outras atividades usando um pedaço de

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alcatifa que alguém havia doado. Nascia o sonho de construção de um Templo. Como a maioria das mulheres que participavam da igreja trabalhava como empregada domésticas, faxineira, vendedora de rua etc., e assim deixavam as crianças em casa com a maior cuidando das menores, a necessidade de proteção dessas crianças era gritante. No tempo das conversas para planejar a construção aconteceu um acidente com uma das crianças. Uma criança de 11 anos que cuidava de uma de 02 fez o seu mingau e colocou a panela em cima da mesa enquanto esfriava. A criança de 02 anos tentou alcançar a panela que virou provocando uma queimadura numa área grande do abdômen. Isto deu ênfase a uma discussão que já vinha acontecendo sobre a segurança das crianças e houve uma decisão de começar a construção de uma sala que serviria de creche para cuidar das crianças durante o dia e seria usada para os cultos, oração, estudos bíblicos e escola dominical nos outros horários. O Templo seria construído mais tarde. Como havia um grande número de desempregados participando da Igreja, junto com a creche foi iniciada uma marcenaria comunitária com o objetivo de geração de renda com a experiência de grupo com vivência e reflexão dos princípios cristãos. O primeiro serviço dos/as marceneiros/as foi a confecção dos beliches para o CEMEAR, o acampamento da Igreja Metodista em Araçoiaba que estava se estruturando.

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Mesmo assim, o sonho do Templo estava bem presente no coração da Igreja e durante muitos meses o pessoal apresentou propostas de modelos e projetos de como levantar dinheiro chegando a um consenso de que a Igreja seria redonda para simbolizar a vida comunitária e teria símbolos do cristianismo antigo para simbolizar a fidelidade ao seguimento de Cristo. Foram feitos contatos com as forças organizadas na comunidade como Igrejas, grupo de dominó, grupo de mães, Associação de Moradores etc. para pensar na realidade do bairro e como responder a elas. A campanha mais marcante foi a da luta pela água junto à COMPESA e pelo calçamento. Algumas experiências interessantes aconteceram como um grupo ecumênico que se reunia uma vez por mês na casa dos participantes para comer junto, ler a Bíblia, orar e pensar na realidade do bairro. Este grupo tinha participantes da Igreja Batista, Assembléia de Deus, Presbiteriana e Católica. A Igreja tinha uma expressão na comunidade, e um programa na rádio comunitária de 5 minutos diários fazia com que a gente pudesse escutar às vezes no ônibus pessoas discutindo ou comentando sobre o conteúdo desses programas. Em 1991, quando a Associação de Moradores ia realizar a eleição de sua diretoria e havia muitos conflitos, eles decidiram pedir ao pastor para uma equipe da Igreja presidir as eleições para garantir que não haveria fraude.

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CAMINHOS E CAMINHADAS

3.1 Foi Deus quem me trouxe aqui! (Antonia Bernardo Alves 19.09.2008)

Eu cresci num sítio perto de Passira (perto de Limoeiro) e a minha vida foi dura com muito trabalho na roça e pouca conversa e brincadeiras. Quando eu tinha 15 anos fugi de casa com um namorado com quem morei muitos anos e tive 18 filhos. Tem sete deles vivos e os outros morreram bem pequenos. Tive uma menina e ela morreu quando eu já morava aqui no Alto e a Igreja me ajudou muito. Pedi muito a Deus e ele me deu mais duas meninas porque antes eu só tinha filho homem. Trabalhava na cana de açúcar e sofria muito e foi ai que meu marido decidiu que a gente vinha morar no Alto da Bondade. Saímos da Usina sem dinheiro, sem emprego e sem casa pra morar. Chegamos meia noite num caminhão com as coisas da gente e batemos na porta de um sobrinho do meu marido que morava aqui. Eu nem conhecia Maria, a mulher des

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desse sobrinho do meu marido. Eles receberam a gente com alegria, colocaram um tapete no chão e nós todos dormimos ali e passamos vários meses com eles. No Alto da Bondade não tinha água nas casas e todos os dias eu juntava os meus meninos e os meninos de Val [Genival] e Maria e ia buscar água. O pastor David foi me visitar e eu era muito envergonhada. Ele me convidou para ir ao culto e numa das visitas perguntou se eu queria aceitar Jesus na minha vida. Aí, eu falei com ele que fumava e sabia que Jesus não gostava daquilo. Ele falou que era pra eu ir assim mesmo e que eu ia deixar de fumar com a ajuda de Jesus. Fui ao culto e quando o pastor fez o apelo eu levantei a mão. O povo da Igreja me abraçou e eu me senti bem. O pastor me ensinou a orar toda vez que eu tivesse vontade de fumar. Tinha um culto de oração nas quintas com as pessoas que queriam largar os vícios. Um dia o pastor me disse que quando eu tivesse vontade de fumar procurasse um lugar onde Deus não esteja. Ai, eu perguntei: pastor, o Sr. Não disse que Deus está em todo lugar? O pastor riu e falou: então, Toinha, você não pode fumar porque não vai encontrar nenhum lugar onde Deus não veja o que você está fazendo e isso é com fumo ou com qualquer coisa errada. Fiquei pensando no que ele me disse e não fumei mais. Quando tinha vontade, eu orava: “Com Deus na minha frente, a cada dia, eu vou vencendo sempre”. Isso me dava força e eu parei esse vício que eu tinha desde pequena. Outras coisas

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que eu fazia também deixei. Meu marido era violento e quando a gente brigava, ele me batia e eu puxava faca pra ele também para ele parar de me bater. Depois que eu entendi que Jesus gostava de mim falei com ele que ele não ia me bater mais e ele parou e eu parei de falar os palavrões e puxar faca pra ele. A Igreja construiu uma casa e a gente foi morar nela. Depois arranjamos um emprego numa granja e trabalhamos muito lá. Eu vinha pra Igreja a pé e era longe. O dono da granja pediu a casa e pagou a gente um dinheiro que deu pra comprar um terreno. Construí a minha casa devagarzinho e a Igreja me ajudou muito. Hoje moro no que é meu e foi Deus quem me trouxe para cá para eu ser feliz.

3.2 Minha caminhada (Inácio Luiz Bezerra. 31.05.2006.)

Eu estou contando a história da minha caminhada como membro da Igreja Metodista em Alto da Bondade. Antes de morar aqui, eu morava em uma cidade vizinha chamada Paulista. Foi quando em 1989 a minha irmã Maria de Fátima e Genival Aureliano de Farias, meu cunhado, fizeram um convite para eu me mudar e vim aqui para o Alto. Isto foi no dia 04 de fevereiro de 1989. A minha família é formada por Regina

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Maria Bezerra, esposa, e filhos: Izaías Luiz Bezerra, Israel Luiz Bezerra, Rubenita Maria Bezerra e Rosângela Maria Bezerra. Passamos a morar na casa da minha irmã por um período de 06 meses. Neste período, numa marcenaria comunitária que faz parte da igreja, funcionava um projeto financiado pelo Governo do Estado para que o grupo pudesse fazer os bancos dos Colégios que pertenciam ao Estado. Este grupo era formado por homens, mulheres e jovens da própria igreja. Agora eu vou falar de como nasceu a Igreja. Quando cheguei em 89, irmãos da igreja de Caixa D’Água já tinham começado os trabalhos, só que na casa de uma irmã e muitos trabalhos eram realizados debaixo de um poste no meio da rua. Depois compraram um terreno para construir um Templo, só que em vez de construírem o Templo, por ser uma comunidade muito carente e muitas mães de família participarem da comunidade cristã, se reuniram e construíram uma creche para dar mais segurança às suas crianças. Quando as mães saíam para trabalhar não tinham com quem deixar seus filhos. Interessante é que durante o dia funcionava a creche e à noite era usada para as atividades da igreja. Neste período tínhamos como pastor o David e sua família: Jane Menezes, Ricardo e Daniel. Eles deram a maior força para tudo

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acontecer só que em 1992 um acidente ceifa a vida do pastor. Foi um momento muito difícil tanto para a família como para a igreja, mas Deus enviou um grupo de irmãos que vieram dos Estados Unidos e deram também a sua contribuição junto com a equipe que já tinha começado a construção do Templo. Quem começou foi Genival, Estevão, Manoel, Sebastião, Manoel Francisco. Depois de várias reuniões chegamos a uma decisão de como seria a forma do Templo. Esses blocos que foram usados para fazer o Templo foram feitos na própria comunidade por membros da própria Igreja, hoje com mais de 18 anos. Passaram vários pastores e cada um deu a sua contribuição e foram para outras comunidades e nós ficamos para dar continuidade a caminhada da igreja. Hoje com o apoio do Pr Ivan e dos grupos societários estamos fazendo com que aconteça os trabalhos da igreja durante a semana. Também temos funcionando a Creche atendendo mais de 50 crianças com idade de 2 a 6 anos. Essas crianças são da própria comunidade. Hoje eu me sinto uma pessoa quase realizada porque a igreja confiou em mim para que eu fizesse o curso de evangelista e com este curso eu pudesse ajudar mais na caminhada da igreja. Sinto que o que eu tenho feito tem sido muito pouco. Preciso pedir a Deus sabedoria para que junto como todos aqueles que acreditem no chamado de Deus para a sua obra, possamos ajudar na construção do reino de

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Deus entre nós. Para isso é preciso que cada um pegue a sua cruz e siga, como disse Jesus. Para se tornar um verdadeiro cristão é preciso seguir este mandamento de pegar a cruz e seguir e quando cada um e cada uma tomar essa consciência vai ficar mais fácil do reino de Deus ser construído no meio de nós. O desafio está lançado e cabe a cada um fazer a sua parte para o evangelho ser transmitido a todas as criaturas e alcançar as pessoas que precisam ser evangelizadas. Para cada um de nós essa é a vontade de Deus que é boa e agradável.

