Jornal Brasil Atual - Guaira 02

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www.redebrasilatual.com.br

Distrib

Guaíra

Jornal Regional de Guaíra

Gratuuiição ta

nº 2

pedágios

que grana!

Agosto de 2011

na rede

Tarifa sobe no Estado de São Paulo; ida e volta à Capital custa R$112,00 blogue cidaDão As novas alternativas que o povo tem para vigiar os políticos

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museu

passado presente As relíquias com que nossos avós vibravam de olho na modernidade

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natação deagua

torneiras da corrupção O milionário esquema que levou mais de R$ 5 milhões da única autarquia da cidade Pág. 3

dá-lhe, vovó Sabe o que dona Marina faz há exatos 20 anos? Nada!

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2 bancários-SP

Outra presidenta

divulgação

Juvandia é eleita com 83% dos votos

A chapa que venceu a eleição para o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região tem à frente Juvandia Moreira, a primeira mulher

eleita presidenta da entidade em 88 anos de história. Ela era secretária-geral quando, em maio de 2010, assumiu a direção da entidade após o então presidente, Luiz Cláudio Marcolino, licenciar-se para concorrer a deputado estadual. Agora, foi escolhida por 26.545 bancários, com 83,49% dos votantes. Funcionária do Bradesco desde 1992, formada em Direito e pós-graduada em Relações Internacionais, Juvandia tornou-se diretora do Sindicato em 1997.

NA REDE

Blogueiros da cidadania Eles vivem em defesa dos direitos da comunidade

A reportagem central desta edição do jornal Brasil Atual, edição de Guaíra, mostra um descalabro que existe no Estado e que passa, para muitos, como o preço que devemos pagar pela modernidade e boa qualidade de nossas estradas, quando, na verdade, ele é o custo, pra lá de salgado, de uma política insensata em relação às nossas rodovias. O governo do Estado prometera, na campanha eleitoral passada, rever o aumento e o número de praças existentes em São Paulo. Não foi isso o que se viu: o preço das tarifas do pedágio aumentou, é absurdamente caro, e engorda apenas o bolso das concessionárias. Se isso acontece ao nível estadual, entre nós as torneiras da corrupção que afundaram o DEAGUA, a única autarquia municipal, num prejuízo de mais de R$ 5 milhões vão, finalmente, à Justiça. E o que todo mundo espera é que o óbvio aconteça: os culpados sejam punidos e que os cofres da cidade recuperem o que lhes foi tungado. Felizmente, além do jornal Brasil Atual, a população ganha novas formas de controle dos políticos de Guaíra, graças às redes cidadãs que se formam por aqui. Finalmente, o esporte. Além do zagueiro Luiz Eduardo, um conterrâneo nosso que atua no São Paulo, o que espanta mesmo é a disposição e o fôlego da vovó Marina. A danada tem 72 anos, aprendeu a nadar aos 52 e ganhou mais de 500 medalhas! É mole? Boa leitura!

Aquino José

editorial

Eles estão em alta na cidade, principalmente nas redes sociais. O sucesso desses blogueiros se dá porque eles exercem a cidadania na defesa dos direitos da comunidade. Um deles é o professor de educação física Adeir Alves, que cobra promessas de autoridades no município e faz relatos sobre política, esporte, cultura, educação, saúde, enfim, sobre os assuntos ligados ao desenvolvimento de Guaíra, de forma clara e coerente. Ele garante não ter vínculo

com qualquer grupo político, não quer ser omisso e por isso incomoda muita gente. Seu endereço eletrônico é: <www. nossaguaira.com>. Já o psicólogo Lucas Benedito Saraiva Leite afirma que seu blog foi criado para ajudar a população como uma ferramenta de defesa da cidadania, na busca de informações relevantes sobre os fatos e situações ocorridas no município, região, país e mundo. Para acessá-lo basta clicar: <www. guairaemfoco.com>.

