Jornal brasil atual itariri 12

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Jornal Regional de Itariri

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Itariri

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nº 12

turismo

Julho de 2013

radar

“a Bola da vez” Prefeitura inicia investimentos em setor que pode gerar emprego e renda

ponte pênsil Foi inaugurada a ponte do bairro Laranja Azeda

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manifestações

Conservadorismo Manifestantes agridem militantes de partidos de esquerda

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estrada memória

As estações de trem de itariri As histórias dos pontos de parada ferroviária que se fundem com a vida dos moradores da cidade Pág. 4-5

Acidentes Padre Manoel da Nóbrega continua a preocupar moradores

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política

RADAR Vice

Por Pança

O vice-prefeito de Itariri, Sargento Wilmar (PT), tem desenvolvido um trabalho relevante na Prefeitura Municipal de Itariri. Além das atribuições do cargo eletivo, Wilmar participa ativamente na coordenação do Departamento de Esportes do município.

divulgação

Itariri

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Vice II

Sargento Wilmar também foi chamado para colaborar no Departamento de Obras, que é dirigido por Hélio Ribeiro. A prefeita Rejane Silva convidou o vice-prefeito para auxiliar a pasta, pois ele possui experiência em gestão, o que pode ajudar neste setor importante da administração municipal.

Ponte Pênsil

editorial Nesta edição, trazemos a reportagem de capa sobre uma força que pode girar o motor da economia de Itariri: o turismo. Após anos de enrolação de outras gestões, a prefeita Rejane Silva (PP) deu um passo corajoso ao investir no setor. O impacto desta política pública, que visa transformar nossa cidade em uma estância turística, não é imediato. Contudo, pode atrair empresas e turistas e, por consequência, gerar empregos para a nossa população. Em São Paulo, movimentos sociais e partidos políticos de esquerda, convocados pelo Movimento Passe Livre, saíram às ruas, em junho, reivindicando a revogação do aumento das tarifas do transporte público e obtiveram êxito. No entanto, o ato de celebração da conquista, ocorrido no dia 20 de junho, na Avenida Paulista, foi marcado pelo oportunismo de setores conservadores, que levantavam a difusa bandeira “Contra a corrupção”. Valendo-se de uma maioria despolitizada e de um claro sentimento ufanista – que inclusive contou com o apoio da Fiesp –, esses manifestantes agrediram os militantes vermelhos e roubaram suas bandeiras, acuando-os a ponto de fazê-los recuar do ato. A história nos mostrou que governos fascistas são os que se utilizam da retórica de proibir a organização partidária em nome da pátria. O último que usou deste expediente no Brasil foi Fernando Collor de Melo, no início dos anos 1990, e deu no que deu. Nesta hora é necessária uma Frente Única que defenda as liberdades democráticas conquistadas com muito suor e sangue da juventude e dos trabalhadores.

A população de Itariri acaba de receber a nova Ponte Pênsil, no bairro da Laranja Azeda. Esta é uma obra que há muito tempo era reivindicada pelos moradores da região, devido à distância entre o bairro e o Centro – que com a ponte encurtou em mais de um quilômetro. A entrega desta obra gerou a Itariri a carinhosa alcunha de “Cidade das Pontes Pênseis”. Já existe, também, a solicitação para uma nova ponte deste formato no bairro da Fazendinha, para fazer a ligação com o bairro Boa Esperança. A Ponte Pênsil do bairro da Igrejinha, que desmoronou por falta de manutenção da administração municipal anterior (conforme matéria publicada na última edição do Brasil Atual), foi reconstruída e entregue à população para o uso regular.

