Jornal Brasil Atual - Limeira 02

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www.redebrasilatual.com.br

limeira

Jornal Regional de Limeira

nº 2

Agosto de 2010

divulgação

eleições 2010

Dilma na frente Pesquisas dão vantagem à candidata do presidente Lula

Pág. 2

paula selin

walter mesquita

mídia

Estradas rurais

Favela on-line As periferias do Brasil mostram a cara para o mundo

Pág. 6

Num estado de dar dó

futebol

Os caminhos usados pelos pequenos agricultores estão intransitáveis carga pesada

Toksuede

O pedágio mais caro do mundo

elano, o craque

Motoristas protestam nas estradas paulistas Pág. 4-5

A trajetória do menino de Iracemápolis, um vencedor

Pág. 7


2 bancários

eleições 2010

Dalva, reeleita

A falha do Datafolha

Em julho, o Sindicato dos Bancários de Limeira realizou eleições para renovar a diretoria. Dos 311 eleitores, 272 (87,45%) exerceram o direito de voto. A chapa 1, única, da atual presidente Dalva Radeschi, obteve 270 votos – 99,27%. A diretoria eleita tem seis novos integrantes. Seu plano de ação para o próximo mandato prevê a continuidade dos trabalhos voltados ao sindicato-cidadão, bem como a estruturação do departamento de imprensa, cujo primeiro passo foi dado com o lançamento do jornal Brasil Atual – Limeira, em parceria com a sociedade civil organizada da região. A posse da nova diretoria será no 7 de setembro.

Instituto só considera opinião de quem tem telefone

Brasil Atual Caro Leitor, o Jornal Brasil Atual – Limeira – está novamente em suas mãos. A gente espera ter a mesma acolhida da primeira edição, que tanto nos encheu de orgulho: os desejos de boas-vindas e vida longa soaram como um uníssono grito de felicidade. O trabalho já deu frutos. A matéria que contou o drama que a população vive quando tem de encarar o Ambulatório Médico de Especialidades (AME) mexeu com o poder. Para deter o caos que se avizinhava, o governo do estado criou um site (www.amelimeira.unicamp.br), que contém a lista de exames disponíveis aos cidadãos. É pouco, claro, mas é um primeiro passo. Vamos em frente. O Jornal Brasil Atual é gratuito e distribuído pela comunidade, por meio de Associações de Moradores, igrejas, sindicatos. Junte-se a nós, telefone (19) 3444-9880.

cartas Recebi a 1ª edição do Brasil Atual e achei o jornal muito interessante. A formatação é bem elaborada, com textos de fácil entendimento e clareza, sucintos. Ao mesmo tempo, eles expressam profundidade nos temas em questão, na dose certa, para uma leitura rápida e consciente. O jornal vai fazer a diferença na formação de opinião de muitos leitores. Érica Cristiane Forti Barros Franco Um exemplar do jornal Limeira Brasil Atual chegou às minhas mãos e estou interessada em apresentar o material a um cliente da agência. Talitha Benevenuto

sensus

Ibope

as opiniões de quem possui telefone (fixo ou celular). Por que? Por economia, para ficar mais fácil checar os dados dos entrevistados, ainda que isso comprometa a reputação técnica do instituto. Além disso, não aparece no Datafolha a população rural brasileira, que representa 16% do eleitorado, e onde a diferença de Dilma representa 4 pontos no universo total de eleitores.

