ÍNDICE
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Ronaldo Silva Jr
FRANCHISING Mercado de franquias aquece e movimenta a economia catarinense
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TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Incubadora Tecnológica Empresarial da Univali ajuda você a montar o próprio negócio
Neiva Daltrozo / Secom
Lloyd Images
COMEÇOU A FESTA REGATA TRANSAT JACQUES VABRE CHEGOU A ITAJAÍ NA SUA 11ª EDIÇÃO
a
Divulgação
Nicolle Lir
PERFIL História de quem muito viu
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OBRAS E INVESTIMENTOS Governador Raimundo Colombo anuncia R$ 31,6 milhões para a região de Itajaí
www.revistaportuaria.com.br Revista Portuária também está na web com informações exclusivas Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publicação, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acontece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é encaminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: jornalismo@revistaportuaria.com.br 4 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
ANO 15 EDIÇÃO Nº 165 NOVEMBRO 2013
EDITORIAL
Editora Bittencourt Rua Jorge Matos, 15 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88302-130 Fone: 47 3344.8600
Uma edição especial para marcar um evento excepcional
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O
penúltimo mês do ano chegou e com ele o evento mais esperado do ano em Itajaí e região: Aventura Pelos Mares do Mundo. Um misto de regata internacional, festival gastronômico e de música, feira de negócios e diversas outras atrações para gente de toda idade, desde os pequerruchos até os bem vividos. O local é o mesmo da Volvo Ocean Race, o bem localizado Centreventos e a Vila da Regata, mas que agora está totalmente reformulado para abrigar num único espaço um pouco de cada canto e cultura do mundo, sem esquecer é claro das raízes itajaienses. Mas esta edição da Revista Portuária – Economia & Negócios tem muito mais do que a Aventura e a Regata Transat Jacques Vabre. A publicação traz um perfil imperdível com o homem por detrás do sucesso de organização dos eventos náuticos na cidade: Amílcar Gazaniga. Ele que já foi prefeito de Itajaí, superintendente do Porto, entre outros cargos relevantes da política nacional, é também dono de uma memória prodigiosa, capaz de lembrar nomes, datas e situações vividas décadas atrás. Na entrevista com Amílcar, você vai conhecer um pouco mais desse senhor sexagenário que sempre acreditou na retomada da vocação náutica de Itajaí, desafiando os críticos e mostrando ao mundo a força de sua terra.
Terra, aliás, que é a responsável por abrigar também a maior universidade privada de Santa Catarina: a Univali. Academia que possui a Incubadora Tecnológica Empesarial. Um local onde os jovens estudantes anseiam por empreender e encontrar as condições necessárias para ingressar no concorrido e voraz mercado de trabalho. A Incubadora disponibiliza os cuidados para que essas empresas com idéias inovadoras tenham um esteio em que se agarrar no início da trajetória, sempre tão marcada por dificuldades e burocracia que fazem a maioria dos negócios em estágio inicial sucumbir antes dos dois anos de vida. Tem mais. Você sabia que Santa Catarina é o sétimo estado mais empresarial do país? Pois é. Uma matéria falando sobre isso vai detalhar quais os segmentos estão em alta e o que indicam os números do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o responsável pelo levantamento. Falaremos ainda das melhores cidades catarinense para se abrir uma franquia, dos benefícios da navegação de cabotagem, da visita e do aporte financeiro essencial para algumas obras feito por Raimundo Colombo para Itajaí e região e, as já tradicionais secções fixas da Revista Portuária: Coluna Mercado e Portos do Brasil. Boa leitura! Boa regata! Boa festa!
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PERFIL AMÍLCAR GAZANIGA
História de quem muito viu
“
Foi Deus ter me dado a oportunidade de errar e reconhecer todos os erros que cometi. Ter me dado a oportunidade de modificar conceitos, princípios e atitudes, ter hoje a certeza que passei por essa vida sem ter simplesmente vivido, mas sim deixado alguma coisa
“
Amílcar Gazaniga
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O motivador otimista que executou sonhos: prazer, Amílcar Gazaniga
O
ano era 1975. Ele, um jovem no frescor de 28 primaveras. Àquela altura, já casado com a companheira de uma vida inteira, Amílcar Gazaniga não tinha motivos para chorar. Mas chorou. Porque chorar também é para os fortes. Chorar é para os humildes, para os grandes. Chorar é uma arte em que não só o corpo participa. O coração é essencial. Naquele momento, as lágrimas brotavam com gosto de desafio. E que desafio. Amílcar fora incumbido, por ninguém menos que o governador de Santa Catarina à época, Antônio Carlos Konder Reis, de ser o candidato
a prefeito de Itajaí dali dois anos, em 1977. Depois do choque do anúncio, para um homem que até então não tinha nenhuma aspiração política, ao sair do Iate Clube Cabeçudas, local do encontro, Amílcar procurou a esposa, Sueli Canziani Gazaniga, com quem é casado desde os 21 anos, e chorou. Por que as lágrimas? “Porque eu não tinha intenção de me tornar candidato, sem falar que o candidato de oposição, o Delfim de Pádua Peixoto Filho, era o favorito, numa época em que a ditadura militar começava uma lenta e gradual abertura. Mas eu fui em frente,
PERFIL AMÍLCAR GAZANIGA
Divulgação
Em 1977, ele se tornava prefeito de Itajaí, com recém-completadas três décadas de vida.
o choro foi um momento de desabafo”, revela Amílcar, a memória prodigiosa, capaz de lembrar nomes, datas, situações, quase um HD externo. E Amílcar ganhou aquela eleição, se tornando o prefeito mais jovem de Itajaí. A vida desse homem, entretanto, vai muito além dos cargos públicos que exerceu, da engenharia que escolheu, dos meandros políticos que conheceu. De personalidade forte e simpatia cativante, Amílcar teve que gastar muita
Júnior Dias
Ronaldo Silva Jr
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PERFIL AMÍLCAR GAZANIGA
lábia e sola de sapato desde a adolescência, quando o intrépido jovem trabalhara vendendo máquinas de escrever, a famosa Olivetti Lettera 22, uma coqueluche de seu tempo, tal qual o IPhone nos dias de hoje. Pois esse itajaiense, que desde 2010 se envolveu sobremaneira com o mundo náutico e a inserção de sua cidade natal nesse universo, encontrou-se com a Revista Portuária – Economia & Negócios, numa sexta-feira ensolarada de outubro, para abrir o coração e passar a limpo sua carreira, vida e muitas alegrias, afinal, como ele faz questão de ressaltar, as alegrias ficaram, diferente dos arrependimentos e ressentimentos que diz não conhecer.
Nelson Robledo
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O personagem desta reportagem diz não ter arrependimentos, tampouco ressentimentos, nessa trajetória de sucesso e vitalidade.
Engenheiro elétrico e outras coisas mais Quem vê Amílcar Gazaniga no comando da organização da Regata Transatlântica Jacques Vabre, bem como foi na Volvo Ocean Race em 2012, percebe que ele é uma pessoa metódica. Tanta organização está calcada no fato de que sempre gostou das ciências exatas, desde os idos ginasiais. Naturalmente, os números e cálculos foram influenciando as escolhas de Amílcar, sendo que optou por cursar Engenharia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com posterior especialização em Eletricidade. “Na época, o setor elétrico estava em pleno desenvolvimento, com um mercado
PERFIL AMÍLCAR GAZANIGA
Um motivador nato, Amílcar se afastou de cargos públicos há alguns anos, mas segue exercendo influência em outros segmentos da sociedade, como as regatas
bastante promissor, foi um caminho natural que escolhi”, revela. De origem humilde, Amílcar passou por alguma dificuldade na adolescência, quando se mudou para Blumenau com a finalidade de estudar, já que Itajaí naquele tempo não tinha escola com segundo grau. Na cidade de DNA alemão arranjou - apesar da ferrenha disputa - uma vaga no colégio Pedro 2°. Um dos requisitos determinantes na escolha das vagas por parte da escola blumenauense, naqueles anos 60, era que o postulante a vaga exercesse alguma atividade profissional durante o dia. E lá foi ele ser ajudante de barbeiro, na barbearia do tio. Trabalho e
estudo. Depois da experiência com tesouras e pentes, as vendas. Amílcar ingressou na empresa que detinha a representação das máquinas Olivetti, algo muito procurado pelos jovens de outrora. Um jovem, vendendo produtos para jovens. O sucesso foi imediato. “Estudei e trabalhei em Blumenau, dois anos, e no terceiro me desloquei para Florianópolis, no Instituto Estadual de Educação. E aí comecei a trabalhar na minha área, primeiro, como estagiário na Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), e depois ainda dei aulas de química e matemática no curso noturno do colégio Pio 12, com o professor Seixas Neto”, recorda.
Tantos ofícios nessa fase da vida, no entanto, contrastam com os mais de 10 anos em que serviu a Celesc. Mas a variedade de funções e trabalhos que exerceu na vida, diz Amílcar, lhe ensinou muita coisa, sobretudo a dar valor às conquistas obtidas profissionalmente. “O meu pai era dono de cinema em Itajaí e, na década de 60, os cinemas começaram a sucumbir em diversas cidades do Brasil. Não foi diferente com o do meu pai. Então, ele teve muitas dificuldades em manter eu e meus irmãos. Assim, como filho mais velho, achei que devesse ajudá-lo. E não me arrependo de nada por isso”, destaca, serenamente.
Em Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - Florianópolis Economia&Negócios • Novembro 2013 • 9
PERFIL AMÍLCAR GAZANIGA
Ronaldo Silva Jr
Amílcar Gazaniga com material de clipagem da Volvo Ocean Race, edição de 2012
Vida pública A profissão de Amílcar foi também a responsável pelo seu ingresso na vida pública, no caso como candidato a prefeito de Itajaí, na eleição de 1977. Ao se formar, com 21 anos, se mudou para Lages, na Serra. Sua esposa vem de uma família com tradição na política, os Canziani. Depois do casamento, Amílcar ansiava começar uma vida com as próprias pernas, com independência, com seus erros e acertos. “Eu fui para Lages, sendo muito bem recebido. Trabalhei durante dois anos por lá. Mas, depois desse período, infelizmente, recebemos a notícia de que minha sogra estava muito doente. Então, pedi a transferência para mais perto de Itajaí, na época essa unidade era em Blumenau”. No Vale, ficou cerca de um ano. Em seguida, com a criação do escritório da Celesc em Itajaí, surgiu o convite para ajudar no projeto de inserir a companhia de luz no Litoral. Mas o que tudo isso tem a ver com a política? Amílcar conta que, dois anos depois do retorno a Itajaí, uma reviravolta política toma10 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
va corpo na cidade, por conta de uma divergência entre duas alas veinculadas ao então prefeito municipal, Frederico Olíndio de Souza. “Essas alas não se entendiam. Na época, o governador era o senhor Antônio Carlos Konder Reis. Aí, num determinado dia à tarde, ele me chamou para uma reunião no Iate Clube Cabeçudas, e lá me falou: ‘você vai ser candidato a prefeito de Itajaí’. Eu só falei, Deus Meu”, exclama, hoje rindo ao recordar daquele momento, que foi sufocante na ocasião. A eleição chegou, e Amílcar ganhou. Em 1977, ele se tornava prefeito de Itajaí, com recém-completadas três décadas de vida. Permaneceu no cargo até 1982, cinco anos, portanto. De fevereiro de 1983 a fevereiro de 1987, Amílcar foi deputado estadual. Vida pública que ainda teve outros capítulos, como quando, entre 1990 e 1993, exerceu a função de diretor presidente da empresa Centrais Elétricas do Sul do Brasil (Eletrosul) e, de junho 1993 a março 1994, ocupou a cadeira de secretário de Tecnologia e Meio Ambiente do Governo de Santa Catarina.
