Jornal Brasil Atual - Catanduva 02

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www.redebrasilatual.com.br

catanduva

Jornal Regional de Catanduva

nº 2

trabalhadores rurais

o brasil que arde

Distrib

Gratuuiição ta

Setembro de 2011

comunicação

Ritmo insano de trabalho e queimadas, duas faces tristes dos canaviais

rádio brasil atual Emissora é marco da democratização na mídia brasileira

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alerta geral

presídio não! Ato ecumênico vai protestar contra o governador Alckmin

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gastronomia memória

brecha, um artista da bola A morte do ex-jogador que herdou a camisa que um dia foi de Pelé Pág. 7

p-o-r-c-o Nova sensação na mesa do pessoal da região de Catanduva

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Babel atual

comunicação

No ar, a Rádio Brasil Atual

editorial O jornal Brasil Atual mostra, nesta edição, como os trabalhadores da cana-de-açúcar vivem uma situação inusitada no Brasil, que mescla um pé no futuro – de um setor que se moderniza para competir no Exterior – e outro no atraso, com um ritmo insano da jornada diária. Em média, cada pessoa anda nove quilômetros por dia, corta 12 toneladas diárias de cana, faz 17 flexões de tronco e desfere 54 golpes de facão por minuto. E, em alguns lugares, ainda madruga nos canaviais e come uma boia fria. Sem falar no cotidiano das queimadas, que ocorrem de forma desordenada e ilegal, que acabam com a umidade do ar que respiramos, conspiram a favor do aquecimento global e prejudicam a saúde da população. Outro assunto – infelizmente recorrente – é a mania que os governantes têm de nos impor aquilo que eles querem. Pois eles cismaram que Catanduva deve hospedar um presídio e querem nos impingir a cadeia goela abaixo. Por isso, toda a população está convidada para, dia 22, mostrar o que pensa do assunto. Neste pequeno espaço, também, não podiam faltar os cumprimentos e o desejo de uma boa sorte à nossa irmã mais nova, a Rádio Brasil Atual, que chega para democratizar os meios de comunicação da região. Ela falará desde Pirangi, mas suas ondas alcançarão Catanduva. Então, axé, maninha. Axé!

vale o que vier Recebi a edição 1 do Brasil Atual – Catanduva e percebi que na foto que trata sobre o Grêmio Catanduvense de Futebol (página 7), o crédito na foto saiu em nome de Mauro Ramos. Porém, como eu era o único fotógrafo credenciado pela Federação Paulista de Futebol a estar no gramado e fazer a foto, acredito num deslize do editor. Sendo assim, se houver uma próxima, que os créditos sejam corretamente publicados. Fernando Veteri - Twitter: @fernandoveteri

A Rádio Brasil Atual já está no ar, em fase experimental, em Pirangi, a 40 km de Catanduva. Com o aumento da potência de seu sinal, a rádio será ouvida até São José do Rio Preto. O pedido já foi feito para a Anatel. Por enquanto, apenas algumas regiões de Catanduva ouvem a rádio, como o bairro Higienópolis. O foco da programação é o radiojornalismo, apresentando reportagens ao vivo, entrevistas, notícias e programas especiais, com destaque para temas relacionados ao mundo do trabalho, à cultura brasileira e aos movimentos sociais de diversas áreas.

divulgação

Emissora também será sintonizada em Catanduva

A nova rádio, em Pirangi

A Rádio Brasil Atual figura como uma alternativa às rádios comerciais, priorizando o interesse dos trabalhadores e da sociedade em geral.

A programação inclui programas como Ponto de Vista (jornalismo), Sexta Musical e Clube do Choro (cultura), Sindicais (químicos, metalúrgicos e bancários), Observatório da Mulher, Vozes da Liberdade, Plantão Saúde e algumas séries especiais, como Vozes Indígenas. Colunistas opinam sobre assuntos em pauta na mídia. A rádio pretende destacar-se na geração de um bom conteúdo. Na região, a rádio Brasil Atual é sintonizada em FM 102.7, mas está disponível também pelo site www.redebrasilatual.com.br/radio.

