Jornal brasil atual catanduva 22

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Jornal Regional de Catanduva

Distrib

catanduva

www.redebrasilatual.com.br

jornal brasil atual

jorbrasilatual

Gratuuiição ta

nº 22

política

Março de 2014

protesto

pegando fogo Amarildo fala em grupo “saqueando a cidade”; prefeito quer cassar vereador

abusos Sindicatos organizam ato contra aumentos abusivos de tributos

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gênero

mulheres Deputada Beth Sahão defende maior presença feminina na política

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mídia segurança

Uma nova polícia para a democracia brasileira Sociedade debate mudanças no modelo autoritário, herdeiro da ditadura; PEC tramita no Senado Federal

balaio de gato

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Humorístico é o novo programa da Rádio Brasil Atual


Catanduva

2 protesto

Povo condena abusos de Vinholi

editorial Jornalistas são obrigados a ler, ouvir e assistir a quase todos os jornais. E tem cada coisa que dá muito nojo. Recentemente, Lula esteve na Itália para divulgar o Brasil entre empresários e governo. O ex-presidente deu uma entrevista para o jornal La Repubblica, que teve a manchete reproduzida pela Folha de S.Paulo: “Para nós, a defesa do emprego é mais importante que a inflação”. O Instituto Lula liberou o áudio da entrevista e mostrou que Lula disse que “é importante combater a inflação com o crescimento do emprego”. Coisas bem diferentes do que publicaram os jornais. A Folha deu uma nota de retratação pequena em página interna, sendo que a manchete errada saiu na primeira página. Fica aí o dito pelo não dito. O que o jornal paulista não falou é que essa tese é de um tucano de alta plumagem: Yoshiaki Nakano, ex-secretário de Finanças do governo paulista de Mário Covas. Trata-se de um terrorismo: um perde o emprego, outros veem a demissão, ficam com medo e param de comprar. Assim, para os economistas, isso seguraria o ritmo das vendas e a inflação. Já a revista Veja publicou uma reportagem sobre a vida dos presos do mensalão no presídio da Papuda e forjou a imagem de “boa vida” dos presidiários: Zé Dirceu teria montado uma biblioteca; Delúbio Soares estaria sempre a contar piadas e a rir; e eram vistos restos de lanches do McDonald’s. Mais grotesca é a acusação de que José Genoíno parou de tomar medicamentos para ir à prisão domiciliar. Algum leitor acredita mesmo que um cardíaco faria isso correndo o risco de morrer? É até capaz daquele seu amigo leitor da velha mídia repetir esses “equívocos”. Agora, o nosso leitor pode entender porque esses veículos dão mesmo nojo.

No dia 8 de março, sindicatos de Catanduva (Bancários, Alimentação, Movimentadores de Mercadorias, Metalúrgicos, Trabalhadores Rurais, Saúde, Professores, Aposentados) organizaram uma manifestação contra os aumentos na conta de água, na taxa do lixo e no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), na Praça da Matriz, por volta das 10 horas. O ato seguiu pela Rua Brasil e encerrou-se em frente à Prefeitura. Paulo Celso Soncini, morador do município, conta que a elevação de mais de 1.000% nos tributos o assustou e o fez ir até a casa do prefeito Geraldo Vinholi (PSDB), que anotou seu nome e telefone na promessa de entrar em contato para rever seu caso. “Estou na manifestação porque não tive as respostas prometidas. As promessas do prefeito são enganosas”, disse o cidadão caracterizado com um nariz de palhaço. Os vereadores Nilton Cândido (PTB), Cidimar Porto

divulgação

Sindicatos organizam movimento que repudia aumentos

(PMDB), Francisco de Souza, o “Careca” (SDD), e Amarildo Davoli (PT) também estiveram presentes no ato. A deputada estadual Beth Sahão (PT), que fazia uma homenagem às mulheres pela data internacional momentos antes do protesto, juntou-se ao movimento. Em frente à Prefeitura, a deputada disse à população que levará à Justiça o plano de governo de Vinholi, em que constam as promessas de campanha e pode ser comparado com a sua gestão, para ver o que não está sendo cumprido. Sahão ainda criticou os pronunciamentos do prefeito, que diz não ter aumentado o IPTU e a água: “Ou ele é cego,

