Jornal brasil atual itariri 16

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Jornal Regional de Itariri

jornal brasil atual

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Itariri

www.redebrasilatual.com.br

jorbrasilatual

Gratuuiição ta

nº 16

segurança

Fevereiro de 2014

mídia

uma nova polícia Sociedade debate mudanças no modelo autoritário; PEC tramita no Senado

violência Apresentadora do SBT propaga discursos de ódio e vingança

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meio ambiente

lixo Cidade tem até agosto para definir o futuro do aterro sanitário

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esporte perfil

Francisco piña, o médico cubano de itariri Em dois meses, profissional do Mais Médicos conquistou a cidade com a sua atenção e educação Pág. 3

judô Equipe vitoriosa procura apoio para manter as atividades

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Itariri

2 MÍDIA

Violência na bancada de telejornal

editorial Vamos falar bem claro, o fato mais importante do ano será o mundial de futebol. Depois as eleições presidenciais. E a gente torce por uma “Copa de Rolezinho”. Isso mesmo, que o futebol seja jogado no estilo rolezinho: na manha, no estilo brasileiro. E, sim, vão acontecer mais rolezinhos nos shoppings, porque é a democracia racial acontecendo na prática em espaços blindados das cidades, que só oferecem muros e condomínios aos cidadãos. E também vai haver mais protestos na Copa – alguns até contra o evento. Mas sejamos claros: a Fifa sempre foi isso que agora estamos vendo em nosso quintal, com seus esquemas de controle de propaganda, preços e acessos. É preciso lembrar que ela e a CBF são entidades privadas, controladas por meia dúzia de dirigentes, que não prestam contas a ninguém. E isso dá motivo para que muitos queiram comparar as carências populares por transporte, saúde, educação e segurança com os custos da realização da Copa do Mundo. Ainda assim, ter novamente o mundial de futebol por aqui é um sonho para milhões de brasileiros. O país vai parar para torcer. E assim foi na Copa de 70, no México, durante a ditadura civil-militar, ou nos mundiais da Nova República, da época dos neoliberais e das privatarias tucanas. Independentemente do governo, o gosto pelo futebol e por torcer pelo Brasil fala mais alto. E a gente torce para que o jogo jogado dentro do campo seja tão criativo e contundente como foram as manifestações e os rolezinhos.

Na primeira semana de fevereiro, um adolescente foi espancado, torturado e acorrentado a um poste após ser acusado de furto por um grupo de jovens da zona sul do Rio de Janeiro (região nobre) – autointitulados “justiceiros do Flamengo”. O caso ganhou ainda mais repercussão quando a apresentadora Rachel Sheherazade, do telejornal SBT Brasil, emitiu opinião em defesa da ação. “A atitude dos vingadores é até compreensível (...). O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado, contra um estado de violência sem limite”. Sheherazade foi alvo de críticas nas redes sociais. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética da entidade se manifestaram contra a declaração e a classificaram como “grave violação dos direitos humanos e do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros”. Eles também solicitaram a investigação da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), pois consideram ser algo “que ocorre de forma rotineira em programas de radiodifusão em nosso país”. A senadora Ana Rita (PT-ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado,

divulgação

Apresentadora do SBT prega justiça com as próprias mãos

encaminhou à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo um ofício cobrando providências em relação à jornalista. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) também entrou com uma representação no Ministério Público contra Sheherazade por apologia à tortura. No dia seguinte à polêmica, a jornalista se defendeu na bancada do SBT Brasil, afirmando ser contra a violência. “Eu defendo as pessoas de bem deste País, que foram abandonadas à própria sorte (...). O que eu fiz não foi defender a atitude dos justiceiros. O que eu defendi foi o direito da população de se defender quando o Estado é omisso.” Para o sociólogo e jornalista Lalo Leal, o episódio é um “caso gravíssimo de atentado aos direitos humanos e à democracia”. Segundo ele,

Sheherazade utilizou o canal de televisão de forma criminal. “O comentário da jornalista fere a Constituição, a mesma que diz que a televisão deve promover informação, educação e entretenimento. Ela utilizou a concessão [pública do canal televisivo] para promover e instigar a barbárie, realizando apologia à violência como forma de resolver problemas sociais”, explica. Lalo ainda lembra que é responsabilidade do Estado decidir se uma pessoa é delinquente. E se assim o for, deverá puni-la de forma adequada. “Os órgãos de fiscalização precisam ficar de olho. Os agressores do adolescente são verdadeiros fascistas e devem ser presos e julgados. A jornalista e a emissora também devem ser punidos por violação à Constituição e ao Estatuto da Criança e do Adolescente.”

