CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SÃO PAULO – CAMPO LIMPO
LEANDRO BATISTA PORTUGAL DE JESUS
CENTRO CULTURAL COMUNITÀRIO CAMPO LIMPO: Um aspecto cultural
São Paulo 2019
LEANDRO BATISTA PORTUGAL DE JESUS
CENTRO CULTURAL COMUNITÁRIO CAMPO LIMPO: Um aspecto cultural
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Anhanguera de São Paulo – Campo Limpo, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientador (a): Prof. José Gilberto Gonçalves
São Paulo 2020
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AGRADECIMENTOS A princípio eu Leandro Batista Portugal quero agradecer a Deus por toda minha trajetória, aos meus pais, Leandro Portugal, Minha Mãe Maria Tereza, não somente nesse período de graduação, mas a cada dia. Vocês são o meu espelho. Ao meu orientador Prof. Arq. Hamilton Carraro Jr, por ter acreditado no meu projeto, e compartilhado seus conhecimentos comigo. Obrigado. Aos demais professores, especialmente o professor Rodrigo de Andrade, por ter me auxiliado no desenvolvimento do meu tema, títulos, capítulos mostrando um novo mundo de possibilidades. Nessa etapa tão importante para minha carreira acadêmica e profissional. A minha irmã Lidia Batista, por me orientar no desenvolvimento, colaborando com suas experiências. E por fim, a todas as demais pessoas que, colaboraram para o meu sucesso de forma direta, indireta, especialmente a instituição anhanguera educacional, unidade campo limpo.
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RESUMO
Neste trabalho será abordado a idealização de um equipamento público social que está localizado no distrito do Campo Limpo na zona sul do município da cidade de São Paulo. O centro cultural comunitário campo limpo vai proporcionar para a população do bairro jardim Ana Maria e outros que fazem parte do distrito, inúmeros benefícios além de promover uma interação social na sociedade, portanto será apresentado uma proposta de um projeto arquitetônico de um centro cultural comunitário. O objetivo é proporcionar para a população como jovens, crianças, adolescentes, uma melhor qualidade de vida, gerando assim uma interação social e multicultural contento inúmeros usos, valorizando a região e contribuindo para formação de uma sociedade mais igualitária.
Palavras-chave: Centro. Cultual. Comunitário. Campo Limpo. Arquitetura.
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ABSTRACT
In this paper we will discuss the idealization of a public social equipment that is located in the district of Campo Limpo in the south of the city of SĂŁo Paulo. The community center social clean field will provide for the population of the Ana Maria garden district and others that are part of the district, numerous benefits in addition to promoting a social interaction in society, therefore will be presented a proposal for an architectural project of a community social center. The objective is to provide a better quality of life for the population as youngsters, children and adolescents, thus generating a social and multicultural interaction content with many uses, valuing the region and contributing to the formation of a more egalitarian society.
Key-Words: Center. Community. Social. Clean camp. Architecture.
7 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: terreno escolhido desocupado disponível para venda ................. 16 FIGURA 2: Muro do terreno escolhido tem algumas rachaduras ................... 16 FIGURA 3: Casa do lado do terreno será usado para construção do projeto . 16 FIGURA 4: Casa do lado do terreno será usado para construção do projeto . 17 FIGURA 5: Rua do terreno ............................................................................. 17 FIGURA 6: Rua do terreno ............................................................................. 17 FIGURA 7: Taj Mahal é um mausoléu situado em Agra, na Índia .................. 32 FIGURA 8: Casa Número Um, foi construída aproximadamente em 1880 em São Paulo, Brasil ........................................................................................... 33 FIGURA 9: Museu de Arte de São Paulo, MASP ........................................... 34 FIGURA 10: Sede social comunitária 17 de setembro ................................... 42 FIGURA 11: Localização Sede social comunitária 17 de setembro................ 43 FIGURA 12: Sede social comunitária 17 de setembro ................................... 43 FIGURA 13: implantação sede social comunitária 17 de setembro ................ 44 FIGURA 14: implantação sede social comunitária 17 de setembro ................ 44 FIGURA 15: planta pavimento intermediário, abaixo do nível das praças ...... 45 FIGURA 16: planta do nível das praças.......................................................... 45 FIGURA 17: planta do nível mais baixo .......................................................... 46 FIGURA 18: planta do corte 1-1 e 2-2 ............................................................ 46 FIGURA 19: vazados e rampas de acessos ................................................... 47 FIGURA 20: cobogós e sacadas .................................................................... 47 FIGURA 21: corredor e sacadas ..................................................................... 48 FIGURA 22: Ambientes do projeto ................................................................. 48 FIGURA 23: CEU Pimentas ............................................................................ 49 FIGURA 24: Localização CEU Pimentas ........................................................ 50 FIGURA 25: Vista aérea do edifício ................................................................ 50 FIGURA 26: Vista interna do edifício .............................................................. 51 FIGURA 27: Vista do edifício .......................................................................... 51 FIGURA 28: Vista do edifício .......................................................................... 52 FIGURA 29: Vista do edifício .......................................................................... 52 FIGURA 30: Cortes longitudinais .................................................................... 53 FIGURA 31: Corte transversal ........................................................................ 53 FIGURA 32: Implantação ................................................................................ 54 FIGURA 33: Centro Comunitário Het Anker ................................................... 54 FIGURA 34: localização Centro Het Anker ..................................................... 55 FIGURA 35: Área externa do centro Het Anker .............................................. 55 FIGURA 36: Área externa do centro Het Anker .............................................. 56 FIGURA 37: Área externa do centro Het Anker .............................................. 56 FIGURA 38: Parede externa do centro Het Anker .......................................... 57 FIGURA 39: vista esquemática do centro Het Anker ...................................... 58 FIGURA 40: Corte transversal ........................................................................ 58 FIGURA 41: Implantação ................................................................................ 59 FIGURA 42: Mapa do Brasil, em .................................................................... 62 FIGURA 43: Mapa de cidade de São Paulo, em ............................................ 62 FIGURA 44: Mapa do município de São Paulo em destaque a região da subprefeitura do campo limpo, onde está localizado o terreno ....................... 62 FIGURA 45: Localização da área do terreno .................................................. 64
8 FIGURA 46: Localização da área do terreno .................................................. 64 FIGURA 47: Mapa levantamento fotográfico .................................................. 66 FIGURA 48: Entorno do terreno ..................................................................... 67 FIGURA 49: Entorno do terreno ..................................................................... 67 FIGURA 50: Entorno do terreno ..................................................................... 67 FIGURA 51: Entorno do terreno ..................................................................... 68 FIGURA 52: Entorno do terreno ..................................................................... 68 FIGURA 53: Entorno do terreno ..................................................................... 68 FIGURA 54: Entorno do terreno ..................................................................... 69 FIGURA 55: Entorno do terreno ..................................................................... 69 FIGURA 56: Entorno do terreno ..................................................................... 69 FIGURA 57: Entorno do terreno ..................................................................... 70 FIGURA 58: Entorno do terreno ..................................................................... 70 FIGURA 59: Entorno do terreno ..................................................................... 70 FIGURA 60: Entorno do terreno ..................................................................... 71 FIGURA 61: Entorno do terreno ..................................................................... 71 FIGURA 62:Entorno do terreno ...................................................................... 71 FIGURA 63 :Entorno do terreno ..................................................................... 72 FIGURA 64: Entorno do terreno ..................................................................... 72 FIGURA 65: Entorno do terreno ..................................................................... 72 FIGURA 66: Mapa equipamentos urbanos ..................................................... 74 FIGURA 67: Mapa gabarito de altura ............................................................. 76 FIGURA 68: Mapa sistema viário ................................................................... 80 FIGURA 69: Mapa ocupação do solo ............................................................. 82 FIGURA 70: Mapa perímetros de zonas ........................................................ 84 FIGURA 71: Levantamento planialtimétrico .................................................... 89 FIGURA 72: Perfil topográfico do terreno (corte) ............................................ 90 FIGURA 73 : Perfil topográfico do terreno (corte) ........................................... 90 FIGURA 74: Setor artístico ............................................................................. 93 FIGURA 75: Setor tecnológico........................................................................ 93 FIGURA 76: Quadro de áreas ........................................................................ 93 FIGURA 77: Setor multicultural ....................................................................... 94 FIGURA 78: Setor paisagismo........................................................................ 94 FIGURA 79: Setor serviços............................................................................. 94 FIGURA 80: Setor apoio ................................................................................. 95 FIGURA 81: Plano de massas térreo ............................................................. 96 FIGURA 82: Plano de massas 1 pavimento ................................................... 97 FIGURA 83: Plano de massas 2 pavimento ................................................... 98 FIGURA 84: Fluxograma térreo ...................................................................... 99 FIGURA 85 :Fluxograma 1 pavimento .......................................................... 100 FIGURA 86 : Fluxograma 2 pavimento ......................................................... 101 FIGURA 87: Implantação dos elementos construídos .................................. 102 FIGURA 88: Planta térreo ............................................................................. 103 FIGURA 89: Planta 1 pavimento ................................................................... 104 FIGURA 90: Planta 2 pavimento ................................................................... 104 FIGURA 91: Planta cobertura ....................................................................... 105 FIGURA 92: Corte A longitudinal .................................................................. 105 FIGURA 93: Corte B transversal ................................................................... 106 FIGURA 94: Corte C longitudinal .................................................................. 106 FIGURA 95: Corte D longitudinal .................................................................. 107
9 FIGURA 96: Fachada Sul ............................................................................. 107 FIGURA 97: Fachada Norte.......................................................................... 107 FIGURA 98: Fachada Leste entrada principal .............................................. 108 FIGURA 99: Fachada Oeste ......................................................................... 108 FIGURA 100: Fachada Leste entrada principal ............................................ 109 FIURA 101: Fotos dos ambientes ................................................................. 109 FIGURA 102: Fotos dos ambientes .............................................................. 110 FIGURA 103: Fotos dos ambientes .............................................................. 110 FIGURA 104: Fotos dos ambientes .............................................................. 111 FIGURA 105: Fotos dos ambientes .............................................................. 111 FIGURA 106: Volumetria fachada leste ........................................................ 112 FIGURA 107: Volumetria fachada sul ........................................................... 113 FIGURA 108 :Volumetria fachada norte ....................................................... 113 FIGURA 109:Volumetria fachada oeste ........................................................ 113 FIGURA 110: Carta solar .............................................................................. 114 FIGURA 111: Carta solar com o estudo das projeções solar no solstício de verão ............................................................................................................. 115 FIGURA 112: Estudo da direção dos ventos no projeto ............................... 116 FIGURA 113: representação da circulação vertical e horizontal................... 120 FIGURA 114: representação da circulação vertical e horizontal................... 121 FIGURA 115: representação da circulação vertical e horizontal................... 121 FIGURA 116: Fluxograma com setas de duplo sentido ................................ 122 FIGURA 117: Fluxograma com setas de duplo sentido ................................ 123 FIGURA 118: Fluxograma com setas de duplo sentido ................................ 123 FIGURA 119: Planta primeiro pavimento com mobilha ergonômica ............. 124
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LISTA DE TABELAS
Tabela 01
Quadro 3-Parâmetros de ocupação
84
Tabela 02
Quadro 3-Parâmetros de ocupação
88
Tabela 03
Setor de apoio
89
Tabela 04
Setor de Cultura e conhecimento
89
Tabela 05
Áreas total do terreno
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS UNESCO
CONDEPHAAT
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico
IPHAN
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
CEU
Centros Educacionais Unificados
EDIF
Departamento de Edificações
PMSP
Prefeitura Municipal de São Paulo
MASP
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR
Norma Técnica
PNE
Portador de Necessidade Especiais
COE
Código de Obras e Edificações
CONPRESP
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Sumário INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14 PROJETO ARQUITETÔNICO PARA UM CENTRO CULTURAL COMUNITÁRIO NO CAMPO LIMPO .................................................................................................. 15 PROBLEMÁTICA ..................................................................................................... 15 JUSTIFICATIVA........................................................................................................ 18 GERAL ...................................................................................................................... 20 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................................... 20 METODOLOGIA ....................................................................................................... 20 1 CULTURA E DEFINIÇÕES ................................................................................ 25 1.1 CULTURA E DEFINIÇÕES ................................................................................................................ 25 1.2 MULTICULTURALISMO .................................................................................................................... 28 1.3 CULTURA E ARQUITETURA ........................................................................................................... 30 1.4 ESPAÇO PÚBLICO X PRIVADO ....................................................................................................... 35 2 ESTUDOS DE CASOS ........................................................................................ 42 2.1 SEDE SOCIAL COMUNITÁRIA 17 DE SETEMBRO......................................................................... 42 2.2 CEU PIMENTAS .............................................................................................................................. 49 2.3 CENTRO COMUNITÁRIO HET ANKER .......................................................................................... 54 3 ANÁLISE DA ÁREA DO TERRENO E ENTORNO ............................................ 62 3.1 O LOCALIZAÇÃO DO TERRENO ..................................................................................................... 62 3.2 O TERRENO ..................................................................................................................................... 63
13 3.3 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO .................................................................................................. 65 3.4 EQUIPAMENTOS URBANOS ........................................................................................................... 73 3.5 GABARITO DE ALTURA ................................................................................................................... 75 3.6 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ......................................................................................................... 77 3.7 SISTEMA VIÁRIO .............................................................................................................................. 79 3.8 OCUPAÇÃO DO SOLO ..................................................................................................................... 81 3.9 LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................... 83 3.10 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO, ARRUAMENTO E PERFIL TOPOGRÁFICO ................. 89 4 PROJETO ARQUITETÔNICO CENTRO CULTURAL COMUNITÁRIO CAMPO LIMPO ....................................................................................................................... 93 4.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................................................... 93 4.2 PLANO DE MASSAS ......................................................................................................................... 96 4.3 FLUXOGRAMA .................................................................................................................................. 99 4.4 ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO ......................................................................................................... 102 4.5 PLANTAS BAIXAS CORTES E FACHADAS ................................................................................... 103 4.6 ESTUDO VOLUMÉTRICO ............................................................................................................... 112 4.7 ORIENTAÇÃO SOLAR .................................................................................................................... 114 4.8 VENTOS PREDOMINANTES .......................................................................................................... 116 5 MEMORIAL JUSTIFICATIVO ............................................................................ 118 5.1 ASPECTOS URBANOS ................................................................................................................... 118 5.2 ASPECTOS FUNCIONAIS .............................................................................................................. 119 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 126
14 INTRODUÇÃO Este trabalho buscou compreender qual seria a melhor forma de idealizar um projeto arquitetônico para um centro cultural comunitário. O desenvolvimento desse trabalho consiste em apresentar, através de estudos e pesquisas realizadas, sobre projetos de equipamentos públicos sociais que possibilitariam uma interação por parte da sociedade e pudesse atender uma comunidade tornando-se um polo cultural de interação social. Esse polo atua no desenvolvimento da comunidade por meio de atividades culturais, sociais, comerciais e sócio educavas, além de oferecer cursos básicos e palestras educativas. Neste sentido, o equipamento público social poderá ministrar para os indivíduos, famílias e grupos sociais, a importância da cultura e suas definições e também, demonstrar como ela pode ser um fator positivo na formação de uma sociedade, além de mostrar o multiculturalismo que pode existir até mesmo na formação de uma família. Entretanto um equipamento público social, precisa suprir toda à demanda cultural de seu público alvo, de forma que os dimensionamentos dos seus ambientes possam ser bem planejados e tenham uma arquitetura voltada para sua função espacial. Deste modo a principal metodologia empregada nesse projeto, foi realizada através de estudo de casos e análise da área do terreno e seu entorno, que possibilitaram conhecer a área de implantação do projeto e sua relação com o meio urbano e o município. Portanto o trabalho a ser empregado tem como fundamento o ser humano, as relações sociais e a formação da sociedade, oferecendo melhores condições de vida para a população e formando uma sociedade mais igualitária. Desde o século passado tem havido preocupações sistemáticas em estudar as culturas humanas, em discutir sobre cultura. Esses estudos se intensificaram na medida em que se aceleravam os contatos, nem sempre pacíficos, entre povos e nações. As preocupações com cultura se voltaram tanto para a compreensão das sociedades modernas e industriais quanto das que iam desaparecendo ou perdendo suas características originais em virtude daqueles contatos. Contudo, toda essa preocupação não produziu uma definição clara e aceita por todos do que seja cultura. (SANTOS, 1996, p. 21).