RELIGIÃO

Um estudo sobre decasseguis Professor japonês Masanobu Yamada vem a Guaíra A Igreja Evangélica Missão Apoio vai receber em agosto a visita do professor Masanobu Yamada, da Universidade de Tenri, no Japão, que estuda os seguidores da Igreja, fundada pela comunidade decassegui no Japão. Em Guaíra, a igreja é

comandada pelo casal de pastores Luiz Antonio de Carvalho e Renata Alves Guimarães Carvalho. Ambos conheceram a religião quando trabalhavam no Japão. De linha evangélica pentecostal, ela prega curas e milagres pela fé. Semanalmente,

o pastor vai à cadeia, visita as famílias de presos e tenta resgatar dependentes químicos. Mais de 100 fiéis vão às pregações no templo. A maioria dos frequentadores é jovem. A igreja se prepara para construir novo templo em local próximo ao atual.

Expediente Rede Brasil Atual – Guaíra Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Leonardo Brito (estagiário) e Aquino José Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3241-0008 Tiragem: 6 mil exemplares Distribuição Gratuita


3 Rombo no deagua

Como era surrupiado o dinheiro público da autarquia As irregularidades no Departamento de Esgoto e Água – DEAGUA – foram percebidas pela diretora Adriana Martins Peres Borba, nomeada em 2006, pelo então prefeito Sérgio de Mello (PT) que, via licitação, contratou uma empresa de auditoria – a Fressa, Heleno & Souza Ltda. –, instaurou sindicância, nomeou uma comissão para apurar os fatos e notificou a Polícia Civil e o Ministério Público. A conclusão dos auditores, de junho de 2007, constatou que a fraude consistia no estorno irregular de parte da arrecadação diária da autarquia. No período de 2002 a 2006, apurou-se desvio de mais de R$ 3,3 milhões. O relatório final dizia: “A contabilidade do DEAGUA era imprestável, tanto para simples informação, como para tomada de decisões, o planejamento das

Aquino José

De 1995 a 2006, auditorias comprovaram um desvio de verbas de R$ 5.024.266,27

No DEAGUA o dinheiro público sumia pelo ralo da corrupção

ações, a prestação de contas, enfim, ela não cumpria as funções mais rudimentares”. Estendida para anos anteriores, outra auditoria, realizada pela Auditécnica, identificou o início dos desvios em julho de 1995 e apurou que, até 2001, o desfalque atingira R$ 1,6 milhão, valor atualizado pelo índice de correção de agosto de 2007 – a investiga-

ção nada apurou em 1997, nos meses de outubro de 1998 e março e abril de 1999, período do prefeito Cláudio Armani (1997-2000), pela inexistência de documentação nos arquivos do DEAGUA. A responsabilidade pelas irregularidades é atribuída ao diretor João Alberto Rocha; ao contador Vilson Ferreira Alves e ao tesoureiro Aparecido

A confirmação

As duas ações na Justiça

espantoso destaca-se a ação criminosa contra o erário, que resultou em desfalque da ordem de R$ 5.024.266,27. O descalabro foi adequadamente enfrentado na origem, com a proposição de ação para punição dos responsáveis e reparação à Fazenda Municipal.”

divulgação

O Tribunal de Contas paulista julgou irregulares as contas do DEAGUA de 2006, ano em que foi descoberto e denunciado o esquema de desvio de receitas. Na sentença, o conselheiro relator Antonio Roque Citadini conclui: “restou comprovado nos autos o esquema de desvio de dinheiro, que se perpetuou por longo período e causou prejuízo à Autarquia...”. Já com relação às contas do DEAGUA de 2007, o conselheiro relator Eduardo Bittencourt Carvalho escreve: “De especial e

Doniseti de Medeiros. Durante a investigação, todos eles tiveram chance de fazer “prova contrária”, mas a única defesa apresentada foi a tentativa de transferir responsabilidades. O esquema fraudulento funcionava de forma simples e só era possível porque o pagamento de tarifas e taxas era feito com exclusividade em caixa da sede da autarquia, no Centro.