Expediente Rede Brasil Atual – Itariri Editora Gráfica Atitude Ltda. – Diretor de Redação Paulo Salvador Secretário de Redação Enio Lourenço Redação Lauany Rosa Revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2820 Tiragem: 5 mil exemplares Distribuição Gratuita


Itariri

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perfil

Em dois meses, médico cubano está ambientado em Itariri Apesar do calor desta época do ano, um sujeito de estatura mediana chama atenção por sempre vestir camisas de mangas compridas, sobrepostas por um jaleco, óculos escuros nas cores da bandeira do Brasil, e um imenso guarda-chuva preto. De fácil sorriso, o carismático Francisco Anival Piña, de 45 anos, conquista a população por onde passa com a simples saudação “olá, amigo” – pouco comum aos médicos, em geral, distantes do povo. Nas primeiras horas da manhã, antes de iniciar a jornada profissional, ele faz caminha-

lauany rosa

Para Francisco Piña, o Mais Médicos é a chance de melhorar a saúde básica do Brasil

da e corrida pelas ruas da cidade. “Tenho que ser como um espelho para a comunidade. Se peço que façam exercícios, que não fumem e tenham cuidado com a alimentação, en-

tão devo dar o exemplo.” O atendimento do doutor Francisco ocorre na unidade do Programa de Saúde da Família (PSF), das 8 horas às 17 horas. Em sua mesa, no consul-

tório, as bandeiras de Cuba e do Brasil servem para lembrar da amizade entre os países e da importância da missão. A interação entre enfermeiras, agentes de saúde e médico parece

Por Lauany Rosa

consolidada há anos. O cubano faz questão de tratar carinhosamente todos os companheiros de trabalho pela versão dos seus nomes em espanhol, como uma forma amistosa de “quebrar o gelo” e melhorar a convivência. As consultas de Francisco duram em média quarenta minutos cada uma. “Demora porque trato as pessoas do jeito que gostaria de ser tratado. Examino com carinho, os escuto com calma e explico os procedimentos.” Ao final, o médico despede-se do paciente com o jargão “mais saúde para você”.

A preparação para vir ao Brasil e a atuação no programa com a minha família. Meus filhos não entendiam muito bem o que eu falava e diziam que eu estava louco”, conta em meio a risos. O médico revela que conhecia um pouco da cultura brasileira devido às novelas exibidas em Cuba às terças, quintas e

sábados. “A novela mostra a tradição e revela a realidade e o jeito dos brasileiros. Mas é muito melhor conhecer pessoalmente a cultura, a tradição e a história. Tem sido uma experiência maravilhosa.” Para ele, que é especialista de 1º grau em medicina ge-

ral, o programa Mais Médicos é importante por atender a parcela mais necessitada da população brasileira. “Investir em saúde básica é sempre a melhor solução para se evitar doenças e ter uma população mais saudável, com uma expectativa maior.”

lauany rosa

Francisco ficou sabendo da existência do programa Mais Médicos em maio do ano passado. Desde então, começou a estudar a língua portuguesa, sem professores, independente da certeza de se seria selecionado para vir ao Brasil. “Eu treinava