Entre outros cargos, Amílcar também trabalhou no governo federal, primeiro na função de presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, entre dezembro de 1995 e setembro de 1997. Depois de rodar por empresas públicas das esferas estadual e federal, Amílcar assumiu como superintendente do Porto de Itajaí, cargo que ocupou de 1999 a 2003. Ainda hoje, ele é membro voluntário do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). Voltando à época de sua eleição para prefeito, Amílcar pontua dizendo que naquele tempo a classe política passava por um momento muito semelhante ao atual, sobretudo depois dos protestos de junho que sacudiram o povo e acuaram a classe dos engravatados. “A classe política estava muito desgastada, e eu, jovem, como engenheiro representava algo novo, algo técnico, sem politicagem, com vontade de trabalhar pela cidade. Assim, apesar de ser desconhecido na época, a partir do momento que passei a me envolver com a campanha, a andar nas
PERFIL AMÍLCAR GAZANIGA
Para o ex-presidente dos Correios e da Eletrosul, a Marina do Saco da Fazenda e as regatas estão despertando a economia de Itajaí para algo além do Porto
Marina de Itajaí: a maior do sul do país Quando questionado sobre o papel da futura Marina de Itajaí no desenvolvimento econômico da cidade e do esporte náutico de alto rendimento, Amílcar solta uma onomatopeia que denota otimismo e confiança no que está falando: “Ahh (sorriso), a Marina... Vamos nos ater no problema de ordem econômica: cada barco desses, obviamente, só pode ser adquirido por pessoas de alto poder aquisitivo, mas atrás disso vem o hotel que precisa abriga-lo, vem o apartamento que ele vai comprar, o marinheiro que ele vai contratar, a oficina de lanchas que vai precisar ter, vem o prestador de serviço, vem as empresas que fornecem alimentos, os restaurantes que melhoram, enfim, é toda uma estrutura que se modifica”, lista o presidente do Comitê ruas como candidato, passei a ser uma alternativa à política daquele período de transição da ditadura para a democracia”. Lições Em meio a tanto tempo de vida pública, quais lições Amílcar Gazaniga tirou desse período da vida? Ele é rápido ao responder que as melhores lembranças de quem exerce um cargo público são as recordações, isso que gratifica,
Central Organizador das etapas brasileiras da Jacques Vabre e da Volvo Ocean Race. Existe ainda o fator, ressaltado por Amílcar, que a Marina de Itajaí será a maior marina aguada do sul do país, com 300 vagas, onde cada barco necessita de duas a três pessoas para cuidados e manutenção. Com uma motivação que coraria de vergonha muito jogador de futebol milionário, Amílcar é da opinião que o empreendimento, além de mudar o perfil da cidade, vai catapultar a aceleração de uma grande necessidade itajaiense: a diversificação de sua economia, tão dependente do porto e sua cadeia subsequente. “Eu acho que a Marina precisa agregar valores, e fazer com que essa cadeia por trás dela também seja lucrativa para a cidade e seus moradores”, avalia.
mesmo que só anos depois de deixar a função. “Quando você está exercendo a função pública, o trabalho é extremamente desgastante, mas quando, depois de um tempo, você olha para trás e vê a grande rede de amigos, os contatos e amizades que se cria nesse período, isso tudo faz valer a pena”, avalia. Contatos e amizades que hoje são fundamentais para uma das tantas tarefas do polivalente Amílcar, como, por exemplo, sua empresa de consulto-
ria em engenharia, a WGC Networks, sediada em Florianópolis, na qual ele é um dos sócios. Desde 2001 no mercado, afirma que o maior patrimônio da companhia é o relacionamento existente com diferentes segmentos do mercado, baseado muito nos contatos feitos ao longo da vida. “Várias empresas estrangeiras chegam até a gente, pedindo o contato de pessoas proeminentes, como o presidente de Furnas, que é meu amigo, trabalhou comigo na Ele-
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PERFIL AMÍLCAR GAZANIGA
Nelson Robledo
trosul, então, essa rede de contatos eu vou levar para a vida toda. Além, claro, da gratificação que a gente tem quando olha o que foi possível fazer, como a Univali e a avenida Beira-Rio, dois símbolos de Itajaí”, expõe. Retomada Em 2010, depois de ultrapassar a barreira dos 60 anos, Amílcar recebera um convite do prefeito Jandir Bellini: seria o homem à frente de um projeto ambicioso, o de colocar Itajaí na vitrine internacional dos esportes náuticos, através da organização da etapa sulamericana da Volvo Ocean Race, edição 2011/2012. Sua reposta positiva ao convite veio da convicção de que a cidade precisava diversificar a economia – tão dependente do Porto – e encontrar maneiras para que o nome Itajaí fosse minimamente reconhecido em outros recantos do Brasil e do mundo, sem que para isso fosse preciso dizer que o Porto de Itajaí é o segundo maior porto conteineiro do país. 12 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
Então, ele teve um estalo, o de que a cidade em que nasceu era também referência náutica em Santa Catarina nos tempos de adolescente. Bons tempos, faz questão de frisar. Pois bem, como em outras ocasiões, Amílcar enxergou o que poucos viam, enxergou que através da regata e sua consequente exposição esportiva e de lazer internacional, havia uma oportunidade de fixar Itajaí como cidade que sabe organizar e realizar grandes eventos, tendo como diferencial primordial a receptividade de seu povo. “Quando a Volvo levou o nome de Itajaí ao conhecimento de mais de 2 bilhões de pessoas, que tiveram a curiosidade de saber onde nós vivemos, quem nós somos, enfim, que tiveram curiosidade para conhecer nossa cidade e seu povo”. E Amílcar, desde 2011, quando entrevistado por quem quer que seja, diz: ‘A Volvo vai quebrar paradigmas e vamos retomar a vocação náutica de Itajaí’. Segundo ele, a cidade precisava de mais personalidade para não ficar
Amílcar, na foto com o prefeito de Itajaí, Jandir Bellini, no anúncio dos patrocinadores oficiais da Jacques Vabre
copiando o que outros municípios fazem, tal como as festas de outubro, no que estava inserida a Marejada, dita festa dos costumes açorianos. “Não adiantava, por exemplo, nós estarmos incluídos dentro das festas de outubro, porque nós não temos aqui em Itajaí, diferente de Blumenau, uma etnia predominante. Lá, a etnia alemã é predominante. Então, ela cria todo um cenário para isso. Aqui em Itajaí, não. Nós temos portugueses, italianos, alemães,
PERFIL AMÍLCAR GAZANIGA
Em Itajaí, onde nasceu, Amílcar é lembrado pelo forte papel que sempre desempenhou na sociedade e, sobretudo, pela dedicação que entrega às coisas de sua terra.
espanhóis, índios, mestiços, negros... Então, sempre foi difícil criar essa identidade portuguesa, por mais esforço que se tenha feito”. Assim, para a Regata Transatlântica Jacques Vabre, resolveu-se, na esteira da competição náutica, internacionalizar a Marejada, transformando-a na Aventura Pelos Mares do Mundo. Amílcar afirma que o seu papel, tanto na Volvo como na Jacques Vabre, é o de motivador, de cooperador. Motivação e cooperação de um velho marujo do mar, que pode transmitir lições e experiências que garantam, ao menos, que o barco não vai afundar. “Eu sei que muitos devem pilotar um barco melhor do que eu, mas como não afundar um barco, isso eu aprendi muito bem, a vida me ensinou. Então, eu acho que isso me motivou e os resultados estão aparecendo, é um processo lento, mas eles já são visíveis”, aponta. Tão visíveis que outras regatas internacionais já estão agendadas para Itajaí, como a Velas Latinoamérica, em fevereiro de 2014, e a Volvo Ocean Race, que aportará por aqui provavelmente em abril de 2015. Antes, porém, agora em novembro, está acontecendo a Jacques Vabre, que com o colorido de seus mais de 40 veleiros faz do penúltimo mês do ano um dos mais alegres e divertidos da história itajaien-
se. “Os franceses da Jacques Vabre e o público do mundo todo chegaram em Itajaí, e viram o brilhantismo de nossa festa, eu não tenho dúvida que está sendo o nosso cartão de visitas para muitas outras regatas e eventos grandiosos. Eu acredito”, dispara Amílcar. Novo Mundo Os moradores de Itajaí e os turistas que estão visitando a Aventura Pelos Mares do Mundo estão vivendo um mundo de sonhos e fantasia, aposta Amílcar. “Diferentemente da Volvo, nós temos aqui (por todo entorno do Centreventos) várias atrações, no campo da música, das artes, da gastronomia e, principalmente, do cenário, que é muito lúdico, e agrada desde o pequeninho até o mais intelectualizado, passando pela área esportiva, adentrando a área cultural... temos um planetário, entre tantas outras coisas. Eu tenho a sensação de que se tudo ocorrer conforme o planejado, nós vamos ter uma festa surpreendente, muito mais surpreendente do que foi a Volvo Ocean Race. Eu espero”. Na intimidade E depois de períodos que se sucedem entre longas e tediosas reuniões, incansável busca por patrocinadores e apoio, inevitável estresse e
cansaço após tantos pormenores, o que Amílcar Gazaniga faz para desligar, para entrar em off? “A única coisa é a família. Eu sou um cara extremamente caseiro. Eu, por ter uma atividade dinâmica durante a semana inteira, com meu escritório em Florianópolis e outras atividades em Itajaí, quando estou em casa gosto de estar por perto da minha família”, revela o pai de três filhos e avô de cinco netos. Como bom itajaiense, Amílcar é Marcílio Dias. Fora dos domínios catarinenses, no entanto, seu coração é rubro-negro do Flamengo. No futebol, na hora de assistir partidas na televisão em companhia dos netos, não importa o time que jogue, ele diz gostar de acompanhar toda e qualquer partida. Antes de encerrar, a Revista Portuária – Economia & Negócios quis saber quais as maiores alegrias que os 66 anos de Amílcar lhe proporcionaram: “Foi Deus ter me dado a oportunidade de errar e reconhecer todos os erros que cometi. Ter me dado a oportunidade de modificar conceitos, princípios e atitudes, ter hoje a certeza que passei por essa vida sem ter simplesmente vivido, mas sim deixado alguma coisa”, conclui, não sem antes dizer que arrependimentos e ressentimentos são bobagens, perda de tempo. “Eu aproveito só o que é bom”. •
Economia&Negócios • Novembro 2013 • 13
Nascer é fácil, sobreviver nem tanto UMA EMPRESA É CRIADA A CADA CINCO MINUTOS NO BRASIL; SANTA CATARINA É O SÉTIMO ESTADO MAIS EMPRESARIAL DO PAÍS
A
relativa solidez da economia brasileira tem proporcionado o surgimento constante de novas empresas no Brasil. Tanto que, a cada cinco minutos, uma nova empresa nasce no país. Os dados foram divulgados no início de outubro pelo Empresômetro, um novo mapeamento em tempo real do cenário empresarial no Brasil, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O coordenador de estudos da entidade, Gilberto Luiz do Amaral, diz que o estudo pretende orientar políticas públicas e estratégias de negócios. Até agora, o termômetro registra pouco mais de 16 milhões de companhias ativas, um salto de quase 10% em relação a 2012, quando 14,6 milhões de estabelecimentos operavam em território nacional. Divulgação IBPT
O coordenador de estudos da IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, diz que o estudo pretende orientar políticas públicas e estratégias de negócios
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Em nível nacional, o setor da indústria é o que apresenta o maior índice de faturamento, segundo o estudo do IBPT, com 28,26% do total
Do total, 45,19% atuam na área de serviços. Já 41,79% operam no comércio, ao passo que 7,17% pertencem à indústria e 4,24%, ao agronegócio. O setor varejista de roupas e acessórios predomina em quantidade de empresas, com 1,02 milhão – representando 6,39% entre todas as atividades econômicas. Pessoas que trabalham por conta própria, incluindo microempreendedores individuais representam 50,4% das empresas abertas no país, enquanto sociedades empresariais abocanham 34,8% da fatia. O perfil familiar das companhias brasileiras é forte: apenas 7% de todas as empresas possuem sócios sem grau de parentesco, apontou o estudo. A idade média das empresas brasileiras é de 8,8 anos. Há 3,9 milhões de corporações com tempo de vida entre 10 e 19 anos – a faixa etária mais numerosa. Com menos de um ano de existência, há 1,4 milhão de companhias. Menos de 2% possuem mais de 40 anos, enquanto há somente 190 centenárias.
