Jornal Brasil Atual - Bebedouro 04

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Bebedouro

www.redebrasilatual.com.br

Jornal Regional de Bebedouro

Distr

ibu

Gratuição ita

nº 4

Dezembro de 2010

Crise Política

saúde

foto: mauro ramos

o hospital que sofre Faltam funcionários e remédios; UTI coloca em risco a vida dos pacientes o pau come Rogério de Carlos versus Chanel, a nova briga da cidade

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foto: mauro ramos

educação

troca-troca!

Hospital Municipal Júlia Pinto Caldeira: do alto é uma beleza

foto: LEXMART

Prefeitura fecha escolas, mas não avisa mães de alunos

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homenagem foto: mauro ramos

foto: andrea rego barros

cidadania

Ciência cara-Pálida O que exigem os afrodescendentes para poder miscigená-la Pág. 4-5

primeiro craque Aos 92 anos, exjogador Silvinha é cidadão bebedourense

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Fique com a gente

Crise Política

Uma briga que não para nunca Agora é hora de Chanel versus Rogério de Carlos

editorial O Hospital que sofre é a chamada de capa desta edição do jornal Brasil Atual – Bebedouro. A reportagem é um aviso aos governantes: sem funcionários, sem remédios, com uma pseudo UTI – como a chama o Ministério Público –, a saúde está chegando ao fundo do poço, ou seja, à morte. Uma morte levada a efeito por quem teria o dever de evitá-la – o governo do Estado e a Prefeitura da cidade –, respeitando o corpo de funcionários e sobretudo a população. Lastimável. Assim como igualmente lamentável é outra atitude municipal que pegou de surpresa os responsáveis pelos alunos de três escolas, fechadas de repente, sem que ninguém soubesse o porquê. Felizmente, temos ainda gente como o Silvinha, um jovem de 92 anos, craque do passado da Internacional – que, enfim, está na série A3! – agora cidadão bebedourense. Nesta edição também publicamos outra reportagem que mostra como a formação de uma ciência genuinamente brasileira, miscigenada como seu povo, patina ao não oferecer aos negros a chance de obter acesso ao conhecimento de alta plumagem. Embora o número de trabalhos científicos brasileiros esteja em alta nos últimos anos, há uma barreira a ser vencida por quem almeja um país-cidadão: o acesso dos afrodescendentes ao universo científico é ainda limitado a algumas cabeças que, além de pensantes, têm de vencer desafios que já deviam estar superados. O preconceito racial, a ausência de políticas públicas para fazêlos vencer esse desafio e a dificuldade que eles têm de acesso à educação de qualidade são três exemplos de como anda a passos lentos essa caminhada. Isso explica por que apenas 0,4% dos docentes no ensino superior público são negros ou pardos.

publicada nos dois periódicos: a de que o prefeito teria uma “parceria” com Rogério e, por isso, “esconderia” documentos solicitados por ele, Chanel, sobre irregularidades no Departamento à época em que era o subdiretor. Segundo o prefeito, os documentos estão à disposição do vereador na Prefeitura. Rogério de Carlos, agora desafeto do prefeito João Bianchini, o Italiano, foi, nas eleições municipais, o marqueteiro e coordenador de Italiano. Para Chanel, existe uma dúvida sobre

quem teria pago pelos serviços de comunicação: a campanha de Italiano ou a Prefeitura, por meio de contratos feitos com O Jornal. Rogério é braço direito de Gustavo Spido, que também brigou com o prefeito Italiano. Antes desse round, Spido tentou, sem sucesso, processar Chanel por quebra de decoro parlamentar durante o episódio da operação “Cartas Marcadas”, que investiga possíveis fraudes nas licitações. A briga está longe de acabar.