Este projeto traz a proposta de fornece atividades que promovem Erro! Indicador não definido., educação, lazer, atendimentos para idosos, crianças,
15 jovens, e portadores de deficiências físicas, contribuindo para formação de uma sociedade mais cultural e social. PROJETO ARQUITETÔNICO PARA UM CENTRO CULTURAL COMUNITÁRIO NO CAMPO LIMPO O Centro cultural comunitário Campo Limpo é um equipamento público social, foi criado para atender a comunidade da periferia do distrito metropolitano do Campo limpo, este oferecerá atividades sócio educativas, palestras educacionais, cursos básicos e projetos de interação sociais, promovendo assim uma inclusão social. Seu público alvo abordará as diferentes faixas etárias, tais como crianças, jovens, adultos, idosos, podendo estes serem ou não portadores de deficiências físicas. PROBLEMÁTICA O equipamento público social é essencial para estimular o crescimento cultural de uma sociedade, a finalidade da construção do centro cultural comunitário é ampliar os equipamentos que levam cultura e lazer para o distrito do Campo limpo. De acordo com site da subprefeitura de São Paulo, foram verificados que os equipamentos de cultura que existem dentro do distrito são compostos por três bibliotecas, uma casa de cultura e dois ceus, onde um se localiza no bairro do Campo limpo e outro no bairro de Paraisópolis. A construção do centro cultural comunitário Campo limpo ajudará a expandir o crescimento cultural no incentivo de formação e cultural na formação da sociedade. Os equipamentos culturais na cidade de São Paulo auxiliam a população das regiões periféricas, um dos conceitos que devem ser observados é o da democratização cultural e seu objetivo. De acordo com Coelho (1997, p. 144): Democratização da cultura é, na essência, um processo de popularização das artes eruditas (...) está a idéia de que diferentes segmentos de uma população gostariam de ter acesso a esses modos culturais – ou poderiam ser persuadidos a expor-se a eles – se se recorrer aos instrumentos adequados de educação, sensibilização e facilitação dessas práticas.
Este projeto irá contribuir para a formação de uma cultura mais democrática no processo social e cultural da sociedade, para ter uma noção melhor do lugar escolhido pode-se observar as fotos a seguir, (foto 01, 02, 03, 04, 05, 06).
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FIGURA 1: terreno escolhido desocupado disponível para venda FONTE: Autor (2019)
FIGURA 2: Muro do terreno escolhido tem algumas rachaduras FONTE: Autor (2019)
FIGURA 3: Casa do lado do terreno será usado para construção do projeto FONTE: Autor (2019)
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FIGURA 4: Casa do lado do terreno será usado para construção do projeto FONTE: Autor (2019)
FIGURA 5: Rua do terreno FONTE: Autor (2019)
FIGURA 6: Rua do terreno FONTE: Autor (2019)
18 JUSTIFICATIVA O centro cultural comunitário foi proposto com o objetivo de levar para as famílias e comunidade uma igualdade social, influenciando o modo de vida das pessoas. Neste sentido a comunicação social com a sociedade teve uma função essencial para gerar uma organização de respostas interativas entre os indivíduos que formam a sociedade atual. O centro cultural comunitário busca desenvolver uma função de carácter preventivo e de minimização dos efeitos de exclusão social que infelizmente, fazem parte da sociedade, neste sentido o projeto pode assumir uma função também de agente incentivador da participação dos indivíduos, famílias e grupos sociais. Alguns dos fatores que podem gerar o desenvolvimento local, social e de promoção da cidadania, é um equipamento público social com capacidade de oferecer para a sociedade uma igualdade social dentro de suas reais necessidades. O centro cultural comunitário estabelece uma resposta social cuja sua organização e intervenção apresentam essencialmente princípios igualitários que naturalmente devem orientar o seu funcionamento de forma justa, tornado assim um verdadeiro polo de desenvolvimento social e minimizando os problemas como violência, roubos, vandalismo, preconceitos, e segregação social em locais mais distante das áreas centrais da cidade. Sendo assim as ideias que fortalecem os motivos para a idealização do projeto é priorizar o indivíduo e a família como ações que protagonizam o desenvolvimento social. Além disso é preciso sinalizar um olhar dos órgãos públicos para que eles solucionem os problemas regionais das comunidades que fazem parte da cidade de São Paulo O centro cultural comunitário Campo limpo, pode ser a resposta para as diversidades sociais que existem dentro desse distrito metropolitano, onde tem a função de proporcionar uma integração social livre de segregação social e que por consequência, possibilite o desenvolvimento social e novas formas de como a sociedade pode viver e ser influenciada pela informação que será gerada por este equipamento público, além de estimular a buscar novos conhecimento aos indivíduos como: Cultura, socialismo, respeito, honestidade, responsabilidade e promover novas formas de solidariedade.
19 Para Costa (2005, p. 214), “O conceito de periferia diz respeito ao que uma sociedade é secundário, irrelevante e até anormal em relação ao que é central, importante, desenvolvido”. Entende-se através da citação do autor, que as periferias de uma cidade são classificadas como segundo plano, ficando subtendido que não é tão importante solucionar os problemas sociais e econômicos desta comunidade. Este projeto também tem a intenção de transmitir para a sociedade o conceito de cultura e arquitetura. Conforme verificado por Canedo (2009), a cultura é inegavelmente indefinida, sendo um erro defini-la em apenas uma área ou disciplina, porém pode ser analisada em inúmeros aspectos e diferentes áreas que atribui o estudo do conhecimento. Sob essa ótica, ela também adquire particularmente várias relevâncias. Para termos uma melhor compreensão sobre a definição da palavra cultura é preciso conhecer alguns conceitos fundamentais. Portanto, é possível compreender a cultura através de três concepções fundamentais. Primeiro, em um conceito mais alargado onde todos os indivíduos são produtores de cultura, que nada mais é do que o conjunto de significados e valores dos grupos humanos. Segundo, como as atividades artísticas e intelectuais com foco na produção, distribuição e consumo de bens e serviços que conformam o sistema da indústria cultural. Terceiro, como instrumento para o desenvolvimento político e social, onde o campo da cultura se confunde com o campo social (CANEDO, 2008, p. 43).
Com a intenção de inserir maior números de indivíduos nas atividades culturais e sociais, São Paulo (2018), é instituído o planejamento, apresentando novos objetivos para os equipamentos de organização e avaliação estabelecidos pela lei orgânica do município de São Paulo. Há também o programa de metas da cidade de São Paulo que se iniciou em 2017 e tem como termino 2020. O eixo de desenvolvimento humano é composto pela secretaria municipal de cultura de São Paulo, e tem estabelecido como sua meta de número 19 até o ano de 2020 gerar um aumento de 15% (504.535) da participação da sociedade nos instrumentos de incentivo há cultura (São Paulo, 2017). Podemos conceituar que o programa tem a responsabilidade de desenvolver novas medidas para gerar um aumento significativo da sociedade na utilização dos equipamentos públicos.
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GERAL Esta pesquisa será realizada com o objetivo de destacar para os órgãos públicos responsáveis, que não basta só idealizar, mas sim criar uma socialização que possa gerar na vida das pessoas, um socialismo cultural, capaz de mudar a perspectiva dos cidadãos, que não tem o hábito de frequentar um equipamento público social. Será também apresentado a esquematização de um trabalho com o propósito de contribuir para a criação de condições que possibilitem aos indivíduos, o exercício pleno do seu direito de cidadania e com isso gerar um apoio as famílias para um melhor desempenho das suas funções e responsabilidades, para que neste sentido, possam reforçar a sua capacidade de integração e participação social, apresentando uma tipologia de um centro cultural comunitário que melhore a qualidade de vida das famílias dentro do distrito do Campo limpo. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Criar um ambiente público social com equipamentos que fortaleçam as relações sociais através do multiculturalismo e interações sócio educativas. • Apresentar o estudo do caso. • Realizar a análise da área do projeto. • Argumentar os aspectos de condições legais e ambientais o terreno escolhido. • Elaborar um memorial descritivo do projeto. • Mencionar materiais que serão utilizados no projeto. • Apurar plantas do projeto. METODOLOGIA
Para a melhor compreensão da metodologia que foi feita no desenvolvimento deste trabalho, foram realizadas contextualização bibliográficas, analise dos estudos de casos e propostas de projeto de arquitetura. Dentro deste contexto, podemos dizer que a metodologia utilizada para realização deste trabalho é classificada como exploratória, os resultados desta metodologia foram obtidos através da realização do
21 uso de materiais bibliográficos, como Livros, revistas, artigos usados em tcc, dissertações e teses. Portanto para que fosse possível a compreensão da temática, foi fundamental revisar alguns métodos que fortaleçam as relações sociais e o conceito da palavra cultura, que é bastante complexa. Esta palavra se encontra dentro dos campos da sociologia, antropologia, comunicação, história, entre outras áreas, segundo Costa (2010), pode-se dizer que a cultura tem um papel indispensável no processo de aprendizagem da sociologia, através dela podemos estudar inúmeras ações que são compartilhadas e desenvolvidas entre os indivíduos que formam este grupo. Neste contexto, podemos dizer que através dos estudos realizados o indivíduo possui hábitos e práticas independente do ambiente que ele esteja, de uma maneira natural e cultural. Segundo Matta (1986, p.123), a cultura é “algo que está dentro e fora de cada um de nós”. Dessa forma é importante considerar que Segundo Griswold (2003, p. 12), “Cultura refere-se ao lado expressivo da vida humana, em outras palavras, ao comportamento, objetos, e ideias que podem ser entendidas para expressar, ou para significar alguma outra coisa. ” Desse modo, posso dizer que Costa borda a cultura como um procedimento indispensável no processo do conhecimento humano, já Matta, descreve como algo que é gerado dentro e fora de cada indivíduo. Comisso, Griswold expõe que acultura é o lado expressivo da existência humana. Seria um erro não atribuir a cultura como um pilar na formação de um ambiente público social. Dessa maneira, levando em consideração a multiplicidade de interpretações e usos do conceito cultura, foi abordado também o significado do multiculturalismo, sendo um dos elementos fundamentais no fortalecimento das relações que ocorrem dentro de um equipamento público social. Conforme verificado por Moreira e Candau (2010), pode-se dizer que na américa latina e no Brasil, o multiculturalismo demonstra ser uma característica exclusiva no aspecto social, portanto o papel das amizades e o convívio estabelecidos pela interação racial no decorrer de sua história, vem sendo formada por laços interétnicas. Entretanto segundo Borja (2007), pode-se dizer que o ambiente voltado para o compartilhamento social, foi uma solução encontrada das classes sociais na elaboração do desenvolvimento ocupacional particular e na formação de uma cidade.