Francisco Anival Piña nasceu em Bartolomeu Maso, na província de Granma – região montanhosa, onde começou a Revolução Cubana, em 1959, motivo de orgulho para o médico. Filho de lavrador e dona de casa, a vontade de seguir carreira médica despertou nele logo aos seis anos, quando começou a frequentar a escola. O sonho se tornou realidade aos

lauany rosa

A vocação para ser médico e as missões pelo mundo

23 anos, ao formar-se na Faculdade de Ciências Médicas de

Santiago de Cuba. “Em Cuba, como a medicina é de graça, quem se forma médico é por vocação e amor à profissão.” A vontade de ajudar as pessoas levou Francisco a trabalhar em diversas missões humanitárias ao redor do mundo: em 2004, foi para a Venezuela, onde permaneceu até 2007; no ano seguinte foi para o Mali, na África, participar da Missão Milagre até 2010. “Ajudamos

pessoas muito pobres e carentes naquelas missões e isso foi gratificante. A melhor parte do meu trabalho é fazer um paciente que entra no consultório chorando sair de lá sorrindo por se sentir melhor.” Agora é a vez do Brasil contar com a ajuda do médico cubano. Francisco explica que a missão no Mais Médicos, com duração de três anos, não envolve apenas o atendimento

nas Unidades de Saúde da Família. Diariamente, ele estuda a língua portuguesa e realiza relatórios semanais sobre os atendimentos e a saúde da população de Itariri. “Nós cubanos viemos para trabalhar e ajudar. Temos um compromisso com nossa pátria e com o Brasil. Por isso darei sempre o meu melhor e farei as coisas com carinho.”


Itariri

4 segurança

Qual é o futuro das polícias brasileiras? Sociedade debate mudanças no paradigma autoritário que está em xeque

Fotógrafos ativistas

“Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar.” Desde as jornadas de junho, quando jovens (majoritariamente) saíram às ruas de todo o Brasil para barrar o reajuste das tarifas do transporte público e foram duramente reprimidos pela Polícia Militar, é comum ouvir essa palavra de ordem nas manifestações, tangenciando as pautas originais. Em São Paulo, no primeiro grande ato de rua do ano (com aproximadamente 4.000 pes-

Por Enio Lourenço

soas) – que contestava a realização da Copa do Mundo no Brasil diante da remoção de comunidades nas redondezas dos estádios, da morte de operários e do poderio da FIFA no país –, o estoquista Fabrício Proteus Nunes, de 22 anos, foi alvejado no tórax e na virilha pelas balas de três policiais enquanto tentava fugir da manifestação novamente reprimida pela PM, após caos generalizado no Centro da capital paulista.

A redemocratização do país assegurou as liberdades democráticas, o restabelecimento dos partidos políticos, o direito à livre organização sindical, entre outras garantias. Porém, trouxe consigo uma polícia carregada de métodos autoritários, que se utiliza dos mesmos expedientes repressivos da ditadura civil-militar: chacinas, desaparecimento de pessoas, truculência, em suma, observa e trata o cidadão como um potencial inimigo.

A tensão e a revolta com a Polícia Militar não são exclusividade dos manifestantes de junho. Os movimentos sociais sempre denunciaram as ações irregulares da PM contra os trabalhadores e estudantes, com especial atenção às periferias dos grandes centros urbanos. Para o dirigente da Central dos Movimentos Populares (CMP), Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, o tratamento dado pela polícia aos movimentos sociais e aos pobres sempre foi coerente com o tratamento dado pelo Estado: “com violência”. “A PM não protege a sociedade, ela persegue as pessoas, ameaça, reprime”, explica. Muitas vezes o militante foi perseguido devido a suas atividades políticas. Além das ameaças de morte, Gegê chegou a ser preso em 2004, quando o Estado lhe imputou um homicídio em uma ocupação disputada por traficantes e trabalhadores

Há um acirramento de posições dentro das Polícias Militares quanto à desmilitarização da instituição. Segundo o tenente Cesário – que comanda 400 policiais no batalhão de área da região central de São Paulo – não existe consenso entre os praças (soldados e militares de baixa patente), que em sua maioria defendem internamente a desmilitarização, e o oficialato da PM paulista, contrário à proposta – tal divisão é própria do militarismo. “Eu perguntei para os homens que eu comando e vi que aproximadamente 70% são a favor da desmilitarização. A carreira única seria positiva para a sociedade. Seria muito melhor que o policial que chegasse a comandar a instituição tivesse passado por todas as posições. Sou favorável à unificação das Polícias (Civil e Militar), porque existe até um terrorismo interno na cultura militar.

sem-teto no Centro de São Paulo (em 2011, após quase oito anos de cárcere à espera de julgamento, Gegê foi inocentado por falta de provas). “Quando a laranja tá podre, não tem mais jeito. Não é uma aula de Direitos Humanos que vai mudar a PM. Para o policial, a farda é sinônimo de poder, não é apenas para ganhar o pão. Os caras assaltam e matam. O governador diz uma coisa e eles fazem outra”, conta Gegê, pouco crédulo em uma reforma das polícias: “Pode até amenizar [a violência policial] por um período, mas nos momentos críticos ela vai voltar às mesmas práticas de sempre”.

