Jornal Brasil Atual - Bebedouro 02

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Bebedouro

Jornal Regional de Bebedouro

nº 2

Setembro de 2010

música

Educação no estado

aprovação automática Jovens chegam à universidade com dificuldade de ler, escrever e fazer contas Festa aos 80 anos Coral de Bebedouro é um dos mais antigos do Estado

Pág. 2

crise política

Briga sem fim Prefeito e vice-prefeito estão de mal. E a cidade paga o pato

sxc.hu

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futsal

cinema

5x Favela, Agora por Nós Mesmos Cineastas dos morros cariocas são os autores de seu próprio enredo Pág. 6

meninas de ouro Campeãs da taça EPTV, atletas desfilam em carro aberto

Pág. 7


2 música

Um coral de 80 anos Patrimônio da cidade, ele é um dos mais antigos do Estado

vale o que vier “Acredito na força da informação. Penso que informações não manipuladas vêm para fortalecer a democracia em nosso país. Parabéns a vocês pelo lançamento do jornal.” Saulo Pimenta Neves

As vozes de Bebedouro continuam ecoando pelo Brasil

O Coral Municipal Maestro Pedro Pellegrino, fundado em 1930, é uma instituição cultural de Bebedouro. Idealizado pelo próprio maestro – que, em 1981, gravou um LP com músicas populares e sacras de sua autoria –, o coral é um dos cinco mais anti-

em encontros de corais, além de feiras e exposições no estado de São Paulo e fora dele. Destacamse as apresentações na Expoflora, na cidade de Holambra, na ópera “Amahl e os visitantes da noite” e nos concertos com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto.

Um coquetel, um concerto Em agosto, houve um coquetel comemorativo pelos 80 anos de fundação do coral, com a participação de

vários ex-integrantes, integrantes atuais, da sociedade bebedourense e da imprensa. Em novembro, um concer-

to do Coral Municipal apresentará releituras de obras compostas ou arranjadas pelo maestro Pedro Pellegrino.

Fala, maestro! foto: mauro ramos

“Jornal ágil, com formato de fácil leitura e textos e fotos coerentes com a boa prática jornalística. Gostei.” Sidney de Carvalho As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual. com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP: 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

gos do Estado. Com a morte do maestro, em 1987, o coral passou a ter personalidade jurídica e, em 1995, conquistou o 1º lugar na fase regional do Mapa Cultural Paulista, repetindo o feito em 1997 e 2000. Atualmente, ele se apresenta

“Em 2010, comemoramos 80 anos de uma linda história, de divulgar a cultura através do canto. É um privilégio estar à frente do coral desde 2003. Sou um profissional realizado por ser o regente do Coral Municipal Maestro Pedro Pellegrino.”

Glauco Carvalho Corrêa – Diretor artístico e regente do Coral Municipal

foto: mauro ramos

Caro leitor, o Jornal Brasil Atual – Bebedouro está novamente em suas mãos. A gente espera ter a mesma acolhida da primeira edição, que tanto nos encheu de orgulho: desejo de boas-vindas e vida longa soaram como um uníssono grito de felicidade. Bebedouro continua dando exemplos de cidadania. Depois da Turma do Riso, o grupo de artistas que distribui alegria em hospitais e asilos, chegou a vez de nos rendermos à jovem turma que fez 80 anos e continua sendo a voz da cidade: o Coral Maestro Pedro Pellegrino. E o que não dizer das nossas garotas maravilhosas, campeãs do futsal. Com elas, não tem papo, é gol. E que golaço! Azar apenas do prefeito, Italiano, e de seu vice, Spido. Eles brigaram feio, um não fala mais com o outro. O prefeito acusa o vice de ser o autor das denúncias que levaram à operação Cartas Marcadas e à prisão de seus parentes. Por causa disso, ele mandou trocar a fechadura da sala do “inimigo” na Prefeitura, como a dizer “aqui, ele não entra mais”. Spido reagiu indo à polícia a fim de “preservar os seus direitos”. A crise política continua. Prefeito e vice bem que podiam dar as mãos. E se retirarem juntos da Prefeitura.

foto: mauro ramos

editorial

Em campanha salarial, bancários querem menos filas e mais segurança: pessoas em 1º lugar

Expediente Jornal Brasil Atual – Bebedouro Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Repórter Marina Amaral Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Fotos Mauro Ramos Redação (11) 3241-0008 Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita


3 crise política

Prefeitura vira caixa-preta A conclusão do relatório do Ministério Público sobre as fraudes de licitação praticadas na Prefeitura, com a conivência de funcionários públicos de primeiro escalão, é a esperança de um pouco de luz na crise financeira e política que ela vive. A Câmara Municipal desistiu de instalar as Comissões Processantes – uma para investigar a conduta do vice-prefeito, Gustavo Spido, acusado de acumular um cargo de diretor para o qual não foi nomeado, e a outra para esclarecer a participação do prefeito João Batista Bianchini, o

foto: Monografia

Italiano e Spido estão de mal; vice-prefeito recorre à polícia para recuperar sua sala na Prefeitura

O ringue da disputa política: pior para Bebedouro

“Italiano”, nos fatos apurados pela Operação Cartas Marcadas, da Polícia Civil, que resultaram na prisão de quatro diretores

(secretários municipais) muito próximos a Italiano, dois deles parentes: Rafael Marcussi, sobrinho, e Fabiano Botamedi,

cunhado. Por fim, o vice-prefeito recorreu à polícia, registrando boletim de ocorrência de preservação de direitos, para garantir o uso de uma sala na Prefeitura – o prefeito trocou a fechadura daquela que seu vice usava e mandou um segurança impedir que circulasse naquela ala do prédio. À população interessa saber por que o pagamento de funcionários e credores está atrasado se a arrecadação de ICMS aumentou R$ 5 milhões em relação ao ano passado. Mais grave: o transporte rural escolar deixou de funcio-

nar por um período, trazendo prejuízos às crianças, e faltam medicamentos e médicos nos postos de saúde. Enquanto isso, a Câmara aprova um projeto de lei da Prefeitura para gastar quase 1 milhão (R$ 932.700,00) em combustível. Há um ano, Gustavo Spido se afastou do prefeito, que o acusa de assumir o departamento de Desenvolvimento Urbano sem sua permissão e de ser o autor das denúncias que levaram a polícia a investigar a Prefeitura na Operação Cartas Marcadas.

pavimentação

Cidade esburacada Nem começou o período de chuvas e as ruas de Bebedouro já estão esburacadas. Em alguns trechos o asfalto desapareceu. É o caso da Rua Equador, no Jardim Progresso. Dona Leonice de Souza, 53 anos, moradora do lugar, disse que foi visitada por funcionários da Prefeitura que lhe

disseram que lá o asfalto está podre. "Seria preciso muito dinheiro para arrumar e a Prefeitura não tem” – disseram eles. Na região fica a escola do SESI. O tráfego de veículos nos horários de entrada e saída de alunos é grande. "Os carros têm de passar devagarzinho” – conta. Outra moradora, Es-

meralda Cardoso dos Santos, 57 anos, conta que sua mãe sempre gostou de colocar a cadeira na calçada e ficar ali sentada no final da tarde. “Agora ela não pode mais fazer isso, porque é perigoso passar um carro e espirrar uma pedra” – desabafa dona Esmeralda.

foto: mauro ramos

Ruas de Bebedouro estão em petição de miséria

As “panelas” tomaram conta das ruas da cidade

promessa de campanha

Cadê o café da manhã? Programa que dava refeição matinal decente para os agricultores foi desativado Implantado durante a gestão petista, entre 2001 e 2004, e cancelado na administração Hélio Bastos, o Programa Café da Manhã para o Tra-

balhador Rural foi fartamente prometido pelo prefeito Italiano durante a campanha eleitoral. Italiano disse mais: que o estenderia para todos os

trabalhadores. Depois, alertado sobre os custos, recuou e disse que não daria um “café de rico”, mas “um cafezinho e um pedaço de pão”. Nem

isso. Passados quase dois anos de mandato, os trabalhadores rurais ainda esperam a volta do programa que dava uma primeira refeição decen-

te para aqueles que saem de madrugada para a roça, muitas vezes transportados precariamente, como mostrado na primeira edição do Jornal.


