Jornal brasil atual limeira 23

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Jornal Regional de Limeira

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nº 23

Entrevista

Outubro de 2013

orçamento

“estou no jogo” Lula concede entrevista a veículos mantidos por trabalhadores e fala de 2014

Plano de Metas São definidas diretrizes de investimento da administração pública

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transporte

reclamação Renovação da frota de ônibus não resulta em qualidade

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Agenda futebol

Internacional completa 100 anos Reportagem relembra história do clube centenário e conquista do Campeonato Paulista de 1986 Pág. 7

Citt fest Limeira realiza festival de ciências entre 10 e 27 de outubro

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A lógica do capital

Orçamento participativo

Plano de Metas é definido

editorial Em outubro, a Constituição Federal completa 25 anos. A oitava Carta Magna do país desde a independência é um marco pelos princípios democráticos restabelecidos e pela retomada de direitos e garantias fundamentais ao povo brasileiro, outrora abandonados pela ditadura civil-militar (1964-1985). A volta das liberdades democráticas, a possibilidade de organização partidária e sindical, a liberdade de imprensa são algumas das conquistas de lutadores que foram calados à força pela arbitrariedade de generais e da elite econômica do país durante mais de duas décadas. No entanto, o aniversário da “Constituição Cidadã” é pertinente para fazermos uma reflexão. Dos direitos sociais da Carta, quantos se fazem valer de fato? As terras ainda continuam concentradas nas mãos dos oligarcas. Dezenas de milhares de pessoas vivem nas ruas das grandes cidades (muitas porque são expulsas do campo) sem acesso a moradia ou ao trabalho digno (subempregos para subexistência). Comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, têm seus direitos violados por “legislações ambientais” ou pelos mesmos latifundiários. A polícia militar continua com os mesmos métodos repressivos dos anos de chumbo. Agora, ao invés de perseguir e torturar militantes políticos, a PM extermina jovens pobres e pretos nas periferias do país. Ademais, uma série de artigos da Carta não foi regulamentado. é o caso da comunicação, que tem o espectro eletromagnético público e continua monopolizada nas mãos de algumas famílias, como os Marinhos, das Organizações Globo. Estamos falando de Direitos Humanos, oras. Não há democracia sem o respeito a esses princípios fundamentais. Até quando iremos viver com essa herança maldita de um dos piores momentos da história do Brasil? A justiça social tão aclamada na Assembleia Nacional Constituinte está longe de ser realidade. E é exatamente por isso que as pessoas não devem sair das ruas: por direitos!

Após uma série de assembleias nos bairros e reuniões dos grupos de trabalho, no dia 30 de setembro, conselheiros do Orçamento Participativo e secretários municipais apresentaram à população o Plano de Metas, no Teatro Nair Bello. “O Plano de Metas detalha como a administração municipal pretende resolver os problemas da cidade, mas observando as limitações, como, por exemplo, a de ordem financeira”, disse o secretário de Governo, Mauro Zeuri. O plano apresentado contempla 100 metas que o Poder Executivo limeirense pretende alcançar nos próximos anos. Dentre elas estão: atender 5.000 famílias no programa de habitação popular e manter zerado o índice de favelas em perímetro urbano; implan-

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Conselheiros e secretários estabelecem diretrizes

tar um modelo de segurança inteligente com a criação de dados estatísticos sobre a violência na juventude e contra as mulheres; reduzir em dois pontos percentuais a mortalidade infantil até o ano de 2016; aumentar o atendimento realizado pelo Programa Saúde da Família (PSF); elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 5,5 para 6,7 pontos em 2017; reformar 24 unidades escola-

res e construir oito novas unidades de 2013 até 2016. Na ocasião também estiveram presentes os secretários: José Luiz Rodrigues, de Esporte; Nivaldo Pereira de Menezes, Cultura; Marco Aurélio Magalhães, Saúde; José Claudinei Lombardi, Educação; Alquermes Valvasori, Meio Ambiente; Giocondo Mario Negro Filho, Obras e Serviços Urbanos; Osmar da Silva Júnior, SAAE.