Ronaldo Silva Jr
Santa Catarina é o sétimo estado com mais empresas Os três estados que mais têm empresas são: São Paulo com 4.657.838 (29,11% do total), seguido de Minas Gerais com 1.625.613 (10,16%) e Rio de Janeiro com 1.340.563 (8,38%). Santa Catarina aparece em sétimo lugar, atrás ainda de Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia. O Estado, baseado
REGIÃO
QUANTIDADE
SUDESTE
7.948.136
49,67%
SUL
2.975.271
18,59%
NORDESTE
2.902.779
18,14%
CENTRO-OESTE
1.350.106
8,44%
NORTE
826.601
5,17%
16.002.893
100,00%
TOTAL
%
(Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação)
Em Itajaí, o porto é o catalizador de muitas das empresas que instalam-se no município, assim como em Navegantes
Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC Economia&Negócios • Novembro 2013 • 15
Em Balneário Camboriú, o comércio e o setor de serviços são os campeões no quesito abertura de empresas
Principais conclusões do levantamento
Divulgação Sectur BC
em números que vão até 30 de setembro deste ano, tem 677.113 empresas, o que representa algo como 4,23% do total das companhias brasileiras. Entre as 200 cidades que mais abrem novas empresas no Brasil, o Empresômetro aponta 12 catarinenses de diferentes regiões. Elas são Florianópolis (23ª), Joinville (39ª), Blumenau (54ª), São José (85ª), Itajaí (91ª), Balneário Camboriú (112ª), Chapecó (116ª), Criciúma (120ª), Lages (147ª), Palhoça (168ª), Jaraguá do Sul (170ª), Brusque (183ª) e Tubarão (198ª). Entre as capitais, Florianópolis é a 18ª que mais possui empreendimentos, com 65,2 mil empresas. O setor de serviços é o com maior número de empreendimentos ativos (47,19%), seguido do comércio (41,79), indústria (7,17%), agronegócio (4,24%) financeiro (1,31%) e serviços públicos (0,29%). Porém, o que mais tem faturamento é o setor de Indústria, com 28,26% do total. O que O Empresômetro tem como base de dados as informações divulgadas pelas próprias empresas e entidades, pela Receita Federal do Brasil, Secretarias Estaduais da Fazenda, Secretarias Municipais de Finanças, Agências Reguladoras, Cartórios de Registro de Títulos e Documentos, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Juntas Comerciais, Portais da Transparência e IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cuja criação do empreendimento se deu até 30 de setembro de 2013. Nesse estudo os termos empreendimento e estabelecimento são utilizados para denominar cada uma das unidades das empresas, entidades privadas, órgãos públicos, e todos os estabelecimentos que tenham obrigatoriedade de possuir CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, junto à Receita Federal do Brasil. No site Empresômetro há também um contador em tempo real com a quantidade de empresas que existem e são abertas no país. A ferramenta é projetada mediante cálculos matemáticos, com base no crescimento médio do mesmo período nos três anos anteriores e considera fatores sazonais que interfiram nas estatísticas. • 16 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
A – Em 30 de setembro de 2013, havia 16.002.893 empresas ativas no Brasil. A cada cinco minutos é aberta uma nova empresa; B - As regiões Sudeste e Sul somam mais de 68% de todas as empresas brasileiras; C – O estado de São Paulo possui mais de 4,6 milhões de empresas ou 29,11% do total; D – O estado com o menor número de empresas é Roraima, com pouco mais de 30 mil empreendimentos, ou 0,19% do total; E – O setor de serviços tem o maior número de empresas, somando mais de 7,2 milhões dos estabelecimentos, ou 45,19% do total; F - A cidade de São Paulo é a que tem o maior número de empresas, com quase 1,5 milhão de estabelecimentos ou 9,33% do total; G – As 50 cidades que têm o maior número de empresas somam 40,66% do total; H – Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios é a atividade que tem o maior número de empresas, com mais de 1 milhão de estabelecimentos, ou 6,39% do total; I – Em 2012 as empresas brasileiras tiveram faturamento de R$ 7,2 trilhões; J – As empresas de grande porte, apesar de representar somente 2,07% do total, são responsáveis por dois terços de todo o faturamento; K – Os microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte totalizam 74% de todos os empreendimentos ativos, mas somam somente 15% do faturamento empresarial; L - O valor médio do Capital Social de todas as empresas brasileiras é de R$ 13.425,63, sendo que 67% têm capital social de até R$ 10 mil e somente 3% têm capital social superior a R$ 500 mil; M - Os empreendimentos brasileiros têm idade média de 8,8 anos e menos de 2% dos empreendimentos têm mais de 40 anos de existência; N – As empresas individuais totalizam mais da metade de todos os empreendimentos; O – As empresas brasileiras são tipicamente familiares. Somente 7% de todos os empreendimentos têm sócios sem grau de parentesco entre si.
FRANCHISING Mercado de franquias aquece e movimenta a economia catarinense SANTA CATARINA: CIDADES MAIS PROMISSORAS PARA ABRIR UMA FRANQUIA
A
Rizzo Franchise – maior empresa de pesquisas do setor de franchising da América Latina – divulgou, no início de outubro, o ranking das cidades de Santa Catarina mais promissoras para instalar uma franquia. O estudo, que faz parte da pesquisa: “100 melhores mercados para franquias no Brasil” aponta quatro cidades catarinenses com maior potencial para franquias. São elas:
Cidade
18 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
Colocação no ranking Catarinense
Colocação no ranking Nacional
Florianópolis
1º lugar
24º lugar
Joinville
2º lugar
36º lugar
Blumenau
3º lugar
50º lugar
Criciúma
4º lugar
92º lugar
FRANCHISING
A Pasteca é uma rede de franquias de fast food de pastéis, de Chapecó, que atualmente possui 2 unidades – uma em Chapecó, uma em Xanxerê
O estudo da Rizzo Franchise também revela que o Estado de Santa Catarina é o 6º no ranking nacional dos Estados Brasileiros com mais franqueadores do Brasil. Estado possui hoje 103 empresas de origem catarinense, que hoje possuem franquias em todo o país e, todas elas, juntas, já abriram 2.198 unidades em diversas localidades. A maior parte desses franqueadores concentra-se no setor de Vestuário (23,3%), seguido pelo setor de Alimentação, onde estão 20,4% do total de franqueadores. Em terceiro lugar está o setor de Mobiliário & Decoração, onde estão 8,7% dos franqueadores do Estado. As franquias catarinenses geram hoje 13.421 empregos diretos em todo o Brasil – 708 a mais do que em 2012 somente neste primeiro semestre. O faturamento do Franchising de Santa Catarina já é de R$ 1,2 bilhões. Franquias de olho em cidades Catarinenses para expandir O crescimento do Franchising de Santa Catarina tem feito com que muitas franqueadoras coloquem as cidades do Estado como prioridade para expansão este ano. São elas: PASTECA Rede de franquias de fast food de pastéis, de origem de Chapecó/SC, atualmente possui 2 unidades – uma em Chapecó, uma em Xanxerê/SC e inaugura sua terceira unidade em Erechim/SC. O plano de expansão da empresa está concentrado na Região Sul do país e em Santa Catarina, a fran-
20 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
Com um investimento que varia de R$ 300 a R$ 400 mil é possível abrir uma franquia da Oficina Brasil de 250 a 300 m²
quia vai abrir novas unidades em: São José, Florianópolis, Balneário Camboriú, Itajaí e Blumenau. A Pasteca é uma franquia típica para maiores de 50 anos e pessoas em fase de pré-aposentadoria. O investimento total para abrir uma franquia da Pasteca é de R$ 190 mil, já com a Taxa de Franquia e o faturamento médio é de R$ 60 mil/mês, com uma rentabilidade de 10% para o franqueado. Informações sobre a franquia: www.pasteca.com.br
OFICINA BRASIL Rede de franquias de serviços automotivos, com mais de 50 unidades. Seu interesse principal é a cidade de Florianópolis. Com um investimento que varia de R$ 300 a R$ 400 mil é possível abrir uma franquia da Oficina Brasil de 250 a 300 m², projetadas para um faturamento médio de R$ 100 mil/mês e uma média de 15 a 18% de lucratividade.
FRANCHISING
PRIMICIA Rede de franquias de malas e acessórios, que depois de 60 anos de mercado, resolveu expandir através da venda de franquias e está de olho nas 4 cidades mais promissoras de Santa Catarina para a abertura de novas lojas: Florianópolis, Joinville, Blumenau e Criciúma. O investimento para abrir uma franquia é de R$ 395 mil. Cada loja está programada para um atendimento de cerca de 800 clientes ao mês e faturamento médio mensal de R$ 120 mil, com uma rentabilidade que fica entre 10 e 14% para os franqueados. Informações: www.primicia.com.br
Economia&Negócios • Novembro 2013 • 21
FRANCHISING
Divulgação
Estado possui 103 empresas de origem catarinense, que hoje possuem franquias em todo o país e, todas elas, juntas, já abriram 2.198 unidades em diversas localidades
Candidatos a franqueado Antes de se tornar um franqueado, faça as seguintes análises:
Candidato a Franqueador Antes de expandir seu negócio por meio de franquias é preciso avaliar algumas questões:
a) Perfil de franqueado/franquia: avalie diferentes oportunidades de negócios, compare e escolha a franquia que melhor se encaixa em seu perfil pessoal, profissional e financeiro;
a) Análise de franqueabilidade: obtenha um laudo inicial da franqueabilidade de seu negócio;
b) Oportunidades de franquias: avalie a Circular de Oferta de Franquia e o Contrato de Franquia da rede na qual você pretende ingressar;
b) Plano de negócios para o franqueador: Elabore um plano de negócios que detalhe a intenção de franquear o negócio de sua empresa;
c) Conteúdo extra: tenha acesso a um modelo de projeções financeiras para uma unidade franqueada. Desenvolva sua própria planilha a partir do exemplo.
c) Conteúdo extra: tenha acesso a anexos do plano de negócios e à cartilha do Sebrae.
Fonte: Sebrae (O Sebrae elaborou software para apoiar o candidato a franqueador a fazer essas análises)
Fonte: Sebrae (A entidade elaborou um simulador para franqueados, que consiste em um programa de computador que irá ajudá-lo na escolha da franquia ideal)
Basta acessar o site www.sebrae.com.br/customizado/acesso-a-mercados/sebrae-mercado/sebrae-franquias e baixar os programas 22 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
DO BRASIL
Parabéns! Líder de mercado, a Companhia responde por 46% da movimentação de cargas em contêineres de Santa Catarina e ocupa o 18º lugar entra as 100 maiores empresas do estado
Portonave completa seis anos de operação
A
Portonave completou no dia 21 de outubro seis anos de operação. Líder de mercado, a Companhia responde por 46% da movimentação de cargas em contêineres de Santa Catarina e ocupa o 18º lugar entra as 100 maiores empresas do estado, sendo a 85ª maior companhia do Sul do Brasil, segundo ranking da Revista Amanhã. A Portonave possui seis portêineres, 18 trans-
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têineres, dois guindastes MHC, seis empilhadeiras, 25 carretas Terminals Tractors e um scanner. A empresa é responsável por mais de 1.000 empregos diretos e recolheu, entre janeiro e agosto desse ano, mais de R$ 5 milhões em impostos (ISS) – o que representa 53% de tudo o que foi arrecadado pela prefeitura do município de Navegantes no ano. •
Divulgação Portonave
PORTOS
PORTOS
DO BRASIL
RÁPIDO
Portonave atinge a marca de 3 milhões de TEUs movimentados
A
Portonave alcançou, no dia 31 de outubro, a marca de 3 milhões de TEUs (Twenty Equivalent Unit – unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados desde o início de suas operações, em outubro de 2007. O contêiner que registrou este número foi movimentado no navio MSC Seattle, de bandeira liberiana. Em seis anos, o Terminal já recebeu mais de 3,1 mil escalas de navios. Atingir esta marca histórica representa o crescimento e evolução da empresa, alinhados ao desenvolvimento sustentável. O Terminal movimentou o primeiro milhão depois de quase três anos de atividade, em agosto de 2010, e o segundo milhão um ano e nove meses após, em maio de 2012. O terceiro milhão foi conquistado um ano e cinco meses mais tarde. “Em seis anos de operação buscamos o nosso espaço e hoje somos responsáveis
por movimentar 46% de toda carga conteinerizada do Estado”, comenta Renê Duarte, Diretor-superintendente Operacional da Portonave. Só em 2013, em nove meses, a Companhia já movimentou 521.620 TEUs – um crescimento de 13,7% comparado com o mesmo período do ano passado. O aumento é sentido tanto nas importações quanto nas exportações. A empresa registrou aumento de 19,2% nas importações na comparação entre janeiro e setembro de 2012 e 2013. Os produtos mais importados foram plásticos e derivados, seguidos por cerâmicas, bebidas e fibras sintéticas. As exportações pela Portonave também tiveram crescimento – 18% entre janeiro e setembro deste ano comparado com ano passado. As carnes congeladas representam o principal produto de exportação, seguido pela madeira. •
Divulgação Portonave
Economia&Negócios • Novembro 2013 • 25
PORTOS
DO BRASIL
PETRÓLEO
APM Terminals Itajaí opera equipamento com 156 toneladas para navio de apoio offshore
U
m navio do tipo Anchor Handling Tug Supply (AHTS) é o destino final de uma peça gigante de 156 toneladas que foi desembarcada no cais da APM Terminals, empresa responsável pela operação de contêineres no Porto de Itajaí (SC), em outubro. A peça fabricada na Noruega integra o sistema de içamento de âncora de plataformas de petróleo. De acordo com informações da Portlink Logística Multimodal, agente da Fedex Trade Networks no Sul do Brasil e responsável por este transporte, a peça faz parte de um conjunto de equipamentos que compõem este tipo de embarcação, que conta também com um guindaste de bordo. As demais peças do sistema, de menor tamanho, foram embarcadas nos portos de Antuérpia na Bélgica, e Hamburgo, na Alemanha. Os navios do tipo Anchor Handling Tug Supply são embarcações especializadas na movimentação de âncoras, reboque e suprimento a unidades offshore. São embarcações muito versáteis, de multiuso, que possuem capacidade de realizar reboques de grandes estruturas em alto-mar. Também podem servir como embarcações de socorro e salvamento, no combate a incêndio, na realocação de plataformas (DMA), e na desancorajem e ancoragem e no transporte de equipamentos para perfuração e operação de produção de petróleo em alto-mar. •
A peça faz parte de um conjunto de equipamentos que compõem embarcações offshore, que conta também com um guindaste de bordo 26 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
PORTOS
DO BRASIL
PENSANDO NO FUTURO
Porto de São Francisco do Sul investe para ampliar a capacidade operacional
O
Porto de São Francisco do Sul, o segundo do Brasil em movimentação de carga não conteinerizada, amplia investimentos e passa por um processo de modernização para melhorar ainda mais as condições operacionais. Além da inauguração de um berço que vai ampliar a capacidade de embarque e desembarque de mercadorias, busca o aperfeiçoamento para facilitar as manobras dos navios acima de 300 metros de comprimento, atento às tendências mundiais do mercado. O presidente Paulo Corsi esteve recentemente em Baltimore, nos Estados Unidos, para acompanhar uma simulação de manobras. Ele viajou com uma comitiva do Porto de Itapoá. Em tempo real, foi possível monitorar o comportamento de um navio, como se ele estivesse no complexo portuário da Baía da Babitonga, diante de agentes externos, como vento e ondulação. “Além desses investimentos, já concluímos o aprofundamento do calado e as melhorias no pátio. A próxima etapa é
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a conclusão de um novo sistema de informática”, explica Corsi. O Porto de São Francisco do Sul também comemora o crescimento de 17% na movimentação de carga em setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 655.982 toneladas exportadas, principalmente de refrigeradores, milho e soja em grãos. No acumulado do ano, o crescimento é de 24%.
