Jornal Brasil Atual - Barretos 07

Page 1

www.redebrasilatual.com.br

barretos

Jornal Regional de Barretos

nº 7

arte

Distrib

Gratuuiição ta

Novembro de 2011

saúde pública

vovó do cinema Atriz Alexandra Sanches, que morou em Barretos, emplaca seu quarto filme

em defesa do sus Fórum Regional vai defender o avanço na luta pela humanização

Pág. 2 PODER DO BATOM

as empresárias Elas já representam quase metade do empresariado da cidade

Pág. 3 devoção imposto

pagar mais e chorar menos Os ricos reclamam muito e são os que mais sonegam os tributos Pág. 4-5

santinha do ibitu A história de Maria, a jovem que faz milagres desde 1942

Pág. 6


2 saúde pública

Fórum Regional pela qualidade

Uma coisa corriqueira no Brasil, que se repete de alto a baixo, sempre alteada pela velha mídia: o brasileiro paga imposto demais! Uma reportagem desconstrói essa verdade imposta pelo PIG – o Partido da Imprensa Golpista. Porque, ao alardeá-la, o PIG só quer fazer eco de seus desejos. A manchete da matéria sintetiza o fato: Os milionários têm de pagar mais (imposto) e chorar menos. Leia a matéria e mande-nos suas impressões. Ela é importante para se desfazer a velha ideia de que de tanto se repetir uma inverdade, ela floresce como verdade. Os ricos reclamam muito e são os que mais sonegam os tributos. Porque muitos desses privilegiados vivem às escuras e fazem da escuridão sua luz. Felizmente, uma luz brilhante dos curtas-metragens brasileiros continua acesa. Alexandra Sanches, a Alexandrina, emplacou o seu quarto filme e continua desempenhando um belo papel. Em Aurora, de Roney Freitas, ela mostra que está no ápice da carreira, aos 82 anos. Alexandrina viveu sua juventude em Barretos. Ela veio para cá em 1943, um ano depois da morte de Maria Aparecida Conceição que, aos 16 anos, foi assassinada pelo padrasto porque se recusou a manter relações sexuais com o criminoso. Sepultada no Cemitério Municipal, seu túmulo é o mais visitado da cidade. Devotos dizem que Santinha do Ibitu, como ficou conhecida Maria Aparecida, continua fazendo milagres. É isso. Boa leitura!

jornal on-line Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões jornalba@redebrasilatual.com.br

Para o diretor do Sindicato dos Previdenciários, Claudio Machado, a proposta do Fórum Regional é reunir-se com regularidade e convocar mais pessoas para debater pro-

blemas locais relacionados à saúde. Um novo encontro está marcado para 10 de dezembro, às 14 horas, na subsede local do Sindicato dos Previdenciários.

sindicalismo

Vem aí o 1º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre é o tema central

roberto parizotti/cut

editorial

Um Sistema Unificado de Saúde público, estatal e de qualidade é o principal foco de luta do Fórum Regional do setor, fundado dia 5 de novembro, na sede do Sindicato dos Previdenciários, em Barretos. Paulo Spina, representante do Fórum Popular do Estado de São Paulo, coordenou o encontro e explicou os objetivos do movimento. Ele defendeu o avanço na luta pela humanização da saúde e enfatizou a necessidade de combater todas as formas de privatização na área.

Até 30 de novembro, está aberta a votação para o 1º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre 2011, no site da entidade sindicalista – <www.

cut.org.br>. O prêmio vai homenagear pessoas e entidades que lutaram pela redemocratização do Brasil durante a ditadura militar e as que lutam para

aperfeiçoar o regime democrático brasileiro, defendendo o exercício da liberdade. Em 1º de dezembro, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) anuncia os vencedores no site. A entrega do troféu, criado pelo artista plástico Elifas Andreato – o mesmo que criou o prêmio Vladimir Herzog –, será dia 13 de dezembro, no Teatro da Universidade Católica, em São Paulo. Para o presidente da CUT, Artur Henrique, 44 anos, o prêmio “é um resgate da história e valorização dos militantes que reivindicaram a democracia e a liberdade de expressão no país”.