Nasce uma rádio. Palmas pra ela Um dos organizadores do projeto, Oswaldo Colibri Vitta, jornalista há 35 anos, diz que “a programação irá priorizar matérias jornalísticas, entretenimento e esporte”. JBA – Qual é a importância da rádio na região? Colibri – Ela é fundamental, pois as outras emissoras locais não têm jornalismo. Nossa rádio terá como base a notícia, a prestação de serviço, o esporte e o entretenimento, mas também tocará músicas – nunca se ouvirá uma música sem algum histórico do cantor, compositor ou da própria música. Também não teremos preconceito musical. Vamos priorizar músicas de sertanejos de raiz, um pedi-

do local, mas tocaremos outros tipos de músicas para alcançar todos os públicos. JBA – Quais os destaques da programação? Colibri – Pela manhã, abriremos com notícias da região e do Brasil. A faixa das 11 h será do esporte, com destaque para o Grêmio Catanduvense, que está na série A do Paulistão-2012. Montamos até uma equipe pequena para cobrir o time durante o evento. À tarde, haverá um programa de entretenimento. O quadro Será o Benedito? contará ‘causos’ e histórias, com o jornalista Mouzar Benedito. Haverá um programa de dicas infantis, da jornalista Thelma Torrecilha. Outro quadro, Churrasco, Feijoada e outras

comilanças, trará dicas gastronômicas da cidade, com Douglas Pirangi. E programas históricos que contam o surgimento de vários estilos musicais – rock, samba, sertanejo e MPB. JBA – A rádio já está pronta? Colibri – Alguns testes mostraram que o sinal da rádio é bom, porém há lugares em Catanduva em que ela pega bem; há outros em que não. Estamos nos últimos detalhes para lançá-la oficialmente. – resta apenas a aprovação final do Ministério das Comunicações, que deve ocorrer em outubro. Vale ressaltar, ainda, que todos os programas terão a participação da população.

Expediente Rede Brasil Atual – Catanduva Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Leonardo Brito (estagiário) Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008 Tiragem: 5 mil exemplares Distribuição Gratuita


3 alerta geral

Catanduva prepara ato ecumênico contra presídio A união dos catanduvenses contra a instalação do presídio é o ponto central do Ato Ecumênico que será realizado dia 22 de setembro, às 17 h, na Praça da República. O encontro foi definido em reunião realizada no dia 19 de agosto pelos integrantes do movimento Alerta Catanduva e demais entidades do município. “Esperamos conseguir uma linha direta de diálogo com o governador Geraldo Alckmin, ou pelo menos que o secretário de Segurança Pública nos atenda para discutirmos o assunto e chegarmos a uma solução” – explicou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Amarildo Davoli. Davoli reafirmou que Catanduva não está preparada para receber um presídio semiaberto, principalmente por não possuir a infraestru-

divulgação

Toda população está convidada para ir no dia 22 de setembro, às 17 h, à praça da República

A preparação de uma manifestação que vai mostrar a força do movimento Alerta Catanduva

tura necessária para abrigar as famílias dos detentos que acabam se mudando para a cidade. “Queremos saber do governo o porquê da escolha de Catanduva. Se foi realizado algum estudo de impacto ambiental e populacional e o que Catanduva tende a ganhar

com a vinda do presídio. Do nosso ponto de vista só temos a perder” – ressalta. Em reunião realizada pelo Movimento Alerta Catanduva, em julho, o especialista em Direito Público Vanderlei Siraque proferiu palestra e destacou alguns pontos im-

portantes. Ele afirmou que a instalação de um presídio em qualquer cidade requer também condições básicas para atender aos anseios da população, como segurança, principalmente. Além disso, é necessário investimento em saúde, educação e moradia

para atender as famílias dos presidiários” – diz Siraque. O Movimento alega ainda que, como o governador Geraldo Alckmin não se mostra aberto para discussão, já que em sua última visita à cidade alegou que o presídio viria para Catanduva de qualquer forma – mesmo prometendo durante sua campanha para governador que debateria a possibilidade de levar o presídio para outra cidade –, a população não viu outra forma de chamar a atenção dos responsáveis competentes a não ser mobilizar-se. “Já realizamos algumas ações para nos mostrarmos contrários, e este ato ecumênico será mais uma oportunidade para Catanduva se manifestar contra a vinda desse presídio de forma tão arbitrária. Queremos que toda a população participe” – destaca a entidade.