AAMEEP

Divergências internas nas PMs

enio lourenço

Movimentos sociais

As posições diferentes daquelas centralizadas sofrem sanções administrativas, como transferências. Eu mesmo fiquei quase um ano trabalhando a 650 km da capital, sendo que a minha esposa trabalha na cidade, porque tive divergências com o alto comando”, explica o oficial. Já o vereador paulistano e ex-capitão das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) Roberval Conte Lopes se diz favorável à desmilitarização, mas não acredita nessa reforma. “Eu duvido que alguém tenha coragem de desmilitarizar a PM, porque é ela que é chamada para acabar com as inva-

sões dos alunos na Reitoria da USP, ou com as greves, como aquelas que o Lula fazia nos anos 70.” Para o policial reformado, contraditoriamente, a estrutura militar é a forma de manter a disciplina nos quartéis da polícia. “Se não for hierarquizada, qual é o policial que vai obedecer ao comando? Não funcionaria [a desmilitarização], porque se eles puderem decidir ninguém iria acordar cedo para fazer essas reintegrações. Os policiais têm que atender ao comando.” Conte Lopes ainda propõe a valorização da Rota (tropa de elite da PM paulista, conhecida por muitas execuções e pouco diálogo) como uma solução para a segurança pública. “É a única polícia em que eu confio no Brasil. E eu já falei para o governador que ele deveria ampliá-la e expandi-la para todo o Estado de São Paulo.”


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Ao final de 2013, entidades promoveram a aula pública “Que polícia queremos?”, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Lá, o pesquisador Renato Sérgio de Lima, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lembrou que uma polícia forte é uma polícia diferente de violenta. “No Brasil, a estrutura autoritária da polícia não é herdeira apenas da ditadura militar. Desde o período colonial, a polícia está a serviço do Estado e não da sociedade.” A estrutura e a morosidade do Poder Judiciário, assim como as legislações criminais

enio lourenço

A reforma da polícia (para além da desmilitarização)

arcaicas, também agravam as arbitrariedades das polícias, como se observa na grande quantidade de presos provisórios à espera de um julgamento. “Existe um padrão operacional anacrônico. Com

base na Lei de Acesso à Informação, percebe-se que a polícia mata muito e morre muito. O evento “morte” é esperado pelo policial”, complementa. Lima acentua a urgência de o Congresso Nacional ampliar

litar tem por atribuição fazer o patrulhamento ostensivo, enquanto a Polícia Civil cuida da investigação. No entanto, as duas instituições pouco dialogam e apresentam divergências entre si. Uma das consequências é a incapacidade de resolução dos crimes. “Mais do que desmilitarizar a polícia, é preciso refundá-la. Nós temos o ciclo incompleto. Já temos a polícia civil, que não é militar, e está longe de ser eficiente. Prova disso é que apenas 8% dos homicídios são esclarecidos por ela”, afirmou Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz.

esse debate de forma menos corporativa. “Nas manifestações de junho, adotou-se [os governos e as polícias] táticas do exército para reprimir a população. Esse sistema é falido. As evidências também estão nas mortes dos jovens negros nas periferias. Debater segurança pública não é algo exclusivo das polícias. O debate político é diferente do debate técnico. É preciso gerar uma nova doutrina.” A existência de duas polícias (militar e civil) em cada Estado proporciona uma falha no trabalho da segurança pública, já que a Polícia Mi-

