Jornal Brasil Atual - Limeira 05

Page 1

www.redebrasilatual.com.br

Distrib

limeira

Jornal Regional de Limeira

Gratuuiição ta

nº 5

Abril de 2011

intransitáveis

merenda escolar

A refeição terceirizada O que há por detrás da privatização e como ela prejudica as crianças de dar dó As estrada rurais estão à beira de um colapso. Culpa do governo

Pág. 2

projeto social

império júnior O metalúrgico que muda a história do Jardim Novo Horizonte

Pág. 3

futebol carnaval

limeira faz a festa na rua Desfiles de blocos e escolas de samba mostram que a praça é do povo Pág. 6

corujão As histórias de seu Oscar, o pai de Roberto Carlos

Pág. 7


2 Estradas rurais

Intransitáveis e intransponíveis

editorial As páginas centrais deste Brasil Atual esclarecem, de uma vez por todas, como se urdiu o movimento que passou para a iniciativa privada as refeições escolares de Limeira. Com argumentos pífios – do tipo a cozinha não é apropriada – e ameaças claras - a culpa vai cair no Conselho de Alimentação Escolar (CAE) –, a Prefeitura lavou as mãos de uma responsabilidade que era sua e quem está pagando o pato por isso são os alunos. A qualidade da merenda piorou demais. Talvez esse afã da Prefeitura explique o por quê da triste novela da CPI da Merenda Escolar chegar ao fim com a absolvição sumária de todos os envolvidos. Só faltou que ela pedisse desculpas formais aos acusados! Felizmente o povo de Limeira, às vezes leva a pancada, fica atordoado, mas reage. Foi assim no episódio do carnaval. Quando a Prefeitura pensou que tinha acabado com a festa, ela voltou às ruas com seus blocos e suas escolas de samba: uma zorra total. E foi assim, também, com o Sindicato dos Bancários da cidade, que jamais abdicou da luta até emplacar uma lei inédita no estado contra o assédio moral. Só um banco – o BMB, o Banco da Maior Baixaria –, não assinou o acordo. Boa leitura!

vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual. com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

As estradas estão num estado de dar dó: muitas continuam intransitáveis, algumas intransponíveis. As pontes estão caindo. Uma delas, a estrada que liga Pires de Baixo a Pires de Cima está interditada aos veículos: lá só passam pedestres e animais. Segundo o sitiante Rogério Schnoor, 38 anos, que mora no bairro Pires do Meio, está cada vez mais difícil a vida no sítio. “O prefeito não tem interesse em arrumar as estradas e consertar as pontes. O escoamento dos

dalva radeschi

Situação das rodovias vicinais do município só piorou

Flagrante numa vicinal

produtos fica mais caro, pois tem que dar muita volta para chegar na pista ou na cidade” – diz ele. Segundo uma moradora da região de Pires de Baixo, que não quis se identificar, a pista está um caos e os ônibus escolares não conseguem chegar até onde estão as crianças. “Ele vai até a ponte, que está interditada, pega parte das crianças, que são obrigadas a percorrer a pé a estrada precária, e depois dá a volta e pega a molecada do outro lado da margem do riacho” – relata.

SP-151

O perigo continua Nada foi feito na Limeira-Iracemápolis Apesar dos protestos da população do bairro Nossa Senhora das Dores e dos alunos do Instituto Superior de Ciências Aplicadas, ISCA Faculdades, a rodovia vicinal Dr. João Men-

des da Silva Júnior – SP-151, Limeira-Iracemápolis –, onde a repórter Dalva Radeschi, do jornal Brasil Atual, foi atropelada em agosto passado por uma moto, continua com os mesmo problemas: não há si-

nalização nem iluminação e não foi construída uma rotatória nem uma passarela. Os riscos de atropelamentos e mortes continuam. Esperase que o governador Geraldo Alckmin tome providências.

