Jornal Brasil Atual - Catanduva 07

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Distrib

catanduva

www.redebrasilatual.com.br

Jornal Regional de Catanduva

Gratuuiição ta

nº 7

aniversário

Maio de 2012

política

cidade feitiço X

Cheia de apelidos, Catanduva faz 94 anos e encanta ao exalar juventude

briga eterna

Prefeito e vereadores não se dão desde que surgiu a taxa da luz

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aqui não

vitória final Governo do Estado desiste de instalar presídio na cidade

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boxe mídia

ela faz o que bem entende

FOLHA

A sociedade brasileira quer liberdade de expressão para todos. Sem exceção Pág. 4-5

ela soca firme Quase sem apoio, Erika Camburão é campeã das Américas

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Catanduva

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plateia

Prefeito x vereadores

Conflito afeta população

Ela é Cidade Feitiço por causa de seu (outrora) badalado carnaval – que a Prefeitura, infelizmente, enterrou – e por causa de sua gente acolhedora e simpática. Mas depois que Catanduva passou a ser tratada assim, muita gente emplacou seus apelidos para ela. Uns ganharam fama. Por exemplo, ela já foi chamada de Cidade das Bandeiras, de Terra dos Cafés Finos, de Capital Nacional dos Ventiladores e até de Capital do Milho, pelo presidente João Goulart. Fogosa como é, Catanduva sempre absorveu seu apelidos como um novo jeito carinhoso que o povo tem de tratá-la. Pois não é que a cidade chega aos 94 anos, jovem, bonita, cheia de vitalidade e apostando agora num fascínio verdadeiramente encantador! Ela está, segundo os índices da Firjan, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, entre as 50 melhores cidades do País para se viver. Mais: Catanduva detém 0,834 pontos, numa escala que vai de zero a 10, no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/2000) – o Brasil ostenta um vexaminoso 84º lugar, com média de 0,718. Melhor pra nós que ainda espantamos – de forma definitiva, segundo o governador Geraldo Alckmin – o presídio que ameaçava instalar-se no município. Então, felicidades pra nós e paz para todos. É isso. Boa leitura!

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chione expôs a necessidade de se analisar projetos engavetados. “A reunião não vai mudar nada, pois vamos aprovar apenas o que for de interesse da população” – diz Careca. O primeiro secretário da Câmara, Onofre Baraldi (PDT), afirma que muitos projetos da Prefeitura são barrados devido à desvantagem que apresentam ao catanduvense “Algumas propostas visam multas ou taxas. Nós entendemos que a população não suporta mais tanto encargo” – diz ele. Vale lembrar que Macchio-

ne entrou em atrito com a Câmara, em setembro de 2011, após os vereadores se posicionarem contra a cobrança da CIP (Custeio de Iluminação Pública). Na ocasião, o prefeito vetou o projeto da Câmara que extinguia a taxa cobrada junto à fatura mensal de energia elétrica, alegando necessidade da verba arrecadada. Durante a reunião o assunto CIP não foi mencionado. Depois disso, ele rejeitou diversas indicações dos parlamentares, argumentando redução de gastos.

quadrinhos

Aposentado produz coletânea 80 Cartuns, nova obra de Wilson Figueiredo O bancário aposentado Sebastião Wilson Figueiredo, conhecido como Tiãozinho ou Wilson (como assina seus trabalhos), produziu recentemente nova coletânea de cartuns. O autor de O Elefante Portátil, lançado em 1997, e da coleção de cartões postais Cartum Postal, de 2011, acaba de apresentar seu último trabalho, 80 Cartuns. A coletânea teve pré-lançamento em

divulgação

editorial

Em 27 de março, o prefeito Afonso Macchione (PSDB) solicitou reunião com a Câmara Municipal para pedir uma trégua no conflito entre Executivo e Legislativo. O encontro teve mais de duas horas de duração, sem resultado significativo. Em fevereiro, o presidente da Câmara, Daniel Palmeira de Lima, disse que a falta de diálogo do prefeito alcançava até os vereadores de seu próprio partido, impossibilitando a realização de projetos para a população catanduvense. De acordo com o vereador Francisco Batista de Souza, o Careca (PDT), os parlamentares permaneceram calados, enquanto Mac-

divulgação

Eles se estranham desde a taxa da Iluminação Pública

março, na livraria HQMix, reinaugurada em São Paulo na mesma ocasião. Wilson desenha há cerca

de oito anos e já expôs na Bélgica, na Bulgária, na Itália e no Japão. Ele também é poeta, músico e chargista, porém sua paixão é o cartum. “O cartum é composto por símbolos universais e retrata ideias e comportamentos comuns a todas as culturas. Já a charge é mais específica e satiriza assuntos do momento” – diz. O lançamento oficial será realizado no dia 8 de maio, na HQMix.