1º no ranking Em uma pesquisa de opinião que avaliou 12 terminais, o Porto de São Francisco do Sul ficou em primeiro lugar no ranking. O Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) ouviu operadores logísticos de 157 empresas brasileiras. Os profissionais que contratam serviços de movimentação de carga analisaram o calado, o acesso e os modais de transporte. Além de ser um porto de múltiplo uso, o de São Francisco do Sul é o único catarinense ligado ao transporte ferroviário. •
São Chico busca o aperfeiçoamento para facilitar ainda as manobras dos navios acima de 300 metros de comprimento, atento às tendências mundiais do mercado
PORTOS
DO BRASIL
PARCERIA COM IBÉRICOS
Comitiva da Cesportos/SC participa de seminário em Madri
A
pós visitar os Portos de Hamburgo, na Alemanha e de Antuérpia, na Bélgica, a comitiva da Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis em Santa Catarina – Cesportos/SC foi recebida pela equipe da Prosegur, na sede em Madri, na Espanha. A comitiva formada por representantes da Cesportos/SC (Polícia Federal, Receita Federal, Governo do Estado e Administrações Portuárias Catarinense), dos Portos São Francisco do Sul, Itajaí e Imbituba e dos terminais Teporti, Poly, Tesc, Portonave e Itapoá, além das empresas, HNS Consultoria, MD Consultoria, CBES Engenharia, RC Consultoria, Direta Telecomunicações, Prosegur e Revista Inport, participaram de um seminário sobre Segurança Portuária. Elena Bernad, Álvaro Comyn e Maria Prado Fraile, todos ligados à área de Segurança Portuária, puderam, durante mais de seis horas falar sobre temas como as novas Soluções Tecnológicas da Prosegur – quando foi apresentado o equipamento Proteus, a estrutura geral e o funcionamento dos Portos Espanhóis e a gestão de segurança dos mesmos. Para Reinaldo Garcia Duarte, os conhecimentos adquiridos no Seminário em Madri serão de suma importância na melhoria de nossos procedimentos de segurança. “Observamos que na Espanha os armazéns alfandegados
(o equivalente no Brasil aos Recintos Especiais para Despacho Aduaneiro de Exportação - Redex) também estão contemplados nos Planos de Segurança das Instalações Portuárias, para os espanhóis os armazéns também precisam implementar medidas de segurança especiais por ser um participante indireto da interface porto/navio”, explica Reinaldo. Outro procedimento que chamou a atenção do Coordenador da Cesportos/SC foi a questão do Catálogo de Estrutura Crítica do Ministério do Interior onde além de constar as estruturas críticas de difícil reposição, também é destacado um responsável por cada uma dessas estruturas. Ángel Muro, Gerente de Projetos de Vigilância da Prosegur, em Madri – Espanha, revelou que o objetivo da empresa é disponibilizar aos clientes, serviços de segurança integrada com alto valor agregado. “Primamos pela segurança prestada por vigilantes patrimoniais especialmente selecionados e treinados. Acompanhados e apoiados pela tecnologia mais recente”, diz Muro. Já em relação à participação da comitiva no Seminário, Muro diz que houve um alinhamento absoluto com o interesse da Cesportos/ SC, “identificamos os processos e necessidades, e queremos colocar a Comissão como um parceiro estratégico, desenvolvendo soluções e treinamento de pessoal específico”, conclui Muro. •
A comitiva que representou Santa Catarina no evento na capital espanhola Economia&Negócios • Novembro 2013 • 29
PORTOS
DO BRASIL
BAÍA BOA
Porto Itapoá recebe dois navios de 300 metros numa mesma manhã
N
a manhã do dia 9 de outubro, dois grandes navios atracaram no Porto Itapoá: o Santa Catarina, do armador Hamburg Süd e da linha SAEC (Europa), de 299 metros de comprimento, e o navio MSC Athens, que faz a linha Bossa Nova/ New Spain (Oriente Médio e Índia), de 300 metros. Caracterizado como um terminal portuário apto a receber os maiores navios de contêineres em operação na costa brasileira, o Porto Itapoá tem um píer com 630 metros de comprimento, e está equipado com 4 portêineres Super-Post-Panamax. Além disso, a profundidade natural no píer é de 16 metros, uma das maiores da América do Sul.
Operação recorde no mês de outubro O Porto Itapoá fechou o mês de outubro batendo recordes de produtividade. Destaque para dois
números inéditos na operação do terminal: 55 navios e 31.619 contêineres (51 mil TEUs) foram movimentados no mês. As cargas da BMW movimentadas pelo Porto Itapoá, somadas ao grande volume de cargas refrigeradas, foram o grande expoente das movimentações do terminal durante o período. Somente no ano de 2013, o terminal já recebeu mais de 400 navios e movimentou cerca de 250 mil contêineres. A previsão é que até o final do ano sejam operados mais de 500 navios e o porto se aproxime da marca de 300 mil contêineres movimentados, o que significa ultrapassar a marca dos 450 mil TEUs. O número é extremamente alto para um terminal que iniciou suas operações há pouco mais de dois anos (junho de 2011). Atualmente, mais de 800 grandes empresas utilizam o Porto Itapoá como operador logístico, que já conta com 14 serviços para o mundo todo. •
Números de outubro/2013 Caracterizado como um terminal portuário apto a receber os maiores navios de contêineres em operação na costa brasileira, o Porto Itapoá tem um píer com 630 metros de comprimento
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55 navios operados 31.619 contêineres movimentados 16.340 transações no gate
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PORTOS
DO BRASIL
EM BRASÍLIA
Raimundo Colombo tratou de investimentos nos portos de São Francisco e Imbituba
O
governador Raimundo Colombo participou no dia 31 de outubro, em Brasília, de reunião com o ministro interino da Secretaria Especial dos Portos, Antonio Henrique Pinheiro Silveira, para tratar da gestão e de investimentos nos portos de São Francisco do Sul e de Imbituba, que hoje são administrados pelo Governo do Estado. “O desenvolvimento do setor portuário é uma questão estratégica. Dinamizando os portos catarinenses e aumentando ainda mais a movimentação, vamos fortalecer a economia e a competitividade do Estado”, afirmou Colombo. O futuro da gestão dos dois portos foi um dos pontos discutidos. Hoje, os dois estão sob responsabilidade do Governo do Estado, mas o convênio do Porto de São Francisco, no Norte do Estado, vence no final deste ano. E o do Imbituba, no Sul, no final de 2014. O governo federal já decidiu pela delegação permanente ao Estado do Porto de São Francisco do Sul. Mas ainda está realizando estudos para determinar o destino do Porto de Imbituba, que pode ser licitado para a iniciativa privada. O presidente da SC Parcerias, Paulo Cesar da Costa, lembrou que o Governo do Estado assumiu o Porto de Imbituba no final de dezembro de 2012 e que a estrutura deve fechar 2013 com uma movimentação de 2,6 milhões de toneladas, um aumento de cerca de 30% em relação ao ano anterior. O ministro Antonio Silveira elogiou o desempenho e disse que o governo federal tem total interesse em antecipar os passos para uma solução de longo prazo. “Vamos acelerar as conversas para chegar a um modelo que seja satisfatório e garanta condições para o porto seguir com esse bom desenvolvimento”, destacou o ministro.
Obras Ainda sobre o Porto de Imbituba, a comitiva catarinense destacou a importância da obra de dragagem do canal, aumentando 32 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
a profundidade dos atuais 11 metros para 15 metros, permitindo a operação de navios maiores. O investimento contará com R$ 40 milhões do governo federal e R$ 3 milhões do Governo do Estado. Após a reunião, a previsão é de que o anúncio oficial da obra ocorra ainda neste ano, em Santa Catarina, com a presença da presidente Dilma Rousseff. O governador Colombo destacou que o Governo do Estado também vai investir outros R$ 50 milhões nas obras de acesso ao porto. Já em São Francisco do Sul, o porto acaba de concluir as obras de um novo berço, que vai ampliar a capacidade de embarque e desembarque de mercadorias e facilitar as manobras dos navios acima de 300 metros de comprimento. A inauguração oficial da obra também ocorre neste ano. Hoje, o Porto de São Francisco é o sétimo do país em movimentação de carga, com cerca de 11 milhões de toneladas movimentadas em 2012. E o ritmo segue em crescimento neste ano. O porto comemora o crescimento de 17% na movimentação de carga no mês de setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 655.982 toneladas exportadas, principalmente de refrigeradores, milho e soja em grãos. No acumulado do ano, o crescimento é de 24%.•
PRAZER, URUGUAIOS
Porto de Itajaí é apresentado em encontro no Uruguay
O
superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior, participou em outubro, como palestrante, do 3º Encontro de Protagonistas Portuários, realizado em Punta Del Este, no Uruguai. O evento reuniu representantes das autoridades portuárias do Brasil, da Argentina e do Uruguai e de empresas do setor portuário dos três países. Ayres apresentou a Porto de Itajaí e os projetos de expansão, em painel que reuniu também representantes dos portos de Rio Grande e Santos. O Encontro de Protagonistas Portuários é organizado pela rede de meios TodoLogistica & Comercio Exterior.
