SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Conselho Municipal Dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA)
Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto Vigência: 2014/2024 PREFEITURA MUNICIPAL DE ECOPORANGA - ES PREFEITO PEDRO COSTA FILHO
SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SECRETÁRIO LAUDINEI VIEIRA DE ALMEIDA
RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DE PROJETO FLÁVIA MARA COSTA MARTINS
Equipe Intersetorial do Sistema Socioeducativo I – Representante da Secretaria Municipal de Assistência Social Flavia Mara Costa Martins II – Representante da Secretaria de Educação Neide Conceição Pereira III – Representante da Secretaria Municipal da Cultura David Oliveira Rocha IV – Representante do Conselho Municipal de Assistência Social Dinéia Freitas de Argolo V – Representante do Judiciário Bernard Falcão VII – Representante do Ministério Público Natássia Martins Sarmento VII – Representante da Defensoria Pública Sara Fernandes Souza VIII – Representante do Departamento Municipal de Capacitação ao Trabalho Natiara Lorrana Valadão IX – Representante do Departamento Municipal de Esportes Itamar Rodrigues Lima X – Representante da Secretaria Municipal de Saúde Agnaldo Santos Souza XI – Representante da Secretaria Municipal de Planejamento William Mendonça Mariano XII – Representante do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente Laudinei Vieira de Almeida XIII – Representante do Conselho Tutelar Dorcilei Clementina de Oliveira
PREFEITURA MUNICIPAL DE ECOPORANGA ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
PLANO MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO. 2014 – 2024
PREFEITURA MUNICIPAL DE ECOPORANGA ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
PLANO DECENAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DO MUNICÍPIO DE ECOPORANGA. 2014 – 2024
Ecoporanga, ES 2014
Seu Jorge
Se eu pudesse, dava um toque em meu destino. Não seria um peregrino nesse imenso mundo cão. Nem um bom menino que vendeu limão. Trabalhou na feira pra comprar seu pão.
Não aprendia as maldades que essa vida tem. Mataria a minha fome sem ter que roubar ninguém. Juro que eu não conhecia a famosa Funabem. Onde foi a minha morada desde os tempos de neném. É ruim acordar de madrugada, pra vender bala no trem. Se eu pudesse eu tocava em seu destino. Hoje eu seria alguém.
Seria eu um intelectual. Mas como não tive chance de ser estudado num colégio legal. Muitos me chamam de pivete. Mas poucos me deram um apoio moral. Se eu pudesse eu não seria um problema social.
Composição: Guará/Fernandinho
SUMÁRIO: Lista de Siglas............................................................................................................................6 Apresentação.............................................................................................................................7 Introdução..................................................................................................................................8 Contextualização teórica, conceitual e jurídica..........................................................................9 Execução da Medida Sócioeducativa em âmbito Nacional.......................................................9 Gestão e Diagnóstico do Sistema Socioeducativo no Município de Ecoporanga....................10 Público Alvo..............................................................................................................................11 Objetivos Gerais.......................................................................................................................12 Perfil dos Adolescentes em conflito com a lei..........................................................................13 Metodologia/Estratégia de Ação..............................................................................................14 Recepção.................................................................................................................................14 Acompanhamento....................................................................................................................14 Encerramento...........................................................................................................................14 Sistema de Informação............................................................................................................15 Acompanhamento/Monitoramento/Avaliação..........................................................................16 Orçamento...............................................................................................................................17 Concepção Pedagógica...........................................................................................................18 Plano de Ação..........................................................................................................................19 Considerações finais................................................................................................................20 Referencias..............................................................................................................................21 Anexos.....................................................................................................................................22
LISTA DE SIGLAS: ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente SINASE – Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente CMDCA – Conselho Municipal da Criança e do Adolescente CREAS – Centro de Referencia Especializado de Assistência Social SMAS – Secretaria Municipal de Assistência Social CF – Constituição Federal CT – Conselho Tutelar LA – Liberdade Assistida PSC – Prestação de Serviço a Comunidade PIA – Plano Individual de Atendimento SEJUS – Secretaria de Estado e Justiça MSE – Medida Socioeducativa LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social SUAS – Sistema Único de Assistência Social CRAS – Centro de Referencia de Assistência Social SUS – Sistema Único de Saúde CMAS – Conselho Municipal de Assistência Social IASES – Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo ONGS– Organização Não Governamental
APRESENTAÇÃO Ao apresentar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, o Município de Ecoporanga assume a responsabilidade de uma diretriz estabelecida pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, que é fruto de uma nova construção coletiva que enfrentou o desafio de envolver várias áreas de governo, representantes de entidades e especialistas na área, além de uma série de debates protagonizados por operadores do Sistema de garantia de direitos. Tendo como premissa básica a necessidade de se construir parâmetros mais objetivos e procedimentos mais justos, o desenvolvimento desse Plano de Atendimento considera-se a intersetoralidade e a co-responsabilidade da Família, Comunidade e Estado. Esse mesmo sistema estabelece ainda as competências e responsabilidades dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, fundamentando suas decisões e diagnósticos, oportunizando um diálogo direto com os demais integrantes do Sistema de Direitos, tais como o Poder Judiciário e o Ministério Público com a formulação de diretrizes e com o compromisso partilhado, assegurando avanços na Política Pública voltada para a Criança e o Adolescente. Em especial criam-se as condições possíveis para que o Adolescente em conflito com a lei deixe de ser considerado um problema para ser compreendido como uma prioridade social.
Laudinei Vieira de Almeida Secretário Municipal de Assistência Social
1 Introdução
O Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de Ecoporanga-ES, far-se-á em cumprimento às indicações do SINASE (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo) e disponibilizando a proteção integral aos Adolescentes, por meio da execução de metas e ações nos seguintes eixos: 1) Atendimento inicial; 2) Atendimento aos Adolescentes e às Famílias; 3) Medida Socioeducativa: Prestação de Serviço a Comunidade (PSC) E Liberdade Assistida (LA) 4) Capacitação Profissional 5) Sistema de Informação. Os dados da realidade local, o perfil e as necessidades dos Adolescentes e a Rede de Serviços existentes, contribuíram efetivamente produzindo um conhecimento iluminador, norteando os caminhos estratégicos para a promoção de iniciativas voltadas a diminuição dos fatores de risco, para a promoção e proteção dos Adolescentes do Município. Nesta direção, a proposta deste Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de Ecoporanga é desenvolver ações integradas com a rede intersetorial: Educação, Saúde, Assistência Social, Segurança Pública, Trabalho, Lazer e Cultura, com o objetivo de proporcionar a efetivação dos direitos fundamentais consagrados ao Adolescente na Constituição Federal em seu art. 227 e no em seu art. 4º, garantindolhe sua condição de cidadão. Desta forma, as ações que serão implementadas em conformidade com as disposições do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, viabiliza promover a melhoria, a otimização dos recursos disponíveis, à consolidação de uma rede articulada e integrada de atendimento ao Adolescente,e a execução de ações sociais eficazes na prevenção da violência.
Vale ressaltar que, o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo de Ecoporanga, pauta se pela ação articulada pelo planejamento com os órgãos do Sistema de Garantia de Direitos, e organizações Estaduais e Municipais responsáveis e desenvolvimento conjunto de estratégias de intervenção dos atendimentos ofertados aos Adolescentes do Município, reconhecendo-se a incompletude e a
complementaridade entre eles e o asseguramento de um atendimento que promova o desenvolvimento pessoal e social dos Adolescentes.
Todos os objetivos, ações e resultados esperados estão transversalizados pelas seguintes premissas:
Análise da Situação: Visa o conhecimento do fenômeno da execução da medida socioeducativa em meio aberto no Município de Ecoporanga, o diagnóstico da situação de enfrentamento da problemática; Mobilização e Articulação: Objetiva o fortalecimento do fenômeno das articulações municipais dos diversos atores segmentos de promoção e defesa dos direitos da Criança e do Adolescente; Atendimento: Viabiliza a efetuação e à garantia do atendimento especializado e em rede, através de um fluxo articulado de referencia e contra referência interinstitucional, aos adolescentes em meio aberto e as suas famílias; Prevenção: Proporciona a realização de ações preventivas com medidas de caráter informativo e educativo que envolva crianças, adolescentes, famílias e comunidades; Protagonismo Infanto-Juvenil: Possibilita à promoção da participação de crianças e adolescentes pela defesa de seus direitos e no monitoramento da execução do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo. Importante mencionar que os princípios supramencionados são referenciados na Constituição Federativa do Brasil (1988), na Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente da ONU (1989) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), no entanto temos a consciência de um longo caminho a construir e a percorrer, buscando a percepção nítida de ações que nos conduzirão a resultados mais eficazes, efetivos e eficientes. A proposta desse Plano objetiva que esses caminhos sejam executados enquanto Políticas Públicas que reafirmem os princípios da proteção integral, da condição de sujeitos de direitos, da prioridade absoluta, da condição peculiar de pessoas em desenvolvimento, da participação/solidariedade, da mobilização/articulação, da gestão paritária, da descentralização, da regionalização, da sustentabilidade e da responsabilização e onde se leve em conta as especificidades do fenômeno conforme as características e particularidades em função de gênero, raça, etnia, credo e orientação afetivo-sexual.
2 Contextualização Teórica, Conceitual e Jurídica. Aqui apresentamos uma análise das legislações internacionais e nacionais que embasam o atendimento socioeducativo no Brasil. Inicialmente, apresentamos as normativas internacionais, especialmente a Declaração Universal dos Direitos da Criança, de 1959, e a Convenção sobre os Direitos da Criança, promulgada em 1989. Destacamos também a Legislação Brasileira, como a Constituição da República Federativa do Brasil (CF), DE 1988, e as demais legislações que tratam dos direitos à saúde, à educação, a assistência social e à convivência familiar e comunitária da criança e do adolescente.
As primeiras discussões a respeito dos direitos das crianças ocorreram no início do século XX, entre 1919 e 1920.