4 Educação no estado

Passar a qualquer custo forma aluno analfabeto Sem saber ler, escrever e fazer contas, nossos jovens ganham diploma e despreparo Por Suzana Vier

Lousa, giz e apagador, armas de combate ao analfabetismo

médio sem ter o conhecimento mínimo necessário. "A educação virou dado

foto: sxc.hu

Paula é professora de Português em escola do Estado há 21 anos. Ela conta que 30% de seus alunos da sexta série não sabem ler nem escrever. Por isso, ela faz um ditado nos primeiros dias de aula. “Tem aluno que entrega em branco, não sabe nada. Se vai escrever ‘bala’, por exemplo, ele coloca qualquer letra” – resume. Na progressão continuada o estudante é aprovado automaticamente. No máximo, ele é retido na quarta série, por um ano; depois segue, mesmo sem o conhecimento necessário. A aprovação certa, sem avaliação do conteúdo dominado pelo aluno, permite ao estudante terminar o ensino

estatístico. É porcentagem pra lá, porcentagem pra cá, mas não se analisa como o

aluno conclui o ensino médio. Ele é só mais um diploma" – alerta Tomé Ferraz, professor

de física e matemática das redes municipal e estadual de São Paulo. Cristina leciona Biologia e se esforça para alfabetizar quem vai mal. Ela cita que os alunos têm enorme dificuldade com sílabas complexas como tra e pla. "Eles conhecem somente formações silábicas básicas" – acentua. Na hora de avaliar alunos que não leem nem escrevem com fluência, Cristina usa métodos diferenciados na classe. "Uma avaliação escrita requer habilidade de leitura e escrita. Mas quem não compreende o teor da prova, não consegue responder; aí, a saída é uma prova oral.”

Analfabetismo funcional

Confusão

Uma parcela significativa de alunos chega ao ensino médio sem estar alfabetizada. Rosana Almeida é uma professora do estado que enfrenta essa dificuldade. Na sala em que está, superlotada, há alunos que não sabem ler e escrever. São os analfabetos funcionais, que até constroem palavras, mas não formam frases. Enfim, o jovem entende a explicação, mas não sabe escrever. Quando a professora pede para ele produzir um texto, surge a resistência. Como não participa da aula, o aluno é mais indisciplinado, faz muita bagunça" – na oitava série o índice de indisciplina é altíssimo.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco), o analfabeto funcional escreve o próprio nome, lê e escreve frases simples, efetua cálculos básicos, mas é incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas. Isso dificulta seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Eduardo, professor universitário, afirma que os estudantes são vítimas de um círculo vicioso fatal para a vida profissional futura. “Se o aluno não compreende frases da língua, tudo vira uma enorme confusão. Como ele vai resolver questões de matemática?” – questiona. “Eles até sabem que 3 vezes 5 é 15, mas se você colocar na prova quanto é o triplo de 5 mais o dobro de 20, eles não vão saber” – exemplifica. “Se questões básicas não estão resolvidas, a estrutura fica afetada e o conhecimento que vem depois não se concretiza” – alerta Eduardo.

foto: Divulgação

Bagunça

Bibliotecas: cada vez mais vazias

Um futuro incerto No caso do professor universitário Anselmo Büttner, a saída foi criar metodologias específicas. “Eu levo figuras e desenho no quadro o que é almoxarifado, por exemplo, para eles compreenderem” – relata. “Mas eles não juntam as informações, não montam uma sequência, não têm base de

gramática e ortografia. E não é só. Há limitações também na capacidade de raciocínio lógico e matemático” – alerta. O jovem com deficiência de leitura e escrita vai enfrentar sérios problemas no mercado de trabalho, não importa a área em que decida atuar. Büttner também é crítico em relação

aos colegas professores. Ele diz que os educadores devem se adequar às necessidades educacionais dos alunos, com estratégias que os auxiliem a compreender o conteúdo. “O problema existe e é grave com alunos da escola pública, mas eu tento levar o conhecimento ao patamar dos alunos”.


5 Educação no estado

Progressão continuada ou aprovação automática? Adotada em 1988, ela permite ao aluno avançar nos estudos sem repetir de ano uma metodologia pedagógica avançada por propor uma avaliação constante, contínua e cumulativa, além de basear-se na ideia de que apenas reprovar o aluno não contribui para melhorar seu aprendizado. Sua aplicação, porém, transformou-se em sinôni-

mo de "aprovação automática", segundo professores e analistas. Essa ideia leva em conta que a progressão foi adotada, no Brasil, sem se mudarem as condições estruturais, pedagógicas, salariais e de formação dos professores.

foto: sxc.hu

A progressão continuada – política educacional responsável pela aprovação automática dos alunos – é o principal problema educacional do Estado de São Paulo, segundo professores ouvidos pela Rede Brasil Atual. Para os especialistas, essa é

foto: wordpress.com

A informática e as crianças

Computadores: cada vez mais presentes

Há crianças que nascem conectadas na informática e é difícil convencê-las a prestar atenção ou valorizar a educação da escola. “Parte das aulas é perdida em pedidos de atenção à aula ou para desligar o Ipod” – conta o professor Tomé Ferraz. “Eles não têm só celular, eles têm uma verdadeira tevê e levam para a sala de aula” – completa.