cidadania

Ecoarte é inaugurada e já realiza seu primeiro evento Catanduva agora dispõe de uma nova Organização da Sociedade Civil de Interesse Público: a Ecoarte – Instituto Ecologia e Arte de Catanduva. Focada na cidadania por meio da assistência social, incentivando o desenvolvimento do ser humano através da música, do esporte e das artes, a Ecoarte busca patrocinadores e

verbas para dar continuidade a seus projetos. O primeiro passo foi dado no dia 21 de agosto, com a realização de um bingo que reuniu a comunidade no Clube dos Bancários, no Jardim Del Rey – espaço cedido pelo Sindicato dos Bancários. Mais de 200 pessoas compareceram, sendo todo o dinheiro arrecadado revertido para os projetos assistenciais que a

organização pretende realizar com crianças, jovens e idosos. Os primeiros projetos já estão entrando em atividade, como a montagem de uma biblioteca e aulas de música, pintura de guardanapo, ginástica, futebol e natação, entre outros. Além disso, a Ecoarte está aberta para receber colaborações e quem quiser ser voluntário é só entrar em contato que será muito bem-vindo.

divulgação

A ideia é incentivar o desenvolvimento humano por meio da música, do esporte e das artes

A praça do Jardim Del Rey, palco do bingo comunitário


4 trabalhadores rurais

Com um pé lá adiante, no futuro, e outro lá atrás ção. Em São Paulo, que produz mais de 50% da cana do país, um acordo firmado em 2007 entre usineiros e o governo prevê o fim das queimadas em áreas mecanizadas em 2014 e, nas demais, em 2017. A mecanização já representa mais de metade da área colhida e é uma ameaça ao emprego. “A introdução da colheita mecanizada deslocou a mão de obra braçal de São Paulo para o Triângulo Mineiro, Goiás e Mato Grosso” – diz o padre Antônio Garcia Peres, da Pastoral do Migrante em Guariba,

Rotina no canavial: máquinas substituem os bóias-frias

Trabalho (quase) escravo

Ritmo insano 17 flexões de tronco por minuto 54 golpes de facão por minuto 12 toneladas de cana cortadas e carregadas por dia Percurso de nove quilômetros/dia Perda de oito litros de água na jornada diária Fonte: Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo

Em 2008, o Ministério Público do Trabalho criou o Plano Nacional de Promoção do Trabalho Decente no Setor Sucroalcooleiro, com o objetivo de impedir que a expansão do setor se desse em condições de trabalho desumanas Nas fiscalizações de usinas em 2008 e 2009, que resultaram em dezenas de termos de ajustamento de conduta (TACs) e ações civis públicas, os casos mais comuns eram falta de exame médico, transporte irregular, ausên-

cia de instalações sanitárias e de abrigo para refeições – até para se tomar um gole de água potável. Outra situação comum é o tempo de percurso até o campo. As horas in itinere, consideradas horas de trabalho, nem sempre são pagas. “Às vezes são duas horas até o canavial” – observa Alencar. O procurador também defende a contratação por prazo indeterminado, para garantir direito a seguro-desemprego ao final da safra.

cidade paulista a 350 quilômetros da capital, palco de uma greve famosa, em 1984. Guariba acostumou-se a receber migrantes do interior do Maranhão, um dos Estados campeões em denúncias de trabalho escravo. Padre Antônio relata que o trabalhador preferiria continuar em São Paulo, porque em outras regiões as condições são mais insalubres e os ganhos, menores. Mas a falta de qualificação e de escolaridade o empurra para onde existir trabalho. “É o grande drama da mão de obra rural do Brasil.”