Expediente Rede Brasil Atual – Catanduva Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Enio Lourenço Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008 Tiragem: 12 mil exemplares Distribuição Gratuita


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aniversário

Catanduva, 94 anos: o feitiço da Cidade Feitiço Aí vai um encantamento do município: ele está entre os 45 melhores do Brasil para se viver

talar no local, enquanto outros relacionam a fundação a José

Lourenço Dias Figueiredo. Em 16 de dezembro de 1909, o arraial tornou-se Distrito de Paz de São José do Rio Preto e passou a ser chamado de Vila Adolpho, em referência a Adolpho Guimarães Corrêa, na época prefeito rio-pretense. Oito anos depois, em 14 de abril de 1918, Vila Adolpho, já independente, iria tornar-se município, recebendo nova e definitiva denominação – Catanduva. Em tupi-guarani, catanduva significa “terra ruim”, “mato rasteiro e espinhoso”. Porém, de acordo com o jornalista, professor e tradutor Luiz Roberto Benatti, é um equívoco atribuir tais características a Catanduva que, aliás, é conhecida por enfeitiçar os visitantes pelo caráter acolhedor de sua população. “Em terra ruim não nasce café” – explica Benatti, fazendo alusão à época de ouro do café catanduvense.

ção do produto brasileiro e foi elogiada por grandes nomes da política e da economia. Durante a campanha, o município passou a ser chamado de “Terra dos Cafés Finos” – até hoje, a empresa catanduvense COCAM – Cafés Solúveis e Derivados, é referência na exportação do produto. Também na segunda metade da década de 1950, com a crescente industrialização do Brasil, empresários catanduvenses investiram no setor de ventiladores. Catanduva tornou-se polo nacional na fa-

bricação dos equipamentos – atualmente é líder no mercado –, com quatro empresas de grande porte: passou a ser chamada de “Capital Nacional dos Ventiladores”. No início dos anos 60, Catanduva era a maior produtora de milho do país. Em 1962, foi realizada a 1ª Exposição Agrícola, Comercial e Industrial de Catanduva. O então presidente da República João (Jango) Goulart veio ao evento e apelidou o município de “Capital do Milho”.

divulgação

Dia 14 de abril, a Cidade Feitiço fez 94 anos, período em que se destacou em diversas áreas e atividades econômicas, sendo conhecida por vários cognomes. Para entender a identidade cultural do município e suas múltiplas facetas, é preciso conhecer um pouco da história da cidade, desde a fundação. Os fundadores de Catanduva chegaram aqui em 1886 e batizaram o povoado de Cerradinho (depois, São Domingos do Cerradinho). Segundo o livro “Catanduva Ontem e Hoje”, do professor Vicente Celso Quaglia, os documentos mais antigos referentes à aquisição de terras em Catanduva levam o nome de Antônio Maximiano Rodrigues. Porém, é válido lembrar que, naquele período, era comum haver desbravadores que se instalavam nas terras sem recorrer à

documentação. Por isso, tem gente que acredita que a famí-

lia de Antônio Maximiano Rodrigues foi a primeira a se ins-

Cidade de muitas alcunhas Ao longo da história, Catanduva recebeu inúmeros títulos, em menção aos fatos que a caracterizaram em diferentes épocas. O mais tradicional dos cognomes surgiu em meados dos anos 1940, quando o carnaval catanduvense movimentava toda a região. Na época, a tradição carnavalesca e o caráter acolhedor de seus habitantes atraíam visitantes e contribuíam para o desenvolvimento da economia local. Foi durante