Todos os recebimentos tinham autenticação mecânica da máquina registradora do caixa. Entretanto, durante ou no final do expediente, parte da arrecadação era estornada. Para que a autenticação do estorno não ficasse registrada na fita do caixa, algo era colocado entre a fita da impressora e o papel da bobina, deixando registrado apenas um espaço em branco entre as autenticações efetuadas. Dessa forma, a receita contabilizada e depositada em bancos era sempre inferior à receita real arrecadada no dia. Para a auditoria, o esquema funcionou por anos devido ao conluio existente entre a tesouraria, a contabilidade e a direção do DEAGUA. Em 2007, o prefeito Sérgio de Mello extinguiu o caixa da autarquia e transferiu todos os recebimentos para a rede bancária conveniada, o que permanece até hoje.

Na esfera criminal, tramita um processo da Justiça Pública contra os réus, por crime de peculato. As testemunhas do processo já foram ouvidas. Dia 17 de agosto será a vez dos réus. Segundo a advogada Rita Maria Caetano de Menezes Carvalho, o atual diretor do DEAGUA, José Mauro Caputi Júnior, vai requerer o bloqueio do valor de uma ação indenizatória pedida pelo ex-contador Vilson Ferreira Alves, para recebimento de quinquênios, a fim de que ela integre a lista de bens dos en-

volvidos que garantam o recebimento dos valores desviados. Já a Prefeitura moveu um processo que culminou com a demissão por justa causa dos servidores municipais envolvidos. Os documentos foram enviados para o Ministério Público local, que não processou nenhum deles. Por isso, em agosto de 2008, o DEAGUA contratou um escritório de advocacia que ingressou com uma Ação Civil Pública contra os três acusados. Ela apontava os atos de improbidade administrativa, o desvio de R$ 5.024.266,27 dos cofres

da autarquia, mediante apropriação indébita de arrecadação da tesouraria, e pedia o bloqueio dos bens dos réus. O juiz Anderson Valente decretou a indisponibilidade dos bens e a quebra dos sigilos fiscais e bancários dos réus. A audiência de instrução e julgamento está marcada para o dia 21 de setembro, no Fórum de Guaíra. Com o propósito de produção de prova oral, serão ouvidos os réus e as testemunhas arroladas no processo, tanto de defesa como de acusação.


4 pedágio

A bruta carga que é a tarifa mais cara do planeta

Praças de pedágio: mais 27 delas operam nas estradas paulistas desde o ano passado

Assalto ao bolso

Caminhoneiro evita trafegar

saída

guaíra

lombino Transportes Ltda. Segundo avaliação do sócio-proprietário Omero Freitas, o valor corresponde a 30% do custo bruto do frete. Ele afirma que a cobrança de pedá-

gios no Estado de São Paulo deveria ser apenas para a manutenção das estradas. A transportadora tem sede em Ituverava e filiais em Guaíra e Planura (MG).

divulgação

O caminhoneiro Ceviton Cesar Castro está deixando de trafegar pelas estradas paulistas para viajar para o Norte e Nordeste. A mudança de rota decorre do elevado preço dos pedágios. Ele fazia sempre o trajeto Guaíra-Santos, mas desistiu do percurso para fugir dos 12 pedágios. Em sua opinião, R$ 2 reais por eixo de caminhão seria um preço justo para ser cobrado em cada pedágio. Trinta e cinco mil reais é o gasto mensal estimado com pedágios nas viagens entre Guaíra, São Paulo e Santos, efetuadas pelos 13 caminhões da empresa Co-

Caminhões desviam por rotas ruins para fugir do pedágio sales oliveira

8,40

são simão

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O caminhoneiro Mauricio Antônio Leite, 48 anos, 28 de profissão, transporta mercadorias de Barretos para São Paulo e desembolsará, agora, para ir à Capital e voltar, R$ 132,20 nas 10 praças de pedágio existentes. O trecho com o menor valor, de R$ 4,00, é no km 217, em Itirapina, na Rodovia Washington Luiz (SP-310). Já o mais caro fica no km 282, em Araraquara, na mesma rodovia, R$ 12,40. Agora, em média, entram cerca de R$ 170 por segundo nas 227 praças de pedágio de São Paulo.