Proposta de Emenda à Constituição Nº 51/2013 Está em trâmite no Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 51/2013, de autoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que prevê uma reforma profunda na segurança pública brasileira. A formação de polícias municipais, estaduais e federal

desmilitarizadas, de ciclo único (patrulhamento ostensivo e investigação); e a criação de ouvidorias externas e independentes são algumas das medidas. “Acreditamos oferecer uma solução de profunda reestruturação de nosso sistema de segurança pública, para a trans-

formação radical de nossas polícias. A partir da desmilitarização da Polícia Militar e da repactuação das responsabilidades federativas na área, bem como da garantia do ciclo policial completo e da exigência de carreira única por instituição policial, pretende-se criar condições para que a provisão

da segurança pública se dê de forma mais humanizada e mais isonômica em relação a todos os cidadãos, rompendo, assim, com o quadro dramático da segurança pública no País.”, justifica o documento. A PEC está na Comissão Temporária de Segurança, e vai seguir para a Comissão

de Constituição e Justiça do Senado. A expectativa da assessoria do senador Lindbergh é que a matéria vá ao plenário ainda neste ano. Caso seja aprovada, a União, os Estados e os Municípios têm até seis anos para fazer a readequação ao novo modelo.

O professor de Gestão de Políticas Públicas da USP Pablo Ortellado acredita que o contexto das manifestações contra a realização da Copa do Mundo é propício para dar início à transformação das polícias brasileiras. “Para esses protestos, não há mais demandas atendíveis, pois as remoções, a Lei da Copa e os estádios já foram feitos. Mas uma reforma da polícia pode mitigar o antagonismo crescente entre manifestantes e governos.”

Para o acadêmico – que enfatiza não ser especialista em segurança pública –, algumas providências podem ser tomadas imediatamente: acabar com os “autos de resistência”, expressão usada nos boletins de ocorrência após mortes ou lesões em decorrência da intervenção policial; a criação de corregedorias com o controle da sociedade civil; a regulamentação das armas menos letais (bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, spray de pimenta) por meio de um protocolo disci-

Bruno Terribas

Protestos contra a Copa podem impulsionar mudanças

plinar do governo federal, que oriente as polícias estaduais. “Não houve reação por parte da presidenta Dilma Rousseff (PT) ou dos governadores

Geraldo Alckmin (PSDB) e Sérgio Cabral (PMDB) a essa reivindicação, que aparecia como transversal em junho. Atendê-la sinalizaria boa von-

tade por parte dos governos, uma nova disposição em tratar os movimentos sociais e da periferia, que sempre denunciaram o genocídio dos jovens negros e pobres. Representaria o diálogo”, disse Ortellado. E complementa: “Mas isso também implicaria o governo arriscar seu único instrumento de garantia da ordem: uma polícia violenta e assassina”. Em 2014, uma reposta a esse imbróglio deve começar a ser esboçada.


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6 Meio Ambiente

Itariri tem até agosto para definir o destino do lixo Aterro continua embargado devido a irregularidades; coleta seletiva começa em abril Meio Ambiente também relata dificuldade na elaboração de um plano de resíduos: “Como a gente não tem dinheiro para

contratar uma empresa, estou tentando, sozinha, montar o plano, mas é demorado e trabalhoso”.

Coleta seletiva

liminar é vigente por tempo indeterminado, mas o município tem apenas até agosto para regularizar a situação. “Não temos o que fazer, estamos sem área própria para aterro sanitário. Nossa esperança é um terceiro terreno no bairro Raposo Tavares, que deve ser analisado pela Cetesb neste mês.” Todos os resíduos sólidos continuam sendo despejado no local embargado. Mas, segundo Ana Rosa, após a liminar, o terreno foi cercado e a Cetesb delimitou a área para depósito. “Depois que despejamos o lixo,

cobrimos tudo com areia e terra. Porém, como é feito de forma improvisada, não temos controle dos gases produzidos pela decomposição dos resíduos.” Em agosto deste ano, todos os municípios brasileiros precisam regularizar o destino do lixo. O prazo é estipulado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), que prevê a extinção dos lixões a céu aberto, a substituição por aterros sanitários e a implementação de um plano municipal de gestão de resíduos. A diretora municipal de