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transporte

Prefeitura renova frota, mas problemas persistem Sudeste (os outros 30%) são as concessionárias responsáveis por gerir os serviços (como a compra de novos veículos) e a contratação de funcionários do transporte público da cidade. Entretanto, a Prefeitura ainda é quem determina os horários de chegada e partida dos ônibus e as rotas das linhas. A aposentada Olívia Souza, de 75 anos, vê na irregularidade dos horários o maior problema do transporte. “Tem dia que o ônibus passa 19 horas, às vezes passa 19h15, agora são 19h25 e ele ainda não passou. Eu reclamei com um motorista e ele me disse para eu olhar

O transporte público foi o principal alvo de reclamações da primeira etapa do Orçamento Participativo. Enxergando a demanda por melhorias, a Secretaria de Transporte de Limeira solicitou a aquisição de 18 novos ônibus como parte do projeto de renovação da frota. A previsão é de que 60 novos ônibus estejam em circulação até janeiro de 2014. No entanto, a superlotação dos veículos, a ausência de linhas de ônibus em alguns bairros e os atrasos são uma constante. Desde 2009, as empresas Viação Limeirense (que atende 70% dos passageiros) e Rápido

lauany rosa

População reclama de superlotação, atrasos e falta de linhas em alguns bairros

o horário na Internet todo dia. Mas eu não tenho Internet e não sei mexer no computador.” Já a estudante Vanessa Magalhães, de 25 anos, reclama da superlotação das linhas 11B e 124 no “horário de pico” da manhã. “Entre 6h30 e 7 horas,

todos os ônibus estão lotados. Como eles passam duas vezes a cada hora, quando chega perto da minha faculdade, o ônibus está tão cheio que ninguém mais consegue entrar ou sair.” A secretária de Transporte Andréa Soares diz ter ciência

Por Lauany Rosa

dos problemas e afirma que diminuiu o número de reclamações. “Até 2012, não existia fiscalização. Instalamos GPS nos veículos e hoje temos controle dos atrasos ou desvios de rota. Porém, as linhas foram implantadas entre as décadas de 1960 e 1970 e nunca foram mudadas. Isso reflete-se diretamente na ausência de linhas em alguns bairros, no tempo de espera e na qualidade do transporte. Queremos fazer um estudo da população no próximo ano, com uma pesquisa parecida com o censo [do IBGE], que dará um parâmetro do que a cidade realmente precisa.”

Mudança da tarifa não se reflete em qualidade Após as manifestações organizadas pelo Movimento Passe Livre no mês de junho – que em seu ápice levou cerca de 6.000 limeirenses às ruas, para reivindicar melhorias no transporte coletivo e a redução da tarifa –, a passagem teve um decréscimo de R$ 0,10, passando, no dia 1º de agosto, de R$ 2,85 para

R$ 2,75. Contudo, a população diz não sentir o efeito da nova tarifa no bolso e reclama do mau funcionamento da integração. A operadora de caixa Jacira Jesus Santos, de 36 anos, afirma esperar até 50 minutos pela linha 11 aos sábados. “É um absurdo pagar tão caro por um transporte nessas condições. Reduziram R$ 0,10, mas todo mês a empre-

sa continua descontando 6% de vale-transporte do meu salário. Pago caro para andar em ônibus demorado e cheio.” “Quando você tenta passar o cartão no segundo ônibus, não faz a integração e outra passagem é cobrada. Isso prova que a integração é uma furada”, complementa a autônoma Sônia Nunes, de 57 anos.

A secretária de Transporte Andréa Soares diz existir um “mito” sobre essa questão. “A população não entende direito como funciona a integração. Ela acontece em qualquer ponto da cidade e em todas as linhas, desde que se peguem linhas diferentes no período de uma hora.” Ela ainda afirma que o município organiza audiên-

cias públicas, para discutir o transporte público, porém quase não há participação da população. “Nos protestos as ruas ficaram lotadas, mas ontem (26/9) teve audiência e esses jovens não participaram. Sei que o transporte ainda não é o ideal, mas estamos buscando meios para melhorá-lo”, explica.

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Acessibilidade esbarra na educação de passageiros Apesar dos problemas, Limeira é um dos quatro municípios do país (Jaú/SP, Araucária/ PR e Belo Horizonte/MG) que possuem ônibus equipados com o Sistema de Sinalização Eletrônica de Embarque DPS 2000. O dispositivo anuncia aos passageiros deficientes visuais o itinerário dos ônibus nos abrigos e alerta aos motoristas a presença

de pessoa com deficiência visual no próximo ponto. Segundo a secretária de Transporte Andréa Soares, a previsão é de que até o final de 2014 todos os ônibus estejam completamente adaptados aos portadores de deficiência. “Nossa ideia é que Limeira se torne referência em transporte público.”