Lições de uma greve

lucas mamede

Trabalhadores esperam condução: a luta começa cedo

Por Vitor Nuzzi

Em 1984, os cortadores de cana e colhedores de laranja de Guariba deflagraram uma greve marcada por conflitos violentos. A revolta contra as más condições de trabalho foi o início de um lento processo de melhorias, que acabou com a “era do gato” na região. Afora a usina de São Martinho, lá só se trabalhava para terceiros. “Era um período sem negociação coletiva, sem direito sequer a água gelada” – diz o presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Guariba, Wilson Rodrigues da Silva. “Não havia registro nem horário pra nada. Transporte era no pau-de-arara, em caminhões abertos. Os óculos de proteção vieram mais tarde, como luvas e caneleiras. O pessoal machucava a vista, sofria corte, trabalha-

va de tênis” – enumera Antônio Mariano, 66 anos, 44 safras. Colher 17 toneladas de cana num dia permitiu fazer um bom pé de meia? “Consegui esta casinha e criei sete filhos” – diz Antônio, que passa o tempo num velho sofá no quintal.

lucas mamede

A safra de cana-de-açúcar no período 2010-2011 fechou com recorde de 625 milhões de toneladas colhidas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na Região Centro-Sul, chegou a 557 milhões de toneladas, com 55% destinados à produção de etanol e 45%, à de açúcar. O setor sucroalcooleiro se modernizou nos últimos anos, ganhou o mercado externo, mas as condições de trabalho continuam sofríveis: jornadas exaustivas, más condições de higiene e de moradia e pouca qualifica-

willian da silva

O setor se moderniza para competir lá fora, mas os trabalhadores são excluídos


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Colheita: retrato de mulher

Cidade de 30 mil habitantes no Maranhão, a 300 quilômetros da capital, São Luís, Timbiras fornece mão de obra para as usinas de cana. “Três em quatro famílias têm um membro migrando para a cana, para a construção civil ou para a soja” – observa o professor Marcelo Sampaio Carneiro, coordenador da pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A pedido da Comissão Pastoral da Terra

A falta de chuvas é a grande causa da baixa umidade do ar. Contudo, um agravante para isso é a queima da cana-de-açúcar, que ocorre de forma desordenada e ilegal e traz muitos prejuízos para a população. As queimadas são proibidas durante o período de estiagem e são monitoradas pela Cetesb – há uma resolução da

Secretaria do Meio Ambiente que determina a suspensão da queima da palha da cana-de-açúcar nos municípios cujas unidades de medição apresentem índice inferior a 20% de umidade relativa do ar. A fumaça, aliada à poeira, também causa problemas respiratórios à população, que precisa conviver com a fuligem, a poeira e a fumaça.

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(CPT), ele entrevistou 114 famílias de 2005 a 2008, que tinham como destino Goiás (31,18%), São Paulo (30%) e o Pará (6,45%). Outras regiões do Maranhão receberam 19,35% dos trabalhadores – especialmente o município de Campestre do Maranhão, onde fica a destilaria Cayman. A cultura da cana foi a ocupação mencionada em mais da metade (54%) dos casos. Quase 61% tinham de 20 a 29 anos (um terço, de 20 a 24), 54% eram casados e 84%, homens. A migração é forçada pela falta de oportunidades no local, onde predomina a cultura do arrendamento, mas que sofre a expansão da soja e do eucalipto, reduzindo a agricultura familiar. “Uma área de latifúndio tradicional” – define Marcelo Carneiro. Segundo o pesquisador, seria mais fácil fazer reforma agrária no local, já que o preço do hectare não é elevado, que manteria o trabalhador na região.

Queimadas prejudiciais à saúde

Os treminhões e os acidentes Os acidentes com treminhões são constantes e matam. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, dezenas deles acontecem todos os meses. Principal meio usado no transporte da cana-de-açúcar, os treminhões causam

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lucas mamede

Maranhão–São Paulo

acidentes tanto pelo seu tamanho – alguns chegam a ter até 60 m de comprimento – quanto por negligência do motorista, que não tem preparo nem experiência para conduzir um veículo tão grande.

Em Catanduva, falta até banheiro As condições não podiam ser piores para os trabalhares da cana-de-açúcar em Catanduva. Muitos deles, oriundos do Nordeste, enfrentam dificuldades frente às exigências do empregador e ao modo de vida diferenciado da Região

Sudeste. Mesmo com a mecanização da lavoura, há ainda quem sofra com as condições precárias de tabalho: sem proteção, alojamento, refeitório e até sem banheiro. Em algumas usinas da região já se vê algum tipo de movimen-

tação no sentido de reverter o cenário ruim, tanto por parte das empresas – que recebem mais fiscalização do sindicato e órgãos especializados – quanto por parte dos trabalhadores, que se mobilizam para exigir melhores condições de trabalho.