22 Trago também a perspectiva de Padilha e Silva (2004), pode-se dizer que São Paulo é uma das maiores metrópoles do mundo, nos dias atuais ela encontra-se em uma situação contraditória deixada pelos seus governantes no cumprimento de seus mandatos anteriores. A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que segundo Moreira e Candau, o multiculturalismo pode mostrar a importância do seu papel na interação social estabelecida pelo convívio racial, neste sentido Borja descreve que o ambiente público social, é compartilhado com a intenção de gerar uma relação entre diferentes classes sócias, já Padilha e Silva descrevem que a cidade de São Paulo é uma das maiores cidades do planeta e possui um grande potencial para a formação do multiculturalismo, mas por falta do cumprimento de mandatos anteriores, podemos dizer que na cidade de São Paulo falta equipamentos públicos sociais. Está situação acaba diminuindo o potencial do multiculturalismo da cidade. Foram escolhidos três projetos para a realização dos estudos de caso, o primeiro foi a sede social comunitária 17 de setembro, o segundo ceu Pimentas, o terceiro estudo de caso é o centro comunitário Het Anker. È possível afirmar que, para melhor compreensão foi realizado uma análise dos casos. Foi possível observar que a sede social comunitária 17 de setembro, tem um excelente programa de necessidades formados por três níveis, sendo que cada nível pertence a um ambiente, a parte de fora do projeto tem uma relação harmoniosa com o visual da região, entretanto na construção do projeto foram usados cobogós de concreto, para que fosse possível a utilização de uma iluminação mais natural, deixando assim o ambiente mais sustentável. Foi possível constatar que os materiais utilizados em sua construção foram bem escolhidos e contribuíram para que o edifício fosse bem ventilado e iluminado em boa parte do dia. Já o projeto do Ceu Pimentas foi construído no formato de linha reta, formando uma grande abertura no formato longitudinal metálica, deste modo os materiais que mais foram utilizados na edificação foram concretos pré-fabricado, modulado in-loco, e concreto armado. Foi observado que os materiais utilizados para a construção do telhado foram, treliças e estrutura metálica, por sua vez, a edificação possui o formato linear. Também existe um grande espaço vazio central que é utilizado para realizar diversas atividades interativas, incluindo palestras e eventos.
23 Partindo da ideia, foi observado que os principais materiais utilizados para a construção do centro comunitário Het Anker foram classificados como materiais leves e transparentes, com isso, ocorre também uma interação entre a parte exterior e a interior. A parte externa do edifício tem o formato de zig-zag, que se destaca por toda lateral do edifício formando um desenho geométrico, por sua vez, a topografia do terreno tem uma integração com todos os ambientes do edifício, formando assim excelentes acessos para seus frequentadores. A proposta do projeto de arquitetura foi desenvolvida a partir da análise do estudo da região, pois é possível identificar como a região escolhida para idealizar o centro cultural comunitário Campo limpo é indicada como uma região que possui uma vulnerabilidade social e é desfavorecida de equipamentos públicos voltados para as necessidades do bairro Jardim Ana Maria. Desse modo o projeto mostrará o programa
de
necessidades,
fluxograma,
dimensionamento
dos
espaços,
organização dos fluxos, e apresentação das plantas incluindo os cortes, faixadas e vistas. Uma maneira de compreender esse processo é considerar que este projeto pretende estimular as relações sociais de maneira que possam contribuir para o exercício do direito à cidadania, para que através da criação de um equipamento público social as pessoas que pertence o bairro Jardim Ana Maria pertencente ao distrito do Campo limpo, possam compartilhar experiências e conhecimentos de forma coletiva, através das relações sociais que serão desenvolvidas mediante ao multiculturalismo e atividades práticas. Essas atividades foram criadas para fortalecer as relações sociais e pessoais, alcançando os indivíduos e respectivas famílias desta região, melhorando o desenvolvimento social e cultural. Desse modo o centro cultural comunitário Campo limpo funcionará como um organismo vivo e suas atividades serão estabelecidas através de espaços que foram criados para articular e promover a interação social, além de diminuir as diferenças culturais formando uma sociedade mais igualitária.
24
CAPÍTULO 1CULTURA E DEFINIÇÕES
25
1
CULTURA E DEFINIÇÕES
1.1 Cultura e definições O termo da palavra cultura vem acompanhando o processo evolutivo do homem e sua capacidade de desenvolver novas formas de comportamento na conduta de sua relação entre indivíduos da mesma espécie. Para que fosse possível estabelecer uma relação entre os indivíduos, eles tiveram que aceitar diferentes aspectos comportamentais como, regras, costumes, hábitos, e crenças que foram sendo desenvolvidos em algum momento histórico. A realização do estudo da existência humana, nos mostra a realidade das práticas e hábitos que são realizados no seu cotidiano de maneira cultural dentro do seu ambiente natural. Como bem nos assegura Costa (2010), pode-se dizer que a cultura tem um papel indispensável no processo de aprendizagem da sociologia, através dela podemos estudar inúmeras ações que são compartilhadas e desenvolvidas entre os indivíduos que formam este grupo. Neste contexto, fica claro que a realização do estudo da existência humana, nos mostra a realidade das práticas e hábitos que são realizados no seu cotidiano de maneira cultural dentro do seu ambiente natural. Contudo, o mais preocupante, é constatar que quando adquirimos um raciocínio e compreendemos quem nós realmente somos como espécie, ampliamos a noção de que somos sujeitos ás vulnerabilidades manifestadas em imprevistos que a vida social nos proporciona. A origem da palavra cultura vem do latim cultus que significa, ao mesmo tempo, a cerimônia religiosa de homenagem a uma divindade e o cultivo da terra. Essa simbiose de significados é compreensível se pensarmos que, nas religiões mais antigas, a agricultura compreendia não só atividades de plantio ligadas à terra, mas também uma série de ações cunho religioso, com as quais se pretendia garantir o auxílio e os favores dos deuses para uma boa colheita. (COSTA, 2010, p. 16)
Podemos ver que um dos inúmeros significados da palavra cultura também está relacionado a crenças, boas ações e práticas religiosas. Os indivíduos acreditavam que se suas práticas e ações fossem boas perante os seus deuses, eles o abençoariam com uma colheita prospera e produtiva. Mas foi durante o Iluminismo, na França, entre os séculos XVII e XVIII, quando o racionalismo passou a ser cada vez mais valorizado, que a palavra começou a significar o cultivo abstrato de ideias. Cultura popularizou-se como o conjunto de princípios, conhecimentos e saberes
26 que os homens são capazes de acumular. Daí se pensar numa pessoa culta como sendo aquela tem conhecimentos. Mas esse é um sentido popular que acabou se associando ao desejo da burguesia, que tinha acesso à educação formal, de se sobressair do resto da população, muitas vezes analfabeta e iletrada. (COSTA, 2010, p. 17)
Podemos conceituar que a palavra cultura se destacou através do estudo acumulativo, que foram adquiridos em diferentes áreas do conhecimento, entre os séculos XVII e XVIII, no contexto dessa época a classe média falava que, uma pessoa é culta só quando ela adquire algum conhecimento. Então, é preciso considerar que o ingresso da população pobre, a qualquer tipo de conhecimento básico era praticamente restrito. Certamente grande parte dessa população não sabia ler ou escrever. As preocupações sistemáticas com a questão da cultura são, porém, bem mais recentes. Desenvolveram-se a partir do século XVIII na Alemanha. Cultura era então uma preocupação de pensadores engajados em interpretar a história humana, em compreender a particularidades dos costumes e crenças, em entender o desenvolvimento dos povos no contexto das condições materiais em que se desenvolviam. (SANTOS, 2006, p. 2627)
Segundo Santos (2006), pode-se dizer que as formas como são organizadas a cultura e seus interesses organizacionais são bem recentes, elas foram criadas e produzidas na Alemanha por volta do século XVIII com certa razão, os filósofos e educadores da época eram os responsáveis por estudar, esclarecer, a memória da raça humana, por isso, debate-se que eles eram os responsáveis por descobrir qual eram as ferramentas, instrumentos, e técnicas que eles usavam para sobreviver, e como as sociedades se desenvolveram com o passar dos anos nos aspectos sociais, culturais, e religiosos. De acordo com da Matta (1986, p. 123): Para nós, “cultura” não é simplesmente um referente que marca uma hierarquia de “civilização”, mas a maneira de viver total de um grupo, sociedade, país ou pessoa. Cultura é, em Antropologia Social e Sociologia, um mapa, um receituário, um código através do qual as pessoas de um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo e a si mesmas.
Neste sentido a cultura pode ser determinada por novos hábitos e gerar novos comportamentos, mas ela também pode ser organizada por inúmeras regras, gerando várias alterações dentro do que podemos chamar de cultura. Então, com
27 esse grupo de regras podemos definir como classificamos o mundo. È preciso assumir que um único tipo de cultura pode apresentar diversas formas de expressão e modernização. Desse modo, a cultura pode ser considerada como um instrumento capaz de interpretar as diferenças que existem entre a humanidade e à sociedade Segundo Griswold (2003, p. 12), “Cultura refere-se ao lado expressivo da vida humana, em outras palavras, ao comportamento, objetos, e ideias que podem ser entendidas para expressar, ou para significar alguma outra coisa.” É importante ressaltar que pode-se compreender a cultura como um complexo de ideias, arte, crenças, direito, hábitos, costumes, e qualquer prática adquirida pelo indivíduo na sua participação com a sociedade. Da mesma forma esse complexo de características pode representar uma nova linguagem na vida dos indivíduos, neste sentido, o centro cultural comunitário Campo limpo consiste em influenciar os seus usuários para que eles possam adquirir uma nova linguagem cultural dentro da sociedade. A importância da cultura dentro do equipamento público social é capacitar os indivíduos para que eles possam conviver com outros tipos de comportamento cultural dentro de um grupo social, sem que haja qualquer choque cultural ou algum tipo de preconceito. Desse modo os indivíduos irão ser capazes de aprender, estimular e contribuir para o desenvolvimento cultural que será criado neste ambiente. Segundo Laraia (2003, p. 68) conclui-se que “o modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural”. Neste sentido qualquer elemento que possa constituir ou contribuir com a formação de uma sociedade, poderão ser chamados de instrumentos culturais. De acordo com Matta (1986, p.123), a cultura é “algo que está dentro e fora de cada um de nós”. Podemos conceituar que dessa forma, a cultura faz parte de toda e qualquer sociedade, como sendo algo específico dos seres humanos sendo desenvolvido desde seu nascimento, através da educação e da socialização. Então, podemos dizer que a cultura parece ser um processo natural ou biológico do ser humano. De modo geral podemos ver algumas definições do significado da palavra cultura e suas características.
28 Segundo Denys Cuche (2002, p. 28), “A cultura se manifesta como um conjunto de conquistas artísticas, intelectuais e morais que constituem o patrimônio de uma nação, considerado como adquirido definitivamente e fundador de sua unidade”. Podemos conceituar que, o centro cultural comunitário Campo limpo é um equipamento público social que fabrica cultura mediante as interações sociais, relações, e atividades sócias educativas que são estabelecidas entre os indivíduos que frequentam o equipamento. Como bem nos assegura Santos (2006), pode-se dizer que a cultura nacional é considerada, como uma cultura comum que foi desenvolvida pela própria sociedade. Neste contexto, fica claro dizer que a cultura é um processo desenvolvido pela vida humana, e tem uma grande influência na formação de uma sociedade. O mais preocupante, contudo, é constatar que esse processo é indispensável para compreender as relações internacionais.
1.2 Multiculturalismo O projeto centro cultural comunitário Campo limpo busca apresentar um equipamento público social, de caráter multiculturalismo, onde as crianças, jovens, idosos, pessoas com deficiências físicas, possam compartilhar seus conhecimentos através de interações sócias educativas que estimulem seus valores culturais, crenças, práticas e comportamentos. O multiculturalismo refere-se ás intensas mudanças demográficas e culturais que têm afetado as sociedades contemporâneas e que as têm tornado mais complexas. Essa realidade, que marca o mundo de hoje, provoca significativos efeitos (positivos e negativos), que se evidenciam em todos os espaços sociais, decorrentes de diferenças relativas a raça, etnia, gênero, sexualidade, cultura, religião, classe social, idade, deficiências ou outras marcas que diferenciam indivíduos e grupos sociais. (MOREIRA; CANDAU, 2010, p. 7)
O multiculturalismo nos dias atuais está sendo fator estimulante para que os equipamentos públicos sociais ofereçam atividades culturais. Essas atividades culturais e sociais precisam atender todos os indivíduos de forma igualitária, sem que haja qualquer preconceito ou racismo causado pôr religião, idade, deficiências físicas, etnia, sexualidade ou classe social. O multiculturalismo consequentemente
29 está mudando o comportamento da sociedade, grupos, e indivíduos de maneira positiva e negativa. Por essa razão, o projeto centro cultural comunitário Campo limpo tem como objetivo oferecer, um ambiente público com equipamentos que fortaleçam as relações sociais dos indivíduos coma sociedade e comunidade, através também de interações sócio educativas. Como bem nos assegura Moreira e Candau (2010), pode-se dizer que o assunto mais mensurado atualmente fala sobre cultura e suas respectivas influências, ficando inexplícito que esses temas culturais precisam ser discutidos e vistos de uma forma mais igualitária. Os institutos acadêmicos gradativamente estão deixando de falar sobre cultura, sendo este o assunto primordial para aprimorar o aspecto cultural e entendimento no mundo metafórico das crianças e adolescentes, nos dias atuais. Na América latina e, particularmente no Brasil a questão multicultural apresenta uma configuração própria. Nosso continente é um continente construído com uma base multicultural muito forte, onde as relações interétnicas têm sido uma constante através de toda sua história, uma história dolorosa e trágica principalmente no que diz respeito aos grupos indígenas e afrodescendentes. (MOREIA; CANDAU, 2010, p. 17)
Neste sentido podemos dizer que na américa latina e no Brasil o multiculturalismo demonstra ser uma característica exclusiva no aspecto social, portanto o papel das amizades e o convívio estabelecidos pela interação racial no decorrer de sua história, vem sendo formada por laços interétnicas. É importante considerar que esta formação de modo geral foi construída no decorrer dos anos partindo dos indígenas e escravos. Uma das características fundamentais das questões multiculturais é exatamente o fato de estarem atravessadas pelo acadêmico e o social, a produção de conhecimentos, a militância das políticas públicas. Convém ter sempre presente que o multiculturalismo não nasceu nas universidades e no âmbito acadêmico em geral. São as lutas dos grupos sociais discriminados e excluídos, dos movimentos sociais, especialmente os referidos as questões étnicas e, entre eles, de modo particularmente significativo entre nós, os referidos ás identidades negras, que constituem o locus de produção do multiculturalismo. (MOREIA; CANDAU, 2010, p. 18)
Assim como foi citado podemos conceituar que um dos aspectos principais relacionados sobre a questão da multicultura é constatar que a geração dos seus conhecimentos passa pelo campo escolar e social. Então, é preciso assumir que as questões públicas e políticas, estarão sempre presente no multiculturalismo,
30 entretanto podemos mencionar que o mesmo não nasceu nas universidades, muito menos no campo escolar. Certamente o seu nascimento surgiu através das lutas pelos direitos iguais e sociais, que os grupos étnicos negros reivindicavam, o locus na formação do multiculturalismo.