um discurso, em uma reunião cívica, que o jornalista Nair de Freitas referiu-se ao município pela primeira vez como “Cidade Feitiço”. Pouco depois, em 1943, o jornalista e professor Geraldo Corrêa foi lecionar em São Paulo e redigiu um artigo denominado “Gostar de Catanduva” para o jornal “A Cidade”, fixando a expressão de Nair de Freitas. A ideia do feitiço catanduvense foi absorvida pela imprensa local e reconhecida pelos habitantes da cidade. Nos dias

atuais, diversas instituições adotam títulos e símbolos referentes ao cognome. Na primeira metade da década de 1950, o juiz Dr. Antônio Gabriel Marão propôs, como medida patriótica, a exposição das bandeiras brasileira e paulista nos estabelecimentos comerciais e nos órgãos públicos locais. Catanduva ficou conhecida como “Cidade das Bandeiras”. Em 1956, Catanduva participou da “Campanha para Produção de Cafés Finos”, com o intuito de aumentar a exporta-


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Por uma televisão com todas as vozes e sotaques Cem mil mulheres chegam a Brasília vindas de todas as partes do Brasil. São trabalhadoras rurais, caminham durante dias e são recebidas pela presidenta da República para discutir reforma agrária. Em outro dia, 20 mil produtores rurais ocupam a Esplanada dos Ministérios. Querem que o Congresso vote as mudanças na legislação florestal para poder desmatar além dos limites atuais. A Marcha das Margaridas recebeu 18 segundos da edição de 17 de agosto de 2011 do Jornal Nacional. Já o churrasco da maior entidade ruralista, 127 segundos. “Ninguém quer acabar com a Globo nem democratizar a Globo. Ela cumpre um papel político e cultural no Brasil” – diz Renata Mielli, da coordenação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Em outras palavras, cada empresa pode transmitir o que achar importante, mas as margaridas, as acácias, as violetas e todas as flores têm direito a uma emissora que as represente – e todo cidadão, o

Max corello

No Brasil, a sociedade quer a ajuda de Dilma para avançar nesse projeto

direito de buscar e encontrar uma cobertura diferente. “O objetivo é fortalecer um campo público de comunicação e discutir regras transparentes para a concessão de canais.” As estações de televisão ou de rádio que escolhemos todos os dias são um espaço público. Esse espaço é invisível, está no ar, mas é limitado, o que significa que não se pode abrir infinitas emissoras. Essa restrição torna necessária a pre-

sença do Estado para regular e disciplinar a distribuição das concessões, feitas mediante leilões válidos para um determinado período. Na prática, é como se uma pessoa alugasse uma frequência. Como qualquer contrato de aluguel, há direitos e deveres. Se descumpridos, implicam advertência, multa e até rompimento do vínculo. O Brasil, por enquanto, não discutiu essas regras. Há conceitos apre-

Por João Peres

sentados pela Constituição a ser refinados para, caso o inquilino desrespeite o acordo, o locatário – o povo brasileiro – poder solicitar de volta o imóvel, ou melhor, a frequência. O texto constitucional de 1988 diz que o setor não pode ser alvo de monopólio ou oligopólio, mas não está definido quais são os parâmetros que configuram essa concentração. Os veículos de rádio e TV devem dar preferência a conteúdos educativos e culturais – porém, sem esmiuçar o que isso significa, a sociedade não tem como cobrar a aplicação. “O discurso da censura é o discurso dos censores”, lamenta João Brant, do Coletivo Intervozes, atuante na batalha pela democratização da comunicação. “A regulação precisa incidir sobre a questão do pluralismo e da democracia e garantir que as diferentes vozes e perspectivas fluam ao debate público.” Assim ficou definido nas nações europeias e nos Estados Unidos, e é desse modo que deseja a Unesco, órgão das Nações Unidas para a educação e

a cultura. Toby Mendel, consultor internacional da entidade, lembrou durante um seminário realizado em Brasília em 2010 que liberdade de expressão não é só o direito de ouvir: é o direito de falar. O preceito é reafirmado pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que enxerga a comunicação como um direito humano básico, a exemplo da saúde, da educação e da alimentação. Se há conselhos municipais, estaduais e nacionais para discutir essas questões, por que a comunicação ficaria de fora? A organização Transparência Brasil encontrou 52 deputados e 18 senadores associados a empresas concessionárias de comunicação. A renovação das outorgas é atribuição dos parlamentares. A Constituição prevê que eles não participem de concessões de serviços públicos, para evitar que legislem em causa própria. Em dezembro passado, o Intervozes e o PSOL ingressaram com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar essa situação.