religião

Semana Cultural Espírita Evento se estendeu por cidades vizinhas a Bebedouro A Estação Cultura, antiga estação ferroviária, sediou a III Semana Cultural Espírita. Organizada pela USE – União das Sociedades Espíritas – Intermunicipal de Bebedouro. Houve palestras, atividades artísticas e a Feira do Livro, instalada no local e que contabilizou a venda de 328 volumes. O evento contou também com atividades nas vizinhas cidades de Viradouro, Terra Roxa, Monte Azul, Taiúva e Pitangueiras. Depois das exibições dos filmes Chico Xavier e Nosso Lar, que ficou em cartaz du-

foto: mauro ramos

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Mudam-se os atores, mas a briga é a mesma. Agora, quem entrou na rinha foi O Jornal, da família de Rogério de Carlos, ex-subdiretor do Departamento de Desenvolvimento Econômico à época em que o vice-prefeito Gustavo Spido era o diretor. Rogério processa o atual presidente da Câmara, vereador José Baptista de Carvalho Neto, o Chanel, e mais dois jornais – Impacto e Planeta Bebedouro – por causa de uma denúncia do vereador Chanel,

Mais de 1.200 pessoas prestigiaram o evento

rante três semanas seguidas no Cine Shopping, aumentou a procura por informações da doutrina de Allan Kardec. Para o professor Edmir Garcia, presidente da USE, a Feira foi um sucesso. “A realização do

evento fora das casas espíritas tem se demonstrado uma decisão acertada, pois atinge um público maior do que aquele acostumado a frequentar os Centros” – diz. Passaram pela Feira 1.200 pessoas.

Expediente Rede Brasil Atual – Bebedouro Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Marina Amaral e Leonardo Brito (estagiário) Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008 Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita


3 educação

Prefeitura fecha três escolas na periferia Os estudantes da Escola Arnaldo de Rosis Garrido, no Jardim Alvorada, serão remanejados para a Escola Professor Octávio Guimarães de Toledo, no Jardim Califórnia. Os da Escola Professora Apparecida Zacarelli Molinari, no Jardim Cláudia, serão transferidos para a Escola Professora Yolanda Carolina Giglio Vil-

lela, no Jardim Menino Deus. E os alunos da EMEB José Caldeira Cardoso, no Jardim de Lúcia, foram distribuídos em quatro escolas dos setores mais próximos às suas casas, nas EMEBs Professor Paulo Rezende T. de Albuquerque, Coronel Conrado Caldeira, Professor Lellis A. Campos e Augusto Vieira.

Mães não sabiam de nada

Fachada de uma das escolas que não vão funcionar em 2011

As explicações da diretora de Educação

foto: mauro ramos

“Depois de uma reunião

Eliana, Marina e as crianças foram apanhadas de supetão com o troca-troca escolar

O presente de fim de ano está apavorando os pais dos alunos. Eliana Aparecida da Silva, de 33 anos, mora no Jardim Santa Terezinha e tem dois filhos pequenos na escola. Ela diz que foi avisada pela diretora que a EMEB seria fechada e ficou revoltada, “pois não foi feita nenhuma reunião com os pais para explicar os motivos do fechamento” – diz. Dona Eliana levanta-se

todos os dias às 5 horas da manhã para trabalhar na roça. Sua preocupação é como vai fazer para levar seus filhos para um estabelecimento de ensino mais longe de sua casa e se eles vão continuar em período integral. “Eu queria saber se vai ter transporte para as crianças” – questiona. Marina Aparecida de Moraes, de 41 anos, também mora no Santa Terezinha e tem um filho na escola. Para ela, a preocupação é com a

segurança das crianças, pois “a escola para onde estão dizendo que elas vão é de dois pisos, tem escada, não é apropriada para crianças dessa idade” – diz. Dona Marina vai mais longe, além de reclamar do fechamento critica o prefeito: “ele me prometeu uma casa na campanha eleitoral, não cumpriu a promessa e ainda vem com essa de fechar a escola do meu filho” – desabafa.

