Jornal Brasil Atual - Barretos 02

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Distrib

barretos

www.redebrasilatual.com.br

Jornal Regional de Barretos

Gratuuiição ta

nº 2

trabalhadores rurais

cana brava O setor da indústria brasileira que tem um pé no futuro e outro no atraso

Junho de 2011

Imprensa

ó nós aqui Recebido com festa, jornal Brasil Atual chega para ficar

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memória

história secreta Célia Aiélo conta como o Frigorífico Anglo agia com os operários

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várzea cultura

quase não se produz nada por aqui A constatação é do presidente do Conselho Municipal, José Geraldo Resende Pág. 6

falta campo Parece inacreditável, mas no país do futebol a notícia é verdadeira

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2 Imprensa

Jornal Brasil Atual – Barretos

O jornal Brasil Atual mostra, nesta edição, como os trabalhadores da cana-de-açúcar vivem uma situação inusitada no Brasil, que mescla um pé no futuro – de um setor que se moderniza para competir no Exterior – e outro no atraso, com um ritmo insano da jornada diária. Em média, cada pessoa anda nove quilômetros para cortar 12 toneladas diárias de cana, faz 17 flexões de tronco e desfere 54 golpes de facão por minuto – nesta safra, a região de Barretos conta com quatro mil trabalhadores que colherão quase 25 milhões de toneladas de cana. Realidade assustadora. Também vem do campo a notícia que dá conta de uma revolução que se opera na colheita de laranja – e, por extensão, das demais frutas do município. A partir de agora, nossas frutas serão lindas, cheirosas e maquiadas, graças a uma engenhosa máquina de pós-colheita, produzida em Limeira, que caiu nas graças dos pequenos agricultores da região. Pena que a gente não possa festejar, dançando ao ritmo de uma congada ou da dança de São Gonçalo, manifestações folclóricas que estão à morte e exigem de nós pronta reação. Reação, aliás, que devemos ter com o sumiço dos campos de futebol de várzea e com a falta de apoio para outros esportes, como o xadrez. Boa leitura!

vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Roberto Rodrigues apresentou o projeto de Comunicação

rios de Barretos, com a exibição de um vídeo sobre os 50 anos do Sindicato dos Bancários, no

dia 17 de maio, com a presença de representantes da categoria, convidados e jornalistas.

Bancários

Posse da nova diretoria Ato teve a presença de deputado e sindicalistas

Aquino José

editorial

Foi lançado o jornal Brasil Atual, edição de Barretos, da Rede Brasil Atual, composta de uma revista (Revista do Brasil), um programa de rádio em São Paulo (Jornal Brasil Atual, levado ao ar pela FM 98,9), o portal www.redebrasilatual.com.br e cinco jornais mensais no interior do Estado – Bebedouro, Limeira, Garça, Jundiaí e Vale do Ribeira – aos quais, agora, se soma a edição de Barretos, e mais quatro estão por chegar – Guaíra, Catanduva, Bragança Paulista e Taboão da Serra. O lançamento foi na sede do Sindicato dos Bancá-

Aquino José

Nova mídia é lançada com grande festa na cidade

Marcolino e Raquel cumprimentam Marco Antonio

Foi empossada na noite de 21 de maio, no Rio das Pedras Country Club, a nova diretoria do Sindicato dos Bancários de Barretos e Região. Marco Antonio Pereira, reeleito presidente, vai comandar a entidade nos

próximos três anos. O deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT) prestigiou a posse, destacando que a participação social da entidade barretense foi modelo para a criação da Rede Brasil Atual. O parlamentar defendeu a necessida-

de de os bancários assumirem espaço no Legislativo, na área de comunicação e no Judiciário. Acompanharam a solenidade, Sebastião Cardoso, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP); Raquel Kacelnikas, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região; e o ex-prefeito de Guaíra, Sérgio Mello. José Rosa de Paiva, fundador da Associação dos Bancários de Barretos, e Rubens Luiz, dirigente sindical, receberam homenagens póstumas de seus familiares.