ou está precisando de um psiquiatra”, declarou. O presidente do Sindicato dos Bancários, Paulo Franco, afirma que o aumento médio do IPTU foi de 400%. Durante a concentração do ato, ele chamou a população que estava munida de seus carnês dos anos de 2013 e 2014 para comparar a diferença de valores. “Havia pessoas que pagavam menos de R$ 300 e agora estão pagando mais de R$ 1.000”, revela. Recentemente, os bancários de Catanduva entraram com uma ação civil pública solicitando a revisão nos valores do IPTU. O processo está em trâmite na Justiça.

Expediente Rede Brasil Atual – Catanduva Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de Redação Paulo Salvador Secretário de Redação Enio Lourenço Redação Gabriel Vital e Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800 Tiragem: 12 mil exemplares Distribuição Gratuita


Catanduva

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política

Amarildo critica Vinholi, que pede sua investigação Vereador se diz perseguido, reclama do Executivo e afirma que “grupo está saqueando a cidade”

divulgação

O prefeito de Catanduva, Geraldo Vinholi (PSDB), solicitou à Promotoria e à Corregedoria Geral de Justiça, além da Mesa Diretora da Câmara Municipal, uma investigação da conduta do vereador Amarildo Davoli (PT), após ele proferir críticas à administração pública, no dia 18 de fevereiro, em seu discurso na tribuna. Davoli reiterou críticas

ao aumento da água (capa da edição 21 do Brasil Atual), do IPTU e da taxa de limpeza pública. Apoiado por munícipes que assistiam à sessão, a revolta do vereador era com as promessas de campanha de Vinholi, que não foram cumpridas. “Ele passou a afirmar que a água era a mais barata do noroeste paulista, falando em reajuste de 12%. Só se for na casa

dele, porque na minha não foi.” Nessa sessão, o petista não se furtou a criticar a imprensa local. “O jornal não pode ser uma imprensa marrom, deve ser um jornal transparente, que explique à população e que a deixe a par do que está acontecendo. Que não esconda as falcatruas do prefeito e do grupo de pessoas que está saqueando a cidade.”

Caso gera conflito entre Legislativo e Executivo Amarildo Davoli se diz perseguido e acredita que o pedido de investigação, a mando de Vinholi, tem a ver com o temor de que “a verdade seja dita”. Para o

ma da postura do Executivo em interferir em assuntos do Legislativo, que tem seu regimento interno. “O prefeito não pode pedir a abertura de um processo de cassação, uma

tou vendo falhas na administração. Se o prefeito estivesse mostrando serviço, podem ter certeza que eu seria o primeiro a elogiá-lo.” O vereador também recla-

petista, o tucano deveria se preocupar mais em trabalhar em prol da população. “Eu estou lá para fiscalizar e é o que estou fazendo. Se estou falando alguma coisa, é porque es-

vez que os membros do Executivo que se sentirem ofendidos devem recorrer à Justiça, não ao Legislativo. Isso é um vício de iniciativa” explica.

No dia 11 de março, o vereador Amarildo solicitou a substituição do vereador José Alfredo Luiz Jorge (PMDB) da presidência da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, por considerar que o parlamentar arrogou o cargo de forma arbitrária, visto que não houve eleição para a Comissão. Alfredo já deu declarações de que não seria difícil verificar o caso de Amarildo, e citou que

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Polêmicas esquentam o clima na Comissão de Ética

ele mesmo já foi ofendido, mas desconsiderou. “Os vereadores não podem falar de maneira inconsequente e leviana”, afirmou.