Expediente Rede Brasil Atual – Barretos Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Leonardo Brito (estagiário) e Aquino José Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008 Tiragem: 6 mil exemplares Distribuição Gratuita

Aquino José

Movimento defende luta para combater privatização


3

PODER DO BATOM

Número de mulheres de negócios cresce na cidade De acordo com a Associação Comercial e Industrial de Barretos, as mulheres constituem 30% dos 6.000 empresários do município. Na entidade, 240 empresárias compõem o quadro associativo, informou o secretário executivo José Carlos Firmino. Ele destacou a importância da participação feminina nas empresas da cidade. Elas atuam no setor industrial, no comércio e na prestação de serviços. “Na empresa é neces-

sário descentralizar, formar e acreditar na equipe de colaboradores” – diz a empresária do ramo de farmácia de manipulação Liliamaura Lima, de São José do Rio Preto, que fez palestra para empreendedoras barretenses, a convite do Sebrae-Barretos, em parceria com a Associação Comercial e Industrial local. A farmacêutica é vencedora estadual e vice-campeã nacional da edição 2007 do Prêmio Mulher de Negócios do Sebrae. Ela defendeu a valorização dos trabalhadores e da empresa.

Aquino José

Segundo a Associação Comercial e Industrial de Barretos, elas já são 30% do empresariado

Liliamaura fez palestra para mulheres de negócios na cidade

“O empreendedor tem de acreditar no seu negócio, fazer planejamento e traçar metas para evoluir e modernizar o empreendimento” – destaca Liliamaura Lima. Ela aponta a necessidade de “reinventar” o negócio diariamente e ser criativo o tempo todo, pois isso é uma exigência da concorrência. “Inovar para liderar é fundamental” – frisa. E complementa: “O empreendedor não pode ter a atitude de perdedor”.

cidadania

“Casa de Marias” atende mulheres exploradas Pastoral da Mulher Marginalizada abre nova frente de luta contra a prostituição na cidade ta a procura e a oferta pelo comércio do sexo” – diz. A Pastoral não tira ninguém da prostituição. “Damos apoio e testemunho cristão. Se alguma mulher quiser mudar de vida, depende da sua vontade” – frisa Nivalda. Considerada uma Pastoral “difícil”, a equi-

pe barretense é formada por seis agentes. Para integrar o grupo é necessário participar de capacitação e ter um perfil que atenda as propostas de trabalho. Os voluntários da instituição também ajudam as prostitutas no encaminhamento na prestação de serviços da saúde.

Uma Pastoral social Aquino José

Por meio de campanhas e doações da comunidade, a Pastoral da Mulher Marginalizada de Barretos vai construir na Avenida Goiás, em Santa Terezinha, a “Casa de Marias”, que terá cozinha semi-industrial para atender as assistidas e uma capela dedicada a São Gaspar Bertoni, fundador da Congregação dos Padres Estigmatinos, paróquia que desenvolve as ações. O terreno foi doado pela Cúria Diocesana. A casa de apoio funciona na Rua 42, no bairro Marília – um casal mora lá e encaminha as emergências. Em Barretos, a Pastoral realiza abordagens em casas de prostituição, às terças-feiras, sempre com o consentimento

Casa de apoio da Pastoral localizada no bairro Marília

do proprietário. O trabalho é para as mulheres, embora haja alguns homens prostituídos. Segundo a coordenadora Nivalda Duarte Menezes, é di-

fícil dizer quantas são exploradas sexualmente na cidade, tendo em vista a rotatividade, que é grande. “Nos eventos, como a Festa do Peão, aumen-

A Pastoral da Mulher Marginalizada atua no Brasil todo, orienta-se pelas diretrizes do Setor de Pastoral Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e se relaciona com a Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, Jus-

tiça e Paz. Seu objetivo é apoiar as prostitutas a exercerem a cidadania, fortalecendo a autoestima e ampliando questões sociais, como gênero, saúde e trabalho. As atividades são de auto-organização e de fortalecimento de suas lutas.