3.3 Como tudo começou (Sueleide Aquino de Lira. 10.05.07)

Quando era criança freqüentava a Igreja quase ou praticamente obrigada. Por ser pequena não podia ficar em casa só; tinha que acompanhar mãe na caminhada da igreja

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crianças, sem esquecer do grupo de coreografia dos jovens. Comecei a ir a capacitações, encontros, a freqüentar a Escola Dominical, grupo de jovens, estudo bíblico, oração e tudo o mais que tinha na Igreja. Comecei a me tornar uma pessoa “melhor”. Compreender melhor as coisas, as pessoas, a ter opinião própria. Passei a ser uma nova Sueleide! Mas, ai acontece uma briga com o pastor e o grupo de coreografia, mais uma vez decidi sair da Igreja, mas foi uma decisão que só ficou na teoria. Pensei: Se sair da Igreja o que eu vou fazer? Não saí da Igreja, ao contrário, consegui convencer mãe a voltar a Igreja, junto com ela, Taynã e outras crianças com a idéia de: a igreja é o melhor lugar. Além dos amigos, temos os encontros, daí podemos conhecer outras pessoas. Depois de alguns meses tornei-me professora de Escola Dominical. Fiquei muito insegura, mas as pessoas sempre me encorajaram. Percebi que estava me tornando uma pessoa responsável e até um pouco mais decidida com a vida (com o meu futuro). Como professora, sempre me estressei muito, mas quando passo na rua e até na igreja e uma criança aparece e me dá um abraço, aí paro e penso, o estresse recompensa, tento acompanhar cada criança e dar atenção àquelas que como eu ia para a igreja obrigada. Hoje as minhas primeiras crianças estão maiores que eu, e infelizmente não estão na Igreja. Queria poder acompanhálas também na juventude

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Houve dias na minha caminhada de poucos anos que eu não conseguia entender, porque de repente o melhor lugar do mundo tornou-se um lugar chato, sem graça, quase vazio. Sem perceber (ou não queria enxergar), estava me afastando das pessoas, com vontade de deixar tudo por causa de todas as coisas (brigas para ser mais exata), desde que assumi o compromisso com Deus, lutei para ver a comunidade crescer, mas com essa idéia me decepcionei muito. Um dia estava certa, já que a Igreja só tem metade das pessoas, metade do pastor e metade da atenção necessária, eu não quero ficar só nessa de tentar fazer a Igreja ser completa. Já tinha pegado as minhas coisas que deixava guardada na igreja quando duas pessoas vieram falar comigo (eu não esperava nunca por isso); a primeira pessoa não tão próxima de mim disse que estava preocupada, estava vendo que eu andava triste e conversamos um pouco, mas me deixou mais animada, só que eu já estava decidia e não pretendia voltar atrás na minha decisão. Dias depois a segunda pessoa bem mais próxima de mim sem perceber me fez pensar em minha vida fora daquele lugar tão sonhado. Fiquei com um nó na garganta e conversei muito com essa pessoa e disse que estava disposta a deixar tudo, só que ai eu resolvi para pra pensar: como as crianças vão ficar? Eu não posso fazer isso com elas! E as adolescentes? E a EBF? O cultinho... De repente tentei me imaginar sem todas aquelas coisas que faço com prazer na igreja. Conversei com a pes soa, mudei de opinião ao perceber que tudo o que faço já faz parte de mim. E “provavelmente não poderia viver sem essas pessoas”.

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Nesse meio tempo ouvindo um estudo sobre a graça de Deus, percebi que uma das melhores decisões da minha vida eu já tinha feito, já que Deus me dá a sua infinita graça de graça, o mínimo que eu posso fazer é contribuir e tentar retribuir a Deus tudo ou quase tudo que ele me dá. Com seis anos de caminhada chego à conclusão que apesar dos acertos e desacertos da igreja, lá ainda é o melhor lugar para se viver e ter amigos/as com quem podemos contar a qualquer hora e pra qualquer programa. Agora quando sinto que “to” perto de estresse ou crise ou desanimada eu me lembro da graça de Deus e de suas promessas de que sempre estará conosco!

PS: Na Igreja, junto com as pessoas pude conhecer um novo Deus, um Deus que não castiga que perdoa que ama que anda sempre com a gente, que quer o nosso bem, um Deus que valoriza as pessoas não importa se é rico ou pobre, preto ou branco. Agora conheço um Deus de amor! Um Deus cheio de misericórdia com os seus filhos e filhas. Sou grata à Igreja Metodista por me ajudar a ser quem sou e como sou.

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3.4 Minha participação na Igreja (Regina Maria Bezerra 04.09.2008)

Eu sou Regina. Vou contar um pouco da minha história e de como me tornei metodista. Antes, eu e minha família, morávamos em Mirueira por mais de vinte anos. Depois, passamos a morar em Jardim Paulista, um bairro próximo a Mirueira. Moramos uns 15 anos em Jardim Paulista. Eu sou casada a trinta e dois anos, tenho quatro filhos, dois filhos e duas filhas, e sou avó de cinco netos, três meninas e dois meninos. A minha cunhada já morava aqui no Alto da Bondade e fazia parte da Igreja Metodista. Todas as vezes que ia a nossa casa falava muito da Igreja e nos convidava para vir morar aqui. Nós pensamos muito antes de vir. Vendemos nossa casa, compramos uma aqui na Rua da Linha e visitei a igreja. Desde 1992 me tornei membro e agradeço muito a Deus por ter nos enviado para o Alto da Bondade. Hoje sou feliz. Trabalho na Creche, gosto do que eu faço e tenho certeza que Deus vai me dar muita vitória aqui porque Ele é fiel nas nossas vidas. Ele é fiel conosco e nós queremos ser fiéis com Ele.

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3.5 A minha vida inteira. (Dulcinea Bezerra. 30.03.06)

Neste caderno, eu, Dulcinea, conto sobre a minha vida inteira. Primeiro sobre o meu nascimento. Quando eu nasci, minha mãe morava com meus avós porque meu pai tinha outra mulher e minha mãe não sabia que ele era casado e tinha outros filhos. Minha mãe teve dois filhos com meu pai. Éramos meu irmão e eu, que somos filhos do mesmo pai. O meu pai gostava muito do meu irmão. Ele trazia brinquedos para ele e roupas; trazia para minha mãe coisas e dava dinheiro a ela. Ele vivia viajando muito e trabalhava fora. Quando minha mãe disse para ele que estava grávida de mim ele começou a demorar mais viajando e passava 3 meses fora de casa e quando eu nasci ele tinha chegado da viagem e depois continuou a viajar pelo mundo a fora. Na última viagem dele eu tinha dois anos de idade e ele foi e não voltou mais. Eu cresci sem conhecer meu pai que me fez. Meus avós ajudaram a minha mãe a criar os dois filhos dela. Meu irmão foi registrado com o nome do meu tio que era casado com a irmã da minha mãe. Eles ajudaram minha

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mãe neste ponto. Eu fui registrada como o nome dos meus avós. Meus avós gostavam muito de nós. Quando meu avô se separou da minha avó, a gente passou muita fome. Eram 10 pessoas dentro da casa da minha avó. Eu já tinha doze anos. Minha mãe não tinha estudo, era

analfabeta e não tinha

trabalho. Lavava roupa para as pessoas e quando era tempo de chuva ela não ganhava dinheiro para comprar comida. Minha mãe às vezes encontrava galinha de macumba a trazia para casa. Outra vez, minha mãe trabalhava num bar e trazia comida para os cachorros e a gente era quem comia a comida dos cachorros pra não morrer de fome. Minha mãe conheceu uma senhora que se chamava Terezinha e esta mulher gostou muito da minha pessoa e pediu para minha mãe para deixar eu ir morar com ela porque ela não tinha filha, só dois meninos e minha mãe deixou eu ir morar com ela. Fui trabalhar na casa desta senhora e só ganhava roupa e comida e dois cruzeiros para levar para a minha mãe e não era sempre que isso acontecia. Mas, foi na casa dela que eu aprendi a ter responsabilidade. Aprendi a ler e a escrever e só estudei até a quinta série primária. Meu irmão continuou ao lado da minha mãe e ficou homem, casou e teve uma filha. Depois que a minha mãe morreu a gente ficou sem pai e sem mãe e sem os avós também. Meu irmão se separou da mulher e ficou bebendo todos os dias até que

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ele ficou louco e por causa desta coisa ele morreu com 29 anos de idade. Meu irmão era muito bonito e inteligente, mas era fraco e não conheceu Deus que é nossa força. No dia em que meu irmão morreu, eu tinha uma quantia guardada que um homem me deu umas jóias para vender para ele e depois vinha buscar o dinheiro. Só que com este dinheiro eu fiz o enterro do meu irmão, mas este homem nunca mais apareceu até hoje. Foi Jesus quem me ajudou. Eu passei 15 anos com Terezinha e só sai da casa dela porque conheci um homem que tinha 35 anos e eu tinha 28. Quando ele perguntou se eu vinha embora com ele para a Bahia, eu respondi que sim. Isso foi no dia 31 de dezembro de 1980. Tive meu primeiro filho no dia 10 de agosto de 1982, na terça feira, as seis e meia da noite na maternidade que fica em Brota, na Bahia. Meu filho nasceu de 7 meses, pesou 2,450kg e altura de 44cm. Meu segundo filho nasceu em 1984 na mesma maternidade. Pesou 2,750kg e altura de 44cm. No dia 24 de novembro, no sábado, as 10 e meia da noite. Minha filha nasceu no dia 18 de abril de 1987, as onze e meia da noite, num sábado. Na maternidade da Encruzilhada no Recife. Quando eu tive minha filha, meu marido estava desempregado e nós morávamos num quarto alugado. Estava quase caindo, mas passei 8 meses morando lá com meus filhos. Meu marido bebia muito, batia nas crianças e era porque a gente não tinha o conhecimento de Deus. Depois fui morar com a minha cunhada, mulher do