1.3 Cultura e Arquitetura Contudo pode-se dizer que a palavra cultura já teve muitos significados como, atos religiosos, cultivo a terra, mas com o passar dos tempos durante ao período iluministro na França, esses significados passaram a ser compreendidos como, cultivo abstrato de ideias e grupos de conhecimentos. Neste contexto foram realizados alguns levantamentos de análise da área do projeto, aspectos sociais e culturais da periferia do bairro Jardim Rebouças. Foram constatados que o bairro do jardim Rebouças é um bairro periférico e carente de um equipamento público social que fortaleçam as relações culturais e sociais através de interações sócio educativas. Como bem nos assegura Canedo (2009), pode-se dizer que a cultura é intocável
e
tem
como
sua
principal
intenção
publicar
seus
interesses
interdisciplinares. Neste contexto, fica claro que esses interesses são estudados por meio de inúmeros aspectos e múltiplas áreas da antropologia como artes, história, sociologia, economia e outras distintas. Sobre o conceito do que vem a ser cultura, este estudo toma como base não uma escolha de um conceito em específico, e sim uma reflexão sobre o conceito em si, definindo, assim, cultura, como um fenômeno social de características simbólico-cognitivas, criado e produzido pelo homem dentro de sua sociedade, como resultado do acúmulo de suas ações, significados e conhecimentos, refletindo a época em que está inserido, e o contexto intelectual específico de cada um (TAVARES; COSTA, 2013, p. 82).
Podemos conceituar que o pensamento sobre a definição da palavra cultura não está relacionado apenas a uma área particular como sendo um termo muito rico, ela é um acontecimento social formada por propriedades distintas. Então, é preciso assumir que ela pode ser constituída por inúmeras características intelectuais, sendo essas compostas pelos indivíduos que compõem sua comunidade. Portanto seu
31 resultado está relacionado ao conjunto dos conhecimentos, ações, e características refletidas na época de uma sociedade. A palavra cultura vem da raiz semântica colore, que originou o termo em latim cultura, de diversos significados como habitar, cultivar, proteger, honrar com veneração (WILLIAMS, 2007, p.117). Sendo assim está possui diversos significados, por sua vez, pode ser chamada também de lar, plantar, cuidar e defender. Portanto, “cultura refere-se ao lado expressivo da vida humana, em outras palavras, ao comportamento, objetos, e ideias que podem ser entendidas para expressar, ou para significar alguma outra coisa” (GRISWOLD, 2003, p. 12) Neste sentido conceituamos que a palavra cultura está relacionada a existência da humanidade, como sendo uma pratica, atitude, atuação e algum costume. Certamente se trata de um modo ou uma maneira de emitir alguma expressão. Em 2010 foi realizada a II conferência Nacional de Cultura no distrito federal e foram relatados alguns temas sobre as políticas sociais culturais, apresentaram maiores áreas para o reconhecimento cultual, a Arquitetura esteve presente neste congresso assim como outras áreas que são importantes para o desenvolvimento humano. O ministério da cultura reconheceu a arquitetura como uma manifestação cultural, mas para algumas pessoas ou profissionais que não são ligados no mundo da arquitetura, este reconhecimento não é tão considerado assim, para muitos a arquitetura é vista apenas como um patrimônio histórico, sendo classificado apenas como algo do passado. Essas pessoas não conseguem perceber que as construções atuais serão daqui algumas décadas classificadas como patrimônio histórico. Os patrimônios pertencem aos bens culturais e tem grande valor para cada região do país, deste modo eles se tornam protegidos por lei para as atuais e futuras gerações. No dia 16 de novembro em 1945, foi criada a (UNESCO), chamada Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a Unesco também protege os classificados bens culturais em países e territórios que estão em constantes conflitos de guerra, ela documenta que, os países que estão em conflitos se comprometam a respeitar os bens culturais localizados em territórios dos países
32 adversários, com essa intenção, a Unesco visa a proteção dos classificados patrimônios históricos em todos os países do mundo em caso de guerra. Existem
inúmeros
monumentos
históricos
ou
edificações
que
são
classificados como patrimônios de bens culturais, um exemplo muito marcante que demonstra uma riqueza na história da humanidade é o mausoléu Taj Mahal, que fica localizado em Angra na índia, ele foi classificado e reconhecido como um dos monumentos mais importantes que pode ser encontrado nesse país. A UNESCO classificou o Taj Mahal como Patrimônio da Humanidade, onde foi anunciado no ano de 2007 como uma das sete maravilhas do mundo moderno, foi construída entre os anos de 1632 e 1653 com força de aproximadamente 20 mil homens.
FIGURA 7: Taj Mahal é um mausoléu situado em Agra, na Índia FONTE: Site https://pt.wikipedia.org/wiki/Taj Mahal (2020)
De um modo necessário, existem três tipos de órgãos que são os responsáveis por cuidar desse assunto tão importante e de caráter mundial, são eles (CONPRESP) Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, (CONDEPHAAT), Conselho de defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico de responsabilidade estadual, e (IPHAN) instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional de responsabilidade pelo órgão federal. Entretanto podemos ter como exemplo de um Patrimônio histórico cultural, a Casa Número Um, sendo uma residência que tem um grande valor histórico onde está localizada nº 1 da antiga rua do Carmo, onde a Rua atual é chamada de Roberto Simonsen no 136-B. A casa de nº 1 é um sobrado que é composto por construídos onde já existiu neste mesmo local uma casa de taipa de pilão, segundo os registros o primeiro proprietário se chamava Francisco Dias, com o seu falecimento o imóvel
33 foi vendido para o bandeirante Gaspar de Godoy Moreira, com isso a família fez a casa de moradia.
FIGURA 8: Casa Número Um, foi construída aproximadamente em 1880 em São Paulo, Brasil FONTE: Site https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_N%C3%BAmero_Um (2020)
Casa número um, relata um pouco sobre a história da cidade de São Paulo, entretanto podemos ver que um patrimônio histórico e cultural pode ser representado assim como outros que já existem e estão espalhados pelo Brasil e no mundo. Um patrimônio que nos leva ao passado ou para o futuro representa “uma pluralidade de valores: econômicos, sociais, técnicos, funcionais, artísticos, espaciais e decorativos” (ZEVI, 1996, p.26). De modo geral a arquitetura, não pode ser considerada apenas como um objeto que possa ser habitado, ela também, pode ser um importante equipamento de aspecto cultural, através de algumas construções arquitetônicas classificadas como patrimônio histórico e cultural, é possível compreender alguns hábitos e costumes de algumas épocas e civilizações. À medida que também obtivemos uma herança arquitetônica, possibilitou a forma que as edificações foram sendo projetadas e construídas. Neste contexto os projetos arquitetônicos deram uma continuidade em suas formas, nos dias atuais podemos citar um projeto do período modernista, como uma arquitetura voltada para os museus, nos mostra uma mudança gradativa do programa de alguns tipos de edilícios, como foi o caso do Museu de Arte (foto 08).
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FIGURA 9: Museu de Arte de São Paulo, MASP FONTE: Site https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_de_Arte_de_S%C3%A3o_Paulo (2020)
As mudanças gradativas que foram realizadas com o passar dos anos na função do museu, criou novas expectativas e possibilidades para o surgimento de novas tipologias, entretanto podemos dizer que, os centros culturais reúnem em um só edifício, os conjuntos de suas edificações. Esses conjuntos e edificações foram criados pensando na cultura e nas pessoas que irão visitar o museu (DALL'IAGNA e GASTAUD, 2010). Certamente o Museu de Arte de São Paulo é considerado uma das mais importantes instituições culturais do Brasil. Ele está localizado, desde 7 de novembro de 1968, na Avenida Paulista, cidade de São Paulo, entretanto podemos constatar que o museu é tombado, de acordo com as três instâncias de proteção ao patrimônio: IPHAN, Condephaat e Conpresp.
35 1.4 Espaço público x privado Neste capítulo necessariamente será descrito e abordado o espaço público, políticas públicas e equipamentos públicos como ferramentas sociais, culturais e de integração, que são importantes para argumentar os aspectos dos espaços públicos e privados. Como bem nos assegura Alexandra e Narciso (2009), pode-se dizer que as variações mundiais que ocorreram nas civilizações modernas produziram um novo comportamento no entendimento do ambiente público. Neste contexto, fica claro que conforme as mudanças foram realizadas nas formações públicas, financeiras, nos espaços e estruturas, geraram novas formações em seus territórios. Essas mudanças ocorreram por meio de um novo olhar da população e pelos fatores empresariais. Em todo esse processo, o espaço público adquiriu uma importância no meio político, em sua estrutura, no conjunto das ideias sociais, e na sua formação ideológica. A frequência com que nas duas últimas décadas muitos estudiosos têm classificado os espaços públicos urbanos como espaços de manifestações da esfera pública, da vida pública, da realização da cidadania, atribuindo desta forma á materialidade daqueles espaços uma realização sociopolítica, evidencia a necessidade de se melhor entender qual o significado de tais concepções, bem como as preocupações e as razões que levaram autores como Arendt, Habermas e Sennet, para nos atermos aos mais referenciados, a se ocuparem por tantos anos com suas formulações (ABRÃO, 2008, p. 23).
Entretanto com o passar dos anos os especialistas classificaram que as áreas destinadas para o compartilhamento comunitário social público urbano, são espaços onde ocorrem inúmeros protestos e manifestações. Por essa razão, fica claro que os benefícios desta realidade estão associados entre as relações da sociedade com o mundo político. Consequentemente indica o dever de beneficiar e melhorar seu atendimento de maneira expressiva. É importante considerar as responsabilidades, considerações de Arendt, Habermas, Sennet, sobre seus pontos de vistas, contexto, referências e ocupações, que foram elaboradas em suas formulações durantes alguns anos de estudos. Como bem nos assegura Borja (2007), pode-se dizer que o ambiente voltado para o compartilhamento social, foi uma solução encontrada das classes sociais na
36 elaboração do desenvolvimento ocupacional particular e na formação de uma cidade. Neste contexto, é possível observar as questões sociais que ocorrerem na vida, por acaso ou por meio de algum processo, seguiram o caminho da democratização urbana. Isso porque é crescente dentro do processo comunitário social. Contudo, o espaço público é um lugar aberto, de acesso irrestrito, um ponto estruturante da malha urbana e confluência de vários caminhos e lugares, é um espaço de passagem e de permanência, construído por diversos agentes, quer na sua formação material ou vivêncial. O espaço público é uma estrutura e estratégia de forma caracterizada pelos seus elementos constituintes (que o individualizam), social e económica (ALEXANDRA; NARCISO, 2009, p. 271).
É importante ressaltar que o ambiente compartilhado é composto por ruas, avenidas, rodovias de uma cidade que tenham livres acessos, podendo levar a diferentes locais da mesma, mas, em cima disso, esses ambientes podem ser ocupados por indivíduos que estejam apenas de passagem ou que querem permanecer por algum tempo neste local. Neste sentido podemos dizer que o ambiente social é um suporte para as inúmeras manobras que compõem seus elementos específicos, coletivos e econômicos. As políticas públicas e os desafios do território impõem novas estruturas político-administrativas, mas as indolências são muito fortes e em geral as reestruturações paralisam-se antes de serem implementadas ou então produzem um abismo de eficaz inflação institucional. Necessariamente que ao nível do urbanismo isto tem repercussões, pois o tempo de construção da cidade é distinto do tempo de aplicabilidade e reflexo dos instrumentos de gestão territorial. E considerando as conduções que se elevam às novas produções urbanísticas, a equitabilidade do espaço urbano regenera-se de forma diferenciada e descontínua (ALEXANDRA; NARCISO, 2009, p. 273274).
A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que as organizações públicas têm grande dificuldades para desenvolver e administrar novos métodos. Além disso a falta de interesse por renovações, impedem seu desenvolvimento antes mesmo de serem elaboradas, mas também, produzem uma grande diferencia formal, portanto relacionado a classe que o urbanismo representa esta situação, pode gerar grandes consequências. Neste sentido podemos observar que as novas gestões urbanísticas foram produzidas com mais igualdade, porém não teve uma continuidade.
37 O predecessor da utilização de Espaços Públicos para a promoção do lazer pode ser identificado no urbanismo da primeira metade do século XX pelas iniciativas apresentadas por Ebenezer Howard em seu livro Garden-citiesof Tomorrow, no qual propõe o resgate de tradições culturais inglesas relacionadas aos valores sociais e políticos do naturalismo e uma mudança expressiva no processo fundiário tradicional, socializando o solo urbano (SOARES, 2013, p. 15).
Atribui-se ao percursor da aplicação das áreas públicas no desenvolvimento do lazer, sendo identificado e podendo ser chamado de urbanismo. O urbanismo foi aplicado e utilizado, no meio do século XX, e foi inicialmente representado por Ebenezer Howard, esta representação está descrita em seu livro, que tem como título, Garden-citiesof Tomorrow. Este livro busca apresentar, salvar, demostrar, os costumes e valores que fazem parte da cultura Inglesa. Por este motivo debate-se os princípios comunitários, políticos, o naturalismo, alterações significativas métodos fundiários, costumes e a socialização da terra urbana. Os conceitos de "público" e "privado" podem ser interpretados como a tradução em termos espaciais de coletivo" e individual. Num sentido mais absoluto, podemos dizer: pública é uma área acessível a todos a qualquer momento; a responsabilidade por sua manutenção é assumida coletivamente. Privada é uma área cujo acesso é determinado por um pequeno grupo ou por uma pessoa, que tem a responsabilidade de mantê-la (HERTZBERGER, 1999, p.12).