No Brasil, as operadoras que transmitem as partidas controlam mais de 90% da base de assinantes, 11 milhões de pessoas. No último Campeonato Brasileiro, a Globo, que tem o monopólio do setor, convenceu mais de 1 milhão deles a aderir ao “pague para ver”. O acesso

às partidas custou entre R$ 40 e R$ 60 ao mês. Quando apresentou suas vantagens para a renovação do contrato com os clubes, a Globo lembrou que chega a 99,67% dos lares brasileiros. Uma situação que mataria de susto estudiosos da comunicação na França. Nenhuma

emissora daquela nação pode atingir mais de 20% da audiência nacional – se passar disso, deve se livrar de canais até que volte aos níveis permitidos. Há restrições também à chamada propriedade cruzada, que é o controle por um mesmo grupo empresarial de veículos de rádio, TV, internet e impressos.

daniel augusto júnior

A dona da bola, do jogo e, claro, da renda


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No Brasil, segundo o projeto Os Donos da Mídia, há 34 redes de comunicação, mas mais da metade das emissoras está afiliada a quatro delas (Globo, SBT, Band e Record). O grupo Rede Bahia controla dez veículos de comunicação no Estado, entre os quais seis geradoras de TV e três rádios, que costumam retransmitir a programação da Globo. “Nós queremos nos ver na televisão. A televisão neste país é Sudeste, ela não é a cara de todo o povo brasileiro” – queixa-se Julieta Palmeira, médica e integrante do recém-criado Conselho Estadual de Comunicação da Bahia. “Queremos incentivos à produção independente e à produção regional para que o povo possa se ver na televisão.” Como as chamadas “cabeças de rede” ficam no Sudeste, concentra-se aí 60% do faturamento em publicidade.

A distribuição da publicidade do governo brasileiro passou por um processo importante de desconcentração ao longo da última década. Em 2003, receberam recursos de campanhas federais 499 veículos em 182 municípios; em 2010, foram 8.094 veículos em 2.733 municípios – mas a maior fatia ainda fica com a televisão aberta. Questionado pela repórter Lúcia Rodrigues, da Rádio Brasil Atual, sobre a lentidão na comparação com o país vizinho, o ex-ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, lançou uma hipótese: “O Brasil não caminha galopando, tirando as quatro patas do chão ao mesmo tempo como um potro argentino, que é muito rápido, mas às vezes corre para um lado e depois é obrigado a voltar porque não tinha criado um consenso. O Brasil é como

um elefante, para movimentar uma pata, precisa ter as outras três no chão”. A metáfora, se não bate de frente, também não alivia para o ministro das Comunicações do governo Dilma, Paulo Bernardo – em cuja gaveta hiberna o anteprojeto de regulação rascunhado há quase dois anos. De acordo com o Observatório do Direito à Comunicação, Paulo Bernardo afirmou durante um seminário dias antes do carnaval que a revisão do projeto de marco regulatório já estaria concluída e que ele deverá ser objeto de consulta pública em breve. O ministro não mencionou prazos e ponderou que vai precisar conversar mais dentro do governo. Em seu primeiro ano de gestão, Dilma quase não tocou no assunto. Agora, o tema parece ter dado um sinal de

antonio cruz/abr

Quatro redes dominam a TV: Globo, Record, SBT e Band

vida. Na mensagem do Executivo ao Congresso Nacional, na abertura do ano legislativo de 2012, é citada a pretensão do governo de concluir o Regulamento do Serviço de Radiodifusão (de 1963). E também de “prosseguir com ações voltadas à atualização

do marco legal das comunicações eletrônicas”. Os brasileiros ávidos por um sistema mais democrático esperam, enfim, ter tocado o coração da presidenta. Sem a ajuda dela, o elefante segue adormecido, sufocando as vozes de quem ficou lá embaixo.