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meu irmão, mas só Deus sabe o que passei. Fui trabalhar na casa de família para alimentar meus filhos e ajudar em tudo que eu pudesse. Passei 3 meses e depois minha cunhada e os filhos dela diziam coisas ao meu marido. A gente não suportava mais e conheci um homem que queria ser vereador no Alto da Bondade. Ele deu ordem para nós morarmos em uma casa velha que estava quase caindo que era de um policial. Passei oito meses morando nesta casa. Quando o policial soube veio na casa falar com o meu marido. Eu disse para ele que nós não íamos ficar com a casa que é dele. Mas, ele olhou para mim e disse fique na casa até Deus dar uma casa para a senhora. Deus realizou o meu sonho e deu minha casa, onde eu e minha família moramos até hoje. Faz 18 anos que moramos nela. A casa fica no Alto da Bondade, na Rua Lírio dos Vales, nº 155, Passarinho, Recife. Quando eu nasci, foi no dia 12.07.1952 em águas Compridas, Olinda, quem fez o parto da minha mãe foi uma parteira chamada Marta. Quando passei a morar no Alto da Bondade, as coisas começaram a melhorar para a minha família. Meus filhos foram para uma Creche na Igreja Metodista durante o dia inteiro. Entravam as 7h30 e saiam as 5h da tarde todos os dias porque eu trabalhava em casa de família. Chegava na casa da mulher às 8h da manhã e chegava em casa de 5h da tarde e ia buscar meus filhos na Creche. Nesta Creche conheci 3 pessoas que me ajudaram muito

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que são: Jane, Pastor David e Mirian. Através dessas pessoas eu conheci o amor de Deus na minha vida até hoje. Sou pobre, não tenho dinheiro, mas estou feliz porque estou trabalhando no meio de muitas crianças. Esse trabalho foi Jesus Cristo que me colocou na Creche onde meus filhos viviam lá também. Por causa desta Creche eu comecei a visitar a Igreja Metodista, eu e minha família. Todos nós fomos libertados. A luz de Deus entrou em minha casa. Na creche que eu trabalho, procuro ser amiga de todos e com as crianças, cuidar com muito carinho. Na Igreja aprendi a perdoar as pessoas e a compreender melhor. Dentro do meu coração tem duas caixinhas. Numa fica o amor de Deus e na outra a saudade dos meus pais. Quero secar a caixa que fica com a saudade, tristeza. Quando eu era criança sonhava em ser professora, mas não tive condições. Mas, agora quero trabalhar para o meu Deus com amor e paixão. Gostaria que a minha vida fosse como todas as rosas do jardim, sempre belas e bonitas, felizes e sem uma tristeza dentro do meu coração. Porque meu pai me abandonou, eu era criança, uma menina sofredora, mas Deus sempre cuidou de mim e de todos nós. Eu era criança e um dia meu irmão subiu no pé de mamão e tirou um mamão e jogou para eu apanhar e cai com mamão e tudo no chão e desmaiei porque eu era muito magra e fraca. Também a gente brincava de pula corda, barra bandeira, de boneca de pano.

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Eu brincava de escola com meus primos e primas e só queria ser a professora. Brincávamos de casamento de boneca, eu e meu irmão. Nós éramos muito unidos. Nunca brigávamos. Quando um garoto dava no meu irmão, eu pegava uma foice e corria atrás para matar o garoto. Um dia quando eu tinha 10 anos, um primo disse que uma prima ia se casar com meu irmão e eu peguei uma caneca de óleo e bati no rosto dele. Saiu muito sangue e fiquei com muito medo. Quando a filha da minha prima estava grávida eu passei 3 dias na maternidade com ela. Ela teve uma linda menina que se chamou Nayara. Cuidei dessa criança e também a vi nascer e fiquei muito feliz e contente. Ela nasceu no dia 6 de janeiro de 2002. Eu amo muito esta menina. Ela é importante e especial para mim. No dia das mães ela fez uma flor no papel e me deu com muito amor e carinho. Meu coração se encheu de paixão. Que Deus a ilumine e abençoe todos os dias da vida dela. Refletindo sobre a minha história, em 2007, perto do dia dos pais, escrevi esta cartinha para ler na igreja:

“Querido meu papai, Estou escrevendo esta cartinha com muito amor e carinho para você, papai! Estou pedindo a Deus todos os dias para eu encontrar com o

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senhor. Papai, quando eu estava para ir para o ventre da minha mãe Deus perguntou para mim se eu queria que você fosse meu pai mesmo. Eu respondi que era o senhor. Ele disse que eu ia sofrer muito porque o senhor não me amava e ia maltratar muito a minha mãe, mas eu escolhi o senhor para eu amar e ser feliz ao seu lado. Mesmo sabendo que o senhor não gostava de mim e de minha mãe, mas Deus um dia vai transformar o seu coração duro e fazer outro doce. Pai, que Deus abençoe o senhor e lhe dê muito amor e compreensão. Da sua filha que não o conhece ainda e deseja ser amada pelo senhor, pai.

Muitos beijos e carinhos!”

Dulcinea.

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3.6 Acontecimentos marcantes (Ana Paula da Silva. Maio de 2008).

Uma das coisas mais engraçadas que aconteceu na nossa igreja foi um chá de cozinha para um pastor. Eu nunca tinha ido a um chá de cozinha para um homem antes. Os dois acontecimentos que mais me marcaram foram: - O passeio para a praia de Mangue Seco porque lá brincamos muito. Os pastores Ivan e Milton e outras pessoas tentavam afogar todo mundo falando que era a brincadeira do batismo e depois Rose e Dida fizeram o mesmo com o pastor Milton empurrando ele apulso dentro da água. - O nosso Retiro também foi muito legal. Divertimos-nos muito e foi muito bom conhecer novas pessoas e aprender com elas como é bom ter amigos, amar e ser amado, perdoar e ser perdoado...

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3.7 Algumas histórias (Antonia Bernardo Alves 10.09.2008)

Uma vez eu estava na estrada no final da tarde, depois de um dia pesado de trabalho e estava grávida. Tinha um enorme feixe de lenha para levar para casa para cozinhar e estava muito chateada e cansada. Achava injusto tanto trabalho e um marido que bebia e comia do que eu trazia para casa. Algumas mulheres que estavam comigo foram andando e cada vez eu me distanciava do grupo e ia anoitecendo. Pedi a Deus que me ajudasse e apareceu um homem num cavalo que teve pena de mim e se ofereceu para levar a minha lenha no seu cavalo. Aceitei e fiquei aliviada. Senti que Deus havia me ajudado e depois de começar a participar da igreja compreendi o que significava o texto que fala em carregar o fardo uns dos outros baseada na minha própria história.

Também

passei

muitos

anos

tentando

resolver

a

documentação da compra da minha casa. O meu marido bebia muito e, quando eu compreendi que tinha valor e que não precisava continuar sofrendo violência e desrespeito, ele saiu de casa. Com muito sacrifício eu comprei um terreno de uma mulher que era viúva. A mulher estava ficando bem velhinha e tinha um filho e eu tinha medo que se ela morresse o filho não assumisse a venda do terreno e eu ainda devia uma parte. Consegui com muita luta e apoio de pessoas da igreja, pagar o

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restante do terreno e pegar o recibo que garante a minha posse. Construí minha casa aos poucos, ainda continuo a fazer melhoras e no mês passado construí o banheiro. Sei que Deus me ajudou todo esse tempo porque sem Ele não teria conseguido. Ouvi o texto da viúva e do Juiz e compreendi que eu era como aquela viúva que tanto insistiu que terminou recebendo a justiça para o seu caso. Me sinto feliz e abençoada. Outra grande bênção de Deus foi a minha aposentadoria. Tenho erisipela há oito anos e assim não posso trabalhar. Meus filhos não aprenderam muito na escola mesmo que estudaram desde pequenos, mas tiveram dificuldade para aprender. Foram criados numa situação de alimentação pouca e trabalho duro, mas as duas meninas que já nasceram aqui no Alto da Bondade estão na escola e aprendendo direitinho. O trabalho dos meus filhos é de biscate como ajudante de pedreiro, lavando carros etc. e eles trazem para casa o que conseguem. Mas não era suficiente para uma família de oito pessoas. Depois de ir a muitos médicos, uns humanos e outros que não me trataram bem, fui encaminhada para uma junta médica e consegui me aposentar no ano passado. Agora tenho a segurança de ter comida na mesa todo dia para mim e para os meus filhos e sei que tudo isso é porque Jesus cuida de mim.

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3.8 Nova família (Sebastiana 21.09.2008)

Eu, Sebastiana, sempre fui religiosa desde a minha infância. Fui interna num colégio de freiras para que a minha mãe pudesse trabalhar, pois tive um pai muito irresponsável. Alcancei muitas bênçãos e continuo recebendo até hoje. Tive uma vida muito sofrida, mas já faz três anos que eu conheci uma nova família em Cristo e hoje sou mais feliz. Tenho tido muitas vitórias e livramentos de Deus, tanto eu, como toda a minha família. Tenho motivos para tristezas. Vivo triste com problemas na minha família, meu filho que está preso, mas essa tristeza agora é pouca, pois sou mais confiante em Cristo e na vitória que Deus vai me dar que é meu filho de volta para o lar. Meus irmãos e irmãs em Cristo: é muito bom estar com Deus e ter irmãos na religião como vocês na nossa igreja aqui no Alto. Que Deus nos abençoe.

