portfólio- ed. 01 - abr/2016
LENITA FRANCO DE SENA arquiteta e urbanista
habitação para toda a vida: o projeto habitacional a partir do desenho universal o pequeno museu da pessoa ocupando a Luz: habitação social e escola pública
índice | 01
02 |
apresentação pesquisa
12 | avaliação do dimensionamento de saídas de emergência e tempo de abandono de edificações utilizando método de simulação computacional
habitação
14 | habitação na luz
institucional
capa
habitação para toda a vida | 04
16 | o pequeno museu da pessoa 22 | escola na luz
02 | apresentação
Lenita Franco de Sena Arquiteta e Urbanista formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo em 2012 contato: arq.lenitasena@gmail.com
Durante a gradução, realizei uma pesquisa de Iniciação Científica (bolsa FUPAM/PIBIC) na área de Segurança contra Incêndio, orientada pela Profa. Dra. Rosaria Ono, intitulada Avaliação do Dimensionamento de Saídas de Emergência e Tempo de Abandono de Edificações utilizando Método de Simulação Computacional. Neste trabalho, utilizei um programa de simulação computacional de evacuação de edifícios para comparar o desempenho de saídas de emergência a partir dos tempos de abandono, com base nos critérios de dimensionamento de rotas de fuga de duas regulamentações em vigor no Estado de São Paulo. Esta pesquisa também gerou um artigo, de mesmo título, escrito em coautoria com a Profa. Dra. Rosaria Ono, apresentado e inserido nos anais do 8º Seminário Internacional Arquitetura, Urbanismo e Design (NUTAU-2010). Para o Trabalho de Conclusão de Curso, entitulado Habitação Para Toda a Vida - O Projeto Habitacional a partir do Desenho Universal e orientado pela Profa. Dra. Helena Aparecida Ayoub, escolhi me aprofundar nas questões do Desenho Universal e desenvolver unidades habitacionais que atendessem a maior gama possível de usuários, adaptando-se às diversas fases de suas vidas. Além destas áreas de acessibilidade e segurança, procurei obter uma formação ampla me envolvendo também em disciplinas de produção gráfica, design, história da arte, restauro, e técnicas construtivas. Na área profissional, trabalhei em escritórios focados tanto em projetos de pequenas reformas de interiores como de edificações multifamiliares para construtoras, participando desde os estudos iniciais até o detalhamento final. Também trabalhei na Divisão de Planejamento da atual SEF-USP, participando dos estudos e da elaboração de planos diretores para as várias unidades da Universidade.
Links para as publicações Habitação Para Toda a Vida - O Projeto Habitacional a partir do Desenho Universal Trabalho Final de Graduação - FAUUSP (2012) Orientação: Profa. Dra. Helena Ap. Ayoub Disponível em: <http://issuu.com/lenitafrancodesena/docs/ habitacao_para_toda_a_vida>
Avaliação do Dimensionamento de Saídas de Emergência e Tempo de Abandono de Edificações utilizando Método de Simulação Computacional Pesquisa de Iniciação Científica - FAUUSP (2009) Orientação: Profa. Dra. Rosaria Ono Disponível em: <http://issuu.com/lenitafrancodesena/docs/ relatoriofinal_ic_lenitasena> Artigo - 8º Seminário Internacional Arquitetura, Urbanismo e Design (NUTAU-2010) Co-Autoria: Profa. Dra. Rosaria Ono Disponível em: <http://www.usp.br/nutau/sem_nutau_2010/ metodologias/ono_rosaria.pdf>
04 | habitação
Habitação Para Toda a Vida O projeto habitacional a partir do Desenho Universal, tornando a habitação acessível e adaptável às necessidades de qualquer usuário em qualquer situação
Com uma população em crescimento e vivendo por mais tempo, fazse necessário projetar pensando não apenas nas necessidades imediatas do usuário, mas nas futuras e até mesmo nas provisórias, ampliando sua satisfação por mais tempo, fazendo com que os produtos se adaptem aos usuários e não o contrário. Isto é o Desenho Universal, conceito que pode ser aplicado a qualquer instância da vida de um indivíduo, desde produtos cotidianos simples até grandes projetos arquitetônicos. Mais do que “resolver a questão habitacional brasileira”, a proposta deste trabalho foi de assimilar as ideias do Desenho Universal, listando diretrizes e métodos de projeto, e aplicá-las a um ensaio de projeto da habitação, de forma a gerar ambientes na sua condição ideal e universal de habitabilidade - por mais que sua realização seja inviabilizada pela realidade econômicofinanceira do país. O que se pretendia aqui era compreender espacialmente o conceito e a forma como tornar o projeto adaptável a qualquer usuário, os elementos e características necessários para garantir o bem estar de qualquer indivíduo a qualquer momento de sua vida. Versão completa do trabalho: <http://issuu.com/lenitafrancodesena/docs/ habitacao_para_toda_a_vida>