Embora mudanças estejam ocorrendo no quesito acessibilidade, um entrave ainda existe na própria população. O estudante Jorge Barros Cavalcante, de 18 anos, usa muletas e afirma ser comum as pessoas não saberem lidar com os tipos de deficiência. “As pessoas não respeitam os lugares reservados. É comum ver idosos e gestantes em pé. Às

vezes estou sentado e alguém bate nas minhas costas para eu dar o lugar. Mostro a muleta e fica aquele constrangimento.” Os novos ônibus possuem três lugares reservados para deficientes ou pessoas com mobilidade reduzida na parte da frente e outros seis após a catraca. Há também um espaço reservado para cadeirantes.


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4 entrevista

roberto stuckert filho/IL

“Estou no jogo”, diz ex-presidente Lula

Manifestações

Eu acredito que o impacto de tudo que aconteceu em junho de 2013 deve servir como uma grande lição para a sociedade brasileira e, sobretudo, para os governantes. Certamente, muita gente de partidos políticos, sindicatos e movimentos organizados da sociedade civil foi pega de surpresa, porque foi um movimento que se deu à margem daquilo que nós conhecíamos como tradicional forma de organização. Eu me lembro que não aconteceu nada no Brasil nos últimos 40 anos que a gente não estivesse à frente. Seja o movimento sindical, sejam os partidos de esquerda, seja a UNE, sejam os sem-terra... Não foi um movimento em que as pessoas queriam derrubar o governo, mas um movimento em que as pessoas diziam: “nós queremos mais educação, mais saúde, mais transporte, mais qualidade de vida”. A nossa presidenta teve a sabedoria de dar uma resposta imediata, colocando a reforma política como fundamental para que a gente possa mudar a situação do Brasil, depois a

questão da saúde com o Mais Médicos, depois a aprovação de 75% dos royalties para a educação... Ou seja, foram medidas tomadas pela nossa presidenta que mostraram o governo num processo de evolução para tentar encontrar soluções.

“Se você quer mudar, mude através da política” A única coisa grave do movimento é a manipulação para a tentativa de negar a política. Tenho dito publicamente que toda vez na história ou em qualquer lugar do mundo que se negou a política, o que veio depois foi pior. Portanto, se você quer mudar, mude através da política. Participe, entre num partido, crie um partido, faça o que você quiser. Aqui no Brasil, o que teve foi o regime militar de 1964. No Chile foi o Pinochet, na Argentina foi a ditadura. Não queremos isso. Queremos democracia exercida em sua plenitude. E a sociedade quer isso. A sociedade quer debater

No dia 24 de setembro, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva concedeu a sua primeira longa entrevista após deixar o Palácio do Planalto a um grupo de jornalistas da Rede Brasil Atual, TVT e jornal ABCD Maior, no Instituto Lula, em São Paulo. No encontro, de cerca de 90 minutos, ele comentou os principais assuntos em voga no país e as eleições de 2014. Ao final, brincou com os profissionais: “Se tem uma coisa que tenho vontade é de falar”. Confira a seguir os principais trechos da entrevista e a íntegra em <www.redebrasilatual.com.br>. política, então vamos debater sem medo de qualquer assunto. Sou daqueles que acham que não tem tema proibido. Reforma política

Não é fácil avançar na reforma política. As pessoas que foram às ruas não vão votar no Congresso Nacional. É importante lembrar que fizemos a campanha das Diretas, que possivelmente foi um dos maiores movimentos cívicos deste país, em meses em que fomos à rua com todos os partidos políticos, com o movimento sindical, centenas e centenas de manifestações pelo Brasil inteiro, toda a sociedade querendo, e quando a proposta chegou ao Congresso não tínhamos número para aprovar e não aprovamos. Só teremos uma reforma política plena no dia em que tivermos uma constituinte própria para fazê-la. Achar que os atuais deputados vão fazer uma reforma política mudando o status quo é muito difícil. Acredito que é possível discutirmos uma mudança na votação, votar em lista, financiamento de campanha. Há um equívoco em fazer a sociedade

compreender que o financiamento público vai tirar o dinheiro da União. A forma mais eficaz, honesta e barata de se fazer uma campanha política é você saber que cada voto vale um centavo, R$ 1 real, R$ 10 reais e que cada partido vai ter tanto e se alguém pegar dinheiro privado tem de ser considerado crime inafiançável, para que as pessoas não fiquem subordinadas aos empresários. Por que os empresários não estão defendendo o financiamento público? Oras, é porque a eles interessa cada um construir a sua bancada. Os bancos têm as suas bancadas no Congresso Nacional, têm influência, porque cada um tem a lista de quem financia. A reforma política é a melhor possibilidade para se mudar a lógica da política no Brasil. E ter em conta que não é só para combater a corrupção, mas para facilitar as coalizões que são conseguidas, porque quando você ganha uma eleição com um partido aliado a outro tem que ter coalizão na hora de montar o governo. Acredito que para 2014 a gente vai conseguir fazer uma

reforma política muito capenga. Temos que levar em conta que há interesses partidários. Tem partidos para os quais está bom assim. O cara tem mandato e quer preservar o seu mandato. As pessoas podem querer fazer as coisas para 2018, 2020, mas para esta eu acho que não vai haver mudança.