Expediente Rede Brasil Atual – Barretos Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Leonardo Brito (estagiário) e Aquino José Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008 Tiragem: 6 mil exemplares Distribuição Gratuita


3 MEMÓRIA

A repressão aos trabalhadores do Frigorífico Como os empresários e o governo se uniram para disciplinar os operários, segundo a história registraram-se feridos e presos. Segundo o jornal da época A Semana, os grevistas exigiam aumento de salários, oito horas de trabalho diário e remuneração extra pelo serviço noturno. Quatro operários do Anglo negociavam as reivindicações, chefiados por José Eugênio de Carvalho, chefe da Legião Revolucionária do Frigorífico, demitido por causa de sua liderança. O delegado de polícia, Hugo Ribeiro da Silva, ainda argumentou que o trabalhador era uma pessoa pacífica e questionou a postura do gerente geral Mr. Cunningham em despedir os envolvidos na greve. Cópias das fichas de registro dos operários foram enviadas à Polícia Política pelo superintendente do frigorífico, A.M. Moore

O Anglo Arquivo do Museu Ruy Menezes

A professora Célia Aiélo estudou o perfil dos operários do Frigorífico Anglo, de 1927 a 1935. A tese, apresentada ao Departamento de História da Unicamp, está disponível na biblioteca virtual da universidade. Ela conta que, em 1927, 40% dos trabalhadores da indústria eram lituanos, portugueses, alemães, iugoslavos, sírios e italianos. A contratação dava-se no portão da fábrica, sem exigência de qualificação. Havia grande rotatividade de mão-de-obra. Aos grevistas era impossibilitado o retorno. Em 1931 houve uma greve porque os brasileiros temiam ser trocados por estrangeiros. Os operários pararam em 22 de janeiro. Houve piquetes e confusão. Com a chegada de reforços de cidades vizinhas,

Os trabalhadores do Frigorífico na década de 1930

– havia também uma preocupação da polícia política com a União Operária Camponesa do Brasil, presente em cidades como Barretos, Campinas, Ribeirão Preto e Bauru. Em 1934, depois de nova ameaça de greve, o Frigorífico atendeu o Sindicato e deu 30% de aumento sobre as ho-

ras extras, 1$000 réis como pagamento mínimo por hora e definiu um novo ponto na linha do trem para os operários. Na época, a Polícia Política investigava o Sindicato dos Operários do Frigorífico e o Sindicato da Construção Civil de Barretos, por envolvimento com comunistas.

A história da indústria frigorífica no Brasil começa em 1913 com a Companhia Pastoril de Barretos que, no ano seguinte, tinha 350 operários. Na época, havia vida social na vila do frigorífico, com casas que abrigavam os operários. Em 1917, uma sociedade recreativa oferecia bailes, sessões cinematográficas e havia até uma escola municipal. Acabou vendido, em 1919, à Companhia Mechanica e Importadora de São Paulo e, em 1923, para a empresa Brazilian Meat Company, que se tornaria mais tarde a S/A Frigorífico Anglo.

Pastoral da criança

Precisa-se de voluntários A Pastoral da Criança da Diocese de Barretos precisa de voluntários nas mais diversas áreas para desenvolver suas ações de orientação de saúde e prevenção de doenças. Os interessados em ajudar podem obter informações nas 13 paróquias onde a entidade atua, informa a coordenadora Maristela Magalhães, de Severínia. Presente em oito cidades da região, a Pastoral da Criança atua em dois locais diferentes em Barretos. No

Aquino José

A Igreja Católica luta para acompanhar as crianças de Barretos. Mas precisa da sua ajuda