Economia

O dinheiro que chega a Itariri Média mensal do FPM do governo federal cresceu R$100 mil Confira os valores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) recebidos pelo município de Itariri dos governos federal e estadual. Veja o quadro abaixo: Confira os recursos transferidos pelo governo federal: FPM – 2012 R$ 11.433.874,72 R$ 952.822,89 (Média mensal)

FPM – 2013 R$ 5.280.115,08 R$ 1.056.023,01 (Média mensal)

Confira os recursos transferidos pelo governo estadual: 2012 ICMS – R$ 2.869,069,54 ICMS – R$ 239.089,12 IPVA – R$ 588.092,05 IPVA – R$ 49.007,67

2013 ICMS – R$ 1.658.703,77 ICMS – R$ 276.450,62 IPVA – R$ 486.033,66 IPVA – R$ 81.005,61

Expediente Rede Brasil Atual – Itariri Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador Edição Enio Lourenço Redação Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800 Tiragem: 5 mil exemplares Distribuição Gratuita


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Protestos

Conservadorismo e intolerância em São Paulo “Isso dos vinte centavos foi só para enganar o povo”, acredita Ana Martins, de 20 anos, estudante de Arquitetura. “É muito fácil baixar esses vinte centavos, e aí volta todo mundo para casa. A gente quer mais saúde, educação e menos Copa.” Essa é apenas uma das dezenas de exigências que puderam ser vistas e ouvidas no dia 20 de junho, na Avenida Paulista, em São Paulo, durante a passeata que pretendia comemorar a redução da tarifa do transporte público na cidade. A mobilização, que começou no dia 6 de junho pelo Movimento Passe Livre (MPL), movimentos sociais e partidos de esquerda, massificou-se no dia 17 e ganhou cores que destoam totalmente das organizações que conduziram o processo. Temas como combate à corrupção, fim dos impostos, insígnias antipartidárias e críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37 – que limita o poder de investigação do Ministério Público – tiveram bastante apelo entre a massa. Também foi possível ver uma série de cartazes contra os gastos públicos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, que beiram os R$ 30 bilhões, e críticas à má qualidade do sistema de saúde e educação no país. A presidenta Dilma Rousseff (PT) também se tornou alvo dos ataques proferidos por faixas e cartazes. Uma jovem que puxava um bloco com o uso de um megafone pedia que as pessoas fossem à rua “contra o governo”, mas não sabia

Danilo Ramos/RBA

Manifestação do transporte perde espaço para bandeiras difusas da direita Por Gisele Brito e Tadeu Breda, da RBA

especificar contra qual administração estava protestando. “Não, a gente não é anarquista. A gente é contra esse governo. Todos os governos corruptos, esses governos que aumentam a passagem do ônibus, que roubam, são corruptos.” O próprio MPL – organizador dos atos que resultaram na revogação do aumento da passagem de ônibus, trem e metrô na capital – havia manifestado na manhã de ontem receio de que setores conservadores da sociedade tentassem se apropriar das manifestações. Depois do dia 13 de junho, quando houve maior repressão policial às passeatas de São Paulo e Rio de Janeiro, marchas passaram a ser realizadas em todo o país, mas aos poucos foram surgindo bandeiras e grupos mais heterogêneos, que não ti-

nham a qualidade do transporte público como prioridade. A mudança na composição do protesto foi tamanha que a manifestação do dia 20, na Avenida Paulista, contou com a presença de um tucano: o ex-deputado estadual Milton Flávio. Na primeira semana de mobilizações, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e seus aliados se posicionavam radicalmente contra o movimento pela redução da tarifa, tendo sido os responsáveis diretos pelo endurecimento da PM. “O movimento acabou permitindo que outras insatisfações viessem à tona: contra a corrupção, contra a péssima qualidade dos serviços públicos em função dos impostos altos que pagamos e a opção incorreta de dar circo pra população, fazendo Copa das Confederações, Copa do Mundo e as

Olimpíadas, quando o país tem outros desafios a enfrentar”, avaliou o ex-parlamentar. Esses manifestantes trajados de verde e amarelo, que até então bradavam a palavra de ordem “sem violência”, agrediram militantes de partidos políticos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais, para arrancar suas bandeiras e faixas – e o fizeram, inclusive queimaram algumas – sob urros de alegria da multidão. Por outro lado, grupos neonazistas passeavam à vontade com a bandeira do Estado de São Paulo. Demonstrações do tipo fizeram com que o estudante Luis Felipe Almeida afirmasse que é preciso tomar cuidado para não transformar uma vitória progressista em um avanço conservador. “O que unifica a gente aqui é uma crítica ao neonacionalismo que