Com a promulgação, em 1959, da Declaração Universal dos Direitos da Criança, diversos pactos passaram a inserir em seus textos artigos que mencionavam os direitos das crianças influenciados pela declaração, que passou então a ser uma orientação para instituições privadas e públicas.
Os direitos dos adolescentes privados de liberdade não foram esquecidos pelas normas internacionais, e diferentes normativas garantiram que o adolescente em situação de infração penal pudesse ter acesso aos direitos previstos pela Doutrina de Proteção Integral, o Brasil encontra-se entre os 186 países que ratificaram a Convenção dos Direitos da Criança.
Os Estados-Partes reconhecem o direito de toda criança, de quem se alegue ter infringido as leis penais, de ser tratada de modo a promover e a estimular seu sentido de dignidade e de valor, e fortalecerão o respeito da criança pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais de terceiros, levando em considerando a idade da criança e a importância de se estimular sua reintegração e seu desempenho construtivo na sociedade (Convenção, 1989, artigo 40, item 1).
Ao entrar em vigor, o Estatuto da Criança e do Adolescente, estabeleceu um novo ordenamento jurídico, filosófico e pedagógico no trato de Crianças e Adolescentes.
Em 1993, o Brasil aprovou a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), em 2003, O Sistema único da Assistência Social (SUAS) materializa o conteúdo da LOAS, o qual define e organiza a execução da política de Assistência Social, possibilitando a normatização de padrões nos serviços e na qualidade de atendimento. Os artigos 227 da Constituição Federal e 4º do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
estabeleceram
a
co-responsabilidade
de
família,
comunidade,
sociedade em geral e poder público em assegurar, por meio de promoção e defesa, os direitos de crianças e adolescentes. Para cada um desses atores sociais existem atribuições distintas, porém o trabalho de conscientização e responsabilização deve ser contínuo e recíproco, ou seja, família, comunidade, sociedade em geral e Estado não podem abdicar de interagir com os outros e de responsabilizar-se. Nesse sentido “a participação ativa da família e da comunidade na experiência socioeducativa é, inclusiva, uma das diretrizes pedagógicas do SINASE, aprovado em junho de 2006” (SEDH, 2006, p. 65-66). O documento orientador do Sinase foi aprovado 2006 pela resolução nº 119 do Conanda. O texto é composto por um “conjunto ordenado de princípio, regras e critérios de caráter jurídico, político, pedagógico, financeiro e administrativo, que envolve desde o processo de apuração de ato infracional até a execução de medidas socioeducativas” (Conanda). O SINASE constitui um marco da política pública de atendimento aos adolescentes em situação de conflito com alei, implicando um esforço com vista a promover um alinhamento de conceitos e práticas no atendimento e nas diretrizes pedagógicas, entre outros fatores, prevê a descentralização das instituições que atendem os adolescentes em conflito com a lei, esvaziando grandes complexos por meio de atendimento individualizado ao adolescente, bem como a manutenção de sua proximidade coma família.
2.1 Execução da Medida Socioeducativa em âmbito Nacional Segundo o SINASE, “o termo Sistema Socioeducativo refere-se ao conjunto de todas as medidas privativas de liberdade (internação e semiliberdade), as não privativas de liberdades (liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade) e a internação provisória” (2006, p. 18).
Por sua vez, o ECA estrutura-se a partir de três grandes sistemas de garantias: o sistema primário, que trata das políticas de atendimento a todas as crianças e adolescentes explicitadas do artigo 4º ao 87, o sistema secundário, que trata da medidas protetivas para crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal, explicitadas do artigo 98 ao 101, e o sistema terciário, que por sua vez, trata das medidas socioeducativas aplicáveis ao adolescente em conflito coma lei, constante no art. 112 (saraiva 2003)
A Resolução nº 113 da SDH e do Conanda, dispõe sobre os parâmetros para a institucionalização e o fortalecimento do SGD da criança e do adolescente, estabelecendo em seu artigo 19 que os programas se estruturam e se organizam sob a forma de um sistema nacional.
O artigo 29, nos incisos V e VI da mesma resolução, determina que cabe ao Estado “estabelecer, com os municípios as formas de colaboração para a oferta dos programas de defesa de direitos e de atendimento socioeducativo em meio aberto e apoiar tecnicamente os municípios e as entidades sociais para regular a oferta de programas de defesa de direitos e de atendimento socioeducativo em meio aberto” (CONANDA, 2006, P.280).
De acordo com a resolução, ao apresentar as competências e atribuições dos entes federados, o sinase determina que seja de responsabilidade do Município “criar e manter programas de atendimento para a execução das medidas de meio aberto”, Nos itens 7 e 8, explicita que cabe à esfera estadual “estabelecer com os Municípios as formas de colaboração para o atendimento socioeducativo em meio aberto” e “prestar assistência técnica e suplementação financeira aos Municípios e as organizações da sociedade civil para regular a oferta de programas de meio aberto’ (sinase, 2006, p. 34-35). A Regra de Beijing enfatizam que “uma ampla variedade de medidas deve estar à disposição da autoridade competente, permitindo a flexibilidade e evitando ao máximo a institucionalização” (PARANÁ, 2010, p. 87). Nesse sentido, o ECA, no artigo 112, apresenta sete medidas socioeducativas passíveis de serem aplicadas ao adolescente, sendo que duas delas restringem ou impedem o direito de ir e vir.
São consideradas medidas socioeducativas em meio aberto às medidas de prestação de serviços a comunidade e liberdade assistida que possuem como intenção primeira a superação do caráter privativo de liberdade. Segundo Pereira e Mestriner. No caso desta medida, o estar em “meio aberto”, ou seja, estar na família, no trabalho, na escola, com grupos de vizinhança, com amigos, possibilita ao adolescente o estabelecimento de relações positivas – base de sustentação do processo de reeducação que se objetiva (PEREIRA; MESTRINER, 1999, P. 11). Assim, o artigo 117 do ECA estabelece que, na prestação de serviços à comunidade, as tarefas serão “gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais". O artigo 118, que trata da liberdade assistida, define que ela “será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente’’ (PARANÁ, 2010, P. 149). O Sinase prioriza as medidas socioeducativas em meio aberto em detrimento das demais, tendo em vista que estas somente serão aplicadas em caráter de excepcionalidade e brevidade, com o principal objetivo de reverter à tendência crescente da internação dos Adolescentes e confrontar a eficácia das medidas restritivas, “uma vez que se tem constatado que a elevação do rigor das medidas não tem melhorado substancialmente a inclusão social egressos do sistema socioeducativo” (SINASE, 2006, p. 14).
A internação provisória é um procedimento determinado antes da sentença, com vistas a embasar a aplicação da medida socioeducativa mais adequada ao adolescente, considerando-se sua capacidade de cumpri-la e não sendo, por esse motivo, uma medida socioeducativa. Entretanto, “a internação provisória, cuja natureza é cautelar, segue os mesmos princípios da medida socioeducativa de internação (brevidade, excepcionalidade e respeito à condição de pessoa em desenvolvimento)” (SINASE, 2006, P. 27-28), sendo somente aplicada quando há indícios suficientes de autoria e materialidade de ato infracional cometido pelo adolescente, conforme prevê o artigo 183 do ECA. A internação provisória caracteriza-se por um período máximo de 45 dias e o decreto deve demonstrar a necessidade imperiosa da medida perante a lei (artigo 108, caput e parágrafo único do ECA). Nesse sentido, a permanência do adolescente para cumprir a internação provisória somente deverá ser aplicada se a gravidade do ato infracional ou a repercussão social desse ato justificar a aplicação.
A internação é a medida privativa de liberdade aplicada como resultado de processo judicial quando o ato infracional for praticado mediante grave ameaça ou violência à pessoa ou, ainda, quando houver reiteradas infrações leves. Conforme determina a Lei nº 8.069, a medida de internação no prazo determinado e sua manutenção devem ser reavaliados, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses. E, sob nenhuma hipótese, o período máximo de internação excederá os três anos. A semiliberdade é a medida socioeducativa prevista no artigo 120 do ECA e deve ser aplicada como medida inicial ou como forma de progressão para o meio aberto, ou seja, a medida deve ser aplicada para evitar o confinamento total do adolescente em uma instituição, ou como forma de progressão de regime para aqueles que já se encontram privados de liberdade. A medida de restrição de liberdade baseia-se na permanência do adolescente em local sob a orientação de uma equipe multiprofissional. Sua finalidade é promover o desenvolvimento das capacidades relativas à responsabilidade e ao respeito pelos direitos e deveres individuais e coletivos em um ambiente físico, social, e emocional, planejado e organizado. Nesse sentido, a medida socioeducativa determinada pelo juiz deve considerar as condições de cada adolescente e de seu ato infracional, atendendo ao que consta no artigo 112, §1º, do ECA, página 32: “a medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstancias e a gravidade da infração’ (PARANÁ, 2010, P. 148). Importante salientar também que a medida pode ser revista a qualquer tempo e deve observar as necessidades específicas do adolescente quanto ao gênero, faixa etária e perfil, garantindo não apenas o sentido sancionatório da medida, mas também seu sentido educativo.