Vó Zilda vê o peso da neta

Centro Comunitário São João Batista, no bairro Barretos II, sete agentes acompanham cerca de 10 famílias. Além de

visita domiciliar mensal, realizam um encontro para celebrar a mística da entidade e conferir o peso das crianças. A avaliação ocorre na terceira sextafeira de cada mês, às 20 h. A principal dificuldade naquele setor da cidade é “agregar as famílias”, visto que muitas pessoas não compreendem a proposta de “informação constante” e buscam uma “ação assistencialista da Pastoral” – afirma a coordenadora Luciana Santos. No bairro Nadir Kenan, as ações da Pasto-

ral foram interrompidas. Mas os voluntários querem retomar o trabalho na paróquia Santa Ana e São Joaquim. No Centro Comunitário do bairro São Francisco a pesagem das crianças é no segundo sábado de cada mês, às 15 h. Atualmente, cerca de 20 crianças são acompanhadas por três voluntárias. “Precisamos formar novos agentes para ampliar o trabalho” – diz Elisângela Bastos Arantes, que se dedica ao trabalho voluntário com a garotada. Adriana de Castro Costa leva dois filhos

para avaliação da Pastoral da Criança, no bairro São Francisco. Nos encontros, consegue obter mais informações sobre o desenvolvimento dos meninos e troca experiências com outras mães. Zilda Santos acompanha a neta Mariana Vazon, de dois anos e meio, nos encontros da Pastoral. Revela que a criança já esteve abaixo do peso para a idade, mas conseguiu se desenvolver com o uso de complemento alimentar oferecido pelas voluntárias.


4 trabalhadores rurais

Um pé no futuro, outro no atraso O setor se moderniza para competir lá fora, mas os trabalhadores são excluídos

Rotina no canavial: máquinas substituem os boias-frias

lucas mamede

As malvadezas nos canaviais

Trabalhadores esperam condução: a luta começa cedo

Ritmo insano

17 flexões de tronco por minuto 54 golpes de facão por minuto 12 toneladas de cana cortadas e carregadas por dia Percurso de nove quilômetros/dia Perda de oito litros de água na jornada diária

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo

Em 2008, o Ministério Público do Trabalho criou o Plano Nacional de Promoção do Trabalho Decente no Setor Sucroalcooleiro, com o objetivo de impedir que a expansão do setor se desse em condições de trabalho desumanas. Coordenador de forças-tarefa em Alagoas, na Bahia e no Rio Grande do Norte, o procurador Rodrigo Raphael Rodrigues de Alencar, do MPT

alagoano, afirma que as fiscalizações precisam voltar a se intensificar. “A atividade é quase sub-humana” – diz. Nas fiscalizações de usinas em 2008 e 2009, que resultaram em dezenas de termos de ajustamento de conduta (TACs) e ações civis públicas, os casos mais comuns eram falta de exame médico, transporte irregular, ausência de instalações sanitárias e de abrigo para refeições – até para se tomar um gole de água potável. Outra situação comum é o tempo de percurso até o campo. As horas in itinere, consideradas horas de trabalho, nem sempre são pagas. “Às vezes são duas horas até o canavial” – observa Alencar. O procurador também defende a contratação por prazo indeterminado, para garantir direito a segurodesemprego ao final da safra.

cidade paulista a 350 quilômetros da capital, palco de uma greve famosa, em 1984. Guariba acostumou-se a receber migrantes do interior do Maranhão, um dos Estados campeões em denúncias de trabalho escravo. Padre Antônio relata que o trabalhador preferiria continuar em São Paulo, porque em outras regiões as condições são mais insalubres e os ganhos, menores. Mas a falta de qualificação e de escolaridade o empurra para onde existir trabalho. “É o grande drama da mão de obra rural do Brasil.”

O trabalho pelo país A jornada de trabalho, em Ribeirão Preto, que era de 12 horas, agora é das 7 h às 16 h e o pessoal é registrado em carteira – acabou-se com o “gato”, agenciador de mão de obra. Itens como água gelada e lugar para sentar e almoçar deixaram a pauta de discussão. Em Pernambuco, a Fetape, Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado, também avalia que o acordo coletivo trouxe avanços. Além de abrigo e alojamento, o salário passou a R$ 547, há a contratação formal após cinco dias de trabalho e ampliou-se o tempo de