surgiu nos últimos atos. Há 20 dias ninguém amava o Brasil tanto assim.” Mas houve exceções. O bloco encabeçado pelo Passe Livre não foi majoritário, mas manteve o foco na discussão sobre o transporte público de qualidade e com tarifa zero. “Dá para perceber que existem setores conservadores tentando cooptar o movimento”, concluiu o militante do MPL Pedro Brandão. “A pauta da corrupção está sendo colocada como pauta do movimento. Mas a pauta do MPL é o transporte. Lutar pelo transporte é enfrentar uma máfia que existe na cidade, que impede as pessoas de se locomoverem. O MPL vai continuar enfrentando isso.” Um pequeno grupo de punks e anarquistas marchou de cara fechada e sem a alegria dos jovens de cara-pintada, porque – lembravam – a polícia continua matando pobre todos os dias. “Quem está acompanhando o movimento desde o começo sabe que é um movimento pela esquerda”, defendeu William José Sega, de 21 anos, que carregava uma bandeira vermelha e preta. “O MPL tem uma tradição de caminhar pela esquerda, uma tradição anticapitalista. Assistir isso que vem acontecendo hoje é temerário. Sim, temos um avanço, uma vitória. Colocamos as pessoas massivamente nas ruas. Porém, com qual discurso? É a prova concreta de quem está vindo pra cima, e muito bem organizado: é a direita.”


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As estações ferroviárias de Itariri No ano de 1913, a empresa inglesa Southern São Paulo Railway iniciou a construção da estrada de ferro que liga as cidades de Santos e Juquiá. Os troncos de madeira utilizados para a construção dos trilhos eram retirados da mata nativa, em um tempo em que Itariri era distrito de Itanhaém. No entanto, problemas nas obras fizeram com que a empresa estatal Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) comprasse o empreendimento, para dar continuidade à construção dos trilhos, pontes e estações. Em 1915, foi inaugurada a estação de trem central de Itariri. Nessa mesma época, foi construída a segunda ponte sobre o rio do Azeite, que existe até hoje. Um símbolo marcante do período eram as máquinas e

Por Lauany Rosa

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Dos anos de desenvolvimento ao esquecimento e abandono

locomotivas, popularmente chamadas de Maria Fumaça – por serem movidas a carvão –, pintadas nas cores verde, preto e dourado. Os trens eram divididos em três modalidades: de carga, de trabalhadores e de passageiros. O transporte de passageiros era dividido em duas classes: nos vagões

da frente, os lugares mais baratos e populares; nos vagões do fundo, a “primeira classe”, destinada às elites; entre os dois setores, o vagão restaurante possuía duas fileiras de mesas e garçons que se dividiam no atendimento aos passageiros. Itariri possuía três esta-

ções ferroviárias planejadas no mesmo padrão arquitetônico: a estação do Centro, a do bairro Ana Dias e a do bairro Raposo Tavares. Todas elas eram equipadas de plataforma, jardim, bilheteria e telégrafo. Em 1971, a linha Santos-Juquiá, da EFS, foi compra-

da pela Ferrovia Paulista S.A (Fepasa), que usou os trilhos para atender às fábricas de fertilizantes da região. No ano de 1997, após 82 anos de funcionamento, o transporte de passageiros desta linha foi suspenso. Ela seguiu ativa apenas por mais alguns anos para trens de carga transportarem mercadorias até o porto de Santos. Porém, no início de 2003, barreiras de terra caíram sobre os trilhos na região do Vale do Ribeira e fizeram com que a concessionária Ferroban a desativasse por completo. Em poucos meses, o matagal tomou conta dos espaços ferroviários e o que antes era motivo de orgulho para os itaririenses se transfomou em galpões abandonados e em mau estado de conservação.