Sampaio (PSOL) e dos demais candidatos, a maioria deles sem a preferência sequer de 1% do eleitorado. A discrepância tem sido o Datafolha, instituto ligado ao jornal Folha de São Paulo. Ele não aponta a vantagem de Dilma e ainda a coloca um ponto atrás do presidenciável tucano. Isso tem explicação. É que na pesquisa do Datafolha só valem

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Todos os institutos dão vantagem de Dilma, exceto o Datafolha

Jornal Brasil Atual

Estreia arrasadora em Limeira O Sindicato dos Bancários lançou, dia 25 de junho, o jornal Brasil Atual, com uma festa no salão da igreja de Santa Edwiges. Além do padre Valdinei Silva e de representantes de associações de moradores, estavam presentes

o ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ex-ministro (da Previdência Social e do Trabalho) e deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), e o ex-presidente do mesmo Sindicato, Luiz Marcolino.

paula selin

editorial

As últimas pesquisas dos institutos de opinião pública do Brasil trazem dados semelhantes sobre a intenção de voto dos eleitores para o primeiro turno da eleição presidencial no país: todos eles, com pequena diferença, apontam a liderança da candidata do presidente Lula, a petista Dilma Roussef, seguida de José Serra (PSDB), Marina Silva (PV), Plínio de Arruda

Berzoini e Marcolino, na festa de lançamento do jornal

O jornal Brasil Atual integra a Rede Brasil Atual, conglomerado de mídia formado pela revista do Brasil, rádio Brasil Atual e portal na internet. Trata-se de uma rede cidadã, que cobre temas cotidianos, mas revela, também, as notícias que a mídia tradicional distorce ou esconde. “Nosso jornal está sintonizado com as mudanças sociais pelas quais o Brasil passa” – diz Berzoini. “Trata-se de uma conquista dos trabalhadores e dos movimentos sociais do País – completa Marcolino.

Expediente Jornal Brasil Atual – Limeira Editora Gráfica Atitude Ltda – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Repórter Paula Selin Revisão Betto Ferreira Diagramação Leandro Siman Redação (19) 9708-0104 / (11) 3241-0008 Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita


3 pequenos produtores

Um drama da agricultura Os pequenos produtores são um dos mais importantes segmentos da agricultura brasileira. No entanto, em Limeira, eles se queixam da falta de apoio do governo do Estado no escoamento da produção, especialmente na conservação das estradas rurais. Quando chove, a maioria delas, de terra, fica intransitável: árvores caem, riachos transbordam, pontes desabam, a pista vira um lamaçal, os buracos viram crateras, os caminhões atolam. A safra corre riscos. Essas estradas deviam ser recuperadas pela Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), empresa ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Mas, de acordo com Rogério Schnoor, pequeno produtor de laranjas do município, ela só oferece as máquinas uma vez por ano, com limite de tempo

paula selin

A dificuldade dos pequenos produtores de vender a produção

Schnoor, um pequeno produtor rural que tem de encarar as estradinhas responsáveis pelo escoamento da produção

fixado num banco de horas. “Quando o tempo se esgota, as obras param ainda que não estejam terminadas” – conta. Os agricultores se queixam da burocracia para vender o que produzem. A necessidade de que haja uma avaliação da qua-

lidade das mudas plantadas no pomar pelos laboratórios do estado é considerada um entrave adicional. “São Paulo só possui dois laboratórios na região – em Cordeirópolis e em Sorocaba. Isso, além de dificultar a vida dos pequenos produtores, enca-

rece ainda mais a nossa produção” – diz Rogério. A alternativa de que 30% da produção dos pequenos agricultores fosse absorvida pela merenda escolar da cidade é outra letra morta porque “a prefeitura terceirizou o serviço e ninguém

cumpre a lei” – acentua Rogério. E finaliza: “Nem a Incubadora de Agronegócio de Limeira, criada em 2004, a gente tem mais. O que seria um centro de compras, um escritório de contato para os produtores da cidade foi privatizado. Uma vergonha”.

paula selin

A inesquecível tratorada

Uma estufa como essa custa R$ 120 mil

No ano 2000, o então governador paulista, Geraldo Alckmin, sancionou uma lei que estabeleceu medidas de defesa sanitária vegetal para mudas cítricas. O uso de estufas, o acompanhamento de um engenheiro agrônomo e toda a legalização do processo passaram a ser obrigatórios. Contra essa medida, os produtores rurais de Limeira fizeram uma grande manifestação, chamada então de ‘tratorada’.