No planeta, as tarifas variam de R$ 0,02 a R$ 0,04 por km rodado. Em São Paulo, elas vão de R$ 0,08 a R$ 0,16 e chegam a R$ 0,56 no caso da Marginal da Rodovia Castelo Branco. Há praças de pedágio espalhadas em todas as estradas paulistas. Em 2010, mais 27 praças entraram em operação no Estado. Cada lugar cobra um preço. Para ir de Marília à Capital, o motorista gasta R$ 50,70 em oito pedágios existentes – cinco na Rodovia Marechal Rondon e três na Castelo Branco. Quem se desloca desde Piracicaba (165 km), pela Rodovia dos Bandeirantes, desembolsa R$ 20,10. De acordo com dados do peda-

Santa rita do passa quatro

5,60

giômetro, as praças de pedágio arrecadam R$ 168,09 reais por segundo, mais de R$ 435,6 milhões todos os meses. O valor cobrado aqui é 12 vezes maior do que nas estradas federais – na Rodovia Fernão Dias, para ir de São Paulo a Belo Horizonte (586 km) o motorista paga R$ 10,40. Já nos 454 km que separam São José do Rio Preto de São Paulo, o viajante gasta R$ 67,80 – uma diferença de quase 600%.

pirassununga

5,80

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Desde o dia 1º de julho, os pedágios do Estado de São Paulo estão mais caros. Nas Rodovias Bandeirantes, Castelo Branco, Anchieta e Imigrantes o aumento é de 9,77%. Já nas Rodovias Ayrton Senna, Carvalho Pinto, Dom Pedro 1º, Marechal Rondon e no trecho Oeste do Rodoanel, o aumento é de 6,55%. Desta vez, os reajustes vão ser arredondados em R$ 0,10 – não mais em R$ 0,05 como no ano passado. A mudança, segundo as concessionárias, vai facilitar na hora de dar troco aos motoristas.

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Valor cobrado no Estado de São Paulo é doze vezes maior do que nas estradas federais

leme

5,80

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Rod. Anhanguera, km 350 – SP-330

Rod. Anhanguera, km 281 – SP-330

Rod. Anhanguera, km 253 – SP-330

Rod. Anhanguera, km 215 – SP-330

Rod. Anhangu km 181 – SP-3


uera, 330

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O trajeto de Guaíra a São Paulo subiu de R$ 51,05 para R$ 56,00. O aumento se baseia no reajuste anual da Agência Reguladora de Transporte, a Artesp, e na liberação da cobrança do pedágio nos dois sentidos de uma mesma rodovia, que as concessionárias ganharam do governo estadual. Por exemplo, em 2009, na praça Sales Oliveira, no km R350 da Rodovia Anhanguera, sentido Guaíra, era cobrado o pedágio de R$ 7,40. Não havia cobrança no sentido inverso. Mas, agora, os moradores de Orlândia e São Joaquim da Barra, que também

usam a mesma estrada, reclamam da dupla cobrança de pedágio. Há trechos nela com buracos, sem acostamento e quase sem sinalização. O coordenador do Movimento Estadual Contra os Pedágios Abusivos, José Matos, de 42 anos, diz que a mudança na forma de cobrar manteve a tarifa abusiva. “O grande problema é que as concessionárias cobram a nova tarifa, nos dois sentidos, antes de entregar as obras de melhoria na rodovia” – explica José. Hoje, quem vem de São Paulo para cá (trajeto de 450 km) paga R$ 0,12 por km rodado. Já o mo-

torista que sai de Nova Odessa para Pirassununga, na mesma rota para Guaíra, paga R$ 0,09 por km rodado. A diferença nos valores dos pedágios estadual e federal se deve aos contratos. As empresas que administram as rodovias de São Paulo fecham contratos de concessão onerosos. Por eles, as concessionárias cuidam da manutenção das rodovias e repassam o valor que querem aos motoristas nas praças de pedágio. “O correto seria alterar os contratos onerosos por uma cobrança por km rodado, isso seria o

leonardo brito

A cada pedágio uma nova facada. E a vítima é você

O trajeto de Guaíra à Capital subiu R$ 4,95

mais próximo do justo, não o motorista pagar o custo total de manutenção da rodovia”

www.pedagiometro.com.br

– acrescenta José Matos. Em 2010, as praças paulistas arrecadaram R$ 9,2 milhões.