Em frente à antiga estação de trem Raposo Tavares está situada uma das casas mais antigas do bairro. Com fachada datada de 1949, a propriedade pertence ao itaririense Osvaldo Ruffo, de 82 anos. Ele acompanhou o desenvolvimento do bairro e os anos de ouro da ferrovia. Ruffo nasceu na Chácara São Miguel e aos 18 anos mudou-se com os pais para a casa que construíram em frente à estação ferroviária. Seu pai era dono da cantina ao lado da estação. Na época em que eles se mudaram para o Raposo, ele recorda

que o bairro era apenas uma vilinha pacata, com poucas casas, e a movimentação era intrínseca à presença dos trens que por ali passavam. Ruffo utilizava com frequência o trem para ir a Santos, São Vicente e Juquiá. “Era uma maravilha. Um passeio muito gostoso e rápido.” Quando ficou mais velho, ele resolveu ganhar a vida em São Paulo e foi trabalhar no ramo de bananas e cereais (por coincidência da vida, a fruta da região) durante 14 anos. Voltou para Itariri devido à saudade e para ajudar o pai no comércio. Nos anos seguintes, vende-

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Estação Raposo Tavares – nostalgia dos moradores

ram a cantina, montaram um açougue e depois uma padaria. Após a morte dos pais, Ruffo herdou a casa em frente à estação, onde vive com os sobrinhos até hoje. Nilzemar Fidalgo, vizinha de Ruffo, é aposentada e mora no bairro há quase 50 anos.

Ela conta com saudades que “o trem era a melhor condução que tinha”. Desde criança foi acostumada a andar de Maria Fumaça para visitar a avó, passear em Juquiá ou em Santos. Sua memória também recorda que o barracão da estação era utilizado para colo-

car encomendas e mandar bananas a outras cidades. “Dá uma tristeza em ver a estação assim. Um dia falaram que iriam reativá-la, chegaram até a fazer a limpeza, mas depois não aconteceu mais nada” – lamenta Nilzemar. Atualmente, uma família vive em parte do espaço da antiga estação e o restante dos galpões permanece abandonado. Nos últimos anos, o local, que já foi sede da associação do bairro, é refém de ladrões. Certa vez, inclusive, roubaram o ferro dos trilhos para revender.


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Dona Cecília Konichi mora em Itariri há 46 anos e há 32 possui uma cantina próximo à antiga estação de trem do distrito Ana Dias. A cantina fica em frente aos trilhos e ao lado do galpão outrora ocupado pelas companhias ferroviárias. Cecília recorda que o local era bem mais movimentado. “Os turistas vinham aos montes e ficavam embaixo das árvores, faziam excursões e ao final da tarde iam embora.” Segundo a comerciante, as passagens dos trens eram “baratinhas” e as composições passavam duas vezes ao dia pela estação, às 10 e às 17 horas. A estação Ana Dias ficava sempre cheia, pois os trens de carga e de trabalhadores também passavam pelo local. Cecília lembra com carinho do passado da ferrovia, mas se coloca contrária a reativação da linha Santos–Juquiá. “Naquela época, com o cargueiro vinham várias pessoas ‘sem vergonha’. Os tempos mudaram e agora as coisas estão mais perigosas. Aqui vi-

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Estação Ana Dias – dos trens ao bazar beneficente

raria um antro de gente ruim” – teme a comerciante. Há cerca de um ano, o galpão da estação é utilizado para bazares beneficentes. A iniciativa partiu de Dalva Fernandes e Andréia das Dores. As duas donas de casa ficaram comovidas com a carência do bairro e decidiram unir forças, após refletirem em como ajudar os moradores, e reverter fundos para os mais necessitados.

O trabalho era completamente independente. Ambas juntavam roupas usadas em bom estado, vendiam e com o dinheiro arrecadado compravam e distribuíam cestas básicas. Porém, a ação chamou a atenção da Pastoral da Família, da Igreja Católica, que ofereceu um espaço e contribuiu com mais roupas. Neste primeiro momento, a estação

de Ana Dias não era cogitada. “Era um trabalho de formiguinha”, afirma Dalva, ao recordar que na igreja elas precisavam montar e desmontar o bazar todas as vezes que iam utilizar o espaço. Em 2012, elas conseguiram da Prefeitura o empréstimo do espaço da antiga estação, para realizar o bazar, que ocorre todo segundo domingo do mês.