Pode-dizer que a compreensão da palavra individual ou coletivo pode ser assimilado como ambientes sociais e particulares, porem num contexto mais definitivo, a palavra pública é um ambiente espacial que autoriza qualquer indivíduo ou grupo acessá-lo, livremente. Então, é preciso assumir que o privado é um ambiente onde só quem pode acessá-lo, são grupos e pessoas autorizadas. O seu quarto, por exemplo, é um espaço privado em comparação com a sala de estar e a cozinha da casa em que mora. Você tem a chave do seu quarto, do qual você mesmo cuida. O cuidado e a manutenção da sala de estar e da cozinha são basicamente uma responsabilidade compartilhada por todos os que moram na casa, que têm a chave da porta de entrada. Numa escola, cada sala de aula é privada em comparação ao hall comunitário. Este hall, por sua vez, é, como a escola em sua totalidade, privado em comparação com a rua. ” (HERTZBERGER, 1999, p. 14).
A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que em uma casa, o quarto do casal pode possuir uma chave para fecha-lo, este quarto está dentro de um setor privativo, diferente da cozinha ou da sala, onde todos podem acessá-los livremente. É importante considerar que, quem tem o dever de manter a
38 cozinha e a sala arrumada são todas as pessoas habitam nesta casa e estão em poder da chave dessa casa. Dessa forma uma faculdade possui diversas salas onde são ministradas as aulas, para os alunos, já o hall é um setor comunitário onde todos se reúnem para conversar ou para realizar diferentes atividades, comparado com as salas de aula. Portanto podemos dizer, que a faculdade é um lugar privativo em relação com as vias públicas onde passam indivíduos sem qualquer vínculo com a instituição. Observando esses exemplos eles explicam o que é público e privado e seus relacionamentos estre o centro cultural comunitário
Campo limpo, podemos
observar que dentro do centro cultural comunitário existem espaços públicos privado e zonas que podemos conceituar como semi-privado, semi-público, onde essa noção de espaço faz toda a diferença no sistema funcional do equipamento público social. Como bem nos assegura Padilha e Silva (2004), pode-se dizer que São Paulo é uma das maiores metrópoles do mundo, nos dias atuais ela encontra-se em uma situação contraditória deixada pelos seus governantes no cumprimento de seus mandatos anteriores. A economia atual segue um padrão de economia exclusiva. Neste contexto, fica claro que a cidade está dividida por partes, onde de um lado da cidade existem, melhores equipamentos residenciais, meios de comunicação, e grande movimentação financeira, que podem igualar-se com as dos países globalizados. O mais preocupante, contudo, é constatar que o outro lado da cidade vive uma realidade bem diferente, onde podemos facilmente ver a falta de residências, que tenha o mínimo de condições básicas para se tornar uma moradia digna. Deste lado também Há falta de equipamentos públicos de lazer, saúde, e transportes públicos de qualidade, que atenda ás necessidades de locomoção da população de maneira efetiva, tanto nos bairros como nas regiões centrais de São Paulo, não é exagero afirmar que também falta políticas públicas eficientes que diminua o grande número de pessoas desempregadas ou que trabalhem em subempregos sem nenhum direito trabalhistas. A prática do esporte nos bairros afastados do centro limita-se, na maioria das vezes, às quadras das escolas públicas, insuficientes para atender à demanda reprimida nesse setor. Além da falta de espaços, não há estrutura organizada que propicie a crianças, jovens e adultos a prática esportiva (PADILHA; SILVA, 2004, p. 26).
39 Podemos conceituar, que a falta de equipamentos públicos instalados longe das áreas centrais da cidade, reduzem as possibilidades dos jovens, de praticarem algum tipo de esporte, e as quadras das escolas públicas não são suficientes para atender toda essa procura. Certamente não existem espaços suficientes bem planejados que tenham uma boa estrutura e que atendam os adultos, adolescentes, e crianças que pratiquem alguma modalidade esportiva. A criação do centro cultural comunitário Campo limpo irá ajudar a mudar este quadro, oferecendo mais esporte e lazer. É importante citar que, paralelamente a esta experiência, destacou-se a propagação de áreas voltadas à recreação, estimuladas pela expansão das práticas esportivas nas zonas urbanas, pelo fato de o esporte ter se popularizado em todas as camadas sociais, através da retomada do “ideal olímpico difundido após a primeira Olimpíada do pós-guerra, relacionando a vitória esportiva à valorização social. Com a disseminação da prática esportiva amadora, surge a demanda por novos espaços livres. É neste período que se tem o registro da construção do primeiro parque voltado ao esporte na Europa, o Parque Bos, localizado em Amsterdam, Holanda, em 1928. (SOARES, 2013, p. 19).
A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que o crescimento dos espaços públicos voltados para a realização das atividades de esportes e lazer, vem crescendo no decorrer dos anos consideravelmente em áreas urbanas. A necessidade de equipamento público social é um problema que acompanha o crescimento populacional das grandes cidades do mundo, o centro cultural comunitário Campo limpo tem o intuito de alcançar as camadas sociais das pessoas que moram em regiões periféricas da cidade onde possuem recursos financeiro para poder pagar por um equipamento público privado. Este ajudará a diminuir está demanda da população e também irá ajudar a desenvolver uma cultura de inclusão social. O projeto arquitetônico apresenta uma logística que favorece a integração das diversas unidades educacionais, culturais e esportivas, reunidas em um mesmo espaço, facilitando a comunicação interna e com a comunidade local. Favorece também o desenvolvimento de programas urbanísticos regionais, numa política de respeito e cuidado com o meio ambiente, propiciando o desenvolvimento local, do ponto de vista social, político e econômico esportiva (PADILHA; SILVA, 2004, p. 26).
Por essa razão, o centro cultural comunitário Campo limpo foi criado e desenvolvido, para contribuir com o desenvolvimento cultural e social das crianças, jovens, idosos, e pessoas com deficiências físicas que moram na periferia do bairro
40 Jardim Rebouças, oferecendo uma integração cultural social e esportiva, gerando uma inclusão social e cultural. Podemos conceituar que a cultura pode fazer parte em todo o processo de aprendizagem do conhecimento na vida de um indivíduo, e ao estabelecer uma comunicação com outras pessoas, pode fazer com o que adquirem novos conhecimentos, costumes, e hábitos, que podem influenciar sua cultura e seus relacionamentos com pessoas que fazem parte de sua família.
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CAPÍTULO 2ESTUDOS DE CASOS
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2 ESTUDOS DE CASOS 2.1 Sede social comunitária 17 de setembro
FIGURA 10: Sede social comunitária 17 de setembro FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
A Sede Social Comunitária 17 de setembro foi um trabalho que fez parte do programa do Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano do Chile, e buscou melhorar a qualidade de vida dos habitantes, pois alguns bairros apresentavam problemas de insegurança social. Com o intuito de mudar esse quadro social, foi implantado o equipamento público social. Ficha técnica Localização: Rapa Nui, La Serena, Região de Coquimbo, Chile. Arquitetura: 3 Arquitectos- Nelson Sepúlveda, Mabel Pena e Freddy Sepúlveda. Cliente: I. Municipalidad de La Serena + MINVU CuartaRegión, Chile. Área construída: 613.0 m2 Ano do projeto: 2011
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FIGURA 11: Localização Sede social comunitária 17 de setembro FONTE: Site Google Earth pro (2020)
FIGURA 12: Sede social comunitária 17 de setembro FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
O projeto surgiu com o propósito de melhorar a qualidade de vida dos habitantes que moram nas regiões de La Serena, Coquimbo, Rapa Nui, e criou espaços públicos significativos para os habitantes que vivem nessas regiões com o objetivo de desenvolver uma maior inclusão social.
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FIGURA 13: implantação sede social comunitária 17 de setembro FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
A implantação da sede social comunitária ilustrada na (foto 11) e (foto 12) tem o intuito de demonstrar o grande significado deste equipamento público social para esta região, onde antes não tinha nenhuma construção pública ou social que pudesse estimular a inclusão social dos jovens, crianças, e adolescentes carentes.
FIGURA 14: implantação sede social comunitária 17 de setembro FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
Na (foto 11) e (foto 12) podemos enxergar os campos de futebol que foram implantados, e a construção da Sede Social Comunitária 17 de setembro ao lado.
45 O programa de necessidades é composto por três níveis principais, e são distribuídos em três ambientes. Esses ambientes são compostos por uma sala de administração local, uma sala para atividades educativas, uma cozinha, uma área para alimentação, e um espaço para realizações de eventos comunitários.
FIGURA 15: planta pavimento intermediário, abaixo do nível das praças FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
As plantas do nivel das praças foram planejadas para serem usadas como mirantes e também servem para fazer uma ligação entre os bairro Juan Fernadez e Rapanui, podemos ver esta planta na (foto 13)
FIGURA 16: planta do nível das praças FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
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FIGURA 17: planta do nĂvel mais baixo FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
Esta planta (foto 17) mostra o pavimento inferior que tem o nivel mais proximo dos campos de futebol, jĂĄ na (foto 18) podemos ver os cortes 1-1 e 2-2 os ambientes e setores de maneira mais clara.
FIGURA 18: planta do corte 1-1 e 2-2 FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
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FIGURA 19: vazados e rampas de acessos FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
Deste modo os elementos como rampas, vasados, acessos existentes em todo o projeto, foi desenvolvido com o propósito de aproximar os espaços, para que necessariamente ocorresse uma integração entre os ambientes ao entorno do projeto. Os materiais usados para a construção do projeto foram concretos aparente, aço e policarbonatos. Os concretos tiveram poucas cores, para que dessa forma fosse criado uma ligação física e visual com a aparência do local, onde ocorresse uma aproximação das pessoas com o projeto.
FIGURA 20: cobogós e sacadas FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
Na construção foram utilizados cobogós de concreto, para que fosse possível realizar os fechamentos dos locais de uma forma mais segura e confortável. Foi também aproveitado o clima local da cidade para que fossem utilizados a iluminação e ventilação dos ambientes. Necessariamente eles também tiveram uma participação na formação da estética do edifício, onde os concretos aparentes foram utilizados por todo o projeto no lugar de acabamento.
48 De modo geral, os cobogรณ foi um material muito utilizado e aplicado para fazer os fechamentos dos ambientes, deste modo os ambientes permaneceram bem iluminados e ventilados sem nenhuma barreira visual.
FIGURA 21: corredor e sacadas FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
FIGURA 22: Ambientes do projeto FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
49 2.2 CEU Pimentas
FIGURA 23: CEU Pimentas FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
O CEU Pimentas fica localizado em Guarulhos, no bairro dos Pimentas em São Paulo, ele foi construído neste local, por causa da carência de equipamentos públicos comunitários. A realização de sua construção foi voltada para alcançar os jovens, crianças, adolescentes, oferecendo, ensino, educação, esporte, lazer, e interação social. Ficha técnica Localização: Pimentas, São Paulo, Brasil Arquitetura: Mario Biselli e Artur Katchborian arquitetos Área construída: 16.000 m2 Ano do projeto: 2011 Ano: 2010 Os Centros Educacionais Unificados
(CEU) são classificados como
equipamentos públicos sociais que foram criados necessariamente com o objetivo de oferecer uma pratica de esporte, interação social, educação mais igualitária, cursos profissionalizantes, e cursos básicos com o intuito de melhorar a qualidade de vida da sociedade paulistana.
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FIGURA 24: Localização CEU Pimentas FONTE: Site Google Earth pro (2020)
Os ceus foram criados pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e estão localizados estrategicamente em regiões periféricas da Grande São Paulo, Brasil. De modo geral, os centros educacionais unificados foram idealizados pelo EDIF - Departamento de Edificações/PMSP, com o intuito de ser um centro local gerador de interação social da vida urbana. Este programa tem o objetivo de articular os equipamentos públicos urbanos com o propósito de gerar educação fundamental, infantil, estimular as práticas esportivas, recreativas, culturais, de modo que essas interações sócias e educacionais possam mudar o cotidiano da vida dessas pessoas. O município de São Paulo tem nos dias de hoje cerca de 46 ceus onde estudam mais de 120 mil alunos.
FIGURA 25: Vista aérea do edifício FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
O projeto foi desenvolvido em modo de uma linha reta, esta linha reta é materializada em uma grande cobertura longitudinal metálica, onde suas bordas foram construídas no formato longitudinal. Os seus espaços são divididos por
51 blocos, e são utilizados para desenvolver inúmeras atividades sócios educativas. Por essa razão algumas atividades comemorativas como palestras, reuniões, e uso esportivo, são desenvolvidas no grande vazio central, que também possui uma praça articulada (figura 25).
FIGURA 26: Vista interna do edifício FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
Seu programa de necessidades é composto por duas quadras esportivas, um ginásio, duas piscinas que estão localizado na área externa, vestiários masculino e feminino, um restaurante, administração, biblioteca, estacionamento, salas de ginasticas, salas multi-uso, auditórios, uma guarita, um terraço, e mezanino auditórios.
FIGURA 27: Vista do edifício FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
O programa de necessidades achou necessário que a biblioteca, o refeitório, e as salas de aulas fossem construídas no lado oeste do eixo principal da edificação.
52 Já no lado oposto, podemos encontrar as salas de aulas os espaços multi-uso, auditório, e salas de ginasticas olímpica (figura 27).