anuncie Aqui! 3241–0008 E-mail: jornalba@redebrasilatual.com.br Telefone: (11)

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Rede

Até o fechamento da matéria, dia 3 de agosto, os pedágios paulistas arrecadaram mais de R$ 3,4 bi

Um pedagiômetro calcula, desde 1º de julho de 2010, a arrecadação das 227 praças de pedágio estaduais de São Paulo. A ferramenta virtual estima em tempo real a arrecadação dos pedágios paulistas com base nos relatórios limeira R$

4,70

Rod. Anhanguera, km 152 – SP-330

das concessionárias. Os idealizadores do pedagiômetro, Eric Mantoani e Keffin Gracher, calculam que os pedágios paulistas arrecadam R$ 168,09 por segundo, ou R$ 605,1 mil por hora, chegando perto de R$ 435,6 minova odessa

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lhões por mês. “Quisemos criar algo que impacte e sensibilize as pessoas pa ra perceberem que os valores são realmente muito altos e para que se analise que pedágio não deveria servir para lucro” – diz Gracher. itupeva

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Uma nova comunicação para um

novo brasil caieiras

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Rod. Anhanguera, km 118 – SP-330

Rod. dos Bandeirantes, km 77 – SP-348

Rod. dos Bandeirantes, km 36 – SP-348

chegada

São Paulo Total:

56,00

R$


6 ALERTA

Nova droga está cada vez mais perto da gente O óxi, droga da moda, é um crack piorado; porcaria mistura até querosene à cocaína

Óxi, a droga que mistura mil porcarias e destrói o futuro de muita gente

O óxi, a droga da moda, está em vias de entrar em Guaíra, avaliam fontes policiais. Obtida a partir da pasta-base de cocaína, misturada a cal-virgem, querosene e outros derivados (depende do traficante), a droga é parecida com a pedra de crack. Quando fumada libera uma fumaça mais escura.

De acordo com o perito criminal Paulo Cezar Marques Rocha, da Polícia Científica do Estado de São Paulo, que integra equipe que atua em 13 cidades de nossa região, inclusive Guaíra, o óxi é um crack piorado. Ele revela que a nova droga é seis vezes mais viciante que o crack, conforme

estudo realizado na Argentina. “Os traficantes colocam corante na droga, que passa a ter tonalidades diversas. Em Franca apreenderam cocaína marrom” – diz Paulo Cezar, que explica: “O bloqueio de células do cérebro do viciado provoca a síndrome da abstinência” – conclui.

O avanço das drogas em Guaíra, como em outras cidades, preocupa as autoridades. Além dos jovens, cresce o índice de usuários da chamada terceira idade. “Pessoas com mais de 60 anos estão viciadas em crack” – revela a autoridade policial da região, o delegado Antônio Alício Simões. Ele afirma que tenta orientar famílias que têm dependentes químicos. “As autoridades e a sociedade têm como desafio dar uma resposta para o problema, oferecendo opções de vida aos dependentes”. “Até o momento não foi realizada nenhuma apreensão de drogas nos municípios da região de Guaíra atendidas pela DISE – Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes” – informa o

delegado Antônio Alício Simões. Ele destaca o trabalho realizado pelas Polícias Civil e Militar no combate a drogas, mas alerta que o problema é de saúde pública. A Delegacia disponibiliza o telefone 0800-778-7654 para atender denúncias contra traficantes. Para Antônio Alício Simões a droga atrai porque dá uma sensação de bem-estar. Lembrando Preto Zezé, presidente da Central Única das Favelas (CUFA) do Ceará, o delegado enfatiza que “o crack é letal”.