As roupas são vendidas a preços bem populares. Três camisetas ou cinco itens infantis podem ser comprados a R$ 1,00. Dalva explica que o baixo valor das roupas ajuda a população a encontrar variedades de peças para passear e trabalhar no bananal. O bazar arrecada uma média de R$ 400 ao mês, que são revertidos em cestas básicas, leite, medicamentos, fraldas e gás de cozinha. Para saber o que as pessoas estão precisando, as duas e outras voluntárias se revezam em visitas às casas de Ana Dias. Elas possuem todas as informações documentadas. Hoje, o grande impasse é saber se o bazar continuará existindo na estação ferroviária. O espaço está deteriorado, faltam telhas, piso, reboco. Madeiras das portas e janelas também estão quebradas. O desejo de Dalva e Andréia é restaurar o local, mas sabem que por ser um patrimônio municipal essa realização não depende delas.

O imponente galpão da principal estação ferroviária da cidade está ao lado do terminal rodoviário e próximo aos bares e lanchonetes da região central. Após o fechamento da linha Santos–Juquiá, o antigo ponto passou a ser utilizado como brinquedoteca. A iniciativa tinha grades e brinquedos coloridos de plástico em sua área externa. Contudo, em pouco tempo, a estação voltou a ficar

abandonada e o investimento para as crianças se perdeu. Durante um período, falou-se em construir um memorial de Itariri ou um museu, mas nada foi feito. A estação é considerada patrimônio histórico da cidade e está à mercê das traças e cupins. Uma parte de sua estrutura também se tornou moradia para uma família, que alguns itaririenses definem como “zeladores da estação”.

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Estação Itariri – muitos projetos e pouca ação Segundo a prefeita Rejane Silva (PP), tanto a diretoria de Turismo quanto a de Cultura estão tentando resgatar as estações de trem por meio de projetos. “Nós estamos fazendo todos os contatos necessários para que isso aconteça.” Enquanto não surge nenhum projeto de restauração e ocupação da estação Itariri, a Prefeitura continua alugando o imóvel ao lado da Fepasa, onde funciona o Casarão de Cultura.


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Persistem os acidentes na Padre Manoel da Nóbrega Prefeitura solicita ao DER a instalação de passarelas sobre a rodovia sentir medo de morrer. “Meu marido foi atropelado por uma moto perto da Fazendinha. A gente tem que olhar muito bem e calcular o tempo para atravessar, senão pode não voltar para casa.” Felipe Borges, 21, trabalha no Centro e conta que a curva próximo à entrada do Morro da Fumaça é o maior motivo de acidentes na rodovia. “Ela tira a visão do motorista que sai do bairro e dificulta a travessia dos pedestres.” É grande a quantidade de motoristas que excede os limites de velocidade. Próximo à entrada dos bairros, as placas sinalizam o limite de veloci-

dade aos veículos de 50 quilômetros por hora. No entanto, são poucos os que passam com velocidade inferior a 80 quilômetros por hora. Segun-

do o secretário municipal de Obras e Urbanismo, Hélio Ribeiro, se houvesse fiscalização da Polícia Rodoviária, radares eletrônicos e blitz com bafô-

metro, a quantidade de acidentes se reduziria. A prefeitura de Itariri estuda a construção de uma marginal paralela à rodovia, com trevos de acesso aos bairros. A prefeita Rejane Silva solicitou, ainda, três passarelas ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER), para maior segurança dos moradores. “Realizei o pedido, mas já fui informada de que provavelmente não seremos contemplados, pois não possuímos a quantidade de acidentes necessária para a implantação das passarelas. Estamos fazendo levantamentos para mostrar a importância destas obras” – explica a prefeita.

Segundo a secretária de Meio Ambiente de Itariri, Ana Rosa Tamasiro, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) foi acionada e tomou as providências necessárias para conter o vazamento. Como o acidente aconteceu em uma região abaixo de onde acontece a captação de água para o abastecimento da cidade, Rosa explicou que as substâncias não representam perigo de contaminação

da população. “Pela quantidade de água do local onde se deu o acidente, o vazamento é relativamente pequeno e a tendência é que o meio ambiente se recupere sozinho.” Na segunda semana de maio, outro acidente, também entre um automóvel e um caminhão, ocorreu no km 363 da rodovia. O motorista João Monte Nobre, de 53 anos dirigia o veículo Monza e morreu na hora. O secretário Hélio

Ribeiro explica que a maioria dos acidentes da região estão relacionados à falta de atenção dos motoristas e aos excessos. “Houve uma reforma do asfalto da pista e as boas condições da rodovia favorecem que os motoristas excedam a velocidade. Além disso, como não há fiscalização, é muito grande a quantidade de motoristas que dirigem embriagados.”

