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FMB celebra o 45º aniversário Três tempos de uma história de êxitos
Sessão solene da Congregação foi o principal ato comemorativo do 45° aniversário do início das atividades acadêmicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. A reunião foi marcada por manifestações que relembraram aspectos da história e da criação da unidade, e de sua inserção no cenário do ensino superior e da pesquisa cientifica em São Paulo e no Brasil. Nesta edição do Jornal da FMB, um amplo relato da solenidade e dos atos que marcaram os 45 anos da faculdade. Página 3
No passado, sobre alicerces de prédios inconclusos, pioneiros levantam as estruturas de um novo centro de saber e de esperanças...
Dinâmica do crescimento, um ponto de destaque Página 4
No presente, um pólo de ensino e pesquisa de renome nacional e internacional, e um centro de referência na assistência à saúde...
Livro relata lembranças da 1ª turma O médico Abrão Altman, aluno da 1ª Turma, lançou seu livro “Histórias agudas e crônicas de uma turma pioneira”. Página 4
Depoimentos registram fatos memoráveis e a vocação universitária da instituição Os professores eméritos Willian Saad Hossne, Domingos Alves Meira e Dinah B. de Almeida, o médico Abrão Altman e o acadêmico Cássio Luiz Ferreira Júnior apresentaram, em seus discursos, na sessão solene da Congregação, as visões do passado, do presente e do futuro da Faculdade de Medicina de Botucatu. Leia a integra das manifestações nas páginas 5, 6 e 7.
Novos investimentos já se concretizam
No futuro, a permanente vitória sobre o desafio de garantir, cada vez mais e melhor, a produção do saber científico e de colocá-lo a serviço da população.
Os prédios do novo Pronto Socorro (a esquerda) e da Unidade de Pesquisas Clínicas já se apresentam como a primeira materialização dos investimentos programados. Leia na página 12
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Curso binacional de pós-graduação A Faculdade de Medicina da Unesp/Botucatu promoveu, nos dias 6 e 7 de maio, um curso sobre “Novas Tecnologias para Monitorização na Sala de Emergência, Centro Cirúrgico e UTI” e que contou com a participação, presencial e por videoconferência, de especialistas da Universidade do Texas Medical Branch (UTMB), em Galveston. Foi um curso de pós-graduação binacional (Brasil-Es-
tados Unidos), destinado a anestesiologistas, cirurgiões, pronto-socorristas e intensivistas. As sessões matinais envolveram apresentações sobre os padrões atuais dos cuidados na monitorização perioperatória e as suas novas abordagens técnicas. A solenidade de abertura do evento, no dia 6, foi presidida pelo diretor da FMB/Unesp, prof. Sérgio Swain Müller, e contou com a presença do prof. Geor-
ge C. Kramer, da Universidade do Texas; do prof. José Otávio Costa Auler Jr., da Faculdade de Medicina da USP; do prof. Luiz Francisco Poli de Figueiredo, da Unifesp; além dos docentes do Departamento de Anestesiologia da FMB/Unesp, Norma Sueli Pinheiro Módolo, Paulo do Nascimento Junior, José Reinaldo Cerqueira Braz, e Luiz Antonio Vane.
agenda FMB
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27/05/2008 - CURSO DE INGRESSO À LIGA DE DERMATOLOGIA DE BOTUCATU Local: Anfiteatro da Patologia Contato: haddadjr@fmb.unesp.br 28/05/2008 - II JORNADA DE ATUALIZAÇÃO EM NEUROLOGIA Local: Salão Nobre da FMB Contato: Dep. de Neurologia e Psiquiatria 29/05/2008-LEVE SUA PRÓSTATA AO MÉDICO Local: ANFITEATRO DA FCA - LAGEADO (ao lado RU-FCA) Hora: 14:00
30/05/2008 - SIMPÓSIO COMEMORATIVO DOS 21 ANOS DE TRANSPLANTE RENAL DO HC DA FMB Local: Salão Nobre da FMB Contato: Dep. de Clínica Médica 30/05/2008 - SIMPÓSIO “ÉTICA NA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS” Local: Casa da Arte da FMVZ Hora: 8:00 às 18:00 h Contato: www.cep.fmb.unesp.br 30/05/2008 - CURSO DE RADIOLOGIA MANOEL DE ABREU Local: Casa da Arte da FMVZ 03/06/2008 - III CONGRESSO DAS LIGAS ACADÊMICAS DE BOTUCATU Local: Salão Nobre da FMB
A mesa composta no curso: Kramer, Luiz Poli, Vane, Sérgio Müller, Norma Sueli e Auler
Neurologia é tema de jornada em maio A Liga de Neurociências promove no dias 28 e 29 de maio, a 2ª Jornada de Atualização em Neurocirugia. O evento acontece no Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu e será voltado a estudantes e médicos. Serão abordados durante os dois dias de palestras tópicos considerados de grande
relevância nos procedimentos de atendimento ao paciente como Acidente Vascular Cerebral (AVC), Manifestações Neurológicas da AIDS, Doença de Alzheimer, Neurocistircicose, Ronco e Apnéia do Sono. Devem participar profissionais com vasta experiência em neurologia como o Prof. Dr. Alexandre Pieri (Hospital Israelita Albert Eins-
tein), Prof. Dr. Ricardo Nitrini (USP), Prof. Dr. Fernando Coronetti Gomes da Rocha, Profa. Dra. Svetlana Agapejev e Prof. Dr. Ronaldo Guimarães Fonseca (Unesp). Informações podem ser obtidas no Departamento de Neurologia e Psiquiatria (14) 3811-6260 ou no Centro Acadêmico Pirajá da SilvaCAPS (14) 3811-6020.
Programas de Pós-Graduação: 1.350 teses Desde o início da implementação dos Programas de Pós-Graduação, em 1974, com o Programa de Bases Gerais da Cirurgia, a Faculdade de Medicina de Botucatu reúne 876 dissertações de mestrado e 474 teses de doutorado, totalizando 1350 defesas. Atualmente, a FMB possui em seus Programas 458 alunos regular-
mente matriculados e 560 alunos especiais matriculados em disciplinas, sendo 389 destes divididos entre os oito Programas Acadêmicos de Pós-Graduação e 466 alunos especiais, e 69 alunos regulares e 94 especiais nos dois Programas de Mestrado Profissional. Os Programas Acadêmicos de Pós-Graduação mantidos no momento
DEFESAS
Dissertações de Mestrado
Teses de Doutorado
876
Total
474
1350
MATRÍCULAS EM 2008 Alunos regulares Pós-Graduação
Alunos regulares no Mestrado Profissional
TOTAL
389
69
458
Alunos especiais Pós- Graduação
Alunos especiais Mestrado Profissional
TOTAL
94
560
466
pela FMB, com cursos de Mestrado Acadêmico e Doutorado, são os de Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, Patologia, Pediatria, Saúde Coletiva, Anestesiologia, Doenças Tropicais, Fisiopatologia em Clínica Médica e Bases Gerais da Cirurgia, até recentemente o único do País. Em janeiro de 2001, foi autorizado o funcionamento do Programa de Pós-Graduação em Pesquisa e Desenvolvimento (Biotecnologia Médica), curso de Mestrado Profissional, que conta atualmente com 26 alunos regulares e 79 alunos especiais, e em fevereiro de 2006, foi também autorizado o funcionamento do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Curso de Mestrado Profissional, no momento com 43 alunos regulares e 15 especiais.
25/06/2008 - IX CURSO CONTINUADO DE VIDEOCIRURGIA DE ESÔFAGO E VESÍCULA BILIAR E II CURSO AVANÇADO EM VIDEOCIRURGIA DE FÍGADO Local: Anfiteatro Casa da Arte- FMVZ - UNESP
Contato: mbakonyi@bol.com.br Informações detalhadas no site www.fmb.unesp.br
Capacitação em Pesquisa Clínica Com duração aproximada de cinco meses, a Unidade de Pesquisa Clínica e Grupo de Apoio à Pesquisa Clínica da Faculdade de Medicina de Botucatu promoverão a partir de junho, o 1º Curso de Atualização em Pesquisa Clínica. O evento tem como público alvo, pesquisadores e demais profissionais com ligação à pesquisa clínica e visa a capacitação dos mesmos perante procedimentos e normas vigentes.
A organização do curso é da Diretoria da Faculdade de Medicina de Botucatu, através da Unidade de Pesquisa Clínica e Grupo de Apoio à Pesquisa. O patrocínio é da Roche Químicos e Farmacêuticos SA. As inscrições poderão ser feitas somente via online pelo site www.upeclin. fmb. unesp.br/ICAPC/ index.php, sendo que pelo mesmo endereço eletrônico é possível conferir a programação.
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Reitor: Marcos Macari Vice-reitor: Herman Jacobus Cornelis Vorrrwald Faculdade de Medicina de Botucatu (www.fmb.unesp.br) Diretor: Sérgio Swain Müller Vice-diretora: Silvana Artioli Schellini Supervisor do HC: Antonio Rugolo Junior Vice-supervisor: Celso Vieira de Sousa Leite Presidente da Famesp: Pasqual Barreti Vice-presidente: Shoiti Kobayasi O Jornal FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médico-hospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelo endereço aci@fmb.unesp.br Equipe de reportagens: Flávio Fogueral e Mariana Roncari Fotografia: Eliete Soares Jornalista Responsável: Fernando Hossepian (MTb 7253 – SJSP 2101 – CONRERP/2 1431) Produção Editorial, Diagramação, Pré-impressão e Impressão: Diagrama – Comunicação, Gráfica e Editora Rua Curuzu 205A – Fone (14) 3815-5339 - Botucatu
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Solenidade marca o 45º aniversário da Faculdade de Medicina de Botucatu No dia 26 de abril de 1963 acontecia a primeira aula ministrada na então recente criada Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu- FCMBB nas dependências do antigo sanatório para turberculosos em Rubião Júnior. Passados 45 anos, a Faculdade de Medicina de Botucatu, vinculada à Unesp é uma das instituições de ensino superior mais respeitadas em todo o país. Para marcar a data, uma sessão solene foi celebrada no último dia 25, no salão nobre da Faculdade de Medicina. O evento teve a presença, além de docentes da FMB, do reitor e vice-reitor da Unesp, Marcos Macari e Herman Voorwald, respectivamente; do vice-prefeito Valdemar Pereira de Pinho, da pró-reitora de pós graduação Marilza Rudge, do pró-reitor de Administração prof. Júlio Cezar Duringan. Também estiveram presentes os diretores das Faculdades de Medicina Veterinária e Zootecnia, Prof. Dr. Edson Ramos de Siqueira, da Faculdade de Ciências Agronômicas, Prof. Dr. Leonardo Theodoro Bull e do Insituto de Biociências de Botucatu, Profª Drª Maria de Lourdes M. V. Paulino. O lançamento do livro “Histórias Agudas e Crônicas de uma Turma Pioneira”, de autoria de Abrão Altman, médico que em 1968 formouse pela FCMBB, foi o primeiro evento comemorativo dos 45 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu. O Centro Acadêmico Pirajá da Silva- CAPS, realizou no salão nobre da FMB a exposição “45 anos de Atuação do Cen-
SELO- Na oportunidade das comemorações aos 45 anos da FMB, a Empresa de Correios e Telégrafos lançou selo e carimbo postal personalizados e alusivos à data. “É uma honra grande a Empresa de Correios e Telégrafos ser parceira desta homenagem”, declarou Sérgio Paulo Roberto, diretor comercial da região de Bauru dos Correios, ao lado do reitor Marcos Macari e do prof. Sérgio Müller.