realizada entre a equipe do Departamento Municipal de Educação, diretores do Ensino Fundamental e representantes do Conselho de Educação e do Fundo Nacional de Educação Básica (Fundeb), onde se discutiu a definição da Demanda Escolar 2011, chegou-se à conclusão de que muitas escolas municipais estão com classes com poucos alunos e não atendem ao mínimo exigido em Lei. Existem escolas que foram criadas nos antigos Centros Sociais, sem espaços compatíveis para o desenvolvimento das atividades escolares e próximas de outras unidades, que hoje funcionam com classes ociosas ou com um pequeno número de alunos. Hoje, Bebedouro tem 30 escolas municipais com mais de 7.700 alunos. Para repensar e reorganizar o ensino

público – que é feito com financiamento público – e para oferecê-lo com qualidade e responsabilidade, a direção do Departamento Municipal de Educação pauta suas ações pela busca de mecanismos legais e institucionais capazes de assegurar os recursos necessários para cada escola e sua capacitação para exercer uma gestão autônoma e democrática, fortalecendo a busca da melhoria educacional. Atenciosamente,”

foto: mauro ramos

O Departamento de Educação de Bebedouro anunciou para 2011 o fechamento de três escolas que funcionavam em período integral, nos antigos CSUs – Centros Sociais Urbanos. Resolveu-se juntar as escolas, de maneira que a escola com maior número de classes ociosas receberá a escola com menos classes ociosas.

foto: mauro ramos

Alunos são transferidos, mas famílias só foram avisadas da novidade no fim do ano

Maria Cristina Rangel de Souza Martines – Diretora do Departamento Municipal de Educação


4 cidadania

A cor (ainda branca) da ciência brasileira

foto: andrea rego barros

Para miscigená-la é preciso uma política pública que combata o preconceito racial

A pobreza e o racismo, segundo Carlos Sant’Anna, impedem o acesso dos negros à carreira científica

De acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), nos últimos dez anos a produção científica nacional passou de 10 mil para mais de 30 mil estudos publicados em revistas especializadas internacionais. Mas os afrodescendentes não foram contemplados nesse salto: racismo, ausência de políticas públicas, dificuldade de acesso à educação de melhor qualidade e baixa autoestima inibem a presença de

Por Cida de Oliveira

negros em carreiras científicas. O físico Ernane José Xavier Costa, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP de Pirassununga (SP), coordenou um simpósio sobre A População Negra na Ciência e na Tecnologia. Para ele, as pesquisas são “feitas por brancos e para brancos”. Em Angola, onde participa de um projeto com uma universidade local, ele ouviu de um africano que era o primeiro cientista brasileiro negro visto por lá.

“Os negros são pobres porque são discriminados” Carlos Augusto Sant’ Anna Guimarães é pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, de Recife. Em sua vida acadêmica, Carlos não encontrou 20% de pretos e pardos nem lembra de ter tido professores desse gru-

po. Há três pesquisadores negros entre os mais de 100 que atuam na fundação em que trabalha. Muito poucos. A questão racial brasileira traz implicações sociais, econômicas e psíquicas, que geram dois grupos de indivíduos:

os superiores e os inferiores. “Quando cruza com um negro, com um pardo, o branco logo pensa tratar-se de bandido. Por quê? Porque ele carrega na consciência o dogma de que o branco é bom; o negro, mau, sem cultura, não pode estar em

de Medicina, Ciências Biológicas e Engenharia, portas para pesquisas em biotecnologia, células-tronco e nanotecnologia. “Os negros são pobres porque são discriminados, e não discriminados porque são pobres.”

determinados espaços, como a iniciação científica e a seleção para mestrado e doutorado. É preciso romper essa ideologia racista” – afirma. Para ele, o preconceito é uma barreira a ser superada por pretos e pardos em cursos