ecologia

Um péssimo cartão de visita Empresa porca desrespeita o meio ambiente A Blocos e Lajes Bahia nem se instalou em Limeira e já mostra que não está nem aí com o meio ambiente: ela corta irregularmente árvores, assoreia o riacho vizinho, utiliza uma nascente límpida para captar água e despeja no córrego os resíduos

da construção. Tudo numa Área de Proteção Permanente (APP). Em março, o Movimento Sem Terra protestou na frente da empresa. Segundo Clarice do Santos, 53 anos, do MST, “mesmo depois do protesto, a empresa continuou o trabalho

sujo, abrindo buracos, dando a entender que sua intenção é cercar totalmente o córrego”. Procurado pelo Brasil Atual, o secretário do Meio Ambiente, Domingos Furgione, alegou estar com problemas de saúde, e não nos atendeu.

Expediente Rede Brasil Atual – Limeira Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Editor João de Barros Redação Ana Lucia Ramos, Dalva Radeschi, Ivanice Santos, Leonardo Brito (estagiário) e William da Silva Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (19) 9708-0104 / (11) 3241-0008 Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita


3 Projeto Social

Império Júnior, uma sacada que envolve 130 crianças

Ricardo e os meninos: um treino de vida

mas não reclama. “Cada vez chegam mais crianças” – diz. Diante disso, o jeito foi se achegar de parceiros. A Associação de Moradores do Jardim Novo Horizonte, por intermédio do diretor de esportes, Expedito Antônio Artur, 53 anos, doou um jogo de uniforme e agora batalha na

Prefeitura pelo campo de treino dos garotos, que está quase abandonado, com mato alto, sem alambrado. “Quando chove, não há como treinar devido ao barro” – diz ele. Outro parceiro, no grupo há seis meses, é Sílvio Marcolin Vieira, 33 anos, pai de dois filhos. Sílvio conheceu o

Assédio Moral

Falta pouco

Princípio é o de respeito à diversidade empresas. O acordo valoriza os empregados e os conscientiza da necessidade de construção de um ambiente de trabalho saudá-

254 casas serão entregues em maio

vel, promovendo valores éticos. É o primeiro do gênero assinado no Brasil e fruto da luta do Sindicato dos Bancários de Limeira.

Que vergonha, BMB!

Silvânia vive um momento de espera aflita

dalva radeschi

No dia 29 de março, o gerente administrativo do Banco Mercantil do Brasil (BMB), de nome Marcelo, queria obrigar a bancária T.P. a fazer uma faxina na agência do Centro, já que a funcionária da limpeza havia faltado. T.P. se negou, por não fazer parte do contrato de trabalho. Marcelo, então, aos gritos, mandou a funcionária embora da agência.

BMB: Banco da Maior Baixaria

O Sindicato dos Bancários recebeu a denúncia e organizou um protesto na porta do BMB, único

jogos. Entre os meninos, há o compromisso de não circular nas ruas até altas horas. “As dificuldades são muitas” – diz Ricardinho. “Faltam uniformes, coletes coloridos para dividir os times, bolas, o campo de treino é precário. Além disso, falta um projeto específico para as meninas. Há casos, como o de Tamires, “uma excelente atleta, mas o preconceito ainda é grande e em alguns eventos ela é impedida de participar” – conta. Porém, para o Campeonato Municipal de 2011, que começa em abril, a participação de Tamires no sub-11 está garantida no time Império FC, que disputará também na categoria sub-8.