“O rico tem que pagar a saúde do povo pobre” Mais Médicos

O ministro da Saúde Alexandre Padilha tem razão com o que ele fala: não se está buscando médico fora para substituir o médico brasileiro; se está buscando médico fora para trabalhar onde não tem médico. E o Padilha sabe que o programa Mais Médicos não vai resolver o problema da saúde. O Mais Médicos vai dar oportunidade ao cidadão que não tem acesso a nenhum médico de ter acesso ao primeiro médico e a tratamento. E quando esse cidadão tiver acesso, ele vai querer mais saúde, porque ele vai ter informações. Então vai precisar formar mais gente.


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Ação Penal 470 (“mensalão”)

Desde o começo do julgamento, tenho dito que qualquer manifestação minha só seria feita após terminar o processo, pois fui quem indicou alguns ministros que estão no STF. Não quero ficar colocando em dúvida questões da Suprema Corte, que tem uma importância muito grande para o Brasil. Fico um pouco chateado, pois se depender do comportamento de um ou de outro na imprensa, não precisaria nem de julgamento. O próprio diretor de jornalismo já condenaria as pessoas. O que deve ser garantido pelo Estado de Direito, algo pelo que a gente brigou tanto, e que para alguns editorialistas parece ser crime contra a humanidade: o direito de defesa. Tenho muita vontade de falar. Tenho ouvido os ministros falarem e vejo que alguns têm preocupação em estudar o caso, e outros não. Quando o julgamento terminar, seja qual for o resulta-

roberto stuckert filho/IL

Em 2007, derrubaram a CPMF. Foi um ato de insanidade dos tucanos em relação ao meu governo. Eles tiraram uma bagatela de R$ 40 bilhões por ano. Soma isso em quatro ou sete anos e vê a quantidade de dinheiro que tiraram da saúde, achando que iam prejudicar o Lula. Pois bem, quem eles prejudicaram? O povo. Achamos que o rico tem que pagar pela Saúde do povo mais pobre. Era por isso que tínhamos apresentado um programa chamado Mais Saúde em que a gente iria utilizar todo o dinheiro da CPMF para cuidar da saúde. Dilma e Padilha marcaram um gol com o Mais Médicos. Abriram um debate muito importante com a sociedade para as pessoas começarem a enxergar.

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do, eu vou ter muita coisa para dizer a respeito. Copa do Mundo e Olimpíadas

O Brasil é a sexta economia mundial e o país que mais ganhou Copas do Mundo. Agora precisamos ver se a Copa será um evento em que o Brasil fortaleça sua imagem para o mundo, ou se a gente vai fazer uma Copa fracassada por conta de problemas internos. Se tiver corrupção (nas obras dos estádios e infraestrutura), que digam quem fez, que se processem os responsáveis. O que não pode é trabalhar com o “denuncismo”. A teoria do domínio de fato não serve para isso. O país tem governos federal, estaduais e municipais envolvidos com a Copa do Mundo. O Ministério Público tem um procurador que foi designado para acompanhar os comitês organizadores da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Eu publiquei decretos federais em dezembro de 2009 determinando a criação de portais, para 2014 e 2016, para que seja acompanhado em tempo real para onde vai cada centavo da União que é investido nesses negócios. Até agora não há nenhuma denúncia. Não podemos permitir que alguma má informação seja passada para a sociedade sem que haja resposta. A minha preocupação é que os governos têm de mos-

trar o que está acontecendo e assumir as responsabilidades. As obras não vão ficar quando a Copa do Mundo for embora? Essa é uma preocupação que eu tenho: se não for assim, vamos ter 40 mil pessoas dentro de um estádio torcendo e outras 40 mil fora dizendo que houve corrupção. Já temos o Tribunal de Contas, a Procuradoria Geral, a Polícia Federal, o diabo a quatro... Agora é preciso construir uma narrativa do significado da Copa do Mundo e das Olimpíadas para o nosso país. Eleições 2014