2.2 Gestão e Diagnóstico do Sistema Socioeducativo no Município de Ecoporanga O Município de Ecoporanga é o 3º maior em extensão territorial, localizado na Região Noroeste do Espírito Santo, a 320 km de distancia da capital. Sua atual população é de 21, 941 habitantes, a principal atividade econômica exercida no município é a extração de leite e a extração e beneficiamento de rochas ornamentais. A Secretaria Municipal de Assistência Social do Município conta com o Centro de Referencia da Assistência Social (CRAS) e também com o Centro de Referencia Especializado de Assistência Social (CREAS). O CRAS (Centro de Referencia da Assistência Social) localiza-se na Proteção Básica e constitui um importante espaço de materialização da Política de Assistência Social. Os serviços oferecidos no CRAS
pretendem contribuir para o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, reconhecendo esses espaços enquanto importantes territórios de garantia de direitos. O CRAS municipal oferece serviços como: Brinquedoteca, Bolsa Família, Pro Jovem e Atendimento de Idosos. O CREAS (Centro de Referencia Especializado de Assistência Social) localiza-se Média Complexidade e convergem esforços e recursos para oferecer serviços a sujeitos que tiveram direitos violados. O CREAS de Ecoporanga realiza trabalhos com Famílias, Adolescentes, Crianças e Idosos vitimas de violência, abuso e exploração sexual e violência física, possui um Centro de Geração Emprego e Renda. Além dos serviços supracitados, a prefeitura municipal de Ecoporanga implantou, em 2009, o “Núcleo de Atendimento Socioeducativo Adolescente Sujeito de Direito” com proposta de atender adolescentes em cumprimento de Medidas Socioeducativas de Meio Aberto – Liberdade Assistida e Prestação de Serviços a Comunidade, em consonância com a Lei8069/90 de acordo com o previsto nos artigos 118 e 119. Sob o aspecto do enfrentamento aos índices de violência com os quais convivemos, é sabido que no Espírito Santo é alto o índice de violência com os quais convivemos, é sabido que no Espírito Santo é alto o número de adolescentes que se encontram cumprindo medidas de privação de liberdade. Tal índice é resultado do envolvimento com delitos e o comprometimento com o tráfico, que recruta cotidianamente crianças e adolescentes para compor a rede de usuários e de comercialização de drogas, criando um circulo vicioso de reprodução da violência que ocasiona a morte precoce de jovens de 15 a 24 anos, conforme pesquisa divulgada pelo IPEA no ano de 2011. Na área da saúde: existem unidades de Saúde da Família, na Sede e nos Distritos e um Hospital. Contudo a saúde no município é precária, uma vez que não consta com um programa oficial ou comunitário para tratamento a toxicômanos especificamente para os adolescentes, ausência de tratamento psicológico ou psiquiátrico, e principalmente existe uma grande dificuldade no agendamento de consultas médicas com profissionais especializados, a assistência de saúde será reorganizada com vistas a prestar a essa faixa etária um atendimento dentro dos princípios da atenção integral e humanizada. Traduzindo em estratégias de ações continuadas, multidisciplinares e integradas dirigidas a essa clientela. As ações integradas na adolescência fazem parte do Sistema de Serviços de Saúde, que busca acompanhar a continuamente o cidadão que entra no Sistema Único de Saúde pela Unidade Básica de Saúde ou pelo Programa de Saúde da Família e vão preencher o vazio existente nos cuidados com os nossos jovens. Na área da Educação: Diante da pesquisa realizada em algumas escolas, pode-se observar que atualmente os problemas mais freqüentes existentes na rede de ensino são dentre outros a não permanência do adolescente na escola: - Defasagem entre a idade do adolescente e série a ser cursada; - Ausência da família na escola;
- Uso de drogas na escola; -Agressividade. No entanto observa-se também que, as escolas mesmo tendo disponibilidade de vagas apresentam resistência para a realização da matrícula escolar, quando se refere à adolescente em conflito com a lei. Na área do Esporte: Existe um projeto chamado Campeões do Futuro que atende crianças de 06 a 17 anos após o horário escolar, viabilizando trabalhar os valores através do esporte propiciando a valorização escolar apresentando como uma das condicionalidades do projeto a freqüência e o rendimento escolar. Na área da Cultura: Iremos formar parcerias e fomentar algo, pois não existe nenhuma política pública nesta área em execução no Município atualmente. Referente às instancias que compõem a Sistema de Garantia de Direitos dos Adolescentes, consta: -Conselho Tutelar; -Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; -Conselho Municipal de Assistência Social; -Outros Conselhos de Políticas Setoriais, como Saúde e Educação; -Promotoria Pública; -Defensoria Pública; -Juizado da Infância e Juventude; -Batalhão de Polícia Militar; -Delegacia de Polícia Civil; -Secretaria Municipal de Saúde; -Secretaria Municipal de Educação. No que tange ao controle social, a sociedade se organiza através de Fóruns Estaduais e Municipais dos Direitos da Criança e Adolescente, Fórum e Conferencias de Assistência Social, Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e Conselho Municipal de Assistência Social (SMAS).
2.3 Atualmente temos 10 Adolescentes em situação de conflito com a Lei no Município; sendo: três meninas e sete meninos.
A violência familiar e comunitária, o empobrecimento e o desemprego, a perda de vínculos familiares e sociais, e o estreito ou inexistente acesso à riqueza socialmente produzida, são situações vivenciadas pelos adolescentes da família de baixa renda, que, juntamente com o período de crise e transformação inerente a essa fase da vida com escolhas e situações pessoais, fazem do envolvimento com a criminalidade uma opção prática para algumas conquistas e envolvimento com tráfico de drogas.
Sob este prisma, o ato infracional deve ser examinado como uma conseqüência do processo de exclusão social a que são submetidos os jovens: dificuldade de acesso à escolarização (evasão), à oportunidade de lazer e profissionalização. Sendo assim, não se pode tratar a problemática apenas por meio de medidas punitivas aplicadas isoladamente. É fundamental a implantação de um programa municipal voltado para o atendimento a adolescentes autores de ato infracional, através de uma política ampla com parcerias que permitam a reinserção social desses jovens, contribuindo na garantia dos princípios de dignidade a pessoa humana, liberdade, proteção integral à pessoa em desenvolvimento e direitos constituídos legalmente.
As ações socioeducativas devem exercer influencia sobre a vida do Adolescente, contribuindo para a construção de sua identidade, de modo a favorecer na construção de um projeto de vida, possibilitando que assuma um papel inclusivo na dinâmica social e comunitária.(SINASE; 2009,82).
O presente Plano esta pautado numa metodologia Inter educativa e com abordagem Voltada à inserção comunitária do adolescente em conflito com a lei, reconhecendo o espaço de sua comunidade como lócus privilegiado de maior efetividade de inserção social, na medida em que possibilita uma maior participação do adolescente na vida da comunidade. Referente ao Sistema de Atendimento Sócio-educativo, o Estatuto da Criança e do Adolescente apresenta um conjunto de medidas que são aplicadas mediante a autoria de ato infracional. Tais medidas são diferenciadas para crianças e adolescentes: para crianças (pessoas até 12 anos incompletos), cabe ao Conselho Tutelar tomar providências e encaminhamento, aplicando medidas de proteção, e para o adolescente (pessoas entre 12 e 18 anos de idade), após ser efetuada a apresentação ao Ministério Público é aplicada a medida socioeducativa mais adequada pelo Juiz da vara da infância e da Juventude. No Município de Ecoporanga, as medidas privativas de liberdade, internação, internação provisória e semiliberdade são executadas pelo Estado, através da SEJUS. Ambas as medidas são aplicadas aos adolescentes que praticaram atos infracionais de alta gravidade, com violência e grave ameaça à pessoa humana. Quanto às medidas socioeducativas em meio aberto (prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida), são aplicadas aos adolescentes que praticaram atos infracionais de baixa gravidade e que não houve riscos a terceiros. Ambas as medidas são aplicadas pelo Juizado da Vara da Infância e Juventude e vem sendo executadas desde 2009 pela Prefeitura Municipal de Ecoporanga, através da Secretaria Municipal de assistência Social. Esse programa vem trabalhando no atendimento de adolescentes em conflito com a Lei, nas suas necessidades, visando a sua (re) inserção no meio social, contando com o projeto pedagógico, elaborado em consonância com os princípios estabelecidos pelo SINASE, buscando estabelecer a possibilidade de interação dos adolescentes com a comunidade, contribuir para a melhoria do conhecimento, na elevação da auto-estima e na (re) inserção social. Desta forma, os socioeducandos em cumprimento de medida sócio-educativa, passam a receber acompanhamento escolar; atendimento na área da saúde; participação em atividades de cultura e lazer. O programa compartilha da necessidade de se estar acompanhando o adolescente, através de uma proposta de escolarização que atraía o adolescente, de maneira que
consiga ver diante de si, uma estrada que o leve não somente ao resgate de sua defasagem educacional, mas lhe dê acesso a cursos profissionalizantes, à possibilidade de ingresso ao primeiro emprego e conseqüentemente ao mundo do trabalho. No Município de Ecoporanga o serviço é ofertado no CREAS, que possui sede própria, é formado por uma equipe técnica multidisciplinar, sendo: -01 Assistente Social, -01 Psicólogo, -01 Assessor Jurídico; -01 Pedagogo, -04 Orientadoras Sociais, -01 Auxiliar Administrativo, -01 Coordenador, -02 Estagiários, -03 Motoristas -03 Auxiliares de Serviço Gerais. De acordo com o SINASE, referente ao espaço físico, é de fundamental importância que se mantenha um local especifico para a execução do programa contando com salas de atendimento individuais e em grupo sala de técnicos e demais condições para garantir que a estrutura física facilite o acompanhamento dos adolescentes e seus familiares. De acordo com as contribuições do UNICEF (2007) acerca das orientações para a Municipalização, o potencial do CREAS é favorecer a identificação de vulnerabilidades específicas do adolescente que cumpre medida socioeducativa, bem como de sua família, e conseqüentemente alinhavarem quais serviços devem dirigir-se aquele núcleo familiar como forma de superação da vulnerabilidade identificada. Importante destacar que o CREAS integra o Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo, mas não o esgota. Outras institucionais podem e devem constituir-se como integrantes do Sistema Municipal, que poderá contar com a participação de entidades privadas, organizações não-governamentais, desde que em conformidade com o estabelecido pelo Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo. O suporte teórico-metodológico para a implantação e efetivação dessas medidas está referendado na doutrina de proteção integral, que afirma o valor intrínseco da criança e do adolescente como seres humanos, pessoas em condição peculiar de desenvolvimento físico, psicológico, social e cultural, devendo obrigatoriamente ser tratados com dignidade e respeito. As medidas de prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida promovem aos adolescentes infratores a permanência na família e na comunidade, conforme preceitua o art. 4º do ECA, no que se refere ao direito à convivência familiar e