Minha Casa Minha Vida

Bancários assinam acordo inédito O assédio moral é uma forma utilizada por muitos chefes e patrões para fazer pressão na busca de aumentar o lucro das

projeto pelo filho, num jogo, e se encantou. “Enquanto os adversários entram em campo com uniforme completo, os meninos do projeto entram com uma camisa branca com detalhe verde, com o calção e o meião que trazem de casa, um de cada cor” – diz Sílvio. Hoje, ele é responsável pelo sub-11 e categorias menores; Ricardo fica com os maiores. Sílvio também procurou, por exemplo, seu Aparecido, que não entende nada de futebol, mas contribuiu com um segundo jogo de uniforme. Ricardinho e Sílvio acompanham o desempenho das crianças na escola. Quem não vai bem nas notas e no comportamento, não participa dos

dalva radeschi

Há um ano e meio, o metalúrgico Ricardo Antônio Nogueira, 32 anos, sentiu a necessidade de dar às crianças do bairro em que vive uma atividade para que elas não ficassem nas ruas. Nascia assim o projeto Império Júnior, no Jardim Novo Horizonte, que conta hoje com quase 130 crianças, de até 17 anos, entre as quais seis meninas. Para tocar o plano, Ricardo dividiu sua “tropa” em categorias e passou a treiná-las: às quartas-feiras treina a molecada do sub-8 ao sub-13, os demais treinam às quintas-feiras, depois das 17 h. Aos sábados, todos treinam pela manhã, quando não há jogo. Ricardinho, como é tratado pela molecada, trabalha muito tempo sozinho no projeto,

dalva radeschi

O que faz um metalúrgico do Jardim Novo Horizonte para tirar a molecada da rua

banco que não assinou o Acordo Coletivo de Prevenção ao Conflito em Ambiente de Trabalho.

Estão em fase de acabamento as 254 casas do Residencial Alto dos Laranjais, projeto “Minha Casa Minha Vida”, do Governo Federal, orçadas em R$ 23,3 milhões. Para Silvânia Lúcio da Silva, uma das contempladas do pro-

jeto, o momento é de uma “espera aflita”: “Estou muito ansiosa para receber minha casa. Passo pelo menos duas vezes por mês para acompanhar as obras, mas, se pudesse, iria todos os dias. Não vejo a hora de me mudar” – diz, risonha.


4 Merenda escolar

A privatização das refeições escolares Os bastidores de um segredo, contados por dois personagens que viveram o episódio

dalva radeschi

Na Escola Maria Aparecida Moore

Valéria, coordenadora

Com a palavra, Valéria Pires Silva, 46 anos, coordenadora da Escola Maria Aparecida de Luca Moore, do Jardim Aeroporto, membro do CAE na época da terceirização da merenda. A Secretaria de Educação dizia que a cozinha não era apropriada, que não havia ambiente correto para preparar a

alimentação. Mas, com a terceirização, passou-se a usar o mesmo espaço. Contrataram merendeiras, pessoas comuns, que sequer acertam o ponto do arroz. São pessoas desacostumadas a fazer comida para muita gente e, nas escolas, são distribuídas três mil refeições todos os dias. E, apesar de eles falarem que tudo é de primeira, os alimentos têm baixa qualidade: a carne, por exemplo, é puro sebo. Antes da terceirização, havia alimentação farta, não faltava comida. O serviço era self-service. Tentaram novos cardápios, mas não deu certo. Fizeram nugets para as crianças. Elas gostaram, queriam mais, mas elas não podem mais repetir. Na sobremesa, servem-se frutas – banana, maçã ou caqui – a

cada 15 dias. Nos centros infantis há mais frutas. Se observassem mais a escola, o bairro, as famílias, as crianças, eles não mandariam a mesma quantidade de comida para todas as escolas! As crianças da periferia têm mais fome que as do centro, as necessidades são diferentes. Resultado: falta numa escola e sobra na outra. Mais: como o refeitório não comporta o grande número de crianças, a refeição é servida em duas etapas, e vai das 10 h às 15 h. A diretora é pessoa muito empenhada. Ela faz com que as crianças tenham aulas de informática, lousa eletrônica e dá assistência, inclusive para as famílias. Mas nas escolas que não têm essas qualidades, as crianças ficam quase sem assistência.