Lidar com essa nova face da infância e da adolescência é difícil sem a colaboração da família. “Sobra tudo para a escola” – reflete Tomé. “Eu vou ensinar a pensar, sou uma professora à antiga, comer com garfo e faca é responsabilidade de pai e mãe” – diz a professora Rosana Almeida. “Os pais, por mais simples que sejam, precisam ter consci-

ência de que é preciso valorizar a lição de casa, dar um abraço, acompanhar o filho.” Os professores reclamam: os pais não participam da vida escolar das crianças. Para alguns deles, a escola transformouse em depósito de crianças. “Somos “baby sitters” (babás) de luxo.”

Droga na porta das escolas: que droga! Malvina Gonçalves Machado Duela, 41 anos, tem uma filha de 13 anos na 5ª série da Escola Estadual Abílio Manoel. Caso raro na rede estadual, a menina repetiu a 2ª série. Malvina gostaria que sua filha estudasse de manhã, mas só encontrou vaga no período da tarde. Malvina também gosta da escola. Sua preocupação coincide com a de Margarete, as drogas. “A diretora já me chamou para avisar que algumas pessoas ficam na pracinha em frente à escola oferecendo drogas aos alunos” – diz, preocupada. “Até já ofereceram para minha filha”.

foto: mauro ramos

Margarete Zanesco, 36 anos, tem uma filha de 15 anos, estudante da Escola Estadual Dr. Paraíso Cavalcanti, no período da manhã. A menina mora com o pai, seu exmarido, no povoado de Andes e vai e volta com o ônibus da Prefeitura à escola. Margarete gosta da escola. Mas preocupa-se com as drogas. Ela já ouviu gente dizer que pessoas de moto passam em frente ao estabelecimento de ensino para oferecer tóxicos mesmo durante o dia. “Sempre falo para ela não conversar com estranhos, nem aceitar nada de ninguém” – diz.

Um pito

Escola Estadual Abílio Manoel

Vanildo Fernandes Rocha, 46 anos, professor da rede pública há 22 anos, reclama da carga de trabalho. Para cumprir oito horas diárias, ele leciona em três escolas: José Francisco Paschoal, João Domingos Madeira e Gustavo Kullman, no distrito de Botafogo. “A jornada é muito desgastante” – diz ele – “ainda mais tendo de trabalhar em casa, preparando aula e corrigindo prova.” Outro problema é a superlotação das salas. “Com média de 40 alunos é impossível uma boa produção” – observa. O professor reclama ainda das “Salas de Informática” que, segundo ele, não funcionam.


6 cinema

5x Favela. Ou a favela por ela mesma

fotos: Divulgação

Cineastas de comunidades carentes se revelam num filme que mostra suas próprias vidas Por Xandra Stefanel

Em 1961, cinco jovens cineastas de classe média subiram morros cariocas e fizeram o filme 5x Favela. Lá estavam Cacá Diegues, Leon Hirszman,

Joaquim Pedro de Andrade, Marcos Farias e Miguel Borges, todos do Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Quase 50 anos depois, Cacá voltou a subir os morros cariocas – agora como produtor e na companhia de sete jovens de comunidades carentes do Rio. O longa-metragem 5x Favela, Agora por Nós Mesmos, lançado em agosto, tem cinco episódios, como o da década de 1960. Com uma diferença: os cineastas moram nos ambientes filmados. Foram precisos mais de três anos para concluir o filme, que traz histórias do dia a dia no morro. Valeu a pena: além de faturar sete prêmios no Festival de Paulínia, em São Paulo, ele foi exibido no Festival de Cannes, na França.

Quadro a quadro Cacá acompanhava os curtas-metragens produzidos nas favelas, que circulavam de uma comunidade a outra na década de 1990. Então, ele e a produtora Renata Almeida Magalhães montaram um projeto para dar aos jovens condições de produzir um filme de médio porte com acesso à economia formal do cinema. Em 2007, para escolher as histórias que seriam filmadas, a dupla organizou oficinas de roteiro nas cinco favelas que desenvolviam programas de audiovisual: Nós do Morro, no Vidigal; AfroReggae, na Parada de Lucas; Cinemaneiro, dos moradores da Linha Amarela; Central Única das Favelas (Cufa), na Cidade de Deus; e o Observatório de Favelas, no Complexo da Maré. Foram mais de 600 inscritos, dos quais 240 participaram de oficinas de capacitação. Todos tiveram aulas e palestras com Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Walter Lima Jr., Walter Salles, Fernando Meirelles, João Moreira Salles e Lauro Escorel.