Na ocasião, uma fila de tratores percorreu a cidade e terminou com as máquinas estacionadas na Praça Toledo Barros. Depois disso, muitos pequenos agricultores faliram, acabaram com décadas de trabalho familiar. Não houve ajuda do governo estadual para que eles se adequassem as novas regras – o material utilizado era muito caro para que eles pagassem com dinheiro do próprio bolso.

Há três gerações, a família de Rogério Schnoor cultiva mudas cítricas e sobrevive delas. Com recursos próprios e muita dificuldade, ela comprou equipamentos e montou uma estufa que custou R$ 120 mil. Apesar do sacrifício, ela precisa de outros equipamentos, mas, como diz Rogério, ninguém pode arriscar: “Se não der certo, não há como voltar atrás; perdemos tudo” – diz.


4 carga pesada

São Paulo tem o pedágio mais caro do mundo Valor cobrado aqui é doze vezes maior do que nas estradas federais No planeta, as tarifas variam de R$ 0,02 a R$ 0,04 por km rodado. Em São Paulo, elas vão de R$ 0,07 a R$ 0,16 e chegam a R$ 0,56 no caso da Marginal da rodovia Castelo Branco. Há 227 praças de pedágio espalhadas nas estradas paulistas. Em 2010, mais 27 praças entram em operação no estado. Cada lugar cobra um preço. Para ir de Marília à capital, o motorista gasta R$ 46,30 em oito pedágios existentes – cinco na rodovia Marechal Rondon e três na Castelo Branco. Quem se desloca desde Pira-

Praças de pedágio: mais 27 delas estarão operando nas estradas paulistas

Este ano surgiu também o Movimento Estadual contra os Pedágios Abusivos de São Paulo. José Matos, morador de Indaiatuba, é o coordenador do movimento que reuniu grupos descontentes com as praças de pedágios do Estado. Segundo ele, de 1998 a 2009, o governo de São Paulo arrecadou R$ 8,4 bilhões de outorga, uma espécie de aluguel que as concessionárias pagam para o governo e que aumenta o valor das tarifas de pedagiamento. O movimento, afirma Matos, é a favor do modelo

saída

limeira

adotado pelo governo federal, em que não há outorga e as tarifas são menores porque o leilão dos trechos concedidos busca o menor preço e dispensa outorga. “Pedágio é tarifa, não é imposto; e tarifa se paga pelo uso, como água, telefone” – propõe. Exemplo disso são os 20 km do trajeto Indaiatuba - Campinas. Cobra-se pelos 62 km disponíveis, ao custo de R$ 8,80. “O justo seria pagar R$ 2,80, não R$ 8,80 – avalia. E completa: “Sem a outorga, o valor seria ainda menor: R$ 0,40”.

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Rod. Anhangüera, km 118 – SP-300

www.pedagiometro.com.br

Segundo estimativa do Pedagiômetro, ao fechamento da matérias às 14h30min de 2 de agosto, os pedágios de São Paulo arrecadaram mais de R$ 3,1 bi.

Um pedagiômetro calcula, desde 1º de julho, a arrecadação das 227 praças de pedágio estaduais de São Paulo. A ferramenta virtual estima em tempo real a arrecadação dos pedágios paulistas com base nos relatórios das concessionárias. Os idealizadores do pedagiômetro, Eric Mantoani e Keffin Gracher, calculam que os itupeva

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pedagiometro.com.br

Preços abusivos

cicaba (165 km), pela rodovia dos Bandeirantes, desembolsa R$ 17,60. De acordo com dados do pedagiômetro, as praças de pedágio arrecadam R$ 168,08 reais por segundo, mais de R$ 43 milhões todos os meses. O valor cobrado aqui é 12 vezes maior do que nas estradas federais – na rodovia Fernão Dias, para ir de São Paulo a Belo Horizonte (586 km) o motorista paga R$ 7,70. Já nos 454 km que separam São José do Rio Preto de São Paulo, o viajante gasta R$ 59,15 – uma diferença de quase 600%.