O problema de fazer uma avaliação de 2014 é que eu precisaria de uma bola de cristal na minha frente. O que eu falar aqui pode ser desmentido em uma semana com o posicionamento de um partido político. Primeiro: eu trabalho com a ideia de que a presidenta Dilma deve fazer um esforço para manter sua base de sustentação. Acho que a maioria vai ficar com ela, que os tucanos vão ter candidato, talvez façam uma coalizão com o DEM, ou com outros partidos de direita, mas eles não podem fazer uma coligação com a imprensa, que é a grande aliada deles. Se a Marina conseguir o registro do partido (Rede Sustentabilidade), ela certamente será candidata. O Eduardo Campos (PSB) quer ser, mas já me disse que só decide em março ou abril do ano que vem. O PSDB ainda não sabe se vai de Aécio ou se o José Serra vai tentar criar um caso.

“Meu papel será o que a Dilma quiser que seja” Acho que o quadro é favorável. Falo da Dilma com muito orgulho. Vejo as pes-

soas colocarem defeitos nela, com essa história de que não gosta de conversar. Cada um tem um estilo. O que eu tenho consciência é que poucas vezes no mundo tivemos uma presidente tão decente como a Dilma. De caráter, competente e séria. Isso é condição fundamental para que o Brasil continue a trajetória que conseguimos implantar nos últimos dez anos. Papel do Lula nas eleições

O meu papel será o papel que a Dilma quiser que seja. Tenho que ter muito cuidado, porque não posso conversar com um partido político sem a orientação da presidenta ou do partido. Uma coisa que sei fazer, e espero estar em condições, é pedir voto. Eu me considero razoável de palanque. Gosto e me sinto bem. Agradeço a Deus todos os dias pela relação de confiança que a população construiu comigo. Certamente que hoje ela precisa menos do que precisava em 2010, porque é a presidenta, está no mandato, tem exposição mais forte, vai ser julgada pelo que já está fazendo. Mas vou fazer o mesmo esforço que fiz em 2010. É como se fosse a minha campanha. A vitória da Dilma é a minha vitória. O sucesso dela é o sucesso do povo brasileiro, das camadas mais pobres. É difícil, gente, porque nem todo mundo acha prazerosa a ascensão dos mais pobres. Tem gente que fica incomodada dos mais pobres terem acesso às universidades, aos restaurantes, a exposições nas bienais. É um gesto ruim, pois acredito que, quanto mais o pobre ascender, melhor será para todos, já que a classe média sobe junto e todo mundo

ganha. Quando não tivermos mais miseráveis, teremos menos violência, menos assaltos. Isso que temos que ter consciência, que a Dilma pode nos ajudar a construir nos próximos anos. Como eu, ela vai fazer um segundo mandato infinitamente melhor do que o primeiro.

“São Paulo está perdendo nível industrial” No Estado de São Paulo

Acredito que nunca estivemos tão próximos de vencer as eleições em São Paulo. Por isso é preciso dividir o lado de lá. É preciso alcançar alianças além do PT, do PDT, do PC do B, para, então, construirmos um discurso apropriado. Estamos no caminho certo. Os tucanos estão num processo de fadiga de material. Eles não têm mais o que propor. Isso não significa dizer que o governador está acabado, está fraco. Alckmin é uma figura com força política no Estado e precisamos ter habilidade para derrotá-lo. Acho que ele não tem mais proposta para o ABCD ou para a Região Metropolitana. Não tem mais o que fazer em nível estadual. São Paulo está perdendo força, está perdendo nível industrial. Não tem propostas para a educação. É muito desagradável quando pegamos as avaliações do MEC sobre o ensino fundamental e vemos que São Paulo está entre os piores Estados. Está provado que o crime organizado derrotou o governo de São Paulo. Parece uma coisa sem controle. Acredito que se o Alexandre Padilha [ministro da Saúde] for realmente o indicado, teremos um ótimo candidato em São Paulo.


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Festival de ciências quer entrar no calendário oficial Entre os dias 10 e 27 de outubro, Limeira sediará o primeiro Festival de Ciência, Inclusão, Tecnologia e Turismo (CITT Fest), que tem como objetivo aproximar a ciência da população e incentivar a formação de novos cientistas. O festival vai ocorrer no Parque da Cidade, no prédio que a priori abrigaria a nova Biblioteca Municipal – atualmente a Prefeitura cogita a transferência do Centro de Ciências para o local –, e apresentará estandes, exposições e atividades diversas. A visitação pública será aberta

de quinta a domingo, durante as três semanas do evento. “O CITT Fest é a oportunidade de mostrar o potencial científico das instituições da cidade, de atrair e aproximar a população à ciência e de resgatar o amor limeirense pelo turismo”, afirma José Carlos Neres de Assis, diretor do Centro de Ciências Professor Osvaldo Roberto Leite, da Secretaria de Educação. “A intenção é transformar a ciência em algo menos duro. Para isso, traremos exemplos de como ela está presente no dia a dia da população”, complementa.