Apoiado no 4º parágrafo do artigo 38 do Regimento Interno da Câmara, o petista justifica a substituição do peemedebista. “Os membros dessa Comissão deverão, sob pena de imediato desligamento e substituição, observar a discrição e o sigilo inerentes à natureza de suas funções.” “A minha substituição da presidência da Comissão de Ética é absolutamente impró-

pria, descabida e inócua, já que a solicitação está sendo feita somente agora. Por que esta medida não foi solicitada anteriormente?”, indaga Alfredo, que lembra ter assumido o cargo a partir de um acordo com os outros membros da Câmara. O presidente da Comissão de Ética, no entanto, acredita que não há razão para cassação do parlamentar e se diz moderado para qualquer apreciação que

No dia 11 de março, o Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual Amarildo é filiado, divulgou nota de apoio ao vereador, repudiando o prefeito Geraldo Vinholi: “É incapaz de

conviver com a democracia e a pluralidade de ideias”, diz. O texto ainda considera que a medida tomada pelo tucano é “autoritária e descabida, visando calar as vozes que lhe fazem oposição”. A nota

divulgação

Apoio do Partido dos Trabalhadores também faz menções ao período da última ditadura civil-militar (1964-1985) e compara Vinholi aos ditadores do passado, que pisoteavam a soberania do Poder Legislativo.

venha a existir. “Sou equilibrado e cônscio da minha responsabilidade. Sempre agi com lealdade, ética e competência nos meus 44 anos de profissão, sempre equidistante dos extremos. Nunca haverá radicalismo em meus atos, porque, como filho de combatente de 1932, sempre fui democrático e completamente oposto àqueles que se intitulam donos da verdade.”

Prefeitura

A reportagem do Brasil Atual procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Catanduva, para que o prefeito Geraldo Vinholi pudesse esclarecer o caso, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.


Catanduva

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Qual é o futuro das polícias brasileiras? Sociedade debate mudanças no paradigma autoritário que está em xeque

Fotógrafos ativistas

“Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar.” Desde as jornadas de junho, quando jovens (majoritariamente) saíram às ruas de todo o Brasil para barrar o reajuste das tarifas do transporte público e foram duramente reprimidos pela Polícia Militar, é comum ouvir essa palavra de ordem nas manifestações, tangenciando as pautas originais. Em São Paulo, no primeiro grande ato de rua do ano (com aproximadamente 4.000 pes-

Por Enio Lourenço

soas) – que contestava a realização da Copa do Mundo no Brasil diante da remoção de comunidades nas redondezas dos estádios, da morte de operários e do poderio da FIFA no país –, o estoquista Fabrício Proteus Nunes, de 22 anos, foi alvejado no tórax e na virilha pelas balas de três policiais enquanto tentava fugir da manifestação novamente reprimida pela PM, após caos generalizado no Centro da capital paulista.

A redemocratização do país assegurou as liberdades democráticas, o restabelecimento dos partidos políticos, o direito à livre organização sindical, entre outras garantias. Porém, trouxe consigo uma polícia carregada de métodos autoritários, que se utiliza dos mesmos expedientes repressivos da ditadura civil-militar: chacinas, desaparecimento de pessoas, truculência, em suma, observa e trata o cidadão como um potencial inimigo.

A tensão e a revolta com a Polícia Militar não são exclusividade dos manifestantes de junho. Os movimentos sociais sempre denunciaram as ações irregulares da PM contra os trabalhadores e estudantes, com especial atenção às periferias dos grandes centros urbanos. Para o dirigente da Central dos Movimentos Populares (CMP), Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, o tratamento dado pela polícia aos movimentos sociais e aos pobres sempre foi coerente com o tratamento dado pelo Estado: “com violência”. “A PM não protege a sociedade, ela persegue as pessoas, ameaça, reprime”, explica. Muitas vezes o militante foi perseguido devido a suas atividades políticas. Além das ameaças de morte, Gegê chegou a ser preso em 2004, quando o Estado lhe imputou um homicídio em uma ocupação disputada por traficantes e trabalhadores

Há um acirramento de posições dentro das Polícias Militares quanto à desmilitarização da instituição. Segundo o tenente Cesário – que comanda 400 policiais no batalhão de área da região central de São Paulo – não existe consenso entre os praças (soldados e militares de baixa patente), que em sua maioria defendem internamente a desmilitarização, e o oficialato da PM paulista, contrário à proposta – tal divisão é própria do militarismo. “Eu perguntei para os homens que eu comando e vi que aproximadamente 70% são a favor da desmilitarização. A carreira única seria positiva para a sociedade. Seria muito melhor que o policial que chegasse a comandar a instituição tivesse passado por todas as posições. Sou favorável à unificação das Polícias (Civil e Militar), porque existe até um terrorismo interno na cultura militar.