Aquino José

divulgação

divulgação

divulgação

Guaíra: sem registro

MUSEU

Visitantes conhecem a memória do município O Museu Maria Carolina Alves Lélis funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, na Avenida 15, número 395, entre as ruas 8 e 10, no Centro da cidade. Entre seus visitantes recentes, além de estudantes e adultos de Guaíra, estão turistas de Barretos, Bebedouro, Pontal, Miguelópolis, Rio Preto, Ribeirão Preto, Sertãozinho, Jaú, Igarapava, Ipuã, Frutal (MG), entre tantas cidades. Numa época em que a

Aquino José

Tem turista de todo lado querendo saber como e o que os guairenses faziam há uns cem anos

Ferros de passar antigos e telefone a manivela: relíquias

mania nacional é o telefone celular, no museu guairense podem-se conhecer um telefone de manivela da década de 1930, um moinho de café do século 19, um ferro de passar roupa a carvão do período de 1930 e 1940 e ferramentas antigas. Também desperta a atenção um tipo de lamparina antiga – candeia –, de aproximadamente 200 anos, que pertenceu à tataravó de Maria José Cândida da Silva. Panelas de ferro, utensí-

lios domésticos, máquinas de escrever, dinheiro, aparelhos de som, gravadores, máquinas fotográficas, aparelhos de televisão, fotos, jornais, estão à mostra no Museu. Entre tantos objetos interessantes está um “Hetokesan” – um altar onde os japoneses budistas cultuam os antepassados. Parecido com um oratório católico, o altar exposto em Guaíra foi doado pelas famílias Nishimura e Tibana.


7 natação

Vovó das piscinas já ganhou mais de 500 medalhas

Aquino José

Aquino José

Aos 72 anos, Marina Muraishi ganhou mais de 500 medalhas em competições de natação. Nascida em Igarapava, interior paulista, ela veio para Guaíra ainda pequena. Mas foi aos 52 anos, para combater o estresse e a depressão, que ela começou a “se debater” na água. E não largou nunca mais das piscinas. Exemplo de vitalidade para quem a conhece, Marina Muraishi treina o ano inteiro numa academia da cidade. Por sete anos consecu-

Aquino José

Ela aprendeu a nadar aos 52 anos de idade. Gostou tanto que há vinte anos mal sai da água

Aí está a vovó Marina, risonha, ao lado do professor Serginho e na piscina, em dois estilos

tivos foi campeã do Circuito Master Paulista de Natação. E busca sempre se aperfeiço-

ar no esporte, contando com a orientação do professor e técnico Serginho Sampaio.

Marina Muraishi afirma que treino e dedicação são segredos para quem quer nadar bem. Con-

fessa que se espelha em pessoas portadoras de deficiência que “fazem coisas que a gente nem imagina”. Em sua opinião não basta apenas competir; é importante também ganhar. “Afinal de contas, canso de treinar, me dedico, por isso busco sempre o pódio”. Além das piscinas, Marina Muraishi participa de um grupo da terceira idade, gosta de cozinhar, fazer artesanato e praticar voleibol e atletismo. E ainda cuida de flores, frutas e horta em sua chácara.

futebol

Luiz Eduardo, o espigado beque de Guaíra

leonardo brito

Aos 18 anos, o filho do agrônomo Olímpio Aparecido Félix vira, enfim, jogador de futebol

Olímpio sempre incentivou seus dois filhos a brincar de bola. Já a mãe, Conceição Aparecida da Silva, professora de educação artística no ensino fundamental, queria que eles estudassem e se formassem, pois achava incerta a profissão de jogador – hoje o filho mais novo, Paulo Otávio, de 16 anos, já pensa em trilhar

os mesmo passos do irmão Luiz Eduardo. A primeira escolinha de futebol do zagueiro Luiz Eduardo foi a do Samuel, em Guaíra, onde todos concordavam que o menino tinha grande habilidade com a bola. De lá, o pai o levou para treinar, ao mesmo tempo, futebol com o primo Zé Goiaba e futebol de salão com Zico. “O futsal foi essencial na