Docentes e autoridades compuseram a mesa na sessão solene da Congregação durante as comemorações dos 45 anos
Professores eméritos presentes à solenidade
Placa em homenagem aos antigos diretores da FCMBB e FMB
tro Acadêmico Pirajá da Silva”, onde através de fotografias, recortes de jornais e documentos mostrou a atuação como entidade representativa do corpo dicente da FMB. A sessão solene da Congregação foi presidida pelo diretor Sérgio Swain Muller e dentre as formalidades, discursos proferidos por nomes que estiveram diretamente ligados ao desenvolvimento da FMB: dou-
Instituto de Artes da Unesp. Na oportunidade foi lançado, por parte da regional da Empresa de Correios e Telégrafos um selo e carimbo em homenagem à data. Em seu discurso, o diretor prof. Dr. Sérgio Muller salientou em números o impacto que a Faculdade de Medicina trouxe à região ao longo das mais de quatro décadas de funcionamento. Enfatizou ainda alguns números obtidos pela instituição. Ao todo, a FMB formou 3556 médicos, 348 enfermeiros, 327 residentes, além de proporcionar a especialização de 860 especialistas em outras áreas desde 1974. A contribuição reside ainda na publicação de cerca de 9 mil artigos. A instituição ainda recebeu 648 prêmios de extensão. “O papel da FMB tem sido cumprido da melhor maneira, que é preservar a qualidade do ensino”, avaliou o diretor. Muller ainda aproveitou a oportunidade para anunciar que a modernização e os investimentos no crescimento da faculdade não páram. “Vamos inaugurar dentro de algum tempo o Centro
tor Abrão Atman, professores eméritos Domingos Alves Meira, Dinah Borges de Almeida, Willian Saad Hossne ocuparam a tribuna na ocasião. Uma homenagem aos primeiros funcionários, ex-docentes e também a alunos permeou a sessão solene no último dia 26. Durante a sessão, o público presente acompanhou a apresentação do grupo musical “IA Música”, do
de Pesquisas Médicas e isso irá proporcionar uma nova etapa dentro da FMB”, frisou o diretor. Mesmo tom de celebração e de preocupação com o desenvolvimento da Faculdade de Medicina teve o pronunciamento do reitor da Unesp, Marcos Macari, que enfatizou os investimentos realizados na instituição. “O que a FMB agrega é usado para o desenvolvimento da área da saúde. A faculdade é procurada pelo Estado para uma ordenação da saúde em São Paulo. Não é política, mas sim um reconhecimento do próprio Secretário da Saúde”, declarou o reitor em referência à administração da FMB no Hospital Manoel de Abreu, Hospital Estadual Bauru, e no Hospital Estadual de Américo Brasiliense. A solenidade em comemoração aos 45 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu terminou com o descerramento das placas em homenagem aos ex-dirigentes da antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu e da Faculdade de Medicina de Botucatu.
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Dinâmica do crescimento, um ponto de destaque
Sérgio Müller: projeto universitário
Durante as comemorações dos 45 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu, um ponto que as muitas personalidades envolvidas com sua criação mais destacaram foi o constante crescimento estrutural e organizacional pelo qual a instituição passou nestas mais de quatro décadas de via. Além do impacto econômico que a presença da FMB teve no município, a sua importância como uma das unidades mais procuradas nos vestibulares da Unesp, os investimentos em pesquisa e os diferenciais positivos em seu sistema de ensino transformaram a instituição em uma das mais respeitadas em todo o país. Em rápidas declarações, o atual diretor da faculdade, prof. Sérgio Swain Müller, o reitor da Unesp, prof. Marcos Macari e o exdiretor da FMB, prof. Joel Spadaro, relataram a realização de novos investimentos, e detalhes da vivência dentro da academia. O diretor da FMB, Sérgio Swain Müller ressaltou que a comemoração das conquistas obtidas nos 45 anos da faculdade são resultado de um projeto de longo prazo, e implementado, de forma contínua, desde o ato de criação da antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu. "Estas comemorações significam os 45 anos de luta pela implantação de um projeto universitário no interior e que teve início no final dos anos 1950. Até então, o ensino superior era restrito à capital". Depois de superadas dificuldades de toda ordem e, especialmente, de financiamento, começaram e se concretizar as vitórias que hoje comemoramos, lembrou o diretor. Segundo ele, esta atuação no desenvolvimento, principalmente, na área de recursos humanos, deve se intensificar, ainda mais, nos próximos anos com investimentos e melhor estruturação do
Macari: FMB tem maior captação de recursos
espaço físico da instituição. "A universidade é sempre uma obra inacabada. Hoje temos graduação em medicina, enfermagem, residência, pósgraduação, além de projetos multidisciplinares. São vários os desafios como, por exemplo, manter nossa capacidade de pesquisa, e que será ampliada este ano com a inauguração da Unidade de Pesquisas Clínicas. No próximo ano teremos o prédio próprio da Faculdade de Medicina e da Central de Aulas e também Laboratórios.", anunciou Sérgio Müller. O novo prédio da sede administrativa, que contará com 2500 m², deverá ser entregue em 2009, seis anos após o lançamento de sua pedra fundamental. Para o prof. Joel Spadaro, diretor da Faculdade de Medicina no período de junho de 2005 a junho de 2007, a celebração da data representa também uma comemoração pessoal. Spadaro foi integrante da primeira turma de médicos formada pela então Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu e ressaltou todo o impacto econômico que a presença da universidade, em um contexto geral, teve para a região. "Esses 45 anos representam uma vivência pessoal muito importante, pois fui uma pessoa egressa de escola pública, filho de padeiro, que não tinha nenhum tipo de privilégio, e que conseguiu ingressar na faculdade. Depois engajamos, juntamente com o professor Montenegro, em um grande projeto, que era o de transformar um prédio abandonado, que era para ser hospital para tuberculosos em uma Faculdade de Medicina.", salientou Spadaro, que foi prefeito de Botucatu no período de 1989 a 1992. Para ele, o impacto econômico e social que a FMB teve no município foi grande. "A Faculdade de Medicina foi criada quando Botucatu tinha 30 mil habitantes.
Os primeiros estudantes eram considerados forasteiros e a visão da cidade era provinciana ainda. Mas, já naquela época, começaram a aparecer os investimentos advindos da sua presença. Hoje, as quatro unidades da Unesp aqui instaladas têm um orçamento três vezes maior que o do próprio município e 90% desse montante são salários que injetam milhões de reais na economia local.", declarou. "Nossa faculdade hoje está inserida como uma das melhores instituições de ensino do país e nossos estudantes são profissionais de alto nível.", complementa Spadaro. O prof. Marcos Macari, reitor da Unesp, salientou ainda a excelência no grau de ensino da faculdade. "Comemorações de instituições de cunhos educacionais são importantes pelo que representa este setor no desenvolvimento do país. Os 45 anos da Faculdade de Medicina mostram que as forças políticas de Botucatu e do Estado interiorizaram o ensino superior e no caso, a educação médica. Isso mostra a virtuosidade deste processo na educação. Creio que a homenagem abrange as pessoas que lutaram muito para que esse projeto acontecesse", declarou. O reitor Marcos Macari destacou, ainda, ter destinado recursos para que a FMB realize seu projeto de construir dependências próprias para o ensino e a administração, liberando espaços que hoje ocupa nas dependências do hospital universitário. No próximo ano, esse projeto será concretizado - garantiu o prof. Marcos Macari. Ele lembrou, ainda, que a Faculdade de Medicina obteve, nos últimos anos, um grande avanço na área de pesquisa, consolidando, em 2007, a posição de primeira colocada entre as unidades da Unesp que captaram recursos de fontes públicas de financiamento.
Livro relata fatos da 1ª turma da Medicina A criação, em 1963 da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu-FCMBB, mudou o panorama da então Botucatu. Ao utilizar o antigo prédio do Hospital para Tuberculosos, então abandonado em plenas obras pelo governo estadual, a nova instituição de ensino trouxe muito mais do que desenvolvimento econômico e melhoria na qualidade de vida do município. Passados 45 anos da criação da mais importante instituição de ensino superior da região e das quatro décadas da formatura de sua primeira turma, um livro traz todas as peculiaridades e curiosidades vividas pelos alunos nos primeiros anos da FCMBB. O livro “Histórias Agudas e Crônicas de uma Turma Pioneira”, escrito pelo médico ortopedista Abrão Altman, narra muitos fatos ocorridos entre 1964 e 1968, foi lançado no dia 25 de abril e abriu as comemorações dos 45 anos da FMB. Altman integrou a primeira turma de Medicina e atualmente reside em Santos. A publicação conta com 163 páginas e teve a colaboração dos antigos colegas de turma do autor. “Desde o tempo de estudante sempre guardei recortes de jornais sobre tudo que acontecia aqui na FCMBB. Mantive nestes anos todos, contato com meus antigos colegas de turma e a idéia de transformar todas nossas histórias em li-
vro surgiu dessas conversas.”, declarou Altman. Segundo relata o autor, os primeiros anos de funcionamento da faculdade foram marcados pelas dificuldades e também por situações inusitadas, muitas delas provocadas pelo engajamento político dos alunos, em plena época do Regime Militar (1964-1985). “A faculdade era muito simples, humilde e estava instalada em um prédio velho. Só que, nos dois anfiteatros, sendo que um deles estava localizado onde hoje é a diretoria, havia cortinas elétricas e isso era a grande sensação pelo contraste com o que tínhamos na época”, recorda Altman. “São alguns fatos interessantes e algo muito importante era a amizade que os professores tinham conosco e era quase uma cumplicidade”, ressalta o autor, que ostentava orgulhoso o primeiro diploma expedido pela então Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu.