sem-teto no Centro de São Paulo (em 2011, após quase oito anos de cárcere à espera de julgamento, Gegê foi inocentado por falta de provas). “Quando a laranja tá podre, não tem mais jeito. Não é uma aula de Direitos Humanos que vai mudar a PM. Para o policial, a farda é sinônimo de poder, não é apenas para ganhar o pão. Os caras assaltam e matam. O governador diz uma coisa e eles fazem outra”, conta Gegê, pouco crédulo em uma reforma das polícias: “Pode até amenizar [a violência policial] por um período, mas nos momentos críticos ela vai voltar às mesmas práticas de sempre”.

AAMEEP

Divergências internas nas PMs

enio lourenço

Movimentos sociais

As posições diferentes daquelas centralizadas sofrem sanções administrativas, como transferências. Eu mesmo fiquei quase um ano trabalhando a 650 km da capital, sendo que a minha esposa trabalha na cidade, porque tive divergências com o alto comando”, explica o oficial. Já o vereador paulistano e ex-capitão das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) Roberval Conte Lopes se diz favorável à desmilitarização, mas não acredita nessa reforma. “Eu duvido que alguém tenha coragem de desmilitarizar a PM, porque é ela que é chamada para acabar com as inva-

sões dos alunos na Reitoria da USP, ou com as greves, como aquelas que o Lula fazia nos anos 70.” Para o policial reformado, contraditoriamente, a estrutura militar é a forma de manter a disciplina nos quartéis da polícia. “Se não for hierarquizada, qual é o policial que vai obedecer ao comando? Não funcionaria [a desmilitarização], porque se eles puderem decidir ninguém iria acordar cedo para fazer essas reintegrações. Os policiais têm que atender ao comando.” Conte Lopes ainda propõe a valorização da Rota (tropa de elite da PM paulista, conhecida por muitas execuções e pouco diálogo) como uma solução para a segurança pública. “É a única polícia em que eu confio no Brasil. E eu já falei para o governador que ele deveria ampliá-la e expandi-la para todo o Estado de São Paulo.”


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Ao final de 2013, entidades promoveram a aula pública “Que polícia queremos?”, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Lá, o pesquisador Renato Sérgio de Lima, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lembrou que uma polícia forte é uma polícia diferente de violenta. “No Brasil, a estrutura autoritária da polícia não é herdeira apenas da ditadura militar. Desde o período colonial, a polícia está a serviço do Estado e não da sociedade.” A estrutura e a morosidade do Poder Judiciário, assim como as legislações criminais

enio lourenço

A reforma da polícia (para além da desmilitarização)

arcaicas, também agravam as arbitrariedades das polícias, como se observa na grande quantidade de presos provisórios à espera de um julgamento. “Existe um padrão operacional anacrônico. Com

base na Lei de Acesso à Informação, percebe-se que a polícia mata muito e morre muito. O evento “morte” é esperado pelo policial”, complementa. Lima acentua a urgência de o Congresso Nacional ampliar

litar tem por atribuição fazer o patrulhamento ostensivo, enquanto a Polícia Civil cuida da investigação. No entanto, as duas instituições pouco dialogam e apresentam divergências entre si. Uma das consequências é a incapacidade de resolução dos crimes. “Mais do que desmilitarizar a polícia, é preciso refundá-la. Nós temos o ciclo incompleto. Já temos a polícia civil, que não é militar, e está longe de ser eficiente. Prova disso é que apenas 8% dos homicídios são esclarecidos por ela”, afirmou Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz.

esse debate de forma menos corporativa. “Nas manifestações de junho, adotou-se [os governos e as polícias] táticas do exército para reprimir a população. Esse sistema é falido. As evidências também estão nas mortes dos jovens negros nas periferias. Debater segurança pública não é algo exclusivo das polícias. O debate político é diferente do debate técnico. É preciso gerar uma nova doutrina.” A existência de duas polícias (militar e civil) em cada Estado proporciona uma falha no trabalho da segurança pública, já que a Polícia Mi-