APLOP Antonio Ayres também foi eleito vice-presidente da Associação dos Portos de Língua Oficial Portuguesa (APLOP), no VII Congresso da instituição. A presidência ficou com o Porto de Lobito, na Angola, ficando a presidência com Anapaz de Jesus Neto. O Porto de Itajaí passou a fazer parte da Associação em dezembro de 2011. Já a entidade foi criada em maio do mesmo ano, com o objetivo de aumentar as trocas comerciais e reforçar laços de cooperação entre os portos situados em países que falam o idioma português. •
PORTOS
DO BRASIL
GRÃO DOURADO
Portos paranaenses fecham outubro com alta de 16% nas exportações de soja
D
e janeiro a outubro, os Portos do Paraná movimentaram pouco mais de 39 milhões de toneladas de cargas. O volume é 3,7% maior que o movimentado, no período, em 2012. O maior aumento foi registrado nas operações de Carga Geral: 20%. No ano passado, foram 6,27 milhões de toneladas. Este ano, são 7,55 milhões, considerando exportações e importações. Entre os granéis sólidos, o aumento total registrado foi de 2%. De 27,1 milhões de toneladas movimentadas, de janeiro a outubro de 2012, passou para 27,6 milhões, este ano. O destaque nas exportações de granéis sólidos fica por conta da soja, que de janeiro a outubro alcançou as 7,65 milhões de toneladas movimentadas. Em 2012, no mesmo período, foram 6,6 milhões de toneladas, mostrando um aumento 16% no período. Nas importações, os destaques são as movimentações do trigo e dos fertilizantes. Em ambos, o aumento registrado foi de 9%. De trigo, de 141 mil toneladas importadas em 2012, passou para mais de 154 mil, este ano. De fertilizantes,
até outubro, os Portos do Paraná já importaram, em 2013, quase 7,9 milhões de toneladas. No período, no ano passado, foram pouco mais de 7,2 milhões de toneladas. •
Economia&Negócios • Novembro 2013 • 33
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Lloyd Images
COMEÇOU A FESTA
REGATA TRANSAT JACQUES VABRE
CHEGA A ITAJAÍ NA SUA 11ª EDIÇÃO
N
o dia 07 de novembro de 2013, uma quinta-feira, após mais de 10 dias de ampla programação festiva ao redor da bacia Paul Vatine, em Le Havre, na França, 44 veleiros soltaram suas amarras e partiram em direção à América, mais especificamente Itajaí, em Santa Catarina. Da França para o Brasil. Uma regata unindo o município à cidade francesa de Havre, o que consolida a retomada da atividade náutica em Itajaí, que no passado teve grande destaque. A largada, que deveria ter ocorrido no domingo anterior, dia 04, foi adiada por duas vezes devido ao mau tempo. Para que os barcos pudessem enfim largar, a direção da competição decidiu que os 26 veleiros da Classe40 deveriam parar no porto de Bloscon (Roscoff, França) após o tiro de
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largada. Assim, eles contornaram a costa noroeste francesa e, em seguida, fizeram uma pausa na Baía de Biscay, até que as condições do tempo se tornaram favoráveis. As classes de porte maior mantiveram o sinal verde para prosseguir viagem. A determinação tomou como base a previsão meteorológica. Os MOD70, como era de se esperar, foram os mais rápidos do grupo, tendo percorrido em 24 horas mais de 130 quilômetros. O último da fila nesse intervalo era o Classe 40 EcoElec, que encontrou problemas para escapar da ilha Guernsey. Cerca de 24 horas depois da largada, segundo a organização, todos os barcos da Classe 40 pararam no porto
Pierrick Contin
de Roscoff, até que a tempestade seguisse seu curso até o norte da Europa, o que levou dois dias. “O início da regata foi bastante molhado e com pouco vento. Esperava mais. Mesmo assim a primeira noite não foi tranquila. Nada de relaxar. A parte mais difícil ainda está por vir”, explicou Fabien Delahaye do GDF SUEZ, o primeiro a aportar em Roscoff para o pit stop de segurança contra a tempestade. “Os outros barcos que seguem viagem devem sofrer bastante com a condição atual”, disse, antes de confirmar as previsões. Os veleiros das classes Multi50, IMOCA e MOD70 não fizeram a parada, pois têm estrutura e velocidade suficiente para escapar do mau tempo que provavelmente atingirá os velejadores no trajeto. A previsão é de que os primeiros veleiros cheguem em Itajaí depois do dia 20 de novembro.
O que é a Jacques Vabre? Realizada a cada dois anos, a Regata Transat Jacques Vabre festeja sua 11ª edição em 2013 sabendo manter seu objetivo e sendo fiel aos princípios que tinha quando foi criada: porto de partida único; ter como destino um país produtor de café; Manter o princípio da regata em duplas, uma vez que uma corrida com apenas dois competidores por embarcação representa duas vezes mais competência para levar o barco a 100% de sua capacidade. O trajeto é feito em tiro único, saindo sempre de Le Havre – primeira e principal cidade importadora de café na França -, em direção a algum ponto produtor de café na América. O ponto de chegada é alterado ao longo dos anos, passando por cidades como Cartagena, na Colômbia, Salvador, no Brasil e Puerto Limon, na Costa Rica.
Onde O local de realização da regata é o Centro Comercial Portuário (Vila da Regata), onde ocorreu a etapa brasileira da Volvo Ocean Race em 2012, o Centreventos Itajaí e também parte da área do Saco da Fazenda, local que abrigará o Complexo Náutico e Ambiental de Itajaí, a popular Marina do Saco da Fazenda. 38 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
Jean-marie liot
Barcos caros e velozes
IMOCA
Jean-marie liot
CLASSE MULTI50
CLASSE40
A Jacques Vabre é a prova mais veloz de travessia à vela do mundo, sempre a atravessar o Oceano Atlântico. Para isso é preciso o que de melhor e mais moderno exista no mundo náutico. Os barcos que disputam a Regata Transatlântica Jacques Vabre são de última geração tecnológica, implicam em grandes investimentos (alguns podem custar aproximadamente U$ 3 milhões), e são de alta performance, pois atingem velocidade superior a 30 nós ou 55,56 km/h (a maioria das lanchas tem velocidade média de 25 nós ou 37,04 km/h). As classes dos veleiros da Jacques Vabre A IMOCA (International Monohull Open Class Association): 18m de comprimento, foi criada em 1991 para amadores de volta ao mundo, desejosos de estabelecer regras para os monocascos inscritos na corrida “Vendée Globe”. Com o passar dos anos, esses veleiros de 60 pés se tornaram máquinas rápidas e sofisticadas. CLASSE MULTI50: 15m de comprimento, 15m de largura. A aposta inicial era criar uma categoria de multicascos próxima dos trimarãs da grande época dos 60 pés, num preço razoável. Mas também, agrupar numa mesma categoria multicascos, atendendo às mesmas medidas de jauge, sejam eles catamarãs ou trimarãs. CLASS40: Uma categoria “pro-am”, monocasco de 12m de comprimento e 4m de largura. Os competidores dessa classe vêm de todos os horizontes e de todas as nacionalidades. Essa mistura de diferentes culturas faz o charme da classe, na qual a briga pode ser por alguns segundos, mas com a preservação da cordialidade entre os membros. Para eles, a Transat Jacques Vabre leva uma semana a mais, mas o prazer de estar no mar é maior. MOD70: Com 21m de comprimento e 17m de largura, esse tipo de embarcação tornar-se-á a referência em termo de multicasco oceânico. Ele atende a novas exigências de modernidade e de desempenho, como também confiabilidade, segurança e longevidade.
Lloyd Images
MOD70
Economia&Negócios • Novembro 2013 • 39
Marejada:
P
ara aproveitar a passagem da regata internacional pela cidade, Itajaí preparou uma nova edição da Marejada para turistas e moradores. Este ano, a tradicional festa da culinária e dos costumes portugueses é mais do que nunca um evento internacional. Com a determinação de tornar a cidade um polo náutico de excelência, em nível internacional, Itajaí vem ao encontro de sua vocação original e volta seus olhos para o Rio Itajaí e para o Oceano Atlântico. Assim, o Município apresenta em 2013 uma repaginação da sua tradicional festa Marejada que passa a ser denominada “Aventura Pelos Mares do Mundo”.
40 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
Valendo-se de uma apurada técnica cenográfica, essa aventura remete todos os participantes a uma viagem ao redor do mundo sem que seja necessário sair de Itajaí. A Festa tem um novo formato, nome e data, além de um espaço físico com ambiente diferenciado. Ou seja, o formato anterior deixa de existir para dar lugar a um novo tipo de evento que proporciona novas atrações, mais qualidade e conforto. Em 2013 o tema escolhido foi “Do Atlântico ao Mediterrâneo” que leva o visitante a percorrer o Brasil, França, Portugal, Espanha e Itália. São cinco atrações principais:
A Aventura Pelos Mares dia 16 do Mundo começou no , com de novembro, um sábado dia 1° a abertura da festa. Até o
go, o de dezembro, um domin de nto po Centreventos será o enA . encontro de toda a região trada é gratuita. •
Este é o novo layout da Vila da Regata, que concentra os eventos programados. Economia&Negócios • Novembro 2013 • 41
TECNOLOGIA
E INOVAÇÃO Incubadora Tecnológica Empresarial da Univali ajuda você a montar o próprio negócio
A
os fundos do campus da Univali, em Itajaí, numa sala do quarto andar de um dos prédios da Saúde, pessoas com espírito empreendedor encontram um suporte que muitas vezes lhes é negado pela voracidade do mercado: ali, entre professores e colegas, os jovens empreendedores podem errar. Errar antes para acertar depois. Esse é o objetivo primordial da Incubadora Tecnológica Empresarial da Univali, que apoia o empreendedorismo de acadêmicos, egressos e, a partir de 2014, da comunidade em geral no desenvolvimento de novas empreLeonardo Thomé
sas, produtos e serviços, sempre com foco em inovação e geralmente adornados com requintes de tecnologia. Coordenada pelo professor Ricardo Boeing da Silveira, a Incubadora tem uma definição comum para todas as universidades, centros e núcleos que desenvolvem a prática, visando sempre ajudar as empresas em seu estágio inicial, muitas vezes o mais difícil. “É como se fosse uma incubadora de recém-nascido, o qual a criança precisa de mais cuidados e tal, porque não está preparada. A mesma coisa é a Incubadora de Empresas, a gente oferece um cuidado extra para as empresas que estão começando, que precisam de algum cuidado, alguma consultoria ou assessoria no início de sua vida”, explica Boeing. O professor ressalta que é notório, tanto em rápida análise no mercado como em estatísticas pelo Brasil afora, o fato de que dados e números comprovam que a maior taxa de mortalidade das empresas ocorre nos dois primeiros anos de vida. A Incubadora também serve para precaver essa realidade, pois basta uma rápida caminhada pelo centro de cidades como Itajaí e Balneário Camboriú para perceber que muitas empresas fundadas em 2011, 2012, simplesmente fecharam as portas. “Prestamos toda a assessoria para que as empresas consigam passar por esse momento mais turbulento de sua vida, os primeiros dois anos”, pontua.
O clima na Incubadora Tecnológica da Univali, coordenada por Ricardo Boeing, é de intensa troca de ideias entre futuros empreendedores e professores 42 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
TECNOLOGIA
E INOVAÇÃO Nicolle Lira
A Minha Casa Mais Bonita é uma das 14 empresas que atualmente estão em processo de incubação, no Núcleo de Inovação Tecnológica da Univali (Uniinova). A empresa dispõe de um espaço, dentro da universidade, com mobília, computador, telefone, acesso a internet, e sala de reuniões. “Além de nos poupar despesas, temos o acompanhamento de um tutor, assessoria jurídica, contábil e empresarial, durante a incubação. Esse suporte faz toda diferença para as empresas atravessarem o primeiro ano”, enfatiza Carlos Eduardo Medeiros, 31 anos, um dos sócios da Minha Casa Mais Bonita.
Minha Casa Mais Bonita entrou no mercado há um ano comercializando peças utilitárias para casa, com design e estilo arrojados, de marcas como Coca-cola e Tramontina
Nicolle Lira
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E INOVAÇÃO Nicolle Lira
Requisitos para ser um incubado Até o último edital realizado pela Incubadora, que se encerrou em junho deste ano, o principal requisito para interessados a ingressar no programa era ser aluno ou ex-aluno da instituição. No entanto, a partir de 2014, Boeing avisa, essa regra será derrubada, pois muitos talentos podem ser desperdiçados com esse pequeno entrave. “A gente sabe que várias pessoas não estudaram na Univali, mas podem ser inovadoras, e a gente quer apoiar essas ideias também”, revela, para dizer que para ser um incubado não é necessário o postulante ter curso superior. “Apesar de ser da Academia, a gente vê que grandes empresários mundiais não terminaram a faculdade, como o próprio exemplo do Bill Gates 44 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
e do Steve Jobs”, completa. Sem a obrigatoriedade de ter passado pelos bancos acadêmicos, o principal requisito é ser inovador, mesmo com um produto ou serviço que já exista, a inovação é a alma do negócio. Existem alguns cursos que se destacam por serem mais inovadores, como é o exemplo das engenharias, da computação e da oceanografia. Boeing acredita que isso se dê pela motivação que esses alunos acabam adquirindo no decorrer dos respectivos cursos, notadamente mais complicados que muitos. “A inovação se verifica quando os jovens incluem uma nova variável no empreendimento, começam a dar ofertas diferentes a determinado produto, propõe a implementação de alguma característica ainda não disponí-
A Brastax, empresa incubada no Núcleo de Inovação Tecnológica da Universidade do Vale do Itajaí, conquistou o 1º lugar no Prêmio Iberoamericano a la Innovación y el Emprendimiento 2013
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E INOVAÇÃO
A entrega do prêmio para a Brastax foi no dia 17 de outubro, no Panamá, durante a 23ª Cúpula Iberoamericana de Chefes de Estado e Governo
vel no mercado, enfim, quando criam alguma coisa nova ou diferenciada”, explica o professor. A Incubadora Tecnológica Empresarial tem capacidade para atender até oito empresas em tempo integral. Já compartilhando o tempo, a Incubadora pode triplicar a capacidade de atendimento. “Se cada empresa, se cada empreendimento puder vir num período, a gente pode chegar a 24 empreendimentos incubados, bem mais do que os 14 que temos atualmente”, afirma Boeing, antes de lembrar que a partir de 2014 a Incubadora pretende contar com mais de 20 empresas incubadas. E a reação do mercado a essas iniciativas empreendedoras surgidas na Univali? Boeing avalia que é positiva, uma vez que órgãos de fomento a inovação, como o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), a Fiep (Federação das Indústrias do Paraná) e o Sebrae, estão dando mais oportunidades para as incubadoras que existem, aumentando a capacidade de assessoria, consultoria e níveis de estrutura. “A gente vê que esses órgãos têm recursos para irmos buscar, assim como vemos que empresas e o mercado estão valorizando essas iniciativas inovadoras”, observa Boeing.