Altman coletou história com ex-colegas de faculdade
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Prof. Emérito Willian Saad Hossne
Quarenta e cinco anos de existência é muito ou pouco tempo? Na escala de vida da Universidade, corporação surgida há quase 10 séculos na Europa, 45 anos é muito pouco tempo. Mas, na escala de nossa vida, é muito tempo, pois certamente para a maioria de nós, assim denominados professores eméritos, 45 anos na FCMBB é tempo maior do que aquele vivido fora dela. Acresce que, na escala de vida da Universidade Brasileira, 45 anos é muito tempo, afinal sou mais velho do que a 1ª e efetiva Universidade Brasileira, a USP. E, com certeza muitos dos presentes são mais velhos do que a maioria das universidades brasileiras e das escolas de Medicina. Assim, nós somos, o passado, o presente e o futuro da universidade brasileira. De certa forma é um privilégio e ao mesmo tempo um grande desafio e enorme responsabilidade que a história nos concede. Não é sempre que se pode ser tradição, ator e artífice do porvir. Pouco ou muito tempo, 45 anos de existência é uma efeméride e, como tal, exige, ao menos, uma pausa para reflexão e meditação. É o momento para um olhar sobre o passado, um olhar sem nostalgia e sem amargura, um olhar para rememorar alguns fatos e, sobretudo um olhar para caracterização da origem e da originalidade de nossa Instituição, um olhar para colher eventuais subsídios para novos desafios. É também o momento de um olhar para o futuro, não olhar de futurólogo (mesmo porque freqüentemente os futurólogos quebraram a cara), um olhar para o horizonte, um olhar para melhor usufruir o novo alvorescer. Há muita coisa para rememorar: da operação andarilho à inauguração do centro cirúrgico e do Hospital das Clínicas, da 1ª tese de doutoramento ao primeiro Curso de Pós Graduação (que aliás serviu de fundamentação para criação da Unesp), da formatura da 1ª turma de médicos aos Prêmios da Academia Nacional de Medicina, do primeiro laboratório de pesquisa à expansão do Hospital das Clínicas, do desmembramento da FCMBB à criação das várias unidades do Campus, do 1º polígrafo ao laboratório de biologia molecular, do 1º aparelho portátil de RX à Ressonância Magnética Nuclear, do 1º laboratório de Anatomia ao pujante Instituto de Biociências, da 1ª cirurgia em conjunto com a Veterinária à consagrada Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, dos primeiros ensaios experimentais aos diversos cursos consagrados da Faculdade de Ciências Agronômicas, dos 1ºs cursos aos novos de Engenharia Florestal, Enfermagem e de Nutrição, das 1ªs greves à invasão do Campus e as lutas pela democratização, da acomodação à inovação. É uma história rica, foram 45 anos de existência, intensamente vivenciados. Poucas pessoas têm a sorte de usufruir de tal privilégio. São fatos que a história descritiva e analítica registrará e resgatará. Mas, há uma outra história, que não é descritiva, que não é facilmente perceptível, que é de certa forma genética, isto é, referente à gênese da Instituição, é uma história íntima, marcante, que integra o corpo e a alma institucional. Que permite compreender porque certos fatos tinham que acontecer e porque outros fatos se espera que aconteçam; que permite “filosofar” sobre quanto ao que se pode esperar no futuro, ou pelo menos quanto ao que se deveria evitar ou se deveria buscar ou alcançar. Para se esboçar essa história, há que se tentar resgatar um pouco a história da própria instituição denominada Universidade. As primeiras universidades, século XII e XIII, Universidade de Paris, de Bolonha e de Oxford nasceram de modo espontâneo, natural, daí serem denominados “universidades espontâneas”: mestres e alunos fo-
ram se juntando espontaneamente, congregando-se em corporação e lutando pela sua institucionalização com autonomia. Esse processo nem sempre foi tranqüilo; lutas e conflitos com os burgueses das cidades, com os soldados dos reis e imperadores, com autoridades eclesiásticas estiveram presentes. No caso de Paris, houve uma greve que durou 3 anos, no caso de Oxford houve o célebre conflito entre “town” e “gown”, (município e beca). Os conflitos levaram alunos e professores a utilizar a secessão como uma das principais armas na luta contra as autoridades locais e assim, diversos grupos migraram para outros centros e aí se tentava implantar a nova corporação. Surgiram, assim, as Universidades por migração, que também atuavam sem um ato de criação e sem estatutos. Foi desse modo que na Inglaterra surgiu a Universidade de Cambridge, nascida da secessão Oxfordiana. Na França, a secessão em Paris (3 anos de greve) levou à dispersão no norte da França, em Angers, e Orleans. Na Itália, a secessão em Bolonha levou ao surgimento da Universidade de Pádua. Em pouco tempo, reis, imperadores e Igreja perceberam a importância da nova corporação, a Universidade, instituição que poderia ser agente de profundas transformações sociais como poderia ser instrumento para a manutenção do “status quo”. E, assim, ao lado das Universidades espontâneas, das Universidades por migração surgiu um terceiro grupo de Universidades, as Universidades criadas. Criadas pelo Imperador ou por bula papal; algumas criadas por motivações políticas ou de interesse dirigido. Assim, foi criada por Frederico II, a Universidade de Nápoles, com o objetivo, de “arruinar” a universidade da cidade rebelde de Bolonha. Poucas sobreviveram. Contudo, logo depois do Grande Cisma (1 378 – 1 417), que acelerou o surgimento de Estados e Igrejas Nacionais, houve a criação de muitas universidades, sobretudo na França e na Espanha. Por outro lado, no século XVI e XVII, tendo como marcos importantes, Galileu e Leonardo da Vinci, nascem as ciências experimentais, berço dos demais ramos da ciência, que se desenvolvem de tal modo, que ao final do século XVIII, vieram a se caracterizar como Revolução Científica. Contudo, tudo isso ocorreu fora das universidades; ocorreu nas Academias criadas pelos cientistas. A Universidade durante quase 200 anos voltou as costas para essa Revolução Científica. No início do século XIX, porém, a Universidade não poderia mais ignorar o fenômeno; os pesquisadores buscavam seu ingresso na Universidade. Esse fenômeno levou a reformulação de várias Universidades, à criação da Universidade em novos moldes. Refiro-me à criação da Universidade de Berlim (1809) que foi criada a partir das ciências; buscava-se antes o laboratório de pesquisa e o cientista e ao lado a sala de aula e o professor. Reflete bem o fenômeno o que é disposto em seus Estatutos, quando se diz que pesquisa e ensino são atividades indissociáveis da Universidade, preceito que veio a ser incorporado pelas demais Universidades criadas a seguir. E, no Brasil? No Brasil a 1ª Universidade surgiu apenas no século XX, oitocentos anos após o nascimento das primeiras universidades. Em 1927-1928, um grupo de professores de ensino superior, após encontros em Belo Horizonte e Curitiba (local sede de uma “Universidade privada”, que veio depois a ser a Universidade Federal do Paraná) reivindicava a criação de uma Universidade no Brasil. O grupo aproveitou a vinda de Santos Dumont como marco emblemático para a criação da Universidade. O avião, no qual se encontravam os líderes do movimento para a devida recepção, caiu na Baia da Guanabara, e, assim, extinguiuse a massa crítica “e o movimento não prosperou”. Logo a seguir, no início da década de 30, na vigência de um governo autoritário, é promulgado o Estatuto do magistério Superior, sem Universidade. É verdade que em 1920 foi criada, no papel, a Universidade do Rio de Janeiro (com a Politécnica, a Faculdade de Medicina e Faculdade de Direito) para possibilitar a outorga do título de “Doutor Honoris Causa”, a uma autoridade estrangeira. Concedido o título a Universidade se extinguiu. E, assim, chegamos à Universidade de São Paulo em 1934, da qual, como já disse, sou mais velho. E nós só viemos a ser parte de Universidade em 1976. Nesse olhar ao passado é necessário focar também as escolas médicas para tentar contextualizar a FCMBB. De 1808, data da criação da 1ª Faculdade de Medicina, a da Bahia, até o início da década de 60 nasceram 35 cursos de medici-
“A vocação universitária da FCMBB se manifestou desde o início de seu funcionamento, na medida em que se buscava também a integração com as áreas de ciências humanas e sociais, e de ciências exatas” na. De lá para cá, passamos hoje a 175; em 154 anos, criaram-se 35 faculdades e a seguir, em 46 anos, 140 faculdades médicas. E a FCMBB? Fomos a 34ª Faculdade de Medicina do país, depois de nós, mais 123, A FCMBB nasceu na década de 60, década caracterizada pela criação, no Brasil de escolas de nível superior em escala expandida, sobretudo nas cidades do interior. Nem sempre havia as devidas condições e adequada fundamentação; predominava, no mais das vezes, o espírito ufanista e o oportunismo político partidário. Felizmente, quase sempre, ao menos em São Paulo porém, o resultado veio a ser favorável. Enquanto na maioria das cidades do interior do país se instalavam Faculdades de Ciências e Letras, Botucatu reivindicava a criação de uma Faculdade de Medicina, invocando a existência de um hospital planejado para ser sanatório para tuberculose, cuja construção se iniciou em momento de necessidade de sanatórios e terminou quando o sanatório já não era tão necessário, em virtude da mudança do tratamento da tuberculose. Essas Instituições, denominadas Instituto Isolado de Ensino Superior, estavam voltadas quase que exclusivamente ao ensino (como o próprio nome indica) e às vezes à formação profissional; as características de Universidade não eram elemento essencial. A FCMBB surgiu em 1963 nesse contexto, de Universidades e Escolas Médicas, como autarquia, Instituto Isolado de Ensino Superior. Essas foram as raízes da nova instituição, nascida como Instituição “criada”. Na realidade essas foram as raízes aparentes, raízes de superfície; porque as verdadeiras raízes eram mais profundas, fincadas em toda a história das universidades e nas revoluções científicas e culturais. Por isso já ao nascer, a nova Faculdade trazia uma carga genética rica e saudável que a encaminhou e a encaminhará, a menos que surja alguma mutação indesejada, para o seu caminho e destino. Na verdade o novo ser trazia dentro de si uma potencialidade nova e rica. Foi uma Instituição “criada” mas tinha muito das universidades espontâneas ou naturais e tinha também algum componente das universidades de migração. E, sobretudo, tinha muito mais do que um Instituto Isolado de Ensino Superior. Tanto assim que alguns anos após era analisado na Assembléia Legislativa de São Paulo o projeto da Universidade de Botucatu. A Revolução Científica iniciada com Galileu e sacramentada nos séculos XVIII e XIX, a criação das universidades alicerçadas na indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, a criação dos Institutos de Pesquisa especializados, permitiram que no século XX, século com 2 guerras mundiais e várias outras regionais, ocorressem 5 grandes revoluções científicas, com forte repercussão humanística. A nova Instituição criada em Botucatu foi, talvez, uma das poucas instituições que, ainda antes do parto, teve a devida sensibilidade para perceber o alcance do fenômeno, àquele momento afeto às 2 primeiras revoluções do século XX. Nessas, nós professores eméritos estávamos envolvidos. Ao me referir à atuação de alguns de nós nesse processo, não os nominarei para não correr o risco de cometer falhas; direi apenas genericamente nós. As outras 3 revoluções, que mencionarei mais adiante, estão mais relacionadas a vocês, os mais jovens, futuros eméritos. Mas, quais foram as duas revoluções que interferiram na gênese da nova Faculdade? Na 1ª metade do século XX, a revolução atômica, que nos trouxe a medicina nuclear, a ressonância, os radiosótopos, etc, e nos deu, de outro lado, a bomba atômica, cujos efeitos catastróficos levaram, logo a seguir, a preocupação humanística, sobretudo ética, da ciência. Na 2ª metade, do século ao ser descrita a dupla hélice do DNA, por Watson e Krick, em 1953, iniciou-se a revolução molecular, cujo apogeu nos atinge nos dias de hoje, com a clonagem, a engenharia genética, a geneterapia, etc, e que de outro lado alavancou a preocupação humanística emblematicamente representada pela Bioética. Essas duas revoluções tiveram forte influência, intensa, e sóbria, porém, firme, na gênese da FCMBB. Isso ocorreu graças à conjunção de dois acontecimentos: O 1º deles diz respeito à atuação de um Grupo de Trabalho criado pelo então Reitor da Universidade de São Paulo para a elaboração de um projeto de Iniciativas que deveria contemplar a universidade paulista, no
Plano de Governo. Esse grupo de trabalho contou com pessoas de alta expressão nas diversas áreas do saber (ciências humanas, biológicas, exatas, da saúde); nós fizemos parte desse grupo. Durante os 6 meses de trabalho e sucessivas reuniões, ficou claro que a nova biologia, surgida a partir da década de 50, estava se arraigando nas áreas básicas da biologia e da bioquímica; para nós, tornou-se patente a forte influência que teria a nova biologia nas áreas de biologia aplicada, como as ciências da saúde. Tomou-se consciência da inexorabilidade e da profundidade do fenômeno e ao mesmo tempo, a falta de percepção do fato pelas próprias áreas a serem atingidas pela nova revolução. Por isso, no plano de iniciativas da USP foi apresentada a proposta de instalação de um Instituto (ou equivalente) de biologia básica e aplicada, atuando integradamente. De início, a nova entidade deveria estar voltada à pesquisa, de modo a que, a partir dela se absorvesse nas áreas de biologia aplicada o novo conhecimento. A proposta, por razões de mudança de governo, (entre outras) não se implantou na USP. À época, o então Reitor, ouvido pelo Senhor Governador do Estado, quanto à criação de uma Faculdade de Medicina em Botucatu, aproveitou a idéia da iniciativa, proposta por nós. Assim, criou-se a Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, para abrigar, à época, os cursos de medicina, de biologia, de medicina veterinária, de odontologia, de enfermagem e logo a seguir de agronomia. Por isso a faculdade nasceu com o nome de Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, e nasceu para ser mais do que uma instituição de ensino, pois estava aí embutido um espírito essencialmente universitário de ensino, pesquisa, extensão, integrando a nova biologia (molecular) às áreas de biologia aplicada. Nascia uma Faculdade, sui generis. Nascia como núcleo universitário em momento em que os modelos de Universidade no mundo todo, apresentavam sinais de desgaste do modelo. Pretendia-se, pioneiramente, criar no pais uma grande universidade em uma pequena cidade do interior. A filosofia da nova Instituição exigia, por isso, dedicação integral dos seus docentes, os quais deveriam ser recrutados dentro de alguns critérios: ter boa formação e titulação acadêmico-universitária e estar identificado com os ideais da nova instituição. O 2º fenômeno, ocorrido no início da década de 1960 foi a criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP. Dela também, nós professores eméritos, participamos desde sua criação, prestando serviços de assessoria científica e logo a seguir dirigindo a Diretoria Científica. As atividades integradas de assessoria, congregando cientistas das diversas áreas de conhecimento, reforçaram a validade da proposta de integração, em volta da nova biologia. De outro lado, a Diretoria Científica, convivendo com os assessores das várias áreas e avaliando projetos de pesquisa de todas as fontes, teve papel importante no recrutamento dos professores para a nova Instituição. Assim, os professores eméritos aqui presentes e outros que se foram, vieram para a FCMBB por idealismo universitário, por opção. Todos eles não buscavam um emprego; pelo contrário, deixaram bons empregos e bons consultórios; não buscavam comodidades mas estavam cientes de desafios; não buscavam cargos universitários de prestígio local, pelo contrário deixavam cargos de alto nível nas melhores universidades do país. A vocação universitária da FCMBB se manifestou desde o início de seu funcionamento, na medida em que se buscava também a integração com as áreas de ciências humanas e sociais e de ciências exatas. Buscava-se a criação de um núcleo de humanidades com a USP (Florestan Fernandes, Antonio Candido, Otavio Ianni, Luiz Ferreira); do mesmo modo se buscava o intercâmbio científico com a Politécnica (Engenharia Química – Walter Borzani) de Produtos Naturais – Otto Gottlieb), com o Instituto Mauá de Tecnologia (Laboratório de Microondas – José Thomaz Senise). Nascia, como disse, uma Faculdade suigeneris. Criada como Instituto Isolado de Ensino Superior, nascia como núcleo universitário também sui-generis. Enquanto nos séculos 16 e 18 a Universidade voltada as costas para a 1ª revolução científica, a FCMBB nascia pioneiramente na bojo de uma revolução científica.