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3.9 Um pouco da minha história (Iva Balbina da Conceição 21.09.2008)

Hoje eu vou falar um pouco sobre a minha história, relembrando o passado. Com lágrimas no rosto, eu falo que eu e meus pais morávamos num sítio que se chamava Maçaranduba. A gente morou lá 12 anos e ai o proprietário do sítio pediu o sítio e a gente tinha que se mudar logo. Nós éramos 07 irmãs e 03 irmãos. Neste período que o proprietário pediu o sítio, apareceu um amigo do meu pai que morava em Chã de Alegria e conseguiu uma casa lá para a gente ir morar. No dia em fomos para lá foi uma grande tristeza para todos nós porque éramos acostumados no sítio. Quando a gente chegou em Chã de Alegria foi muito sofrimento porque o meu pai estava sem emprego e tinha dia que a gente não tinha nada para comer. Um dia a minha mãe foi no quintal e encontrou um pé de macaxeira bem novinho. A macaxeira era tão branca que parecia vela. Nós éramos todos pequenos e não tinha carne. Um dia a minha mãe cozinhou brêdo com água e sal para a gente comer, mas assim mesmo, com todo esse sofrimento, eu agradeço ao senhor Sebastião por ter levado a gente para Chã de Alegria porque foi lá que eu aprendi as coisas. Foi lá que eu soube o que é uma televisão, o que é a morte, o que é namorar e o que é muita coisa que eu não sabia antes. Agradeço muito a Deus por isso. Quando eu tinha 17 anos, eu saí de Chã de Alegria e vim trabalhar no Recife. Uma pessoa me trouxe, só que eu não sabia de nada aqui e nem mesmo como voltar para casa para levar dinheiro para a minha mãe. Depois de 33


um ano e meio que eu estava aqui conheci um rapaz com quem eu vivo até hoje. Foi ele que me ensinou a sair, os lugares por aqui, o que fazer, para onde ir e foi ai que eu pude voltar para onde eu morava e visitar a minha mãe. Depois de 03 anos eu fiquei grávida da minha primeira filha que se chama Ana Cláudia, que nasceu com um pouco de deficiência. Eu sofri muito porque na casa onde eu trabalhava não me aceitaram mais com a gravidez e o meu marido não queria filho naquele momento. Mesmo assim, me levou para a casa dos meus sogros e lá eu continuei passando coisas muito difíceis. Depois eu consegui um quartinho para morar. Era bem apertado e rodeado de mato e foi lá que eu tive Eduardo, depois Paula e por último, Lúcia. Só que mesmo morando nesse quartinho eu continuei a sofrer muito. Neco saía para trabalhar e eu ficava com os meninos todos pequenos e muitas vezes não tinha nem o que comer. Passei muito tempo lá e depois de muita luta conseguimos vir para o Alto da Bondade, onde moramos agora. Fui a uma igreja e falaram para eu colocar um pedido, uma carta dizendo uma coisa que eu queria pedir a Deus. Pedi um cantinho pra morar que fosse meu. Pouco tempo depois um parente do meu marido que morava aqui no Alto avisou que tinha umas reuniões no tempo de Miguel Arraes para conseguir um terreno aqui. Comecei a participar das reuniões e ganhamos o terreno. Foi Deus quem me ajudou. Com isso fiquei sabendo que Deus cuidava de mim. Aqui continuei a sofrer. Com o passar do tempo, consegui colocar Ana Cláudia no INSS e começamos a receber um salário que tem nos ajudado muito. Os meus filhos foram crescendo e aos pouquinhos o sofrimento foi acabando e hoje eu sou uma vitoriosa. Tenho filhos casados e agradeço muito a Deus por ele ter me dado forças para lutar e estar aqui contando a minha história e feliz por ver meus filhos tudo grande e feliz sem passar por 34


mais nada do que nós já passamos. Participo na igreja, no discipulado e hoje sou uma cristã. Sou alegre, trato as pessoas bem e não guardo mágoa. Estou na escola e vou aprender a ler com a graça de Deus!

3.10 Gratidão Elianai Muniz da Silva 21.09.2002

Minha chegada na Igreja Metodista se deu através de um amigo que hoje não se encontra mais nessa igreja, porém, mesmo assim, eu agradeço a Deus por tê-lo colocado em meu caminho. Foi bem conturbada a minha entrada na igreja, pois apesar de ter tido o apoio de todos na congregação, não tive ajuda de uma pessoa que era importante na minha vida, meu marido, Ricardo. Apesar de todas as provações que já passei e por outras que ainda hei de passar, agradeço por tudo o que Deus tem feito na minha vida. Ainda não consigo enxergar quais os planos de Deus em minha vida, mas me sinto muito honrada e alegre por estar atualmente no grupo de louvor, trabalhando para Deus com toda alegria. Claro que como todo grupo esse grupo tem seus problemas, mesmo assim, agradeço por este grupo e pelas amizades que fiz. Por intermédio de Deus pude me aproximar de uma pessoa de quem jamais pensei que fosse me aproximar, e hoje tem um lugar muito especial reservado em meu coração, em minha vida e nas minhas orações.

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Sinto que este aniversário da igreja será muito especial, cheio de glória, de adoração, unção, comunhão e do Espírito de Deus, principalmente por estar participando de uma forma especial.

3.11 Relato de vida (Rejane Maria dos Santos Santana, 23.09.2008) Há dez anos passados perdi minha mãe, pois foi diagnosticada uma doença sem cura. Foi muito difícil perdê-la, pois era minha amiga e confidente e quase entrei em depressão. Pedi em minhas orações um emprego a Deus e Ele me mandou para a Creche Gente Nova, que é da Igreja Metodista. Estou lá desde o ano de 2000. Duas vezes por semana realizamos na Creche uma devocional com crianças, professores/as e funcionários/as. Foi através das devocionais que conheci a salvação em Jesus Cristo. Foi assim que fiquei com a certeza que Jesus queria tornar-me membro da Igreja Metodista e assim foi feita a vontade de Deus na minha vida. Estou contando esta história de forma muito abreviada, mas tenho certeza que o relacionamento com Deus pode nos dar a paz e quando Ele me chamou, eu posso fazer as minhas escolhas de forma mais clara.

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3.12 Meu testemunho de vida (Israel Luiz Bezerra, 24.09.2008). Eu sou grato a Deus pela oportunidade de viver nesse mundo servindo somente a Ele. Tive uma vida tranqüila diante do Senhor, creio que recebi de Deus o chamado desde o ventre da minha mãe e que realmente foi Ele que me escolheu. A minha vida teve algumas dificuldades e muitas provações, mas quando temos promessas de Deus Ele cuida de nós, como cuidou do meu pai no ano de 1977. Nós moráva-mos em Mirueira e eu ainda não tinha nascido, quando o meu pai sofreu o grave acidente. Na ida ao trabalho foi abordado por alguns assaltantes que quase lhe tiraram a vida, só que a mão do Senhor era com o meu pai e o livrou do abismo, se não fosse isso eu não estaria aqui cantando, louvando e engrandecendo o nome do meu Senhor e Rei. Esta é a primeira parte do meu testemunho, pois, quando aconteceu esse incidente a minha mãe só tinha o Isaías, meu irmão mais velho, caso Deus não tive-se livrado o meu pai, a minha mãe só teria o Isaías. Nós conhecemos o amor de Deus na Igreja Assembléia de Deus, mas devido alguns probleminhas que surgiram, nós nos afastamos do evangelho, mas os planos do Senhor na nossa vida só estavam começando, pois Ele tinha um plano para nós na Igreja Metodista, e tudo começou pelo convite feito pelo meu tio Genival, que era evangelista da igreja e está passando por situações que ele e toda sua família carecemos das nossas orações, e nesse convite terminamos indo morar no Alto da

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Bondade, onde Deus tem cumprido com suas promessas. O pai bebia muito e mesmo assim o povo de Deus teve muita paciência para com ele, em especial o pastor David, o qual foi um verdadeiro homem de Deus que lutou com todas as forças para ajudar o meu pai a sair da situação que se encontrava, e mas uma vez o Senhor foi fiel e para a honra e a glória de Deus o meu velho não bebe mais. A segunda parte do meu testemunho foi um livramento que Deus me concedeu, usou até a minha esposa que naquele dia éramos só namorados e ela me pediu para que eu não fosse a Limoeiro. Foi quando em um acidente de Kombi, colidimos de frente a um caminhão trazendo seqüelas graves para todos que estavam naquele coletivo. Sou grato a Deus, pois a sua mão estava estendida para nos salvar, e foi onde eu entendi que Deus me chamava para viver o seu amor e trabalhar em sua obra. Desde que chegamos no Alto da Bondade e participamos da Igreja Metodista o Senhor tem nos abençoado tanto a mim como a todos de minha família, então eu só tenho que agradecer por tudo e pelas promessas de Deus que foram e serão cumpridas em minha vida, Deus me deu uma linda família minha Esposa Nadjane e o meu filho Thiaguinho e eu creio que o Senhor é fiel para terminar a boa obra que ele iniciou em minha vida.