4 imposto

Os milionários têm de pagar mais e chorar menos A carga tributária pesa mais para os brasileiros de baixa renda do que no bolso dos ricos – que são os que mais reclamam. Reduzir os impostos sobre o consumo, criar alíquotas mais justas e progressivas e taxar grandes fortunas é a reforma tributária necessária Por Vitor Nuzzi

Brasil tem 155 mil ricos

Reforma já

O número de milionários brasileiros – que têm mais de US$ 1 milhão na conta – cresceu 6% em 2010 e atingiu 155 mil pessoas, conforme o Merrill Lynch Global Wealth Management e a consultoria Capgemini. Assim, o Brasil seguiu em 11º lugar na lista mundial, liderada pelos Estados Unidos, com seus 3,1 milhões de milionários, 8% a mais que em 2009. A crise não impediu que o número de endinheirados no mundo aumentasse. Ele chegou a 11 milhões no ano passado, 8% a mais que em 2009 – crescimento menor que no ano anterior, 17%.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores, CUT, Artur Henrique, chegou a hora de uma discussão séria sobre justiça tributária. “Há uma parcela de multimilionários que poderiam pagar mais sobre a sua renda” – disse ele à Rádio Brasil Atual. Segundo ele, a discussão sobre a Emenda Constitucional 29 (os gastos de Estados e municípios com saúde) e a necessidade de ampliar verbas para a saúde pública é a chance de rediscutir a reforma tributária, incluindo o conceito de progressividade – quem tem mais renda paga mais; quem tem menos paga menos.

Caça aos endinheirados

Famílias que ganham até dois salários mínimos gastam 49% da renda com impostos

Imposto sobre fortunas O consultor Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), lembra em artigo que o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) está previsto na Constituição de 1988, mas depende de lei complementar nunca aprovada. “O IGF poderia ser cobrado de forma progressiva, arbitrando-se um nível mínimo de isenção” – sugere. “O imposto sobre o patrimônio é cobrado com sucesso há vários anos

na França, Espanha, Grécia, Suíça e Noruega. Não deu certo em alguns países – Áustria, Dinamarca, Alemanha, Finlândia e Luxemburgo –, mas pode dar certo no Brasil. Só saberemos testando.” Na Câmara, um projeto do deputado Dr. Aluízio (PV-RJ) cria a Contribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF), com cobrança sobre patrimônio acima de R$ 5,52 milhões e destinação exclusivamente para a saúde.

Os milionários também terão de ajudar no combate à crise mundial. Uma das bíblias do mercado, a revista The Economist, já detectou esse movimento de caça aos ricos. O bilionário Warren Buffett, patrimônio estimado em US$ 50 bilhões, declarou que os ricos deveriam pagar mais impostos, afirmando que, proporcionalmente à sua renda, seu secretário recolhe mais tributos. A declaração de Buffett ecoou mundo afora. Países europeus aumentaram o imposto para pessoas de maior renda, com o objetivo de reduzir seus déficits.

À beira de um ataque de nervos Nos países europeus e nos EUA os ricos são chamados a colaborar por causa da situação fiscal dos governos. Na Espanha, o imposto sobre patrimônios acima de € 1 milhão atingirá 150 mil pessoas e arrecadará mais de € 1 bilhão por ano. Na França, o governo anunciou um imposto de 3% sobre a renda de quem recebe mais de € 500 mil por ano. Iniciativa semelhante terá Barack Obama para reduzir o déficit fiscal norte-americano, com uma

proposta de imposto voltado a quem ganha mais de US$ 1 milhão por ano – teria o nome de Buffett rule (regra Buffett),

em referência ao milionário. “Não é luta de classes. É matemática.” – diz Obama. Para Artur Henrique, iniciativas como a de Warren Buffett significam que “eles sabem ser mais vantajoso ter uma parcela um pouco menor numa sociedade de economia mais dinâmica e com melhores condições de vida”.