Proposta de Emenda à Constituição Nº 51/2013 Está em trâmite no Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 51/2013, de autoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que prevê uma reforma profunda na segurança pública brasileira. A formação de polícias municipais, estaduais e federal

desmilitarizadas, de ciclo único (patrulhamento ostensivo e investigação); e a criação de ouvidorias externas e independentes são algumas das medidas. “Acreditamos oferecer uma solução de profunda reestruturação de nosso sistema de segurança pública, para a trans-

formação radical de nossas polícias. A partir da desmilitarização da Polícia Militar e da repactuação das responsabilidades federativas na área, bem como da garantia do ciclo policial completo e da exigência de carreira única por instituição policial, pretende-se criar condições para que a provisão

da segurança pública se dê de forma mais humanizada e mais isonômica em relação a todos os cidadãos, rompendo, assim, com o quadro dramático da segurança pública no País.”, justifica o documento. A PEC está na Comissão Temporária de Segurança, e vai seguir para a Comissão

de Constituição e Justiça do Senado. A expectativa da assessoria do senador Lindbergh é que a matéria vá ao plenário ainda neste ano. Caso seja aprovada, a União, os Estados e os Municípios têm até seis anos para fazer a readequação ao novo modelo.

O professor de Gestão de Políticas Públicas da USP Pablo Ortellado acredita que o contexto das manifestações contra a realização da Copa do Mundo é propício para dar início à transformação das polícias brasileiras. “Para esses protestos, não há mais demandas atendíveis, pois as remoções, a Lei da Copa e os estádios já foram feitos. Mas uma reforma da polícia pode mitigar o antagonismo crescente entre manifestantes e governos.”

Para o acadêmico – que enfatiza não ser especialista em segurança pública –, algumas providências podem ser tomadas imediatamente: acabar com os “autos de resistência”, expressão usada nos boletins de ocorrência após mortes ou lesões em decorrência da intervenção policial; a criação de corregedorias com o controle da sociedade civil; a regulamentação das armas menos letais (bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, spray de pimenta) por meio de um protocolo disci-

Bruno Terribas

Protestos contra a Copa podem impulsionar mudanças

plinar do governo federal, que oriente as polícias estaduais. “Não houve reação por parte da presidenta Dilma Rousseff (PT) ou dos governadores

Geraldo Alckmin (PSDB) e Sérgio Cabral (PMDB) a essa reivindicação, que aparecia como transversal em junho. Atendê-la sinalizaria boa von-

tade por parte dos governos, uma nova disposição em tratar os movimentos sociais e da periferia, que sempre denunciaram o genocídio dos jovens negros e pobres. Representaria o diálogo”, disse Ortellado. E complementa: “Mas isso também implicaria o governo arriscar seu único instrumento de garantia da ordem: uma polícia violenta e assassina”. Em 2014, uma reposta a esse imbróglio deve começar a ser esboçada.


Catanduva

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Faltam mulheres na política em nossa região “Participação feminina traz novo olhar para os debates do país”, diz deputada Beth Sahão Deputada Estadual Beth Sahão

divulgação

A vitória de Dilma Rousseff (PT) na eleição presidencial de 2010 – em uma disputa marcada também pelo bom desempenho de Marina Silva, com quase 20 milhões de votos no primeiro turno – foi vista, na época, como a ruptura definitiva do machismo na política brasileira. Muitos analistas supunham que a participação dos gêneros iria tornar-se mais equilibrada nos espaços de poder do país. Quatro anos após o triunfo

de Dilma, as disparidades entre os sexos na política brasileira permanecem gritantes. Em nossa região, verificou-se um retro-

cesso na participação feminina nas últimas eleições municipais. A Câmara Municipal de Catanduva, que possuía uma

A deputada na Alesp Em uma região marcada pelo predomínio dos homens na política, Catanduva apresenta a peculiaridade de possuir uma representante feminina na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp): Beth Sahão, do PT. Eleita pela primeira vez em 2002, ela foi a primeira mulher do Noroeste Paulista a assumir uma vaga no Legislativo estadual. A Casa conta com apenas 12

deputadas, em um total de 94 cadeiras disponíveis. Beth defende a ampliação da participação feminina na política, porém acredita que esse processo deve se dar para além da quantidade, prezando pela qualidade das eleitas. “Os agentes públicos têm de primar pela competência. Não adianta você chamar as mulheres para a política apenas para fazerem número. Tem de ser gente comprometida com um projeto para a cidade, o es-

representante do sexo feminino na última legislatura – Ana Paula Carnelossi (atual presidente do diretório municipal do PT) –, converteu-se em “Clube do Bolinha”. A composição atual do Legislativo tem a maior presença masculina dos últimos 12 anos. Entre 2001 e 2004, o Legislativo catanduvense teve a maior participação feminina, com duas vereadoras: Osânia Malachias e Mara Gabas.