Enquanto a indissociabilidade de ensino e pesquisa era, muitas vezes, apenas uma disposição estatutária, a FCMBB a exercitava e de maneira articulada. Enquanto a dedicação integral era apregoada e buscada esporadicamente, a FCMBB a implantava como norma. Enquanto se camuflava o desgaste do modelo de universidade até então implantado, a FCMBB procurava efetivamente não mais copiar modelo, mas construir um novo modelo. Nesse olhar retrospectivo somos forçados a reconhecer que somos, em conjunto, o passado, o presente e o futuro da Universidade Brasileira. Não é sempre que se pode ser tradição, ator e artífice do porvir, volto a repetir. Por isso podemos nos atrever a lançar um olhar para o futuro, sem exercício de futurologia. Um olhar de tranqüilidade, de serenidade, de moderação, mas um olhar corajoso, ousado, um olhar de responsabilidade. Nós todos fomos atingidos, até agora, por 5 revoluções científicas; nós, professores eméritos vivenciamos no início da FCMBB as duas revoluções mencionadas: a atômica e a molecular, as quais estiveram implicadas na gênese da FCMBB. Mas aí estão mais três outras revoluções a meu ver, e vocês, que chegam depois de nós, já vivenciam e vivenciarão mais intensamente as repercussões científicas, culturais e sociais dessas revoluções, para as quais cabe voltar o olhar do futuro. São a revolução espacial, a revolução da comunicação e a revolução da nanotecnologia. A meu ver, mais uma, ainda, nos próximos anos: a revolução resultante da integração das 5 revoluções até aqui citadas. Nos próximos anos essas revoluções não estarão apenas justapostas, mas integradas, com repercussões profundas. O olhar e o futuro pertencem a vocês. Mas podemos participar, pelo menos um pouco, desse olhar. E, nesse olhar, atrevo-me a fazer alguns comentários. –Não se esqueçam da tradição, como ponto de apoio. Mas não tenham receio de romper a tradição na busca da inovação válida. –Perguntem ao passado; vocês têm todo o direito de perguntar. Nós temos a obrigação de responder. Mas vocês têm o direito de não concordar com as nossas respostas. –Lembrem-se que a Universidade é um ente social sui-generis; está sempre em crise, pois a universidade não pode deixar de ser crítica de si e das demais entidades. –Fujam da acomodação, tenham uma boa dose de inconformismo sensato, tenham moderação, tenham a “phrónesis” (prudência, sabedoria, sensatez) aristotélica; não tenham medo do novo. Tenham receio do obscurantismo e da ignorância e cultivem o novo conhecimento. –Conduzam o Campus de Botucatu a seu destino, a meu ver, o de Universidade, não como secessão ou separatismo da Unesp. Mas como fruto natural da evolução. –Cultivem e lutem pela autonomia e responsabilidade da Universidade, não tolerando injunções de qualquer natureza; sem concessões mas com colaboração. –Critiquem nossas falhas, mas cuidem para não cometê-las. –Não tolham, pelo contrário, abram caminhos para os mais jovens. Segundo sociólogos, os indicadores que precedem as grandes transformações sociais já se fazem presentes. E, como sempre, quanto mais as mudanças se fazem necessárias mais a mediocridade as dificulta: é impressionante o instinto de sobrevivência da mediocridade. Na realidade as transformações necessárias serão feitas pela minoria criativa. –Por isso não sufoquem, pelo contrário, amparem a eventual criatividade da minoria. –Cultivem autenticamente a vida universitária, criando espaços para a verdadeira convivência intelectual. –Em tudo e sempre respeitem a dignidade do ser humano. A meu ver, estamos no limiar de um grande acontecimento que volta a se repetir após 25 séculos de seu nascimento. Há 25 séculos ocorreu na história da civilização ocidental um acontecimento extraordinário: foi o tríplice nascimento da medicina, da filosofia e da democracia como sistema social. Não teria existido a filosofia socrática sem os subsídios da medicina e a medicina hipocrática não teria sido o que foi sem a filosofia. Hoje, com a Bioética, a meu ver, estamos buscando o tríplice nascimento. Finalmente, lembrem-se de nós, com indulgência, perdoando nossos erros, sabendo que cabe a vocês dar os novos passos, com direito a erros. Fomos felizes, somos felizes e sejamos felizes.
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Maio 2008
Prof. Emérito Domingos Alves Meira
O privilégio e a honra de representar os diretores da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, nesta solenidade comemorativa do quadragésimo quinto aniversário do início de suas atividades acadêmicas, causaram em mim grande emoção, mas também me trouxeram a responsabilidade de bem cumprir este mister. Tenho, para mim, que fui escolhido não só por ter cumprido mandato de Diretor da FCMBB, de agosto de 1970 a julho de 1974, mas, também, por meu pai ter sido o primeiro Diretor daquela instituição. Foram tempos difíceis, marcados por enormes desafios e necessidades, exigências de uma instituição de ensino superior, que tinha por objetivo formar profissionais da área da saúde, imprescindíveis para o desenvolvimento de região significativa do interior do Estado de São Paulo! Nesta homenagem, quero lembrar alguns fatos que bem demonstram a epopéia que marcou a construção dos alicerces desta Casa. Tudo começou com criação, no Estado de São Paulo, de hospitais para o tratamento de tuberculose em regi-
Acadêmico Cássio Luiz Ferreira Júnior
É uma honra para nós, como diretores das instituições representativas dos estudantes de Medicina dessa faculdade, participar das comemorações dos 45 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu. Com grande alegria, vimos aqui relembrar de décadas de sonhos, lutas e muitas realizações. Criado no dia 22 de abril de 1963, o nosso Centro Acadêmico Pirajá da SilvaCAPS, iniciou nesse dia uma história que ficaria para sempre marcada na trajetória dessa faculdade. Inicialmente tínhamos uma instituição bastante unificada, da qual participavam todos os cursos ministrados na época, o que colaborou muito para a criação de um espírito coletivo de atuação, que para sempre permanecia forte, e necessário, para a nossa representação em Botucatu e fora daqui. Como todos sabem, um começo turbulento faz parte da história de toda grande instituição. E conosco não foi diferente. Passaram-se alguns anos e a Faculdade se viu envolta por grandes crises (condições precárias, materiais escassos e pouca infra-estrutura), faltavam docentes, e as tão prometidas verbas custavam a chegar... E a partir de então a vontade de mudar entrou em cena. Nossos alunos, muitos dos quais aqui presentes hoje, bravamente se colocaram contra essa situação, e agiram. E que bela ação, diga-se de passagem. Num sentido de revolta partiram rumo a São Paulo, a pé, para falar diretamente com o governador do Estado, na época, reivindicar nada mais que seus direitos. Mal sabi-
ões de clima frio e altitude elevada, e Botucatu foi escolhida para sediar um desses hospitais, localizado no Distrito de Rubião Júnior, ponto culminante do município. A posterior descoberta do tratamento específico da tuberculose paralisou a construção dos edifícios, que foram abandonados no estágio em que se encontrassem. Estes acontecimentos, que poderiam ter significado grandes perdas, transformaram-se em forte estímulo para a política local, liderada pelo Prefeito Emílio Peduti, que então pleiteou, ao Governo do Estado, a criação de uma Faculdade de Medicina, atribuindo, assim, nova função para o hospital inacabado. O Governador Carvalho Pinto encomendou ao Professor Antonio Barros de Ulhoa Cintra, Reitor da Universidade de São Paulo, que propusesse uma nova Faculdade de Medicina, em Botucatu. O Professor Cintra, que era da Faculdade de Medicina da USP, não propôs a criação de apenas mais uma Faculdade de Medicina no interior do Estado, mas, sim, de uma Faculdade multiprofissional na área da saúde. Nomeou, então, Conselho Deliberativo, que foi dirigido por meu pai, João Alves Meira, Vice-Diretor da Faculdade de Medicina da USP e que, em seguida, foi escolhido para ocupar o cargo de primeiro Diretor da FCMBB, tendo sido empossado em agosto de 1962. Meu pai contratou os primeiros professores e funcionários administrativos. Entre os pioneiros desta casa, estava o Professor Montenegro, que também foi Assessor do Diretor! Aliás, o Montenegro desde logo foi contaminado pela idéia da Faculdade multiprofissional na área da saúde, e antevia a possibilidade da aposentadoria da Cátedra Vitalícia, substituída pelos Departamentos! Vivia ele muito adiante do seu tempo! Sonhou com a possibilidade de transformar essa Faculdade em Universidade Temática! Defendeu muitas outras idéias, como o tempo integral como regime preferencial de trabalho, inclusive para os professores de área clínica. Com seu grande poder de persuasão, o Montenegro foi responsável pela atração de muitos colaboradores, entre os quais me incluo, além do am eles que esse seria um dos pontos mais orgulhosos de nossa tão linda história, a “Operação Andarilho”. Em 1976 cria-se a UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), desmembrando a FCMBB (Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu) nos quatro institutos existentes atualmente e entre eles a gloriosa Faculdade de Medicina. Seguiram-se então manifestações (o movimento estudantil nunca se aquieta...) diante de medidas tomadas pelo reitor em 1977, quando as salas do CAPS foram invadidas por tropas militares. Após dois anos de luta e resistência, os estudantes, contando com o apoio dos docentes Dr. Mário Montenegro, Dra. Dinah e Dra. Cecília Magaldi, conseguiram uma nova sede no câmpus. Com a “Lei Portela”, de 1980, perdemos muitas de nossas representações, e não poderíamos mais ser um Centro Acadêmico, como estávamos acostumados a ser. A última gestão do CAPS de todos os cursos foi em 1988, para que em 1990 fosse fundado oficialmente o CAMED, com uma nova estrutura (que nos serve de modelo até hoje), representando somente os estudantes da Medicina. No ano de 1995, devido à falta de espaço físico, os alunos do Centro Acadêmico e da Associação Atlética resolveram ocupar um prédio em desuso do câmpus que conseguimos então que fosse a nova sede do CAMED/Atlética/CAENF. No dia 23 de setembro de 1999, os alunos da Faculdade de Medicina, reunidos em Assembléia Geral para a escolha de um novo nome para o CAMED, elegeram, entre outras propostas, o nome CAPS. Conjuntamente, em 1979, foi criada a Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio de Almeida (AAACHSA) que é também um órgão representativo da Faculdade de Medicina de Botucatu, tendo sua Diretoria composta por 12 alunos do 3º ano além de contar com 20 Diretores de Modalidade do 2º ano. E com grande trabalho dos estudantes de Botucatu, conseguimos realizar aqui a primeira INTERMED, em 1996, quando nos sagramos campeões. A Atlética surge então como uma instituição com o objetivo de promover a integração entre os alunos, a sua saúde física e mental, além de representar a faculdade perante outras do Estado de SP. Isso se dá através dos treinos, dos eventos e das competições realizadas pela AACHSA. Atualmente, o CAPS se organiza em 12 departamentos (cada um com seus respectivos diretores e vice-diretores) e a Diretoria, composta por presidente, vice-presidente, tesoureiros e secretários, todos muito empenhados em representar os estudantes e levar a eles opções de atividades extra-curriculares, fundamentais para a formação de um bom médico.