Visรฃo das Torres a partir da Avenida Brรกs Leme - Maquete 3D
06 | habitação
Habitação Para Toda a Vida
“A habitação é a mais perfeita e antiga expressão do ser humano, representa sua psique adicionada à função de proteção. É o coração do desenvolvimento humano e da sua transformação. Ela é durável e tangível. O lugar de onde todas as atividades humanas emergiram. É também a imagem do homem, seu refúgio dentro de si mesmo, a expressão da sua individualidade.” Olivier Marc, autor de Psychanalyse de la Maison (apud CARLI, 2004: 32)
Na hora de se projetar uma habitação uma questão-chave é o correto dimensionamento dos espaços. Na maioria dos casos, quando o projeto não é realizado para um cliente específico e tem-se um programa de necessidades genérico, este dimensionamento é feito para um “indivíduo-padrão”, uma abstração matemática que estipula padrões e medidas quantitativas, referentes a um homem adulto saudável e de estatura mediana. Porém, ao projetar para este homem-padrão, os usuários mais “críticos” acabam sendo excluídos: idosos, pessoas com deficiência, obesos, grávidas, crianças, entre tantos outros com limitações físicas, mentais e/ou psicológicas determinantes para que consigam ou não realizar algumas atividades. Quanto mais o usuário se distanciar do indivíduo-padrão, mais difícil será sua adaptação ao ambiente projetado para ele, muitas vezes tornando impossível a realização de algumas atividades básicas sem ajuda de terceiros.
Ao longo de sua vida, todo indíviduo está sujeito à passagem dos anos, doenças, condições ambientais, acidentes, lesões, gestações - tudo isso criando limitações temporárias e/ou permanentes que influenciam suas atividades do dia-a-dia. Se o ambiente estiver preparado para sempre receber estas novas limitações - ou ao menos para se adaptar a elas - o usuário não precisará se preocupar em procurar uma nova moradia onde suas necessidades sejam atendidas. É dentro deste contexto que o Desenho Universal se mostra tão importante. Seus conceitos visam não equiparar os indivíduos “deficientes”, mas considerar as diferenças entre as pessoas para encontrar a resposta que atenda ao maior número de usuários. No caso da habitação, sua aplicação permite que o usuário possa passar a vida inteira segura e confortavelmente em um mesmo domicílio, promovendo apenas pequenas adequações - como instalação de barras de apoio e troca de mobília.
Fonte: SÃO PAULO - SEHAB, 2010: 48.
Fonte: SÃO PAULO - SEHAB, 2010: 59.
Fonte: SÃO PAULO - SEHAB, 2010: 20.
habitação | 07
Habitação Para Toda a Vida
Primeiramente, a partir da bibliografia sobre o tema, foi elaborada uma lista detalhada de diretrizes para projetos habitacionais segundo o Desenho Universal, unindo referências nacionais e internacionais Estas diretrizes foram traduzidas espacialmente em estudos dimensionais detalhados de cada um dos ambientes de uma unidade habitacional. Posteriormente, estes foram combinados para gerar unidades para 2 a 5 pessoas, variando de 1 a 3 dormitórios. A fim de gerar um estudo mais completo, escolheu-se um terreno com quase 17.000m² na Avenida Brás Leme, no bairro da Casa Verde (SP), para elaborar um condomínio habitacional combinando um edifício multifamiliar vertical e unidades unifamiliares térreas, totalizando 120 unidades e contemplando várias possibilidades. Tirando proveito da boa acessibilidade, do formato e dimensões do terreno e da vista privilegiada da cidade - garantida pela proximidade ao Aeroporto Campo de Marte, definiu-se a localização do edifício e da unidades térreas, além dos acessos e áreas de convivência internas.
Entrada do Apto. (Ext) - Maquete 3D
Estudo de dimensões - Dormitório.