Privatizar é preciso? Antes da privatização da merenda escolar, o secretário de Educação, Antônio Montezano, convocou os diretores de escola e os pressionou a aprová-la. Disse que as verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) não seriam liberadas se a merenda escolar não fosse terceirizada. “E se não tiver dinheiro – alertou –, a população vai botar a culpa no prefeito, que não terá outra alternativa senão jogar a responsabilidade no CAE.” Diante disso, os diretores de escola concordaram com a terceirização, visando a facilidade na gestão, já que a merenda seria responsabilidade de uma empresa e não mais da escola.

O Conselho O Conselho de Administração Escolar (CAE) é formado por 14 membros – efetivos e suplentes –, que representam o Poder Executivo, o Conselho de Escola, a Associação de Pais de Alunos e a Sociedade Civil. Ele aprovou com ressalvas as contas do ano passado da secretaria da Educação.

A rede municipal Centros Infantis – 19

Escolas de Educação Infantil e Fundamental – 51 Centros de Educação Infantil e Fundamental – 7

Com a palavra, Edvaldo Mendes da Costa, 40 anos, diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado – Apeoesp – e presidente do CAE. Na Escola Carolina Arruda, as crianças quase não têm feijão. Servem macarrão com carne moída ou arroz com frango. Não tem salada – quando tem é só alface – nem legumes. Os alunos almoçam sentados no chão. Segundo alega a diretora, ‘um refeitório, com mesas e cadeiras, serviria apenas para os alunos digladiarem-se. Eles destruiriam o patrimônio, jogando os objetos

uns nos outros nas brigas que ocorrem no pátio’. Onde a direção da escola verifica a quantidade, a qualidade e a variedade dos produtos oferecidos, a merenda é melhor. Mas o suco artificial distribuído é insuficiente para as crianças – Limeira, o segundo produtor de laranjas do Brasil, não serve suco natural! Desde o ano 2000, uma lei municipal prevê a inclusão da fruta in natura ou de suco na merenda escolar. Mesmo assim, a Prefeitura assinou contrato com a Cooperativa de Citricultores de Engenheiro Coelho,

cidade a 24 km de Limeira, de R$ 928,9 mil. Outra questão é o cumprimento da lei que determina que pelo menos 30% da merenda escolar seja comprada da agricultura familiar, sem licitação. Até hoje, a Prefeitura de Limeira não cumpriu essa lei. Em 14 de março, foi empossado o Conselho de Alimentação Escolar – CAE. Na ocasião, o prefeito Sílvio Félix declarou que não queria mais a terceirização da merenda, que a responsabilidade pela continuidade ficaria com o Conselho. Porém, o contrato com a

dalva radeschi

Na Escola Carolina Arruda, no Parque Hipólito

Edvaldo, presidente do Conselho de Alimentação Escolar

Le Baron, de R$ 14,9 milhões, vale até dezembro deste ano. Por isso, a questão da terceirização será discutida este ano na Conferência Municipal de

Educação. Até lá, a Prefeitura deve se adequar à nova realidade, realizando concurso para recriar os cargos de merendeira e ajudante de cozinha.


5 cpi da Merenda escolar

“Terceirizar não é problema”

dalva radeschi

O secretário de Educação, Antônio Montezano, afirma que não tem problemas desde que terceirizou a merenda escolar e garante que a imprensa diz coisas sem apurar. “A imprensa fala muita bobagem, diz que gastamos R$ 6 milhões! E mesmo que fossem R$ 6 milhões, o serviço público era ruim. Com a empresa privada, serve-se arroz, feijão, carne e legumes. Reclamam que não sirvo fruta, mas, por R$ 1,60 cada refeição, não há como oferecer fruta todo dia. Na gestão anterior, havia sopa de fubá e arroz doce no almoço. Hoje servimos macarrão com legumes e uma verdura, melhorou ou não?” – compara Montezano. “Mais: quando a nutricionista fala que a criança tem de comer fígado, coloca-se fígado