Filho de pai feirante e mãe artesã, o físico Cláudio Elias da Silva, professor do Instituto de Física da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ), cresceu na Baixada Fluminense. Seu currículo inclui cursos na Europa e quase dois anos como pesquisador na Agência Espacial Americana, a Nasa. “Adolescente, eu via o preconceito quando o menino negro queria namorar a menina branca” – conta. O estudo virou aliado na superação dessa desvantagem: “Passei a dar aulas de reforço para uma

menina bonita, que só olhou pra mim depois que soube que eu era bom em matemática” – lembra. Admirado, Cláudio estudou ainda mais. Fez colégio técnico, deu aulas em cursinho e entrou na universidade onde hoje leciona. Depois fez mestrado, doutorado e estudou na Itália. Racismo, mesmo, só sentiu nos Estados Unidos. “Um engenheiro trabalhava na mesma sala e só falava comigo quando havia reuniões. Além de negro, eu era o latino-americano que ameaçava seu emprego.”

foto: rodrigo queiroz

Nosso homem na Nasa

O físico Cláudio Elias: “racismo só nos Estados Unidos”

No ensino superior público brasileiro, 0,4% dos docentes são pretos e pardos. Se nada for feito, a projeção para os próximos 170 anos é que esse percentual atinja, no máximo, 1%


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foto: arnaldo torres

O voo da negra

Sonia derrubou dois preconceitos de uma vez – de gênero e cor – e acabou no ITA

Filha de tapeceiro, a mulher negra Sonia Guimarães rompeu dois preconceitos de uma vez – de gênero e cor – e foi a primeira mulher a lecionar no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), onde chegou em 1993. Hoje, Sonia Guimarães divide seu tempo entre os laboratórios e a gerência de um projeto de um dispositivo estratégico para a defesa das fronteiras no Instituto de Aeronáutica e Espaço. Fluente em línguas es-

trangeiras, com graduação na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), mestrado na USP e doutorado em Bolonha, Itália, a física foi recebida com desconfiança por parte dos militares. Mas Sonia Guimarães chegou, viu e venceu. E lamenta que o Estatuto da Igualdade Racial não preveja cotas para negros em universidades, empresas e candidaturas políticas. “Assim fica mais difícil os negros conseguirem os melhores empregos.”

A química que transformou a menina em cientista Com base num estudo que fez para a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a química Denise Alves Fungaro, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

(Ipen), em São Paulo, diz que dos 6 mil doutores titulados a cada ano no Brasil, 1% é negro e menos de 1% das pesquisas focalizam assuntos de interesse dessa população. Com pós-doutorado pela

Universidade de Coimbra, Portugal, e sete prêmios pela pesquisa sobre tratamento de água poluída, Denise atribui seu ingresso na carreira científica à educação pública de qualidade, à renda familiar

adequada e à oferta de bolsa de pós-graduação. “Desde pequena quis ser cientista.” Filha de zelador, ela morava no Centro da Cidade e frequentava um colégio público de referência, o Caetano de Campos.

Cotas: “positivo, mas insuficiente”

A Associação Brasileira de Pesquisadores Negros detectou, entre 705 entrevistados, que 82% têm formação em ciências humanas – Educação, Sociologia, História, Letras, Geografia Invenções de cientistas negros

foto: eduardo zappia

Paulino de Jesus Francisco Cardoso, vice-presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e pró-reitor da Universidade Estadual de Santa Catarina (UESC), acha que o sistema de cotas é “positivo mas insuficiente”, uma vez que a adesão ao sistema é orientação de governo e universidades, e não política de Estado. “De 150 a 200 alunos entraram pelas cotas na UESC, o que é muito pouco” – diz ele. Graduado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com mestrado e doutorado pela PUC-SP, Paulino conta que os únicos negros que vê na faculdade são africanos.

Com a ajuda dos pais, fez cursinho e ingressou no Instituto de Química da USP. “Ter me destacado nos estudos me nivelou aos demais colegas. Por isso, nunca me senti discriminada.”