O então ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo Lula, Franklin Martins, experiente jornalista com passagens por Globo e Bandeirantes, começou a elaborar um anteprojeto para promover a democratização da comunicação. O texto tomou como base os debates da conferência nacional e as experiências de diversos países de avançada democracia. O esboço de Franklin foi repassado ao ministério de Dilma Rousseff, mas ainda não andou. A Bahia inaugurou em janeiro o primeiro conselho estadual de comunicação do

marcello casal jr/abr

Todos sentam à mesa para discutir. Menos a Globo

Brasil. Outros projetos do gênero surgiram em 2010, mas o apoio do governo de Jaques Wagner foi decisivo para que o colegiado baiano, fruto de

uma iniciativa de movimentos da sociedade, fosse instalado. A ideia é discutir o fortalecimento da rede pública de televisão e rádio, o papel das emissoras comunitárias e a distribuição de verbas publicitárias estaduais. “Isso traz desenvolvimento regional à medida que se apoia o produtor de conteúdo onde ele estiver” – diz Julieta Palmeira, empossada no Conselho Estadual de Comunicação da Bahia em 10 de janeiro. Julieta, também do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, considera importante o fato de empresários, sociedade civil e governo terem se sentado à mesma mesa para

debater o tema, apagando o preconceito em torno dos militantes. “O conselho tem caráter deliberativo, e isso ocorreu com a aceitação dos empresários, o que não é uma coisa menor.” A Rede Globo foi a exceção. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), representante dos maiores grupos midiáticos, que já havia se negado a participar da Conferência Nacional de Comunicação em 2009, tampouco quis integrar o grupo de trabalho que elaborou o projeto do conselho baiano. Em nota, a Abert manifestou considerar inconstitucional a iniciativa por acreditar tratar-se de uma prer-

rogativa da Federação, vetada aos Estados. “A Constituição brasileira é clara ao garantir o exercício da liberdade de expressão e de imprensa, da manifestação do pensamento e de opinião, sem nenhum tipo de censura, licença ou controle” – acrescenta. “Não pode haver temas interditados para o debate público” – rebate Renata Mielli, do FNDC. “Como vou controlar a Globo? Não tem como controlar. Mas tenho como discutir critérios de distribuição de publicidade oficial. Quando se fala sobre isso, esses veículos ficam enlouquecidos.”


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Aqui não

Movimento Alerta Catanduva obtém grande vitória O Estado suspendeu a desapropriação da área da Noble Group – antiga Usina Cerradinho –, onde seria instalada a Penitenciária de Catanduva, após quatro anos de lutas, discussões e união de esforços de vários setores da sociedade da região. Tudo começou em 2008, quando o então governador, José Serra, anunciou a construção de 50 presídios no interior paulista. O objetivo de transferir presos da capital para o interior era conquistar o voto dos eleitores da cidade de São Paulo. Uma das penitenciárias seria construída na rodovia Catanduva-Catiguá e abrigaria 1.080 presos em regime semiaberto, ainda que Catanduva e as demais cidades da região não tives-

sem estrutura para comportar os detentos e suas famílias, cerca de 5.000 pessoas. Quando o terreno foi desapropriado, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Catanduva, a Biocana, empresários catanduvenses e sindicatos de trabalhadores criaram o movimento Alerta Catanduva, para combater a instalação do presídio no município. Na ocasião, o grupo protelou a vinda da penitenciária e realizou um abaixo-assinado, entregue a Geraldo Alckmin, quando ele ainda era candidato a governador. Além disso, foi realizada uma campanha de conscientização com a distribuição de adesivos e panfletos com mensagens que expunham os malefícios a que a população ficaria exposta com a transferência dos presos. Em

mauro ramos

Governo do Estado suspende desapropriação do terreno onde seria instalado o presídio

Em 2011, o bispo da Diocese de Catanduva, dom Octacílio Luziano da Silva, criticou a iniciativa de transferir os presos para Catanduva. Então, o presidente do Sindicato dos Bancários, Amarildo Davoli, e o presidente do Alerta Catanduva, Nilton Cândido, procuraram dom Octacílio. Foram realizadas reuniões no Sindicato dos Bancários e na Cúria Diocesana onde compareceram autoridades políticas, lí-