comunitária. Essas medidas devem ser executadas no espaço geográfico mais próximo do local da residência do adolescente, de modo a fortalecer o contato e o protagonismo da comunidade e da família. Segundo o art. 86, a política d atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-à através de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. O art. 88 incisos l e lll dispõem sobre a municipalização do atendimento como diretriz dessa política. A municipalização da execução das medidas de meio aberto é exigida pela lei 8069/90 – ECA, pelo CONANDA e pelo Sistema Nacional de Atendimento Sócioeducativo – SINASE, esclarecendo que a municipalização das medidas sócioeducativas deve ser executada no âmbito geográfico do município. Desta forma, a proposta deste plano de atendimento sócio-educativo vem para reforçar as parcerias, intensificar as ações, possibilitar aos adolescentes, a família e a comunidade, a participação no processo sócio-educativo, proporcionando uma socioeducação de qualidade, rompendo com a cultura punitiva, repressiva e proporcionando a transformação da cultura, o respeito aos direitos humanos, especialmente a criança e adolescente. Os dados colhidos confirmam que o contexto social de pobreza e exclusão, embora menos grave em Ecoporanga do que em cidades de perfil similar, gera condições de vinculação de adolescentes aos circuitos da criminalidade dos quais terão dificuldade de afastar-se sem amparo. Além de frágil condição de renda das famílias, esses jovens também são privados de cuidados, apoio, o que contribui para o baixo rendimento escolar e exclusão social. Sem oportunidades sociais e sem condições de exercer sua cidadania plena, o adolescente tem frustradas suas expectativas de futuro, arriscando-se em busca da intensidade da vida no presente. É importante lembrar ainda que as transgressões juvenis não sejam exclusividade desta época ou lugar, sendo mesmo meio de afirmação de identidade dos adolescentes, não significando, isoladamente, algum indicativo de vida criminosa no futuro, desde que o contexto social e familiar em que vive possa promover sua socialização e favorecer meios para seu ingresso na vida adulta em condições de proteção, como está previsto em termos legais. A Política de Assistência Social define ainda que um dos serviços dos Creas é atender ao adolescente em cumprimento de medidas socioeducativas com programas de Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), por meio de equipe especializada, em parceria com a rede sócio assistencial. O acompanhamento aos adolescentes em LA e PSC dos Creas configura-se uma ação pedagógica com o adolescente e sua família em suas comunidades. Além disso, os resultados dessas ações pretendem contribuir para a redução do número de
adolescentes encaminhados para a capital e, ainda, interferir positivamente para a redução do índice de reincidência da prática de atos infracionais. O trabalho com as famílias reduz efeitos negativos da visão que elas têm das medidas socioeducativas apenas como punição, percebendo, assim, como uma prática educativa. É de fundamental importância que os familiares participem do trabalho e fortaleçam laços de convivência e competências de suas funções familiares. Entretanto, para que a aplicação das medidas em meio aberto possa ser priorizada nos municípios, fazem-se necessários também um trabalho de sensibilização e uma gestão mais complexa com a rede de assistência social, outras políticas públicas, o Poder Judiciário, o Ministério Público, os conselhos tutelares e outros órgãos de defesa, para trabalharem de forma articulada com o adolescente e sua família no decorrer da aplicação da medida bem como após seu desligamento.
3 Público Alvo Adolescentes de 12 a 17 anos 11 meses e 29 dias, autores de ato infracional, residentes no município de Ecoporanga e suas respectivas famílias.
4 Objetivos Gerais Sistematizar o atendimento a adolescente em cumprimento de medidas socioeducativas de LA e PSC no município de Ecoporanga, em consonância com o ECA e o SINASE, possibilitando estratégia protetivas, no sentido de proporcionar um atendimento sócio-educativo de qualidade. 4.1 Objetivo Específico Garantir a manutenção e a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos pela rede de atendimento socioeducativo. Conscientizar às famílias de sua importância na socialização do adolescente. Promover ações de prevenção da violência em suas diversas manifestações. Manutenção e qualificação dos serviços de atendimento socioeducativo aos adolescentes em cumprimento das medidas de prestação de serviços à comunidade e liberdade assistida. Proporcionar conhecimentos aos técnicos e orientadores, sobre execução das medidas socioeducativas em meio aberto, conforme os parâmetros e diretrizes do SINASE – Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo. Fortalecer a rede de atendimento sócio-educativo do Município. Fomentar ações, políticas e programas na área de adolescentes em conflito com a lei. Garantir nas dotações orçamentárias recursos, para a execução das ações previstas no Plano. Conscientizar empresários da cidade e região da possibilidade de direcionarem recursos para projetos sociais e culturais, com dedução no Imposto de Renda, conforme Lei Federal. Conscientizar Executivo e Legislativo municipal da importância de criar uma política de promoção de oportunidades aos jovens desta cidade, evitando o ócio e as drogas, incentivando o trabalho e os estudos. Fornecer orientação social, jurídica, pedagógica e psicológica. Prestar acompanhamento individual ao adolescente e sua família; Atuar de forma interdisciplinar no atendimento aos adolescentes; Assegurar aos adolescentes condições adequadas para o cumprimento da medida e o desenvolvimento de tarefas que correspondam ao seu interesse; Contribuir no resgate de valores pessoais, familiares e comunitários; Promover conjuntamente com o adolescente a elaboração do Plano individual de Atendimento (PIA), incluindo a família e a instituição, a partir dos anseios e das potencialidades dos mesmos;
Promover atividades em grupo, incentivando o relacionamento interpessoal; Realizar visitas domiciliares; Estabelecer critérios de orientação ao adolescente em cumprimento de PSC junto às instituições parceiras do programa; Acompanhar o desempenho dos adolescentes nas atividades, como: escolarização, profissionalização, prestação de serviços à comunidade e outras; Acompanhar adolescentes egressos do programa; Articular parcerias com o Ministério Público, Poder Judiciário, Conselhos de defesa, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Saúde, Conselho Tutelar e o Conselho Municipal do Direito da Criança e do adolescente; Capacitar os técnicos e orientadores para avaliar e discutir casos no intuito de desenvolver melhores estratégias de atendimento; Requisitar tratamento específico na rede pública e/ou conveniada; Promover os vínculos familiares e comunitários; Despertar valores de justiça, participação, solidariedade, igualdade, ética, liberdade, convívio familiar e comunitário. Promover viagens e/ou passeio com os adolescentes e suas famílias.
4 Perfil dos Adolescentes em Conflito com a Lei A carência financeira é evidenciada pela baixa escolaridade dos membros familiares, ASSIS (2001) relata que a figura materna é em muitas situações a provedora do lar, que realizará atividades como faxineira, doméstica, manicure, cozinheira, dona de casa, dona de salão ou comerciária. O pai ou o padrasto por sua vez, realiza atividades de feirante, segurança, chapa, ajudante de pedreiro, pedreiro, motorista, pintor, ou é aposentado. As relações familiares desses jovens são permeadas por instabilidades financeiras e emocionais Assis (1999, p. 49), dissera: [...] no relato dos infratores, a maior freqüência de falas refere-se à falha no cuidado das mães e dos pais a seus filhos durante os primeiros anos de suas vidas, por terem de dividir seu tempo com uma prole grande, por precisarem trabalhar ou não poderem contar com suportes comunitários que os auxiliarem na tarefa de educar os filhos.
Segundo Assis relata como causas para essas fragilidades a pobreza e a exclusão social; as instabilidades emocionais, ocasionadas por separações dos pais e ausência das mães nos lares; as ausências de cuidados, com relacionamentos marcados por violência física e psíquica; as recorrentes situações de agravos à saúde (casos de AIDS, doenças congênitas, distúrbios neurológicos, câncer, dependência de drogas, vitimas de violência externa) de parentes e familiares; e, ainda, as frequentes situações de membros da família envolvidos com atos infracionais. Outro lado que merece ressalva é coma relação ao sexo dos adolescentes inseridos no sistema. Os números retratam o mesmo panorama semelhante ao restante do país, prevalecendo de forma significativa o cumprimento de medidas socioeducativas por adolescente do sexo masculino. O trabalho com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa demonstra que grande maioria deles é semialfabetizada, com limitações e cortes relacionados ao processo de alfabetização. Assis (2001) assevera que a grande maioria dos adolescentes em situação de conflito com a lei, abandonaram os estudos. Suas principais alegações diziam respeito a necessidade de trabalhar e à dificuldade em conciliar escola e trabalho, ao desentendimento com professores e colegas, às constantes reprovações, às dificuldades de aprendizagem, às estabilidades em moradias e aos problemas emocionais e de saúde. Assis (2001p.77). Complementa: A importância do fracasso escolar na vida dos infratores deve ser vista sobre diversos ângulos. Os jovens com tais problemas familiares tendem a ir mal à escola; Mau desempenho estimula a ampliação do grupo de amigos, em muitos casos, ligados ao mundo infracional, e também contribui para o sentimento de fracasso na vida e para a baixa autoestima, importantes fatores à delinqüência.
Importante mencionar que os adolescentes em conflito com a lei no Brasil advêm de bairros em que está exposta a violência cotidiana, o que certamente afeta o desempenho escolar. Cárdia (1998) relata que a exposição pode ocorrer de forma direta ou indireta, potencializando assim o envolvimento do adolescente com a delinqüência. Cárdia (1998, p.132) salienta que, quando as “pessoas não podem mudar de residência, e se a violência não pode ser reduzida, a saída que sobra é a psicológica: podem passar a normalizar a violência como um ‘fato da vida’, isto é, podem se dessensibilizar e normalizar a violência”. A autora completa ainda que:
Os jovens em situação de risco que testemunham a violência e que são vitimas dela, podem, dependendo da situação familiar, tornar-se agressores. Os estudos mostram que a maioria dos jovens infratores testemunhou e foi vitima de violência no passado (p.140).