Entrada do Apto. (Int) - Maquete 3D
Cozinha - Maquete 3D Estudo de visibilidade - Sala de TV.
A definição de um caixilho não deve levar em conta apenas estética e praticidade, mas também o alcance manual e visual do usuário, para que este possa manueá-lo e aproveitá-lo.
Área de Serviço - Maquete 3D As diretrizes do Desenho Universal (como áreas de circulação, de manobra e de transferência, alcance visual e manual) foram traduzidas espacialmente para compor os diferentes ambientes da habitação. OBS: este trabalho foi realizado em 2012, antes da última revisão na NBR9050; sendo assim, os desenhos podem estar desatualizados.
Estudo de dimensões - Banheiro.
Banheiro com barras - Maquete 3D
08 | habitação
Habitação Para Toda a Vida
Diagramas de estudo para a Implantação do projeto no terreno escolhido: fluxos de circulação, recuos, pontos a valorizar, possibilidades de acesso, gargalos e potenciais áreas de convivência.
pavimento térreo
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Habitação Para Toda a Vida
Com base em “L” e duas torres verticalizadas, o edifício é composto por 102 unidades distribuídas em 13 pavimentos - 3 na base e 10 nas torres - sobre um térreo livre sob pilotis. A estrutura foi definida para permitir que o layout interno das unidades pudesse ser alterado de acordo com a necessidade do morador. Já as unidades térreas - num total de 18, variando entre 6 tipologias - foram projetadas com alvenaria estrutural. Enquanto estas abrigam de 2 a 4 pessoas, as 3 tipologias das unidades do edifício são um pouco maiores, variando entre 3 a 5 moradores.
corte esquemático das unidades unifamiliares
0
1
2
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Imagens da Maquete 3D mostrando a organização interna de uma das tipologias de unidades unifamiliares criadas (2 Dormitórios para até 4 pessoas) e a Fachada padrão, com elementos vazados e beirais para proteção dos caixilhos.
plantas das variações das unidades unifamiliares para 2, 3 e 4 pessoas
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Habitação Para Toda a Vida
Visão aérea da Implantação completa - Maquete 3D
corte - torre
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Habitação Para Toda a Vida
Bibliografia Básica: CAMBIAGHI, Silvana. Desenho Universal: métodos e técnicas para arquitetos e urbanistas. São Paulo: Editora Senac, 2007. CENTER FOR UNIVERSAL DESIGN. Universal Design in Housing. Raleigh, N.C.: Center for Universal Design, NCSU, 2000. MARC, Olivier. Psychology of the Home. 1977. In: CARLI, Sandra M. M. P. Habitação Adaptável ao Idoso: um método para projetos de residências. 2004. 334 p. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, p. 32. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Habitação. Diretrizes do Desenho Universal na Habitação de Interesse Social no Estado de São Paulo: espaço para todos e por toda a vida. São Paulo, 2010.
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RTO CA
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NDEIRAS
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planta - pavimento “L” unidades para 3, 4 ou 5 pessoas
©2015 GOOGLE
FICHA TÉCNICA: Lenita Franco de Sena Casa Verde, São Paulo/SP
Imagens ©2015 Google, DigitalGlobe, Dados do mapa ©2015 Google
200 m
área do terreno: 16.793,80m² área construída: 31.524,35m² nov/2012 (Trabalho Final de Graduação) orientação: Ayoub
Profa.
Dra.
Helena
Ap.