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Colisões entre veículos, atropelamentos e demais acidentes se tornaram frequentes nos trechos que ligam a rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55) a Itariri. A imprudência dos motoristas, aliada à falta de sinalização da estrada e à baixa iluminação das ruas de acesso aos bairros têm exposto os cidadãos a riscos de morte. No acesso aos bairros Fazendinha e Morro da Fumaça, por exemplo, os moradores não têm passarelas ou faixas de pedestres para atravessar a pista. Maria Aparecida, 57, atravessa a rodovia todos os dias para ir ao trabalho e revela

Em uma noite, no início de maio, um caminhão e um carro bateram e caíram de uma ponte de quase 20 metros sobre o rio do Azeite. A colisão ocorreu na altura do km 369 da rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Uma pessoa morreu e outras seis ficaram feridas. O acidente também ocasionou o vazamento de 15 metros cúbicos de enxofre e de mais de 600 litros de óleo diesel no rio

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Mortes na rodovia

do Azeite – principal responsável pelo abastecimento de água da cidade e de Miracatu.

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turismo

A força que pode girar a economia da cidade Em meio às dificuldades financeiras, o turismo ecológico pode ser a alternativa para ajudar no crescimento da economia municipal. O rio do Azeite, o rio Itariri e os demais ao lado das 56 cachoeiras catalogadas podem ser a saída para a geração de emprego e renda em Itariri. No entanto, em contrapartida, a falta de estrutura para receber os visitantes é o maior empecilho para a expansão do setor. Pensando nisso, a Prefeitura decidiu investir para Itariri se tornar uma cidade turística. Para o coordenador da empresa Equipe Selva Ecoturismo & Aventura, Vagner La Luna, Itariri possui grande potencial para criar e estruturar projetos voltados ao turismo ecológico, rural e de aventura. “Com o desenvolvimento de projetos é possível divulgar roteiros e aumentar a demanda turística.” La Luna diz que o aumento de turistas irá gerar um excelente retorno financeiro para a cidade. “Aumenta a procura por hospedagem, alimentação e pelos comércios. O turismo auxilia no desenvolvimento econômico e todo mundo tem opções de ganhar com ele.” A prefeita Rejane Silva (PP) afirma que o projeto vai demorar para apresentar mudanças efetivas para a cidade. “É um projeto a longo prazo. Nós iniciamos esse processo agora, mas estamos cientes de que é um trabalho que deve ser desenvolvido ao longo dos anos e dos mandatos. Os

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Para além de sonhar, Prefeitura começa a dar os primeiros passos no setor

resultados vão demorar, mas alguém tinha que começar a mexer com turismo em Itariri.” As expectativas da prefeita são positivas. “Nossa esperança é conseguir parcerias para gerar empregos e fazer com que Itariri se torne uma estância turística. Se conseguirmos os recursos, a melhoria na estrutura da cidade e as mudanças ocorrerão gradativamente”, conclui Rejane. O diretor de turismo, Felipe Júnior, espera que em dezembro Itariri já possua mínimas condições para receber os turistas nos festejos de final de ano. “A Praça do Coreto vai abrigar o departamento de Turismo, um posto de informações e outros três espaços destinados ao artesanato e feiras.” Outra iniciativa foi a criação do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR), que é composto por representantes dos setores público, privado e sociedade civil.