Paulino Cardoso quer uma política de Estado para os negros

Invenção

Inventor

Ano

Extintor de incêndio

T. Marshal

1872

Guitarra

Robert F. Fleming

1886

Elevador

Alexander Miles

1887

Geladeira

J. Standart

1891

Cortador de grama

J.A. Jaburr

1899

Freio automático a ar

G. T. Woods

1902

Máscara contra gás

Garrett Morgan

1914

Semáforo

Garret Morgan

1923

Câmbio automático

Richard Spikes

1932

Ar-condicionado

Frederick M. Jones

1949

Telefone celular

Henry T. Sampson

1971


6 saúde

Vida sob ameaça. Ou a rotina dos doentes da cidade Pseudo UTI e outras irregularidades do Hospital Júlia Pinto Caldeira estão na mira da Justiça cientes do Hospital Municipal Júlia Pinto Caldeira, denunciada em Ação Civil do Ministério Público, no dia 3 de novembro de 2010. Ao receber a ação, o juiz da 2ª Vara Cível de Bebedouro, Amílcar Gomes da Silva, concedeu liminar em 18 de novembro, fixando prazo de 90 dias para a Prefeitura e o Estado corrigirem as irregularidades que colocam em risco a saúde da população – da falta de funcionários, remédios

foto: mauro ramos

“Não adianta alegar falta de verbas. Se a cidade quer um hospital municipal, a Prefeitura é responsável por oferecer condições dignas de atendimento à população, contando com a solidariedade do governo estadual.” Com essa frase, o promotor de Justiça Herbert de Souza Oliveira rebateu as justificativas oferecidas pela Prefeitura de Bebedouro para a falta de providências das autoridades em relação à grave situação enfrentada pelos pa-

e equipamentos a apagões de energia elétrica. Mais grave ainda, segundo o promotor, é

A ação do Ministério Público partiu de denúncias de mau atendimento feitas pela população e investigadas por meio de um convênio assinado entre a Procuradoria Geral de Justiça e os órgãos técnicos de saúde – os Conselhos Regionais (Medicina, Farmácia e Enfermaria), a Diretoria Regional de Saúde e a Vigilância Sanitária Estadual, além do Corpo de Bombeiros. “A ação do Ministério Público baseia-se nesses dados, estritamente técnicos” – explica Herbert de Oliveira. Antes de entrar com a ação, o

foto: mauro ramos

Estado se negou a socorrer

promotor chegou a se reunir com a cúpula da Prefeitura e com o secretário estadual da Saúde para tentar chegar a uma solução. O governo do Estado negou-se a

socorrer a Prefeitura, alegando falta de recursos. Por sua vez, o governo municipal não apenas não destinou as verbas necessárias à readequação do hospital, como baixou de 23% para 15% a fatia destinada à saúde no orçamento, o que teria resultado em uma economia de R$ 3 milhões para a Prefeitura. “Enviei ofícios para Prefeitura e Estado cobrando providências; como ninguém respondeu satisfatoriamente tive que pedir à Justiça que intervenha para garantir os direitos constitucionais da população da região” – explica o promotor.

a existência de uma “pseudoUTI”, que coloca em risco a vida dos pacientes mais vul-

neráveis. “Ou o hospital consegue verba e constrói uma unidade dentro das normas técnicas ou não pode continuar funcionando. Como centro de média complexidade da microrregião, ele tem de acolher os pacientes por vários dias enquanto procura vagas nas UTIs dos hospitais de Barretos, Rio Preto e Ribeirão Preto” – explica o dr. Herbert Oliveira. “O paciente não pode correr riscos por conta da deficiência do atendimento” – diz.