lucas mamede

ção. Em São Paulo, que produz mais de 50% da cana do país, um acordo firmado em 2007 entre usineiros e o governo prevê o fim das queimadas em áreas mecanizadas em 2014 e, nas demais, em 2017. A mecanização já representa mais da metade da área colhida e é uma ameaça ao emprego. “A introdução da colheita mecanizada deslocou a mão de obra braçal de São Paulo para o Triângulo Mineiro, Goiás e Mato Grosso” – diz o padre Antônio Garcia Peres, da Pastoral do Migrante em Guariba,

willian da silva

A safra de cana-de-açúcar no período 2010-2011 fechou com recorde de 625 milhões de toneladas colhidas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na Região Centro-Sul, chegou a 557 milhões de toneladas, com 55% destinados à produção de etanol e 45%, à de açúcar. O setor sucroalcooleiro se modernizou nos últimos anos, ganhou o mercado externo, mas as condições de trabalho continuam sofríveis: jornadas exaustivas, más condições de higiene e de moradia e pouca qualifica-

Por Vitor Nuzzi

Jornada começa às 7 h

afastamento remunerado para internação hospitalar. Em Goiás, 40 mil trabalhadores cobram reajuste de 34,7% no piso salarial, que é de R$ 606,77. A Federação de Goiás quer alimentação, requalificação profissional e fim do trabalho precário e escravo.

Perfil do trabalhador O número de trabalhadores nos canaviais caiu de 625.016, em 1981, para 542.588, em 2009 Um terço tem de 20 a 30 anos 60% têm de 20 a 40 anos A escolaridade média é de 4,5 anos Fonte: Grupo de Extensão em Mercado do Trabalho (GEMT)/Esalq-USP


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Máquina de suor

O Brasil responde por um terço da cana mundial

jeto de requalificação, com um módulo dentro da usina e outro na comunidade. Antes da atual safra, metade dos trabalhadores que passaram pelo projeto exercia outra atividade. “A máquina precisa de 18 homens e essas profissões, como soldador especializado de colheitadeiras, não existiam” – diz Maria Luiza Barbosa, assessora da entidade. Mas a mesma colheitadeira que cria 18 funções dispensa 80 cortadores. “O impacto negativo sobre o emprego em São Paulo não é maior devido à expansão da produção” – diz a professora Marcia Azanha Ferraz Dias Moraes, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. “O etanol virou produto de exportação e não há como vender um produto ligado ao trabalho escravo ou à degradação do meio ambiente” – afirma ela.

Colheita: retrato de mulher

Paulo (30%) e o Pará (6,45%). Outras regiões do Maranhão receberam 19,35% dos trabalhadores – especialmente o município de Campestre do Maranhão, onde fica a destilaria Cayman. A cultura da cana foi a ocupação

mencionada em mais da metade (54%) dos casos. Quase 61% tinham de 20 a 29 anos (um terço, de 20 a 24), 54% eram casados e 84%, homens. A migração é forçada pela falta de oportunidades no local, onde predomina a cultura do arrendamento, mas que sofre a expansão da soja e do eucalipto, reduzindo os agricultores familiares. “Uma área de latifúndio tradicional” – define Marcelo Carneiro. Segundo o pesquisador, seria mais fácil fazer reforma agrária no local, já que o preço do hectare não é elevado e manteria o trabalhador na região.

Lições de uma greve Em 1984, os cortadores de cana e colhedores de laranja de Guariba deflagraram uma greve marcada por conflitos violentos. A revolta contra as más condições de trabalho foi o início de um lento processo de melhorias, que acabou com a “era do gato” na região. Afora a usina de São Martinho, lá só se trabalhava para terceiros. “Era um período sem negociação coletiva, sem direito sequer a água gelada” – diz o presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Guariba, Wilson Rodrigues da Silva.