O secretário Montezano

no cardápio. E no dia em que foi servido fígado na merenda, deu a maior confusão porque funcionário não come fígado. As crianças, na base do aviãozinho, abrem a boca e pronto” – conta. Montezano prefere privatizar o serviço da merenda para garantir que professoras e diretoras só se preocupem com a

educação das crianças. “Sou a favor da terceirização da merenda e da faxina, sim. Seja lá qual empresa for. Quando a merenda não era privatizada, os funcionários reclamavam de dores e não trabalhavam, pois tinham benefícios de doze faltas abonadas por ano. Era uma regalia imerecida” – diz o secretário. Sobre a relação que possui com as empresas privadas, ele responde: “É profissional, elas prestam serviço, eu pago. Não favoreço nenhuma empresa de alimentação. A Le Baron – que cuida da merenda das escolas, substituindo a SP Alimentação – quer ganhar dinheiro, ela não faz obra de caridade. O problema é se eu pagar um preço justo e ela não executar bem o serviço” – finaliza.

dalva radeschi

“A qualidade da merenda piorou”

A diretora Elci Peixoto

A diretora Elci Peixoto Santos, da Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Cassiana

Maria Soares Lenci, analisa a terceirização da merenda de duas formas: a mão-de-obra e a qualidade. “Antes eu tinha auxiliares gerais que eram merendeiras, cargo extinto nas escolas. Hoje não interferimos no trabalho da merenda. Se alguém falta, a empresa põe outra pessoa no lugar. Isso melhorou” – explica Elci. Porém, a qualidade da merenda piorou. “Na carne moída que eles enviam, está escrito que é patinho. Mas a gente perce-

be que é carne de qualidade inferior. Além disso, muitas crianças não comem peixe nem fígado. Então, no dia em que são servidas essas misturas, elas só comem arroz, feijão e salada” – conta Elci. Segundo o secretário, o cardápio nas escolas é padronizado e, diariamente, um cartaz é afixado informando o que a criança vai comer. Mas na porta dessa escola, no bairro CECAP, não havia o cartaz.

Prazo vencido? “Funcionárias da empresa Le Baron, ouvidas pelo jornal Brasil Atual, denunciam que os alimentos enviados às escolas seguem um ritual inade-

quado: a escola recebe uma remessa de alimentos perecíveis na segunda-feira que deveria durar até sexta-feira, porém, na quinta-feira, alguns deles já

estão estragados. “Houve uma semana na qual os pepinos foram para o lixo, pois estavam podres, murchos e sem condições de esperar até sexta-feira.

Triste novela A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Merenda Escolar, que apura as denúncias de irregularidades no contrato entre a Prefeitura de Limeira e a SP Alimentação, está chegando ao fim. E apenas Eloízo Durães, dono da SP Alimentação, que ficou calado durante o interrogatório da CPI, graças a um habeas corpus, está enrolado: as investigações do Ministério Público abrangem 70 cidades onde sua empresa atuou; Limeira é só a ponta do problema.

Acusados sob defesa A CPI constatou que não houve irregularidades nem superfaturamento na licitação. No depoimento à CPI, o sócio da SP Alimentação, Genivaldo Marques dos Santos, desmentiu que o prefeito Silvio Félix tenha ficado com propina. “Nas outras cidades – não disse quais –, Genivaldo mesmo fazia o contato e pagava a propina aos prefeitos, mas em Limeira ele ouviu falar que a propina ia para agentes públicos. Assim, não existem provas materiais contra o prefeito” – argumenta o presidente da CPI, Silvio Brito. Já no caso do vereador César Cortez (PV), Genivaldo confirmou o que dissera ao Ministério Público. “A prova material são as quase 80 ligações feitas do seu celular para o de Genivaldo. Pedimos a quebra do sigilo telefônico à TIM e caso ela não nos forneça, pediremos em juízo” – diz Silvio Brito. Por seu lado, César Cortez afirma que “apenas duas das 80 ligações foram completadas, as demais caíram na caixa postal”. O Ministério Público, que já teve acesso