Famílias com renda acima de 30 salários mínimos usam 26% da renda para pagar tributos Fonte: Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social


5

ELZA FIUZA AGENCIABRASIL-ABr

Quem pode pagar, dribla com facilidade os impostos

10% mais ricos usam 23% da renda

Segundo Pochmann, poderia haver mais alíquotas do Imposto de Renda, desde que atingissem outras faixas de renda. Hoje, existem quatro: 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%. E começam a tributar o assalariado a partir de R$ 1.566,61 – valor abaixo da remuneração média do mercado formal de trabalho. A recomendação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) – órgão da Presidência da República formado por re-

presentantes da sociedade – é ampliar o número de alíquotas, “para evitar distorções para faixas de renda mais baixas”. Ele também sugere que se torne progressivo o IPTU, imposto cobrado pelas prefeituras. “As favelas pagam, proporcionalmente, mais do que as mansões” – afirma. Ele defende medidas como IPVA maior para veículos como lanchas, iates, jatinhos. “Quem critica é quem menos paga” – diz Pochmann.

País ainda está muito longe da justiça fiscal Estudo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que as pessoas com R$ 1 bilhão em aplicações, ou 63 mil cidadãos de alta renda, fecharam 2010 com R$ 371 bilhões investidos em bancos. O presidente do Instituto Justiça Fiscal, Dão Real Pereira dos Santos, lembra que o sistema tributário aumenta o fosso entre ricos e pobres. “Ele trata de forma anti-isonômica as rendas em função de sua origem. Isenta, por exemplo, o Imposto de Renda na distribuição de lucros aos sócios e acionistas das empresas, ou sujeita a alíquotas mais brandas os rendimentos de aplicações financeiras” – afirma. A arrecadação tributária no Brasil, que em 2010 representou 33,56% do PIB, é concentrada no consumo. Assim, um cidadão com renda mensal de um salário mínimo, embora não tenha Imposto de Renda desconta-

do no holerite, sofre no preço do pãozinho e do leite a mesma tributação que o bilionário Eike Batista. Relatório de 2010 do CDES já afirmava que, em relação aos tributos, “o Brasil caminha no sentido contrário

ao da justiça fiscal”. A injustiça se materializa ao desrespeitar o princípio da equidade. “Com o elevado peso dos tributos sobre bens e serviços na arrecadação, pessoas que ganhavam até dois salários mínimos em 2004 gastavam 48,8%

divulgação

10% mais pobres usam 33% da renda para pagar impostos

Para o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, a arrecadação tributária concentra-se nos pobres. “Os ricos demonstram capacidade de driblar os tributos” – diz ele. Em relação ao Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), a estimativa do Ipea é de que R$ 1 a cada R$ 3 deixa de ser arrecadado por meio de abatimentos na declaração anual dos segmentos que podem gastar com educação, saúde e previdência privadas.

Imposto onera indistintamente todas as classes no Brasil

de sua renda no pagamento de impostos e as famílias com renda superior a 30 salários mínimos, 26,3%.” Para facilitar a tramitação no Congresso, o governo tende a apresentar a reforma tributária “fatiada”, dividida em quatro etapas. Um dos itens é a desoneração da folha de pagamentos, que preocupa os trabalhadores pelos possíveis efeitos negativos à Previdência. “Consideramos que para alguns setores isso vai ser muito importante. Para outros setores, pode não ser essa a forma melhor de desoneração” – afirmou a presidenta Dilma Rousseff, em discurso no final de setembro. Outros itens a serem discutidos incluem mudanças no ICMS. Um primeiro passo foi dado com a aprovação do projeto de ampliação do Supersimples. Mas, em qualquer mudança, toda reforma precisa incluir um conceito simples, mas nem sempre lembrado, de justiça social.