pedágios paulistas arrecadam R$ 168,08 por segundo ou R$ 605,1 mil por hora, chegando perto de R$ 435,6 milhões por mês. “Quisemos criar algo que impacte e sensibilize as pessoas para perceberem que os valores são realmente muito altos e para que se analise que pedágio não deveria servir para lucro”, diz Gracher. caieiras

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Rod. dos Bandairantes, km 77 – SP-348

Rod. dos Bandeirantes, km 36 – SP-348

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Motorista agora tem de ter troco

estradas vicinais

Perigo à vista

paula selin

Viajar se tornou uma aventura

Estradas mal conservadas: rotina nas vicinais

Troco: transtorno adicional para os motoristas

O reajuste da tarifa de pedágios trouxe um transtorno adicional para os motoristas. Além de ter de pagar mais, o valor cobrado em várias praças é quebrado,

o que aumenta a necessidade de moedas de cinco centavos. Na rodovia dos Bandeirantes, por exemplo, os pedágios de Itupeva e Caieiras custam R$ 6,35.

Com isso, há perda maior de tempo para efetuar o pagamento e o risco do arredondamento resultar em prejuízo do motorista é mais que evidente.

As estradas vicinais de São Paulo estão num estado de dar dó. Na região de Limeira, um bom exemplo é a SP-316, rodovia Constante Peruchi, que liga Cordeirópolis a Santa Gertrudes e Rio Claro. Repleta de buracos, sem acostamento e sem sinalização, põe em risco a segurança de quem trafega por ela, motoristas e pedestres. Muita gente já morreu nessa estrada, vítima de aci-

dentes (de carro, de moto, de bicicleta) e atropelamentos. As vicinais são estradas simples, com pistas de mão dupla. Elas se tornaram uma alternativa que os motoristas têm de escapar dos pedágios das grandes rodovias paulistas e, assim, baratear o custo de suas viagens. Mas rodar por elas é muito perigoso: nem todos chegam a seu destino em segurança.

wordpress.com/cesar ogata

O protesto de 1º de julho

Dia de luta contra os pedágios abusivos: protesto

Durante todo o dia 1° de julho, manifestantes se reuniram nas rodovias Castelo Branco, Raposo Tavares, Anhanguera, Santos Dumont e na Estrada Velha de Campinas e realizaram passeatas e paralisações de corredores rodoviários, no Dia de Luta Contra os Pedágios Abusivos.

O movimento aproveitou o reajuste dos 227 pedágios em até 5,22% para alertar e mobilizar a sociedade sobre a política do governo estadual em favor das concessionárias. As tarifas abusivas estabelecem graves barreiras ao desenvolvimento econômico, social e cultural dos municípios.


6 mídia

Favela on-line Projeto de correspondentes comunitários e produção interativa de informação se estende por todo o Brasil Por Maurício Thuswohl*

O Brasil é um grande usuário de internet no mundo. O país tem 70 milhões de “navegantes”, 36 milhões deles muito ativos, segundo relatório Ibope/Nielsen. E, à medida que a rede mundial de computadores se aproxima das periferias,

aumentam a democratização do acesso ao conhecimento­e o uso que se faz dela. O site Viva Favela, criado no Rio de Janeiro, em 2001, pela ONG Viva Rio, é um belo exemplo. No início, sua principal atividade era promo-

Reconhecimento

O projeto é premiado. Em outubro passado, faturou o Mídia Livre, do Ministério da Cultura. Antes, o Viva Favela havia sido “di-

plomado” em 2008 como Excelência no Uso de Tecnologia da Informação, pelo Stockholm­Challenge Awards, da Suécia. Em 2005, o site recebeu nos Estados Unidos o prêmio oferecido pelo Open Society Institute, ligado à Fundação Georges­ Soros, e uma menção honrosa do prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.