As condições financeiras e as constantes trocas de emprego e de ocupações dos familiares, assim como períodos de falta de trabalho e remuneração, ocasionam instabilidade familiar, potencializando situações de “insegurança e frustração familiar”. As instabilidades, citadas por Assis, contribuem, muitas vezes, para o envolvimento dos adolescentes em atos ilícitos.
Metodologia/ Estratégia de Ação A metodologia adotada nesse projeto tem como referencial a doutrina da proteção integral prevista na lei 8069/90, e o SINASE. O atendimento aos adolescentes será norteado pelo Plano individual de Atendimento (PIA) elabora em conjunto pelo adolescente, família e equipe. As ações e intervenções realizadas com os adolescentes serão periodicamente avaliadas pela equipe multidisciplinar, afim de garantir ao sujeito a plena efetividade do que foi proposto, visando contribuir com os resultados do processo sócio educativo. O projeto passará pela fase de recepção dos adolescentes, execução do Plano Individual de Atendimento (PIA), acompanhamento dos adolescentes e família, e encerramento da medida sócio educativa. Tais fases são detalhadas abaixo:
Recepção: - Acolhida do adolescente no programa pela respectiva equipe; - Primeiro atendimento realizado pela equipe;
- Apresentação das normas de convivência do programa; - Inserção do adolescente nas oficinas pedagógicas com participação de 01ou 02 vezes durante a semana nas oficinas de interesse do adolescente; - Orientação laborativa nas oficinas pedagógicas pelos orientadores sociais, de forma personalizada buscando garantir proximidade, fortalecimento da relação interpessoal junto aos adolescentes, parâmetros de valores, e visão de mundo frente as suas demandas pessoais, familiares e comunitárias; -
Encaminhamento/acompanhamento
professores/coordenadores,
realizados
escolar, mensalmente
contato pela
com
Pedagoga
os ou
se
necessário pela Psicóloga ou Assistente Social; - Discussão dos casos pela equipe técnica, educadores, semanalmente ou conforme a demanda; - Atendimento individual semanal ou conforme a demanda, ao adolescente, realizada pela equipe técnica; - Visita domiciliar conforme a demanda realizada pela equipe técnica; - Encaminhamento para o atendimento médico através da Secretaria Municipal de Saúde, pelo serviço social ou pela psicologia. Deve ser feito no mínimo 01 acompanhamento para avaliação medica do adolescente. - Registro diário do Atendimento Social Psicológico e Pedagógico no prontuário do/a adolescente. - Atualização mensal da situação jurídica do adolescente; - Elaboração de Estudo Social com parecer técnico, pelo profissional da área, encaminhado à Vara da Infância e Juventude tendo como finalidade informar sobre o atendimento e acompanhamento realizado ao adolescente e sua família com periodicidade mensal ou conforme a demanda; - Acompanhamento ao adolescente em audiências judiciais, sempre que permitido.
Acompanhamento: - Atendimento conjunto com adolescente e família para elaboração do PIA; -O PIA será o parâmetro de acompanhamento ao adolescente, propiciando ao orientador social avaliar com o adolescente as mudanças e objetivos que o mesmo se propôs a alcançar; -Orientação à família quanto ao seu papel de garantir em seu interior os direitos dos adolescentes, e quando isso não for possível a imediata recorrência ao Estado, pra que esse venha resguardar a família e o adolescente. -Visita domiciliar realizada conforme a demanda;
-Encaminhamento e contatos com a Rede de Assistência Social, e órgãos competentes públicos e privados, nas áreas de Educação, Cultura, Esporte, Lazer, Saúde, e Profissionalização; -Garantia da documentação básica ao adolescente.
Encerramento: -Preparação para o desligamento do adolescente do Projeto pela equipe técnica envolvendo o adolescente, família e demais atores envolvidos no processo de ressocialização do adolescente, através de reuniões, contatos, avaliações, redefinição do PIA para essa fase; -Avaliação conclusiva do PIA ao adolescente e família pela equipe técnica; -Elaboração de Estudo Social com Parecer Técnico, pelo profissional da área, encaminhando à vara da Infância e Juventude, com finalidade de informar sobre o atendimento e acompanhamento realizado ao adolescente e sua família e solicitar desligamento e conclusão de processo judiciário por cumprimento da medida.
Sistema de Informação Implantar Banco de Dados, sistematizando o andamento de cada processo, contendo dados objetivos e atualizados da realidade dos adolescentes.
Acompanhamento/Monitoramento e Avaliação O monitoramento e avaliação do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo do Município de Ecoporanga será realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, através da Diretoria de Proteção Social Especial e da Gerencia de Média Complexidade, contando com a participação fundamental do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Municipal de Assistência Social e demais instancias de controle social. O Sistema de Monitoramento e Avaliação será realizado num processo sistemático e contínuo em todas as ações, onde possibilitará a mensuração dos indicadores de processos e resultados, por meio dos relatórios confeccionados mensalmente, onde são registradas as ações desenvolvidas no período, e que, justificam as ações previstas e não realizadas, bem como. Relatório semestral de avaliação, que objetiva informar o desenvolvimento gradual e evolutivo das ações em relação aos objetivos propostos e, difundir os principais resultados obtidos no trimestre. Outros documentos
de sistematização, como por exemplo, fotos e material de divulgação, deverão constar anexados ao relatório semestral. Portanto, o monitoramento e a avaliação são de fundamental importância, uma vez que a execução do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, será continuamente monitorada, pela Secretaria Municipal de Assistência Social, como principalmente pelos Conselhos responsáveis pelo Controle Social. -A avaliação e o planejamento das atividades desenvolvidas pela equipe serão feitas de forma sistemática em reuniões semanais; -Será realizada avaliação contínua do cumprimento da medida socioeducativa de cada adolescente, analisando os seguintes indicadores: relacionamento do adolescente com sua família, nível de escolaridade do adolescente, participação e inserção na vida comunitária; -Levantamento na Vara da Infância e Juventude do Índice de reincidência.
Orçamento A garantia de orçamento para a política de implementação do Plano Municipal de atendimento socioeducativo em meio aberto do Município de Ecoporanga é primordial para que ele possa ser implementada e para que tenha continuidade. Sendo assim, o acompanhamento de elaboração, aprovação e execução das peças orçamentárias do Município devem incluir a ação prevista do Plano. Planejar alocação de recursos de todos as políticas para o atendimento socioeducativo inclusive do FIA (Fundo da Infância e Adolescente) existem também os repasses da SEADHS, via Fundo a Fundo, os recursos podem vir oriundos de convênios com o IASES e dotação orçamentária para executar as ações previstas no plano.
Concepção Pedagógica Neste Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, a concepção de socioeducação está voltada para a preparação de adolescentes e jovens para o convívio social de forma a atuarem como cidadãos e futuros profissionais, de modo a não reincidirem na prática de atos infracionais (crimes e contravenções). A concepção de socioeducação aqui privilegiada deve assegurar ao mesmo tempo, o respeito aos direitos fundamentais e a segurança dos demais cidadãos. O trabalho socioeducativo é uma resposta às premissas legais do Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como as demandas sociais do mundo atual (COSTA, 2006). Neste contexto, o pressuposto básico da socioeducação advém do entendimento de que o desenvolvimento humano deve se dar de forma integral, contemplando todas as dimensões do ser. Deste modo Costa(2001), se inspira numa abordagem interdimensional, que considera o adolescente em sua plenitude. A educação interdimensional, que considera o adolescente em sua plenitude. A educação interdimensional envolve conhecimentos, sentimentos, crenças, valores, atitudes e habilidades na relação entre os sujeitos do processo educativo. É neste sentido que a educação interdimensional almeja a superação da educação centrada na razão, que atua em favor do educando, considerando seus sentimentos, sua corporeidade, sua espiritualidade e sua razão. A visão de mundo, de homem e de educação difere em variadas escolas conceituais, contudo, na concepção de socioeducação que inspira o novo formato de atendimento socioeducativo de Ecoporanga baseia-se na obra de Makarento, (apud in Costa, 1999), Freire (1987) e Costa (2001), haja vista que se encontra convergência nas idéias destes teóricos da educação quando entendem o homem como agente de transformação do mundo; a educação como processo de construção orientado, pelo qual o homem, situado no mundo e como mundo transforma a si mesmo e o que está a sua volta. Afirmando estes princípios, privilegiamos no atendimento socioeducativo a idéia de educação humanista e emancipadora que traduz os valores, conceitos, métodos e práticas educacionais defendidas e encaradas na socioeducação como contribuições teóricas humanísticas Makarenko, (apud in Costa, 1999), Freire (2001) e Costa (1999). Para MaKarenko, a educação é definida como um processo social de tomada de consciência de si e do meio. Neste sentido, educar é socializar pelo trabalho coletivo em função da vida comunitária. Pela experiência com adolescentes autores de ato infracional, Makarenko defende a metodologia da Educação pelo Trabalho através:
-Da educação centrada nos interesses do coletivo, em benefício de cada um individualmente e de todos os integrantes do grupo; -Do trabalho educativo visto como a essência da educação e da construção do educando comprometido com os ideais de sua coletividade; -Da participação dos educando e educadores nos acontecimentos pedagogicamente estruturados, tendo em vistos objetivos a serem alcançados por cada um em benefício do coletivo; -Da exigência do máximo possível do homem para respeitá-lo o máximo possível; -Da aposta positiva no educando; -Da visão do homem como fonte de iniciativa, liberdade e compromisso consigo mesmo e com o coletivo; como produto e produtor de relações sociais reguláveis a partir do próprio grupo de educandos; -Da valorização do educador, sua autoridade, suas possibilidades reais e seu compromisso com a construção de “homens novos”. Ainda sobre esta perspectiva, Freire (1999), apresenta dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos dominantes, na qual a educação existe como prática de dominação e a pedagogia do oprimido, como pratica da liberdade, que coloca o indivíduo na posição de sujeito da ação de transformação do mundo. O método socioeducativo aqui privilegiado, quer afirmar as questões que dizem respeito à realidade do homem e suas relações com o bairro, com a cidade, com o Estado, com o País e com o mundo, e, nesse contexto, busca a conquista de seus direitos fundamentais. Em síntese, o método parte da prática social de educandos e educadores, transformando-a para se chegar a uma nova prática social. Um processo educativo que prime por esse método considera a investigação temática quando todos aprendem os métodos de pensar e agir do povo a que pertencem a colaboração, quando os sujeitos decidem o que ser transformado; a adesão, quando por opção educandos e educadores decidem pela superação das condições de opressão; a união é o momento em que os sujeitos empenham-se no esforço de libertação das contradições; a síntese cultural, que é a prática social renovada e alterada pela ação cultural pedagógica, o que possibilita uma ação critica, consciente e libertadora. Com experiência vasta no trabalho com adolescentes autores de ato infracional, Costa (2001) propõe a Pedagogia da Presença, como instrumento do fazer educativo nas instituições de socioeducação. A verdadeira oferta de um educador é colocar-se como ponte, permitindo-se alcançar a particularidade do sujeito a sua frente. Na Pedagogia da Presença, o vínculo é um processo motivado que tem direção e sentido. Trata-se de um canal aberto para a aproximação, para o fornecimento de modelos e aprendizagem e para as transformações almejadas pelo processo socioeducativo. A vinculação entre educador e educando faz com que a diferença deixe de existir e as pessoas vinculadas passem a pensar, a falar, a refletir, a lembrar,
a identificar, a interessar, a complementar, a irritar, a discordar, a admirar, e a sonhar um com o outro ou com o grupo. Três práticas básicas: a docência, a vivencia, e a presença educativa organizam a ação socioeducativa voltada para o desenvolvimento de competências relacionadas a ser e conviver e para o crescimento do adolescente em direção seu desenvolvimento pessoal e social. Pela docência, conhecimentos diversos são didaticamente organizados e transmitidos aos educandos. Pelas vivencias instrutivas, o jovem incorpora valores, adquire habilidades e vai assumindo uma nova atitude básica diante da vida. Porém, sem a presença educativa – estabelecimento de vínculos humanos de consideração e afeto com pessoas do mundo adulto – as práticas anteriores serão pouco produtivas no trabalho desenvolvido junto com o educando. Garantir os direitos fundamentais de abrigo, casa, comida, roupa, remédio, ensino formal, profissionalização, esporte, lazer e atividades culturais é imprescindível, pois são básicos. Garantir, também, as relações interpessoais são essenciais. Só a presença pede romper o isolamento profundo do jovem, sem violar seu universo pessoal. O exercício da Presença se pauta na aceitação da necessidade de participação do adolescente em seu processo socioeducativo. Isso significa pensar o adolescente como protagonista da historia que está sendo construída. A ação socioeducativa é desenvolvida no sentido de criar situações que permitam ao adolescente manifestar suas potencialidades, suas capacidades e possibilidades concretas de crescimento pessoal s social. Esta ação não é desenvolvida visando suprir ou compensar carências e necessidades, ou corrigir desvios e divergências. A modalidade socioeducativa deve propiciar aos educandos oportunidades de conquistas através de pequenos e sucessivos sucessos, da busca e do fortalecimento de atitudes positivas e o estímulo ao reconhecimento do esforço pessoal como um valor para a vida. Nesse processo, é importante desenvolver no educando a capacidades de resistir às diversidades, aproveitando todos os momentos para crescer, para superar-se.
Objetivo Geral Nortear a Política de Atendimento Socioeducativo no Município, através de ações articuladas que permitam a intervenção Política, Jurídica, Técnica e Financeira em consonância com o ECA e o SINASE.
Plano de Ação De acordo com o SINASE, o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo tem por objetivo reordenar o atual sistema de atendimento, propondo um conjunto de ações de participação, articulação, gestão compartilhada, descentralizada e regionalizada, com base nos princípios que seguram a Proteção Integral, garantindo o adolescente o devido acesso, a justiça, a educação, a assistência Social, ao trabalho, a segurança pública, a cultura, ao esporte e ao lazer, conforme o ECA. O Plano de Ação foi elaborado a partir do diagnóstico apresentado nos capítulos descritos anteriormente, sendo organizado e estruturado por meio de mudanças no atendimento socioeducativo no Município de Ecoporanga. São eles: Eixo 1- Suporte Institucional e Pedagógico. Eixo 2- Educação. Eixo 3-Esporte, Cultura e Lazer. Eixo 4-Saúde. Eixo 5- Abordagem Familiar e Comunitária. Eixo 6-Profissionalização, Trabalho e Previdência. Eixo 7- Diversidade, étnico Racial, gênero e Orientação Sexual.
A seguir, serão apresentados os componentes com as ações, atividades, metas, prazos de realização e seus responsáveis.
Seguem as planilhas abaixo: Eixo 1- Suporte Institucional e pedagógico
Organização interna, Recursos humanos, plano pedagógico, registro das informações de todas as ações realizadas e/ou propostas de novas ações para a melhoria do acompanhamento ao adolescente envolvido com o ato infracional. Objetivos Ações Resultados Prazos Responsáveis Parcerias esperados Garantir a participação do adolescente no processo de construção do plano pedagógico, seguindo as orientações do SINASE Garantir o direito a identidade (adolescente ser chamado pelo nome e não por número. Ou qualquer tratamento vexatório ou discriminatório)
Realização de grupos de debates que incluam os adolescentes envolvidos no processo
Empoderamento dos adolescentes
Continuo
Equipe do CREAS e de instituições que estão envolvidas na execução da medida
Aprimoramento do Plano Individual de Atendimento (PIA)
Identidade assegurada.
Contínuo
Todos os atores envolvidos no S.G.D. e equipe do CREAS.
Garantir a participação da família e do adolescente na construção do Plano Individual de atendimento-PIA e avaliação do mesmo
Realização de entrevistas, palestras, dinâmicas de grupo, visitas domiciliares e reuniões periódicas.
Maior envolvimento da família no apoio ao adolescente
Continuo
Todos os atores envolvidos na execução das medidas socioeducativas
Todos os atores envolvidos no Sistema de Garantia de Direitos (S.G.D.) Principalmente os responsáveis pela fiscalização
Instituições afins. Escola e Conselho Tutelar.
Sensibilizar as instituições governamenta is para o desenvolvime nto de atividades compatíveis com as habilidades do adolescente.
Fiscalizar as instituições executoras de MSE em meio aberto de acordo com o Plano Municipal Divulgar as diretrizes do plano municipal para as instituições, profissionais e usuários.
1.Distribuição de material de divulgação junto as instituições. 2. Seminários descentralizados pelos territórios da cidade, campanhas, elaboração de cartilhas informativas. 3. Elaboração e criação de um recurso que certifique a participação das instituições parceiras. 4. Ampliação do conhecimento acerca do plano municipal de medidas socioeducativas e conseqüentemente maior adequação as suas diretrizes. 1.Criação de um instrumento de acompanhamento e avaliação 2. Realização de visitas as entidades.
1. Maior comprometiment o das instituições. 2. Acesso a participação política dos adolescentes envolvidos no processo.
Continuo e 6 meses
1.CMDCA 2. Todos os atores envolvidos no S.G.D
Aprimoramento da qualidade do atendimento socioeducativo em meio aberto.
1-3 a 6 meses 2continuo
Comissão de implementaçã o da política formada pelo CMDCA
Vara da infância e Juventude. Ministério Publico e Conselho tutelar.
1.Elaboração do material informativo para as instituições executoras do MSE. 2. Elaboração de folders; divulgar o plano municipal através do CMDCA.
1.Ampliação do conhecimento sobre o sistema socioeducativo em meio aberto.
6 meses a um ano
CMDCA
Todos os atores envolvidos no Sistema de Garantia de Direitos. (S.G.D.)
Eixo 2- Educação Acesso e permanência do adolescente autor de ato infracional na escola, relação com as entidades e programas que executam o atendimento socioeducativo Objetivos Ações Resultados Prazos Responsáveis Parcerias esperados Sensibilizar, 1.Palestras 1.Construção de Continuo Secretaria de Conselho de mobilizar e dinâmicas, material um novo olhar educação e educação, garantir o de campanha; dos educadores CMDCA e SMAS. organizações acesso e formação, sobre a situação da permanência elaboração de do adolescente sociedade na cartilhasque cumpre civil. comunidade capacitaçãomedida escolar aos seminários; voltadas socioeducativa. 2. adolescentes para os professores Adolescentes em alunos e familiares. acolhidos na cumprimento 2. Inserção dos comunidade de MSE em adolescentes em escolar; meio aberto atividades como: 3. Família festivais, incentivando e campeonatos, valorizando a olimpíadas e jogos escola como estudantis, grêmio ambiente estudantil. transformador. 4. 3. Atividades Adolescente opcionais de diversas percebendo no modalidades espaço escolar culturais e esportivas um ambiente que e de iniciação técnica o estimule no contra turno positivamente em escolar várias áreas do conhecimento. Articular o Realização de fóruns Troca de Continuo Secretarias de diálogo entre e encontros; experiências que educação, a rede de Intercâmbios favoreçam a Unidades educação e o sociopedagógicos adequação dos educacionais, programa de entre a rede de profissionais a SMAS, CREAS, e execução de educação e o realidade dos outras medidas programa de educandos. instituições que socioeducativ execução de MSE em realizem ações as em meio meio aberto. de atendimento aberto direto aos adolescentes em cumprimento das MSE em meio aberto Desenvolver 1.Valorização das Garantir o direito Continuo Escola, aluno. CMDCA, ações que ações desenvolvidas á participação. Secretarias despertem o pelo adolescente; 2. de interesse dos Oficinas; Educação, adolescentes financiamento de SMAS,
sobre a escola como lugar de transformação
projetos que desenvolvam ações com este fim.
CREAS, CRAS.