FIGURA 28: Vista do edifício FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
Os principais materiais que fazem parte do seu sistema construtivo são, concretos pré-fabricado, concreto modulado in-loco, e concreto armado. O telhado é composto por estrutura metálica deixando exposta as treliças, a topografia do terreno é plana, e de modo geral, o terreno tem o formato linear sendo esse determinante para a escolha do seu partido arquitetônico (figura 28)
FIGURA 29: Vista do edifício FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
53 Deste modo a praça e o vazio central são usados para desenvolver atividades livres, palestras e eventos. No térreo também existem bancos espaços vazios para estimular a interação entre as pessoas. O térreo é composto por escadas e elevadores que fazem a ligação com o primeiro pavimento (figura 32). Pode-se dizer que o centro educacional unificado de Guarulhos traz uma grande importância para os habitantes das comunidades de Guarulhos, é importante considerar também, que o projeto buscou gerar uma inclusão social para que, fosse possível proporcionar melhores qualidade de vida para as crianças, jovens e adolescentes. Podemos considerar que a planta do corte transversal (figura 31), Corte longitudinal (figura 30), Implantação (figura 32) demonstram algumas características arquitetônicas do projeto CEU Pimentas.
FIGURA 30: Cortes longitudinais FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
FIGURA 31: Corte transversal FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
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FIGURA 32: Implantação FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
2.3 Centro Comunitário Het Anker
FIGURA 33: Centro Comunitário Het Anker FONTE: Site www.archdaily.com.br (2019)
Ficha técnica Localização: Zwolle, Holanda Arquitetura: Erik Moederscheim Área construída: 3.000 m2 Ano do projeto: 2015
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FIGURA 34: localização Centro Het Anker FONTE: Site Google Earth pro (2020)
O centro comunitário Het Anker foi desenvolvido com objetivo de criar uma alta capacidade de conexões entre os inúmeros grupos de pessoas possíveis, neste sentido o intuito do projeto foi gerar uma rotina no cotidiano dos usuários, para que eles pudessem estabelecer uma conexão com o centro comunitário e frequentar o local podendo participar de reuniões, eventos, palestras, oficinas, e criar um ponto de encontro participando de atividades esportivas e musicais.
FIGURA 35: Área externa do centro Het Anker FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
Os materiais mais usados para a vedação das paredes do prédio foram os vidros, deixando o ambiente mais leve e transparente. Do mesmo modo, a faixada principal transmite uma imagem imponente, de modo geral, o design do edifício foi planejado para atrair a atenção das pessoas como uma edificação inovadora, que de certa forma, foge do que as pessoas estão acostumadas a enxergar. Essa inovação acaba despertando a curiosidade das pessoas, e com isso elas são atraídas para conhecer um ambiente novo como podemos ver na (figura 29)
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FIGURA 36: Área externa do centro Het Anker FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
O edifício foi construído em um terreno com diferentes tipos de níveis. O partido arquitetônico resolveu aproveitar essas diferenças de níveis, e também idealizou o centro comunitário Het Anker em diferentes ambientes internos, sendo uma parte do edifício localizada no nível mais baixa e a outra em no nível mais alto, assim quem olha do lado de fora, pode enxergar uma edificação dobrada (figura 30), e quando vai se aproximando percebe que ela na verdade não está dobrada.
FIGURA 37: Área externa do centro Het Anker FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
A borda da cobertura do edifício tem o formato de zig-zag, sendo importante ressaltar que este formato arquitetônico estabelece as principais características do centro comunitário Het Anker, de modo geral, o teto também é um elemento que se destaque no projeto, já as laterais do edifício desenvolvem uma função de paisagismo que percorre por toda parede lateral formando uma figura geométrica como podemos ver na (figura 38)
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FIGURA 38: Parede externa do centro Het Anker FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
O público pode acessar o edifício através do primeiro pavimento que fica localizado no nível da rua, sendo o mais alto, ou pela entrada do estacionamento que fica no nível mais baixo. Todas as entradas se unem na faixada principal, onde tem uma escada que interliga os acessos. No nível mais baixo fica localizado os espaços esportivos, como as quadras, salas, áreas multifuncionais, bibliotecas, praça de alimentação, vestiários masculinos e femininos, banheiros e guarda volumes.
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FIGURA 39: vista esquemรกtica do centro Het Anker FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
FIGURA 40: Corte transversal FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
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FIGURA 41: Implantação FONTE: Site www.archdaily.com.br (2020)
Analise final do estudo de caso. Sede social comunitária 17 de setembro É importante considerar que a sede social comunitária se destaca por seu programa de necessidades, ele é composto por três níveis, sendo eles distribuídos em três ambientes. A parte externa do projeto se interage com o visual da região, na construção do projeto foram utilizados cobogós de concreto para a aproveitar a iluminação natural do sol e a ventilação natural. Através dos materiais utilizados na construção do edifício, os ambientes permaneceram bem iluminados, e ventilados na maior parte do dia. CEU Pimentas O projeto do ceu Pimentas foi desenvolvido em modo de uma linha reta, esta linha reta é materializada em uma grande cobertura longitudinal metálica, os materiais usados para construção foram concreto modulado in-loco, concretos préfabricado, e concreto armado. O que chama a atenção para o partido, é a construção do telhado, pois ele é composto por uma estrutura metálica e treliças que ganha um destaque na estética do edifício, já o formato da edificação foi planejada para ser linear, com isso foi criado um enorme vazio central que é usado para
60 desenvolver atividades livres, palestras, eventos, e estimular a interação social entre as pessoas. Centro Comunitário Het Anker Portanto o centro comunitário se destaca pela construção de sua faixa principal que foi construída com materiais caracterizados leves, transparentes, e ocorre uma interação entre o seu exterior com o interior. A parte externa tem um formato zig-zag que percorre toda lateral do edifício que acaba formando uma figura geométrica espacial que ganha um destaque especial, a topografia do terreno se integra com todos os ambientes com uma integração muito inteligente.
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CAPÍTULO 3ANÁLISE DA ÁREA DO TERRENO E ENTORNO
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3
ANÁLISE DA ÁREA DO TERRENO E ENTORNO
3.1 O Localização do terreno
FIGURA 42: Mapa do Brasil, em destaque o estado de São Paulo FONTE: Própria (2020)
FIGURA 43: Mapa de cidade de São Paulo, em destaque a região com 39 municípios FONTE: Própria (2020)
FIGURA 44: Mapa do município de São Paulo em destaque a região da subprefeitura do campo limpo, onde está localizado o terreno FONTE: Própria (2020)
63 3.2 O Terreno Um dos motivos importantes pelo qual o terreno foi escolhido, é o fato de que este terreno está localizado em uma região da cidade se São Paulo, que tem uma boa localização, onde podemos dizer que está área já tem uma certa viabilidade. Desse modo o centro cultural comunitário Campo limpo vai atrair grande número de pessoas para esta região, que é composta por bairros de classe média, baixa, de algumas regiões periféricas é possível chegar tranquilamente no local escolhido utilizando o transporte público, o terreno está localizado na rua Dr. Anastácio do Bonsucesso, no bairro Jardim Ana Maria. Outro motivo essencial para a escolha do terreno foi a sua idealização, onde o projeto ficaria próximo ao terminal de ônibus Campo limpo. A estrada do Campo limpo fica a poucos metros do terreno, entretanto esta estrada é classificada como via arterial, que interliga vários bairros dessa região, sendo assim, as pessoas poderão chegar ao centro cultural comunitário campo limpo tranquilamente utilizando transporte público. O terreno também está próximo de outros espaços públicos culturais, escolas de ensino secundário e baixo, neste sentido o conjunto dessas diversas atividades estimulam um choque cultural. O terreno escolhido apresenta uma área de 1.846,77 m² e perímetro de 172,437 a área do projeto contém 1.846.77 m² e perímetro de 172.437, em frente do terreno está localizada a rua Dr. Anastácio do Bonsucesso, onde tem um colégio particular chamada colégio analise, do lado esquerdo a rua Clementino Cunha é uma rua curta, que cruza a rua estrada do Campo limpo, nesta rua existem três igrejas de organizações religiosas, e uma praça pública onde costuma ser bem frequentada. Do lado direito temos a rua Jorge Soares de Macedo, nesta rua existe um espaço dedicado ao lazer composto por duas quadras de futebol, um playground, e espaço multifuncional, geralmente ela é frequenta nos finais de semana, na parte de trás do terreno está localizado a rua Guilherme Mainarde, onde existe uma empresa que vende moveis e colchões, está rua também cruza a estrada do campo limpo.
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FIGURA 45: Localização da área do terreno FONTE: Site Google Earth pro (2020) Área total do terreno
FIGURA 46: Localização da área do terreno FONTE: Site Google Earth pro (2020) Área total do terreno
65 3.3 Levantamento Fotográfico A realização do levantamento fotográfico auxilia a compreensão do projeto idealizado com seu entorno, desse modo a partir da análise das imagens foi possível constatar que, as edificações do entorno são bem dimensionadas e não impactam no terreno de uma forma negativa. Outro fator que também pode ser considerado é que, grande parte dessas edificações são formadas por residências, foram localizadas algumas edificações que são voltadas para o comercio, foram mapeadas onze ruas que contribui para o acesso do projeto.
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FIGURA 47: Mapa levantamento fotogrรกfico FONTE: Prรณpria (2020)
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POSIÇÃO 01 FIGURA 48: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 01 FIGURA 49: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 01 FIGURA 50: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
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POSIÇÃO 02 FIGURA 51: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 03 FIGURA 52: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 03 FIGURA 53: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
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POSIÇÃO 04 FIGURA 54: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 05 FIGURA 55: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 05 FIGURA 56: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
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POSIÇÃO 05 FIGURA 57: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÂO 06 FIGURA 58: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 07 FIGURA 59: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
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POSIÇÃO 08 FIGURA 60: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 08 FIGURA 61: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 09 FIGURA 62:Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
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POSIÇÃO 10 FIGURA 63 :Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 10 FIGURA 64: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
POSIÇÃO 11
FIGURA 65: Entorno do terreno FONTE: Própria (2020)
73 3.4 Equipamentos Urbanos Através da realização dos estudos feitos podemos constatar que no mapa de equipamentos urbanos, foi identificado 1 ciclovia que está localizado na rua Guilherme Mainard, onde nesta mesma rua passa uma linha de ônibus, existindo também 2 pontos de ônibus nesta rua. Deste modo o mapa indica a localização de outros equipamentos públicos como igrejas, estacionamento, equipamento de lazer, e praça pública. O uso comercial é composto por lojas e comércios, neste sentido, foi encontrado instituições educacionais de uso privado como escolas. Nesta área foi encontrado 1 estabelecimento de atividade industrial, foi identificado também 1 instituição sócio educativa para crianças, e evidenciado que na estrada do Campo limpo passam linhas de ônibus no trecho estudado e 4 pontos de ônibus.
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FIGURA 66: Mapa equipamentos urbanos FONTE: Prรณpria (2020)
75 3.5 Gabarito de altura Portanto através do mapa e gabarito de altura, percebe-se que as áreas que contém apenas 1 pavimento são as predominantes dentro da região que foi realizado o levantamento do gabarito de altura. Deste modo, podemos perceber que a segunda maior área predominante dentro desta região são as áreas que contem 2 pavimentos. As áreas que contém 3 pavimentos são muito pequenas, por sua vez as áreas que contém 4 pavimentos é menor que a terceira, logo a área que contém 5 pavimentos é uma área única composta por um condomínio. Conforme foi identificado o terreno do projeto está praticamente no centro dessas áreas que foram estudadas.
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FIGURA 67: Mapa gabarito de altura FONTE: Prรณpria (2020)
77 3.6 Uso e ocupação do solo Através do mapa uso do solo, podemos observar que a área predominante dentro da região são as áreas residenciais, já as áreas institucionais são compostas por escolas privadas e igrejas que estão localizadas nas ruas: Clementino Cunha e Dr. Anastácio Bonsucesso. As áreas mistas são distribuídas em comércios e residências onde sua maior concentração está localizada na rua Guilherme Mainard, nesta mesma rua foi identificada apenas uma empresa que foi classificada como industrial, por sua vez as áreas verdes podem ser encontradas em apenas dois locais dentro de toda a região do uso e ocupação do solo. O primeiro local está localizado na rua Clementino Cunha, a área verde é uma pequena praça pública, o segundo está localizado entre as ruas Paulo gomeiro e Dr. Anastácio Bonsucesso que é um espaço dedicado ao lazer composto por duas quadras de futebol, playground, e espaço multifuncional. Já os lotes vazios se distribuem em três pequenas manchas no mapa, deste modo elas estão localizadas nas ruas, Dr. Anastácio Bonsucesso, rua Maria Isabel de Medeiros, e rua Guilherme Mainard. Também foi identificada no mapa, uma área ocupada por uma favela que está localizada entre as ruas: Bernado de Matos e Guilherme Mainard. Contudo a área de implantação do projeto está localizada na rua Dr. Anastácio Bonsucesso.
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FIGURA 1: Mapa uso e ocupação do solo FONTE: Própria (2020)
79 3.7 Sistema viário Através da realização dos estudos feitos foi possível constatar que no mapa do sistema viário, existe apenas uma via coletora, ela está localizada na rua, Estrada do Campo limpo, onde nesta via passam as principais linhas de ônibus que dão acesso para o terreno escolhido. Porém as demais ruas existentes que compõe o perímetro estabelecido, foram classificadas como vias locais. Elas são chamadas de Rua Dr. Anastácio Bonsucesso, Rua Guilherme Mainard, Rua Clementino Cunha, Rua Paulo gomeiro, Rua Bernado de Matos, Rua Antônio Saporito Bico, Rua Luiz Bianconi, Rua Tetsuko Kanai.
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FIGURA 68: Mapa sistema viรกrio FONTE: Prรณpria (2020)
81 3.8 Ocupação do solo Foi analisado no seu entorno imediato que, de acordo com o mapa de ocupação do solo, os espaços de projeção das áreas edificadas e áreas não edificada são compostos por lotes com construções, deste modo existem algumas áreas vazias que apresentam um potencial construtivo. Este levantamento permite compreender a dinâmica do espaço urbano onde os espaços cheios e vazios do terreno demonstram que esta região pode estar em contínua transformação.