O sistema de coleta seletiva deve ser implantado em Itariri até o mês de abril. Um caminhão gaiola, adquirido através de uma emenda do deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT), será o responsável pela coleta dos materiais recicláveis, que serão destinados ao barracão de reciclagem do município, localizado na Vila Boa Esperança. Ana Rosa Tamasiro conta que a Diretoria de Meio Ambiente promoverá ações nos bairros antes do início da nova modalidade de coleta. “Faremos uma conscientização popular sobre a reciclagem. No primeiro momento, vou pedir para os munícipes separarem os se-

cos e os molhados. Aos poucos vamos ensinando como funciona a triagem”, explica. Segundo a diretora, diariamente, 8.000 quilos de resíduos sólidos são destinados ao lixão. “A separação dos materiais recicláveis e dos detritos orgânicos vai possibilitar a redução do lixo, e gerar renda aos catadores do barracão municipal.” Desde agosto de 2013, um grupo de seis catadores de materiais recicláveis foi cadastrado na Prefeitura. No entanto, o trabalho ainda é precário, pois os trabalhadores não contam com instrumentos como esteira, prensa ou demais equipamentos para realizar a separação adequada do material.

coluna

RADAR Caravana do PT no Vale do Ribeira

O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) está realizando uma caravana no Estado de São Paulo, com a finalidade de se aproximar da população, para conhecer melhor os problemas das cidades de cada região. A caravana passa pelo Vale do Ribeira nos dias 19, 20 e 21 de fevereiro. No primeiro dia, em Itariri, haverá um encontro entre a direção do PT e as lideranças municipais, às 15 horas. Estarão presentes o presidente estadual Emídio de Souza, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, os deputados estadual Luiz Cláudio Marcolino e federal Ricardo Berzoini, o coordenador da macrorregião do Vale do Ribeira Raul Calazans, o vice-prefeito Sargento Wilmar e o vereador Jocemar Pacheco. A prefeita Rejane Silva (PP) e outros vereadores também foram convidados.

Por Pança

Creche em Ana Dias

No dia 11 de fevereiro, finalmente a creche do distrito de Ana Dias deu início às suas atividades. O equipamento foi conquistado em 2007, na gestão do ex-prefeito Daniel Silva, em que eu era o vice-prefeito, com apoio do deputado Ricardo Berzoini (PT) junto ao Ministério da Educação. A creche era para ser construída até 2008, o que não aconteceu. Em 2012, o ex-prefeito Dinamerico Peroni Gonçalves inaugurou a obra ainda incompleta, deixando a conclusão para a atual prefeita Rejane Silva (PP). Após sete anos, ela está pronta para receber crianças de 0 a 6 anos – até 4 anos, em período integral; com 5 e 6 anos em meio período. Cerca de 104 crianças já estão matriculadas na creche, diz a diretora de Educação Rosa Angela Andrade de Paula.

divulgação

divulgação

Há anos, o destino dos resíduos sólidos de Itariri tem sido um problema. No bairro Três Barras, o descarte inadequado do lixo transformou o local destinado ao aterro sanitário municipal em um grande lixão a céu aberto, sem controle da Prefeitura. Em setembro de 2012, esse espaço foi embargado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e até hoje aguarda uma solução. A prefeita Rejane Silva afirma que ao assumir o Executivo encontrou o aterro embargado e com uma dívida milionária, que aumentava R$ 1.000 ao dia. A solução temporária foi a negociação da dívida e uma liminar na Justiça para a utilização do lixão enquanto não se encontrasse um novo local. Dois terrenos foram apresentados para a Cetesb, porém ambos rejeitados por serem inadequados. Segundo a diretora municipal de Meio Ambiente, Ana Rosa Tamasiro, a


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esporte

Com pouco apoio, judô faz bonito nas competições A Divisão Municipal de Esportes oferece aulas gratuitas de judô há mais de 20 anos. O tradicional esporte olímpico de combate é uma arte marcial que tem em sua filosofia fortalecer o físico, a mente e o espírito, proporcionando melhor qualidade de vida e técnicas de defesa pessoal. Em 1997, o esporte começou a ganhar força na cidade, quando o sensei Amauri assumiu o ensino do judô. Nos oito anos, muitos jovens se graduaram, como Eduardo Nakate, que desde 2005 sucedeu o antigo mestre no projeto municipal.

lauany rosa

Sensei lança campanha para comerciantes e moradores patrocinarem a modalidade tradicional

“Dar aula no lugar em que em que me formei é gratificante. Não tem coisa melhor do que manter um local que amo e pelo qual tenho tanto carinho.”