O número de empregados no setor sucroalcooleiro paulista encolherá de 260 mil, em 2006, para 146 mil em 2020. Já a indústria ganhará 20 mil empregados, indo de 55 mil para 75 mil e a colheita mecânica passará de 15 mil para 71 mil. Os trabalhadores na colheita manual cairão de 190 mil para zero. Em 2009, o Brasil já respondia por um terço da produção mundial de cana-de-açúcar, mas as condições de trabalho eram

willian da silva

Número de empregados no setor tende a diminuir

O Brasil responde por um terço da cana mundial

ruins. A mecanização se acelerava por razões ambientais e econômicas e a perda de empregos era a consequência negativa

dessa automação. Na época, o então presidente Lula dizia que o trabalho insalubre no campo devia ser cada vez menos feito

pelo homem. O desafio era onde colocar esses trabalhadores. Em 2010, a Unica, associação dos empresários do setor, lançou o RenovAção, projeto de requalificação, com um módulo dentro da usina e outro na comunidade. Antes da atual safra, metade dos trabalhadores que passou pelo projeto exercia outra atividade. “A máquina precisa de 18 homens e essas profissões, como soldador especializado de colheitadeiras, não existiam” – diz Maria Luiza Barbosa, asses-

sora da entidade. Mas a mesma colheitadeira que cria 18 funções dispensa 80 cortadores. “O impacto negativo sobre o emprego não é maior devido à expansão da produção” – diz a professora Marcia Azanha, do Departamento de Economia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. “O etanol é produto de exportação e não há como vender um produto ligado ao trabalho escravo ou à degradação do meio ambiente” – afirma ela.


6 gastronomia

Porcadas aguçam o apetite de Catanduva e região

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Tudo que vem do porco faz a festa do pessoal, do torresmo à costelinha, da linguiça ao pernil

Restaurantes que servem as porcadas: sempre lotados

As tradicionais porcadas já se tornaram ponto de encontro entre os catanduvenses, seja em Caputira, na Usina Catanduva, ou no Km 7, os locais mais frequentados pela população. Atraída pelas porções saborosas e pela bebida gelada, as porcadas são uma opção diferente para os momentos de lazer da população. Os melhores dias para frequentar são as terças, quartas, quintas e sextas-feiras. De acordo com Quinho, proprie-

feira, quando o clima é mais tranquilo” – ressalta. Os pratos fazem jus ao nome: a maioria vem do porco. “Servimos torresmo, pão caseiro, linguiça, pernil, costelinha, lombinho, fora as porções tradicionais, como batata e polenta frita” – completa. O ambiente é agradável e muitas vezes há um telão para assistir aos jogos. E a distância não é problema, já que os frequentadores não se importam em andar alguns quilômetros.

Em campanha

padroeiro

Bancários vão à luta

A festa de São Domingos

Começa a discussão do acordo coletivo

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Catanduva comemorou o dia de seu santo protetor São Domingos de Gusmão viveu no desapego das coisas materiais e pregou isso por onde peregrinou. Na cidade, levam seu nome o riacho que corta Catanduva e a Matriz, importante ponto turístico e local de reunião dos católicos. Para comemorar a data festiva, algumas atividades foram realizadas, dentre as quais a quermesse de São Domingos, procissão e missas especiais. Porém, em 2011, a quermesse foi suspensa por conta da reformulação da Praça da Matriz, e em substituição foi realizada a rifa de um carro 0 km. Vale lembrar que o nome São Domingos foi dado primeiramente ao riacho, pelos primeiros moradores da região, e aca-

tário da Porcada do Catanho, do Km 7, há mais de 56 anos, às sextas-feiras eles chegam a atender 400 pessoas. “O pico acontece entre as 20 h e 22 h, quando todas as nossas mesas ficam lotadas” – destaca. Além da boa comida, vale também a música ao vivo. “Às sextas tem música ao vivo, um atrativo a mais para os clientes. É o dia em que recebemos mais jovens, que vêm de Catanduva, Itajobi e Novo Horizonte. Os casais preferem vir na quinta-

A fachada da igreja do padroeiro da cidade: imponente

bou sendo atribuído também à Igreja Matriz, que na época era uma pequena capela e teve verba para sua construção oriunda da família Maximiano Rodrigues, umas das possíveis fundadoras de Ca-

tanduva. São Domingos de Gusmão também é o nome da Diocese de Catanduva, que comemorou uma década de existência em maio, e hoje conta com mais de 30 paróquias, em 16 cidades.