O prazo corre O juiz estabeleceu 90 dias de prazo para que Estado e Prefeitura resolvam a situação do Hospital Júlia Pinto Caldeira. Como os prazos se somam, as autoridades têm até maio de 2011 para tomar uma atitude definitiva em relação às denúncias. Em conversa com o promotor Herbert de Oliveira, o diretor do Departamento Municipal de Saúde disse que a Prefeitura já estava corrigindo as irregularidades

enquanto aguardava uma solução final para o hospital. Não se sabe, no entanto, o que foi realmente feito até agora, afirma o promotor. Procurado pela reportagem de Brasil Atual, o responsável pela saúde municipal, Fernando Piffer, que acumula o cargo de diretor do hospital, não concedeu entrevista nem prestou qualquer esclarecimento sobre a situação do setor e da instituição que dirige.

meio ambiente

Câmara aprova lei que proíbe sacolas plásticas Lei precisa de aprovação do prefeito; quem a descumprir poderá ser multado em R$ 8 mil A Câmara de Bebedouro aprovou o projeto de lei do vereador Paulo Aurélio Bianchini (PTC) que proíbe o uso de sacolas plásticas no co-

mércio da cidade. Os descumpridores da lei, se for sancionada pelo prefeito, serão multados em até R$ 8 mil, em caso de reincidência. A interdição do

comércio e a cassação do alvará de funcionamento também estão previstas no projeto. O projeto pretende incentivar a utilização de sacolas ecológi-

cas ou retornáveis, evitando que as plásticas prejudiquem o meio ambiente, pois levam 400 anos para se decompor, diminuem a durabilidade dos aterros sani-

tários e reduzem as reservas de petróleo, matéria-prima utilizada na sua fabricação. O projeto aprovado segue para sanção ou veto do prefeito.


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Antônio de Rosis Silva, o Silvinha

foto: mauro ramos

Aos 92 anos, ele recebe homenagem da Câmara. Em casa

Silvinha: a placa para um craque de longa data

Ele foi meia-esquerda da Internacional de Bebedouro na década de 1930. Era tão bom de bola que chamou a atenção da Portuguesa e do Vasco da Gama, onde fez testes, mas os contratos não o seduziram, e ele preferiu disputar partidas pela Inter e pelo Guarani de Catanduva e ser técnico de máquinas da Singer. Nos anos 1970, foi vereador de Bebedouro. Agora,

aos 92 anos de idade, Antônio de Rosis Silva, o Silvinha, que nasceu no dia 1º de agosto de 1918, em Taiúva, recebeu o título de cidadão bebedourense. Vereadores, familiares e amigos do homenageado participaram da solenidade de entrega do título, realizada excepcionalmente em sua residência, a pedido da família. Antônio Reinaldo, filho, falou em nome do pai, que

não se encontrava em condições de discursar, agradeceu à Câmara pela homenagem e disse que tem no pai, Silvinha, um grande exemplo de homem reto e digno. Silvinha veio criança para Bebedouro estudar no Grupo Conrado Caldeira. Aqui ele se fixou e constituiu família. Casou-se com a professora Marina Camargo Pinto Silva, com quem teve a filha Maria Aparecida Pinto Silva (professora e aposentada da Caixa Estadual) e os filhos – todos engenheiros – Antônio Reinaldo, Maurício, Flávio e Gustavo, que lhe deram sete netos e, destes, uma bisneta. Para o amigo Antônio Gamboni, 82 anos, que por vários anos defendeu a Internacional ao lado dele, há que se destacar o ser humano maravilhoso que é. “Viajávamos juntos e ele não tinha – e não tem – boca para falar mal de ninguém” – afirmou Gamboni.

O primeiro craque da Inter tado de São Paulo disputavam o Paulistão, que ele jogou contra Palmeiras, Corinthians e São Paulo. Enfrentou craques dentre os quais Oberdã (goleiro do Palmeiras), Leônidas da Silva (São Paulo) e Brandão (Corinthians). Por convite, jogou amistosos por times da região, entre os quais o Batatais contra o Libertá do Paraguai. Jogou profissionalmente até 1954. Depois, dirigiu o futebol amador da Inter de Bebedouro, tendo descoberto talentos, como os então garotos Deleu, Sabino e Baltazar.