A primeira geração audiovisual dos morros cariocas

Luciano Vidigal, 32 anos, já foi boleiro de tênis, trocador de van, carregador de feira. Começou a gostar de cinema aos 11 anos porque sua mãe era empregada doméstica do ator Otávio Müller. Ele é o diretor do episódio Concerto para Violino, em que três crianças juram amizade eterna, mas tomam caminhos diferentes na vida: um vira policial, outro, traficante e uma, violinista. Morador do Vidigal, seu curta Neguinho e Kika foi premiado em festivais nacionais e em Marselha (Fran-

ça). Trabalhou na preparação de atores de Cidade de Deus e Tropa de Elite 2 e atuou em longas, entre os quais Orfeu, O Primeiro Dia e Proibido Proibir. Luciana Bezerra, 36 anos, trabalha com cinema há 17 anos e mora no Vidigal. O episódio que dirigiu, Acende a Luz, retrata as dificuldades de vizinhos que estão sem luz às vésperas do Natal. “O Vidigal vive essa história a cada dia. A gente encara a vida mesmo com dificuldades”.

Em Arroz com Feijão, Rodrigo Felha, 30 anos, e Cacau Amaral, 38, dirigiram a história do menino Wesley que, ao ouvir o pai confessar que está cansado de comer o mesmo prato, tenta arrumar-lhe um frango. Felha mora na Cidade de Deus e conhece essa realidade. Ex-estoquista de loja de calçados, virou estagiário na Globo e, depois, coordenador do Núcleo de Audiovisual na Cufa, quando fez a direção de fotografia de Falcão – Meninos do Tráfico.

Manaíra Carneiro, 23 anos, esteve em Cannes e estranhou: “Foi um choque. Saí de uma realidade muito pobre para uma muito rica” – conta a jovem, que sonha em continuar a trabalhar com audiovisual para ajudar a família. Ela e Wagner Novais, o Wavá, de 25 anos, dirigiram o episódio Fonte de Renda, no qual o jovem padeiro Maicon leva drogas aos colegas para ter grana e estudar Direito. Uma realidade parecida com a sua. “Na época, mal tinha dinheiro para comer.”

Cadu Barcellos é o diretor de Deixa Voar, episódio em que Flávio deixa cair sua pipa no território da facção rival. “É um retrato singelo da Maré e suas 16 comunidades, 170 mil habitantes, todas as facções, polícia, milícias” – explica o diretor. Para Cadu, 5x Favela, Agora por Nós Mesmos é um marco da cinematografia brasileira. Ele filosofa: “Eu estava cansado de sentar em frente à televisão e receber luz. Eu queria mudar de lado e reluzir.”


7 Agronegócio

habitação

R$ 200 milhões

Minha Casa Minha Vida

Movimento recorde na Feira

sável pela família. Os outros são: morar na cidade há pelo menos cinco anos, ter filhos menores de 18 anos na esco-

foto: mauro ramos

Casas prontas em janeiro

la e ser cadastrada no Departamento Municipal de Habitação até 31 de agosto deste ano. Agora, os cerca de nove mil inscritos vão se submeter a um sorteio em que serão contempladas algo em torno de 1.500 pessoas. A entrega das casas está programada para até 15 de janeiro de 2011. Uma parcela delas será reservada para deficientes físicos e idosos.

Mais de 7 mil pessoas visitaram a exposição

A Coopercitrus promoveu a 11ª Feira de Agronegócios, com o objetivo de fornecer máquinas, implementos e insumos agrícolas em condições de comercialização diferenciadas do mercado. A Feira recebeu um público de sete mil pessoas e faturou R$ 200 milhões. Os preços praticados na Feira eram os mesmos nas 35 lojas e 15 concessionárias Valtra, em São Paulo e Minas Gerais, todas

transporte

Mototáxi e motofrete: sinal verde Aprovado projeto que regulamenta novas profissões A Câmara Municipal aprovou o projeto de lei que regulamenta os serviços de mototáxi e motofrete na cidade. O texto aprovado segue para a sanção do prefeito e, em até

30 dias, deverão ser conhecidas as normas que terão de ser obedecidas no tocante à segurança de piloto e passageiro e às condições mínimas exigidas para se exercer as

duas profissões. O Contran – Conselho Nacional de Trânsito – exige que o moto-taxista tenha 21 anos e seja habilitado para pilotar motocicletas há pelo menos dois anos.

jornal

Ao menos elas Campeãs, meninas dão alegria à cidade disciplinada) e os troféus de artilheira – Pato, 15 gols em sete jogos –, goleira menos vazada – Kiviane, 6 gols sofridos – e melhor técnico, para Marcelo Rodrigo Castro. Na volta a Bebedouro, as atletas desfilaram em carro aberto pelas principais ruas da cidade.