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Salvador em 1982, meu nome é Denailton Bezerra da Silva e os meus pais são Ailton Bezerra da Silva e Dulcinéa Roberta da Silva. Em 1984 viemos para Recife, Pernambuco, eu, meus pais e meu irmão. Não tínhamos muitos recursos e ficamos hospedados em casa de parentes, no bairro de Águas Compridas. Depois de seis meses nos mudamos para o Alto da Bondade e fomos morar num quarto de aluguel. Com o passar do tempo os poucos recursos que os meus pais tinham acabou e estavam desempregados e aí tivemos que sair do quarto. Como n ão tínhamos dinheiro para pagar aluguel, meus pais decidiram invadir um barraco de taipa, que estava abandonado e servia de garagem pra um carroceiro que guardava a sua carroça. Ele morava ao lado. Passaram-se oito meses e o dono do barraco apareceu, querendo vender o terreno. Fez uma proposta aos meus pais pra eles pagarem como pudessem. Com a ajuda de Deus eles conseguiram pagar o valor proposto pelo dono do terreno. Nesse período, minha mãe estava grávida de minha irmã e trabalhava em casa de família e meu pai vivia de bico. Meu pai bebia muito nesse tempo e quando bebia ficava muito

agressivo. Quando

chegava em casa batia muito em mim e nos meus irmãos. Depois

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que minha mãe descansou ficou desempregada, e meu pai continuou vivendo de bico. Ela teve que nos colocar numa creche que fica no Alto da Bondade, Creche Gente Nova, da Igreja Metodista. Minha mãe conheceu a diretora da creche, Miriam, que no momento estava precisando de uma cozinheira, e perguntou se ela queria o emprego. Minha mãe aceitou e foi nesse tempo que as coisas começaram a melhorar. Miriam também convidou ela a ir a Igreja Metodista, aonde ela e meu pai conheceram a Cristo. Meus irmãos começaram a visitar a igreja com eles. Eu não gostava de ir à Igreja e sempre dava um jeito de não ir junto com minha família, mas eu gostava muito da Creche por causa dos divertidos passeios que a Creche fazia pro acampamento metodista. Cresci e aos 17 anos de idade eu havia tentado tudo pra me sentir seguro, feliz e até com drogas havia me envolvido. É ai que começa o outro lado da história, tempo de desilusões, angústia e decepção. Eu gostava de levar um estilo de vida sem regras, eu fazia minhas próprias regras, bebidas, mulheres, drogas e rock rol. Qualquer história, tanto a minha como a sua, tem vales e montanhas, coragem e timidez, conquistas e decepções, sanidade e loucura. Mas esse estilo de vida não me fazia feliz. Foi em 2000 que eu tive uma experiência, um encontro pessoal com Deus. Numa noite fria eu e um colega resolvemos fumar um cigarro de maconha pra arejar a mente. Foi quando ele começou a conversar comigo e me falar de Deus. Eu não estava gostando muito daquela conversa, mas fiquei prestando atenção e ele me falava que se eu entregasse minha vida a Deus ele ia atender minha oração. Nesse momento eu me 40


impressionei, porque nem meus pais sabiam que as noites eu conversava com Deus e então percebi que Deus estava falando comigo. Terminamos de fumar a droga, mas não sentimos seu efeito. Saindo dali eu fui pra casa e no caminho fui pensando no que fazer da vida, pois eu tinha certeza que Deus tinha falado comigo. Pensei no que eu tinha que deixar pra trás, para poder seguir a Cristo: cigarro, mulheres, drogas, bebidas, shows de rock, mas foi pensando que cheguei numa conclusão que tudo isso não valia nada, pois assim eu estava destruindo minha própria vida, e não ia chegar a lugar nenhum. Mesmo chegando a essa conclusão fui teimoso, e pensei comigo mesmo: “não vou aceitar a Cristo e ir pra uma igreja. Isso é coisa de otário, de careta e eu não sou careta”. Chegando na rua de casa eu observei que uma ambulância ia entrando na rua. Pensei que fosse pra algum vizinho doente, mas para minha surpresa era minha mãe que estava sendo socorrida, saindo de casa carregada nos braços de meu pai. Quando eu vi aquela cena, eu corri em direção a eles e perguntei o que estava acontecendo, mas meu pai não teve tempo de me responder nada, entrou na ambulância e foi com minha mãe. Enquanto a ambulância ia embora eu fiquei muito preocupado com meus pais, e resolvi ir a igreja para aceitar a Cristo como meu Senhor e Salvador da minha vida e pedi que Deus

curasse minha mãe e a

trouxesse com vida pra casa. Coloquei minha melhor roupa e fui. Quando cheguei na igreja eu sentei no último banco, tímido. Ajoelhei-me e comecei a orar a Deus pedindo pela minha mãe. Eu estava um pouco envergonhado, e pensei comigo mesmo, “se não me convidarem para aceitar a Cristo, eu não vou”. Terminou

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o culto e o convite não foi feito e os irmãos da igreja começaram a se cumprimentar com a paz de Cristo para ir embora. Como eu não sabia nada de igreja fiquei na porta em pé, e algumas irmãs se dirigiram a mim com a paz de Cristo eu tímido disse amém, mas havia uns irmãos que me conheciam do culto que acontecia lá em casa. O pastor na época era João Ribeiro. Recordo que quando tinha culto em casa eu sempre ficava no meu quarto escondido ouvindo a palavra do pastor, e os hinos cantados pelos irmãos. Eu só aparecia depois que o culto terminava e algumas vezes minha mãe trazia o pastor ao meu quarto para falar comigo. Ele sempre perguntava como eu estava e quando era que ia aceitar Cristo na minha vida, e eu sempre dizia: “um dia eu vou aceitar pastor, só não sei quando”. E esse dia chegou. Eu tomei coragem e disse a esses irmãos que vieram falar comigo que eu queria entregar a minha vida a Cristo. Todos os irmãos que estavam no culto voltaram junto com o pastor João, e oraram por mim entregando minha vida a Deus. Essa foi a melhor escolha que já fiz. No mesmo dia minha mãe voltou pra casa muito bem de saúde e eu pude contar as boas novas pra ela, que eu tinha me entregado pra Cristo. Ela e a minha família ficaram muito felizes com a noticia, e todos nós nos abraçamos chorando de alegria com o que Deus havia feito em minha vida. O meu desejo é que este meu testemunho lhe ajude a ter uma experiência genuína com o Senhor Jesus Cristo. Existem muitas denominações evangélicas. São tantas que devemos estar sempre pedindo discernimento para saber se estão obedecendo a palavra de Deus, pois não podemos nos

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iludir com falsas pregações. Aliás, este é um grande problema. Precisamos saber que a palavra de Deus não nos promete “sombra e água fresca”, uma vida boa, mas sempre nos coloca o compromisso para com Deus e para com o próximo. Sabemos que o Senhor Jesus espera de nós uma resposta a seu apelo de compromisso. Nunca podemos nos esquecer da graça do Senhor, que nos acompanha e nos capacita.

NOVAS CRIATURAS? O QUE MUDOU NA MINHA VIDA?

4.1 Coerência cristã (Inácio Luiz Bezerra. 29.06.06)

Nos dias de hoje, para ser uma família cristã é preciso vencer muitos obstáculos. Muitas vezes é mais fácil servir ao mundo do que seguir a Jesus. Com todas as vantagens que o mundo está oferecendo, muitas pessoas se afastam dos caminhos que levam a Jesus. Só é possível vencer esses obstáculos se realmente assumirmos um compromisso daquilo que queremos. Já fizemos muitas tentativas formando grupos de casais. Isso começou nos anos 80 e 90 na casa onde morava o pastor David e sua família: Jane, Ricardo e Daniel. Foi uma experiência muito boa porque era o momento de uma família

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ajudar a outra tanto nos seus problemas materiais materiais como espirituais. Foi a época em que tivemos uma quantidade de membros muito boa na nossa igreja. Com a chegada de outros pastores, cada um com a sua maneira de trabalhar com a igreja, acabaram os trabalhos com grupo de casais. Já passaram pela nossa igreja muitos pastores: O Pr David, de 1986 a agosto de 1992; O Pr Alencar apoiou nos últimos meses de 1992; O Pr Lourenço em 1993; O Pr Saulo em 1994; em 1995 ficamos sem pastor sob a responsabilidade do Bispo Paulo Ayres que nos ajudou muito; Os Prs Paulo Sérgio e Márcia em 1996; Os Prs Paulo de Tarso e Toshi em 1997 e 1998; O Pr João Ribeiro de 1999 a 2001; O Pr Ivan Carlos de 2002 até o momento e em 2004 e 2005 também o Pr Milton. São muitos os pastores que passaram por nossa comunidade cristã. Com a chegada do Pr Ivan, resgatamos os encontros com casais e estamos iniciando os grupos familiares. Já temos pessoas capacitadas para começar e falta muito pouco para começarmos com novos grupos. Esperamos em Deus que vai ser uma nova maneira de trazer novas pessoas para a igreja. Existe uma coisa importante é que quem faz os encontros tem de ser alguém em que as pessoas acreditem e possam confiar no que estão ensinando. Para isso é preciso que quem vai liderar conheça sobre o encontro. Temos um ditado muito interessante que diz: “Cada metodista um/a missionário/a, Cada lar, uma Igreja”. Falo isto porque sou um metodista e tenho muito orgulho de ter

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conhecido a Igreja Metodista. Foi em 04 de fevereiro de 1989. Já participei de duas igrejas. A primeira foi a Assembléia de Deus onde conheci minha esposa e me casei, mas foi na