“Não foram fáceis os anos iniciais do funcionamento da FCMBB, mas, como valeram a pena!” Campana, Dinah, Neusa, Maffei, Trindade, Saad, Eder, Kyi e muitos outros. E, por fim, coube ao meu pai e à sua nova equipe organizar o primeiro vestibular. No início de 1963 o Professor Nicanor Letti ministrou a aula inaugural, à qual assisti na companhia de meu ex-professor, Cantídio de Moura Campos, na ocasião Reitor da UNICAMP, que tive a honra de conduzir até Botucatu para prestigiar esse evento. Ainda no primeiro semestre de 1963, meu pai foi eleito pela Congregação da Faculdade de Medicina da USP para ser seu Diretor, o que o obrigou a se desligar da FCMBB. Os primeiros tempos foram muito difíceis, pois a maior parte da dotação orçamentária da Faculdade, que fora consignada pelo Governador Carvalho Pinto, foi confiscada pelo novo Governador eleito, Ademar de Barros! Neste cenário, tomou posse o segundo Diretor da FCMBB, o Professor Euclides Onofre Martins, que enfrentou enormes dificuldades, pois seu mandato se sobrepôs à fase de grande convulsão política no país, com o golpe militar de 1964! Tempos difíceis, com verbas curtas, que culminaram na “Operação Andarilho”! O Professor Euclides cumpriu mandato até 1967, sendo substituído pelo Professor José Leal Prado de Carvalho, Titular da Escola Paulista de Medicina, que permaneceu na função até 1968. Tomei posse na FCMBB como Professor Titular de Moléstias Infecciosas e Parasitárias, do Departamento de Clínica Médica, durante seu mandato, em novembro de 1967, logo após minha Livre Docência na Faculdade de Medicina da USP. Convivi quase um ano com o Professor Leal Prado, homem sério, culto e justo! Impunha respeito , defendia a Instituição e era simples e amá-
vel no trato com as pessoas. Conduziu bem a Faculdade, tendo apoiado sempre os esforços dispensados para reaver os recursos que nos eram devidos! Em 1969, o Professor Fernando Amadeu de Oliveira Mota e Azevedo Corrêa foi empossado como quarto Diretor da FCMBB. Era titular da Parasitologia, portanto, “prata da casa” e sua administração prolongou-se até julho de 1970. O Fernando propôs o planejamento global do espaço a ser conquistado, contratando o Arquiteto Oswaldo Jorge Caron para elaborar o Plano Diretor da FCMBB. Com talento, o arquiteto trouxe à tona a simplicidade dos prédios modulados, de custo baixo e rápida construção, permitindo a desocupação do Hospital das Clínicas pelos muitos Departamentos que não faziam parte da missão da Faculdade de Medicina. O Professor Fernando também coordenou a elaboração dos Planos Borzani I e II, que disciplinavam e justificavam a utilização dos recursos solicitados ao Estado, para o resgate do antigo confisco. Em junho de 1970, o Professor Fernando licenciou-se por um mês do cargo de Diretor e fui escolhido pelo Conselho Setorial para substituí-lo. Eu era, então, Diretor do Hospital das Clínicas , eleito em 1o de fevereiro de 1968. Na ocasião em que iniciei meu mandato, o Hospital tinha 14 leitos, nos quais estavam internados velhinhos! Um fato pitoresco desta saudosa época era a quebra de dúzias de copos, usados pelos doentes para chamar os enfermeiros, batendo-os nos criados-mudos! No final de meu mandato na Direção do Hospital, este já contava com 200 leitos. Após o mês de licença, o Professor Fernando pediu demissão e eu soube, em seguida, com surpresa, que havia sido nomeado Diretor, com mandato de quatro anos. Um de meus primeiros objetivos como
Uma das maiores conquistas do nosso Centro Acadêmico é a representação em todos os órgãos colegiados da Faculdade, desde a Congregação até a Comissão de Ética em Pesquisa, por exemplo (um fato que poucas Faculdades têm, mas um exemplo que deveria ser seguido por todos). Um dos nossos maiores meios de comunicação com toda a Faculdade, e até para fora dela, com o Brasil e países do exterior, Portugal, por exemplo, é o “Esteto & Pé de Atleta”, jornal do CAPS e da Atlética, com mais de 10 anos de críticas, exposição de idéias e informações. O Esteto é um dos maiores conhecedores de nossa história... A Extensão Universitária, com o passar do tempo, se firmou como uma das atividades mais atuantes de nossas instituições, agregando os estudantes da Medicina, Enfermagem e de outros cursos do campus. Projetos como o “Médicos da Alegria” e “Biblioteca sobre Rodas”, que levam um pouco de alegria e descontração aos pacientes das enfermarias do Hospital das Clínicas, com brincadeiras e informação também. Temos a “Alfabetização de Adultos”, existente desde a década de 60, que faz uma diferença muito grande para muitos que não tiveram algumas oportunidades. Nosso “Cursinho Desafio”, onde alunos viram professores pré-vestibulares e dão a chance para jovens de Botucatu e região ingressarem numa Universidade. Realizamos, sempre no mês de junho a “Feira de Saúde”, realizado na Praça do Bosque, através da qual a população botucatuense tem acesso a muitas informações de saúde e assistência médica. Um outro projeto social é o “Esporte Pensante”, organizado pela Atlética, que atende crianças que praticam esportes através da Prefeitura Municipal de Botucatu, na prevenção de doenças cardíacas e problemas nutricionais. E para todo bom médico, organizamos muitos cursos para complementar nosso aprendizado e nos atualizarmos em vários assuntos. Como carro-chefe, temos o “Congresso Médico Acadêmico de Botucatu”, o CMAB, que esse ano completa a sua 17ª edição, que acontece durante uma semana, com palestrantes de renome nacional, muitos dos quais filhos dessa escola. O “Simpósio de Medicina Esportiva”, organizado pela Atlética a cada dois anos, traz profissionais da área e atletas reconhecidos com a intenção de complementar a formação acadêmica de nossos alunos em parcerias com a Faculdade, organizamos também
cursos como o “Atualização em Emergências Clínicas” e “Atualização em Clínica Médica”. Através do Departamento de Relações Internacionais, que de 3 anos para cá começou a se reestruturar, proporcionamos aos nossos estudantes intercâmbios em vários lugares do mundo, levando o nome de nossa faculdade para lugares como Estados Unidos, Europa, América Latina e todo o Brasil. Assim, recebemos por aqui muitos estudantes de fora também, que ficam abrigados na casa dos próprios estudantes e realizam estágios no Hospital das Clínicas. Em 2005, foi criado o Conselho das Ligas Acadêmicas de Botucatu, o CONLIGAC, que é responsável por representar as atuais 16 Ligas Acadêmicas existentes, promovendo uma forma diferente de contato com a Medicina para muitos dos alunos, possibilitando um direcionamento dos interesses pelas áreas de cada um. O CONLIGAC também realiza o “Congresso das Ligas Acadêmicas”, que está na sua 3ª edição. Dentre as atividades culturais promovidas pelo CAPS eventos como “CAPS Acústico” e o “FEUNART” dão a chance aos alunos, docentes e funcionários de mostrarem seus talentos artísticos, com manifestações de canto, teatro, pinturas, etc. Uma iniciativa conjunta do CAPS e da Atlética, que foi realizado pela primeira vez no ano passado com muito sucesso é o “Workshop de Medicina”, que tem como objetivo mostrar a Faculdade de Medicina de Botucatu para os estudantes pré-vestibulares que almejam uma vaga nessa escola, dando bases de como é o curso de Medicina, mini-aulas de Anatomia, Ginecologia & Obstetrícia, dentre outras. Muitas das vitórias conseguidas pelo CAPS se deram justamente com o CAENF (Centro Acadêmico da Enfermagem). Nossas conquistas, junto à Faculdade, são provas de que o movimento unificado da Saúde é capaz de mudar muita coisa, que permanece para todos os que ainda estão por vir. Como se vê, para todas essas atividades do CAPS, da Atlética e do CAENF serem realizadas, é preciso muito esforço e empenho dos estudantes que se comprometem a participar dessas instituições. Tanta coisa assim se concretiza somente a partir de muito trabalho e disponibilidade de dinheiro também. A faculdade procura nos ajudar na medida do possível, mas temos que angariar recursos de outras formas, uma vez que nossas instituições não podem parar.
“Uma das maiores conquistas do nosso Centro Acadêmico é a representação em todos os órgãos colegiados da Faculdade”
diretor foi a desocupação do Hospital das Clínicas, pela transferência dos Departamentos de outras áreas para os prédios modulares. Era esta uma necessidade urgente! Lembro-me que, certa vez, o Montenegro me procurou para pedir providências, pois, toda vez que estava fazendo uma autópsia, e a moenda de cana, do Departamento de Inspeção de Alimentos, da Agronomia, instalada no andar superior, era ligada, despregavam-se azulejos do teto e das paredes da sala de autópsia. Uma outra vez, o Laurival de Lucca me implorou, ajoelhado, como era de seu feitio, dramático, que o Biotério do Departamento de Ciências Fisiológicas, que funcionava no Centro Obstétrico, fosse transferido, para que ele pudesse trabalhar! Durante meu mandato, cito, ainda, como ações importantes, a elaboração do Planejamento Trienal de Implantação do Campus da FCMBB e, finalmente, as modificações no currículo da Medicina introduzindo, em 1972, o internato rotatório e não repetitivo nos dois últimos anos do curso, isto é , 5a e 6a séries. Fui substituído na direção da FCMBB pelo Professor Armando Octávio Ramos, que exerceu o mandato até 1976. Durante este período, o Armando se dedicou às ações que resultaram na criação da UNESP. Não foram fáceis os anos iniciais do funcionamento da FCMBB, mas, como valeram a pena! A FCMBB nasceu assim, com força para conquistar o espaço que lhe foi designado, atraindo professores qualificados, que trouxeram idéias e ideais novos, que se constituíram no fermento necessário para o início do desenvolvimento da Instituição . Passados todos esses anos, podese dizer que o sonho do Professor Ulhoa Cintra tornou-se realidade, pois o que nasceu não foi apenas mais uma Faculdade de Medicina no interior de São Paulo, mas foi, sim, implantada a semente da Universidade Temática! Outra dificuldade da Atlética é a falta de infra-estrutura esportiva no nosso câmpus. Sendo assim, os treinos são realizados em quadras particulares alugadas em nossa cidade. Por isso, a construção de um ginásio é uma das prioridades da AeXa (Associação de Ex-Alunos), que foi fundada durante o II Encontro de ExAlunos e Amigos da FMB realizada no ano passado e que estavam presentes alunos desde a I a XLV turma, muitos dos quais estão aqui hoje também. Precisamos muito da ajuda de todos, para continuarmos representando Botucatu muito bem nas competições, como na INTERMED, que já tem 43 anos de história e conta com faculdades como UNIFESP, SANTA CASA, USP RIBEIRÃO E UNICAMP. Boa notícia é que nos sagramos campeões da última PRÉ-INTERMED, realizada em março na cidade de Araras. Hoje em dia, o CAPS agrega muita coisa, o que determina essa estrutura tão grande e que tanto faz pelos nossos alunos. Gostaríamos também de pedir a colaboração de vocês para que possamos continuar desempenhando nossas atividades. A força que os alunos têm torna-se muito maior aliada à ajuda dos que já lutaram e ainda lutam por essa faculdade. Disponibilizamos na internet os sites das instituições. Gostaríamos então de pedir para que visitem o site da Atlética (www.aaachsa.com.br), para obter mais informações sobre nosso trabalho e entrar em contato conosco. Além disso, pedimos para que visitem para nosso site do CAPS (www.caps.fmb.unesp.br), no qual também estão presentes toda a nossa história e as atuais atividades do Centro Acadêmico, um dos mais atuantes do estado de São Paulo. Convidamos a todos que apreciarem a exposição organizada pela Comissão de Levantamento Histórico do CAPS, no saguão desse salão. Espero que tenhamos conseguimos transmitir tudo que move essa faculdade através de seus alunos. Hoje percebemos que as instituições vão permanecer na medida em que o nosso espírito de luta não esvaecer. Sendo assim, esperamos profundamente que o orgulho que sempre permaneceu a história dessa faculdade continue por muito, muito tempo. Quem sabe até quando nós estivermos comemorando mais 45 anos de FMB, sentados nas mesmas cadeiras que os senhores estão sentados nesse momento, certos do sentimento de que fizemos a diferença.