A data base para as negociações é 1º de setembro. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Amarildo Davoli, “as exigências se distribuem em quatro eixos: remuneração e emprego, segurança bancária, saúde e condições de trabalho e sistema financeiro. Dentre as reivindicações estão a reposição da inflação, 5% de aumento real, ampliação do horário de atendimento (9 h a 17 h) com dois turnos de trabalho, contratação de mais funcionários, fim das metas abusivas e do assédio moral e aumento do piso. Outra pauta são as terceirizações, geradoras de rotatividade de pessoal e prejudiciais à população. “Os bancos substituem quem tem alto salário por gente inexperiente que ganha 1/3 do valor” – acentua. Quanto à possibilidade de greve, Amarildo

Davoli é claro. “É um sonho da categoria não fazer greve e garantir o acordo coletivo nacional da forma mais fácil possível. Contudo, caso as negociações não avancem, há a possibilidade de paralisação. Mas a população pode ficar tranquila, pois avisaremos com antecedência.

Que classe! O Sindicato dos Bancários realizou uma festa para comemorar o Dia do Bancário. Três mil pessoas participaram, com direito a churrasco e bebidas à vontade. Houve sorteio de prêmios e a final do futebol society. O Dia do Bancário, dia 28 de agosto, foi criado por conta de uma vitória da classe: a conquista de 31% de aumento depois de 69 dias de paralisação, em 1951.


7 memória

O jogador Brecha, herdeiro da camisa do Rei, se foi

divulgação

No dia 3 de setembro, morreu, vítima de câncer cerebral, Moacir Bernardes Brida, ao 63 anos

Brecha no Santos, o ponto alto da carreira

terceirotempo.com.br

Brecha, como era conhecido, apareceu no futebol aos 17 anos, atuando no Catanduva Esporte Clube, de onde se transferiu para o Barretos Esporte Clube e daí para o Juventus, em 1968. Brecha ganhou fama por ter jo-

gado ao lado de Pelé, no Santos, e ter herdado a famosa camisa 10, quando o Rei do futebol se transferiu para o Cosmos, de Nova York, em 1975. Brecha atuou também na Europa – foi contratado pelo Anderlecht, da Bélgica, e jogou por mais uma dezena de clubes, entre os quais Guarani, Botafogo de Ribeirão Preto, Grêmio Catanduvense e Sertãozinho, entre outros. Irmão do também jogador Brida, com quem jogou junto na sua passagem pelo Juventus, Brecha foi o jogador com mais idade a deixar os campos de futebol, em 1990, aos 42 anos de idade, atuando novamente

no Grêmio Catanduvense. Depois, ele foi técnico de algumas equipes do interior paulista. Também foi comentarista esportivo da Televisão Opinião de Catanduva, em 1994, colunista do jornal O Regional, de Catanduva, nas Copas de 1998 e 2002, e professor de futebol nas prefeituras de São Paulo, Catanduva e Ariranha. Casado com Regina Fátima Boso Brida desde 1974, Brecha teve três filhos (o jornalista e crítico de cinema Felipe Boso Brida, a professora Aline Boso Brida e o advogado Daniel Boso Brida) e três netos (Mayara, Laura e Caio).

Zebrona Apontado como favorito para vencer o Juventus, o Corinthians aprontou uma das maiores zebras da história da loteria esportiva de todos os tempos, no dia 29 de abril de 1972. Ao derrotar o Timão por 1 a 0, gol de Brecha, o time da Rua Javari – que tinha como técnico Milton Buzzetto, o Rei da Retranca –, fez a felicidade do apostador Eduardo Varela, o Dudu da loteca, único acertador dos 13 jogos. Dudu ficou rico, perdeu tudo e nunca mais se teve notícia dele.