Hoje, o professor Nakate conta com cerca de 80 alunos, entre 4 e 25 anos (são aceitas pessoas de todas as idades), e ensina a modalidade

de segunda a sexta-feira. As aulas do período da manhã e da tarde são voltadas aos alunos iniciantes. Já à noite os treinamentos são específicos para os atletas que disputam competições. Como as trocas de faixas, que representam o grau de evolução do judoca na modalidade, ocorrem uma vez por ano, um atleta demora em média de seis a oito anos para se tornar faixa preta (graduação máxima). O judoca Natan Gomes, de 14 anos, é um dos atletas mais antigos do projeto. Ele pratica judô há sete anos e está na

faixa marrom, uma antes da preta, que o qualifica como sensei (professor). Para o adolescente, o judô o ajudou a se desenvolver e fazer amizades. “Faço judô desde pequeno. Com o esporte conheço pessoas diferentes, me divirto e ainda cuido da saúde.” A professora Soraia Novaes, de 25 anos, leva o filho Erick, de 7 anos, a todos os treinos. Ela relata que o judô melhorou o comportamento e o desenvolvimento do filho. “Ele era muito desconcentrado. Agora, está mais disciplinado e atento.”

A alta rotatividade de alunos é a maior dificuldade para formar equipes de competição. Segundo Nakate, todos os anos a equipe de competição é desfeita, porque muitos alunos são obrigados a abandonar os treinamentos por conta dos estudos ou da busca de emprego em outras cidades. “Como não há investimento, é difícil conseguirmos competidores. Sem atrativos fica complicado conseguir prender os jovens ao esporte.” Apesar da estrutura deficitária, a equipe de Itariri tem se destacado nas competições. Nos Jogos Regionais de 2013, realizados em Barueri, o município levou representantes nos times masculino e feminino e se classificou entre os dez primeiros na competição – as

Um dos elementos fundamentais para a prática do judô é o uso do quimono. No entanto, por ele ser um artigo esportivo caro, nem todos os atletas da cidade o possuem, o que faz com que os esportistas tenham que revezar as suas vestimentas nos dias de competição. Anualmente, a equipe de Itariri participa de cerca de oito competições – entre elas os Jogos da Juventude e os Jogos Regionais, promovidos pela Secretaria de Esporte do Estado de São Paulo. Cada atleta gasta em

mulheres ficaram em 8º lugar e os homens em 10º. No Torneio Aberto de Cananeia, a delegação de 14 atletas de Itariri voltou a se destacar com a conquista de nove medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze. “Todos os anos, novos atletas chegam, treinam conosco e conseguimos ficar entre os dez primeiros colocados. Mas não ter uma equipe contínua dificulta o desenvolvimento do trabalho”, explica o sensei.

lauany rosa

Campanha: “Adote um atleta”

lauany rosa

Sem investimentos

média R$ 50 por campeonato, referentes a inscrição, passagem e alimentação. Um valor que afasta bons atletas do esporte, porque não têm como pagar. Por isso, o sensei Eduardo Nakate criou a campanha “Adote um atleta”, que con-

siste no patrocínio ou ajuda de custo dos comerciantes ou moradores aos judocas na época das competições. Os interessados em colaborar podem entrar em contato pelo telefone 3418-1275 ou procurar o professor na Divisão de Esporte.

Como praticar o esporte

As aulas acontecem de segunda e quarta-feira, no bairro Raposo Tavares, das 18h30 às 19h30, voltadas paras as crianças, e das 19h30 às 20h30, para jovens e adultos. Às terças e quintas-feiras, as aulas são no Centro, das 10h às 11h e das 13h30 às 14h30, para os iniciantes, e das 19h às 21h, para os competidores. As inscrições podem ser feitas na Divisão de Esporte, na rua Flávio Trigo, s/nº, Centro, durante o horário comercial.


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8 foto síntese – rotatória de ana dias

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Escrevem a resenha de filmes

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A R U E T IG O S N T O R M O I A D O T A A R T I ON I I X

6003306

7 4 1 2 3 5 9 6 8

Nas baNcas e livrarias

80

N

1

E

3 5 6 1 8 9 2 7 4

2

6

9 8 2 7 4 6 5 3 1

3

1 7 3 6 5 8 4 9 2

1

1

O

4

7

Raul (?): o Maluco Beleza (Mús.)