“Não havia registro nem horário pra nada. Transporte era no pau de arara, em caminhões abertos. Os óculos de proteção vieram mais tarde, como luvas e caneleiras. O pessoal machucava a vista, sofria corte, trabalhava de tênis” – enumera Antônio Mariano, 66 anos, 44 safras. Colher 17 toneladas de cana num dia permitiu fazer um bom pé de meia? “Consegui esta casinha e criei sete filhos” – diz Antônio, que passa o tempo num velho sofá no quintal.

lucas mamede

O número de empregados no setor sucroalcooleiro paulista deve encolher de 260 mil, em 2006-2007, para 146 mil em 2020-2021. Enquanto a indústria vai ganhar 20 mil empregados, indo de 55 mil para 75 mil, e a colheita mecânica passará de 15 mil para 71 mil, os trabalhadores na colheita manual cairão de 190 mil para zero. Em 2009, o Brasil já respondia por um terço da produção mundial de cana-de-açúcar, mas as condições de trabalho eram ruins. A mecanização se acelerava por razões ambientais e econômicas e a perda de empregos era a consequência negativa dessa automação. Na época, o então presidente Lula dizia que o trabalho insalubre no campo devia ser cada vez menos feito pelo homem. O desafio era onde colocar esses trabalhadores. Em 2010, a Unica, associação dos empresários do sertor, lançou o RenovAção, um pro-

Cidade de 30 mil habitantes no Maranhão, a 300 quilômetros da capital, São Luís, Timbiras fornece mão de obra para as usinas de cana. “Três em quatro famílias têm um membro migrando para a cana, para a construção civil ou para a soja” – observa o professor Marcelo Sampaio Carneiro, coordenador da pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A pedido da Comissão Pastoral da Terra (CPT), ele entrevistou 114 famílias de 2005 a 2008, que tinham como destino Goiás (31,18%), São

lucas mamede

willian da silva

Rota Maranhão–São Paulo

A safra de Barretos este ano: quase 25 milhões de toneladas

divulgação

Barretos tem 500 cortadores, a maioria migrante Barretos tem cerca de 500 cortadores de cana-de-açúcar. Somada a base do Sindicato da categoria, que abrange os municípios de Colômbia, Colina e Jaborandi, são aproximadamente quatro mil trabalhadores. Migrantes do Norte e Nor-

deste compõem 90% do total dos cortadores no município, segundo informações da entidade que os representa. O salário médio está em torno de R$ 900. Para a safra 2011/2012, a previsão de colheita na região de Barretos está estimada

em 24.850.401 toneladas, de acordo com informações do IEA – Instituto de Economia Agrícola. Nenhuma usina está instalada no município. As indústrias sucroalcooleiras funcionam em cidades vizinhas.


6 CULTURA

Patrimônio material e imaterial do município em debate “Barretos tem um potencial gigantesco de economia da cultura. Mas o que falta é a produção cultural” – diz José Geraldo Resende, 50 anos, bacharel em interpretação de teatro e presidente do Conselho Municipal de Cultura. “É preciso pensar uma política cultural para o município, que é diferente de um plano de eventos.” – completa ele. A Lei que dispõe sobre o Sistema Municipal de Cultura está em vigor desde novembro de 2009. Porém, os artistas e agentes culturais esperam que até julho a Prefeitura assine o protocolo do Sistema com o Governo Federal. Tal fato dá condições ao município para receber recursos. Entretanto, é

Aquino José

Dança do Vilão e de São Gonçalo, do foclore regional, estão ameaçadas de extinção

José Geraldo Resende, presidente do Conselho Municipal

preciso definir o custo do Plano Municipal. De acordo com José Geraldo, que representa também o Instituto João Falcão, é necessária a montagem da “gover-

nança” na área. Ele defende a volta da Secretaria Municipal de Cultura, atualmente, um departamento da Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano. Os

dirigentes só pensam na área de “fruição”, mas como o povo pode ter acesso a sua cultura se ele não se vê – argumenta. E lembra a necessidade da realização de fóruns das várias áreas para debater a questão. José Geraldo Resende alerta para a morte do folclore na cidade, como a congada, dança do Vilão, dança de São Gonçalo, entre outras manifestações. “Precisamos recuperar e fortalecer os elementos da sociedade que desenvolvem essas manifestações, dando-lhes condições de trabalho”. A cidade carece de espaços culturais – sustenta José Geraldo Resende. A utilização do Prédio do Antigo Fórum, na esquina da Ave-