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Profa. Emérita Dinah Borges de Almeida
“Recebi a honrosa incumbência de falar em nome dos que exerceram a função de diretores da Faculdade de Medicina desde o momento em que as várias unidades do câmpus se desmembraram da unidade mestra, a FCMBB até o início da gestão do prof. Sérgio Muller, atual diretor e da profª Silvana Schellini, vice-diretora. O desmembramento da FCMBB não foi desejado pelo assim elevado Setor Médico, precursor da Faculdade de Medicina. Foi, antes, uma decorrência da necessidade de facilitar o desenvolvimento das unidades desde que mantidos os princípios que fizeram da FCMBB uma instituição universitária de vanguarda. Desenvolvimento apoiado também pela presença do espírito de colaboração entre os corpos diretivos e pelos ideais e anseios compartilhados pelos alunos, docentes e servidores das várias unidades do câmpus e que motivaram os inúmeros movimentos ocorri-
Dr. Abrão Altman
Digníssimas autoridades presentes, meus queridos ex-professores Pioneiros, caros professores dos tempos atuais, meus colegas pioneiros, demais turmas do Câmpus de Botucatu, isto é, com todo respeito, nossos calouros: Poucas vezes na vida somos agraciados com tão grande honra como a que me foi conferida pela direção da Faculdade, em nome do Dr. Sérgio Muller: representar neste ato toda uma comunidade acadêmica e profissional do gabarito científico que passou por estes anfiteatros, estes laboratórios, estas enfermarias é algo que fi-
dos durante estes 45 anos. Se tivéssemos perdido esse espírito, teríamos sofrido lamentável perda de nosso horizonte universitário. Nomeando os professores em nome dos quais eu falo, quero pedir-lhes desculpas pelas omissões e insuficiências do que direi. Peço também licença para nomeá-los de maneira informal da mesma forma como são chamados pela comunidade universitária no dia-a-dia. Após o desmembramento da Faculdade de Medicina da FCMBB, exerceram, sucessivamente as funções de diretores os professores: José Carlos de Souza Trindade, Domingos Alves Meira, Willian Saad Hossne, Arthur Roquete de Macedo, Dinah Borges de Almeida, Luiz Antonio Vane, Paulo Eduardo de Abreu Machado, Marilza Vieira Cunha Rudge, Pasquoal Barreti, Joel Spadaro, tendo exercido as funções de vice os professores Lourival de Luca, Pedro Tadeu Galvão Viana, João Lauro Vieira da Conceição, Hamilton Rosa Pereira, além de vários dos professores que posteriormente se tornaram diretores. Interinamente exerceu a função de diretor o prof. Antonio Rugolo Jr. A estes professores competiu dirigir a Faculdade de Medicina desde os difíceis tempos iniciais até os dias de hoje que, provavelmente, são considerados igualmente difíceis pelos atuais diretores. Este trabalho foi possível porque todos nós contamos com a coesão da comunidade universitária; com a coragem e energia dos alunos nas suas reivindicações e na defesa de seus ideais, com a dedicação, espírito crítico e disposição para enfrentar desafios dos professores e com o espírito profissional e dedica-
ção dos servidores, todos devidamente apoiados nas suas entidades representativas: CAPS, AD, ASU. Neste caminhar não nos faltaram também a troca de experiências com os dirigentes de nossas causas e seu apoio nos momentos mais difíceis. Com o risco de parecer triunfalista, mas com o objetivo de fazer justiça aos membros de nossa comunidade universitária, devo reconhecer que o trabalho desenvolvido nestes 45 anos foi totalmente exitoso e que o crédito deve ser dado a todos que se dedicaram à Faculdade de Medicina, aos seus professores, servidores, alunos, diretores e corpos diretivos. Não preciso e não seria pertinente referir-me às inúmeras realidades que amparam esta minha afirmação, realidades de natureza materiais, de infra-estrutura, mas sobretudo as que se traduzem na qualidade do ensino, de pesquisa, da atenção médica e na extensão de serviços a comunidade. No entanto, para sermos fiéis à história que estas paredes nos contam é preciso refletir sobre os caminhos que a faculdade deve trilhar daqui para frente. Os desafios continuam sendo imensos. Antes de mais nada, o desafio de conseguir manter a intensidade do envolvimento com o ensino de graduação fazendo-o cada vez mais científico e humano, transmissor do conhecimento da realidade social e de saúde do nosso país. Desafio de trans-
“Se tivéssemos perdido esse espírito, teríamos sofrido lamentável perda de nosso horizonte universitário.”
“Cada vez que atendo um paciente e este me pergunta onde me formei, orgulhosamente encho a boca e falo alto e bom som: na primeira turma de Botucatu. ” cará gravado no meu coração pelo resto dos dias. Nome de colegas muito mais gabaritados, com muitos mais títulos acadêmicos que este que vos fala seriam mais indicados mas quis a vida que meus pais me dessem o nome bíblico de Abrão e quis o destino que eu passasse no primeiro vestibular desta universidade, daí a origem do número um da primeira turma de médicos. Ainda tenho muito bem gravado na minha memória o mês de abril de 1963. Cheguei para fazer matrícula e a secretaria era num colégio da cidade. Fomos recebidos por um senhor alto, magro, um pouco calvo com uma voz rouca: muito prazer, eu sou o professor Montenegro. Dali tomamos uma estreita estrada de terra até chegar a Rubião Júnior. Avistamos um imenso prédio construído para ser hospital para turberculosos quase todo abandonado, cercado de mato e lama. Entramos no prédio e no único corredor limpo e pintado encontramos um gaúcho magro, franzino, encerando o chão de sua sala: veio
formar nosso aluno em um médico ao mesmo tempo moderno e antigo; moderno no embasamento técnico-científico de suas atividades e antigo por carregar consigo as virtudes milenares da profissão naquela disposição de estar presente mesmo e sobretudo quando o científico se mostra insuficiente. Desafio de conciliar e integrar o ensino de graduação e os demais níveis de ensino todos igualmente importantes e cujas exigências nos junta, muitas vezes se contrapõem. Desafio de ampliar o intercâmbio com cientistas de outras unidades do Brasil e do exterior. Desafio de ajudar a transformar sistema de saúde de nossa região em um modelo do sistema que a duras penas o nosso país vem conseguindo implantar, o SUS. Para tanto, ao mesmo tempo, integrando e inserindo os nossos alunos, residentes e pósgraduandos em todos os níveis da atenção médica; nas estratégias de Saúde da Família, nos Centros de Saúde, em hospitais secundários e criando condições para que nosso HC seja cada vez mais um hospital terciário de referência. A faculdade tem todas as condições para isto, diria mesmo que ela possui todas as condições ideais para isto e a incorporação do Hospital Cantídio e sua transformação em hospital secundário demonstra que este caminho está sendo trilhado. Desafio de criar condições cada vez mais propícias para o crescimento da área de conheci-
nos receber e se apresentou como professor de anatomia, o Dr. Letti. Estes fatos citados com dois dos inúmeros grandes mestres dos pioneiros nos mostraram o que ia ser nossa desconhecida, desconfiada e embrionária faculdade. Todos os professores dos pioneiros nos transmitiam, além do grande conhecimento técnico científico, a ética, a responsabilidade e a conduta profissional futura. No 4 ano, no concurso para acadêmicos da casa maternal Leonor Mendes de Barros, das 42 vagas para acadêmicos quartanistas, 28, eu repito (vinte e oito) eram da Faculdade de Botucatu, concorrendo com as tradicionais Pinheiros, Paulista, PUC Sorocaba e USP Ribeirão Preto. Não havia este maravilhoso complexo hospitalar de Rubião e tivemos que fazer o quinto ano no Hospital das Clínicas, onde havia a chamada elite médica e de acadêmicos de Medicina. Fomos discriminados pelos alunos de lá, não podíamos fazer refeições no Centro Acadêmico deles, havia car-
tazes “Fora Caipirada”. Os pioneiros participavam de aulas, ambulatórios, cirurgias. Éramos verdadeiros ‘ratos’ de hospital e os famosos catedráticos começaram a perceber que tinha uma caipirada interessada, sem o rei na barriga e que estava lá para aprender e muito. No sexto ano a Pseudo-Divisão dos pioneiros: alguns ficaram em Botucatu, alguns foram para o Hospital Municipal-SP e outros foram para a Santa Casa de Santos e para o Hospital Ana Costa também em Santos. Nos concursos para residência sempre se destacavam os pioneiros. Senhores, é com muito orgulhoque cito alguns fatos dos que ajudaram a construir o primeiro degrau desta imensa escada que hoje já tem 45 degraus, de uma escada que podemos chamar Câmpus Botucatu da Unesp, mas que para nós será eternamente FCMBB (Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu). O orgulho de ter sido aluno aqui é cada dia maior, cada vez que vejo num congresso médico, artigo em revistas médicas com endereço de Rubião Júnior, recorto e guardo, nos meus arquivos, no meu coração. Cada vez que atendo um paciente e este me pergunta onde me formei, orgulhosamente encho a
mento e atuação da Faculdade de Medicina é necessário no abdicar de pensar, repensar e lutar pela Universidade, de tentar contribuir para a superação dos principais dilemas de nossos dias em que as mudanças ambientais que propiciam o recrudescimento da incidência de doenças antes quase extintas se aliam às insuficiências e distorções dos modelos econômicos na manutenção das condições precárias de grande parcela da população dos grandes aglomerados urbanos, dos rincões rurais e mais longínquos tanto em nosso país quanto em outras regiões do mundo. Superar o dilema de manter os princípios éticos nas investigações que fazem avançar a ciência e a tecnologia e não permitindo que sua aplicação seja contaminada pelo mercantilismo que através das grandes corporações domina o mundo. Terminando, quero agradecer em meu nome e dos demais diretores a todos que, durante nossos mandatos, contribuíram para que pudéssemos executar nossas funções. Por último resta-me prestar minha e nossa homenagem aos docentes e servidores que partiram deixando as marcas de seu trabalho na Faculdade. Impossibilitada de nomear a todos, cito os professores Mário Rubens Montenegro, professora Luiza Lima Dillon, servidores Antonio dos Santos, o Paeta e a servidora Ana Esperandio. Os três últimos respectivamente a última professora e os últimos servidores que faleceram.
boca e falo alto e bom som: na primeira turma de Botucatu. Cada vez que volto a Botucatu e a Rubião, meus olhos se enchem de lágrimas (eu sou um chorão nato), andando pelos corredores do Hospital. Corredores onde já jogamos futebol, dormimos no chão após alguma aula, corredores onde contamos muita piada e fizemos muita molecagem. Estes fatos todos nunca sairão de minha memória e são sempre carregados de muita emoção cada vez que aqui venho. Preciso tomar cuidado com as minhas coronárias... Encerrando, quero convocar a turma pioneira e toda a comunidade acadêmica de todas as faculdades deste câmpus para, em abril de 2013, neste mesmo salão nobre, comemorarmos o cinquentenário de um câmpus que orgulha a vida acadêmica de nosso Estado e do Brasil e enobrece todos nós que passamos por aqui.