planta - pavimento “O” unidades para 3, 4 ou 5 pessoas
12 | pesquisa
Avaliação do Dimensionamento de Saídas de Emergência e Tempo de Abandono de Edificações Utilizando Método de Simulação Computacional Versão completa: <issuu.com/lenitafrancodesena/docs/relatoriofinal_ic_lenitasena> Tempo Médio Final de Evacuação
Exemplo 2
Exemplo 1
Simulação
Exemplo 3
A elaboração de regulamentações específicas de segurança contra incêndio entrou em foco no país após uma série de eventos trágicos na década de 1970. Apesar disso, tais legislações sofrem com a falta de revisões e com divergências nos âmbitos municipal, estadual e federal, dificultando principalmente a elaboração dos projetos de arquitetura. O objetivo deste trabalho foi comparar o desempenho das saídas de emergência, em termos de tempos de abandono de edifícios, com base nos diferentes critérios de dimensionamento de rotas de fuga de duas regulamentações em vigor no Estado de São Paulo: o Código de Obras e Edificações do Município (Lei Municipal Nº11.228/1992) e a Instrução Técnica nº 11 do Corpo de Bombeiros (complementar ao Decreto Estadual nº 46.076) - foi utilizada a versão de 2004, uma vez que o trabalho foi realizado antes da revisão de 2011. Para tanto, foi utilizado um modelo de simulação computacional, o software britânico buildingEXODUS, desenvolvido pela Universidade de Greenwich, na Inglaterra, para estudo da movimentação e evacuação de grandes grupos em estruturas complexas - neste caso específico, em edificações. Foram criados três edifícios-modelo para serem dimensionados e simulados de acordo com as duas legislações para comparar a eficiência dos critérios de cada uma, gerando 14 simulações. Como o software utiliza critérios diferentes das duas legislação (uma Edifícios-modelos criados para as unidade de passagem individual de simulações, com alturas, dimensões e 73cm), criou-se dois casos para cada usos diferentes. simulação: - no Caso 1, os valores obtidos nos dimensionamentos foram tratados como valores absolutos - resultando em rotas menos largas; - no Caso 2, os valores obtidos nos dimensionamentos foram convertidos em Unidades de Passagem, conforme o padrão do software - resultando em rotas um pouco mais largas. Verificou-se que dimensões maiores de escadas em edifícios de múltiplos pavimentos nem sempre resultam, proporcionalmente, em sensível redução do tempo de abandono, devendo ser necessária uma avaliação ponderada da efetividade dos atuais critérios de dimensionamento. Quando se considera o valor absoluto, observa-se que a IT nº 11, ao resultar em rotas menores, pode parecer sub-dimensionada em alguns casos. Já quando os valores são convertidos em Unidades de Passagem, o COE passa a parecer superdimensionado.
Caso 1
Caso 2
COE
S01
13:12,9
13:19,7
IT
S02
16:46,9
13:15,5
COE
S03
10:23,0
10:22,5
IT
S04
18:19,9
12:44,5
COE
S05
24:21,6
42:23,3
IT
S06
31:07,9
19:52,1
COE
S07
18:41,3
20:01,6
IT
S08
50:06,6
18:05,7
COE
S09
04:25,3
04:24,8
IT
S10
05:30,2
05:26,3
COE
S13
02:46,5
02:47,5
IT
S14
02:58,1
03:03,4
COE
S15
04:24,5
04:29,9
IT
S16
05:26,4
05:31,5
Bibliografia Básica: SÃO PAULO (Estado). Instrução Técnica n° 11/2004 – Saídas de Emergência. Estabelece os requisitos mínimos para dimensionamento de saídas de emergência e dá outras providências, 2004. SÃO PAULO (Estado). Decreto Estadual nº 46.076/2001 de 31 de agosto de 2001. Regulamento de segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco para os fins da Lei nº684 de 30 de setembro de 1975 e estabelece outras providências, 2001. SÃO PAULO (Município). Lei Municipal nº 11.228 de 25 de junho de 1992. Estabelece o Código de Obras e Edificações e dá outras providências, 1992. FICHA TÉCNICA: Lenita Franco de Sena Bolsa: FAUUSP - FUPAM/PIBIC 2008-2009 (Pesquisa de Iniciação Científica) orientação: Profa. Dra. Rosaria Ono
Imagens de Divulgação: Todos os direitos pertencentes à RDC Construtora e Incorporadora.
FUTURO LANÇAMENTO: Residencial Flamboyant
Pq. Res. Flamboyant - São José dos Campos
Perspectiva Ilustrativa - Piscina
Projeto de Paisagismo:
Responsável: Arq. Felipe Mascarenhas
Projeto de Interiores: Perspectiva Ilustrativa - Churrasqueira
Perspectiva Ilustrativa - Fachada
Responsável: Arq. Ana Andrade
Projeto de Arquitetura e Gerenciamento:
Área do Terreno: 3.840,00m² Área Construída: 22.296,79m² Unidades: 168 Início do Projeto: 2013
Perspectiva Ilustrativa - Praça Interna
Perspectiva Ilustrativa - Apartamento Responsável: Arq. Felipe Antonoff Colaboração: Arq. Lenita Sena
2 e 3 Dormitórios
Realização e Construção:
1 Suíte
Perspectiva Ilustrativa - Spa
Informações: www.rdcconstrutora.com.br
60m² e 75 m² 1 ou 2 Vagas Perspectiva Ilustrativa - Brinquedoteca
Perspectiva Ilustrativa - Implantação
14 | habitação
Habitação na Luz Tendo como base a planta da Villa Savoye de Le Corbusier (1928), deveria ser feita uma análise que servisse como guia para a concepção de uma nova planta – com programa e localização definidos pelo grupo segundo a lógica estabelecida na avaliação realizada.