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FIGURA 69: Mapa ocupação do solo FONTE: Própria (2020)
83 3.9 Legislação Os levantamentos realizados para a análise da legislação do terreno escolhido para a idealização do projeto, foram levantados a partir dos dados analisados pelo Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, de 31 de julho de 2014, que é uma lei municipal e foi desenvolvida para orientar o desenvolvimento e o crescimento da cidade até o ano de 2030, deste modo a lei de número 16.050/2014 traz uma série de diretrizes para orientar no desenvolvimento e o crescimento da cidade. De acordo com Prefeitura do Município de São Paulo (2014) essa lei descreve que o terreno escolhido está localizado na área classificada como, área do macrozona de estruturação e qualificação urbana, com isso a Seção I Art. 10, explica que está zona urbana apresenta grande diversidades de padrões de uso e ocupação do solo, está área do Município é a mais apropriada para a construção do projeto. Deste modo o capítulo VIII do desenvolvimento social junto com o sistema de equipamentos urbanos e sociais, portanto essa junção tem como proposito gerar uma globalização de direitos sociais, tornando-se direito do cidadão e dever do estado, fornecer equipamentos públicos para a sociedade. Já o Art. 302 descreve que o sistema de equipamentos urbanos e sociais públicos são compostos por equipamentos que, com o objetivo de oferecer para a sociedade, educação, esportes, cultura, assistência social, saúde. Art. 303. Os objetivos do Sistema de Equipamentos Urbanos e Sociais São: I- A proteção integral à família e à pessoa, com prioridade de atendimento às famílias e grupos sociais mais vulneráveis, em especial crianças, jovens, mulheres, idosos, negros e pessoas com deficiência e pessoas em situação de rua; II- a redução das desigualdades sócio e espaciais, suprindo carências de equipamentos e infraestrutura urbana nos bairros com maior vulnerabilidade social; III- o suprimento de todas as áreas habitacionais com os equipamentos necessários à satisfação das necessidades básicas de saúde, educação, lazer, esporte, cultura e assistência social de sua população; IV- a ampliação da acessibilidade à rede de equipamentos e aos sistemas de mobilidade urbana, incluindo pedestres e ciclovias; V- a garantia da segurança alimentar e do direito social à Alimentação. (PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 2014, p188)
De acordo com o plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo seguinte da Lei 16.402/16 de uso e ocupação do solo, o terreno escolhido está dentro da área delimitada classificada como, ZM- zona mista que fica localizada na magrozona de estruturação e qualificação urbana.
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FIGURA 70: Mapa perímetros de zonas FONTE: Geosampa.prefeitura.sp.gov.br (2020) ZM-ZONA MISTA ZEUP - ZONA DE ESTRUTURAÇÃO URBANA E TRANSFORMAÇÃO URBANA PRAÇA/CANTEIRO ZC - ZONA DE CENTRALIDADE ZEIS-1 –ZONA ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL 1
O plano diretor cita a Lei de uso e parâmetros de ocupação do solo, sendo assim a macrozona urbana também é determinada pela prefeitura do municipal de São Paulo, de acordo com o quadro 3 - Parâmetros de ocupação da Lei de Nº
85 16.402, de 22 de março de 2016, por sua vez as normas e os perímetros que serão permitidos para a idealização do projeto de acordo com os parâmetros do quadro.
TABELA 01: Quadro 3 - Parâmetros de ocupação FONTE: Plano Diretor da Prefeitura Municipal de São Paulo (2020)
O quadro possui alguns parâmetros urbanísticos como, coeficiente de aproveitamento, recuos mínimos, taxa de ocupação máxima, gabarito de altura que farão toda a diferencia para a idealização do projeto.
TABELA 02: Quadro 3 - Parâmetros de ocupação FONTE: Plano Diretor da Prefeitura Municipal de São Paulo (2020)
Do modo geral o processo de segurança contra incêndio foi atribuído dentro dos aspectos legais questão prescritos neste artigo.
86 Artigo 7º - O processo de segurança contra incêndio, para regularização de uma edificação ou área de risco, devidamente instruído, inicia-se com o protocolo junto ao Serviço de Segurança contra Incêndio - SSCI. § 3º - As medidas de segurança contra incêndio deverão ser projetadas e executadas por profissionais legalmente habilitados pelos respectivos Conselhos de Classe (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA ou Conselho de Arquitetura e Urbanismo - CAU) e cadastrados junto ao CBPMESP, exceto quando houver dispensa de apresentação de Anotações ou Registros de Responsabilidade Técnica. (SÃO PAULO, 2018, Art. 7. § 3º).
De acordo com a Lei nº 16.642, Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo foram observados alguns regulamentos constituídos nesta lei como: Art. 2º A análise dos projetos e dos pedidos de documentos de controle da atividade edilícia deve ser efetuada quanto à sua observância: I - às normas do Plano Diretor Estratégico - PDE, da Legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo - LPUOS e das Operações Urbanas Consorciadas OUC; II - aos planos de melhoramento viário aprovados; III - às servidões administrativas; IV - às restrições decorrentes das declarações de utilidade pública e de interesse social; V - às limitações decorrentes do tombamento e da preservação de imóveis; VI - às regras para mitigar o impacto ambiental e de vizinhança. (SÃO PAULO, 2017, Art. 2).
Realizando a verificação das normas como, dimensões, área mínimas dos ambientes, saneamento básico, ventilação, iluminação de acordo com São Paulo. Decreto nº 12.342, de 27 de setembro de 1978, como: Artigo 27 - Nenhuma construção, reconstrução ou reforma de prédio, qualquer que seja o fim a que se destine, poderá ser autorizada ou iniciada, sem projetos e especificações previamente aprovados pela autoridade sanitária estadual competente. Parágrafo único - A competência para a aprovação previa mencionada neste artigo poderá ser delegada à autoridade municipal para determinados tipos de projetos na forma disposta em Norma Técnica Especial. (SÃO PAULO, 1978, Art. 27).
Entretanto para efetuar a realização do cálculo dos reservatórios de incêndio neste projeto, também foram observadas as orientações da NBR 13714 na classificação da edificação. A.2.1 Quando o abastecimento é feito pela ação da gravidade, os reservatórios elevados devem estar à altura suficiente para fornecer as vazões e pressões mínimas requeridas para cada sistema. Esta altura é considerada: a) do fundo do reservatório (quando a adução for feita na parte inferior do reservatório) até os hidrantes ou de mangotinhos mais desfavoráveis hidraulicamente; A.3 Reservatórios ao nível do solo, semienterrados ou subterrâneos A.3.1 Nestas condições, o abastecimento dos sistemas de hidrantes ou mangotinhos deve ser efetuado através de bombas fixas, de acionamento automático.(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2000, p 11).
87 Mas também foi possível identificar que o objetivo da projeção das saídas de emergências tem uma grande importância no dimensionamento para as rotas de saídas dos indivíduos que irão frequentas esta edificação. 3.48 Saída de emergência, rota de saída ou saída Caminho contínuo, devidamente protegido, proporcionado por portas, corredores, halls, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, em caso de um incêndio, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço aberto, protegido do incêndio, em comunicação com o logradouro. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002, p 4).
Mas também foram observadas as leis, normas, que estabelece medidas de proteção e segurança contra incêndio, observadas no decreto nº 63.911, de 10 estabelecido no estado de São Paulo. Artigo 19 - Para efeito de determinação das medidas de segurança contra incêndio em edificações e áreas de risco, deverão ser levados em consideração: I - a ocupação ou uso; II - a altura; III - a carga de incêndio; IV - a área construída; V - a capacidade de lotação; VI - os riscos especiais. (SÃO PAULO, 2020, Art. 19).
Foi possível constatar a importância dentro dos parâmetros normativos abrangendo, os requisitos estabelecidos na associação brasileira de normas técnicas NBR 9050/15, conectando os espaços, ambientes internos, externos, de forma autônoma e acessível. Desse modo foram projetados rampas, calçadas, escadas, corredores, trajetos internos, externos, possibilitando o acesso universal para deficientes visuais, físicos, auditivos, cadeirantes, indivíduos com mobilidade reduzida. 3.1.1acessibilidade possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida.(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, p 2).
De modo geral estas normas técnicas, leis, decretos estaduais, municipal, são indispensáveis para elaboração dos projetos arquitetônicos e suas definições estabelecidas, em todo território nacional.
88 Necessariamente foi realizada uma análise de desempenho térmico para esta edificação, considerando algumas características como: direção dos ventos, local de implantação, topografia, tipos de materiais que serão empregados, pé direito e setores. Portanto o objetivo deste estudo foi desenvolver uma edificação que ofereça desempenho térmico satisfatório, conforme as necessidades dos usuários, contribuindo para eficiência da edificação no projeto arquitetônico, conforme a ABNT NBR 15575 – (2013, p. 21), a análise térmica pode ser elaborada de algumas formas: iii. Simplificado (normativo): presta-se a verificar o atendimento aos requisitos e critérios para o envelopamento da obra, com base na transmitância térmica (U)5 e capacidade térmica (CT)6 das paredes de fachada e das coberturas.
De modo geral também foi
utilizada outras metodologias para avaliar o
desempenho térmico como mostra a ABNT NBR 15575 – 1 (2013, p. 21) que classifica o desempenho térmico de uma edificação por meio de método sintético, observando os elementos construtivos como: cobertura, fachada, paredes, conforme ABNT NBR 15.575-4:2013 e ABNT NBR 15.575-5:2013, observando a zona bioclimática onde o projeto está implantado. A ABNT NBR 15220 – Parte 3: 2005 (Desempenho térmico de edificações) no anexo D define valores de transmitância térmica e capacidade térmica de alguns sistemas de paredes, porém os tipos de alvenaria escolhido para edificação são, bloco cerâmico com acabamento de reboco interno, externo e pinturas. De acordo com as tabelas, os valores adotados são Transmitância térmica: 2,45 W/(m² .K)] e Capacidade térmica: 203 kJ/(m² .K), portanto a Tabela D.3 da ABNT NBR 15220:2005- Desempenho térmico de edificações descreve os valores térmicos dos tipos de materiais para a edificação. Os levantamentos do desempenho térmico foram localizados na região metropolitana de São Paulo, os dados considerados para avaliar o desempenho térmico serão os da cidade de São Paulo. conforme a Tabela A.1 (Anexo A – ABNT NBR 15.575-1:2013) São Paulo está localizada na zona climática 3 São Paulo 23.5 S 46.62 W 792.
89 3.10 Levantamento Planialtimétrico, arruamento e perfil topográfico O terreno contém 1.846.77m² e perímetro de 172.44, sua topografia apresenta um desnível, por todo o decorrer terreno escolhido, O ponto mais alto do terreno encontra-se na cota 754 e vai até, próximo ao meio do terreno, que fica localizado na cota 753, já no final do terreno entre as cotas 751 até a 749 encontrasse a parte mais baixa do nível da rua, não foi encontrado áreas de pequenos alagamentos, preservação ou córregos.
FIGURA 71: Levantamento planialtimétrico FONTE: Geosampa.prefeitura.sp.gov.br (2020)
Possui arruamento acessível apenas na parte da frente do terreno, na rua Dr. Anastácio do Bonsucesso, que tem 4,30 metros de via sendo mão dupla, as calçadas são curtas tendo 50 cm do lado do terreno e do outro lado 56 cm. A rua é
90 asfaltada e bem conservada, na entrada principal do terreno não existe nenhuma arvore sobre a calçada que possa interferir na realização do projeto, contudo não existe nenhum poste de energia instalado no meio da faixada principal, os postes e arvores estão distribuídos cerca de sete a oito metros de distância do terreno.
FIGURA 72: Perfil topográfico do terreno (corte) FONTE: Própria (2020)
Foi identificado algumas variações de níveis topográficos no terreno escolhido para a realização do projeto, o corte longitudinal tem o comprimento de 55,57m, o ponto mais alto do terreno fica na cota 753.00, desse modo o mais baixo fica na cota 749,28. A possível variação de nível encontrada no terreno foi de 3.72.
FIGURA 73 : Perfil topográfico do terreno (corte) FONTE: Própria (2020)
De acordo com o corte longitudinal foi realizado uma operação de terraplanagem para projeção da edificação principal, na parte do nível mais baixo do terreno, foram realizados cortes para pavimentação de equipamentos como: rampa
91 de acesso, espaço convivência, contudo a cota mais baixa ficou reservada para escoamento de água em declive.
92
CAPÍTULO 4PROJETO ARQUITETÔNICO CENTRO CULTURAL COMUNITÁRIO CAMPO LIMPO
93
4 PROJETO ARQUITETÔNICO CENTRO CULTURAL COMUNITÁRIO CAMPO LIMPO 4.1 Programa de necessidades O programa de necessidade é composto por setores de serviço, apoio, multicultural, tecnológico, artístico, paisagismo, estes setores estão distribuídos na edificação, composto por pavimento térreo, primeiro pavimento, possuindo bicicletário, estacionamento.
FIGURA 74: Setor artístico FONTE: Própria (2020)
FIGURA 75: Setor tecnológico FONTE: Própria (2020)
FIGURA 76: Quadro de áreas FONTE: Própria (2020)
94
FIGURA 77: Setor multicultural FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 78: Setor paisagismo FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 79: Setor serviรงos FONTE: Prรณpria (2020)
95
FIGURA 80: Setor apoio FONTE: Prรณpria (2020)
96 4.2 Plano de massas O plano de massas foi elaborado observando as possibilidades espaciais dentro do terreno escolhido para idealização do projeto, deste modo foram realizados estudos de análise solar e ventos que vem da região su-sudeste.
FIGURA 81: Plano de massas térreo FONTE: Própria (2020)
97
FIGURA 82: Plano de massas 1 pavimento FONTE: Prรณpria (2020)
98
FIGURA 83: Plano de massas 2 pavimento FONTE: Prรณpria (2020)
99 4.3 Fluxograma A melhor maneira de compreender esse fluxograma é observar o programa de necessidades, que foi desenvolvido contendo seis setores. Com isso o setor apoio contém 14 ambientes, setor de serviços 6, multicultural contém 8 ambientes, paisagismo 5 ambientes, artístico 1, tecnológico 1. Contudo os setores são interligados por uma circulação interna, que foi desenvolvida para atender os fluxos dos setores de maneira integral.