Nas cidades da microrregião também houve redução significativa na quantidade de prefeitas. De 2009 a 2012, as mulheres governavam Catiguá, Tabapuã, Pindorama e Itajobi. Passadas as últimas eleições, os quatro municípios voltaram para as mãos dos homens. Agora, o jeito feminino de governar está presente apenas em Novais, com Dulce do Carmo Pinheiro (PSDB), e Paraíso, com Sílvia Denise Gomes (PT).

Avanços tado e o país”, afirma. A deputada avalia que a principal contribuição das mulheres na política tem sido a mudança nas prioridades do poder público. “A participação feminina traz um novo olhar e novas preocupações para o centro dos debates do país. Questões como o aumento das vagas em creches ou as ações na área social e de saúde tiveram um grande estímulo graças às mulheres”, explica.

Beth diz que as mulheres têm obtido avanços na busca por mais espaço na vida pública. “Hoje, a Justiça Eleitoral exige dos partidos e coligações 30% de candidaturas femininas nas eleições legislativas. Essa regra está longe de ser perfeita e às vezes cria dificuldades para as legendas, mas faz com que as lideranças partidárias se atentem para a questão da igualdade de gênero”, lembra. Para a deputada, o ideal

seria que os partidos formassem suas lideranças femininas. “Algumas siglas já trabalham com setoriais organizados e atuantes. O PT foi pioneiro na criação das cotas para mulheres nas eleições legislativas. Na última eleição interna do partido, 50% das vagas de direção foram reservadas para as mulheres. Esse percentual também deverá ser seguido na definição das candidaturas a vereador e deputado estadual e federal.”


Catanduva

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cidade

Prefeito deve remover marca pessoal dos meios públicos O prefeito de Catanduva, Geraldo Vinholi (PSDB), perdeu uma ação civil pública devido à utilização de simbologia pessoal nos veículos, documentos e meios de divulgação da Prefeitura. A marca é uma bandeira estilizada com os dizeres: “Governo Popular de Catanduva”. De acordo com o promotor Alan Maurício Flor, o uso de símbolos diferentes dos oficiais é proibido pelo 1º parágrafo do artigo 37 da Constituição Federal, que caracteriza esta conduta como ato que fere o princípio da impessoa-

lidade. “Além de a Prefeitura estar agindo de forma irregular, o uso de uma marca para cada gestão da administração pública gera despesas desnecessárias ao município, custeadas, aliás, pelos contribuintes”, explica. O autor da ação foi o vereador Nilton Cândido (PTB), que interveio na condição de cidadão. Ele explica que se a medida for aplicada em todo o Estado de São Paulo, a economia será de cerca de R$ 10 milhões a cada quatro anos. “Tendo em vista a jurisprudência dominante no

gabriel vital

Promotor diz que uso deste tipo de símbolo é inconstitucional e gera despesas ao município

Foto tirada no dia 17 de março de 2014

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a referida ação e sua respectiva decisão terão repercussão em todos os municípios paulistas, quiçá do Brasil”, declara Nilton.

mídia

Balaio de Gato na 102,7 FM Personagens cômicos conduzem novo programa da rádio

enviar foto divulgação

Bom humor e irreverência marcam Balaio de Gato, o novo programa da Rádio Brasil Atual – Noroeste Paulista (RBA-NP), que estreou no dia 10 de março. Os apresentadores Vandeco e Cícero são os responsáveis por dar vida à italiana Dona Roma, ao nordestino Heleno, ao comentarista de futebol Rufino e a tantos outros personagens. Balaio de Gato também oferece notícias de uma forma descontraída e música popular brasileira, que podem ser comentadas e pedidas ao vivo pelos ouvintes. “A expectativa é que o Balaio de Gato consiga levar aos ouvintes do noroeste

paulista um pouco de distração e humor ao final de uma jornada de trabalho exaustiva”, conta o jornalista Rafael Garcia, coordenador da RBA-NP. Rafael também explica por que o humorístico entrou na grade de programação da emissora: “Nós não preci-

samos ser sérios o tempo todo. A Rádio Brasil Atual precisava de um programa de ‘besteirol’ para relaxar quem estiver sintonizado nos ouvindo”. O programa vai ao ar na 102,7 FM, de segunda a sexta-feira, das 17h às 19h.