Inter está na A3 Time ficou com a vaga do Araçatuba

Uma divisão acima: a festa do Lobo Vermelho

A torcida do Lobo Vermelho, como é chamado o time da Associação Atlética Internacional de Bebedouro, está em festa. A equipe subiu para a série A-3 do Campeonato Paulista. A Inter fez uma boa campanha no campeonato deste ano, mas só ficou com a vaga com a desistência do time de Araçatuba. Mas para os torcedores não importa, o que vale é ver o time do coração disputando uma divisão acima. Para comemorar o acesso, o Lobo Vermelho goleou a equipe de Taiaçú por 4 a 1

no Estádio Sócrates Stamato, no início de uma série de jogos amistosos que vai disputar antes de estrear na nova divisão do Campeonato Paulista/2011, em 30 de janeiro. O empresário Orlando da Hora, que continua à frente da equipe, prepara agora o projeto “Amigo torcedor”, que consiste em juntar um grupo de pessoas que contribua com a Internacional com a contrapartida de algumas regalias como, por exemplo, cadeira cativa. Para o empresário, a equipe sub-20 também será fortalecida para a próxima temporada.

Como surgiu o Lobo foto: divulgação

A estreia de Silvinha no Inter foi contra o Uberaba, em 1936, no tempo em que duas partidas eram disputadas em dias consecutivos (sábado e domingo). Ele atuou na segunda etapa do segundo jogo, quando substituiu o camisa 10, Tricanio, seu maior ídolo. De 1937 a 1947, Silvinha jogou no Guarani de Catanduva, mas quando não havia jogo do Guarani, vestia a camisa do Internacional. Foi assim, num tempo em que todos os clubes do Es-

futebol

foto: divulgação/site

cidadão bebedourense

Em 1956, ao completar 50 anos, a Inter foi campeã da Série Pecuária – na época, o interior era dividido de acordo com as atividades econômicas da re-

gião. Surgiu aí o apelido Lobo Vermelho, dado pelo radialista Hely Simões para contrapor os rivais da região – o Botafogo, de Ribeirão Preto, a Pantera da Mogiana; o Barretos, o Touro do Vale; e o Sertãozinho, o Touro dos Canaviais.


8 foto síntese –

palavras cruzadas

Laranjeiras

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foto: mauro ramos

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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual. com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Respostas

Horizontal – 1. Coberto de revestimento 2. Amimar, embalar 3. Casa; Bispado juntamente com a sua jurisdição; Ave galinácea originária da América do Norte 4. Caminhava; Ruim; Sétima nota musical 5. Carboneto de hidrogênio saturado, de fórmula C2H6; Cachimbos, cigarros 6. Reserva Técnica; Sigla do Ceará 7. Anfíbio saltador; Que nasce conosco (fem); Atmosfera 8. Sigla do Amapá; Mãe 9. Vontade de dormir; Jornal da Tarde 10. Cabeça de gado; Que se passa no ar Vertical – 1. O time alviverde de São Paulo 2. Mau cheiro; Justapor, sobrepor 3. Submeter a mudanças; Nordeste 4. Quarenta e nove em algarismos romanos; Velhos, anciãos 5. O espaço de 30 dias; Sentido equivalente ao não é 6. Exame Nacional do Ensino Médio; Coisa fácil de fazer, sopa 7. New Times; Vontade de comer 8. Transportes Aéreos Portugueses; Antigo Testamento 9. Ângulo saliente; Poema de comprimento médio que, em geral, expressa exaltado louvor 10. Curso de água natural que deságua noutro, no mar ou num lago; Aparência, postura 11. Organização das Nações Unidas; Trabalho extraordinário

P A V I M E A C A L E N L A R S E M I A M E T A N O I R T C R A I N A A P G E N S O N O J R E S A

A P E T I T E

N T A T A R P E S I T A A T O D R E

Palavras cruzadas

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D O N R U I O S E A R R A O

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Sudoku


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