FIGURA 84: Fluxograma térreo FONTE: Própria (2020)
100
FIGURA 85 :Fluxograma 1 pavimento FONTE: Prรณpria (2020)
101
FIGURA 86 : Fluxograma 2 pavimento FONTE: Prรณpria (2020)
102 4.4 Estudo de implantação O estudo da implantação do projeto demostra os elementos construtivos seus principais acessos internos, externos dentro das dimensões do terreno escolhido, de forma que possa gerar impactos positivo no entorno da edificação. Desse modo foram construídas cinco rampas de acessibilidade, uma escada que dá acesso para o reservatório de água, foram observadas o entorno do lote, malha urbana, rua principal, local adequado para construção do estacionamento, espaço de lazer, e principais meios de acesso, do público para edificação.
FIGURA 87: Implantação dos elementos construídos FONTE: Própria (2020)
103 4.5 Plantas baixas cortes e fachadas Os dimensionamentos dos setores foram distribuídos no pavimento térreo, primeiro, segundo externo, de modo que os fluxos dos usuários possam ser estabelecidos de maneira mais dinâmica e acessível. Onde a ligação para o acesso do primeiro, segundo pavimento é realizada por meio de uma rampa de circulação vertical, como principal meio de acessibilidade desta edificação.
FIGURA 88: Planta térreo FONTE: Própria (2020)
104
FIGURA 89: Planta 1 pavimento FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 90: Planta 2 pavimento FONTE: Prรณpria (2020)
105
FIGURA 91: Planta cobertura FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 92: Corte A longitudinal FONTE: Prรณpria (2020)
106
FIGURA 93: Corte B transversal FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 94: Corte C longitudinal FONTE: Prรณpria (2020)
107
FIGURA 95: Corte D longitudinal FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 96: Fachada Sul FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 97: Fachada Norte FONTE: Prรณpria (2020)
108
FIGURA 98: Fachada Leste entrada principal FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 99: Fachada Oeste FONTE: Prรณpria (2020)
109
FIGURA 100: Fachada Leste entrada principal FONTE: Prรณpria (2020)
FIURA 101: Fotos dos ambientes FONTE: Prรณpria (2020)
110
FIGURA 102: Fotos dos ambientes FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 103: Fotos dos ambientes FONTE: Prรณpria (2020)
111
FIGURA 104: Fotos dos ambientes FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 105: Fotos dos ambientes FONTE: Prรณpria (2020)
112 4.6 Estudo volumétrico
A construção do processo volumétrico foi elaborada inicialmente a partir dos croquis que descrevem a forma volumétrica. Desse modo foi possível desenvolver e definir uma forma adequada para proposta do centro cultural comunitário campo limpo, considerando a distribuição dos ambientes, fachadas, conforto ambiental, elementos vasados, ventilação, iluminação natural, ligação entre interior, exterior, relacionados com as propostas de zoneamento regional.
FIGURA 106: Volumetria fachada leste FONTE: Própria (2020)
O estudo volumétrico do projeto é apresentado em formas geométricas, a edificação que contém a maior dimensão volumétrica apresenta o formato de blocos geométricos, o acesso para esta edificação tem apenas uma rua principal de mão dupla chamada, rua Dr. Anastácio do Bonsucesso.
113
FIGURA 107: Volumetria fachada sul FONTE: Própria (2020)
FIGURA 108 :Volumetria fachada norte FONTE: Própria (2020)
FIGURA 109:Volumetria fachada oeste FONTE: Própria (2020)
No lado oeste do terreno fica localizado os maiores desníveis, esta parte ficou reservada para o escoamento de águas e galerias pluviais.
114 4.7 Orientação solar Carta solar de latitude 23.61º Sul da cidade de São Paulo, foi utilizada para realizar o estudo da orientação solar no projeto.
FIGURA 110: Carta solar FONTE: http://www9.fau.usp.br/arquivos/disciplinas/au/aut0272/Aula2_cartas_Solares.pdf. Acesso em (2019).
Nesta carta solar podemos ver a determinação da posição solar para cidade de São Paulo (latitude 23.61º Sul), neste sentido esta carta demostra que entre as 11:00 e 17:00 horas do solstício de verão, esta edificação recebe maior insolação.
115
FIGURA 111: Carta solar com o estudo das projeções solar no solstício de verão FONTE: própria (2020)
Com esse estudo de análise solar, podemos disser que a edificação receberá insolação aproximadamente o dia todo, com mais intensidade no solstício de verão. Foi projetado para esta edificação, elementos construtivos vazados como, paredes cobogó de cerâmica com objetivo de diminuir a insolação interna, para não causar muito desconforto aos seus usuários protegendo à fachada norte, leste, onde recebe insolação solar com o maior período do dia.
116 4.8 Ventos predominantes Em junção aos ventos que vem da região su-sudeste, levando em consideração o sentido da projeção na implantação do edifício, esses aspectos contribuíram com a ventilação natural. Nesse sentido este conjunto de fatores também poderá ajudar na higienização natural dos ambientes, favorecendo a entrada de luz e ar natural por toda edificação.
FIGURA 112: Estudo da direção dos ventos no projeto FONTE: Própria (2020)
117
CAPÍTULO 5MEMORIAL JUSTIFICATICO
118
5 MEMORIAL JUSTIFICATIVO 5.1 Aspectos urbanos
CENTRO CULTURAL COMUNITÁRIO CAMPO LIMPO USO: PÚBLICO SOCIAL Localizado na região da subprefeitura do campo limpo. Rua: Dr. Anastácio do Bonsucesso, no bairro Jardim Ana Maria. Apresenta uma área de 1.846,77 m² CONCEITUAÇÃO DO PROJETO Este projeto foi desenvolvido com o objetivo de levar para região do campo limpo, um espaço adequado de equipamento público social, com o objetivo de colaborar com a meta do governo do estado da prefeitura de São Paulo. Neste sentido o empreendimento dispõe de espaços físicos projetados para proporcionar cultura, educação, cidadania, entretenimento histórico, político e social. O terreno possui uma área de 1.846.77 m², com a topografia acidentada em sete desníveis, possui acesso único, pela rua Dr. Anastácio do Bonsucesso, a edificação foi projetada de acordo com a legislação do estado de São Paulo, considerando as normas pertinentes, referente aos valores mínimos de recuos, frontal, lateral, e fundos. A implantação do projeto foi elaborada considerando os possíveis impactos que causaria no seu entorno e quadras vizinhas, através dos estudos realizados foi possível constatar que, a predominância das edificações vizinhas são de 1 e 2 pavimentos, o maior fluxo de pessoas é na parte da manhã, onde nesta mesma rua existe uma escola particular, a rua tem mão dupla, já o fluxo de automóveis é baixo, os passeios públicos desta região são quase desertos deste modo o centro cultual comunitário campo limpo irá contribuir significativamente para aumentar a frequência das pessoas pelo passeio público no bairro, Jardim Ana Maria. Existem poucas arvores pelo bairro, a rua que passa os principais transportes públicos é classificada como coletora, e fica há menos de um quilometro da edificação, com a idealização deste projeto, o fluxo de pessoas pelo passeio público irá tem um aumento significativo colaborando para segurança do local.
119 Foi projetado para esta edificação, elementos construtivos vazados como, paredes cobogó de cerâmica, com objetivo de diminuir os impactos da insolação na edificação, desse modo as fachadas que mais recebe insolação são as norte e leste. Os fluxos da circulação exterior com o interior, estão bem definidos, parindo da rua foram projetadas duas entradas, uma de acesso principal aos usuários e outra para os veículos, onde estão separadas e não corre o risco de ocorrer nenhum conflito entre eles, os acessos para a edificação ocorrem por meio de três portas com aberturas de 1.80cm, elas ficam localizadas em locais estratégicos facilitando as interações dos fluxos existentes no interior com exterior. 5.2 Aspectos funcionais A setorização foi definida através das necessidades estabelecidas dentro da elaboração
do
partido
arquitetônico,
desse
modo
foram
construídos
necessariamente setores como: serviço, apoio, multicultural, tecnológico, artístico, paisagismo. Serviços: a atividade de trabalho deste setor é crucial para oferecer suportes aos demais setores, desse modo sete ambientes deste setor estão localizados no pavimento térreo, seus respectivos nomes já descrevem suas principais funções, o ambiente de informação: serve para recepcionar o públicos e orientar sobre os horários dos cursos e principais atividades que serão realizadas, já ADM diretoria: servirá para resolver problemas relacionados a direção da instituição, coordenação: irá coordena os cursos que serão oferecidos para seu público alvo, sala dos professores: servirá para realização de questões acadêmicas, copa: utilizada somente para do corpo docente da instituição e
seus colaboradores, sala de
manutenção: serviços periódicos. Apoio: é composto por treze ambientes sendo, sanitário pne, para pessoas com necessidades especiais, sanitário masculino e feminino: uso a qualquer usuário, fraldário: será utilizado como local público, com instalação especial para a troca de fraldas de crianças, desse modo as rampas 1,2,3,4,5 serão utilizadas como acessibilidade e interligações dos fluxos, bicicletário: foi projetado para caber até 12 bicicletas e fica do lado externo da edificação perto do estacionamento, estacionamento: foi projetado 3 vagas exclusivamente para membros da diretoria, e 3 vagas para cadeirantes ou pne.
120 Multicultural : é composto por 8 ambientes, 2 estão no térreo sendo eles, espaço para apresentações exposições, sala multiuso1, já no primeiro pavimento estão 1 biblioteca destinada para público interno e externo, sala multiuso 3,4,5, serão utilizadas para aulas e atividades culturais, no 2 pavimento temos o espaço terraço exclusivo realização de festas, e por último o espaço convivência utilizado para comemorações e palestras. Paisagismo: é composto por 5 ambientes localizados na área sendo eles, 1 jardim espaço convivência destinado para interação social e lazer, jardim estacionamento, servirá como divisórias verdes, jardim 1,2,3 voltados para climatização ambiental. Artístico: tem apenas uma sala, chamada sala multiuso 2 localizada no térreo, contendo, uma bancada com 2 lavatórios, usada principalmente para atividades de pinturas artísticas. Tecnológico: é composto por 1 laboratório de informática, localizado no segundo pavimento destinado para usuários do equipamento público. A circulação interna do edifício e formada por dois tipos sendo, circulação vertical e circulação horizontal. A circulação vertical é formada por rampas que dão acesso para o térreo, primeiro pavimento, segundo pavimento, assas rampas estabelecem as conexões estre os principais fluxos dos setores, desse modo a circulação vertical interna da edificação não compõem escadas, já a circulação horizontal é bastante ampla entre os pavimentos responsável pelos principais fluxos das circulações horizontais.
FIGURA 113: representação da circulação vertical e horizontal FONTE: Própria (2020)
121
FIGURA 114: representação da circulação vertical e horizontal FONTE: Própria (2020)
FIGURA 115: representação da circulação vertical e horizontal FONTE: Própria (2020)
122 O fluxo grama foi elaborado pensando, mas principais necessidades dos usuários na utilização do programa de necessidades sem que houvesse algum tipo de conflito entre os principais acessos verticais e horizontais de acordo com o partido arquitetônico escolhido para a idealização do projeto, desse modo a melhor maneira de compreender os principais fluxos é considerar que os percursos do fluxograma tem duplos sentidos e são interligados.
FIGURA 116: Fluxograma com setas de duplo sentido FONTE: Própria (2020)
123
FIGURA 117: Fluxograma com setas de duplo sentido FONTE: Prรณpria (2020)
FIGURA 118: Fluxograma com setas de duplo sentido FONTE: Prรณpria (2020)
124 O pré-dimensionamento que foi estabelecido de acordo com o programa de necessidades e suas proporções foram dimensionadas com o código de obras e edificações que estabelece as metragens mínimas, permitida na classificação no uso da edificação no estado de São Paulo, para melhor organização dos espaços físicos foram dimensionados, escolhidos, moveis que caracterizam as funções ergonômicas de cada ambiente proposto no projeto do programa de necessidades, priorizando o conforto para acomodação de todas as atividades na proposta escolhida, dentro do partido arquitetônico.
FIGURA 119: Planta primeiro pavimento com mobilha ergonômica FONTE: Própria (2020)
O conforto técnico construtivo do projeto foi escolhido de acordo com a topografia do terreno, estudo da implantação, estudo climático da região Sudoeste, na qual fosse possível melhorar a função energética, foram observados os agentes climáticos, e definida as fachadas principais que receberiam insolação, ventos dominantes, a incidência solar teria que ser aproveitada de maneira favorável, contribuindo com o conforto térmico da edificação.
125 Foram projetadas paredes com elementos vasados de cobogó cerâmico para aproveitar a insolação, ventos, sobre a edificação no solstício de verão e equinócio de inverno. O primeiro pavimento possui uma abertura que destaca a ventilação deixando os ambientes internos mais climatizados, confortável, interagindo com a arquitetura da edificação. Este trabalho buscou compreender qual seria a melhor forma de idealizar um projeto arquitetônico para um centro cultural comunitário. O desenvolvimento desse trabalho consiste em apresentar, através de estudos e pesquisas realizadas, sobre projetos de equipamentos públicos sociais que possibilitariam uma interação por parte da sociedade e pudesse atender uma comunidade tornando-se um polo cultural de interação social. Esse polo atua no desenvolvimento da comunidade por meio de atividades culturais, sociais, sócio educavas, além de oferecer cursos básicos para o desenvolvimento humano e palestras educativas.
126 BIBLIOGRAFIA ALEXANDRA , Carla; NARCISO, Filipe. Espaço público: acção politica e práticas de apropriação. Conceito e procedências. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, set. 2009. Versão on-line ISSN 1808-4281, disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812009000200002. Acesso em: 18 abr. 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13714 Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio de Janeiro, p 11. 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações Habitacionais – Desempenho Parte 1: Requisitos Gerais - Referências - Elaboração. Rio de Janeiro, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações Habitacionais – Desempenho Parte 4: Requisitos para os Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas -
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