*Abrão Altman discursou como representante da 1ª turma de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu-FCMBB
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Homenagem aos colaboradores Durante a sessão solene da Congregação, no dia 26 de abril, foram prestadas homenagens às pessoas que fizeram parte da história dos 45 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu. Desde o 1º funcionário contratado pela então Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, até representantes da 1ª turma de Medicina, do curso de
Enfermagem, professores eméritos e ex-diretores receberam placa entregue pelo diretor da FMB, prof. Sérgio Muller e o reitor da Unesp, Marcos Macari. Também receberam menção os diretores das Faculdades de Medicina Veterinária e Zootecnia, Instituto de Biociências e da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp. Doutor Álvaro Pinheiro Barbosa, aluno da 1ª turma do curso de graduação em Medicina da FCMBB
Profa. emérita Dinah Borges de Almeida, vice-diretora da FMB de 1988 a 1989 e diretora de 1989 a 1993
Jair Natal Pires Martins, primeiro funcionário da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu
Profa. Edy de Lello Montenegro representando o prof. emérito Mário Rubens Guimarães Montenegro
Prof. emérito Domingos Alves Meira, ex-diretor da FCMBB de 1970 a 1974 e da FMB entre 1980 a 1984
Prof. emérito Willian Saad Hossne, diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu de 1984 a 1988
Prof. Arthur Roquete de Macedo, vice-diretor da FMB de 1984 a 1988 e diretor de 1988 a 1989
Profa. Marilza Vieira Cunha Rudge, diretora da Faculdade de Medicina de 2001 a 2005
Prof. Joel Spadaro, vice-diretor da FMB de 2001 a 2005 e diretor de 2005 a 2007
Profa. Maria de Lourdes Mendes Vicentini Paulino, diretora do Instituto de Biociências
Prof. Luiz Antonio Vane, vice-diretor da FMB de 1989 a 1993 e diretor de 1993 a 1997
Prof. Edson Ramos de Siqueira, diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Prof. João Lauro Viana de Camargo, vice-diretor da Faculdade de Medicina de 1993 a 1997
Doutor Abrão Moisés Altman, aluno da 1ª turma do curso de graduação em Medicina da FCMBB
Prof. emérito José Carlos Souza Trindade, diretor da FCMBB em 1976 e da FMB de 1977 a 1980
Enfermeira Valéria de Castilho Palhares, aluna da 1ª turma do curso de graduação em Enfermagem
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Prof. emérito Paulo Eduardo de Abreu Machado, diretor da Faculdade de Medicina de 1997 a 2001
Prof. Pasqual Barreti, diretor pró-tempore da Faculdade de Medicina de fevereiro a junho de 2005
Prof. Hamilton da Rosa Pereira, vice-diretor da Faculdade de Medicina de 1997 a 2001
Prof. Antonio Rugolo Junior, diretor em exercício da FMB de junho a julho de 2007
Prof. emérito da Faculdade de Medicina de Botucatu, Álvaro Oscar Campana
Prof. emérito da Faculdade de Medicina de Botucatu, Francisco Humberto de Abreu Maffei
Profa. emérita da Faculdade de Medicina de Botucatu, Cleide Enoir Trindade
Prof. José Matheus Yalenti Perosa, representante da diretoria da Faculdade de Ciências Agronômicas
Professores João Alves Meira (à esquerda), diretor da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu de 1962 a 1963, e Mário Rubens Montenegro (à direita), diretor da FCMBB entre 1962 a 1967, também foram homenageados durante a sessão solene dos 45 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp.
Músicas que marcaram as 4 décadas da FMB/Unesp Durante a sessão solene em comemoração aos 45 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu, além de homenagens e manifestações referentes ao aniversário da instituição, outra atração chamou a atenção do público presente. A apresentação do grupo musical “IA Música”, do Instituto de Artes da Unesp trouxe músicas que marcaram todas as quatro décadas de existência da FMB.
Exposição relembra 40 anos de atuação do CAPS Por mais de quatro décadas, o corpo discente mantém uma história intimamente ligada a uma entidade: o Centro Acadêmico Pirajá da Silva. Durante as comemorações dos 45 anos de fundação da Faculdade de Medicina de Botucatu, o Centro Acadêmico realizou exposição, com fotografias e documentos que resgatam um pouco da história da entidade representativa dos alunos na FMB. Entre suas atividades destacam-se os projetos Médicos da Alegria, Baile do Vovô, Feira da Saúde, Alfabetização de Adultos, Cursinho Desafio, Biblioteca Sobre Rodas, Brincando na APAE e o Cursinho
Exposição realizada pela diretoria do CAPS mostrou, em fotos e recortes de jornais, projetos e fatos marcantes
Desafio, considerado um dos projetos mais bem sucedidos do CAPS. Cássio Luiz Ferreira Júnior, presidente do CAPS, frisa que a atuação da entidade visa
uma proximidade maior dos universitários com a comunidade. “O Centro Acadêmico hoje tem uma identidade mais voltada aos projetos de extensão universitária, e posso citar
o Cursinho Desafio, a Feira da Saúde, que ajudamos a organizar. Na parte acadêmica realizamos vários cursos como o Congresso Médico Acadêmico, que está entre os quatro
maiores eventos desse porte no Estado”, relata. Outro aspecto destacado por Cássio é a atuação política do CAPS como representação dos alunos.
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guicidas e agrotóxicos em geral provocam em um organismo complexo, como o de ratos. Ao todo, este projeto temático será completado por seis estudos que analisarão as alterações moleculares, vesicais e uroteliais, imunotoxia, experimentação animal e química analítica. Serão investidos ao todo, cerca de R$ 250 mil e US$ 130 mil para as pesquisas que deverão prosseguir até 2011. De acordo com Dr. João Lauro, as análises poderão auxiliar no desenvolvimento de tratamentos e de prevenção aos agentes causadores e podem complementar dados obtidos por estudos da Agência de Vigilância Sanitária- Anvisa que indicaram contaminação de agrotóxicos no cul-
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que prestava serviços a outras instituições públicas, empresas e órgãos governamentais. Em 2001, muda seu perfil de atuação e passa a investir exclusivamente em pesquisas para a avaliação do impacto provocado por agentes ambientais não-biológicos sobre a saúde humana, particularmente sobre os praguicidas agrícolas, enfocando o desenvolvimento de tumores e de desregulação endócrina, provocados pela alteração do meioambiente. O laboratório tem 14 projetos ativos em análise, sendo que alguns deles influem diretamente no tratamento de patologias humanas. O mais recente destes trabalhos envolve a avaliação dos efeitos que pra-
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Prof. João Lauro é um dos coordenadores do Toxicam
tivo de diversas culturas, em todo o país. “Pegamos uma cultura como o tomate, um alimento que praticamente é consumido quase que diariamente pelo brasileiro e observamos o nível de agrotóxicos A partir disso, verificamos o efeito que tais praguicidas têm no organismo complexo, como os dos ratos", explica. Outro trabalho desenvolvido pelo Toxicam, envolve a análise do lodo retirado no tratamento de esgotos das cidades e o posterior uso do mesmo como adubo ou material para a indústria de cerâmica. O estudo, financiado pela Fapesp, teve início em 2006, a pedido da Cetesb e avaliou a toxicidade do lodo e suas possíveis propriedades cancerígenas. Para isso foram acrescidas junto às rações dadas aos ratos, altas doses do material recolhido. A partir disso os pesquisadores passaram a avaliar os efeitos no organismo do animal. "Uma das propostas é usar o lodo como adubo e também como matéria-prima para a indústria cerâmica. Mas há a necessidade de saber se o material é agrotóxico e qual o nível de contaminação", ressaltou Dr. João Lauro. O projeto deve ter seus resultados finais em 2009 e recebeu investimento de mais de R$ 48 mil.
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Toxicam investiga impactos ambientais Avaliar o grau de toxicidade e quais os agentes favorecedores para as mais diversas patologias humanas. Com esta proposta, o Núcleo de Avaliação do Impacto Ambiental sobre a Saúde Humana-Toxicam tem realizado projetos de pesquisa que têm contribuído cada vez mais para a melhoria das condições ambientais e também do tratamento em inúmeras doenças. O laboratório é vinculado ao Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu e possui como líderes de grupo os docentes João Lauro Viana de Camargo e Maria Luiza Cotrim Sartos de Oliveira. O laboratório conta com 11 pesquisadores, 12 alunos de graduação e pós-graduação e tem certificação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq. Um destes trabalhos de destaque do Toxicam receberá investimentos em torno de R$ 350 mil. Com duração prevista até 2011, o projeto temático deverá analisar e quantificar o nível de toxicidade em herbicidas e praguicidas usados nas mais diversas culturas agrícolas. O Toxicam foi criado em 1995 e enfocava em seu início analisar a carcinogenicidade e a mutagenicidade de agentes químicos ambientais. Era um laboratório de pesquisas
FMB tem êxito no estudo de doenças trofoblásticas
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manas, com a diretoria da Fa c u l d a d e d e M e d i c i n a para definir detalhes do cronograma de construção da unidade.
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Profa. Célia: nova unidade facilitará pesquisas
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FMB. "Este espaço físicocientífico aproximará os pesquisadores e favorecerá o aumento de parcerias, com a elaboração de projetos em conjunto", afirma a docente. Segundo explica profa. Célia, a criação da Unidade de Pesquisa Experimental proporcionará maior captação de recursos para a viabilização dos estudos e, também, o aumento da excelência dos programas de pós-graduação. "Com isso poderemos aumentar investimentos e incrementar a quantidade e a qualidade das publicações", lembra a presidente da C o m i s s ã o d e Pe s q u i s a , acentuando já ter mantido reuniões, nas últimas se-
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três andares e ocupará uma área física de 1800 m² abrigando anfiteatro, salas para pesquisadores, arquivos, secretaria e laboratórios. A obra, localizada próximo ao atual setor dos laboratórios experimentais, no câmpus de Rubião Júnior, deverá estar concluída em 2011. Em suas instalações será possível a realização de pesquisas básicas sobre as causas das mais diversas patologias e antes do início de estudos clínicos. Para a profa. Célia Regina Nogueira, presidente da Comissão Permanente de Pesquisa, este novo espaço favorecerá a implantação de parcerias entre os departamentos da
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A FMB/Unesp terá uma Unidade de Pesquisa Experimental com novo prédio e que irá unificar os laboratórios dessa área. O projeto da Unipex (Unidade de Pesquisa Experimental), já foi aprovado nos termos da Chamada Pública MCT/ FINEP/AÇÃO/TRANSVERSAL PRÓ INFRA 01/2007. Com isso foi assegurado o investimento de 1,3 milhões de reais, conforme anunciado, em abril, pelo reitor Marcos Macari. Essa conquista garantiu à FMB o posto de maior captadora, dentro da Unesp, de recursos dos fundos públicos de financiamento à pesquisa, em 2007. O prédio da Unipex terá
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Novo prédio para pesquisa experimental
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O Centro de Doenças Trofoblásticas do HC da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp completou, em abril, 18 anos de atividades com o registro de uma taxa de 98% de sobrevida das pacientes, um número comparável ao obtido nos países desenvolvidos. A denominada “neoplasia trofoblástica gestacional” é uma doença rara da placenta humana, e caracterizada pelo elevado crescimento do trofoblasto, a principal célula da placenta. As causas da transformação maligna desse tecido ainda são desconhecidas, mas já há bastante conhecimento gerado sobre as técnicas para o diagnóstico e tratamento do mal. Ao longo de seus anos de atividade, nas linhas de assistência, ensino e pesquisa, o CDT mantido pelo HC da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp já tratou de 236 pacientes com o emprego de uma equipe multidisciplinar que reúne 17 profissionais de saúde, entre os quais docentes de diversas disciplinas, além de servidores técnicos. Com sede no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMB/Unesp, o CDT atende a pacientes da região coberta pelo Departamento Regional de Saúde VI (com sede em Bauru) e que congrega uma população de quase 2 milhões de pessoas. Além disso, mantém em seus registros a assistência a pacientes vindos de outros estados como o Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O CDT, em função de suas linhas de ensino e pesquisa, tem acumulado uma expressiva produção cientifica, representada pela publicação de 16 trabalhos completos em periódicos especializados nacionais e internacionais; a inclusão de cinco capítulos em livros; a inserção de trabalhos em anais de doze congressos internacionais e 35 nacionais; a geração de sete dissertações e teses de mestrado e de iniciação científica; e, ainda, o lançamento de outros três projetos de pesquisa.