ao sigilo telefônico, confirma a versão. Sobre o apartamento de R$ 150 mil, comprado em Campinas, com o suposto dinheiro de propina, o vereador apresentou as declarações de imposto de renda para comprovar que o apê foi adquirido com grana própria. “As declarações comprovam que a União recolheu R$ 650 mil em imposto até 2010. Fica claro que ele tinha renda para comprar o imóvel” – absolve-o Silvio. Outro acusado de receber propina foi o ex-vereador Carlos Gomes Ferraresi, cujo nome aparecia na planilha de pagamento da comissão fiscalizadora. “Ele entrou de gaiato na história” – argumenta Silvio.

Silvio Brito, presidente da CPI

dalva radeschi

Merenda escolar


6 Carnaval

A volta triunfal da maior festa popular brasileira Dois anos se passaram desde o último desfile de blocos e escolas de samba em Limeira

Fantasias, alegorias e animação: o povo de Limeira samba nas ruas da cidade

fase, que a população curte a ideia. Novos blocos e escolas de samba se formaram e planejam agora ações para o ano todo, com o intuito de melhorar o carnaval. Saíram às ruas este ano os blocos Miss e Mister Limeira, Corporação Arthur Giambelli, Mascarones, Bonecos de Olin-

da, Populares, Frevo, Diversidade, Ás de Ouro, Anime, Amigos do Dito e as Escolas de Samba Fúria Abilião, Fundo Social de Solidariedade e Lobo de Prata. O carnaval 2011 mostrou que a sociedade organizada, com poucos recursos mas muita criatividade e humor, faz uma festa animada e colorida.

tititi

Música

Viola de Todos os Cantos Cidade será sede de uma das eliminatórias do festival da boa música de raiz. Este será o sétimo ano consecutivo que Limeira receberá o evento, com apoio da Secretaria da Cultura do município. De 7 de maio a 15 de julho, o festival percorrerá ainda as cidades de Araraquara, São

O público e a premiação do festival: festa bonita

divulgação

Realizado pela EPTV, em parceria com a Pauta Música e Eventos, o festival Viola de Todos os Cantos reúne, desde 2003, artistas de todos os cantos do país para manter viva a tradição das modas de viola e apresentar a magia e o encanto

Diversidade: blocos e escolas agitam Limeira

Carlos, Varginha, Sertãozinho e Poços de Caldas, onde ocorre a etapa final. Limeira vai receber a segunda eliminatória, dia 21 de maio. Até o dia 31 de março, compositores, violeiros e intérpretes puderam se inscrever no festival pelo site www.eptv. com/viola. A divulgação das músicas classificadas será no dia 16 de abril. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone da EPTV Campinas – (19) 3776-6435.

Amor novo, vida nova Nívea Stelmann, a nova paixão de Elano

divulgação

Em 2009, sem nenhuma explicação da Prefeitura, de repente o carnaval de rua de Limeira terminou. A folia se foi. Acabou-se a cultura da festa de rua. A população perdeu o espaço de brincadeiras, de novas amizades, de novas histórias. Mas 2011 mostrou que a cidade recomeça uma nova

sexuais, que provocaram discussão sobre os preconceitos contra negros, índios, deficientes físicos, além da terceira idade, que também sofre pela falta de respeito e cuidados. A escola de samba do Fundo Social de Solidariedade, também trouxe animação e cores, com passistas, baianas, porta bandeira e a bateria mista, na qual idosos tocavam o tamborim.