Vista das Torres e Passarela - Maquete Eletrônica
A análise inicial da planta de Le Corbusier definiu a habitação como tema de trabalho, com a divisão espacial entre social e privativo como elementoguia da concepção da nova planta. Para definir o terreno, privilegiaramse áreas centrais, com boa infraestrutura e disponibilidade de transporte público. Com isso em vista, escolheu-se um terreno (ocupado, até então, por um estacionamento) na Avenida Tiradentes, em frente ao Parque da Luz e à Pinacoteca do Estado - criando-se, inclusive, uma passarela de pedestres para interligar os dois lados da Avenida. Os apartamentos, de aproximadamente 70m², foram agrupados aos pares em cada um dos 10 pavimentos das 4 torres projetadas. As torres foram conectadas 2 a 2 por rampas – criando espaços de circulação e de convivência. Para implantação e estrutura, usaram-se as lógicas de ocupação do lote e planta livre de Le Corbusier: o térreo livre sob pilotis - configurado por marquises interligadas - gerando uma grande praça elevada com comércios, serviços e áreas de convivência; nas torres, total liberdade estrutural obtida por lajes suportadas apenas por tirantes periféricos conectados às grandes vigas Vierandel do topo da torre.
PRIVATIVO
SOCIAL
Detalhe - Planta dos Apartamentos, com a divisão entre social e privativo.
habitação | 15
Habitação na Luz
Oferecida como disciplina optativa na FAUUSP em 2010, o objetivo de Partido e Hipótese em Arquitetura era trabalhar, em exercícios rápidos, as diversas formas de concepção de um projeto arquitetônico. Partindo de um raciocínio pré-determinado, os projetos deveriam ser desenvolvidos de uma maneira específica, para demonstrar o leque de ideias que podem servir como ponto de partida para o processo criativo. Foram realizados dois exercícios, com duração entre 1 e 2 meses cada: Exercício 1: ”Arquitetura pela Planta: sobre a Planta de Le Corbusier”, cuja proposta era iniciar o projeto definindo sua planta, a partir da análise de uma dada planta já existente; Exercício 2: “Arquitetura pelo Tema: Pequeno Museu da Pessoa”, cuja proposta era desenvolver um projeto sobre um dado tema.
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Implantação - Maquete Eletrônica
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©2015 GOOGLE
FICHA TÉCNICA: Lenita F. de Sena/Paula C. de Oliveira Bom Retiro, São Paulo/SP área do terreno: 9.701,52m² área construída: 16.500,00m² out/2010 (FAU-USP) orientação: Prof. Dr. Francisco Spadoni/ Profa. Dra. Ma. Luiza Correa
Vista Geral - Maquete Eletrônica
16 | institucional
O Pequeno Museu da Pessoa O segundo exercício, “Arquitetura pelo Tema: Pequeno Museu da Pessoa”, visava trabalhar a concepção arquitetônica a partir da função a qual o projeto se prestará.
Instalado numa casa no bairro da Vila Madalena, as expectativas de crescimento e maior divulgação criam a demanda por uma nova sede para o Museu da Pessoa, com maior espaço e visibilidade para o acervo. Escolhendo um terreno no Centro – uma esquina entre a Avenida Rio Branco e a Rua dos Gusmões – para garantir maior acessibilidade e disponibilidade de transporte público, a nova sede deveria contemplar mais espaço para o acervo, estúdios de gravação e espaços expositivos maiores, para abrigar um maior fluxo de visitantes e de materiais. Como partido, adotou-se a utilização de grandes faces envidraçadas em toda a parte expositiva do edifício, para garantir a transparência e convidar os curiosos a descobrirem o interior do Museu. Tirando proveito da localização numa esquina, o principal Espaço Expositivo foi colocado no Térreo, para que pudesse ser avistado já de fora. Na parte interna, o grande Espaço Expositivo do Térreo foi tratado de forma bem livre, sem compartimentações, para permitir uma ampla gama de possibilidades e organizações de acordo com a necessidade de cada mostra. A parte administrativa e o Auditório foram inseridos na parte interna do lote, para garantir maior privacidade e proteger do barulho. No Pavimento Superior, um segundo Espaço Expositivo, de menor dimensão, o Café e as áreas de Estar e de Consulta, estes últimos acrescentados no Programa de Necessidades da nova sede.