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Cursinho Desafio é destaque em aprovações Proximidade maior com a comunidade através do ensino. Desta forma o Centro Acadêmico Pirajá da SilvaCAPS mantém desde 2001 o Cursinho Desafio. O projeto é direcionado para pessoas com baixo poder aquisitivo e teve em 2008 a ampliação do número de vagas. O cursinho é coordenado por seis alunos, ambos do 2º ano de Medicina e tem como tutor o professor José Roberto Fioreto. As aulas são ministradas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Angelino de Oliveira, através de convênio firmado com a Prefeitura de Botucatu. Também são parceiros do projeto a Faculda-
de de Medicina de Botucatu, Governo do Estado de São Paulo e o Banco Real. Ao todo, 90 alunos de Medicina e também de outros cursos da Unesp em Botucatu participam do projeto como professores ou monitores. Números mostram que o projeto tem obtido resultados expressivos com relação a aprovações. Nos vestibulares referentes ao primeiro semestre de 2008, 32 alunos do cursinho obtiveram aprovação em faculdades públicas, sendo que 12 ingressaram na Unesp. No ano anterior, cerca de 40% dos alunos ingressaram em instituições públicas de ensino su-
perior, além de faculdades particulares através do sistema Prouni, do governo federal. Em 2006 o percentual era de 30% de aprovações. Por causa dos resultados e da crescente demanda pelo curso, foi ampliado para 150 o número de vagas. Além das aulas em período normal, os alunos contam com o sistema de monitoria e reforço em matérias e também de corretores de redação. Todo o material usado no curso é apostilado e é utilizado o sistema UNO de ensino. Uma biblioteca também está à disposição com material e livros de auxílio para o vestibular. Os alunos recebem ainda orientação voca-
Educação: alunos da Medicina passam a ser professores
cional aos sábados. Integra a pedagogia, vivência extracurriculares com a visitação, uma vez ao ano, a São Pau-
lo onde os mesmos visitam desde museus, bibliotecas e exposições, o que proporciona inclusão cultural.
Desafio do cursinho não se limita apenas ao nome A complementação do estudo com o ingresso ao ensino superior é o objetivo de muitos estudantes, sempre em busca da qualificação profissional e de uma carreira promissora. No entanto, para boa parcela da população brasileira esse é um objetivo um pouco distante de ser obtido.
O eletrotécnico aposentado Adílson Soldeira Gonçalves, 53 anos, resolveu começar uma nova etapa em sua vida: ingressar na faculdade. Para isso ingressou no Cursinho Desafio. “Quando aposentei, havia duas coisas que eu poderia fazer: trabalhava ou estudava. No final optei por fazer o cursi-
nho”, disse. A reação da família, após a decisão em voltar a estudar foi de estranheza, como conta Gonçalves, mas ao passar do tempo tal situação se transformou em apoio. A técnica em enfermagem Edilaine Fernandes Donon, 25 anos, faz o cursinho Desafio pela segunda vez. Pretende
realizar seus estudos universitários na área da saúde. Segundo ela, a diferença está no sistema que os monitores e professores usam para transmitir os assuntos aos alunos. “O nível do ensino que encontrei aqui é bom e passei a admirar a força de trabalho das pessoas envolvidas com o cursinho”, declarou.
Gonçalves: determinação em ingressar na faculdade
ABAH auxiliará no combate à Hipertensão
Prof. Francisco Habermann terá mandato de 2 anos na ABAH
Em Botucatu, foi criada a Associação Botucatuense de Assistência ao HipertensoABAH, vinculada à disciplina de Nefrologia do Departamento de Clínica da Faculdade de Medicina de Botucatu-FMB. Na oportunidade foi eleita a primeira diretoria da associação, bem como os objetivos e ações que a entidade deverá desempenhar no combate e auxílio aos problemas causados pela hipertensão arterial. Prof. Francisco Habermann, responsável pelo Centro de Hipertensão Arterial da Faculdade de Medicina de Botucatu, ocupará a presidência; Francisco Carlos Daltin, diretor de apoio adminis-
trativo da FMB, como vice-presidente. O mandato será de dois anos e a atual gestão poderá concorrer à reeleição. “Resgatar a qualidade de vida; é isso o que pretende a ABAH. Estatisticamente sabemos que ¼ da população mundial é hipertensa.”, declara Habermann. “A hipertensão é uma doença silenciosa em que metade dos que a possui não sabem. Dos que têm conhecimento do problema, mais da metade não tratam de forma adequada”, frisa. Habermann explicou ainda que muitas das ações devem se concentrar em palestras, atividades de apoio e orientação aos pacientes. A falta
de informação unida com uma vida sedentária, segundo Habbermann, ainda são as principais causas da hipertensão arterial. Estimativa da Sociedade Brasileira de Hipertensão mostra que cerca de 30% da população no país sofre de pressão alta. Ainda segundo a SBH, a doença é responsável por cerca de 40% dos casos de infarto, 80% dos acidentes vascular cerebral e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. Campanhas educativas e de prevenção foram realizadas em todo o país no último dia 26 de abril como forma de alertar a população.
Jornada de Rinologia aborda atualização na área A Faculdade de Medicina de Botucatu, através da Disciplina de Otorrinolaringologia promoveu no último dia 9 de maio, a Jornada de Rinologia. O evento, aberto aos alunos da graduação e acadêmicos, abordou temas para a atualização na área, com apresentação de tópicos sobre rinites, sinusites, além de técnicas so-
bre plástica nasal. Apresentaram as novas tendências e estudos na área especialistas da Universidade de São Paulo-USP como o Dr. João Ferreira de Mello Júnior, Richard Volges e Perboyer Sampaio; além de Márcio Nakanishi, da Universidade de Brasília. “Apresentamos através destas palestras tópicos atuais que
visam estabelecer condutas e conceitos sobre diversos problemas como rinite, sinusite, entre outros, bem como suas complicações”, explica a professora Regina Célia Garcia. A Jornada de Rinologia recebeu o apoio da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.
Evento abordou tópicos como técnicas de plástica nasal
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Investimentos anunciam o futuro da FMB Uma das principais características da Faculdade de Medicina de Botucatu, em seus 45 anos, é a de crescer continuamente. Esta máxima pode ser observada nas várias obras de expansão de infra-estrutura que tem passado. Três delas devem ter um impacto grande na forma de atendimento à população, com a construção do novo Pronto Socorro do Hospital das Clínicas; nas pesquisas (prédio da UPECLIN). Mas uma das obras que deve ter maior impacto será o novo prédio da administração da FMB. O projeto prevê um prédio com 2.500 m² de área coberta. Nessas instalações deverão ser abrigadas novas salas de aula, anfiteatro, e abrigará as unidades técnicas e administrativas da faculdade. O investimento previsto será de R$ 8,069 milhões e as obras devem ter início no segundo semestre deste ano.
Unidade de Pesquisas Clínicas
Projeto privilegia conforto e acessibilidade
Paralela à construção do novo prédio da administração, o sistema viário de acesso para as novas instalações deve passar por modificações. Esta nova reformulação visa garantir melhor fluxo de veículos e deve abranger ainda novos sistemas de orientação visual e de informação aos pacientes e visitantes do câmpus. Ainda no projeto para a nova sede da FMB, a qualida-
de de vida e o conforto foram aspectos priorizados com a criação de uma área de convivência que deve incluir bancos, painéis artísticos e jardins. As antigas instalações da FMB, que ocupam quase 1.500 m² de espaço físico, devem ser usadas para a ampliação de diversos setores de serviços e atendimentos do Hospital das Clínicas, que também passa por processo de expansão.
Novo PS no segundo semestre As obras do novo Pronto Socorro do HC da Faculdade de Medicina de Botucatu, iniciadas em 16 de julho de 2007, deverão estar concluídas no segundo semestre deste ano. O novo Pronto Socorro terá uma área construída de 2.279 m², divididos em dois pavimentos e com uma organização interna adequada às mais atualizadas concepções de atendimento às urgências e emergências. O investimento previsto é de 2 milhões de reais. O projeto foi elaborado pelos técnicos das áreas médicas, de enfermagem e de engenharia da Faculdade de Medicina de Botucatu, sob supervisão dos profissionais que hoje atuam nas várias frentes de atendimento aos casos de urgência e emergência do HC. Depois, as plantas foram submetidas ao Ministério da Saúde, que sugeriu a adoção de alguns detalhes alinhados às diretrizes da Política Nacional de Atenção às Urgências. O formato final ensejará a humanização do atendimento, transformando a unidade não só num centro de referência para o atendimento dos casos de urgência e emergência, mas também num núcleo de excelência para
a formação de recursos humanos (médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde) treinados para intervenção em situações de alto risco. O engenheiro responsável pela ATPE (Assessoria Técnica de Planejamento e Engenharia), Luiz José Bernardes, afirma que o novo PS trabalhará com um sistema diferenciado. “Há equipes especialmente preparadas para receber os diferentes casos dos pacientes. Hoje, misturam-se acidentados e pacientes com dores crônicas, dores no peito ou pressão alta, e também crianças com febre ou bronquite, por exemplo. Na mesma linha em que é atendido o mal estar, há pacientes acidentados ou com agravos cardíacos, o que é desaconselhável. Este projeto visa o lado humano, procurando oferecer mais conforto e também uma atenção aprimorada”, explica. Projeto pioneiro Toda a estrutura da unidade divide-se em dois grandes espaços: o de acolhimento do paciente grave, com risco de vida; e o do paciente não grave, mas que necessita de atendimento urgente. Nesses dois eixos, ficam instaladas salas de
acolhimento, de emergências, de procedimentos especiais invasivos, de estabilização, de utilidades, de higienização, de procedimentos médicos e de enfermagem, além de áreas pediátrica, obstétrica e ortopédica, instalações sanitárias, áreas e apoio aos servidores do PS, e local para acomodar eventuais acompanhantes dos pacientes. O eng. Bernardes explica que casos graves, com pacientes totalmente desestabilizados, serão encaminhados para a chamada “Área Vermelha”. Nesta sala, o atendimento é imediato e as funções vitais são recuperadas. Há também uma sala ao lado desta, destinada à realização de procedimentos invasivos. Depois de estabilizado, o paciente é levado para a “Área Amarela”, onde há a recuperação e supervisão de especialistas. Em uma situação considerada mais adequada, segue para a “Área Verde”, onde recebe cuidados intermediários e verificações. E ainda, se for necessária alguma assistência, vai para a “Área Azul”, uma área de internação localizada no segundo pavimento. O atendimento dos pacientes infantis será feito em ala separada.
Está previsto para o segundo semestre deste ano o início das atividades da Unidade de Pesquisas Clínicas do HC da Faculdade de Medicina de Botucatu. A UPECLIN servirá como base para ensaios clínicos e seu objetivo principal será o de testar a eficácia em processos terapêuticos. As obras do prédio estão finalizadas e nas próximas semanas deverão ser instalados móveis e equipamentos. A construção da unidade foi realizada com recursos dos Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia. O investimento total na implantação da unidade está sendo de, aproximadamente, R$ 2,2 milhões. A Upeclin ocupa uma área construída de 580 m² e está localizada próxima ao Pronto Socorro do HC. Contará com 10 apartamentos em leitos individuais, 6 salas de consultas ambulatoriais, salas de coleta, processamento e armazenamento de material biológico, arquivo de documentos, setor de farmácia e dispensação de medica-
mentos, além de um setor de monitoria e estudos. Futuramente, haverá uma expansão dos serviços com a construção de um segundo pavimento no prédio. A Upeclin empreederá análises de terapias farmacodinâmicas e de bioequivalência em novas drogas a serem lançadas no mercado, além de novos procedimentos de atendimento clínico. A unidade atenderá pesquisadores da Unesp e atuará em parceria com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas, em Araraquara. De acordo com o coordenador do Conselho Gestor da Upeclin, prof. Carlos Antônio Caramori, a criação da unidade facilitará o desenvolvimento de novos procedimentos terapêuticos, além de facilitar a pesquisa com uma estrutura específica. “Em quase todos os hospitais universitários, a pesquisa clínica é realizada junto com a assistência médica habitual e isso acarreta dificuldades operacionais e aumento de custos de manutenção.”, declara.
FMB na Rede Nacional de Pesquisa Clínica Em 2005, o Ministério da Saúde, através do seu Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT) em conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia, criou a Rede Nacional de Pesquisa Clínica, composta por um conjunto de Hospitais Universitários com destaque na geração de novos conhecimentos em saúde. Entre eles está o HC da Faculdade de Medicina de Botucatu. Para atender esta rede foi criada a Unidade de Pesquisas Clínicas-UPECLIN, vinculada à FMB, que dará apoio a pesquisadores clínicos em projetos de pesquisas.
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