O bloco da Diversidade, organizado pela ONG Centro de Apoio à Diversidade (CAD), com o tema Fim de Vários Preconceitos, veio disposto a quebrar vários tabus. Com as cores do arco-íris, plumas e paetês, ele levantou a plateia com sua performance. Contou com 100 integrantes LGBT – lésbicas, gays, bissexuais e transexuais – e heteros-

dalva radeschi

dalva radeschi

Uma zorra total

O casal: juntíssimo

Elano Ralph Blumer, jogador do Santos Futebol Clube, está namorando a atriz global Nívea Stelmann. Eles trocaram beijos e carinhos durante um show do grupo Exaltasamba em Santos. Em seu perfil no

Twitter, a atriz deu dicas da intimidade do casal, no jogo do Santos contra o Cerro Porteño, dia 2 de março: “Gooooool Elano – escreveu ela”. O filho de Nívea, Miguel, 6 anos, já havia revelado que a mãe namorava Elano, mas ela disse que era brincadeira dele. Depois, admitiu: “Miguelito sempre está certo”. Mas foi na festa de lançamento da novela “Morde e Assopra” que Nívea se derreteu: “Ele é tudo de bom, estamos muito bem”.


7 futebol

Oscar, o paizão coruja do craque Roberto Carlos

dalva radeschi

O pai de Roberto Carlos, um baiano criado em Garça: orgulho do filho

lho para Araras, em 1986. “Não tinha como acompanhá-lo, tinha o compromisso do sustento da casa.” Para a mãe, Vera Lúcia da Silva, viver longe do

filho sempre foi difícil. “Hoje estou mais acostumada, vejo os jogos dele na televisão, é como se morassem juntos” – disse ela, pouco antes de o filho de-

Curiosidades

Na Rússia: traje típico...

em 2004, Roberto Carlos recebeu a cidadania espanhola, mas manteve a brasileira. Na época, ele foi apontado por Pelé como um dos 125 maiores jogadores de futebol vivos. Em 2007, o jogador decidiu ter novas experiências e se transferiu para o Fenerbahçe, da Turquia, onde colaborou para que a equipe chegasse às quartas de final Champions

Roberto Carlos é conhecido pelo chute forte e pela rapidez. Em testes realizados em 2006, o lateral fez 100 m em 10s9 e ganhou o status de jogador mais rápido do elenco do Real Madrid.

League da UEFA, fato inédito num clube turco. Em 2009, Roberto Carlos voltou ao Brasil, ao Corinthians, e foi recepcionado por 6.000 torcedores. Mas um fracasso do time na Copa Libertadores, em 2011, levou-o de volta ao Exterior: Roberto Carlos está agora no Anzhi, time da cidade de Makhachkala, na República (separatista) do Daguestão, no sul da Rússia.

Em 1997, foi o segundo colocado no prêmio de melhor jogador do mundo da FIFA, perdendo para seu compatriota Ronaldo. Roberto Carlos tem mais de 120 jogos pela Seleção Brasileira. Jogou três Copas do Mundo. Com ele, o Brasil foi vice-campeão mundial em 1998, na França; campeão mundial em 2002, no Japão; e, desclassificado nas quartas de final em 2006, na Alemanha.

panoramio

divulgação

Da roça à Rússia Roberto Carlos nasceu na roça e lá viveu até os sete anos. Como toda criança, gostava de bola. Os pais viram potencial no menino e foi com muita luta que, aos treze anos, ele foi para Araras, onde começou a se destacar no União São João. Na época, ele se dividia entre o trabalho – numa tecelagem – e o time. Lá, ele foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira Sub-20. Roberto Carlos então foi comprado pelo Palmeiras, em 1993, e sagrou-se campeão brasileiro. Depois, seguiu para o futebol europeu. Atuou na Internazionale de Milão e no Real Madrid, da Espanha, onde ficou onze anos, conquistando prestígio mundial –

cidir ir para a Rússia, no início deste ano, depois de ser ameaçado de agressão por torcedores corintianos inconformados com a desclassificação do time

da Copa Libertadores diante do Tolima, da Colômbia. Roberto vem sempre a Cordeirópolis visitar os pais. Caseiro, não costuma sair pela cidade, a não ser por um grande motivo, como assistir ao show de Milionário e José Rico. Seu Oscar ainda hoje bate uma bolinha. Em jogos beneficentes em Cordeirópolis e Iracemápolis, ele é convidado para atuar ao lado de grandes ídolos do futebol, para ele uma emoção muito grande. Pai orgulhoso, tem para o filho só elogios, e espera que Roberto Carlos continue humilde e ainda jogue por muito tempo, e seja feliz.