minha formação de jogador, pois foi a quadra que desenvolveu a velocidade e o raciocínio rápido” – lembra Luiz. O reconhecimento de seu talento veio num jogo contra o time dos rivais Derda & Paulinho, empresários do futebol na cidade. Após o jogo, eles ofereceram uma vaga no time deles, o mais famoso de Guaíra, revelador de muitos jogadores. “Agradeço a todos, sem exceção, que me ajudaram muito nesse caminho difícil. Cada um teve uma participação importante no processo” – afirma Luiz Eduardo. Entre uma peneira e outra nos campeonatos de Guaíra, Cícero Gomes, o Tupã, olheiro do São Paulo, viu aquele zagueiro espigadão, de apenas 11 anos, de jogo fácil, bom de cabeça e com a bola nos pés,

e resolveu incluí-lo na seleção de jogadores que treinaria nas categorias da base, no Morumbi. Luiz Eduardo foi, passou, mas acabou dispensado: o clube não tinha alojamento disponível no Centro de Treinamento de Cotia. Aos 12 anos, o Clube Atlético Paranaense acolheu Luiz Eduardo por oito meses. Queria desenvolvê-lo até o profissional. Mas o gerente de base do São Paulo, Geraldo Oliveira, ligou oferecendo nova chance. O pai, claro, vislumbrando um futuro grandioso, pediu que o filho voltasse ao Morumbi. Luiz ficou com o pé atrás, estava feliz no Atlético, mas cedeu ao desejo do pai e se transferiu para o tricolor paulista – antes de ser profissional do São Paulo, Luiz Eduardo

jogou nas categorias de base do São Caetano, Ponte Preta e Guarani. Luiz ainda participa pouco no time principal, mas já é o primeiro zagueiro a ser chamado nas substituições da posição. E, a cada dia, ele se espelha mais nos ídolos – o goleiro Rogério Ceni, o zagueiro Miranda, do Atlético de Madri, e o zagueiro Puyol, do Barcelona. Luiz também compartilha de boa amizade com os jogadores do elenco, mas tem afinidade com os jogadores mais novos Casemiro e Lucas. E resume sua felicidade: “Agora eu consigo dar retorno financeiro melhor para minha família que mora em Guaíra” – conta o jovem.


8 foto síntese – Matriz São Sebastião

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Horizontal – 1. Temor; partamos 2. Magistrado mourisco que tem funções de administrador judicial e fiscal; Escola de Comunicação e Artes 3. O Estado dos mineiros 4. Lado da embarcação que se acha exposto ao vento; Relativo ao gato 5. Móvel que serve para sobre ele se porem as refeições; Moléstia infecciosa grave que invade o organismo através de ferimentos na pele e atinge o sistema nervoso central, ocasionando contraturas musculares 6. Feito sem formalidades 7. Associação de Ortodontia de Araraquara; Lavram; Sorri 8. Alimentado; Preposição diante de 9. Porção balanceada de alimento; Ação de ir de um lugar para outro 10. Bairro carioca 11. Sétima nota musical; Membro das aves guarnecido de penas; Solução de substância orgânica ou mineral usada para hidratar

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Vertical – 1. Museu de Arte Moderna; O gato é o único que faz; Assinado (abrev.) 2. Zola, escritor francês; Ligado (em inglês); Onomatopeia que mostra dor 3. Antigo habitante do planeta 4. País do Oriente Médio; O latido; Correia de couro, no Nordeste 5. São Francisco; O autor do segundo dos quatro evangelhos do Novo Testamento, dividido em 16 capítulos 6. Relativa à comida exclusivamente vegetal 7. Aquilo que acelera 8. Que vive no mar ou à beira-mar; Carta do baralho 9. Homem que não cresceu; Que foi ou se foi 10. O mesmo que iônio, ionte; Posição de contorno, espaço em volta de algo ou alguém 11. É, em inglês; Excelente (fem.)

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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

Respostas a s s m i a m a m

e d m i i n l o e s s o a n u r a o i

o v a m e c a s g e f e l a t e u m a r a r a t r i d a c a o c o n r a s a

Palavras cruzadas

m o s a r a i i n o t a n i o m r o e i d a d o s o r

o o t i m a i s

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