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Primeira edição do CITT Fest promete movimentar turismo local com diversas apresentações

Os organizadores apresentarão um eixo temático a cada semana. De 10 a 13 de outubro será Educação, Meio Ambien-

te, Biodiversidade; entre os dia 17 e 20 é a vez do Turismo Tecnológico, Histórico e de Negócios; na última semana, de 24

a 27 de outubro, o CITT Fest converge com a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e irá debater o tema Ciência, Saúde e Esporte. Segundo José Carlos, o evento é o primeiro passo para a cidade se estabelecer como um roteiro turístico de ciências na região. “Queremos difundir o conhecimento científico, fazendo com que ele saia dos redutos acadêmicos e caia no gosto dos visitantes. A intenção é que Limeira passe a ser referência em ciências e que o festival integre o calendário oficial de eventos do município.”

Nas três semanas do CITT Fest, os visitantes poderão participar de seminários e palestras teóricas com acadêmicos das mais diversas áreas da ciência. No entanto, uma série de experimentos e apresentações é o que deve mesmo atrair o público. É o caso do bungee jumping e do balonismo para explicar as propriedades da física; do

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Grupo Ciência em Show é uma das atrações do evento

“Carro Capote” para comentar o tombamento dos veículos

automotivos e as questões de segurança; da minifazenda e a dinâmica da produção rural; ou do planetário que emula corpos celestes. O famoso trio de físicos da Universidade de São Paulo (USP) Ciência em Show, que se apresenta em programas televisivos, fará experiências científicas ao vivo. Os acadêmicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

também participarão com o caminhão da “Oficina do Desafio” para os estudantes e o público em geral. Já na última semana, atletas paraolímpicos serão parceiros de cientistas nas mesas de Ciência, Saúde e Esporte. Exibições de teatro,

música e danças também compõem o leque de atividades, assim como o concurso gastronômico da melhor receita de coxinha de galinha, para resgatar a lenda que diz que este quitute nasceu em nossa cidade.

Festival de Ciência, Inclusão, Tecnologia e Turismo (CITT Fest) Onde: Parque Cidade de Limeira – Via Antônio Cruanes Filho, s/nº – Vila São João. Quando: 10 a 27 de outubro. Quintas e sextas, das 9 h às 21 h, sábados, domingos e feriados, das 14 h às 21 h. Entrada gratuita

Câmara

Ativistas tentam barrar rodeios na cidade Movimento Limeira sem Rodeio aponta maus tratos aos animais e quer projeto de lei Na sessão da Câmara dos Vereadores do dia 16 de setembro, ativistas do movimento Limeira sem Rodeio posicionaram-se contrários à realização de rodeios na cidade. A ativista Milena Pacheco solicitou apoio

ao Poder Legislativo para que o evento deixe de fazer parte do calendário oficial. “Há uma Ação Civil em Limeira que impede o uso de instrumentos de tortura, como o sedém, a peiteira, as esporas, o polaco, desde

2006. Porém, como não há fiscalização, o Clube dos Cavaleiros de Limeira continua realizando rodeios e utilizando esses itens”, lembrou. Na tentativa de convencer os vereadores a elaborarem um

projeto de lei proibindo o uso de animais em rodeios e eventos, a ativista mostrou pesquisas da Universidade de São Paulo e fotos e vídeos do rodeio deste ano (realizado de 5 a 15 de setembro), que comprovam os

maus-tratos aos animais. A vereadora Érica Monteiro (PT) comprometeu-se a receber os ativistas em seu gabinete, para montar o projeto e encaminhar para a pauta de votações ainda em outubro.