Passo a passo
A Brastax, que em 2012 venceu o Prêmio Santander Universidades, na categoria Biotecnologia e Saúde, desenvolve tecnologias sustentáveis de saneamento
Para ter a chance de ingressar na Incubadora Tecnológica Empresarial da Univali, é necessário seguir alguns passos, segundo Boeing. O edital, geralmente, é lançado em maio. Depois de feito o anúncio, os interessados têm um mês para fazer a descrição das propostas, o que pretendem do projeto e qual o fator inovador da ideia. “Após a entrega das propostas, fazemos uma avaliação delas seguida de triagem, na qual ficam as melhores. Então, chamamos essas propostas para uma oficina, que a gente chama de ‘Curso de Modelagem de Negócios’. Esse curso aconteceu pela primeira vez em 2013, mas queremos dar continuidade. Ele acontece em julho, dura três semanas durante o período vespertino e, nesse período, além do tino para negócios, a gente consegue perceber mais características empreendedoras de alunos, como a pontualidade, a motivação, a responsabilidade... Depois disso, os chamamos para uma banca, de onde saíra a nota de cada um”, relata, acrescentando que a nota é uma média de três etapas: a proposta,
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a participação no curso e a banca. Depois disso, entre o final de julho e o início de agosto, os de melhor nota na soma dos quesitos viram incubados.
Produtos do site Minha Casa Mais Bonita estão no The Voice Brasil O site Minha Casa Mais Bonita está em horário nobre na TV Globo. Dois produtos da empresa compõem o cenário da segunda temporada do The Voice Brasil, programa de música que agora é exibido após a novela Amor à Vida, nas quintas-feiras. Escolhidos pela própria emissora, o kit almofadas Boombox e a mesa de centro X Disco já apareceram na sala de espera do programa, local onde os participantes ficam antes de se apresentar. No ar desde o dia 12 de dezembro de 2012 e com mais de 9 mil curtidas em sua página no Facebook, o site oferece mais de 300 produtos com diferentes temáticas e design cria-
ra
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Natália e Carlos, ex-colegas na academia, hoje sócios de uma promissora startup, com nome dos mais apropriados para quem ama o lar, Minha Casa Mais Bonita
Nicolle Li
A mesa de centro X Disco aparece na sala de espera do programa The Voice Brasil, local onde os participantes ficam antes de se apresentar
Escolhidos pela própria Rede Globo, produtos como o kit almofadas Boombox, do Minha Casa Mais Bonita, alçam a empresa incubada na Univali a voos em rede nacional
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E INOVAÇÃO Da necessidade, surgiu a oportunidade de negócio e a missão do site: ajudar as pessoas a deixar a casa mais bonita, com produtos de qualidade, design moderno e preço acessível.
tivo. Nas peças escolhidas para o The Voice Brasil, a referência que aparece na estampa e na forma dos produtos é a música. “Nossos produtos que foram escolhidos pela TV Globo combinam muito com o programa não só pelo fato de terem a música como inspiração, mas também porque têm qualidade e estilo”, diz Carlos Medeiros, sócio da Minha Casa Mais Bonita, junto com Natalia Schossland, 27 anos. O site – www.minhacasamaisbonita. com.br também oferece armários baixos e horizontais, panos de prato, acessórios para a casa e moringas, além de produtos das conceituadas marcas Coca-Cola e Tramontina. Localizada em Balneário Camboriú, a Minha Casa Mais Bonita atende a demandas
em todo o Brasil. Os sócios Carlos Medeiros e Natalia Schossland resolveram apostar no projeto quando perceberam que o valor para decorar uma casa com produtos diferenciados era muito alto. Eles também trabalharam durante dois anos no site de compras coletivas Peixe Urbano, onde adquiriram experiência no segmento online. Da necessidade, surgiu a oportunidade de negócio e a missão do site: ajudar as pessoas a deixar a casa mais bonita, com produtos de qualidade, design moderno e preço acessível. E você, leitor, tem uma ideia bacana que possa ser inovadora em algum segmento? Se tiver, não perca tempo e comece logo a amadurecer esse projeto, para quem sabe em breve estar incubado na Univali. •
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PROBLEMA ANTIGO ICMS DO AGRONEGÓCIO: SANTA CATARINA MANTÉM POSIÇÃO
CONTRÁRIA À PROPOSTA DE CONVÊNIO DO CONFAZ
A
Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina manifestou novamente, no fim de outubro, na reunião virtual do Confaz – Conselho Nacional de Política Fazendária, posição contrária à proposta de convênio 93/2013 apresentada aos Estados para convalidação de benefícios fiscais e alteração de alíquotas de ICMS. A contrariedade do Estado catarinense já havia sido manifestada em Brasília no último dia 17 de outubro, durante reunião presencial do Confaz, com os secretários de Fazenda
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dos 27 Estados. Segundo o secretário de Fazenda de Santa Catarina, Antonio Gavazzoni, o principal motivo foi a mudança de alíquota para o setor agropecuário, do qual dependem quase um milhão de pessoas em Santa Catarina. “Nosso Estado tem cerca de um milhão de pessoas dependentes da produção agropecuária, mas não é autossuficiente em insumos e precisa comprar de fora, em grande parte do Centro Oeste. Hoje, o setor agropecuário de Santa Cata-
O ICMS do Agronegócio está na pauta de preocupações das lideranças catarinenses há um bom tempo
rina compra os insumos com alíquota de 12% e vende sua produção (frangos, por exemplo) também com 12%. Pela proposta do Confaz, o estado passaria a comprar com 7% e vender somente com 4%”, explica. Segundo Gavazzoni, o maior risco é que as grandes indústrias desloquem suas unidades do Estado catarinense para locais produtores de insumos. “O que defendemos, com aval do governador Raimundo Colombo, é que a alíquota seja de 4% ou 7% para todos os Estados, como constava na proposta original da reforma do ICMS”, diz. De acordo com Gavazzoni, outro agravante é que, pelo convênio proposto, as operações se tornam ainda mais complexas: “Se aprovado o texto, passaríamos a trabalhar com oito alíquotas, que variam conforme origem, destinatá-
rio e tipo de produto. Desse jeito não se faz unificação nem se acaba com a guerra fiscal. A convalidação nos interessa, mas não a qualquer custo”, completou.
Projeto de Lei em debate no Senado Paralelamente à proposta do Confaz, Santa Catarina avalia o Projeto de Lei Complementar nº106, de autoria do senador Paulo Bauer, que trata exclusivamente da compensação de perdas de alguns estados pela redução das alíquotas interestaduais de ICMS. “Em termos gerais, o Projeto de Lei é melhor que a proposta do Confaz, já que as alíquotas deverão ser estabelecidas em 4% para todas as operações interestaduais, independente da origem, do destino ou da mercadoria, mesmo que gradualmente.
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PROBLEMA ANTIGO
Nesse aspecto, o PL tem o apoio de Santa Catarina, mas ainda assim, com todas as possíveis interferências de outros estados, a única certeza que temos é que nosso estado sairá perdendo”, pondera Gavazzoni. O Projeto de Lei está pronto para ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos – CAE, do Senado Federal. Se virar lei, o projeto está condicionado à aprovação do convênio do Confaz que convalida os benefícios sem autorização.
Quais são as alíquotas propostas pelo convênio do Confaz:
A contrariedade do Estado catarinense já havia sido manifestada em Brasília no último dia 17, durante reunião presencial do Confaz, com os secretários de Fazenda dos 27 Estados
A proposta colocada em votação trata, em síntese, da convalidação ampla e geral dos benefícios fiscais concedidos sem autorização do Confaz, condicionada à redução das alíquotas interestaduais para: 4% nas saídas do Sul e Sudeste para Norte, Nordeste e Centro-Oeste e para o Sul e Sudeste; Saídas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste para o Sul e Sudeste: 7% no caso de produtos agropecuários e produtos industrializados naquelas regiões; 4% para os demais produtos (simples comercialização);
nifestada em Brasília no último dia 17, durante reunião presencial do Confaz, com os secretários de Fazenda dos 27 Estados brasileiros
Exceções: 10% nas saídas da zona franca de Manaus; 10% nas saídas do Norte, Nordeste e 7% para produtos de informática da zona franca de
Centro-Oeste para o Sul e Sudeste e nas saídas
Manaus;
do Sul e Sudeste para o próprio Sul e Sudeste;
4% nas saídas da zona franca de Manaus para as
4% nas saídas do Sul e Sudeste para o Norte,
Áreas de Livre Comércio;
Nordeste e Centro-Oeste.
Gás natural, nacional ou importado: 50 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
Nelson Robledo
Para cima
Itajaí está entre as cidades que mais crescem economicamente em Santa Catarina
U
ma pesquisa feita pelo Ibope Inteligência, com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comprovou aquilo que dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Sedeer) já apontavam: Itajaí é uma das cinco cidades catarinenses que mais se desenvolveu nos últimos anos. A análise, divulgada pela revista Você S/A na edição do dia 07 de novembro, traz dados obtidos entre os anos de 2004 a 2010, mas números mais atualizados da Sedeer confirmam que Itajaí vem crescendo rapidamente nos últimos anos. “Itajaí está bem localizada geograficamente, em uma região que obtêm 80% do PIB brasileiro”, explica o Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, Onézio Gonçalves Filho. Itajaí possui atualmente um total de 18.950 empresas abertas, sendo que em 2012, 2.680 novas empresas se instalaram na cidade, um aumento em mais de 73% em relação a 2009. A cidade está entre os cinco maiores municípios em arrecadação em Santa Catarina do Produto Interno Bruto (PIB). Só perde para Joinville, com R$ 15 bilhões arrecadados em 2010. Mas isso tende a mudar, de acordo com Onézio. “Com as instalações de novas empresas, especialmente em relação ao Pré-Sal, Itajaí possivelmente
ultrapassará Joinville no PIB.”, completa. Atualmente, Itajaí está entre as 100 cidades brasileiras que oferecem maiores oportunidades de emprego e renda. No Sul do Brasil, é a primeira colocada entre as cidades de porte médio, ficando atrás apenas das três capitais: Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis. Segundo a pesquisa noticiada pela Revista, Itajaí está entre as sete cidades médias que mais crescem na Região Sul. Em Santa Catarina, além de Itajaí, destacam-se Balneário Camboriú, Palhoça, São José e Joinville. Ainda segundo os dados do Ibope Inteligência, Itajaí está entre as 48 cidades que no intervalo de seis anos tiveram crescimento econômico médio de 153%, sendo que no mesmo período, o PIB brasileiro cresceu 94%. A força da economia de Itajaí gira em torno do maior Complexo Portuário de Santa Catarina. As instalações de novos estaleiros, o incentivo no setor náutico e ser a única parada da América do Sul da 11ª Edição da Volvo Ocean Race (2011) foram alguns dos fatores que ajudaram no crescimento de Itajaí. O excelente desenvolvimento econômico da cidade reflete na melhoria de qualidade de vida da população. “O objetivo é incentivar cada vez mais a economia para que Itajaí continue com esses excelentes índices”, finalizou Onézio. •
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Durante o ato de assinatura dos convênios, o governador anunciou que as obras para duplicação da rodovia Antonio Heil, SC-486, trecho entre Brusque e Itajaí, devem iniciar em breve
OBRAS E INVESTIMENTOS
Governador Raimundo Colombo anuncia R$ 31,6 milhões para a região de Itajaí
O
governador Raimundo Colombo esteve Itajaí, no dia 05 de novembro, para anunciar investimentos no valor de R$ 31,6 milhões para as nove cidades da região. Foram confirmados R$ 28,6 milhões em recursos do Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam) para as prefeituras. Ainda foram autorizados convênios de R$ 3 milhões, com verbas principalmente do Fundo Social. “Queremos apoiar as ações dos municípios, com grandes parcerias, para que possamos fazer mais e melhor. Isso vai gerar emprego, renda e desenvolvimento do Estado, além de melhorar a vida dos catarinenses”, disse Colombo. Durante o ato de assinatura dos convênios, o governador anunciou que as obras para duplicação da rodovia Antonio Heil, SC-486, trecho entre Brusque e Itajaí, devem iniciar 52 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
em breve. Os trabalhos abrangem 20,9 quilômetros. A obra está orçada em R$ 148,7 milhões. O edital de licitação já foi autorizado. Os recursos do Fundam, anunciados na visita de Colombo a Itajaí, fazem parte do Pacto por SC e são provenientes de financiamentos obtidos pelo Estado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O repasse será feito de forma não-reembolsável e sem a necessidade de contrapartida dos municípios (veja abaixo os valores para cada município).