ver cursos, oficinas e inclusão digital. Mas, como o uso da tecnologia permitia aos moradores das comunidades atuar como comunicadores e produtores de conteúdo informativo sobre a realidade que os cerca, logo essa rede rendeu frutos

Interatividade O acervo de reportagens e fotografias do Viva Favela está armazenado no banco de dados do site original e também nos sites subordinados, criados para explorar temas e linguagens específicos. Com o lançamento da versão 2.0, o site passou a contar também com conteúdos de áudio e vídeo: “Estamos consolidando parcerias em âmbito nacional e preparando um documento com nossa proposta metodológica. A ideia é que outros projetos aproveitem a experiência

na formação de comunicadores” – diz Rodrigo. Correspondente em Salvador, o jornalista Ivan Santana afirma que a sua participação no Viva Favela aumentou o reconhecimento do seu trabalho. “Em minha comunidade, passei a ser visto com mais credibilidade a partir do momento em que nossas produções ultrapassaram as barreiras da Bahia e se projetaram para outros Estados. Colaborou Tatiana Vieira *Publicado na revista do Brasil, número 49

Correspondentes

comunitários Para se tornar um correspondente co­munitário do Viva Favela, cadastrese e participe dos Fóruns de Sugestões de Pauta, quando é possível­saber o que cada correspondente pretende produzir e também estabelecer formas de parceria e colaboração de diversos correspondentes em torno de uma mesma pauta. Os Fóruns de Sugestões de Pauta também definem publicações especiais em torno de um tema. Como revistas virtuais, essas publicações contam com a coor­denação de algum jornalista convidado. “Toda revista tem um editor especial para estimulá-las. O primeiro editor convidado foi o Caco Barcellos. Imagina, um jovem comunicador recebendo dicas e elogios de um profissional consagrado como ele?” – diz Rodrigo.

walter mesquita/viva favela

Viva Favela: site criado em 2001 mostra a criatividade das periferias brasileiras

nas grandes favelas do Rio – Rocinha, Cidade de Deus, Maré e Complexo do Alemão. O resultado foi a criação do site www.vivafavela.com.br. Depois do lançamento do Viva Favela 2.0, em abril, o projeto já tinha uma rede de 334 correspondentes comunitários em todo o país e 30 mil novos acessos. Para o jornalista Rodrigo Nogueira, que foi editor de conteúdo por três anos, o site é uma ponte virtual entre o asfalto e a favela. “A meta é transformá-lo num modelo de jornalismo­ cidadão, feito de dentro das favelas e dialogando com o mundo” – diz. A homepage é dividida em quatro seções (textos, fotos, vídeos e áudios), e sua atualização é permanente. As notícias em destaque na página inicial são selecionadas com base no número de votos que receberam nos últimos dois dias.

Vale até usar rodinho como tripé de câmera


7 futebol

Vida abaixo de zero

Do presságio à realidade

O período mais conturbado da vida de Elano foi na Ucrânia. Diante de 15 graus negativos, ele, desmotivado, pensou em largar o futebol. Á beira da depressão, sentia-se um ex-atleta. Mas, em 2006, na primeira lista do técnico Dunga, seu nome estava lá. Então, olhou-se no espelho e se sentiu envergonhado. Não podia desistir. Casado com Alexandra, sua primeira namorada, Elano tem duas filhas: Maria Teresa, de 4 anos e Maria Clara, de um ano. No natal, quando passa férias na cidade, o casal faz a alegria de pelo menos 4 mil crianças. Todas ganham presentes. “Não há nada como o sorriso de uma criança” – diz o craque.