2010, a deputada estadual Beth Sahão (PT) organizou uma Audiência Pública na Câmara dos Vereadores e convidou a sociedade para assistir à palestra do advogado e mestre em Políticas Públicas Vanderlei Siraque, atual deputado federal, ocasião em que ele afirmou não ser correto que presos de outras regiões viessem cumprir pena em Catanduva, município que não possuía mais que 200 condenados no regime semiaberto.

deres religiosos e sindicais, além de representantes da sociedade civil. Em setembro, houve um ato ecumênico na Praça da República, com 3.500 pessoas. O movimento dizia “não” ao presídio e exigia investimentos em saúde, educação, emprego e habitação. A manifestação sensibilizou o governo do Estado, que convocou uma comissão do Alerta Catanduva para reunir-se com o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo. Foram levantados dados que comprovavam a falta de estrutura do município, o que culminou na suspensão temporária da construção da unidade prisional. No dia 2 de março, enfim, o governo suspendeu de vez a vinda do presídio para Catanduva.

Meio ambiente

Árvores são arrancadas na reforma do Terminal Urbano Quatro árvores antigas foram derrubadas na Praça do Terminal Urbano, no dia 16 de março. De acordo com o mestre de obras Paulo Sérgio Tafoner, o Paulão, da construtora JHL, as plantas foram retiradas devido ao risco que apresentavam para a população. “A mudança estava programada desde o início das reformas porque os pinheiros são alvo fácil de cupins e a altura das árvores agravava o problema” – explica. Ainda segundo Paulão, outras 15 árvores de espécies diversas

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E biólogo diz que Prefeitura planta árvores sem planejamento serão plantadas no lugar das plantas arrancadas. Já o biólogo Paulo Antônio Gonçalves, professor da Faculdade de Medicina e ex-coordenador do curso de Meio Ambiente do Senac, acredita que a Prefeitura trabalha sem planejamento. “Ela só se preocupa com quantidade, e não com qualidade. É necessário que se plantem árvores frutíferas e que façam sombra para a população. Muitas vezes, preferem árvores exóticas que não apresentam resistên-

cia ao clima de Catanduva e não servem para fazer sombra ou atrair aves” – afirma. Resta saber quanto a substituição das árvores irá custar aos cofres públicos, uma vez que as palmeiras imperiais plantadas na praça da Igreja Matriz custaram cerca de R$ 3.000,00 cada e teriam sido compradas, após licitação, na Flora São Bento, floricultura de propriedade do marido da secretária municipal de Planejamento, Maria Cristina Machado Sanches.


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boxe

Erika “Camburão” vence campeonato Pan-americano

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Apesar das conquistas, ela não conta com o apoio de empresários catanduvenses A boxeadora catanduvense Erika Juliana Cabrera Diniz, de 33 anos, mais conhecida como “Erika Camburão”, conquistou pela segunda vez o Campeonato Pan-americano de Boxe, realizado entre os dias 4 e 8 de abril, em Montreal, Canadá. A pugilista da categoria peso pesado derrotou a norte-americana Victoria Perez por pontos (14 a 3), mas afirmou ter encontrado dificuldades em

dia contra oponentes do sexo masculino, para ganhar resistência. Pentacampeã brasileira e bicampeã pan-americana, ela planeja disputar o Campeonato Paulista em São Vicente, em maio, o Campeonato Brasileiro, em Aracaju, em junho, e os Jogos Abertos, em novembro. Apesar dos inúmeros títulos conquistados e de ser considerada a única boxeadora do interior paulista

triunfar sobre a adversária, que integrou uma das equipes mais bem treinadas do campeonato, além de possuir massa corporal superior à de Érika. “Para superar o desafio, adotei uma estratégia diferenciada durante a luta, somando o maior número de pontos, com o mínimo de golpes” – explica a atleta, que pratica boxe há 10 anos. Outra tática da lutadora é treinar cerca de uma hora por

com projeção nacional, Erika reclama da falta de incentivo dos empresários catanduvenses. A esportista, que representa a Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo (Smelt), é mantida apenas pelo programa municipal “Bolsa Atleta”, que lhe garante R$ 500,00 ao mês e uma bolsa de estudos da Prefeitura no curso de Educação Física das Faculdades Integradas Padre Albino (FIPA).