Convênios assinados com os municípios Entre os convênios assinados, que beneficiarão todos
os municípios, está a produção de boletins estatísticos anuais da pesca industrial na região de Itajaí referente aos anos 2011/2012 (Sindicato dos Armadores e Indústrias de Pesca de Itajaí e Região) no valor de R$ 400 mil, através da Secretaria da Agricultura e Pesca. Também há o plano intermunicipal de resíduos sólidos das cidades da região da Foz do Rio Itajaí (Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí), com investimentos de R$ 1,1 milhão, provenientes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Sustentável.
Bombinhas Para o município de Bombinhas, foram assina-
dos convênios para construção de mirante (R$ 200 mil); pavimentação da Rua Peixe Donzela (R$ 200 mil); e reforma da Secretaria Municipal de Pesca e do galpão dos pescadores (R$ 60 mil).
Colombo avalia ações do Pacto por SC e libera recursos
Itajaí Os convênios assinados com o município de Itajaí vão permitir a qualificação do atendimento e continuidade das atividades do asilo Dom Bosco (R$ 70 mil); aquisição de automóvel para a Associação Pró Menor Lar Padre Jacó (R$ 35 mil); projeto Agente da Paz do instituto Estrela de Isabel (R$ 40 mil); e a construção da Sede da Associação Bom Pastor (R$ 120 mil).
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OBRAS E INVESTIMENTOS
Balneário Piçarras Outros convênios assinados vão garantir, em Balneário Piçarras, melhorias na sede social da Associação dos Aposentados e Pensionistas (R$ 40 mil); nas instalações da Associação Caminhar Juntos (R$ 20 mil); aquisição de veículo e equipamentos para o Conselho Tutelar (R$ 50 mil); material permanente para a Associação Assistencial Perpétuo Socorro (R$ 20 mil).
Navegantes Para Navegantes, foram assinados convênios para a aquisição de equipamentos e fardamento para a Associação Bombeiros Voluntários (R$ 50 mil); e reforma na paróquia da Nossa Senhora dos Navegantes (R$ 196 mil);
Camboriú Em Camboriú, os recursos serão aplicados na aquisição de materiais e contratação de mão de obra para construção do muro da Associação Lar Maternal Bom Pastor (R$ 20 mil); e na implantação de telefonia e internet rural (R$ 100mil da Secretaria da Agricultura).
permanente para a Associação de Pais e Amigos do Autista (R$ 20mil).
Porto Belo Os convênios assinados com Porto Belo vão permitir a aquisição de um ônibus adaptado para a Apae (R$ 150 mil); e projetos sociais da colônia de pescadores Z-8 (R$ 6 mil).
Penha Para Penha, foi assinado convênio para o término das obras de ampliação da Apae (R$ 120 mil).
:: Fundam :: Balneário Camboriú R$ 3,2 milhões :: Balneário Piçarras
R$ 2,4 milhões
:: Bombinhas
R$ 3,9 milhões
:: Camboriú
R$ 3,4 milhões
Balneário Camboriú
:: Itajaí
R$ 3,7 milhões
O município de Balneário Camboriú vai adquirir material
:: Itapema
R$ 2,6 milhões
:: Navegantes
R$ 4,7 milhões
:: Penha
R$ 2,6 milhões
:: Porto Belo
R$ 2,1 milhões
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A cabotagem exige maior planejamento e tem um processo próprio de trabalho
BR DO MAR Navegação de cabotagem é a nova aposta da Arxo para conter gastos
O
planejamento para reduzir a dependência do transporte rodoviário nas longas distâncias dentro do Brasil é totalmente viável e trará benefícios na redução de custos de transporte, faltas e avarias dos produtos. Também como efeito positivo, há redução das emissões de poluentes, a melhoria do trânsito e a redução de mortes nas
Com a utilização do modal naval, a carga é transferida da Arxo de Balneário Piçarras até o Porto de Navegantes, no Complexo Portuário do Itajaí, onde é colocada em um navio para Suape 56 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
estradas. Por essas e outras que, cada vez mais, empresas adotam a navegação de cabotagem para reduzir gastos com transporte. Um exemplo disso é a Arxo - empresa do ramo metal-mecânico com matriz em Balneário Piçarras, no Litoral Norte de Santa Catarina. A companhia, que nasceu em Itajaí, está migrando seu
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A Arxo, que nasceu em Itajaí, está migrando seu frete de matéria-prima do modal rodoviário para o sistema de cabotagem
frete de matéria-prima do modal rodoviário para o sistema de cabotagem. O objetivo da ação é reduzir gastos com transportes, minimizar riscos de sinistros - causados em grande parte pelas condições precárias das rodovias - e contribuir para a preservação do meio ambiente. Em média, com o processo de transferência de carga entre as unidades da empresa por navios, a redução de gastos com transportes oscila entre 30% e 50%. Em setembro, a Arxo transferiu 460 toneladas de cargas, número considerado alto, já que a média mensal varia entre 350 toneladas e 450 toneladas. O diretor comercial e de marketing da Arxo, Cidemar Dalla Zen, explica que o processo de transferência de carga do modal rodoviário para o naval começou em 2011, com dois serviços por mês. Hoje, o número de embarques varia de três a cinco contêineres/mês, sendo que cada um carrega em média 28 toneladas de chapa de aço. “Falando em conceito logístico, trata-se de uma transição multimodal, que mistura transporte marítimo e rodoviário, coerente para grande distância e volume de produto”, destaca Cidemar. Com a utilização do modal naval, a carga é transferida da matriz de Balneário Piçarras até o Porto de Navegantes, no Complexo Portuário do Itajaí, onde é colocada em um navio para Suape (PE). De Suape, é transportada pelo modal rodoviário até a filial da Arxo de Cabo de Santo Agostinho, e futuramente também para Vitória de Santo Antão, local que está sendo construída a nova unidade fabril da empresa em Pernambuco. Hoje, 30% da transferência de carga da empresa é marítima, mas a tendência é de que este número aumente. A meta Arxo é superar os 50% com a transferência de carga em, no máximo, seis meses. “O processo demanda um pouco mais de planejamento por conta do tempo de viagem ser um pouco mais demorado se comparado com o rodoviário, mas ao final compensa a redução de impactos financeiros 58 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
e ambientais”, acrescenta Cidemar. O tempo de transporte pelo modal rodoviário é de uma semana, enquanto que na cabotagem gira entre 10 e 15 dias.
Estudo comprova Especialista em logística e diretora da Pratica One, empresa de logística sediada em Curitiba, Clara Rejane Scholles afirma que existem variações de tempos de trânsito na comparação dos modais, entre o ponto de origem e destino, que são compensadas pela redução do custo do transporte e plenamente equacionáveis com um pouco de planejamento, entretanto, a necessidade de informação e promoção do modal da cabotagem também é uma realidade. Esta constatação pode ser comprovada em recente estudo realizado pela especialista para a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e, provavelmente, aplicável a outros mercados. “A cabotagem exige maior planejamento e tem um processo próprio de trabalho. É um processo tranquilo de realizar, no entanto, requer a adaptação do embarcador, um olhar para a intermodalidade, ou seja, o uso de mais que um modal de transporte, tanto para o transporte intermodal executado pelo transportador marítimo, na modalidade porta, quanto pelo próprio embarcador, usando o seu prestador de transporte parceiro”, aponta. O estudo para a Fiesc demonstrou ainda que, para 56% das indústrias catarinenses pesquisadas, há metas específicas de redução de emissões de poluentes e que as condições de preço e prazos de entrega competitivos, a redução da burocracia e melhora da infraestrutura portuária são fatores críticos para maior uso do modal da cabotagem. “Cada mercado tem as suas próprias demandas e precisamos agregar mais conhecimento sobre os anseios da indústria catarinense e também paranaense”, conclui Clara Rejane. •
Coluna Mercado Será?