Igreja

Metodista onde realmente tenho sido a pessoa que sou. Hoje na minha longa caminhada de igreja tenho visto e aprendido muitas coisas. O que eu sei hoje, eu agradeço primeiro a Deus e a igreja por ter confiado em minha pessoa para participar de muitas capacitações para que eu possa ensinar a outras um pouco do que aprendi. Hoje temos grupos de discipulado funcionando. Falta muitas coisas ainda para alcançar o objetivo que queremos que é de poder alcançar pessoas e levar a elas o amor de Jesus através do evangelho transformando suas vidas em prol do Reino de Deus. Cada um de nós temos um chamado com dons diferentes. Uns preparam a terra, outros plantam, outros cuidam. Quando o fruto estiver pronto, o Dono da plantação colhe e fica muito alegre. Assim acontece com o povo chamado cristão. Deus escolhe cada um de nós para a missão através dos ministérios. Cabe a cada um botar a mão no arado e preparar a terra, semear a semente. Para dar bons frutos, tenho que saber que tipo de semeador eu sou. Se eu realmente tenho conhecimento do que eu estou fazendo para a semente não morrer. Assim também acontece com o evangelho: se eu não tiver uma vida de testemunho de uma nova criatura, meu trabalho será em vão e tudo o que eu estiver fazendo. Por isso, temos que saber quem nos chamou para testemunhar vivendo em comunhão com todos para que o nome de Jesus seja exaltado. Uma comunidade de fé primeiro precisa saber que tem 45


várias áreas para serem construídas. Uma delas que é a principal, é o lugar onde o Espírito Santo possa fazer morada. Tendo este lugar preparado, os outros se tornam mais fáceis de serem construídos porque já existe a pedra principal que é o amor. O amor gera perdão e em seguida a união. Agora a concordância que queremos, se já temos esses elementos é a hora de botarmos a mão no arado e começarmos a construção do Reino de Deus. Nós começamos isto através dos grupos de casais, grupos familiares, discipulado e porque não, nos grupos societários. Em todos esses grupos, a igreja está presente. Se cada pessoa tem certeza que está incluído nesse chamado não resta mais nada além de colocar sua cruz nas costas e seguir em frente atendendo o chamado de Deus. É importante sabermos em qual área vamos atuar porque todos nós temos dons, mas são diferentes uns dos outros. Para o trabalho na comunidade cristã, todos são importantes, é só saber onde podemos usá-los para que todo o trabalho dê certo. Sabemos que construir uma comunidade cristã não é fácil. Exige que a gente possa aceitar o desafio de ser uma nova pessoa e não fazer as mesmas coisas que fazia antes. Tenho que pensar muito no que eu gostava de fazer e se é bom pra mim agora, para não atrapalhar na construção do Reino de Deus. Tem uma música de Petrúcio Amorim que diz esta frase: “Eu não sou dono do mundo, mas tenho culpa porque sou filho do dono”. Isso significa que somos responsáveis para cuidar desse mundo como filhos e filhas de Deus e devemos usar os nossos dons como um só propósito, de transformar este mundo em Cristo.

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4.2 Celebrando a vida das pessoas idosas! (Jane Menezes Blackburn)

No momento da Edificação do Culto do Domingo, 22 de setembro de 2004 na Igreja Metodista em Alto da Bondade, a igreja ouviu uma entrevista feita pelo pastor com três mulheres acima de 65 anos. Elas falaram de sua infância, seu acesso à educação, trabalho infantil e adulto, família, dificuldades, vida na igreja e sonhos. No final do Culto um jovem falou “ouvir as pessoas idosas nos ensina mais do que uma pregação sobre a necessidade de ouvilas”.

4.3 Com Deus, sou vencedora (Regina Maria Bezerra 04.09.2008)

Eu estudei na escola fazendo o MOBRAL. Foi lá que eu conheci Inácio. Durante um ano foi nosso namoro, noivado e casamento. Passamos por momentos muito difíceis, mas Deus estava comigo. Hoje eu agradeço por tudo. A minha infância não foi boa. Sofri muito, mas fui vitoriosa. Meu pai sofria dos nervos 47


e passou muitos anos internado. Nessa época, minha mãe era quem trabalhava na roça para nos alimentar, mas valeu todo esforço. Sempre fui evangélica e hoje eu agradeço muito a Deus por ter me ajudado. Tenho meu lar, meu trabalho, minha família e em tudo isso quem me ajudou muito foi a Igreja Metodista.

4.4 Reconciliando-me com Deus. (Inácio Luiz Bezerra. 08.07.06)

No ano de 1977 eu estava casado há apenas 11 meses. Nesse tempo eu trabalhava numa Fábrica de Tecelagem. O meu horário era das 10h da noite às 05h da manhã. A Fábrica fica na cidade de Paulista no Grande Recife. Eu morava num bairro chamado Mirueira e era um período em que eu tinha me afastado dos caminhos do Senhor Jesus. Nós sabemos que quando estamos afastados alguém continua orando por nós e por todos os desviados. Foi quando uma comissão que evangelizava esteve em minha casa, oraram por mim e fizeram um convite para que eu pudesse voltar para a igreja. Sabemos que Deus fala usando o seu povo.

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Isso foi numa quarta feira. Lembro-me como se fosse hoje. Era uma tarde e eu me comprometi a ir para a igreja no outro dia que era quinta feira e tinha culto de instrução. Só que quando os irmãos saíram da minha casa eu comecei a zombar da comissão porque eles eram velhos e eu disse que estavam caducando. Não sabia que aqueles caducos estavam em missão na seara do Senhor e foram me alertar de uma tragédia que estava para acontecer comigo. Assim como nós cuidamos dos nossos filhos, Deus também cuida de nós. Através de Jesus Cristo ele tem me chamado para a sua obra, só que eu não cumpri com a minha palavra e não fui para a igreja. Passou a quinta feira e veio a sexta feira e as 09h30 quando ia para a Fábrica trabalhar, o ônibus se quebra num lugar muito deserto e só havia quatro passageiros. Foi quando quatro assaltantes dizendo que eram policiais me pediram dinheiro e alguém no meio deles dizia que eu tinha dinheiro porque eu vendia prestação. Eu trabalhava a noite e durante o dia eu negociava. Naquele momento não tinha nenhum dinheiro comigo a não ser a passagem do ônibus, mas eles não acreditaram na minha palavra, me agarraram e todos os quatro estavam armados. Eram 2 revólveres, uma faca peixeira e um pau. Ali eu fiquei apavorado, me soltei e tentei correr e foi quando veio o pior. Um deles que estava com uma das armas me acertou pelas costas. No momento lembrei-me que eu disse aos irmãos que voltaria a casa do Senhor e não fui. Não estou dizendo que foi castigo de Deus porque a Bíblia diz em Tiago 1. 12 a 15 que Deus

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não é tentado pelo mal e não tenta ninguém. Muitas vezes as coisas nos acontecem por causa da nossa desobediência ao chamado de Deus. É onde entra a astúcia maligna para querer destruir nossa vida. Com esse tiro passei entre 3 e 4 anos hospitalizado, sendo que num período de 2 anos direto no hospital e nos outros 2, passando o final de semana em casa. Depois comecei fazendo fisioterapia, deixei a cadeira de rodas e depois deixei o par de moletas e comecei a caminhar para a igreja. Muitas vezes pelas coisas que acontecem dá vontade de abandonar tudo, mas lembro-me que o mundo não tem nada para nos oferecer. Quando somos chamados a obra de Deus, já sabemos o que vamos enfrentar porque Ele mesmo disse: aqui no mundo tereis provações, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo e vocês também vencerão. São essas promessas de Jesus que muitas vezes faz com que eu não desista de caminhar. Hoje tenho consciência de quero ajudar minha igreja na sua caminhada, construindo o Reino de Deus aqui na terra. Essa foi minha maior experiência com Deus. Meu nome é Inácio Luiz Bezerra. Oremos por todos os que estão no caminho do Senhor Jesus. 4.5 Bebia, e já não bebo. (Inácio Luiz Bezerra, 03.07.06). Como a igreja me ajudou na minha vida no tempo que eu bebia? Muitas vezes fui para os cultos do domingo embriagado e nunca me rejeitaram. Ao contrário, tive total apoio por parte das pessoas da Igreja mesmo sabendo que eu estava embriagado, fui

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acolhido pelo pastor e outros irmãos. Os grupos que funcionavam me acolheram, um deles o de casais. Não foi fácil que eu deixasse a bebida. Se eu não tivesse o apoio da igreja até hoje talvez ainda estivesse bebendo. Quero dizer o quanto é importante no momento em que uma pessoa estiver precisando de ajuda, seja ela quem for, que ela receba esta ajuda. Ai é quando entra o papel da igreja. Tive uma experiência de um irmão de uma certa igreja que conversou comigo e contou que estava embriagado e isto aconteceu num domingo à noite antes de ir para o culto. Quando chegou na sua casa a sua esposa estava com muita raiva porque ele tinha gastado o dinheiro da semana com amigos nos bares, com bebida. No momento ele ficou desesperado por ter uma filha paralítica em casa e ela estava com fome porque ele tinha usado o dinheiro da sua feira para beber com amigos de copo. Foi quando ele teve a idéia de ir para a igreja. Só que ele não esperava o que ia acontecer quando ele chegasse na igreja. Além de já ter passado por uma grande decepção na sua casa, os irmãos da sua própria igreja lhe botaram pra fora e não deixaram ele assistir o culto. No momento em que ele falou comigo estava ainda embriagado e chorando. Foi quando me veio no pensamento: isso é o que eu fui ontem. A diferença é que eu tive todo o apoio que eu precisava da minha igreja e hoje posso ajudar a esse irmão mostrando a ele que eu passei por esses momentos difíceis que ele está passando e que do mesmo jeito que eu consegui superar esse problema, ele também pode. Primeiro, não deixando a Igreja e depois se conscientizar que