Vista das Fachadas envidra莽adas, a partir da esquina - Maquete Eletr么nica
18 |
institucional
O Pequeno Museu da Pessoa
elevação 1
corte aa
0
5
10
15
0
5
10
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elevação 2
corte bb
0
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02 03
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07
01 05
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01 estúdio de gravação
08
02 apoio 03 depósito
09
04 auditório 05 sanitários 06 área expositiva 07 administração 08 café 09 acervo/pesquisa
pavimento térreo
0
5
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pavimento superior
0
5
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institucional | 19
O Pequeno Museu da Pessoa
O que é o Museu da Pessoa? Fundado em 1991, o Museu da Pessoa é um museu virtual e colaborativo que armazena histórias de vida de pessoas comuns. Seu acervo já conta com mais de 16 mil depoimentos em áudio, vídeo e textos e mais de 60 mil fotos e documentos digitalizados. Qualquer pessoa pode gravar seu depoimento numa visita ou pode fazê-lo numa unidade itinerante. O material é então inserido no portal para consultas e trechos dos depoimentos são divulgados nas redes sociais do Museu.
Vista Lateral - Maquete Eletrônica
Pode-se também agendar visitas para conhecer o Museu e consultar os materiais disponíveis. Mais informações: www.museudapessoa.net
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Vista do Espaço Expositivo do Térreo - Maquete Eletrônica
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FICHA TÉCNICA: Lenita F. de Sena/Paula C. de Oliveira Bom Retiro, São Paulo/SP área do terreno: 3.832,40m² área construída: 2.513,79m² out/2010 (FAU-USP) orientação: Prof. Dr. Francisco Spadoni/ Profa. Dra. Ma. Luiza Correa
Vista do Andar Superior - Maquete Eletrônica
LANÇAMENTO Jd. Aquarius São José dos Campos/SP Perspectiva Ilustrativa do Lounge Imagens de Divulgação: Todos os direitos pertencentes à RDC Construtora e Incorporadora.
Projeto de Paisagismo:
Responsável: Arq. Felipe Mascarenhas
Projeto de Interiores:
Responsável: Arq. Ana Andrade
Projeto de Arquitetura e Gerenciamento:
Responsável: Arq. Felipe Antonoff Colaboração: Arq. Lenita Sena
Realização e Construção:
Perspectiva Ilustrativa da Fachada
Informações: www.rdcconstrutora.com.br
Área do Terreno: 2.768,58m² Área Construída: 19.839,74m² Unidades: 112 Início do Projeto: 2013 Início das Obras: 2015 Perspectiva Ilustrativa Apto. 3 Dorm.
Perspectiva Ilustrativa da Entrada de Pedestres
Perspectiva Ilustrativa da Piscina, Entrada e Praça Central
Perspectiva Ilustrativa da Varanda Gourmet
2 e 3 Dormitórios 1 Suíte 79m² e 96 m² 1 ou 2 Vagas Perspectiva Ilustrativa da Piscina
Perspectiva Ilustrativa Apto. Ampliado
Perspectiva Ilustrativa da Implantação
Perspectiva Ilustrativa Apto. 2 Dorm.
Perspectiva Ilustrativa da Churrasqueira
Perspectiva Ilustrativa Apto. 2 Dorm.
22 |
institucional
Escola Pública na Luz Partindo do programa básico da FDE, a nova escola deveria atender turmas de Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio, EJA e atividades extracurriculares - inclusive nos finais de semana.