Fecomércio SC estima crescimento menor nas vendas de Natal
A
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio SC) estima crescimento de 3% das vendas de Natal deste ano na comparação com o ano passado. O crescimento é considerado pequeno, já que em anos anteriores a expansão foi maior – segundo pesquisas da Fecomércio SC em 2012 a expansão foi de 4,35% e em 2011 de 3,89%. As vendas continuarão crescendo, porém em ritmo inferior ao de outros anos. A expectativa da Federação é realizada com base em alguns aspectos da economia catarinense como o crescimento da renda das famílias, que aponta, entre setembro de 2012 até o mesmo mês deste ano, a renda média das famílias brasileiras cresceu, em termos reais, 2,2%. As famílias têm mais renda disponível para consumir neste Natal do que no anterior. No primeiro semestre o cenário era diferente. Com a inflação elevada, que girava em torno do teto da meta do Banco Central (6,5%) – nos itens de alimentação, que são extremamente representativos no consumo das famílias, a inflação chegou próxima dos 15% –, o poder de compra dos consumidores ficou comprometido e prejudicou as vendas, fazendo com que o crescimento deste ano provavelmente seja inferior ao do Natal anterior. Aceleração de novos empregos A expansão do emprego também agrega a expectativa da Fecomércio SC. Os últimos meses foram de aceleração na contratação de novos empregados, diferentemente do primeiro semestre. Segundo dados do Ministério do Trabalho, de janeiro a setembro deste ano as empresas de Santa Catarina geraram 81.424 novas vagas formais de empregos,
número quase 20% maior do que o do mesmo período do ano anterior. Para a Federação, o resultado é expressivo, mas em grande medida representa a formalização de vagas que estavam no mercado informal do que criação efetiva de novas vagas. Mesmo assim, estas novas vagas significam mais renda direcionada para as compras de final de ano. Já o pagamento do 13º salário deve injetar um montante de quase R$ 6 bilhões na economia de Santa Catarina. Deste valor, descontado aquilo que vai para pagamento de dividas e poupança, em torno de R$ 4,2 bilhões serão encaminhados para as vendas de Natal, crescimento de 13% em comparação com o montante do ano anterior. Conforme o índice de Intenção de Consumo das famílias, o crescimento menor das vendas de Natal deste ano é o ICF, que apresentou queda de 0,8% na comparação de outubro deste ano com o mesmo mês de 2012. Portanto, as famílias estão menos predispostas a consumir neste final de ano do que no anterior. No quesito endividamento das famílias, os primeiros meses de 2013 foram de menos consumo e mais pagamento de contas. Os catarinenses notaram que com a inflação elevada e a menor renda o momento era de cautela. O percentual de famílias endividadas apontado pela PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores) caiu de 87,6% em outubro do ano passado para 85,7% no mesmo período deste ano. Para a Federação, a relativa estabilidade do endividamento garante crescimento das vendas a prazo, porém de maneira bastante tímida, o que contribui para o provável resultado menos expressivo deste ano. •
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Coluna Mercado Made in SC Jaqueline Noceti
O Japão consome 90% de carne de frango brasileira e aproximadamente 50% do produto é de Santa Catarina
Embaixador do Japão visita Santa Catarina e reforça comércio da carne suína
O
governador Raimundo Colombo e o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, receberam no dia 05 de novembro, a visita do embaixador do Japão, Akira Miwa, e do cônsul-geral do Japão para a região Sul do Brasil, Yoshio Uchiyama, com o objetivo de estreitar as relações comerciais entre os dois mercados, principalmente na exportação da carne suína catarinense. A entrada do produto foi autorizada pelo governo japonês em maio deste ano. “Foi muito importante essa negociação e nos ajudou muito. A presença do mercado japonês em Santa Catarina criou uma estabilidade com os outros mercados e os produtores trabalham com mais perspectiva”, enfatizou Colombo. A primeira carga, com 21 toneladas de carne suína innatura, saiu do Porto de Navegantes em julho de 2013 chegando ao destino em agosto. Os japoneses só importavam carne suína quando todo o país de origem possuísse o status de área livre de aftosa sem vacinação. Após negociações e missões para aquele país, foi aberta uma exceção para Santa Catarina pela qualidade do trabalho sanitário. “No primeiro momento vamos exportar em um pequeno volume, mas a tendência
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é aumentar sensivelmente a comercialização”, destacou João Rodrigues. Santa Catarina é o maior produtor nacional de carne suína, respondendo por um quarto do total produzido no país. Da média de 800 mil toneladas produzidas por ano no Estado, o mercado internacional consome cerca de 200 mil toneladas. O Japão é o maior importador de carne suína do mundo, comprando o equivalente a 1,2 milhão de toneladas por ano. A expectativa do governo do Estado é de que, em uma primeira etapa, Santa Catarina responda por 10% desse mercado, ou seja, cerca de 120 mil toneladas. O montante representaria um ganho da ordem de 60% nos embarques de carne suína catarinense para o exterior. O secretário explicou ainda que o Japão consome 90% de carne de frango brasileira e que aproximadamente 50% do produto é de Santa Catarina, ou seja, o Estado é o maior exportador de frango para o Japão. “É nessa expectativa que acreditamos alcançar os mesmo números na exportação da carne suína de um mercado sólido que não discute preço e sim qualidade que SC tem muito para oferecer”, concluiu. •
Coluna Mercado
Contratadas pela Petrobras
Duas novas embarcações para explorar petróleo são concluídas em Itajaí e Navegantes O barco Bram Buccaner possui 92,6 metros de comprimento e 6,35 metros de calado e é adaptado para transportes e suprimentos em geral
M
ais duas embarcações financiadas pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) foram concluídas em Santa Catarina. Ambas destinam-se ao apoio a atividades de extração de petróleo na Bacia de Campos e são contratadas pela Petrobras. Administrado pelo Ministério dos Transportes, por intermédio do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), o Fundo financia parte da construção de embarcações e estaleiros no Brasil. O barco Starnav Ursus, modelo PSV 4.500 Fluid Carrier, adaptado para o transporte de fluidos a serem utilizados nas plataformas, possui 91 metros de comprimento, 6,25 metros de calado máximo e capacidade de carga de 4,5 mil toneladas. Tem valor total de R$ 80 milhões, dos quais 82% são financiados pelo FMM, por meio do BNDES, e com conteúdo nacional de 65%. A
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embarcação foi construída no Estaleiro Detroit Brasil, em Itajaí. A outra embarcação foi construída no Estaleiro Navship, em Navegantes. Trata-se do barco Bram Buccaner, modelo PSV NA 300E CD, adaptado para transporte e suprimentos em geral, que possui 92,6 metros de comprimento e 6,35 metros de calado. O projeto, que teve 72% dos componentes de fabricação nacional, contou com um investimento total de R$ 78 milhões, dos quais 77% foram financiados pelo Fundo por meio do BNDES e do Banco do Brasil. No total, foram 282 embarcações e seis projetos em estaleiros concluídos desde 2007 com recursos do Fundo da Marinha Mercante. Atualmente, há em andamento outras 162 embarcações e 10 obras em estaleiros financiadas pelo FMM. •
Coluna Mercado Nas cabeças
Itajaí é sede da 12ª melhor universidade não-estatal do país
É
de Itajaí a melhor Universidade não-estatal do Estado e a 12ª melhor do país. A Universidade do Vale do Itajaí (Univali) aparece em destaque no Guia do Estudante Profissões Vestibular 2014, lançado no mês de outubro pela editora Abril. No total, de acordo com a publicação, 34 cursos de graduação da Univali estão entre os melhores do Brasil. A publicação identifica as melhores instituições de ensino superior brasileiras. Nesse ano, foram avaliados 27.038 cursos de 2.037 instituições de ensino superior de todo o Brasil. No total, de acordo com a publicação, 34 cursos de graduação da Univali estão entre os melhores do Brasil. O curso de Comércio Exterior, ministrado em Itajaí, recebeu a melhor avaliação com cinco estrelas, pelo terceiro ano consecutivo. Na sequência, com quatro estrelas, foram contemplados os cursos de Administração (Balneário Camboriú, Biguaçu e Itajaí), Ciências Contábeis (Biguaçu e Itajaí), Direito (Itajaí), Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia, Gastronomia, Nutrição, Oceanografia, Psicologia e Turismo e Hotelaria. Já Administração (Tijucas), Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Ciência da Computação (Itajaí), Design de Moda, Direito (Balneário Camboriú, Biguaçu, São José e Tijucas), Educação Física (Itajaí), Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Civil, Fisioterapia, Jornalismo, Medicina, Odontologia, Publicidade e Propaganda, Relações Internacionais (Balneário Camboriú) e Relações Públicas conquistaram três estrelas na avaliação. A Univali é uma universidade comunitária. Com tal vocação, a Instituição está sintonizada com as necessidades de suas comunidades de entorno, implantando diversos projetos e programas sociais que contribuem para a disseminação do saber e compreensão da sua capacidade transformadora. E o faz, numa
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estrutura multicampi, instalada ao longo do litoral CentroNorte de Santa Catarina, nos municípios de Balneário Piçarras, Itajaí, Balneário Camboriú, Tijucas, Biguaçu (com dois campi), São José (dois campi) e Florianópolis. Com esta estrutura, a Univali oferta 70 cursos de graduação presenciais e a distância, entre bacharelados, licenciaturas e tecnólogos. Ainda, a Univali oferece ensino desde a educação básica, com três unidades de Colégio de Aplicação, até a pós-graduação com cursos lato e stricto sensu. Os cursos lato sensu (de especialização) são ofertados semestralmente, de acordo com as demandas de mercado, e os stricto sensu compreendem nove cursos de mestrado (Administração, Ciência e Tecnologia Ambiental, Ciência Jurídica, Ciências Farmacêuticas, Computação Aplicada, Educação, Gestão de Políticas Públicas, Saúde e Gestão do Trabalho, e Turismo e Hotelaria) e seis doutorados (Administração e Turismo, Educação, Ciência Jurídica, Ciências Farmacêuticas, Ciência e Tecnologia Ambiental, e Turismo e Hotelaria), todos recomendados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). A Instituição também tem forte contribuição com a pesquisa e a extensão, englobando, atualmente, 118 grupos de pesquisa, 266 projetos de iniciação científica, 42 projetos de extensão e 28 projetos permanentes de extensão social. Embasada em sua proposta comunitária, a Fundação Universidade do Vale do Itajaí mantém, além da Universidade, o Hospital Universitário Pequeno Anjo, que atende crianças de 0 a 14 anos de toda a região da Amfri, o Instituto de Pesquisas Sociais, a Rádio Univali FM, e a TV Univali. Além disso, a Univali está em constante processo de internacionalização de seus currículos e convênios de dupla titulação, por meio de acordos com universidades em todo o mundo. •
Coluna Mercado divulgação FIESC
Reunião foi realizada no dia 11 de novembro, em Criciúma
Passo de tartaruga
O
Fiesc defende compensação para o Sul de Santa Catarina
presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, defendeu a adoção de medidas compensatórias para o Sul de Santa Catarina, em decorrência dos prejuízos provocados pelo atraso nas obras de duplicação da BR-101. Durante reunião do Fórum Parlamentar Catarinense, em Criciúma, no dia 11 de novembro, ele afirmou que o governo tem uma dívida com o Sul do Estado. Conforme estudo da Fiesc, a região deixou de gerar o equivalente a R$ 32 bilhões em função da demora nas obras. “Estamos propondo medidas compensatórias para que o Sul possa recuperar no menor prazo possível as condições econômicas, voltando a ter o dinamismo que sempre teve”, afirmou. Estudo feito pela Unisul a pedido da Fiesc mostra que de 2009 a 2012 o Norte do Estado registrou crescimento
econômico de quase 200% superior ao do Sul. “Temos que fazer grande esforço para que o governo federal pague sua dívida com o Sul catarinense”, propôs Côrte. Entre os investimentos prioritários propostos no estudo da Fiesc para acelerar o desenvolvimento regional estão a modernização do porto de lmbituba; a conclusão dos 22 quilômetros restantes para a interligação dos 774 quilômetros da BR-285, que liga São Borja, cidade gaúcha que faz fronteira com a Argentina, ao litoral catarinense em Araranguá; implementação dos equipamentos, estruturas e infraestrutura turística integradas no Sul de Santa Catarina; e o início das obras de interligação da malha ferroviária da Ferrovia Tereza Cristina (FTC) ao norte à malha nacional e ao Sul à malha férrea do Rio Grande do Sul, constituindo-se a Ferrovia Litorânea. •
Fone: (47) 2104.0900 | Rua Rosa Orsi Dalçoquio, 775 | Bairro Cordeiros | Itajaí | SC Economia&Negócios • Novembro 2013 • 65
Coluna Mercado Pelos trilhos
P
Filipe Scotti
Região Sul busca agilidade na construção de novas ferrovias
arlamentares, prefeitos e empresários do Sul do país, especialistas em malha ferroviária e representantes dos órgãos federais Valec Ferrovias e Empresa de Planejamento e Logística (EPL) participaram no dia 07 de novembro, em Florianópolis, do Seminário Sul Brasileiro das Ferrovias. O evento foi promovido pela Frente Parlamentar das Ferrovias do Congresso Nacional e pela Frente Parlamentar Catarinense das Ferrovias. Ao final do encontro, realizado na sede da Federação das Indústrias (Fiesc), foi proposto um documento pedindo ao governo federal que seja priorizada a construção dos novos trajetos ferroviários em Santa Catarina: Ferrovia da Integração (Extremo-Oeste – Itajaí), Litorânea (interligando os portos) e Norte-Sul (trecho entre Panorama-SP até o Porto de Rio Grande-RS, passando por Chapecó). “O seminário mostrou mais uma vez que há união e unanimidade entres as lideranças políticas e empresariais quanto à prioridade de investimentos em ferrovias em nosso estado. Precisamos dessas obras o quanto antes, não podemos ficar esperando dez anos para que elas iniciem. Queremos ver essas obras prontas antes disso”, afirmou o deputado estadual Dirceu Dresch, coordenador da Frente Parlamentar Catarinense das Ferrovias da Assembleia Legislativa.
Reivindicações No documento ao governo também será pedida agilidade na conclusão do projeto técnico da ferrovia litorânea, que foi iniciado em 2009, a um custo de R$ 20 milhões, e do Plano Básico Ambiental (PBA). As lideranças catarinenses vão solicitar ainda que a rodovia seja estendida até o porto de Itapoá. Hoje o projeto compreende um trecho de 235,6 quilômetros de extensão, de Imbituba, onde terminam os trilhos da ferrovia Tereza Cristina, a Araquari, no norte do Estado. 66 • Novembro 2013 • Economia&Negócios
Os catarinenses também vão reivindicar a inclusão da construção das três ferrovias em estudo no Programa de Investimentos em Logística do Governo Federal. Hoje estão contemplados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2) apenas os projetos, com R$ 90 milhões assegurados. Segundo Fábio Barbosa, coordenador de Serviços Logísticos da EPL, o Sul receberá nos próximos anos uma malha ferroviária de 3 mil quilômetros. “Precisamos estudar a viabilidade econômica e técnica antes de iniciar as obras. Estamos sofrendo as consequências da falta de planejamento nas últimas décadas no país”, destacou o especialista, justificando a demora no processo de construção de ferrovias no Brasil.
Estudo para Ferrovia da Integração barrado pelo TCU Um exemplo disso, conforme destacou Dirceu Dresch, foi a suspensão, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), do processo de licitação do estudo de viabilidade técnica da Ferrovia do Frango. “A consequência é mais demora para os trilhos saírem do papel”, frisa. Outro ponto que pode atrasar o processo, segundo o deputado Antonio Aguiar (PMDB), é a definição do traçado dessa ferrovia. “Precisamos de uma decisão e lutar por ela”, argumentou. Um dos principais objetivos do seminário foi buscar consensos e união de forças entre as lideranças de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. “Queremos aglutinar forças e mostrar para o governo federal que o Sul está unido em torno desses projetos tão importantes para o desenvolvimento econômico. As ferrovias são estratégicas, são mais seguras e baratas do que o transporte rodoviário, com menos poluição”, justificou o deputado federal Pedro Uczai, que preside a Frente Parlamentar das Rodovias no Congresso Nacional. •