Elano, o moleque que virou um senhor jogador de futebol

paula selin

Elano na seleção brasileira: o pai dele já sabia que o garoto tinha nascido pra isso

Dona Maria, mãe do craque

No dia 14 de junho de 1981, assim que a esposa Maria Blumer trouxe à luz um moleque, o pai Geraldo Blumer exclamou: “Pronto, nasceu o meu jogador de futebol”. O casal de cortadores de cana de Iracemápolis, que já eram pais das meninas Erica Blumer e Ellen Mayara Blumer,

levou adiante a premonição. Não havia festa familiar – natal, dia das crianças, aniversário, – que o garoto batizado Elano não ganhasse uma bola ou uma chuteira de presente. O pressentimento dos pais virou o sonho do filho, que passou a infância disputando peladas na rua, narrando as jogadas que fazia nos campinhos da Usina São João e brilhando na única quadra de futebol de salão do bairro, onde se destacava entre os amigos. “Ele só entrava em casa para comer” – lembra a mãe. Aos 12 anos, quando jogava no time júnior do Internacional de Limeira, Elano percebeu que tinha de tocar a bola numa cidade maior. Mas, como, se para ir e voltar, ele tinha de usar oito conduções

para jogar no Guarani de Campinas? Resolveu, sozinho, ir morar no alojamento do clube. Deu no que deu: de volta ao Inter, foi artilheiro da equipe de aspirantes no Paulistão. Em 2000, ele estava no Santos, onde atuou ao lado de Diego e Robinho. Bicampeão brasileiro (2002 e 2004), jogou 209 partidas e fez 52 gols. Daí, foi para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia; Manchester City, da Inglaterra; e, atualmente, joga no Galatasaray, da Turquia. Destaque na seleção brasileira, Elano vinha disputando uma bela Copa do Mundo este ano, na África do Sul: dava passes, fazia gols, até que foi caçado pelo jogador Tioté, da Costa do Marfim. Acabou. Sem ele, o Brasil deu adeus à copa.

paula selin

Elano’s, o único hotel da cidade

Pensando no futuro, Elano diversifica os investimentos. Em Iracemápolis, por exemplo, ele é dono do pequeno mas acolhedor Elano's Hotel – um predinho de dois andares, com 13 apartamentos com ar-condicionado e jeitão de hospedaria de cidade pequena. Sempre que está na cidade, a cozinha do hotel fica sob o comando da mãe, dona Maria, de 48 anos. Já o pai Geraldo, 53 anos, que convenceu o filho a apostar no negócio, prefere ficar na gerência.

Iracemápolis

paula selin

FIFA via Getty Images

Hotel caipira

A Igreja da Matriz de Iracemápolis é de 1892

Distante 170 km de São Paulo, espremida entre Limeira e Piracicaba, a principal renda do município de 19 mil habitantes vem da usina de cana-de-açúcar Iracema, uma das mais modernas do Brasil. A cidade ocupa o 38° posto no Índice de Desenvolvimento Humano do Estado (IDH).


8 uma imagem

espaço do leitor As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP: 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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Copa Bancária de Futsal de Limeira: a equipe do Bradesco festeja o título

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Horizontal - 1. Cachoeiras 2. Inócua 3. O santo conhecido como ‘Bom Ladrão’; Sufixo da 2ª conjugação verbal 4. Gostar muito; A menor quantidade de uma substância elementar 5. Sofrimento; Vestígio petrificado 6. Lavre; Um Volks cupê 7. Tomei conhecimento; Argola; Abreviatura de sargento, em inglês 8. Facção rival do Comando Vermelho; Reles; Nome de série americana de televisão 9. Segmento de uma curva; Mãe d’água 10. Observatório do Recife (abrev.); Feixe de luz 11. Observam; Depósito de pólvora Vertical - 1. Fortaleza defensiva 2. Alma, espírito; Tempo de vida 3. Oxalá; Designa cólera 4. Associação Farmacêutica de Araraquara; Símbolo do rádio 5. Quadrúpede usado na alimentação humana; ardor 6. Alcoólicos & Neuróticos; Combinação da preposição a com o artigo o; Certo cumprimento; Escola Politécnica 7. Mosca africana; Áspera (ant.) 8. Formosos; Agência de Tecnologia da Informação 9. Iniciais de São Vicente; O que é impossível explicar 10. Roca; Cálice usado por Jesus na Última Ceia


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