No dia 7 de março, a juíza responsável pelo caso concedeu liminar proibindo imediatamente o uso da expressãosímbolo criada pelo prefeito. Vinholi teve até o dia 14 de

março para regularizar todos os meios públicos municipais e substituir a marca pessoal pelo brasão do município, o que não ocorreu. O prefeito deve pagar, agora, multa de R$ 10 mil por dia em que permanecer com a bandeira estilizada. Todas as despesas para remoção deverão ser custeadas pelo próprio prefeito Vinholi, sem ônus aos cofres públicos. A reportagem do Brasil Atual procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura para comentar o caso, mas até o final desta edição não obteve retorno.


Catanduva

8 foto síntese – catedral n. s. aparecida

Palavras Cruzadas diretas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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(?) japonês: é formado Local, na guerra, em que os por quatro soldados tombam São 26 Filão ilhas os do pé editorial a principais Interjeição mineira (Anat.) que pertencem os livros de Lair Ribeiro

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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Aprimorar; refinar (o diamante)

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Repara; nota Linha (abrev.)

1 3 4 8 5 e horizontais, nem nos quadrados 8 menores (3x3). (?) e fuga: especialidades de 3 5 6 Bach 7 4 (Mús.) 3 9 País da 1 3 África ocidental 4 6 8 95 98 7 4 Município brasileiro de maior extensão, local da construção da usi5 8 8 1 3 na de Belo Monte (PA) 3 5 6 BANCO 33 9 4 8 5 Solução 48 8 9 9 3 5 6 7 4 3 9 6 9 8 Grito do antigo pequeno jornaleiro

Érbio Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. (símbolo) Os algarismos não podem se repetir nas os linhas verticaisvazios e Preencha espaços com algarismos de 1 a 9. Rio estreiRepara; horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). to (Amaz.) nota Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais (?) Costa, atriz

(?) e fuga: especialidades de Bach (Mús.) País da África ocidental Município brasileiro de maior extensão, local da construção da usina de Belo Monte (PA) BANCO

Carlos Tufvesson, estilista brasileiro

2/qi. 3/dad — err — six. 4/vega. 5/prive. 7/cantata. 8/altamira.

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Seis, em inglês Gargalha

Agir como a carpideira

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P F T

U T O A N S S I O I S E L R I V R C E I G N T A A A N D C A L T

C A A J U D M I T I U P O L A D D A D E A L B E A A R A P T S I A L T D H O R A A M I R

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Fator ajustado pelo autotune

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Agir como a carpideira

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Rio estreito (Amaz.) (?) Costa, atriz

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Fator ajustado pelo © Revistas COQUETELautotune Carlos Seis, em Tufvesson, inglês estilista Gargalha brasileiro

Grito do antigo pequeno jornaleiro

2/qi. 3/dad — err — six. 4/vega. 5/prive. 7/cantata. 8/altamira.

Linha (abrev.)

© Revistas COQUETEL

Posição comum ao futsal e ao basquete Érbio (símbolo)

Posição comum ao futsal e ao basquete

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Leal Impeça (alguém) de ter algo

Aprimorar; refinar (o diamante)

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Pai, em inglês Estrela de Lira

Pai, em inglês Estrela de Lira

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Leal Impeça (alguém) de ter algo

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Sozinho; excluído Errar, em inglês

C A A J U D M I T I U P O L A D D A D E A L B E A A R A P T S I A L T D H O R A A M I R

para carexcluído gos em empresas Errar, (bras.) © Revistas COQUETEL em inglês

Instância psíquica regida pelo prazer

Educação continuada do graduado

Proibida por lei (a droga)

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