O objetivo deste projeto seria de substituir a EE Prudente de Moraes, localizada na Avenida Tiradentes. Para atender aos antigos e aos possíveis novos alunos, estabeleceu-se um total de 27 salas de aulas, abrigando turmas de Ensino Fundamental I e II no período diurno/integral e turmas de Ensino Médio e Ensino para Jovens e Adultos no período noturno. O Programa de Necessidades foi obtido a partir de uma ampliação no Programa Básico da FDE para se adequar às novas proporções do projeto. O partido adotado dividia a escola em dois grandes blocos, conectados por passarelas. O volume maior, concentrando as atividades acadêmicas e a vivência dos alunos, localizado mais próximo da Praça Cel. Fernando Prestes - com acesso direto à estação Tiradentes do Metrô - para permitir o acesso mais seguro dos alunos. O volume menor, concentrando as áreas esportivas e a administração, voltado para a Rua Ribeiro de Lima, de frente para uma das entradas do Parque da Luz. Este bloco poderia ser aberto aos finais de semana para atender às necessidades da comunidade, com realização de eventos e campeonatos esportivos. Para manter a privacidade sem prejudicar a ventilação e iluminação, as fachadas foram trabalhadas com longos painéis de chapas perfuradas, garantindo transparência e proteção solar.
Fachada da Entrada da Escola, pela Praça Coronel Fernando Prestes - Maquete 3D (renderização: Gabriela Haddad)
24 | institucional
Escola Pública na Luz
Implantação - Maquete 3D (renderização: Gabriela Haddad)
Vista Aérea do Conjunto - Maquete 3D (renderização: Gabriela Haddad)
No Bloco Acadêmico, os 3 pavimentos foram preenchidos com os espaços acadêmicos, de apoio e de vivência. Para proteger do barulho no Pátio Coberto do Térreo, as salas de aula foram concentradas nos pavimentos superiores. Este bloco foi posicionado mais próximo à Pça. Cel. Fernando Prestes para facilitar o acesso de pedestres e para proteger do barulho na R. Ribeiro de Lima. Parte do Térreo do Bloco Esportivo foi destinada à Administração da escola, com acesso pelo exterior. No primeiro pavimento, a quadra coberta, de pé direito duplo, e suas áreas de apoio. No pavimento superior, foi colocada a Biblioteca, voltada para a quadra e também para o pátio interno descoberto. O posicionamento e organização dos blocos permitem que apenas o Bloco Esportivo seja aberto à comunidade aos finais de semana, mantendo a parte acadêmica isolada e fechada.
institucional | 25
Escola Pública na Luz
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3
6
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iro rua ribe
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praça cel. fernando prestes
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1 sanitários 2 coordenação 3 sala dos professores 4 cozinha 5 sala multi-uso 6 administração
1
7 secretaria rua afonso pena
8 pátio coberto 9 pátio descoberto
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pavimento térreo
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1 sala multi-uso 1
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2 sala de recuperação
3 passarela
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3 sala de aula
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4 sanitários
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3
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5 área de leitura
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6 depósito esportivo 7 grêmio 8 vestiários 9 quadra coberta
0 5 10
1º pavimento
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3 passarela
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1 sala multi-uso 2 sala de recuperação
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3
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3
3
3
3 sala de aula
3
4 sanitários 5 área de leitura/biblioteca 6 quadra coberta
2º pavimento
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2
1
1 área de leitura/biblioteca
3º pavimento - cobertura
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2 varanda
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Escola Pública na Luz
Vistas do Bloco Acadêmico em direção ao portão de entrada e ao Bloco Esportivo - Maquete 3D (renderização: Gabriela Haddad)
corte transversal
corte longitudinal
01 2
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Vista do Bloco Acadêmico a partir do Pátio Descoberto Maquete 3D (renderização: Gabriela Haddad)
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Escola Pública na Luz
Quadra Coberta - Maquete 3D
Passarela entre os Blocos - Maquete 3D (renderização: Gabriela Haddad)
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©2015 GOOGLE
FICHA TÉCNICA: Lenita F. de Sena/Gabriela Haddad Bom Retiro, São Paulo/SP área do terreno: 8.706,16m² área construída: 8.939,51m² dez/2011 (FAU-USP) orientação: Prof. Dr. Antonio C. Barossi/ Profa. Dra. Helena Ap. Ayoub
Pátio Coberto - Maquete 3D (renderização: Gabriela Haddad)
Fontes utilizadas: Adobe Caslon Pro DaxlinePro Eras Medium ITC Fedra Sans Std Futura Std Trabalhos desenvolvidos durante a graduação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2006-2012) e no escritório PontoDois Arquitetura (2012-2016). abril/2016 Todos os direitos reservados.