6 devoção

Túmulo de Santinha do Ibitu atrai muitos romeiros Maria Aparecida Conceição, morta a facadas em março de 1942, protege e faz milagres O crime hediondo, segundo a imprensa da época, chocou a cidade. O fato ocorreu no início da noite, numa plantação de arroz, perto do córrego do Gaiola, no então distrito de Itambé. A adolescente se recusava a manter relações sexuais com o padrasto que, por isso, a matou. A irmã, Isaura Santana, de 13 anos, que a acompanhava até a vila, refugiou-se num brejo e se atolou nas taboas. Depois do crime, Antônio se entregou. Tinha a roupa manchada de sangue. O subdelegado Eduardo Borsato foi ao local do crime e encontrou muita gente cercando o corpo da moça, que tinha a faca cravada no peito. Desesperada, a mãe da jovem, Josefa da Conceição, gritava: “O

Aquino José

Durante todo ano – mas principalmente na Quaresma e no Finados –, o túmulo mais visitado no Cemitério Municipal de Barretos é o da quadra 1 Adulto, sepultura perpétua 741, onde estão os restos mortais de Maria Aparecida Conceição. Aos 16 anos, ela foi morta a facadas, em Ibitu, pelo padrasto, Antônio Pires Cordeiro, de 32 anos. Com o tempo, cresceu a fama de santidade da adolescente, embora suas virtudes não sejam reconhecidas pela Igreja Católica. Os devotos vão ao local em busca de proteção, milagres e graças. Queimam velas, depositam flores, terços, quadros, fotos, orações e bilhetinhos com pedidos de curas e agradecimentos.

Tumulo da santinha no Cemitério Municipal

assassino é o Antônio!...” O homem foi preso. Antônio era amásio de dona Josefa e trabalhava para José Neves Paixão, cuja família lhe dedicava

estima. Em outubro de 1942, o juiz Washington de Barros Monteiro mandou o preso para a Casa de Detenção, em São Paulo, onde virou um carpin-

teiro talentoso. Antônio recusou convites do ex-patrão para voltar a Barretos quando saísse da prisão. Nunca se soube o destino que ele tomou. A mãe e a irmã da vítima também se mudaram de Itambé e não deram mais notícias. Populares construíram uma capelinha no lugar onde Maria Aparecida foi assassinada. A igrejinha fica na Fazenda Santa Luiza. Moradores do Ibitu afirmam que muita gente visita o lugar onde o corpo de “Santinha” foi encontrado. “Quando o sol forte castiga a roça e a comida vai se perdendo, o povo faz caminhada de penitência pedindo a intercessão dela. E a chuva vem” – conta dona Luiza Gonçalves, antiga moradora do distrito.

pintura

O artista e seus gizes coloridos

Aquino José

Daltônico, Luiz Augusto Nogueira pinta belas paisagens nórdicas e imagens do Canadá O industrial mecânico Luiz Augusto Nogueira, 55 anos, faz uma confusão danada com as cores. Entretanto, ganha reconhecimento em virtude de sua arte de pintar paisagens usando giz escolar. O barretense demora em média quatro horas para fazer um desenho em lousa, utilizando técnica e sensibilidade. Desde a infância, Luiz Augusto gosta de pintar com lápis preto. Mas a pedido de amigos, há seis anos, começou a desenhar em lousa no Centro