Eixo 3- Esporte Cultura e Lazer Participação e acesso aos espaços de atividades esportivas, de lazer e culturais do município pelos adolescentes, respeitando o interesse e a manifestação dos mesmos. Objetivos Ações Resultados Prazos Responsáv Parcerias esperados eis Incentivar a 1.Mapeamento e 1.Adolescentes Continuo Equipes Secretaria de participação articulação nos participando que obras, companhia continuada dos espaços gratuitos ativamente nos executam de transporte, adolescentes nos para este espaços medidas e Ministério da espaços de atividade atendimento . culturais. famílias. Cultura, culturais. 2. Participação das 2.Continuidade Secretaria equipes envolvidas e integralidade Municipal de no encaminhamento nos Educação, CREAS, e durante o processo atendimentos. Secretaria de atendimento ao 3. Melhoria da Turismo, adolescente. qualidade do Secretarias de 3. Capacitação dos atendimento Esporte, Cultura e profissionais prestado. Lazer a níveis envolvidos 4. Maior municipal, 4. Articulação com a divulgação e estadual e secretaria municipal acesso dos federal, ONG’S de cultura. adolescentes. que possam se 5. Criação de espaço inserir no de diálogo entre programacom equipe da instituição, temporalidade de adolescentes e garantia, famílias. Unidades 6. Realização de Escolares com oficinas valorizando a apoio logístico e participação dos financeiro das adolescentes e seus secretarias de familiares. educação responsáveis, Clubes e Associações, praças públicas Teatros,Centros Culturais Poder Público) Iniciativa privada Universidades
Propiciar o acesso dos adolescentes a atividades esportivas e de lazer
Sensibilizar órgãos públicos e iniciativa privada nos investimentos a serem realizados.
1.Ampliação das possibilidades de atividades esportivas e de lazer respeitando o interesse dos adolescentes. 2. Mapeamento e articulação nos espaços gratuitos para este atendimento. 3. Capacitação continuada dos profissionais envolvidos. 4. Inserir o adolescente na construção das propostas das atividades culturais 1.Realização de campanhas (diversas mídias) da temática. Fornecimento de material didático; 2. Realização de reuniões com órgãos públicos e iniciativa privada.
1.Apropriação e acessibilidade do espaço público, esportivo e cultural. 2. Melhoria da qualidade do atendimento prestado
Continuo
Secretaria de esporte e lazer, SMC, secretaria de urbanismo , equipe envolvida na execução da MSE.
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Municipal de Assistência Social. (CMDCAs e CMAS)
1. Aumento do investimento em programas e projetos que envolvam o esporte, cultura e lazer. 2. Visibilidade das ações existentes; 3.Investimento governamental e não governamental consciente e comprometido.
Continuo
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescent e(CMDCA), Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) e Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS)
Organizações não governamentais (ONG’S) CREAS, CT, iniciativa privada.
Eixo 4 - Saúde Acesso á saúde de qualidade na rede pública (SUS) pelo adolescente autor de ato infracional, incluindo á saúde mental; Acesso ás informações e serviços referentes á promoção de saúde, incluindo temas como PréNatal, Sexualidade, DST/AIDS, uso de álcool e outra drogas... Objetivos Ações Resultados Prazos Responsáveis Parceiras esperados Fortalecer e 1.Identificar 1.Co Continuo CREAS, Secretaria articular espaços de Responsabilizaç Equipe Municipal de programas de discussão e de ão entre os envolvida Saúde (SMS) atendimento a diálogo com os parceiros para a da execução da saúde do profissionais da execução de medida adolescente e os saúde ; medidas socioeducativa, programas que 2. Firmar parcerias socioeducativa programa executam medidas entre os órgãos 2. Parcerias Saúde do socioeducativas em executores e as firmadas. Adolescente e meio aberto entidades de 3.Agentes de CMDCA atendimento. saúde 3.Consolidar sensibilizados parcerias com as para atender os secretaria de saúde adolescentes visando o cumprimento dos artigos 7,8,9,11 e 13 do Estatuto da Criança e do adolescente; 4 . Realização de campanhas, cartilhas, através das diversas mídias; Viabilizar que os adolescentes recebam tratamento ambulatorial e quando necessário de internação, em todas as áreas de saúde correlatas ao seu desenvolvimento
1.fortalecimento do fluxo de referencia e contra referencia no acesso aos programas de saúde. 2 envolvimento e participação da família durante todo o processo de acessibilidade a rede de saúde; 3 levantamento da rede de serviços e elaboração de guia de serviços disponíveis na rede. 4.levantamento das demandas dos adolescentes;
1.Equidade no acesso de adolescentes que se encontram no atendimento socioeducativo 2.intersetorialid ade funcionando; 3.100% dos jovens em cumprimento de medida. 4.socioeducativ a em meio aberto com avaliação de saúde. 5.rede mapeada
Continuo
5. Fazer encaminhamento o para a rede de saúde básica; 6.organização de palestras, seminários,privilegi ando o atendimento em grupo,incluindo adolescentes, famílias e comunidade. 7. Pactuar entre os gestores das diferentes esferas governamentais as ações de saúde (atenção primária, secundaria e terciária) no atendimento ao adolescente; Ampliação da rede de serviços de saúde (prevenção e tratamento) aos adolescentes com necessidades de atendimento médico e clinico especifico (saúde mental, com deficiências físicas, adictos e outros
e interlocução facilitada entre os programas
Eixo- Eixo 5- Abordagem familiar e comunitária Garantia do atendimento ás famílias dos adolescentes e o envolvimento destas durante todo o processo de acompanhamento socioeducativo e o fortalecimento das redes sociais de apoio: Objetivos Ações Resultados Prazos Responsáveis Parcerias esperados Sensibilizar a 1.Realização de 1.Fortalecimento Continuo Gestores Sociedade Comunidade fóruns de da rede sócio públicos, Civil, ONGs, para a discussão sobre assistencial Conselhos Governo, importância a temática na 2. Mudança da deliberativos, Conselhos da convivência comunidade, concepção social ONGS, SMSDF, Tutelares, comunitária como também e cultural em SME, SMAS, Conselhos de para o a produção de relação ao Equipes Direito, adolescente campanhas adolescente em técnicas Organizações em conflito pedagógicas; conflito com a lei. comunitárias com a lei. Campanhas de 3. Aumento da e Associação marketing participação do de divulgando o adolescente e da Moradores. trabalho em família no relação aos processo de adolescentes. cumprimento de 2. Parcerias medida para atender os socioeducativa adolescentes em meio aberto que estão em situação de rua de acordo com a política sobre criança e adolescente em situação de rua. Inserir a 1.Participação Plano Individual Continuo Equipe Atores de família no de crianças de Atendimentoenvolvida na sistema de processo de adolescentes e PIA construído execução da garantia dos execução da familiares nos em conjunto com medida do direitos medida fóruns de o adolescente e a adolescente e envolvidos na socioeducativ discussão. família. família. apuração do a; construindo 2. Encontros ato em conjunto o periódicos infracional e plano entre os na execução individual do profissionais das medidas adolescente envolvidos a socioeducativ família e o a. adolescente. 3. Propiciar a participação da família em todo o processo socioeducativo
Fortalecer os vínculos familiares para além da consangüinidade de acordo com as normativas
Ampliar e incentivar o acolhimento ao adolescente autor de ato infracional que esteja privado da convivência familiar.
1.Formação continuada para os profissionais envolvidos no processo de atendimentos as famílias. 2. Proporcionar campanhas, espaços de discussão entre conselhos setoriaispara inserção do grupo familiar extenso do adolescente em cumprimento de medida socioeducativa em políticas públicas. 3. Encaminhamentos referenciados para a rede de serviços existentes Inclusão em programas alternativos de acolhimento familiar e institucional
1.Reconhecer o acolhimento na família extensa ou ampliada com uma das formas de evitar e institucionalização do adolescente 2. Ampliar o conceito de família nos critérios de elegibilidade das políticas públicas
Continuo
CMDCA, CMAS, SMAS, Equipe do CREAS e de Instituições que estão envolvidas na execução da medida.
Adolescentes, proteção integral
Continuo
Equipe, Locais de acolhimento institucional
Eixo 6-Profissionalização, Trabalho e Previdência Objetivos
Ações
Divulgar amplamente a política de municipalização de medidas socioeducativas em consonância com a legislação de aprendizagemp rofissional em vigor Identificar habilidades vocacionais do adolescente e jovem para orientá-los quanto ao processo de formação profissional.
1.Confecção de material divulgação (folder, cartilhas, panfletos, vídeos, cartazes, etc.); 2. Realização de palestras, seminários, fóruns, audiências públicas, para discussão da legislação vigente 1.Realização de pesquisas através de intervenção técnica junto aos adolescentes e jovens; 2. Organização de oficinas, cursos, palestras com os adolescentes e jovens
Criar e fortalecer projetos que visem atender a multiplicidade de atividades de geração de renda, oportunizando o acesso ao mercado de trabalho
1.Discussão da legislação vigente (lei do aprendiz); 2. Monitoramento dos projetos existentes. 3. Efetiva fiscalização. 4. Diferentes formas de divulgação. 5. Investimento em formação integral desenvolvimento de competências e habilidades básicas e especifica do
Resultados esperados Maior número de pessoas com conhecimento dos direitos dos adolescentes e jovens em conflito com a lei em relação à profissionalizaçã o, trabalho e previdência
Prazos
Responsáveis
Parcerias
1.Seis meses 2. Continuo
CMDCA, sociedade civil organizadas, coordenação do programa de execução das medidas socioeducativas em meio aberto
SMAS, Meios de Comunicação.
Habilidades identificadas e adolescentes e jovens orientados.
Continuo
1 e 2- Equipes Técnicas envolvidas na execução da MSE em meio aberto;
1.Maior visibilidade ao programa jovem aprendiz e outros. 1. Maior número de adolescentes e jovens atendidos.