Natação

Bancário destaca-se em circuito paraolímpico O atleta alcançou projeção estadual e começou a praticar o esporte em 2010

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O bancário tabapuanense Gregório do Valle Pereira, 26 anos, funcionário do Banco do Brasil de Catanduva, destacou-se na etapa São Paulo do Circuito Loterias Caixa de Natação. Em fevereiro, ele conquistou o 2º lugar nos 100 metros livres; o 3º lugar nos 50 metros borboleta; e o 3ª lugar nos 200 metros medley, e conseguiu dois índices para disputar o Campeonato Bra-

sileiro, previsto para depois das Olimpíadas. Gregório se interessa por esporte desde os oito anos de idade – período em que se dedicou ao futebol e ao xadrez. Ele já praticou também o ciclismo como hobby, mas afirma que não há incentivo para competição nessa modalidade. O atleta, que treina na Água Viva e disputa pela Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Turismo (Smelt), começou a

praticar natação e dardo em março de 2010, após sofrer um acidente automobilístico que o deixaria sem o movimento dos membros inferiores. Um ano depois, abandonou o dardo por falta de tempo e passou a dedicar-se exclusivamente à natação, esporte que lhe garante melhor qualidade de vida. Após vencer vários obstáculos, o jovem alcançou projeção em nível estadual.

futebol

Grêmio vai participar do Campeonato Paulista Sub-20 Copa Paulista é descartada por ser cara e não trazer retorno financeiro A queda do Grêmio Catanduvense para a Série A2 não será empecilho para a continuidade das atividades do clube este ano: a bruxa vai participar do Campeonato Paulista Sub-20. Segundo o presidente,

Valmor Peruzzo, o clube não disputará a Copa Paulista porque “ela é cara e não dá retorno financeiro aos clubes”. Por outro lado, a diretoria do clube vê no Sub-20 a chance de revelar talentos e se preparar

para a disputa do Paulistão-A2 de 2013. “Estamos fechando o elenco do Sub-20. Só voltaremos a pensar no time profissional, em outubro.” O presidente da Torcida Comando, Luciano Cabé,

acha que a diretoria é culpada pelo rebaixamento e não poupa críticas à gestão que trouxe o clube para a elite do futebol paulista: “Está zero a zero. A diretoria fez um bom trabalho no ano anterior, mas

devido à falta de planejamento voltamos à Série A2 este ano”. Luciano Cabé diz que a organizada acompanha as peneiras do Sub-20 e promete apoio ao time nas viagens dos jovens jogadores.


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foto síntese – Igreja da Matriz

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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Respostas

Horizontal – 1. Diz-se de pessoa que gosta de contar vantagens ou de mentir para se promover 2. Som, ruído; Impor silêncio 3. Traço ou caminho sem desvios ou curvas; Ordem dos Advogados 4. Clarear 5. Recobre o corpo das aves 6. Cidade da Hungria; Oitavo mês do ano 7. Cachorro; Três vezes; Ala de um exército 8. Segundo a psicanálise freudiana, um dos três componentes estruturais básicos da psique; Argola; (Abrev.) Cruzeiro 9. Veia do coração; Elemento químico de número atômico 53 10. Casas humildes. Vertical – 1. Incidente, aventura, fato imprevisto ou palpitante 2. Diz-se de motor em alta rotação 3. Que não dá espaço a contestações; Iniciais de Roberto Carlos 4. Aia; Registro escrito do que ocorreu em uma sessão 5. Antes de Cristo; Na retaguarda 6. Instrumento muito usado no campo; Indivíduo de pele escura 7. Primeira letra do alfabeto grego; Expressão de saudação; Instituto de Biociências 8. Contração do pronome te e do pronome a; Qualquer quadrúpede usado na alimentação humana; O colorido predominante em um corpo 9. Anel, argola; O tempo que vai do meio-dia até anoitecer 10. Que demonstra muita crueldade.

p a r l e c o r e t a i l u m p e n a e r d c a o i d a a o r t s c a

a p a c a l f i n a e a g o t r i r o a i s e b

Palavras cruzadas

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