T A T I

7

3

Economizar; poupar E, em inglês Dia da (?): o Juízo Final

Trabalho; labuta

C R I T I C O S

Raul (?): o Maluco Beleza (Mús.)

2

4

Dia da (?): o Juízo Final

C N H A N U E D A N E U C O R A N A I E V O L T A C H A R AÇ A R G A Ã O L U N R A C A R A L AN D R I D A

42 39 9

84 5

6

po do carioca boêmio

L R

65 6

1

M R E E N T O V O C M A L

71

www.coquetel.com.br Estereóti-

S Ã O B R A S

7

Marcar com um furo Gema translúcida

Marcar com um furo Gema translúcida

diretor de jornalismo da Globo

I G A R A

3

3

Cálcio (símbolo)

I X

4

8 6 5 4 9 2 3 1 7

8

69

Revistas COQUETEL

4 2 9 3 7 1 8 5 6

BANCO

1

3

3/and — sun. 5/amore — décor — igara — tiger. 8/registro. 9/autonomia.

Trabalho; labuta

1

5

I

4

4

Canoa feita de tronco escavado

E

8

8

1

Instrumento de canções de Bob Dylan

C R I T I C O S

4

9

Copo em que se serve o vinho

Caráter doa 9. com algarismos de 1 trabalho Canoa feito pelos de Os algarismos não podem sefeita repetir nas linhas verticais e ções de tronco Médicos escavado Bob Dylan Sem (?) Kamel, www.coquetel.com.br horizontais, nem nos quadrados menores Fronteiras (3x3).

serve o vinho © Revistas COQUETEL Caráter do trabalho feito pelos Médicos Sem © (?) Kamel, Fronteiras diretor de Cálcio jornalismo (símbolo) da Globo EconomiEstereótizar; poupar po do carioca E, em boêmio inglês

6

Padroeiro protetor da saúde da garganta

Poema grego (pl.) Apelido de "Tatiana"

A dos filhos é disputada após o divórcio

Completamente molhada

Ceder

A dos filhos Preencha 9.Poema Comple- os espaços vazios com algarismos de 1 a grego (pl.) é disputatamente da após o Apelido dee molhada Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais Preencha os espaços vazios divórcio "Tatiana" Copo em Instrumenhorizontais, nem nos quadrados menores (3x3). que se to de can-

12

Padroeiro protetor da saúde da garganta

A R R A N C A R

8

Ceder

G U A R D A

6

O tempo passado

Escrevem a resenha de filmes

www.coquetel.com.br

"Per (?)", sucesso de Zizi Possi Extirpar

1

"Per (?)", sucesso de Zizi Possi Extirpar

Inclinação do seminarista

N

Inclinação do seminarista

Programa de 12/6 Ambiente de "Lost"

D

COQUETEL

Cenário, em francês Companhia (abrev.) Conflito comum no BrasilColônia

A

9

de 12/6 Ambiente de "Lost"

Condição da peça encontrada no museu

U

3/and — sun. 5/amore — décor — igara — tiger. 8/registro. 9/autonomia.

em francês Companhia (abrev.) © Revistas Conflito comum no BrasilColônia

Tigre, em inglês Cachaça (pop.)

Esconderijo de bandidos (p. ext.) lauany rosa

Tigre, em inglês Cachaça (pop.)

N A

Maior cidaQue é de do Vale do Ribeira relativo a árvores (SP)

A L I

N A

Navio Licença usado por do taxista Cabral profis(Hist.) sional

M R E E N T O V O C M A L

Prática recomen- (?) escolar: Bandeirante que dada a profissionais marca a desbravou da música e locu- frequência do aluno Goiás tores Jamais A do preço do dólar prejudica os exportadores brasileiros Sol, em inglês

© Revistas COQUETEL

Prática recomen(?) escolar: Bandeirante que dada a profissionais marca a desbravou da música e locu- frequência do aluno Goiás tores Jamais A do preço do dólar prejudica os exportadores brasileiros Sol, em inglês


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