... para enfrentar a neve

Roberto Carlos na seleção: mais de 120 jogos

divulgação

Oscar Pereira da Silva, pai de Roberto Carlos e de quatro filhas, é um baiano de vida simples, criado na roça da região de Garça, onde carpiu muito café. Desde 1981, seu Oscar mora em Cordeirópolis, onde trabalhou de ajudante geral na Bignoto, indústria de urnas mortuárias, e depois foi caminhoneiro até se aposentar. Hoje, além de ajudar a administrar os bens de Roberto Carlos, ele não deixou de ser motorista. Há nove anos ele é condutor escolar, sua grande paixão. O seu Oscar lembra que o momento duro da separação ocorreu justamente na ida do fi-

marcelo ferrelli/gazeta press

Ele continua motorista de perua escolar em Cordeirópolis. Por puro passatempo


8 foto síntese foto síntese – Rua – caverna Quadrosdo Sobrinho diabo

palavras cruzadas 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1 2 3 4 5

dalva radeschi

6 7 8 9

sudoku

1

9

5

2

3

11

2 8

6

9

3

8

4

12

6

Horizontal – 1. Relativo a panorama 2. Relativo a oráculo 3. Patente militar; Símbolo químico da prata 4. Facção criminosa do Rio de Janeiro (abrev.); Nome de ave semelhante a uma pomba pequena 5. Soube; 3,1416; Arquivo Nacional 6. Que tem dimensões avantajadas; Fundo Monetário Internacional 7. Alcoólicos Anônimos; Corpo vegetativo com células pouco diferenciadas, sem caule, raiz e folhas legítimas; A segunda vogal e a última letra do alfabeto 8. Dona da casa onde foi criado “Pelo Telefone”, samba de Donga e Mauro de Almeida; Partida 9. O mesmo que lhe; Que tem conhecimentos obtidos por leituras; Antigo Testamento 10. Adore; Bati asas 11. Mulher de idade madura cuja conduta é respeitável; Quatro, em algarismos romanos 12. Escola de Administração; Ação

3

5

1

7

6

4

1 7

O E A O M A O R I

I C R A O L A F M E I D A I I A T

O R G A N I Z A T I V O

Respostas

7

6

5

8

Palavras cruzadas

3

3

N O R A A C U L P I T A A D A E P A N D E T A L I A T A L I D E V O T R O N E A A

9

2

P A O R C A I L I G R A A C L E A M M A A

8

10

Vertical – 1. Chiqueiro; Sacerdote budista 2. Lavra; A virgem dos lábios de mel 3. Nariz; Estação de Tratamento de Esgotos 4. Situado no Ocidente; Símbolo do rádio 5. Rota, em espanhol; O caso de declinação que, em algumas línguas, exprime a relação de objeto indireto 6. Facção; Aumentativo de pelada 7. Indígena da Nova Zelândia; Organização dos Estados Americanos 8. Partir 9. Caminho de álamos; Magnetismo pessoal 10. Relativo à organização

9 6 5 4 2 3 7 8 1 2 3 1 9 7 8 4 6 5 8 7 4 1 6 5 9 2 3 7 1 2 8 5 9 6 3 4 3 5 8 6 4 2 1 9 7 6 4 9 7 3 1 2 5 8 5 2 7 3 1 6 8 4 9 1 9 6 5 8 4 3 7 2 4 8 3 2 9 7 5 1 6

Sudoku


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.