Revolução

Frutas lindas, cheirosas e maquiadas

rolando salomão

Produtores investem em máquinas que dão polimento à colheita

Fruticultores conheceram a máquina em Limeira

Os pequenos agricultores de Barretos se animam para comprar uma máquina de R$ 40 mil para beneficiamento e classificação de laranja, usando financiamento do Programa Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável – Microbacias II. Três pessoas da Associação das Comunidades Rurais de Barretos (Ascorb) e o agrônomo Rolando Salomão, da Casa da Agricultura, visitaram no fim de maio a fábrica Barana, que produz maquinaria pós-colheita, em Limeira-SP. Os barretenses viram o setor de montagem da máquina e sou-

beram que ela trabalha com outras frutas, além da laranja. A diversificação ocorre com a troca do kit das escovas de lavagem e polimento do equipamento. Outra novidade apresentada foi o aplicador de cera, acessório que ajuda na aparência da fruta, deixando-a brilhante e aumentando sua longevidade na prateleira. Com a compra das máquinas, haverá um produto de melhor qualidade, que pode ser incorporado à merenda escolar de Barretos e se abrirão novos mercados para comercialização da colheita. “A máquina realmente agrega valor à fruta” – diz Salomão.

nida 15 com a Rua 18, para abrigar a Biblioteca Municipal no térreo e criar o Arquivo Municipal Histórico no andar superior é uma das ideias propostas. “O arquivo morto do Judiciário de Barretos está em Jundiaí, não se sabe em que condições” – revela. Artistas e agentes são convidados para debater os problemas culturais nas reuniões do Conselho Municipal, realizadas nas primeiras segundas-feiras de cada mês, às 16 horas, na Casa dos Conselhos, na Avenida 23, número 1135, entre as Ruas 26 e 28. O Plano Municipal de Cultura deverá ser revisado no início de 2012, segundo deliberação do Conselho atual.

O mote O Programa Microbacias II promove o desenvolvimento rural sustentável em São Paulo, amplia o emprego, a renda e preserva os recursos naturais e o bem-estar da comunidade. O foco é o aumento da competitividade da agricultura familiar paulista, fortalecendo a posição dos agricultores familiares nas cadeias produtivas e reforçando sua capacidade de negociação coletiva com os operadores do mercado. Os beneficiários são as organizações de produtores rurais (associações ou cooperativas) constituídas de agricultores familiares.


7 VÁRZEA

Há falta de campos para a prática de futebol

São Francisco 3 x 2 Atlêtico Paulista, na Região dos Lagos, pela Série B2

Aquino José

A falta de campo para os jogos dos campeonatos promovidos pela Liga Barretense de Futebol está preocupando o presidente Osmir Duarte Peixoto, o Titão. Todos os jogos da Série B2 são disputados nas tardes de domingo, nos campos disponíveis. Em média ocorrem seis jogos neste período – as séries A e B1 realizam as partidas nas manhãs de domingo. “Estamos no limite” – afirma o presidente, que entende que a Prefeitura deveria

Titão, presidente da Liga

desapropriar áreas na periferia da cidade para a instalação de campos de futebol. O campeonato varzeano de

2011 reúne 38 clubes, divididos em três Séries. A competição movimenta todos os domingos aproximadamente 840 jogadores, 380 diretores, cerca de 100 pessoas relacionadas à arbitragem, além de diversas torcidas espalhadas pela cidade. Neste ano não será realizado o Campeonato Rural/Urbano, em virtude da desistência das equipes. A atitude foi tomada por causa das despesas que os dirigentes têm para a manutenção das agremiações.