Espírita Amor, Fé e Caridade. As pessoas gostaram de seu trabalho. Então, ele aprimorou a técnica, auxiliado pela esposa Sandra Costa, que lhe dá as dicas das cores do giz. Ele confessa ser “meio daltônico”. “Não é mediunidade. É jeito mesmo” – ressalta. O artista frisa que não cria a obra, apenas reproduz imagens bonitas que encontra na internet. Gosta de paisagens nórdicas e de cenas da Austrália e Canadá. A lisa textura da lousa é a principal difi-

culdade que encontra para realizar seu trabalho. Mas já encontrou um caminho alternativo. Descobriu uma “tinta especial” que passa no Duratex e que facilita a aderência do giz. Luiz Augusto não vende seus quadros. Apenas presenteia amigos e familiares. Diz que pretende intensificar a produção para ter seu próprio acervo e cedê-lo a exposições. Revela que já fez umas 30 ou 40 obras, mas boa parte acabou se apagando.


7 cinema

Atriz de 82 anos, que morou em Barretos, volta à tela Alexandra Sanches, a Alexandrina, atua em Aurora, um curta-metragem de Roney Freitas

no Instituto de Arte na mesma universidade. No teatro, atuou em inúmeras montagens, como O Capeta de Caruaru, com direção de Adilson Barros; Calabar, dirigido por Tom Crivelaro; e Quando Tudo Acontece na Segunda-Feira, entre outras peças. Ao se envolver no meio artístico, Alexandra Sanches fez inúmeros contatos, que lhe renderam alguns filmes. Em Anões do Jardim, ela interpreta Catarina, uma mulher que acredita em

anões. Em Tiro Livre Direto, vive Idalina, uma senhora que faz tricô enquanto acompanha o neto em partidas de futebol. Em Os Desalmados, ela é Assunta, senhora religiosa que descobre uma santa em casa. Alexandra Sanches sente-se realizada como pessoa e atriz. É muito incentivada pelos familiares e amigos. E revela um sonho: “quero gravar um longa-metragem para melhor mostrar minhas habilidades”.

O curta-metragem Aurora, de Roney Freitas, tem 20 minutos de duração e custou R$ 98 mil. Foi realizado pela Prefeitura de São Paulo e contou com o apoio do Governo do Estado, por meio do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, e patrocínio da empresa Slotter. Foi rodado em São Paulo e em Caucaia do Alto, subdistrito de Cotia (SP). O curta impressiona pelas belas imagens, onde se aproveita – e muito – a luz natural. Aurora é uma mãe idosa que revê, depois de um período, o filho sexagenário. Passase, então, da desconfiança e tristeza do abandono para momentos de muita ternura. Aurora foi exibido na 5ª Mostra CineBH 2011; no 34º Festival Guarnicê de Ci-

divulgação

Um filme tocante

divulgação

Alexandra Sanches é o nome artístico de Alexandrina, 82 anos, que está gravando seu quarto filme curta-metragem. Ela nasceu em Luz, em Minas Gerais, e se mudou para Barretos em 1943, onde viveu boa parte de sua vida. Morou na Vila Rios e em frente ao prédio do INSS, na Avenida 17. Ainda hoje sua irmã, Odórica Leite, reside na cidade e a maioria dos familiares mora no bairro Pedro Cavalini. Ela, em 1980, foi para Ribeirão Preto e, depois, para Campinas. Alexandrina é casada, tem uma filha e três netos. Bordadeira, aspirante a pianista, artesã de argila, amante das artes, em 1983, na Unicamp, fez um curso de extensão universitária em teatro, com o professor Adilsom Barros e o ator Paulo Betti. Em 1996, foi aluna de Antunes Filho no Centro de Pesquisas Teatrais. De 2004 a 2008 foi ouvinte em cursos

nema, em São Luís do Maranhão; no Festival International Signes de Nuit, em Paris, França; no 22º Festival Internacional de Curtasmetragens de São Paulo e estreou mundialmente em Los Angeles, EUA, no 15th Los Angeles Latino International Film Festival. Até o ano que vem está inscrito em vários festivais. Não há previsão de exibição em Barretos, informa o diretor Roney Freitas.