‘
CMDCA secretaria Municipal de Previdência do Trabalho e Instituições não governamentais que trabalhem com a temática
1 e 2Universidade Instituições que trabalhem com a profissionaliza ção do adolescente e jovem, empresas com programas de estágios e jovem aprendiz Não entendi
funcionamento do mercado de trabalho formal. 6. Fomentar espaços de discussão da legislação especifica para empregadores. Sensibilizar o setor corporativo para a inserção do adolescente jovem no mercado de trabalho
1.Mobilização do setor corporativo através de sensibilização sobre o tema; 2. Criação de um certificado que gere a participação de empresa no processo;
Inserção do adolescente e jovem no mercado de trabalho
Continuo
CMDCA, Organizações não governamentais .
Sociedade Civil, fóruns Intersetoriais, Sindicatos e Associações.
Eixo 7- Diversidade étnico racial gênero e orientação sexual Organização interna, Recursos Humanos, plano pedagógico, registro das informações de todas as ações realizadas e/ou propostas de novas ações para a melhoria do acompanhamento ao adolescente envolvido com o ato infracional Objetivos Ações Resultados Prazos Responsáveis Parcerias esperados Promover o Oficina de Aumento da 6 meses para Centro de ONG’S, conhecimento conhecimento, auto-estima e inicio da ação Referencia universidades, dos direitos arte, e outros a confiança e continuo Especializado escolas e dos meios para dos de Assistência programas adolescentes e adolescentes, adolescentes e Social-(CREAS), sobre o tema. jovens jovens, jovens para Conselho referentes a profissionais lidar com a Tutelar (CT), sua envolvidos na temática Conselho sexualidade, execução da Municipal dos orientação MSE em meio Direitos da sexual e racial aberto Criança e do Adolescente Promover o 1.Oficina de Garantia e 6 meses para CREAS, CT, ONG’S, conhecimento: sensibilização respeito dos inicio da ação CMDCA, universidades, dos direitos dos atores direitos e contínuo ONG’S,SMS escolas e sexuais, étnico envolvidos do sexuais, raciais programas e racial sistema de e étnicos sobre o tema garantia de direitos. 2. Produção de material educativo Difundir Formar grupos Estabelecer 3 meses Equipe conhecimentos de atividades envolvida na dos direitos multiplicadores continuadas execução da sexuais e entre de produção medida reprodutivos adolescentes e de socioeducativa com recorte de profissionais conhecimento gênero raça e sobre direitos etnia sexuais e reprodutivos Garantir o Realização de Respeito ao 6 meses CREAS, MP, ONGs, escolas direito de livre oficinas de exercício das CT, CMDCA expressão sensibilização religiosidades religiosa sobre o dos respeito a adolescentes religiosidade Assegurar que Elaborar o PIA Respeito a 6 meses CREAS ONGs , escolas o Plano que contemple diversidade Individual de as diversidades sexual, étnico Atendimentosexual, étnico racial e PIA contemple racial e a religiosa o respeito a religiosidade diversidade sexual, étnico, racial e
religiosa.
Garantir que adolescentes com deficiência tenham seus direitos garantidos
1.Promover atividades compatíveis com as capacidades dos adolescentes. 2. Inclusão dos adolescentes em atividades esportivas e culturais através de parcerias que garantam a inclusão em “escolas” de diferentes modalidades esportivas e culturais. 3. Capacitação continuada dos profissionais da saúde
Assegurar que não ocorram situações de discriminação a exclusão social
6 meses
CREAS, MP, CT, CMDCA
ONGs, escolas. Centro de geração Emprego e Renda Pronatec SENAI
5 Considerações finais O Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo do município de Ecoporanga proporcionou uma reflexão critica da realidade enfrentada pelos gestores no tocante a execução das Medidas Socioeducativas em meio aberto. Para a elaboração do plano, buscou-se conhecer a realidade do Sistema Socioeducativo do município de Ecoporanga, e as vulnerabilidades enfrentadas pelo sistema, tais como:
a) A inexistência de um programa de acompanhamento de egressos de medidas de privação de liberdade e preparação para o desligamento dos adolescentes; b) A indefinição das fases do atendimento socioeducativo; c) A não realização do Plano Individualizado de Atendimento. Nesse contexto, a implantação do plano permitirá enfrentar os desafios de maneira multissetorial nos seus diversos níveis de intervenção.
O Plano apresenta propostas para fortalecer ações no que se refere à articulação do município, com a Vara da Infância e Juventude e demais operadores do SGD. Por se tratar de um plano decoral que será posto em prática por um extenso período, deverá ser revisto e se preciso modificado de acordo com as especificidades da demanda revisão esta que será realizada com a equipe que oferece o Serviço Socioeducativo em meio aberto (CREAS), CMDCA e representantes da Comissão Intersetorial do Sistema Socioeducativo do município de Ecoporanga.
6 Referencias Bibliográficas:
Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, Senado Federal, Centro Gráfico. 1998.
Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069/90. Brasília: Senado Federal. 1990.
Volpi.Mario. O Adolescente e o Ato Infracional.4 ed. São Paulo: Cortez, 2002.
LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social. Lei 8.742 de 7 de Dezembro de 1993. Brasília, DF.
CONANDA- Resolução 113. Publicada em 11 de Dezembro de 2006 Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo. SINASE, Brasilia, Outubro de 2006. Política Nacional de Assistência Social. Brasília: MPSA, 2004.
O Direito das Crianças Toda criança no mundo Deve ser bem protegida Contra os rigores do tempo Contra os rigores da vida. Criança tem que ter nome Criança tem que ter lar Ter saúde e não ter fome Ter segurança e estudar. Não questão de querer Nem questão de concordar Os direitos das crianças Todos têm de respeitar Tem direito à atenção Direito de não ter medos Direito a livros e a pão Direito de ter brinquedos. Mas crianças também têm O direito de sorrir Correr na beira do mar Ter lápis de colorir... Ver uma estrela cadente, Filme que tenha robô, Ganhar um lindo presente, Ouvir histórias do avô. Descer do escorregador, Fazer bolha de sabão Sorvete se faz no calor Brincar de adivinhação. Morango com chantilly Ver mágico de cartola, O canto do bem-te-vi, Bola, bola, bola, bola!
Lamber, fundo da panela Ser tratada com afeição Ser alegre e tagarela Pode também dizer não! Carrinho, jogos, bonecas. Montar um jogo de armar, Amarelinha, petecas, É uma corda de pular.
Ruth Rocha
Ecoporanga – ES, 06 Novembro de 2014.
ANEXOS
MODELO DO PIA Plano Individualizado de Atendimento Liberdade Assistida e Prestação de Serviços a Comunidade Dados de Identificação do (a) Adolescente: Nome completo: ............................................................................ Data do início do cumprimento da medida: / / Medida Socioeducativa atual:
□Liberdade
Assistida
□Prestação
de Serviços Comunitários
Reincidência: □sim □Não □Informação Disponível Guia de Execução de Medida Socioeducativa nº....................Autos nº...............Processos pendentes:□Sim □Não se SIM, nº dos Autos:........................... Progressão da medida: □Sim □Não □Se SIM, nome e telefone do técnico de referencia anterior:........................................................................................................... Unificação de medidas: ....Sim ......Não Se SIM, nº dos Autos:.................................. Data de Nascimento:/ / Idade (anos e meses):...............................□Real □Não se SIM, quantos:........................................... Gênero: □ Feminino □ Masculino Documentação: □Certidão de casamento □Carteira de vacinação □carteira de identidade, RG nº ......................... □CPF nº □Título de eleitor □carteira de Trabalho nº ........................................ □ Outro documento .............................................. □ Não possui documentos Telefone de familiares (nome/grau de parentesco/número): ............................... Telefone de pessoas de referencia fora da família (nome/tipo de relacionamento/número): ................................................................................................
Motivos para cumprimento da medida socioeducativa atual: ...................................................................................................................................................... ................................................................................................................. ............................................................................................................................. Dados da situação familiar: □ Possui família natural, com vinculação afetiva positiva □ Possui família natural, mas não apresenta vinculação afetiva positiva □ Não se dispõe de dados sobre a família natural □ Há impedimento judicial para contato com a família natural □ Está em situação de orfandade □ Outra situação (especificar) Nome da mãe:................................................................................................................ Endereço da mãe:......................................................................................................... Nome do Pai:................................................................................................................. Endereço do pai:............................................................................................................
Nome do responsável legal:.......................................................................................... Endereço do responsável legal: .................................................................................... Nome do (a) cônjuge/companheiro (a):......................................................................... Endereço do (a) cônjuge/companheiro (a):................................................................... Nome e idade dos filhos:.............................................................................................. ..................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... Nome e idade dos irmãos:............................................................................................ ..................................................................................................................................... Nome dos irmãos que estão em entidade de acolhimento:.......................................... ..................................................................................................................................... Endereço do local onde o (a) adolescente reside:........................................................ ......................................................................................................................................... Pessoas com os quais o (a) adolescente reside (nome, idade, grau de parentesco ou tipo de relacionamento):................................................................................................... Pessoas da família extensa com a quais o (a) acolhido (a) mantém vínculos afetivos positivos (nome, idade, grau de parentesco).................................................................. Pessoas fora da família com as quais o (a) adolescente mantém vínculos afetivos positivos (nome, idade, tipo de relacionamento)............................................................ Benefícios sociais acessados pelo (a) adolescente e/ou sua família............................. Órgãos públicos, programas e entidades que prestam/prestaram atendimento/orientação ao (à) adolescente e/ou ao grupo familiar (identificar o tipo de atendimento/orientação e, também, o nome e o telefone do responsável/técnico de referencia para agendar reuniões/trocar informações): □Centro de Referencia Especializado de Assistência Social (CREAS)......................... □Centro de Referencia de Assistência Social (CRAS)................................................. □Conselho Tutelar......................................................................................................... □Vara da Infância e da Juventude................................................................................. □Promotoria da Infância e da Juventude...................................................................... □Defensoria Pública..................................................................................................... □Delegacia/Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente...................................... □Serviços de Saúde..................................................................................................... □Serviços de Educação................................................................................................ □Outros (especificar):...................................................................................................
Observação:.................................................................................................................................. ...................................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................... ..............................................................................................................................