A simples existência do COMTUR já gerou parcerias importantes à cidade, como fazer parte do circuito turístico do Vale do Ribeira, que visa desenvolver o turismo de toda a região, por meio de parcerias com empresas, pequenos empreendedores e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) – este será o responsável pela capacitação de empregadores e funcionários do ramo turístico. Hoje Itariri possui nove comerciantes na área de alimentação e seis na área de hospedagem inscritos no projeto. Estes empreendimentos vão compor um catálogo de serviços do Vale do Ribeira, que indicará aos turistas os locais que estão aptos a recebê-los. “Nós sabemos que a nossa realidade têm mais comerciantes. Porém, a ideia do catálogo não é trabalhar com quantidade, mas sim a qualidade”, afirma Felipe.

Ainda de acordo com o secretário, os cursos e seminários voltados para comerciantes acontecem até novembro nas cidades de Registro e Iguape. “Nesse período, eles aprendem a fazer a recepção, o check-in, o check-out, a venda e o pós-venda, para manter o cliente na cidade. Aprendem como tratar e fidelizar os turistas.” Após a capacitação dos empregadores, a população também terá a oportunidade de se credenciar para futuras contratações. “Serão oferecidos cursos de turismo de aventura, inglês, espanhol e linguagem brasileira de sinais (libras). Mais para a frente existirão cursos de atendente, camareira, garçom, entre outros.” A previsão é de que até dezembro dez monitores ambientais estejam formados para auxiliar durante o período de maior inserção de turistas no município. “É um número pequeno, mas confor-

me o turismo for crescendo, acreditamos que novos empregos sejam gerados”, conta Felipe. Para La Luna, o turismo também é uma ferramenta de conscientização pública. “Durante roteiros de aventura ou esportes radicais, dá para conversar sobre a importância da preservação do meio ambiente.” Na alta temporada, o diretor de Turismo planeja implantar o programa “Joga Fora no Lixo”, para incentivar o descarte de resíduos sólidos em local adequado. Felipe Júnior também acredita que este é o momento de entrar em contato com o Ministério do Turismo, a fim de conseguir recursos e promover melhorias, como a construção de pontes e sinalização. “O turismo é a bola da vez enquanto fonte econômica. Você gera renda, capacita a população e desenvolve o turismo rural.” Com o desenvolvimento do setor, a Prefeitura prevê que entre um ou dois anos haja conscientização e mobilização da população, para entender o turismo e quais os benefícios e malefícios trazidos por ele. A médio prazo, entre dois e cinco anos, o intuito é que a cidade consiga obter uma infraestrutura sólida, com hotéis e restaurantes preparados para receber os turistas. A longo prazo, de cinco a dez anos, o objetivo é que a cidade seja reconhecida como estância turística e comece a receber eventos de grande porte, com parcerias que ampliem o investimento na economia local.


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vale o que vier As mensagens podem ser enviadas para jornalba@redebrasilatual.com.br ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato. p o r t u g u e s e s

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Horizontal – 1. Alongada 2. Muito bom, de muito valor; Energia Atômica; Ou, em inglês 3. Indivíduo de classe social inferior 4. Islamismo 5. Nome de certas flores coloridas, cultivadas como ornamentais; Produto de microeletrônica usado como sinalizador de avisos 6. Cabelo escuro entremeado de fios brancos 7. Arte, em inglês; Sigla do Paraná 8. The European Patent Network; Indolência, falta absoluta de energia 9. Capital do Cantão e mais ensolarada localidade suíça; Pôr toda a sua confiança em, fiar-se 10. Pessoa ou coisa divertida; Premiado seriado de televisão americano criado por Michael Crichton 11. Solitário; Exprime surpresa ou admiração; Serve para voar. Vertical – 1. Lusitanos 2. Via; Sigla de Roraima; 3,1416 3. Nascidos em Ormuz 4. Liga Oficial Pokémon; Escola Superior de Redes; Negação 5. Sigla do Espírito Santo; Convenção, assembleia; Relações Públicas 6. Matogrosso, cantor brasileiro; Sigla de Alagoas; Nome de um Estado do Norte do Brasil 7. Varredor de rua; Contiguidade de duas vogais pertencentes a sílabas diferentes 8. Capital da Noruega; A ti 9. Primeira nota musical; Fonema correspondente à letra L; Pequeno prato sobre o qual se assenta a xícara 10. Vestimenta metálica usada pelos guerreiros durante as batalhas; Deus do Sol do antigo Egito.

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