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futebol

Internacional entra para o time dos centenários

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lauany rosa

No dia 5 de outubro de 1913, entusiastas do futebol dos times do Barroquinha – o time popular da cidade, que jogava em um campo de terra irregular, próximo a uma barroca na Rua do Comércio (hoje Rua Dr. Trajano) – e do Almofadinhas – time da elite, que jogava nos altos da cidade – resolveram se unir e fundar um novo clube em Limeira. Eles se reuniram no Teatro da Paz (hoje Teatro Vitória) e decidiram que somente associados poderiam jogar no clube, contanto que contribuíssem com um mil réis mensais.

lauany rosa

Torcedores, ex-jogador e presidente relembram momentos de um dos maiores clubes do Estado

Nascia a Associação Atlética Internacional de Limeira, que adotou o nome em homenagem aos vários povos de outros países radicados na cidade. Uma semana depois, com

calções brancos e camisas listradas em preto e branco, a Internacional jogou sua primeira partida contra o Sport Clube Carioba, em Americana. Alguns anos depois, o clu-

be construiu o Estádio de Vila Levy, onde ficou 212 jogos sem perder, entre 1921 e 1924, e ganhou da imprensa e dos torcedores o apelido de Leão Paulista. Em 1977, o Estádio

1986, o ano que Limeira parou

“A nossa torcida é carente. Ela tem esperança de que a Inter volte a dar alegria como na década de 1980. Muitos esperam que o time renasça para voltar a ir ao estádio”, conta Taymom Bueno, presidente da Internacional. Do título paulista em 1986, o clube chegou a ir para a Série B1 do Estado em 2009. No entanto, alguns torcedores jamais a abandonaram, como a torcida organizada Interror. “Se não tiver uma torcida, o estádio fica mudo e descolorido. O batuque, as músicas e as bandeiras são formas de incentivar o time e mostrar que estamos ali torcendo por eles”, declara Edson Romão, presidente e um dos fundadores.

Com uma campanha impecável no segundo turno do Paulistão de 1986, a Internacional se classificou em primeiro lugar para as semifinais e bateu o Santos, de Serginho Chulapa, por 2 x 0, na Vila Belmiro, e 2 x 1, no Limeirão. Na final, a Inter tinha pela frente o Palmeiras, que havia derrotado o Corinthians. O primeiro jogo da final, no entanto, não saiu do 0 x 0 no Estádio do Morumbi. No dia 3 de agosto de 1986, seria definido o campeão estadual. A obrigação de vencer era do Palmeiras, que estava há nove anos na fila e tinha Éder Aleixo, ponta-esquerda da selecão brasileira na Copa de 1982. Mas a “Dinamarca do Interior” (em referência à seleção de Michael Laudrup, sensação da época)

arquivo

A torcida

contagiava os amantes do futebol. Limeira parou naquela quarta-feira. Pela manhã, 150 ônibus lotados partiram para o Morumbi, onde 64.564 pessoas testemunhariam um feito histórico. Nos bares, escolas, repartições só se falava no mais importante jogo da Internacional. Os comerciantes fecharam as portas mais cedo e na Praça Toledo de Barros limeirenses faziam dos bancos as suas arquibancadas, relembrando a campanha do Leão. “Quando olhei para a ar-

quibancada do Morumbi, a torcida da Inter ocupava mais ou menos 10 mil lugares. Eram cinco mil limeirenses e os outros torcedores eram corintianos e são-paulinos. Mesmo assim, estávamos confiantes, sabíamos do nosso potencial”, recorda Ederval Luis, o Tato, ponta-direita da Inter. O jogo só começou a ser definido aos cinco minutos do segundo tempo, quando o artilheiro do campeonato, Kita, abriu o placar para a Inter. Na sequência, aos oito minutos,

Major José Levy Sobrinho, o Limeirão (que na inauguração abrigou 44.000 pessoas, seu maior público, na derrota para o Corinthians por 3 x 2), passou a sediar os jogos da Internacional. Nesses 100 anos, a Internacional traz na bagagem: Campeonato Paulista de 1986; Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo de 1986; Campeonato Brasileiro da Série B de 1986 e de 1988; Campeonato Paulista da Série A2 nos anos de 1978, 1996 e 2004; Campeonato Paulista da Série A3 de 1966.

Tato aumentou a vantagem. Amarildo descontou para os palmeirenses. A equipe do técnico Pepe venceu por 2 x 1 e se tornou a primeira campeã paulista do interior do Estado. “Quando acabou o jogo, todo mundo foi para a rua. A gente gritava, soltava rojão, era muita alegria. A cidade não dormiu e na quinta-feira foi decretado feriado”, recorda emocionado Edson Romão. Ao chegar à cidade, a Internacional desfilou para os limeirenses. “O pessoal jogava confete dos prédios, acenava das janelas, uma multidão seguia o carro de bombeiros e nos aplaudia. Foi emocionante, ainda mais para mim que tive a Inter como alicerce. Sou eternamente grato”, relembra Tato da glória que o revelou para o Brasil.