CINEMA

Xadrez

Tela da consciência

Um esporte completo

O debate de temas cotidianos

Mas os aficionados já pensaram em abandoná-lo aulas de xadrez para crianças e adolescentes, no Centro de Referência da Assistência Social do bairro Barretos II. São 25 alunos inscritos no projeto. Ele prepara a equipe barretense para participar dos “Joguinhos” e da 2ª fase dos 55º Jogos Regionais do Interior, que serão disputados em Taquaritinga, de 19 a 30 de julho.

divulgação

de há dez praticantes ativos, que não têm patrocínio. Ele confessa uma certa desilusão com a forma como o enxadrismo é tratado no município. “Quando há um torneio importante na região, o grupo se reúne e vai de carro, dividindo as despesas” – conta. Eduardo Atique, 17 anos, joga na equipe masculina de basquete da cidade e também dá

Charles Chaplin em Tempos Modernos

O

projeto Tela Crítica aborda temas que propiciam um debate que desperte a consciência sobre questões como trabalho, preconceito, gênero, cultura, etc. O ciclo, iniciado em maio, apresentou, no cineclube Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Por-

tanto, agende seu ingresso na secretaria da UNIFEB – Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos –, na Avenida Professor Frade Monte, 389. As exibições serão no Tribunal do Júri. Ao final do ciclo serão emitidos certificados aos participantes.

Confira a programação Aquino José

“O xadrez é um esporte completo. Ele abrange vários campos da inteligência, como a lógica, a matemática e a sinestesia – associação (de natureza psicológica) de sensações de caráter distinto, como a de um som com uma cor, de um sabor com uma textura, etc. Costumo dizer a meus alunos que é um jogo para quem não tem preguiça de pensar.” A afirmação é do professor e enxadrista Darley Silva, 46 anos, “apaixonado” pelo esporte há 30 anos. Ele dá aulas da modalidade no Programa Escola da Família, desenvolvido aos domingos na Escola Fábio Junqueira Franco, no bairro Cristiano Carvalho, e participa de competições regionais, mas reclama da falta de apoio – na cida-

Aquino José

A notícia parece brincadeira, mas mostra a que ponto chegam algumas cidades do interior

Professor Darley Silva observa uma partida de xadrez

Dia 18/06 – 9h30 Ladrões de Bicicleta De Vitorio de Sicca (1948) Dia 24/09 – 9h30 A Classe Operária vai ao Paraíso De Elio Petri (1971)

Dia 29/10 – 9h30 O Sucesso a Qualquer Preço De James Foley (1990) Dia 19/11 – 9h30 Ou Tudo ou Nada De Peter Cattaneio (2000)


8 foto síntese – Marco Histórico

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Horizontal – 1. Aquele que palestra 2. Nervoso; O, em espanhol; Graceja 3. Rede de Propriedade Intelectual; Rápidos 4. Principal artéria do corpo humano; Cidade do Ceará 5. Ruim; Desejar, cobiçar, 6. Antecede a volta; resultado da sobreposição das cores vermelha e verde 7. Consignado para dotação; Antigo Testamento 8. Época; Obrigações do Tesouro; Espírito Santo (sigla) 9. Ceará (sigla); 999, em algarismos romanos; Caneta, em inglês 10. Maranhão (sigla); Pessoa avarenta 11. Dado consentimento, permitido; Poeira Vertical – 1. Uma das maravilhas do mundo antigo 2. Uma praia carioca; Medida Provisória 3. Prenome de um autor de livros de autoajuda; Investir com ímpeto (sobre algo ou alguém) 4. Mota, cantor brasileiro; Forma sincopada de está 5. Abalado, minado; Alta Vista 6. Aquela que se emociona facilmente 7. Faça novamente; Nome de uma revista de cartum 8. Fundação; Rondônia (sigla) 9. Melado; Lugar onde as pessoas se hospedam para combater o estresse 10. Terapia de Reidratação Oral; Feminino de ele 11. Aqui está; Que não dá espaço a contestações

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Respostas A P I R A M I D E S

A L R A P I O R A D A O T R A C M A P R

E S D O L T A A P A A D O E A O V

E M O T I V A

T R A N E L E P I D I C O T E C A R E C E S M P A R A D O

Palavras cruzadas

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