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esse não é o caminho para a sua vida. Quando eu escutei esse irmão, perguntei a mim mesmo para quem Jesus veio. O que ele diz é que veio para os oprimidos. Quando a igreja não aceita uma pessoa porque está embriagada, imagine se essa pessoa estiver endemoninhada ou com qualquer outro problema? A Bíblia diz que o filho pródigo quando deixou a casa do seu pai para ir embora, o pai chorou porque amava o seu filho. Interessante que quando o filho se arrepende por não ter ouvido seu pai e decide voltar, seu pai lhe recebe de braços abertos. Assim também deve ser com a casa de Deus. A igreja jamais deve se recusar a acolher uma pessoa porque ela está embriagada ou com outro tipo de problema. Se a minha igreja tivesse me rejeitado quando estive embriagado ao invés de me acolher, hoje com certeza eu não estaria na igreja e não seria a pessoa que eu sou. Hoje continuo na igreja, feliz e ajudando na construção do Reino de Deus

4.6 Não andava e hoje ando! (Maria das Dores ‘irmã Dorinha’ 18.05.2008).

Meu Senhor e meu Deus. Me ilumine e me dê sabedoria em todas as coisas para que eu nunca venha tornar aos caminhos tortuosos. Envia-me o teu Santo Espírito para guiar-me e me ajuda a seguir em frente pois eu sei que só o Senhor é Deus, meu e de todas as nações. Obrigada, Senhor, como o Senhor é lindo e misericordioso e mudou o meu jeito de pensar e de agir. Te amo 52


Jesus, Senhor da minha vida. Obrigada, Jesus, obrigada. Conheço a sua voz, sinto a sua presença. Reprime Senhor a minha angústia, a minha vontade de chorar se não eu não consigo nem conversar contigo e fazer o meu texto. Oh! Senhor! Me dê graça. Aleluia! Glória a Deus! Louvado e engrandecido é o seu nome! Amém. Meu Deus, minha experiência

contigo

foi

extremamente

maravilhosa.

Um

aprendizado muito especial, principalmente com o ensino de irmã Jane e da irmã Suely e do nosso pastor de ovelhas, o pastor Ivan. O caminho dos irmãos foi um conjunto da sua onipotente mão poderosa sobre a minha vida aqui no Alto da Bondade. Na Igreja Metodista tudo para mim é glória. Fazei em mim a sua vontade e morada do seu Santo Espírito que nada venha de mim, mas do Senhor sobre todas as coisa. Te agradeço por tudo Deus.

Meu testemunho: entrei naquele Hospital da Restauração sem sentido. Levada pelos meus patrões sem lembrar de nada, mas com a sua direção fui bem assessorada por toda a equipe médica, por ser um problema especial. Ficaram todos eles perdidos sem saber como agir, mas me internaram e até ai eu sei o que me contaram. Então entrei em tratamento, fazendo exames: raio-X, ressonância magnética, tomografia. Fiz vários exames e cateterismo e descobriram que um vaso sanguíneo havia rompido no meu cérebro com início de um AVC. Ai, os médicos conversaram comigo me explicando que iam fazer o possível para me tirar dessa, mas não garantiam nada. Eles conversaram

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comigo e eu com Deus e confiando, passaram-se dois meses, então resolveram convocar minha família para autorizar se me operavam ou não. Eles estavam aguardando um cirurgião especialista no caso, mas este não apareceu, quem fez foram os acadêmicos. Todos optaram pela cirurgia para ver o que dava. Quando me operaram virei cobaia e todos diziam: vamos ver se ela sai. A enfermeira que cuidava de mim orava comigo, pois dizia que eu não ia morrer. A minha irmã do interior e a minha prima não me visitavam, pois não tinham condições. A irmã Gercina, meus filhos, meu esposo e companheiro, meu irmão Ricardo, enlouqueceram porque falaram que não era eu que os médicos trouxeram, pois eu estava transformada, irreconhecível. Tudo isso me contaram. Meu esposo pensou que eu ia ficar louca. Ele diz que não gosta nem de lembrar. Isso eu já havia saído da UTI e fui para um lugar chamado CTI sem visitas, só para recuperar. Resultado: sai dali sem poder andar, já sentada em cadeira de rodas e fazendo fisioterapia. Aquilo para mim foi a sepultura, mas a minha fé, perseverança e confiança em Deus era mais forte do que tudo e até hoje é mais forte que eu própria, pois sei que meu e seu Deus está acima de todas as coisas. Fui andar de cadeira de rodas e fazer fisioterapia. Faço até hoje. Fiquei com seqüela nas mãos e os meus filhos, esposo, minha mãe e meus sobrinhos me levavam para tomar banho, para o sanitário, para tomar sol. Graças a Deus fui bem cuidada, mas para mim não era suficiente eu me ver daquele jeito porque para quem sempre trabalhou, fez suas coisas era difícil ver todos conversando para ver como melhor poder cuidar de mim. Eu não

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era criança e sabia que aquilo me doía muito profundo, mas minha intimidade com Deus é tão grande que aumentava cada vez mais a minha fé e eu pedia sempre perdão porque a meu ver eu estava exigindo demais de Deus, mas não foi em vão. Tive alta e isso faz sete anos. Retornei para casa triste por não poder me locomover sozinha, mas feliz porque sempre senti a presença de Deus e sabia que não estava sozinha. Tinha bastante fé, força e confiança para deixar a cadeira de rodas, a bengala e até as paredes onde sempre me peguei; caia, levantava, levava carão de todos por me ver teimosa, mas isso me fez vencer. Congregava na Assembléia de Deus e tive muitas visitas e orações. Uns me reanimavam, outros me colocavam para baixo, chorava e não sei se da maneira que eu agia era murmuração por isso pedia várias vezes perdão ao meu Deus e fui sempre orando, conversando com Deus e pedindo força, graça e misericórdia a Deus e bastante graça pois só ela me bastava. Quando fui melhorando encontrei pessoas que sempre se prontificavam para me levar para a igreja e eu sentia falta e vontade, então eu ia sempre em busca de algo, mas quando Deus determina o quadro só ele tira do quadro e ele sempre esteve comigo neste negócio. É mistério de Deus comigo. Lá ia eu para a igreja; terminava o culto ou círculo de oração, então eu ficava como um joguete: Quem leva? Quem pode levar uma aleijada? Pois eu vou fazer café, tenho ocupação... Eu com isso tudo tomei uma decisão que com certeza não foi do agrado de Deus. Falei com ele como estou falando aqui que eu ia parar

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tudo, mas eu sabia que o meu Redentor que vive e reina me compreendeu e eu disse que só voltaria para a igreja quando eu pudesse andar, pois tinha certeza disso. Foi nessa situação que surgiu o convite da irmã Elianai que se comprometeu de me levar com ela e grande era o meu desejo. Então fui para essa santa Igreja Metodista e graças a Deus estou andando praticamente sem apoio. Às vezes preciso de algum apoio uma vez ou outra porque ainda tenho medo de cair e me prejudicar, mas o pavor de andar o meu Deus repreendeu e agora me sinto muito mais feliz com toda a minha família querendo ir caminhar com Deus. Estou orando para Deus completar a obra porque elas (minhas filhas) sempre falaram que vão. Meu esposo, graças a Deus, gosta muito da Metodista e não era assim na Assembléia e alguém me entristeceu porque disse que eu ia parar e as meninas se encostarem, mas como hoje todas visitam comigo e gostam e dizem que vão para a Metodista, mesmo que só aos domingos, pois elas trabalham e estudam à noite, eu me sinto feliz. Magoei meu esposo, mas com a sabedoria de Deus comecei a pedir desculpa por errar desanimando ele para ir para a igreja ao invés de apoiar e tudo se fez novo porque Deus é fiel.

Meus irmãos e irmãs, Confiem no Senhor sem limites, se deleitem nele, confiem e se ponham no pó e entreguem todos os seus problemas e estejam certos/as que sejam quais forem, ele lhes fará

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vencedores. Pois Deus é fiel e não há outro além dele. Agradeço a Deus por tudo em minha vida, pois meu Deus é lindo e eu o amo com fidelidade.

4.7 Hoje sou feliz! (Antonia Bernardo Alves, 10.09.2008)

Este ano está fazendo vinte e um anos que aceitei Jesus como o meu único Senhor e Salvador. “Nasci de novo!” Arrependo-me de não ter sido antes, pois eu teria

aprendido

muito mais sobre Jesus. Tudo tem seu tempo. Para amar, para plantar, para arrancar, para colher, tempo para rir e para chorar e até para morrer. Nasceram meus filhos, cresceram, e hoje tenho uma família, graças a Deus. Todos os dias eu agradeço a Deus e converso com os meus filhos. Falo para eles que Deus é bom, misericordioso e que foi Jesus quem me deu coragem de viver e lutar com meus filhos. Eu tinha uma vida dura. Sofria cortando cana na Usina Massauassú. O ganho era pouco e o trabalho era muito. Muitas vezes eu parava para pensar na luta de cada dia, e, parecia que não acabava mais. O pai dos meninos era um homem bruto e a situação da gente era muito difícil porque eu trabalhava na cana e em casa e assim carregava um fardo muito pesado. 57


Por convite de um parente do meu marido, nós nos mudamos para o Alto da Bondade e visitei a Igreja Metodista. Eu fumava e achava que não podia participar da Igreja porque eu era uma pecadora. O pastor falou que eu deveria ir assim mesmo e participar da oração das quintas feiras e

pedir a Deus para me dar força para parar de fumar. Compreendi que Jesus me amava e que eu podia parar de fumar e ter uma vida feliz. Um dia pedi a Deus que me ajudasse. Orei e Jesus ouviu as minhas orações. Eu me senti forte, pois eu sabia que daquele momento em diante Deus estava me ajudando e começou a minha rotina de uma vida nova sem olhar para traz. Hoje eu me sinto forte e continuo servindo a Deus. Bem aventurada é aquela que luta com fé em Jesus. A minha vida comparada com a de antes, eu posso dizer que hoje sou um vaso novo, pois Jesus olhou para mim e livrou-me das minhas aflições. Antes eu só pensava em morrer e peço perdão a Deus por isso, mas hoje sou feliz. Tenho cinco filhos e duas filhas mocinhas. As duas meninas estão estudando. A mais velha tem 14 anos e a mais nova tem 11 anos. Tenho fé em Deus que Ele vai olhar pelas minhas filhas. Uma se chama Damares e a outra se chama Sara e foram presentes de Deus para mim.