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8 foto síntese – ESTAÇÃO DE TREM central

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        

        

        

                 

     

                 

              

Solução

I F E B I R N A R D E U S A I N E T R A N L A

        

Solução

I

DE

IN D O C A Ç O Ã G O D Z E S R A N G U M E

        

        

        

        



        

        

Solução

B

E N Ç A O N U M I I

Nas bancas e livrarias.

C E R N E

R A L

de Dante em 100 eNigmas

O

iNferNo

Solução

R DE

Uma viagem fantástica pelo

53

A



        

Nas bancas e livrarias.

Sua caça é proibida pelo Ibama desde 2010

U

BANCO

Título de Frederico II, da Prússia

N R

3/ode — ten. 4/rain. 5/naomi. 11/indiferença — melancólica.

Piauí (sigla) 6, em romanos

U

53

Tristonha; desgostosa

"(?)-man", antigo jogo de videogame

Substância usada em curas (Cul.)

A R

Sua caça é proibida pelo Ibama desde 2010

Título de Frederico II, da Prússia

Tristonha; desgostosa

BANCO

Piauí (sigla) 6, em romanos

        

  

"(?)-man", antigo jogo de videogame

Top (?), os dez melhores (ing.)

A L E R

Chuva, em inglês Que possuem consequências desastrosas

Chuva, em inglês www.coquetel.com.br Que possuem consequências desastrosas

C

Técnica www.coquetel.com.br literária de Antó- COQUETEL © Revistas nio José da Silva Substância usada em Top (?), os curas dez melho(Cul.) res (ing.)

D I A

AT

                                  Solução Uma viagem   pelo    fantástica  iNferNo    de Dante em 100 eNigmas    sono

© Revistas COQUETEL

Técnica literária de António José da Silva

e

B R A S I

L I

V

3/ode — ten. 4/rain. 5/naomi. 11/indiferença — melancólica.

  

Interromper o sono

Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9.

Nome da letra da algarismos vitória

I E R

(?) comprimido: é Hoje em usado em (?): atual- pistolas mente de pintura

A

Cidade construída pelos candangos

(?) comprimido: é Hoje em usado em (?): atual- pistolas de pintura mente

Nome da letra da vitória

P A C

Jactância; fanfarrice

Cidade construída pelos candangos

Jactância; fanfarrice

V I

Chico

Preencha os espaços vazios com de 1 a 9. Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais Os Deus algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e maior Interromdo panteão nem nos horizontais, quadrados menores (3x3). per o horizontais, nem nos quadrados menores (3x3). grego (Mit.)

Vogal que levava o trema (Gram.)

S A L

cesso de www.coquetel.com.br

"(?) aos Ratos", sucesso de Chico

"Sempre (?)", lema dos escoteiros Sufixo que indica a função álcool

Sufixo que indica a função álcool

  

Vogal que levava o trema (Gram.)

Cada companheiro da Branca de Neve

(?) trans: aumenta o LDL (Med.)

"(?) aos Ratos", su-

"Sempre (?)", lema dos escoteiros

Fazer uma sinopse de

E S C R A V O S D E J O

Níquel (símbolo)

(?) telefônica, símbolo de Londres

NC

Cada companheiro da Branca de Neve

Níquel (símbolo)

Em que lugar?

Em que Preencha os espaços vazios com algarismos de 1 a 9. lugar? Os algarismos não podem se repetir nas linhas verticais e (?) telefôFazer nica, símuma sibolo de horizontais, nem nopse de nos quadrados menores (3x3). Londres sudoku

(?) trans: aumenta o LDL (Med.)

Cantiga de roda em que se passa um objeto de mão em mão

F E I R A D E S A N T A N A

Cantiga de roda em que se passa um objeto de mão em mão

Erasmo de Roterdã, filósofo holandês

© Revistas COQUETEL

Erasmo de Roterdã, filósofo holandês

Parte entre (?) de Notre-Dame, construção a medula expoente da arquitetura e a casca (?) Watts, atriz de gótica na da árvore França "O Impossível"

Ato voluntário impres- Município cindível ao funciona- baiano mento de onde teria surgido a hospitais primeira micareta

Freguesia do (?), bairro paulistano

Freguesia do (?), bairro paulistano

Parte entre (?) de Notre-Dame, construção a medula expoente da arquitetura e a casca gótica na (?) Watts, atriz de da árvore França "O Impossível"

L

Menosprezo; insensibilidade

Ato voluntário impres- Município cindível ao funcionabaiano mento de onde teria surgido a hospitais primeira micareta

IN D O C A Ç O Ã G O D Z E S R A N G U M E

www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL 2013

Menosprezo; insensibilidade


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