atletismo

Corrida Matilat tem brasileiro como vencedor Solonei da Silva surpreende e chega na frente do favorito, o queniano Nicholas Keter Classificação geral – Masculino

divulgação

Com a presença dos quenianos Nicholas Kimeli Keter e Nancy Jepkosgei Kipron, a 12ª Corrida Matilat-Nardini teve a vitória do brasileiro Solonei Rocha da Silva, com o tempo de 29 minutos e 51 segundos. A prova de 10 km – tradicional na cidade – foi realizada na manhã de 21 de agosto e reuniu atletas de vários Estados e cidades do Brasil. Silva ganhou do queniano Nicholas numa emocionante chegada, com diferença de um segundo entre eles. O melhor catanduvense na prova foi Altobeli Santos da Silva, que chegou em quarto lugar. Na competição feminina, as quenianas mantiveram a hegemonia com a vitória de

O pódio com os vitoriosos da prova masculina

Nancy Jepkosgei Kipron, com o tempo de 33 minutos e 56 segundos. A segunda colocada foi a brasileira Michele Cristina Chagas, com a catanduvense Maria Lúcia do Nascimento em terceiro lugar. Marizete de Paula Rezende, vencedora da Maratona de São Paulo, chegou em quinto lugar. Houve

também a Corrida Matilat/ Nardini Kids, destinada a atletas de 7 a 17 anos, que ganharam brindes pela participação. A corrida teve mais de 800 atletas inscritos e distribuiu prêmios em dinheiro para os atletas. Os vencedores de cada categoria também ganharam uma moto Yamaha 0 km.

Solonei Rocha da Silva Nicholas Kimeli Keter Musenduki Mohamedi Ikoki Altobeli Santos da Silva Leonardo Vieira Guedes João Luis Ferreira Prado Filho José Roberto Pereira de Jesus Miguel Luciano Claudenir da Silva Cardoso Eduardo Cesar de Oliveira

29’51’’ 29’52’’ 30’01’’ 30’10’’ 30’31’’ 30’45’’ 30’49’’ 30’50’’ 30’57’’ 31’00’’

Categoria geral – Feminino Nancy Jepkosgei Kipron Michele Cristina das Chagas Maria Lucia Santos do Nascimento Valkiria Sanches Prieto Marizete de Paula Rezende Valéria Sanches Prieto Noeme Maria Pereira Josana Lúcia Tobias Tatiana Rodrigues Fernandes Maria Vieira

33’56’’ 34’46’’ 35’38’’ 36’38’’ 37’21’’ 38’22’ 38’47’’ 38’56’’ 39’36’’ 40’31’’


8 foto síntese – IGREJA SÃO JUDAS TADEU

palavras cruzadas palavras cruzadas 1

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JOÃO LUIZ BIZARI

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Horizontal – 1. Divisão de ganhos ou despesas; Sigla de Rondônia 2. Nome de certo capitão, romance de Érico Veríssimo; Homem ruim 3. Agência Nacional (sigla); Cosmético em pó, avermelhado, que se aplica no rosto para deixá-lo corado; Partido Republicano 4. Sozinho; Associação Portuguesa de Aviação Ultraleve; Espaço vazio ou desocupado 5. Pessoa que não tem fé; O protocolo sob o qual assenta a internet 6. Sexta nota musical; Norma de proceder ou ponto de vista, em certas conjunturas (plural) 7. É, em francês; Época 8. Nome de uma cidade mineira; Passar pelo coador 9. Sorri; Labareda; Som do cabrito 10. Cabana indígena; Caminhonete usada no transporte coletivo de um pequeno número de passageiros 11. Pedido de socorro; Companheiro de Teodoro na dupla sertaneja

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Vertical – 1. Nascidos no Brasil 2. Referente aos nomes próprios 3. Rádio Difusora (sigla); Forma sincopada de está; Carta do baralho 4. Nome comum a vários peixes de forma achatada, com três barbatanas no rabo fino com um ferrão na ponta; Unidade Cristã (sigla) 5. Célebre personagem de Walt Disney 6. Fêmea do cavalo; Alcoólicos Anônimos 7. Alimento preparado com leite coalhado por fermento lácteo; Museu de Arte Moderna 8. Bairro carioca 9. Aumentativo de vida; Caminhe 10. Lisonja, adulação; Aliança Ministerial Apostólica Internacional (sigla) 11. Metal dourado; Calmo, tranquilo

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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Respostas b r a s i l e i r o s

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Palavras cruzadas

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