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4.8 Segurança em de Deus (Alzira Alves Malaquias 24.09.2008)

Nasci na cidade de Bom Conselho no sertão de Pernambuco. Quando eu ainda era criança, chegamos aqui no Recife. A minha família era grande e eu sou a mais nova de 14 irmãos, sendo 5

mulheres e 9 homens. Morávamos na

Encruzilhada e eu ia a pé para uma escola pública no bairro dos Coelhos. Estudei sempre em escolas públicas, o tempo foi passando e eu queria muito trabalhar. Conhecemos uma senhora que era dona de uma lavanderia e ela me chamou para ajudar a passar ferro nos lenços e meias. Eu era quase adolescente e passava até dois dias passando os lenços e meias e isso foi bom para mim porque comecei a ajudar em casa com o dinheiro que recebia do meu trabalho. Organizei-me e foi Deus que me ajudou. Foi um grande passo para tornar-me uma verdadeira cristã. As minhas irmãs participavam de igrejas evangélicas e eu costumava ir com elas e assim conheci diferentes igrejas. Conheci a Deus e sua bondade infinita. Deus me moldou como um barro nas mãos do oleiro. Antes eu não sabia quase nada. Não sabia o quanto é bom ter esta experiência com Deus. Eu freqüentava as igrejas onde minhas irmãs eram membros, mas nunca quis me ligar a nenhuma. Deus tem Seu tempo e Seus planos e eu dou graças a Ele 59


por crer que Ele entrou na minha vida. Encontrei uma igreja com a qual me identifiquei muito, hoje participo dela que é a minha casa; é uma igreja aberta, as pessoas são acolhidas e bem vindas e eu posso afirmar que estou segura com Deus. Perante Deus eu sou a pessoa mais feliz. Amo a Deus sobre todas as coisas, amo e respeito os meus irmãos e irmãs da igreja. Agora estou certa de que a minha vida está nas mãos de Deus.

Agradeço a Deus pelas pessoas que me ajudaram. Algumas delas, Deus já levou. Sei que estão guardadas porque eram pessoas tementes a Deus, sinceras e justas e sobretudo tinham vida com Deus. Quem tem a Deus como seu Salvador é feliz, tem vida tranqüila e vive em paz.

4.9 Curada (Suely Aquino 23.09.2008)

Aos 12 anos de idade eu comecei a fumar porque todos/as da minha turma na escola fumavam. Era moda e quem não fumava era cafona e não podia fazer parte do grupo. Como eu tinha muita necessidade de carinho, de atenção, companhia, enfim, de ser querida, ser amada, cedi para fazer parte deste grupo. Eu era a única que podia guardar a carteira de cigarros, pois já trabalhava e não morava mais com a minha família. Assim eu

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escondia os cigarros de todos/as. Quando cheguei na igreja, me sentia incapaz de tomar Ceia, assumir qualquer coisa para ajudar na construção do Reino e quando participava dos encontros e reuniões eu não tinha concentração. A vontade de fumar era incontrolável, então eu saia e fumava, escovava os dentes e colocava perfume achando que as pessoas não percebiam. Recebi muitas críticas, mas também muito apoio, orientações que me ajudaram a querer deixar o cigarro que estava destruindo a minha saúde. Tentei várias vezes, mas não conseguia. Certo dia eu decidi pedir a Deus que me ajudasse e cada vez que dava vontade de fumar eu começava a conversar com Deus, ler algum trecho da Bíblia, orava muito e assim fui diminuindo, mas eu queria parar de vez. Todos os dias eu olhava a carteira de cigarros e não fumava e quando fez oito dias eu joguei a carteira no lixo e nunca mais fumei. Às vezes eu até esqueço que fui escrava desse vício. Deus me ouviu, acreditei nesta cura, me esforcei, sofri, mas com a grande ajuda de Jesus Cristo, hoje sou liberta!

4.10 Conhecer a Deus enfrentado dificuldades... (Jane Menezes Blackburn 18.09.2002)

Numa fase de transição entre a saída de um pastor e a chegada de outro aqui no Alto da Bondade, em 1995, uma

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equipe de apoio pastoral formada por cinco pessoas, com supervisão do bispo Paulo Ayres, assumiu a tarefa de desenvolver, acompanhar e coordenar o trabalho da Igreja naquele ano. Contávamos também com a presença de um pastor que vinha uma vez por mês para dar Ceia. Numa família, da qual os quatro filhos participavam

ativamente da igreja, a mulher participava algumas vezes das reuniões do grupo de mulheres e o homem que trabalhava como autônomo e sustentava a família, era contra qualquer tipo de religião. Ele lia muito e nas suas leituras encontrava mais e mais

João Ribeiro, 1999-2001.

argumentos para discutir sobre as suas idéias de que igreja tinha muita teoria, mas que na história sempre serviu para alienar as pessoas. Que o melhor era cada um e cada uma assumir que a vida terminava com a morte e ser responsável pelo tipo de

Milton Antônio, 2004-2005.

vida que vivia. Era interessante como as pessoas que não tinham hábito de ler e

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discutir este tipo de assunto, evitavam conversar com ele. A equipe de apoio pastoral, formada por dois homens: Inácio e homens: Inácio e Moisés e três mulheres: Lulu, Kátia e eu, e que se reunia cada semana, começou a perceber que a filha adolescente desta família estava aparecendo com marcas de que sofrera violência física. Depois também observamos sinais de espancamento na mulher e começamos a pensar como ajudar já que ninguém havia falado sobre o assunto. Sugerimos, então, ao grupo de mulheres que realizasse algumas reuniões na casa desta família, para tentar uma aproximação. As mulheres aceitaram o desafio e passaram a realizar as reuniões em rodízio na casa de algumas famílias, especialmente as que se supunha necessitar de uma maior aproximação para criar as condições para compartilhar sua realidade. Nesse período, as mulheres estavam trabalhando a temática da violência familiar e era interessante em algumas reuniões que aconteciam na sala ou no terraço desta família, no meio de uma conversa do grupo, a interferência do marido que aparecia de repente para dizer que não concordava com alguma idéia, o que indicava que ele estava ouvindo de outra sala. Fomos percebendo então que o casal estava doente e que ele estava tendo uma reação muito forte à doença, agredindo aos vizinhos e mais fortemente à família. Lemos um pouco para nos informar e pensamos como abordar uma questão delicada como esta. Indicamos três pessoas da equipe de apoio pastoral que faria visitas regulares e durante seis meses foi uma experiência que nos ensinou muito e

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nos aproximou de Deus. O casal estava vivendo com AIDS. A certa altura, quando nós já tínhamos desenvolvido a confiança necessária, eles conversaram sobre o assunto. Como eles não queriam que a situação que estavam vivendo se tornasse pública, com medo da reação das pessoas, mas fosse compartilhada apenas com a equipe e com o grupo de mulheres, apenas um número restrito, em torno de quinze pessoas pôde acompanhar de perto este momento da vida desta família. No período onde eles não tinham mais condições de assumir a casa e os filhos, a tarefa mais difícil foi negociar a quem seria dada a tutela das crianças, desde que a família os rejeitava por conta da doença. A mãe dele, de forma muito veemente, não queria aproximação, mas defendia que as crianças ficassem com a família paterna. Consultamos um serviço de orientação jurídica de uma ONG, que encaminhou a questão, enquanto nós dávamos o apoio trabalhando o assunto junto à família. Algumas pessoas da Igreja se revezavam nas tarefas de limpar, cozinhar e dar remédios. Para as pessoas que não sabiam qual era a doença, providenciamos luvas para a lavagem das roupas e outras formas de proteção e para as que estavam mais próximas e que não sabiam bastante sobre AIDS, fizemos 64


conversas e buscamos orientações. Foi um tempo de pensar questões como ética, respeito, solidariedade e responsabilidade. As conversas com a família sobre Bíblia, Deus, liberdade, responsabilidade

e

a

vivência

da

solidariedade,

foram

construindo para todos os que participaram desta experiência, a idéia de que não é importante localizar o ou os culpados e assumirmos a culpa. Não é questão de culpa, mas de visitarmos nossos

próprios

preconceitos,

nossas

tradições,

nos

reconciliarmos com Deus, com os outros e conosco, de sermos responsáveis pelas conseqüências do que fazemos, do que dizemos, e compreender que a presença de Deus pode nos fortalecer, inclusive quando nada explica que encontremos forças para tarefas como nos despedir da vida. Este casal se foi, os filhos e filhas seguiram

seus

adolescentes

caminhos,

foram

os

dois

e

nós

viver,

agradecemos a Deus pela vida deles que nos deu o privilégio de com eles compartilhar e aprender mais sobre a vida e sobre Deus. Talvez saibamos, agora, um pouco mais sobre o sentido da vida e o sentido da morte. Com certeza, sabemos um pouco mais do que significa ser igreja, descobrindo e partilhando as crises ameaçadoras que as pessoas escondem, em meio a sentimentos de culpa e medo de rejeição, compartilhando o Espírito de solidariedade, Espírito de amor e Espírito de vida, que nos une em mútuo encorajamento nos decisivos momentos de nossa

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existĂŞncia.

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