literatura

Maratona de Declamação de Poesias foi um sucesso Para desenvolver nos alunos a valorização dos grandes escritores brasileiros, a ALAB – Academia de Letras e Artes de Barretos – promoveu a XIII Maratona de Declamação de Poesias. Participaram do evento estudantes das escolas públicas municipais e estaduais, em três categorias. Foram

analisados a escolha da poesia, a postura, a memorização, a declamação, a entonação da voz e o gestual. José Stéfano, de 7 anos, da Escola Municipal Dr. João Ferreira Lopes, da Vila Rios, venceu na categoria do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, interpretando a poesia O Buraco do Tatu, de Sergio

Aquino José

Academia de Letras e Artes de Barretos desenvolve consciência do valor dos grandes autores Catarelli. Thainá Morais, da Escola Municipal São Francisco, ganhou na categoria do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, declamando Nem Tudo é Fácil, de Cecília Meireles. E Danilo Ferreira Peixoto, da Escola Estadual Mário Vieira Marcondes, o Estadão, ficou em 1º lugar na categoria ensino médio, in-

terpretando Adiamento, de Fernando Pessoa. A escola Dr. João Ferreira Lopes também faturou o prêmio de melhor torcida. A presidente da ALAB, Marlene Rocha, ficou satisfeita com a participação das escolas da cidade, com o nível das poesias e das apresentações dos alunos.


8 foto síntese – Igreja Santo Antônio

palavras cruzadas palavras cruzadas 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1 2 3 4 5

Aquino José

6

sudoku 5

9 8

8

7

1

2

9

6

10

5

7 9

6

7

11

Horizontal – 1. Veloz; coloração 2. Magnetismo; Chego ao porto 3. Símbolo químico do sódio; Sigla da Agricultural Land Reserve; Sigla Essencial Oil 4. Gás ligeiramente azulado 5. Prenome de Coralina, poetisa goiana; Sigla da British Petroleum; Convergência Socialista 6. Que se crava de modo profundo (plural) 7. Anfíbio anuro; Parte inferior da planta; Preposição a mais artigo o; 8. Capital da Noruega; Conselho Regional de Psicologia 9. Parte inferior pendente de certas peças do vestuário; Ruim 10. Cidade de Pernambuco; Logradouro 11. Prep. (lat. in) Introduz objeto indireto; Morte

5

5

9

8 9

4

2

7

3

5

2

2

3

9

Vertical – 1. Mamífero de grande porte, pele grossa e cabeça grande, com um ou dois chifres na testa, patas com cascos e três dedos cada, encontrado na Ásia e África 2. Mulheres guerreiras da Antiguidade; Sigla de um Estado do Norte brasileiro 3. Utensílio usado em trabalhos agrícolas; Obrigações Reajustáveis do Tesouro; Lloyd Aereo Boliviano 4. Que pode viver fora do ar 5. Salvador, pintor espanhol; Símbolo de rádio; Associação Riograndense de Bibliotecários 6. A maior desonra, ignomínia; Gemido triste e doloroso 7. Situação de concórdia e tranquilidade 8. Expressão chula que significa coito; Que custa alto preço 9. Personagem da mitologia grega; Passar pelo coador 10. Sigla de Rondônia; Dirigir o sopro

4

3 2

1

5

vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Respostas r i n o c e r o n t e

a p m a a z o o r n t a s l a a b m

i d o a p o a l r n i o a b p e r r a r a i z o o b a m i r a o b i t

Palavras cruzadas

c o r t e o u c d o a c r a r u o

a s s o p r a r r o

5 6 2 3 8 1 7 9 4

3 9 7 2 5 4 1 6 8

8 4 1 9 6 7 5 3 2

Sudoku

4 3 5 6 1 8 9 2 7

7 1 8 5 2 9 6 4 3

6 2 9 7 4 3 8 5 1

9 8 4 1 3 5 2 7 6

1 5 6 4 7 2 3 8 9

2 7 3 8 9 6 4 1 5


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.