O elenco campeão é formado por Fernanda, Pato, Fran, Angélica, Bárbara, Pâmela, Jaqueline, Franciele, Vanessa, Francine e Kiviane. Técnico, Marcelo Rodrigo Castro; auxiliartécnico, Vinícius Dias Munoz; e preparador de goleiras, Cícero Campos.

foto: mauro ramos

futsal

Com gols de Bárbara e Pato (2), a equipe de futsal feminino Arte Iquegami/ Bebedouro venceu o time de Orlândia por 3 a 2, na Cava do Bosque, em Ribeirão Preto, e sagrou-se campeã da 1ª Taça EPTV. A equipe de Bebedouro ganhou também o troféu Fair Play (mais

da Coopercitrus. Assim, os cooperados realizavam também negócios nas lojas de suas cidades. Eles ainda contaram com mais uma facilidade, o Balcão do Agronegócio, onde tinham a oportunidade de montar seu estoque de insumos e sementes, com preços atrativos, planejando melhor o ano agrícola e contando com a ajuda dos profissionais do Sistema Coopercitrus.

Brasil Atual Publicação faz sucesso na estreia fotos: mauro ramos

Foram definidos os critérios para a escolha das 523 famílias que serão contempladas com as casas do Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, que estão sendo construídas no loteamento residencial Dr. Pedro Paschoal. Os dois primeiros critérios são: a família tem de estar desabrigada ou residir em área de risco e uma mulher tem de ser respon-

foto: mauro ramos

Definidos os critérios para distribuição das casas

O lançamento do Jornal Brasil Atual – Bebedouro foi marcado por um coquetel na noite de 30 de agosto, na subsede do Sindicato dos Bancários, no

centro da cidade. Prestigiaram o evento dirigentes sindicais dos bancários, dos servidores municipais e dos empregados rurais, entre outros convidados.


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Resposta

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Vertical – 1. Mestra 2. Organismo a cuja vida é imprescindível o oxigênio retirado do ar (fem.) 3. Antiga nota dó; Relativo à vida 4. Onde a professora anota a aula; É, em inglês 5. Mil Septiliões 6. Freguesia portuguesa de Viseu; Provocai dor física 7. Sigla de Roraima; Código ISO 639 para língua holandesa 8. Instrumento para cavar o solo; Caldo de galinha 9. Nome de abelha brasileira 10. Gracejar; Réplicas 11. O som do gado 12. Sexta nota musical; Emitir som de ave 13. Nome de escola modelo 14. Nhandus 15. Matéria baseada nos números.

E M A S

M A T E M H A T R I C M A

Resposta R E V I L A R M A L U D T P E R T I L O P I C R I C O A E S A R

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Horizontal – 1. Educador brasileiro; Chegam 2. Tocar mais uma vez; Sorri; Lodo 3. Quarto sufixo verbal; Para onde vai quem está passando mal; Antigo patrocinador do Palmeiras 4. Resto petrificado de animais ou vegetais que habitaram a Terra; Sigla do Amapá; Departamento de Suprimento Escolar 5. Exército Brasileiro; Sigla de Alagoas; Unidade de Terapia; Cada uma das duas extremidades inferiores do corpo humano 6. O que se diz ao concordar; Hospital Geral; Livro para aprender a ler 7. Sigla de Santa Catarina; Veloso, compositor brasileiro; 3,1416 8. Ordem dos Advogados do Brasil; Uma frequência radiofônica; Chato 9. Dois, em algarismo romano; Náusea; Agência Estado 10. Matérias de aulas publicadas para uso de alunos; Mensagem de alerta aos navegantes; Pessoa Ruim.

F R E I A R R I P A L A P U T C A E T A N M N E N J O I L A

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U L O T O C U T S S I A L M H C A B O I I P O S T

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P R O F E S S O R A

sudoku

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Palavras cruzadas

foto: mauro ramos

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palavras cruzadas

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foto síntese


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